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A PROTEÇÃO DAS RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS, ESTADO DE GOIÁS, BRASIL. DESIREE CRISTIANE BARBOSA DA SILVA* REUBER ALBUQUERQUE BRANDÃO THAÍS FERREIRA DE DEUS *INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - ([email protected] ) RESUMO Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) são importantes ferramentas para garantir a proteção da biodiversidade, envolver proprietários de terra no desafio da conservação da natureza e promover diversas atividades turísticas na região. No presente estudo avaliamos a relevância destas unidades de conservação na paisagem da região da Chapada dos Veadeiros, localizada em cinco municípios do norte de Goiás. As 21 RPPN da região somam 20.786,48 ha (cerca de 1/3 do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros), correspondendo a 1,35% da região estudada. O tamanho destas reservas variou entre 1,43 a 8.730,45ha e tendem a serem maiores e adensadas na proximidade do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Tais reservas representam a oportunidade para o desenvolvimento de atividades de ecoturismo, o incentivo de criação de novas RPPN e a replicação de ferramentas de conservação do Cerrado, além de contribuírem para a conectividade do Parque Nacional com outros remanescentes. No entanto, carecem de instrumentos de monitoramento e gestão. AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL Foram identificadas vinte e uma RPPN na área de influência do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Tabela 1). Estas UC estão próximas do Parque Nacional e apresentam grande potencial para desenvolvimento de atividades de ecoturismo, para o incentivo de criação de novas RPPN na região e para a replicação de ferramentas de conservação do Cerrado. Tabela 01. Lista das Reservas Particulares do Patrimônio Natural consideradas na pesquisa. Fonte: SIMRPPN, 2015. A área total dos municípios selecionados para este estudo corresponde a 1.535.777,6ha, sendo que 73,91 % correspondem ao percentual ocupado por Áreas Protegidas, enquanto 5,58% correspondem a Unidades de Conservação com maior restrição de uso (Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e vinte Reservas Particulares do Patrimônio Natural). Ressalta-se que não foram contabilizadas as áreas de Reserva Legal (RL) e de Preservação Permanente (APP). Com relação à área da Terra Indígena Avá Canoeiro e do Território Quilombola Kalunga, que abrange outros municípios fora do escopo de estudo, a área apresentada na Tabela abaixo corresponde ao percentual ocupado destas Áreas Protegidas dentro dos municípios selecionados para o estudo (Tabela 2). Tabela 2. Área e percentual de área protegida que cada UC Federal e Estadual, Terra Indígena e Território Quilombola representa nos municípios avaliados. Fonte: IBGE, 2013; ICMBIO, 2015; SEMARH, 1999; FUNAI,2005. Anais do VIII CBUC - Trabalhos Técnicos 2015

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Page 1: PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS, ESTADO …2015. A área total dos municípios selecionados para este estudo corresponde a 1.535.777,6ha, sendo que 73,91 % correspondem ao

A PROTEÇÃO DAS RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL NO ENTORNO DOPARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS, ESTADO DE GOIÁS, BRASIL.

DESIREE CRISTIANE BARBOSA DA SILVA*

REUBER ALBUQUERQUE BRANDÃOTHAÍS FERREIRA DE DEUS

*INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - ([email protected])

RESUMOReservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) são importantes ferramentas para garantir a proteção da

biodiversidade, envolver proprietários de terra no desafio da conservação da natureza e promover diversas atividadesturísticas na região. No presente estudo avaliamos a relevância destas unidades de conservação na paisagem daregião da Chapada dos Veadeiros, localizada em cinco municípios do norte de Goiás. As 21 RPPN da região somam20.786,48 ha (cerca de 1/3 do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros), correspondendo a 1,35% da regiãoestudada. O tamanho destas reservas variou entre 1,43 a 8.730,45ha e tendem a serem maiores e adensadas naproximidade do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Tais reservas representam a oportunidade para odesenvolvimento de atividades de ecoturismo, o incentivo de criação de novas RPPN e a replicação de ferramentas deconservação do Cerrado, além de contribuírem para a conectividade do Parque Nacional com outros remanescentes.No entanto, carecem de instrumentos de monitoramento e gestão.

AUTORIZAÇÃO AMBIENTALForam identificadas vinte e uma RPPN na área de influência do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

(Tabela 1). Estas UC estão próximas do Parque Nacional e apresentam grande potencial para desenvolvimento deatividades de ecoturismo, para o incentivo de criação de novas RPPN na região e para a replicação de ferramentas deconservação do Cerrado.

Tabela 01. Lista das Reservas Particulares do Patrimônio Natural consideradas na pesquisa. Fonte: SIMRPPN,

2015.

A área total dos municípios selecionados para este estudo corresponde a 1.535.777,6ha, sendo que 73,91 %

correspondem ao percentual ocupado por Áreas Protegidas, enquanto 5,58% correspondem a Unidades deConservação com maior restrição de uso (Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e vinte Reservas Particulares doPatrimônio Natural). Ressalta-se que não foram contabilizadas as áreas de Reserva Legal (RL) e de PreservaçãoPermanente (APP).

Com relação à área da Terra Indígena Avá Canoeiro e do Território Quilombola Kalunga, que abrange outros

municípios fora do escopo de estudo, a área apresentada na Tabela abaixo corresponde ao percentual ocupadodestas Áreas Protegidas dentro dos municípios selecionados para o estudo (Tabela 2).

Tabela 2. Área e percentual de área protegida que cada UC Federal e Estadual, Terra Indígena e Território

Quilombola representa nos municípios avaliados. Fonte: IBGE, 2013; ICMBIO, 2015; SEMARH, 1999; FUNAI,2005.

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Page 2: PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS, ESTADO …2015. A área total dos municípios selecionados para este estudo corresponde a 1.535.777,6ha, sendo que 73,91 % correspondem ao

As RPPN da Região da Chapada dos Veadeiros (Tabela 2) somam 20.786,48 hectares (média = 989,83 ± desvio

padrão 2.408,04; 1,43 – 8.730,45ha). A RPPN Varanda da Serra, no município de Colinas do Sul, apresenta a menorárea, com 1,43 ha. Já a Reserva Natural da Serra do Tombador, no município de Cavalcante, apresenta a maior área,com 8.730,45 ha.

Apesar da proporção da paisagem efetivamente protegida por RPPN ser pequena em relação à área total dos

municípios, o estabelecimento destas Reservas nas áreas remanescentes dos ambientes naturais da região daChapada dos Veadeiros, considerando a redução significativa do PNCV desde o seu Decreto de original de criação, éuma interessante estratégia para minimizar a perda da biodiversidade local.

O tamanho destas RPPN varia de acordo com o município. No município de Alto Paraíso existem oito RPPN, que

somam juntas 9.403,96 (1.175,49 ha ± 2.578,97 ; 23,27 – 7500,82ha). No município de Cavalcante existem oitoRPPN, que protegem 9408,93 ha (1176,11 ha ± 3053,75 ; 31,75 – 8730,45ha). No município de Colinas do Sulexistem duas RPPN, que protegem 93,63 ha e no município de São João D’Aliança existem três RPPN que protegem1.879,96 ha (626,65 ha ± 838,27; 25,61– 4641,79) (Figura 2). Essa diferença no tamanho das RPPN pode estar tantorelacionada ao valor da terra (maior em um município mais agrícola, como São João da Aliança) ou no interesse porpolíticas conservacionistas entre diferentes municípios.

Figura 02. Número e área de RPPN por município no estado de Goiás. O município de Alto Paraíso apresenta 45,24% das RPPN situadas na Região da Chapada dos Veadeiros. Isto

pode ser explicado pela maior proximidade com o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, favorecendo queOrganizações Não-Governamentais (ONG) como a Fundação Pró-Natureza (FUNATURA), estabelecessem projetos deincentivo para criação de reservas nas proximidades com o PNCV e outras áreas governamentais protegidas ou mesmoparticulares, fornecendo subsídios técnicos e financeiros (Bernardes, 2006). Além disso, o reconhecimento de RPPNem imóveis contíguos às UC tem prioridade de apreciação do órgão responsável pelo reconhecimento destas unidadesde conservação (Brasil, 1996).

No município de Cavalcante (GO) encontramos 45,26% das RPPN da Região da Chapada dos Veadeiros, uma

vez que neste município está inserida a maior RPPN da região, a Reserva Natural Serra do Tombador (RNST),protegendo uma área significativa, relativamente próxima ao PNCV. Porém, a atual conectividade entre a RNST e oParque Nacional da Chapada dos Veadeiros está ameaçada por rodovias planejadas ao norte desta RPPN, por novasbarragens de pequenas centrais hidrelétricas e pelo crescimento desordenado da sede municipal de cavalcante(Françoso & Brandão 2013).

No Brasil, 44% das RPPN possuem área menor do que 50 ha, apenas 18% são maiores do que 500 ha, e cerca

de 10% têm mais de 1000 ha (Pellin, 2010). Já nos municípios levantados (Alto Paraíso – GO, Cavalcante – GO,Colinas do Sul – GO, São João D’Aliança - GO) apenas 7 RPPNs (33,33% do total) possui até 50 ha e 5 RPPNsapresentam mais de 500 ha, sendo que 2 RPPNs apresenta área maior do que 2501 ha.

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Esses resultados podem ser comparados aos estudos realizados por Langholz (1996) que analisou 22 reservasprivadas na América Latina e África; e por Pellin (2010) que estudou 36 RPPN no Estado do Mato Grosso do Sul(Tabela 3). Na região da Chapada dos Veadeiros foi encontrada menor porcentagem de RPPN com áreas superiores a500 ha quando comparadas às reservas privadas da América Latina e África (Langholz, 1996) e as RPPN do MatoGrosso do Sul (Pellin, 2010). Esse resultado pode estar relacionado ao tamanho médio das propriedades ruraisanalisadas nos diferentes estudos, bem como a diferença no custo da terra.

Tabela 3. Comparação da área de reservas privadas nos estudos de Langholz (1996), Pellin (2010) e no

presente estudo.

Embora grande parte destas RPPN possuam tamanhos reduzidos, elas exercem papel fundamental na redução

de ações antrópicas circunvizinhas ao PNCV (Pereira et al, 2004). Neste contexto, a região da Chapada dos Veadeirosconcentra um grande número de RPPN quando comparadas a outros municípios do Brasil. Os municípios de Alto Paraíso(8 RPPN) e Cavalcante (8 RPPN) estão entre os que apresentam maior número de RPPN, perdendo apenas para o município de Silva Jardim (11 RPPN). Este localizado no estado do Rio de Janeiro, onde existe um longo projeto deconservação do mico-leão-dourado (Leonthopithecus rosalia) o qual atuou como catalisador da criação destasreservas (Mello, 2008).

Existe uma maior disposição por parte dos proprietários em criarem UC nas proximidades do PNCV. Nos últimos

anos (novembro e dezembro/2013) e (abril/2014), mais cinco Reservas Particulares do Patrimônio Natural (IntegraParque; São Bartolomeu; Maria Batista, Ponte de Pedra e Catingueiro) foram criadas no município de Cavalcante (GO)e mais uma RPPN (Santuário das Pedras) foi criada no município de São João D’Aliança. A criação destas reservasfortalece a proteção da biodiversidade na região e evita conflitos com proprietários de terras. Muitos proprietários deRPPN atuam em serviços de apoio aos visitantes, entre eles alojamento, transporte, serviços de guia (Lima, 2013).

Uma vez que é grande a dificuldade do governo em indenizar as áreas a serem protegidas, em virtude de

problemas políticos, econômicos e sobreposição de títulos das terras (Pellin, 2010), as RPPN podem ser umaalternativa viável de proteção com menor investimento para o governo (Morsello, 2001) e maior facilidade de gestão.

Além do tamanho das RPPN, também avaliamos a porcentagem das propriedades destinadas para estas

reservas (Tabela 4). Verifica-se que a maioria dos proprietários da área estudada destinou mais de 20% de suaspropriedades para a criação das Reservas Particulares do Patrimônio Natural. Esta proporção é maior que aporcentagem exigida pelo código florestal para averbação de Reserva Legal (Brasil, 2012), o que é um cenáriodesejável para a região da Chapada dos Veadeiros.

Tabela 4. Proporção das propriedades destinadas para RPPNs na Região da Chapada dos Veadeiros.

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¹As áreas das 4 RPPN do município de Cavalcante (RPPN Integra Parque; RPPN São Bartolomeu; RPPN Maria

Batista e RPPN Ponte de Pedra) que pertencem a mesma propriedade, foram somadas e analisadas como se fossemuma RPPN.

Ainda são necessárias análises mais detalhadas dos processos de criação das reservas para obter dados sobre

a sobreposição entre RPPN e outras áreas já protegidas pelo código florestal nas propriedades (áreas de preservaçãopermanente - APP, reserva legal - RL). Como não existem impedimentos para tal tipo de sobreposição, é comummuitos proprietários criarem RPPN nas suas APP e RL, conferindo a estas áreas um grau de proteção maior e o statusde unidade de conservação.

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em Dezembro de 2013.

JUSTIFICATIVAPrivate Reserves of the Natural Heritage (RPPN) are an important tool to ensure the protection of biodiversity,

engagement of landowners in the challenge of nature conservation and promote some tourist activities in the region.In the present study we evaluated the relevance of these conservation units in the landscape of Chapada dos

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Veadeiros region, which occupies land in five counties in northern Goiás. The 21 RPPN found on the region totalize20.786,48 ha (about 1/3 of the Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros), corresponding to 1.35% of the studiedregion. The area of these reserves ranged from 1.43 to 8730.45 ha and tends to be larger and denser in the vicinityof the Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. These reserves represent an opportunity for the development ofecotourism activities, the incentive for new RPPN and the replication of Cerrado conservation tools, besidescontributing to connect the National Park with other remnants. However, these reserves lack tools for theirmonitoring and management.

MÉTODOSÁrea de estudo A região da Chapada dos Veadeiros localiza-se no nordeste goiano. Dotada de grande biodiversidade e alto

índice de endemismo, esta região tem fundamental importância para a preservação do Cerrado, especialmente noEstado de Goiás (MMA, 2004; MMA, 2007).

A região da Chapada dos Veadeiros em foco neste estudo abrange os municípios de Alto Paraíso do Goiás,

Cavalcante, Colinas do Sul, São João D’Aliança e Terezina de Goiás. Dentre as UC e outras áreas protegidas inseridasnesta região destacam-se a Área de Proteção Ambiental – APA do Pouso Alto, a Terra Indígena Avá Canoeiro, oTerritório Quilombola dos Kalungas, além das RPPN e Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Figura 1).

Figura 1. Áreas Protegidas na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Fonte: IBGE (2012);

FUNAI (2012); INCRA (2012) Banco de dados ICMBio (2015). Métodos Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em documentos oriundos de instituições governamentais (MMA, IBAMA,

ICMBIO), não governamentais (FUNATURA), artigos, dissertações e legislação pertinente. Nos documentos foramlevantados os instrumentos de criação e regulamentação das Reservas Particulares do Patrimônio Natural e quaisdestas reservas estão situadas na área de influência do Parque Nacional, especificamente na microregião da Chapadados Veadeiros.

A área de cada unidade de conservação foi levantada diretamente nos Decretos de Criação e, especificamente

para as RPPN, foi consultado o Sistema Informatizado de Monitoria de RPPN (SIMRPPN) em abril de 2015. Com relação à área da Terra Indígena Avá Canoeiro e ao Território Quilombola Kalunga, os quais abrangem

diversos municípios, foi considerada apenas a proporção destas áreas nos municípios selecionados para o presenteestudo.

Mapas foram elaborados no sistema de projeção UTM, Datum horizontal SIRGAS_2000-Brasil, utilizando o

programa ARCGIS 10.

CONTRAPARTIDA INSTITUCIONAL (INFRA-ESTRUTURA, PESSOAL, RECURSO)THE PROTECTION OF PRIVATE RESERVES OF THE NATURAL HERITAGE IN SURROUNDINGS OF THE CHAPADA

DOS VEADEIROS NATIONAL PARK, STATE OF GOIÁS, BRAZIL.

AgradecimentosAo José Luciano de Souza, pela dedicação e trabalho em prol das Reservas Particulares do Patrimônio Natural.

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A todos os proprietários e/ou gestores das RPPN que aceitaram participar desta pesquisa, tornando este

trabalho possível.

PLANO DE DIVULGAÇÃO DO PROJETOAs Reservas Particulares do Patrimônio Natural localizadas nos municípios de Alto Paraíso, Cavalcante, São

João D’Aliança, Terezina de Goiás e Colinas do Sul (Região da Chapada dos Veadeiros) protegem importantesremanescentes de Cerrado; somando 20.786,48 hectares à proteção da diversidade biológica regional, e contribuindopara minimizar impactos do desmatamento e da fragmentação no entorno do Parque Nacional da Chapada dosVeadeiros.

A associação de unidades públicas e unidades privadas pode ser uma estratégia relevante de manutenção da

biodiversidade, abrigando extensas áreas em excelente estado de conservação, com relevante beleza cênica, grandenúmero de nascentes e pela elevada biodiversidade, preservando-as da ocupação agropecuária no estado de Goiás.Porém, é necessário estabelecer estratégias de monitoramento e avaliação do manejo destas áreas. Apenas destaforma será possível compreender os benefícios gerados por essas iniciativas, a real contribuição para a conservaçãoda biodiversidade que proporcionam, e traçar estratégias adequadas de incentivo para a expansão dessa categoria deUC no país.

PRODUTOS E RESULTADOS ESPERADOSO termo Cerrado tem origem no português arcaico e significa fechado, traduzindo a característica geral da

densa vegetação desta formação savânica (Brasil, 2007; Ribeiro 2005). O emprego do termo evoluiu ao longo dos anos, de forma que existem acepções gerais de uso corrente, mas

com relevante diferenciação. A primeira é mais ampla refere-se ao bioma predominante no Brasil Central. A segundaacepção refere-se às formações vegetacionais savânicas e campestres do bioma, incluindo desde o cerrado densoaté o campo limpo (Brasil, 2007; Ribeiro & Walter 2001). A terceira designa um tipo fitofisionônico específico deformação savânica, definido pela composição florística e pela fisionomia, considerando tanto a estrutura quanto asformas de crescimento dominantes.

O Cerrado brasileiro cobre 2 milhões de Km² na região central do Brasil, sendo a maior savana neotropical do

planeta e o segundo bioma mais extenso do continente (Oliveira e Marquis, 2002). O bioma Cerrado tem umaimportância estratégica por sua localização no Planalto Central do Brasil. Faz fronteira com quase todos os biomasbrasileiros, com exceção dos ecossistemas costeiros e marinhos e dos pampas gaúchos. Ocupando aproximadamente22% do território brasileiro, o bioma Cerrado ocorre em altitudes que variam de 300m, como na baixada Cuiabana(MT), a mais de 1.600m, na Chapada dos Veadeiros (GO) (Ribeiro, 2005).

As estações climáticas são nitidamente marcadas, com um inverno seco e um verão quente e úmido. A

precipitação média anual é de 1.500mm, variando entre 750 e 2.000mm. A estação chuvosa ocorre entre outubro amarço e a temperatura média do mês mais frio é superior a 18°C (Ribeiro, 2005). O clima se torna mais ameno ao suldo bioma e nos locais acima de 1200m de altitude, com acentuação de baixas temperaturas no auge do inverno,entre junho e julho.

Apesar de sua relevância biológica, expressa pela elevada riqueza de espécies e nível de endemismo de

diversos grupos taxonômicos, o Cerrado é um dos biomas mais ameaçados da América do Sul, sendo considerado umhotspot mundial de biodiversidade (Myers et al., 2000). As maiores ameaças à vegetação natural do Cerrado são aagricultura intensiva e o baixo número de unidades de conservação (Silva et al., 2006). Aproximadamente 50% doCerrado já estão convertidos em áreas agrícolas ou algum outro tipo de uso do solo. (Ratter et al., 2003; MMA,2009). Caso as atuais taxas de desmatamento se mantenham constantes, todas as áreas de Cerrado fora deunidades de conservação irão desaparecer nos próximos 30 anos (Machado et al., 2004; Klink e Machado, 2005;MMA, 2009).

A estratégia mais eficiente para promover a conservação do Cerrado e de sua biodiversidade é o

estabelecimento de unidades de conservação destinada à proteção integral da natureza. No entanto, menos de 3%do bioma está protegido por Reservas Biológicas, Estações Ecológicas, Parques Nacionais, Monumentos Naturais ouRefúgios de Vida Silvestre, unidades de conservação do grupo de proteção integral (Brasil 2000). Sendo assim,estratégias focadas na proteção de fragmentos relevantes do Cerrado em áreas particulares são extremamentenecessárias (Françoso & Brandão 2013).

Neste contexto, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) no entorno do Parque Nacional da

Chapada dos Veadeiros são importantes ferramentas para promover a conservação da paisagem regional e processosecológicos regionais. Porém, não se sabe se essas unidades de conservação na região contam com instrumentos deproteção eficientes.

As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) são Unidades de Conservação de Uso Sustentável,

instituídas pela Lei Federal nº 9.985/2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza –SNUC (Brasil, 2000). Essas áreas são criadas sob domínio privado, instituídas pela vontade espontânea do proprietárioe podem pertencer a pessoa física ou jurídica, com objetivos de proteger e conservar habitats, a flora e a fauna,permitindo a estabilidade ou sobrevivência de certas espécies (Chacón e Córdoba, 1998), como também atividades de

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Page 8: PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS, ESTADO …2015. A área total dos municípios selecionados para este estudo corresponde a 1.535.777,6ha, sendo que 73,91 % correspondem ao

educação ambiental e de turismo em contato com a natureza (Ferreira, 2004). Além disso, podem ser utilizadas emestratégias regionais de proteção, somando a cobertura de áreas protegidas no entorno de unidades de conservaçãode maior tamanho.

Esse tipo de reserva mantém o direito de posse, estabelecendo limitações para seu uso de maneira similar às

regras adotadas para os Parques Nacionais, sendo permitida apenas a visitação, a pesquisa e a educação ambientalno seu interior (Brasil, 2000). Portanto, apesar dessa categoria UC pertencer ao grupo de uso sustentável, suaslimitações de uso se assemelham àquelas de proteção integral (Machado e Mantovani, 2007). Com isso, estas UCassumem um interessante papel no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), especialmente para oplanejamento de paisagens (Alger e Lima, 2003; Machado e Mantovani, 2007).

Dentre os benefícios atribuídos às RPPN, destacam-se o incremento de áreas naturais sob proteção legal, o

desenvolvimento de pesquisas e atividades de educação ambiental, o aumento da conectividade da paisagem natural(Morsello, 2001; Mesquita, 1999), como também a diversificação de atividades econômicas em propriedades rurais e oenvolvimento do terceiro setor na conservação da biodiversidade. Estas reservas particulares se tornam ainda maisrelevantes quando presentes no entorno de outras unidades de conservação públicas, potencializando os benefíciospor meio da ampliação da área efetivamente protegida e da criação de mosaicos e corredores de biodiversidade(Langholz, 1996; Françoso & Brandão 2013).

Desta forma, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural ocupam um espaço legal especial através da

promoção da preservação ambiental em áreas privadas, diferentemente de outras categorias de Unidades deConservação (UC) e demais espaços territoriais legalmente protegidos (como terras indígenas, reserva legal, áreas deproteção permanente e áreas de reconhecimento internacional), as quais, de certa forma, permitem o uso mais diretodos recursos naturais.

O Estado de Goiás possui 89 Unidades de Conservação (UC) previstas nos Sistemas de Unidades de

Conservação Nacional (SNUC) e Estadual (SEUC) (ICMBIO, 2015 e SEMARH, 2015), duas Reservas da Biosfera e trêsCorredores Ecológicos, concentradas principalmente em duas regiões do Estado.

Esta concentração causa problemas de distribuição e deficiência na proteção da biodiversidade do bioma

Cerrado no estado. Apesar do estado de Goiás, único estado brasileiro inserido totalmente no bioma Cerrado, possuirapenas 0,9% de sua área destinada a Unidades de Conservação de proteção integral (Couto et al., 2010), poucossão os incentivos para a criação de novas áreas protegidas.

Destas 89 UC, 57 são Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). As regiões que apresentam maior

número de RPPN em Goiás são nos entornos do Parque Estadual dos Pirineus, e do Parque Nacional da Chapada dosVeadeiros (Antunes et al., 2003). No entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), estas reservasse sobrepõem à Área de Proteção Ambiental Estadual Pouso Alto e estão inseridas no Corredor Ecológico Paranã-Pirineus.

No que tange à extensão territorial, o maior somatório de áreas protegidas na forma de RPPN está na

microrregião Chapada dos Veadeiros (Falconi e Diniz-filho, 2003). Dentre estas RPPN, oito estão no município de AltoParaíso, principalmente na parte sul do PNCV, oito no município de Cavalcante, duas no município de Colinas do Sul etrês no município de São João d’Aliança (Tabela 1).

Nesta microrregião, denominada Chapada dos Veadeiros, encontram-se a APA Pouso Alto e o Parque Nacional

da Chapada dos Veadeiros (PNCV). Criado em 1961 com uma área de 625 mil hectares, o PNCV teve sua áreareduzida para aproximadamente 172 mil hectares (em 1972), novamente reduzida para aproximadamente 65 milhectares em 1981, posteriormente ampliada em 2011 (ano de nominação do sítio pela UNESCO) para 235 mil hectares,e novamente reduzida para os atuais 65 mil hectares em 2003, em função de um Mandado de Segurança do SupremoTribunal Federal que anulou o Decreto Presidencial de ampliação.

Com a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto em 2000, uma zona de amortecimento foi

formada no entorno do PNCV, com o objetivo de assegurar o uso racional dos recursos naturais e promover a melhoriada qualidade de vida da população. Esta UC compreende 872.000 hectares, estendendo-se nos municípios deCavalcante, Alto Paraíso, Terezina de Goiás e Colinas do Sul. Faz limite com outras áreas protegidas na região, comoa Reserva Indígena Avá Canoeiro, ao norte de Colinas, e Território Quilombola dos Kalungas, ao norte de Cavalcante.

Nas APA podem existir terras públicas e privadas, além de que não apresentam restrições administrativas

eficientes contra diversas ações antrópicas que geram impactos sobre a biodiversidade, uma alternativa para tornarmais efetiva a proteção do entorno do PNCV é o estabelecimento de RPPN em sua zona de amortecimento(Dourojeanni e Pádua, 2001).

Conforme o Decreto n° 5.746, de 05 de abril de 2006, que regulamentou o art. 21 da Lei do SNUC que trata

das RPPN, há preferência de análise para a criação de RPPN em zonas de amortecimento de UC, situação que seconfigura na APA do Pouso Alto (Lima, 2013).

Portanto, o incentivo à criação de RPPN dentro de planejamentos territoriais conservacionistas é uma

relevante alternativa à morosidade dos governos, atribuída à escassez de recursos públicos e à falta de vontadepolítica para criar áreas protegidas públicas (Lima, 2013). Além de que, as RPPN no entorno do PNCV influenciamdireta e indiretamente esta Unidade de Conservação, atuando de forma positiva nas estratégias regionais deconservação.

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Page 9: PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS, ESTADO …2015. A área total dos municípios selecionados para este estudo corresponde a 1.535.777,6ha, sendo que 73,91 % correspondem ao

O presente estudo visa avaliar a contribuição em área das RPPN Federais para a conservação dos recursosnaturais na microregião da Chapada dos Veadeiros, considerando a proporção da região protegida por diferentescategorias de unidades de conservação e o uso dado a estas diferentes unidades de conservação.

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