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PARQUE METROPOLITANO DE PITUAÇU Levantamento Socioeconômico e Ambiental GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM GESTÃO AMBIENTAL AMANDA RATTES MAYARA PEREIRA

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Levantamento socioeconômico e ambiental do Parqu metropolitano de pituaçu, salvador/ba

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PARQUE METROPOLITANO DE PITUAÇU

Levantamento Socioeconômico e Ambiental

GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM GESTÃO AMBIENTAL

AMANDA RATTES

MAYARA PEREIRA

1. Introdução

1.1 Caracterização da Área de Estudo

1.2 Objetivos do Levantamento

1.3 Procedimentos Metodológicos

2. Aspectos do Parque Metropolitano de Pituaçu

2.1 Histórico

2.2 Meio Físico e Biótico

2.2.1 Geomorfologia e Geologia

2.2.2 Vegetação

2.2.3 Flora

2.2.4 Fauna

2.2.5 Hidrografia

2.2.6 Infra-Estrutura

2.3 Aspectos Ambientais

3. Levantamento Socioeconômico

3.1 Aspectos Socioeconômicos

3.2 Levantamento Socioeconômico com Visitantes

3.3 Comércio e o Parque

3.4 Bairros vizinhos

4. Considerações Finais

5. Referências Bibliográficas

1.1 Caracterização da Área deEstudo

O Parque Metropolitano de Pituaçu,,

atualmente com 363 hectares, apresenta

uma expressiva área verde destinada ao uso

público da cidade de Salvador.

É um dos maiores pontos de recreação de

Salvador, recebendo em torno de 29.400

visitantes mensais que, por ano, representam

13,8% da população da capital baiana.FIGURA 1 – Parque Metropolitano de Pituaçu

Fonte: Amanda Rattes/Mayara Pereira

1.1 Caracterização da Área de Estudo

O Parque Metropolitano de Pituaçu tem como

instituição mantenedora a Companhia de

Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia -

Conder, vinculada à Secretaria Estadual de

Desenvolvimento Urbano - Sedur.

Neste ativo natural, os usuários encontram um

remanescente de Mata Atlântica e uma mata ciliar

que contorna o espelho d’água que se configura

em forma de trevo, desenhando reentrâncias e

pequenas penínsulas.

FIGURA 2 – Mapa de Localização do Parque Metropolitano de Pituaçu

Fonte: CONDER

1.1 Caracterização da Área de Estudo

Em função da sua localização, o Parque

Metropolitano de Pituaçu se traduz como um ativo

natural frágil, estando sujeito a indicativos de risco

ambiental: em seu entorno verifica-se a

degradação das matas ciliares, a instalação de

empreendimentos imobiliários e o avanço da

ocupação desordenada do solo, evidenciando

problemas de regularização fundiária, além do

lançamento de lixo e esgotos. Internamente

constata-se a falta de consciência por parte de

alguns dos seus usuários no que concerne ao uso

e preservação das áreas de lazer e recreação.FIGURA 3 – Parque Metropolitano de Pituaçu

Fonte: Amanda Rattes/Mayara Pereira

1.2 Objetivos do Levantamento

Contribuir com o debate sobre a relação sociedade x natureza;

Analisar todos os seus encantos (formações geológicas, fauna, Mata Atlântica), além de

seus desencantos (problemas ambientais, fundiários e de estrutura);

Entender o histórico de ocupação entorno do PMP;

Levantar o perfil socioeconômico dos visitantes;

Analisar como o parque é utilizado por seus visitantes;

Propor soluções.

1.3 Procedimentos Metodológicos

Foram realizadas duas visitações ao Parque, visando conhecer melhor seu funcionamento ,

realizar o levantamento de seus aspectos físicos, como histórico do PMP, a sua geologia,

vegetação, fauna, hidrografia, infra-estrutura. Também fora realizado levantamento de seus

aspectos socioeconômicos.

Para a obtenção de todos os dados foram realizados registros fotográficos e filmagens,

aplicação de questionários e entrevistas, para que ilustrassem as questões levantadas

durante esta apresentação.

1.3 Procedimentos Metodológicos

Visitantes

Foram realizadas pesquisas individuais, por meio de questionários, com os frequentadores do

Parque Metropolitano de Pituaçu, para que compreendêssemos as suas opiniões sobre o PMP.

As entrevistas foram realizadas com pessoas maiores de 15 anos, sem limite superior de idade,

no dia 05/09/2015. Foram levantados dados, além de idade, como nível de escolaridade, renda

mensal, bairro aonde residem, frequência de visita no parque (Primeira vez, tempo médio de

permanência, visitas mensais), motivo de visitação, problemas observados e também uma

questão polêmica sobre pagar para usar este espaço público. Foram aplicados 50 questionários.

1.3 Procedimentos Metodológicos

Comerciantes e Funcionários

Foram realizadas conversas individuais com os

comerciários e funcionários do Parque Metropolitano de

Pituaçu, para que compreendêssemos as suas opiniões

sobre o PMP. As entrevistas foram realizadas entre os dias

05 e 12/09/2015.

2.1 Histórico

A represa de Pituaçu foi construída em 1906, durante o governo de Carneiro Rocha. Sua

principal função era melhorar o abastecimento de água na cidade, que já contava com mais

de 250 mil habitantes, o represamento inicial permitiria a capacidade de armazenar 3

milhões de m³.

Foi criado por meio do Decreto Estadual nº. 23.666 de 04 de setembro de 1973. A partir de

1977, foi reconhecido como uma Unidade de Conservação sob o Decreto Municipal nº.

5.158 (SEIA, 2007). Atualmente, o PMP possui uma área de 363 ha.

2.2 Meio Físico e Biótico

Foram levantados:

Geomorfologia e Geologia

Vegetação

Fauna

Flora

Hidrografia

Infra-estrutura

2.2.1 Geomorfologia e Geologia

Em um contexto dos grandes domínios de paisagem, a área

em estudo está inserida, segundo classificação de Ab’ Sáber

(2003), no Domínio dos Mares de Morros. Este domínio é

característico da faixa oriental brasileira, apresentando

morfologia de feições convexas e arredondadas com diversos

graus de dissecação.

A geologia está representada por três unidades litológicas:

Rochas metamórficas

Sedimentos do Grupo Barreiras

Sedimentos Quaternários

FIGURA 5 – Talude sem Vegetação

Fonte: Fabíola Gomes/Google

2.2.2 Vegetação

Na época da construção da represa de Pituaçu a ocupação humana da área onde hoje está

situado o Parque era bem menor e a vegetação florestal era predominante.

Em 1940, a vegetação nos arredores da represa já era secundária devido ao corte ilegal da

mata para a extração de lenha e carvão vegetal. Nos anos 60 a ocupação ao longo da área

foi bastante intensa com a instalação de sítios e chácaras às margens da represa.

2.2.3 Flora

Atualmente diversas espécies de

árvores frutíferas não nativas, como

coqueiros, bananeiras, mangueiras,

laranjeiras, jaqueiras. Espécies como a

aroeira – um antiinflamatório natural – e

helicônia (ou bananeira-do-mato)

também são fartamente encontradas no

parque.FIGURA 6 – Vegetação do Parque Metropolitano de Pituaçu

Fonte: Amanda Rattes/Mayara Pereira

2.2.4 Fauna

De acordo com o catálogo sobre a fauna de Pituaçu concluído pelo grupo ambientalista

Gambá catalogou 26 espécies de mamíferos, 113 de aves, 52 de répteis, três de anfíbios,

cinco de peixes e seis espécies de artrópodes, destacando o registro de nova ocorrência

para a região Nordeste do frango-d’água-pequeno, da espécie Porphyrulla Flavirostris.

2.2.5 Hidrografia

A Bacia Hidrográfica de Pituaçu abrange uma

área de drenagem de aproximadamente 27km².

Essa bacia é formada pelas sub-bacias do rio

Pituaçu e do rio Cachoeirinha que se unem e

formam o rio das Pedras, cuja foz é na Boca do

Rio.

O rio Pituaçu nasce no bairro de Campinas do

Pirajá e atravessa a área do Miolo no sentido

“Norte-Sul”. FIGURA 7 – Lagoa de Pituaçu

Fonte: Amanda Rattes/Mayara Pereira

2.2.5 Hidrografia

O processo de degradação da represa foi

lento e culminou com o vazamento de

uma tubulação de esgotamento sanitário,

que ocasionou o início da eutrofização e

impedimento do seu uso.

Apesar das condições atuais, a Represa

de Pituaçu já foi um dos principais

atrativos do Parque.

FIGURA 8 – Baronesas na Lagoa de Pituaçu

Fonte: Amanda Rattes/Mayara Pereira

2.2.6 Infra-estrutura

1) Espaço Mário Cravo

2) Administração do Parque

3) Ciclovia

4) Centro de Convivência e Lazer

5) Quadras Poliesportivas

6) Estacionamento

7) Parque InfantilFIGURA 9 – Parque Metropolitano de Pituaçu

Fonte: Amanda Rattes/Mayara Pereira

2.3 Aspectos Ambientais

Desconhecimento por parte dos usuários de como usufruir as instalações e espaços do PMP;

Processo de ocupação irregular situado nas áreas circunvizinhas que tem contribuído para a

poluição da lagoa acarretando sério risco na qualidade da água, a ponto de não ser permitido o

contato direto com o recurso;

O uso irrestrito das instalações e espaços do PMP;

O aumento dos empreendimentos imobiliários ao redor do PMP e a conseqüente redução da sua

área;

Ausência de planejamento governamental que forneça subsídio para manter o local como área de

lazer e recreação.

3.1 Aspectos Socioeconômicos

O questionário fora elaborado para obtenção de dados do meio antrópico do Parque Metropolitano

de Pituaçu, através de um levantamento feito com seus visitantes, durantes os dias 5 e 12 de

setembro do vigente ano. Foram perguntados aos usuários questões para a caracterização de:

Organização social da área;

Perfil econômico e de escolaridade;

Os motivos que os levam ao Parque Metropolitano de Pituaçu;

Os problemas observados dentro do Parque Metropolitano de Pituaçu;

Organização física da área.

3.2 Levantamento Sócio-Econômico com Visitantes

10

40

DISPOSIÇÕES A PAGAR PELAS FUNÇÕES DO PMP SEGUNDO

VISITANTES

SIM NÃO

Os usuários foram divididos em 2 grupos: 1) aqueles

que acham que o PMP deve ter taxa de visitação para

usufruir sua área 2) aqueles que não concordam com

essa taxa de visitação.

Das 50 pessoas entrevistadas, 90% foram contra a

cobrança para acesso ao Parque Metropolitano de

Pituaçu.

De acordo com o levantamento, verifica-se que os

usuários apresentaram R$ 0,10 como valor mínimo e

R$ 15,00 como máximo, caso uma hipotética

cobrança fosse implantada.

Um dos visitantes explanou que a cobrança é

polêmica, pois é inconstitucional.

3.2 Levantamento Sócio-Econômico com Visitantes

INDICADORES SIM NÃO

Renda familiar mensal(R$)

50% até 3 salários30% entre 3 e 5 salários20% acima de 5 salários

50% até 3 salários40% entre 3 e 5 salários10% acima de 5 salários

Sexo feminino (%) 50% 55%

Sexo masculino (%) 50% 45%

Idade média (anos) 20 % entre 15 e 21 anos10 % entre 29 e 36 anos20% entre 37 e 45 anos50 % acima de 45 anos

20% entre 15 e 21 anos25% Entre 22 e 28 anos

27,5% entre 29 e 36 anos

20% entre 37 e 45 anos7,5% acima de 45 anos

Escolaridade 10% Fundamental20% Médio/Técnico

70% Superior

45% Médio/Técnico 55%Superior

INDICADORES SOCIOECONÔMICOS DOS USUÁRIOS DO PMP

3.2 Levantamento Sócio-Econômico com Visitantes

INDICADORES SIM NÃO

Anos de Frequência + de 7 anos – 80% 1ª vez – 27,5%

Frequência Mensal 2 a 4 vezes ao mês –80%

1 vez ao mês – 20%

Tempo de Permanência 2 a 3 horas – 100% 2 a 3 horas – 60%

DISPOSIÇÃO A PAGAR EM RELAÇÃO AOS ANOS DE FREQÜÊNCIA, VISITAS MENSAIS E PERMANÊNCIA DOS USUÁRIOS NO PMP

3.2 Levantamento Sócio-Econômico com Visitantes

PROBLEMAS AMBIENTAIS E DE INFRA-ESTRUTURA IDENTIFICADOS PELOS USUÁRIOS

Lixo21%

Desmatamento10%

Segurança18%

Poluição da Lagoa35%

Outros16%

Lixo

Desmatamento

Segurança

Poluição da Lagoa

Outros

Não Percebe

3.2 Levantamento Sócio-Econômico com Visitantes

ATIVIDADE PREFERIDA PELOS USUÁRIOS DO

Museu Mário Cravo5%

Ciclovia31%

Área Verde33%

Pedalinho12%

Restaurante7%

Prática de Exercícios12% Museu Mário

CravoCiclovia

Área Verde

Pedalinho

Restaurante

Prática deExercícios

3.2 Levantamento Sócio-Econômico com Visitantes

DE ONDE VÊM OS USUÁRIOS?

Bairro Nº de usuários (cada bairro)

Lauro de Freitas/Estrada do Coco 6

Cajazeiras, Brotas 4

Tancredo Neves, Trobogy, LuísAnselmo, Patamares

2

Largo do Tanque, Pituaçu,Canabrava, São Rafael, Imbuí,Itapuã, Piatã, Jardim das Margaridas,Federação, Itacaranha, Sete de Abril,Vila Laura, Águas Claras, Canela,Costa Azul, Pituba

1

3.3 Comércio e o Parque

O Centro de Convivência e Lazer é composto por 2 restaurantes, quiosques para a venda

de água de coco e acarajé, bicicletário, aluguel de pedalinhos, e também espaços para

venda de artesanatos e guloseimas.

A movimentação do Parque é quase que exclusivamente nos finais de semana e feriados.

3.3 Bairros Vizinhos

Em torno do Parque, encontram-se as localidades do Bate-Facho, Alto do andu, Selva e Alto

do São João, formadas em grande parte por pessoas vindas do interior, por meio da

ocupação desordenada. Estes bairros possuem em comum muitos problemas de infra-

estrutura e sanitária, além de uma longa batalha de desocupação de terra pela CONDER.

O PMP fica próximo aos bairros de Patamares, Piatã e Itapuã, que estão hipervalorizados

comercialmente e pela especulação imobiliária, devido à sua localização dentro da orla de

Salvador.

Podemos separar alguns problemas ambientais e de estrutura no PMP, como na represa do

Rio Pituaçu, que apresenta alto grau de eutrofização e o lançamento de efluentes em seu

trajeto; também há muitas áreas desmatadas, com alto nível de erosão ao longo das

encostas, como a visível a diminuição de sua área legal de 665 ha para 363 ha. A ciclovia

não possui bebedouros durante o seu trajeto, além da segurança que não chega em todos

os acessos ao Parque.

Listamos algumas ações que buscam solucionar os problemas de infra-estrutura eambientais do Parque Metropolitano de Pituaçu:

1. Realização de atividades culturais no Parque Metropolitano de Pituaçu, para estimular asua visitação, além de movimentar o comércio local;

2. Melhoria da estrutura das trilhas exclusivas para Ciclovia, que é o carro-chefe do ParqueMetropolitano de Pituaçu;

3. Aumentar o contingente da Segurança do Parque, e que ela esteja presente em toda asua extensão;

4. Recuperação da Lagoa de Pituaçu, que se encontra em estado de degradação;

5. Reforma das obras e da oficina de Mário Cravo, que se encontram em estado deoxidação;

6. Delimitação de toda a área do Parque Metropolitano de Pituaçu, que vê seu espaçofísico diminuindo, dando espaço aos grandes empreendimentos imobiliários.

BORGES, Fabíola. Os Encantos e Desencantos do Parque Metripolitano de Pituaçu.Disponível em: <http://www.posgeo.ufba.br/disserta%C3%A7oes/DissertacaoFabiola.pdf>Acesso em: 22/08/2015

SEMA. Parque Metropolitano de Pituaçu. Disponível em:<http://www.semarh.ba.gov.br/conteudo.aspx?s=PITUACU&p=PARQUES> Acesso em:04/09/2015