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 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC SETOR DE PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU  ESPECIALIZAÇÃO: Engenharia de Segurança PROFESSO RA: Nadja Zim Alexandre DISCIPLINA: Segurança do Trabalho e Qualidade da Água. INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO, RESIDUAIS E RECEPTORAS. PARÂMETROS FÍSICOS, QUÍMICOS E BACTERIOLÓGICOS. Esse documento foi elaborado com base em Von Sperling (1996), Resolução nº 274/00, 357/05 e 430/11 do CONAMA, http://mma.gov.br/port/conama  Portaria 518/04 do Ministério da Saúde http://funasa.gov.br/  e Lei Estadual n. 14.675/09 http://fatma.sc.gov.br/ . Os parâmetros toxicológicos foram obtidos em Relevância de Parâmetros de Qualidade das Águas Aplicados a Águas Correntes (Publicação GTZ/FATMA, 1999). Elaborado: Agosto 1998 1ª Revisão: Março 2001 2ª Revisão: Agosto 2002 3ª Revisão: Março 2003 4ª Revisão: Março de 2005 5ª Revisão: Agosto de 2005 6ª Revisão: Julho de 2007 7ª Revisão: Junho de 2010 8ª Revisão: Agosto de 2011.

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESCSETOR DE PÓS-GRADUAÇÃOCURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU  ESPECIALIZAÇÃO: Engenharia de Segurança

PROFESSORA: Nadja Zim AlexandreDISCIPLINA: Segurança do Trabalho e Qualidade da Água.

INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO, RESIDUAIS E RECEPTORAS.

PARÂMETROS FÍSICOS, QUÍMICOS E BACTERIOLÓGICOS. 

Esse documento foi elaborado com base em Von Sperling (1996), Resolução nº274/00, 357/05 e 430/11 do CONAMA, http://mma.gov.br/port/conama Portaria518/04 do Ministério da Saúde http://funasa.gov.br/ e Lei Estadual n. 14.675/09http://fatma.sc.gov.br/ .Os parâmetros toxicológicos foram obtidos em Relevância de Parâmetros deQualidade das Águas Aplicados a Águas Correntes (Publicação GTZ/FATMA,1999).

Elaborado: Agosto 19981ª Revisão: Março 20012ª Revisão: Agosto 20023ª Revisão: Março 2003

4ª Revisão: Março de 2005

5ª Revisão: Agosto de 20056ª Revisão: Julho de 20077ª Revisão: Junho de 2010

8ª Revisão: Agosto de 2011.

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Parâmetros Físicos de Qualidade das ÁguasCOR 

Conceito: Responsável pela coloração na águaForma do constituinte responsável: Sólidos dissolvidosOrigem natural:- Decomposição da matéria orgânica (principalmente vegetais - ácidos húmicos e fúlvicos)− Ferro e ManganêsOrigem antropogênica: - Resíduos industriais (ex: tinturarias, tecelagem, produção de papel, curtumes eoutros).− Esgotos domésticosImportância:− Origem natural: não representa risco direto a saúde. mas consumidores podem questionar a sua

confiabilidade da água de abastecimento. Além disso, a cloração da água contendo a matéria orgânicadissolvida responsável pela cor pode gerar produtos potencialmente cancerígenos (trihalometanos- ex:clorofórmio).

− Origem industrial: pode ou não apresentar toxidade.Utilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadasUnidade: uH (Unidade Hazen ou padrão de platina-cobalto).Interpretação dos resultados:− Deve-se distinguir entre cor aparente e cor verdadeira . No valor da cor aparente pode estar incluída uma

parcela devida a turbidez da água. Quando esta é removida por centrifugação ou filtração, obtém-se a corverdadeira.

− Em termos de tratamento e abastecimento público de água:• valores de cor da água bruta inferiores a 5uH usualmente dispensam a coagulação química; valores

superiores a 25uH usualmente requerem a coagulação química seguida por filtração; águas com cor elevadaimplicam em um maior cuidado operacional no seu tratamento.

• Padrão de PotabilidadeDe acordo com Portaria 518/2004 - Ministério da Saúde (art. 16)Cor aparente: 15 uH (VMP: Valor Máximo Permitido)• Padrão para Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/2005 do CONAMAÁguas doces classe 1: cor verdadeira nível naturalÁguas doces classe 2 e 3: cor verdadeira até 75 mgPt.L-1

• Padrão de Lançamento de EfluentesDe acordo com Lei 14.675/2009 – Estado de Santa Catarina (art. 178)Parâmetro da ser regulamentado pelo CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente

TURBIDEZ  Conceito: A turbidez representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água, conferindouma aparência turva a mesmaForma do constituinte responsável: Sólidos em suspensãoOrigem natural:− Partículas de rocha, argila e silte− Algas e outros microorganismosOrigem antropogênica:− Despejos domésticos− Despejos industriais− Microorganismos− ErosãoImportância:− Origem natural: não traz inconveniente sanitário direto. Porém, é esteticamente desagradável na água

potável, e os sólidos em suspensão podem servir de abrigo para microorganismos patogênicos (diminuindo aeficiência da desinfecção)

− Origem antropogênica: pode estar associada a compostos tóxicos e organismos patogênicos− Em corpos d'água: pode reduzir a penetração da luz, prejudicando a fotossíntese

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Utilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento (brutas e tratadas)− Controle da operação das estações de tratamento de águaUnidade: UNT (Unidade de Turbidez - unidade de Jackson ou nefelométrica)Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento e abastecimento público de água:o numa água com turbidez igual a 10 UNT, ligeira nebulosidade pode ser notada; com turbidez igual a 500

UNT, a água é praticamente opacao valores de turbidez da água bruta inferiores a 20 UNT podem ser dirigidos diretamente para a filtração lenta,

dispensando a coagulação química; valores superiores a 50 UNT requerem uma etapa antes da filtração,que pode ser a coagulação química ou um pré-filtro grosseiro

- Padrão de PotabilidadeDe acordo com Portaria 518/2004 - Ministério da Saúde (art. 16)Turbidez: 5 UNTo Padrão para Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMAÁguas doces Classe 1: 40 UNTÁguas doces Classe 2 e 3: 100 UNT

Transparência  A diminuição da transparência induz a uma diminuição da penetração de luz na água. Águas muitotransparentes permitem que se vejam imagens até profundidades bastante significativas e quanto maior alimpidez, maior a produtividade do ecossistema. O disco de secchi é utilizado para medir a transparência de umcorpo d’água e consiste de um disco de 20 cm de diâmetro, dividido em 4 partes com as cores preta e brancaalternadas. Mergulha-se o disco na água até que não seja mais possível enxerga-lo: esta é a profundidade deSecchi, importante parâmetro no estudo de lagos por indicar a profundidade na qual já se extinguiu 95% da luzque penetra na água. Admite-se que a zona eufótica, isto é, a zona de luz onde a fotossíntese é possível,corresponde a aproximadamente 3 vezes a profundidade de Secchi. Para saber mais sobre esse assuntoconsulte: http://mpompeo1.sites.uol.com.br/  Importante: quanto maior a transparência = maior atividade fotossintética

 

Sabor e Odor – Condições organolépticas  Conceito: O sabor é a interação entre o gosto (salgado, doce, azedo e amargo) e o odor (sensação olfativa).

Forma do constituinte responsável: Sólidos em suspensão, sólidos dissolvidos, gases dissolvidos.Origem natural:− Matéria orgânica em decomposição− Microorganismos (ex: alga)− Gases dissolvidos (ex: gás sulfídrico H2S)Origem antropogênica:− Despejos domésticos− Despejos industriais− Gases dissolvidos (ex: H2S)Importância:− Pode não representar risco à saúde, porém consumidores podem questionar a sua confiabilidade da água.

Representa a maior causa de reclamações dos consumidoresUtilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadasUnidade: Concentração limite mínima detectávelInterpretação dos resultados:− Na interpretação dos resultados, são importantes a identificação e a vinculação com a origem do sabor e do

odor− Em termos de tratamento e abastecimento público de água:• Padrão de PotabilidadeDe acordo com Portaria 518/2004 - Ministério da Saúde: não objetável• Padrão para Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMAÁguas doces classe 1, 2, 3 e 4: virtualmente ausentesÁguas salinas classes 1, 2 e 3: virtualmente ausentesÁguas salobras classes 1, 2 e 3: virtualmente ausentes

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TEMPERATURAConceito: Medida da intensidade de calorOrigem natural:− Transferência de calor por radiação, condução e convenção (atmosfera e solo)Origem antropogênica:− Águas de torres de resfriamentoDespejos industriaisImportância:A temperatura da água é um fator que influencia quase todos os processos físicos, químicos e biológicos naágua. Portanto, a sua medição é imprescindível para a interpretação do restante dos parâmetros de qualidadedas águas e dos processos que ocorrem na água. Todos os organismos que vivem na água são adaptadospara uma determinada faixa de temperatura e possuem uma temperatura preferencial. Eles conseguemaguentar oscilações e, especialmente, aumentos da temperatura, somente até determinados limites, acima dosquais eles sofrem a morte térmica.O aumento da temperatura da água resulta em:Efeito Físico• Uma diminuição da densidade e da viscosidade acima de 4 °C. Em conseqüência, a sedimentação de

materiais em suspensão pode ser facilitada por elevadas temperaturas de água. Condições parecidas

existem para processos de mistura. A diminuição da temperatura de 4 a 0 °C têm um efeito análogo. Nocaso de águas profundas e de correnteza muito lenta, deve ser considerada a estratificação através detemperaturas aquáticas diferentes;

• Um aumento da taxa de transferência de gases entre água e atmosfera:• Uma diminuição da solubilidade de gases em água. Isto é importante principalmente com relação à

concentração de oxigênio, mas vale também para o CO2, NH2, N2 e outros gases. Em água doce, compressão atmosférica normal (nível do mar), as concentrações de saturação de oxigênio diminuem com oaumento da temperatura.

ºC 0 5 10 15 20 25 30Cs (mg.L-1) 14,64 12,75 11,25 10,06 9,20 8,25 7,55

Efeito Físico-químico• Um aumento da concentração de amônia e tóxica para peixes (NH3), com relação ao íon amônio fixo (NH4

-);

• Uma evasão de substancias orgânicas voláteis;• Um aumento da velocidade reacional de processos químicosEfeito Biológico• Um aumento das velocidades de reação de processos bioquímicos aeróbios e anaeróbios (p.ex. degradação

de compostos de carbono, nitrificação, degradação de detergentes)• Um aumento da atividade e, conseqüentemente, do metabolismo dos organismos aquáticos por via de uma

aceleração das reações químico-enzimáticas nas células;• Um aumento da taxa de crescimento dos organismos aquáticos.Pode ser concluído, através da relação acima, que lançamentos de água de resfriamento e de água deprocesso devem ser considerados como cargas poluidoras, no caso de provocar um aumento significativo datemperatura da água. Por isso, para a avaliação de lançamentos de água de resfriamento em corposreceptores, associadas à poluição de origem orgânica de fácil decomposição têm um impacto maiorprincipalmente pela aceleração de processos consumidores de oxigênio junto com uma diminuição da

solubilidade de oxigênio. A redução da DBO carbonácea pode ser descrita mediante uma reação de primeiraordem - se não existem influências tóxicas ou outras perturbações - isto é, dentro de um período de tempo iguale dependente da temperatura, está sendo degradada uma fração fixa da DBO restante.Valores relativos da degradação de carbono para temperaturas deferentes, relacionados à demanda bioquímica de oxigênio a 20 °C (DBO 5  ).

Dias Temperaturas em °C5 10 15 20 25 30

1 0,11 0,16 0,22 0,30 0,40 0,545 0,45 0,60 0,79 1,00 1,23 1,4710 0,70 0,90 1,10 1,32 1,52 1,71

Utilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de corpos d’Água

− Caracterização de águas residuárias brutas

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Interpretação dos resultados:− Em termos de corpos d’Água:• A temperatura deve ser analisada em conjunto com outros parâmetros, tais como: oxigênio dissolvido− Em termos de tratamento de água residuárias• A temperatura deve proporcionar condições para as reações bioquímicas de remoção dos poluentes•  Padrão de lançamento de efluentesDe acordo com Resolução 430/2011 do CONAMA ( artigos 16, 21 e 22).

CONDUTIVIDADEAtravés da determinação da condutividade a 25 °C, expressa pela unidade microsiemens por centímetro, µS/cm(às vezes também como milisiemens por metro, mS/m), existe a possibilidade de obter muito rapidamente ecom custo baixo uma afirmação sobre o teor total de sais dissolvidos - contanto que eles estejam presentes emforma de íons por causa da dissociação eletrolítica. Isso vale como uma aproximação a grosso modo:

•  1000   µ S.cm -1 ou 100 mS.m -1 correspondem a cerca de 1000 mg.L-1 de sólidos dissolvidos (resíduo após evaporação da amostra filtrada)

As fontes dos sais naturalmente contidos nas águas correntes e da carga de sais de origem antropogênica são:a) origem geogênica (decomposição atmosférica); b) Descargas industriais de sais; c) Consumo de sal emresidências e no comércio e d) Excreções de sais pelo homem e por animais.Composição da carga de sais dissolvidos na água: a) cátions: sódio, cálcio, magnésio, potássio e b) ânions:cloreto, sulfato, bicarbonato, carbonato, nitratoDo ponto de vista ecológico, as misturas de sais, compostos destes componentes, possuem importânciasdiferentes. De modo geral, as plantas reagem de maneira mais sensível aos sais do que os animais. Asbiocenoses aquáticas são compostas de organismos fisiologicamente diferentes, dependendo do teor de saisda água.Também para o organismo do homem, do animal e da planta, os sais têm uma importância vital. A suaausência, bem como doses exageradamente altas, provocam efeitos nocivos.Em períodos de estiagem (baixa vazão) a concentração de sais na água tende a aumentar.A utilização de água para fins de irrigação já pode ser comprometida com um teor total de sais de 500 mg.L-1.Com respeito ao abastecimento de água, é importante ressaltar que, os sais não são removíveis da águapelas técnicas comuns de tratamento e que concentrações altas de sais promovem a corrosão e dificultam aformação de camadas protetoras superficiais.Águas correntes com uma condutividade >700 µS/cm são classificadas como ricas em minerais. Para fins decomparação, a condutividade de água do mar está na faixa de 50 000 µS/cm.

PARÂMETROS QUÍMICOS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS

pH Conceito: Potencial Hidrogeniônico. Representa a concentração de íons hidrogênio H+ (em escala logarítimica)em solução, dando uma indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. A faixa depH é de 0 a 14.Forma do constituinte responsável: Sólidos dissolvidos, gases dissolvidos.Origem natural:− Dissolução de rochas− Absorção de gases da atmosfera (CO2)− Oxidação da matéria orgânica− FotossínteseOrigem antropogênica:− Despejos domésticos (oxidação da matéria orgânica)− Despejos industriais (lavagem ácida de tanques) efluentes de mineração, etc. Águas com pH inferior a 4,5

indicam a contribuição antropogênica por ácidos fortes.É importante em diversas etapas do tratamento da água (coagulação, desinfecção, controle de corrosividade,remoção da dureza)− pH baixo: corrosividade e agressividade nas águas de abastecimento− pH elevado possibilidade de incrustações nas águas de abastecimento− Valores de pH afastados da neutralidade podem afetar a vida aquática (ex: peixes) e os microorganismos

responsáveis pelo tratamento biológico dos esgotos (ver tabela 1)Utilização mais frequente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimentos brutas e tratadas.

− Caracterização de águas residuárias brutas.

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− Controle de operação de estações de tratamento de água (coagulação e grau de incrustabilidade/ corrosividade)

− Controle de operação de estações de tratamento de esgotos (digestão anaeróbica)− Caracterização de corpos d’Água.Interpretação dos resultados:• pH < 7: condições ácidas ( íon H+ em excesso).• pH = 7: neutralidade ( concentração de H+ = concentração de OH- .)• pH > 7: condições básicas ( íon OH- em excesso).- Em termos de tratamento e abastecimento público de água:• Diferentes valores de pH estão associados a diferentes faixas de atuação ótima de coagulantes• Freqüentemente o pH necessita ser corrigido antes e/ou depois da adição de produtos químicos no

tratamento• Ver Alcalinidade e Acidez.− Em termos de tratamento de águas residuárias.• Valores de pH afastados da neutralidade tendem a afetar as taxas de crescimento dos microorganismos

utilizados na degradação de matéria orgânica (lodos ativados, lagoas de estabilização, biodigestores).•  Padrão de Potabilidade.

De acordo com a Portaria 518/2004 - Ministério da Saúde: 6,0 a 9,5•  Padrão de Lançamento de EfluentesDe acordo com Resolução 430/11 do CONAMA: 5,0 a 9,0 (art. 16, 21 e 22)De acordo com a Lei 14.675/09 de SC: 6,0 a 9,0 (artigo 177, alínea I)Em termos de corpos d’Água.• Valores elevados de pH podem estar associados à proliferação de algas•  Padrão de Qualidade de Corpos d’Água.De acordo com Resolução 357/05 do CONAMAÁguas doces classe 1, 2, 3 e 4: 6,0 a 9,0Águas salinas classe 1, 2 e 3: 6,5 a 8,5Águas salobras classe 1 e 2: 6,5 a 8,5Águas salobras classe 3: 5 a 9pH Efeitos da variação do pH na Biota 

7,0 - 8,0 Não produz efeitos nos organismos aquáticos ou terrestres.6,5 - 7,0 Redução de: reprodução de alguns crustáceos, frequência de desova e número de ovos dealgumas espécies de peixes. Comunidade de plânction, plantas superiores e invertebrados(exceto crustáceos) não são afetados. Metais pesados ou cianetos não provocam efeitos letais.

6,0 - 6,5 Comunidade de plânction e plantas aquáticas superiores relativamente normais. Aumento nafrequência de fungos, redução na taxa de reprodução de micro e macro crustáceos.CO2 livre acima de 100 ppm tóxico nesta faixa de pH.

5,5 - 6,0 Taxas de crescimento e desova de peixes reduzidas, apenas pequenas populações. Poucasespécies podem resistir a este intervalo. Populações de moluscos significantemente reduzidos.Redução do processo de decomposição pelas bactérias do solo e da água.

5,0 - 5,5 Extermínio de ovos de algumas espécies de bactérias: Thiobacillus e Ferrobacillus presentes;taxa de crescimento de algumas espécies de algas e plantas superiores é reduzida; cessa oprocesso de fixação de nitrogênio pelas cianofíceas. Severo “stress” fisiológico nos organismos

aquáticos, diminuindo sua resistência à doenças.4,5 - 5,0 Inibe desova e eclosão de ovos de peixes, restringe fauna bentônica e diversidade de populaçõesde algas. Provoca letalidade de grande parte de populações de peixes; reduz o desenvolvimentode anfíbios. Diotomáceas aparecem como comunidade dominante de algas.

4,0 - 4,5 Poucas espécies de peixes, sensível redução da flora.Permite o desenvolvimento de algumas espécies de larvas de mosquitos.

3,5 - 4,0 Redução severa da flora e da fauna existentes. Redução de microflora do solo. Comunidades deTYPHA (plantas aquáticas superiores) dominantes.

3,0 - 3,5 Apenas sobrevivem algumas larvas de mosquitos e poucas espécies de algas. Decréscimo dopotencial das plantas em utilizarem substratos para crescimento. Não sobrevivem peixes einvertebrados.

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ALCALINIDADE  Conceito: Quantidade de íons na água que reagirão para neutralizar os íons hidrogênio. É uma medida dacapacidade da água de neutralizar os ácidos (capacidade de resistir às mudanças de pH ou capacidadetampão). Os principais constituintes da alcalinidade são os bicarbonatos (HCO3

-), carbonatos (CO32-) e os

hidróxidos (OH-). A distribuição entre as três formas na água é função do pH.Forma do constituinte responsável: Sólidos dissolvidosOrigem natural:− Dissolução de rochas− Reação do CO2 com a água (CO2 resultante da atmosfera ou da decomposição da matéria orgânica)Origem antropogênica:− Despejos industriaisImportância:− Não tem significado sanitário para a água potável, mas elevadas concentrações conferem um gosto amargo

para a água.− É uma determinação importante no controle do tratamento de água, estando relacionada com a coagulação,

redução de dureza e prevenção da corrosão em tubulações.− É uma determinação importante no tratamento de esgotos, quando há evidências de que a redução do pH

pode afetar os microorganismos responsáveis pela depuração.Utilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadas.− Caracterização de águas residuárias brutas.− Controle da operação de estações de tratamento de água (coagulação e grau de incrustabilidade/ 

corrosividade).Unidade: mg.L-1 de CaCO3 Interpretação dos resultados:Em termos de tratamento e abastecimento público de água− a alcalinidade, o pH e o teor de gás carbônico estão interrelacionado• pH > 9,4: presença de hidróxidos e carbonatos• pH entre 8,3 e 9,4: presença de carbonatos e bicarbonatos• pH entre 4,4 e 8,3: presença de bicarbonatos.

− Em termos de tratamento de águas residuárias• Processos oxidáveis tendem a consumir alcalinidade, a qual, caso atinja baixos teores, pode dar condições avalores reduzidos de pH, afetando a própria taxa de crescimento dos microorganismos responsáveis pelaoxidação.

ACIDEZ Conceito: Capacidade da água em resistir às mudanças de pH pode ser indicativo da presença de gáscarbônico livre.Forma do constituinte responsável: Sólidos dissolvidos e gases dissolvidos (CO2, H2S).Origem natural:− CO2 absorvido da atmosfera ou resultante da decomposição da matéria orgânica− Gás sulfídricoOrigem antropogênica:− Despejos industriais (ácidos minerais ou orgânicos)

− Drenagem de minas (abandonadas ou em operação), depósitos de rejeitos de mineração, indústriasmetalúrgicas ...Importância:− Tem pouco significado sanitário− Águas com acidez mineral são desagradáveis ao paladar, sendo recusadas.− Responsável pela corrosão de tubulações e materiaisUtilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento (inclusive industriais) brutas e tratadasUnidade: mg.L-1 de CaCO3 Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento e abastecimento público de água• o teor de CO2 livre (diretamente associado à acidez) a alcalinidade e o pH estão interrelacionados• pH > 8,2: CO2 livre ausente

• pH entre 4,5 e 8,2: acidez carbônica (presença de CO2)

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• pH < 4,5: acidez por ácidos minerais fortes (usualmente resultantes de despejos industriais e de mineração).NOTA: o sistema carbonato regula a relação alcalinidade/acidez nas águas naturais. Águas com pH entre 4,5 e8,3 apresentam ao mesmo tempo acidez e alcalinidade carbonatada e bicarbonatada. Portanto, pode serencontrada água nesta faixa de pH sem implicar em problemas antropogênicos, ou seja, está relacionada comas características geológicas da região.

DUREZAConceito: Os cátions mais frequentemente associados à dureza são os cátions divalentes Ca2+ e Mg2+. Emcondições de supersaturação, esses cátions reagem com ânions na água, formando precipitados. A durezapode ser classificada como dureza carbonato e dureza não carbonatada, dependendo do ânion com a qual elaestá associada. A dureza correspondente à alcalinidade é denominada dureza carbonatada, enquanto que asdemais formas são caracterizadas como dureza nãocarbonatada. A dureza carbonatada é sensível ao calor, precipitando os carbonatos em elevadas temperaturas.Forma do constituinte responsável: Sólidos dissolvidosOrigem natural:− Dissolução de minerais contendo cálcio e magnésio (ex: rochas calcárias)Origem antropogênica:− Despejos industriasImportância:− Não há evidências de que a dureza cause problemas sanitários, e alguns estudos realizados em áreas com

maior dureza indicam uma menor incidência de doenças cardíacas.− Em determinadas concentrações, causa um sabor desagradável e pode ter efeitos laxativos.− Reduz a formação de espuma, implicando num maior consumo de sabão Causa incrustação nas tubulações

de água quente. caldeiras e aquecedores (devido à maior precipitação nas temperaturas elevadas)Utilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento (principalmente industrias) brutas e tratadasUnidade: mg.L-1 CaCO3 Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento e abastecimento público de água• dureza < 50 mg.L-1 CaCO3: água mole• dureza entre 50 e 150 mg.L-1 CaCO3: dureza moderada• dureza entre 150 e 300 mg.L-1 CaCO3: água dura• dureza > 300 mg.L-1 CaCO3: água muito dura• Padrão de PotabilidadeDe acordo com Portaria 518/2004 - Ministério da SaúdeDureza total: 500 mg.L-1 CaCO3

FERRO e MANGANÊS  Conceito: O ferro e o manganês estão presentes nas formas insolúveis (Fe3+ e Mn4+) numa grande quantidadede tipos de solos. Na ausência de oxigênio dissolvido (ex: água subterrânea ou fundo de lagos), eles seapresentam na forma solúvel (Fe2+ e Mn2+). Caso a água contendo as formas reduzidas seja exposta ao aratmosférico (ex: na torneira do consumidor), o ferro e o manganês voltam a se oxidar às suas formas insolúveis(Fe3+ e Mn4+), o que pode causar cor na água, além de manchar roupas e louças.Forma do constituinte responsável: Sólidos em suspensão ou dissolvidos (dependendo da valência docátion)Origem natural:− Dissolução de rochas e compostos do soloOrigem antropogênica:− Despejos industriais e de mineraçãoImportância:− Tem pouco significado sanitário nas concentrações usualmente encontradas nas águas naturais− Em pequenas concentrações causam problemas de cor na água− Em certas concentrações, podem causar sabor e odor (mas, nessas concentrações, o consumidor já rejeitou

a água, devido à cor).− Em elevadas concentrações como as encontradas em distritos minerais, tornam-se tóxicos à biota.Utilização mais frequente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadasUnidade: mg.L-1

Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento e abastecimento público de água

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•  Padrão de PotabilidadeDe acordo com Portaria 518/2004 - Ministério da SaúdeFerro total: 0,3 mg.L-1 e Manganês: 0,1 mg.L-1

− Em termos do tratamento de águas residuárias:•  Padrão de LançamentoDe acordo com Resolução 430/2011 do CONAMA (art. 16)Ferro dissolvido: 15,0 mg.L-1 e manganês dissolvido : 1,0 mg.L-1

De acordo com a Lei 14.675/09 de SCManganês solúvel: 0,1 mg.L-1

− Em termos dos corpos d’Água•  Padrão de Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMAÁguas doces Classe 1 e 2 Ferro dissolvido: 0,3 mg.L-1 e Manganês total: 0,1 mg.L-1

Águas doces Classe 3: Ferro dissolvido: 5,0 mg.L-1 e Manganês total: 0,5 mg.L-1

Águas salinas Classe 1 e 2 Ferro dissolvido: 0,3 mg.L-1 e Manganês total: 0,1 mg.L-1

Águas salobras Classe 1 e 2 Ferro dissolvido: 0,3 mg.L-1 e Manganês total: 0,1 mg.L-1 CLORETOS  

Conceito: Todas as águas naturais, em maior ou menor escala, contêm íons resultantes da dissolução deminerais. Os cloretos (CI-) são provenientes da dissolução de sais (ex: cloreto de sódio).Forma do constituinte responsável: Sólidos dissolvidosOrigem natural:− Dissolução de minerais− Intrusão de águas salinasOrigem antropogênica:− Despejos domésticos− Despejos industriais− Águas utilizadas em irrigaçãoImportância:− Em determinadas concentrações imprime um sabor salgado à águaUtilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento brutaUnidade: mg.L-1 Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento e abastecimento público de água•  Padrão de PotabilidadeDe acordo com Portaria 518/2004 - Ministério da Saúde : 250 mg.L-1

Em termos dos corpos d'água•  Padrão de Qualidade dos Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMAÁguas de classe 1, 2 e 3: 250 mg.L-1

NITROGÊNIO Conceito: Dentro do ciclo do nitrogênio na biosfera, este alterna-se entre várias formas e estados de oxidação.No meio aquático, o nitrogênio pode ser encontrado nas seguintes formas: (a) nitrogênio molecular (N 2),escapando para a atmosfera. (b) nitrogênio orgânico (dissolvido e em suspensão), (c) nitrito (NO

2) e nitrato

(NO3).Forma do constituinte responsável: Sólidos em suspensão e sólidos dissolvidosOrigem natural: Constituinte de proteínas, clorofila e vários outros compostos biológicosOrigem antropogênica:− Despejos domésticos− Despejos industriais− Excrementos de animais e fertilizantesImportância:− O nitrogênio na forma de nitrato está associado a doenças como a anemia conhecida como

metahemoglobinemia (síndrome do bebê azul)− O nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento de algas, e, quando em elevadas

concentrações em lagos e represas, pode conduzir a um crescimento exagerado desses organismos

(processo denominado eutrofização)

 

Portaria 518/04considera como aceitávela concentração 0,2 mg.L-1

para Alumínio

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− O nitrogênio, nos processos bioquímicos de conversão da amônia a nitrito e deste a nitrato, implica noconsumo de oxigênio dissolvido do meio (o que pode afetar a vida aquática).

− O nitrogênio na forma de amônia é diretamente tóxico aos peixes− O nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento dos microorganismos responsáveis pelo

tratamento de esgotos.− Os processos de conversão do nitrogênio têm implicações na operação das estações de tratamento de

esgotos.− Em um corpo d'água, a determinação da forma predominante do nitrogênio pode fornecer informações sobre

o estágio da poluição (poluição recente está associada ao nitrogênio na forma orgânica ou de amônia,enquanto uma poluição mais remota ou já estabilizada está associada ao nitrogênio na forma de nitrato).

Utilização mais frequente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadas.− Caracterização de águas residuárias brutas e tratadas.− Caracterização de corpos d’Água.Unidade: mg.L-1

Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento e abastecimento público de água•  Padrão de PotabilidadeDe acordo com Portaria 518/2004 - Ministério da SaúdeNitrato (Valor Máximo Permitido): 10 mg.L-1

Nitrito (Valor Máximo Permitido): 1 mg.L-1 risco à saúde

Amônia (NH3) (Valor aceitável): 1,5 mg.L-1 − Em termos de tratamento de águas residuárias• É necessário um adequado balanço C:N:P (relação carbono, nitrogênio e fósforo) no esgoto para o

desenvolvimento dos microorganismos.•  Padrão de LançamentoDe acordo com Resolução 430/11 do CONAMA (art 16)Nitrogênio amoniacal: 20 mg.L-1 •  Padrão de Qualidade dos Corpos d’águaDe acordo com a resolução 357/05 do CONAMA (ver tabela).

Águas doces Águas salinas Águas salobras1 2 3 1 2 1 2

Nitrato 10,0 mg.L-1 N 10,0 mg.L-1 N 10,0 mg.L-1 N 0,40 mg.L-1 N 0,70 mg.L-1 N 0,40 mg.L-1 N 0,70 mg.L-1 NNitrito 1,0 mg.L-1 N 1,0 mg.L-1 N 1,0 mg.L-1 N 0,07 mg.L-1 N 0,20 mg.L-1 N 0,07 mg.L-1 N 0,20 mg.L-1 N

Nitrogênioamoniacaltotal

3,7 mg.L-1 NpH < 7,5

3,7 mg.L-1 NpH < 7,5

13,3 mg.L-1 N,para pH < 7,5

0,40 mg.L-1 N 0,70 mg.L-1 N 0,40 mg.L-1 N 0,70 mg.L-1 N

2,0 mg.L-1 N7,5 < pH < 8

2,0 mg.L-1 N7,5 < pH < 8

5,6 mg.L-1 N7,5 < pH < 8

1,0 mg.L-1 N8,0 < pH < 8,5

1,0 mg.L-1 N8,0 < pH < 8,5

2,2 mg.L-1 N8 < pH < 8,5

0,5 mg.L-1 NpH > 8,5

0,5 mg.L-1 NpH > 8,5

1,0 mg.L-1 NpH > 8,5

 

FÓSFORO Conceito: O fósforo na água apresenta-se principalmente nas formas de ortofosfato, polifosfato e fósforoorgânico. Os ortofosfatos são diretamente disponíveis para o metabolismo biológico sem necessidade deconversões a formas mais simples. As formas em que os ortofosfatos se apresentam na água (PO 4

3-, HPO4-,

H3PO4) dependem do pH, sendo mais comum na faixa de pHmetro o HPO 42-. Os polifosfatos são moléculas

mais complexas com dois ou mais átomos de fósforo. O fósforo orgânico é normalmente de menor importância.Forma do constituinte responsável: sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos.Origem natural: − Dissolução de compostos do solo.− Decomposição da matéria orgânicaOrigem antropogênica: − Despejos domésticos− Despejos industriais

 

Aumento da temperatura da

água favorece a formação deamônia = Tóxico para peixes

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− Detergente− Excrementos de animais− FertilizantesImportância: − O fósforo não apresenta problemas de ordem sanitária nas águas de abastecimento, no entanto o efeito

deste nutriente favorecendo o crescimento de algas e plantas aquáticas torna-se problema.− O fósforo é um elemento indispensável para o crescimento das algas e, quando em elevadas concentrações

em lagos e represas, pode conduzir a um crescimento exagerado desses organismos (eutrofização).− O fósforo é um nutriente essencial para o crescimento dos microrganismos responsáveis pela estabilização

da matéria orgânica.Utilização mais frequente do parâmetro: − Caracterização de águas residuárias brutas e tratadas− Caracterização de corpos d’ÁguaUnidade: mg.L-1 Interpretação dos resultados: − Em termos de tratamento de águas residuárias• É necessário um adequado balanço C:N:P no esgoto para o desenvolvimento dos microorganismos

• Em lançamentos à montante de represa ou lago com problemas de eutrofização, freqüentemente se limita ofósforo total em 1,0 mg.L-1 − Em termos dos corpos d’água• Os seguintes valores de fósforo total podem ser utilizados como indicativo aproximado do estado de

eutrofização de lagos (lagos tropicais provavelmente aceitem concentrações superiores): (a) P < 0,01 – 0,02mg.L-1: não eutrófico; (b) P entre 0,02 e 0,05 mg.L-1: estágio intermediário; (c) P > 0,05 mg.L-1 : eutrófico

•  Padrão de Qualidade de Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMA

Classes da água 1 2 3

Águas doces Fósforo total (ambiente lêntico) 0,020 mg.L-1 P 0,030 mg.L-1 P 0,05 mg.L-1 P

Fósforo total (ambiente intermediário) 0,025 mg.L-1 P 0,05 mg.L-1 P 0,075 mg.L-1 P

Fósforo total (ambiente lótico e tributáriosambientes intermediários)

0,1 mg.L-1 P 0,1 mg.L-1 P 0,15 mg.L-1 P

Águas salinas Fósforo total 0,062 mg.L-1 P 0,093 mg.L-1 P

Águas salobras Fósforo total 0,124 mg.L-1 P 0,186 mg.L-1 P

•  Padrão de Emissão de EfluentesDe acordo com a Resolução 430/11 do CONAMA (art. 17)

O órgão ambiental competente poderá definir padrões específicos para o parâmetro fósforo no caso de lançamento de efluentes em corpos receptores com registro histórico de floração de cianobactérias, em trechos onde ocorra a captação para abastecimento público (art 17).

De acordo com Lei Estadual 14.675/09, art. 177: 4 mg.L-1 ou remoção de 75% desde que não altere a qualidadedo corpo receptor. *lançamento em lagoas, lagunas e estuários; **esse limite deverá ser revisto em período de 4 anos. 

OXIGÊNIO DISSOLVIDO Conceito: O oxigênio dissolvido (OD) é de essencial importância para os organismos aeróbicos (que vivem napresença de oxigênio na forma dissolvida). Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias fazem usodo oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar uma redução da sua concentração no meio.Dependendo da magnitude deste fenômeno, podem vir a morrer diversos seres aquáticos, inclusive os peixes.Caso o oxigênio seja totalmente consumido, tem-se a condição anaeróbia (ausência de oxigênio)Forma do constituinte responsável: Gás dissolvidoOrigem natural:− Dissolução do oxigênio atmosférico− Produção pelos organismos fotossintéticosOrigem antropogênica:

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− Introdução de aeração artificialImportância:− O oxigênio dissolvido é vital para os seres aquáticos aeróbicos− O oxigênio dissolvido é o principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição das águas por

despejos orgânicosUtilização mais frequente do parâmetro:− Controle operacional de estações de tratamento de esgotos− Caracterização de corpos d'águaUnidade: mg.L-1 Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento de água residuárias• É necessário um teor mínimo de oxigênio dissolvido (2 mg.L-1) nos reatores dos sistemas aeróbicos− Em termos dos corpos d'água• a solubilidade do OD varia com altitude e temperatura. Ao nível do mar, na temperatura de 20 °C, a

concentração de saturação é igual a 9,2 mg.L-1 • Valores de OD superiores a saturação são indicativos da presença de algas (fotossíntese)• Os valores de OD bem inferiores à saturação são indicativos da presença de matéria orgânica

(provavelmente esgotos)• Com OD em torno de 4 e 5 mg.L-1 morrem os peixes mais exigentes; com OD igual a 2 mg.L -1 todos ospeixes estão mortos; com OD igual a O mg.L -1 tem-se condições de anaerobiose (a exalação de odoresfétidos provenientes da respiração das bactérias anaeróbias, durante a degradação da matéria orgânica)

•  Padrão de Qualidade dos Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMA

Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4Águas doces  ≥ 6,0 mg.L-1  ≥ 5,0 mg.L-1  ≥ 4,0 mg.L-1  > 2,0 mg.L-1 Águas salinas > 6 mg.L-1 > 5 mg.L-1 > 4 mg.L-1 Águas salobras > 5 mg.L-1 > 4 mg.L-1 > 3 mg.L-1 

 

MATÉRIA ORGÂNICAConceito: A matéria orgânica presente nos corpos d'água, esgotos e efluentes industriais é uma característica

de primordial importância, sendo a causadora do principal problema de poluição das águas: o consumo dooxigênio dissolvido pelos microorganismos nos seus processos metabólicos de utilização e estabilização damatéria orgânica.Os principais componentes orgânicos são os compostos de proteína, os carboidratos, a gordura e os óleos,além da uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas e outros em menor quantidade. A matéria carbonácea divide-senas seguintes frações: (a) não biodegradável (em suspensão e dissolvida) e (b) biodegradável (em suspensão edissolvida). Em termos práticos, usualmente não há necessidade de se caracterizar a matéria orgânica emtermos de proteínas, gorduras, carboidratos etc.Há uma grande dificuldade na determinação laboratorial dos diversos componentes da matéria orgânica naságuas residuárias, face à multiplicidade de formas e compostos em que a mesma pode se apresentar. Assimsendo, utilizam-se normalmente métodos indiretos para a quantificação da matéria orgânica, ou do seupotencial poluidor. Nesta linha, existem duas categorias: (a) Medição do consumo de oxigênio (DemandaBioquímica de Oxigênio - DBO; Demanda Química de Oxigênio (DQO) e (b) Medição do carbono orgânico -

Carbono Orgânico Total (COT). A DBO é o parâmetro tradicionalmente mais utilizado, porém é o sujeito a errosde análise (Standard Methodos, prevê um erro de análise para DBO de até 30%). Se utiliza a medida de DBOem 5 dias e à 20ºC (DBO5,20). Nessas condições, 70% da demanda de oxigênio referente à oxidação da matériacarbonácea é satisfeita.Forma do constituinte responsável: sólidos em suspensão e sólidos dissolvidosOrigem natural:− Matéria orgânica vegetal e animalOrigem antropogênica:− Despejos domésticos− Despejos industriaisImportância:− A matéria orgânica é responsável pelo consumo, do oxigênio dissolvido na água através dos

microorganismos decompositores

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− A DBO retrata, de uma forma indireta, o teor de matéria orgânica nos esgotos ou no corpo d’Água, sendo,portanto, uma indicação do potencial do consumo do oxigênio dissolvido

− A DBO é um parâmetro de fundamental importância na caracterização do grau de poluição de um corpod’Água

Utilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas residuárias brutas e tratadas− Caracterização de corpos d’ÁguaUnidade: mg.L-1 Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento de águas residuárias• A DBO5 dos esgotos domésticos está em torno de 300 mg.L-1

• A DBO5 dos esgotos industriais varia amplamente, com o tipo de processo industrial.• A DBO5 efluente do tratamento é função do nível e do processo de tratamento•  Padrão de Emissão de EfluentesDe acordo com a Resolução 430/11 do CONAMA

Art. 16: remoção mínima de 60% de DBO sendo que este limite só poderá ser reduzido no caso de existência de estudo de autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento às metas do 

enquadramento do corpo receptor; Ainda conforme Conama 430/11 para efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitáriosArt. 21: remoção mínima de 120% de DBO sendo que este limite só poderá ser reduzido no caso de existência de estudo de autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento às metas do enquadramento do corpo receptor; 

De acordo com a Lei 14.675/09Os efluentes deverão apresentar uma DBO5 máxima de 60 mg.L-1, ou atingirem uma eficiência naremoção deste parâmetro em sua unidade de tratamento biológico de 80 %, desde que não confiraao corpo receptor características em desacordo com o enquadramento.

− Em termos dos corpos d’Água•  Padrão de Qualidade dos Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMAÁgua classe 1: DB05: 3 mg.L-1 

Água classe 2: DB05: mg.L

-1

Água classe 3: DB05: 10 mg.L-1 Para águas salinas e salobras, a resolução 357/05 prevê a determinação de Carbono Orgânico Total para seavaliar o conteúdo de material orgânico presente na água.

Águas salinas Águas salobras1 2 3 1 2 3

3 mg.L-1 5 mg.L-1 10 mg.L-1 3 mg.L-1 5 mg.L-1 10 mg.L-1 

MICROPOLUENTES ORGÂNICOSConceito: Alguns materiais orgânicos são resistentes à degradação biológica, não integrando os ciclosbiogeoquímicos, e acumulando-se em determinado ponto do ciclo (interrompido). Entre estes, destacam-se osagrotóxicos, alguns tipos de detergentes (ABS, com estrutura molecular fechada), e um grande número deprodutos químicos. Uma grande parte destes compostos, mesmo em reduzidas concentrações, está associada

a problemas de toxidade.Forma do constituinte responsável: sólidos dissolvidosOrigem natural: tanino, lignina, celulose, fenóis.Origem antropogênica:− Despejos industriais− Detergentes− Processamento e refinamento do petróleo− AgrotóxicosImportância:− Os compostos orgânicos incluídos nesta categoria não são biodegradáveis− Uma grande parte destes compostos são tóxicosUtilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadas− Caracterização de águas residuárias brutas e tratadas

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− Caracterização de corpos d’ÁguaUnidade: µg.L-1 ou mg.L-1 Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento e abastecimento público de água•  Padrão de Potabilidade - Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde

PARÂMETROSVALOR MÁXIMO PERMITIDO

(VMP)Etilbenzeno 0,2 mg.L-1 Monoclorobenzeno  0,12 mg.L-1 Tolueno 0,17 mg.L-1

Xileno 0,3 mg.L-1 

− Em termos de tratamento de águas residuárias•  Padrão de Lançamento− Artigo 177 da Lei Estadual n. 14.4675/09

PARÂMETROSVALOR MÁXIMO permitido

no efluente (SC)Fenóis  0,2 mg.L-1 Organofosforados e carbamatos  0,1 mg.L-1 Sulfeto de Carbono e etileno 1,0mg.L-1

organoclorados 0,05 mg.L-1 − Artigo 16 da Resolução n. 430/11 do CONAMA.

PARÂMETROS ORGÂNICOSVALOR MÁXIMO permitido

no efluente (430/11)Benzeno 1,2 mg.L-1 Clorofórmio 1,0 mg.L-1 Dicloroeteno (somatório 1,1 + 1,2cis + 1,2 trans) 1,0 mg.L-1 Estireno 0,07 mg.L

-1 

Etilbenzeno 0,84 mg.L

-1

 Fenóis totais (substâncias que reagem com 4 -aminoantipirina) 0,5 mg.L-1 C6H5OHTetracloreto de Carbono 1,0 mg.L-1 Tricloroeteno 1,0 mg.L-1 Tolueno 1,2 mg.L-1 Xileno 1,6 mg.L-1 • Padrão de Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMA artigos 14 e 15 para águas doces, 18 e 19 para águas salinas e21 e 22 para águas salobras.

MICROPOLUENTES INORGÂNICOSConceito: Uma grande parte dos micropoluentes inorgânicos são tóxicos. Entre estes, têm especial destaqueos metais pesados, como: arsênio, cádmio, cromo. chumbo, mercúrio, prata e outros. Na engenharia de meioambiente, são utilizados dois conceitos para se distinguir metais pesados: o que considera pesado todos oselementos da tabela periódica com densidade acima de 6 g/cm3 e, o que considera pesado os metais que nãosão essenciais à vida e dessa forma são tóxicos. Utilizando-se esse último conceito, há de se considerar que atoxidade é função também da quantidade de determinado elemento no ecossistema, assim um metal pode nãoser tóxico em pequenas quantidades, porém em altas concentrações tornam-se nocivos.Vários destes metais se concentram na cadeia alimentar, resultando num grande perigo para os organismosmais desenvolvidos. Felizmente, as concentrações dos metais tóxicos nos ambientes naturais são bempequenas. Além dos metais pesados, há outros micropoluentes inorgânicos de importância em termos de saúdepública, como os cianetos, o flúor e outros.Forma do constituinte responsável: sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos (o pH do meio é quemdetermina a forma de especiação do metal em solução).Origem natural:− A origem natural é de menor importância

Origem antropogênica:

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− Despejos industriais− Atividades mineradoras− Atividades de garimpo− AgriculturaImportância:− Os metais pesados são tóxicos para os habitantes dos ambientes aquáticos e para os consumidores da

água. (importante ver conceito de metais tóxicos, metais pesados, elementos essencias e não essenciais..)Utilização mais freqüente do parâmetro:− Caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadas− Caracterização de águas residuárias brutas e tratadas− Caracterização de corpos d'águaUnidade: µg.L-1 ou mg.L-1 (parte por bilhão ou parte por milhão)Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento e abastecimento público de água•  Padrão de PotabilidadeDe acordo com Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde− Em termos de tratamento de águas residuárias

•  Padrão de Lançamento− Artigo 177 da Lei Estadual n. 14.675/09 e artigo 16 da Resolução n. 430/11 do CONAMA.•  Padrão de Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMA e Lei Estadual n. 14.675/09

*todos os parâmetros em mg.L-1 ** para efluentes (conama 430/11): cianeto livre: 0,2mg.L-1 xx : Parâmetros a ser regulamentado pelo CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente

Exemplos dos efeitos de alguns micropoluentes inorgânicos CHUMBO

Caracterização da Substância, Ocorrência, AplicaçãoO chumbo (Pb) é um metal pesado macio e muito elástico. Ele pode ocorrer nos níveis de oxidação 0, +2 e +4,sendo que os sais de Pb II são os mais freqüentes e os mais estáveis. Por outro lado, os compostos orgânicosdo chumbo são derivados geralmente do chumbo tetravalente. O chumbo metálico oxida no ar com a formaçãode uma camada protetora de óxido de chumbo. Em soluções aquosas, na presença de oxigênio, ele étransformado em hidróxido de chumbo.O chumbo puro ocorre raramente na natureza. É obtido principalmente de seus minerais, como a galena (PbS),a cerusita (PbCO3) e a anglesita (PbSO4). Minérios de chumbo geralmente apresentam-se mistos com parcelasde grandeza variada de compostos de prata e zinco, mas também de cobre, arsênio, antimônio e bismuto.Solos não contaminados na Alemanha contém 2 - 60 mg.kg-1 MS.O chumbo forma ligas tecnicamente importantes com uma série de metais. Uma grande parte do chumboextraído é gasto para a produção de acumuladores. Compostos de chumbo em Iigação orgânica, como p.ex. ochumbo tetraetílico, foi acrescentado durante muito tempo à gasolina como agente antidetonante.A hidrossolubilidade a 20 °C é indicada com 522 g.L-1  para o nitrato de chumbo; 9,9 g.L-1  para o cloreto dechumbo e 42 µg.L-1 para o sulfato de chumbo.Comportamento no Sistema Aquático: Em sistemas aquáticos, o comportamento de compostos de chumbo é

determinado principalmente pela hidrossolubilidade. A quantidade do chumbo dissolvido diminui com o valor de

Poluentesinorgânicos

Padrão depotabilidade

Portaria518/2004

Padrão de emissão Padrão de Qualidade conforme resolução 357/05 doCONAMA

Lei14675/09

(SC)

Resolução430/11

CONAMA

Classes de uso

1 e 2 3 1 2 1 2

Arsênio 0,01 xx 0,5 0,01 0,033 0,01 0,069 0,01 0,069Cádmio 0,005 0,1 0,2 0,001 0,01 0,005 0,04 0,005 0,04Cromo Total 0,05 xx 1,1 0,05 0,05 0,05 1,1 0,05 1,1

Chumbo 0,01 xx 0,5 0,01 0,033 0,01 0,21 0,01 0,21Mercúrio 0,001 0,005 0,01 0,0002 0,002 0,0002 0,0018 0,0002 0,0018Prata 0,05 0,02 0,1 0,01 0,05 0,005 0,005 0,005 0,005Cianeto total** 0,07 xx 1,0 0,005 0,022 0,001 0,001 0,001 0,001Fluoreto 1,5 xx 10 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4

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pH crescente; ela também depende do potencial redox e do teor de sais na água. O chumbo é presente naságuas sobretudo em forma bivalente. Concentrações de chumbo acima de 0,1 mg.L-1 inibem a oxidaçãobioquímica de substâncias orgânicas e são prejudicais para organismos aquáticos inferiores. Concentrações dechumbo entre 0,2 e 0,5 mg.L-1 empobrecem a fauna; a partir de 0,5 mg.L -1, a nitrificação é inibida na água, ochumbo - como todos os metais – se acumula em organismos aquáticos. Em plantas superiores, p.ex., foram

apurados fatores de enriquecimento de 1 : 100 e em musgos de 1 : 46000. O chumbo adsorve-se a sólidos emsuspensão, deposita-se em sedimentos aquáticos e deles pode ser remobilizado. Concentrações de chumboacima de 1 - 30 µg.L-1  já prejudicam organismos aquáticos inferiores.Efeitos Nocivos: A incorporação de chumbo pode ocorrer através dos alimentos, do ar e da água potável,sendo que a maior parte chega no organismo através da alimentação.Tanto o chumbo metálico, quanto suas combinações, são tóxicos. O chumbo pode ser absorvido oralmente, porinalação ou através da pele. Envenenamentos agudos, portanto, são raros por causa da reabsorção pequena esão esperados apenas em caso de ingestão de doses muito altas. Eles manifestam-se através de vômito,cólicas e colapsos e podem, na pior hipótese, levar à morte.Particularmente perigosa é a ingestão de quantidades pequenas durante períodos elevados. O efeito tóxico dochumbo baseia-se na inibição de várias enzimas do metabolismo da hemoglobina. O chumbo inicialmente éadsorvido fracamente nos eritrócitos e apenas uma quantidade pequena é eliminada em seguida. A maior parteé armazenada nos ossos e nos cabelos. Característica de um envenenamento crônico com chumbo é a

chamada doença de chumbo, que manifesta-se por cansaço, falta de apetite, dor de cabeça, cólicas dolorosas,anemia e a chamada orla de chumbo, que é um depósito de chumbo na margem da gengiva .Resultados de Testes para o Efeito sobre Organismos Aquáticos  A toxicidade de compostos de chumbo depende da dureza da água. Tanto é que a CL 50 para Daphnia é de 0.6mg L-1 Pb para água mole e de 1,9 mg.L-1 para água dura. Para Phoxinus phoxinus é indicada uma CL 50 de2,4 mg.L-1 após exposição de 96 horas (água mole). Uma concentração de 25 mg.L -1 Pb têm efeito letal sobretrutas após 24 horas de tempo de ação.CÁDMIOCaracterização da Substância, Ocorrência, Aplicação  O cádmio (Cd) é um metal de cor branca-prateada, brilhante, bastante macio e facilmente moldável.As suas combinações são estritamente bivalentes.O cádmio é um metal que e presente na crosta terrestre em cerca de 5 x 10-5 %; o que o torna relativamenteraro. O cádmio ocorre em associação com o zinco e é obtido quase como produto residual, na exploração do

zinco, bem como do chumbo e cobre. Têm múltiplas aplicações, por exemplo como anti-corrosivo emsuperfícies metálicas, como óxido de cádmio em pilhas e semicondutores, antigamente também como sulfetode cádmio em pigmentos e em forma de ácidos graxos de cádmio (sabão de cádmio), como estabilizador dePVC. Com base no seu grande raio de captação de nêutrons, é utilizado na tecnologia nuclear em reatores parabarras de controle e regulagem. Na Alemanha é proibida a aplicação deste metal e de seus sais na indústriacosmética e de agricultura. A produção global de cádmio é de 15.000 toneladas por ano. O metal chega àatmosfera através da queima de combustíveis contendo cádmio e de lá retorna ao solo e às águas pelaschuvas. Solos não contaminados contém < 0,5 mg/kg MS de cádmio. Com os fosfatos (fertilizantes utilizados naagricultura), o cádmio chega aos solos cultivados. Além disso, ocorre uma entrada parcial de Cádmio pelo usode Iodo proveniente do tratamento de efluentes e da deposição de resíduos sólidos industriais.A hidrossolubilidade a 20 °C é indicada para o sulfato de cádmio com 435 g.L -1, para o cloreto de cádmio com1114 g.L-1 e para o óxido de cádmio com 4900 g.L-1.Comportamento no Sistema Aquático: O cádmio encontra-se presente na água na forma bivalente e na faixa

alcalina está sujeita à hidrólise. Além de compostos inorgânicos o cádmio também forma quelatos comsubstâncias orgânicas, particularmente com substâncias húmicas, e estes quelatos são facilmente absorvíveisna matéria sólida de águas correntes.Cerca de 2 / 3 até ¾ do total de cádmio presente na água encontra-se adsorvido a sólidos em suspensão, eportanto tende a se acumular nos sedimentos. Formam complexos com sais orgânicos que podem remobilizar ocádmio adsorvido.Efeitos nocivos: A incorporação de cádmio no organismo humano varia individualmente. Fumantes, porexemplo, absorvem muito cádmio (fertilizantes).Existem indicações que o cádmio, depositado na estrutura quitinosa dos fungos, não pode ser absorvido peloorganismo.O cádmio apresenta uma meia-vida biológica longa (20 - 30 anos). Ele é armazenado nos rins. Sintoma típicode um envenenamento crônico portanto é uma lesão dos rins. Em paralelo ocorre uma mudança do equilíbriodos minerais ósseos, que, no caso extremo, pode levar a deformações dos ossos. Envenenamentos por via oral

manifestam-se após 30 -120 minutos por dores estomacais e intestinais. 30 mg de cádmio têm efeito letal.Envenenamentos agudos por inalação de vapores de Cádmio, p.ex. na soldagem de materiais contendo

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cádmio, podem levar a edemas pulmonares e lesões do fígado. O cádmio, ainda, é suspeito de ter efeitocancerígeno, mutagênico (prejudicar o material genético) e teratogênico (provocar más formações).Resultados de Testes para o Efeito sobre Organismos AquáticosCompostos de cádmio têm efeito, nocivo para daphnias a partir de 0,2 µg L-1 Cd. Cloreto de cádmio, numaconcentração de 0.17 mg.L-1 têm efeito letal para peixes dourados em um tempo de ação de 9 -18 horas. A

concentração letal aguda para peixes situa-se entre 0,1 e 20 mg.L-1.CROMOCaracterização da Substância, Ocorrência, AplicaçãoO cromo (Cr) é um metal presente em águas naturais na sua forma tri ou hexavalente como sal dissolvido oucomo sólido não dissolvido em suspensão.Tendo uma participação de 0.02 % na crosta  terrestre superior, o cromo faz parte dos elementos maisfreqüentes. Na natureza encontra-se quase exclusivamente em forma de combinações. O mineral maisfreqüente é o cromito (minério de ferro e cromo FeO Cr 2O3). Nos estados antigos da República Federal daAlemanha, o teor de cromo no solo situa-se entre 5 e 100 mg/kg. Solos de rochas ultra alcalinas podem conteraté 3000 mg/kg  de cromo, que, portanto, é pouco solúvel. Também através de efluentes industriais e deresíduos, o teor no solo pode subir a 3000 mg/kg.A água do mar contém, em média. 0,5 µg.L-1 Cr. Análises em residências da República Federal da Alemanharesultaram numa concentração média de cromo na água potável de 10 µg.L-1 . Os teores de cromo da maioriados alimentos situa-se entre 20 e 600 µg/kg.O cromo serve para a produção de aços crômicos, ligas de cromo e aços não corrosivos. Óxido de cromo VI,dicromatos e cromatos são agentes de oxidação importantes, e sais de cromo II são utilizados como agentes deredução na química orgânica.O cromo e os seus compostos chegam às águas principalmente através de lançamentos de efluentesindustriais. 0s maiores geradores são a indústria de couro e empresas galvânicas.A hidrossolubilidade a 20 °C para o óxido de cromo VI é indicada com 1680 g.L -1. Os óxidos de cromo II e decromo III são praticamente insolvíveis em água.Comportamento no Sistema Aquático: O cromo é presente nas águas apenas na sua forma tri e hexavalente.Cromo III apresenta-se primariamente como cátion e como hidróxido de difícil dissolução. Cromo VI encontra-sena forma de H2CrO4’ de HcrO4

- e de dicromato Cr2O72-. A concentração de cromo em rios e lagos situa-se no

âmbito de 1 a 10 mg.L-1.Organismos aquáticos inferiores podem ser prejudicados por concentrações de cromo acima 0,1 mg.L-1,

enquanto o crescimento de algas já está sendo inibido no âmbito de concentrações de cromo entre 0,03 e 0,32mg.L-1. O cromo, como os outros metais, acumula-se nos sedimentos.Efeitos Nocivos: O cromo III é um elemento-traço essencial para o homem, visto que desempenha um papelimportante como fator de tolerância à glicose no metabolismo de ácidos-graxos e de açúcares. Além disso éconferido ao cromo III um efeito anti-arterioesclerótico e uma função estabilizadora para os ácidos ribonucléicos.Uma deficiência de cromo III pode até contribuir para o desenvolvimento de diabetes mellitus. Os compostos decromo hexavalentes são cerca de 100 vezes mais tóxicos do que os trivalentes. O cromo VI é absorvido maisfacilmente e pode ser distribuído, através do circuito sangüíneo, no organismo inteiro. Compostos de cromo III,ingeridos oralmente, quase não são absorvidos por causa da sua baixa solubilidade e, portanto, são poucotóxicos. A ingestão oral de compostos de cromo VI, por outro lado, podem levar a vômitos com sangue,diarréias, lesões do fígado e dos rins, efeitos neurotóxicos ou, na pior hipótese, até à insuficiência cardíaca. Ainalação de poeiras contendo cromo pode causar câncer dos pulmões. Compostos de cromo hexavalentes têmefeito corrosivo na pele e nas mucosas e provocam abcessos.

Resultados de Testes para o Efeito sobre Organismos AquáticosPara um período de exposição de 96 horas, a CL 50 para Daphnia situa-se em 2 mg.L-1L (água mole) e em 58,7mg.L-1 (água dura). Para Lepomis gibbosus, os valores da CL 50 situam-se, nas mesmas condições, em 7,5mg.L-1 (água mole) e em 71,9 mg.L-1 (água dura). Concentrações de dicromato de sódio de 0,3 mg.L-1 provocamlesões em daphnias .

COBRECaracterização da Substancia, Ocorrência, AplicaçãoO cobre (Cu) existe na forma mono e bivalente. A camada terrestre superior contém cerca de 0,007 % de cobre.Na natureza, ele ocorre às vezes de forma pura, geralmente, porém, como mineral. Os solos contêm em média2 a 100 mg de cobre por kg de matéria seca. Em áreas agrícolas de cultivo de Iúpulo e uva, o teor de cobre nosolo é consideravelmente maior (até 580 mg/kg), por causa do uso, durante anos, de agentes de proteção deplantas contendo Cobre.50 % da produção de cobre são utilizadas na indústria eletrotécnica, e 40 % para a produção de ligas contendo

cobre. Óxido de cobre é adicionado a tintas de pintura para cascos de navios. Vários compostos de cobre são

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empregados como algicidas e fungicidas. O cobre chega às águas de superfície principalmente através deefluentes industriais.A hidrossolubilidade a 20 °C é indicada para o nitrato de cobre II com 1219 g L-1 e para o sulfato de cobre II com105 g L-1. Hidróxido de cobre, óxido de cobre I e de cobre II são praticamente insolúveis.Comportamento no Sistema Aquático: Na água do mar encontram-se, em média, concentrações de cobre

entre 1 e 5 µg L-1. O cobre, como todos os metais, acumula-se no sedimento e pode ser remobilizado atravésde formadores de complexos. É altamente tóxico para os peixes. A toxicidade ainda aumenta na presença decádmio, zinco ou mercúrio (efeito sinérgico). O sulfato de cobre têm efeito algicida a partir de 0,1 mg.L-1.Efeitos Nocivos: O cobre é um elemento-traço essencial para todos os seres vivos. No homem, ele participana formação de hemácias e de leucócitos e é componente de muitas enzimas. Em caso de deficiência de cobre,foram observados freqüentemente anemias e distúrbios de crescimento.Por outro lado, um excesso de cobre pode provocar reações tóxicas ao homem e ao animal. No homem,envenenamentos por cobre são raros já que a ingestão oral provoca vômitos. A inalação de vapores de cobrepode provocar a febre metálica.Resultados de Testes para o Efeito sobre Organismos AquáticosApós exposição de uma hora, 5 mg.L-1de nitrato de cobre têm efeito letal sobre trutas arco-íris. O sulfato decobre provoca efeitos nocivos em cianobactérias a partir de 1 µg L-1.

NÍQUEL

Caracterização da Substância, Ocorrência, AplicaçãoO níquel (Ni) é um metal de brilho prateado. Nas suas combinações, o Ni é principalmente bivalente. A crostaterrestre é composta em aproximadamente 0,015 % de níquel. Ele é presente quase sempre acompanhado deenxofre, ácido silícico, arsênio ou antimônio. Tecnicamente significativos são, sobretudo, os minerais garnieritae pentlandita. Traços de níquel também existem em muitas rochas de sedimentos e no carvão. De 60 - 70 %dos produtos à base de níquel são utilizados no enobrecimento de aços e na produção de ligas à base deníquel. Níquel metálico, em dispersão fina, é empregado pela indústria química como catalisador. Compostosde níquel são utilizados em grande parte na galvanoplastia.Solos na República Federal da Alemanha contêm, em média, 5 a 50 mg.kg -1 Ni. Solos compostos de rochas deserpentina podem conter mais de 8000 mg.kg-1 Ni. Grande parte do níquel chega às águas através de efluentesda indústria que emprega o níquel. A emissão anual de níquel das centrais elétricas de carvão da antigaAlemanha Ocidental alcança aproximadamente 84 toneladas.Através das chuvas, o níquel pode chegar em seguida aos solos e às águas de superfície. A produção global

implica atualmente em cerca de 800 000 toneladas.A hidrossolubilidade dos sais de níquel é geralmente boa. Até os hidróxidos, dificilmente solúveis em setratando de outros metais pesados, no caso do níquel alcançam a solubilidade mínima apenas no valor de pHde 9, sendo relativamente alto.Comportamento no Sistema Aquático: O níquel situa-se entre os metais pesados particularmente móveis.Existem indicações da presença de complexos orgânicos do níquel, que estariam possivelmente ligados aácidos húmicos ou queladores sintéticos. A concentração geogênica do níquel em águas superficiais é muitobaixa e implica em aproximadamente 0,3 µg.L-1. O níquel acumula-se no sedimento, em musgos e plantasaquáticas superiores. A toxicidade do níquel para peixes depende muito das características da água.Concentrações acima de 30 µg.L-1 Ni podem prejudicar organismos aquáticos inferiores.Efeitos Nocivos: O níquel é considerado como essencial para algumas espécies de animais, plantas emicrorganismos procarióticos (seres unicelulares sem núcleo, cianobactérias = algas azuis, bactérias). No casodo homem, este fato ainda não está totalmente esclarecido. O níquel desempenha um papel na ativação de

diversas enzimas. Envenenamentos por níquel pelos alimentos e pela água potável, através de ingestão oral exagerada, não sãoconhecidos até agora. Portanto, o níquel pode provocar dermatite alérgica ("sarna do níquel") no caso decontato prolongado com a pele, e ainda reações alérgicas (asma) em pessoas sensíveis. Níquel absorvido porinalação provoca fenômenos de envenenamento como, por exemplo, náusea, vertigem, dor de cabeça e, emseguida, lesões do pulmão, do sistema nervoso central, do fígado e dos rins. O níquel metálico e inorgânico emforma de poeira inalante leva a carcinomas no trato respiratório; o vapor de níquel pode prejudicar cronicamenteas vias respiratórias. A carbonila orgânica de níquel é um poderoso veneno de inalação e revelou-se, em testescom animais, como sendo carcinogênico.Resultados de Testes para o Efeito sobre Organismos AquáticosPara compostos de níquel, em função da dureza da água, é indicada uma concentração letal para Phoxinusphoxinus de 2,9 mg.L-1Ni (água mole) e 32 mg.L-1Ni (água dura) e para trutas arco-íris de 7 mg.L-1 Ni (águamole) e 45 mg.L-1Ni (água dura), respectivamente.

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MERCÚRIOCaracterização da Substância, Ocorrência, AplicaçãoO mercúrio (Hg) é o único metal ilíquido na temperatura ambiente. Chama atenção também a sua elevadapressão de vapor na temperatura ambiente.Com uma participação de apenas 5 x 10-5 %, o mercúrio existe em quantidade pequena na crosta superior daterra. Por causa de sua alta volatilidade, o mercúrio é distribuído de maneira ubiquitária.Os teores de Hg em solos não poluídos implicam em 0,02 - 0,5 mg.kg -1. Em solos ricos em minerais contendoHg, concentrações de até 40 mg.kg-1 podem ocorrer. O carvão contém entre 0,1 e 1 mg.kg-1 de mercúrio;quantidades pequenas encontram-se também em petróleo e gás natural.Cerca de um quarto da produção está sendo usado como material para cátodos. O mercúrio encontra outrasaplicações como líquido de barômetros e termômetros, como barreira líquida na captação de gases, emIâmpadas de vapor de mercúrio, baterias de células secas, além de aparelhos de análise de gases e aparelhosde medição da pressão arterial. A utilização antiga de combinações mercúrio-orgânicas como agente cáusticode sementes está proibida na República Federal da Alemanha desde 1980. É usado em consultóriosodontológicos em forma de amálgama de prata em obturações dentais. As obturações de amálgama, removidaspor brocagem estão sujeitas, segundo regulamentos recentes, à correta eliminação.A hidrossolubilidade dos compostos de mercúrio varia consideravelmente. O óxido de mercúrio I e o sulfeto demercúrio I são praticamente insolúveis em água, enquanto o cloreto de mercúrio II é bastante solúvel (66 g.L-1 a

20 °C). Por causa da elevada toxicidade, portanto, até baixas solubilidades têm importância.Comportamento no Sistema Aquático: Até em águas de superfície não poluídas, o mercúrio é detectável emconcentrações traço (até cerca de 5 ng.L-1). Em água subterrânea, a concentração de mercúrio situa-se entre10 e 50 ng.L-1. Rios e lagos contêm, em média, menos de 50 ng.L -1. Nas águas, o mercúrio existe em formaelementar ou como cátion bivalente. Em águas oxigenadas, ele é presente principalmente no nível de oxidaçãoHg2+, enquanto em condições de redução e em valores de pH acima de 5 encontra-se normalmente na formametálica.O mercúrio prejudica o poder de autodepuração das águas a partir de uma concentração de apenas 18 µg.L-1.O metabolismo microbiano é perturbado pelo mercúrio através de inibição enzimática. Alguns microrganismossão capazes de metilar compostos inorgânicos de mercúrio, aumentando assim a sua toxicidade. O plâncton eorganismos marinhos acumulam o mercúrio em até 500 vezes. Pode ser absorvido em sedimentos e em sólidosem suspensão. Peixes que se alimentam de lodo também acumulam o mercúrio em ate valores de 20 mgHg/kg.

Efeitos nocivos: A toxicidade do mercúrio depende da sua forma química. Via de regra, compostos de Hgbivalentes são mais tóxicos do que compostos monovalentes, e os orgânicos são mais tóxicos do que osinorgânicos. A toxicidade de cada composto depende sobretudo de sua solubilidade e conseqüentemente desua absorção e distribuição no organismo. A toxicidade de mercúrio baseia-se principalmente numa inibição de enzima, visto que liga-se nos grupos desulfidrila de proteínas. Além disso, provoca danos na membrana e uma redução do teor de ácidos ribonucléicosnas células. Particularmente prejudicados são os rins e o sistema nervoso. As lesões renais e as perturbaçõesdo sistema nervoso central ocorrentes podem levar à morte.Envenenamentos crônicos com mercúrio metálico mostram os seguintes sintomas: falta de concentração einstabilidade mental, sendo que os efeitos psíquicos aumentam no decorrer da doença.O metilmerciúrio orgânico, por causa da sua boa lipossolubilidade, pode passar a barreira sangue-cérebro e aplacenta. Este último fato leva a lesões do feto. O metilmercúrio, além disso, têm efeito mutagênico. Oenvenenamento crônico com compostos orgânicos de mercúrio manifesta-se por diminuição do campo de visão,

limitação da audição, ataxia, amnésia, apatia, nervosismo e psicoses.Resultados de Testes para o Efeito sobre Organismos AquáticosConcentrações de mercúrio de 0,002 mg.L-1e de 0,02 mg.L-1prejudicam trutas arco-íris e enguias,respectivamente. Com um tempo de exposição de 24 horas, 0.05 mg.L-1e 0,03 mg.L-1têm efeito letal paraPhoxinus phoxinus e daphnias, respectivamente.

ZINCOCaracterização da Substancia, Ocorrência, AplicaçãoO zinco (Zn) faz parte dos metais pesados e existe em forma bivalente nas suas combinações. O zinco formacomplexos com amoníaco, aminas, cianetos e halogênios.A crosta terrestre superior contém cerca de 0,012 % de zinco. Blenda e espato de zinco são os minérios maisfreqüentes deste elemento. O zinco existe na natureza apenas em forma de compostos conjuntamente com ochumbo e o cádmio. A concentração de zinco no solo varia entre 10 e 300mg.kg  -1. A concentração média naágua do mar é de 1 - 10 µg.L-1 

O zinco é usado principalmente como protetor de corrosão para produtos de ferro e aço, e em ligas. Outras

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aplicações do zinco são a produção de elementos galvânicos, chapas de impressão, como agente cáustico naestampa de têxteis e como agente de redução, na indústria metalúrgica, para a obtenção de prata e ouro.Alguns compostos orgânicos de zinco são aplicados como pesticidas. O zinco chega às águas de superfícieatravés dos efluentes da indústria de zinco: efluentes residenciais apresentam um teor médio de zinco de 0.1 - 1mg.L-1 

O óxido de zinco e o carbonato de zinco são praticamente insolúveis em água, no entanto, o cloreto de zinco ébastante hidrossolúvel (3,67 kg.L-1 a 20 °C).Comportamento no Sistema Aquático: O zinco acumula-se no sedimento. 45 - 60 % do zinco está nosedimento de forma residual e, portanto, não é acessível para organismos aquáticos. Porém, o zinco pode serremobilizado do sedimento através de formadores de complexos. Plantas aquáticas e musgos acumulam ozinco. Uma concentração de zinco de 0,1 mg.L-1 têm efeito tóxico para algas. Efeitos tóxicos para algas já foramobservados com 1 - 4 µg.L-1 Zn.Efeitos Nocivos: O zinco é um elemento-traço essencial e componente de mais de 70 enzimas no organismohumano. Ele tem grande importância na síntese de proteínas, na formação e função de membranas biológicasbem como para o funcionamento dos órgãos de percepção. O zinco tem efeito positivo na cura de ferimentos. Adeficiência de zinco provoca, entre outras coisas, atrasos de desenvolvimento e de crescimento, hipogonadismoe anemia. Uma toxicidade crônica por zinco, através de uma alta ingestão pela alimentação, não é conhecida. Ainalação de vapores de zinco, por exemplo na soldagem, leva à febre de vapores metálicos (febre de fundição),

que é caracterizada por náusea, tosse e depressões. Envenenamentos crômicos após inalação foram descritosapenas em casos isolados (fibrose pulmonar). Doses altas de sais de zinco, ingeridas oralmente, levam aperturbações do trato gastro-intesti-nal. A toxicidade do zinco no ecossistema aquático é muito maior do quepara os seres vivos de sangue quente. A medicina se aproveita do efeito bacteriostático.Resultados de Testes para o Efeito sobre Organismos Aquáticos0s sais de zinco são relativamente tóxicos para os peixes. Eles têm efeito letal para trutas numa concentraçãode 0.15 mg.L-1. Para gastrósteos, eles têm efeito letal após exposição de 11 horas em concentrações acima de5 mg.L-1Zn.

CIANETOCaracterização da Substância, Ocorrência, AplicaçãoCianetos (CN-) são os sais do hidrácido cianídrico (ácido prússico, HCN). O gás do ácido prússico têm umcheiro característico de amêndoa. Com um grande número de cátions, o íon do cianeto forma complexos,muitos deles bastante estáveis. Os mais conhecidos são os hexacianoferratos do ferro bi e trivalente.

Cianetos em ligação glicosídica (isto é: com açucares) ocorrem na natureza  em sementes de maçã, cereja,Abricó, pêssego e em amêndoas.Os cianetos são utilizados na indústria galvânica, no processamento de minérios (lixiviação de cianeto) e naindústria química. Também são aplicados em pigmentos e praguicidas. Chegam às águas de superfície atravésdos efluentes das indústrias galvânicas, de  têmpera, de coque, de gás e de fundições. O processamento demandioca também gera cianeto (decomposição das casca e fibras da mandioca). A incineração de plásticoscontendo cianetos,também libera os cianetos. As exigências mínimas para efluentes de diferentes ramosindustriais limitam o cianeto facilmente liberado a um valor de 0,1 a 0,2 mg.L-1.Compostos de cianetos, com a exceção de Zn(CN)2 e AgCN, são geralmente bastante solvíveis .A hidrossolubilidade a 20 °C é indicada com 367 g.L -1 para o cianeto de sódio, 400 g.L-1 para o cianeto depotássio e 220 g.L-1 para o hexacianoferrato de potássio II.Comportamento no Sistema Aquático: Os cianetos ocorrem na água em forma de ânion (CN -) ou de cianeto dehidrogênio (HCN). No âmbito de valores neutros de pH, prevalece o cianeto de hidrogênio. A concentração de

cianeto na água implica em menos de 10 µg.L-1

, na maioria dos casos até em menos de 5 µg.L-1

. Cianetos têmum efeito muito tóxico sobre microorganismos. Já acima de uma concentração de 10 µg.L-1, ocorre um efeitonocivo. Uma diferenciação analítica entre cianetos livres e complexos é imprescindível, visto que a toxicidadedo cianeto livre é muito maior.Efeitos nocivos: A alta toxicidade dos cianetos é causada, principalmente, pela formação de quelatos muitoestáveis com enzimas contendo ferro. Através da dissolução de pontes de disulfetos em proteínas, eles aindapodem interferir nos processos metabólicos (ativação e inativação de enzimas)  A respiração celular é abortadaatravés do bloqueamento da enzima  férrica citocromo-oxidase. Quantidades não letais de cianeto absorvidaspelo homem são transformadas para a tiocianeto, por uma enzima no fígado, consideravelmente menos tóxico.Resultados de Testes para o Efeito sobre Organismos AquáticosO cianeto de potássio têm efeito letal para trutas arco-íris após exposição de uma hora numa concentração de 5mg.L-1.  O cianeto de sódio, na concentração de 5 mg.L -1 também têm efeito letal para trutas arco-íris apósexposição de duas horas. Numa concentração de 3,4 mg.L-1, o cianeto de sódio tem efeito nocivo para

daphnias.

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ACIDO SULFÍDRICO E SULFETOCaracterização da Substancia, Ocorrência, AplicaçãoO ácido sulfídrico (H2S) em condições normais é um gás incolor muito tóxico que ainda em concentrações-traçotem cheiro forte de ovos podres. O H2S é pouco solúvel em água e comporta-se em solução aquosa como umácido muito fraco. Por dissociação de um próton é formado o íon do sulfeto de hidrogênio (SH -); em soluçãoalcalina dissocia um segundo próton, resultando o sulfeto (S2-). Os sulfetos ácidos e os alcali-sulfetos neutros(sulfeto de sódio e de potássio) dissolvem-se facilmente na água. Os sulfetos dos metais pesados (em funçãodo pH) são de difícil dissolução. Os sulfetos dos metais alcalinos e alcalino-terrosos são incolores, os sulfetosrestantes geralmente são pretos (sulfeto de chumbo, de cobre, de ferro), amarelos (sulfeto de cádmio, dearsênio), cor de carne (sulfeto de manganês) ou vermelho (sulfeto de mercúrio).Com bastante freqüência o ácido sulfídrico ocorre na natureza em quantidades pequenas. O H 2S é formado emcondições anaeróbicas através da redução de sulfato e através da decomposição de aminoácidos, p.ex. empântanos, águas em estagnação e estações de tratamento de efluentes Em petróleo, gás de petróleo e gasesnaturais, o H2S ocorre em quantidades maiores. Na química analítica, o H2S é utilizado como agente deprecipitação.Os sulfetos são combinações de enxofre com metais, não metais, complexos e radicais orgânicos ou eles sãoos sais e ésteres do ácido sulfidrico (H2S), respectivamente. Diferenciam-se os sulfetos de hidrogênio ousulfetos "ácidos" primários (MHS; M = metal) dos sulfetos neutros secundários (M2S). Muitos metais existem na

forma de minérios sulfetados (apirita é um exemplo – FeS2). A maioria dos sulfetos metálicos de uso comercialsão de origem vulcânica. Sulfetos metálicos têm um papel importante na química analítica para a comprovaçãode metais. Sulfetos inorgânicos encontram aplicações como pigmentos e substâncias luminescentes. Sulfetosorgânicos e disulfetos são amplamente distribuídos no reino animal e vegetal. Sulfetos orgânicos são aplicadosindustrialmente como protetores de radiação e queratolítica.Comportamento no Sistema Aquático: O ácido sulfidrico é formado principalmente no ambiente anaeróbico.Mas, em águas correntes H2S pode também ser formado aerobicamente. Porém, a formação só é detectável nazona de transição para o ambiente anaeróbico. Em água saturada com oxigênio, é liberado apenas através damineralização de compostos orgânicos de enxofre, como p.ex. a cisteína, e em seguida é imediatamenteoxidado pelo oxigênio livre até, no mínimo, o nível de enxofre elementar. Portanto, em condições anaeróbicas, oácido sulfidrico pode acumular-se. É formado, em primeiro lugar, através da redução bacteriana de sulfato,principalmente no lodo do corpo d'água e, em reservatórios ricos em nutrientes durante a estagnação de verão,também na água acima do lodo. Em caso de contato com o ar, o ácido sulfidrico escapa da água para a

atmosfera.Em condições anaeróbicas e na presença de determinados íons metálicos, os íons de sulfeto, presentes naágua, podem precipitar em forma de sulfetos metálicos. Cerca de 10 % do sulfeto formado é precipitado napresença de ferro em forma de pirita (FeS2). Cerca de 90 % do enxofre total existe no sedimento em forma deenxofre pirítico. Na água subterrânea, a oxidação de sulfetos férricos na presença de nitrato têm um papelimportante. Esta oxidação microbiana de FeS e de enxofre elementar é acompanhada de uma redução de NO3

para N2. Assim, através de transformações microbianas, podem ocorrer também dissoluções de pirita (FeS 2) ede outros sulfetos de metais pesados (p.ex. esfalerita ZnS). Uma diminuição do valor de pH favorece adissolução de sulfetos de metais pesados. Os processos de oxidação, que fornecem íons H*, levam àmobilização de metais pesados de compostos praticamente insolúveis e ao seu enriquecimento na água. Nooceano, o dimetilsulfeto orgânico é o mais freqüente gás contendo enxofre. O dimetilsulfeto é formado atravésde algas planctônicas e bentônicas e de bactérias. Também em águas continentais, o dimetilsulfeto representa,segundo resultados recentes, um composto de enxofre biogênico importante.

Efeitos Nocivos: O ácido sulfidrico é extremamente tóxico para os organismos. Ar, contendo apenas 0.035 %de H2S, pode levar à morte após inalação prolongada e pode provocar edemas pulmonares. Ar, contendo umpercentual maior de H2S, têm efeito letal dentro de segundos.Com uma exposição de uma hora ao ar contendo 0,001 a 0,005 % de H2S, podem ocorrer envenenamentos sub-agudos juntamente com irritação dos olhos, leves dificuldades respiratórias, vertigem e estados deexcitação nervosa. Mesmo em concentrações muito pequenas de H2S o cheiro é percebido (o limite olfativositua-se em cerca de 0,15 mg/m3), embora ocorra uma adaptação. O H2S inalado bloqueia enzimas contendometais pesados e, através da transformação do pigmento sanguíneo, hemoglobina, em sulfo-hemoglobina,paralisa a respiração celular.Valores de Medição e Comparação: Em águas permanentemente anaeróbicas (p.ex.: no hipolímnio de lagoseutróficos e mesotróficos) teores de sulfeto no âmbito de vários mg.L-1 podem ocorrer. 

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PARÂMETROS BIOLÓGICOS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS 

Bactérias do grupo Coliforme ou termotolerantesConceito: organismos indicadores de contaminação fecal. Também chamadas de bactérias termotolerantes.(fermentam a lactose com produção de gás em 24 horas à temperatura de 44 – 45ºC em meio contendo saisbiliares).Coliformes termotolerantes: bactérias gram-negativas, em forma de bacilos, oxidasenegativas, caracterizadas pela atividade da enzima - galactosidase. Podem crescer em meios contendo agentes tenso-ativos e fermentar a lactose nas temperaturas de 44 – 45 ºC, com produção de ácido, gás e aldeído. Além de estarem presentes em fezes humanas e de animais homeotérmicos, ocorrem em solos, plantas ou outras matrizes ambientais que não tenham sido contaminados por material fecal (resolução 357/05); Escherichia coli  ( E.Coli  ): bactéria pertencente à família Enterobacteriaceae caracterizada pela atividade da enzima-glicuronidase. Produz indol a partir do aminoácido triptofano. É a única espécie do grupo dos coliformes termotolerantes cujo habitat exclusivo é o intestino humano e de animais homeotérmicos, onde ocorre em densidades elevadas (resolução 357/05); Forma do constituinte responsável: bactériasOrigem natural: provenientes das fezes de animais de sangue quente

Origem antropogênica: tem origem nos esgotos domésticos.Importância: As principais razões para uso destes microorganismos como indicadores da contaminação fecal,são:• Os coliformes apresentam-se em grande quantidade nas fezes humanas (cada indivíduo elimina em média

1010 a 1011 bactérias por dia). De 1/3 a 1/5 das fezes humanas é constituído por bactérias do grupocoliformes. Com isso, a probabilidade de que sejam detectados após o lançamento é incomparavelmentesuperior à dos organismos patogênicos.

• O habitat natural das bactérias do tipo coliformes fecais e os intestinos dos animais de sangue quente, entreesses o homem. Ali se apresentam em grande número e de onde são eliminadas com as fezes.

• Os coliformes apresentam resistência aproximadamente similar à maioria das bactérias patogênicasintestinais. Tal característica é importante pois não seriam bons indicadores se morressem mais rapidamenteque o agente patogênico. Exceção deve ser feita aos vírus, que apresentam uma resistência superior aosdos coliformes.

• As técnicas bacteriológicas para detecção de coliformes são rápidas e econômicas.Obs.: o fato da água não apresentar risco de transmissão de patogênicos se nela não existir matéria fecal,simplifica muito o processo de exame microbiológico nos laboratórios. As espécies de patogênicos sãoinúmeras e cada uma necessita de uma técnica específica o que tornaria inviável este tipo de exame.Os coliformes fecais são bactérias que vivem nos intestinos, portanto, eles não causam doenças, pelo contrário,auxiliam a digestão e se alimentam de alguns subprodutos desta. Mas eles existem em tão grande número que,apesar de microscópicos, chegam a formar a maior parte do volume fecal. Cada adulto expele normalmente

 junto com as fezes, um número situado entre 50 e 400 bilhões de bactérias coliformes. Desta forma percebe-seque a proporção entre coliformes e patogênicos, nos esgotos é incrivelmente grande, tendo em vista queapenas uma pequena parcela da população é portadora de organismos patogênicos. Esse tipo de bactérias nãose reproduz nas águas, só no intestino. Dessa forma, a sua presença indica obrigatoriamente a presença dematéria intestinal. E, dado o elevado número em que se encontram é impossível que a presença de materialfecal, ainda que extremamente diluída, não seja revelada pela presença dos coliformes.

Resumindo: A presença de coliformes fecais ou E. coli na água indica sempre a contaminação poresgotos, e essa por sua vez, indica a possibilidade da presença de patogênicos, dada a probabilidadede existência de pessoas doentes ou portadoras em meio à população.

Utilização mais freqüente do parâmetro:− Indicação de potabilidade de águas de abastecimento− Caracterização de corpos d'água− Caracterização da condição de balneabilidade das águas.Unidade: NMP.100 mL-1 (Número Mais Provável de bactérias em 100 mL de amostra)Interpretação dos resultados:− Em termos de tratamento e abastecimento público de água•  Padrão de PotabilidadeDe acordo com Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde

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para fins de potabilidade as águas deverão ser isentas de coliformes fecais em quaisquer amostra realizada.− Em termos dos corpos d’Água•  Padrão de Corpos d’ÁguaDe acordo com Resolução 357/05 do CONAMA:

Classes das Águas Doces  Coliformes termotolerantes NMP/100 mL

Classe 1 200 NMP.100mL-1 em 80% de um total de 6 amostras coletadas em 1 anoClasse 2 1000 NMP.100mL-1 em 80% de um total de 6 amostras coletadas em 1 anoClasse 3 2500 NMP.100mL-1 em 80% de um total de 6 amostras coletadas em 1 ano

Classes das Águas Salinas  Coliformes termotolerantes NMP/100 mL

Classe 1 1000 NMP.100mL-1 em 80% de um total de 6 amostras coletadas em 1 anoClasse 2 2500 NMP.100mL-1 em 80% de um total de 6 amostras coletadas em 1 anoClasse 3 4000 NMP.100mL-1 em 80% de um total de 6 amostras coletadas em 1 ano

Classes das Águas salobras  Coliformes termotolerantes NMP/100 mL

Classe 1 1000 NMP.100mL-1 em 80% de um total de 6 amostras coletadas em 1 anoClasse 2 2500 NMP.100mL-1 em 80% de um total de 6 amostras coletadas em 1 anoClasse 3 4000 NMP.100mL-1 em 80% de um total de 6 amostras coletadas em 1 ano

Águas destinadas ao cultivo de moluscos para alimentação humana: ver detalhamento na resolução357/86 do CONAMA.

• Padrão para as condições de balneabilidadeDe acordo Resolução 274/2000 do CONAMA (essa resolução também leva em conta a presença deEscherichia coli nas águas balneáveis).http://mma.gov.br/port/conama.

* As águas consideradas próprias poderão ser subdivididas nas seguintes categorias:

a) Excelente: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanasanteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, 250 coliformes fecais (termotolerantes) ou 200Escherichia coli ou 25 enterococos por l00 mililitros;

b) Muito Boa: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanasanteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, 500 coliformes fecais (termotolerantes) ou 400Escherichia coli ou 50 enterococos por 100 mililitros;

c) Satisfatória: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cincosemanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo 1.000 coliformes fecais (termotolerantes)ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por 100 mili litros.

* Quando for utilizado mais de um indicador microbiológico, as águas terão as suas condições avaliadas, deacordo com o critério mais restritivo.* Os padrões referentes aos enterococos aplicam-se, somente, às águas marinhas.* As águas serão consideradas impróprias quando no trecho avaliado, for verificada uma das seguintesocorrências:

a) não atendimento aos critérios estabelecidos para as águas próprias;b) valor obtido na última amostragem for superior a 2500 coliformes fecais (termotolerantes) ou 2000

Escherichia coli ou 400 enterococos por 100 mililitros;c) incidência elevada ou anormal, na Região, de enfermidades transmissíveis por via hídrica, indicada

pelas autoridades sanitárias ;d) presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários, óleos, graxas e

outras substâncias, capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação;e) pH < 6,0 ou pH > 9,0 (águas doces), à exceção das condições naturais;f) floração de algas ou outros organismos, até que se comprove que não oferecem riscos à saúde

humana;g) outros fatores que contra indiquem, temporária ou permanentemente, o exercício da recreação de

contato primário.

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Cianobactérias

Cianobactérias: microorganismos procarióticos autotróficos, também denominados como cianofíceas(algas azuis) capazes de ocorrer em qualquer manancial superficial especialmente naqueles com elevadosníveis de nutrientes (nitrogênio e fósforo), podendo produzir toxinas com efeitos adversos a saúde;

O que são e como são as cianobactérias? As algas azuis, algas cianofíceas ou cianobactérias, não podem serconsideradas nem como algas e nem como bactérias comuns. São microorganismos com característicascelulares procariontes (bactérias sem membrana nuclear), porém com um sistema fotossintetizante semelhanteao das algas (vegetais eucariontes), ou seja, são bactérias fotossintetizantes . Existe uma confusão nanomenclatura destes seres, pois a princípio pensou tratar-se de algas unicelulares, posteriormente os estudosdemonstraram que elas possuem características de bactérias. Para simplificação, neste texto, serãodenominadas simplesmente cianobactérias. As cianobactérias são representantes de um grupo de seres vivosmuito antigos, provavelmente, são os primeiros organismos fotossintetizantes com clorofila-A. De acordo comregistros fósseis, surgiram na Terra há mais de 3,5 bilhões de anos, sendo que sua grande proliferação ocorreuà cerca de dois bilhões de anos. Possivelmente, foram as responsáveis pelo acúmulo de O2 na atmosferaprimitiva, o que possibilitou o aparecimento da camada de Ozônio (O3), que retém parte da radiação ultravioleta,permitindo a evolução de organismos mais sensíveis à radiação UV.http://www.aquahobby.com/articles/b_ciano.php