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PARLAMENTO JUVENIL MERCOSUL -PJM
JOANDERSON DE SOUSA VIEIRA
INCLUSÃO EDUCATIVA: PROJETO IDENTIDADE
SÃO LUÍS -MA
15 DE AGOSTO DE 2016
JOANDERSON DE SOUSA VIEIRA
INCLUSÃO EDUCATIVA: PROJETO IDENTIDADE
Projeto idealizado para a participação no Programa Parlamento Juvenil Mercosul com o tema de inclusão educativa e com o título “Identidade”.
SÃO LUÍS -MA
15 DE AGOSTO DE 2016
RESUMO
O processo de inclusão educativa está relacionado com a necessidade de
compreender as diferenças do outro e, assim, obter êxito no desenvolvimento das
relações sociais. Um dos grandes desafios da educação atualmente é acabar com a
desigualdade em todos os aspectos. Inserir todas as pessoas do ambiente escolar
nas mesmas condições educacionais é um dos objetivos do projeto Identidade, além
de proporcionar o fim da discriminação de todos os gêneros e a integração entre os
mesmos.
A partir de uma análise mais criteriosa de dados divulgados pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) no último censo, é possível constatar sem
equívocos a afirmação da diversidade cultural brasileira, que carrega traços étnicos,
religiosos e sociais de outras regiões do planeta, mas que ainda possui conflitos entre
seus habitantes motivados por suas diferenças. A intolerância e o preconceito são
desafios ainda maiores que a nação enfrenta e que está refletida de forma nítida
dentro das escolas no país.
Possuir o desejo de obter uma sociedade mais justa e integrada são
características essenciais para formulação e execução desse projeto. Levar a
comunidade escolar a entender os seus papéis enquanto cidadãos, comprometendo-
se a respeitar a diversidade e colaborar para a boa execução da democracia também
fazem parte do planejamento.
A proposta engloba ações que estimularão a participação de estudantes,
priorizando a relação social por meio da coletividade, colaborando para tornar o
ambiente escolar em um espaço democrático onde possa ser construído o
pensamento crítico de cada jovem. No plano constam medidas de ampliação para
diálogos e debates cooperando para o desenvolvimento no campo da inclusão e
identidade cultural.
O planejamento do projeto Identidade busca unir histórias, pensamentos e
opiniões por meio das diversas áreas do conhecimento, além de estimular o convívio
entre estudantes de diferentes concepções, classes sociais, raças e ainda os alunos
que possuem alguma espécie de deficiência.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 5
2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................... 6
3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 8
4 OBJETIVOS ...........................................................................................................11
5 ATIVIDADES PREVISTAS ................................................................................... 12
6 RECURSOS .......................................................................................................... 13
7 CRONOGRAMA ....................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
Historicamente a sociedade esteve em busca de erradicar a desigualdade, seja
ela racial, de gênero, social e em todos os aspectos que abrangem esse problema
que afeta as relações coletivas da humanidade. Em busca de uma solução para
satisfazer as necessidades de igualdade da população, especialistas apontam a
educação como o principal meio para solucionar essa adversidade incômoda à todas
as esferas da sociedade.
No final do século XVIII ocorreu na França um dos principais movimentos
sociais do mundo, a Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são
os direitos exigidos pela população da França naquele período. Esta frase veio
sintetizar toda a natureza da revolução e do novo pensamento mundial. No meio
escolar é notório a necessidade da criação de um novo modelo educacional. Os
estudantes precisam estar atentos à opiniões longe do preconceito e da intolerância,
e isso somente será possível diante de uma mudança generalizada da comunidade
escolar.
Quando se fala em igualdade é preciso ter uma visão ampla do que isso significa
no plano do ensino e aprendizado. O projeto Identidade tem por finalidade combater
a desigualdade por meio da educação inclusiva, onde esta visa tão somente criar um
espaço para a democracia ser aplicada com êxito e principalmente proporcionar a
todos os estudantes as mesmas condições de ensino.
No Brasil, somente a Constituição de 1988 trouxe como tarefa obrigatória ao
Estado a promoção de uma educação de qualidade:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Constituição Federal de 1988, artigo 205.)
Além da Constituição Federal, de 1988, existem ainda duas leis que
regulamentam e complementam a do direito à educação: o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA); e a Lei de Diretrizes Bases da Educação (LBD), de 1996. A partir
de uma análise dessas leis é possível concluir que a igualdade de condições de
acesso e permanência na escola e ainda atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência é de extrema importância para a educação atual.
2. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
A igualdade educacional traz uma perspectiva diferente aos estudantes
discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor, que tenham a
possibilidade de estarem inseridos na sociedade e possam exercer cidadania. A
temática inclusão educativa foi analisada de forma crítica através de conversas
informais com docentes da Rede Federal de Ensino e Rede Estadual de Ensino, onde
descreveram os problemas diários enfrentados por eles e apresentaram as causas e
consequências, além de possíveis soluções.
Segundo os alunos são as mais diversas dificuldades encontradas no ambiente
escolar, problemas que vão desde estrutura adequada a pessoas portadoras de
deficiência a situações como falta de planejamento pedagógico de combate as
indiferenças e intolerâncias.
A necessidade de um plano que promova a reflexão é visível, mas pouco
aplicado. Segundo alguns gestores entrevistados dificuldades financeiras são os
principais problemas que inviabilizam a realização de projetos que obtenham
resultados concretos nessa área. Um planejamento que envolva a conscientização e
o conhecimento sobre cidadania, direitos humanos e democracia é a recomendação
mais reivindicada pelos estudantes.
Nesta situação, as preocupações com a educação, em geral, devem ser
analisada de forma concreta e contínua, pois “os alunos precisam de liberdade para
aprender de acordo com suas condições, incluindo quem possui deficiência ou não”.
Maria Teresa Mantoan (2003- p. 23).
Conforme o diálogo foi se estabelecendo naquele ambiente, percebeu-se uma
discussão homogênea em torno de situações vivenciadas todos os dias. Um dos
estudantes portadores de deficiência enfatizou: “diferente do que a maioria pensa,
inclusão é mais do que ter rampas e banheiros adaptados”.
Ao longo do diálogo foi possível perceber também a preocupação dos alunos
com a discriminação racial. Não são muito raros a percepção de situações de
intolerância deste tipo dentro do ambiente escolar. A ideologia de democracia racial é
bem presente no vocabulário dos estudantes. Segundo eles, a comparação de raça e
capacidade intelectual é bem nítido nos corredores da escola. Os docentes cobram a
ética da diversidade, ou seja, mais oportunidades para a expressão e disseminação
das diversas identidades culturais.
Também foram feitos comentários a respeito da discriminação sofrida por
estudantes de classes sociais mais pobres. Os estudantes relataram que quase todos
os dias presenciam casos de intolerância na escola. O próprio convívio entre os
estudantes é afetado por esse modelo de preconceito.
A escola sempre foi considerada uma instituição de seleção e diferenciação
social e nos comportamos como se isso não existisse. A vivência da intolerância pode
ser notada pela prática da diferença, que é muito presente no cotidiano escolar
brasileiro. A experiência do preconceito nesse contexto está em outras formas de
expressão, tal como gestos, no olhar, no comentário e outras práticas observadas
nesse cenário.
O pedido de socorro é notório dentro da comunidade escolar. É nítida a
esperança no olhar de cada jovem para o fim desse problema que afeta milhões de
estudantes no Brasil.
Intervir nessa situação é mais que obrigação, criar possibilidades e meios que
integrem os marginalizados pela desigualdade. O projeto Identidade traz a
oportunidade de reflexão, diálogo e conversa, visa integrar a todos, conscientizar
sobre a importância da diversidade e estimular um convívio diferente.
3. JUSTIFICATIVA
Para a idealização do projeto Identidade foi necessário a realização de alguns
métodos como observação, conversa informal e a aplicação de um questionário
composto por questões fechadas e abertas a ser aplicado aos estudantes para
conhecer suas opiniões a respeito do assunto.
O questionário foi aplicado a 60 alunos, sendo 40 do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Rede Federal de Ensino) e 20 do
Centro de Ensino Paulo VI (Rede Estadual de Ensino). Entre as questões
perguntadas, destacam-se os seguintes pontos relacionados a escola onde estudam:
condições do ambiente, violência, intolerância, gestão, projetos pedagógicos,
problemas enfrentados e outros assuntos que interferem diretamente na qualidade da
educação dos estudantes.
Os resultados apontaram que 99%dos entrevistados estão insatisfeitos com o
modelo de gestão educacional da sua escola. Essa repercussão está ligada a
questões estruturais do ambiente escolar como também a fatores pedagógicos como
relatou a pesquisa (gráfico I).
Gráfico I
Problemas encontrados no ambiente escolar
Ao serem questionados sobre violência, os resultados são ainda mais
devastadores, onde pelo menos 97% já sofreram alguma espécie de violência, a
maioria afirmou que a psicológica é a mais presente (gráfico II) e já levou a vários
jovens a desistir de frequentar a escola.
Gráfico II
Violência sofrida pelos estudantes
Conforme respostas através do questionário foi possível perceber que os mais
exclusos das atividades pedagógicas são os portadores de alguma espécie de
deficiência e logo em seguida os das classes sociais mais pobres (gráfico III) como
afirmou um dos estudantes: “geralmente quando é feito algum projeto é preciso
contribuir com algum valor e em muitas vezes eu e meus colegas não temos esse
valor e acabamos ficando de fora”.
Gráfico III
Exclusos das atividades pedagógicas
O gráfico IV apresenta o percentual das respostas quanto ao tipo de
preconceito que os alunos já sofreram, onde 69% dos entrevistados responderam que
a racial é a mais comum, mas outros 23%afirmaram que a religiosa também é bastante
frequente.
Gráfico IV
Tipos de preconceito mais comum
Quando perguntados sobre quais temas achavam mais relevantes para a
solução de problemas para obter um ensino médio melhor, 76% optaram por
educação inclusiva, pois acreditam ser um tema que engloba todos os outros (gráfico
V).
Gráfico V
Temas relevantes
4. OBJETIVOS
Todo processo de organização em comunidade necessita de planejamento
estratégico para se obter os resultados esperados. O projeto Identidade tem por
objetivo geral:
integrar os estudantes, inserindo-os na mesma qualidade e condições
de ensino desenvolvendo e ampliando os espaços de atuação da
democracia.
Como objetivos específicos, o projeto visa, ainda, estabelecer as relações
interpessoais supondo a integração dos estudantes, o que significa dizer que integrar-
se representa fazer parte de um todo, estimulando a comunicação com clareza,
objetividade e sinceridade, além de proporcionar uma discussão saudável cedendo
em prol do coletivo e fazendo de sua ação um instrumento de busca de transformação.
No planejamento estão etapas onde os alunos terão a oportunidade de
expressar seus desejos, sonhos, opiniões e experiências para que os outros
estudantes possam entender e compreender os seus limites, história e valores.
O plano busca o desenvolvimento pleno nas atividades realizadas dentro do
espaço escolar, desse modo, trabalhar as relações interpessoais como:
autoconhecimento, consciência com o outro, respeito as diferenças, capacidade de
percepção e compreensão, ser empático, estar livre do preconceito, saber comunicar-
se sem agressão, ser criativo, cooperativo e ético.
Promover a inserção das realidades múltiplas, heterogêneas, com significados
em nível individual e coletivo também faz parte do quadro de objetivos do projeto
Identidade. Respeitar uns aos outros, oportunidade de conhecer realidades distintas,
experiência diversa, aprender a cultura do outro são características dos estudantes
participantes.
Quando se fala em educação inclusiva logo a maioria das pessoas se limitam
a olhar apenas para o processo de integração dos portadores de deficiência, mas o
planejamento do projeto visa inserir a todos, dando a oportunidade de expressão a
cada um dos estudantes tornando-lhes mais atentos as questões culturais, sociais,
políticas, econômicas e principalmente pedagógicas, sentindo-se apto a participar da
democracia.
5. ATIVIDADES PREVISTAS
O projeto Identidade será dividido em ações:
A primeira ação do projeto chama-se The Talk of freedom (A conversa da
liberdade) onde um professor (a) fará uma palestra sobre um tema pré-determinado
podendo utilizar de textos, vídeos, fotos ou quaisquer materiais que julgar necessário
para a boa condução e entendimento do seu discurso.
A segunda ação do projeto chama-se The Talk of equality (A conversa da
igualdade) onde os alunos terão a oportunidade de contar suas experiências, histórias,
sonhos, limites, valores e expor sua opinião e pensamento sobre um assunto já
predefinido, podendo utilizar de cartas, fotos, textos, vídeos, música ou qualquer outra
fonte desde que represente o seu discurso e seja de posse do estudante.
A terceira ação do projeto chama-se The Fraternity conversation (A conversa
da fraternidade) onde os alunos terão a oportunidade de conhecer a realidade do
outro. Por meio de um sorteio os estudantes serão separados em duplas para se
conhecerem melhor, durante um determinado tempo eles terão a oportunidade de
conversar sobre temas diversos como família, vida, sonhos, dificuldades e outros
assuntos livres.
Sugestões de temas a serem abordados:
- Preconceito racial - Preconceito social - Intolerância religiosa
- Gênero - Deficiência -Violência
- Democracia - Direitos Humanos -Educação
Organização:
- Diretor geral do projeto na escola: um professor (a), servidor (a) ou aluno (a) que
coordenará todas as etapas do projeto a serem desenvolvidas.
- Secretário geral do projeto na escola: um professor (a), servidor (a) ou aluno (a)
responsável por fazer as anotações necessárias tais como: inscrições, relatórios ou
documentos afins.
- Apoio: todos os professores, servidores e alunos que se dispuserem a auxiliar de
alguma forma as ações desenvolvidas no projeto.
6. RECURSOS
De acordo com o item ATIVIDADES PREVISTAS temos:
A conversa da liberdade:
Local: deve ser escolhido pelo professor (a) palestrante podendo ser: sala de aula,
auditório, teatro, área de vivência ou dependências da escola.
Material: não há especificação necessária quanto a esse ponto pois ficará a critério
do palestrante utilizar dos recursos que a escola dispõe.
A conversa da igualdade:
Local: deve ser escolhido democraticamente pela coordenação do projeto na escola
podendo ser: sala de aula, auditório, teatro, área de vivência ou dependências da
escola.
Material: não há especificação necessária quanto a esse ponto pois ficará a critério
dos alunos de utilizarem os recursos que a escola dispõe.
A conversa da fraternidade:
Local: deve ser escolhido democraticamente pela coordenação do projeto na escola
podendo ser: sala de aula, auditório, teatro, área de vivência ou dependências da
escola.
Material: não há especificação.
Observação: os espaços onde ocorrerão as ações do projeto poderão ser
caracterizados de acordo com a organização e vinculada a temática.
7. CRONOGRAMA
ETAPA I. Apresentação e divulgação do projeto: os organizadores utilizarão dos meios
disponíveis que julgarem necessário para a realização desta etapa possuindo tempo
mínimo de uma semana e tempo máximo de um mês.
ETAPA II. As ações:
- A conversa da liberdade: tempo mínimo de uma hora e máximo de 3 horas de
duração.
- A conversa da igualdade: tempo mínimo de uma hora e máximo de 3 horas de
duração.
- A conversa da fraternidade: tempo mínimo de uma hora e máximo de 3 horas de
duração.
ETAPA II. O relatório final: deverá ser feito pela comissão diretora do projeto na escola
contendo as avaliações e objetivos alcançados além de propostas de melhoria. Deve
ser encaminhado a direção da escola para que o mesmo seja analisado com vista
pedagógica.
Observação: as ações poderão acontecer em dias alternados, porém na ordem
determinada e com diferença máxima de 7 dias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MIRANDA, T. G.; GALVÃO FILHI, T. A. (Org.). O professor e a educação inclusiva.
Campinas: FTD, 2004.
GIROTO, C.R.M; POKER, R.B; OMOTE, S. (Org.) Práticas de Educação Inclusiva.
Fortaleza: FTD, 2003.
PIMENTEL, S.C. (Org.). Estudantes e a desigualdade. São Paulo: Ática, 2003.
MANTOAN, Maria Tereza. Inclusão Escolar: O que é? Brasília: FTD, 2003.
CECÍLIA, Maria. Educação Inclusiva. Campinas: Ática, 2004.