parkinson em números

6
PARKINSON EM NÚMEROS Por Felipe Ramos Neves Muitas pessoas escutam ou convivem com pacientes do Mal de Parkinson. Entretanto, somente pesquisas podem afirmar com certa precisão a frequência da doença e quais as porcentagens de sucesso dos tratamentos. Assim, elaborou-se uma reunião de dados e pesquisas de modo a aprofundar conhecimentos sobre esse distúrbio tão cotidiano, porém tão desconhecido. Famosos como Adolf Hitler, Saddam Hussein, o ex- presidente norte americano Harry Truman e o Papa João Paulo II são algumas das vítimas dessa doença. A doença de Parkinson se manifesta em uma a cada 500 pessoas, o equivalente a 28 mil, só na Grande São Paulo. Isso segundo estatísticas positivas, porque em centros de alta densidade populacional a incidência sobe para um a cada 200 habitantes. Atinge igualmente homens e mulheres, em geral acima dos 50 anos. Apesar as causas não serem totalmente esclarecidas pela medicina, sabe-se que o estresse e a poluição, aliados a outros fatores genéticos e ambientais, podem ocasionar a doença. É comum escutarmos que o avô ou a avó está com Parkinson. Isto ocorre porque os sintomas surgem normalmente a partir dos 40 anos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 1% da população acima dos 65 anos sofre com a doença do Mal de Parkinson. No Brasil, segundo a Associação Parkinson Brasília, a

Upload: felipe-ramos

Post on 26-Jun-2015

314 views

Category:

Documents


23 download

DESCRIPTION

Uma breve análise quantitativa da doença.

TRANSCRIPT

Page 1: Parkinson em Números

PARKINSON EM NÚMEROS

Por Felipe Ramos Neves

Muitas pessoas escutam ou convivem com pacientes do Mal de

Parkinson. Entretanto, somente pesquisas podem afirmar com certa precisão a

frequência da doença e quais as porcentagens de sucesso dos tratamentos.

Assim, elaborou-se uma reunião de dados e pesquisas de modo a aprofundar

conhecimentos sobre esse distúrbio tão cotidiano, porém tão desconhecido.

Famosos como Adolf Hitler, Saddam Hussein, o ex-presidente norte

americano Harry Truman e o Papa João Paulo II são algumas das vítimas

dessa doença. A doença de Parkinson se manifesta em uma a cada 500

pessoas, o equivalente a 28 mil, só na Grande São Paulo. Isso segundo

estatísticas positivas, porque em centros de alta densidade populacional a

incidência sobe para um a cada 200 habitantes. Atinge igualmente homens e

mulheres, em geral acima dos 50 anos. Apesar as causas não serem

totalmente esclarecidas pela medicina, sabe-se que o estresse e a poluição,

aliados a outros fatores genéticos e ambientais, podem ocasionar a doença.

É comum escutarmos que o avô ou a avó está com Parkinson. Isto

ocorre porque os sintomas surgem normalmente a partir dos 40 anos. Dados

da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 1% da população acima

dos 65 anos sofre com a doença do Mal de Parkinson. No Brasil, segundo a

Associação Parkinson Brasília, a estimativa é de que pelo menos 200 mil

pessoas tenham a doença.

Page 2: Parkinson em Números

Outra constatação cotidiana é o do aumento do número de casos

atualmente. O problema em partir de análises cotidianas é saber se são

mesmo verdade. Uma possível explicação para tal evidência é a globalização

dos meios de comunicação, que permitiu maior divulgação dos casos.

Entretanto, um estudo realizado pela revista americana Neurology confirma o

aumento e prevê que o número de pessoas afetadas pela doença deverá

duplicar até 2030.

O estudo se baseava em analisar a evolução demográfica dos cinco

maiores países da Europa Ocidental (Espanha, França, Itália, Reino Unido e

Alemanha) e das restantes 10 nações mais populosas do planeta (Bangladesh,

Brasil, China, Estados Unidos, Índia, Indonésia, Japão, Nigéria, Paquistão e

Rússia). Os resultados quanto à predominância da doença por faixa etária

revelaram que:

Em 2005, o número de indivíduos com Parkinson estava entre os 4,1 e

4,6 milhões. Seguindo a tendência encontrada, os valores em 2030 poderão

estar entre 8,7 e 9,3 milhões. A evolução da doença neurodegenerativa não

acontecerá, contudo, uniformemente em todos os países. Nos países asiáticos

em desenvolvimento irão se registrar aumentos mais significativos.

“O aumento será maior nos países orientais em desenvolvimento do que

na Europa Ocidental e nos Estados Unidos devido às diferenças nas estruturas

populacionais”, explicou Ray Dorsey, da Universidade de Rochester. “A

estrutura da população nestas nações orientais, em especial a China e a Índia,

é tal que o número de indivíduos idosos irá aumentar dramaticamente nos

próximos 25 anos. Nesse sentido, o número de pessoas que poderão sofrer de

Parkinson também crescerá significativamente, porque a prevalência da

doença aumenta com a idade”.

Outro estudo foi realizado pelo doutor em urologia José Carlos Truzzi,

que percebeu uma associação do transtorno neurológico com a bexiga

hiperativa. Sabe-se que o Mal de Parkinson é reconhecido por manifestações

clínicas como tremores de extremidades, rigidez e movimentos lentificados.

Além disso, descobriu-se que a doença causa problemas urinários em

aproximadamente 75% dos casos.

Page 3: Parkinson em Números

As razões de tal proporção podem estar relacionadas a dificuldades de

esvaziamento vesical, o que prejudica ainda mais a qualidade de vida destas

pessoas. O sintoma que mais afeta o cotidiano dos pacientes é urinar inúmeras

vezes durante o dia.

O tratamento inicial para a bexiga hiperativa é baseado na adoção de

medidas comportamentais, atividades de fisioterapia e o tratamento

medicamentoso oral com anticolinérgicos. Os resultados não são sempre

satisfatórios desta classe de medicamentos, o que acarreta um abandono do

tratamento de 80% após seis meses de uso.

A cirurgia de ampliação vesical também é um problema para os

portadores da doença de Parkinson, por causa do caráter progressivo do

transtorno e pela idade dos acometidos.

Uma das melhores soluções veio com o advento da aplicação vesical da

toxina botulínica. A redução do número de micções diurnas e noturnas e a

retomada total da continência urinária cinco meses após a aplicação da toxina

botulínica foram resultados apresentados em um estudo recentemente

publicado na Europa.

Entretanto, ainda é muito reduzido o número dos que buscam

atendimento especializado, visto que existe um grande constrangimento

provocado pelas perdas involuntárias de urina, a associação do transtorno

urinário à afecção neurológica e a falta de atenção devida pelos profissionais

da saúde contribuem para esta situação.

O gráfico a seguir ilustra os tipos de tratamento procurados:

Page 4: Parkinson em Números

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TRUZZI, José Carlos. Doença de Parkinson e bexiga hiperativa. Retirado

em:<http://ultimosegundo.ig.com.br/doenca+de+parkinson+e+bexiga+hiperativa

/n1237603608675.html>. Acesso em: 05 de nov. 2010.

RAMOS, Sandra. Casos de Parkinson vão duplicar até 2030. Retirado

em:<http://www.parkinson.pt/index.php?

lop=conteudo&op=7eabe3a1649ffa2b3ff8c02ebfd5659f&id=a02ffd91ece5e7efe

b46db8f10a74059>. Acesso em: 10 de nov. 2010.

TRATAMENTO COM CÉLULAS ESTAMINAIS DA DOENÇA DE PARKISON.

Retirado em:

<http://pt.xcell-center.com/tratamentos/doencas-tratadas/parkinson.aspx>.

Acesso em: 20 de out. 2010.

APRENDENDO A CONVIVER COM O MAL DE PARKINSON. Retirado

em:<http://www.doencadeparkinson.com.br/impotencia.htm>. Acesso em: 25

de out. 2010.

CERCA DE 200 MIL BRASILEIROS SOFREM DO MAL DE PARKINSON.

Retirado em:<http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?

uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2999591.xml>. Acesso em: 30 de out.

2010.