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Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

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Page 1: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Parentalidade

Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Page 2: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Constituição da República Portuguesa (CRP) Artigos 67º e 68º;

Lei n.º 7/2009 – Código do Trabalho (CT) Regime Jurídico da Parentalidade: artigos 33.º a

66.º; Decreto-Lei n.º 91/2009 – Regulamento da

Protecção na Parentalidade (RPP)

Quadro Legal

Page 3: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

C.R.P.

Código do Trabalho

Regulamento de Protecção na Parentalidade

Page 4: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

1 – A família, como elemento fundamental da sociedade, tem direito à protecção da sociedade e do Estado e à efectivação de todas as condições que permitam a realização pessoal dos seus membros.2 – Incumbe, designadamente, ao Estado para protecção da família:a) Promover a independência social e económica dos agregados familiares;b) Promover a criação e garantir o acesso a uma rede nacional de creches e de outros equipamentos

sociais de apoio à família, bem como uma política de terceira idade;c) Cooperar com os pais na educação dos filhos;d) Garantir, no respeito da liberdade individual, o direito ao planeamento familiar, promovendo a

informação e o acesso aos métodos e aos meios que o assegurem, e organizar as estruturas jurídicas e técnicas que permitam o exercício de uma maternidade e paternidade conscientes;

e) Regulamentar a procriação assistida, em termos que salvaguardem a dignidade da pessoa humana;

f) Regular os impostos e os benefícios sociais, de harmonia com os encargos familiares;g) Definir, ouvidas as associações representativas das famílias, e executar uma política de família

com carácter global e integrado;h) Promover, através da concertação das várias políticas sectoriais, a conciliação da actividade

profissional com a vida familiar.

CRP – Artigo 67.ºFamília

Page 5: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

1. Os pais e as mães têm direito à protecção da sociedade e do Estado na realização da sua insubstituível acção em relação aos filhos, nomeadamente quanto à sua educação, com garantia de realização profissional e de participação na vida cívica do país.

2. A maternidade e a paternidade constituem valores sociais eminentes.

3. As mulheres têm direito a especial protecção durante a gravidez e após o parto, tendo as mulheres trabalhadoras ainda direito a dispensa do trabalho por período adequado, sem perda da retribuição ou de quaisquer regalias.

4. A lei regula a atribuição às mães e aos pais de direitos de dispensa de trabalho por período adequado, de acordo com os interesses da Criança e as necessidades do agregado familiar.

CRP – Artigo 68.ºPaternidade e Maternidade

Page 6: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Licenças;

Dispensas / Faltas;

Particularidades quanto ao tempo de trabalho;

Protecção da Segurança e Saúde;

Protecção em caso de despedimento;

Código do TrabalhoProtecção na Parentalidade

Page 7: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Maternidade

Paternidade

Parentalidade

Conceitos

Page 8: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

1. Licença por situação de Risco Clínico durante a gravidez;

2. Licença por interrupção de gravidez;3. Licença Parental;4. Licença Parental Complementar;5. Licença por Adopção;6. Licença por Assistência a Filho com deficiência

ou doença crónica;

Licenças

Page 9: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Trabalhadora GrávidaTrabalhadora em estado de gestação que informe o empregador do seu estado, por escrito, com apresentação de atestado médico;

Trabalhadora PuérperaTrabalhadora parturiente e durante um período de 120 dias subsequentes ao parto que informe o empregador do seu estado, por escrito, com apresentação de atestado médico ou certidão de nascimento do filho;

Trabalhadora LactanteTrabalhadora que amamenta o filho e informe o empregador do seu estado, por escrito, com apresentação de atestado médico;

O Regime de Protecção na Parentalidade é ainda aplicável desde que o empregador tenha conhecimento da situação ou do facto relevante.

Conceitos – Art. 36.º

Page 10: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Pelo período de tempo que, por prescrição médica, for considerado necessário para prevenir o risco;

Independentemente do motivo que determine esse impedimento, esteja este ou não relacionado com as condições de prestação de trabalho;

Caso o empregador não lhe proporcione o exercício de actividade compatível com o estado e categoria profissional;

Licença em situação de risco clínico (art. 37º)

Page 11: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Deve informar-se o empregador, apresentando atestado médico que indique a duração previsível da licença;

Deve prestar esta informação com 10 dias de antecedência, ou logo que possível, em caso de urgência comprovado

pelo médico; Remuneração base recebida a 100%;

Licença em situação de risco clínico

Page 12: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Em caso de interrupção da gravidez, a trabalhadora tem direito a licença com a duração de 14 a 30 dias;

Duração é determinada por médico; Deve entregar-se o atestado logo que possível; Remuneração a 100%;

Licença por Interrupção de Gravidez (art. 38º)

Page 13: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

1. Licença Parental Iniciali. Licença Parental Inicialii. Licença Parental Inicial – exclusiva da mãe;iii. Licença Parental Inicial a gozar por um progenitor

em caso de impossibilidade do outro;iv. Licença Parental Inicial – exclusiva da pai;

2. Licença Parental Complementar;3. Licença para Assistência a Filho;

Licença ParentalModalidades

Page 14: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Licença Parental Inicial

Duração* Remuneração + 30 dias por Lic. Partilhada

120 dias 100% 100%

150 dias 80% 83%

Remuneração de Referência (RR = R/180)

R= total das remunerações registadas dos 6 meses civis anteriores ao segundo mês que antecede o impedimento para o trabalho

*Por cada gémeo além do primeiro, acrescem 30 dias à Licença Parental Inicial

Page 15: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Entende-se que a licença parental é partilhada no caso de cada um dos progenitores gozar, em exclusivo, um período de 30 dias consecutivos ou dois períodos de 15 dias intercalados, após o período obrigatório para a mãe;

Deve ser comunicado ao empregador até sete (7) dias após o nascimento, incluindo informação dos períodos a gozar por cada um dos progenitores (declaração conjunta)

Licença Parental Inicial

Page 16: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

É obrigatório o gozo de 6 semanas por parte da mãe; A trabalhadora grávida pode antecipar o gozo de 30

dias de licença parental, imediatamente anteriores à data do parto;

Devendo informar o empregador: Da data previsível do parto; Com uma antecedência de 10 dias ou, Logo que possível, em caso de urgência medicamente

comprovada;

Licença Parental InicialExclusiva da Mãe (art. 41º)

Page 17: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

É obrigatório o gozo de 10 dias úteis, seguidos ou interpolados, nos 30 dias seguintes ao nascimento;

Facultativamente, pode gozar mais 10 dias úteis, seguidos ou interpolados, desde que em simultâneo com o gozo da licença parental inicial da mãe.

Licença Parental Inicial Exclusiva do Pai (art. 43º)

Page 18: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

O gozo dos 10 dias úteis facultativos deve ser comunicado ao empregador até 5 dias de antecedência;

Em caso de gémeos, por cada gémeo além do primeiro, acrescem 2 dias a estes períodos exclusivos do pai;

Esta licença é remunerada a 100%

Licença Parental Inicial Exclusiva do Pai (art. 43º)

Page 19: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Artigo 42.º n.º 1 “O pai ou a mãe têm direito a licença (…), ou do

período remanescente da licença nos casos seguintes: Incapacidade física ou psíquica do progenitor que

estiver a gozar a licença, enquanto esta se mantiver; Morte do progenitor que estiver a gozar a licença;

Licença Parental Inicial de um progenitor por impossibilidade do outro

Page 20: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Para assistência a filho até 6 anos; Modalidades:

Licença Parental Alargada (por 3 meses, desde que após a licença parental inicial);

Trabalho a Tempo Parcial (durante 12 meses, com um período normal de trabalho igual a metade do tempo completo)

Períodos Intercalados de licença parental alargada e trabalho a tempo parcial;

Períodos Interpolados (desde que previstas em Regulamentação Colectiva de Trabalho)

Licença Parental Complementar

Page 21: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

O Pai e a Mãe podem gozar destas modalidades de modo consecutivo ou até 3 períodos interpolados;

Se estiverem ao serviço do mesmo empregador, pode haver motivos alegados para adiar o gozo desta licença a um dos progenitores;

Remunerada a 25% Não podem exercer actividades incompatíveis com o

gozo destas Licenças (nomeadamente trabalho subordinado ou trabalhar fora de casa);

Licença Parental Complementar

Page 22: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Depois de esgotadas as Licenças Parentais Iniciais e Complementares;

Duração máxima de 2 anos; Gozo exclusivo ou sucessivo por um dos progenitores, nunca pelos

dois em simultâneo; Ambos têm de exercer actividades profissionais para que este direito

possa ser exercido, ou um dos progenitores estiver impedido ou inibido de exercício de poder paternal;

Não pode realizar outra actividade incompatível com a finalidade da mesma, nomeadamente trabalho subordinado ou fora da sua residência;

Não prejudica os benefícios complementares de assistência médica e medicamentosa que o trabalhador tenha direito (art. 66º, n.º 6);

Licença para Assistência a Filho (art. 52º)

Page 23: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Os progenitores têm direito a licença por período até 6 meses, prorrogável até 4 anos;

Se o filho com deficiência ou doença crónica tiver mais de 12 anos, a necessidade de assistência deverá ser comprovada por atestado médico;

Redução de Tempo de Trabalho para Assistência a Filho menor com deficiência ou doença crónica (art. 54º) Direito a redução de 5 horas/semana; Apenas se ambos os progenitores exercerem actividades

profissionais; Se ambos exercerem, podem usufruir da redução de horário, em

períodos sucessivos, nunca em simultâneo.

Licença para Assistência a filho com deficiência ou doença crónica (art. 53º)

Page 24: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

1. Dispensa para consulta pré-natal;2. Dispensa para avaliação para adopção;3. Dispensa para amamentação ou aleitação;4. Dispensa por protecção da sua segurança ou saúde;5. Dispensa de Prestação de Trabalho em Regime de

Adaptabilidade;6. Dispensa de Prestação de Trabalho Suplementar;7. Dispensa de Prestação de Trabalho no Período

Nocturno;

Dispensas

Page 25: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Tantas vezes quantas necessárias; Durante tanto tempo quanto necessário;

No entanto: Deverá procurar agendar as consultas fora do

horário de trabalho; Se for durante o horário de trabalho, o empregador

poderá exigir prova de realização da consulta;

Dispensa para Consulta Pré-Natal (art. 46º)

Page 26: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Regras Gerais: Tem aplicação prática apenas quando terminam as licenças

parentais; A Mãe que amamenta o filho tem direito a dispensa de

trabalho para o efeito, durante o tempo que durar a amamentação;

Até ao 1º ano de vida da criança, basta avisar o empregador; A partir do 1º ano de vida da criança, apresenta declaração

médica em como amamenta; Tem direito a 2 horas por dia, divididas em dois períodos, com

a duração máxima de 1 hora em cada;

Dispensa para amamentação ou aleitação (art. 47º)

Page 27: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Para a aleitação : Documento em que conste a decisão conjunta; Declara o período de dispensa gozado pelo outro

progenitor, em caso disso. Prova que o outro progenitor informou o respectivo

empregador da mesma decisão conjunta; Em caso de Gémeos

Mais 30 minutos por dia, por cada gémeo além do primeiro;

Dispensa para amamentação ou aleitação (art. 47º)

Page 28: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Filho menor de 12 anos: Até 30 faltas por ano, ou A totalidade do período de eventual hospitalização;

Filho com 12 anos ou mais: Até 15 faltas por ano; (igualmente se for maior de idade, desde que faça

parte do agregado familiar)

Falta por Assistência a Filho (art. 49º)

Page 29: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Aos períodos de ausência, acresce 1 dia por cada filho além do primeiro;

A possibilidade de faltar por assistência a filho não pode ser exercida simultaneamente por ambos os pais;

Falta por Assistência a Filho (art. 49º)

Page 30: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Justificação da falta; Prova do carácter inadiável e imprescindível da

assistência; Declaração de que o outro progenitor tem actividade

profissional e não falta pelo mesmo motivo ou está impossibilitado de prestar assistência;

Em caso de hospitalização: declaração comprovativa passada pelo estabelecimento hospitalar;

Falta por Assistência a Filho (art. 49º)

Page 31: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

1. Trabalho a tempo parcial para trabalhador com responsabilidades familiares;

2. Horário Flexível de Trabalhador com responsabilidades familiares;

3. Dispensa de prestação de trabalho em regime de adaptabilidade;

4. Dispensa de prestação de trabalho suplementar;5. Dispensa de prestação de trabalho no período nocturno;

Particularidades com o Tempo de Trabalho

Page 32: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Com filho menor de 12 anos; Salvo acordo em contrário, corresponde a metade do

horário praticado a tempo completo; Pode ser prorrogado até 2 anos ou

3 anos, no caso de 3º filho ou mais, ou 4 anos, no caso de filho com deficiência ou doença

crónica; Durante esse período não pode exercer outra

actividade incompatível com a finalidade da mesma, nomeadamente trabalho subordinado ou prestação continuada de serviços fora da sua residência habitual;

Trabalho por Tempo Parcial (art. 55º)

Page 33: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Com filho menor de 12 anos, ou independentemente da idade, com deficiência ou doença crónica, (que com ele viva em comunhão de mesa e habitação);

Este direito pode ser exercido por qualquer um dos progenitores ou por ambos;

O trabalhador escolhe, dentro de certos limites, as horas de início e termo do período normal de trabalho diário;

Horário Flexível (Art. 56º)

Page 34: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Pode fazer 6 horas consecutivas de trabalho, e um máximo de 10 horas diárias;

Deve cumprir o correspondente ao período normal de trabalho, em média de cada 4 semanas de trabalho; Isto significa que a cada 4 semanas se faz a média

das horas trabalhadas;

Horário Flexível (Art. 56º)

Page 35: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

A trabalhadora grávida, puérpera, ou lactante tem direito a ser dispensada de regime de adaptabilidade, banco de horas ou trabalho concentrado;

Trabalho suplementar: A trabalhadora grávida, bem como os trabalhadores

com filhos menores de 12 anos, não estão obrigados a prestar trabalho suplementar;

Particularidades de Organização de Tempo de Trabalho

Page 36: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

• Durante um período de 112 dias, antes e depois do parto (pelo menos metade, antes da data previsível);

• Durante o restante período da gravidez se necessário para a sua saúde ou do nascituro;

• Durante o período de amamentação, se for necessário para a sua saúde ou da criança;

• A trabalhadora que pretender ser dispensada do trabalho nocturno deve avisar o empregador com 10 dias de antecedência e entregar atestado médico, se necessário.

Dispensa de Trabalho Nocturno

Page 37: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

A trabalhadora grávida, puérpera, ou lactante, tem direito a especiais condições de segurança e saúde no local de trabalho, de modo a evitar a exposição a riscos para a sua segurança e saúde;

Em actividade susceptível de exposição a agentes, processos ou condições de trabalho deve o empregador avaliar a situação e tomar as medidas adequadas;

Dispensa por Riscos Específicos

Page 38: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

A legislação laboral prevê: Choques, vibrações mecânicas, ruídos, temperaturas

extremas de frio ou calor, radiações ionizantes ou não, atmosferas de sobrepressão elevada;

Agentes biológias (vírus da rebéola, transmissão de toxoplasma);

Agentes químicos (mercúrio, monóxido de carbono, agentes químicos perigosos, chumbo,etc)

É igualmente proibido o trabalho subterrâneo em minas… (outras actividades previstas na Lei n.º 102/2009);

O que são riscos específicos?

Page 39: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Adaptação (física) das condições de trabalho; Se tal for impossível ou demasiado oneroso, deve

atribuir à trabalhadora outras tarefas compatíveis com o seu estado e categoria profissional;

Caso também não seja possível, a trabalhadora é dispensada durante o período necessário;

Remuneração pela Segurança Social, 65% da Remuneração de Referência;

Medidas Adequadas

Page 40: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

O despedimento de grávida, puérpera, ou lactante, ou de trabalhador no gozo de licença parental carece de parecer prévio da CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego)

Presume-se sem justa causa;

Protecção no Despedimento

Page 41: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Se o parecer do CITE for desfavorável, o empregador só o pode efectuar após decisão de tribunal que reconheça o motivo justificativo, dispondo o empregador de um prazo de 30 dias para intentar a respectiva acção judicial;

Se o despedimento for declarado ilícito: Empregador não se pode opor à reintegração do trabalhador: O trabalhador pode, em alternativa, receber indemnização

determinada pelo tribunal (30 a 60 dias por cada ano completo ou fracção de antiguidade)

Protecção no Despedimento

Page 42: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

A quem: Adoptante; Tutor; Pessoa a quem for deferida a confiança judicial ou

administrativa do menor; Cônjuge ou pessoa em união de facto com qualquer

daqueles ou com o progenitor, desde que viva em comunhão de mesa e habitação;

Extensão dos Direitos (art. 64.º)

Page 43: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Que direitos:a) Dispensa para aleitação;b) Licença parental complementar em qualquer das modalidades, licença para assistência a filho, e licença para assistência a filho com deficiência ou doença crónica;c) Faltas para assistência a filho ou neto;d) Redução do Tempo de Trabalho para assistência de filho menor com deficiência ou doença crónica;e) Trabalho a tempo parcial;f) Horário Flexível;

Extensão dos Direitos (art. 64.º)

Page 44: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Contam como prestação efectiva de trabalho, afectando apenas a retribuição:a) Lic. Risco clínico;b) Lic. Interrupção de gravidez;c) Lic. Parental – qualquer modalidade;d) Lic. Adopção;e) Lic. Complementar;f) Faltas para assistência a filho ou neto;g) Dispensa de trabalho no período nocturno / por protecção da

segurança e saúde;h) Dispensa de avaliação para adopção

Regime de licenças, faltas, e dispensas (Art. 65º)

Page 45: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Suspendem o gozo de férias; serão gozadas após o termo da licença, mesmo que no ano seguinte;

Não afectam o tempo de estágio, acção ou curso de formação – devendo cumprir apenas o tempo em falta;

Adiam a prestação de prova de progressão na carreira profissional;

Outros efeitos da Licença por Interrupção, Adopção, Parental (qualquer modalidade)

Page 46: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Suspendem-se por doença do trabalhador, se este informar o empregador e apresentar atestado médico comprovativo, prosseguindo logo após o impedimento ter cessado;

Não podem ser suspensas por conveniência do empregador;

Terminam com a cessação da situação que originou a licença;

Não prejudica o trabalhador de aceder à informação periódica emitida pelo empregador para o conjunto de trabalhadores;

Outros efeitos da Licença Parental (qualquer modalidade), por adopção, para assistência a filho ou

filho com deficiência ou doença crónica

Page 47: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Decreto-Lei n.º 89/2009 – Trabalhadores com Relação Jurídica de Emprego Público (Funcionários Públicos);

Decreto-Lei n.º 91/2009 – Trabalhadores por conta de outrem;

Protecção Social na Parentalidade

Page 48: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Atribuição de subsídios nas situações de risco clínico durante a gravidez, de interrupção de gravidez, de risco específico, de nascimento de filhos, de adopção, de assistência a filhos e a netos;

No caso dos trabalhadores, substituem os rendimentos de trabalho perdidos durante os períodos de impedimento para actividade profissional;

Protecção Social na Parentalidade

Page 49: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Subsídios Subsídios Sociais

Page 50: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Trabalhadores por conta de outrem; Trabalhadores independentes; Pessoas abrangidas pelo Seguro Social Voluntário

Bolseiros investigação científica; Trabalhadores marítimos e vigias nacionais (em navios de

empresas estrangeiras) Trabalhadores marítimos nacionais (empresas comuns de

pesca) Tripulantes de navios inscritos no Registo Internacional de

Navios da Madeira;

Quem tem direito

Page 51: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Têm ainda direito:

Beneficiários de subsídio por desemprego;

Beneficiários em situação de pré-reforma (de actividades de por conta de outrem, independentes ou SS Voluntário);

Quem tem direito

Page 52: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento
Page 53: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Existência de 6 meses civis, com registo de remunerações, no 1.º dia de impedimento para o trabalho (prazo de garantia).

Para a contagem dos 6 meses, consideram-se os períodos de registo de remunerações noutros regimes de protecção social, nacionais ou estrangeiros, que abranjam esta modalidade de protecção, incluindo o da função pública.

Gozo das respectivas licenças, faltas e dispensas, previstas no Código do Trabalho, no caso dos trabalhadores por conta de outrem, ou períodos equivalentes nos restantes casos.

Condições de Atribuição

Page 54: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento
Page 55: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

São atribuídos a pessoas que não estejam a contribuir para a Segurança Social ou que ainda não tenham cumprido o período de contribuições necessário para o acesso a prestações, e estejam em situação de carência económica.

Subsídios Sociais

Page 56: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento
Page 57: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Ser residente em Portugal ou equiparado a residente

Não ter o requerente e o seu agregado familiar, à data do requerimento, património mobiliário no valor superior a 100.612,80 EUR (corresponde a 240 vezes o valor do indexante dos apoios sociais - IAS)

Ter rendimento mensal, por pessoa, do agregado familiar, igual ou inferior a 80% do IAS (335,38 EUR).

Este rendimento é calculado com base na ponderação de cada elemento do agregado familiar de acordo com a seguinte escala de equivalência.

Condições de Atribuição de Sub. Social

Page 58: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Os trabalhadores independentes não têm direito aos subsídios por assistência a filho e para assistência a neto, nem às prestações pecuniárias compensatórias de subsídios de férias, de Natal ou outros de natureza análoga.

Os subsídios sociais por risco clínico durante a gravidez, por interrupção da gravidez e por riscos específicos só são atribuídos se a mulher for trabalhadora.

Os beneficiários que estejam impedidos ou inibidos totalmente do exercício do poder paternal não têm direito à protecção na Parentalidade, com excepção do direito da mãe ao subsídio parental inicial de 14 semanas e do subsídio por riscos específicos durante a amamentação.

Os beneficiários que estejam a receber subsídio de desemprego têm direito aos subsídios por risco clínico durante a gravidez, por interrupção da gravidez, parental e por adopção.

Durante o período de concessão dos subsídios é suspenso o pagamento das prestações de desemprego.

Page 59: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Subsídios Sociais

IAS – Indexante de Apoios Sociais (€ 419,22)

Page 60: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Mod. RP5049-DGSS - Requerimento dos Subsídios Parental e Parental Alargado

Mod. RP5050-DGSS - Requerimento dos Subsídios por Adopção e Adopção por Licença Alargada

Mod. RP5051-DGSS - Requerimento dos Subsídios por Risco Clínico Durante a Gravidez, por

Interrupção da Gravidez e por Riscos Específicos Mod. RP5052-DGSS - Requerimento do Subsídio para Assistência a Filho Mod. RP5053-DGSS - Requerimento do Subsídio para Assistência a Filho

com Deficiência ou Doença Crónica Mod. RP5054-DGSS - Requerimento do subsídio para assistência a neto Mod. RP5003-DGSS – Requerimento de Prestações Compensatórias Mod. MG8-DGSS - Declaração de Composição e Rendimentos do Agregado

Familiar

Como requerer

Page 61: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Onde: Em papel, nos serviços da Segurança Social; Internet, www.seg-social.pt [documentos e

formulários]; Podem ser preenchidos e entregues online na

Segurança Social Directa As prestações compensatórias não podem ser

requeridas na SS Directa;

Procedimentos

Page 62: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Requerimento de Subsídios: Deve ser entregue no prazo de 6 meses a contar do facto que

determina protecção; Se for apresentado com atraso, é deduzido o tempo de atraso

no período de concessão; Req. Prestações Compensatórias (p. ex.: Férias, Natal,:

6 meses a contar de 1 Janeiro do ano seguinte em que os subsídios eram devidos;

Data de cessação do contrato de trabalho;(No caso de falecimento do beneficiário, os familiares com direito a subsídio por morte, podem requerer no mesmo prazo);

Prazo de Entrega de Requerimentos

Page 63: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Os requerimentos dos subsídios e subsídios sociais devem ser acompanhados dos documentos de prova neles indicados, ou nas correspondentes folhas anexas.

No caso de requerimento online, no Serviço Segurança Social Directa, os meios de prova podem ser enviados pela mesma via desde que correctamente digitalizados.

Os originais dos meios de prova devem ser conservados durante 5 anos e apresentados sempre que sejam solicitados pelos serviços competentes.

Documentos a Apresentar

Page 64: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Mensalmente, ou de uma só vez, consoante o período de concessão do subsídio;

É realizado por cheque ou transferência bancária;

Pagamento

Page 65: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Os beneficiários devem comunicar à Segurança Social os factos que determinem a cessação ou alteração do direito aos mesmos, nomeadamente:

Períodos de licença, faltas e dispensas não remunerados previstos no Código do Trabalho, ou períodos equivalentes;

Condição de residência em território nacional; Condição de recursos; Composição do agregado familiar;

Deveres dos Beneficiários

Page 66: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

São acumuláveis com:

Indemnizações e pensões por doença profissional ou por acidente de trabalho;

Pensões de invalidez, velhice e sobrevivência (concedidas aos trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores independentes, pessoas abrangidas pelo seguro social voluntário ou por outros regimes obrigatórios de protecção social);

Rendimento social de inserção e complemento solidário para idosos;

Acumulação de Rendimentos

Page 67: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Não são acumuláveis com:

Rendimentos de trabalho;

Prestações concedidas pelo mesmo motivo e interesse protegido (ainda que atribuídas por outros regimes de protecção social);

Outras prestações compensatórias da perda de retribuição;

Prestações concedidas pelo regime não contributivo;

Acumulação de Rendimentos

Page 68: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Prestação mensal atribuída à grávida a partir da 13ª semana de gravidez, até ao nascimento;

Ser residente em Portugal ou equiparado a residente; Ter o rendimento de referência igual ou inferior ao valor estabelecido

para o 3.º escalão de rendimentos (igual ou inferior a 1,5xIASx14)

Abono de Família Pré-Natal

Montantes (em EUR)

Escalões de rendimentos

Abono de família pré-natal

Abono de família pré-natal para famílias monoparentais 

1.º 140,76 € 168,91 €2.º 116,74 € 140,09 €3.º 92,29 € 110,75 €

Page 69: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Como requererO abono pré-natal deve ser requerido pela mulher grávida ou em seu nome pelo respectivo representante legal, através:

Do serviço Segurança Social DiretaDo formulário Mod. RP5045-DGSS, a apresentar

Nos serviços de atendimento da Segurança SocialNas lojas do cidadão.

Prazo para requerer Durante o período de gravidez ou no prazo de 6 meses contados a partir do mês seguinte ao do nascimento. Fora do período de gravidez, considera-se válido o requerimento do abono de família para crianças e jovens, após o nascimento da criança, desde que este seja apresentado pela mãe, no prazo de 6 meses a contar do mês seguinte ao do nascimento.

O que fazer para obter

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Para crianças e jovens: Até aos 16 anos; Dos 16 aos 18 anos, se estiver matriculado no ensino básico; Dos 18 aos 21, se estiver a frequentar o ensino secundário; Dos 21 aos 24, se estiver a frequentar o ensino superior;

Cujo agregado familiar: Não tenha património mobiliário (contas  bancárias, acções, obrigações, certificados de

aforro, títulos de participação e unidades de participação em instituições de investimento colectivo)

no valor superior a 100.612,80 EUR à data do requerimento Tenha um rendimento de referência igual ou inferior ao valor

estabelecido para o 3.º escalão de rendimentos ou sejam considerados pessoas isoladas.

Abono de Família para Crianças e Jovens

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Rendimento da família

Escalões

Valor do abono por criança ou jovem

Idade igual ou inferior a

12 meses

Idade entre os 12 e os 36 meses

Idade superior a 36 meses1 Filho 2 Filhos 3 ou mais

Filhos

1.º 140,76 EUR 35,19 EUR 70,38 EUR 105,57 EUR 35,19 EUR

2.º 116,74 EUR 29,19 EUR 58,38 EUR 87,57 EUR 29,19 EUR

3.º 92,29 EUR 26,54 EUR 53,08 EUR 79,62 EUR 26,54 EUR

Abono de Família para Crianças e Jovens

  

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 Nas famílias monoparentais o montante do abono de família das crianças e jovens é majorado em 20% do valor do subsídio e respectivas majoração e bonificação. Agregado monoparental:Constituído por titulares do abono de família para crianças e jovens e por mais uma única pessoa, parente ou afim em linha recta ascendente até ao 3.º grau, ou em linha colateral, maior até ao 3.º grau, adoptante, tutor ou a pessoa a quem o requerente esteja confiado por decisão judicial ou administrativa de entidades ou serviços legalmente competentes para o efeito. Considera-se parente até ao 3.º grau:Em linha recta ascendente: pai, mãe, avó, avô, bisavô e bisavóEm linha colateral irmão, irmã, sobrinho, sobrinha tio e tia.

Majoração do abono de família nas famílias monoparentais

Page 73: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Através de requerimento de prestações por encargos familiares, Mod. RP5045-DGSS, o qual deve ser apresentado:

pelos pais ou pessoas equiparadas por situação de facto ou pelos representantes legais, desde que as crianças/jovens com direito à prestação estejam inseridos no seu agregado familiar

por pessoa idónea que viva em comunhão de mesa e habitação com a criança/jovem com direito à prestação, por pessoa a quem o mesmo esteja confiado administrativa ou judicialmente ou pela entidade que o tenha à sua guarda e cuidados que lhe preste ou se disponha a prestar-lhe assistência, desde que a situação seja devidamente comprovada;

pelo próprio jovem, se for maior de 18 anos.

O que fazer para obter

Page 74: Parentalidade Uma Visão Jurídica na Preparação para o Nascimento

Local e prazo para requererO requerimento deve ser apresentado: Nos serviços de atendimento da Segurança Social, em suporte papel Através do preenchimento do requerimento on-line, no serviço Segurança Social Directa No prazo de 6 meses contados a partir do mês seguinte àquele em que ocorreu o facto determinante da sua concessão. Se requerer após este prazo só tem direito ao abono de família a partir do mês seguinte ao da entrega do requerimento.

Notas:1 – Se houver direito ao abono de família para crianças e jovens por mais de um titular, no mesmo agregado familiar, as prestações devem ser requeridas pela mesma pessoa, com legitimidade para este efeito.

2 - Para obter informação sobre como aceder ao serviço Segurança Social Direta, consulte o Guia Prático disponível na coluna do lado direito.

3 - O requerimento pode ser obtido na coluna do lado direito em “Formulários” ou em qualquer serviço de atendimento da Segurança Social.

O que fazer para obter

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Curso de Preparação para o NascimentoACES Lisboa Ocidental e Oeiras

João Miguel Almeida Costa(Jurista)

Uma Visão Jurídica na Parentalidade