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PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7 Site: www.cetesb.sp.gov.br 390/18/IE Data: 17/10/2018 1/85 PROCESSO: 081/2018 (e.ambiente 010607/2018-74) INTERESSADO: Concessionária Entrevias S/A ASSUNTO: Solicitação de Licença Ambiental Prévia LP para as obras de Duplicação da Rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333), km 337+050 ao km 401+200 MUNICÍPIOS: Marília, Echaporã, Platina e Assis. 1. INTRODUÇÃO Trata-se da análise de viabilidade ambiental do projeto de implantação da Duplicação da Rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333), segmento entre o km 337+050 e o km 401+200, sob responsabilidade da Concessionária Entrevias S/A. A análise realizada pela equipe técnica do Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE teve por base as informações contidas nos documentos relacionados ao Processo nº 081/2018 (e.ambiente 010607/2018-74), dentre os quais se destacam: Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, elaborados pela GEOTEC Consultoria Ambiental Ltda., recebidos neste Departamento em 10/04/2018, por meio da Carta de Apresentação S/N° da Entrevias; Publicação referente à solicitação da Licença Ambiental Prévia – LP no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 13/04/18; Parecer Ambiental S/N°, emitido pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Assis em 11/10/17 em atendimento ao artigo 5º da Resolução CONAMA nº 237/97; Certidão SMMA n°001/2018, emitida pela Secretaria de Meio Ambiente de Echaporã em 14/02/18 em atendimento ao artigo 5º da Resolução CONAMA nº 237/97; Certidão n°008/2018, emitida pela Secretaria do Meio Ambiente e Limpeza Pública de Marília em 19/02/18 em atendimento ao artigo 5º da Resolução CONAMA nº 237/97; Certidão de Manifestação do Órgão Ambiental Municipal de Platina S/N°, emitida em 03/10/17 em atendimento ao artigo 5º da Resolução CONAMA nº 237/97; Certidão de Uso do Solo S/N°, emitida pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Assis em 11/10/17 em atendimento ao artigo 10 da Resolução CONAMA nº 237/97; Certidão n°016/2018, emitida pela Secretaria de Obras e Planejamento Urbano de Echaporã em 14/02/18 em atendimento ao artigo 10 da Resolução CONAMA nº 237/97; Certidão n°277/2018, emitida pela Secretaria de Planejamento Urbano de Marília em 20/02/2018 em atendimento ao artigo 10 da Resolução CONAMA nº 237/97; Certidão n°032/17, emitida pela Prefeitura Municipal de Platina em 03/10/17 em atendimento ao artigo 10 da Resolução CONAMA nº 237/97; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n° 28027230180350232, em nome do Engenheiro Ambiental Felippe Moura Moniz Caldeira, responsável pelos estudos do meio físico; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n°28027230180350362, em nome do Geógrafo Gabriel Bispo da Silva, responsável pelos estudos do meio socioeconômico; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n°28027230180350006, em nome do Engenheiro Florestal Bruno Flavio Ernst Mimura, responsável pelos estudos do meio biótico; Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n° 28027230180337291, em nome do Geólogo Fernando Facciolla Kertzman, responsável coordenação geral do EIA/RIMA; Informação Técnica nº 016/2018/IPAR emitida em 08/08/18 pelo Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações; Parecer Técnico CETESB nº 076/18/IPRS emitido em 29/06/18 pelo Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo; Parecer Técnico nº 56/2018/CEEQ emitido em 29/06/18 pelo Setor de Atendimento a Emergências;

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Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

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PROCESSO: 081/2018 (e.ambiente 010607/2018-74) INTERESSADO: Concessionária Entrevias S/A ASSUNTO: Solicitação de Licença Ambiental Prévia – LP para as obras de

Duplicação da Rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333), km 337+050 ao km 401+200

MUNICÍPIOS: Marília, Echaporã, Platina e Assis.

1. INTRODUÇÃO

Trata-se da análise de viabilidade ambiental do projeto de implantação da Duplicação da Rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333), segmento entre o km 337+050 e o km 401+200, sob responsabilidade da Concessionária Entrevias S/A. A análise realizada pela equipe técnica do Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE teve por base as informações contidas nos documentos relacionados ao Processo nº 081/2018 (e.ambiente 010607/2018-74), dentre os quais se destacam: • Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, elaborados pela GEOTEC Consultoria Ambiental Ltda., recebidos neste Departamento em 10/04/2018, por meio da Carta de Apresentação S/N° da Entrevias; • Publicação referente à solicitação da Licença Ambiental Prévia – LP no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 13/04/18; • Parecer Ambiental S/N°, emitido pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Assis em 11/10/17 em atendimento ao artigo 5º da Resolução CONAMA nº 237/97; • Certidão SMMA n°001/2018, emitida pela Secretaria de Meio Ambiente de Echaporã em 14/02/18 em atendimento ao artigo 5º da Resolução CONAMA nº 237/97; • Certidão n°008/2018, emitida pela Secretaria do Meio Ambiente e Limpeza Pública de Marília em 19/02/18 em atendimento ao artigo 5º da Resolução CONAMA nº 237/97; • Certidão de Manifestação do Órgão Ambiental Municipal de Platina S/N°, emitida em 03/10/17 em atendimento ao artigo 5º da Resolução CONAMA nº 237/97; • Certidão de Uso do Solo S/N°, emitida pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Assis em 11/10/17 em atendimento ao artigo 10 da Resolução CONAMA nº 237/97; • Certidão n°016/2018, emitida pela Secretaria de Obras e Planejamento Urbano de Echaporã em 14/02/18 em atendimento ao artigo 10 da Resolução CONAMA nº 237/97; • Certidão n°277/2018, emitida pela Secretaria de Planejamento Urbano de Marília em 20/02/2018 em atendimento ao artigo 10 da Resolução CONAMA nº 237/97; • Certidão n°032/17, emitida pela Prefeitura Municipal de Platina em 03/10/17 em atendimento ao artigo 10 da Resolução CONAMA nº 237/97; • Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n° 28027230180350232, em nome do Engenheiro Ambiental Felippe Moura Moniz Caldeira, responsável pelos estudos do meio físico; • Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n°28027230180350362, em nome do Geógrafo Gabriel Bispo da Silva, responsável pelos estudos do meio socioeconômico; • Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n°28027230180350006, em nome do Engenheiro Florestal Bruno Flavio Ernst Mimura, responsável pelos estudos do meio biótico; • Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n° 28027230180337291, em nome do Geólogo Fernando Facciolla Kertzman, responsável coordenação geral do EIA/RIMA; • Informação Técnica nº 016/2018/IPAR emitida em 08/08/18 pelo Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações; • Parecer Técnico CETESB nº 076/18/IPRS emitido em 29/06/18 pelo Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo; • Parecer Técnico nº 56/2018/CEEQ emitido em 29/06/18 pelo Setor de Atendimento a Emergências;

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• Relatório de Vistoria CETESB nº 007/18/IETR referente à vistoria realizada em 20 e 21/03/18 pelo Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Rodoviário; • Despacho Diretoria Geral nº 0102/2018 do Instituto Florestal; • Relatório de esclarecimentos ao Despacho Diretoria Geral nº 0102/2018 do Instituto Florestal encaminhado pela Entrevias em 21/05/18; • Relatório de Atualização do EIA/RIMA elaborado pela GEOTEC Consultoria Ambiental Ltda., anexado ao Sistema e.ambiente em 04/06/18; • Memória de Reunião n°0021/2018/IETR de 24/08/18; • Ofícios nº 1720/2018/IPHAN-SP-IPHAN e nº 2168/2018/IPHAN-SP-IPHAN emitidos em 03/08/18 e 08/10/18, respectivamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico e Nacional; • Relatórios de Informações Complementares encaminhados pelo interessado em 25/09/18, 26/09/18, 03/10/18 e 08/10/18. • Parecer Técnico do Instituto Florestal referente à manifestação técnica do órgão gestor, quanto ao Estudo de Impacto Ambiental - EIA e o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA e Ata da nona reunião do Conselho Consultivo da Estação Ecológica de Assis, realizada no dia 25 de setembro de 2018.

2. JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO

De acordo com o EIA, a Duplicação da SP-333 no segmento entre o km 337+050 ao km 401+200 pretende otimizar o trânsito de veículos na região, visando reduzir a sobrecarga nos horários de maior fluxo do sistema viário existente e com isso beneficiar a mobilidade regional, além de propiciar maior fluidez e segurança aos usuários e população lindeira além de proporcionar maior agilidade no escoamento dos produtos produzidos nos municípios interceptados. Frente ao exposto, foram apresentadas as seguintes justificativas para a implantação do empreendimento: • Compatibilidade com o Plano de Governo para ampliação da malha viária da Região de Marília; • Potencialização de vetor de desenvolvimento para a região; • Aumento da capacidade de circulação de pessoas e bens; • Facilitação do escoamento de produtos, aumentando a competitividade regional; e • Maior segurança e fluidez do tráfego com redução dos acidentes.

3. AUDIÊNCIA PÚBLICA

Foram realizadas duas Audiências Públicas sobre o empreendimento nos dias 04 e 05/07/2018, nos municípios de Marília e Assis respectivamente, em conformidade com a Deliberação CONSEMA nº 01/2011. Nas audiências, a empresa de consultoria responsável pela elaboração do EIA/RIMA e o empreendedor apresentaram um breve histórico do empreendimento, o diagnóstico socioambiental realizado, os potenciais impactos ambientais positivos e negativos identificados e as propostas de medidas de potencialização, mitigação e compensação desses impactos. De maneira geral, as manifestações nas audiências abordaram os seguintes assuntos: capacidade atual do sistema de drenagem da rodovia e após a duplicação, implantação de vias marginais nos municípios e de ciclovias e questões relativas à fauna, dados do levantamento apresentado no estudo ambiental e passagens de fauna. Os responsáveis pelo empreendimento apresentaram a comprovação do envio de esclarecimentos aos cidadãos e instituições que se manifestaram durante as audiências, sobre as áreas afetadas, as características do empreendimento e os aspectos contratuais constantes do edital de concessão referentes a marginais e ciclovia.

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4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A duplicação da SP-333 no segmento entre o km 337+050 e o km 401+200 é prevista no Contrato de Concessão nº 0352/ARTESP/2017 – Lote Centro Oeste Paulista – Lote 28, que determina, entre outras, a realização das obras de duplicação da SP-333 entre o km 337+050 e km 385+000 e entre o km 385+000 e km 401+200, além da implantação de dispositivos nos km 343+290; 350+160, 354+040, 356+800, 362+300, 370+080, 374+000, 376+650, 381+220, 384+800, 391+140, 395+000 e 400+900 da referida Rodovia. Atualmente, estes segmentos encontram-se em pista simples, com exceção de alguns trechos que contemplam 3ª faixa. A seção tipo a ser utilizada na duplicação compreende duas pistas com duas faixas de tráfego por sentido, separadas por canteiro central. As características construtivas seguiram as Instruções de Projeto NT-DE-F00/001 – Notas Técnicas de Projeto Geométrico do DER-SP (Tabela 1).

Tabela 1 – Principais características do empreendime nto

Imagem 1 – Em vermelho, o segmento proposto para dup licação, objeto deste Parecer Técnico.

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Os segmentos a serem duplicados e a localização dos dispositivos a serem implantados podem ser verificados na Tabela 2 a seguir. Também é prevista a duplicação de 3 Obras de Arte Especiais sobre cursos d’água cuja localização pode ser verificada na Tabela 3.

Tabela 2 – Segmentos de duplicação e localização do s dispositivos.

Marília (*) 337+463 Dispositivo de retorno

(*) O Dispositivo do km 337+463 foi incorporado ao objeto do EIA/RIMA em 26/09/18. Inicialmente o Disp ositivo era objeto do Processo n°044/18 (e.ambiente 4369/201 8-74) referente ao Licenciamento Ambiental de Vias

Marginais em Marília.

Tabela 3 – Obras de Arte Especial a serem duplicadas .

O segmento da SP-333 em estudo será duplicado em região de relevo variando entre montanhoso e ondulado, além de contemplar trechos urbanos, conforme resumido a seguir:

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• Montanhoso – trechos entre os km 341+000 e 343+900 e entre os km 362+200 e 364+800; • Ondulado – trechos entre os km 337+000 e 341+000, entre os km 343+900 e 362+200, entre os km 364+800 e 368+800, entre os km 370+900 e 376+300 e entre os km 376+500 e 399+600; e • Trecho urbano – trechos entre os km 368+800 e 370+900, entre os km 376+300 e 376+500 e entre os km 399+600 e 400+900.

Por se tratar de obras de duplicação, o projeto de engenharia prevê que as novas faixas de rolamento sejam paralelas ao greide da pista existente, em um dos sentidos, ou em ambos, dependendo da característica do terreno, conforme pode ser observado na Tabela 4 a seguir.

Tabela 4 - Sentido das obras de duplicação na SP-333 entre os km 337+050 e 401+200

Para a implantação do empreendimento serão necessárias obras de terraplanagem para a readequação geométrica do terreno, por meio da compensação entre os volumes de corte e aterro com material existente na própria faixa de domínio. O balanço de massas estimado pode ser observado na Tabela 5, a seguir.

Tabela 5 – Balanço de massas previsto

Corte (m³) Aterro (m³) Empréstimo (m³) Bota-fora (m³)

855.279,11 547.504,82 673.371,76 215.556,66

Nas áreas onde a rodovia intercepta áreas de afloramento rochoso, principalmente entre os km 341 a 342, e 363+500 a 364, para a execução das obras de duplicação haverá a necessidade de implantação de técnicas de desmonte de material rochoso.

Dentre as atividades previstas para a fase de instalação do empreendimento, destacam-se: • liberação da faixa de domínio; • contratação de mão de obra e serviços; • instalação de canteiro de obras; • aquisição de insumos e matérias primas; • limpeza e preparação do terreno; • relocação de infraestruturas;

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• preparação e/ou substituição de solos e terraplenagem; • implantação de áreas de apoio; • implantação de sistemas de drenagem; • execução de OAE’s; • preparação de sub-base e base e pavimentação; • recuperação de taludes, canteiros e demais áreas de apoio etc. A Concessionária irá estudar potenciais locais para implantação de ponto de ônibus e passarelas para pedestres. Não está prevista para o trecho, a implantação de ciclovia. Para a implantação do empreendimento são previstos 30 meses, ao custo de R$ 288.710.000 (duzentos e oitenta e oito milhões, setecentos e dez mil reais) e previsão de contratação de 450 trabalhadores.

5. ESTUDO DE ALTERNATIVAS

Segundo o EIA, o estudo de alternativas locacionais se baseou na premissa de que as obras de duplicação no eixo da rodovia existente tendem a ser menos impactantes do que alternativas que levam a implantação de novos eixos rodoviários fora do traçado existente, principalmente pelo fato das intervenções ficarem, em sua maior parte, restritas à faixa de domínio da rodovia, ou a áreas lindeiras a esta, minimizando dessa forma impactos ambientais e custos de desapropriação. Assim, o estudo de alternativas contemplou 3 cenários para duplicação da SP-333: • Cenário 1 – Eixo da Rodovia: Duplicação no eixo existente da SP-333 nos segmentos entre o km 337+050 e o km 401+200 alternando-se a posição da nova pista em relação à existente, nos 64,15 quilômetros de duplicação; • Cenário 2 – Novo Traçado Norte: Implantação de um novo traçado rodoviário, não paralelo ao eixo atual da SP-333, ao norte do eixo atual; e • Cenário 3 – Novo Traçado Sul: Implantação de um novo traçado rodoviário, não paralelo ao eixo atual da SP-333, ao sul do eixo atual.

Imagem 2: Estudo de alternativas. Em vermelho, o Cen ário 1, em amarelo, Cenário 2 e Cenário 3 em preto .

A Tabela 6 apresenta a comparação dos principais indicadores avaliados nas alternativas:

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Tabela 6 – Comparativo de alternativas locacionais

A partir da comparação entre os indicadores analisados, em termos gerais, segundo o EIA, é possível afirmar que a escolha da Duplicação da SP333 no trecho em questão, pelo eixo existente, acarretará em menores impactos socioambientais. A opção pela duplicação no eixo da rodovia já implantada em detrimento a implantação de contornos é menos impactante também nas questões de necessidade de implantação de novas estruturas de contenção, pois os recursos hídricos a serem impactados já se encontram atravessados pelo eixo existente. Também foi pontuado pelo empreendedor que os fragmentos florestais nativos sofrerão interferências em suas bordas, as quais costumeiramente já se apresentam mais degradadas e antropizadas do que fragmentos florestais preservados que seriam afetados com uma nova fragmentação. A fauna silvestre local também poderá ser mais facilmente manejada e sofrer menos os impactos das obras de duplicação. Considerando o exposto, e por se tratar de duplicação de rodovia, o Estudo de Impacto Ambiental considera a implantação do empreendimento no eixo existente da SP-333, a melhor alternativa.

Com relação a alternativas tecnológicas foram avaliadas soluções técnicas de engenharia destacando-se: • Projeto do pavimento: opções entre pavimentos flexíveis, pavimentos semi-rígidos e pavimentos rígidos, segundo as características de sustentação dos diversos tipos de solo interceptados pelo traçado e pelo volume de tráfego envolvido; • Alternativas estruturais ou semi-estruturais para estabilização de taludes instáveis, buscando limitar áreas de intervenção e atenuar os impactos das obras sobre as áreas lindeiras; • Alternativas para atenuação de impactos acústicos; • Método construtivo para transposição em aterro em área com solo de baixa capacidade de suporte, avaliando-se comparativamente as diversas técnicas para melhoramento e/ou adensamento destes solos, como alternativa à sua substituição, com os respectivos impactos no transporte e disposição em DME; • Procedimento executivo para execução de fundações de viadutos, obras de contenção ou outras situações similares; • Alternativas para desvio de cursos d’água quando da execução de obras de arte correntes. Por se tratar de duplicação de rodovia existente foram mantidas as opções de engenharia utilizadas em áreas de transposição de cursos d’água, estradas, vias públicas, entre outros. Todos os novos dispositivos previstos nos locais, onde haverá necessidade de interseção da rodovia existente, serão implantados através de passagens superiores. Além disso foi destacado que, visando minimizar impactos sobre a fauna regional, a segregação das faixas de rolamento será feita preferencialmente por meio de canteiros centrais. Somente serão previstas implantações de barreiras rígidas do tipo “New Jersey” para segregação nos

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trechos de serra e onde existem afloramentos rochosos, locais em que os fragmentos florestais ficam em cotas muito superiores à pista. Na análise da “Alternativa Zero” o EIA conclui que no caso da não execução do empreendimento, alinhado ao fator de crescimento da região, o nível de serviços das rodovias poderá atingir patamares elevados de saturação, não comportando o tráfego rodoviário, aumentando dessa maneira situações de congestionamento, prejudicando principalmente o escoamento de produtos regionais, inviabilizando assim a estratégia de crescimento regional, em desacordo com todas as políticas e planos de expansão localizados. Ainda foi destacado que, em rodovias de pistas simples e com diversas interseções em nível, com elevado fluxo de veículos e que interceptam trechos urbanos, os índices de acidentes por colisões frontais, laterais e de atropelamentos tendem a ser muito superiores do que em rodovias de pistas duplas, com segregação de tráfego e com dispositivos de acesso e retorno.

6. ÁREAS DE INFLUÊNCIA

No EIA foram delimitadas as áreas de influência, conforme segue. Área de Influência Indireta – AII A AII adotada para os meios fisico e biótico abrangeu os limites territoriais dos municípios interceptados pelo empreendimento, ou seja, a delimitação dos municípios de Marília, Echaporã, Platina e Assis. Para o meio socioeconômico, a AII compreendeu os territórios das regiões administrativas afetadas, onde, para o caso, considerou-se a Região Administrativa de Marília (RAM). Área de Influência Direta – AID A AID adotada para os meios físico e biótico abrangeu uma faixa de 500 m em torno da faixa de domínio proposta para o empreendimento. Para o meio socioecônomico, a AID é constituída pelos limites dos municípios de Marília, Echaporã, Platina e Assis. Área Diretamente Afetada – ADA A ADA do empreendimento considerou a totalidade da nova faixa de domínio da rodovia a ser implantada, os dispositivos de acesso e retorno, as obras de arte especiais, bem como as áreas adjacentes à obra que concentrarão os impactos das atividades de terraplanagem.

7. COMPATIBILIDADE COM A LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Em atendimento ao disposto nos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA nº 237/97, as Prefeituras de Assis, Echaporã, Marília e Platina se manifestaram, por meio dos documentos listados na Tabela 7 a seguir, atestando que o empreendimento está em conformidade com o uso e ocupação do solo e informando não se opor à implantação do mesmo.

Tabela 7 – Manifestações municipais sobre o empreen dimento

Documento em cumprimento ao Art. 5º da Resolução CO NAMA nº 237/97 Parecer Ambiental S/N°, emitido pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Assis em 11/10/17

Certidão SMMA n°001/2018, emitida pela Secretaria de Meio Ambiente de Echaporã em 14/02/18 Certidão n°008/2018, emitida pela Secretaria do Meio Ambiente e Limpeza Pública de Marília em 19/02/18

Certidão de Manifestação do Órgão Ambiental Municipal de Platina S/N°, emitida em 03/10/17 Documento em cumprimento ao Art. 10 da Resolução CO NAMA nº 237/97

Certidão de Uso do Solo S/N°, emitida pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Assis em 11/10/17 Certidão n°016/2018, emitida pela Secretaria de Obras e Planejamento Urbano de Echaporã em 14/02/18

Certidão n°277/2018, emitida pela Secretaria de Planejamento Urbano de Marília em 20/02/2018 Certidão n°032/17, emitida pela Prefeitura Municipal de Platina em 03/10/17

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Avaliação Os documentos expedidos pelas Prefeituras de Assis, Echaporã, Platina e Marília demonstram a compatibilidade do empreendimento ao disposto nos artigos 5º e 10 da Resolução Conama nº 237/97. Dos documentos apresentados, destacamos:

• No Parecer Ambiental emitido pela Prefeitura de Assis é destacada a necessidade de atendimento à legislação municipal no que se refere a Drenagem e conservação do meio ambiente; e

• Na certidão SMMA n°001/2018, o Município de Echaporã manifesta interesse em receber plantio compensatório, conforme tratado no item 8.6 deste Parecer Técnico. Considerando o destacado pela Prefeitura de Assis, deverá ser comprovado, nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Controle Ambiental das Obras, o atendimento aos itens elencados no Parecer Ambiental S/N°, emitido pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Assis em 11/10/17. Exigência

Durante a implantação do empreendimento

• Comprovar, nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Controle Ambiental de Obras, atendimento ao Parecer Ambiental S/N°, emitido pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Assis em 11/10/17.

8. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITI GADORAS

A seguir são apresentados os principais potenciais impactos ambientais associados ao planejamento, implantação e operação da Duplicação da Rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333), segmento entre o km 337+050 e o km 401+200, as medidas ambientais propostas e a avaliação realizada pela equipe técnica do Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE. Neste capítulo, os Programas Ambientais e as medidas mitigadoras propostas, serão apenas citados e relacionados aos potenciais impactos gerados pelo empreendimento, e posteriormente serão apresentados mais amplamente no Item 9 – Programas Ambientais deste Parecer Técnico.

8.1 Geração de expectativa da população quanto à im plantação do empreendimento

A implantação de um empreendimento tende a gerar expectativas na população residente em seu entorno quanto à desapropriação, incertezas sobre transtornos gerados durante a fase obras, alterações de deslocamentos e rotina, no meio ambiente e das condições de segurança do tráfego durante as obras e a sua futura operação. Essa expectativa antecede a fase de implantação e se relaciona com a divulgação de informações sobre o projeto à população. Foram realizadas duas Audiências Públicas sobre o empreendimento, a primeira em 04/07/2018 em Marília e a segunda em 05/07/2018 em Assis, nas quais foi registrada a participação de diversos segmentos da população local (moradores, políticos e organizações da sociedade civil). Dentre as dúvidas e reivindicações realizadas à época destacam-se as solicitações de adequação no projeto, tais como inclusão de vias marginais, acessos a propriedades, implantação de ciclovias, passarelas, e passagens de fauna; desapropriações; impactos sobre as atividades econômicas; interferências sobre mananciais e redimensionamento de sistema de drenagem. O empreendedor apresentou uma pesquisa de percepção realizada na área de influência do empreendimento. Foi informado que entre os dias 20 e 22 de fevereiro de 2018 foram aplicados

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66 questionários, incluindo os moradores da ADA, bem como a população lindeira às vias de acesso a serem utilizadas nas obras, baseando-se em levantamentos primários com entrevistas, considerando as condições de vida e ambientais da região. De acordo com o apresentado, os entrevistados residentes em Assis moravam em média a 3,1 km da rodovia, enquanto os entrevistados de Echaporã residem muito mais próximo à SP333, em média a 1,2km, e os entrevistados de Marília vivem muito mais longe da rodovia, em média à 6,7km de distância. Dentre os 28 entrevistados de Echaporã, metade reside a menos de 1 km da rodovia. O empreendedor informou que não foram aplicados questionários em Platina, pois a área urbana encontra-se distante da rodovia e não havia pessoas nos pontos de ônibus na rodovia nos dias em que foram aplicadas as entrevistas. Quanto à ocorrência de acidentes, os principais locais mencionados situam-se na serra entre Marília e Echaporã (entre os km 340 e 343); no trevo de Echaporã, próximo ao km 370; próximos ao Posto Portal e Posto Pinheirão; na curva que tem como referência o Rio do Peixe e no município de Marília, no trevo de entrada para o município de Oscar Bressane. Com relação aos impactos foram manifestadas preocupação em relação ao corte da vegetação e possível atropelamento de animais. Para mitigar a geração de expectativas da população foi proposta a implementação de um Programa de Comunicação Social, contemplando os Subprogramas de Comunicação Social Prévia e de Comunicação Social na Etapa de Obras, descritos no item 9 deste Parecer Técnico. Tal Programa visa estabelecer formas efetivas de contato entre a Concessionária e as comunidades a serem afetadas de maneira direta, sejam os usuários da rodovia ou a população do entorno do empreendimento, de forma a obter a mitigação do impacto das obras, além de obter a compreensão e participação dos envolvidos no intuito de evitar transtornos, riscos ou equívocos. Dentre os objetivos do Subprograma de Comunicação Social Prévia destacam-se: • Divulgação de informações sobre as características do empreendimento e os benefícios almejados com a sua implantação; • Identificação prévia de todos os agentes envolvidos no processo de licenciamento e execução do empreendimento, incluindo em especial a população e/ou atividades econômicas que poderão ser direta ou indiretamente afetadas ou que manifestem algum interesse específico, destacando-se os moradores locais; • Normatização dos procedimentos de comunicação social, garantindo que somente interlocutores autorizados pela concessionária transmitam as informações e que o façam de maneira congruente, sem entrar em contradições; • Minimização de eventuais impactos decorrentes de falta de comunicação adequada. Dentre as metas do Programa durante a etapa de obras, destacam-se: • Realizar, durante todo o período das obras, campanhas de divulgação, com foco na descrição do avanço das obras e na programação de abertura de novas frentes; • Realizar localmente campanhas de divulgação sobre a abertura de novas frentes de obra, sempre com antecedência; • Manter em condições plenamente operacionais o sistema de atendimento a consultas e reclamações implantado no âmbito do Subprograma de Comunicação Social Prévia. O EIA ainda acrescenta que todas as consultas, reclamações e sugestões serão registradas em um banco de dados que será estabelecido por meio de um canal de comunicação com o público-alvo coordenado pela Ouvidoria. Esses dados serão utilizados como material de base para relatórios mensais e expostos em reuniões com a Construtora, visando o aperfeiçoamento ou correções dos procedimentos adotados.

Avaliação Conforme informa o EIA, a SP-333 no trecho de estudo integra uma rota de escoamento de produtos e insumos agrícolas e agropecuários produzidos na região para o restante do Estado e

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também para os Estados de Minas Gerais e Paraná. Dessa forma, existe risco de acidentes e atropelamentos aos usuários e lindeiros. A questão dos acidentes foi citada na Pesquisa de Percepção Ambiental realizada pelo empreendedor. Sendo assim, infere-se que o empreendimento proposto é aguardado pela população local e regional, bem como gera expectativas quanto à sua implantação. Entende-se que este impacto ocorre de forma mais intensa junto a população a ser diretamente afetada pelo empreendimento (desapropriados, lindeiros, etc.) na medida em que o processo de licenciamento e as ações de implantação da duplicação acontecem. Para as fases de planejamento e de obras as medidas propostas nos Subprogramas de Comunicação Social Prévia e Comunicação Social na Etapa de Obras se devidamente implementadas, deverão mitigar os potenciais impactos. Cabe destacar que de acordo com as manifestações ocorridas durante e após as Audiências Públicas, a população dos municípios interceptados pelo empreendimento necessita de um canal de comunicação eficiente com o empreendedor e responsável pela obra, bem como de acesso permanente a informações referentes ao projeto. Nesse sentido, para a fase de solicitação da Licença Ambiental de Instalação - LI o Programa de Comunicação Social deverá ser detalhado, incluindo, além das medidas já propostas: ações de divulgação à população do local do número de vagas a serem abertas e o perfil profissional buscado durante as obras; ações de divulgação sobre as medidas mitigadoras de incômodos a população e dos canais de comunicação para manifestação de dúvidas e reclamações referentes as obras, conforme item 8.15, assim como propostas de reuniões periódicas com as Prefeituras e com associações de moradores e/ou comunidade local, visando a criação de um canal de comunicação efetivo entre o empreendedor e as partes interessadas. Ainda por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação, solicita-se a realização de reuniões com a população para divulgação de informações sobre o empreendimento, incluindo a divulgação de canais de comunicação específicos para atendimento de dúvidas. O empreendedor deverá comprovar as atividades prévias de comunicação realizadas na fase de planejamento do empreendimento, tais como atendimento às reclamações, esclarecimento de dúvidas da população e reuniões realizadas com as partes interessadas (população diretamente afetada, prefeitura e órgãos associados). Para o registro dessas reuniões, as mesmas deverão ser documentadas por meio de relatórios que integrem fotos, atas de reunião, lista de participantes, etc. Durante as obras deverão ser apresentados, no âmbito dos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Comunicação Social, os registros fotográficos datados, demonstrando as atividades desenvolvidas no período. Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO, deverá ser apresentado relatório final sobre o encerramento do Programa de Comunicação Social. Ainda nessa ocasião deverão ser apresentadas no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, discutido no item 8.2 deste Parecer Técnico, as ações de comunicação a serem desenvolvidas junto às comunidades lindeiras.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação Social e subprogramas, incluindo, além das medidas propostas: a divulgação de informações à população sobre as medidas mitigadoras de incômodos, detonações para desmonte de rocha e de paralisações de serviços públicos, sobre os critérios de desapropriação, o número de vagas e perfil profissional buscado, reuniões periódicas com as prefeituras, associações de moradores locais, conselhos municipais, etc. O Programa deverá ser executado por profissional habilitado responsável pela elaboração dos materiais/atividades de comunicação e atendimento à população. Demonstrar ainda a realização

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das atividades prévias de comunicação social, como o atendimento às reclamações, esclarecimento de dúvidas da população, e reuniões realizadas.

Durante a implantação do empreendimento • Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Comunicação Social, comprovando as atividades desenvolvidas no período, principalmente o atendimento a dúvidas e reclamações e as ações realizadas para mitigação de incômodos à população, em especial à população diretamente afetada, os resultados obtidos, avaliação de desempenho do programa, a equipe técnica habilitada responsável, o cronograma de atividades para o próximo período, e os registros fotográficos datados.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar relatório final do Programa de Comunicação Social com o balanço das atividades desenvolvidas durante as obras, eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas, a avaliação da efetividade do Programa e a equipe técnica responsável.

8.2 Desencadeamento / Intensificação de Processos d e Dinâmica Superficial

De acordo com o EIA, a necessidade de realização de atividades de terraplenagem, execução de aterros, escavação nas seções em corte e aberturas de novos acessos, assim como a estabilização de taludes e proteção de saias de aterro nas áreas de apoio, potencializam este impacto, assim como a intensidade deste impacto é intrínseca à susceptibilidade natural do meio em que está inserido, que neste caso, é classificado como de alta e muito alta suscetibilidade à erosão por sulcos, ravinas e boçorocas, e alta suscetibilidade a movimento de massas, o que eleva a magnitude da potencialidade de desencadeamento de processos de dinâmica superficial. Os processos de dinâmica superficial, desencadeados ou intensificados pela movimentação de massas inerentes às atividades necessárias à obra, se iniciam logo após a remoção dos solos superficiais e/ou exposição dos materiais geológicos, podendo ocorrer de modo intenso durante todo o período que antecede a implantação da drenagem superficial definitiva, da cobertura vegetal e das demais atividades de recomposição vegetal e paisagismo. Visando a caracterização da ADA quanto à existência de processos do meio físico ou potencialidade de ocorrência, foi realizada uma avaliação das informações pedológicas, geomorfológicas da região e dados de estudos realizados na área de interesse. Observou-se principalmente os locais mais suscetíveis a processos como erosão, movimentos de massa e inundação, bem como as características e os comportamentos impostos aos terrenos no trecho de implantação das obras. Dessa maneira foram identificados os intervalos de suscetibilidade no trecho pretendido pelo empreendimento. A Tabela 8, apresenta as classes de suscetibilidade a processos do meio físico que o terreno está sujeito, conforme km da rodovia e o quantitativo de tais áreas.

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Tabela 8: Suscetibilidade a Processos de Dinâmica Supe rficial na ADA

A partir da consulta ao estudo realizado pelo IPT ao DAEE sobre identificação, caracterização e mapeamento de erosões urbanas e rurais e ocorrência de inundações nos municípios do Estado de São Paulo (IPT, 2012) foi possível mapear 5 feições erosivas existentes nas proximidades (até 60m) da Área Diretamente Afetada da duplicação da SP-333, todas relacionadas a processos erosivos rurais, apontadas na Tabela 9 a seguir.

Tabela 9 – Erosões cadastradas pelo IPT em 2012 nas p roximidades da ADA.

Nos levantamentos de campo foi verificada a existência de 11 pontos de alagamentos e inundações e 27 pontos de passivos ambientais geológico-geotécnicos, listados nas Tabelas 10 e 11 a seguir.

Tabela 10 – Pontos de alagamento

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Tabela 11 – Passivos ambientais geológico-geotécnico s

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Ainda com relação à existência de processos de dinâmica superficial existentes, o Instituto Florestal em sua manifestação sobre a proposta de Termo de Referência do EIA/RIMA, por meio do Despacho Diretoria Geral nº 0102/2018 – Seção de Assis, informou sobre a existência de pontos de voçoroca causados pelo lançamento de água pluvial da Rodovia, mapeados no Plano de Manejo da Estação Ecológica de Assis. A Entrevias em resposta ao IF informou que, por meio de imagens aéreas atualizadas, constatou-se que o processo erosivo no Ribeirão do Campestre se manteve estável, sem avanço nas dimensões da ravina, sendo verificada uma densa cobertura vegetal na região e ausência de sinais de processos erosivos provenientes do canal de drenagem de águas pluviais da Rodovia SP-333. Foi proposto o monitoramento dos dispositivos hidráulicos da rodovia e a aplicação de medidas corretivas, quando necessário. Segundo o EIA, as propriedades e áreas que recebem contribuições da drenagem pluvial da rodovia estão entre os passivos e áreas de inundação levantados. São propriedades rurais nas quais é possível identificar processos erosivos, ravinas, escorregamentos no limite da faixa de domínio pela ausência de estruturas de drenagem. São áreas localizadas nas margens de cursos d’água, onde os dispositivos de drenagem como escada hidráulica, canaletas concretadas são insuficientes, desencadeando processos erosivos e escorregamentos. De acordo com o levantamento, as áreas não apresentam interferências de grande amplitude nem são consideradas graves, exceto pela ravina que já atingiu o sistema de drenagem da Rodovia SP-333. Durante as Audiências Públicas nos municípios de Marília e Assis, a Entrevias apresentou para a mitigação de impactos relacionados ao lançamento da drenagem pluvial da Rodovia em propriedades lindeiras, a proposta de implantação de dispositivos de dissipação de energia e bacias de amortecimento.

Ainda de acordo com o EIA, o empreendimento representará, para o sistema hidrogeológico, um incremento das áreas impermeabilizadas na faixa de domínio da rodovia, principalmente em função do aumento da pavimentação das vias a serem construídas em si, mas também devido à construção de obras de arte e à compactação do solo pela movimentação de máquinas e veículos. Cita-se que um dos principais problemas associados à impermeabilização do solo refere-se à diminuição das áreas de infiltração, com consequente alteração do equilíbrio natural entre escoamento superficial e processos de percolação da água no solo.

Com relação ao uso de áreas de empréstimo e para depósito de materiais excedentes, de acordo com o apresentado, foram apresentadas áreas que se encontram em estudo pela Concessionária (Tabela 12). Estão sendo priorizadas áreas de apoio no interior da faixa de domínio e também lindeiras a esta, em áreas sem restrições ambientais. Todas as áreas serão objeto de cadastro, conforme resolução SMA nº 30/00.

Tabela 12 – Potenciais Áreas de Apoio para as obras de duplicação

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Visando a mitigação dos impactos em questão foi proposta pelo empreendedor a implementação de medidas contempladas nos seguintes Programas Ambientais, posteriormente descritos no item 9 deste Parecer: ○ PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DAS OBRAS (PCA)

● Subprograma de Controle dos Processos de Dinâmica Superficial, que inclui: Prevenção e Controle da Erosão e Assoreamento e; Controle Geotécnico e de Recalques; ● Subprograma de Planejamento e Controle Ambiental da Desativação e/ou Interrupção Temporária de Frentes de Obra

○ PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL DAS OBRAS ● Subprograma de Recomposição Florestal (relacionado à compensação pela impermeabilização de áreas)

○ PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA OPERAÇÃO Foi ressaltada a importância da construção de sistema de drenagem para captação da água pluvial proveniente de áreas impermeabilizadas, com estruturas de controle e atenuação da velocidade de escoamento da água, de modo a evitar processos erosivos e possibilitar infiltração destas em outros setores não impermeabilizados. Para mitigar os impactos relacionados à paralisação temporária do empreendimento ou de alguma frente de obra, relacionada à embargos, ações judiciais, etc., foi proposta a implementação de um Subprograma de Planejamento e Controle Ambiental da Desativação e/ou Interrupção Temporária de Frentes de Obra.

Avaliação Considerando o apresentado no EIA, entende-se que os potenciais impactos associados à alteração da morfologia dos terrenos e ao desencadeamento e/ou intensificação de processos de dinâmica superficial estão associados principalmente à fase de implantação do empreendimento. De maneira geral, esses impactos poderão ser mitigados com a adequação dos projetos de engenharia, e com a implantação de medidas de controle de processos de dinâmica superficial. As diretrizes propostas nos Programas e medidas propostos pelo EIA e as solicitadas neste Parecer Técnico, se devidamente implementadas, deverão prevenir e minimizar a intensificação/desencadeamento de processos de dinâmica superficial durante a implantação e operação do empreendimento. A eficácia das medidas propostas no âmbito do Programa de Controle Ambiental de Obras (PCA) está ligada à fase de planejamento, ou seja, a adoção de diretrizes ambientalmente adequadas durante a elaboração do Projeto Executivo do empreendimento. Portanto, para a próxima fase do licenciamento ambiental, faz-se necessária a apresentação de um Programa de Adequação Ambiental do Projeto Executivo, que deverá agrupar as ações de planejamento propostas no PCA e incluir ações para promover a incorporação de critérios ambientais pelas subempreiteiras e fornecedores (por exemplo, incluir dispositivos de disciplinamento da água para proteger propriedades lindeiras de eventuais processos erosivos, iniciar as obras somente após a implantação de sistema de drenagem provisório, otimizar os volumes de corte e aterro, etc.), a fim de que o controle do cumprimento das práticas adequadas e das exigências ambientais sejam mais efetivos. O Programa de Adequação Ambiental do Projeto Executivo deverá ainda, incorporar o atendimento ao Parecer Técnico do Instituto Florestal referente à manifestação técnica, quanto ao Estudo de Impacto Ambiental - EIA e o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA e Ata da nona reunião do Conselho Consultivo da Estação Ecológica de Assis, realizada no dia 25 de setembro de 2018, especialmente quanto à redefinição da localização do dispositivo de retorno entre os quilômetros 394 e 395, de forma a eliminar sobreposição da obra com a Floresta Estadual de Assis, entre outras solicitações descritas no item 8.9 deste Parecer Técnico.

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Considerando a demanda por ciclovias manifestada em Audiência Pública, e que o objeto em análise atravessa trechos urbanos que poderiam ser utilizados para o tráfego de ciclistas, os quais se movimentam entre bairros, inclusive para deslocamento ao trabalho, deverá ser avaliada a necessidade de instalação de ciclovia para proporcionar maior segurança a todos os usuários da rodovia. Deverão ser estudados os pontos de demanda, considerando pesquisa origem/destino e dados de atropelamentos. Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI, deverão ser apresentados os Planos de Ataque das Obras e as pranchas do projeto do empreendimento, incluindo informações sobre as obras-de-arte especiais, obras de estabilidade de taludes e sistemas de drenagem, acompanhados de memorial descritivo e das respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs. O detalhamento do Subprograma de Controle dos Processos de Dinâmica Superficial deverá contemplar o monitoramento dos passivos relacionados aos processos de dinâmica superficial da área de influência do empreendimento incluindo os pontos mapeados no Plano de Manejo da Estação Ecológica de Assis. Deverá ser prevista na apresentação dos relatórios de acompanhamento do PCA, o andamento da recuperação desses passivos ambientais relacionados ao trecho em análise. Ainda com relação aos pontos de erosão mapeados no Plano de Manejo da Estação Ecológica de Assis, caso o projeto de drenagem pluvial preveja o lançamento da drenagem pluvial na área da Estação, o mesmo deverá ser previamente analisado pelo Instituto Florestal. Para a fase construtiva deverão ser previstas no âmbito do Subprograma de Controle Geotécnico e de Recalques, medidas para o controle e monitoramento geotécnico de taludes e em áreas classificadas como de maior potencialidade de movimentação de massas, e a implantação de sistema de drenagem provisório a ser integrado ao sistema definitivo. Tendo em vista que após a conclusão do projeto executivo do empreendimento, o balanço de massa apresentado pode sofrer ajustes, por ocasião de solicitação de LI o empreendedor deverá apresentar o balanço de massa detalhado referente aos volumes de corte e aterro para todo o traçado do empreendimento, assim como a definição das áreas a serem utilizadas como Depósito de Material Excedente – DME e Área de Empréstimo – AE. Considerando as áreas de apoio em estudo pela Concessionária, ressalta-se que, preferencialmente, as áreas de apoio devem se localizar em áreas sem restrição ambiental. Caso sejam selecionadas áreas fora da faixa de domínio, deverá ser atendido o disposto na Resolução SMA n° 30/00. Para o caso de uso de áreas situadas em área urbana, deverão ser apresentadas manifestações da Prefeitura Municipal. Ainda, por ocasião da solicitação de LI deverão ser apresentados, visando a organização e compilação das informações ambientais relacionadas com o licenciamento em curso, os arquivos cartográficos georreferenciados e as tabelas síntese do licenciamento (caracterização do empreendimento e indicadores de impacto ambiental). Para o preenchimento das tabelas, verificar as instruções indicadas na página http: //licenciamentoambiental.cetesb.sp.gov.br /tabelas/ e para apresentação dos arquivos cartográficos georreferenciados, acessar http ://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/ cetesb/ documentos/ Manual-DD-217-14.pdf. Com relação ao lançamento de água pluvial da Rodovia em propriedades lindeiras, devido à alta suscetibilidade de processos de dinâmica superficial da região, deverá ser prevista a implantação de dispositivos de disciplinamento, redução da velocidade do escoamento superficial e de contenção/retenção o volume de água de forma a evitar danos e a inundação de propriedades lindeiras e cursos d’água naturais. Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação deverá ser apresentada a descrição desses dispositivos e a localização desses em arquivo vetorial no formato KMZ. Dada a alta potencialidade de desencadeamento de processos de dinâmica superficial da área, o potencial de carreamento de sólidos para cursos d’água e a criticidade de disponibilidade hídrica

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regional, as obras deverão ser iniciadas após a implantação do sistema de drenagem provisório na área de implantação do empreendimento. Assim, deverá ser apresentado, no prazo máximo de 02 (dois) meses da emissão da LI, relatório fotográfico datado comprovando a implantação dos sistemas de drenagem provisória composto por dispositivos de disciplinamento e contenção de águas pluviais, e dispositivos estruturais de contenção de sedimentos em toda a frente de obras, especialmente junto dos corpos d’água e/ou talvegues. Deverão constar também os registros fotográficos dos corpos d’água antes do início das obras e durante as intervenções previstas. Durante a implantação do empreendimento, deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas de Controle Ambiental das Obras e de Monitoramento Ambiental, e respectivos Subprogramas, comprovando as atividades desenvolvidas no período, medidas implementadas, resultados obtidos, análise da efetividade das medidas implementadas, eventuais não conformidades identificadas e respectivas medidas corretivas adotadas, registros fotográficos. Ao final das obras, deverá ser apresentado relatório final conclusivo dos referidos Programas, demonstrando o encerramento ambientalmente adequado das atividades, e em especial a recuperação e recomposição vegetal de todas as áreas afetadas pelas obras (faixa de domínio, áreas de empréstimo e depósitos de material excedente, bota-espera, acessos provisórios, canteiros de obras, entre outros). Ainda por ocasião da solicitação de LO, deverá ser detalhado o Programa de Gestão Ambiental da Operação do Empreendimento, o qual deverá contemplar ações relativas à manutenção do plantio compensatório, avaliação e monitoramento da suficiência das estruturas de drenagem superficial e bueiros, monitoramento de eventuais processos de dinâmica superficial em propriedades lindeiras causados pelo lançamento da drenagem pluvial da Rodovia – incluindo os pontos de erosão apontados no Plano de Manejo da Estação Ecológica de Assis, gerenciamento de passivos ambientais, comunicação social com as comunidades lindeiras, registros de acidentes com produtos perigosos e de incêndios gerados na faixa de domínio. Durante a operação do empreendimento, o interessado deverá apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação comprovando a adoção das ações descritas ao longo deste Parecer Técnico. Deverá ser incluído no Subprograma de Planejamento e Controle Ambiental da Desativação e/ou Interrupção Temporária de Frentes de Obra ações que prevejam a comunicação imediata da paralisação das obras à CETESB, aos gestores da Estação Ecológica e Floresta de Assis e às prefeituras municipais envolvidas. Deverão ser incluídas atividades de monitoramento e manutenção do sistema de drenagem provisória e de processos de dinâmica superficial. No Subprograma de Planejamento e Controle Ambiental da Desativação e/ou Interrupção Temporária de Frentes de Obra são elencadas atividades construtivas que não poderão ser interrompidas tais como cravação de estaca, colocação de bueiro, concretagem de OAE, pavimentação asfáltica, etc.. Ressalta-se que diferente do proposto, dependendo do tipo de embargo de paralisação, toda e qualquer atividade construtiva quando determinada pela autoridade ambiental deverá ser paralisada.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar um Programa de Adequação Ambiental do Projeto Executivo contemplando as diretrizes do item 8.2 do Parecer Técnico 390/18/IE e do Parecer Técnico do Instituto Florestal de 27/09/18, relativas à redefinição da localização do dispositivo de retorno entre os quilômetros 394 e 395;

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• Apresentar o Plano de Ataque de Obras para cada trecho de obra a ser iniciado, com caracterização dos trechos, cronograma e responsáveis pela execução das obras e recuperação ambiental, com suas respectivas Anotação de Responsabilidade Técnica – ARTs. • Apresentar o detalhamento dos Programas de Controle Ambiental das Obras, de Monitoramento Ambiental e de Educação Ambiental, e respectivos Subprogramas, inclusive de Controle Geotécnico e de Recalques, contemplando as diretrizes dos itens 8.2 e 8.3 do Parecer Técnico nº 390/18/IE; a equipe alocada e as respectivas responsabilidades, incluindo a participação de representantes das empreiteiras; o detalhamento das medidas e procedimentos propostos; os mecanismos de gestão; as formas de acompanhamento ambiental, incluindo uso de indicadores ambientais e avaliação das não-conformidades; as formas de registros ambientais e de treinamento dos empregados; e o cronograma de atividades. • Apresentar pranchas do projeto do empreendimento, informando especialmente sobre a concepção geral do projeto, detalhe das obras-de-arte especiais, das obras de estabilidade de taludes e dos sistemas de drenagem acompanhados de memorial descritivo e das respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs. Indicar os critérios ambientais adotados para redução de supressão de vegetação e interferências em Áreas de Preservação Permanente – APP’s, tais como ajustes de traçado. • Indicar em foto aérea ou imagem de satélite (escala 1:10.000 ou maior) as áreas de empréstimo e depósito de material excedente a serem utilizadas nas obras. Informar sobre o balanço de massa para terraplenagem de cada trecho de implantação. Para as áreas de apoio situadas fora de faixa de domínio, priorizar as que se enquadrem na Resolução SMA n° 30/00, efetuando o cadastramento das mesmas no Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos - IE. • Apresentar a descrição dos dispositivos permanentes de disciplinamento, redução de velocidade e contenção de água pluvial da rodovia e sua localização georreferenciada em arquivo vetorial tipo KMZ; • Apresentar, visando à organização e compilação das informações ambientais relacionadas com o licenciamento em curso, os arquivos cartográficos georreferenciados e as tabelas síntese do licenciamento (caracterização do empreendimento e indicadores de impacto ambiental). Para o preenchimento das tabelas, verificar as instruções indicadas na página http: //licenciamentoambiental.cetesb.sp.gov.br /tabelas/ e para apresentação dos arquivos cartográficos georreferenciados, acessar http ://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/ cetesb/ documentos/ Manual-DD-217-14.pdf. • Apresentar o detalhamento do Subprograma de Planejamento e Controle Ambiental da Desativação e/ou Interrupção Temporária de Frentes de Obra considerando as diretrizes do item 8.2 do Parecer Técnico n° 390/18/IE. Durante a implantação do empreendimento

• Apresentar, no prazo máximo de 2 (dois) meses da emissão da LI, relatório fotográfico datado comprovando a implantação dos sistemas de drenagem provisória nas frentes de obras, especialmente junto dos corpos d’água e/ou talvegues. Contemplar medidas de proteção do solo, medidas de disciplinamento e dissipação de energia das águas e dispositivos estruturais de contenção de sedimentos, conforme previsto no Programa de Controle Ambiental de Obras – PCA. Deverão constar também os registros fotográficos dos corpos d’água antes do início das obras e durante as intervenções previstas; • Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas de Controle Ambiental das Obras – PCA, de Monitoramento Ambiental e de Educação Ambiental e respectivos Subprogramas, comprovando por meio de registros fotográficos datados, a implementação das medidas mitigadoras previstas. Deverão ser apresentados os mecanismos de gestão adotados, as não conformidades verificadas em campo, as respectivas ações corretivas adotadas e a equipe

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técnica responsável. Apresentar, para os programas de monitoramento, os resultados obtidos em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls, ou compatível); e, a localização do empreendimento, de pontos amostrais e das áreas estudadas em arquivos raster (extensão GeoTIFF ou compatível) e vetorial (extensão shp. ou compatível), em UTM, Datum SIRGAS 2000.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO

• Apresentar relatório final dos Programas de Controle Ambiental das Obras – PCA, de Monitoramento Ambiental e de Educação Ambiental e dos Subprogramas, ilustrado com fotos datadas, com o balanço das atividades realizadas e a avaliação da efetividade das medidas adotadas. Deverá também ser comprovada a completa recuperação dos processos erosivos e de todas as áreas afetadas pelo empreendimento, incluindo os canteiros de obras e demais áreas de apoio, assim como a adequada destinação dos resíduos e efluentes gerados durante as obras; • Apresentar o detalhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação do Empreendimento, contemplando ações relativas à manutenção do plantio compensatório; gerenciamento de passivos ambientais; registros de acidentes com produtos perigosos, de incêndios gerados na faixa de domínio; ações de comunicação social e do gerenciamento de resíduos; ações de combate ao abandono de animais domésticos nas estradas ou áreas lindeiras.

Durante a operação do empreendimento

• Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação do Empreendimento, contemplando o monitoramento das seguintes variáveis: situação das estruturas de drenagem superficial; a suficiência hidráulica dos bueiros; situação dos dispositivos de retenção/contenção de líquidos, consolidação do plantio compensatório; gerenciamento de passivos ambientais; histórico de acidentes de produtos perigosos; histórico de faixas de incêndio gerados na faixa de domínio; e de processos de dinâmica superficial em propriedades lindeiras e cursos d’água causados pelo lançamento da drenagem pluvial da Rodovia.

8.3 Interferências em Recursos Hídricos

O empreendimento interceptará 34 drenagens, nas sub-bacias dos Rios Pari, Médio Peixe e Capivara, e foram contabilizadas 27 travessias de recursos hídricos na ADA, atualmente realizadas principalmente por intermédio de canalizações, com exceção de 3 travessias por Obra de Arte Especial, conforme apresentado na Tabela 13.

No EIA, este potencial impacto foi relacionado a: • Alteração da qualidade da água durante a construção associada a eventos acidentais como o vazamento de combustíveis ou produtos perigosos, ou em situações de rotina durante as atividades de construção, como o manuseio e armazenamento inadequado de produtos perigosos, disposição inadequada de resíduos líquidos das instalações de apoio e frentes de obra, ou no carreamento de substâncias aplicadas na execução das estruturas de concreto e na pavimentação; • Risco de contaminação dos corpos hídricos durante a operação em decorrência de acidentes rodoviários com veículos que transportam produtos perigosos, ou também pelo carreamento de cargas difusas pela lavagem das superfícies durante os eventos de chuva; • Redução do tempo de concentração e aumento das áreas das bacias de contribuição de algumas drenagens naturais, proveniente do sistema de drenagem do empreendimento; • Risco de contaminação do lençol freático durante a construção em decorrência de eventuais acidentes com combustíveis ou outras cargas tóxicas, decorrentes das atividades de manutenção e abastecimento de máquinas e equipamentos. • Desestabilizações de margens e/ou aumento de inundações em corpos d’água naturais; e • Interferências em captação subterrânea de água.

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Tabela 13 - Relação dos recursos hídricos superfici ais presentes na ADA do empreendimento

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Com relação a potenciais interferências na captação subterrânea de água para particulares, foram levantados apenas 2 poços cadastrados no DAEE na ADA, sendo 1 de travessia na altura do km 381+200 em Echaporã e 1 de captação subterrânea de uso privado na altura do km 351+600 em Marília. Também foram mapeados 8 pontos de captação de água para abastecimento público cadastrados no DAEE na região do empreendimento, conforme demostrado a seguir na Tabela 14.

Tabela 14 – Captações de água para abastecimento pú blico

Segundo o apresentado, os pontos 5, 6 e 7 estão em outra microbacia e não serão afetados pelo empreendimento. O ponto 8 está à montante e os pontos 1, 2, 3 e 4 estão à jusante. O ponto 4 é de captação subterrânea. Foi proposto o monitoramento de 10 pontos com amostragens de água superficial. De acordo com o estudo, os resultados analíticos dos parâmetros demonstram que os cursos d’água próximos ao empreendimento já se encontram com certa degradação qualitativa, provavelmente impulsionada pela ocupação/antropização de margens, lançamento irregular de efluentes por residências, agriculturas e indústrias na região. Segundo o EIA, considerando que a metodologia de implantação para a duplicação da Rodovia SP333 não prevê intervenções profundas em solo e que atinjam o nível d’água (NA), não são esperadas interferências das obras na qualidade das águas subterrâneas, justificando a não realização das análises das águas subterrâneas. Para a mitigação dos impactos, foi proposta a implementação dos seguintes programas: ○ PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DAS OBRAS (PCA)

● Subprograma de Monitoramento da Qualidade da Água

Avaliação

Entende-se que os potenciais impactos das obras sobre os recursos hídricos poderão ser mitigados pela adoção de medidas que minimizem e controlem a mobilização de massas e efluentes, e que promovam a retenção desses materiais antes que atinjam os corpos d'água. Nesse sentido, as medidas preventivas e mitigadoras apresentadas nos vários Programas Ambientais citados no EIA contribuem para tal finalidade. Por ocasião da LI, deverão ser identificados os pontos críticos mais suscetíveis ao assoreamento, e para estes deverá ser

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apresentado levantamento batimétrico. Cada ponto de levantamento deverá ser locado em mapa de declividade da bacia hidrográfica, contendo o traçado do empreendimento. Ainda, considerando se tratar de uma área de contribuição de manancial de abastecimento público, o grande volume de solo mobilizado e o amplo número de corpos d´água atravessados, deverá ser previsto o uso de barreiras flutuantes de contenção de sedimentos nos contribuintes dos pontos de abastecimento e barreiras fixas em todos os cursos d’água na área a ser afetada pelas obras. Ainda por ocasião da solicitação da LI e do detalhamento do projeto executivo, o interessado deverá atualizar o mapeamento das travessias de cursos d’água, considerando a base cartográfica do IBGE – Hidrografia 1:50.000, esclarecendo eventuais diferenças na quantidade de cursos d’água já mapeados. Cabe ressaltar que deverão ser implementadas medidas mitigadoras aos impactos de dinâmica superficial para as travessias mapeadas, e que não será permitido o aterramento de qualquer corpo d’água. Os pontos de monitoramento da qualidade da água deverão incluir os pontos de abastecimento público apresentados na Tabela 14 e deverá ser realizada amostragem antes do início das obras. Caso sejam verificados eventuais reflexos negativos das obras em estruturas ou poços d’água, estes deverão ser objeto de mitigações e ressarcimentos. Considerando o Parecer Técnico do Instituto Florestal deverá ser incluído no Subprograma de Monitoramento da Qualidade da Água, ponto de monitoramento na Represa do Cervo e em curso d’água contribuinte do manancial de abastecimento de Assis. Assim sendo, no detalhamento do Subprograma de Monitoramento da Qualidade da Água deverão ser contemplados: os pontos amostrais georreferenciados; a justificativa de escolha de cada ponto; frequência amostral compatível com o cronograma de obras para cada ponto; parâmetros a serem analisados; e métodos de coleta e preservação de amostras a serem utilizados. Os relatórios de acompanhamento durante a implantação e operação do empreendimento deverão contemplar o monitoramento de eventuais processos de dinâmica superficial ocasionados pela água pluvial da Rodovia. Conforme as diretrizes do item 8.2 deste Parecer Técnico, no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, deverão ser monitorados processos de dinâmica superficial nos cursos d’água que recebem contribuição do sistema de drenagem pluvial da Rodovia. O Programa de Comunicação Social, tratado no item 8.1 deste Parecer Técnico deverá contemplar ações de divulgação, por meio de canal de comunicação voltado para atendimento à população potencialmente afetada pela interrupção do fornecimento de água durante as obras. Ainda com relação ao potencial de impacto aos pontos de captação, deverão ser propostas, conforme discutido no item 8.4 deste Parecer Técnico, medidas de proteção relacionadas com o risco de acidentes com produtos perigosos durante a operação do empreendimento. Por ocasião da solicitação de LI, o interessado deverá apresentar a manifestação do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, em atendimento à Portaria DAEE nº 1630, de 30/05/17 e reti-ratificada em 06/02/18, e à Instrução Técnica DPO nº 09 de 30/05/2017, atualizada em 25/07/2017 para as travessias de corpos d’água. Foi encaminhada para análise e manifestação técnica dos Comitês das Bacias Hidrográficas do Médio Paranapanema e do Tietê-Jacaré nos termos da Resolução SMA nº 54/08, uma cópia do EIA/RIMA do empreendimento.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI

Apresentar, no âmbito do Subprograma de Controle de Processos de Dinâmica Superficial do PCA, o mapeamento e georreferenciamento dos pontos críticos sujeitos ao assoreamento, cuja escolha deverá ser devidamente justificada. Para tais pontos, deverá ser apresentado o nível de

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leito/cota de fundo atual. Ressalta-se que o mapa deverá conter a rede hídrica das sub-bacias atravessadas e o traçado do empreendimento diferenciado pelos métodos construtivos deste. Incluir o uso de barreiras flutuantes de contenção de sedimentos nos contribuintes dos pontos de abastecimento e barreiras fixas em todos os cursos d’água na área a ser afetadas pelas obras. Apresentar ainda o mapeamento atualizado dos cursos d’água atravessados, segundo a cartografia oficial. Apresentar manifestação do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, em atendimento à Portaria DAEE nº 1630, de 30/05/17 e reti-ratificada em 06/02/18, e à Instrução Técnica DPO nº 09 de 30/05/2017, atualizada em 25/07/2017, para travessia de corpos d’água.

8.4 Poluição Gerada nas Áreas de Apoio e Frentes de Obra

Segundo o EIA, tais impactos poderão ocorrer em razão de algumas das diversas atividades impactantes executadas na fase de obras, como por exemplo: implantação e operação dos canteiros de obras e outras instalações administrativas e industriais; transporte de materiais; pavimentação e; desativação de instalações provisórias. O uso de veículos e a operação dos demais equipamentos nas obras podem gerar vazamentos acidentais de combustíveis e/ou óleos lubrificantes e vir a contaminar as águas superficiais e/ou o solo onde for derramado, caso não sejam adotadas técnicas de contenção adequadas ou executadas ações corretivas imediatas. Em casos extremos, esta contaminação pode alcançar o lençol freático. A queima de combustíveis, a movimentação de terra, a circulação de veículos sobre estradas não pavimentadas e o transporte de materiais promovem a ressuspensão de poeiras, e acarretam a degradação da qualidade do ar no entorno do empreendimento. Entre as medidas de mitigação propostas para este impacto, no âmbito do Subprograma de Mitigação de Eventuais Incômodos à População Introdução, destacam-se o controle do fluxo de veículos, a umectação periódica do solo exposto com caminhão pipa durante todo o período de execução das obras, incluindo as frentes de obras e instalações de apoio e vias de acesso. Para o controle das emissões relacionadas à queima de combustíveis foi proposta a manutenção dos veículos e equipamentos, de forma a atender aos padrões do PROCONVE – Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, no que se refere a emissão de gases poluentes e material particulado na atmosfera.

Foram apresentados como objetivos do Subprograma de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes: Definir os procedimentos necessários para o gerenciamento adequado de todos os tipos de resíduos sólidos gerados nas fases de obras; Assegurar que a menor quantidade possível de resíduos seja gerada durante essa fase; Minimizar os riscos de contaminação do solo e dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) mediante o tratamento e disposição adequada dos resíduos sólidos gerados pelo empreendimento; Assegurar que apenas empresas especializadas e licenciadas pelos órgãos ambientais competentes promovam o transporte do material, quando a destinação final se der fora da área que abrange o sistema rodoviário; Promover as ações necessárias para reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos sólidos, incentivando o reuso e a reciclagem deles; e Estabelecer procedimentos de controle e fiscalização do processo. Outras medidas ambientais relevantes aplicáveis ao conjunto destes impactos estão inseridas no Programa de Controle Ambiental das Obras – PCA e no Subprograma de Monitoramento da Qualidade das Águas descritos em maior detalhe no item 9 deste Parecer Técnico.

Avaliação

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As medidas propostas, aliadas com as solicitadas neste Parecer Técnico, podem ser consideradas adequadas para prevenção e mitigação dos impactos identificados e deverão ser detalhadas na fase seguinte do licenciamento. O detalhamento do Subprograma de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes deverá contemplar o gerenciamento de efluentes de caixas de separação de água e óleo, de efluentes de canteiros e áreas administrativas, de lavagem de máquinas e equipamentos, efluente sanitário, material decantado de cacimbas, etc. Deverão ser apresentados por ocasião da solicitação da Licença de Instalação: a localização dos canteiros de obras e áreas de apoio sobre imagem de satélite ou ortofoto atualizada; o layout das instalações (oficinas, refeitório, instalações sanitárias, vias de acesso, etc.) e; as licenças de operação das unidades industriais. Considerando o Parecer Técnico nº 056/2018/CEEQ, elaborado pelo Setor de Atendimento a Emergências, o interessado deverá, para a próxima fase do licenciamento, apresentar um Programa de Gerenciamento de Risco e Plano de Ação Emergencial para Fase de Obras, que entre outros, deverá considerar: • Existência de três pontos de captação para abastecimento público, um na cidade de Assis, localizada à 5,2 km do empreendimento e dois na cidade de Echaporã, localizada à 1,5 km, ambos à jusante. Deverão ser apresentadas informações sobre os cursos d’água atravessados pelo empreendimento, tais como: identificação dos cursos d’água, pontos de captação para abastecimento público com plotagem de sua localização, distância da captação para o eixo da rodovia, informar se o curso d’água intercepta ou margeia a rodovia. Caso o ponto de captação esteja localizado num curso d’água que não cruzar a rodovia, mas se existirem afluentes que interceptam ou margeia a rodovia, o mesmo deverá ser descrito/discriminado; • O PGR/PAE para operação deverá priorizar os trechos críticos (nº 2, 3, 4 e 5) que foram identificados no PGR/PAE fase de operação, informando quais medidas serão tomadas visando a proteção dos recursos hídricos (tratado no item 8.17 deste Parecer Técnico); Tabela 15- Trechos críticos da SP-333 e respectivas vulnerabilidades relacionadas à ocupação humana, recursos hídricos e ambientes naturais

• Referente aos 34 trechos de curso d’água que interceptam a rodovia, o empreendedor deverá apresentar quais medidas serão executadas ou implementadas visando a não contaminação por produtos químicos durante a fase de obras; Ainda, o detalhamento do Subprograma de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos e Efluentes deverá contemplar item de treinamento dos funcionários e colaboradores no que se refere à gestão dos resíduos. Da mesma forma, deverão ser detalhados os procedimentos de gestão e caracterização dos resíduos, de acordo com Resolução CONAMA nº313, de 29/10/2002 e demais legislações e normas técnicas aplicáveis. Também deverá ser priorizado o uso de sanitários químicos e a contratação de empresas licenciadas para fornecimento de materiais e serviços. Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO deverá ser comprovada a desativação e recuperação das áreas de apoio às condições originais por meio de relatório devidamente ilustrado com fotos datadas, conforme solicitado no item 8.2 deste Parecer Técnico.

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Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI

• Apresentar a localização e o layout do canteiro de obras, indicando as instalações previstas (alojamento, oficinas, refeitório, sanitários químicos, unidades industriais, vias de acesso, etc.), bem como as licenças de operação das unidades industriais contratadas para a execução dos serviços.

• Incluir no detalhamento do Subprograma de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluente, do PCA, as diretrizes elencadas no item 8.4 do Parecer Técnico n° 390/18/IE.

• Apresentar um Programa de Gerenciamento de Risco e Plano de Ação Emergencial para Fase de Obras, incorporando as diretrizes dispostas no item 8.4 do Parecer Técnico n° 390/18/IE.

8.5 Interferências em áreas contaminadas

A execução das obras de implantação da rodovia pressupõe uma série de atividades de escavação e movimentação de solos, as quais demandam avaliação pretérita da ADA com o objetivo de identificar a presença de áreas contaminadas ou com potencial de contaminação que possam implicar em riscos ambientais e no consequente atraso na execução das obras, aumento de custos, acidentes ocupacionais, etc. De acordo com o EIA, para identificação das atividades potencialmente poluidoras presentes na área de influência das obras de implantação deste empreendimento, foram utilizados os Procedimentos para Gerenciamento de Áreas Contaminadas, aprovados pela Decisão de Diretoria nº 038/2017/C. Assim, foi consultada a relação de áreas contaminadas da CETESB, ano base 2017 e constatou-se que não há registros de área com potencial de contaminação, área suspeita de contaminação, área contaminada e/ou área em processo de monitoramento para reabilitação na AID do empreendimento. Ao redor da Região de Interesse – RI foram localizadas algumas áreas cadastradas, sendo a grande maioria estabelecimentos de posto de combustível, algumas concessionárias e oficina de veículos e um local de disposição de resíduos. A área mais próxima está a aproximadamente 2 km de distância da ADA do empreendimento. A respeito da metodologia de construção foi informado que serão realizadas atividades superficiais e em subsuperfície, não sendo prevista a realização de intervenções profundas no subsolo que atinjam o nível d’água (NA), sendo as estruturas mais profundas aquelas aplicadas para a implantação de obras de arte / dispositivos de acesso. Segundo a Concessionária, a metodologia construtiva de baixa intervenção em solo e em água subterrânea, não prevê interferências na qualidade das águas, tampouco prevê atingir plumas de contaminação. De acordo com o EIA, durante as obras, caso verificado algum indício de potencial contaminação no solo ou água subterrânea, serão avaliados os possíveis riscos que os trabalhadores estarão expostos em relação à saúde ocupacional em áreas, sendo então providenciadas medidas adequadas para a situação.

Avaliação

Segundo o Parecer Técnico n°076/18/IPRS, emitido pelo Setor de Avaliação e Apoio ao Gerenciamento do Uso do Solo da CETESB, os dados coletados para caracterização preliminar das áreas contaminadas foram suficientes para esta fase do licenciamento ambiental. Para a próxima fase do licenciamento, foi solicitado:

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• Apresentar perfil das obras de duplicação, incluindo as OAE, acessos e/ou retornos, contendo as cotas de escavação/fundação, terreno natural e do nível de água subterrâneo. No caso de intervenções no nível de água, realizar levantamento quanto à existência de áreas suspeitas de contaminação que possam ter alguma relação com as obras e propor as medidas cabíveis, se for o caso. • Apresentar planta do trecho a ser duplicado, indicando a localização das obras de artes e melhorias a serem instaladas, incluindo eventuais áreas suspeitas identificadas.

Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI

• Apresentar com relação à Avaliação de Áreas Contaminadas: planta do trecho a ser duplicado, indicando a localização das obras de artes e melhorias a serem instaladas, incluindo eventuais áreas com suspeita de contaminação; perfil das obras de duplicação, incluindo as OAE, acessos e/ou retornos, contendo as cotas de escavação/fundação, terreno natural e do nível de água subterrâneo e no caso de intervenções no nível de água, realizar levantamento quanto à existência de áreas suspeitas de contaminação que possam ter alguma relação com as obras e propor as medidas mitigadoras relacionadas.

8.6 Perda de Vegetação Nativa e Intervenções em Áre as de Preservação Permanente – APPs

Segundo o EIA, o empreendimento encontra-se inserido em região de domínio do Bioma Cerrado e Mata Atlântica, sendo que a vegetação remanescente da AII ocupa 12,5% de sua área total, apresentando características da fisionomia do cerrado stricto sensu e cerradão, com a presença de Floresta Estacional Semidecidual (Mata Atlântica do interior do Estado), além da zona de tensão ecológica entre Cerrado e Floresta Estacional Semidecidual. A vegetação nativa remanescente na AII encontra-se distribuída em 3.147 fragmentos distintos, geralmente isolados e vulneráveis a vários fatores que comprometem sua conservação. Deste total, 249 fragmentos são de vegetação savânica, 1.211 de vegetação de várzea e 1.687 de Floresta Estacional Semidecidual (FES), a maioria de tamanho pequeno, menor que 15 ha. Comparando-se os remanescentes de vegetação nativa, nos municípios de Marília e Echaporã ocorrem as áreas com maior importância para a manutenção e incremento da conectividade na AII, pois apresentam maior área recoberta por vegetação natural remanescente. Já Platina e Assis, somados, apresentam 33,1% de área de cobertura vegetal nativa, de acordo com o Inventário Florestal do Estado de São Paulo de 2005. As áreas de Cerrado estão mais concentradas em Assis (54%), abrigando grandes áreas nos fragmentos situados nas Unidades de Conservação Estação Ecológica de Assis e na Floresta Estadual de Assis. A AID do empreendimento compreende um raio de 500 metros a partir dos limites da futura área de implantação. Nesta área os fragmentos de vegetação nativa foram mapeados tendo como base a fotointerpretação de imagens de satélite e incursões a campo. O bioma Mata Atlântica acontece desde o início do trecho, no município de Marília até aproximadamente o km 384+000. Já o Bioma Cerrado passa a ocorrer a partir do km 374+800, em direção ao município de Assis. Entre os km 374+800 e o km 384+000 há uma ocorrência mútua dos dois biomas, caracterizado como uma zona de tensão ecológica. Fragmentos florestais de Mata Atlântica são os mais ocorrentes na AID em área total, perfazendo aproximadamente 64,2% de toda cobertura vegetal, principalmente na região do empreendimento que corta os municípios de Marília e Echaporã. A grande maioria dos fragmentos (aproximadamente 95% do total) apresenta superfície inferior a 10 hectares. Dentre os fragmentos presentes na AID do empreendimento foram selecionados 7 remanescentes representativos (3 com vegetação secundária da Mata Atlântica em estágio

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médio da regeneração e 4 de cerrado em estágio médio da regeneração). Dentre as espécies arbóreas identificadas nos levantamentos, as principais foram: Anadenanthera colubrina, Piptadenia gonoacantha, Croton floribundus, Cecropia pachystachya, Albizia niopoides, Ocotea corymbosa, Copaiba langsdorffii, Myrcia multiflora, e Machaerium brasiliense. Duas espécies encontradas são ameaçadas de extinção, classificadas como vulnerável para o Estado de São Paulo (Resolução SMA nº 57/2016): Cedrela odorata (cedro-branco) e Cedrela fissilis (cedro-rosa).

Ao longo de toda a ADA foram mapeados 47,6 hectares de vegetação natural (13% da área total, Tabela 16). Destes, 25,7 hectares (60%) estão recobertos por fragmentos florestais de FES e 16,4 hectares recobertos pelo Cerrado. Dos remanescentes florestais representativos selecionados na AID apenas 3 interceptam diretamente a ADA (2 de FES e 1 de cerrado stricto sensu). Nos fragmentos da FES as espécies arbóreas mais encontradas foram Anadenanthera macrocarpa, Piptadenia gonoacantha, Ocotea corymbosa e Croton floribundus. O índice de diversidade calculado indicou que o valor obtido está dentro do esperado para a diversidade do bioma, já que as florestas estacionais são menos diversas, podendo apresentar menos da metade das espécies arbóreas encontradas em outras florestas tropicais. Já o fragmento de Cerrado que foi inventariado apresentou como principais espécies a Copaifera langsdorffii, Ocotea corymbosa, Xylopia aromatica e Protium heptaphyllum. O valor do índice de diversidade calculado para este fragmento foi considerado significativo para o cerrado stricto sensu, aumentando assim a importância de conservação do remanescente.

Tabela 16: Quantificação dos fragmentos de vegetaçã o nativa que sofrerão interferência pelo empreendim ento (ADA).

Bioma Fisionomia Estágio sucessional

Fragmentos (nº)

Área (ha)

Mata Atlântica

Vegetação Pioneira de Floresta Estacional Semidecidual

Pioneiro 25 14,1

Vegetação Secundária de Floresta Estacional

Semidecidual

Inicial 12 6,27

Vegetação Secundária de Floresta Estacional

Semidecidual

Médio 4 5,35

Vegetação Secundária em região de várzea

Inicial 19 5,01

Cerrado

Campo Cerrado - 1 0,87 Vegetação Secundária de

Cerrado stricto sensu Inicial 26 14,51

Vegetação Secundária de Cerradão

Médio 2 0,98

TOTAL TOTAL 89 47,1

Na ADA os principais fragmentos a serem afetados encontram-se na altura dos seguintes quilômetros:

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• km 341+200 – pista sul; • km 345+000 – pista norte e sul; • km 349+300 – pista sul; • km 352+100 – pista norte; • km 356+600 – pista norte;

• km 363+600 – pista norte e sul; • km 381+100 – pista norte; • km 384+900 – pista norte; • km 387+000 – pista norte; e • km 398+900 – pista sul.

Também foi estimada a supressão de 1386 exemplares arbóreos isolados de espécies nativas, sendo que, destas, as maiores ocorrências são de indivíduos das espécies Albizia polycephala (espécie tanto do bioma Cerrado quanto da FES da Mata Atlântica), Macherium hirtum e Machaerium acutifolium.

No tocante às Áreas de Preservação Permanente – APPs, será necessário intervir em cerca de 22,3 ha de APPs de curso d’água, nascentes e olhos d’água nas bacias do Rio do Peixe (UGRHI 21) e do Médio Paranapanema (UGRHI 17), sendo que desse total 15,9 ha são recobertos por usos antrópicos. A descrição e distribuição das APPs que irão sofrer interferência podem ser observadas na tabela a seguir.

Tabela 17: Levantamento quantitativo das APPs que ser ão afetadas pelo empreendimento. FES: Floresta Estacional Semidecidual; CE: cerrado sensu stricto.

Usos do solo Área (ha) Plantio comercial 0,01

Fragmento inicial FES 0,532 Fragmento inicial CE 0,811

Fragmento médio FES 1,731 Várzea 1,741

Vegetação pioneira FES 0,082 Adensamento exóticas 0,042

Pastagem 1,448 Uso antrópico 15,866

Total 22,254

Os principais impactos da implantação do empreendimento citados são a redução da cobertura vegetal, a ampliação do efeito de borda nos remanescentes de vegetação, a alteração do nível de risco da ocorrência de incêndios no entorno da rodovia e a impermeabilização das áreas de preservação permanente. A movimentação de trabalhadores e máquinas durante as obras pode ocasionar incêndios florestais acidentais que podem ser mitigados por meio de medidas operacionais de conscientização, de prevenção e de planos de emergência para combate a incêndios florestais. Para a ADA, estão previstas intervenções em 34 áreas de Reserva Legal – RL propostas e averbadas de propriedades rurais. As intervenções serão em áreas de RL de Cerrado (24%) e Mata Atlântica (76%), sendo que a maior quantidade de áreas é no município de Echaporã. A fim de mitigar estes e outros impactos foi apresentada uma série de programas ambientais, descritos no item 9 deste Parecer, dentre os quais se destacam: • Programa de Controle Ambiental das Obras (PCA) • Subprograma de Controle da Intervenção em APP, Supressão da Vegetação e Monitoramento da Flora • Programa de Educação Ambiental.

Avaliação Segundo o exposto, as intervenções previstas ao longo do empreendimento e as obras associadas estão localizadas em área antropizada com usos predominantemente rurais, sendo estimada uma interferência mínima em maciços de vegetação nativa. Todavia, o empreendimento passará pelo entorno de Unidades de Conservação recobertas por vegetação

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de Cerrado, o que exige cuidados específicos para minimizar os impactos sobre essas áreas protegidas. Entende-se que os potenciais impactos relativos à supressão de vegetação e interferência em APP deverão ser mitigados com a devida implementação das medidas e ações propostas, além das discutidas a seguir. Para a próxima etapa do licenciamento, quando da elaboração do projeto executivo do empreendimento, deve-se considerar principalmente a adequação do traçado para minimizar as intervenções nos remanescentes de vegetação do bioma Cerrado lindeiros à rodovia existente, por sua importância regional e por pertencerem a um hotspot de biodiversidade. No contexto da paisagem local os fragmentos têm importância como mancha de vegetação natural conectora de outros remanescentes no entorno, servindo de trampolim para fauna e promovendo a conectividade na paisagem. Por ocasião da solicitação de LI, deverá ser apresentado o detalhamento do Subprograma de Controle da Intervenção em APP, Supressão da Vegetação e Monitoramento da Flora, garantindo a supressão de vegetação estritamente aos locais previamente autorizados pela CETESB e evitando danos à vegetação adjacente e impactos à fauna associada. Este Subprograma deverá contemplar no mínimo: metodologia de trabalho; medidas mitigadoras; destino que será dado ao material orgânico resultante; uso do topsoil das áreas suprimidas na recuperação de áreas de apoio, ou nos projetos de restauração florestal relacionados ao cumprimento dos TCRAs; corte unidirecional da vegetação; corte de lianas e cipós das árvores próximas ao limite da área a ser suprimida; demarcação prévia da vegetação a ser suprimida; cuidados com a vegetação remanescente; medidas de proteção junto às travessias de corpos d’água durante a realização das obras, visando a mitigação de impactos às APPs associadas; procedimentos executivos para o resgate e relocação de espécies ameaçadas de extinção ou de interesse; ações para coleta de sementes e plântulas; relação de instituições que receberão a doação de materiais resgatados; georreferenciamento e caracterização das áreas de resgate e relocação; cronograma de supressão priorizando os períodos de menor precipitação e reprodução; afugentamento da fauna presente para áreas de mata lindeira previamente à intervenção; retirada de ninhos e ninhegos ativos das copas das árvores que serão suprimidas ou manejadas; acompanhamento por profissional habilitado responsável pelas atividades na identificação e resgate de fauna; cronograma das atividades e equipe responsável. Este Departamento e o Centro de Manejo de Fauna Silvestre – SMA/CBRN/DeFau deverão ser informados do início das atividades de supressão de vegetação com uma antecedência mínima de 15 dias, garantindo o acompanhamento destas atividades pelas equipes citadas. Quando da solicitação da LI, deverá ser obtida a Autorização para Supressão de Vegetação e Intervenções em Áreas de Preservação Permanente – APPs emitida pelo Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE e firmado o respectivo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA. De acordo com Parecer Técnico do Instituto Florestal referente à manifestação técnica do órgão gestor - Instituto Florestal, foram verificadas algumas incorreções na identificação das espécies de indivíduos arbóreos isolados localizados dentro da ZA da Estação Ecológica de Assis. Nesse sentido, quando da solicitação de Autorização de Supressão de Vegetação e Intervenção em APP, o interessado deverá considerar o disposto no referido Parecer para a realização do levantamento das espécies passíveis de corte. Ainda por ocasião da solicitação de LI, deverá ser apresentado um Projeto de Restauração Florestal relativo às compensações determinadas em legislação (observar o exposto na Resolução SMA nº 07/2017, consultar a existência de legislações municipais referentes ao corte e compensação de vegetação nativa, árvores isoladas nativas e exóticas e intervenção em APP). O interessado deverá considerar também a Certidão SMMA Nº 001/2018, emitida pela Prefeitura de Echaporã, na qual consta o interesse do município em receber a compensação florestal em áreas que necessitam de biodiversidade, além de dar preferência para projetos no

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interior das Unidades de Conservação presentes na AID/ADA do empreendimento, apresentando tratativas com o órgão gestor das áreas protegidas (Instituto Florestal). Ainda sobre a compensação pela supressão, a ser tratada no âmbito do Subprograma de Recomposição Florestal, entende-se que a mesma deverá abranger a restauração de áreas que promovam a formação de corredores entre fragmentos existentes na AID. A seguir, são informados os fatores aproximados de compensação florestal, sujeitos a alterações na fase de LI, baseados tanto nas estimativas de supressão de vegetação (tabelas 16, 17 e corte de 1386 indivíduos arbóreos) quanto nos critérios da Resolução SMA 07/17 e da Lei Estadual 13.550/09: • para a intervenção em fragmentos de vegetação nativa: 2,38 vezes maior que a área suprimida, considerando a supressão de 47,1 ha de vegetação em estágio inicial e médio de regeneração, descontando os 14,1 ha de vegetação pioneira (não passíveis de compensação); • para as intervenções em APP: 1,34 vezes maior que a área de intervenção; • para as árvores isoladas: no mínimo, uma área equivalente a 20,79 vezes maior que a supressão. De acordo com o Parecer Técnico do Instituto Florestal referente à manifestação técnica do órgão gestor - Instituto Florestal, as técnicas apresentadas para a restauração de vegetação de cerrado requerem adequação, como controle de espécies exóticas invasoras, para induzir a regeneração natural da vegetação nativa. Ainda sobre o Subprograma de Recomposição Florestal, consta no Parecer do IF que: • o plantio, se necessário, não deve envolver alterações na química do solo; • tanto a Floresta Estadual quanto a Estação Ecológica de Assis têm áreas em que intervenções de restauração são necessárias, especialmente para erradicar espécies exóticas invasoras e rebrota de eucalipto em áreas de regeneração natural da vegetação nativa de Cerrado. Durante a implantação do empreendimento, os trabalhos de supressão de vegetação, resgate das espécies e transplante dos materiais genéticos e as informações referentes às medidas aplicadas e sua eficiência deverão constar dos relatórios quadrimestrais do PCA, conforme discutido no item 8.2 deste Parecer. Por ocasião da solicitação de LO deverá ser apresentada a situação do atendimento ao cronograma do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA a ser firmado. Quanto às áreas de Reserva Legal com previsão de sofrerem interferência, será possível realizar intervenção nessas áreas, desde que estejam regularizadas na matrícula das propriedades às quais pertencem. Sobre a interferência com fragmentos que integram área de Reserva Legal, o empreendedor deverá comunicar aos respectivos proprietários a necessidade de interferência e de atualizar as informações constantes no Cadastro Ambiental Rural – CAR, classificando o trecho de supressão como área de servidão administrativa. Estas áreas deverão ser compensadas por meio de restauração de uma área em tamanho equivalente, em acréscimo a compensação definida pela legislação (Resolução SMA 07/2017). Cabe esclarecer que esse entendimento também é válido para aqueles fragmentos que constam no SiCAR como áreas de Reserva Legal, mas que não estão averbados na matrícula do imóvel.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Comprovar no detalhamento do projeto do empreendimento a adoção de critérios ambientais para a redução da supressão de vegetação, considerando as exigências relacionadas à conservação da fauna e flora discutidas nos itens 8.6 e 8.7 do Parecer Técnico nº 390/18/IE.

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• Apresentar o detalhamento do Subprograma de Controle da Intervenção em APP, Supressão da Vegetação e Monitoramento da Flora, incluindo as diretrizes discutidas no item 8.6 do Parecer Técnico nº 390/18/IE e no Parecer Técnico do Instituto Florestal de 27/09/18. • Obter a Autorização de Supressão de Vegetação e Intervenção em Área de Preservação Permanente – APP e o respectivo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA junto ao Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE/CETESB. Para emissão do TCRA, deverá ser apresentado, para análise e aprovação, projeto de restauração florestal relativo às compensações florestais determinadas em legislação, observando as diretrizes do item 8.6 do Parecer Técnico nº 390/18/IE.

Durante a implantação do empreendimento • Informar, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos e o Centro de Manejo de Fauna Silvestre – SMA/CBRN/DeFau sobre o início das atividades de supressão de vegetação. • Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Subprograma de Controle da Intervenção em APP, Supressão da Vegetação e Monitoramento da Flora: descrição das atividades realizadas no período; registros fotográficos datados; mapeamento e georreferenciamento das áreas de intervenção; eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas; análise crítica dos resultados; e equipe técnica responsável. Informar e georreferenciar os locais de relocação das espécies de flora e do material eventualmente doado.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar a situação de atendimento ao cronograma do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA firmado junto à CETESB. • Apresentar relatório final do Subprograma de Controle da Intervenção em APP, Supressão da Vegetação e Monitoramento da Flora, com o balanço das ações realizadas, resultados obtidos e a avaliação da efetividade do programa.

8.7 Perda de Habitats e Impactos sobre a Fauna

Segundo o EIA, a região onde se localiza o empreendimento é uma transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica. A combinação destes biomas forma um grande mosaico de fatores bióticos e abióticos que condicionam fitofisionomias ricas e diversificadas com reflexo direto na fauna. Os levantamentos de dados secundários para a fauna presente na AII foram feitos com base em revisão bibliográfica do plano de manejo da Estação Ecológica de Assis, da Floresta Estadual de Assis e de estudos científicos realizados na área. Dentre as espécies da mastofauna identificadas nesse levantamento destaca-se a existência de algumas que estão presentes em diferentes categorias de ameaça de extinção no Estado de São Paulo: tatu-de-rabo-mole (C. unincinctus), paca (C. paca), jaguatirica (L. pardalis) e onça-parda (P. concolor) são classificadas como “quase ameaçadas”; cateto (P. tajacu) e anta (T. terrestris) são classificados como “vulnerável”. Entre as espécies da avifauna identificadas em estudos ambientais de licenciamentos de empreendimentos na região, destacam-se algumas espécies ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo: jaó (Crypturellus undulatus) e bandoleta (Cypsnagra hirundinacea) sob a categoria "ameaçado", perdiz (Rhychotus rufescens) e azulão (Cyanoloxia brissonii) sob a categoria "vulnerável". Pelo levantamento de dados secundários pode-se concluir que as comunidades faunísticas presentes nas áreas mais próximas do empreendimento encontram-se empobrecidas, visto que a maior parte das espécies registradas para todos os grupos é característica de ambientes degradados, possuem hábitos generalistas e

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ampla distribuição geográfica. Tal fato certamente se deve ao longo histórico de ocupação antrópica e degradação dos ambientes naturais da região, especialmente as áreas de floresta nativa, que, atualmente, estão restritas a poucos remanescentes na região. Apesar do nível de antropização das áreas, o grupo da mastofauna se destaca por apresentar indivíduos com grau de ameaça, sendo esse um fator relevante a ser considerado para a execução e operação do empreendimento. O levantamento primário da fauna na AID foi realizado com base em duas campanhas executadas em outubro/2017 (10 dias), no final do período seco, e em março/2018 (10 dias), no período chuvoso, em 6 áreas de amostragens na AID (P1 a P6) e 1 na AII (P7), além de um ponto de controle (PC) localizado no interior da Estação Ecológica de Assis (E.E. Assis). Para a mastofauna foram instaladas armadilhas fotográficas (P2, P4, P5, P7 e PC), que permaneceram ativas durante 5 dias/5 noites, totalizando 120 horas. No levantamento da primeira campanha foram registradas 17 espécies pertencentes a 12 famílias, sendo que 7 espécies estão presentes em alguma categoria de ameaça de extinção no Estado de São Paulo: tatu-de-rabo-mole, paca, jaguatirica, onça-parda, cateto e a anta, classificados como “vulnerável”. A anta consta na lista de espécies ameaçadas no Brasil. As espécies que dependem de grandes áreas naturais, como a anta e o cateto, foram registradas na E.E. Assis. O tatu-do-rabo-mole foi registrado nos cerradões ao longo do empreendimento, porém seus habitats específicos, as savanas abertas, foram em sua maioria transformadas em pasto ou plantações de cana-de-açúcar ao redor do empreendimento. Os locais mais sensíveis aos impactos da SP-333 são P4 e P5, que são grandes remanescentes de cerrado, e os P7 e PC, que estão na E.E. Assis. Estes pontos apresentaram maiores índices de diversidade e a comunidade de mamíferos de médio e grande porte bem organizada. Já na segunda campanha além das armadilhas fotográficas também foram usadas a parcela de areia e a observação direta e indireta, além dos transectos. Esse levantamento resultou em 10 espécies encontradas, estando novamente presentes as seguintes espécies ameaçadas de extinção: cateto, anta e jaguatirica. Para a avifauna o levantamento foi feito pela busca ativa por registros visuais e auditivos. Na primeira campanha foram registradas 118 espécies distribuídas em 19 ordens e 38 famílias. Dentre as espécies, 49 são preferencialmente florestais, 28 são campestres, 5 de banhado, 2 aquáticas e 33 são generalistas. No que tange aos endemismos foram registradas 6 espécies, sendo 4 endêmicas da Mata Atlântica – surucuá-variado (Trogon surrucura), juruva (Baryphthengus ruficapillus), chocão-carijó (Hypoedaleus guttatus) e miudinho (Myiornis auricularis) – e 2 endêmicas do Cerrado – soldadinho (Antilophia galeata) e gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus). Além das espécies endêmicas foram registradas as seguintes espécies ameaçadas de extinção no Estado: jaó e perdiz. A maior riqueza de aves foi no P4 com 108 espécies, incluindo praticamente todas as espécies endêmicas registradas neste estudo e todas as ameaçadas de extinção. O ponto de menor riqueza foi o P1, com apenas 71 espécies. Os pontos analisados sinalizaram para a importância da presença de uma grande Unidade de Conservação (E.E. Assis) na paisagem para a manutenção das comunidades naturais, devido aos altos índices de riqueza e diversidade. Durante a segunda campanha utilizou-se a metodologia do ponto fixo e censo visual, que resultou num levantamento de 110 espécies. Destas, 24 espécies apresentam sensibilidade a impactos ambientais, sendo apenas uma com alta sensibilidade (saracura três potes - Aramides cajaneus), além de 4 espécies endêmicas: periquito (Brotogeris chiriri), trovoada (Drymophila ferrugínea), papa-moscas (Hemitriccus orbitatus) e vite-de-olho-cinza (Hylophilus amaurocephalus). Não foram encontradas espécies raras, mas 5 ameaçadas de extinção para o Estado: fruxu-do-cerradão (Neopelma pallescens), jacupemba (Penelope superciliaris), papagaio (Amazona aestiva), maria-ferrugem (Casiornis rufus) e soldadinho (Antilophia galeata).

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Para a herpetofauna foi realizada a procura visual e auditiva (vocalizações emitidas pelos anuros). Na primeira campanha foram registrados 733 indivíduos de anfíbios pertencentes a 23 espécies diferentes. Para os répteis foram encontrados 5 indivíduos, pertencentes a 5 espécies e famílias diferentes. Em relação aos répteis, a maioria dos registros foi feita por meio de entrevista com os moradores locais. Algumas espécies encontradas como Trachycephalus typhonius, Phyllomedusa tetraploidea e Boana caingua dependem de ambientes próximos a florestas, possuindo uma sensibilidade maior à supressão de mata nativa. Já na segunda campanha foram encontradas 19 espécies. Ao longo das duas campanhas somaram-se 26 espécies de anfíbios e 7 espécies diferentes para os répteis. Os resultados foram maiores para riqueza e abundância durante a primeira campanha, que foi realizada no início das chuvas durante a primavera, onde os animais tendem a estar mais ativos pelo período reprodutivo. Dentre os levantamentos algumas espécies bioindicadoras foram encontradas: Boana faber, Boana lundii, Phylomedusa tetraploidea, Leptodactylus labyrinthicus e Pseudopaludicola mystacalis. Segundo o interessado, o principal impacto sobre a fauna silvestre é a redução de hábitat, o aumento dos riscos de atropelamento e da pressão de caça durante a implantação do empreendimento. Já a fauna aquática poderá ser impactada negativamente quando os cursos d´água na ADA tiverem que ser desviados/canalizados, além do risco de contaminação por acidentes com cargas tóxicas. Para os impactos previstos durante a implantação foi proposta a adoção de medidas preventivas e de orientação para as equipes de obra, no que se refere ao transporte de material, operação das máquinas e emissão de ruídos em áreas delicadas (na vizinhança dos fragmentos de vegetação), realização de atividades de afugentamento de fauna previamente ao início das atividades de supressão vegetal, além da captura e translocação de indivíduos para outros pontos dentro do mesmo fragmento ou para região próxima. Estas e outras ações serão incorporadas nos Programas Ambientais propostos e descritos no item 9 deste Parecer, dentre os quais se destacam: • PROGRAMA DE AFUGENTAMENTO E RESGATE DE FAUNA • PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA • PROGRAMA DE MONITORAMENTO DOS ATROPELAMENTOS DE FAUNA DURANTE A IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E MEDIDAS MITIGADORAS • PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL • PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL.

Avaliação Em geral, as espécies que foram encontradas são generalistas, de ampla distribuição geográfica e com alta plasticidade ecológica. Contudo também foram encontradas espécies ameaçadas de extinção, espécies endêmicas e espécies sensíveis a alterações do habitat, principalmente indivíduos da mastofauna e avifauna. Durante as obras o impacto à fauna poderá ser mitigado com a adoção de cuidados durante as atividades de supressão de vegetação, conforme sugerido pelo interessado dentro dos Programas Ambientais propostos, e considerando os parâmetros da Resolução SMA nº 22/2010 e as exigências feitas neste Parecer. Por ocasião da solicitação da LI, deverão ser apresentados os resultados das campanhas de levantamento que vêm sendo realizadas para ictiofauna, incluindo a análise dos resultados obtidos e a proposta de medidas mitigadoras específicas dentro dos Programas Ambientais propostos. No âmbito do Programa de Monitoramento da Fauna apresentado foram propostos novos levantamentos de fauna nos mesmos pontos amostrados durante a implantação e operação do empreendimento. Os levantamentos a serem realizados deverão buscar principalmente as espécies bioindicadoras da qualidade ambiental dos remanescentes, como as espécies da

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avifauna e herpetofauna citadas nas campanhas já realizadas. Os resultados obtidos auxiliarão nas atividades de supressão da vegetação durante as obras e no planejamento de novas ações mitigadoras durante a operação do empreendimento, principalmente relacionadas a ocorrências envolvendo tais espécies. Por ocasião da solicitação da LO deverá ser apresentada proposta de continuidade do monitoramento durante, pelo menos, os três primeiros anos da operação. Segundo o EIA, a mastofauna é um grupo relevante em termos de diversidade na área do empreendimento, inclusive foram encontradas espécies ameaçadas como a onça-parda, jaguatirica, tatu-de-rabo-mole, paca e o cateto na AII e AID, as quais têm ampla dispersão pela paisagem e eventualmente aparecem em registros de atropelamentos nas rodovias brasileiras. Estas espécies tendem a explorar amplamente o ambiente, e costumam utilizar para forrageamento zonas rurais e remanescentes de vegetação de Cerrado e Mata Atlântica. Assim, o detalhamento dos programas e das medidas mitigadoras e de monitoramento deverá considerar a presença destas espécies de área de vida ampla e que poderão adentrar a ADA do empreendimento durante as obras. As espécies ameaçadas e endêmicas da avifauna foram encontradas principalmente no fragmento de vegetação do ponto 4 de amostragem, que sofrerá interferência em sua borda, e, portanto, deverá ser dada especial atenção à presença destas espécies durante as atividades de supressão da vegetação na área, especialmente para a presença de ninhos e dormitórios. Também foram encontradas espécies típicas de áreas de banhado e outras aquáticas, devendo-se atentar para a presença destas espécies durante interferências nos corpos d’água ao longo das obras. Durante a implantação do empreendimento deverão ser detalhados os encontros e ações específicas relacionadas a tais espécies, no âmbito do Programa de Monitoramento de Fauna apresentado. Quanto ao afugentamento da fauna, o empreendedor deverá apresentar o detalhamento do Programa de Afugentamento e Resgate da Fauna, incluindo além das ações previstas no EIA: a avaliação de cada área cuja vegetação será suprimida em relação à proximidade com outros fragmentos, priorizando o afugentamento em detrimento da captura; técnicas adequadas de afugentamento e resgate para cada grupo da fauna durante as atividades de supressão de vegetação e limpeza do terreno, incluindo ninhos e colmeias; encaminhamento dos animais para assistência veterinária; veículo apropriado para o transporte de animais silvestres; e priorização da reintrodução dos espécimes resgatados ou, na impossibilidade, envio para um Centro de Triagem; definição das instituições que receberão os animais e sua capacidade de atendimento; e equipe técnica responsável. Nesse sentido, por ocasião da solicitação da LI, deverá ser apresentada proposta de implantação de base de fauna ou CETAS provisórios para atendimento prévio dos animais feridos resgatados nas áreas de obras; e comprovação de parceria com CETAS, CRAS, zoológicos ou outra instituição responsável pelo recebimento de animais feridos. A parceria deverá ser mantida na fase de operação, conforme será tratado no item 8.19 deste Parecer. Para os animais que vierem a óbito deverão ser adotados os procedimentos previstos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I, de 14/08/2018, que estabelece os critérios para destinação de animais mortos em rodovia. Entende-se ainda que deverá ser priorizada, sempre que possível, a realização de atividades de supressão vegetal no período seco para mitigar os impactos à fauna. Do contrário, deverão ser previstas ações adicionais de mitigação e de destinação de ovos e filhotes, especialmente no caso da avifauna, tendo em vista que o período chuvoso coincide com o período reprodutivo da maioria das espécies. Ressalta-se que o Programa de Afugentamento e Resgate da Fauna deverá ser implementado em todas as áreas de vegetação nativa a serem suprimidas, independentemente do seu estágio sucessional. No caso de resgate de indivíduos de espécie exótica ou híbrido, este não deverá ser solto novamente na área, devendo ser encaminhado a zoológicos, mantenedouros ou criadouros científicos, sendo informadas as ações nos relatórios de acompanhamento da supressão da vegetação e resgate de fauna.

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Antes do início da supressão de vegetação deverá ser apresentada a Autorização emitida pelo Departamento de Fauna da Secretaria do Meio Ambiente para o manejo, translocação, captura e transporte da fauna, conforme prevê a Resolução SMA 92/14. Durante a implantação do empreendimento deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas Ambientais relacionados ao monitoramento, afugentamento e resgate da fauna, e por ocasião da solicitação da LO deverá ser apresentado relatório final consolidado com todas as ações realizadas e os resultados obtidos. Os impactos à fauna durante a operação do empreendimento são tratados no item 8.19 deste Parecer.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar os resultados do levantamento de ictiofauna nos corpos d’água na área de influência do empreendimento, incluindo a análise dos dados obtidos, para subsidiar o detalhamento dos programas ambientais e propostas de medidas mitigadoras específicas para este grupo. • Apresentar o detalhamento do Programa de Monitoramento da Fauna, incluindo as atividades de monitoramento para cada grupo faunístico e ações específicas para espécies ameaçadas de extinção e endêmicas, conforme discutido no item 8.7 do Parecer Técnico nº 390/18/IE. Deverão ser definidas as áreas, espécies alvo, metodologias, esforço amostral, equipe responsável, cronograma da realização das campanhas durante a implantação do empreendimento e previsão de continuidade durante os três primeiros anos da operação. • Apresentar o detalhamento do Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna incluindo proposta de implantação de base de fauna ou CETAS provisórios para atendimento prévio dos animais feridos resgatados nas áreas de obras; comprovação de parcerias com CETAS, CRAS, zoológicos ou outra instituição responsável pelo recebimento de animais feridos; proposta de destinação dos animais mortos conforme critérios estabelecidos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018; e demais especificações tratadas no item 8.7 do Parecer Técnico nº 390/18/IE.

Durante a implantação do empreendimento • Apresentar, antes do início da supressão de vegetação, a Autorização para manejo, translocação, captura e transporte da fauna emitida pelo Departamento de Fauna da Secretaria do Meio Ambiente (SMA/CBRN/DeFau), conforme disposto na Resolução SMA nº 92/2014. • Comprovar nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna, as ações de afugentamento e resgate desenvolvidas, a identificação dos animais resgatados e sua condição de saúde; tempo de permanência nos centros de triagem; destino proposto ou já realizado; e áreas identificadas e georreferenciadas para soltura.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação - LO • Incluir no Programa de Gestão Ambiental da Operação proposta de continuidade do Programa de Monitoramento da Fauna nos mesmos pontos amostrados, durante os três primeiros anos da operação da rodovia, com a análise comparativa dos resultados obtidos e propostas de medidas mitigadoras adicionais.

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8.8 Aumento na fauna doméstica e sinantrópica

Durante as atividades de implantação do empreendimento poderá ocorrer o aumento das populações da fauna sinantrópica, relacionado principalmente ao manejo de material de construção, deposição de entulho de demolição após atividades de desapropriação/reassentamento, supressão de vegetação em áreas urbanas, e instalação de canteiro de obras e refeitórios, entre outras. Dentre as espécies sinantrópicas que poderão ser favorecidas pelas atividades de implantação do empreendimento, merecem destaque: roedores (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus), escorpiões (Tityus bahiensis e Tityus serrulatus), mosquitos (Aedes e Culex), mosca (Musca domestica), baratas (Periplaneta americana e Blatella germânica), aranhas (Loxosceles spp e a Phoneutria spp) e pombos domésticos (Columba livia). Diversos fatores influenciam a presença de animais domésticos em locais de obras, tais como a atração por conta de restos alimentares em canteiros de apoio, fatores das comunidades afetadas onde os animais vivem sem limites de muros e cercas, animais deixados pelos proprietários após a desapropriação, dificuldade de recepção destes animais pelos Centros de Controle de Zoonoses, entre outros. Muitos destes animais domésticos tornam-se errantes, sendo que alguns chegam a desenvolver comportamento de animais ferais, tornando-se predadores em potencial da fauna silvestre. Esses animais tendem a manter distância do homem, aproximando-se das obras apenas em momentos que os trabalhadores estão distantes, ou quando não há movimentação de maquinários ou frentes de obras. Por desenvolverem esse comportamento, os animais adoecem com frequência e, sem auxílio veterinário, se escondem em locais dentro do perímetro das obras tornando-se um problema de zoonoses (doenças transmitidas dos animais para o homem). Visando o controle das espécies citadas foram propostas medidas inseridas no Subprograma de Controle da Fauna Sinantrópica e Doméstica, no âmbito do PCA, descrito no item 9 deste Parecer. Entre as atividades destacam-se ações para conscientização que terão interface com o Programa de Comunicação Social, o qual também deverá ser realizado em conjunto com as comunidades lindeiras, incluindo a participação de centros de controle de zoonoses ou outras instituições. Deverão ser abordadas campanhas contra o abandono de animais domésticos na rodovia, nas frentes de obra, áreas de apoio, tratando principalmente sobre posse responsável junto às famílias a serem remanejadas. Avaliação Para minimizar os impactos causados pela fauna sinantrópica e animais domésticos, tais como transmissão de doenças, riscos de acidentes durante as obras e com usuários da rodovia, e predação e competição com a fauna nativa, será necessário além de treinamento ambiental dos funcionários e monitoramento da fauna doméstica, ações de manejo que incluam o controle sanitário da fauna sinantrópica que possa se adensar no entorno do empreendimento. As ações citadas no EIA no Subprograma de Controle da Fauna Sinantrópica e Doméstica, se corretamente aplicadas, deverão mitigar os impactos durante a fase de implantação. Por ocasião da solicitação da LI, deverá ser detalhado o Subprograma de Controle da Fauna Sinantrópica e Doméstica apresentado, incluindo: controle sanitário da fauna sinantrópica; apoio à castração de cães e gatos; definição de instituições que receberão os animais domésticos vagantes e resgatados com a comprovação da parceria; cadastramento dos animais domésticos das famílias desapropriadas/reassentadas; campanhas de conscientização com a população do entorno e com os trabalhadores da obra sobre: posse responsável, abandono de animais, acidentes em obras e próximos às rodovias, e riscos de equinos e bovinos soltos próximo às rodovias. As ações de conscientização sobre os riscos de atropelamento de fauna também deverão constar do detalhamento do Programa de Educação Ambiental, conforme tratado na exigência descrita no item 8.19 deste Parecer Técnico.

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Ainda por ocasião da LI, no âmbito do Subprograma de Controle da Fauna Sinantrópica e Doméstica, o interessado deverá considerar o Ofício COMDEMA 04/18 do Conselho de Meio Ambiente de Assis, que solicitou a destinação de recursos financeiros à construção de um centro de apoio para pequenos e grandes animais domésticos e para apoio a ações de apreensão e a instituições parceiras que recebam animais domésticos apreendidos, destinados a cuidados veterinários de emergência, especialidades, exames laboratoriais clínicos e pós-morte e exames necroscópicos.

Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação - LI • Incluir no detalhamento do Subprograma de Controle da Fauna Sinantrópica e Doméstica, outras medidas, como, controle sanitário da fauna sinantrópica; apoio à castração de cães e gatos; definição de instituições que receberão os animais domésticos vagantes e resgatados com a comprovação da parceria; cadastramento dos animais domésticos das famílias desapropriadas/reassentadas; campanhas de conscientização com a população do entorno e com os trabalhadores da obra sobre: posse responsável, abandono de animais, acidentes em obras e próximos às rodovias, e riscos de equinos e bovinos soltos próximo às rodovias. Considerar ainda o disposto no Ofício COMDEMA 04/18 do Conselho de Meio Ambiente de Assis.

8.9 Interferências em Unidades de Conservação e out ras áreas protegidas

De acordo com o EIA, na AII do empreendimento foi identificada a Estação Ecológica de Marília, e na AID, foram identificadas a Estação Ecológica de Assis e a Floresta Estadual de Assis, que se encontram na área lindeira ao empreendimento. Não haverá interferência direta sobre estas UCs, já que no trecho onde o empreendimento cruza as áreas protegidas as intervenções ocorrerão apenas na faixa de domínio, segundo informado. A Estação Ecológica de Assis é um dos maiores fragmentos de vegetação natural em toda a região do Médio Paranapanema. Segundo o Plano de Manejo da área, as principais ameaças aos ecossistemas da Unidade de Conservação são oriundas de sua Zona de Amortecimento (que se encontra na ADA do empreendimento): expansão urbana, caça, fogo, lixo, espécies invasoras e atropelamentos. A Floresta Estadual de Assis tem os limites na ADA do empreendimento, mas não é prevista a necessidade de supressão de vegetação nativa em seu interior, ficando a interferência restrita à sua Zona de Amortecimento. Em atendimento à Lei Federal 9.985/00, que trata da compensação ambiental para as UCs, foi apresentada proposta de Programa de Compensação Ambiental, descrito no item 9 deste Parecer.

Avaliação O Instituto Florestal se manifestou quanto ao Termo de Referência do EIA, solicitando adequações ao estudo a ser produzido. A concessionária apresentou um Relatório de Esclarecimentos onde foram apresentadas as informações solicitadas e incorporadas ao EIA analisado. Segundo informações do interessado ao órgão gestor das UCs, a duplicação da rodovia entre o km 393 e 401 da SP 333 será feita no sentido Norte da pista, e ficará restrita à faixa de domínio da rodovia, não havendo, portanto, previsão de interferência direta na Floresta Estadual de Assis. Para essa fase do licenciamento foi emitido o Parecer Técnico do Instituto Florestal de 27/09/18, referente à manifestação técnica do órgão gestor - Instituto Florestal, quanto ao Estudo de

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Impacto Ambiental - EIA e o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA e Ata da nona reunião do Conselho Consultivo da Estação Ecológica de Assis, realizada no dia 25 de setembro de 2018, tratando de temas descritos na tabela a seguir, e ao longo deste Parecer:

Tema Observações do Instituto Florestal Voçoroca localizada no

município de Assis (22º38'08"S e 50º23'15"W)

Essa voçoroca foi causada pela impermeabilização de áreas a montante da nascente, sem as devidas providências para destinação das águas pluviais.

Drenagem das águas pluviais e impactos sobre os recursos

hídricos

Há necessidade de evitar impacto do dispositivo do km 400 na bacia do Cervo, manancial de abastecimento de Assis. O IF recomenda que sejam

considerados os impactos decorrentes do aumento do volume de água acumulado no leito da rodovia.

Identificação de indivíduos arbóreos

isolados da ADA

Deverá ser revista a identificação das espécies registradas dentro da ZA da Estação Ecológica de Assis.

Recomposição Florestal Revisar o método para restauração de cerrado, contemplando controle de espécies exóticas, por exemplo.

Atropelamento de fauna Realizar workshop com especialistas em ecologia de estradas para discutir as passagens de fauna e cercamentos; monitoramento de atropelamento;

redução de velocidade; sinalização, etc.

Interrupção no fluxo de máquinas

Considerando que a duplicação da rodovia criará uma barreira para os trabalhos de prevenção e combate a incêndios florestais e manutenção de carreadores das UCs, prever a construção de uma passagem sob o leito da

rodovia, em local estratégico.

Diante do exposto, o Instituto Florestal se manifestou favoravelmente à Licença Prévia para as obras, desde que atendidas as condicionantes descritas em sua manifestação, e incorporadas neste Parecer Técnico. Em relação à Compensação Ambiental, prevista na Lei Federal 9.985/00, as atribuições para a destinação das verbas compensatórias são da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SMA. Para a emissão da LI deverá ser apresentado comprovante de depósito bancário, no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/14. Para a LO deverá ser apresentado relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na implantação do empreendimento, visando a realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental do empreendimento. No tocante à destinação da verba compensatória, o Instituto Florestal recomendou, a aplicação dos recursos, prioritariamente, na Estação Ecológica de Assis, seguida da Floresta Estadual de Assis, justificando que as duas unidades carecem de recursos para atualização e implementação de seus Planos de Manejo, bem como para a dinamização das pesquisas científicas. Ressalta-se que os documentos citados, com as solicitações de destinação de recursos, foram encaminhados para a apreciação da Câmara de Compensação Ambiental da SMA.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação - LI • Apresentar o comprovante do depósito bancário, no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental - TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/14.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação - LO

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• Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento objeto do presente licenciamento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na implantação do empreendimento, visando à realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado na mesma conta na qual foi efetuado o depósito originário, sendo tal depósito condicionante para a emissão da Licença de Operação.

8.10 Interferências no sistema viário e nos fluxos entre bairros

De acordo com o empreendedor, este impacto envolve o aumento na circulação de veículos pesados na rede viária da Área de Influência Direta – AID e interrupções/remanejamentos temporários de tráfego local durante a construção. A intensidade desse impacto tende a ser maior nas vias localizadas no entorno das frentes de trabalho, assim como nas que interligam os canteiros de obras às áreas de apoio. Os fluxos entre os bairros que permeiam o empreendimento também podem ser afetados devido a consequente alteração no uso do solo, a formação de barreira à expansão de núcleos urbanos, e a alteração da paisagem propiciadas não apenas durante as obras, mas de forma permanente após a sua implantação. A movimentação dos veículos de carregamento também poderá ocasionar o aumento do tempo de fluxo em certas vias, e em alguns momentos até a interdição temporária das mesmas. Ocorrerão então interferências com o trânsito local, vias municipais e circulação de veículos e pedestres. Os desvios e interrupções provisórias nas vias locais nos dois sentidos são necessários à realização das obras, e constituem impactos diretos na qualidade de vida da população usuária dessas vias, pois podem ocasionar dificuldades de acessibilidade ao fluxo de pedestres; possíveis alterações nas relações de convivência e de troca da população de bairros lindeiros; isolamento de bairros do restante da malha urbana; interrupção permanente ou temporária nas ligações secundárias entre as comunidades próximas; maiores percursos para o acesso a instituições, equipamentos públicos, sociais e de novas rotas de transportes coletivos; segmentação da malha urbana com o remanejamento do trânsito local; necessidade de implantação de desvios e estradas provisórias; adequação das rotas de ônibus e relocação de pontos de parada; geração de barreira física com efeitos de ruptura do tecido urbano pré-existente e ligações existentes em franjas periféricas e áreas de expansão urbana. No entanto, o empreendedor informa no EIA que no intuito de adequar o empreendimento às diretrizes de uso e ocupação do solo determinadas pelo Plano Diretor dos Municípios, foram analisadas as zonas onde a rodovia e duplicação desta estão inseridas, a fim de identificar a conformidade legal da duplicação desta em relação ao uso e ocupação do solo determinados nos zoneamentos dos municípios. Ainda de acordo com a concessionária, os impactos advindos das interferências no sistema viário e vias locais deverão ocorrer de forma programada e planejada para minimizar o desconforto da população. Assim, deverá ser estabelecido um Plano de Obras, com o detalhamento de todos os desvios e interrupções necessários, e essa informação deverá ser amplamente divulgada junto à comunidade local, por meio de ações do Programa de Comunicação Social. A fim de mitigar os impactos previstos, o empreendedor propõe medidas no âmbito do Programa de Controle Ambiental das Obras (PCA) propostas no item Controle das Interferências com Tráfego e com a Segurança da População e do Sistema Viário Local, bem como medidas que atendam as seguintes diretrizes: • Elaboração de Projetos de Desvios e Travessias Provisórias; • Planejamento e Segurança do Tráfego na Construção; • Ações previstas no Programa de Comunicação Social e Subprograma de Comunicação Social na Etapa de Obras, que garantam a divulgação das interrupções previstas.

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Por fim, o empreendedor cita que a duplicação acarretará em maior fluxo da população na região, aumentando a valorização imobiliária, atraindo novas atividades econômicas e de usos urbanos e rurais. Estima-se que as áreas agrícolas, em decorrência da proximidade com a rodovia, acompanhando o crescimento populacional, sejam ocupadas com estruturas de apoio e logística às cargas ao longo dos anos.

Avaliação Por ocasião da solicitação de LI, deverá ser apresentado um Plano de Tráfego, no qual deverão constar os trajetos a serem utilizados para transporte de materiais, horário e restrições de circulação, sinalização e previsão de revisão dos veículos. O Plano deverá contemplar os desvios provisórios e/ou estreitamento de pistas e sua respectiva sinalização, de forma a garantir a execução das obras sem prejudicar as condições de segurança da rodovia, além de previsão de manutenção e recuperação do sistema viário do entorno, caso este seja danificado pelos veículos de carga durante o período de obras. Deverá contemplar ainda desvios dos caminhos utilizados por pedestres, levantamento dos pontos de acesso e de conexão entre os bairros do entorno e suas principais conexões aos equipamentos sociais e serviços situados no perímetro urbano atravessados pela duplicação; previsão de ações a serem realizadas para o restabelecimento das conexões interrompidas na fase de construção do empreendimento; medidas de sinalização de orientação aos usuários; plano de monitoramento de fluxo de pedestres durante a construção; e realização dos trabalhos por profissionais habilitados. Entende-se que as interferências previstas no tráfego local e nos acessos deverão ser adequadamente divulgadas à comunidade do entorno e usuários das vias afetadas, no âmbito do Programa de Comunicação Social, conforme exigência do item 8.1 deste Parecer. Deverá ser obtida a anuência dos órgãos municipais e das empresas responsáveis com relação às interrupções e desvios de tráfego necessários para a realização das obras. Ressalta-se ainda que deva constar dos relatórios quadrimestrais de acompanhamento das obras, o andamento da implementação das medidas propostas; além de prever, no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação do Empreendimento, avaliação contínua acerca da necessidade de implantação de sinalização para pedestres e readequação do sistema viário local em decorrência do incremento de tráfego, conforme exigências do item 8.2 deste Parecer. Ressalta-se que por ocasião da solicitação de LO, deverá ser comprovada a completa recuperação de todas as áreas afetadas pelas obras, incluindo os acessos regularizados, no âmbito do relatório conclusivo das obras, conforme solicitado também naquele item.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar um Plano de Tráfego contemplando os trajetos utilizados para transporte de materiais, horário e restrições de circulação, sinalização e previsão de revisão dos veículos; desvios provisórios e/ou estreitamento de pistas e sua respectiva sinalização; previsão de manutenção e recuperação do sistema viário do entorno; e desvios dos caminhos de pedestres em condições adequadas de conforto e segurança. Contemplar os desvios dos caminhos utilizados por pedestres, levantamento dos pontos de acesso e de conexão entre os bairros do entorno e suas principais conexões aos equipamentos sociais e serviços situados no perímetro urbano atravessados pela duplicação; previsão de ações a serem realizadas para o restabelecimento das conexões interrompidas na fase de construção do empreendimento; medidas de sinalização aos usuários; plano de monitoramento de fluxo de pedestres durante a construção; e realização dos trabalhos por profissionais habilitados.

Durante a implantação do empreendimento

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• Obter, antes das interrupções e desvios de tráfego temporários, as anuências dos órgãos municipais e das empresas responsáveis quanto aos desvios e interrupções necessários para as obras.

8.11 Mobilização e desmobilização de mão de obra

De acordo com o empreendedor, estima-se a mobilização de 450 colaboradores para a implantação do empreendimento. Foi informado que será dada prioridade a contratação de moradores dos municípios do entorno, que retornarão diariamente para suas residências, de forma a não constituir demandas adicionais sobre a infraestrutura social local e evitando que as obras desencadeiem processos não planejados de fluxos migratórios. Com relação à infraestrutura física necessária, o atendimento às demandas por água e coleta de esgoto deverá ser equacionado no contexto do planejamento das obras. O empreendedor comunicou ainda que ao final da fase de construção da rodovia, a mão de obra contratada será gradativamente desmobilizada e dispensada, permanecendo apenas os funcionários necessários para os trabalhos finais (sinalização e desativação dos desvios, etc.) e do início da fase de operação. A liberação de um grande contingente de empregados poderá provocar impactos de natureza econômica ou criar uma situação temporária de potencial intensificação dos problemas sociais existentes. Considerando os aspectos mencionados, visando garantir a adequada mitigação desse impacto, foram propostos os seguintes Programas: Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão de Obra, Programa de Educação Ambiental e Programa de Treinamento e Capacitação Ambiental de Mão de Obra.

Avaliação Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação, deverá ser apresentado o detalhamento do Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão de Obra, contemplando as propostas preconizadas e demonstrando a priorização da mobilização de mão-de-obra local. Tal programa deverá considerar a possibilidade de aproveitamento dos trabalhadores desmobilizados das atividades econômicas a serem afetadas pela implantação do empreendimento. Durante a fase de obras, deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão-de-Obra informando sobre o contingente de trabalhadores contratados e desmobilizados no período, as capacitações realizadas etc. Por ocasião de solicitação da Licença Ambiental de Operação, deverá ser apresentado o relatório final do Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão-de-Obra, contemplando, no mínimo, balanço sobre as capacitações realizadas, os empregos diretos e indiretos gerados, e a priorização de mão de obra local.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar o detalhamento do Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão de Obra, contemplando as ações de treinamento ambiental dos trabalhadores, de capacitação da mão de obra, e priorização de mão de obra local. Considerar a possibilidade de reaproveitamento da mão de obra proveniente de atividades econômicas (agrícolas, comerciais, etc.) encerradas por ocasião das ações de desapropriação e relocação.

Durante a implantação do empreendimento

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• Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão de Obra, incluindo no mínimo, informações sobre o contingente de trabalhadores contratados e desmobilizados no período, as capacitações realizadas, além de comprovar a priorização e contratação de trabalhadores locais.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar relatório final do Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão-de-Obra, informando o balanço sobre as capacitações realizadas, os empregos diretos e indiretos gerados, e a priorização de mão de obra local.

8.12 Desapropriação e relocação de população e equi pamentos sociais

A Área Diretamente Afetada - ADA possui dimensão territorial de aproximadamente 368,91 hectares. Como se trata de obra para duplicação de uma rodovia já existente, 86,37% (318,63 ha) da ADA já pertence à Faixa de Domínio da rodovia existente. Sendo assim, será necessária a desapropriação do restante, que corresponde a 50,28 hectares. Segundo o empreendedor, os critérios utilizados para a identificação das possíveis desapropriações das benfeitorias deste empreendimento foram: propriedades atingidas pela plataforma da rodovia, offset de aterros/cortes e nos casos em que serão implantados os dispositivos. Do total da área a ser desapropriada (50,28 ha), 26 propriedades, que equivalem a 22,54 hectares, são cadastradas pelo INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Estas áreas estão apresentadas na Tabela 18, a seguir.

Tabela 18 – Síntese de informações sobre áreas a ser em desapropriadas – cadastro INCRA

Nº Nome Uso do solo Município Área total (hectares)

% da Área a ser desapropriada

1 Fazenda Vacaria Pastagem Marília 1070,70 0,08%

2 Fazenda Fortuna Corpo Hídrico Marília 1,981 8,62%

3 Fazenda Água Bonita Pastagem Marília 133,627 0,70%

4 Fazenda Água Bonita Pastagem Marília 37,207 1,40%

5 Fazenda Água Bonita Pastagem Marília 133,627 0,26%

6 Fazenda Água Limpa Pastagem Marília 2.564 3,63%

7 Sem nome Cultivo Agrícola Marília 3,048 12,42%

8 Fazenda São Geraldo Fragmento Florestal

Marília 211.691 0,05%

9 Fazenda das Araras Pastagem Marília 126,047 0,74%

10 Fazenda rio do Peixe Campo Antrópico

Marília 222,350 0,78%

11 Fazenda São Sebastião e Santa Maura

Campo Antrópico

Marília 667,779 0,09%

12 Fazenda Água Limpa Fragmento Florestal

Marília 369,874 0,22%

13 Fazenda Ceci Campo Antrópico

Echaporã 316,681 0,02%

14 Fazenda Fortuna Pastagem Echaporã 481,543 0,77%

15 Fazenda Santo Antônio Cultivo Agrícola Echaporã 559,716 0,30%

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Nº Nome Uso do solo Município Área total (hectares)

% da Área a ser desapropriada

16 Fazenda Santa Tereza Campo Antrópico

Echaporã 705,679 0,39%

17 Fazenda Santa Maria da Alvarea

Campo Antrópico

Echaporã 2412,874 0,06%

18 Fazenda Rancho dos Ipes Campo Antrópico

Echaporã 177,053 0,31%

19 Sítio São Francisco Campo Antrópico

Echaporã 98,331 0,04%

20 Fazenda Monique Campo Antrópico

Echaporã 256,381 0,59%

21 Fazenda São Cristóvão Cultivo Agrícola Echaporã 178,143 0,35%

22 Fazenda Taquaral da Costa Campo Antrópico

Echaporã 131,144 0,01%

23 Fazenda Monique Fragmento Florestal

Echaporã 256,381 0,03%

24 Fazenda Bom Retiro Cultivo Agrícola Assis 201,037 0,62%

25 Fazenda M2 Campo Antrópico

Assis 166,764 0,88%

26 Fazenda Santa Rosa Fragmento Florestal

Assis 30,556 0,02%

De acordo com a concessionária, considerando as propriedades particulares não cadastradas pelo INCRA, tem-se 74 áreas com aproximadamente 27,74 ha que sofrerão desapropriação. A partir da análise desses dados, verificou-se que o município de Echaporã será o mais afetado, com a desapropriação de 15,83 ha. Foi informado que majoritariamente serão afetadas propriedades particulares de uso rural, com cultivos agrícolas e pastagem, além de áreas com diferentes fisionomias de fragmentos florestais em diferentes estágios sucessionais de regeneração, com predominância de áreas de Mata Atlântica e Cerrado. Segundo o empreendedor, as edificações encontradas na ADA foram identificadas como ocupações irregulares pontuais, consideradas passivos sociais, que necessitarão de remanejamento ou desocupação da faixa de domínio. Foi informado ainda, que as obras não interferirão nas residências, comércios, serviços regulares ou indústrias com edificações diretamente e/ou cuja desapropriação impossibilitará a continuidade da atividade econômica. Também não foram mapeadas por interpretação visual ou encontradas em campo áreas de domínio público a serem desapropriadas. Em sua maioria, a duplicação atingirá áreas agropecuárias (fazendas), atingindo pequenas áreas (em sua maioria, menos de 1% da área total da propriedade), o que causará baixo impacto em suas produções. Para mitigar os impactos de desapropriações e reassentamento, foi proposto o Programa de Desapropriação e Apoio a População, que objetiva a gestão dos processos de desapropriação nas áreas decretadas de utilidade pública e/ou nas demais áreas de interesse ao empreendimento, incluindo negociações amigáveis ou judiciais com os proprietários. Para a comunicação social com a população afetada foi proposto o Subprograma de Comunicação Social Prévia para intermediar o processo de desapropriação, de forma a esclarecer todas as dúvidas da população diretamente afetada pelas obras; bem como

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estabelecer uma comunicação mais estreita com esse público. A equipe social responsável por essa medida acompanhará o trabalho das empresas que venham a ser contratadas para realização do Cadastro Físico das propriedades objeto do Programa de Desapropriação, e do Cadastro Social das famílias e das atividades econômicas a serem relocadas, se necessário. Para tanto, a mesma equipe social participará de reuniões preparatórias, revisão de questionários, acompanhamento de entrevistas e outras atividades afins. Foi citada ainda, a proposta de uma campanha contra abandono de animais e sobre posse responsável junto aos usuários, lindeiros e famílias a serem desapropriadas. Avaliação

Entende-se que os impactos relativos à desapropriação e eventual relocação de população serão adequadamente mitigados caso o Programa de Desapropriação e Apoio a População e seja efetivamente implementado. Quanto à possibilidade de relocação de equipamentos sociais, foi informado que as obras de duplicação não preveem qualquer relocação dos mesmos ao longo da ADA do empreendimento. Contudo, caso alguma relocação seja eventualmente necessária após a elaboração do projeto executivo, deverão ser priorizadas áreas acessíveis e nas proximidades da atual locação, bem como o cronograma de construção desses novos equipamentos deverá ser compatibilizado com o do Plano de Ataque às Frentes de Obras do empreendimento, a fim de garantir que não haja prejuízo à população com a interrupção dos serviços sociais prestados. Para a fase de Licença Ambiental de Instalação – LI, solicita-se a incorporação e detalhamento de outras medidas no âmbito do Programa de Desapropriação e Apoio a População, como: • Prever a realização, antes da relocação de famílias, de cadastro físico e social realizado por profissionais habilitados para análise sociais e tratamento das peculiaridades de cada caso. • Caracterizar por meio de relatório fotográfico e descritivo, a população residente não proprietária para identificação das famílias a serem realocadas e indenizadas por suas benfeitorias. Concluídos tais processos, deverão ser apresentadas informações sobre as atividades desenvolvidas para o acompanhamento da população afetada. • Incluir no Cadastro Social a situação de posse; número de integrantes de cada família; dados dos residentes (nome, idade, sexo, etc.); tempo de residência; renda familiar; profissão e local de trabalho; nível de instrução; localização das escolas e séries frequentadas; modal de deslocamento para o trabalho; tempo de viagem casa-trabalho e vice-versa; infraestrutura de serviços públicos existentes (água, esgoto, luz, telefone, pavimentação de rua, comércio, transporte público); equipamentos sociais próximos; moradores portadores de deficiência e associações comunitárias das quais os moradores eventualmente sejam integrantes. • Apresentar o Decreto de Utilidade Pública (DUP), as imissões na posse e/ou os acordos amigáveis firmados com os proprietários. • Avaliar a necessidade de desapropriação de propriedades lindeiras à faixa de domínio que sejam impactadas pelo empreendimento em mais da metade de sua área total ou cujas atividades econômicas exercidas se tornarão inviáveis para a manutenção do padrão de vida dos atuais moradores. • Apontar áreas para a relocação proveniente de reassentamento involuntário, de preferência, em parceria com as Prefeituras Municipais e com os demais órgãos envolvidos para construção das unidades habitacionais (CDHU, COHAB, etc.). Tais soluções devem integrar preferencialmente programas de habitação em andamento ou a serem estabelecidos, em locais próximos das atuais residências. • Promover o acompanhamento e assistência social junto às famílias durante as ações de desocupação e relocação e, após o reassentamento, durante o período de sua reinserção social na nova comunidade. Esse período de monitoramento deve ser de no mínimo 12 meses.

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Para as eventuais áreas de domínio público afetadas deverão ser apresentados os respectivos termos de autorização de uso e/ou contratos de servidão administrativa e/ou outros documentos equivalentes.

Durante a implantação do empreendimento, deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Desapropriação e Apoio a População, contemplando, no mínimo, retigráfico (planta retigráfica) atualizado demonstrando o andamento das ações de desapropriação por propriedade, informações sobre o acompanhamento social da população afetada, avaliação de desempenho do Programa, as não conformidades identificadas, as respectivas medidas corretivas adotadas, equipe técnica responsável, o cronograma de atividades para o próximo período e os registros fotográficos datados. Por ocasião da solicitação da LO, o empreendedor deverá apresentar relatório final do Programa de Desapropriação e Apoio a População.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI

• Apresentar o detalhamento do Programa de Desapropriação e Apoio a População considerando as diretrizes indicadas no item 8.12 do Parecer Técnico 390/18/IE e contemplando: cadastro físico e socioeconômico atualizado de todas as propriedades afetadas pelo empreendimento; apresentação sobre ortofoto ou imagem de satélite (em escala 1:2.000) a caracterização da situação das propriedades (situação fundiária, física dos imóveis, etc.); cadastro de grupos mais vulneráveis (idosos, deficientes, pessoas com necessidades especiais, etc.); a área total das propriedades e a porcentagem de área afetada pelo empreendimento; o Decreto de Utilidade Pública (DUP), comprovações das negociações em curso e acordos amigáveis firmados ou imissões na posse; equipe técnica responsável; cronograma de atividades compatível com o cronograma da obra. • Incluir no Programa de Desapropriação e Apoio a População, o cadastro atualizado da população residente não proprietária (inquilinos, agregados, meeiros, arrendatários, caseiros, etc.); os acordos firmados para relocação das famílias; as ações para relocação dessas famílias previamente equacionada junto às Prefeituras Municipais e demais órgãos envolvidos (CDHU, COHAB, etc.) de forma a evitar a migração e relocação para áreas irregulares, de risco ou de proteção ambiental; promoção de atendimento às famílias; e acompanhamento do programa por profissionais habilitados (assistentes sociais, psicólogos, etc.). • Apresentar o termo de autorização de uso e/ou contrato de servidão administrativa e/ou documento equivalente para a implantação do empreendimento em áreas de domínio público.

Durante a implantação do empreendimento

• Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Desapropriação e Apoio a População, contendo retigráfico atualizado demonstrando o andamento das ações de desapropriação por propriedade, informações sobre o acompanhamento dos problemas vivenciados pelos proprietários e não proprietários atingidos pela desapropriação e relocação (informando o grau de adaptação à nova situação e nível de satisfação), avaliação de desempenho do programa, as não conformidades identificadas (principais problemas a serem solucionados), as respectivas medidas corretivas adotadas, equipe técnica responsável, o cronograma de atividades para o próximo período, e os registros fotográficos.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO

• Apresentar relatório final do Programa de Desapropriação e Apoio a População e, contemplando no mínimo, as ações realizadas na implantação do empreendimento; as

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negociações amigáveis firmadas ou imissões provisórias na posse obtidas e representadas em planta (escala 1:5.000) com as delimitações das propriedades e a situação legal de cada propriedade; a avaliação dos resultados obtidos e as atividades a serem realizadas no período de operação, como o monitoramento e o acompanhamento do reassentamento, não inferior a 12 meses após a conclusão da relocação da população afetada; a comprovação da relocação dos equipamentos afetados pelo empreendimento; entre outros.

8.13 Impactos sobre as atividades econômicas

Segundo o EIA, para implantação do empreendimento serão utilizadas, principalmente, áreas já inseridas no atual sistema viário. Contudo, será necessário intervir em imóveis de terceiros onde, na maioria dos casos, são realizadas atividades produtivas, principalmente agropecuárias. Este impacto terá maior magnitude em áreas onde estão projetados os dispositivos, que adentram áreas particulares próximas à rodovia. Com relação à intervenção mencionada, o empreendedor informou que a maior parte da área que será desapropriada foi classificada como fazendas, considerando sítios e chácaras também. Dentro das fazendas que serão desapropriadas, os principais usos de ocupação do solo são: campo antrópico (190,81 hectares); pastagem (23,99 hectares); vegetação secundária de cerrado em estágio inicial (14,81 hectares) e o cultivo agrícola (12,46 hectares). Foi ressaltado que essas áreas poderão ainda sofrer alterações e pequenos ajustes, sobretudo quando o projeto se consolidar no nível de projeto executivo. Ainda de acordo com o empreendedor, a princípio, nenhuma área urbanizada será desapropriada, considerando indústrias, comércio e serviço, e residências em vilas e bairros. Como medida mitigadora para o impacto foi proposto que o Programa de Comunicação Prévia estabelecerá duas linhas de comunicação, sendo uma direcionada ao público envolvido em atividades econômicas que serão diretamente afetadas pelo empreendimento, e outra direcionada às atividades que sofrerão interferência indireta das obras (desvios de tráfego, remanejamento de utilidades e similares). Além disso, foi proposto o Programa de Desapropriação e Apoio à População que prevê para as propriedades lindeiras, que continuarão ativas após a implantação do empreendimento, a garantia de condições de acesso à água (irrigação), assim como de acesso (passagens de gado) para as propriedades que serão atravessadas, de modo a não criar áreas improdutivas. O programa visa ainda garantir aos proprietários dos imóveis e donos de estabelecimentos as justas indenizações pela perda de propriedades ou lucros cessantes, e formas de compensação ou apoio social para pessoas que perderem suas principais atividades geradoras de renda.

Avaliação

Para a melhor caracterização das medidas mitigadoras a serem adotadas nessas áreas, por ocasião da solicitação de Licença Ambiental de Instalação – LI e do detalhamento do projeto, deverá ser apresentado no Programa Desapropriação e Apoio a População, o cadastro atualizado dos comércios, indústrias, serviços, minerações e áreas de produção rural afetadas; caracterização socioeconômica; número de empregos afetados; contemplando auxílio na relocação das atividades; comprovação de medidas preconizadas no estudo; acompanhamento dos afetados por profissionais habilitados, entre outras. Recomenda-se ao empreendedor avaliar a possibilidade de utilizar as áreas remanescentes das desapropriações para a relocação das atividades econômicas afetadas.

Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI

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• Incluir no Programa de Desapropriação e Apoio a População, o detalhamento das propostas de medidas mitigadoras e compensatórias relativas ao impacto da desapropriação de atividades econômicas afetadas, o cadastro atualizado dos comércios, indústrias, serviço e áreas de produção rural afetadas (proprietários ou não dos terrenos onde estejam estabelecidos); caracterização socioeconômica; número de empregos afetados; propostas de áreas para relocação das atividades econômicas afetadas; parcerias com órgãos de orientação e capacitação para a reestruturação dos estabelecimentos afetados.

8.14 Interferências sobre infraestruturas

De acordo com o EIA, a duplicação da SP-333 deverá interferir com as redes de equipamentos públicos e privados, tais como: pontos de ônibus, rede elétrica, redes de água e esgoto, incluindo captação para consumo humano, linha de dutos, entre outras. As estruturas afetadas deverão sofrer remanejamento, a ser executado segundo especificações das empresas responsáveis pelos serviços públicos. As interrupções de serviços públicos durante a construção, quando necessárias, deverão ocorrer de forma programada e por curtos períodos de duração, associados ao processo de remanejamento e/ou proteção das redes e serão previamente comunicadas no Programa de Comunicação Social. A concessionária informou que será feito o cadastramento de todas as estruturas, assim como as manifestações das empresas responsáveis previamente as intervenções deverão ser obtidas, de modo que as obras somente serão iniciadas após a anuência dos respectivos órgãos ou instituições gestoras responsáveis. No caso de instalações previstas, mas ainda não executadas, o empreendedor deverá manter entendimentos com as empresas responsáveis, para buscar alternativas de compatibilização dos projetos, já na etapa de detalhamento do projeto de engenharia do traçado da SP-333. Para prevenir e mitigar o impacto em questão, o interessado propõe trabalhar em conjunto com as concessionárias responsáveis e, no Programa de Comunicação Social são indicadas medidas específicas de comunicação prévia aos moradores locais, caso seja necessária a interrupção da prestação do serviço público.

Avaliação

A interferência das obras em redes de abastecimento de serviço público poderá afetar a população situada na AID com interrupções temporárias, parcial ou total do serviço, causando transtornos à mesma, caso as ações não sejam bem planejadas. Contudo, esse impacto é mitigável, por meio de ações de parcerias com as concessionárias dos serviços possivelmente impactados, definindo os procedimentos, materiais e responsabilidades. Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI, deverá ser apresentado o cadastro completo das possíveis interferências localizadas por trecho, e as alternativas técnicas a serem adotadas. Durante a implantação do empreendimento, antes das intervenções nas infraestruturas, no âmbito dos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do PCA, deverão ser apresentadas as anuências das concessionárias e órgãos responsáveis pela operação das redes de infraestruturas a serem afetadas pelo empreendimento. Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI

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• Apresentar o cadastro atualizado das infraestruturas (rodovias, adutoras, linhas de transmissão, dutos, etc.) interceptadas pelo traçado, e respectivo mapeamento.

Durante a implantação do empreendimento

• Obter as autorizações e anuências prévias dos órgãos e/ou concessionárias responsáveis pelas infraestruturas afetadas, antes das intervenções nestas.

8.15 Incômodos à população lindeira

De acordo com o EIA, durante a fase de implantação do empreendimento, a movimentação dos maquinários, equipamentos e execução dos serviços como limpeza de terreno, terraplenagem, aterros, construção de obras de arte e pavimentação poderão ocasionar incômodos à população residente nas áreas lindeiras à faixa de domínio. Com as atividades listadas acima são esperadas perturbações relacionadas às obras civis em geral, como: acréscimos nos níveis de ruído e vibração, aumento de poeira em suspensão e acúmulo de terra em vias de tráfego local. Outras perturbações mencionadas no estudo são as interferências com trânsito local, afetando eventualmente vias municipais e circulação de veículos e pedestres, necessárias para a realização das obras e que constituem impactos diretos na qualidade de vida da população usuária dessas vias. Esses impactos deverão ocorrer de forma programada e planejada para minimizar o desconforto dos usuários dessas vias e garantir a prevenção de acidentes. Também foi citado que possíveis ocorrências de rachaduras e recalques em edifícios lindeiros às obras podem causar incômodos à população, sendo este um aspecto a ser prevenido e monitorado. Foi informado ainda, que há, no trecho a ser duplicado, dois locais caracterizados pela presença de afloramentos rochosos nas marginais da rodovia. Nestes trechos, para a execução das obras de duplicação haverá a necessidade de implantação de técnicas de desmonte de material rochoso. De acordo com o empreendedor, a metodologia para o desmonte de rocha encontra-se em avaliação pela Concessionária, e será definida na fase de projeto executivo, com a realização de sondagens e ensaios geotécnicos. No âmbito do Programa de Controle Ambiental das Obras, o empreendedor propôs o Subprograma de Mitigação de Eventuais Incômodos à População, o qual abrange medidas, tais como regulagem periódica dos equipamentos e veículos, umectação das vias locais utilizadas pela obra e sempre que possível, realizar as atividades geradoras de ruído e vibração em períodos diurnos. Foi informado ainda, que haverá interface do PCA com o Programa de Comunicação Social, visando garantir a transmissão de informações relativas a atividades da obra aos lindeiros e possíveis interessados (eventual geração de ruídos programados para o período noturno, por exemplo) e ainda a manutenção de um canal com a comunidade para atendimento às reclamações, dúvidas, etc. Com relação às atividades previstas de desmonte de rocha, o empreendedor informou que deverá ser realizada uma série de medidas de controle, contenção, comunicação social e monitoramento para evitar quedas inesperadas de blocos rochosos ou fraturamento indevido de rocha, que poderão intervir na operação viária e nas condições ambientais locais.

Avaliação

As medidas ambientais propostas no EIA, referentes à mitigação de incômodos à população (geração e suspensão de poeira, ruídos e conflitos com o tráfego de obra), se adequadamente implementadas minimizarão os transtornos aos lindeiros. A comprovação da realização das ações propostas pelo empreendedor e a comprovação do atendimento de dúvidas e

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reclamações da população provenientes de incômodos causados pelas obras deverá constar nos relatórios quadrimestrais do Programa de Comunicação Social. Destaca-se ainda, que por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação, o empreendedor deverá comprovar a divulgação das medidas propostas para mitigar os incômodos e dos canais de comunicação disponíveis para a população manifestar duvidas e reclamações, conforme item 8.1 deste Parecer Técnico. Considerando a possibilidade de ocorrência de recalques e consequentes abalos em estruturas e construções lindeiras devido à presença de áreas suscetíveis a ocorrência de problemas geotécnicos ao longo do traçado, além dos possíveis efeitos das detonações, o interessado deverá apresentar, por ocasião da solicitação de LI, laudos cautelares das estruturas presentes no entorno das obras que poderão ser afetadas, incluindo levantamento da situação atual das estruturas e medidas a serem adotadas no caso de constatação de danos. Tendo em vista que a metodologia para o desmonte de rocha encontra-se em avaliação pela Concessionária, e será definida na fase de projeto executivo, com a realização de sondagens e ensaios geotécnicos, deve se ressaltar que para a previsão de utilização de explosivos para o corte de rochas em alguns trechos das obras na Rodovia SP-333, o interessado deverá apresentar, por ocasião da solicitação de LI, no âmbito do PCA, mapa retigráfico da duplicação indicando os marcos quilométricos onde os explosivos serão utilizados, cronograma previsto e um Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos, contemplando dados do plano de fogo a ser utilizado (conforme Anexo B - Plano de Fogo, da Norma Técnica D7.013 “Avaliação e monitoramento das operações de desmonte de rocha com uso de explosivo na mineração: Procedimento” da CETESB - fev/2015). Deverá ser previsto também o estabelecimento de um “Plano de Comunicação à População” sobre os efeitos gerados nas detonações; divulgação do horário de detonações, com a fixação de cartazes, faixas e quadros de avisos pertinentes aos eventos; sinalização das áreas de ocorrências de detonação de explosivos; interrupção de tráfego, conforme solicitado no item 8.1 deste Parecer. Durante a implantação do empreendimento, deverão ser incluídas nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento, informações sobre o andamento das detonações (ações realizadas segundo o plano de fogo, horários, medição de níveis de pressão acústica e velocidade de vibração de partículas, etc..) e as medidas mitigadoras adotadas. As informações referentes ao monitoramento das estruturas deverão constar nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento das obras e por ocasião da solicitação de LO, deverá ser apresentado relatório conclusivo do Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos, incluindo a situação das estruturas lindeiras às obras incluídas nos laudos cautelares. Observa-se que as medições de vibrações devem ser realizadas no caso de reclamação da população e os valores medidos devem ser comparados diretamente com os respectivos padrões da DD nº 215/2007/E de 07/11/2007.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar, no âmbito do Plano de Controle Ambiental das Obras - PCA, mapa retigráfico da duplicação indicando os marcos quilométricos onde serão utilizados explosivos para o desmonte de rochas, cronograma previsto e proposta de Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos, segundo as orientações do item 8.15 do Parecer Técnico nº 390/18/IE, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART. • Apresentar laudos cautelares das estruturas presentes no entorno das obras que poderão ser afetadas pelo uso de explosivos ou problemas geotécnicos, incluindo levantamento da situação atual das estruturas e medidas a serem adotadas no caso de constatação de danos.

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Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar relatório final do Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos informando a situação das estruturas lindeiras às obras, identificadas nos laudos cautelares, e as respectivas medidas corretivas adotadas.

8.16 Interferências sobre o Patrimônio Arqueológico , Paleontológico, Histórico e Cultural

De acordo com o EIA, foi preenchida a Ficha de Caracterização da Atividade (FCA) e encaminhada ao IPHAN, conforme previsto na Instrução Normativa Nº 001/2015. Foi gerado o número de Processo IPHAN nº 01506.900978/2017-00. Com base nessa FCA, o IPHAN classificou previamente o empreendimento como Nível III. Desta forma, foram realizadas atividades de prospecção em campo e realizado o Programa Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico que revelou a não descoberta de vestígios que possam indicar a ocorrência ou existência de sítios arqueológicos de categoria histórica e ou pré-histórica. Também foi informado sobre a inexistência de bens acautelados na área do empreendimento. O IPHAN se manifestou por meio do Ofício n°1720/2018/IPHAN-SP-IPHAN de 03/08/18 acatando o relatório apresentado pelo empreendedor e se posicionando favoravelmente à emissão das licenças ambientais para o empreendimento (LP, LI e LO). A mesma conclusão consta do Ofício nº 2168/2018/IPHAN-SP-IPHAN de 08/10/18, referente ao Dispositivo do km 337+000. Em relação ao patrimônio paleontológico, foi informado que a região entre Marília e Echaporã apresenta alto potencial para o aparecimento de fósseis, principalmente de dinossauros e crocodilos.

Avaliação

Tendo em vista os resultados obtidos nos estudos, a manifestação favorável do IPHAN, não são previstos impactos ao patrimônio histórico e arqueológico pela implantação das obras. Caso necessário, se constatados vestígios paleontológicos durante as obras, o empreendedor deverá obter manifestação do DNPM para salvamento paleontológico, conforme o Decreto-Lei nº 4.146/1942.

8.17 Riscos associados a acidentes envolvendo trans porte de produtos perigosos durante a operação

O EIA menciona que o transporte de produtos químicos perigosos ou potencialmente poluidores trará riscos de contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas nos casos de ocorrência de acidentes rodoviários ou de vazamentos. Alguns dos principais impactos ambientais gerados em consequência de acidentes com produtos perigosos na área de influência de uma rodovia são: degradação da qualidade da água de rios, lençol subterrâneo, represas, degradação da qualidade do ar; degradação da qualidade dos solos; prejuízos à saúde humana; destruição e depreciação do patrimônio público e privado; prejuízo para as atividades econômicas. Segundo a Concessionária, o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) proposto para a malha rodoviária da Entrevias tem por objetivo a identificação, classificação e avaliação dos riscos, a formulação e a implantação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos para prevenir, reduzir e controlar os riscos, principalmente envolvendo produtos químicos, de

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modo a preservar o meio ambiente, as instalações e a segurança dos colaboradores e da comunidade circunvizinha às obras. Relacionado ao tema foi apresentado à CETESB um Plano de Atendimento à Emergências para operação da malha rodoviária da Entrevias, que se apresenta como instrumento essencial para o planejamento e gestão das ações de emergências, onde constam os procedimentos de respostas às situações emergenciais que eventualmente possam ocorrer nas instalações e durante a execução das atividades nas frentes de obra, além de definir as atribuições necessárias para o pronto atendimento às emergências, visando à minimização dos danos. Da mesma forma, o PAE promove a integração das ações de resposta às emergências entre as diversas áreas da empresa e desta com outras instituições, possibilitando assim o desencadeamento de medidas coordenadas, de modo que os resultados esperados possam ser alcançados.

Avaliação

O EIA foi submetido à análise do Setor de Atendimento a Emergências que emitiu o Parecer Técnico 56/2018/CEEQ, concluindo pela continuidade do licenciamento no que se refere à acidentes envolvendo produtos perigosos. Por ocasião da solicitação de LI, o interessado deverá: • Apresentar, caso os pontos de captação para abastecimento público tenham contribuintes interceptados ou lindeiros à SP-333, sistemas de proteção para a fase de operação do empreendimento; • Apresentar para análise e aprovação, propostas de obras civis, equipamentos, sistemas de contenção de vazamentos ou outros dispositivos de proteção dos recursos hídricos mencionados a serem instalados. Todas as propostas deverão ser apresentadas com os respectivos projetos executivos, descrevendo claramente os pontos onde serão instalados os dispositivos, curso d´água a ser protegido, a extensão do trecho a ser protegido, características construtivas, princípio de funcionamento e capacidade volumétrica, a qual não deverá ser inferior a 30 m³ em cada local. • Comprovar, caso ocorram emendas nas pontes sobre os cursos d´água, a estanqueidade nas juntas de dilatação. • Implantar em todas as caixas de contenção sistemas de bloqueio na sua saída, resistente a produtos químicos, podendo ser do tipo válvula ou comporta. Caso a opção seja pela confecção de sistemas de coleta/drenagem interligados a caixas de contenção para produtos químicos, todos os materiais (buzinotes, tubulações, canaletas, valetas, comportas, caixas de contenção, dentre outros) deverão ser confeccionados em material resistente a produtos químicos associado à proteção contra fogo. Em hipótese alguma os componentes do sistema de contenção poderão ser confeccionados em materiais não resistentes a produtos químicos e ao fogo como, por exemplo, PVC ou poliéster (inclusive poliéster reforçado com fibra de vidro). Cabe ressaltar que o PAE/PGR para operação da malha viária atual da Entrevias está em análise na CETESB, com isso, por ocasião da solicitação da LO, deverá ser apresentada revisão do Plano de Ação Emergencial e Programa de Gerenciamento de Risco da Rodovia, incorporando o trecho duplicado, e de acordo com a Decisão de Diretoria n°70/2016 de 12/04/16

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI

• Apresentar propostas de implantação de sistema de contenção de produtos perigosos, considerando as diretrizes do item 8.17 do Parecer Técnico n°390/18/IE.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO

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• Apresentar revisão do Plano de Ação Emergencial e Programa de Gerenciamento de Risco da Rodovia, incorporando o trecho duplicado da rodovia, e de acordo com a Decisão de Diretoria n°70/2016 de 12/04/16.

8.18 Impactos sobre a flora durante a operação

Durante a operação da rodovia podem ocorrer incêndios acidentais nas florestas remanescentes no entorno da rodovia, principalmente nas épocas mais secas, por exemplo com o lançamento de bitucas de cigarro pelos usuários, onde a rapidez de combustão da vegetação dificulta o controle do fogo em tempo hábil. Também são comuns episódios de queimadas criminosas em áreas lindeiras a rodovias. Trata-se de uma situação de aumento de risco potencial, que pode afetar negativamente os remanescentes de vegetação nativa. Dentre as ações para mitigar tal impacto destacam-se as medidas operacionais de conscientização, de prevenção e planos de emergência para combate aos incêndios. Também foi destacado que, apesar do risco potencial que proporciona, a própria rodovia constitui um acesso fácil e rápido para o combate de incêndios em remanescentes, além de facilitar a fiscalização destas áreas contra ações criminosas. Como forma de mitigação foi proposta a implementação de ações de conscientização da população circunvizinha e trabalhadores no âmbito do Programa de Educação Ambiental e no Programa de Gestão Ambiental da Operação. A equipe do meio ambiente da concessionária terá como função o combate a eventuais incêndios, orientando as ações necessárias a serem providenciadas para a sua contenção, remoção e/ou neutralização.

Avaliação As medidas de conscientização, prevenção e os planos de emergência deverão ser detalhados no Programa de Gestão Ambiental da Operação, considerando-se principalmente o trecho do empreendimento do km 394 ao 399, região que atravessa as unidades de conservação: Estação Ecológica de Assis e Floresta Estadual de Assis. Solicita-se a adoção de placas com advertência sobre o risco de incêndio. Outro aspecto que poderá impactar a flora reside na utilização de espécies invasoras no projeto paisagístico. Para mitigar este potencial impacto, recomenda-se a utilização de espécies nativas ou não-invasoras tanto na arborização como na utilização de gramíneas para proteção do solo.

Exigência

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Incluir, no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, o detalhamento das medidas propostas para conscientização, prevenção e planos de emergência para combate a incêndios nos remanescentes de vegetação nativa, principalmente próximo às unidades de conservação.

8.19 Impactos à fauna na operação

Durante a fase de operação, a ampliação da faixa de rodagem pode fazer com que a travessia da via seja mais custosa aos animais, aumentando assim, na ausência de ações mitigadoras, a probabilidade de ocorrência de atropelamentos. Para abordar o impacto do atropelamento da fauna na rodovia em operação foram utilizadas informações referentes aos números de ocorrências de atropelamentos, por quilômetro, do mês de julho de 2017 até janeiro de 2018. Todas as ocorrências foram avaliadas de forma a gerar um

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mapa de hotspots por geoprocessamento, considerando-se um raio de 1.000 m entre os atropelamentos, que identifica os trechos mais sensíveis quanto às ocorrências. No trecho que compreende o km 337+000 ao 382+000 (Marília e a maior parte de Echaporã) observaram-se índices de pouca ou baixíssima relevância em relação ao atropelamento da fauna silvestre. Na altura do km 383+000 nota-se a primeira ocorrência de área classificada como de baixa relevância. Já no km 385+000 até o km 390+000 inicia-se o trecho de maior atenção e relevância para o atropelamento de fauna silvestre. Para esse trecho destaca-se o km 387+000, o único trecho com extrema relevância no número de ocorrências envolvendo a fauna silvestre. A partir do final do trecho de atenção até o final da área do empreendimento, ou seja, do km 393+000 até o km 401+000, verifica-se área com predominância de média relevância, onde, apesar disso, destaca-se que a área que abrange a Estação Ecológica de Assis e a Floresta Estadual de Assis, sendo esse um ponto de atenção. Além desses trechos com maior índice de atropelamentos, destacam-se os trechos na altura dos kms 341+000, 357+000 e 364+000, onde o entorno se caracteriza pela presença de fragmentos florestais remanescentes bem preservados, já segregados pela SP-333. Segundo o EIA, os impactos gerados em função do maior isolamento das populações, podendo também levar a um aumento do risco de atropelamentos, devem ser considerados por meio de implantação de travessias subterrâneas de fauna que devem levar em consideração o número de atropelamentos, espécies guarda-chuva (bioindicadoras, carnívoras, etc.) e a paisagem do entorno. Algumas medidas de mitigação como a sinalização ambiental, redutores de velocidade e outros informativos são necessários para a redução de riscos ao atropelamento. Dentre as medidas que visam reduzir os índices de atropelamento de animais silvestres durante a operação da rodovia, foram citadas as seguintes: • Monitoramentos da fauna em vários momentos para obter informações sobre a relação entre o uso da rodovia SP-333 e seus efeitos sobre a fauna silvestre; • Implantação de sinalização vertical alusiva à fauna silvestre, principalmente no trecho que compreende o bioma Cerrado e as Unidades de Conservação interceptadas pelo empreendimento; • Cercamento da faixa de domínio, com foco principal para áreas de fragmentos florestais significativos lindeiros e cursos d´água que margeiam a pista, para direcionar a fauna silvestre para longe da rodovia ou para eventuais passagens de fauna; • Implantação de dispositivos de passagem de fauna e de sinalização horizontal em trechos críticos; e • Realização de campanhas de conscientização da população lindeira quanto à presença de fauna silvestre na região.

Segundo o EIA, já foram implantadas seis passagens de fauna na rodovia em operação antes do licenciamento em análise, a saber: • kms 351+900, 354+900, 368+000 e 379+900: Passagem inferior de concreto. Obra de Arte Especial (OAE) adaptada para passagem de fauna; • km 394+900 e 397+900: Passagem inferior de concreto armado. OAE adaptada para passagem de fauna em área margeada por unidades de conservação. Além das passagens encontram-se instaladas placas alusivas à presença de animais silvestres, no início do trecho da E.E. Assis. A concessionária também elaborou e disponibilizou uma cartilha (guia) de identificação da fauna de mamíferos de médio e grande porte, aves e répteis encontrados nas rodovias, visando melhorar os registros do banco de dados e, por consequência, conseguir adotar outras medidas mitigadoras. Outra possibilidade a ser avaliada e proposta no EIA é a inclusão de rondas nos trechos críticos antes do horário de atividade de animais carniceiros, a fim de que carcaças de animais atropelados sejam retiradas do local evitando possíveis acidentes e atropelamentos

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destes; por fim, sugere-se parcerias com entidades para destinação de carcaças e de animais feridos, objetivando um melhor atendimento aos animais atropelados. Os projetos executivos de passagens de fauna deverão ser apresentados quando da solicitação da Licença de Instalação, previamente ao início das atividades nos locais que forem identificados como pertinentes para implantação dos dispositivos, bem como a determinação das OAEs e bueiros selecionados para implantação dos dispositivos de passagem de fauna. Ademais, informou-se que a concessionária tem parceria firmada com o Zoológico de Bauru e com Centros de Pesquisa da Universidade de Marília (UNIMAR), em que as mesmas recebem os animais acidentados na rodovia SP-333. Em relação à fauna doméstica, destacam-se como de atenção os pontos próximos às manchas urbanas que se sobrepõe ao empreendimento. Nestes pontos pretende-se realizar campanhas de conscientização da população lindeira, com apoio de centros de controle de zoonoses e demais instituições correlatas quanto à questão dos animais domésticos próximos à rodovia e também com relação ao abandono dos mesmos. Estas e outras ações serão incorporadas nos Programas Ambientais propostos e descritos no item 9 deste Parecer, dentre os quais destacam-se: • PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA • PROGRAMA DE MONITORAMENTO DOS ATROPELAMENTOS DE FAUNA DURANTE A IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E MEDIDAS MITIGADORAS

Avaliação

Durante a operação os impactos à fauna deverão ser mitigados com a devida implementação das medidas e ações propostas pelo interessado, além das exigidas neste Parecer.

Frente ao apresentado no EIA para os impactos relacionados à fauna, incluindo o levantamento primário feito na AID/ADA e a análise dos hotspots de atropelamento baseada nos dados de ocorrência prévia obtidos pela concessionária, por ocasião da solicitação da LI deverão ser apresentados os detalhamentos de medidas mitigadoras para o atropelamento da fauna, considerando: • Trecho do km 340 ao 342: área com fragmentos de Mata Atlântica preservados, Reserva Legal e ponto de levantamento primário de fauna do EIA. Como há fragmentos de vegetação em ambos os lados da rodovia ao longo desse trecho, buscar conectá-los por meio de passagem e cercamento da rodovia. O EIA cita o fragmento do km 341+200 sul como um dos principais a serem afetados pelo empreendimento, o que enfatiza a necessidade de medidas mitigadoras nesse ponto; • Altura do km 345+500: travessia do Rio do Peixe, conectar a paisagem com uma passagem de fauna e cercar ambos os lados da rodovia ao longo da APP do curso d’água, que se encontra vegetada, formando um corredor para a fauna; • Altura dos kms 349+300 e 352+100: EIA cita os fragmentos de vegetação nesses pontos como principais a serem afetados, portanto, apresentar medida para conectá-los na paisagem, aproveitando as travessias de curso d’água em cada ponto. O cercamento deverá considerar os cursos d’água ao redor para direcionar a fauna da área toda para a passagem; • Altura do km 356+600: área com proposta de dispositivo (acesso à rodovia SP 421), mas que apresenta complexidade na paisagem com fragmentos de vegetação e várzeas, além da junção de vários cursos d’água. Apresentar proposta de medida mitigadora para minimizar possíveis ocorrências (como sinalização, redutor de velocidade, etc); • Trecho do km 363 ao 365+800: conectar por meio de passagem de fauna o fragmento de vegetação na altura do km 363+600, considerado um dos principais que sofrerão interferência com o empreendimento. Considerar todo o trecho com vegetação para a proposta de medida de mitigação;

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• Trechos do km 370+800 ao 371+700, do km 383 ao 383+600, do km 384+900 ao 385+100, e do km 390 ao 391: apresentar proposta de cercamento do lado da pista com fragmento na borda da rodovia, para impedir o acesso da fauna para a rodovia. Não há conectividade com outros remanescentes do lado oposto da rodovia. Do km 385 ao 390 há uma relevância no número de atropelamento da fauna segundo o EIA, sendo considerado um hotspot e enfatizando a necessidade de impedir o acesso da fauna à rodovia; • Trecho do km 387 ao 388: altura do km 387 é um hotspot de atropelamento de extrema relevância segundo o EIA, e com os maiores índices de diversidade da mastofauna encontrados no levantamento no interior do fragmento de Cerrado. Prever o cercamento do lado da pista com fragmento na borda da rodovia, para impedir o acesso da fauna para a rodovia, e adaptar a travessia do curso d’água na altura do km 387 para funcionar como passagem de fauna; • Altura do km 373+100: apresentar proposta de implantação de passagem de fauna para conectar ambos os lados da rodovia; • Altura do km 375: presença de remanescentes de Cerrado na paisagem próxima ao empreendimento, inclusive o fragmento amostrado onde foi encontrado o maior índice de diversidade de mastofauna do EIA e a maior riqueza para a avifauna, tendo sido avistadas todas as espécies endêmicas e ameaçadas deste grupo nesse único fragmento (P4). Propor medida mitigadora como sinalização de alerta na área da rodovia próximo a essa área. Além disso, os remanescentes destacados se conectam com as travessias de curso d’água na altura dos kms 378 e 379, uma área com hotspot de atropelamento de média relevância citada no EIA. Para essas travessias propor cercamento para isolar acesso à pista na altura do km 378 e conectar a paisagem com passagem de fauna na altura do km 379; • Altura do km 389+800: área é um hotspot de atropelamento de alta relevância no EIA. Adaptar travessia do curso d’água para funcionar como passagem de fauna; • Trecho do km 394 ao 399: já tem passagens inferiores de fauna (PIF) instaladas na altura do km 394+900 e 397+900. Propor medidas adicionais específicas para a área que atravessa as UCs e tem média relevância no índice de atropelamentos na área, considerando a diversidade de fauna levantada na região, e que poderá acessar a rodovia para cruzar a paisagem.

Além dos pontos destacados acima, segundo o EIA a rodovia já possui passagens inferiores de fauna instaladas em outros pontos que não foram citados: km’s 341+900, 354+900, 368+000 e 379+900. Para estas passagens deverão ser apresentadas propostas de cercamento que permita a conectividade e a diminuição dos acessos da fauna silvestre ao empreendimento.

Para a próxima fase deverá ser apresentado projeto técnico de implantação das passagens de fauna para áreas discutidas, incluindo-as no detalhamento do projeto executivo do empreendimento. Considerar o livre trânsito de animais de grande porte, como a capivara, a onça parda e a anta nas propostas de passagens inferiores, animais encontrados nos levantamentos de fauna do EIA. Juntamente com as propostas de passagens de fauna ou medidas mitigadoras associadas ao impacto do atropelamento da fauna silvestre, apresentar estudo das estruturas já existentes na rodovia e que poderiam funcionar como pontos de travessia de fauna, instruindo o mesmo com fotos, caracterização, descrição das estruturas, avaliação e proposição de adaptações. Contemplar as galerias de cursos d’água, as tubulações do sistema de drenagem da pista, as pontes e as passagens de gado.

Assim, por ocasião da solicitação de LI, deverá ser apresentado o detalhamento dos projetos para implantação das passagens de fauna, considerando os objetivos citados acima e os seguintes aspectos: • Construção de galerias secas com dimensões não inferiores a 2 metros de preferência junto às úmidas, possibilitando a transposição da rodovia por animais diversos; • A travessia seca deverá ser implantada somente em conjunto com galerias úmidas de abertura igual ou maior do que 2x2 m ou diâmetro de 2 m;

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• Todas as galerias (secas e úmidas) deverão ter emboque natural e não devem apresentar degraus para transposição; • Implantação de cerca direcionadora em complementação às passagens, conforme a Norma DNIT 077/2006/ES - “Cerca viva ou de tela para proteção da fauna”. As cercas deverão ter uma parte enterrada (visando impedir a passagem da fauna escavadora), tela com altura mínima de 2 metros para cima do solo, malha de menor abertura na parte rente à superfície (evitando a passagem de fauna de menor porte) e direcionadores nas extremidades; • Ações de manutenção e prevenção ao acúmulo de sedimento nas travessias durante as épocas de chuva; • Plantio de espécies nativas no entorno das passagens favorecendo a aproximação da fauna; • Passadores junto às cercas que possibilitem o acesso da equipe para manutenção e vistorias.

O interessado deverá ainda considerar as recomendações para as travessias de fauna elencadas no Ofício COMDEMA 04/18 do Conselho de Meio Ambiente de Assis.

Embora a realização do monitoramento de atropelamento seja tradicionalmente associada à fase de operação da rodovia, entende-se que as campanhas deverão ser implementadas a partir da obtenção da Licença de Instalação considerando que a rodovia já existe, apresenta tráfego intenso, ocorrem atropelamentos de fauna silvestre no trecho e que esses dados são importantes para refinar a definição e/ou adequação das passagens de fauna. Dessa forma, para a próxima etapa do licenciamento, deverá ser apresentado o detalhamento do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna durante a Implantação e Operação do Empreendimento e Medidas Mitigadoras, prevendo a realização de campanhas de monitoramento de atropelamentos de animais; equipe técnica responsável; treinamentos periódicos da equipe para reconhecimento, identificação, afugentamento e resgate da fauna; periodicidade das atividades de monitoramento; dados a serem obtidos e formas de registros; e previsão de coleta e destinação dos animais atropelados vivos e mortos.

Os animais feridos após atropelamento deverão ser encaminhados a instituições que forneçam tratamento e, eventual, abrigo, tais como CETAS, CRAS, zoológicos ou outras instituições, conforme tratado no item 8.7 deste Parecer Técnico. A comprovação da parceira com esta(s) instituição(s) para atendimento dos animais atropelados feridos deverá ser apresentada desde a solicitação da LI. Para os animais que vierem a óbito, reitera-se que deverão ser adotados os procedimentos previstos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I, de 14/08/2018, que estabelece os critérios para destinação de animais mortos em rodovia.

Ainda por ocasião da LI, o interessado deverá incluir no detalhamento do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna, atendimento às solicitações constantes do Parecer Técnico do Instituto Florestal referente à manifestação técnica do órgão gestor - Instituto Florestal, quanto ao Estudo de Impacto Ambiental - EIA e o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA e Ata da nona reunião do Conselho Consultivo da Estação Ecológica de Assis, realizada no dia 25 de setembro de 2018, referente a: • realização de um workshop de especialistas em ecologia de estradas, que aponte as técnicas mais adequadas para cercamento e para instalação e distribuição das passagens de fauna, visando minimizar os atropelamentos e acidentes. As medidas recomendadas pelos especialistas deverão ser incorporadas ao projeto de construção; • monitoramento dos atropelamentos de fauna, prevendo-se também medidas adaptativas nas cercas e passagens, caso essas estruturas não se mostrem eficazes; • providências para reduzir a velocidade dos veículos no trecho que margeia as Unidades de Conservação, como lombadas eletrônicas, limitando a velocidade a 80 km/h. Instalar, desde que disponíveis, equipamentos capazes de registrar a velocidade média dos veículos no trecho de 10 km que atravessa a Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Assis; • instalação de placas de sinalização, advertindo sobre o risco de atropelamentos de fauna e, também, sobre a Unidades de Conservação lindeira à rodovia.

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Deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna contemplando, no mínimo: equipe técnica responsável; periodicidade das atividades; análise dos dados obtidos com indicação dos pontos críticos e dos hotspots, mediante análise estatística; propostas de medidas mitigadoras adicionais, caso necessárias (placas de sinalização, passagens de fauna, limitadores de velocidade, etc); e estudo de locais para implantação de dispositivos que incentivem a elevação da altura do voo de aves. Os registros deverão ser apresentados na forma de planilha, conforme especificações constantes na Decisão de Diretoria nº 141/218/I, anexo II.

Tendo em vista os questionamentos ocorridos nas Audiências Públicas referentes à preocupação com atropelamentos de fauna, conforme informado no item 3 deste Parecer, deverão ser incluídas ações de conscientização dos usuários no âmbito do Programa de Educação Ambiental, especialmente sobre o risco de atropelamento de animais. Tais ações deverão ser implementadas a partir da obtenção da Licença de Instalação. Sugere-se a adoção de folders a serem distribuídos nos pedágios, implantação de placas e banners informativos, entre outros.

Por ocasião da solicitação de LO, o empreendedor deverá apresentar proposta de continuidade do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna, contemplando além das especificações acima mencionadas, propostas de instalação de câmeras, placas indicativas de fauna silvestre e limitadores físicos e eletrônicos de velocidade nos pontos críticos da rodovia, metodologia de monitoramento das passagens de fauna (instalação de câmeras para monitoramento de sua utilização). Tais propostas deverão ser baseadas nos resultados consolidados das campanhas de monitoramento de fauna realizadas antes e durante a instalação do empreendimento. Também deverão ser incluídas no programa propostas de ações para treinamentos periódicos da equipe de inspeção com técnicas de reconhecimento/ identificação, afugentamento e resgate da fauna silvestre.

Durante a operação do empreendimento, deverão ser apresentados relatórios anuais do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna contemplando as informações já solicitadas e acrescidas dos resultados obtidos no monitoramento da efetividade da utilização das travessias pela fauna silvestre, visando a avaliação da necessidade de implantação de outras passagens de fauna e readequação das passagens já implantadas. Deverão ser apresentadas as atividades realizadas durante o período, os registros fotográficos dos animais atropelados e dos que utilizam as travessias, vestígios dos animais, identificação das espécies e análise da efetividade das passagens implantadas, com novas propostas de medidas, caso necessárias, inclusive passagens superiores.

Exigências

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI • Apresentar os projetos das travessias de fauna para as áreas propostas no EIA e indicadas pela CETESB, considerando as especificações elencadas no item 8.19 do Parecer Técnico nº 390/18/IE. • Apresentar o detalhamento do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna conforme especificações constantes no item 8.19 do Parecer Técnico nº 390/18/IE, e contemplando as solicitações constantes do Parecer Técnico do Instituto Florestal de 27/09/18, quanto a realização de workshop e providências para redução de velocidade e sinalização. • Incluir no detalhamento do Programa de Educação Ambiental a descrição dos tópicos a serem tratados com os funcionários referentes à fauna silvestre, sinantrópica e doméstica, e com os usuários sobre o risco de atropelamento de animais, conforme tratado nos itens 8.8 e 8.19 do Parecer Técnico nº 390/18/IE.

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Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO • Apresentar o detalhamento do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna, no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, contemplando as diretrizes indicadas no item 8.19 do Parecer Técnico nº 390/18/IE. Incluir a comprovação de parcerias com instituições responsáveis pelo atendimento e, eventual, abrigo dos animais atropelados feridos; e proposta de destinação dos animais mortos conforme critérios estabelecidos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018.

Durante a operação do empreendimento • Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, informando sobre as atividades desenvolvidas, resultados obtidos no monitoramento e avaliação da efetividade das passagens de fauna implantadas, incluindo a proposta de adoção de novas medidas mitigadoras, caso se façam necessárias.

8.20 Aumento dos Níveis de Ruído

O empreendedor realizou medições dos níveis de ruído e vibração em 9 pontos identificados como potencialmente críticos, podendo se tratar de unidades de saúde, educacionais, residenciais no entorno direto da ADA (Tabelas 19 e 20).

Tabela 19 – Localização dos Pontos de Medições de Ru ído

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Tabela 20 – Resumo dos Resultados Obtidos

Para mitigação do potencial impacto, foram sugeridas as seguintes medidas no âmbito do Programa de Controle Ambiental das Obras (PCA), do Subprograma de Mitigação de Eventuais Incômodos à População: • Utilização e instalação de equipamentos conforme a legislação e a operação dentro dos limites aceitáveis de emissão de ruídos; • Planejar o horário de transporte de pessoal, materiais e equipamentos, evitando-se os horários noturnos, para não perturbar o sossego dos moradores próximos; e • Realizar inspeção e manutenção preventiva de todos os equipamentos utilizados, visando não ultrapassar os ruídos aceitáveis, associados a tempo de emissão, nos locais das obras e nas áreas externas, conforme legislação em vigor. • Adequação dos níveis de ruídos decorrentes da operação inadequada de veículos, máquinas e equipamentos, bem como das atividades das obras, com vistas a garantir o bem-estar e o conforto acústico/ambiental dos operários, funcionários e moradores da área do entorno do empreendimento.

Avaliação As medições de ruído foram acompanhadas pelo Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações que emitiu a Informação Técnica n° 22/2017/IPAR. Conforme a Informação Técnica, as medições de ruído foram realizadas de acordo com a Decisão de Diretoria n°100/2009/P. Foi observado que o Ponto 4 ultrapassou o padrão estabelecido, e conforme determina o item 3.11 da Decisão de Diretoria n°389/2010/P da CETESB “caso os níveis de ruído das avaliações prévias (Lra) ultrapassem os limites aplicáveis, este valor prévio constituirá o padrão a ser atendido”. Desta forma, para os Pontos 3 e 8 o nível de ruído ambiente (Lra) medido será adotado como padrão.

Foi ressaltado pelo IPAR que o empreendimento deverá atender as diretrizes e padrões estabelecidos pela DD n°389/2010/P.

Com relação à mitigação proposta, o mesmo deverá ser detalhado a nível executivo para a próxima fase do licenciamento com a proposta de medição de ruído quadrimestral de forma a compor os relatórios quadrimestrais de acompanhamento do PCA conforme discutido no item 8.2 deste Parecer Técnico. As medidas de mitigação devem incluir atividades relacionadas ao

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registro de reclamações provenientes da comunidade e medição de ruídos, em caso de suspeita de níveis excessivos de ruídos ou quando da reclamação da comunidade.

Com relação à operação do empreendimento, no âmbito do primeiro relatório de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação, o empreendedor deverá apresentar os resultados da 2ª Campanha de Medição de Níveis de Ruído, em conformidade com o “Procedimento para Medição de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes” da CETESB, nos termos das Decisões de Diretoria CETESB nº 100/2009/P e 389/2010/P.

Exigência

Durante a operação do empreendimento

• Apresentar, no âmbito do primeiro relatório de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação, os resultados da 2.ª campanha de medição de níveis de ruído, em conformidade com o "Procedimento para Medição de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes" (Decisão de Diretoria CETESB n.º 100/2009/P de 19/05/09) e com a "Regulamentação de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes localizados no Estado de São Paulo" (Decisão de Diretoria CETESB n.º 389/2010/P de 24/12/10). Caso sejam verificados níveis acima do padrão preconizado, devem ser propostas e implantadas medidas mitigadoras de ruído.

9. PROGRAMAS AMBIENTAIS

A seguir, são descritas as principais ações previstas nos programas e medidas ambientais apresentadas no EIA/RIMA.

P.9.1. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

O objetivo principal deste Programa de Comunicação Social é estabelecer formas efetivas de contato entre a Concessionária e as comunidades a serem afetadas de maneira mais direta, os usuários da rodovia ou a população lindeira, de forma a obter a mitigação do impacto das obras, além de obter a compreensão e participação dos envolvidos no intuito de evitar transtornos, riscos ou equívocos. Este Programa será realizado em 2 (duas) etapas:

P.9.1.1. Subprograma de Comunicação Social Prévia

Este Subprograma estabelece como objetivos específicos: • Divulgação das características do empreendimento, além dos benefícios e impactos decorrentes de sua implantação; • Identificação prévia de todos os agentes envolvidos no processo de licenciamento e execução do empreendimento, incluindo em especial a população e/ou atividades econômicas que poderão ser direta ou indiretamente afetadas ou que manifestem algum interesse específico, destacando-se as associações de moradores locais, tais como: Associação do Jardim Dom Gilberto e Jardim PUCCPOR; Sociedade dos Moradores do Jardim Campo Belo, São João, Itaguaçé e Cidade Singer; Associação dos Moradores do Jardim Campituba e Associação dos Moradores do Bairro Jardim Columbia; • Planejamento e normatização dos procedimentos de comunicação social; • Minimização de eventuais impactos decorrentes de falta de comunicação adequada. • São propostas as seguintes atividades:

• Divulgação geral do empreendimento e do histórico do processo de licenciamento por meio de releases encaminhados a jornais, emissoras de rádio, TV e sites de abrangência regional; • Abertura de canais de ouvidoria específicos para atendimento a consultas e reclamações; • Implantação de sistema de registro e análise de consultas e reclamações, que aprimorará o conteúdo das informações divulgadas e alimentará as campanhas de comunicação; • Acompanhamento da equipe social responsável na realização do Cadastro Social e Físico das Propriedades a serem desapropriadas ou afetadas, e nas atividades de realocação.

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As campanhas serão elaboradas em linguagem acessível, sendo apresentadas na tabela a seguir as principais informações de interesse de cada um dos públicos-alvo.

Público-Alvo Informações Relacionadas

População e atividades econômicas lindeiras à faixa de domínio serão

consideradas prioritárias e comunicadas com antecedência a respeito das etapas de execução de obras para que possam

se adequar às alterações a serem induzidas.

• Obrigações/responsabilidades das construtoras na mitigação do impacto ambiental e no relacionamento com as comunidades;

• Programação de desvios provisórios de tráfego e descrição dos itinerários;

• Indicação das vias locais que receberão tráfego de obra;

• Programação de interrupções no fornecimento de serviços públicos (energia, água e outros);

• Programação do uso de explosivos em trabalhos de escavação (se necessário) e orientações específicas segundo cada caso.

População e/ou atividades econômicas que sofrerão interferência indireta das obras . Esse grupo sofrerá interferências

atenuadas devido ao seu maior distanciamento do traçado, mas poderá, mesmo assim, ser impactado por ações

inerentes às obras.

• Programação de desvios provisórios de tráfego e descrição dos itinerários;

• Indicação das vias locais que receberão tráfego de obra;

• Programação de interrupções no fornecimento de serviços públicos (energia, água e outros).

P.9.1.2. Subprograma de Comunicação Social na Etapa de Obras

Este subprograma possui os mesmos objetivos do Subprograma de Comunicação Social Prévia, entretanto propõe as seguintes atividades específicas: Campanha informativa: antes do início das melhorias, a Concessionária realizará campanha informativa a respeito das obras através da distribuição de cartilha específica para preparar com informação e orientá-lo quanto a sua postura nas diversas situações que ocorrerão. Esta cartilha conterá as informações necessárias para todo o período de obras: canais de comunicação com a Concessionária, canal direto de comunicação pelo telefone 0800 3000 333, endereço para o envio de cartas, procedimentos de segurança, informações legais, histórico do licenciamento, entre outros. Mapeamento: o cadastramento dos estabelecimentos comerciais será feito para que seja possível informar e preparar os proprietários sobre qualquer alteração na rotina diária. Cartilha: os estabelecimentos considerados afetados pelas obras receberão antes do início das obras as informações específicas sobre a obra que acontece. Os canais de comunicação com a Concessionária, informações do principal canal de notícias (link no site da concessionária), canal direto de comunicação pelo telefone 0800 3000 333, endereço para o envio de cartas, procedimentos de segurança, informações legais, histórico do licenciamento, entre outros. Criação de um banco de dados da Ouvidoria Monitoramento das informações/Clipping: O material publicado pela imprensa local será coletado para elaboração de banco de dados quantitativo e qualitativo do conteúdo jornalístico das reportagens. O banco de dados será ferramenta de consulta do trabalho de exposição do empreendimento na mídia local referente ao plano de ações previsto neste Programa de Comunicação.

P.9.2. PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E APOIO À POPULAÇ ÃO

O objetivo central deste Programa é coordenar todos os procedimentos técnicos e jurídicos necessários para a desapropriação de áreas a serem incorporada à faixa de domínio da rodovia, de acordo com as normas técnicas e procedimentos legais aplicáveis e dentro dos prazos previstos no cronograma de obras, garantindo o sucesso de sua implementação com o justo atendimento aos direitos dos proprietários de terras e/ou benfeitorias passíveis de indenização localizados na faixa a ser desapropriada.

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Dentre as medidas expostas no programa, destacam-se: Definição das diretrizes do Programa; Acompanhamento dos avisos prévios (decretos de desapropriação); Montagem de um banco de dados do programa; Elaboração da proposta para o material de comunicação social relativo ao programa; Encaminhamento e discussão da proposta do material de comunicação social, com os responsáveis pelo Programa de Comunicação Social; Adaptação dos procedimentos previstos e já usualmente adotados à Norma ABNT/NBR 14.653; Treinamento e capacitação de profissionais incumbidos de realizar as ações de negociação com a população afetada; Cadastro Físico de Propriedades; Organização e realização de eventos com os diversos atores sociais e públicos-alvo do programa para divulgação de suas atividades; e Campanha contra abandono de animais. Também foram apresentadas as seguintes ações relacionadas ao Programa: Elaborar cartilha de orientação para prover informações às famílias a serem afetadas (contendo por ex. direitos e deveres, procedimentos de levantamento patrimonial, formas de fixar valores, modalidades, participantes, prazos etc.). Dar assistência social às famílias reassentadas. Revisão e reavaliação do cadastro patrimonial bem como a atualização dos dados socioeconômicos, mediante coleta complementar de informações sobre as famílias a serem afetadas. Fazer registro fotográfico das moradias antes e após as respectivas mudanças. P.9.3. PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS (PCA )

Este Programa tem como objetivo estabelecer diretrizes e assegurar o cumprimento das especificações técnicas e normas ambientais para as obras, além de garantir condições ambientais adequadas no local de implantação das obras e nas áreas de entorno.

São ainda objetivos deste Programa: Definir regras e procedimentos para a gestão ambiental do empreendimento, englobando as atividades de obras; Evitar, prever e controlar eventuais impactos ambientais decorrentes das atividades inerentes à execução das obras; Definir as competências e responsabilidades na gestão ambiental, estabelecendo uma política de conformidade ambiental e as atribuições de planejamento, controle, registro e recuperação; Garantir o cumprimento das medidas de controle propostas neste e nos demais programas ambientais; Reduzir ao máximo o risco de ocorrências imprevistas que possam causar prejuízos à população do entorno, ao meio ambiente e ao próprio empreendimento; Verificar as alterações ambientais eventualmente ocorridas e a eficácia das ações mitigadoras propostas; e Estabelecimento de canal de comunicação com os órgãos governamentais, mediante a disponibilização das informações relativas ao processo de licenciamento e implantação do empreendimento.

Estão relacionados ao PCA, as seguintes medidas: P.9.3.1. Subprograma de Controle de Processos Dinâm ica Superficial

Prevenção e Controle da Erosão e do Assoreamento

Diretrizes e atividades propostas: • Planejamento dos Serviços - Consiste na incorporação das diretrizes e medidas preventivas de processos de erosão e de assoreamento, na especificação do projeto de engenharia e dos procedimentos adotados na condução das obras, como por exemplo, a definição de locais e os tipos de dispositivos provisórios a serem utilizados na prevenção e controle da indução de processos erosivos.

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• Controle da Remoção da Vegetação - A retirada de vegetação deverá ser será precedida de delimitação da área de supressão, limitada ao mínimo necessário, de forma a manter a proteção do solo e a estabilidade da superfície do terreno dos locais das obras. • Manejo do Solo Superficial - Após a remoção da vegetação, a camada superficial do solo deverá ser estocada para posterior utilização na recuperação de áreas degradadas, em áreas providas de sistema de drenagem superficial provisório para evitar o desenvolvimento de erosão e de sistema de anteparo e coleta do escoamento superficial, para evitar o carreamento de sedimentos e de partículas. Deve ser evitado, para estocagem, o uso de áreas próximas a canais de drenagem e áreas alagadas. • Controle da Erosão e do Assoreamento:

a) O cronograma de obras deverá considerar o regime pluviométrico local, evitando-se operações de escavação em dias de chuva;

b) A movimentação de veículos e equipamentos deverá se restringir ao percurso indicado, de modo a não compactar desnecessariamente o solo;

c) As faces dos taludes e rampas deverão ser protegidas contra erosão mediante plantio de vegetação herbácea (gramíneas);

d) As medidas de prevenção e controle de erosão e assoreamento deverão ser implementadas de forma integrada desde o início das obras, durando até que as medidas de recuperação e recomposição das áreas afetadas sejam adotadas e implementadas;

e) Em locais representativos ou críticos deverá ser feita verificação sistemática de eventual impacto do assoreamento nas drenagens;

f) As áreas de solo exposto receberão dispositivos de drenagem provisória adicionais para captar, conduzir e dissipar as águas pluviais com mínimo de perda de solo. A drenagem provisória deverá englobar todos os serviços de controle de escoamento superficial e deverá ser interligada ao sistema de drenagem definitivo;

g) O sistema de drenagem provisória, deverá englobar todos os serviços de controle de escoamento superficial, para evitar a infiltração e/ou erosões no terreno, em decorrência do fluxo de águas oriundas de precipitações pluviométricas. Engloba também as drenagens necessárias nas estradas de acesso provisórias, e deve ser interligado ao sistema de drenagem definitiva. Consistirá na implantação de canaletas, as quais serão instaladas nos limites de taludes com as ombreiras e junto à borda externa das escavações. Incluirá também a constituição de leiras e ensecadeiras para proteção das valas, bacias de retenção do escoamento pluvial e acúmulo dos sedimentos carreados (cacimbas), dissipadores de energia hídrica afim de atenuar a velocidade da água e soleiras para evitar sulcos erosivos no terreno natural, ou rupturas remontantes. Essas drenagens deverão ser adequadamente mantidas, de forma a se evitar o aparecimento de sulcos de erosões.

h) Manter o tempo de concentração da água, de modo a não provocar o aumento das áreas das bacias de contribuição de algumas drenagens naturais, devido à drenagem das pistas e das áreas de corte e aterro na faixa de domínio, sem alterar o regime fluviométrico do curso d’água.

i) Após a ocorrência de chuvas intensas ou de longa duração deverão ser realizadas inspeções no sistema de drenagem e restaurações dos locais onde ocorrerem quaisquer danos.

Controle Geotécnico e de Recalques

Caso sejam verificados processos geotécnicos e de recalques, o monitoramento poderá ser realizado pela instalação de extensômetros lineares que permite o controle de movimentação de planos de fraqueza do maciço rochoso e de massas rochosas e uso de inclinômetros e de marcos superficiais de deslocamento permite o controle da estabilidade de taludes. Para controle do nível d’água, sugere-se o uso de medidores simples de níveis d’água ou de piezômetros.

Para as unidades de sedimentos inconsolidados de origem aluvial, as quais são propensas a recalques e assoreamentos recomendam-se eventuais trocas de solo e drenagem de subleito. - Para as unidades de rochas do embasamento cristalino e seus respectivos solos de alteração, onde os principais problemas geotécnicos estão relacionados à instabilidade de matacões e erosão acelerada, sugere-se evitar o

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movimento de grandes volumes de terra, pavimentar vias com declividades maiores que 8%, evitar o escoamento superficial de águas em solo desprotegido e em locais onde possa ocorrer descalçamento de matacões, prever um sistema adequado de drenagem a fim de evitar erosão, implantar canaletas de drenagem e escadarias hidráulicas para dissipação de energia das águas e evitar cortes que possam descalçar matacões.

P.9.3.2 Subprograma de Mitigação de Eventuais Incôm odos à População

• Manutenção da qualidade do ar, através da redução das emissões fugitivas e de gases e particulados, decorrentes da movimentação e operação inadequada de veículos, máquinas e equipamentos durante as obras; • Adequação dos níveis de ruídos decorrentes da operação inadequada de veículos, máquinas e equipamentos, bem como das atividades das obras, com vistas a garantir o bem-estar e o conforto acústico/ambiental dos operários, funcionários e moradores da área do entorno do empreendimento; • Estabelecimento de sinalizações adequadas dos desvios e interrupções provisórias nas vias locais aos usuários evitando desconforto e prevenção de acidentes; • Manutenção de recalques de forma a evitar a ocorrência desses processos e consequentemente o desenvolvimento de rachaduras em edificações lindeiras às obras.

Diretrizes e atividades propostas para minimização e controle de emissões atmosféricas e qualidade do ar • Umectação das áreas de solo exposto, dos depósitos de material, dos pátios de estocagem de materiais e de equipamentos, bem como das vias de circulação; • Transporte do material oriundo das escavações/fundações em caminhões cobertos com lona, para evitar a formação de poeira, a queda e o espalhamento de terra ao longo do trajeto, devendo, se necessário, o material transportado ser umectado; • Controle do fluxo de veículos leves e pesados nas áreas das obras e vias internas de circulação, que deverá ser realizado em velocidade compatível com as vias e sem excesso de carga; • Manutenção regular e periódica dos equipamentos, máquinas e veículos utilizados nas obras e serviços associados, de forma a obedecer às exigências do PROCONVE – Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores; e • Proibição de toda e qualquer queima de materiais combustíveis, de resíduos e de matéria orgânica.

Diretrizes e atividades propostas para minimização e controle da geração de ruídos: • Restrição das atividades de obra ao horário diurno para atenuar os incômodos à população residente nas vizinhanças; • Redução maximizada do uso de máquinas e equipamentos em caso de necessidade de realização das obras no período noturno. Neste caso os moradores do entorno serão devidamente avisados das atividades noturnas por meio do Programa de Comunicação Social; • Realização de manutenção e regulagem preventivas de máquinas, equipamentos e veículos; • Previsão de campanhas de ruído no caso de instalação de canteiro de obras próximo a receptores críticos; • Adequação do cronograma de obras, prevendo a implementação desta medida desde o início do preparo das áreas para implantação do empreendimento, de forma continuada e durante todo o período das obras, até a sua conclusão, atendendo aos requisitos das normas vigentes.

Diretrizes e atividades propostas para minimização e controle de interferências com o tráfego, sinalização da obra e segurança da população: • Implantação de medidas de ordenação de fluxo de veículos e de segurança dos transeuntes e trabalhadores nas vias de circulação do entorno; • Implantação de esquema de sinalização temporário, informando sobre interferências com o tráfego; • Disciplinamento da movimentação de veículos e equipamentos vinculados às obras, de modo a minimizar interferências com o tráfego local e regional. • Definição de trajetos que causem menor impacto aos afetados e de modo a evitar que o trânsito de veículos pesados interfira no trânsito local e regional. • As velocidades permitidas tanto aos veículos de carga, como do pessoal vinculado às obras, deverão ser sumariamente respeitadas.

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• Definição de horários pré-estabelecidos e locais para a entrada e saída de veículos e transporte de pessoal dos canteiros, frentes de obra, DME’s, etc. • Comunicação prévia aos usuários afetados pelas intervenções no tráfego local. • Monitoramento das condições das vias locais antes e durante o trânsito de veículos da obra. • Monitoramento de acidentes. • Manutenção das condições de segurança das vias de circulação no entorno das obras para pedestres e veículos.

Plano de prevenção de rachaduras e recalques: • Observação e registros de danos pré-existentes em edificações situadas nas áreas lindeiras ao empreendimento. • Análise e avaliação dos resultados obtidos com os registros, inclusive com aplicação de técnicas para indicação de tendências. • Tomada de providências relativas a implementação de reforços de estruturas, interdições, remanejamentos, entre outros, em caso de detecção de recalques superiores aos inicialmente admitidos no projeto e/ou que tenham ultrapassado - limites admissíveis. • Manter através do Programa de Comunicação Social um canal de comunicação com a comunidade, de modo a informar, imediatamente, quaisquer ocorrências ou observações relativas a recalques. • Prover informações objetivas aos órgãos e comunidade atingida, no caso de detecção de recalques que possam causar ou indicar possibilidade de impacto adverso. P.9.3.3. Subprograma de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos e Efluentes

Gerenciamento de Efluentes

Os efluentes deverão atender o Decreto 8.468/76, artigo 19, para lançamento na rede pública de esgotos.

Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Comuns • Instalação de recipientes apropriados para coleta seletiva por tipo de material reciclável e para resíduos orgânicos nas áreas de apoio. • Armazenamento em área protegida da ação das intempéries até sua retirada final, e encaminhamento para as centrais de reciclagem e/ou aterro sanitário.

Gerenciamento de Resíduos Inertes • Maximização o quanto possível do uso do solo nas atividades de terraplenagem na própria área do empreendimento. • Segregação, armazenamento adequado e disposição ambientalmente correta em locais devidamente licenciados, com emissão de certificado/comprovante de destinação final pela empresa receptora.

Gerenciamento de Outros Resíduos Sólidos • Encaminhamento para incineração dos resíduos de serviço de saúde. • Limpeza e lavagem de ambulâncias em locais apropriados para o recebimento de líquidos potencialmente infectantes. • Segregação, acondicionamento e destinação dos resíduos sólidos, considerando as normas e legislação vigentes. • Reutilização do material orgânico proveniente das podas e capinas nas atividades de plantio compensatório. • Destinação dos resíduos perigosos provenientes de acidentes à empresa transportadora e/ou à seguradora, que deverão assumir a responsabilidade pela sua disposição final respeitando a legislação e as normas técnicas pertinentes durante seu transporte e disposição. • Os materiais provenientes das faixas de domínio devem ser segregados em materiais recicláveis e não recicláveis e encaminhadas para reuso ou reciclagem, devolução para os fornecedores (logística reversa) ou venda para recicladoras, o material orgânico resultante de podas e capinas será preferencialmente reaproveitado no enriquecimento edáfico de áreas com plantios compensatórios. • Encaminhamento de baterias e materiais pneumáticos, provenientes da manutenção de máquinas e equipamentos, aos seus fornecedores.

Gerenciamento de Material Excedente Contaminado

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Uma vez detectado, os resíduos perigosos deverão ser enviados para tratamentos em locais devidamente licenciados pela CETESB, conforme descrito abaixo: • Dessorção térmica: O tratamento consiste no aquecimento do solo contaminado a uma temperatura capaz de neutralizar seus compostos orgânicos, o que reduz a concentração de hidrocarbonetos no solo. • Coprocessamento: Corresponde a tecnologia de destruição térmica de resíduos em fornos de cimento. Em relação a outras técnicas de queima é uma solução pró-sustentabilidade, uma vez que envolve o aproveitamento energético do resíduo ou seu uso como matéria-prima na indústria cimenteira sem afetar a qualidade do produto final. • Incineração: É um processo de destruição térmica realizado sob alta temperatura - 900 a 1200ºC com tempo de residência controlada - e utilizado para o tratamento de resíduos de alta periculosidade, ou que necessitam de destruição completa e segura.

P.9.3.4. Subprograma de Monitoramento da Qualidade das Águas

O Subprograma tem como objetivo verificar as alterações resultantes das atividades de construção nos cursos d´água, identificando problemas na eficácia das medidas de controle de erosão e assoreamento a montante e/ou na eficiência dos sistemas de tratamento de efluentes de áreas de apoio. Tem como foco principal a as Unidades de Conservação Floresta Estadual de Assis e Estação Ecológica de Assis, interceptadas pelo empreendimento.

Diretrizes e atividades propostas: • Cadastrar e estabelecer pontos de monitoramento das águas de cursos d’água sob influência direta das obras; • Identificar eventuais alterações na vazão dos cursos d’água, ou aporte de sedimentos decorrentes da implantação das obras. • Propor medidas preventivas e corretivas para as ações que resultarem em alteração ambiental da qualidade da água. • Ao final das obras, avaliar as alterações decorrentes da construção e definir as ações corretivas, se necessárias. • Para todo curso d’água que intercepta o traçado do empreendimento, será realizada vistoria prévia ao início das obras, para caracterização da atual situação do local, e registro fotográfico. • Realizar o monitoramento da qualidade das águas será realizado de maneira generalizada nos cursos d’água interceptados pelas obras. Eventuais alterações na morfologia fluvial e no aspecto serão monitoradas. • Realizar o monitoramento visual de processos de assoreamento. Os locais considerados representativos e/ou naqueles considerados críticos serão monitorados periodicamente (ou seja, serão pontos de controle) para a verificação sistemática do impacto efetivo do assoreamento nas drenagens. • Realizar medições diretas de qualidade de água de acordo com a intensidade da obra e das recomendações do órgão ambiental, com coletas de amostras para análises de fatores apropriados para as condições de cada curso de água. P.9.3.5. Subprograma de Controle da Intervenção em APP, Supressão da Vegetação e

Monitoramento da Flora

O objetivo é coordenar as ações mitigadoras dos impactos potenciais previstos, evitando a supressão além dos limites licenciados.

Dentre as ações a serem executadas pode-se destacar: • Identificar a ocorrência de indivíduos de espécies protegidas de corte; • Proibir o uso de fogo assim como de equipamentos de terraplenagem para a derrubada dos exemplares arbóreos e limpeza da cobertura vegetal; • Utilização de equipe devidamente treinada e capacitada; • Utilização de motosserras devidamente licenciadas no IBAMA; • Utilização de equipamentos e metodologias específicas para as atividades de manejo, visando minimizar os impactos negativos das operações e melhorar a qualidade ambiental das atividades;

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• Delimitar a área e marcar os exemplares objeto de manejo para restringir as intervenções ao estritamente necessário; • Adotar medidas mínimas de segurança para a execução do corte de vegetação e derrubada das árvores; • Informar os resultados do aproveitamento dos recursos suprimidos e a sua destinação pelo empreendedor, em volume de material; • Acompanhar o transplante dos exemplares arbóreos isolados através de monitoramento das atividades; • Atender ao preconizado nas atividades do Plano de Corte de Árvores.

O Plano de Corte deverá contar com a descrição de todas as atividades, incluindo o pré-corte, técnicas padrões e espécies de corte e o pós-corte, incluindo ainda o aproveitamento de restos vegetais e técnicas de transplante de espécies de interesse.

A Equipe que executará o Subprograma deverá contar com um coordenador com experiência em supervisar atividades de supressão de vegetação e em transplante de árvores. O Subprograma será realizado por Equipe Técnica coordenada pelos Engenheiros da empreiteira a ser contratada para realização das obras, com o acompanhamento da equipe da Concessionária.

P.9.3.6. Subprograma de Controle da Fauna Sinantróp ica e Doméstica

O Subprograma é direcionado às espécies sinantrópicas com maior probabilidade de dispersão e/ou proliferação em decorrência da implantação do empreendimento, tendo como foco principal espécies transmissoras de doenças como o Aedes aegypti e Culex sp., roedores, pombos e artrópodes em geral. Também tem o foco nos animais domésticos que aparecerem nas frentes de obras.

O objetivo do Subprograma é ordenar as ações a serem adotadas para evitar a dispersão e proliferação dos animais sinantrópicos, bem como a evitar a presença de animais domésticos, contemplando ações na fase de pré-implantação, implantação e operação do empreendimento.

Dentre as ações propostas destacam-se: • Eliminação ou alteração de recursos utilizados pelos animais; • Realização de campanhas educativas destinadas aos moradores das proximidades da obra, bem como aos colaboradores envolvidos diretamente com as atividades de implantação do empreendimento (atividade relacionada ao Programa de Educação Ambiental); • Firmar parcerias com centros de controle de zoonoses ou outras instituições correlatas nos municípios afetados visando viabilizar ações de captura destes animais, encaminhamento para cuidados veterinários e ações voltadas à castração e encaminhamento para adoção. • Adoção de medidas preventivas, as quais deverão ser aplicadas em todas as frentes e canteiros de obras limpeza das instalações nas frentes de obras, principalmente áreas de refeitórios; acondicionamento correto do lixo; evitar o acúmulo de entulho ou materiais inservíveis que possam servir de abrigo aos animais; • Afugentamento de animais domésticos errantes.

As atividades de implantação do empreendimento também poderão afetar diretamente colmeias existentes na área e essas intervenções poderão colocar em risco a saúde dos trabalhadores, moradores do entorno e usuários da região. Por outro lado, é possível que com as obras, criadouros pré-existentes sejam eliminados. Desta forma, as populações destes animais poderão aumentar ou diminuir, dependendo das medidas adotadas.

Deverão ser realizadas vistorias periódicas, intensificadas durante as atividades de demolição de estruturas de alvenaria, de desapropriação e após períodos chuvosos, para aplicação da metodologia deste Subprograma. Os resultados deverão constar nos relatórios de acompanhamento das obras.

P.9.3.7 Subprograma de Planejamento e Controle Ambi ental da Desativação e/ou Interrupção

Temporária de Frentes de Obra

Objetivos:

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Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

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• Preservação dos serviços executados, mediante a conclusão de atividades que, se interrompidas, implicariam na perda de elementos de obra (por exemplo, concretagem em estruturas com armaduras expostas, ajustes preventivos da conformação da terraplenagem, outras); • Estabilização de todas as áreas em solo exposto, de maneira a impedir a instauração de processos erosivos; • Proteção da população lindeira, incluindo a colocação de cercas ou tapumes quando necessário, e sinalização específica. • Implementação das medidas de desativação temporária em todos os casos, inclusive em paralisações motivadas por embargo de obra promovido por autoridade pública. • Elaboração do Plano de Desativação Temporária. • Implementação de procedimentos de desativação. • Monitoramento ambiental da desativação temporária. • Termo de Desativação. • Monitoramento durante o Período de Paralisação. • Comunicação Social durante o Período de Paralisação. P.9.4. PROGRAMA DE AFUGENTAMENTO E RESGATE DE FAUNA

Este Programa visa coordenar as ações mitigadoras dos impactos sobre a fauna que acompanham a implantação do empreendimento, com o objetivo de otimizar, sistematizar e aprimorar procedimentos específicos.

O presente Subprograma tem conexão direta com o Programa de Educação Ambiental, principalmente pelo fato da necessidade de serem abordados no Programa assuntos voltados à conscientização dos trabalhadores quanto a presença de animais silvestres na região do empreendimento, alertando ainda sobre as penalidades legais que envolvem a caça de animais, visando assim evitar a ocorrência de atropelamentos e as atividades de caça destes animais durante a implantação das obras de duplicação.

Espera-se com este Programa: • Possibilitar a fuga prévia dos animais, precedendo as atividades de supressão de vegetação; • Realocar os animais impossibilitados de fuga; • Promover ações de preservação e manejo adequado da fauna por parte dos trabalhadores das frentes de supressão da vegetação; • Subsidiar a assistência veterinária à fauna silvestre acidentada. • Dentre as ações a serem aplicadas, destacam-se:

• Treinamento e conscientização do pessoal de apoio; • Acompanhamento das atividades de supressão de vegetação e desvios/canalização dos cursos d’água; • Afugentamento/resgate de todo animal na área de supressão.

A fim de coordenar de forma eficiente as atividades, os trabalhos serão divididos em 03 (três) etapas: a) atividades pré-supressão, que englobam vistorias pela equipe de resgate nas áreas de supressão, executando basicamente duas funções: a procura ativa por animais, ninhos ou tocas e realizar o afugentamento prévio por sonorização; b) atividades durante a supressão de vegetação, onde a equipe de resgate deve acompanhar todas as atividades de supressão, posicionando-se logo atrás da equipe de supressão, resgatando animais encontrados durante as atividades; e c) atividades pós-supressão, que abrangem a vistoria pela equipe de resgate durante as atividades de limpeza vegetal remanescente, empilhamento de toras e atividades de revolvimento de solo para início da terraplanagem.

Atividades Gerais:

• Treinamentos: deverão ser ministrados antes do início das obras, direcionados a todos os empregados.

• Vistorias de campo: vistorias prévias nas áreas a serem impactadas, com a intenção de reconhecimento do local, identificação de áreas prioritárias para afugentamento/resgate e possível realocação da fauna.

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• Direcionamento e soltura dos animais: afugentamento dos animais deverá ser direcionado para áreas florestais com mesmas características ecológicas da área suprimida, contíguas às atividades, devendo ser realizada a menor manipulação possível dos indivíduos.

• Procura Ativa: previamente ao início das atividades de supressão e também durante as atividades de supressão do sub-bosque, a equipe de resgate deverá realizar vistorias nas áreas a afim de identificar ninhos e abrigos de fauna silvestre, constatada a ocorrência destes locais, os mesmos deverão ser marcados e acompanhados durante as atividades de resgate, quando devem ser realizadas as atividades de descaracterização dos abrigos, realização de ninhos e o afugentamento e resgate da fauna encontrada.

• Os ninhos ativos de aves encontrados, as árvores deverão ser preservadas até o abandono espontâneo do ninho, ou, através do apoio de uma equipe capacitada deverá subir na área por técnicas específicas para retirar o ninho em segurança.

• “Base móvel” para atendimento e transporte da fauna: a equipe de resgate deverá contar com o apoio de um veículo devidamente equipado com materiais para atendimento emergencial e que também possa servir de alojamento temporário de indivíduos resgatados que por ventura precisem de atendimento veterinário (como fomentos veterinários, equipamentos de captura, tenda, mesa móvel, etc.), veículo que também servirá para o deslocamento de animais que devam ser encaminhados para tratamento em instituições parceiras (CRAS/CETAS – através de parcerias a serem firmadas).

Atividades de Afugentamento e Resgate:

• Na etapa de solicitação da Licença de Instalação, deverá ser obtida autorização específica do DeFau/SMA. Como o afugentamento será priorizado, espera-se que apenas os animais de baixa mobilidade, filhotes, animais doentes, feridos, vitimados pelo impacto da supressão ou atropelados pelos maquinários/veículos das obras necessitem de resgate. No caso da necessidade de resgate, os indivíduos que estiverem em boas condições gerais deverão ser fotografados em campo e relocados para áreas de mata adjacente, utilizando-se de equipamentos específicos, sempre respeitando os procedimentos de segurança necessários. Indivíduos de maior porte deverão ser acondicionados em caixas de transporte apropriadas e receber o atendimento veterinário quando necessário.

• Resgate e afugentamento da fauna nas intervenções em cursos d’água: precedendo as intervenções em cursos d’água os técnicos qualificados deverão informar a possibilidade de realização das intervenções e se será necessário o regaste de indivíduos, considerando vistorias prévias.

• A concessionária deverá contar com uma equipe especialista em resgate de fauna (médico veterinário e biólogo), responsável pela captura, realocação e tratamento da fauna silvestre. Deve haver um veículo com uma estrutura para atendimento dos animais, que seja equipada com insumos veterinários e materiais de captura. Deverá ainda ser firmada pelo empreendedor parceria com instituições da região, para recebimento dos animais resgatados que demandem intervenções médicas especiais.

• A concessionária continuará responsável por resgatar/afugentar todo animal, silvestre ou doméstico, presente na faixa de domínio da Rodovia ao longo da operação da rodovia.

P.9.5. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA

O Programa abrange campanhas de levantamento de fauna que serão realizadas na fase de instalação e operação do empreendimento, a fim de comparar os dados obtidos no levantamento de fauna para o EIA com os dados atualizados. Propõe-se, portanto, a adoção das mesmas áreas e metodologias amostrais utilizadas para as duas campanhas de monitoramento de fauna realizadas para o diagnóstico deste EIA,

Este Programa tem como objetivo geral subsidiar o acompanhamento das alterações ambientais (impactos reais e potenciais) na área de influência do empreendimento, gerando dados norteadores das demais ações que envolvam a fauna durante a operação do empreendimento. Entre os objetivos específicos citam-se: • Avaliar os impactos potenciais sobre a fauna antes e após o início da operação do empreendimento; • Caracterizar as condições ambientais antes e após as intervenções; • Contribuir para o conhecimento das alterações ambientais possivelmente decorrentes das atividades de operação do empreendimento;

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• Desenvolver mecanismos de gestão ambiental de futuros empreendimentos, em ambientes semelhantes; • Contribuir para o acréscimo do conhecimento técnico-científico da fauna na região.

Pretende-se com esse Programa quantificar e acompanhar as alterações nos padrões populacionais das espécies faunísticas, como riqueza, densidade e abundância, que possam estar relacionadas às atividades do empreendimento, dando especial importância às espécies ameaçadas de extinção, raras, endêmicas e migratórias, e instruir a formulação de planos de manejo para espécies específicas caso seja necessário.

O Programa de Monitoramento de Fauna deverá ter início após a emissão da Licença de Operação.

Será elaborado um relatório comparativo entre as campanhas realizadas antes, durante e após as obras. O relatório apresentará dados de riqueza, abundância, diversidade, entre outras informações. Deverá relatar o destino dos animais e comparações entre as campanhas, a fim de demonstrar a presença ou ausência de impactos sobre as comunidades avaliadas.

P.9.6. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DOS ATROPELAMENTOS DE FAUNA DURANTE A

IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E MEDIDAS MITIGADORAS

Os impactos sobre a fauna tornaram-se um problema alarmante devido ao desenvolvimento das redes rodoviárias, sendo que as interferências podem ocorrer em função de dois fatores: • quando as estradas cruzam rotas migratórias e/ou ambientes naturais, interferindo na faixa de deslocamento natural da espécie e • quando ocorre disponibilidade de alimentos ao longo da rodovia, como atrativo para fauna.

Este Programa tem como objetivo coordenar as ações mitigadoras dos impactos sobre a fauna que acompanham a implantação do empreendimento, com o objetivo de otimizar, sistematizar e aprimorar procedimentos específicos além de monitorar a efetividade das travessias de fauna propostas.

Espera-se com este programa: • Promover ações de preservação da fauna por parte dos trabalhadores; • Possibilitar que a fauna cruze a rodovia de forma minimamente segura nos trechos mais críticos. • Monitorar a fauna atropelada na rodovia durante um período de operação; • Registrar os espécimes atropelados, quando possível; • Avaliar a eficiência das passagens de fauna propostas.

As áreas onde os trabalhos terão prioridade compreendem todo o trecho que será utilizado por caminhos de serviços e os locais prioritários identificados nos diagnósticos onde há probabilidade de travessia de animais durante a fase de operação.

Dentre as ações a serem executadas destacam-se: • Treinamento das equipes de obra (com atividades como umectação dos acessos para evitar que a poeira dificulte a visualização de pequenos animais na pista e eventual instalação temporária de cortinas de contenção nas laterais dos fragmentos florestais com ocorrência de fauna silvestre); • Instalar passadores de fauna subterrâneos em áreas criticamente sensíveis; • Obter os resultados de atropelamentos da rodovia durante a operação; • Monitorar as travessias de fauna propostas para verificar a efetividade das mesmas.

Quanto a operação da rodovia, a concessionária deverá desenvolver um Programa de Monitoramento da Fauna Atropelada na operação da SP-333, onde a mesma deverá ser responsável por resgatar/afugentar todo animal, silvestre ou doméstico, presente na faixa de domínio da rodovia, além de abastecer um banco de dados com as ocorrências diárias de atropelamento em sua malha viária. A Concessionária realiza constantemente treinamentos periódicos, com técnicas de reconhecimento/identificação, afugentamento e resgate de animais.

Será estudada pela Concessionária a possibilidade de implantação de medidas que visam reduzir os índices de atropelamento de animais silvestres durante a operação da rodovia, como:

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• Implantação de sinalização vertical alusiva a fauna silvestre, principalmente na área onde o empreendimento margeia os limites das Unidades de Conservação que interceptam o trecho; • Cercamento da faixa de domínio, com foco principal para áreas de fragmentos florestais significativos lindeiros e cursos d´água que margeiam a pista, para direcionar a fauna silvestre para longe da rodovia ou para eventuais passagens; • Realização de campanhas de conscientização da população lindeira quanto à presença de fauna silvestre na região; • Monitoramento das passagens de fauna: contabilizar quais espécies a utilizam e quais não, identificando assim quais medidas poderão aumentar a efetividade da travessia.

A Concessionária já conta com uma equipe de meio ambiente, responsável por monitorar as ocorrências de animais silvestre na faixa de domínio.

P.9.7. PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Este Programa foi elaborado em duas esferas: Subprograma de Recomposição Florestal, onde serão propostas reparações por intervenções diretas que deverão ser realizadas, e Subprograma de Aplicação de Recursos financeiros em Unidades de Conservação, em atendimento a Lei nº 9.985/00 com vistas a compensar o dano ambiental.

P.9.7.1. Subprograma de Recomposição Florestal

Visa o cumprimento do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRA) a ser firmado com o órgão ambiental, quando da solicitação de corte de vegetação e intervenção em APP necessária à implantação do empreendimento.

Com o intuito de compensar os impactos ambientais gerados pelas intervenções realizadas para a implantação do empreendimento, este Programa prevê a restauração ambiental de áreas degradadas. Os projetos de restauração terão como objetivo o enriquecimento de fragmentos florestais com baixa diversidade de espécies, bem como a formação de corredores ecológicos na AII do empreendimento.

Para a realização dos trabalhos de compensação florestal, serão priorizadas áreas inseridas nos limites da Estação Ecológica de Assis, a serem prospectadas em conjunto com o órgão gestor da Unidade quando das tratativas para obtenção da Autorização para Supressão de Vegetação e Intervenção em APPs. P.9.7.2. Subprograma de Aplicação de Recursos Finan ceiros em Unidades de Conservação

O presente Programa tem por objetivo geral dar cumprimento à Lei nº 9.985/00, ao Decreto n° 4.340/02 e ao Decreto 6.848/09, por meio da identificação e proposição de alternativas para a compensação ambiental dos impactos negativos da implantação das obras de Duplicação da SP-333 entre os quilômetros 337+050 ao 401+200, municípios de Marília, Echaporã, Platina e Assis.

A Proposta de Compensação Ambiental, conforme previsto no SNUC, no Decreto Federal n° 4.340/02, Decreto Federal nº 6.848/09 e em instruções da Câmara de Compensação Ambiental – CCA da Secretaria do Meio Ambiente irá considerar as Unidades de Conservação localizadas na AII do empreendimento.

Tendo em vista a situação verificada nas UCs e os potenciais impactos previstos do empreendimento sobre as mesmas, é proposta a seguinte ordem de prioridade para alocação dos recursos da compensação ambiental do empreendimento:

• Prioridade 1: Estação Ecológica de Assis

Criada pelo Decreto 35.697/92 e ampliada pelo 47.097/02, com área total de 1.760,64 hectares, encontra-se sob administração da Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SP – Instituto Florestal, possui Plano de Manejo elaborado em Outubro de 2010.

• Prioridade 2: Floresta Estadual de Assis

Criada pelo Decreto 47.098/02, que transformou a Estação Experimental em Floresta Estadual, é uma região que ocupa relevo suave ondulado, com altitude média de 500 m acima do nível do mar. Dentro da

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área protegida pela Floresta estão as cabeceiras e parte do curso de alguns córregos formadores da Bacia do Cervo, quais sejam: Barro Preto e Palmitalzinho.

P.9.8. PROGRAMA DE PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO, PALEONT OLÓGICO, HISTÓRICO E

CULTURAL

As atividades detalhadas deste Programa serão apresentadas em Estudo específico de Arqueologia, o qual será apresentado complementarmente a este estudo. Contudo, tem-se ciência que é necessário à preservação e conservação do acervo cultural próximo a área onde será implantado o empreendimento, visando prevenir a destruição de sítios arqueológicos eventualmente existentes na área de implantação do empreendimento e que ainda não fazem parte do registro arqueológico nacional. O escopo das atividades a serem desenvolvidas pelo presente Programa deverá atender as regras definidas pela Instrução Normativa Nº 001/2015, aliado às especificidades do contexto científico e cultural apresentado pela região em tela.

P.9.9. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Todas as ações ambientais deste empreendimento são potencializadas com a conscientização e a sensibilização dos públicos-alvo envolvidos nas obras de implantação, visando um envolvimento maior nas questões específicas pertinentes ao local de inserção do empreendimento e da localidade onde se insere através do desenvolvimento de novos hábitos e práticas sustentáveis.

Projetos de educação ambiental em áreas rurais têm se tornado comuns na região do centro-oeste paulista, aliados a um fenômeno que é o aproveitamento de propriedades rurais em programas de visitação pública.

O objetivo principal do Programa de Educação Ambiental é o desenvolvimento de ações educativas visando capacitar e habilitar funcionários da Concessionária, usuários do sistema rodoviário e população vizinha para uma atuação efetiva na melhoria da qualidade ambiental.

Quanto aos funcionários, a formulação e implantação deste programa constituem medidas destinadas a promover a sensibilização, mobilização, conscientização e capacitação dos envolvidos nos serviços técnicos relacionados à execução de obras e operação das rodovias, visando solução adequada aos problemas ambientais decorrentes destas atividades.

Para a população circunvizinha e usuários, a implantação do programa visa criar condições para a sensibilização e conscientização dos atores no processo de gestão ambiental e no entendimento de seus papéis como agentes e cidadãos para a melhoria da qualidade de vida individual e coletiva.

O treinamento dos trabalhadores será promovido em parceria com a equipe da empreiteira a ser contratada e com a equipe do Programa de Educação Ambiental, e estará em consonância com o Programa de Comunicação Social, por meio de atividades que os sensibilizem, de maneira a reforçar comportamentos e atitudes de respeito à população local e ao meio ambiente.

Quanto aos funcionários/terceirizados, a formulação e implantação deste programa constituem medidas destinadas a promover a sensibilização, mobilização, conscientização e capacitação dos envolvidos nos serviços técnicos relacionados ao empreendimento, para o enfrentamento adequado dos eventuais problemas ambientais decorrentes.

Para todos os atores envolvidos, o programa buscará desenvolver atividades que auxiliem na percepção das práticas cotidianas que acarretam a degradação ambiental, e da necessidade de alteração dessas práticas.

Os objetivos específicos são diferenciados por público alvo. No caso dos trabalhadores das obras (público interno), objetiva-se: • Desenvolver o conceito de responsabilidade social do empreendimento, através de ações que integrem a comunidade local ao empreendimento; • Implementar um programa de seletividade e reciclagem de resíduos sólidos nas frentes de obras; • Estimular o uso racional dos recursos hídricos; • Garantir a preservação da flora e fauna.

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Com relação ao público externo (população direta e indiretamente afetada, representantes de instituições públicas e privadas, movimento da sociedade civil organizada, lideranças formais e informais, imprensa, etc.), este programa visa:

• Difundir informações e contribuir para o conhecimento da população local sobre o ambiente onde vive, de modo a estimular o desenvolvimento de atitudes relativas à conservação ambiental;

• Contribuir para a difusão de práticas de disposição adequada de resíduos sólidos;

• Contribuir para a difusão de práticas e conscientização na preservação de fauna silvestre e no controle de animais domésticos, como cachorros e gatos (posse responsável).

As atividades do Programa de Educação Ambiental terão por base as seguintes fases: • Escolha do Público Alvo: Priorizando os atores principais a serem mobilizados para as atividades propostas, como moradores e líderes comunitários, professores e estudantes de escolas públicas, entidades parceiras nos municípios afetados (ONGs, Prefeitura, Universidades, Polícia Ambiental e Polícia Rodoviária Federal), com ênfase aos bairros da AID. • Planejamento das Atividades: todas as ações ambientais pertinentes ao programa deverão ser planejadas em conjunto com a equipe do Programa de Controle Ambiental, assim como a definição prévia dos materiais didáticos e pedagógicos. • Formação de Parcerias: antes do início das obras deverá ser realizada a identificação dos líderes comunitários, e a formação de parecerias com entidades, sendo este o primeiro contato com a comunidade após a fase de planejamento. • Realização de Palestras/Oficinas com aplicação de Diagnóstico Participativo: após o planejamento das atividades e primeiro contato com a comunidade e formação de parcerias, será dada sequência na execução do programa. • Elaboração de Material Didático-Pedagógico: o material didático produzido deverá estar de acordo com a temática definida na fase de planejamento, devendo ser disponibilizado em cada uma das atividades material adequado ao perfil do público alvo.

O Programa de Educação Ambiental terá ações ou atividades que deverão ocorrer em todas as etapas do empreendimento: anterior ao início das obras, durante a execução das obras e na fase de operação do empreendimento.

O cronograma de ações e atividades para a implantação do Subprograma de Educação Ambiental está distribuído em todas as fases do empreendimento. A Mobilização de Equipe, o Primeiro Contato e a Formação de Parcerias deverão acontecer antes do início da obra. As Palestras, Oficinas e Campanhas de Conscientização deverão iniciar-se logo no primeiro semestre de execução das obras, com uma periodicidade regular até o término da construção.

P.9.10. PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL DAS OBR AS

Este Programa tem como objetivo garantir o cumprimento das medidas de controle propostas nos programas ambientais, com condições ambientais adequadas no local de implantação do empreendimento e nas áreas do entorno, canteiros de serviços, bem como o controle da poluição das máquinas e equipamentos a serem utilizados na execução dos serviços previstos, sendo o instrumento de verificação de todas as medidas propostas para a fase de implantação do empreendimento.

A concessionária disponibilizará uma equipe de profissionais especializados em supervisão ambiental de obras, com o intuito de auditar as ações da empreiteira, bem como de relatar a ocorrência de eventuais não-conformidades, propor medidas corretivas, elaboração de relatórios de acompanhamento, entre outros.

Serão utilizados como instrumentos de acompanhamento ambiental, os registros de Não Conformidades Ambientais (NCA) , documentos emitidos quando for constatada a não adoção de medidas de controle ambiental preconizadas nos Programas Ambientais, quando identificar-se a não realização de exigências condicionadas as licenças ambientais ou de atividades que infrinjam legislação ambiental vigente. Nestes documentos estarão detalhadas as ações a serem tomadas pelas construtoras para correção do problema.

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A NCA será informada imediatamente e verbalmente ao Gerente de Obras, sendo posteriormente documentada e enviada ao mesmo, via fax, e-mail ou memorando, e também ao Gerente de Contrato. As NCAs serão sempre acompanhadas de registro fotográfico da ação ou local, e serão classificadas como de gravidade alta, média ou baixa.

A Equipe de Supervisão Ambiental da concessionária deve realizar vistorias técnicas periódicas nas frentes de obras (semanais), bem como elaborar relatórios de monitoramento, relatando o atendimento a todas as medidas, propostas dos programas ambientais para a fase de implantação do empreendimento, sendo a emissão desses relatórios de frequência semestral e de caráter interno e externo, podendo ser enviado à CETESB, contendo a síntese das informações referentes ao desenvolvimento de todos os programas ambientais do período.

P.9.11. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS PARA A FASE DE OBRAS (PGR)

Foram apresentados os seguintes objetivos específicos do Programa: • Identificação dos possíveis cenários acidentais que poderão provocar impactos negativos nos meios físico, social e/ou biótico durante a fase de construção do empreendimento; • Estimativa dos riscos associados a cada cenário e o estabelecimento de estratégias para gerenciamento desses riscos; • Prevenção e contenção dos impactos socioambientais na área de influência considerada para a fase de construção da rodovia; • Minimização, no caso da ocorrência de eventos acidentais, principalmente os que envolvem produtos perigosos e fogo, dos impactos na via e na sua área de influência; • Preservação da saúde dos usuários e da população lindeira afetada; • Conservação do meio ambiente e manutenção da segurança da via e do patrimônio envolvido nos sinistros. P.9.12. PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA PARA A FASE DE OBRAS (PAE)

O objetivo principal do Plano de Ação de Emergência é o de planejar antecipadamente os procedimentos a serem adotados em situações emergenciais, que possam ocorrer em função da realização das obras, garantindo uma atuação eficaz e segura no atendimento a estas situações, de modo a minimizar os danos ambientais e patrimoniais decorrentes, por meio do desencadeamento de ações rápidas e seguras.

P.9.13. PROGRAMA DE TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO AMBIE NTAL DA MÃO DE OBRA

O objetivo deste programa é disponibilizar aos trabalhadores contratados atividades de capacitação e treinamento, que deverão ser realizadas pela construtora terceirizada ao longo da etapa de obra, agregando valor a estes trabalhadores e aumentando, portanto, o coeficiente de empregabilidade dos mesmos, que contarão com recursos adicionais em busca de recolocação profissional após a desmobilização. Enfatizando que os meios de treinamento de mão-de obra deverão ser voltados preferencialmente à população local, visando o crescimento da economia da região.

O treinamento e capacitação ambiental deverão seguir a NBR ISO 10.015 (ABNT, 2001) de Diretrizes para treinamento, onde as atividades de apoio podem ser divididas em: • Apoio pré-treinamento: fornecimento ao responsável pelo treinamento as informações necessárias à sua devida execução; informar o treinando a natureza do treinamento e as lacunas de competência que se pretende eliminar; possibilitar os contatos necessários entre o instrutor e os treinando. • Apoio ao treinamento: fornecimento ao treinando e ao instrutor, a infraestrutura necessária, como por exemplo: ferramentais, equipamentos, documentos, acomodações; fornecer oportunidades adequadas e pertinentes para o treinando aplicar as competências que estão sendo desenvolvidas; disseminar noções fundamentais sobre meio ambiente, segurança e saúde; evitar e/ou minimizar impactos sociais e/ou ambientais em virtude das atividades necessárias à duplicação da SP-333; dar retorno sobre o desenvolvimento na atividade, conforme requerido pelo instrutor e treinando. • Apoio ao final do treinamento: recebimento de informações de realimentação do treinando; recebimento de informação de realimentação do instrutor; fornecimento de informações de realimentação para os gerentes e o pessoal envolvido no processo de treinamento.

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P.9.14. PROGRAMA DE MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA

Esse Programa tem como objetivo priorizar a contratação de trabalhadores nos municípios afetados pela obra. Além disso, visa apresentar os procedimentos a serem adotados pela construtora no planejamento para a mobilização e desmobilização da mão-de-obra na execução da duplicação da Rodovia SP-333 atento para a possibilidade da qualificação dos trabalhadores adquirida durante a obra, o que permite a contratação de mão-de-obra no próprio município. Também se faz necessário o estabelecimento de mecanismos, juntamente às prefeituras e sindicatos envolvidos, para minimizar os efeitos decorrentes da liberação de trabalhadores após o término das obras.

As principais diretrizes propostas são: • A contratação de mão-de-obra local sempre que possível, principalmente para os cargos relativos a atividades não especializadas, buscando reduzir o contingente de trabalhadores oriundos de outras localidades; • Mecanismos específicos para a implantação de parceiras com as prefeituras locais, além de associações, cooperativas e empresas de recrutamento de trabalhadores, com o intuito de facilitar as etapas de identificação, cadastramento, seleção e capacitação dos candidatos para as vagas abertas pela construtora; • Atender ao disposto pelo Artigo 36, do Decreto Federal n° 3.298/99 que versa sobre o cadastramento de pessoas portadoras de deficiências; • A informação a cada profissional a expectativa de sua permanência nas obras; • Promover um trabalho integrado com a prefeitura municipal, com órgãos de classe e com empreendedores de outras obras da região, entendimentos que facilitem a recolocação no mercado de trabalho da mão-de-obra nas fases de liberação dos trabalhadores; • Promover o retorno de trabalhadores recrutados em outras regiões a seus locais de origem. P.9.15. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA OPERAÇÃO

Esse Programa tem como objetivo a manutenção da qualidade ambiental da região de implantação da duplicação da SP-333 de Marília a Assis, considerando também a qualidade de vida das comunidades locais diretamente afetadas. Além disso, objetiva: • Promover a integração com os demais conteúdos dos outros programas ambientais, mediante acompanhamento das ações e realização de reuniões periódicas; • Garantir que as ações propostas em cada um dos programas sejam executadas, visando sempre a minimização dos impactos ambientais negativos e otimização dos impactos positivos.

O Programa de Gestão Ambiental da Operação do Empreendimento contém as seguintes medidas: • Monitoramento Ambiental da Operação do Empreendimento; • Gerenciamento de Passivos Ambientais; • Manutenção da Forração Vegetal da Faixa de Domínio.

10. CONCLUSÕES

Considerando que: • se trata de empreendimento de utilidade pública, com benefícios estratégicos para o sistema de

transportes e para a logística do Estado de São Paulo; • foram consultadas prefeituras municipais, os órgãos gestores de Unidades de Conservação e

outras áreas protegidas, os quais se manifestaram favoravelmente ao empreendimento; • os impactos ambientais do empreendimento poderão ser mitigados com a devida implementação

dos programas ambientais propostos pelo empreendedor e das medidas indicadas neste Parecer, elaboradas pela equipe técnica da CETESB e outros órgãos consultados,

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entende-se que o empreendimento é ambientalmente viável, desde que atendidas, nas demais fases do licenciamento ambiental do empreendimento, as exigências elencadas a seguir:

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação – LI 1. Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação Social e subprogramas,

incluindo, além das medidas propostas: a divulgação de informações à população sobre as medidas mitigadoras de incômodos, detonações para desmonte de rocha e de paralisações de serviços públicos, sobre os critérios de desapropriação, o número de vagas e perfil profissional buscado, reuniões periódicas com as prefeituras, associações de moradores locais, conselhos municipais, etc. O Programa deverá ser executado por profissional habilitado responsável pela elaboração dos materiais/atividades de comunicação e atendimento à população. Demonstrar ainda a realização das atividades prévias de comunicação social, como o atendimento às reclamações, esclarecimento de dúvidas da população, e reuniões realizadas.

2. Apresentar um Programa de Adequação Ambiental do Projeto Executivo contemplando as diretrizes do item 8.2 do Parecer Técnico 390/18/IE e do Parecer Técnico do Instituto Florestal de 27/09/18, relativas à redefinição da localização do dispositivo de retorno entre os quilômetros 394 e 395;

3. Apresentar o Plano de Ataque de Obras para cada trecho de obra a ser iniciado, com caracterização dos trechos, cronograma e responsáveis pela execução das obras e recuperação ambiental, com suas respectivas Anotação de Responsabilidade Técnica – ARTs.

4. Apresentar o detalhamento dos Programas de Controle Ambiental das Obras, de Monitoramento Ambiental e de Educação Ambiental, e respectivos Subprogramas, inclusive de Controle Geotécnico e de Recalques, contemplando as diretrizes dos itens 8.2 e 8.3 do Parecer Técnico nº 390/18/IE; a equipe alocada e as respectivas responsabilidades, incluindo a participação de representantes das empreiteiras; o detalhamento das medidas e procedimentos propostos; os mecanismos de gestão; as formas de acompanhamento ambiental, incluindo uso de indicadores ambientais e avaliação das não-conformidades; as formas de registros ambientais e de treinamento dos empregados; e o cronograma de atividades.

5. Apresentar pranchas do projeto do empreendimento, informando especialmente sobre a concepção geral do projeto, detalhe das obras-de-arte especiais, das obras de estabilidade de taludes e dos sistemas de drenagem acompanhados de memorial descritivo e das respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ARTs. Indicar os critérios ambientais adotados para redução de supressão de vegetação e interferências em Áreas de Preservação Permanente – APP’s, tais como ajustes de traçado.

6. Indicar em foto aérea ou imagem de satélite (escala 1:10.000 ou maior) as áreas de empréstimo e depósito de material excedente a serem utilizadas nas obras. Informar sobre o balanço de massa para terraplenagem de cada trecho de implantação. Para as áreas de apoio situadas fora de faixa de domínio, priorizar as que se enquadrem na Resolução SMA n° 30/00, efetuando o cadastramento das mesmas no Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos - IE.

7. Apresentar a descrição dos dispositivos permanentes de disciplinamento, redução de velocidade e contenção de água pluvial da rodovia e sua localização georreferenciada em arquivo vetorial tipo KMZ;

8. Apresentar, visando à organização e compilação das informações ambientais relacionadas com o licenciamento em curso, os arquivos cartográficos georreferenciados e as tabelas síntese do licenciamento (caracterização do empreendimento e indicadores de impacto ambiental). Para o preenchimento das tabelas, verificar as instruções

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indicadas na página http: //licenciamentoambiental.cetesb.sp.gov.br /tabelas/ e para apresentação dos arquivos cartográficos georreferenciados, acessar http ://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/ cetesb/ documentos/ Manual-DD-217-14.pdf.

9. Apresentar o detalhamento do Subprograma de Planejamento e Controle Ambiental da Desativação e/ou Interrupção Temporária de Frentes de Obra considerando as diretrizes do item 8.2 do Parecer Técnico n° 390/18/IE.

10. Apresentar, no âmbito do Subprograma de Controle de Processos de Dinâmica Superficial do PCA, o mapeamento e georreferenciamento dos pontos críticos sujeitos ao assoreamento, cuja escolha deverá ser devidamente justificada. Para tais pontos, deverá ser apresentado o nível de leito/cota de fundo atual. Ressalta-se que o mapa deverá conter a rede hídrica das sub-bacias atravessadas e o traçado do empreendimento diferenciado pelos métodos construtivos deste. Incluir o uso de barreiras flutuantes de contenção de sedimentos nos contribuintes dos pontos de abastecimento e barreiras fixas em todos os cursos d’água na área a ser afetada pelas obras. Apresentar ainda o mapeamento atualizado dos cursos d’água atravessados, segundo a cartografia oficial.

11. Apresentar manifestação do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, em atendimento à Portaria DAEE nº 1630, de 30/05/17 e reti-ratificada em 06/02/18, e à Instrução Técnica DPO nº 09 de 30/05/2017, atualizada em 25/07/2017, para travessia de corpos d’água.

12. Apresentar a localização e o layout do canteiro de obras, indicando as instalações previstas (alojamento, oficinas, refeitório, sanitários químicos, unidades industriais, vias de acesso, etc.), bem como as licenças de operação das unidades industriais contratadas para a execução dos serviços.

13. Incluir no detalhamento do Subprograma de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluente, do PCA, as diretrizes elencadas no item 8.4 do Parecer Técnico n° 390/18/IE.

14. Apresentar um Programa de Gerenciamento de Risco e Plano de Ação Emergencial para Fase de Obras, incorporando as diretrizes dispostas no item 8.4 do Parecer Técnico n° 390/18/IE.

15. Apresentar com relação à Avaliação de Áreas Contaminadas: planta do trecho a ser duplicado, indicando a localização das obras de artes e melhorias a serem instaladas, incluindo eventuais áreas com suspeita de contaminação; perfil das obras de duplicação, incluindo as OAE, acessos e/ou retornos, contendo as cotas de escavação/fundação, terreno natural e do nível de água subterrâneo e no caso de intervenções no nível de água, realizar levantamento quanto à existência de áreas suspeitas de contaminação que possam ter alguma relação com as obras e propor as medidas mitigadoras relacionadas.

16. Comprovar no detalhamento do projeto do empreendimento a adoção de critérios ambientais para a redução da supressão de vegetação, considerando as exigências relacionadas à conservação da fauna e flora, discutidas nos itens 8.6 e 8.7 do Parecer Técnico nº 390/18/IE.

17. Apresentar o detalhamento do Subprograma de Controle da Intervenção em APP, Supressão da Vegetação e Monitoramento da Flora, incluindo as diretrizes discutidas no item 8.6 do Parecer Técnico nº 390/18/IE e no Parecer Técnico do Instituto Florestal de 27/09/18.

18. Obter a Autorização de Supressão de Vegetação e Intervenção em Área de Preservação Permanente – APP e o respectivo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA junto ao Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE/CETESB. Para emissão do TCRA, deverá ser apresentado, para análise e aprovação, projeto de restauração florestal relativo às compensações florestais determinadas em legislação, observando as diretrizes do item 8.6 do Parecer Técnico nº 390/18/IE.

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19. Apresentar os resultados do levantamento de ictiofauna nos corpos d’água na área de influência do empreendimento, incluindo a análise dos dados obtidos, para subsidiar o detalhamento dos programas ambientais e propostas de medidas mitigadoras específicas para este grupo.

20. Apresentar o detalhamento do Programa de Monitoramento da Fauna, incluindo as atividades de monitoramento para cada grupo faunístico e ações específicas para espécies ameaçadas de extinção e endêmicas, conforme discutido no item 8.7 do Parecer Técnico nº 390/18/IE. Deverão ser definidas as áreas, espécies alvo, metodologias, esforço amostral, equipe responsável, cronograma da realização das campanhas durante a implantação do empreendimento e previsão de continuidade durante os três primeiros anos da operação.

21. Apresentar o detalhamento do Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna incluindo proposta de implantação de base de fauna ou CETAS provisórios para atendimento prévio dos animais feridos resgatados nas áreas de obras; comprovação de parcerias com CETAS, CRAS, zoológicos ou outra instituição responsável pelo recebimento de animais feridos; proposta de destinação dos animais mortos conforme critérios estabelecidos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018; e demais especificações tratadas no item 8.7 do Parecer Técnico nº 390/18/IE.

22. Incluir no detalhamento do Subprograma de Controle da Fauna Sinantrópica e Doméstica, outras medidas, como, controle sanitário da fauna sinantrópica; apoio à castração de cães e gatos; definição de instituições que receberão os animais domésticos vagantes e resgatados com a comprovação da parceria; cadastramento dos animais domésticos das famílias desapropriadas/reassentadas; campanhas de conscientização com a população do entorno e com os trabalhadores da obra sobre: posse responsável, abandono de animais, acidentes em obras e próximos às rodovias, e riscos de equinos e bovinos soltos próximo às rodovias. Considerar ainda o disposto no Ofício COMDEMA 04/18 do Conselho de Meio Ambiente de Assis.

23. Apresentar o comprovante do depósito bancário, no valor referente à compensação ambiental definida na Memória de Cálculo elaborada pela CETESB e aprovada pelo empreendedor, e a assinatura de um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental - TCCA, conforme estabelecido no Decreto Estadual nº 60.070 de 15/01/14.

24. Apresentar um Plano de Tráfego contemplando os trajetos utilizados para transporte de materiais, horário e restrições de circulação, sinalização e previsão de revisão dos veículos; desvios provisórios e/ou estreitamento de pistas e sua respectiva sinalização; previsão de manutenção e recuperação do sistema viário do entorno; e desvios dos caminhos de pedestres em condições adequadas de conforto e segurança. Contemplar os desvios dos caminhos utilizados por pedestres, levantamento dos pontos de acesso e de conexão entre os bairros do entorno e suas principais conexões aos equipamentos sociais e serviços situados no perímetro urbano atravessados pela duplicação; previsão de ações a serem realizadas para o restabelecimento das conexões interrompidas na fase de construção do empreendimento; medidas de sinalização aos usuários; plano de monitoramento de fluxo de pedestres durante a construção; e realização dos trabalhos por profissionais habilitados.

25. Apresentar o detalhamento do Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão de Obra, contemplando as ações de treinamento ambiental dos trabalhadores, de capacitação da mão de obra, e priorização de mão de obra local. Considerar a possibilidade de reaproveitamento da mão de obra proveniente de atividades econômicas (agrícolas, comerciais, etc.) encerradas por ocasião das ações de desapropriação e relocação.

26. Apresentar o detalhamento do Programa de Desapropriação e Apoio a População considerando as diretrizes indicadas no item 8.12 do Parecer Técnico nº 390/18/IE e

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contemplando: cadastro físico e socioeconômico atualizado de todas as propriedades afetadas pelo empreendimento; apresentação sobre ortofoto ou imagem de satélite (em escala 1:2.000) a caracterização da situação das propriedades (situação fundiária, física dos imóveis, etc.); cadastro de grupos mais vulneráveis (idosos, deficientes, pessoas com necessidades especiais, etc.); a área total das propriedades e a porcentagem de área afetada pelo empreendimento; o Decreto de Utilidade Pública (DUP), comprovações das negociações em curso e acordos amigáveis firmados ou imissões na posse; equipe técnica responsável; cronograma de atividades compatível com o cronograma da obra.

27. Incluir no Programa de Desapropriação e Apoio a População, o cadastro atualizado da população residente não proprietária (inquilinos, agregados, meeiros, arrendatários, caseiros, etc.); os acordos firmados para relocação das famílias; as ações para relocação dessas famílias previamente equacionada junto às Prefeituras Municipais e demais órgãos envolvidos (CDHU, COHAB, etc.) de forma a evitar a migração e relocação para áreas irregulares, de risco ou de proteção ambiental; promoção de atendimento às famílias; e acompanhamento do programa por profissionais habilitados (assistentes sociais, psicólogos, etc.).

28. Apresentar o termo de autorização de uso e/ou contrato de servidão administrativa e/ou documento equivalente para a implantação do empreendimento em áreas de domínio público.

29. Incluir no Programa de Desapropriação e Apoio a População, o detalhamento das propostas de medidas mitigadoras e compensatórias relativas ao impacto da desapropriação de atividades econômicas afetadas, o cadastro atualizado dos comércios, indústrias, serviço e áreas de produção rural afetadas (proprietários ou não dos terrenos onde estejam estabelecidos); caracterização socioeconômica; número de empregos afetados; propostas de áreas para relocação das atividades econômicas afetadas; parcerias com órgãos de orientação e capacitação para a reestruturação dos estabelecimentos afetados.

30. Apresentar o cadastro atualizado das infraestruturas (rodovias, adutoras, linhas de transmissão, dutos, etc.) interceptadas pelo traçado, e respectivo mapeamento.

31. Apresentar, no âmbito do Plano de Controle Ambiental das Obras - PCA, mapa retigráfico da duplicação indicando os marcos quilométricos onde serão utilizados explosivos para o desmonte de rochas, cronograma previsto e proposta de Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos, segundo as orientações do item 8.15 do Parecer Técnico nº 390/18/IE, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART.

32. Apresentar laudos cautelares das estruturas presentes no entorno das obras que poderão ser afetadas pelo uso de explosivos ou problemas geotécnicos, incluindo levantamento da situação atual das estruturas e medidas a serem adotadas no caso de constatação de danos.

33. Apresentar propostas de implantação de sistema de contenção de produtos perigosos, considerando as diretrizes do item 8.17 do Parecer Técnico n°390/18/IE.

34. Apresentar os projetos das travessias de fauna para as áreas propostas no EIA e indicadas pela CETESB, considerando as especificações elencadas no item 8.19 do Parecer Técnico nº 390/18/IE.

35. Apresentar o detalhamento do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna conforme especificações constantes no item 8.19 do Parecer Técnico nº 390/18/IE, e contemplando as solicitações constantes do Parecer Técnico do Instituto Florestal de 27/09/18, quanto a realização de workshop e providências para redução de velocidade e sinalização.

36. Incluir no detalhamento do Programa de Educação Ambiental a descrição dos tópicos a serem tratados com os funcionários referentes à fauna silvestre, sinantrópica e

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doméstica, e com os usuários sobre o risco de atropelamento de animais, conforme tratado nos itens 8.8 e 8.19 do Parecer Técnico nº 390/18/IE.

Durante a implantação do empreendimento

37. Comprovar, nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Controle Ambiental de Obras, atendimento ao Parecer Ambiental S/N°, emitido pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Assis em 11/10/17.

38. Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Comunicação Social, comprovando as atividades desenvolvidas no período, principalmente o atendimento a dúvidas e reclamações e as ações realizadas para mitigação de incômodos à população, em especial à população diretamente afetada, os resultados obtidos, avaliação de desempenho do programa, a equipe técnica habilitada responsável, o cronograma de atividades para o próximo período, e os registros fotográficos datados.

39. Apresentar, no prazo máximo de 2 (dois) meses da emissão da LI, relatório fotográfico datado comprovando a implantação dos sistemas de drenagem provisória nas frentes de obras, especialmente junto dos corpos d’água e/ou talvegues. Contemplar medidas de proteção do solo, medidas de disciplinamento e dissipação de energia das águas e dispositivos estruturais de contenção de sedimentos, conforme previsto no Programa de Controle Ambiental de Obras – PCA. Deverão constar também os registros fotográficos dos corpos d’água antes do início das obras e durante as intervenções previstas;

40. Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento dos Programas de Controle Ambiental das Obras – PCA, de Monitoramento Ambiental e de Educação Ambiental e respectivos Subprogramas, comprovando por meio de registros fotográficos datados, a implementação das medidas mitigadoras previstas. Deverão ser apresentados os mecanismos de gestão adotados, as não conformidades verificadas em campo, as respectivas ações corretivas adotadas e a equipe técnica responsável. Apresentar, para os programas de monitoramento, os resultados obtidos em planilhas eletrônicas editáveis (extensão xls, ou compatível); e, a localização do empreendimento, de pontos amostrais e das áreas estudadas em arquivos raster (extensão GeoTIFF ou compatível) e vetorial (extensão shp. ou compatível), em UTM, Datum SIRGAS 2000.

41. Informar, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos e o Centro de Manejo de Fauna Silvestre – SMA/CBRN/DeFau sobre o início das atividades de supressão de vegetação.

42. Incluir nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Subprograma de Controle da Intervenção em APP, Supressão da Vegetação e Monitoramento da Flora: descrição das atividades realizadas no período; registros fotográficos datados; mapeamento e georreferenciamento das áreas de intervenção; eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas; análise crítica dos resultados; e equipe técnica responsável. Informar e georreferenciar os locais de relocação das espécies de flora e do material eventualmente doado.

43. Apresentar, antes do início da supressão de vegetação, a Autorização para manejo, translocação, captura e transporte da fauna emitida pelo Departamento de Fauna da Secretaria do Meio Ambiente (SMA/CBRN/DeFau), conforme disposto na Resolução SMA nº 92/2014.

44. Comprovar nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna, as ações de afugentamento e resgate desenvolvidas, a identificação dos animais resgatados e sua condição de saúde; tempo de permanência nos centros de triagem; destino proposto ou já realizado; e áreas identificadas e georreferenciadas para soltura.

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45. Obter, antes das interrupções e desvios de tráfego temporários, as anuências dos órgãos municipais e das empresas responsáveis quanto aos desvios e interrupções necessários para as obras.

46. Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Mobilização e Desmobilização da Mão de Obra, incluindo no mínimo, informações sobre o contingente de trabalhadores contratados e desmobilizados no período, as capacitações realizadas, além de comprovar a priorização e contratação de trabalhadores locais.

47. Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Desapropriação e Apoio a População, contendo retigráfico atualizado demonstrando o andamento das ações de desapropriação por propriedade, informações sobre o acompanhamento dos problemas vivenciados pelos proprietários e não proprietários atingidos pela desapropriação e relocação (informando o grau de adaptação à nova situação e nível de satisfação), avaliação de desempenho do programa, as não conformidades identificadas (principais problemas a serem solucionados), as respectivas medidas corretivas adotadas, equipe técnica responsável, o cronograma de atividades para o próximo período, e os registros fotográficos.

48. Obter as autorizações e anuências prévias dos órgãos e/ou concessionárias responsáveis pelas infraestruturas afetadas, antes das intervenções nestas.

Por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Operação – LO

49. Apresentar relatório final do Programa de Comunicação Social com o balanço das atividades desenvolvidas durante as obras, eventuais não conformidades e respectivas medidas corretivas adotadas, a avaliação da efetividade do Programa e a equipe técnica responsável.

50. Apresentar relatório final dos Programas de Controle Ambiental das Obras – PCA, de Monitoramento Ambiental e de Educação Ambiental e dos Subprogramas, ilustrado com fotos datadas, com o balanço das atividades realizadas e a avaliação da efetividade das medidas adotadas. Deverá também ser comprovada a completa recuperação dos processos erosivos e de todas as áreas afetadas pelo empreendimento, incluindo os canteiros de obras e demais áreas de apoio, assim como a adequada destinação dos resíduos e efluentes gerados durante as obras;

51. Apresentar o detalhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação do Empreendimento, contemplando ações relativas à manutenção do plantio compensatório; gerenciamento de passivos ambientais; registros de acidentes com produtos perigosos, de incêndios gerados na faixa de domínio; ações de comunicação social e do gerenciamento de resíduos; ações de combate ao abandono de animais domésticos nas estradas ou áreas lindeiras.

52. Apresentar a situação de atendimento ao cronograma do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA firmado junto à CETESB.

53. Apresentar relatório final do Subprograma de Controle da Intervenção em APP, Supressão da Vegetação e Monitoramento da Flora, com o balanço das ações realizadas, resultados obtidos e a avaliação da efetividade do programa.

54. Incluir no Programa de Gestão Ambiental da Operação proposta de continuidade do Programa de Monitoramento da Fauna nos mesmos pontos amostrados, durante os três primeiros anos da operação da rodovia, com a análise comparativa dos resultados obtidos e propostas de medidas mitigadoras adicionais.

55. Apresentar, após a apuração final do custo do empreendimento objeto do presente licenciamento, o relatório contábil, comprovando o montante efetivamente despendido na implantação do empreendimento, visando à realização de ajustes no valor destinado à compensação ambiental, cujo depósito, se houver, deverá ser realizado na mesma conta

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na qual foi efetuado o depósito originário, sendo tal depósito condicionante para a emissão da Licença de Operação.

56. Apresentar relatório final do Programa de Mobilização e Desmobilização de Mão-de-Obra, informando o balanço sobre as capacitações realizadas, os empregos diretos e indiretos gerados, e a priorização de mão de obra local.

57. Apresentar relatório final do Programa de Desapropriação e Apoio a População e, contemplando no mínimo, as ações realizadas na implantação do empreendimento; as negociações amigáveis firmadas ou imissões provisórias na posse obtidas e representadas em planta (escala 1:5.000) com as delimitações das propriedades e a situação legal de cada propriedade; a avaliação dos resultados obtidos e as atividades a serem realizadas no período de operação, como o monitoramento e o acompanhamento do reassentamento, não inferior a 12 meses após a conclusão da relocação da população afetada; a comprovação da relocação dos equipamentos afetados pelo empreendimento; entre outros.

58. Apresentar relatório final do Programa de Monitoramento de Desmonte de Rocha com o Uso de Explosivos informando a situação das estruturas lindeiras às obras, identificadas nos laudos cautelares, e as respectivas medidas corretivas adotadas.

59. Apresentar revisão do Plano de Ação Emergencial e Programa de Gerenciamento de Risco da Rodovia, incorporando o trecho duplicado da rodovia, e de acordo com a Decisão de Diretoria n°70/2016 de 12/04/16.

60. Incluir, no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, o detalhamento das medidas propostas para conscientização, prevenção e planos de emergência para combate a incêndios nos remanescentes de vegetação nativa, principalmente próximo às unidades de conservação.

61. Apresentar o detalhamento do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna, no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, contemplando as diretrizes indicadas no item 8.19 do Parecer Técnico nº 390/18/IE. Incluir a comprovação de parcerias com instituições responsáveis pelo atendimento e, eventual, abrigo dos animais atropelados feridos; e proposta de destinação dos animais mortos conforme critérios estabelecidos na Decisão de Diretoria CETESB nº 141/2018/I de 14/08/2018.

Durante a operação do empreendimento 62. Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da

Operação do Empreendimento, contemplando o monitoramento das seguintes variáveis: situação das estruturas de drenagem superficial; a suficiência hidráulica dos bueiros; situação dos dispositivos de retenção/contenção de líquidos, consolidação do plantio compensatório; gerenciamento de passivos ambientais; histórico de acidentes de produtos perigosos; histórico de faixas de incêndio gerados na faixa de domínio; e de processos de dinâmica superficial em propriedades lindeiras e cursos d’água causados pelo lançamento da drenagem pluvial da Rodovia.

63. Apresentar relatórios anuais de acompanhamento do Programa de Monitoramento dos Atropelamentos de Fauna no âmbito do Programa de Gestão Ambiental da Operação, informando sobre as atividades desenvolvidas, resultados obtidos no monitoramento e avaliação da efetividade das passagens de fauna implantadas, incluindo a proposta de adoção de novas medidas mitigadoras, caso se façam necessárias.

64. Apresentar, no âmbito do primeiro relatório de acompanhamento do Programa de Gestão Ambiental da Operação, os resultados da 2.ª campanha de medição de níveis de ruído, em conformidade com o "Procedimento para Medição de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes" (Decisão de Diretoria CETESB n.º 100/2009/P de 19/05/09) e com a "Regulamentação de Níveis de Ruído em Sistemas Lineares de Transportes localizados no Estado de São Paulo" (Decisão de Diretoria CETESB n.º 389/2010/P de

Page 85: PARECER TÉCNICO - PT LP 390 2018 IE · 2018-10-18 · Site: Nº 390/18/IE Data: 17/10/2018 3/85 4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO A duplicação da SP-333 no segmento entre o

PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc.: Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7

Site: www.cetesb.sp.gov.br

Nº 390/18/IE Data: 17/10/2018

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24/12/10). Caso sejam verificados níveis acima do padrão preconizado, devem ser propostas e implantadas medidas mitigadoras de ruído.

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO ORIGINAL DE VIDAMENTE ASSINADO

Eng.San/Amb. Ticiana Risden Viana Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Rodoviário – IETR Reg. 7009; CREA 06.205.509.18/D

Geóg. Rita Falcão Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Rodoviário – IETR Reg. 7809; CREA 5063856693

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Biól. Ana Luisa T. Mengardo Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Rodoviário – IETR Reg. 7782; CRBio 89229/01-D

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Eng. Amb. Camilo Fragoso Giorgi Gerente do Setor de Avaliação de Empreendimentos de Transporte Rodoviário – IETR Reg. 6888; CREA 5062470280

ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Eng. Civ. Rodrigo Passos Cunha Gerente da Divisão de Avaliação de Empreendimentos de Transportes – IET Reg.7022; CREA 5060877616

De acordo: ORIGINAL DEVIDAMENTE ASSINADO Biól. Mayla Matsuzaki Fukushima Gerente do Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE Reg. 6594; CRBio 31165/01-D