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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Superintendência Regional de Regularização Ambiental do Norte de Minas 1345964/2017 29/11/2017 Pág. 1 de 48 Av. José Correia Machado, nº 900, Bairro Ibituruna, Montes Claros/MG, CEP: 39.401-832 Telefax: (38) 3227-7500 PARECER ÚNICO Nº 1345964/2017 (SIAM) INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO: Licenciamento Ambiental 34152/2016/001/2017 Sugestão pelo Deferimento FASE DO LICENCIAMENTO: Licença Prévia - LP VALIDADE DA LICENÇA: 05 anos EMPREENDEDOR: Aurora Energias Renováveis II Ltda. CNPJ: 28.065.305/0001-09 EMPREENDIMENTO: Usina Fotovoltáica Aurora II CNPJ: 28.065.305/0001-09 MUNICÍPIO: Jaíba / MG ZONA: Rural COORDENADAS GEOGRÁFICA (DATUM): SIRGAS 2000 LAT/Y 8296928 LONG/X 629116.5 LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO X USO SUSTENTÁVEL NÃO BACIA FEDERAL: Rio São Francisco BACIA ESTADUAL: Sub-bacia do Rio Verde Grande UPGRH: SF10 Rio Verde Grande SUB-BACIA: Córrego Escuro CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE E-02-06-2 Usina solar fotovoltaica 3 E-02-03-8 Linha de transmissão de energia 1 E-02-04-6 Subestação de Energia Elétrica 1 CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS / SÉRGIO MYSSIOR CAU/BR 17118-2 RELATÓRIO DE VISTORIA: 82464/2017 DATA: 14/09/2017 EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA Eduardo José Vieira Júnior Gestor Ambiental (Gestor) Engº Ambiental 1.364.300-2 Cíntia Sorandra Oliveira Mendes Júnior Gestora Ambiental Biologa 1.224.757-3 Gilmar Figueiredo Guedes Júnior - Gestor Ambiental - Geólogo 1.366.234-1 Maria Júlia Coutinho Brasileiro Gestora Ambiental Geógrafa 1.302.105-0 Rafael Fernando Novaes Ferreira Analista Ambiental Eng. Químico 1.148.533-1 Warlei Souza Campos Gestor Ambiental Eng. Florestal 1.401.724-8 Rafaela Câmara Cordeiro Gestora Ambiental - Jurídica 1.364.307-7 De acordo: Cláudia Beatriz Oliveira Araújo Versiani - Diretora Regional de Apoio Técnico 1.148.188-4 De acordo: Yuri Rafael de Oliveira Trovão - Diretor de Controle Processual 0.449.172-6

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Superintendência Regional de Regularização Ambiental do Norte de Minas

1345964/2017 29/11/2017

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Av. José Correia Machado, nº 900, Bairro Ibituruna, Montes Claros/MG, CEP: 39.401-832 Telefax: (38) 3227-7500

PARECER ÚNICO Nº 1345964/2017 (SIAM)

INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:

Licenciamento Ambiental 34152/2016/001/2017 Sugestão pelo Deferimento

FASE DO LICENCIAMENTO: Licença Prévia - LP VALIDADE DA LICENÇA: 05 anos

EMPREENDEDOR: Aurora Energias Renováveis II Ltda. CNPJ: 28.065.305/0001-09

EMPREENDIMENTO: Usina Fotovoltáica Aurora II CNPJ: 28.065.305/0001-09

MUNICÍPIO: Jaíba / MG ZONA: Rural

COORDENADAS GEOGRÁFICA

(DATUM): SIRGAS 2000 LAT/Y 8296928 LONG/X 629116.5

LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:

INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO X USO SUSTENTÁVEL NÃO

BACIA FEDERAL: Rio São Francisco BACIA ESTADUAL:

Sub-bacia do Rio Verde

Grande

UPGRH: SF10 – Rio Verde Grande SUB-BACIA: Córrego Escuro

CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE

E-02-06-2 Usina solar fotovoltaica 3

E-02-03-8 Linha de transmissão de energia 1

E-02-04-6 Subestação de Energia Elétrica 1

CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO:

MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS / SÉRGIO MYSSIOR CAU/BR 17118-2

RELATÓRIO DE VISTORIA: 82464/2017 DATA: 14/09/2017

EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA

Eduardo José Vieira Júnior – Gestor Ambiental (Gestor) – Engº Ambiental 1.364.300-2

Cíntia Sorandra Oliveira Mendes Júnior – Gestora Ambiental – Biologa 1.224.757-3

Gilmar Figueiredo Guedes Júnior - Gestor Ambiental - Geólogo 1.366.234-1

Maria Júlia Coutinho Brasileiro – Gestora Ambiental – Geógrafa 1.302.105-0

Rafael Fernando Novaes Ferreira – Analista Ambiental – Eng. Químico 1.148.533-1

Warlei Souza Campos – Gestor Ambiental – Eng. Florestal 1.401.724-8

Rafaela Câmara Cordeiro – Gestora Ambiental - Jurídica 1.364.307-7

De acordo: Cláudia Beatriz Oliveira Araújo Versiani - Diretora Regional de

Apoio Técnico 1.148.188-4

De acordo: Yuri Rafael de Oliveira Trovão - Diretor de Controle

Processual 0.449.172-6

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1. INTRODUÇÃO

O presente parecer visa demonstrar ao Superintendente Regional de Meio Ambiente do Norte de

Minas – SUPRAM NM e a quem interessar possa, os fatos e argumentos que motivam o

encaminhamento para deferimento da Licença Prévia - LP, requerida pelo empreendedor Aurora

Energias Renováveis II Ltda. para o empreendimento Usina Fotovoltáica Aurora II no município de

Jaíba/MG.

A atividade pretendida é um parque solar fotovoltaico (código E-02-06-2), composto por 02

módulos, com capacidade de 40 MW cada; uma linha de transmissão (código E-02-03-6) de 13,5

km de extensão e 138 kV de tensão; e uma subestação (código E-02-04-6) com área de 1,0 ha a

e 138 kV de tensão.

De acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº 74, de 09 de Setembro de 2004, (alterada

pela Deliberação Normativa COPAM nº 176, de 21 de agosto de 2012 e, mais recentemente, pela

Deliberação Normativa COPAM nº 202, de 03 de junho de 2015), o empreendimento se enquadra

na atividade E-02-06-2 (Usina solar fotovoltaica), sendo classificado na Classe 3, em virtude do

seu porte (médio) e seu potencial poluidor/degradador (médio).

Em 09 de Agosto de 2017 o empreendedor protocolou os documentos e estudos necessários para

formalização do processo de licenciamento gerando o Processo Administrativo nº

34152/2016/001/2017.

Foram protocolados estudos de levantamento de fauna e flora e prospecção espeleológica para

embasar sua permanência na classe 3 segundo classificação da DN COPAM 202/2015.

A equipe interdisciplinar recebeu o referido processo para análise e procedeu a fiscalização – Auto

de Fiscalização 82464/2017 – no local a ser instalado o empreendimento nos dias 13 e

14/09/2017, com a finalidade de verificar a viabilidade técnica, locacional e socioambiental do

projeto.

Foram solicitadas informações complementares por meio do OF. SUPRAM-NM Nº 2237/2017

datado de 20/09/2017. As informações foram protocoladas no dia 30/10/2017.

A análise técnica apresentada neste parecer foi baseada no Relatório de Controle Ambiental-RCA

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apresentado pelo empreendedor, na fiscalização realizada pela equipe da SUPRAM NM na área

do empreendimento e nas informações complementares apresentadas após a fiscalização.

Apresenta-se neste parecer discussão acerca do diagnóstico ambiental da área pretendida para

inserção da Usina Solar Fotovoltaica, Linha de Transmissão e Subestação, dos impactos

potenciais advindos da implantação e operação do empreendimento e dos planos, programas e

projetos propostos para mitigação e monitoramento desses impactos.

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento UFV AURORA II ocupará uma área de aproximadamente 220 ha, localizada

na Fazenda Agropema (Humbergema), região norte do Estado de Minas Gerais, bioma cerrado,

bacia Federal do Rio São Francisco, Sub-bacia do Córrego Escuro, zona rural do município de

Jaíba.

A UFV AURORA II será composta basicamente pelos equipamentos especificados a seguir:

✓ Dois (2) módulos com capacidade de geração de 40 MW cada;

✓ Um (1) Canteiro de Obras

✓ Uma (1) Subestação de Energia

O objetivo do empreendimento é gerar energia elétrica através da radiação solar. Esta tecnologia

consiste basicamente em converter os fótons contidos na luz solar em energia elétrica por meio do

uso de células solares, permitindo, dessa forma, a conversão direta da energia solar em energia

elétrica.

O campo gerador fotovoltaico foi concebido e configurado para ter em seu campo gerador, a

potência instalada de 80 MW (em dois blocos de 40 MW cada) a partir de um tipo de módulo de

320 watts de potência pico, modelo CS6U-320 MIX 1500 V, fabricação Canadian Solar. Ao todo

serão 151.200 placas fotovoltaicas, sendo 30 módulos ligados em série, em um total de 5040

series em paralelo. As placas dispõem de células de silício policristalino por detrás de vidro anti-

refletor.

Para interligação do empreendimento ao sistema elétrico, será necessária a construção de uma

Subestação de Energia Elétrica Tensão 138 kV e uma Rede de Distribuição de Alta Tensão de

138 kV com aproximadamente 13,5 km de extensão, a qual fará a conexão com a Linha de

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Transmissão de 138 kV da CEMIG.

FIGURA 2.1: LOCALIZAÇÃO E ACESSO DA UFV AURORA II. FONTE: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2014

3. CANTEIRO DE OBRAS

O Canteiro de obras e mobilização para instalação do empreendimento ocupará uma área de

aproximadamente 40.000 m², dentro da área destinada à implantação da UFV. Será utilizado para

assentamento das construções temporárias, estocagem e montagem dos equipamentos

necessários à execução dos serviços, inclusive da construção de escritórios e demais instalações

de apoio à obra.

O canteiro de obras contará, ainda, com as seguintes unidades de apoio: guarita, escritório com

estacionamento de veículos, almoxarifado, galpão para montagens, refeitório e banheiros para

operários. Será instalada uma guarita, na estrada de acesso à usina, que fará o controle de

entrada e saída de veículos e pessoal, bem como auxiliará na segurança interna.

Para a implantação do empreendimento será necessário contratar mão-de-obra de trabalhadores

da construção civil, técnicos especializados em montagem, operadores elétricos e de maquinário

em geral. Durante as obras serão necessários aproximadamente 100 trabalhadores, podendo

chegar a 150 no pico das obras. Todas unidades do canteiro de obras será dimensionada para

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atender ao máximo de mão de obra previsto.

Considerando-se a proximidade da área do empreendimento à sede do município de Jaíba, não

deve haver necessidade de alojamento de trabalhadores na área do empreendimento, não sendo

preciso construir estruturas provisórias de habitação e outros equipamentos correlacionados. Será

priorizada a mão de obra local.

Os resíduos sólidos importantes a serem gerados, concentram-se na fase de implantação da

usina fotovoltaica. No início da implantação serão gerados resíduos advindos de atividades

relacionadas à limpeza do terreno e remoção das estruturas existentes, sendo estes, constituídos

de solos e matéria orgânica.

Durante as obras os resíduos sólidos mais comumente gerados são correspondentes aos

resíduos domésticos gerados nos refeitórios, sanitários e escritórios; resíduos inertes associados

às atividades relativas às obras civis além dos que serão gerados nos ambulatórios dos canteiros

de obras.

Ressalta-se que haverá um programa específico de coleta seletiva, sendo os resíduos passíveis

de reciclagem devidamente separados e acondicionados. O material restante será disposto em

local adequado. Os resíduos domésticos, por sua vez, serão, predominantemente, restos de

alimentos, embalagens, papéis e plásticos que não deverão, em sua maioria, ser reaproveitados.

Quando das obras civis e montagens, os resíduos serão constituídos principalmente de concreto,

tijolos, metais (ferro, aço, fiação), madeira, revestimentos, embalagens e solos. Estes resíduos

serão temporariamente estocados em uma área específica dentro do canteiro de obras, sendo

separados e destinados para a reciclagem em associações ou empresas que serão identificadas

na região. Ressalta-se que todo o transporte e destinação de toda a carga de resíduos deverá ser

realizada por empresas com regularização ambiental.

Os resíduos perigosos como óleos, graxas, combustíveis, embalagens de materiais perigosos,

serão gerados nas atividades das obras civis e na manutenção de veículos e equipamentos. Estes

resíduos serão armazenados em cofres de carga identificados e armazenados temporariamente

no canteiro de obras, em local especialmente destinado a estes resíduos, de acordo com as

normas específicas sobre resíduos sólidos perigosos. A disposição ou tratamento final deverá ser

realizado por empresas credenciadas e devidamente licenciadas.

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Devido às características topográficas locais favoráveis, serão executados os movimentos de terra

mínimos necessários, como limpeza do terreno e poucos cortes e aterros balanceados, de modo a

evitar processos erosivos no local.

Durante as obras e na operação, o destino final do esgoto exclusivamente doméstico, que é de

baixo volume, será processado por sistema composto por fossa séptica, filtro anaeróbio e

sumidouro, que será implantado concomitantemente ao canteiro de obras.

4. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

- DEFINIÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DA UFV AURORA II.

A escolha do local para implantação do empreendimento foi feita em função dos seguintes

aspectos:

✓ Primeira etapa: realizada em maior escala, consistiu em uma escolha “regional”, entre áreas

disponíveis em diferentes municípios do estado de MG;

✓ Segunda etapa: realizada com maior detalhamento, consistiu em localizar, dentro da área

previamente selecionada, o melhor local para a implantação da UFV, com objetivos de causar

o menor impacto possível sobre o meio ambiente e obter agilidade nos processos de

licenciamento e implantação do empreendimento.

O estudo realizado buscou dar resposta ao desafio de escolha da melhor localização para o

projeto, tendo duas áreas previamente definidas. Empregando a metodologia largamente utilizada

para determinação de procedimentos favoráveis para instalação de centrais elétricas solares,

utilizada e recomendada pela CEMIG, como consta no Atlas Solarimetrico de Minas Gerais (2012)

foram consideradas as principais vantagens de cada local, frente aos seguintes fatores:

Geologia, topografia e hidrogeologia (e suprimento de água);

Uso e ocupação do solo;

Disponibilidade de área;

Recurso solar;

Conexao com a rede elétrica.

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Assim, realizando extensa pesquisa com todos os indicadores supracitados, o estado de Minas

Gerais foi escolhido, mais especificamente a região Norte, pela infraestrutura e disponibilidade de

grandes extensões de terra. Na busca por locais para implantação do projeto, previamente duas

áreas foram selecionadas e oferecidas ao empreendedor, uma em Jaíba e outra no município de

São Romão.

Através da análise dos indicadores e suas relações perante cada alternativa foi elaborada uma

matriz de indicadores – MI, para orientar na tomada de decisão para escolha da área que irá

abrigar a usina fotovoltáica. Abaixo segue tabela da matriz de decisão e figuras com alguns

indicadores da matriz.

FIGURA 4.1: MATRIZ DE INDICADORES. FONTE: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2014

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FIGURA 4.2: RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL EM MINAS GERAIS E LOCALIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS JAÍBA E SÃO

ROMÃO. FONTE: CEMIG.

FIGURA 4.3: ASPECTO DA VEGETAÇÃO EM SÃO ROMÃO E JAÍBA RESPECTIVAMENTE. FONTE: MYR

PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2016.

Quanto ao indicador “conexão com a rede elétrica”, a área de Jaíba demonstrou possuir melhor

posicionamento em relação à LT de 138 kV da CEMIG, distante 10 km de seu limite em linha reta.

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O acesso às sedes municipais, para apoio logístico e infraestrutura, a área em São Romão

encontra-se à 12 km, enquanto a área em Jaíba dista cerca de 16 km da sede municipal, ambas

por via não pavimentada.

Assim, área escolhida para implantação do empreendimento, após as análises de viabilidade, foi a

de Jaíba. Mais especificamente, na Agropecuária Varzelândia S/A. que compõe áreas de

matrículas próprias e de matrículas do comodato com a Construtora CAPARAÓ (empresa do

mesmo grupo).

Para locação da ADA na propriedade foi produzido o Mapa de Exclusões (Figura 4.4), no qual

dividiu as áreas a serem preservadas (reserva legal, cavidades e suas áreas de armotecimento,

vegetações nativas) e área utilizáveis.

FIGURA 4.4: MAPA DE EXCLUSÕES

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- DEFINIÇÃO DO TRAÇADO DA LINHA DE DISTRIBUIÇÃO (LD).

A área pretendida para implantação do projeto está a uma distância aproximada de 10 km em

linha reta do local de interseção com a LD existente de 138 kV.

De acordo com os estudos prévios e consulta realizada na CEMIG, a mesma orientou, através de

documentação nos autos do processo, que seja realizada conexão em 138 kV via SE Integração –

Seccionando a LD Manga 3 – Manga 5 e construção de 13 Km.

De uma maneira geral, pode-se considerar que o melhor traçado possui menor extensão e

deflexões, evitando-se as áreas com restrições. Assim sendo, para estabelecimento do traçado

preliminar das LTs, foi dada ênfase nas seguintes condicionantes:

✓ Menor intervenção em áreas com desenvolvimento de atividades agrícolas;

✓ Menor intervenção em vegetação de porte arbóreo;

✓ Ausência de APP;

✓ Escolha de locais planos;

✓ Interferência em aglomerados urbanos/rurais

✓ Ausência de sítios arqueológicos cadastrados e ocorrência de cavidades;

✓ Ausência de bens federais tombados;

✓ Boas condições de acesso;

✓ Menor caminho a percorrer e;

✓ Proximidade de estradas.

De forma bastante semelhante ao método aplicado para a escolha da área feito para a UFV,

foram escolhidos previamente três traçados.

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FIGURA 4.5: ALTERNATIVAS DE TRAÇADOS. FONTE: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2017.

Assim, foram elencados os indicadores (Figura 4.6) e sua relação frente às alternativas

apresentadas.

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FIGURA 4.6: MATRIZ DE INDICADORES PARA AS LD. FONTE: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2016.

Como pode ser percebido pela matriz, a alternativa 3 foi classificada como menos viável, uma vez

que importantes aspectos crucias foram piores em relação aos demais. As alternativas 1 e 2, por

sua vez, apesentaram-se como mais viáveis, com ligeira vantagem para a alternativa 2.

Porém, um quesito muito importante e que impacta diretamente na tomada dessa decisão, deve

ser considerado: o menor caminho a percorrer. Enquanto a alternativa 2 percorre 13,3 km a

alternativa 1 percorre 18,3 km. Dessa forma, a alternativa mais viável foi considerada a alternativa

2, uma vez que esse indicador se faz crucial pela economia ambiental e financeira para o projeto.

5. ÁREAS DE INFLUÊNCIA

Considerando os estudos realizados em 2014 para o licenciamento ambiental do empreendimento

Fazenda Agropecuária Varzelândia e dados primários coletados em campo, foram definidas as

áreas de influência para este empreendimento. Para definir tais áreas, em função dos meios de

estudo (socioeconômico, físico e biótico), foram considerados aspectos importantes, tais como, a

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presença humana na região e usos da terra, o grau de degradação ambiental já provocado pela

atividade agropecuária na área, os remanescentes ambientais de relevância e o baixo impacto

causado por uma usina fotovoltaica deste porte.

Nesse sentido, os meios físico e biótico apresentaram áreas de influência de extensão menor,

comparando-se com o meio socioeconômico.

MEIO SÓCIOECONÔMICO

- Área de Influência Indireta (AII): A AII, para fins de diagnóstico e identificação de impactos

sobre o meio antrópico de empreendimentos, deve considerar os territórios que sofrem

interferências indiretas.

Nesse sentido, foi definido como sendo AII para o meio socioeconômico a totalidade do território

do município de Jaíba, em Minas Gerais.

- Área de Influência Direta (AID): A AID considera as localidades que, ainda que não afetadas

diretamente por meio de desapropriação ou mudança de regime jurídico de uso e ocupação, são

influenciadas diretamente pelo empreendimento proposto.

Com base nas informações disponibilizadas pelo empreendedor a respeito das características do

empreendimento proposto e as atividades de campo da equipe responsável pela elaboração

desse diagnóstico, uma vez identificado o seu potencial poluidor, foi definido como AID o conjunto

de propriedades que fazem divisa com a propriedade Agropema, localidade onde se pretende

instalar e operar o empreendimento.

- Área Diretamente Afetada (ADA): A Área Diretamente Afetada (ADA) é definida comumente

como sendo o conjunto de propriedades que sofrerão diretamente com as intervenções de

implantação, operação e encerramento da atividade do empreendimento proposto, considerando

as alterações físicas, biológicas e socioeconômicas. Nesse sentido, os estudos consideram como

ADA as áreas que deverão ser desapropriadas ou terão seu regime jurídico de uso e ocupação

alterados.

Segundo as informações disponibilizadas pelo empreendedor e confirmadas em atividade de

campo, toda a área destinada à instalação e operação do empreendimento é de propriedade do

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empreendedor, não sendo necessárias ações de desapropriação ou alteração do regime jurídico

de uso e ocupação. Por esse motivo, foi definida como ADA a totalidade do território da

propriedade rural chamada Agropema.

FIGURA 5.1: AID E ADA DO MEIO SOCIOECONOMICO . FONTE: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2016.

MEIO FÍSICO

- Área Diretamente Afetada (ADA): Foi identificada como a área do empreendimento onde

ocorrerão intervenções em decorrência das estruturas necessárias à instalação do

empreendimento proposto, ou seja, áreas cuja incidência dos impactos da implantação e

operação do empreendimento ocorre de forma direta sobre os recursos ambientais, modificando a

sua qualidade ou diminuindo seu potencial de conservação ou aproveitamento.

- Área de Influência Direta (AID): Compreende como AID a área da ADA acrescida do seu

entorno imediato. Uma vez que não há recursos hídricos na ADA ou em seu entorno, o conceito

de utilização de bacia hidrográfica como unidade de estudo pelo impacto direto ou indireto da

usina fotovoltaica tem sua maior importância substituída por outro componente geográfico de alta

relevância, que ocorre na região: as feições cársticas. Desta forma, considera-se a área sujeita

aos reflexos dos impactos diretos decorrentes de sua implantação, operação e quando for o caso,

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da sua desativação uma faixa marginal (buffer) de 250 m no entorno da ADA, levando em conta,

também, a IS 8/2017 – SEMAD.

FIGURA 5.2: AID e ADA DO MEIO FÍSICO. FONTE: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2016

- MEIO BIÓTICO

Como o novo emprego do uso do solo não irá gerar alterações significantes, e a princípio utilizará

área menor que do estudo pretérito, a ADA e AID foram definidas de acordo com o apresentado

na Figura 5.3, a seguir.

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FIGURA 5.3: AID e ADA DO MEIO BIÓTICO. FONTE: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2016

6. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

A fim de subsidiar a avaliação dos potenciais impactos ambientais da implantação e operação do

empreendimento, apresenta-se uma caracterização ambiental que contemplou os aspectos

físicos, bióticos e socioeconômicos, a partir do levantamento de dados, informações secundárias e

de trabalhos de campo apresentados no RCA pelo empreendedor.

- MEIO BIÓTICO

Fauna

No local onde será implantando o complexo solar fotovoltaico Jaíba, de acordo com o mapa de

vulnerabilidade do ZEE, trata-se de uma região classificada como muito alta a integridade da

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fauna. O local de inserção do empreendimento é parte integrante da Fazenda Agropeva,

empreendimento que também encontra-se sob processo de licenciamento ambiental com Estudo

de Impacto Ambiental executado e instruído para esta área. Por este motivo, as pesquisas bem

como a análise dos dados do EIA (Licença de Operação Corretiva da Fazenda Agropeva),

conduzido no ano de 2014, 2015 e início de 2016 foi utilizado na composição das informações do

PCA apresentado pela Aurora.

Além dos dados primários dos grupos da fauna (herpetofauna, ornitofauna e mastofauna) que

foram obtidos através do EIA conduzido no ano supracitado, foi realizado também, de maneira

complementar, uma campanha no ano de 2017 vistoriando todas as áreas percorridas durante o

primeiro estudo com o intuito de observar se as condições ambientais e ecológicas se mantiveram

as mesmas. De acordo com os estudos apresentados, as áreas amostradas nos estudos da

Agropeva durante a 1ª e 2ª campanhas, bem como as reservas legais e APP’s, se mantiveram

com integridade semelhante as condições dos estudos pretéritos, indicando que os resultados

obtidos ainda são válidos para o atual estudo, uma vez que o mesmo foi conduzido recentemente

(ano de 2014). A Figura 6.1 demonstra os pontos percorridos durante as três campanhas, além

dos caminhamentos conduzidos na área de estudo.

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FIGURA 6.1: PONTOS AMOSTRAIS DOS GRUPOS DA HERPETOFAUNA, ORNITOFAUNA E MASTOFAUNA,

ALÉM DOS CAMINHAMENTOS PERCORRIDOS DURANTE A 3ª CAMPANHA. FONTE: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2017.

A equipe multidisciplinar da SUPRAM NM, ao analisar o estudo de fauna apresentado, solicitou

que fosse incluindo no levantamento de fauna a mastofauna alada e mamíferos de pequeno porte

bem como a entomofauna. A complementação foi devidamente atendida e o conteúdo dos

estudos analisados obtendo as seguintes conclusões:

As espécies registradas nas campanhas de levantamento da herpetofauna, tanto de répteis (8

espécies) quanto de anfíbios (20 espécies), são consideradas espécies de ampla distribuição

geográfica. Apesar de não encontrar situações de endemismo e espécies raras, a permanência da

herpetofauna nos hábitats monitorados indica, mesmo diante da forte ação antrópica, capacidade

de manutenção de uma comunidade de indivíduos altamente sensíveis a variações de hábitats.

Nenhuma espécie de anfíbio e réptil registrada na área de influência da fazenda Agropeva se

encontra oficialmente ameaçada de extinção, segundo a Lista Vermelha das Espécies da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção (MMA, 2014), e a revisão do Livro Vermelho das Espécies da

Fauna Ameaçada de Extinção de Minas Gerais (COPAM, 2010). É preciso que se mantenham as

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campanhas de monitoramento deste grupo para que seja possível acompanhar qualquer variação

nessas comunidades ao longo do tempo.

Foram registradas 73 espécies de aves, distribuídas em 33 famílias. Dentro da composição da

avifauna inventariada não foram encontradas espécies endêmicas aos biomas do cerrado ou da

caatinga. Apesar disso, é importante considerar que Paroaria dominicana (cardeal-do- nordeste) é

considerado endêmico da caatinga por Stotz et al. (1996), porém a espécie é amplamente

registrada em regiões de cerrado, não conferindo a endemicidade da espécie à caatinga. Apenas

uma espécie é considerada Quase Ameaçada mundialmente, segundo a IUCN (2015); Primolius

maracana (maracanã-verdadeiro).

Durante a 3ª campanha, todos os pontos amostrais foram novamente vistoriados e foi observado

que os mesmos se mantiveram sem nenhuma alteração em relação as campanhas de coleta de

dados primários. Assim, pode-se inferir que as 73 espécies registradas têm condições de

continuarem ocupando tais áreas. Da mesma forma, durante a última campanha, as áreas de

reserva legal e APP também foram vistoriadas, concluindo-se que elas apresentam boas

condições de preservação, propiciando a uso de muitas espécies de aves. Considerando os

dados desse levantamento e tendo em vista que o empreendimento em questão se encontra

inserido a mais de 40 anos na região pode-se dizer que a área de estudo apresenta considerável

riqueza de mamíferos.

Foram registrados 17.019 indivíduos pertencentes à Classe Insecta pelos métodos de busca ativa

(rede entomológica, procura ativa por ninhos, registro fotográfico e visualização), armadilha de

queda (pitfall), armadilha aromática para Euglossina, e Van Someren-Rydon.

Foram amostradas dez ordens da classe Insecta na área estudada, sendo que atualmente

existem descritas aproximadamente 30 ordens desta classe no mundo (Gillott, 2005). As ordens

amostradas foram Blattodea (baratas), Coleoptera (besouros), Diptera (moscas mosquitos),

Hemiptera (cigarras, percevejos), Hymenoptera (formigas, abelhas, vespas), Isoptera (cupins),

Lepidoptera (borboletas), Mantodea (louva-a-deuses), Odonata (libélulas), Orthoptera (grilos,

gafanhotos). De acordo com a lista oficial de espécies da Fauna Brasileira ameaçada de extinção,

48 espécies de borboletas estão ameaçadas no Brasil (MMA 2014). Porém, no presente

levantamento de espécies da Fazenda AGROPEVA, nenhuma das espécies ameaçada foi

encontrada.

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Durante os estudos de campo foram identificados indivíduos de potencial risco epidemiológico

como o mosquito Aedes albopictus (SKUSE, 1985) (Diptera, Culicidae), a espécie tem sido

registrada em todo o país como sendo vetor da Dengue. Dentre as espécies potencialmente

invasoras destacam-se àquelas da ordens Hemiptera (Cigarrinhas – praga sugadora) e

Lepidoptera (lagartas desfolhadoras em geral) Família. Noctuidae (Helicoverpa armigera),

Coleoptera (besouros – pragas da parte aérea), e também em relação ao aparecimento de

populações resistentes aos inseticidas, como é o caso da Helicoverpa armigera. Para tanto, foi

informado que a Agropeva faz uso de técnicas de controle biológico através do fungo Metarhizium

anisopliae para os insetos-praga.

Dentre as 37 espécies da mastofauna de médio e grande porte diagnosticadas nos estudos de

levantamento de fauna, 8 encontram-se atualmente categorizada como em perigo em âmbito

estadual, nacional ou global a saber: (Pecaris tajacu, Lycalopex vetulus, Kerondon rupestres,

Leopardus pardalis, Leopardus tigrinus, Puma concolor, Chrysocyon brachyurus, Lontra

longicaudis e Kerodon rupestris. Para a mastofauna voadora houve um registro total de 13

espécies treze espécies de morcegos, distribuídas em três famílias, Phyllostomidae,

Vespertilionidae e Molossidae. Nenhuma das espécies de morcegos identificadas encontram-se

sob risco de extinção no entanto.

Segundo o empreendedor não existem na ADA fragmentos de vegetação expressivos passíveis

de proporcionar nichos com capacidade suporte para a ocorrência direta dos mamíferos de

grande porte ameaçados de extinção descritos neste estudo. Além disso, a própria natureza da

atividade a ser desenvolvida no local é caracterizada como de baixo impacto ambiental e que

portanto a instalação/operação não acarretará em impacto sobre a fauna ameaçada. Ainda assim,

para fins de assegurar o correto manejo da fauna local, será solicitado ao empreendedor a

realização de campanhas de monitoramento da fauna durante a instalação do empreendimento.

Durante os estudos de levantamento não foram utilizados métodos que permitissem inventariar

adequadamente os mamíferos de pequeno porte. A utilização do armadilhamento fotográfico, por

exemplo, até permite a captura oportunista deste grupo de mamíferos, mas diante das

características de forrageio existem outros métodos que poderão apresentar melhores resultados.

Os pequenos mamíferos, grupo composto em sua maioria por marsupiais e roedores, é um grupo

bastante diversificado e que possui grande dificuldade de classificação taxonômica e deste modo

distinção entre novas espécies. Sobre o ponto de vista ecológico, o grupo exerce, por exemplo,

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influência na dinâmica das florestas neotropicais ao promover a predação de sementes e plântulas

e da dispersão de sementes e fungos micorrízicos.

A implementação de um programa de monitoramento de fauna irá possibilitar inferir novas

decisões acerca da conservação das espécies presentes na área do empreendimento em especial

para as espécies ameaçadas de extinção e os mamíferos de pequeno porte. Ressalta-se que a

ecologia de populações é uma ciência que demanda decisões práticas e que para isso se faz

necessário a experimentação “in locu”. Neste sentido, é sugerido também neste parecer o

estabelecimento de parcerias entre instituições científicas e empreendedores para que decisões

de manejo sejam estabelecidas. Essa situação se perfaz principalmente quando se faz referência

a espécies ameaçadas de extinção tal como as identificadas neste empreendimento.

Durante a fase de implantação do empreendimento, entre as atividades previstas, será necessária

a remoção de vegetação, decapeamento do solo, movimentação de terra, acesso de maquinários,

dentre outras ações. Portanto, para realização destas ações é necessário a apresentação de um

Programa de resgate de fauna que deverá ser apresentado convenientemente na formalização do

processo que pleiteia a Licença de Instalação para que possa ser devidamente avaliado pelo

órgão ambiental antes da execução das ações supracitadas.

Flora

A Área Diretamente Afetada pelo empreendimento está inserida dentro das delimitações do Bioma

Cerrado conforme mapa de localização de biomas do IBGE, aplicação da Lei 11.428 de 2006.

Entretanto, a fitofisionomia da vegetação presente na área é caracterizada predominantemente

pela ocorrência de Floresta Estacional Decidual (Mata Seca).

O local onde se pretende instalar o usina fotovoltaica é caracterizada pela presença de pastagem

com árvores isoladas. Para caracterização da área do empreendimento foi realizado um senso

florestal onde foram mensurados e identificados todos os indivíduos conforme mapa que segue.

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FIGURA 6.2: LOCALIZAÇÃO DAS ÁRVORES PRESENTES NA ÁREA

A espécie de maior incidência na área foi a Myracrodruon urundeuva (Aroeira) com 11 individuos

identificados, seguidos por Platycyamus regnelii (Pau Pereira ou Folha de Bolo), Syagrus

romanzoffiana (Jerivá) Ficus gomelleira (Gameleira Branca). O empreendedor informa que não

haverá supressão desses exemplares e será delimitado um raio de 20 metros no entorno de cada

indivíduo, evitando-se quaisquer impactos sobre as mesmas e evitando, ainda, o sombreamento

sobre as placas fotovoltaicas.

O traçado da linha de transmissão proposto possui cerca de 13,0 km de extensão e 20 metros de

largura. Este traçado possui parte de sua extenção dentro das delimitações do Bioma Cerrado e

parte dentro do Bioma Mata Atlântica conforme mapa de aplicação Lei 11.428 de 2006.

Conforme estudos apresentados pelo empreendedor esta linha passara por propriedades de

terceiros e em ambientes com forte intervenção antrópica onde há predomínio de pastagems e

plantios comerciais de banana, sorgo e milho. Cerca de 60% deste traçado é paraleo a estradas

vicinais já estabelecidas além de relatar a presença de fraguimentos florestais e árvores isoladas

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durante este traçado.

- MEIO FÍSICO

O presente diagnóstico ambiental consiste na análise das conformidades temáticas do meio físico,

de forma a identificar, detalhar e avaliar as medidas preventivas, minimizadoras e corretivas de

proteção ambiental dos meios impactados pela operação do empreendimento.

Os procedimentos adotados para os estudos e levantamentos temáticos relativos ao meio físico

foram desenvolvidos a partir de atividades em escritório e no campo, segundo as particularidades

de cada tema.

Clima regional

Na classificação proposta por Nimer (1989) o clima da região de Jaíba é do tipo semiárido brando

ou de transição, caracterizando-se principalmente pela ocorrência de seis meses secos. No Norte

de minas acontece o encontro de quatro sistemas atmosféricos oriundos das massas de ar mEc,

mTa, mEa, mPa. Na classificação de Kopen a região se localiza no clima Aw - Clima tropical, com

inverno seco. Apresenta estação chuvosa no verão, de novembro a abril, e nítida estação seca no

inverno, de maio a outubro (julho é o mês mais seco). A temperatura média do mês mais frio é

superior a 18ºC. As precipitações são superiores a 750 mm anuais, atingindo 1800 mm.

Precipitação e temperatura

Para análise de temperatura e precipitação foram utilizadas as estações climatológicas localizadas

nas cidades de Januária/MG, Janaúba/MG e Mocambinho/MG.

A estação localizada em Januária apresentou os maiores valores médios de precipitação nos

meses de novembro, dezembro (acima de 150 mm) e janeiro, fevereiro e março (entre 100 e 150

mm). A precipitação máxima registrada foi de 191,8 mm em dezembro e a mínima de 0,2 mm em

junho e julho. As temperaturas variaram de 21,9ºC (mínima registrada em julho) e 27,1 ºC

registrada para o mês de outubro. Essas médias pluviométricas baixas, associadas com altas

temperaturas, caracterizam o clima semiárido. As estações localizadas em Janaúba e

Mocambinho apresentaram comportamentos climáticos sazonais semelhantes à estação de

Januária.

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A massa de ar tropical marítima que atua entre o Brasil e a África é o principal fator climático que

inibe a formação de nuvens e, consequentemente, a ocorrência de chuvas nas regiões Norte e

Nordeste de Minas Gerais, caracterizadas por um clima semiárido, com precipitações anuais entre

600 e 800 mm e altitudes entre 400 e 600 m.

Incidência Solar

Os maiores índices de radiação são observados numa pequena região do Noroeste de Minas

Gerais, ao norte de Januária. A distribuição da radiação solar global diária média anual em Minas

Gerais varia entre 4,5 e 6,5 kWh/m²/dia. Os valores máximos ocorrem na região Norte de Minas

Gerais e os mínimos na região Sudeste, onde se encontram as áreas de maior altitude (Serra do

Caparaó e Mantiqueira) e o regime pluviométrico é mais intenso, com totais anuais de precipitação

superiores aos 1.400 mm. Valores menores, mas ainda assim expressivos, entre 6,0 e 7,0

kWh/m²/dia, ocorrem numa vasta área localizada acima da altitude de 18º (metade superior do

estado). A seguir estão apresentados os dados de radiação solar para os municípios de

Januária/MG e Janaúba/MG (Reis & Tiba, 2016).

As condições climáticas apresentadas para as áreas de influência deste empreendimento

demostram condições favoráveis a instalação da UFV Jaíba/MG. O principal parâmetro que

justifica esse favorecimento diz respeito ao potencial de geração de energia através da radiação

solar. A região onde se instalará a usina apresenta o maior potencial registrado para o estado de

Minas Gerais.

Outro fator climático apontado neste relatório que favorece o empreendimento diz respeito a baixa

pluviosidade que facilita assim, o processo construtivo da usina e colabora para diminuir o

potencial erosivo do terreno.

Geologia regional

A região estudada se encontra inserida na bacia do rio São Francisco, correspondente a uma

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bacia intracratônica que recobre o embasamento do Cráton São Francisco (CSF), localizado no

planalto central brasileiro. Esse foi delimitado por Almeida (1977, 1981) como uma porção da

crosta pouco afetada pelo Ciclo Orogenético Brasiliano (700-450 Ma). Alguns desses limites

correspondem a acidentes tectônicos, mais especificamente, a faixas móveis, as quais são

regiões dobradas, intensamente deformadas.

Caracterização geológica da AID e ADA

A AID do empreendimento, apresentou 1 litotipo, sendo que a cobertura superficial laterítica

ferruginosa prevalece em toda a área da AID e ADA. São coberturas Detrítico-Lateríticas que se

desenvolveram sobre todas as unidades geológicas pré-cambrianas. Constituem solos areno-

argilosos avermelhados, semiconsolidados, mal classificados, com espessuras superiores a 10

metros, que se apresentam parcialmente laterizados. Esses terrenos são identificados por

superfícies aplainados e pene-planizadas, que formam as extensas chapadas e chapadões. Já os

afloramentos típicos de calcários calcitico e dolomiticos são em lajedo, em dolinas e em vales

cársticos, com pequena extensão vertical.

FIGURA 6.3: CARACTERIZAÇÃO LITOLÓGICA. FONTE: MYR PROJETOS, 2017.

Do ponto de vista geológico a área escolhida para inserção deste empreendimento se encontra

sobre a classe dos sedimentos clásticos e lateríticos ferruginosos, ou seja, não há presença de

afloramentos devido, principalmente, pelo ambiente ser favorável aos processos de intemperismo

favorecendo assim, a formação de um espesso manto laterítico sobre a superfície favorecendo

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assim a instalação da usina. Deve-se, no entanto, ressaltar o potencial espeleológico associado

ao Grupo Bambuí.

Caracterização Geomorfológica

De maneira geral a AID desse empreendimento se encontra localizada em uma região

relativamente plana com declividade variando de plana (0-3%) a suavemente ondulada (3-8%)

(Mapa 19). A altimetria da AID varia de 470 a 750 m sendo que grande parte da área onde será

implantado a UFV se encontra em altitude que varia de 480 a 540 m.

FIGURA 6.4: ASPECTOS DO RELEVO LOCAL (PLANO - 0 A 3% DE DECLIVIDADE). FONTE: MYR PROJETOS

SUSTENTÁVEIS, 2017.

Potencial Erosivo

O desenvolvimento dos processos erosivos é geralmente atribuído a mudanças ambientais

induzidas pelas atividades humanas. Sulcos, ravinas e voçorocas presentes no terreno onde será

instalado a UFV Jaíba estão associados ao uso do solo, ao substrato geológico, ao tipo de solo,

ao relevo (declividade) e às características climáticas e hidrológicas.

De maneira geral a ADA apresenta baixa propensão ao desencadeamento de processos erosivos.

Isso se dá, principalmente pelas características físicas do terreno. O regime pluviométrico é baixo

e caracterizado pelo déficit hídrico, o solo na ADA é predominantemente ocupado por pastagem e

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apresenta uma baixa declividade (0-3%), características de um relevo plano. Outra característica

física do terreno diz respeito a porosidade. Tanto o solo, com propriedades arenosas quanto a

geologia cárstica conferem uma macroporosidade ao terreno favorecendo a infiltração da água em

detrimento do escoamento superficial. Em outras palavras a água não escorre.

Caracterização espeleológica regional

Toda a área diretamente afetada (ADA) possui um solo espesso de latossolo, em litologia do tipo

depósitos detríticos quaternários provavelmente de origem coluvio-eluvionares. Sotoposto existe

uma área cárstica, litologia do tipo calcária do Grupo Bambuí com ocorrência de rochas favoráveis

à formação de cavernas e dolinas. Foi observado um relevo cárstico coberto, onde todo maciço

calcário está recoberto de material inconsolidado.

Os calcários afloram apenas em pequenos lajedos, no entorno dos 250 metros da ADA. Nesses

afloramentos foram observadas reentrâncias e possíveis cavidades.

Foi observada a presença de maciços calcários e indícios de cavidades no entorno de 250 metros

da ADA, que não constavam nos estudo.

Houve uma retificação da área do empreendimento, (Protocolo R0302679/2017) dessa forma,

todos os afloramentos rochosos foram retirados dessa nova ADA acrescido de um entorno de 250

metros.

Com a exclusão dos maciços calcários da planta do empreendimento, a prospecção foi validada

no restante da área, que possui solo espesso e não houve constatação de cavidades ou indícios

para sua ocorrência.

De acordo com os estudos apresentados, onde irá ocorrer à instalação da linha de transmissão,

não existem afloramentos ou indícios de presença de cavidades naturais subterrâneas. Em

fiscalização realizada pela SUPRAM NM, foi percorrido um pequeno trecho dessa linha de

transmissão, e não foi observado indícios para a presença de cavidades.

Sendo assim, do ponto de vista espeleológico, o empreendimento não possui restrições para sua

instalação e operação.

Pedologia da AID e ADA

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Regionalmente, as principais ocorrências pedológicas são: argissolos, cambissolos e latossolos

(em maior proporção), neossolos flúvicos, neossolos litólicos, nitossolos, espodossolos, gleissolos,

luvissolos, neossolo quartzênico e planossolos.

No entanto esse relatório deu ênfase na AID do empreendimento onde são encontrados o

Latossolo Vermelho Escuro (Álico e Eutrófico), Cambissolo Eutrófico e solo aluviais.

A principal classe pedológica encontrada é dos latossolos vermelho escuro. Geralmente apresenta

cores vermelhas acentuadas, devido aos teores mais altos dos óxidos de ferro presentes no

material originário em ambientes bem drenados, e características de cor, textura e estrutura

uniformes em profundidade e caracterizam como muito porosos. Esses solos associados a baixa

declividade e baixa pluviosidade apresentam baixo potencial erosivo.

Recursos Hídricos

O empreendimento UFV está localizado na bacia hidrográfica do rio São Francisco.

Regionalmente a AID, objeto do licenciamento, está inserida nas UPGRH (Unidade de

Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos) SF9 e SF10, denominadas de bacia do rio

Pandeiros/Calindó e rio Verde Grande respectivamente, conforme Deliberação Normativa 08/02

do CERH.

No entorno da ADA desse empreendimento, há o córrego Escuro que tem a característica de ser

totalmente subterrâneo. Ressalta-se que a água utilizada para abastecimento da Fazenda

Agropema, local onde sera inserido o emopreendimento Aurora II, vem de lençol subterrâneo e é

extraída através de poços subterrâneos.

Avaliação De Ruídos

Foi realizado avaliação do nível de ruído ambiente atual, que servirá com background para o

licenciamento da Usina Foto Voltaica de Jaíba/MG. As avaliações (diurnas e noturnas) ocorreram

em uma campanha, nos dias 10, 11 e 12 de abril de 2017.

Para as medições de ruídos foram escolhidos 7 pontos no entorno próximo à ADA, ou seja, no

entorno da Fazenda Agropema. O critério adotado para escolha dos pontos foi a proximidade de

sítios e fazenda com a ADA, onde haverá a maior incidência de ruídos. A seguir é apresentada a

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localização dos pontos.

FIGURA 6.5: LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DE RUÍDOS. FONTE: MYR PROJETOS

SUSTENTÁVEIS, 2017.

Os resultados foram comparados com a legislação vigente (NBR 10.151/2003) e apresentados

graficamente. Verificou-se que os pontos R-02 e R-03 no período diurno se apresentaram acima

do permitido, possivelmente pela influência de animais (por exemplo cachorro latindo na hora da

medição). Os outros pontos, conforme o esperado, ficaram abaixo na norma. Já os pontos

noturnos somente o R-04 ficou abaixo na norma. Novamente a explicação para tal fato se dá,

provavelmente, pela influência animal na hora da medição.

- MEIO SOCIOECONÔMICO

O município de Jaíba está localizado no estado de Minas Gerais, pertencente à mesorregião do

norte de Minas, microrregião de Janaúba/MG.

De acordo com os estudos, não foram encontradas comunidades tradicionais na área em análise,

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ou em seu entorno imediato. Considera-se importante ressaltar que a terra quilombola Gorutuba,

possui parte de seu território junto ao limite leste do município de Jaíba, porém, está localizada a

mais de 50 km em linha reta a partir da ADA e não sofrerá quaisquer impactos negativos, diretos

ou indiretos, causados pelo empreendimento.

Características da população

De acordo com os dados do IBGE, Jaíba possuía em 2010 uma população residente de 33.587

pessoas, correspondendo a uma densidade demográfica de 12,8 habitantes por Km². Segundo as

estimativas do IBGE, em 2016 a população de Jaíba atingiu 37.516 habitantes. O crescimento

populacional estimado para 2016 de Jaíba foi superior à média dos municípios da microrregião.

Jaíba, que possuía em 2010 52,5% dos habitantes vivendo em áreas urbanas, apresentou nesse

ano uma taxa de urbanização inferior à Itacarambi (77,9%) e Verdelândia (57,1%), mas superior à

Matias Cardoso (51,5%) e Varzelândia (46,6%). Em relação aos municípios que compõem a

microrregião, Janaúba apresenta a maior taxa de urbanização (90,7%), seguida de Mato Verde

(74,6%), Catuti (58,4%), Espinosa (57,9%), Monte Azul (56,5%), Nova Porteirinha (55,0%) e Jaíba

(52,5%).

Para melhor compreensão do perfil etário da população de Jaíba e dos municípios do contexto

regional, foi apresentados dados que descrevem a população considerando as faixas etárias e o

sexo dos moradores.

Em Jaíba observa-se uma grande concentração de pessoas entre 10 e 29 anos correspondente a

42,9% do total de habitantes, com um pequeno predomínio de mulheres nessas faixas etárias. Já

no total populacional da microrregião de Janaúba, as mesmas faixas etárias correspondem a

38,5%.

Dinâmica econômica

A taxa de atividade econômica é o índice que mensura a relação entre o número de pessoas

economicamente ativas e o número de pessoas em idade ativa num determinado período de

referência.

Em relação aos treze municípios que compõem a microrregião de Janaúba, a taxa de atividade de

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Jaíba em 2010 é superior a todos as demais, com exceção a Nova Porteirinha (62,1%) e Mato

Verde (59,8%). Já a evolução entre 2000 e 2010 da taxa de atividade de Jaíba (5,4%) é pequena,

quando comparada com Espinosa (16,2%), Mato Verde (15,9%), Porteirinha (12,3%) e Riacho dos

Machados (23,7%).

Em 2010, Jaíba apresentou um percentual de pessoas ocupadas com vínculos formais de

trabalho (carteira de trabalho assinada) bastante elevado, da ordem de 30,1%, mas ainda inferior

ao correspondente às pessoas ocupadas na informalidade, ou seja, sem carteira de trabalho, que

foi da ordem de 34,2%. Também se apresentou elevado o percentual de pessoas ocupadas na

categoria “por conta própria” (23,8%). O percentual de pessoas ocupadas em 2010 no setor

público, por sua vez, era muito baixo (4,3%), seguido de 0,6% de empregadores e 7,0% de outras

categorias. Dentre os municípios da microrregião de Janaúba, o percentual de empregados de

Jaíba com carteira assinada é muito significativo, só superado por Janaúba, que apresentou

percentual de 34,3% para esse tipo de ocupação.

A parcela da população que tem renda per capta igual ou superior a dois salários mínimos

representa apenas 4%. Os dados, quando analisados considerando a situação do domicílio,

indicam que a partir da faixa de renda per capta maior que ¼ de salário mínimo, os moradores de

áreas urbanas têm maior participação.

A distribuição da renda aferida pela população economicamente ativa residente em Jaíba

demonstra que uma parcela muito significativa da população se encontrava sem rendimento em

2010 (42,5%), sendo que a parcela que aferia até 1 salário mínimo correspondia a outros 42,9%

da PEA.

A agropecuária, principal setor econômico em Jaíba, apresentou uma retração no Valor Agregado

Bruto – VAB - de 21,1% entre 2011 e 2012, recuperando sua importância na composição do PIB a

partir de 2013, embora tenha apresentado nova retração, de intensidade pequena, entre 2013 e

2014. O setor da indústria apresentou um crescimento anual importante, na ordem de 10,6% entre

2011 e 2012, de 19,8% entre 2012 e 2013 e de 15,6% entre 2013 e 2014. O setor de serviços, por

outro lado, apresentou crescimento muito importante entre 2011 e 2012 (25,8%) e entre 2012 e

2013 (26,0%), mas o mesmo ritmo de crescimento não foi verificado no período seguinte.

Condições de vida

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As condições de vida dos moradores dos municípios que compõem as áreas espaciais de análise

da influência do empreendimento pretendido, além de ser parte integrante do diagnóstico, são

fundamentais para a identificação dos possíveis impactos e da proposição de medidas de

compensação ou mitigação, tanto na fase de instalação quanto de operação do empreendimento.

A infraestrutura instalada em Jaíba para dar suporte às áreas de energia elétrica e saneamento

básico é bastante significativa. No território do município existem subestações da CEMIG, linhas

de transmissão, estação de tratamento de esgoto (ETE) e estação de tratamento de água (ETA).

Apenas em relação à destinação adequada dos resíduos sólidos é que o município ainda ressente

a falta de um aterro sanitário.

Em relação à infraestrutura instalada do setor de energia elétrica, a empresa CEMIG é a

concessionária que atua na região. A subestação SE Manga 3 opera com uma tensão de

operação de 138 kV, e ocupa uma área 1,27 ha, localizada na Via L2, a mesma que dá acesso ao

local onde se pretende instalar o empreendimento.

A infraestrutura de abastecimento de água potável em Jaíba é de responsabilidade da empresa

concessionária COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais). A empresa opera na

localidade uma ETA, estações elevatórias, e toda a rede de distribuição que atende à totalidade

da área urbana consolidada da cidade e algumas localidades rurais. O acesso à rede geral de

abastecimento de água atende quase a totalidade das residências localizadas nas áreas urbanas

(96,8%), enquanto nas áreas rurais esse percentual corresponde a 65,0%.

A COPASA atua também na destinação dos dejetos residenciais e comerciais por meio de uma

rede coletora que abrange grande parte da área urbana consolidada, com uma estação de

elevação e uma estação de tratamento de esgoto, localizada junto à área urbana da sede do

município de Jaíba.

A COPASA é parceira no Projeto Jaíba II no distrito de Mocambinho, da Secretaria de Estado de

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que assumiu os projetos da Rural Minas, quando da sua

extinção em 2016. Nessa localidade a COPASA opera unidades de produção de água, incluindo

180 quilômetros de canais de irrigação, com capacidade para distribuir 15 mil litros de água por

segundo, atendendo a produtores rurais que atuam principalmente na produção de frutas e cana-

de-açúcar.

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Outras ações na ampliação do acesso à água para consumo humano foram identificadas no

município de Jaíba, como o Programa de Convivência com o Semi Árido, que implanta cisternas

para armazenamento de água de chuva em residências da área rural e distribuição de água por

meio de caminhões pipa em localidade atingidas pela estiagem.

A destinação dos resíduos sólidos em Jaíba apresenta diferenças significativas entre os domicílios

localizados em áreas urbanas e rurais. Nas áreas urbanas predomina o sistema de coleta

(80,7%), enquanto na área rural predomina a prática da queima dos resíduos. O procedimento de

descarte não é adequado ambientalmente, mas a prefeitura utiliza trator para sobrepor terra aos

resíduos. Em visita ao local foi possível identificar que pessoas atuam na separação de materiais

recicláveis no local

O setor saúde tem uma contribuição fundamental na compreensão das condições de vida dos

moradores dos municípios. O município de Jaíba possui uma estrutura voltada para a atenção

básica da saúde composta de 12 unidades básicas, sendo 8 localizadas nas áreas urbanas e 4

em áreas rurais. Em 2017, no momento do trabalho de campo, a Secretaria Municipal de Saúde

mantinha 12 equipes do Programa Saúde da Família, e 8 equipes de Saúde Bucal, atingindo uma

cobertura de 60% da população. No entanto, 4 das equipes de PSF estavam incompletas por falta

de profissionais médicos. Segundo a gestora da área, a atração e fixação de médicos é um

grande desafio, agravado por limitações de realização de contratos temporários para servidores

púbicos, em decorrência de um Termo de Ajustamento de Conduta, firmado entre a prefeitura e o

Ministério Público.

O sistema de saúde público do município conta ainda com serviços de oferta de serviços de nível

secundário da saúde, com oferta de apoio diagnóstico por imagem e laboratório de análises

clinicas e consultas ambulatoriais com algumas especialidades médicas.

No nível de média complexidade, o município conta com um hospital municipal com 25 leitos que

atende, além das clínicas médicas, a urgência e emergência e pequenas cirurgias programadas.

O município de Jaíba apresentou um crescimento na expectativa de anos de estudo de sua

população, passando de 7.8 em 2000 para 8,9 anos em 2010. Entre os municípios limítrofes e

aqueles que compõem a microrregião de Janaúba, os que apresentaram em 2010 os melhores

resultados nesse componente são Catuti (10,9 anos), Mamonas e Serranópolis de Minas, ambos

com 10,5 anos. Por outro lado, os municípios de Itacarambi e Mata Verde apresentaram os piores

resultados (8,2 anos). Em Jaíba, a taxa de analfabetismo dos adolescentes caiu de 6,4% em 2000

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para 3,9% em 2010.

7. UTILIZAÇÃO E INTERVENÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS

Próximo ao local que será construito a usina fotovoltaica há um poço artesiano de propriedade da

fazenda Agropema, cuja água é utilizada para os fins agropecuários da fazenda e que poderá ser

utilizada pela UFV Aurora II. O empreendedor também informou que a água poderá ser fornecida

pela concessionária local através de caminhões-pipa, já que o consumo de água para este tipo de

atividade é bastante limitado. No caso de o empreendedor optar pelo uso do poço tubular, o

mesmo deverá estar regularizado.

8. AUTORIZAÇÃO PARA INTERVENÇÃO AMBIENTAL (AIA)

Conforme estudos apresentados a Área Diretamente Afetada ADA do empreendimento – Usina

Fotovoltaica - é recoberta por pastagens, com presença de algumas árvores isoladas que não

serão suprimidas. Tambem não haverá supressão de maciço florestal nesta área.

As árvores remanescentes terão sua permanência garantida, juntamente com uma faixa marginal

de proteção em seu entorno de 20 metros, como pode ser visto no detalhe da Figura 8.1, que

mostra o afastamento das placas fotovoltaicas, evitando danos e impactos diretos aos indivíduos

arbóreos.

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FIGURA 8.1: AFASTAMENTO DAS PLACAS PARA GARANTIR ÁREA PERMEÁVEL LIVRE PARA AS ÁRVORES QUE

IRÃO PERMANECER. FONTE: MYR PROJETOS SUSTENTÁVEIS, 2017.

A área proposta para implantação da linha de transmissão e sua faixa de servidão, durante seu

traçado, perpassa áreas de terceiros com diferentes formas de uso e ocupação do solo. Contudo,

em fiscalização realizada pela equipe SUPRAM NM, foi observado presença de fraguimentos de

vegetação nativa e incidência de árvores isoladas no trajeto da LT, o que acarretará em processo

de supressão de vegetação nativa e corte de árvores isoladas, assim como medidas

compensatórias, se for o caso. Na fase subsequente a este licenciamento.

9. RESERVA LEGAL

Nos termos do art. 25, §2°, inciso II da lei estadual n° 20.9222, de 16/10/2013:

“§ 2º Não estão sujeitos à constituição de Reserva Legal:

II - as áreas adquiridas, desapropriadas e objetos de servidão, por detentor de

concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia,

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nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica,

subestações, linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica."

Neste caso, como se trata de projeto empreendimento de geração de energia elétrica, não cabe

exigência quanto à apresentação de área de reserva legal para o empreendimento.

10. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Todo a área do empreendimento está integralmente inserido na APA Serra do Sabonetal (Unidade

de Conservação de Uso Sustentável) e próximo a Unidades de Conservação de Proteção Integral

REBIO Serra Azul.

A unidade de Conservação Serra Azul não possui plano de manejo. De acordo com os estudos

realizados, a área pretendida para desenvolvimento do empreendimento localiza-se a, pelo

menos, 6,6 km de distância da referida UC. Dessa forma, em consonância com a Resolução

CONAMA 428/2010, não há necessidade de anuência do órgão gestor do Parque. Mesmo assim,

foi encaminhado o Ofício nº 2781/2017 ao órgão com o intuito de dar ciência sobre o pleito da

atividade em questão.

Quanto a APA Serra do Sabonetal, esta se enquadra na categoria de uso sustentável e foi criada

pelo decreto 39.952 de 08 de outubro de 1998. Essa UC tem o objetivo de integrar os ambientes

preservados da REBIO Serra Azul e as áreas úmidas das margens do rio São Francisco,

notadamente o complexo das lagoas marginais e a formação rochosa da Serra do Sabonetal.

Nessa APA, a qual possui plano de manejo, foi realizado um zoneamento, que é definido como a

manifestação do entendimento das peculiaridades espaciais da gestão. O principal critério

empregado na decisão das zonas da APA Serra do Sabonetal foram as peculiaridades do manejo

de cada região, diferenciadas pela “regionalização” dos objetivos específicos. Assim, na APA

Serra do Sabonetal foram então definidas zonas e áreas estratégicas.

No caso das fazendas em análise, as mesmas estão localizadas na Zona de Desenvolvimento

Agropecuário Jaíba, definida no plano de manejo da unidade como:

“Possui muitas propriedades em diversas situações, desde abandonadas até a

importante Agropeva, uma das maiores da região. A importância da inclusão de

boa parte desta região na APA pode ser discutida, pois com exceção das áreas

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próximas às serras Azul e do Sabonetal, além do Córrego Serraria, não há

relevância ambiental que justifique a inclusão, especialmente se considerarmos a

exclusão de áreas a sudeste da APA, no município de Varzelândia, extensas

matas em considerável estado de conservação.”

De acordo com a caracterização dessa zona, não há maiores impedimentos segundo o plano de

manejo, uma vez que o próprio nome da Agropeva (onde localiza-se a área em estudo) é citado

com área de baixa relevância ambiental.

Fase do projeto Impactos Ambientais Ações propostas

LP Ampliação da participação

social.

Programa de Comunicação Social;

Programa de Educação Ambiental;

Programa de Capacitação de Mão de

obra local;

Plano Ambiental de Construção.

LP Geração de expectativas em

diferentes stakeholders.

Programa de Comunicação Social ;

Programa de Educação Ambiental.

LI Aumento da circulação viária. Programa de Segurança, Alerta e

Adequação do Sistema Viário;

Programa de Comunicação Social;

Plano Ambiental de Construção.

LI Aumento da demanda sobre os

setores econômicos instalados

no município e na região.

Programa de Capacitação e

Mobilização de Mão de Obra Local;

Programa de Comunicação Social.

LI Incremento no nível de renda e

emprego.

Programa de Capacitação e

Mobilização de Mão de Obra Local;

Programa de Comunicação Social.

LI Alteração da dinâmica dos

ecossistemas.

Programa de Resgate de Fauna;

Plano Ambiental de Construção.

LI Afugentamento de fauna. Programa de Resgate de Fauna;

Plano Ambiental de Construção.

LI Riscos de acidentes com

animais.

Programa de Educação Ambiental;

Plano Ambiental de Construção;

Programa de Comunicação Social;

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A fim de cumprir a determinação da Resolução CONAMA 428/2010, foi enviado Ofício nº

2781/2017 dando ciência ao órgão gestor da APA Serra do Sabonetal sobre o processo em pauta.

11. ASPECTOS AMBIENTAIS, IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

A identificação dos impactos ambientais efetivos ou potenciais para o empreendimento foi

realizada com o emprego do método de check list (Lista de Verificação) associado a uma matriz

de identificação de impactos (SÁNCHEZ, 2006). Nesse modelo, primeiramente são relacionadas

às ações tecnológicas geradoras de impactos ambientais associadas às diferentes fases dos

empreendimentos e a partir da avaliação da relação de causa e efeito são listados os impactos

ambientais que poderão se desenvolver com base nessas ações.

Nos quadros abaixo segue os principais aspectos relacionados ao planejamento, instalação e

operação do empreendimento, assim como as suas respectivas consequências (impactos

ambientais) e medidas mitigadoras (medidas de controle e recuperação) propostas pelo

empreendedor.

Programa de Saúde e Segurança.

LI Desenvolvimento de processos

erosivos.

Programa de Identificação,

Monitoramento e Controle de

Processos Erosivos;

Plano Ambiental de Construção.

LI Aumento da produção de

resíduos sólidos e efluentes

líquidos.

Plano Ambiental de Construção;

Programa de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos – PGRS;

Programa de Gerenciamento de

Resíduos da Construção Civil –

PGRCC.

LI Alteração na qualidade do ar. Plano Ambiental de Construção.

LI Alteração no nível de ruídos. Plano Ambiental de Construção.

LO Incremento no nível de renda e

emprego.

Programa de Capacitação e

Mobilização de Mão de Obra Local.

LO Aumento da produção de

resíduos sólidos e efluentes

líquidos.

Programa de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos – PGRS.

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12. PROGRAMAS

As ações de controle e mitigação são apresentadas no presente item de maneira conceitual. Cabe

ressaltar que cada uma delas deverão ser melhor detalhadas no Plano de Controle Ambiental

(PCA), documento a ser elaborado para fins de obtenção da Licença de Instalação (LI) do

empreendimento caso o mesmo seja viabilizado.

Plano Ambiental da Construção – PAC

O PAC elaborado para o empreendimento irá orientar a adoção de um conjunto de procedimentos

e medidas de controle que, juntos, auxiliarão o empreendedor a minimizar e mitigar danos sobre

os meios físico, biótico e socioeconômico durante a etapa de implantação, garantindo que o

mesmo seja implantado em consonância com o contexto ambiental da região onde está inserido.

A implantação desse programa visa à minimização da geração de efluentes líquidos, de efluentes

atmosféricos e de resíduos sólidos, a segurança dos trabalhadores e moradores da região, a

conscientização, o comprometimento e o treinamento do pessoal da área operacional da empresa,

relativamente às questões ambientais, visando atingir os melhores resultados possíveis.

O PAC define parâmetros de controle e monitoramento ambiental que deverão ser adotados e

seguidos pelos profissionais futuramente envolvidos nas obras de implantação do

empreendimento, bem como na implementação das seguintes ações:

✓Ações de gerenciamento ambiental da obra;

✓Ações de recuperação de áreas degradadas;

✓Ações de monitoramento da qualidade do ar e ruído;

✓Ações de gerenciamento de riscos e atendimento a emergências;

✓Diretrizes ambientais para as ações construtivas;

Programa de Educação Ambiental

O programa de Educação Ambiental a ser a aplicado durante a implantação e operação do projeto

tenta aproximar a temática ambiental da realidade da população do entorno, indo para além do

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desafio pedagógico em escolas do entorno e organizações civis engajadas nessa causa,

propagando e compartilhando para toda a área de influência a responsabilidade para a construção

de um futuro sustentável.

Além disso, o programa se torna um importante auxiliar no processo de gerenciamento ambiental

da construção e da inter-relação do empreendedor com a população por ele impactada,

desenvolvendo de forma planejada, consciente de sua responsabilidade ambiental e social

enquanto empreendedor.

Programa de Comunicação Social

A veiculação indiscriminada de informações a respeito do processo de implantação e operação da

UFV Aurora II IIpode gerar notícias equivocadas, expectativas infundadas, dúvidas e

questionamentos por parte da população, poder público e demais atores. Assim, propõe-se e

execução de um Programa de Comunicação Social, como instrumento de controle e mitigação de

impactos dessa natureza, fortalecendo o diálogo entre o empreendedor e as partes interessadas,

imprimindo clareza ao processo a ser instalado e assegurando a participação dos atores

envolvidos.

Esse programa consiste em um instrumento capaz de regular e padronizar o processo de

comunicação entre os diferentes atores que se relacionarão com o empreendimento e os demais

programas ambientais elaborados pelo empreendedor. Deverá ser elaborado um espaço

adequado para o repasse de informações à população sobre os empregos gerados e questões

ambientais relacionadas às diferentes etapas da obra, assim como para a manifestação de

dúvidas, questionamentos, sugestões e críticas por parte da população.

Assim, esse programa deve atuar com antecipação suficiente para prevenir possíveis conflitos,

mapeando dificuldades nas relações entre a empresa e os grupos sociais envolvidos, além de

primar pelo princípio da comunicação a serviço da socialização da informação.

Programa de Segurança, Alerta e Adequação do Sistema Viário

O projeto UFV Aurora II exigirá, em sua fase de instalação, movimentação de veículos de carga e

de máquinas pesadas para a realização das obras previstas. Nesse sentido, a criação de um

Programa de Segurança e Alerta e Adequação do Sistema Viário se faz necessária, garantindo

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não apenas a segurança dos usuários das vias, mas também dos trabalhadores da fase de

instalação do empreendimento.

Programa de Capacitação e Mobilização de Mão de Obra

O conjunto de intervenções previstas para a fase de instalação da UFV Aurora II demandará um

número bastante significativo de trabalhadores, com diversos níveis de capacitação. Essa

realidade, quando não se prevê programas adequados para orientar e definir diretrizes para os

processos de contratação, pode significar problemas sérios para os gestores municipais e

moradores da região. Por outro lado, quando a contratação de mão de obra se faz a partir de um

programa bem estruturado, que considere as condições da população economicamente ativa

(ocupada e não ocupada) dos municípios e as estruturas de serviços públicos disponíveis, os

impactos podem ser extremamente positivos.

Assim, para que a população local consiga integrar-se ao desenvolvimento regional esperado, faz-

se necessária sua inserção competitiva no mercado de trabalho. E para que essa inserção

aconteça torna-se necessária a qualificação e capacitação dos mesmos para que consigam

suprimir as futuras demandas, diretas e indiretas, em decorrência da implantação do projeto.

Nesse sentido, se justifica a criação de um Programa de Capacitação e Mobilização de Mão de

Obra Local, que priorize a capacitação e contratação de mão de obra local que promova a

redução do desemprego da região e aumento da renda do trabalho, com impactos positivos em

toda a estrutura econômica regional.

Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGRCC

Esse programa visa à redução da geração de entulhos de construção, bem como a definição da

melhor logística de armazenamento e transporte dos mesmos, dentro e fora do canteiro de obras

e/ou para áreas temporárias e posterior reaproveitamento e reutilização quando possível.

Os resíduos sólidos de construção civil para o referido empreendimento serão gerados em grande

quantidade na fase de implantação de toda a infraestrutura proposta ao longo de todo o tempo

previsto.

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Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS

O gerenciamento de resíduos sólidos é uma atividade fundamental a ser realizada na etapa de

implantação e operação do empreendimento, devido ao seu impacto potencial sobre os solos e

recursos hídricos, com possíveis consequências negativas para a saúde.

O Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos tem por objetivo estabelecer requisitos e

procedimento para o gerenciamento dos resíduos sólidos gerados na implantação e operação do

empreendimento.

A meta principal a ser atingida é o cumprimento da legislação ambiental vigentes, no tocante ao

gerenciamento dos resíduos, bem como a manutenção da saúde e segurança dos trabalhadores

da obra.

Programa de Resgate de Fauna

Durante a fase de implantação do empreendimento, entre as atividades previstas, será necessária

a remoção da vegetação de pastagem, decapeamento do solo, movimentação de terra, acesso de

maquinário, dentre outras ações. Apesar da baixa relevância da vegetação da ADA, a fauna que

ocupa as áreas a serem suprimidas deve ser avaliada, a fim de se determinar a necessidade ou

não de resgate, translocação ou outra destinação autorizada pelo órgão competente.

Esse programa tem por objetivo principal o resgate e posterior soltura ou acompanhamento para

locais próximos de indivíduos representativos da fauna silvestre presentes área do

empreendimento e visualizados durante a implantação do empreendimento, visando seu

redirecionamento para áreas preservadas.

13. COMPENSAÇÕES

Não caberão nesta fase do licenciamento quaisquer compensações ambientais.

14. CONTROLE PROCESSUAL

Sobre a atividade de geração de energia solar em usinas fotovoltaicas, a Deliberação Normativa

COPAM 176/2012, alterada pela Deliberação Normativa COPAM 202/2015, informa em seu art. 2º

que:

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Art. 1º. O Art. 2º da Deliberação Normativa COPAM 176/2012 passa a vigorar com a seguinte

redação:

“Art. 2º Os empreendimentos a que se refere o art. 1º desta Deliberação Normativa, com potência

acima de 10MW, quando localizados em área na qual haja necessidade de supressão de maciço

florestal e/ou intervenção em área de preservação permanente e/ou intervenção em área de

influência de cavidades naturais subterrâneas e/ou causem impacto a espécies de fauna ou flora

ameaçadas de extinção, deverão ter um aumento de sua classe, passando a ser considerados

Classe 5 e a ter os processos de licenciamento ambiental instruídos mediante apresentação de

Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA e Plano

de Controle Ambiental - PCA.

Parágrafo único. Os empreendimentos que não se enquadrarem nos critérios expostos no caput,

mediante justificativa do órgão ambiental competente, poderão ter uma redução de sua classe,

passando a ser considerados Classe 3 e a ter os processos de licenciamento ambiental instruídos

mediante apresentação de Relatório de Controle Ambiental - RCA e Plano de Controle Ambiental -

PCA, nos termos do previsto na Resolução CONAMA nº 279, de 27 de junho de 2001”.

Conforme nova redação dada a DN 176/2012, constatado que o empreendimento não requer

supressão de maciço florestal, intervenção em área de preservação permanente, intervenção em

área de influência de cavidades naturais subterrâneas, nem causa impacto a espécies de fauna e

flora ameaçadas de extinção, como foi demostrado nos estudos de fauna, é possível análise e

aprovação do processo de licenciamento ambiental apenas com apresentação de Relatório de

Controle Ambiental – RCA e Plano de Controle ambiental – PCA, devendo a situação ser

justificada pelo órgão ambiental competente.

O empreendimento Meius Engenharia e Arquitetura LTDA se enquadra na previsão do parágrafo

único do citado dispositivo. Sendo que o presente parecer único ocupa-se de justificar tal

enquadramento e dessa forma possibilitar a redução da classe e a instrução do processo com

Relatório de Controle Ambiental - RCA e Plano de Controle Ambiental – PCA.

Superada essa questão, verifica-se pela análise que o processo foi formalizado e instruído com a

documentação exigida.

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Foi juntada aos autos a publicação em periódico local ou regional do pedido de Licença conforme

determina a Deliberação Normativa COPAM nº 13/95.

O local de funcionamento do empreendimento e o tipo de atividade desenvolvida estão em

conformidade com as leis e regulamentos municipais, segundo Declaração emitida pela Prefeitura

Municipal.

O prazo de validade sugerido para a licença obedeceu ao disposto no art. 1º, inciso I da

Deliberação Normativa COPAM 17/1996.

Dessa forma, tendo em vista que os estudos técnicos opinaram pela viabilidade do

empreendimento, e, não havendo óbices à concessão da licença, opinamos pelo deferimento do

pedido de LP.

15. CONCLUSÃO

Por meio da análise dos documentos e estudos que compõem o processo, sugere-se o

DEFERIMENTO da Licença Prévia do empreendimento Aurora Energias Renováveis II Ltda.,

localizado em Jaíba – MG, que exerce a atividade principal Usina Solar Fotovoltáica, pelo prazo

de 04 anos, vinculada ao cumprimento das condicionantes e programas propostos.

Oportuno advertir ao empreendedor que o descumprimento de todas ou quaisquer condicionantes

previstas ao final deste parecer único (Anexo I) e qualquer alteração, modificação e ampliação

sem a devida e prévia comunicação a Supram Norte de Minas, torna o empreendimento passível

de autuação.

Cabe esclarecer que a Superintendência Regional de Meio Ambiental do Norte de Minas, não

possui responsabilidade técnica e jurídica sobre os estudos ambientais apresentados nesta

licença, sendo a elaboração, instalação e operação, assim como a comprovação quanto a

eficiência destes de inteira responsabilidade da(s) empresa(s) responsável (is) e/ou seu(s)

responsável (is) técnico(s).

Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo

requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a observação acima conste do

certificado de licenciamento a ser emitido.

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16. ANEXOS

Anexo I. Condicionantes para Licença Prévia (LP) da UFV Aurora II.

Anexo II. Relatório Fotográfico da UFV Aurora II.

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ANEXO I

Condicionantes para Licença Prévia (LP) da UFV Aurora II.

Empreendedor: Aurora Energias Renováveis II Ltda.

Empreendimento: Usina Fotovoltáica Aurora II

CNPJ: 28.065.305/0001-09

Município: Jaíba - MG

Atividades: usina solar fotovoltaica, linha de transmissão de energia e subestação de energia

elétrica.

Códigos DN 74/04: E-02-06-2, E-02-03-8, E-02-04-6

Responsabilidade pelos Estudos: Sérgio Myssior / Thiago Metzker

Referência: Licença Prévia

Processo: 34152/2016/001/2017

Validade: 4 (quatro) anos

Item Descrição da Condicionante Prazo*

01

Apresentar de forma detalhada, com Anotação de Responsabilidade

Técnica-ART e com cronograma de execução, todos os projetos,

programas e ações propostas no RCA, a saber:

Plano Ambiental da Construção – PAC;

Programa de Educação Ambiental;

Programa de Comunicação Social;

Programa de Segurança, Alerta e Adequação do Sistema Viário;

Programa de Capacitação e Mobilização de Mão de Obra Local;

Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil –

PGRCC;

Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS;

Programa de Resgate De Fauna.

Na formalização

da LI.

02

Apresentar de forma detalhada, com Anotação de Responsabilidade

Técnica-ART e com cronograma de execução os seguintes

programas:

Programa Paisagístico;

Programa de Monitoramento de Fauna para todas as classes

mastofauna (pequeno, médio e grande porte e quiropterofauna),

Na formalização

da LI.

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avifauna, herpetofauna e entomofauna. Ressalta-se que deverá ser

incluído métodos de monitoramento específicos para mamíferos de

pequeno porte;

Estabelecer parceria junto a instituições científicas capacitadas

para elaboração de projeto para avaliar novas formas de manejo e

conservação da fauna ameaçada diagnosticada nos estudos

apresentados no empreendimento;

Apresentar Programa de Resgate de Fauna segundo as

especificações descritas no Termo de Referência disponível na

página da SEMAD.

03 Apresentar toda documentação necessária para emitir as autorizações

de Manejo de Fauna para as etapas de monitoramento e resgate.

Na formalização

da LI.

* Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da Licença na

Imprensa Oficial do Estado.

Obs. Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes

estabelecidas nos anexos deste parecer poderão ser resolvidos junto à própria SUPRAM NM,

mediante análise técnica e jurídica, desde que não altere o seu mérito/conteúdo.

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ANEXO II

Relatório fotográfico da área a ser instalada a UVF Aurora II.

Foto 01. Uso e ocupação atual da ADA com pastagem degradada e áreas de solo exposto.

Foto 02. Demarcação dos indivíduos arbóreos inseridos na ADA.

Foto 03. Uso e ocupação atual da ADA.. Foto 04. Afloramento onde foram encontradas

cavidades, com afastamento superior a 250 metros da ADA.