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Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 1 PARECER FINAL DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL AO PROJETO DE EXECUÇÃO DA CASCALHEIRA JOÃO RAMOS

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Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 1

PARECER FINAL DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

AO

PROJETO DE EXECUÇÃO

DA

CASCALHEIRA JOÃO RAMOS

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 2

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 3

2. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO PROJETO ----------------------------------------------- 4

3. SOLUÇÕES ALTERNATIVAS AO PROJETO --------------------------------------- 4

4. AVALIAÇÃO DO PROJETO POR FATOR AMBIENTAL ----------------------- 5

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS --------------------------------------------------------------- 5

4.2 CLIMA -------------------------------------------------------------------------------------- 6

4.3 GEOLOGIA --------------------------------------------------------------------------------- 6

4.4 SOLOS -------------------------------------------------------------------------------------- 8

4.5 ÁGUA --------------------------------------------------------------------------------------- 8

4.6 ECOLOGIA --------------------------------------------------------------------------------- 8

4.7 ATMOSFERA/ QUALIDADE DO AR ---------------------------------------------------- 10

4.8. RUÍDO ------------------------------------------------------------------------------------ 11

4.9 PAISAGEM -------------------------------------------------------------------------------- 11

4.10 ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO --------------------------------------------------- 12

4.11 SOCIOECONOMIA ---------------------------------------------------------------------- 13

4.12 PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO ----------------------------------------------------------- 13

4.13MEDIDAS DE CARÁTER GERAL -------------------------------------------------------- 14

4.14. IMPACTES CUMULATIVOS ----------------------------------------------------------- 14

4.15. LACUNAS DE CONHECIMENTO ------------------------------------------------------ 15

4.16 PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO --------------------------------------------------- 15

4.17 ANÁLISE DE RISCOS -------------------------------------------------------------------- 15

4.18 ALTERNATIVA A ----------------------------------------------------------------------- 16

5. CONSULTA PÚBLICA --------------------------------------------------------------------- 17

5.1. RESUMO DA CONSULTA PÚBLICA ---------------------------------------------------- 17

5.2. CONSULTA A ENTIDADES -------------------------------------------------------------- 17

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS -------------------------------------------------------------- 17

Anexo I do Parecer Final – Cópia do Relatório da Consulta Pública --------------- 19

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 3

1. INTRODUÇÃO

Nos termos do Decreto Legislativo Regional n.º 30/2010/A, de 15 de novembro

(Diploma AILA) o procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) ao projeto

“Cascalheira João Ramos” iniciou-se com a receção na Direção Regional do Ambiente,

Autoridade Ambiental, do Plano de Pedreira acompanhado do respetivo Estudo de

Impacte Ambiental (EIA) a 2 de agosto de 2012 em suporte digital.

Foi então constituída a Comissão de Avaliação (CA) do EIA formada pelos Serviços ou

Entidades abaixo indicados, tendo os respetivos representantes sido nomeados pelos

Diretores dos Serviços envolvidos:

- Direção de Serviços de Monitorização, Avaliação Ambiental e Licenciamento

(DSMAAL), que preside à CA, representada por Carlos Faria que será substituído nas

suas faltas e impedimentos por Romana Medeiros que liderará a componente da

Participação Pública;

- Direção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (DRAIC), na

qualidade de Entidade Licenciadora e representada por Diamantino Oliveira;

- Direção de Serviços de Ordenamento do Território (DSOT), representada por Isabel

Castanho;

- Administração Hidrográfica dos Açores (AHA), representada por Luís Rodrigues;

- Serviços de Ambiente de São Miguel (SASM) representada por Manuela Martins.

A documentação foi distribuída em suporte digital pelos técnicos acima identificados

que depois de a apreciar emitiram um parecer a 28 de agosto de 2012. Neste, a CA

deliberou condicionar a conformidade do EIA com os termos do Diploma AILA à

entrega de elementos expressos no documento e concederam para efeitos de colmatação

das lacunas então detetadas um período de 30 dias, tendo entretanto ficado suspenso o

procedimento de AIA até à receção do solicitado.

A 31 de outubro foram rececionados os novos elementos no suporte de papel destinada

à Consulta Pública, o procedimento foi retomado e o EIA declarado conforme.

A Consulta Pública decorreu por 20 dias úteis, entre 12 de novembro e 7 de dezembro

situando-se em anexo o respetivo relatório terminado este período e com os dados

recolhidos a CA procedeu à elaboração do presente parecer destinado a apoiar as

entidades competentes na decisão final de licenciamento do projeto.

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 4

Apesar de este parecer por vezes utilizar uma terminologia semelhante à do Relatório

Técnico do EIA (RT), inclui também o conteúdo da respetiva Adenda e Anexo, tanto a

estrutura como a denominação deste documento é diferente.

A leitura do presente parecer não dispensa o conhecimento do conteúdo do EIA,

sobretudo o RT, uma vez que apenas são transpostos para este documento os elementos

considerados importantes pela CA para se compreender as considerações finais que

estarão na base da decisão superior no teor da Declaração de Impacte Ambiental e

Licenciamento.

2. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO PROJETO

O projeto de exploração de massas minerais denominado “cascalheira João Ramos”,

pertencente à empresa A.R. Casanova & Filhos Lda., fica localizado na freguesia de

Cabouco e concelho de Lagoa, Ilha de S. Miguel, abrangendo uma área total de 79.431

m2, localizada a cerca de 250 m de altitude, sendo o respetivo acesso efetuado pela Rua

do Tanque seguido de um caminho que serve também uma pequena área de armazéns e

diversos prédios rústicos.

Por ter existido extração anterior ao presente projeto, a respetiva área já se encontra, na

sua grande maioria, alterada do ponto de vista biofísico e paisagístico, fator que está na

base de que, para além da exploração de piroclastos basálticos para aplicação em

diversas atividades económicas, estejam previstas medidas imediatas de promoção da

integração ambiental e paisagística da área.

3. SOLUÇÕES ALTERNATIVAS AO PROJETO

Sob esta designação o EIA apenas justifica a localização do empreendimento com os

factos de a área já estar maioritariamente intervencionada por extrações pretéritas e

existir uma elevada disponibilidade recurso mineral a explorar, contrapondo assim no

procedimento de AIA a alternativa zero e apreciada noutro ponto capítulo do RT sob a

denominação: Alternativa A.

A CA no presente parecer também apreciará a Alterntiva A na sequência da avaliação

do projeto.

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 5

4. AVALIAÇÃO DO PROJETO POR FATOR AMBIENTAL

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O EIA caracterizou a situação atual do terreno recorrendo a vários fatores ambientais

que equipa considerou pertinentes para servirem de referência à avaliação dos efeitos da

aprovação do projeto.

Foi igualmente definida uma área de estudo que não só incluiu a da sua implantação, mas

que também procurou cobrir os locais que pudessem vir a ser alvo de impactes decorrentes do

licenciamento pretendido. O RT considerou que o círculo de 500m centrado no

empreendimento corresponde à zona onde os impactes terão maior significância e o anel

em torno daquela que se estende até um 1km, como uma faixa onde os mesmos serão

mais moderados.

Embora o EIA, com base nos fatores ambientais escolhidos pelos autores, exponha em

capítulos diferentes a caracterização da situação de referência; a identificação e

avaliação dos impactes ambientais do projeto durante as fases de construção, exploração

e de recuperação; os riscos para as pessoas envolvidas no empreendimento, as situadas

nas imediações e para o ambiente; as propostas de medidas mitigadoras, compensatórias

ou potenciadoras dos impactes negativos ou positivos; a monitorização para a pós-

avaliação; a identificação das lacunas de conhecimento que persistiam à data de entrega

do EIA e as conclusões e recomendações gerais dos seus autores; neste parecer, à

exceção das considerações finais da CA, os vários pontos acima elencados serão

reunidos em torno do fator ambiental a que diga respeito e num único capítulo.

Esta reestruturação por vezes implica adaptações ou alterações da terminologia adotada

no EIA, contudo, é mais consentânea à repartição das competências dos Serviços que

integram a CA e facilita a compreensão das apreciações que venham a ser feitas no

parecer com base nos conhecimentos dos vários técnicos envolvidos neste

procedimento.

Dada a tipologia do projeto, as ações associadas às várias fases podem ocorrer

concomitantemente no tempo, a construção corresponde apenas a tarefas de preparação

do terreno imediatamente antes de operações na expansão da área de exploração. A

recuperação corresponde a um trabalho menos ligado às fases anteriores, mas

recomenda-se, para minimização dos impactes, que seja implementada o mais cedo

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 6

possível e por isso deve-se desenvolver em grande parte de forma sincrónica com as

outras duas fases.

Sempre que a CA não expressar abertamente a sua discordância ou recomendação de

alteração a uma medida contida no EIA e omissa neste parecer, entende-se que a mesma

é considerada aceitável, recomendando-se a sua eventual integração na Declaração de

Impacte Ambiental (DIA) com a devida adequação aos termos desta, no caso desta ser

condicionalmente favorável.

4.2 CLIMA

Neste fator ambiental o RT apresenta uma caracterização do clima dos Açores e com

um certo pormenor para São Miguel, através dos parâmetros: Temperatura, Humidade

Relativa do Ar, Precipitação e Vento em São Miguel, incluindo cartas com a

variabilidade geográfica destes dentro da ilha de modo descrevê-los com maior precisão

na área de estudo.

Não foram identificados impactes do projeto sobre o Clima e, consequentemente, não

foram propostas medidas para este fator ambiental.

Efetivamente a CA compreende a importância da caracterização do Clima por este

condicionar os efeitos sobre outros fatores ambientais como a qualidade do ar, pelo que

nada mais tem a adicionar ao conteúdo do EIA nesta matéria.

4.3 GEOLOGIA

O EIA, com recurso a texto e figura cartográficas, apresenta as unidades

geomorfológicas e vulcanoestratigráficas mais comumente reconhecidas como

existentes em São Miguel, para localizar o local de implantação do projeto na Região

dos Picos e Complexo Vulcânicos dos Picos definidas para a geomorfologia e da

estratigrafia geológica da ilha.

Em termos de riscos, o EIA enquadra o local numa zona onde se estimam ter ocorrido

intensidades sísmicas máximas históricas de grau IX na Escala Macrossísmica Europeia

de 1998 e exposta a perigos vulcânicos que incluem escoadas lávicas, queda de piroclastos e

escoadas piroclásticas.

Embora não seja explicitado na caracterização geológica do local, deduz-se do EIA que

o projeto pretende explorar um cone de escórias basálticas do tipo bagacina.

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 7

A CA considera suficiente os dados fornecidos no EIA para este fator ambiental.

Em termos de impactes o EIA lista os seguintes: consumo do recurso mineral, alteração

da morfologia do terreno, potenciação da erosão de materiais geológicos, potenciação

da dispersão de materiais geológicos e estabilização geológica, este último positivo.

No que se refere às medidas de minimização, além das que são de caráter geral que se

podem aplicar a este fator ambiental, existem ainda as seguintes mais específicas:

- Planear e fasear o sentido e a direção da escavação com o objetivo de modelar

a topografia do terreno em formas mais harmoniosas que as da situação de

referência;

- Realizar trabalhos de estabilização dos taludes e de reforço da qualidade do

piso dos acessos, principalmente nas épocas de maior precipitação;

- Planear a evolução da área de massa mineral exposta de modo integrado com

as tarefas de recuperação ambiental e paisagística, com o objetivo da sua

redução à menor superfície possível;

- Realizar um adequado acondicionamento, acumulação e proteção dos materiais

depositados da erosão eólica e hídrica;

- Maximizar o aproveitamento do recurso geológico explorado, atendendo a que

se trata de um bem não renovável à escala humana.

Ao nível da monitorização o EIA propõe que se monitorize a alteração da morfologia do

terreno através de uma avaliação geotécnica dos taludes com uma periodicidade anual e

a dispersão de materiais geológicos através da verificação da integridade e eficácia das

zonas de retenção de água semestralmente.

Sobre esta avaliação a CA considera que os impactes de uma forma geral estão

corretamente identificados e avaliados.

No que se refere às medidas propostas, a CA verifica que as mesmas, genericamente,

não passam de princípios de boa gestão deste tipo de explorações sem corresponder a

ações concretas específicas para este projeto e também não se encontram

pormenorizadas de molde a viabilizar uma fiscalização eficaz da sua implementação e

por isso dificilmente transpostas nas condicionantes da DIA.

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 8

Contudo, nas fiscalizações ao projeto as mesmas devem ser verificadas em termos de

cumprimento do plano de pedreira, enquanto a estabilidade dos taludes deve ser alvo do

acompanhamento do projeto e incorporado no relatório técnico anual de dados

estatísticos, previsto no artigo 52.ª do Decreto Legislativo Regional n.º 12/2007/A, de

junho, através da apresentação de perfis e da descrição da existência ou não de sinais de

instabilidade gravítica e respetiva interpretação e quando necessário indicação das ações

corretivas implementadas.

4.4. SOLOS

O EIA apresenta as características do solo na área de implantação do projeto e

envolvente próxima com base na Carta de Capacidade de Uso do Solo, bem como a

ocupação do solo em função dos vários usos atuais.

A CA considera os elementos fornecidos suficientes para a avaliação dos impactes do

projeto e não tem qualquer alteração a propor.

4.5. ÁGUA

De um modo geral, o EIA foca os aspetos a ter em conta no local em estudo.

Embora não seja diretamente comprometido o objetivo de caracterização da área de

estudo, verifica-se que os limites das bacias hidrográficas não foram corrigidos após a

anterior operação de desmonte.

A identificação dos impactes afigura-se correta, bem como a sua classificação de acordo

como os critérios utilizados neste estudo.

Atendendo a que a dispersão de solos e materiais geológicos já foi classificado e

avaliado nos descritores geologia e solos, neste fator, teria sido importante avaliar o seu

efeito mas na perspetiva da qualidade das águas superficiais.

4.6. ECOLOGIA

O EIA enquadra os Açores na região biogeográfica da Macaronésia, depois apresenta

quadros com os quantitativos das espécies e subespécies por grupo da fauna e flora

existentes nos Açores, bem como o número daqueles que correspondem a endemismos

do Arquipélago. Em seguida, tanto por resultados de pesquisa bibliográfica, como de

levantamento no terreno, lista pelo nome científico e comum as espécies observadas ou

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 9

potencialmente existentes na área de estudo, bem como o respetivo estatuto de

colonização.

A partir destes elementos conclui-se que a zona de implantação da cascalheira se

encontra muito intervencionada, parcialmente descoberta de estrato vegetal devido à

exploração de bagacina no passado, existindo contudo nos espaços ainda não

explorados e na envolvente áreas florestadas tanto com espécies introduzidas como

endémica, salientando entre estas o Laurus azorica por possuir estatuto de conservação.

Ao nível dos impactes o EIA identifica a remoção de espécies florísticas na fase de

construção, perturbação de espécies faunísticas em todas as fases e recuperação

biofísica do local durante a recuperação, este último positivo.

Em termos de medidas o EIA propõe:

- Replantação de espécies indígenas com estatuto de proteção como o Laurus

azorica, por ações de recuperação e/ou cedência de plantas em viveiro florestal;

- Recuperação sincronizada com as fases de extração e construção de modo a

facilitar a replantação de plantas indígenas;

- Erradicação e monitorização da proliferação de espécies exóticas, com o

objetivo de minimizar o caráter invasor destas espécies.

O EIA propõe a monitorização deste fator através da elaboração de mapa estatístico

com indicação das espécies protegidas removidas e taxa de sucesso de replantação.

A CA genericamente está de acordo com a caracterização e os impactes identificados,

contudo considera que as medidas propostas foram pouco pormenorizadas para permitir

uma fiscalização adequada do seu cumprimento.

A CA alerta ainda que a espécie Laurus azorica possui estatuto de proteção ao abrigo

do Decreto Legislativo Regional n.º 15/2012/A, de 2 de Abril, pelo que a colheita e/ ou

corte de plantas ou parte de plantas no seu meio natural necessita de licenciamento da

Direção Regional do Ambiente.

A metodologia constante na monitorização “elaboração de mapa estatístico com

indicação das espécies protegidas removidas e taxa de sucesso de replantação” não

corresponde precisamente a um plano de monitorização de impactes mas comunicação

de implementação de uma medida, que poderia ser integrado no relatório técnico anual

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 10

de dados estatísticos, previsto no artigo 52.ª do Decreto Legislativo Regional n.º

12/2007/A, de junho.

4.7. ATMOSFERA/QUALIDADE DO AR

Este fator ambiental recebe a designação inicial de Atmosfera para depois na avaliação

de impactes passar a ser denominado Qualidade do Ar como é comum ser conhecido.

Após uma introdução no RT sobre aspetos que afetam a Qualidade do Ar e as

consequências da poluição do ar, a equipa do EIA, no âmbito do presente procedimento,

considerou que o único indicador pertinente para a caracterização deste fator ambiental

seria o das Partículas Finas em Suspensão PM10, com a justificação do seu impacte na

saúde humana.

Para a caraterização deste fator, o EIA baseou-se nos dados da Estação da Qualidade do

Ar situada no Faial, por serem os de referência para todo o Arquipélago, os quais

indicam uma classificação no parâmetro PM10 de “Muito Bom”, embora de uma forma

mais abrangente o Ozono seja determinante numa avaliação apenas de “Bom”.

Em termos de impactes o EIA identifica a emissão de poeiras, partículas e gases

classificado como pouco significativo.

Como medidas de minimização de impactes o EIA propõe as seguintes:

- Manutenção e reforço das cortinas arbóreas já existentes na zona;

- Acondicionamento dos materiais depositados com cobertura;

- Aspersão controlada nos períodos de maior seca dos principais focos geradores

de partículas.

O EIA não propõe qualquer programa de monitorização para este fator ambiental.

A CA considera que a caraterização limitada apenas a um parâmetro não comprometeu

o conhecimento da situação de referência por a exploração não se fazer de um modo

contínuo e intenso, pelo que as emissões de gases a partir de máquinas e viaturas não

gerarem um impacte expectável significativo, dedução reforçada pelos parâmetros

meteorológicos, precipitação e vento, apresentados no EIA.

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 11

4.8. RUÍDO

O EIA começa por definir o conceito de ruído e a sua colocação em terceiro lugar de

importância dos vários tipos de poluições. Para em seguida expor ambiguidades

associadas ao ruído e o diploma legal para definir e caracterizar este fator ambiental.

Depois o EIA, tendo em conta que o empreendimento está numa zona próxima de

limites de concelhos, informa que as principais fontes de ruído da área de estudo se

encontram no da sua inserção, Lagoa, cujas atividades causadoras são identificadas e

esclarece que no perímetro dos 500 m mais expostos às emissões provenientes da

exploração não se encontra qualquer zona sensível no PDM, mas são localizados os

recetores sensíveis mais próximos a distâncias com cerca de 250 m.

Foram efetuadas medições no período diurno junto aos 3 recetores sensíveis mais

próximos, para caracterizar os níveis sonoros na situação de referência, onde os mais

elevados distam quase 10 dB dos limites legais para zonas mistas.

O único impacte identificado no EIA é a emissão de ruídos extensível a todas as fases.

Com base nos níveis de emissões característicos dos equipamentos envolvidos no

projeto e a morfologia da área, foram efetuadas simulações e os resultados levaram a

estimar níveis de ruído provenientes da exploração na ordem do 45-50 dB (A), junto aos

recetores sensíveis mais próximos, e de 40 dB(A) no limite da zona sensível situada a

partir dos 600 m de distância, pelo que este impacte foi qualificado de pouco

significativo.

Em termos de medidas de minimização, o EIA propõe o seguinte:

- Manutenção e reforço das cortinas arbóreas existentes na envolvente do

projeto;

- Recurso a equipamentos motorizados de carga e transporte modernos e

dotados, sempre que possível, de silenciadores e atenuadores de ruído.

A CA concorda genericamente com a identificação e avaliação dos impactes estimados

para o ruído e as medições efetuadas permitirão detetar qualquer desvio ao previsto.

4.9. PAISAGEM

Tal como na Ecologia, o EIA integra os Açores na região biogeográfica da Macaronésia

cujos arquipélagos são de origem vulcânica. Antes do povoamento a paisagem da

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 12

Região deveria estar coberta por floresta de perenifólias entre os 300-500, as zonas mais

baixas costeiras com herbáceas e a de transição dominada por matagais de urze.

Depois passaram a existir vastas zonas de pastoreio e florestas dominadas por

criptoméria. A área de estudo com baixa densidade populacional tem uma altitude

mediana, relevo suave, múltiplos cones de escórias, pastagens e matas mistas com

acácia, criptoméria e eucalipto, havendo já diversas extrações de inertes.

O local de implantação tem uma baixa qualidade paisagística devido à anterior

exploração, embora possua elevada acessibilidade visual, cujas características genéricas

são mostradas com recurso a um anexo fotográfico.

Em termos de impactes o EIA identifica a descontinuidade visual da paisagem durante a

construção e exploração e a melhoria da qualidade paisagística ao longo da

implementação do plano, sobretudo na fase de recuperação, este último classificado de

positivo e significativo

Como medidas de minimização o EIA propõe:

- Implementar as atividades de recuperação paisagística de forma integrada com

a exploração, restabelecendo o equilíbrio com a área envolvente;

- Reforço e manutenção de cortinas arbóreas de forma a reduzir a acessibilidade

visual à área do projeto.

Como monitorização, o EIA recomenda que anualmente se proceda à verificação do

cumprimento das medidas do PARP (evolução da área de ocupação e implementação de

cortinas arbóreas).

A CA considera que esta verificação mais não é que uma medida de gestão corrente e os

resultados obtidos sobre o cumprimento devem constar do relatório anual de entrega do

explorador à autoridade responsável pela aprovação do PARP.

4.10. ORDENAMENTO TERRITÓRIO

O EIA apresenta uma síntese do enquadramento legislativo dos instrumentos de gestão.

A CA considera suficientes os elementos propostos não exigindo qualquer alteração

para este ponto do EIA.

O EIA não identifica qualquer impacte neste fator ambiental, uma vez que a área de

estudo está classificada no PDM de Lagoa como de Industria Extrativa.

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 13

A CA entende como correto.

4.11. SOCIOECONOMIA

O EIA começa por informar que os Açores se inserem numa região com a categoria de

ultraperiférica nos termos definidos pela União Europeia, depois expõe dados

estatísticos sobre a população residente por ilha no Arquipélago, estrutura

administrativa de São Miguel e dados demográficos do concelho da Lagoa, terminando

com a indicadores dos mesmos níveis geográficos para o emprego, taxa de atividade e

estrutura empresarial.

Embora com certa incerteza, devido a variações pontuais o principal percurso de

máquinas, viaturas e transporte de inertes deverá corresponder à via-rápida Lagoa

Ribeira Grande.

Ao nível dos impactes, à exceção do incómodo, todos os outros seriam positivos e iriam

desde a geração manutenção de emprego e produção de um recurso mineral até à

libertação da área para novos usos após a fase de recuperação.

As medidas de minimização neste fator ambiental coincidem com as implementadas

para a paisagem e as de potenciação foram as seguintes:

- Valorizar o ambiente socioeconómico de São Miguel, privilegiando a

contratação de mão-de-obra local e promovendo uma política salarial justa;

- Implementação adequada do PARP;

- Maximizar o aproveitamento económico e industrial do recurso geológico

explorado.

No EIA não consta qualquer programa de monitorização deste fator ambiental.

Na generalidade a CA verifica que as medidas apresentadas são meros princípios de boa

gestão empresarial ou de direito dos trabalhadores, mas nenhuma destas tem

pormenores suficientemente definidos para uma inclusão específica na DIA.

4.12. PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO

O EIA não identificou qualquer imóvel classificado por interesse patrimonial na área de

implantação do projeto, pelo que sobre este fator não recaíram impactes nem foram

propostas medidas de minimização ou de potenciação.

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 14

4.13. MEDIDAS DE CARÁTER GERAL

Além das medidas de minimização específicas de impactes de um determinado

descritor, o EIA expõe um conjunto de medidas que, por serem transversais, denomina

de caráter geral, as quais seriam comuns a muitos fatores ambientais e para evitar

repetições são agrupadas em separado.

Neste grupo estão consideradas as seguintes:

- Implementar as operações de recuperação paisagística o mais precocemente

possível;

- Manutenção adequada e regular dos equipamentos motorizados nos estaleiros;

- Adoção de uma condução responsável por parte dos trabalhadores no que

respeita à velocidade, utilização dos acessos internos definidos e ao

dimensionamento e acomodação de cargas;

- Manter os acessos à área do projeto em boas condições de transitabilidade e

com materiais que permitam um enquadramento harmonioso com a envolvente,

inclusive nos locais sujeitos a maiores movimentações de veículos;

- Implementar uma adequada gestão e manuseio dos resíduos e dos produtos

potencialmente poluentes associados ao Projeto;

- Promover ações de formação profissional e de sensibilização que fomentem a

qualificação contínua dos trabalhadores e a sua efetiva integração;

- Implementar o Plano de Monitorização proposto no relatório.

A CA verifica que, na generalidade, estas medidas correspondem a práticas de boa

gestão ambiental não específicas para este projeto, está de acordo com a sua

implementação, mas a sua inclusão na DIA implica se faça adequações que permitam o

controlo do seu cumprimento.

O programa de monitorização, como indicado neste parecer em local próprio, pode ser

substituído por um acompanhamento onde os resultados sejam integrados no relatório

estatístico anual a que o projeto está obrigado.

4.14. IMPACTES CUMULATIVOS

Corresponde ao reconhecimento do aumento da significância dos impactes deste projeto

devido à coexistência com outros semelhantes e provenientes de unidades industriais já

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 15

existentes na região. Entre estes, o EIA destaca as descontinuidades paisagísticas

dispersas por outras explorações do mesmo género.

4.15. LACUNAS DE CONHECIMENTO

O EIA considera não haver lacunas de conhecimento que comprometam o estudo.

A CA também é de parecer que os dados fornecidos são suficientes para eliminar

incertezas significativas ao nível da identificação convenientemente dos impactes do

projeto e respetiva avaliação.

4.16. PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO

O EIA apresente uma matriz de fatores com impactes a monitorizar: Geologia, Solos,

Água, Ecologia, Paisagem e Ordenamento do Território, bem como os indicadores a

acompanhar e respetiva metodologia, periodicidade e meios de comunicação dos dados.

A CA considera que não se está perante uma monitorização no sentido específico do

diploma AILA, mas sim na indicação de um conjunto de procedimentos de

acompanhamento e autocontrolo para boa gestão do projeto e é de parecer que um

programa deste género não é necessário face à significância dos impactes.

Apesar do acima referido, a CA considera conveniente que o proponente efetue os

procedimentos propostos no Anexo IV do RT, devendo integrar a informação assim

obtida e eventuais ações corretivas no relatório técnico anual de dados estatísticos,

previsto no artigo 52.ª do Decreto Legislativo Regional n.º 12/2007/A, de junho.

4.17. ANÁLISE DE RISCOS

O EIA faz uma análise de riscos a três níveis: pessoas no local do projeto; ambiente; e

recetores sensíveis.

Para quem se encontre nas instalações, trabalhador, cliente ou visitante, são

identificadas exposições aos seguintes perigos: movimentos de massa; queda de blocos

dos taludes; acidentes com máquinas e viaturas desde quedas, atropelamentos,

entalamentos, cortes e colisões; perigos associados ao ruído, vibrações e poeiras;

incêndio; e explosões.

Para os quais são propostas as seguintes medidas preventivas:

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 16

- Inspeções periódicas aos taludes da pedreira de avaliação da sua estabilidade e

estabelecimento de distâncias de segurança relativamente aos seus limites;

- Manutenção adequada e regular dos veículos/maquinaria em laboração na área

do projeto;

- Definição e sinalização de vias de acesso e de circulação e vias prioritárias de

emergência e de evacuação.

Para o Ambiente são referidos os seguintes riscos: destruição e fragmentação de

habitats; perturbação da fauna e flora; possível contaminação de solos e recursos hídricos; e

deterioração da qualidade do ar.

As medidas prevenção destes riscos na generalidade são as mesmas já consideradas

imediatamente acima ou nos fatores ambientais atrás avaliados

O EIA não estima com significância digna de atenção riscos para potenciais recetores

sensíveis na envolvente.

A CA verifica que em vários aspetos esta análise de riscos corresponde a uma repetição

de impactes já antes mencionados, embora mais numa perspetiva de acidentes evitáveis

do que efeitos inerentes ao projetos, e não tem significância suficiente que

comprometam a pretensão.

4.18. ALTERNATIVA A

O EIA considera a não implementação do projeto como a Alternativa A e expõe os

impactes de tal situação, funcionando esta avaliação como uma prospetiva da evolução

da situação de referência perante a ausência de intervenção.

Nesta cenarização, o EIA prevê erosão instabilidades gravíticas das frentes abandonadas

da exploração pretérita, dispersão de materiais à superfície, proliferação das espécies

exóticas invasoras, não aproveitamento de recursos e da implementação das definições

funcionais previstas no PDM, havendo ainda algumas referências à manutenção de

aspetos negativos da situação de referência. A CA considera que esta última na

realidade não corresponde ao conceito de impacte.

Para suportar a decisão o EIA apresenta uma análise comparativa dos impactes

resultantes dos dois cenários considerados, em termo de balanço vantagens/

desvantagens que se pode sumarizar:

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 17

O Projeto permite a recuperação paisagística da zona e responder a necessidades

económicas do mercado, embora implique os incómodos da exploração.

5. CONSULTA PÚBLICA

5.1 RESUMO DA CONSULTA PÚBLICA

Nos termos do Artº. 106.º do Diploma AILA, a Autoridade Ambiental procedeu à

publicitação da Consulta Pública através de anúncio publicado no jornal “Diário dos

Açores” contendo os elementos obrigatórios.

Tendo em conta que a tipologia do projeto o enquadrada na alínea a) do n.º 6, caso

geral do Anexo II do Diploma AILA, a duração da Consulta Pública foi de 20 dias

úteis, decorridos entre 12 de novembro e 7 de dezembro de 2012.

A documentação obrigatória em papel esteve disponível nas três Bibliotecas Públicas e

Arquivos Regionais dos Açores e nas instalações da Direção Regional do Ambiente,

nesta última conjuntamente com o Plano de Pedreira. O suporte digital de todos estes

volumes foi também disponibilizado na página da internet da Autoridade Ambiental no

seguinte endereço:

http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram/docDiscussao

Em todos os locais constava a informação de que os interessados, devidamente

identificados, podiam manifestar-se por escrito, no prazo da Consulta Pública, dirigindo

as suas exposições à Direção Regional do Ambiente, sita na Rua Cônsul Dabney,

Colónia Alemã - 9900-014 HORTA ou para o correio eletrónico: qualidade.ambiente

@azores.gov.pt.

No fim da Consulta Pública verificou-se que não houve qualquer participação de

interessados, encontrando-se o relatório da Consulta Pública no Anexo I deste parecer.

5.2. CONSULTA A ENTIDADES

Não foi considerado necessário consultar mais nenhuma entidade externa.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas considerações finais da CA neste parecer foram tidos em conta os resultados

provenientes do relatório da Consulta Pública, onde se verificou que nenhum

interessado apresentou objeções ou propostas a salvaguardar em sede de Avaliação de

Impacte Ambiental.

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 18

Assim com base no Estudo de Impacte Ambiental a CA propõe a viabilização do Plano

de Pedreira João Ramos apresentado condicionada ao seguinte:

- Implementação das medidas de minimização contidas no EIA, com as alterações

introduzidas pela CA, bem como das propostas adicionadas por esta no presente

parecer;

- Os procedimentos propostos no Anexo IV do Relatório Técnico são considerados

medidas de gestão e acompanhamento ambiental do projeto, devendo os resultados da

sua implementação, incluindo eventuais ações corretivas que daí resultem, ser

integrados no relatório técnico anual de dados estatísticos previsto no artigo 52.ª do

Decreto Legislativo Regional n.º 12/2007/A, de junho, sem necessidade de nenhum

outro relatório de monitorização adicional.

O presente parecer não dispensa o proponente ou outro posterior responsável pela

implementação do Plano de Pedreira João Ramos do cumprimento de nenhuma

obrigação legal ou licença a que o empreendimento se encontre também sujeito,

nomeadamente a definição e a apresentação da caução para assegurar a implementação

do Plano Ambiental de Recuperação Paisagística.

Horta, 10 de janeiro de 2013

P’la Comissão de Avaliação

Carlos Faria (DSMAAL)

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 19

ANEXO I

DO PARECER FINAL

CÓPIA DO

RELATÓRIO DA CONSULTA PÚBLICA

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 20

PROCEDIMENTO DE IMPACTE AMBIENTAL

“Cascalheira João Ramos”

RELATÓRIO DA CONSULTA PÚBLICA

HISTORIAL Ao abrigo do Decreto Legislativo Regional n.º 30/2010/A, de 15 de Novembro (Diploma AILA), o procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) à Cascalheira João Ramos, situada na freguesia do Cabouco do concelho de Lagoa, ilha de São Miguel, tendo como proponente a empresa, A.R. Casanova & Filhos LDA., a Direção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade como entidade licenciadora e a Direção Regional do Ambiente como Autoridade Ambiental, iniciou-se a 2 de agosto de 2012. A 28 de agosto foi emitido um parecer da Comissão de Avaliação a solicitar mais elementos, o que levou à suspensão do mesmo por 30 dias e à retoma deste com a entrega do requerido, tendo sido oficialmente declarada a conformidade do Estudo de Impacte Ambiental a 31 de Outubro de 2012.

CONSULTA PÚBLICA Nos termos do Artº. 106.º do Diploma AILA procedeu-se à publicitação da Consulta Pública, com um anúncio publicado no diário “Diário dos Açores”, contendo os elementos obrigatórios e um Edital afixado nas instalações da Direção Regional do Ambiente, com o mesmo conteúdo. Cópias do teor dos documentos encontram-se anexos ao presente relatório e dele fazem parte integrante. A Cascalheira João Ramos, em Fase de Projeto de Execução, enquadra-se na tipologia definida no n.º 6 do Anexo II do Diploma AILA, mas sem atingir os limiares ali expostos, pelo que a duração da Consulta Pública foi de 20 dias úteis, decorridos entre 12 de novembro e 7 de dezembro de 2012. A documentação tornada pública foi: o Relatório Técnico, Anexos, Aditamento e o Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte Ambiente, bem como os pareceres da Comissão de Avaliação. Estes estiveram disponíveis em suporte de papel nas três Bibliotecas Públicas e Arquivos Regionais dos Açores e nas instalações da Direção Regional do Ambiente e ainda em formato digital na página da internet da Autoridade Ambiental com o seguinte endereço: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram/docDiscussao No âmbito do processo de Consulta Pública, em todos os locais constava a informação que os interessados, devidamente identificados, podiam manifestar-se por escrito, no prazo da Consulta Pública, dirigindo as suas exposições à Direção Regional do Ambiente, sita na Rua Cônsul Dabney, Colónia Alemã - 9900-014 HORTA ou para o E-mail: qualidade.ambiente @azores.gov.pt. Terminado o período da Consulta Pública foram então aguardados 5 dias úteis para a esperar por uma eventual receção de exposições dos interessados no âmbito desta Consulta Pública e emitidas por correio no fim do prazo limite. PARTICIPAÇÃO DOS INTERESSADOS Decorridos 5 dias úteis do termo da Consulta Pública verificou-se que não entrou na Direção Regional do Ambiente qualquer exposição escrita de interessados, quer enviada por E-mail quer por Correio Postal normal. Assim, deduz-se que nenhum interessado levantou problemas ou dúvidas relativamente ao licenciamento da Cascalheira João Ramos no âmbito da avaliação de Impacte Ambiental do projeto.

CONCLUSÃO Terminada a Consulta Pública, conclui-se que nada há a obstar por parte dos interessados no âmbito do Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental.

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 21

Deve-se dar conhecimento do teor deste relatório à Comissão de Avaliação do EIA para esta ter em consideração no seu parecer os resultados da Participação Pública.

Horta, 17 de dezembro de 2012

Romana Medeiros

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 22

ANEXO

TEOR DO ANÚNCIO DO JORNAL

Procedimento de AIA - Parecer Final à “Cascalheira João Ramos” 23

ANÚNCIO

CONSULTA PÚBLICA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

“CASCALHEIRA JOÃO RAMOS”

Proponente: A.R. Casanova & Filhos LDA.

Licenciador: Direção Regional de Apoio ao Investimentos e à Competitividade

Autoridade Ambiental: Direção Regional do Ambiente

O projeto acima mencionado, em Fase de Projeto de Execução, está sujeito a um procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental, conforme estabelecido pela alínea a) caso geral do no n.º 6 do Anexo II do Decreto Legislativo Regional n.º 30/2010/A, de 15 de novembro. O empreendimento localiza-se na freguesia do Cabouco do concelho de Lagoa, Açores.

Nos termos e para efeitos do preceituado no art.º 106.º e nos artigos. 111.º, 112.º e 113.º do Decreto Legislativo Regional n.º 30/2010/A, de 15 de Novembro, a Direção Regional do Ambiente, enquanto Autoridade de Ambiental, informa que o Estudo de Impacte Ambiental, constituído pelo Relatório Técnico, Anexos, Aditamento e Resumo Não Técnico, bem como o Parecer da Comissão de Avaliação entretanto emitido, se encontram disponíveis para Consulta Pública, durante 20 dias úteis, de 12 de novembro de 2012 a 7 de dezembro de 2012, inclusive, nos seguintes locais:

Direção Regional do Ambiente, sita na Rua Cônsul Dabney, Colónia Alemã - 9900-014 HORTA, Telefone: 292 207 300;

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, sita no Largo do Colégio 9500-054 Ponta Delgada, telefone 296 281 216;

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, sita no Palácio Bettencourt, Rua da Rosa 49, 9700 171 Angra do Heroísmo, telefone 295 401 000;

Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, sita na Rua Walter Bensaúde 14 9900-142 Horta, telefone 292 391 344;

Na Internet através do endereço http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram/docDiscussao onde também se encontra o Plano de Pedreira do empreendimento

No âmbito do processo de consulta pública, os interessados devidamente identificados podem manifestar-se por escrito, no prazo atrás referido, devendo todas as exposições serem dirigidas à Direção Regional do Ambiente, sita na Rua Cônsul Dabney, Colónia Alemã - 9900-014 HORTA, com o correio eletrónico: qualidade.ambiente @azores.gov.pt.

O licenciamento do projeto só poderá ser concedido após a Declaração de Impacte Ambiental Favorável ou Condicionalmente Favorável a emitir na Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.

A Declaração de Impacte Ambiental deverá ser emitida até 26 de fevereiro de 2013.

Horta, 5 de novembro de 2012

O Diretor Regional do Ambiente

João Bettencourt