parceria bonsfrutos doconhecimento...2003/04/19  · esses insumos da flora brasileira sejam...

1
• POLÍTICA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA FAPESP até o dia 20 de agosto para se- rem julgados até 20 de dezembro. A Natura investe anualmente cerca de R$ 30 milhões em pesquisa e desen- volvimento, registrando uma média de lançamento de 100 novos produtos por ano. As investigações sobre ativos da biodiversidade consomem 15% desses recursos e dão suporte à linha Natura Ekos. As fórmulas dos 37 produtos dis- poníveis no merca- do utilizam ativos como guaraná, ma- cela-do-campo, cu- puaçu, cacau, Pl- tanga, maracujá e castanha-do-pará, entre outras, cujas propriedades são largamente difun- didas pelo conheci- mento popular e comprovadas por estudos etnobotâni- cos e farmacológicos. Para garantir que esses insumos da flora brasileira sejam extraídos de forma sustentável, a Natu- ra desenvolve o Programa de Certifi- cação de Ativos com os fornecedores, apoiado e monitorado por uma organi- zação não-governamental, a Imaflora. O programa é composto por seis eta- pas: auditoria de local de origem dos ativos, elaboração do plano de manejo, avaliação do impacto ambiental e so- cial, implantação do plano de manejo, obtenção do certificado e monitora- mento periódico. "As outras linhas de produtos da Natura, como a de cosmé- ticos, por exemplo, deverão ao longo do tempo também utilizar tecnologia oriunda da biodiversidade", adianta Marcelo Araujo, vice-presidente de Inovação e Desenvolvimento. PARCERIA Bons frutos do conhecimento Natura quer projetos de pesquisa para aplicação em cosméticos A atura lançou, no dia 20 de março, um programa de in- centivo à pesquisa com o objetivo de estimular a formação de competên- cia em ciência e tecnologia aplicada a cosméticos e fitoterápicos. O programa - batizado de Natura Campus - se desen- volverá por meio de parcerias com fun- dações de fomento à pesquisa e labora- tórios de universi- dades e institutos paulistas. "Quere- mos nos aproximar das universidades de forma estrutura- da e colaborar para transformar conhe- cimento em inova- ção", afirmou Pedro Luiz Passos, presi- dente de Operações da empresa, a maior fabricante de cos- méticos da América Latina. O primeiro edital do Natura Cam- pus terá como tema a biodiversidade brasileira e será implementado em par- ceria com a FAPESP. Os pesquisadores interessados têm prazo até o dia 20 de maio para apresentar pré-proposta uti- lizando formulário disponível no site www.natura.net/salacientifica. A equipe de pesquisadores e técnicos da Natura fará uma primeira avaliação das propostas, a partir de critérios esta- belecidos pela empresa. Os projetos devem, obrigatoriamente, envolver pes- quisa de ativos de origem vegetal da biodiversidade brasileira, com potencial para aplicação em produtos cosméticos. Os projetos selecionados serão subme- tidos à avaliação da FAPESP, no âmbito do Programa Parceira para a Inovação Maracujá, castanha-da-pará, cacau e pitanga: ativos da Natura Tecnológica (PITE). O PITE, iniciado em 1994, apóia projetos de inovação tecno- lógica desenvolvidos em parceria por instituições de pesquisa e empresas ins- taladas no Estado. A FAPESP e as em- presas dividem os custos do projeto. De acordo com José Fernando Perez, dire- tor-científico da FAPESP, 66 projetos es- tão em curso, com investimentos totais de R$ 70 milhões. "Neste Programa, a Fundação desempenha um papel de agente catalisador entre universidade e empresas", explica Perez. "A produção científica não pode crescer sem frutos sociais e econômicos': completa Carlos Vogt, presidente da Fundação. Extração sustentável - Os resultados da primeira avaliação serão divulga- dos no dia 20 de junho. Os pré-projetos aprovados deverão ser apresentados à PESQUISA FAPESP 8ó • ABRIL DE 2003 19

Upload: others

Post on 05-Mar-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PARCERIA Bonsfrutos doconhecimento...2003/04/19  · esses insumos da flora brasileira sejam extraídos de forma sustentável, a Natu-ra desenvolve o Programa de Certifi-cação de

• POLÍTICA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

FAPESP até o dia 20 de agosto para se-rem julgados até 20 de dezembro.

A Natura investe anualmente cercade R$ 30 milhões em pesquisa e desen-volvimento, registrando uma média delançamento de 100 novos produtos porano. As investigações sobre ativos dabiodiversidade consomem 15% dessesrecursos e dão suporte à linha Natura

Ekos. As fórmulasdos 37 produtos dis-poníveis no merca-do utilizam ativoscomo guaraná, ma-cela-do-campo, cu-puaçu, cacau, Pl-tanga, maracujá ecastanha-do-pará,entre outras, cujaspropriedades sãolargamente difun-didas pelo conheci-mento popular e

comprovadas por estudos etnobotâni-cos e farmacológicos. Para garantir queesses insumos da flora brasileira sejamextraídos de forma sustentável, a Natu-ra desenvolve o Programa de Certifi-cação de Ativos com os fornecedores,apoiado e monitorado por uma organi-zação não-governamental, a Imaflora.O programa é composto por seis eta-pas: auditoria de local de origem dosativos, elaboração do plano de manejo,avaliação do impacto ambiental e so-cial, implantação do plano de manejo,obtenção do certificado e monitora-mento periódico. "As outras linhas deprodutos da Natura, como a de cosmé-ticos, por exemplo, deverão ao longodo tempo também utilizar tecnologiaoriunda da biodiversidade", adiantaMarcelo Araujo, vice-presidente deInovação e Desenvolvimento. •

PARCERIA

Bons frutos do conhecimentoNatura quer projetosde pesquisa paraaplicação em cosméticos

Aatura lançou, no dia 20 demarço, um programa de in-centivo à pesquisa com oobjetivo de estimular aformação de competên-

cia em ciência e tecnologia aplicada acosméticos e fitoterápicos. O programa- batizado de Natura Campus - se desen-volverá por meio de parcerias com fun-dações de fomentoà pesquisa e labora-tórios de universi-dades e institutospaulistas. "Quere-mos nos aproximardas universidadesde forma estrutura-da e colaborar paratransformar conhe-cimento em inova-ção", afirmou PedroLuiz Passos, presi-dente de Operaçõesda empresa, a maior fabricante de cos-méticos da América Latina.

O primeiro edital do Natura Cam-pus terá como tema a biodiversidadebrasileira e será implementado em par-ceria com a FAPESP. Os pesquisadoresinteressados têm prazo até o dia 20 demaio para apresentar pré-proposta uti-lizando formulário disponível no sitewww.natura.net/salacientifica.

A equipe de pesquisadores e técnicosda Natura fará uma primeira avaliaçãodas propostas, a partir de critérios esta-belecidos pela empresa. Os projetosdevem, obrigatoriamente, envolver pes-quisa de ativos de origem vegetal dabiodiversidade brasileira, com potencialpara aplicação em produtos cosméticos.Os projetos selecionados serão subme-tidos à avaliação da FAPESP, no âmbitodo Programa Parceira para a Inovação

Maracujá, castanha-da-pará,cacau e pitanga: ativos da Natura

Tecnológica (PITE). O PITE, iniciado em1994, apóia projetos de inovação tecno-lógica desenvolvidos em parceria porinstituições de pesquisa e empresas ins-taladas no Estado. A FAPESP e as em-presas dividem os custos do projeto. Deacordo com José Fernando Perez, dire-tor-científico da FAPESP, 66 projetos es-tão em curso, com investimentos totaisde R$ 70 milhões. "Neste Programa, aFundação desempenha um papel deagente catalisador entre universidade eempresas", explica Perez. "A produçãocientífica não pode crescer sem frutossociais e econômicos': completa CarlosVogt, presidente da Fundação.

Extração sustentável - Os resultadosda primeira avaliação serão divulga-dos no dia 20 de junho. Os pré-projetosaprovados deverão ser apresentados à

PESQUISA FAPESP 8ó • ABRIL DE 2003 • 19