parÂmetros parasitolÓgicos e desempenho … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e...

84
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO PRODUTIVO DE OVINOS NATURALMENTE INFECTADOS COM NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS MANTIDOS EM DIFERENTES PASTAGENS TROPICAIS ALBERTO LUIZ FREIRE DE ANDRADE JUNIOR MACAÍBA/RN BRASIL Agosto/2013

Upload: trandang

Post on 21-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL

PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO

PRODUTIVO DE OVINOS NATURALMENTE

INFECTADOS COM NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS

MANTIDOS EM DIFERENTES PASTAGENS TROPICAIS

ALBERTO LUIZ FREIRE DE ANDRADE JUNIOR

MACAÍBA/RN – BRASIL

Agosto/2013

Page 2: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

1

ALBERTO LUIZ FREIRE DE ANDRADE JÚNIOR

PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO

PRODUTIVO DE OVINOS NATURALMENTE

INFECTADOS COM NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS

MANTIDOS EM DIFERENTES PASTAGENS TROPICAIS

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,

Campus de Macaíba, como parte da

exigência para a obtenção do título de Mestre

em Produção Animal.

Orientadora: Profa. Dra. Lilian Giotto Zaros

MACAÍBA/RN – BRASIL

Agosto/2013

Page 3: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

2

Catalogação da Publicação na Fonte

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Andrade Júnior, Alberto Luiz Freire de.

Parâmetros parasitológicos e desempenho produtivo de ovinos

naturalmente infectados com nematoides gastrintestinais mantidos

em diferentes pastagens tropicais / Alberto Luiz Freire De Andrade

Júnior. - Macaíba, 2013.

83f: il.

Orientadora: Profa. Dra. Lilian Giotto Zaros.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em

Produção Animal.

1. Controle parasitário - Dissertação. 2. Helmintos - Dissertação.

3. Contaminação ambiental - Dissertação. I. Zaros, Lilian Giotto. II.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BSE01 CDU 616.34-008.89

Page 4: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

3

ALBERTO LUIZ FREIRE DE ANDRADE JÚNIOR

PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO

PRODUTIVO DE OVINOS NATURALMENTE

INFECTADOS COM NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS

MANTIDOS EM DIFERENTES PASTAGENS TROPICAIS

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,

Campus de Macaíba, como parte da

exigência para a obtenção do título de Mestre

em Produção Animal.

APROVADA EM _____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Profa. Dra. Lilian Giotto Zaros (UFRN)

Orientadora

_____________________________________________________

Prof. Dr. Luiz da Silva Vieira (EMBRAPA)

1º Co-Orientador

_____________________________________________________

Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante (UFRN)

2º Co-Orientador

_____________________________________________________

Profa. Dra. Silvia Maria Mendes Ahid (UFERSA)

Membro Externa

Page 5: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

4

Aos animais,

que inocentemente e inconscientemente, nos dão (e nos deram)

sua vida para o desenvolvimento das pesquisas.

Page 6: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

5

AGRADECIMENTOS

Difícil não começar a agradecer por algo que acontece em nossas vidas, senão a

Deus. A Ele que permitiu que tudo isto acontecesse, que o sonho se concretizasse, que as

graças fossem alcançadas, que tudo ocorresse de forma reta. Agradeço primeiro a Deus e

tenho agradecido desde o dia que soube que fui aprovado no Mestrado. E agora não

poderia ser diferente, já que ao final, sei que foi Ele quem me deu forças, companhia,

discernimento, paciência e sabedoria para escrever, estudar, entender e ao final, defender

minha Dissertação. A Deus, meu obrigado.

Em segundo lugar não posso deixar de agradecer a minha família que me apoiou,

me encorajou, me incentivou a cursar uma pós-graduação e me ajudou sempre no que foi

possível para que tudo se encaminhasse e meus estudos não fossem cessados. A meu pai,

minha mãe, meu irmão, meus avós, tios e primos, meu muito obrigado.

Em seguida não posso deixar de agradecer a uma pessoa que, se não fosse sua

humildade, cooperação, incentivo, sabedoria e uns puxões de orelha de vez em quando,

tenho certeza de que nada disso seria real hoje. A minha orientadora, Lilian Giotto Zaros,

meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho

feito.

Não posso esquecer jamais de uma “equipe-bala” que chegou e se formou para

mostrar que o trabalho em grupo existe e que dele podemos tirar verdadeiras amizades,

independentemente das diferenças. No início éramos apenas três anônimos, mas que com o

tempo e o aumento das atividades, o grupo foi aumentando, aumentando e hoje passamos

dos 10 membros que até do anonimato saíram. Aos “Amigos do Projeto”, meu mais

sincero obrigado, porque sem vocês nada do que temos hoje existiria. Obrigado por todo o

apoio, pela cooperação, risadas, músicas no laboratório (para a alegria de todos e a raiva de

uma), lanches dentro e fora do laboratório (que a “profe” não saiba), resenhas no

Facebook, montagens nas fotos das nossas visitas do projeto de extensão, açaís marcados e

não tomados (alguns), abates com cuscuz (sem pimentão, por favor), salsichas com

molhos, malassadas e picados. Todos já tem um lugar muito especial na minha vida.

Obrigado a Renata, Fernanda, Patrícia, Aline, Luiz, Raí, Dani, Larissa, minha galega

preferida e tão louca quanto eu, Arienne, e, mais uma vez, a professora Lilian. Que esse

nosso exemplo de grupo possa se perpetuar em todo e qualquer grupo de estudo que seja

montado ao longo das nossas vidas acadêmicas.

Page 7: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

6

Obrigado também ao meu co-orientador, professor Luiz da Silva Vieira, que me

ajuda desde a graduação, fazendo o possível para cooperar com seus orientandos. Sempre

preocupado, atento às necessidades dos alunos, ensinando aos seus orientandos como um

pai ensina aos seus filhos. Não posso deixar de agradecer também ao meu segundo co-

orientador, professor Gelson Difante, ainda coordenador do GEFOR, e também a toda sua

equipe de trabalho deste grupo, que concordou em participar da nossa pesquisa, nos

cedendo o espaço e os animais para tal. Além disso, obrigado por ser esta pessoa sensível

que és, sempre preocupado com os alunos, seja dentro da UFRN ou fora dela, nos

Congressos da vida. Ainda em especial a todos os professores do PPGPA, que nos

formaram e abriram nossas mentes (ou afunilaram), e principalmente ao professor Luís

Henrique, pela cooperação na análise estatística do trabalho. Obrigado a vocês.

Devo agradecer também a UFRN e ao PPGPA, que me proporcionaram a obtenção

do título de Mestre, a Capes, pela ajuda financeira durante esses dois anos que me mantive

na pós-graduação, e também ao CNPq pelo financiamento do projeto original.

Obrigado também aos pós-graduandos da turma de 2011. Embora fôssemos poucos,

mas éramos essenciais ali, naquele momento, fazendo e deixando marcas nas paredes do

prédio do PPGPA. Obrigado pessoal.

Não posso esquecer de agradecer a Dona Helena, que veio de Sobral-CE,

especialmente para nos ajudar a fazer a necropsia dos animais. Sua participação foi

essencial para que todo nosso trabalho desse certo no final. Obrigado.

Tenho que agradecer ainda a professora Naisandra e a toda sua equipe do

Laboratório de Histologia da UFRN pela confecção das lâminas histológicas. Obrigado.

A quem não posso deixar de agradecer também são às professoras Elizeth

Terezinha, Viviane Medeiros e Silvia Ahid. Cada uma, num momento diferente, me ajudou

muito para meu crescimento acadêmico. E espero que continuem contribuindo. A vocês,

obrigado.

Às amigas da graduação que sempre se fizeram presentes neste período, Kácia,

Patrícia e Renata, seja de forma presencial, seja de forma textual ou apenas em

pensamentos. Obrigado, meninas.

Aos amigos que me acompanharam até aqui e que foram importantes em algum

momento desta caminhada. A galera da Igreja, aos meninos do grupo do Facebook, a

galera do colégio... Todos de alguma forma contribuíram para a minha formação,

principalmente nos momentos mais complicados e/ou nos mais estressantes, bastava ir

Page 8: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

7

falar com algum deles para que o alívio chegasse e a mente voltasse a funcionar de forma

correta. O problema era não deixar se empolgar demais nas conversas.

A todos que direta e indiretamente me ajudaram e colaboraram para mais esta etapa

em minha vida, meu muito obrigado!

Page 9: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

8

“Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu

não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus

olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos

necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no

mundo...

Assim, o principezinho cativou a raposa.

Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar… a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar.

E acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. É simples o

segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Os homens

esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

(Trecho de “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry)

Page 10: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

9

PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO PRODUTIVO DE

OVINOS NATURALMENTE INFECTADOS COM NEMATOIDES

GASTRINTESTINAIS MANTIDOS EM DIFERENTES PASTAGENS TROPICAIS

Andrade Júnior, Alberto Luiz Freire de. Parâmetros parasitológicos e desempenho

produtivo de ovinos naturalmente infectados com nematoides gastrintestinais mantidos em

diferentes pastagens tropicais. 2013. (83p.) Dissertação (Mestrado em Produção Animal:

Caracterização, Conservação e Melhoramento Genético de Recursos Locais) –

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2013.

RESUMO: O controle dos nematoides gastrintestinais de pequenos ruminantes usualmente

é feito pela administração de anti-helmínticos. Porém, devido ao aparecimento cada vez

mais crescente da resistência parasitária a estas drogas, busca-se um controle alternativo e

eficaz para as parasitoses. Uma das alternativas está no manejo das pastagens, já que estas

são as fontes de infecção dos animais pelas larvas infectantes L3 dos helmintos. Assim, o

objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de ovinos frente às infecções naturais por

nematoides gastrintestinais mantidos em pastagens de Panicum maximum cv. Massai e cv.

Aruana, e Brachiaria brizantha cv. Piatã e cv. Marandu. O experimento foi realizado de

Maio a Agosto/2011, com 48 ovinos machos, mestiços SRD x Santa Inês, naturalmente

infectados por nematoides gastrintestinais e mantidos em quatro diferentes cultivares de

gramíneas forrageiras tropicais naturalmente contaminadas por ovos e larvas de

nematoides gastrintestinais. Semanalmente, os animais foram caracterizados

fenotipicamente através de exames parasitológicos (ovos por grama de fezes – OPG e

coprocultura), exames hematológicos (volume globular – VG, e contagem de eosinófilos

sanguíneos), pelo método Famacha© para avaliar a coloração da mucosa ocular, e pelas

medidas de escore de condição corporal e ganho de peso. Nas pastagens foi feita a

recuperação das larvas infectantes, a fim de determinar a quantidade de L3 presentes no

pasto. O delineamento experimental usado foi o de blocos casualizados com duas

repetições, e antes da entrada dos animais nos piquetes, os mesmos foram vermifugados. O

período experimental foi finalizado quando os animais atingiram 32,0 kg de peso vivo, e

em seguida foram abatidos e realizada a necrópsia para recuperação e identificação dos

parasitos do abomaso, intestino delgado e intestino grosso. Os resultados obtidos foram

submetidos a análise de variância, teste t e teste de Tukey. Os animais mantidos nas

pastagens de capim Marandu apresentaram menores contagens de OPG, maior

porcentagem de volume globular e maior média de peso; os que permaneceram na

pastagem Piatã apresentaram menores contagens de eosinófilos por microlitro de sangue. O

Famacha de maior prevalência foi o Famacha 2 e o escore de condição corporal oscilou

entre os índices 2 e 3. Os resultados das coproculturas e a recuperação das larvas nas

pastagens evidenciou presença de larvas de Trichostrongylus sp., bem como na necropsia

este também foi o parasito de maior prevalência. Portanto, pode-se concluir que a cultivar

forrageira influencia na carga parasitária dos ovinos; o Famacha, juntamente com o OPG e

VG constituem indicadores importantes para serem utilizados no controle das verminoses

gastrintestinais; o Trichostrongylus sp. foi o parasito de maior prevalência nos ovinos no

período chuvoso.

PALAVRAS-CHAVE: Controle parasitário, helmintos, Marandu, Trichostrongylus sp.,

contaminação ambiental, verminose

Page 11: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

10

PARASITOLOGICAL PARAMETERS AND PRODUCTIVE PERFORMANCE OF

SHEEP NATURALLY INFECTED WITH GASTROINTESTINAL NEMATODES

IN DIFFERENT TROPICAL PASTURES

Andrade Júnior, Alberto Luiz Freire de. Parasitological parameters and productive

performance of sheep naturally infected with gastrointestinal nematodes in different

tropical pastures. 2013. (83p.) Dissertação (Mestrado em Produção Animal:

Caracterização, Conservação e Melhoramento Genético de Recursos Locais) –

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2013.

ABSTRACT: The control of gastrointestinal nematodes of small ruminants is usually done

with anthelmintics. However, due to the emergence of ever-increasing parasite resistance

to these drugs, looking up an alternative control parasites. One of this is sought in pasture

management, as these are the sources of animals’ infection by L3 infective larvae of

helminths. The aim of this study was to evaluate the performance of sheep to natural

infections by gastrointestinal nematodes grazing Panicum maximum cv. Massai and cv.

Aruana, and Brachiaria brizantha cv. Piatã and cv. Marandu. The work was conducted

from May to August-2011 with 48 male sheeps SRD versus Santa Inês breed. The animals

were naturally infected with gastrointestinal nematodes, and maintained in four different

cultivars of tropical forage grasses, naturally contaminated with eggs and larvae of

gastrointestinal nematodes. Each week the animals were phenotypically characterized by

parasitological examinations (eggs per gram of feces - EPG, and feces culture),

hematological (packed cell volume – PCV, and blood eosinophil count) method to evaluate

the Famacha© colorof ocular mucosa, and the measures of body condition score and

weight. In pastures was made the recovery of infective larvae in order to determine the

quantity of L3 present in the pasture. The experimental design was a randomized

completed block with two replications and before the entry of animals in the paddocks,

they have been wormed. The experiment was ended when the animals reached 32.0 kg

liveweight, and then were slaughtered and autopsies performed for the recovery and

identify parasites of the abomasum, small intestine and large intestine. Results were

subjected to analysis of variance, t test and Tukey's test. The animals kept on pastures of

Marandu grass had lower EPG counts, higher percentage of packed cell volume and higher

average weight; those who remained in the Piatã pasture had lower eosinophil counts per

microliter of blood. About the Famacha©, the highest prevalence was Famacha 2, and the

body condition score ranged between 2 and 3. The results of feces cultures and recovery of

larvae on pastures showed the presence of larvae of Trichostrongylus sp., and at the

necropsy too. This way, it was concluded that the grass cultivars influences the sheep

parasite load; the Famacha, together with EPG and packed cell volume are important

indicators for use in controlling gastrointestinal nematode infections. The Trichostrongylus

sp. was the most prevalent parasite in sheep during the rainy season.

KEYWORDS: Parasitological control, helminths, Marandu, Trichostrongylus sp.,

environmental contamination, worms

Page 12: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

11

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Animais experimentais .............................................................................. 39

Figura 2 Distribuição das chuvas na área experimental ao longo do ano de 2011 .. 40

Figura 3 Cartão Famacha© usado para diagnóstico de anemia pela coloração da

conjuntiva ocular ....................................................................................... 43

Figura 4 Palpação da apófise espinhosa .................................................................. 44

Figura 5 Palpação da apófise transversa .................................................................. 44

Figura 6 Distribuição da contagem de OPG (ovos/g) de ovinos mantidos em

diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas

experimentais ............................................................................................ 47

Figura 7 Imagens de microscópio óptico das larvas dos nematoides

gastrintestinais recuperadas na coprocultura (aumento de 10x e 40x). A,

B e C) Larva, região anterior e região posterior de Haemonchus sp.,

respectivamente; D, E e F) Larva, região anterior e região posterior de

Trichostrongylus sp., respectivamente; G, H e I) Larva, região anterior e

região posterior de Strongyloides papillosus, respectivamente; J, K e L)

Larva, região anterior e região posterior de Oesophagostomum sp.,

respectivamente ......................................................................................... 48

Figura 8 Distribuição vertical de larvas infectantes no perfil da pastagem ............. 53

Figura 9 Distribuição do volume globular (VG) (%) de ovinos mantidos em

diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas

experimentais ............................................................................................ 55

Figura 10 Distribuição da contagem de eosinófilos (células/µL) de ovinos

mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas

experimentais ............................................................................................ 56

Figura 11 Distribuição da observação do Famacha© em ovinos mantidos em

diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas

experimentais ............................................................................................ 57

Figura 12 Porcentagem de observações do Famacha© nos ovinos mantidos em

diferentes pastagens de gramíneas tropicais, durante o período

experimental .............................................................................................. 58

Figura 13 Distribuição do peso (kg) de ovinos mantidos em diferentes tipos de

pastagens tropicais, durante 13 semanas experimentais ............................ 59

Figura 14 Distribuição da observação do escore de condição corporal (ECC) em

ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13

semanas experimentais .............................................................................. 60

Figura 15 Porcentagem do índice de escore de condição corporal (ECC)

observado nos ovinos ao longo do experimento, mantidos em diferentes

pastagens tropicais ..................................................................................... 61

Figura 16A Imagens de microscópio óptico dos nematoides gastrintestinais

recuperados na necropsia. A) Região anterior do Haemonchus contortus

Page 13: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

12

(setas indicam as papilas cervicais); B) Região anterior do

Trichostrongylus sp. (seta indica o sulco excretor); C) Região anterior

da Cooperia sp. (Seta indica a expansão cuticular cefálica e a cutícula

estriada); D) Região anterior do Oesophagostomum sp.; E) Região

posterior de um macho de H. contortus, com detalhe para os espículos;

F) Ganchos espiculares presentes nos machos dos H. contortus; G)

Região posterior e espículos de um macho de Trichostrongylus sp.; H)

Região posterior e espículos de um macho de Cooperia sp.; I) Região

posterior e espículos de um macho de Oesophagostomum sp. ................. 66

Figura 16B Imagens de microscópio óptico dos nematoides gastrintestinais

recuperados na necropsia (cont.). J) Ovojetor e apêndice vulvar tipo

lisa de H. contortus; K) Ovojetor e apêndice vulvar tipo linguiforme

de H. contortus; L) Ovojetor e apêndice vulvar tipo botão de H.

contortus; M) Ovojetor da fêmea de Trichostrongylus sp.; N)

Ovojetor da fêmea de Cooperia sp.; O) Ovojetor da fêmea de

Oesophagostomum sp. ............................................................................... 67

Page 14: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valor nutritivo das lâminas foliares de forrageiras tropicais .................... 28

Tabela 2 Média da variável fenotípica OPG (ovos por grama de fezes), analisada

em ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais ............... 46

Tabela 3 Porcentagem das larvas dos parasitos recuperados nas coproculturas dos

ovinos mestiços Santa Inês mantidos em diferentes pastagens tropicais .. 48

Tabela 4 Quantidade total de larvas recuperadas das pastagens por gênero dos

parasitos ..................................................................................................... 50

Tabela 5 Total de larvas recuperadas por altura de coleta ....................................... 51

Tabela 6 Total de larvas recuperadas na metade superior das pastagens nos

momentos pré-pastejo e pós-pastejo ......................................................... 52

Tabela 7 Total de larvas recuperadas na metade inferior das pastagens nos

momentos pré-pastejo e pós-pastejo ......................................................... 53

Tabela 8 Média das variáveis fenotípicas volume globular (VG) e contagem de

eosinófilos, analisadas em ovinos mantidos em diferentes tipos de

pastagens tropicais ..................................................................................... 54

Tabela 9 Frequência de observações do grau Famacha© de identificação de

anemia em ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais,

durante 13 semanas experimentais ............................................................ 58

Tabela 10 Média da variável fenotípica peso (kg), analisada em ovinos mantidos

em diferentes tipos de pastagens tropicais ................................................ 58

Tabela 11 Frequência de observações do escore de condição corporal (ECC) em

ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais ..................... 61

Tabela 12 Carga parasitária de nematoides gastrintestinais recuperados de ovinos

mestiços Santa Inês, naturalmente infectados e mantidos em diferentes

tipos de pastagens tropicais ....................................................................... 62

Tabela 13 Número e sexo das espécies e a relação macho:fêmea de nematoides

gastrintestinais identificados em exemplares de no mínimo 100

parasitos/animal/órgão, de ovinos mestiços Santa Inês mantidos em

diferentes pastagens tropicais .................................................................... 63

Tabela 14 Comprimento total médio dos nematoides (µm), dos espículos e

ganchos espiculares (menor e maior) (µm) nos machos e de ovojetor

das fêmeas (µm) recuperados na necropsia dos ovinos mestiços Santa

Inês mantidos em diferentes pastagens tropicais ....................................... 65

Tabela 15 Porcentagem do tipo de apêndice vulvar das fêmeas de Haemonchus

contortus recuperadas na necropsia de ovinos mestiços Santa Inês

mantidos em diferentes pastagens tropicais .............................................. 68

Page 15: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

14

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................. 16

CAPÍTULO I – REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................... 18

1 IMPORTÂNCIA DA OVINOCULTURA ...................................................... 19

2 HELMINTOSES GASTRINTESTINAIS ...................................................... 19

3 CICLO BIOLÓGICO DOS NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS DE

OVINOS ............................................................................................................. 21

4 MÉTODOS DE CONTROLE DAS PARASITOSES QUE ACOMETEM

OS PEQUENOS RUMINANTES ................................................................... 22

4.1 Tratamento Anti-Helmíntico .............................................................................. 22

4.2 Método Famacha© ............................................................................................. 23

4.3 Manejo e Rotação de Pastagens .......................................................................... 25

5 CARACTERIZAÇÃO DAS GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS .................... 27

5.1 Capim Aruana (Panicum maximum Jacq. cv. Aruana) ....................................... 28

5.2 Capim Marandu (Brachiaria brizantha (A. Rich.) Stapf. cv. Marandu) ............ 28

5.3 Capim Massai (Panicum maximum Jacq e P. infestum BRA-7102 cv. Massai) 29

5.4 Capim Piatã (Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã) ............................................ 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPÍTULO II – PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO

PRODUTIVO DE OVINOS NATURALMENTE INFECTADOS

COM NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS MANTIDOS EM

DIFERENTES PASTAGENS TROPICAIS ....................................... 35

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 36

2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 38

2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 38

2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 38

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 39

3.1 Local de Execução .............................................................................................. 39

3.2 Animais Experimentais ....................................................................................... 39

3.3 Área e Delineamento Experimental .................................................................... 40

3.4 Manejo dos Animais ........................................................................................... 40

3.5 Avaliação do Nível de Infecção dos Animais ..................................................... 41

3.5.1 Exames Parasitológicos ...................................................................................... 41

3.5.2 Exames Hematológicos ...................................................................................... 42

3.5.3 Método Famacha© ............................................................................................. 42

3.5.4 Pesagem e Avaliação da Condição Corporal ...................................................... 43

3.6 Recuperação de Larvas Infectantes (L3) da Pastagem ....................................... 44

Page 16: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

15

3.7 Necropsia para Recuperação dos Nematoides Gastrintestinais .......................... 44

3.8 Contagem e Identificação das Espécies de Nematoides Gastrintestinais ........... 45

3.9 Análise dos Resultados ....................................................................................... 45

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 46

4.1 Parâmetros Parasitológicos ................................................................................. 46

4.1.1 Recuperação de Larvas Infectantes (L3) na Coprocultura.................................. 47

4.1.2. Recuperação de Larvas na Pastagem .................................................................. 50

4.2 Parâmetros Hematológicos ................................................................................. 54

4.3 Parâmetros Produtivos ........................................................................................ 58

4.4 Contagem e Identificação dos Nematoides Gastrintestinais ............................... 61

5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXOS

ANEXO 1 – Média da contagem de ovos por grama de fezes (OPG) (ovos/g) de

ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13

semanas experimentais............................................................................ 78

ANEXO 2 – Média do volume globular (VG) (%) de ovinos mantidos em

diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas

experimentais .......................................................................................... 79

ANEXO 3 – Média da contagem de eosinófilos (células/µL) de ovinos mantidos

em diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas

experimentais .......................................................................................... 80

ANEXO 4 – Média de observações do Famacha© de identificação de anemia em

ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13

semanas experimentais............................................................................ 81

ANEXO 5 – Média do peso (kg) de ovinos mantidos em diferentes tipos de

pastagens tropicais, durante 13 semanas experimentais ......................... 82

ANEXO 6 – Média de observações do escore de condição corporal (ECC) em

ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13

semanas experimentais............................................................................ 83

Page 17: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

16

INTRODUÇÃO GERAL

A ovinocultura é uma atividade pecuária desenvolvida em todo o mundo,

principalmente nas regiões tropicais, onde os ovinos apresentam boa adaptabilidade. No

Brasil, o maior rebanho ovino é encontrado na região Nordeste, concentrado quase que

totalmente em pequenas propriedades, sem uso de técnicas e tecnologias que venham a

desenvolver positivamente as criações. Algumas deficiências no manejo são encontradas

nessas propriedades, principalmente com relação ao manejo sanitário das criações, sendo

as doenças parasitárias um dos principais entraves para o desenvolvimento da criação de

ovinos.

As infecções parasitárias nos pequenos ruminantes são caracterizadas como mistas,

ou seja, várias espécies de parasitos agem num mesmo hospedeiro, num mesmo órgão, ou

em órgãos diferentes. O helminto de maior importância para a ovinocultura é o

Haemonchus contortus, de hábito hematófago e habitante do abomaso, podendo levar seus

hospedeiros a um grau de anemia irreversível. Ainda no abomaso, o Trichostrongylus axei,

no intestino delgado, o T. colubriformis, Strongyloides papillosus e Cooperia sp., e no

intestino grosso o Oesophagostomum sp. e o Trichuris sp., são as demais espécies de

parasitos que contribuem para os prejuízos na produção animal.

Tradicionalmente, o controle destes e de outros parasitos é feito baseado no uso de

anti-helmínticos, que além de deixarem resíduos na carne, leite e no ambiente, com seu uso

indiscriminado causam o aparecimento da resistência parasitária aos princípios ativos dos

vermífugos. Assim, a crescente demanda por níveis reduzidos de drogas nos produtos de

origem animal e no ambiente, bem como a possibilidade do desenvolvimento de resistência

aos compostos anti-helmínticos, tem levado à necessidade da utilização de estratégias que

promovam o uso mínimo de compostos químicos na produção animal.

Atualmente, o uso do método Famacha© tem colaborado para o controle alternativo

das helmintoses, sendo utilizado em muitas propriedades rurais para auxiliar na decisão de

quais animais receberão as doses de vermífugos para o tratamento, e ainda na seleção de

animais resistentes às verminoses. Outra vantagem do uso deste método é a seleção de

animais resistentes às parasitoses, atualmente tornando-se também uma estratégia no

controle das helmintoses, principalmente em grandes fazendas, mas ainda está longe de

chegar aos pequenos produtores. Além desses, pode-se destacar o a utilização de pastagens

que favoreçam uma menor infecção parasitária, uma vez que algumas espécies forrageiras

Page 18: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

17

proporcionam uma maior cobertura do solo, que, no período chuvoso do ano, formam um

microclima favorável para o desenvolvimento e eclosão dos ovos, devido à alta umidade e

temperatura que são encontradas nos países de clima tropical. As gramíneas de

crescimento cespitoso, por exemplo, favorecem a incidência dos raios solares no solo, o

que provoca a dessecação das cíbalas e impedindo o desenvolvimento dos ovos.

Portanto, como a pastagem é uma importante fonte de contaminação parasitária, e

consequentemente, pode influenciar na resposta do hospedeiro frente às infecções

gastrintestinais, torna-se imprescindível conhecer o comportamento migratório das larvas

infectantes de nematoides gastrintestinais em diferentes espécies forrageiras, o que poderá

contribuir para a compreensão das características morfológicas da planta que interferem

nesta atividade, bem como recomendar o tipo de cultivar que possibilitará aos animais uma

menor infecção parasitária.

Page 19: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

18

CAPÍTULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

Page 20: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

19

1 IMPORTÂNCIA DA OVINOCULTURA

A ovinocultura é uma atividade pecuária amplamente desenvolvida em todo o

mundo, principalmente nas regiões tropicais, onde os ovinos apresentaram boa adaptação.

No Brasil não foi diferente, principalmente na região Nordeste do país, que, segundo dados

dos IBGE (2011), detêm 57,2% da produção nacional, concentrados quase que totalmente

em pequenas propriedades e que ainda mantém a tradicional criação empírica, sem uso de

novas técnicas e tecnologias para o melhor desenvolvimento da criação. Porém, devido às

exigências do mercado internacional para a criação racional de animais de produção, este

setor produtivo experimenta algumas modificações, ainda que lentamente, tais como:

investimentos em infraestrutura produtiva nos estabelecimentos, instalação de frigoríficos e

matadouros legalizados e que sigam o abate humanitário, melhorias em assistência técnica,

entre outros.

Assim, em razão de sua importância econômica e social, a ovinocultura requer

medidas de manejo adequadas para que possa superar os desafios existentes, desenvolver-

se e consolidar-se como atividade produtiva de mercado (MACIEL et al., 2006). Um dos

principais entraves da criação de ovinos é a saúde animal, principalmente quanto às

doenças parasitárias, que podem causar anemia, perda de peso e diminuição do potencial

produtivo e reprodutivo, impactando diretamente a produção animal.

2 HELMINTOSES GASTRINTESTINAIS

Parasitismo é a associação entre vegetais ou animais, com caráter obrigatório ou não,

de natureza trófica ou ecológica. Tratam-se de organismos que vivem em associação com

outros, dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o

organismo hospedeiro. Os parasitos podem classificar-se segundo o local do organismo em

que se situam: ectoparasitas (pele e aberturas naturais) e endoparasitas (interior do

organismo).

No caso das endoparasitoses, especificamente das helmintoses, os animais quando

parasitados podem apresentar sintomas como pelos arrepiados e sem brilho,

emagrecimento e diarreia. Porém, na maioria das vezes essas apresentam-se de maneira

silenciosa, ou seja, os animais abrigam os parasitos mas não mostram sinais característicos,

Page 21: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

20

mas mesmo assim ingerem menos alimentos do que deveriam e como consequência,

prejudicam os índices zootécnicos importantes para a produção animal (CHARLES, 1994).

Os responsáveis pelas helmintoses em pequenos ruminantes pertencem aos filos

Plathelmintes (“corpo achatado”) e Nemathelmintes (“corpo redondo”). O filo

Plathelmintes tem duas classes de particular interesse: a classe Trematodae a classe

Cestoda. O filo Nemathelmintes possui uma classe de grande importância, a classe

Nematoda, que inclui parasitas gastrintestinais e pulmonares. Geralmente as infecções são

mistas, causando um somatório de efeitos patogênicos de cada uma das espécies que

parasitam os animais.

A elevada ocorrência, associada à grande patogenicidade, faz do Haemonchus

contortus, a principal espécie endoparasita de ovinos no Brasil (AMARANTE, 2004). Este

helminto parasita o abomaso, sendo hematófago, tanto na fase adulta quando na L4 (larva

de quarto estágio). Cada helminto adulto remove do hospedeiro cerca de 0,05 mL de

sangue por dia, devido à ingestão e extravasamento de sangue das lesões. Um animal

parasitado com 5000 parasitos pode perder cerca de 250 ml de sangue por dia com

consequente diminuição considerável do volume globular, muitas vezes progressiva, o que

pode levar à morte do hospedeiro (BOWMAN et al., 2003). No caso de infecções crônicas

observa-se anemia, edema submandibular, anorexia progressiva, perda de peso,

hipoproteinemia, e em alguns casos, diarreia. Os animais portadores de carga parasitária

muito elevada (hemoncose aguda) podem ir a óbito em poucos dias com acentuado quadro

de anemia e desidratação (BASSETO et al., 2009), o que é relativamente comum em

pequenos ruminantes.

Outro nematoide de importância para a produção animal é o Trichostrongylus sp.

Considerado de baixa patogenicidade, pode ser encontrado também no abomaso ou no

intestino delgado, sendo comum em ovinos. Este parasito penetra na mucosa abaixo do

epitélio do órgão, lesando-a e provocando a exsudação de proteínas séricas. Embora não

seja hematófago, pode levar a um quadro de anemia e diarreia em infecções maciças, ou

mesmo a uma redução nos níveis de aminoácidos (URQUHART et al., 1998).

Ainda no intestino delgado, outro nematoide de ocorrência comum entre as criações

de ovinos é a Cooperia spp., cuja sintomatologia consiste em perda de apetite e baixos

ganhos de peso. Infecções por Strongyloides papillosus são bastante comuns em animais

muito jovens, desde o nascimento até os 4 meses de idade, e em fêmeas gestantes e recém-

paridas. Parasito do intestino delgado, promove erosão da mucosa intestinal, traduzindo-se

Page 22: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

21

clinicamente por anorexia, perda de peso e diarreia. Ocasionalmente, o hospedeiro pode

apresentar anemia (URQUHART et al., 1998).

Oesophagostomum sp., assim como o parasito anterior, também não é hematófago,

porém, tem por habitat o intestino grosso. Depois de ingerida pelo hospedeiro, a L3 (larva

de terceiro estágio ou larva infectante) ao chegar no final do intestino delgado e início do

intestino grosso, penetra profundamente na mucosa, atingindo a “muscularis mucosae”,

formando nódulos em cujo interior evolui para L4. Os sintomas observados são diarreia

intensa de coloração esverdeada ou mesmo com estrias de sangue, apatia e anorexia

(URQUHART et al., 1998). É, portanto, considerado altamente patogênico, sobretudo para

ovinos jovens, em que a presença de 200 a 300 parasitos adultos pode ocasionar uma

infecção severa (UENO e GONÇALVES, 1998).

Portanto, para um controle parasitário eficiente é necessário que se conheça o efeito

do parasito no hospedeiro, levando-se em consideração a influência desses no metabolismo

e na resposta imunológica do hospedeiro e os efeitos da nutrição no parasitismo, bem como

as condições ambientais onde estes ruminantes são criados.

3 CICLO BIOLÓGICO DOS NEMATOIDES GASTRINTESTINAIS DE

OVINOS

Os nematoides da família Trichostrongylidae apresentam ciclo exógeno direto, ou

seja, tem início fora do hospedeiro e termina no estabelecimento da infecção, com o

hospedeiro infectado eliminando ovos morulados junto com as fezes.

No ambiente há o desenvolvimento da larva de primeiro estágio e sua subsequente

eclosão e desenvolvimento em larvas de segundo e terceiro estágios. Dependendo de

diversos aspectos ambientais esse desenvolvimento pode variar de cinco dias a várias

semanas (BOWMAN et al., 2003).

A eclosão das larvas dos tricostrongilídeos é controlada por fatores como temperatura,

umidade e pela própria larva que secreta enzimas que digerem a membrana interna

impermeável do ovo. Dessa maneira a larva de primeiro estágio L1, capaz de absorver água do

ambiente, dilata-se e rompe as demais camadas do ovo, iniciando-se a fase pré-parasitária de

vida livre, caracterizada por três estágios larvais (URQUHART et al., 1998).

Os dois primeiros estágios larvais, L1 e L2 usualmente nutrem-se de bactérias do

meio. Entretanto, a larva de terceiro estágio L3 apresenta cutícula remanescente de seu

Page 23: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

22

segundo estágio, o que confere maior proteção contra alterações ambientais, mas que

também impede a larva de se alimentar, tornando a sua sobrevivência dependente de

nutrientes acumulados em estágios anteriores (VLASSOF et al., 2001).

Os ovinos se infectam ao ingerir forragens contaminadas com formas infectantes

(larvas de terceiro estágio ou L3). As L3 desembainham-se e ao atingir seu habitat

definitivo (abomaso ou intestino delgado) sofrem duas novas mudas e posteriormente

diferenciam-se em machos ou fêmeas parasitos adultos. Entre as mudas, tanto na fase pré-

parasitária quanto parasitária, as larvas apresentam um curto período de letargia. De duas a

três semanas após a ingestão da L3 ocorre o completo desenvolvimento dos helmintos

(exceto Nematodirus, cujo período é de quatro semanas), e após esse período inicia-se a

eliminação de ovos nas fezes do hospedeiro (ECHEVARRIA, 1996).

O período pré-patente pode ser mais longo em decorrência do fenômeno de

hipobiose apresentada por L3 ou L4 dentro do hospedeiro. Dependendo da espécie do

parasito, ocorre retardo na emersão dessas larvas da mucosa, que pode ser de semanas ou

meses (RADOSTITS et al., 2002).

4 MÉTODOS DE CONTROLE DAS PARASITOSES QUE ACOMETEM OS

PEQUENOS RUMINANTES

A profilaxia e o controle devem contemplar um conjunto de ações que combinem os

tratamentos anti-helmínticos estratégicos com práticas de pastejo que limitem os riscos de

infecção. De início, para lidar com um surto de estrongilidose num rebanho, deve-se

identificar a fonte de infecção e separar os animais. Devem-se também segregar os animais

que apresentem anemia, diarreia, fraqueza ou depressão, para facilitar a terapêutica e impedir

o progresso da infecção (BOWMAN, 2003).

4.1 Tratamento Anti-Helmíntico

O controle dos nematoides tradicionalmente é feito baseado no uso de anti-

helmínticos, de forma frequente e em muitos casos, indiscriminado, o que atualmente tem

levado ao desenvolvimento da resistência parasitária aos diversos princípios ativos

(MOLENTO, 2004; TERRIL e MILLER, 2005). Relatos de resistência anti-helmíntica em

Page 24: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

23

nematoides já foram registrados em diferentes regiões do mundo (AMARANTE et al.,

1992; VIEIRA et al., 1992; MELO et al., 2003; COELHO et al., 2010).

Adicionalmente, o uso dessas drogas possibilita o risco de consumo pela população

humana de resíduos que são encontrados na carne e no leite desses animais, e ainda nas

fezes que são usadas como adubo nas plantações e hortas, contaminando também o meio

ambiente. Assim, a crescente demanda por níveis reduzidos de drogas nos produtos de

origem animal e no ambiente, bem como a possibilidade do desenvolvimento de resistência

aos compostos anti-helmínticos, tem levado à necessidade da utilização de estratégias que

promovam o uso mínimo de compostos químicos na produção animal (SONSTEGARD e

GASBARRE, 2001). Uma forma de reduzir o uso de fármacos em pequenos ruminantes é a

utilização de suplementos nutricionais para aumentar a resiliência e manter a

produtividade, que normalmente decresce durante infecções subclínicas. Animais adultos,

bem-nutridos, possuem uma resistência e resiliência consideráveis.

4.2 Método Famacha©

O método Famacha© é um recurso importante no controle da população de

Haemonchus contortus, por ser este o principal parasito hematófago dos pequenos

ruminantes, e sua vantagem mais significativa é a redução do número de tratamentos

aplicados, o que auxilia na diminuição do desenvolvimento da resistência a anti-

helmínticos (CHAGAS et al., 2007). Entretanto, as infecções parasitárias naturais são

mistas, ou seja, há mais de uma espécie de parasito num mesmo hospedeiro. Assim, o

método Famacha© é eficiente para controle de apenas uma espécie de parasito, mas não

para as demais, como Trichostrongylus colubriformis, Strongyloides papillosus e

Oesophagostomum sp.

A distribuição da população parasitária nas espécies animais não segue uma

distribuição normal, pois apenas uma pequena parte, cerca de 15% dos animais do rebanho

abrigam em torno de 70% da população de parasitos (ANDERSON, 1987). A maioria dos

animais é capaz de suportar infecções por nematoides gastrintestinais sem que haja danos.

Na África do Sul, Malan et al. (2001) verificaram que apenas 17% de ovelhas secas, 29%

das gestantes e 55% das lactantes necessitaram de tratamento. Diante disso, um bom

controle parasitário deve ser eficaz se somente aqueles indivíduos que albergam elevada

carga parasitária são tratados (WALLER, 1999). Desta forma persistirá no ambiente uma

Page 25: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

24

população de parasitos sensível aos anti-helmínticos (população refugia). Os tratamentos

seletivos devem ser de maior interesse para diminuir a rapidez da resistência anti-

helmíntica (HOSTE et al., 2002a). A aplicação seletiva de anti-helmíntico para reduzir o

desenvolvimento da resistência em populações de parasitos tem sido relatada em equinos

(KRECEK et al., 1994) e em pequenos ruminantes (HOSTE et al., 2002b; HOSTE et al.,

2002c). Na África do Sul, o método Famacha©, baseado nos sinais de anemia clínica, foi

desenvolvido para ovinos por Van Wyk et al. (1997). Esta estratégia pode ajudar a

diminuir o uso de anti-helmínticos e os resíduos de produtos químicos no leite, carne e

ambiente, além disso, pode selecionar os melhores animais para reprodução e abate e

consequentemente aumentar os lucros da fazenda e ajudar os produtores a certificar seus

produtos como orgânicos (MOLENTO, 2002).

Segundo Bath et al. (2001) os fatores que contribuíram para a idealização do

método Famacha© foram: H. contortus é geralmente o maior causador de doenças nos

ovinos nas áreas de verão chuvoso, particularmente em áreas tropicais e subtropicais;

aumento do aparecimento de parasitos resistentes; a maioria dos ovinos (especialmente os

adultos) é capaz de suportar uma elevada carga parasitária e a resistência ou a resiliência

dos animais têm mostrado serem herdáveis. No sistema, os animais incapazes de enfrentar

um desafio parasitário podem ser alvo de atenção especial, sem que haja a necessidade de

tratar todo o rebanho. Os mesmos podem ser retirados do rebanho quando identificados ou

tratados repetidamente.

O princípio do método é baseado na constituição celular do sangue, onde a

proporção de células vermelhas determina se o animal está saudável ou doente. Os

resultados do método Famacha© indicam que existe uma correlação significativa entre as

cinco categorias definidas pelo método e o volume globular dos animais, assim

classificados: categoria 1 (hematócrito-Ht: >27%); 2 (Ht: 23-27%); 3 (Ht: 18-22%); 4 (Ht:

13-17%) e 5 (Ht<13%) (BATH et al., 2001).

As principais vantagens do sistema são: aplicação simples, pouco oneroso e fácil de

ser ensinado, inclusive a pessoas iletradas. O sistema apresenta um modo prático para

identificar ovinos e caprinos resistentes a hemoncose. Logo, através do método, torna-se

possível tratar somente os animais que sofrem de parasitismo severo deixando aqueles que

não apresentam anemia clínica sem tratamento. Desta forma a pressão de seleção para a

resistência aos anti-helmínticos será menos intensa e os custos com medicamentos

inferiores (VAN WYK et al., 1997; VATTA et al., 2001). O processo de inspeção da

Page 26: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

25

mucosa ocular é rápido e pode ser integrado com outras atividades de manejo (vacinação,

pesagem, contagem etc) e consequentemente outros problemas podem facilmente ser

identificados. No entanto, o método controla apenas helmintos hematófagos havendo a

necessidade de se implantar outros métodos de controle para outros parasitos. Entre outras

limitações, pode-se destacar: existência de outras causas de anemia (parasitos externos,

hemoparasitos, infecções e deficiências nutricionais) podendo gerar confusão (VAN WYK

et al., 1997); outras condições podem fazer a membrana da mucosa ocular parecer mais

vermelha que o esperado, mascarando a anemia, e entre elas podemos citar altas

temperaturas, irritação ou doença ocular e falha circulatória (BATH et al., 2001).

Rodríguez (2006) recomenda também que o uso do Famacha© deve ser combinado a

outras práticas, como a contagem de ovos por gramas de fezes (OPG) e uma análise de

redução de ovos.

4.3 Manejo e Rotação de Pastagens

Sendo o Brasil um país que dispõe de grandes áreas de pastagens para os animais, as

forrageiras constituem a principal fonte de nutrientes dos ruminantes, principalmente quando

bem manejadas. Estudos epidemiológicos realizados na região semiárida do Nordeste

brasileiro têm demonstrado que, no período chuvoso, quando as condições ambientais são

favoráveis para o desenvolvimento do parasito, as pastagens estão com alta população de

larvas infectantes, enquanto no período seco, quando as condições são desfavoráveis, eles

permanecem no trato gastrintestinal dos animais, muitas vezes sem que estes manifestem

sintomas clínicos. De acordo com o NRC (1985), ovelhas devem ingerir 3% de matéria seca

em relação ao peso vivo e considerando ser o custo nutricional destes animais de 50% a 60%

do seu custo total, torna-se justificável a maximização do uso das forragens, sobretudo sob

pastejo.

Borba et al. (1993) afirmaram que, em um rebanho de ovinos, menos de 5% da

população parasitária encontra-se no trato gastrintestinal dos animais, enquanto o restante

(mais de 95%) encontra-se nas pastagens. O impacto das espécies forrageiras sobre a

epidemiologia de nematoides deve ser elucidado, já que estudos indicam diferenças entre

espécies forrageiras no que diz respeito à carga parasitária adquirida e perdas produtivas

quando estas são pastejadas por ovinos (NIEZEN et al., 1996). As condições climáticas e o

microclima da pastagem tem grande influência no desenvolvimento e na sobrevivência dos

Page 27: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

26

estádios de vida livre no ambiente, e podem favorecer ou não a migração das L3 das fezes

para o capim, a fim de que sejam ingeridas pelo hospedeiro, infectando-os. O microclima

na pastagem varia em função do porte e da morfologia das diferentes espécies forrageiras

(AMARANTE, 2009).

O uso de pastos formados por gramíneas forrageiras de crescimento cespitoso

(ereto), como as do gênero Panicum, podem contribuir para a dessecação das larvas e dos

ovos de helmintos, pelo fato de haver uma maior penetração dos raios solares na base da

planta e no solo (CHAGAS e VERÍSSIMO, 2008). Entretanto, estudos mostram que as

maiores quantidades de larvas infectantes de Haemonchus contortus (CARNEIRO E

AMARANTE, 2008; AMARANTE, 2009), e Trichostrongylus colubriformis (ROCHA et

al., 2007, 2008) foram recuperadas quando as fezes foram depositadas em capim aruana

(Panicum maximum).

Em Curitiba, sob temperatura média de 22°C e precipitação mensal de 324 mm,

Dittrich et al. (2004) avaliaram por um mês a migração de L3 de nematoides de ovinos em

duas forrageiras, Tifton 85 (Cynodon sp.) e Paspalum (Paspalum paniculatum), submetidas

a várias alturas no momento da contaminação e não observaram influência da altura da

forrageira (13-18 cm, 27-34 cm, 49 cm e 65-69 cm) na quantidade de larvas recuperadas na

planta inteira. A maior concentração de L3 ocorreu na metade inferior das gramíneas.

Em Nova Odessa, SP, Costa et al. (2007) avaliaram o desempenho e a infecção

parasitária de três raças de ovinos, submetidos a pastejo rotacionado em duas cultivares de

Panicum maximum, cv. Aruana e cv. Tanzânia, durante o período seco e chuvoso do ano.

No período seco, não foi observada diferença na carga parasitária e desempenho dos

animais quando pastejaram as diferentes cultivares independente da altura. No período

chuvoso, o capim-aruana apresentou maior teor de proteína bruta (11,2% PB) que o capim

tanzânia (8,7% PB). Essa maior concentração proteica no capim aruana pode ter favorecido

o sistema imunológico dos animais, que responderam com menor infecção parasitária e

maior volume globular, do que os animais que pastejaram o capim tanzânia.

Portanto, como a pastagem é uma importante fonte de contaminação parasitária, e

consequentemente, pode influenciar na resposta do hospedeiro frente às infecções

gastrintestinais, torna-se imprescindível conhecer o comportamento migratório das larvas

infectantes de nematoides gastrintestinais em diferentes espécies forrageiras, o que poderá

contribuir para a compreensão das características morfológicas da planta que interferem

Page 28: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

27

nesta atividade, bem como possibilitar a recomendação da cultivar que melhor suporta os

efeitos do parasitismo.

O método de pastejo rotativo é uma prática interessante do ponto de vista

agrostológico e zootécnico, pois permite otimizar as áreas destinadas ao pastejo dos

animais. Além disso, é frequentemente referida como uma forma de diminuir as

populações de larvas de nematoides nas pastagens, o que nem sempre é verdade. As

pastagens utilizadas em esquema de pastejo rotativo geralmente permanecem em descanso,

sem animais, por períodos que variam de 30 a 40 dias. Este período de descanso, em

muitas situações, é muito curto para permitir redução significativa da contaminação da

pastagem, já que os parasitos necessitam de vários dias para se desenvolverem no ambiente

(de ovo até larva infectante, L3). Além disso, as larvas infectantes podem sobreviver

durante várias semanas ou até mesmo vários meses no ambiente. Por essa razão, o pastejo

rotativo resulta com frequência no contrário do que se esperaria em termos de

descontaminação. Como esse tipo de pastejo permite aumentar o número de animais em

uma área, pode ocorrer, na verdade, aumento da contaminação. Portanto, a vigilância em

relação à verminose deverá ser redobrada quando esses sistemas de pastejo são

empregados (AMARANTE, 2005).

5 CARACTERIZAÇÃO DAS GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS

Na produção ovina em pastagens, a tomada de decisão na escolha da planta

forrageira adequada às condições de clima e solo do local, além do manejo que lhe será

imposto, deve ser criteriosa, pois a área implantada deve ter uma longa vida útil. Os

pesquisadores da área de forragicultura vêm trabalhando incessantemente na seleção de

genótipos tolerantes as adversidades ambientais e com características agronômicas

favoráveis para a produção animal. Não existe “o melhor capim”. Cada planta forrageira

apresenta certas qualidades e limitações, as quais devem ser comparadas para seleção no

ecossistema desejado, considerando os fatores abióticos e bióticos (QUADROS, 2006). Na

Tabela 1 encontra-se a análise bromatológica de algumas gramíneas forrageiras tropicais

utilizadas para ovinos.

Page 29: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

28

Tabela 1 – Valor nutritivo das lâminas foliares de forrageiras tropicais.

% Aruana Marandu Massai Piatã

MS 23.6b ± 3.2 24.5

ab ± 5.7

30.7

a ± 3.9

27.3

ab ± 2.0

PB 16.2a ± 1.5

15.0

a ± 3.3

9.7

b ± 2.3

12.0

b ± 1.2

MM 8.6a ± 0.3

7.7

ab ± 0.9

7.8

ab ± 0.6

7.1

b ± 0.7

FDN 70.7ab

± 3.3 61.8c ± 4.2

74.4

a ± 2.1

65.6

bc± 29.0

FDA 36.9b ± 2.5

31.9

c ± 3.9

41.6

a ± 2.9

33.1

bc± 2.7

MS (matéria seca), PB (proteína bruta), MM (matéria mineral), FDN (fibra em detergente neutro), FDA

(fibra em detergente ácido). Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de

Tukey (P>0,05)

Fonte: Emerenciano Neto, 2011.

5.1 Capim Aruana (Panicum maximum Jacq. cv. Aruana)

O Panicum maximum Jacq. cv. Aruana caracteriza-se como gramínea cespitosa de

porte médio (70 cm a 90 cm de altura), apresenta grande quantidade de colmos finos e

tenros, favorecendo o consumo pelos animais (CUNHA et al., 1999). Possui folhas

estreitas, de cor verde-escura, e as panículas das inflorescências são pequenas. Suporta alta

intensidade de pastejo, apresenta intensa capacidade de rebrotação, através de gemas

basilares, com elevado número de perfilhos e menor índice de área foliar e maior relação

haste/folha (SILVEIRA et al., 2010).

5.2 Capim Marandu (Brachiaria brizantha (A. Rich.) Stapf. cv. Marandu)

Adaptada a regiões com precipitações anuais de 800 mm, a Brachiaria brizantha

cv. Marandu é uma gramínea forrageira perene de 1,5 a 2,5 m de altura, de folhas largas de

cor verde-escura, cobertas de tricomas na face adaxial, com colmos iniciais prostrados, e

perfilhos predominantemente eretos (MEIRELLES e MOCHIUTTI, 1999; GONÇALVES

et al., 2003). Por apresentar hábito de crescimento cespitoso, forma touceiras de até 1,0 m

de diâmetro e pode ser consorciado com leguminosas forrageiras como Stylosanthes

guanensis. Recomenda-se retirar os animais da pastagem quando as plantas forem

rebaixadas entre 25 e 30 cm de altura (EMBRAPA, 2004, 2008). As pastagens de capim

marandu quando bem formadas e manejadas, permitem lotações que variam entre 1 UA

(Unidade Animal) no período seco, até 3 UA/ha no período chuvoso (MEIRELLES e

MOCHIUTTI, 1999).

Page 30: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

29

5.3 Capim Massai (Panicum maximum Jacq e P. infestum BRA-7102 cv. Massai)

A cultivar Massai apresenta crescimento em forma de touceiras, podendo atingir

altura média de 1,50 m sob crescimento livre; possui ciclo vegetativo perene. As

inflorescências apresentam ramificações primárias, curtas, sem ramificações secundárias.

O capim-massai apresenta ainda grande velocidade de estabelecimento e de rebrotação

(EMBRAPA, 2008), elevada quantidade de folhas, que possui mais nutrientes que os

caules, e estes possuem diâmetro pequeno, o que contribui para um menor porcentual de

lignina da planta (NASCIMENTO et al., 2002).

5.4 Capim Piatã (Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã)

A cultivar Piatã possui hábito de crescimento ereto, com a formação de touceiras

que variam de 0,85 m a 1,10 m de altura. Os colmos são finos, verdes e as bainhas foliares

têm poucos pelos claros e apresenta perfilhamento aéreo. Suas folhas medem até 45 cm de

comprimento e 1,8 cm de largura. Não há pelos na lâmina foliar, que se mostra áspera na

face superior e tem bordas serrilhadas e cortantes. O capim Piatã apresenta ampla

adaptação e elevada produtividade, compatível com os valores observados para outras

cultivares, representa uma boa alternativa para diversificação das pastagens brasileiras

(ANDRADE e ASSIS, 2010).

Page 31: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, C.M.S.; ASSIS, G.M.L. Brachiaria brizantha cv. Piatã: gramínea

recomendada para solos bem-drenados do Acre. Circular Técnica 54. Embrapa Acre. 1.ed.

2010.

AMARANTE, A.F.T. Controle da verminose ovina. Revista CFMV – Suplemento técnico

– Ano 11, v. 34, 2005. Disponível em: http://www.cfmv.org.br. Acesso em: 10 de janeiro

de 2013.

AMARANTE, A.F.T. Nematoides gastrintestinais em ovinos. In: CAVALCANTE,

A.C.R.; VIEIRA, L.S.; CHAGAS, A.C.S.; MOLENTO, M.B., editores técnicos. Doenças

parasitárias de caprinos e ovinos: epidemiologia e controle. 603p. Brasília: Embrapa

Informação Tecnológica, 2009.

AMARANTE, A.F.T.; BARBOSE, M.A.; OLIVEIRA, M.A.; CARMELLO, M.J.;

PADOVANI, C.R. Efeito da administração de oxfendazol, ivermectina e levamisol sobre

os exames coproparasitológicos de ovinos. Brazilian Journal of Veterinary Research

and Animal Science, v.29, n.1, p.31-38, 1992.

AMARANTE, A.F.T. Controle da verminose gastrointestinal no sistema de produção de

São Paulo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ESPECIALIDADES EM MEDICINA

VETERINÁRIA, v.1, Paraná. Anais... 2004.

ANDERSON, R.M. The role of mathematical models in helminth populations biology.

International Journal for Parasitology, v.17, p.519-529, 1987.

BASSETO, C.C.; SILVA, B.F.; FERNANDES, S.; AMARANTE, A.F.T. Contaminação

da pastagem om larvas infectantes de nematoides gastrintestinais após o pastejo de ovelhas

resistentes ou susceptíveis à verminose. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária,

v.18, n.4, p.63-68, 2009.

BATH, G.F.; HANSEN, J.W.; KRECEK, R.C.; VAN WYK J.A.; VATTA, A.F.

Sustainable approaches for managing haemonchosis in sheep and goats. FAO. 2001. 129p.

BORBA, M.F.; MORNES, C.R.; SILVEIRA, V.C.P. Aspectos relativos a produção de

carne ovina. In: SIMPÓSIO PARANAENSE DE OVINOCULTURA. Anais... Maringá:

1993, p.15-26.

BOWMAN, D.D.; GEORGI, J.R.; LYNN, R.C. Georgi’s Parasitology for Veterinarian.

8.ed. Saunders Publishing Company, St. Louis, Missouri, 2003, 422p.

CARNEIRO, R.D.; AMARANTE, A.F.T. Seasonal effect of three pasture plants species

on the free-living stages of Haemonchus contortus. Arquivo Brasileiro de Medicina

Veterinária e Zootecnia, v.60, n.4, p.864-872, 2008.

CHAGAS, A.C.S.; OLIVEIRA, M.C.S.; CARVALHO, C.O.; MOLENTO, M.B. Método

Famacha©: um recurso para o controle da verminose em ovinos. Circular Técnica 52.

Embrapa Pecuária Sudeste. São Carlos, SP. Dezembro de 2007.

Page 32: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

31

CHAGAS, A.C.S.; VERÍSSIMO, C.J. Principais enfermidades e manejo sanitário de

ovinos. 1.ed. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2008.

CHARLES, T.P. Prevenção da verminose gastrintestinal em rebanhos de leite. In:

FURLONG, J. (org.) Manejo sanitário, prevenção e controle de parasitoses e mamite em

rebanhos de leite. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro Nacional de

Pesquisa de Gado de Leite – Coronel Pacheco: EMBRAPA, CNPGL, 1994.

COELHO, W.A.C.; AHID, S.M.M.; VIEIRA, L.S.; FONSECA, Z.A.A.S.; SILVA, I.P.

Resistência anti-helmíntica em caprinos no município de Mossoró, RN. Ciência Animal

Brasileira, v.11, n.3, p.589-599, 2010.

COSTA, R.L.D.; BUENO, M.S.; VERÍSSIMO, C.J.; CUNHA, E.A.; SANTOS, L.E.;

OLIVEIRA, S.M.; SPÓSITO FILHA, E.; OTSUK, I.P. Performance and nematode

infection of ewe lambs on intensive rotational grazing with two different cultivars of

Panicum maximum. Tropical Animal Health Production, v.39, p.255-263, 2007.

CUNHA, E.A.; SANTOS, L.E.; BUENO, M.S. Sistema intensivo de produção ovina.

Nova Odessa, SP: Instituto de Zootecnia, 1999. 22p.

DITTRICH, J.R.; GAZDA, T.L.; PIAZZETTA, R.G.; OIKAWA, M.G.; RODRIGUES,

C.S.; THOMAZ-SOCCOL, V. Localização de larvas L3 de helmintos gastrintestinais de

ovinos nas plantas forrageiras: efeito da espécie vegetal e altura. Archives of Veterinary

Science, v.6, n.2, p.43-48, 2004.

ECHEVARRIA, F. Resistência anti-helmíntica. In: PADILHA, T. Controle dos

Nematódeos Gastrintestinais em Ruminantes. Coronel Pacheco: EMBRAPA, p.53-75.

1996.

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 2008. Disponível em:

http://www.cpafro.embrapa.br/embrapa/bases/gramineis.htm. Acesso em: 15 de janeiro de

2013.

EMBRAPA. Gramíneas e leguminosas forrageiras. p.1-5, 2004. Disponível em:

<http://www.cpafro.embrapa.br/embrapa/bases.htm>. Acesso em: 04 abr. 2008.

EMERENCIANO NETO, J.V. Avaliação de pastagens tropicais em sistemas de produção

de ovinos de corte no nordeste brasileiro. 2012 [69p.], Dissertação (Mestrado) –

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Unidade Acadêmica Especializada em

Ciências Agrárias, Campus Macaíba, Programa de Pós-Graduação em Produção Animal,

Macaíba, 2012.

GONÇALVES, L.C.; MARQUES, D.C.; BORGES, I.; PEREIRA, L.G.R. Plantas

forrageiras. In: MARQUES, D.C. (eds). Criação de Bovinos. Belo Horizonte: CVP,

p.208-221, 2003

HOSTE, H.; CHARTIER, C.; Le FRILEUX, Y.; GOUDEAU, C.; BROQUA, C.; PORS, I.;

BERGEAUD, J. P.; DORCHIES, Ph. Targed application of anthelmintics to control

trichostrongylosis in dairy goats: result from a 2-year survey in farms. Veterinary

Parasitology, v.110, p.101-108, 2002a.

Page 33: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

32

HOSTE, H.; Le FRILEUX, Y.; GOUDEAU, C.; CHARTIER, C.; PORS, I.; BROQUA, C.;

BERGEAUD, J.P. Distribution and repeatability of nematode faecal egg counts in dairy

goats: a farm survey and implications for worm control. Research in Veterinary Science,

v.72, p.211-215, 2002b.

HOSTE, H.; Le FRILEUX, Y.; POMMARET, A. Comparison of selective and systematic

treatments to control nematodes infection of the digestive tract in dairy goats. Veterinary

Parasitology, v.106, p.345-355, 2002c.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – Pesquisa Pecuária Municipal,

2011. Disponível em 00. Acesso em 27 de março de 2013.

KRECEK, R.C.; GUTHRIE, A.J.; VAN NIEUWENHUIZEN, L.C.; BOOTH, L.M. A

comparasion between the effects on convencional and selective antiparasitic treatments on

nematodes parasites of horses from two management schems. Journal of South African

Veterinary Association, v.65, p.97-100, 1994.

MACIEL, F.C.; AHID, S.M.M.; MOREIRA, F.R.C. Manejo sanitário de caprinos e

ovinos. In: LIMA, G.F.C.; HOLANDA JÚNIOR, E.V. MACIEL, F.C. BARROS, N.N.,

AMORIN, N.V.; CONFESSOR JÚNIOR, A.A. Criação familiar de caprinos e ovinos no

Rio Grande do Norte. Natal: EMATER-RN/ EMPARN/EMBRAPA CAPRINOS, 2006,

Cap.16, p.391-426.

MALAN, F.S.; VAN WYK, J.A.; WESSELS, C.D. Clinical evaluation in sheep: early

trials. Onderstepoort Journal Veterinary Research, v.68, p.165-174, 2001.

MEIRELLES, P.R.L.; MOCHIUTTI, S. Formação de pastagens com capim marandu

(Bachiaria brizantha cv. Marandu) nos cerrados do Amapá. Recomendações Técnicas.

Embrapa Amapá. n.7, p.1-3, 1999.

MELO, A.C.F.L.; REIS, I.F.; BEVILAQUA, C.M.L.; VIEIRA, L.S.; ECHEVARRIA,

F.A.M.; MELO, L.M. Nematódeos resistentes a anti-helmínticos em rebanhos de ovinos e

caprinos do estado do Ceará, Brasil. Ciência Rural, v.33, p.339-344, 2003.

MOLENTO, M.B. Resistência de helmintos em ovinos e caprinos. In: CONGRESSO

BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, 13.; SIMPÓSIO LATINO-

AMERICANO DE RICKETISIOSES, 1., 2004, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto, MG,

2004.

MOLENTO, M.B. The way forward – What should we prioritise? In: Sustainable worm

management: an electronic conference (on-line). April. 2002. Disponível em:

http://www.worms.org.za. Acesso em: 10 de janeiro de 2013.

NASCIMENTO, M.P.S.C.B.; NASCIMENTO, H.T.S.; ARAÚJO NETO, R.B.; LEAL,

J.A. O capim-massai no Meio-Norte. Comunicado Técnico 144. Embrapa Meio-Norte.

1.ed. 2002.

NIEZEN, J.H.; CHARLESTON, W.A.G.; HODGSON, J.; MACKAY, A.D.;

LEATHWICK, D.M. Controlling internal parasites in grazing ruminants without recourse

Page 34: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

33

to anthelmintics: approaches, experiences and prospects. International Journal for

Parasitology, v.26, n.8-9, p.983-992, 1996.

QUADROS, D.G. Pastagens para ovinos e caprinos. In: SIMPOGECO – SIMPÓSIO DO

GRUPO DE ESTUDOS DE CAPRINOS E OVINOS – Mini-curso “Pastagens para

caprinos e ovinos”. 2. Salvador: UFBA (Material didático). 34p. 2006.

RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C.; et al. Clínica veterinária – um tratado de

doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9.ed. Guanabara Koogan, 2002.

1770p.

ROCHA, R.A.; BRICARELLO, P.A.; ROCHA, G.P.; AMARANTE, A.F.T. Recuperação

de larvas de Trichostrongylus colubriformis em diferentes estratos de Brachiaria

decumbens e Panicum maximum. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.16,

n.2, p.77-82, 2007.

ROCHA, R.A.; ROCHA, G.P.; BRICARELLO, P.A.; AMARANTE, A.F.T. Recuperação

de larvas infectantes de Trichostrongylus colubriformisem três espécies de gramíneas

contaminadas no verão. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.17, n.4,

p.227-234, 2008.

RODRÍGUEZ, C.F.V. FAMACHA©, control de haemonchosis em caprinos. Agronomía

Mesoamericana, v.17, n.1, p.79-88, 2006.

SILVEIRA, M.C.T.; NASCIMENTO JUNIOR, D.; SILVA, S.C.; EUCLIDES, V.P.B.;

MONTAGNER, D.B.; SBRISSIA, A.F.; RODRIGUES, C.S.; SOUSA, B.M.L.; PENA,

K.S.; VILELA, H.H. Morphogenetic and structural comparative characterization of

tropical forage grass cultivars under free growth. Scientia Agricola, v.67, n.2, p.136-142,

2010.

SONSTEGARD, T.S.; GASBARRE, L.C. Genomic tools to improve parasite resistance.

Veterinary Parasitology, n.101, p.387-403, 2001.

TERRIL, T.H.; MILLER, J.E. Nematode parasites in small ruminant grazing research:

Changing perspectives. Proceedings of the 59th Southern Pasture and Forage Crop

Improvement Conference, Philadelphia, MS, p.11-13, 2005.

UENO, H.; GONÇALVES, P.C. Manual para diagnóstico das helmintoses de

ruminantes. 4.ed. Tóquio: Japan International Cooperation Agency, 1998.

URQUHART, G.M.; ARMOUR J.; DUNCAN, J.L. DUNN, A.M.; JENNINGS, F.W.

Parasitologia veterinária. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

VAN WYK, J.A.; MALAN, F.S.; BATH, G.F. Rampant anthelmintic resistance in sheep

in South Africa – what are the options? In: WORKSHOP OF MANAGING

ANTHELMINTIC RESISTANCE IN ENDOPARASITES. Sun City, South Africa.

Proceedings... Sun City.p.51-63, 1997.

VATTA, A.F.; LETTY, B.A.; van der LINDE, M.J.; van WIJK, E.F.; HANSEN, J.W.,

KRECEK, R.C. Testing for clinical anaemia caused by Haemonchus spp. in goats farmed

Page 35: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

34

under resource-poor conditions in South Africa using an eye colour chart developed for

sheep. Veterinary Parasitology, v.99, p.1-14, 2001.

VIEIRA, L.S.; BERNE, M.E.; CAVALCANTE, A.C.; COSTA, C.A. Haemonchus

contortus resistance to ivermectin and netobimin in Brazilian sheep. Veterinary

Parasitology, v.45, p.111-116, 1992.

VLASSOFF, A.; LEATHWICK, D.M.; HEATH, A.C.G. The epidemiology of nematode

infections of sheep. New Zealand Veterinary Journal, v.49, n.6, p.213-221, 2001.

WALLER, P.J. International approaches to the concept of integrated control of nematodes

parasites of livestock. International Journal for Parasitology, v.29, p.155-164, 1999.

Page 36: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

35

CAPÍTULO II

PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO PRODUTIVO DE

OVINOS NATURALMENTE INFECTADOS COM NEMATOIDES

GASTRINTESTINAIS MANTIDOS EM DIFERENTES PASTAGENS TROPICAIS

PARASITOLOGICAL PARAMETERS AND PRODUCTIVE PERFORMANCE OF SHEEP

NATURALLY INFECTED WITH GASTROINTESTINAL NEMATODES IN DIFFERENT

TROPICAL PASTURES

Page 37: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

36

1 INTRODUÇÃO

Os ovinos apresentam boa adaptação nas regiões tropicais de todo o mundo, e no

Brasil a região Nordeste detém, segundo o IBGE (2011), 57,24% da produção nacional,

concentrados principalmente nas pequenas propriedades, que não usam de tecnologias para

combater as dificuldades encontradas na criação. Logo, em razão de sua importância

econômica e social, a ovinocultura requer medidas de manejo adequadas para que possa

superar os desafios existentes (MACIEL et al., 2006).

Um dos principais entraves para a criação destes animais são as infecções

parasitárias, que podem causar anemia, perda de peso e diminuição do potencial produtivo

e reprodutivo, o que pode afetar diretamente a produção animal. O parasito de maior

importância para os pequenos ruminantes é o Haemonchus contortus, dada sua atividade

hematófaga e alta prevalência em todo território nacional (AMARANTE, 2004), mas estas

infecções são caracterizadas como mistas e assim temos outros helmintos, como o

Trichostrongylus sp., Cooperia sp., Strongyloides papillosus e Oesophagostomum sp. que

também causam danos a criação de ovinos (UENO & GONÇALVES, 1998; UQUHART et

al., 1998; BASSETO et al., 2009).

Tradicionalmente faz-se o controle dos nematoides baseado no uso de anti-

helmínticos, de forma frequente e em muitos casos, indiscriminado, o que leva, atualmente,

ao desenvolvimento da resistência parasitária aos diversos princípios ativos (AMARANTE

et al., 1992; VIEIRA et al., 1992; MELO et al., 2003; MOLENTO, 2004; TERRIL e

MILLER, 2005; COELHO et al., 2010). Além disso, o uso dessas drogas possibilita a

deposição de resíduos na carne, no leite e nas fezes que contaminam o meio ambiente. Os

programas profiláticos direcionados para as gastroenterites parasitárias são relativamente

dispendiosos, mas são imprescindíveis nas propriedades onde o empreendimento depende

de uma espécie animal (CAMPELLO, 2005). Portanto, a crescente demanda por níveis

reduzidos de drogas nos produtos de origem animal e no ambiente tem levado à

necessidade da utilização de estratégias que promovam o uso mínimo de compostos

químicos na produção animal (BEH e MADDOX, 1996; GASBARRE, 1997;

SONSTEGARD e GASBARRE, 2001).

Uma das formas de controle das verminoses em ovinos é com o uso do Método

Famacha©, desenvolvido por Van Wky et al. (1997), que tem como objetivo identificar

clinicamente animais que apresentem diferentes graus de anemia, frente à infecção pelo H.

Page 38: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

37

contortus. No método Famacha© um menor número de animais é medicado e também em

menor frequência, pois só recebem tratamento anti-helmíntico aqueles que apresentam

anemia clínica (VIEIRA et al., 2007). Além disso, a estimativa do estado nutricional dos

ruminantes por meio da avaliação visual e/ou tátil do escore de condição corporal (ECC)

informa ao avaliador o estado nutricional dos animais, e embora seja uma medida

subjetiva, baseada na classificação dos animais em função da cobertura muscular e da

massa de gordura, representa uma ferramenta importante de manejo (MACHADO et al.,

2008).

Outra alternativa é o método de pastejo rotativo. O uso de pastos formados por

gramíneas forrageiras de crescimento cespitoso, como as do gênero Panicum podem

contribuir para a dessecação das larvas e dos ovos de helmintos (CHAGAS E

VERÍSSIMO, 2008). Entretanto, estudos mostram que as maiores quantidades de larvas

infectantes de H. contortus (CARNEIRO e AMARANTE, 2008; AMARANTE, 2009) e

Trichostrongylus colubriformis (ROCHA et al., 2007, 2008, 2012) foram recuperadas

quando as fezes foram depositadas em capim aruana (Panicum maximum cv. Aruana),

quando comparados com cultivares de braquiária. Costa et al. (2007) afirmaram que

quando os capins possuem uma quantidade maior de proteína bruta (PB), mais favorecido

estará o sistema imunológico dos animais.

Como a pastagem é uma importante fonte de contaminação parasitária e pode

influenciar na desempenho produtivo do hospedeiro frente às infecções gastrintestinais,

torna-se imprescindível conhecer o comportamento migratório das larvas infectantes de

nematoides gastrintestinais nas diferentes espécies forrageiras, o que poderá contribuir para

a compreensão das características morfológicas da planta que interferem nesta atividade,

bem como possibilitar a recomendação da cultivar que melhor suporta os efeitos do

parasitismo. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta de ovinos naturalmente

infectados por nematoides gastrintestinais mantidos em pastagens de Panicum maximum

cv. Massai e cv. Aruana e Brachiaria brizantha cv. Piatã e cv. Marandu.

Page 39: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

38

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a resposta de ovinos naturalmente infectados por nematoides

gastrintestinais mantidos em pastagens de Panicum maximum cv. Massai e cv. Aruana e

Brachiaria brizantha cv. Piatã e cv. Marandu.

2.2 Objetivos Específicos

- Avaliar a resposta de ovinos à infecção por nematoides gastrintestinais em

diferentes gramíneas forrageiras tropicais utilizando marcadores fenotípicos

(contagem de OPG, volume globular, contagem dos eosinófilos sanguíneos,

Famacha©, peso e escore corporal);

- Identificar os gêneros dos nematoides presentes nas fezes dos animais;

- Identificar e quantificar as espécies de nematoides presentes nos animais;

- Avaliar a frequência das larvas infectantes nas cultivares de gramíneas

forrageiras tropicais;

- Correlacionar os parâmetros fenotípicos (parasitológicos, hematológicos e de

produção) à cultivar utilizada.

Page 40: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

39

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local de Execução

O experimento foi conduzido na área experimental do GEFOR – Grupo de Estudos

em Forragicultura, situado na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias,

Campus de Macaíba da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

As análises parasitológicas, hematológicas e contagem e identificação dos

nematoides gastrintestinais foram realizadas em Laboratório no Centro de Biociências da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

3.2 Animais Experimentais

Foram utilizados 48 ovinos machos, com idade aproximada de 6 meses a 1 ano,

mestiços ½ sangue Santa Inês e ½ sem raça definida (SRD) (Figura 1), naturalmente

infectados por nematoides gastrintestinais e mantidos em quatro cultivares de gramíneas

forrageiras tropicais naturalmente contaminadas por ovos e larvas de nematoides

gastrintestinais.

Figura1 – Animais experimentais.

Fonte: Acervo pessoal.

Page 41: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

40

3.3 Área e Delineamento Experimental

A área experimental total utilizada para o pastejo dos animais foi de 2,88 ha,

subdividido em dois blocos de 1,44 ha, com quatro módulos de 0,36 ha para cada cultivar

(1- Panicum maximum cv. Aruana; 2- Panicum maximum cv. Massai, 3- Brachiaria

brizantha cv. Piatã e 4- Brachiaria brizantha cv. Marandu), que foram subdivididos em

seis piquetes de igual área (0,06 ha). Em cada um dos piquetes havia uma praça de

alimentação com bebedouro e saleiro com livre acesso dos animais, sendo constantemente

monitorados quanto ao fornecimento de água e sal mineral durante todo o experimento. O

período de avaliação foi de Maio a Agosto de 2011, época de concentração das chuvas na

região (Figura 2).

Figura 2 – Distribuição das chuvas na área experimental ao longo do ano de 2011.

Fonte: Emerenciano Neto, 2011.

3.4 Manejo dos Animais

Antes da entrada dos animais nas unidades experimentais, os mesmos foram

vermifugados com composto antiparasitário de amplo espectro com selênio e cobalto, que

é uma combinação de Ivermectina, Albendazol e Levamisol, fabricado pela Argenta

Manufacturing Ltda – Nova Zelândia, e monitorados pela contagem de ovos por grama de

fezes (OPG), até que esta se apresentou nula (OPG=zero) para então, iniciar-se o período

experimental.

Os animais foram distribuídos nos piquetes com dossel forrageiro de 50 cm de

altura e submetidos ao método de pastejo de lotação rotativa, sendo transferidos para outro

piquete quando o dossel forrageiro atingisse uma altura de 25 cm pós-pastejo. No pré e no

198

128

76

207

269 281

163

18 44

0 7 0 0

50

100

150

200

250

300

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Pre

cip

itaçã

o

(mm

)

Page 42: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

41

pós-pastejo, amostras das pastagens foram coletadas para a identificação e contagem das

larvas infectantes (L3) de nematoides.

Semanalmente, amostras de fezes e sangue foram coletadas para avaliar a infecção

dos animais (exames parasitológicos e hematológicos). Imediatamente após a coleta de

sangue e fezes, os animais foram avaliados quanto ao desempenho produtivo, sendo

submetidos à avaliação de escore corporal e pesagem e ao método Famacha© para

identificar o grau de anemia dos animais.

O período experimental teve seu final determinado quando os animais atingiram o

peso médio de 32,0 kg, o que totalizou 13 semanas ou 91 dias. Em seguida, uma

amostragem dos animais experimentais (n=20; n=5 por tratamento) foram abatidos para a

recuperação dos nematoides gastrintestinais.

3.5 Avaliação do Nível de Infecção dos Animais

A avaliação da infecção dos animais foi realizada por meio dos exames

parasitológicos, que abrangeram a contagem de OPG e a identificação das larvas (L3) dos

nematoides gastrintestinais pela coprocultura; das análises hematológicas, que

compreenderam a determinação da porcentagem de volume globular e a contagem do

número de eosinófilos sanguíneos e da avaliação da coloração da mucosa ocular para

determinar o grau de anemia causado por Haemonchus sp., utilizando-se o método

Famacha©. Em adição, foi realizada análise de desempenho produtivo, que abrangeu as

medidas de escore da condição corporal e ganho de peso.

3.5.1 Exames Parasitológicos

Para a realização dos exames parasitológicos foram colhidas fezes de cada animal

diretamente da ampola retal, e colocadas em sacos plásticos individuais, devidamente

identificados e transportados ao Laboratório no Centro de Biociências da UFRN. Em cada

uma das amostras foi feita a contagem de OPG de acordo com a técnica descrita por

Gordon e Whitlock (1939) modificada por Ueno e Gonçalves (1998), em que dois gramas

de fezes foram colocados em Becker pequeno, macerados e adicionados 58 mL de solução

saturada de açúcar (1 kg de açúcar; 2 litros de água). Com o auxílio de tamís de 100

malhas/polegada, foi realizada a filtragem, preencheu-se a câmara de McMaster®

e logo

Page 43: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

42

em seguida procedeu-se a leitura em microscópio óptico (em objetiva de 10x) para a

contagem dos ovos.

As culturas de larvas foram realizadas de acordo com o método de Roberts e

O’Sullivan (1950), que consiste em macerar um pool de amostras de fezes, adicionar água

para umedecer e armazenar essa mistura por um período de sete dias, proporcionando assim

temperatura e umidade adequada para que as larvas atingissem o estágio infectante (L3). No

sétimo dia adicionou-se água até formar um menisco na borda, emborcando-o em uma placa

de Petri. Em seguida, completou-se o volume com água e o frasco foi inclinado para facilitar

a migração das larvas para a lateral da placa. Após três horas de descanso, as larvas foram

recuperadas, e uma gota da amostra (aproximadamente 0,1 mL) foi colocada em lâmina para

a contagem das larvas. Nesse procedimento foi adicionado lugol para promover a paralisação

das larvas. Em seguida realizou-se a identificação dos gêneros dos parasitos existentes, tendo

como base as características morfológicas descritas por Keith (1953).

3.5.2 Exames Hematológicos

O sangue foi coletado por vinipulturada veia jugular dos animais em tubos

vacutainer® de 5 mL com EDTA. Para a determinação do volume globular o sangue foi

colocado em capilares de vidro e alocados em centrífuga para micro-hematócrito por 10

minutos com rotação de 15.000 Xg. Após a centrifugação, procedeu-se a leitura com o

auxílio do cartão de micro-hematócrito (JAIN, 1993).

Para a identificação e contagem dos eosinófilos sanguíneos foi seguido o

procedimento descrito por Dawkins et al. (1989), adicionando-se 180µL de solução

Carpentier (formol 3%; eosina amarelada 2%) a 20µL de sangue e colocadas em câmara de

Newbauer® para a realização das contagens de eosinófilos em microscópio óptico com o

aumento de 10x. Os resultados das contagens foram expressos em número de células/µL.

3.5.3 Método Famacha©

O método Famacha© foi realizado segundo procedimento descrito por Van Wyk et

al. (1997). Os animais foram examinados sob luz natural através da exposição da

conjuntiva ocular. A pálpebra superior foi levemente pressionada e a inferior puxada para

baixo, de forma que fosse exposta apenas a conjuntiva, evitando-se a exposição da

Page 44: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

43

membrana da terceira pálpebra. A coloração foi observada na parte medial da conjuntiva

inferior. O diagnóstico foi realizado utilizando o cartão Famacha (Figura 3), ou seja,

comparando as diferentes tonalidades da conjuntiva, representados pelos números 1, 2, 3, 4

e 5, que corresponde às cores vermelho robusto, vermelho rosado, rosa, branco e branco

pálido respectivamente, indicando se havia ou não necessidade de tratamento com anti-

helmíntico.

Figura 3 – Cartão Famacha© usado para diagnóstico de anemia pela coloração da

conjuntiva ocular.

Fonte: http://mdsheepgoat.blogspot.com.br/2012/05/two-parasite-workshops-in-maryland.html

3.5.4 Pesagem e Avaliação da Condição Corporal

Os animais foram pesados semanalmente e o ganho de peso foi estimado pela

diferença entre o peso final e o peso no início do período experimental.

O escore da condição corporal foi realizado por meio da palpação da região dorso-

lombar da coluna vertebral, verificando a quantidade de gordura e músculo encontrada no

ângulo formado pelos processos espinho (Figura 4) e transverso (Figura 5) das vértebras.

Dessa forma, foram atribuídos valores de 1 a 5, que representam: (1) animal caquético; (2)

magro; (3) médio; (4) gordo e (5) obeso.

Page 45: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

44

Figura 4. Palpação da apófise espinhosa Figura 5. Palpação da apófise transversa

Fonte: Barros et al. (2006) Fonte: Barros et al. (2006)

3.6 Recuperação de Larvas Infectantes (L3) da Pastagem

A recuperação das larvas infectantes (L3) nas pastagens foi realizada em dois

momentos: (1) no pré-pastejo, quando os animais foram colocados nos piquetes e (2) no

pós-pastejo, quando os animais saíram dos piquetes. Esses momentos aconteceram quando

o dossel forrageiro atingiu 50 e 25 cm, respectivamente.

Em cada ponto de amostragem foram cortadas duas subamostras. Um quadrado de

ferro medindo 0,5 m² e com 20 cm de altura foi lançado ao acaso no pasto em cinco pontos

diferentes (centro e extremidades da área), e o capim que ficou dentro do quadrado cortado

em duas partes: Metade Superior (parte alta do capim) e Metade Inferior (parte baixa junto

ao solo) e colocadas em sacos plásticos identificados. No laboratório as amostras foram

processadas de acordo com os procedimentos descritos por Rocha et al. (2007), que

consiste em cada amostra ser pesada, cortada em pedaços de aproximadamente 10 cm,

retirado 100 g e colocado em gaze, e em seguida num balde com cinco litros de água e

deixada em repouso por 18h. Após este tempo, o capim foi retirado e o líquido deixado em

repouso por mais 6h.

O sobrenadante foi sifonado, deixando um precipitado de 300 mL e colocado num

cálice de sedimentação por 24h. Após completar o tempo, foram coletados 15 mL do

sedimento em um tubo de ensaio e posto na geladeira por mais 24h. Depois de retirado o

sobrenadante, deixou-se apenas 3mL e todas as larvas infectantes presentes no conteúdo

foram identificadas e contadas de acordo com as características morfológicas descritas por

Keith (1953).

3.7 Necropsia para Recuperação dos Nematoides Gastrintestinais

Dos 48 animais experimentais foi feito uma amostragem, composta por 20 animais,

que atingiram o peso de 32,0 kg, selecionados para o abate. Durante a necropsia, o

Page 46: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

45

abomaso, o intestino delgado e o intestino grosso foram removidos, abertos e seus

conteúdos transferidos para recipientes graduados. Os órgãos foram limpos em água

corrente com o auxílio de peneiras de 80 e 140 micras, e em seguida seu conteúdo

novamente transferido para um novo recipiente. Uma alíquota de 20% do abomaso e do

intestino delgado, e 100% do conteúdo do intestino grosso foi preservada em formalina 5%

para posterior contagem e identificação dos gêneros e espécies presentes (UENO E

GONÇALVES, 1998).

3.8 Contagem e Identificação das Espécies de Nematoides Gastrintestinais

O conteúdo obtido e conservado durante o abate foi colocado em pequenas

quantidades em uma placa de Petri e adicionado água e com o auxílio de microscópio

estereoscópio os parasitos presentes no material foram capturados, contados e conservados

em solução AFA para posterior identificação.

A identificação foi realizada segundo procedimento descrito por Ueno e Gonçalves

(1998), baseado no comprimento dos espículos e ganchos espiculares dos machos e tipo e

comprimento do ovojetor das fêmeas. As medidas foram obtidas com o auxílio de uma

ocular micrométrica acoplada ao microscópio, utilizando-se objetiva de 40x para o gancho

espicular e objetiva de 10x para as demais estruturas.

3.9 Análise dos Resultados

As diferenças fenotípicas significativas entre os grupos de animais quanto a cultivar

utilizada foram obtidas pela análise de variância usando o programa SAS (Analysis

Systems Institute, 2003). Os dados de contagem de OPG e eosinófilos, por não possuírem

uma distribuição normal foram transformados em log (x + 1) antes das análises. Para

realizar a análise de comparação de médias foi feito o Teste t, analisando as médias uma a

uma. Para inferir se houve diferença significativa, as dados foram avaliados quanto o teste

de Tukey, a um nível de significância de 5%.

Page 47: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Parâmetros Parasitológicos

Os animais mantidos nas pastagens de massai, aruana e marandu apresentaram as

maiores médias de OPG (993,30, 886,23 e 723,72 ovos/g, respectivamente; P>0,05),

diferindo dos animais mantidos em pastagem de piatã, que apresentaram valor médio de

530,19 ovos/g, porém não significativo estatisticamente (P>0,05). Pode-se inferir que nesta

última cultivar houve um menor depósito de ovos de nematoides gastrintestinais, havendo,

assim, uma menor contaminação do pasto por larvas infectantes (L3). Além disso,

possivelmente os animais que permaneceram nesta cultivar podem ter adquirido resistência

à infecção parasitária, eliminando uma quantidade menor de ovos (Tabela 2).

Tabela 2 – Média da variável fenotípica OPG (ovos por grama de fezes) analisada em

ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais.

Variável Fenotípica Pastagens

Aruana Marandu Massai Piatã

OPG (ovos/g) 886,23a

723,72 a

993,30 a

530,19 a

Obs.: Letras iguais na mesma linha indicam não haver diferença significativa (P>0,05).

Quando se considera o comportamento da contagem de OPG ao longo do período

experimental (a cada sete dias, durante 91 dias) (Figura 6), pode-se observar que os

animais mantidos na pastagem de Massai apresentaram médias de OPG superiores na 3ª e

4ª semanas de coleta, quando comparados com aqueles mantidos nas pastagens Marandu,

Aruana e Piatã. Animais mantidos em pastagem de Piatã apresentaram baixas médias de

OPG ao longo do período experimental, aumentando a partir da 8ª semana. Já os animais

mantidos em pastagem de Aruana só vieram a apresentar valores máximos de OPG a partir

da 10ª semana experimental, e após esse período, permaneceram elevados.

Page 48: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

47

Figura 6 – Distribuição da contagem de OPG (ovos/g) de ovinos mantidos em diferentes

tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas experimentais.

Fonte: Dados do próprio autor.

Relacionando os valores médios das contagens de OPG com a pluviosidade média

do período experimental (Figura 2), pode-se inferir que este aumento da eliminação de

ovos pelos animais dos grupos das cultivares Piatã e Aruana, que ocorreu a partir da 9ª

semana (mês de Julho), se deu pelo aumento da pluviosidade naquele momento, o que

aumentou também a umidade na pastagem, favorecendo a formação de um microclima

favorável ao desenvolvimento das larvas e eclosão dos ovos. Da mesma forma, a partir da

12ª semana (mês de Agosto) houve um decréscimo na contagem de OPG de todos os

animais, o que pode ser explicado por alguns fatores, tais como a diminuição das chuvas

naquele período; uma recuperação do sistema imunológico, que possibilitou combater a

infecção parasitária; e também ao período pré-patente dos parasitos, que é o período que

decorre entre a penetração do agente etiológico no hospedeiro e o aparecimento dos

primeiros sintomas da infecção.

4.1.1 Recuperação de Larvas Infectantes (L3) na Coprocultura

Pode-se observar que a maioria das larvas encontradas nos animais mantidos nas

pastagens aruana, piatã e massai foram do gênero Trichostrongylus sp., seguidas de

Haemonchus sp., Strongyloides papillosus e Oesophagostomum sp., exceto naqueles

mantidos na pastagem marandu, onde houve o predomínio de larvas de S. papillosus,

seguidas de Trichostrongylus sp., Haemonchus sp., e Oesophagostomum sp (Tabela 3,

Figura 7). Parasitos do gênero Trichostongylus sp., que podem habitar o abomaso ou o

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

OP

G (

ov

os/

g)

Semanas Experimentais

Piatã Massai Marandu Aruana

Page 49: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

48

intestino delgado dos hospedeiros, não causam anemia, pois não possuem o hábito

hematófago. Portanto, as variáveis volume globular (VG) e Famacha são verdadeiramente

eficientes para o controle parasitário quando a população de Haemonchus sp. se encontrar

alta.

Tabela 3 – Porcentagem das larvas dos parasitos recuperados na coproculturas dos ovinos

mestiços Santa Inês mantidos em diferentes pastagens tropicais.

Espécie de Nematoides Frequência das Larvas de Nematoides/Pastagem (%)

Piatã Massai Marandu Aruana

Haemonchus sp. 21,94 39,09 16,62 42,55

Trichostrongyls sp. 37,20 51,45 34,05 43,18

Oesophagostomum sp. 18,32 1,64 5,75 5,00

Strongyloides papillosus 22,54 7,82 43,58 9,27

Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Figura 7 – Imagens de microscópio óptico das larvas dos nematoides gastrintestinais

recuperadas na coprocultura (aumento de 10x e 40x). A, B e C) Larva, região anterior e

região posterior de Haemonchus sp., respectivamente; D, E e F) Larva, região anterior e

região posterior de Trichostrongylus sp., respectivamente; G, H e I) Larva, região anterior

e região posterior de Strongyloides papillosus, respectivamente; J, K e L) Larva, região

anterior e região posterior de Oesophagostomum sp., respectivamente.

A

B C

D E F

Page 50: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

49

Fonte: Acervo do próprio autor

Resultados semelhantes foram encontrados por Cavele et al.(2009), Nogueira et al.

(2009) e Duarte et al. (2010) em estudo com borregos e matrizes ovinas, e por Nogueira et

al. (2011), que estudaram o desempenho de cordeiros mestiços mantidos em pastagem de

capim aruana, na Bahia. O T. colubriformis, parasito do intestino delgado, pode provocar

redução no apetite, distúrbios na digestão e na absorção dos nutrientes, com consequente

redução na conversão alimentar. Já o H. contortus, que é um parasito hematófago e o T.

axei, que juntos parasitam o abomaso, podem causar ao hospedeiro perda de peso, anemia

e hipoproteinemia, com consequente redução na produtividade (BASSETO et al., 2009;

PINTO et al., 2009).

Charles (1995) já registrava, no Sertão Pernambucano, H. contortus,

Trichostrongylus sp., Cooperia sp., O. radiatum, S. papillosus e Trichuris sp. parasitando

ovinos deslanados, resultado também encontrado por Coelho et al. (2012). Neves (2010)

em estudo com ovinos mestiços Santa Inês em Sobral/CE, observou prevalência de larvas

infectantes de Haemonchus sp., seguidos por Trichostrongylus sp. e Oesophagostomum

sp., resultado também encontrado por Almeida et al. (2005) em estudo com ovinos,

caprinos e bovinos, por Basseto et al. (2009) trabalhando com dois grupos de ovelhas

resistentes e susceptíveis às verminoses, e por Fernandes et al. (2004), que estudaram o

efeito do pastejo rotacionado e alternado de ovelhas com bovinos adultos no controle das

G H I

J K L

Page 51: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

50

parasitoses. Já Abrão et al. (2010), em estudo com borregas mestiças Santa Inês, recuperou

larvas de Haemonchus sp. com maior prevalência, seguido por larvas de Cooperia sp. e

Trichostrongylus sp.

4.1.2 Recuperação de Larvas na Pastagem

A cultivar Massai propiciou as maiores quantidades de larvas recuperadas, seguida de

Marandu e Aruana (Tabela 4). Na pastagem Piatã não foi possível recuperar nenhuma larva

infectante de helmintos. Este fato ocorreu talvez pelo momento da coleta, em que a

incidência de raios solares era alta, o que forçou as larvas a se abrigarem mais rapidamente

para que não sofressem as consequências da exposição solar contínua (dessecação e morte,

por exemplo).

Com relação ao total dos gêneros recuperados, as larvas de Trichostrongylus sp.

foram as mais presentes (375 larvas L3), seguida de Haemonchus sp. (265 larvas L3),

Strongyloides papillosus (238 larvas L3) e Oesophagostomum sp. (68 larvas L3). Esses

resultados podem explicar os resultados encontrados nas coproculturas (Tabela 3), porém,

aqui observa-se uma quantidade maior de larvas de Haemonchus do que nas coproculturas.

Tabela 4 – Quantidade total de larvas recuperadas das pastagens por gênero dos parasitos.

Pastagens

Espécies de parasitos recuperados

Total Haemonchus Trichostrongylus

Strongyloides

papillosus Oesophagostomum

Piatã 0 B 0

C 0

C 0

C 0

Massai 210 A 195

A 111

A 38

A 554

Marandu 46 B 128

AB 79

AB 23

AB 276

Aruana 9 B 52

BC 48

BC 7

BC 116

Total 265 375 238 68

Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).

Estes resultados são semelhantes aos encontrados por Gazda et al. (2012), porém

diferentes dos encontrados por Oliveira et al. (2009), que observou prevalência de larvas

de Haemonchus sp. no capim marandu. Estes resultados também diferem dos encontrados

por Rocha et al. (2008), que mostraram que o capim aruana, em comparação a braquiária e

ao Coast-cross foi o que forneceu condições edafo-climáticas ideais para o

desenvolvimento de larvas de T. colubriformis.

Page 52: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

51

As maiores quantidades de larvas foram recuperadas no pré-pastejo e menores no

pós-pastejo (646 larvas L3 e 300 larvas L3, respectivamente) (Tabela 5).

Tabela 5 – Total de larvas recuperadas por altura de coleta.

Pastagens Altura de Coleta da Pastagem

PRE MS PRE MI POS MS POS MI

Piatã 0B 0

B 0

B 0

B

Massai 393 A 125

A 0

B 36

B

Marandu 29 B 96

A 28

A 123

A

Aruana 3B 0

B 0

B 113

A

Total de larvas

recuperadas 425 221 28 272

Total de larvas no

Pré-pastejo e

no Pós-pastejo

646 300

PRE = Pré-pastejo; POS = Pós-pastejo; MS = Metade Superior; MI = Metade Inferior.

Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).

Esta redução na quantidade de larvas recuperadas pode ser explicada tanto pela

ingestão das mesmas pelos animais, como também pelo fato de, na saída do pasto, a altura

do capim estar reduzida e a incidência de raios solares no local e no solo ser mais intenso,

fazendo com que as fezes ressequem mais rapidamente, inviabilizando o desenvolvimento

das larvas dos parasitos, como afirma Gupta (1961), que uma temperatura entre 5º C a 30º

C seria o ideal para o desenvolvimento das larvas, mas acima de 35º C pode ser letal.

Entretanto, Santos et al. (2012) afirmam que em um clima chuvoso, acompanhado de

umidade relativa alta e altas temperaturas aparentemente favorece a migração larval. As

condições de umidade e luminosidade não tem diferença na migração das larvas

infectantes, portanto não há um determinado horário em que os ovinos em pastejo estejam

mais predispostos à infecção (SILVA, 2008).

Na Tabela 6 pode-se observar a quantidade de larvas recuperadas apenas na metade

superior dos capins, comprovando que o capim massai propiciou uma maior quantidade de

larvas, no momento do pré-pastejo, enquanto que no momento do pós-pastejo, nenhuma

larva foi encontrada, fato que também pode ser explicado pela altura da planta estar abaixo

do que quando foi coletada na entrada.

Page 53: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

52

Tabela 6 – Total de larvas recuperadas na metade superior das pastagens nos momentos

pré-pastejo e pós-pastejo.

Pastagens

Pré-pastejo

Haemonchus Trichostrongylus Strongyloides

papillosus Oesophagostomum

Piatã 0B 0

B 0

B 0

B

Massai 197 A 119

A 50

A 27

A

Marandu 4B 12

B 9

B 4

B

Aruana 1B 1

B 0

B 1

B

Total 202 132 59 32

Pastagens

Pós-pastejo

Haemonchus Trichostrongylus Strongyloides

papillosus Oesophagostomum

Piatã 0B 0

B 0

B 0

B

Massai 0B 0

B 0

B 0

B

Marandu 4A 13

A 8

A 3

A

Aruana 0B 0

B 0

B 0

B

Total 4 13 8 3

Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).

A cultivar Massai mais uma vez apresentou uma frequência maior de larvas

infectantes (P<0,05). Um fato interessante é que essa pastagem propiciou a recuperação de

maiores quantidades de larvas L3 na metade superior das plantas, enquanto que na metade

inferior (Tabela 7), Marandu e Aruana apresentaram uma quantidade maior de larvas,

principalmente no pós-pastejo. Além disso, observa-se que na metade superior recuperou-

se uma maior quantidade de larvas de Haemonchus, enquanto que na metade inferior

houve uma recuperação maior de larvas de Trichostrongylus.

Resultados contrários foram encontrados por Amarante e Barbosa (1998) e Basseto et

al. (2009), ao trabalharem com ovelhas resistentes e susceptíveis às verminoses

gastrintestinais na região de Botucatu/SP. Uma maior quantidade de larvas L3 de

Haemonchus sp. foi encontrada, seguida de Trichostrongylus sp. e de Oesophagostomum sp.

Rocha et al. (2007), trabalhando com braquiária e capim Aruana, verificaram que a

presença de larvas L3 na pastagem de braquiária foi maior nos estratos baixos, próximos

ao solo, enquanto que no pasto de Aruana, as maiores quantidades de larvas L3

recuperadas foram no ápice das plantas.

Page 54: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

53

Tabela 7 – Total de larvas recuperadas na metade inferior das pastagens nos momentos

pré-pastejo e pós-pastejo.

Pastagens

Pré-pastejo

Haemonchus Trichostrongylus Strongyloides

papillosus Oesophagostomum

Piatã 0B 0

B 0

B 0

B

Massai 11 A 57

A 51

A 6

A

Marandu 11 A 48

A 27

A 10

A

Aruana 0B 0

B 0

B 0

B

Total 22 105 78 16

Pastagens

Pós-pastejo

Haemonchus Trichostrongylus Strongyloides

papillosus Oesophagostomum

Piatã 0B 0

B 0

B 0

B

Massai 2B 19

B 10

B 5

A

Marandu 27 A 55

A 35

A 6

A

Aruana 8B 51

A 48

A 6

A

Total 37 125 93 17 Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).

De acordo com Vlassof (1982), a maior concentração de larvas infectantes está

localizada nos estratos inferiores das pastagens (Figura 8). O autor observou que até 80%

das larvas infectantes L3 estiveram localizadas nos primeiros 5 cm do pasto.

Figura 8 – Distribuição vertical de larvas infectantes no perfil da pastagem

Fonte: Vlassof, 1982.

Page 55: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

54

4.2 Parâmetros Hematológicos

Quando se avalia a porcentagem de volume globular (VG), observa-se que não

houve diferença significativa (P>0,05) entre os animais mantidos nas diferentes cultivares

forrageiras. O volume globular acompanhou inversamente o comportamento da contagem

de OPG, mostrando-se maior nos animais mantidos na pastagem marandu (25,79%),

embora sem apresentar diferença significativa (P>0,05) (Tabela 8).

A contagem de eosinófilos, células de defesa do organismo, indicadores de infecção

parasitária, apresentou maior média nos animais mantidos em pastagem de aruana (939,02

células/µL), o que indica um maior nível de infecção quando comparado aos animais

mantidos nas pastagens massai, marandu e piatã (873,79, 862,58 e 736,69 células/µL,

respectivamente), e também que o sistema imunológico dos animais que permaneceram na

cultivar Aruana estava mais fortalecido, havendo uma maior quantidade de células de

defesa (Tabela 8).

Tabela 8 – Média das variáveis fenotípicas volume globular (VG) e contagem de

eosinófilos, analisadas em ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais.

Variáveis Fenotípicas Pastagens

Aruana Marandu Massai Piatã

VG (%) 25,70 a

25,79 a

25,56 a

25,52 a

Eosinófilos (células/µL) 939,02 a

862,58 a

873,79 a

736,69 a

Obs.: Letras iguais na mesma linha indicam não haver diferença significativa (P>0,05).

Com relação ao volume globular, quando se observa a dos ovinos durante todo

período experimental (Figura 9), destaca-se que as médias permaneceram, na maior parte

do tempo, entre 25% e 30%, o que, segundo Molento e Severo (2004) e Rocha et al. (2005)

são os valores considerados ideais para os ovinos, sem caracterizar um quadro de anemia.

Porém, pode-se destacar que na 10ª semana do experimento, os ovinos mantidos nas

pastagens de Piatã e Aruana apresentaram porcentagem de volume globular inferior a dos

animais mantidos nas demais pastagens, mas se recuperando nas semanas seguintes. Este

acontecimento pode ser explicado observando-se as figuras 6 e 7, quando percebemos que

houve uma relação inversa entre OPG e VG, ou seja, à medida que a média de OPG

aumentou, a média de VG diminuiu.

Page 56: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

55

Figura 9 – Distribuição do volume globular (VG) (%) de ovinos mantidos em diferentes

tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas experimentais.

Fonte: Dados do próprio autor.

Resultados semelhantes foram encontrados por Basseto et al. (2009), que afirmaram

que ovelhas resistentes a nematoides gastrintestinais apresentaram menores médias de

OPG e maiores valores de VG, possivelmente devido a ação espoliativa produzida pelos

parasitos. Da mesma forma Bricarello et al. (2004), em estudo com ovinos de raças

diferentes, observaram que à medida que a contagem de ovos nas fezes aumentava,

diminuía o volume globular.

Analisando a Figura 10 pode-se observar que a contagem média de eosinófilos

manteve-se entre 500 a 1500 células/µL, indicando que os animais estavam suportando a

infecção parasitária. A contagem de eosinófilos dos animais seguiu uma distribuição

uniforme em todo o período experimental, com exceção da 6ª semana, em que houve um

aumento na contagem das células dos animais que pastejavam capim massai, mas se

igualando aos outros grupos na semana seguinte, e depois a partir da 10ª semana, em que

foram observados valores mais altos de eosinófilos para os animais mantidos em pastagem

de marandu e aruana e valores mais baixos para os animais mantidos em pastagem de piatã

e massai. Pode-se observar ainda que na 13ª semana houve um aumento da contagem das

células de defesa em todos os animais, com destaque para os do grupo da cultivar Massai,

que apresentou a maior média nesta semana.

15,00

17,00

19,00

21,00

23,00

25,00

27,00

29,00

31,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Vo

lum

e G

lob

ula

r (%

)

Semanas Experimentais

Piatã Massai Marandu Aruana

Page 57: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

56

Figura 10 – Distribuição da contagem de eosinófilos (células/µL) de ovinos mantidos em

diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas experimentais.

Fonte: Dados do próprio autor.

Analisando os valores de OPG, VG e contagem de eosinófilos juntos, observa-se

uma relação inversa entre todas essas variáveis. Na 6ª semana experimental houve uma

redução na contagem de OPG (Figura 6) e um aumento na porcentagem de volume

globular (Figura 9), o que pode explicar o aumento também na contagem de eosinófilos

(Figura 10). Na 10ª semana pode ser observado que houve um aumento na contagem de

OPG e uma diminuição na porcentagem de células sanguíneos, diminuindo o volume

globular. Observando juntamente com os valores da contagem de eosinófilos, neste

momento houve um aumento para os animais em capim aruana e marandu e diminuição

para os animais em piatã e massai, o que podemos julgar que o sistema imunológico dos

animais mantidos nestas últimas cultivares não estava fortalecido para tentar diminuir a

infecção parasitária.

Durante todo o período experimental o rebanho apresentou Famacha© com média

2, resultado também observado por Cavele et al. (2009) e Pinto et al. (2009), inferindo-se

que os animais apresentaram nenhuma anemia ou anemia leve, e que os mesmos foram

pouco infectados ou que suportaram a hemoncose. As observações oscilaram entre o

Famacha 1 e 3 (Figura 11), o que não caracteriza um quadro de anemia, assim como

também foi observado por Abrão et al. (2010) em estudo com borregas mestiças Santa

Inês.

0,00

500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Eo

sin

ófi

los

(célu

las/

µL

)

Semanas Experimentais

Piatã Massai Marandu Aruana

Page 58: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

57

Figura 11 – Distribuição da observação do Famacha© em ovinos mantidos em diferentes

tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas experimentais.

Fonte: Dados do próprio autor.

O Famacha 2 foi o mais observado nos animais mantidos nas pastagens de piatã,

massai e aruana, e o Famacha 1 nos animais mantidos na pastagem de marandu (Tabela 9,

Figura 12). Os animais mantidos em pastagem de massai, que apresentaram a maior média

de OPG, foram também os que apresentaram maior frequência de Famacha 5.

Molento et al. (2004) afirma que o método Famacha© pode ser utilizado no Brasil

com o objetivo de racionalizar o uso dos compostos antiparasitários, preservando sua

eficácia por períodos prolongados. Van Wyk (2008) ressalta ainda que este método pode

fornecer informações importantes para o manejo sanitário adequado dos animais,

indicando inclusive a eficiência da droga usada na vermifugação. Já Nogueira et al. (2011)

frisa que o monitoramento e o controle dos parasitos gastrintestinais realizado apenas pelo

método Famacha© não é eficiente para a redução da contagem de OPG, mas reduz a

quantidade de doses administradas no rebanho. Isso porque o Famacha informa apenas o

grau de anemia em que o animal se encontra e a necessidade de haver vermifugação ou

não. Seguindo a cartela do Famacha, um animal que apresenta grau de anemia 1 ou 2 não

necessita ser vermifugado. Porém, caso esteja parasitado, continuará eliminando ovos nas

fezes. Se o diagnóstico indicar Famacha 3, 4 ou 5 há necessidade de vermifugação, o que

então espera-se que reduza a contagem de ovos nas fezes.

1

2

3

4

5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Fa

ma

cha

Semanas Experimentais

Piatã Massai Marandu Aruana

Page 59: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

58

Tabela 9 – Frequência de observações do grau Famacha de identificação de anemia em

ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais durante 13 semanas

experimentais.

Pastagens Frequência de observações do Famacha (%)

Famacha 1 Famacha 2 Famacha 3 Famacha 4 Famacha 5

Piatã 21,15 32,05 25,00 14,10 7,69

Massai 20,92 35,95 17,65 13,73 11,76

Marandu 30,97 29,68 22,58 12,90 3,87

Aruana 23,68 38,82 19,74 10,53 7,24

Figura 12 – Porcentagem de observações do Famacha nos ovinos mantidos em diferentes

pastagens de gramíneas tropicais, durante o período experimental.

Fonte: Dados do próprio autor.

4.3 Parâmetros Produtivos

Com relação ao peso médio dos animais experimentais, aqueles mantidos nas

cultivares Aruana e Marandu apresentaram os maiores pesos médios (27,96 e 27,57 kg,

respectivamente), sendo estes os capins que propiciaram um melhor desenvolvimento

ponderal aos animais, com os melhores valores de volume globular e contagem de

eosinófilos sanguíneos alta (Tabela 10).

Tabela 10 – Média da variável fenotípica Peso (kg) analisada em ovinos mantidos em

diferentes tipos de pastagens tropicais.

Variáveis Fenotípicas Pastagens

Aruana Marandu Massai Piatã

Peso (kg) 27,96 a

27,57 a

26,94 a

25,69 b

Obs.: Letras iguais na mesma linha indicam não haver diferença significativa (P>0,05).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Piatã Massai Marandu Aruana

Famacha 5

Famacha 4

Famacha 3

Famacha 2

Famacha 1

Page 60: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

59

Animais pouco parasitados ou resistentes, ou ainda resilientes às infecções

parasitárias tendem a ter seu desenvolvimento ponderal melhor do que os animais

altamente infectados ou susceptíveis aos nematoides gastrintestinais. Animais anêmicos

não desenvolvem musculatura, pois não tem a quantidade de proteína sanguínea necessária

para esse aumento, bem como não conseguem engordar, não havendo, assim, a terminação

de carcaça necessário para a venda do produto final da produção de ovinos. As infecções

parasitárias podem contribuir para o aumento da anemia dos animais, principalmente se o

principal parasito for o H. contortus. Entretanto, a quantidade de proteína na dieta também

influencia no desenvolvimento ponderal dos animais.

A Tabela 1 mostra a análise bromatológica das cultivares usadas no experimento.

Observando a quantidade de proteína bruta (PB) na dieta oferecida, por pastagem, que era

o único alimento disponível para os animais, percebemos que o capim aruana e marandu

ofertaram as maiores quantidades de PB, fato que explica o maior ganho de peso diário dos

animais mantidos nestas cultivares (Figura 13), resultado semelhante ao encontrado por

Vieira et al. (2008). Além disso, a proteína é um importante componente para a dieta

animal, principalmente para animais de corte, pois ela participa também da formação dos

tecidos musculares, compostos bioquímicos e sistema imune.

Figura 13 – Distribuição do peso (kg) de ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens

tropicais, durante 13 semanas experimentais.

Fonte: Dados do próprio autor.

Observando o comportamento da variável peso dos animais experimentais ao longo

dos 91 dias de pesquisa, percebe-se que o peso médio dos animais mantidos em pastagem

de aruana e marandu permaneceu sempre superior ao peso médio dos animais mantidos em

20,00

22,00

24,00

26,00

28,00

30,00

32,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Pes

o (

kg

)

Semanas Experimentais

Piatã Massai Marandu Aruana

Page 61: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

60

pastagem piatã e massai. Na 3ª e 12ª semanas houve uma redução no peso médio dos

animais pertencentes ao grupo da cultivar Massai (Figura 13), fato que pode ser explicado

analisando a contagem média de OPG (Figura 6) em que nestas mesmas semanas houve

um pico de eliminação de ovos pelos animais deste grupo, fato este relacionado ao melhor

ou pior desenvolvimento ponderal dos animais de produção. Este resultado corrobora com

o afirmado por Pegoraro et al. (2008), que quanto maior a oferta de forragem, maior

também será a infecção parasitária dos animais, o que também pode ser comprovado pelos

estudos realizados por Fernandes et al. (2004) e Souza et al. (2005), que mostraram que

ovinos mantidos em sistema de pastejo apresentaram altas contagens de ovos por grama de

fezes. Isso ocorre devido a maior deposição de ovos nas fezes, que encontrando o

microclima adequado oferecido pela forragem para seu desenvolvimento e eclosão das

larvas dos helmintos, acaba por aumentar a quantidade de larvas infectantes no local,

deixando os animais mais propícios a contaminação parasitária.

O escore de condição corporal dos ovinos oscilou entre o escore 2 e 3, ou seja, de

animais magros a animais intermediários, com boa conformação de carcaça, o que pode ser

melhor observado na Figura 14, em que vemos claramente a faixa de oscilação deste índice

ao longo do período experimental, resultado que diferiu do encontrado em Minas Gerais

por Abrão et al. (2010), que verificou oscilação do ECC de 2 a 5.

Figura 14 –Distribuição da observação do escore de condição corporal (ECC) em ovinos

mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais, durante 13 semanas experimentais.

Fonte: Dados do próprio autor.

As maiores frequências de ECC (Tabela 11, Figura 15) estão nos escores 2,0, 2,5 e

3,0, o que para animais ½ sangue Santa Inês x ½ sangue SRD, ou seja, que não são

especializados para produção de carne, pode ser considerado como satisfatório, uma vez

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Esc

ore

de

Co

nd

içã

o C

orp

ora

l

(EC

C)

Semanas Experimentais

Piatã Massai Marandu Aruana

Page 62: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

61

também que estes animais não estavam recebendo nenhuma suplementação proteica. O

ECC 5 não foi observado em nenhum momento durante o experimento e o ECC 4,5 foi

observado apenas em dois grupos de animais: os que permaneceram nas pastagens massai

e marandu.

Tabela 11 – Frequência de observações do escore de condição corporal (ECC) em ovinos

mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais.

Pastagens Frequência de observações do Escore de Condição Corporal (%)

1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5

Piatã 16,03 21,15 14,74 25,00 17,95 3,85 1,28 0,00 0,00

Massai 5,88 5,23 26,80 24,18 28,10 7,84 1,31 0,65 0,00

Marandu 4,52 18,06 21,29 25,16 17,42 8,39 3,87 1,29 0,00

Aruana 3,95 18,42 19,74 32,24 17,76 6,58 1,32 0,00 0,00

Figura 15 – Porcentagem do índice de escore de condição corporal (ECC) observado nos

ovinos ao longo do experimento, mantidos em diferentes pastagens tropicais.

Fonte: Dados do próprio autor.

4.4 Contagem e Identificação dos Nematoides Gastrintestinais

As maiores populações de parasitos gastrintestinais recuperados dos animais

durante a necropsia foram do gênero Trichostrongylus sp., o que pode ser explicado pelos

resultados das coproculturas e da recuperação das larvas nas pastagens, espécies T.

colubriformis (parasitos do intestino delgado) e T. axei (parasitos de abomaso), e seguida

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Aruana Marandu Massai Piatã

5

4,5

4

3,5

3

2,5

2

1,5

1

Page 63: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

62

de Oesophagostomum sp., parasitos do intestino grosso, Haemonchus sp., do abomaso,

Strongyloides papillosus e Cooperia sp., ambos parasitas do intestino delgado (Tabela 12).

A quantidade total de parasitos recuperados na necropsia foi maior nos animais

mantidos na pastagem de marandu, quando comparado aos animais mantidos nas pastagens

de aruana, massai e piatã (1426 parasitos; 1088 parasitos; 1053 parasitos; 939 parasitos,

respectivamente).

Tabela 12 – Carga parasitária de nematoides gastrintestinais recuperados de ovinos

mestiços Santa Inês, naturalmente infectados e mantidos em diferentes tipos de pastagens

tropicais.

Pastagens Espécies de Parasitos

Total Hae. Trica. Tricc. Stg. Coo. Oes.

Piatã 183 B 03

B 426

A 03

B 00

B 324

A 939

Massai 15 BC

52 A 462

A 03

B 01

B 520

A 1053

Marandu 449 A 46

A 618

A 08

B 11

A 294

A 1426

Aruana 04 C 58

A 512

A 22

A 11

A 481

A 1088

Total 651 159 2018 36 23 1619

Hae. = Haemonchus; Trica. = Trichostrongylus axei; Tricc. = T. colubriformis; Stg. = Strongyloides

papillosus; Coo. = Cooperia sp.; Oes. = Oesophagostomum.

Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).

A presença de T. axei nos ovinos contrapõe-se ao que afirmam Amarante et al.

(1997) e Fernandes et al. (2004), ao justificar que este parasito apresenta alta adaptação ao

parasitismo em bovinos, não sendo tão comumente encontrado em ovinos.

Na necropsia dos animais que foram mantidos em pastagem de Massai não foi

possível recuperar nenhum exemplar macho da espécie H. contortus, apenas 14 exemplares

fêmeas e um exemplar imaturo em estágio L4 (Tabela 13).

Page 64: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

63

Tabela 13 – Número e sexo das espécies e a relação macho:fêmea de nematoides

gastrintestinais identificados em exemplares de no mínimo 100 parasitos/animal/órgão, de

ovinos mestiços Santa Inês mantidos em diferentes pastagens tropicais.

Espécie de Nematoides Grupo mantido em pasto de Piatã

Macho Fêmea Imaturo Proporção M:F

Haemonchus contortus 83 94 1 53,1

Trichostrongyls axei 0 3 0 -

Trichostrongylus colubriformis 47 103 1 68,7

Strongyloides papillosus - 2 1 -

Cooperia sp. 0 0 0 -

Oesophagostomum sp. 37 61 86 62,2

Total 167 263 89 -

Espécie de Nematoides Grupo mantido em pasto de Massai

Macho Fêmea Imaturo Proporção M:F

Haemonchus contortus 0 14 1 -

Trichostrongyls axei 20 25 0 55,6

Trichostrongylus colubriformis 144 229 15 61,4

Strongyloides papillosus - 0 3 -

Cooperia sp. 0 0 1 -

Oesophagostomum sp. 165 214 0 56,5

Total 329 482 20 -

Espécie de Nematoides Grupo mantido em pasto de Marandu

Macho Fêmea Imaturo Proporção M:F

Haemonchus contortus 18 9 100 33,3

Trichostrongyls axei 14 31 1 68,9

Trichostrongylus colubriformis 149 188 15 55,8

Strongyloides papillosus - 5 3 -

Cooperia sp. 6 4 1 40,0

Oesophagostomum sp. 115 129 0 52,9

Total 302 366 120 -

Espécie de Nematoides Grupo mantido em pasto de Aruana

Macho Fêmea Imaturo Proporção M:F

Haemonchus contortus 1 1 2 50,0

Trichostrongyls axei 20 37 1 64,9

Trichostrongylus colubriformis 109 150 1 57,9

Strongyloides papillosus - 20 2 -

Cooperia sp. 6 3 2 33,3

Oesophagostomum sp. 123 129 0 51,2

Total 259 340 8 -

Page 65: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

64

Na necropsia dos animais que foram mantidos em pastagem de marandu foi

recuperado uma grande quantidade de H. contortus imaturos, o que nos leva a inferir que o

sistema imunológico dos animais deste grupo estava preparado para combater a infecção

por este parasito, não permitindo o desenvolvimento das larvas deste nematoide no órgão

hospedado. A espécie Trichostrongylus axei esteve presente em todos os animais

necropsiados, porém, nos animais mantidos em pastagem de Piatã, só foi possível

recuperar três exemplares fêmeas e nenhum macho.

Trichostrongylus colubriformis foi o parasito com maior prevalência em todos os

animais necropsiados, e a quantidade de fêmeas foi sempre superior a quantidade de

machos. Espécimes de Strongyloides papillosus foram mais prevalentes nos animais

mantidos em pastagem de Aruana, mas também esteve presente em todos os animais, ao

contrário dos nematoides do gênero Cooperia sp., que não foram recuperados na necropsia

dos animais mantidos em pastagem de Piatã. Nematoides do gênero Oesophagostomum sp.

também foram recuperados em todos os animais, também com quantidade de fêmeas maior

que a dos machos. Porém, nos animais do grupo da cultivar Piatã foi recuperada uma

quantidade maior de parasitos imaturos deste gênero. Os resultados encontrados nas

necropsias desta pesquisa foram semelhantes aos encontrados por Souza et al. (2012).

Ueno e Gonçalves (1998) estimam que a carga patogênica de machos corresponde a 70%

do número de fêmeas. Porém, neste estudo, para nenhum gênero de nematoide recuperado

foi encontrado essa porcentagem de 70%.

As médias do comprimento total do corpo, espículo maior e menor, gancho maior e

menor e ovojetor foram semelhantes para todos os nematoides recuperados, sendo as

fêmeas de todos os gêneros maiores que os machos (Tabela 14, Figuras 16A e 16B).

Page 66: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

65

Tabela 14 – Comprimento total médio dos nematoides (µm), dos espículos e ganchos

espiculares (menor e maior) (µm) nos machos e de ovojetor das fêmeas (µm) recuperados

na necropsia dos ovinos mestiços Santa Inês mantidos em diferentes pastagens tropicais.

Espécie de Nematoides Grupo mantido em pasto de Piatã

Macho Fêmea Espículo Gancho espicular Ovojetor

Haemonchus contortus 12760 17053 388 e 398 20 e 36 493

Trichostrongyls axei - 6753 - - 420

Trichostrongylus colubriformis 5233 6359 142 e 149 - 445

Strongyloides papillosus - 5625 - - 375

Cooperia sp. - - - - -

Oesophagostomum sp. 13692 18075 188 e 192 - 155

Espécie de Nematoides Grupo mantido em pasto de Massai

Macho Fêmea Espículo Gancho espicular Ovojetor

Haemonchus contortus - 16875 - - 529

Trichostrongyls axei 5398 6335 145 e 154 - 442

Trichostrongylus colubriformis 4820 6058 142 e 151 - 429

Strongyloides papillosus - - - - -

Cooperia sp. - - - - -

Oesophagostomum sp. 13978 17675 205 e 247 - 160

Espécie de Nematoides Grupo mantido em pasto de Marandu

Macho Fêmea Espículo Gancho espicular Ovojetor

Haemonchus contortus 8644 15151 368 e 376 19 e 36 494

Trichostrongyls axei 5651 6584 148 e 157 - 449

Trichostrongylus colubriformis 4822 5967 140 e 149 - 438

Strongyloides papillosus - 5986 - - 408

Cooperia sp. 4983 6475 140 e 145 - 285

Oesophagostomum sp. 13785 16595 196 e 200 - 159

Espécie de Nematoides Grupo mantido em pasto de Aruana

Macho Fêmea Espículo Gancho espicular Ovojetor

Haemonchus contortus 12580 15060 380 e 390 20 e 35 600

Trichostrongyls axei 4796 6143 132 e 141 - 444

Trichostrongylus colubriformis 4714 5872 139 e 147 - 423

Strongyloides papillosus - 6038 - - 418

Cooperia sp. 5628 7280 138 e 143 - 267

Oesophagostomum sp. 13042 15606 198 e 203 - 154

Page 67: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

66

Figura 16A – Imagens de microscópio óptico dos nematoides gastrintestinais recuperados

na necropsia. A) Região anterior do Haemonchus contortus (setas indicam as papilas

cervicais); B) Região anterior do Trichostrongylus sp. (seta indica o sulco excretor); C)

Região anterior da Cooperia sp. (Seta indica a expansão cuticular cefálica e a cutícula

estriada); D) Região anterior do Oesophagostomum sp.; E) Região posterior de um macho

de H. contortus, com detalhe para os espículos; F) Ganchos espiculares presentes nos

machos dos H. contortus; G) Região posterior e espículos de um macho de

Trichostrongylus sp.; H) Região posterior e espículos de um macho de Cooperia sp.; I)

Região posterior e espículos de um macho de Oesophagostomum sp.

Fonte: Acervo do próprio autor

A B

C

D

E F

G H I

Page 68: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

67

Figura 16B – Imagens de microscópio óptico dos nematoides gastrintestinais recuperados

na necropsia (cont.). J) Ovojetor e apêndice vulvar tipo lisa de H. contortus; K) Ovojetor e

apêndice vulvar tipo linguiforme de H. contortus; L) Ovojetor e apêndice vulvar tipo botão

de H. contortus; M) Ovojetor da fêmea de Trichostrongylus sp.; N) Ovojetor da fêmea de

Cooperia sp.; O) Ovojetor da fêmea de Oesophagostomum sp.

Fonte: Acervo do próprio autor

Os maiores e menores exemplares de H. contortus encontrados na necropsia foram

dos animais mantidos em pastagem de Piatã e Marandu, respectivamente. Os maiores

exemplares de T. axei foram recuperados na necropsia dos animais que foram mantidos nas

pastagens de Marandu, enquanto os menores foram recuperadas nos animais das pastagens

de Aruana, que também apresentaram os menores exemplares de T. colubriformis, e os

maiores ficaram a cargo dos animais mantidos na pastagem piatã.

Os animais mantidos em pastagem de Piatã apresentaram os maiores exemplares de

T. colubriformis e menores de Strogyloides papillosus, enquanto que os animais mantidos

J K L

M

N

O

Page 69: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

68

em pastagem de Aruana apresentaram na necropsia os menores exemplares de

Trichostrongylus sp., mas os maiores de Strongyloides papillosus e de Cooperia sp. Os

parasitos do gênero Oesophagostomum sp. foram menores nos animais mantidos em

pastagem de Aruana e maiores nos animais mantidos em pastagem de Massai. Com relação

ao tipo do apêndice vulvar das fêmeas de H. contortus que foram recuperadas na necropsia,

podemos observar na Tabela 15 os resultados encontrados.

Tabela 15 – Porcentagem do tipo de apêndice vulvar das fêmeas de Haemonchus

contortus recuperadas na necropsia de ovinos mestiços Santa Inês mantidos em diferentes

pastagens tropicais.

Pastagens Tipo de Apêndice Vulvar (%)

Total Linguiforme Lisa Botão

Piatã 32,0 44,6 23,4 100,0

Massai 28,6 57,1 14,3 100,0

Marandu 55,6 22,2 22,2 100,0

Aruana 0,0 100,0 0,0 100,0

Média 29,0 56,0 15,0

Araújo e Rodrigues (2002) trabalhando com ovinos no Estado da Paraíba

encontraram medidas de comprimento do espículo entre 383 e 478 µm, medidas maiores às

encontradas neste estudo. Da mesma forma, as medidas dos espículos e dos ganchos

espiculares dos Haemonchus contortus observadas por Zaros et al. (2009), em experimento

com ovinos mestiços Somalis no Estado do Ceará, foram maiores do que as deste estudo

(401 e 418 µm para os espículos; 22 e 42 µm para os ganchos espiculares). Já as medidas

dos espículos dos Trichostrongylus colubriformis encontrados por estes autores foram

menores do que as encontradas neste estudo (133 e 146 µm).

O apêndice vulvar lisa foi o mais frequente (56,0%), seguido do linguiforme

(29,0%) e do botão (15,0%). Os resultados encontrados neste estudo se assemelham

parcialmente aos encontrados por Neves (2012), trabalhando com dois grupos de ovinos

Santa Inês resistentes e susceptíveis às parasitoses gastrintestinais, no Ceará. No grupo

resistente predominou o apêndice vulvar tipo linguiforme (55,47%), seguido de liso e

botão; enquanto que no grupo dos animais susceptíveis predominou o tipo liso (48,95%),

seguido do linguiforme e botão, resultado também encontrado por Araújo e Rodrigues

(2002), na Paraíba e por Zaros et al. (2009) também em estudo com ovinos resistentes e

susceptíveis às helmintoses no Ceará. Entretanto, Coutinho (2012), neste mesmo Estado,

mas trabalhando com caprinos resistentes e suscetíveis às parasitoses gastrintestinais,

Page 70: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

69

encontrou prevalência do apêndice vulvar tipo linguiforme para ambos os grupos (47,0%

para o grupo resistente e 49% para o grupo susceptível), seguido do tipo lisa e botão.

Como essa característica é bastante variável em todos os estudos realizados e em

diferentes localizações, não pode ser considerado como um marcador fenotípico para

avaliação de parasitoses. Assim, novas pesquisas devem ser desenvolvidas para tentar

elucidar esta variação e como ela pode influenciar na carga parasitária.

Page 71: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

70

5 CONCLUSÃO

De acordo com a caracterização fenotípica realizada no rebanho experimental,

pôde-se notar que a cultivar tem influência na carga parasitária dos animais, seja de forma

positiva ou negativa, a depender de suas características agronômicas de propiciar ou não a

formação de um microclima adequado ao desenvolvimento e eclosão das larvas dos

nematoides gastrintestinais.

As cultivares marandu e aruana foram as que forneceram melhores condições

nutricionais aos animais experimentais, fazendo com que estes conseguissem suportar

melhor as infecções parasitárias sem causar prejuízos à produção animal, sendo estas as

pastagens mais indicadas para a produção de ovinos no período chuvoso.

No estudo observou-se que houve prevalência de parasitismo por helmintos das

espécies Trichostrongylus sp., Haemonchus sp., Strongyloides papillosus,

Oesophagostomum sp. e Cooperia sp.

Page 72: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRÃO, D.C.; ABRÃO, S.; VIANA, C.H.C.; VALLE, C.R. Utilização do método

Famacha no diagnóstico clínico individual de haemoncose em ovinos no Sudoeste do

Estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.19, n.1, p.70-

72, 2010.

ALMEIDA, L.R.; CASTRO, A.A.; SILVA, F.J.M.; FONSECA, A.H. Desenvolvimento,

sobrevivência e distribuição de larvas infectantes de nematoides gastrintestinais, na estação

seca da Baixada Fluminense, RJ. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.14,

n.3, p.89-84, 2005.

AMARANTE, A.F.T. Controle da verminose gastrointestinal no sistema de produção de

São Paulo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ESPECIALIDADES EM MEDICINA

VETERINÁRIA, v.1, Paraná. Anais... 2004.

AMARANTE, A.F.T. Nematoides gastrintestinais em ovinos. In: CAVALCANTE,

A.C.R.; VIEIRA, L.S.; CHAGAS, A.C.S.; MOLENTO, M.B., editores técnicos. Doenças

parasitárias de caprinos e ovinos: epidemiologia e controle. 603p. Brasília: Embrapa

Informação Tecnológica, 2009.

AMARANTE, A.F.T.; BAGNOLA JUNIOR, J.; AMARANTE M.R.V.; BARBOSA, M.A.

Host specificity of sheep and cattle nematodes in São Paulo state, Brazil. Veterinary

Parasitology, v.73, p.89-104, 1997.

AMARANTE, A.F.T.; BARBOSA, M.A. Comparison between pasture sampling and

tracer lambs to evaluate contamination of sheep pasture by nematode infective larvae.

Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.7, n.2, p.95-99, 1998.

AMARANTE, A.F.T.; BARBOSA, M.A.; OLIVEIRA, M.A.; CARMELLO, M.J.;

PADOVANI, C.R. Efeito da administração de oxfendazol, ivermectina e levamisol sobre

os exames coproparasitológicos de ovinos. Brazilian Journal of Veterinary Research

and Animal Science, v.29, n.1, p.31-38, 1992.

ARAÚJO, M.M.; RODRIGUES, M.L.A. Estudo morfométrico e variação do apêndice

vulvar de Haemonchus contortus (Nematoda: Trichostrongyloidea) de caprinos e ovinos da

região semi-árida da Paraíba- Brasil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária,

v.11, p.61-64, 2002.

BARROS, N.N.; BONFIM, M.A.D.; CAVALCANTE, A.R. Manejo nutricional de

caprinos e ovinos para a produção de carne. In: LIMA, G.F.C.; HOLANDA JUNIOR,

E.V.; MACIEL F.C.; BARROS, N.N.; AMORIN, N.V.; CONFESSOR JÚNIOR, A.A.

Criação familiar de caprinos e ovinos no Rio Grande do Norte. Natal: EMATER-RN/

EMPARN/EMBRAPA CAPRINOS, 2006. Cap.13. p.299-318.

BASSETO, C.C.; SILVA, B.F.; FERNANDES, S.; AMARANTE A.F.T. Contaminação da

pastagem com larvas infectantes de nematoides gastrintestinais após o pastejo de ovelhas

resistentes ou susceptíveis à verminose. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária,

v.18, n.4, p.63-68, 2009.

Page 73: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

72

BEH, K.L.; MADDOX, J.F. Prospects for development of genetic markers for resistance to

gastrointestinal parasite infection in sheep. InternationalJournal for Parasitology, v.26,

p.879-897, 1996.

BRICARELLO, P.A.; GENNARI, S.M.; OLIVEIRA-SEQUEIRA, T.C.G.; VAZ,

C.M.S.L.; GONÇALVES DE GONÇALVES, I.; ECHEVARRIA, F.A.M. Worm burden

and immunological responses in Corriedale and Crioula Lanada sheep following natural

infection with Haemonchus contortus. Small Ruminant Research, v.51, p.75-83, 2004.

CAMPELLO, M.V.M. Doenças parasitárias de pequenos ruminantes. In: CAMPOS,

A.C.N. (coord.). Do campus para o campo: tecnologias para produção de ovinos e

caprinos. Fortaleza: Gráfica Nacional, p.127-143, 2005.

CARNEIRO, R.D.; AMARANTE, A.F.T. Seasonal effect of three pasture plants species

on the free-living stages of Haemonchus contortus. Arquivo Brasileiro de Medicina

Veterinária e Zootecnia, v.60, n.4, p.864-872, 2008.

CAVELE, A.; ALMEIDA, M.A.O.; BARRETO, M.A; LIMA, M.M.; MACHADO,

E.A.A.; PEIXOTO, M.S.R.; SILVA M.N.; MADRUGA, C.R.; AYRES, M.C.C. Estudo

comparativo do sistema Famacha entre caprinos e ovinos sob o mesmo manejo

produtividade no sertão baiano. Ciência Animal Brasileia, sup.1, p.690-694, 2009.

CHAGAS, A.C.S.; VERÍSSIMO, C.J. Principais enfermidades e manejo sanitário de

ovinos. 1.ed. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2008.

CHARLES, T.P. Disponibilidade de larvas infectantes de nematódeos gastrintestinais

parasitas de ovinos deslanados no semi-árido pernambucano. Ciência Rural, v.25, n.3,

p.437-442, 1995.

COELHO, W.A.C.; AHID, S.M.M.; VIEIRA, L.S.; FONSECA, Z.A.A.S.; SILVA, I.P.

Resistência anti-helmíntica em caprinos no município de Mossoró, RN. Ciência Animal

Brasileira, v.11, n.3, p.589-599, 2010.

COELHO, W.M.D.; AMARANTE, A.F.T.; BRESCIANI, K.D.S. Occurence of

gastrointestinal parasites in goat kids. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária,

v.21, n.1, p.65-67, 2012.

COSTA, R.L.D.; BUENO, M.S.; VERÍSSIMO, C.J.; CUNHA, E.A.; SANTOS, L.E.;

OLIVEIRA, S.M.; SPÓSITO FILHA, E.; OTSUK, I.P. Performance and nematode

infection of ewe lambs on intensive rotational grazing with two different cultivars of

Panicum maximum. Tropical Animal Health Production, v.39, p.255-263, 2007.

COUTINHO, R.M.A. Marcadores fenotípicos para caracterização de caprinos com

diferentes níveis de resistência às endoparasitoses gastrintestinais. 2012 [61f.], Dissertação

(Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências,

Programa de Pós-Graduação em Produção Animal, Macaíba, 2012.

DAWKINS, H.J.S.; WINDOW, R.G.; EAGLESON, G.K. Eosinophil responses in sheep

select for high and low responsiveness to Trichostrongylus colubriformis. International

Journal for Parasitology, v.19, p.199-205, 1989.

Page 74: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

73

DUARTE, E.R.; NOGUEIRA, F.A.; ROCHA, F.T.; GERASEEV, L.C.; ALMEIDA, A.C.

Epidemiologia e controle de verminose em ovinos criados em pastagens no Norte de Minas

Gerais. In: XIMENES, L.J.F.; MARTINS, G.A.; MORAIS, O.R.; COSTA, L.S.A.;

NASCIMENTO, J.L.S. Ciência e tecnologia na pecuária de caprinos e ovinos. Fortaleza:

Banco do Nordeste do Brasil, 2010. p.641-656.

EMERENCIANO NETO, J.V. Avaliação de pastagens tropicais em sistemas de produção

de ovinos de corte no nordeste brasileiro. 2012 [69p.], Dissertação (Mestrado) –

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Unidade Acadêmica Especializada em

Ciências Agrárias, Campus Macaíba, Programa de Pós-Graduação em Produção Animal,

Macaíba, 2012.

FERNANDES, L.H.; SENO, M.C.Z.; AMARANTE, A.F.T.; SOUZA, H.; BELLUZZO,

C.E.C. Efeito do pastejo rotacionado e alternado com bovinos adultos no controle da

verminose em ovelhas. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.56,

n.6, p.733-740, 2004.

GASBARRE, L.C. Effects of gastrointestinal nematode infection on the ruminant immune

system. Veterinary Parasitology, v.72, p.327-343, 1997.

GAZDA, T.L.; PIAZZETTA, R.G.; DITTRICH, J.R.; MONTEIRO, A.L.G.; SOCCOL,

V.T. Distribuição de larvas de nematodeos gastrintestinais de ovinos em pastagens de

inverno. Ciência Animal Brasileira, v.13, n.1, p.85-92, 2012.

GORDON, H. McL.; WHITLOCK, H.V. A new technique for counting nematode eggs in

sheep faeces. Journal of the Council for Scientific and Industrial Research, v.12, p.50-

52, 1939.

GUPTA, S.P. The effects of temperature on the survival and development of the free-living

stages of Trichostrongylus retortaeformis Zeder (Nematoda). Canadian Journal of

Zoology, v.39, p.47-53, 1961.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – Pesquisa Pecuária Municipal, 2011.

Disponível em www.ibge.gov.br. Acesso em 27 de março de 2013.

JAIN, N.C. Essencials of veterinary hematology. Philadelphia: Lea e Febiger, 1993,

p.417.

KEITH, R.K. The differentiation of infective larvae of some common nematode parasites

of cattle. Australian Journal Zoology, v.1, p.223-235, 1953.

MACHADO, R.; CORRÊA, R.F.; BARBOSA, R.T.; BERGAMASCHI, M.A.C.M. Escore

da condição corporal e sua aplicação no manejo reprodutivo de ruminantes. Circular

Técnica 57. Embrapa Pecuária Sudeste. São Carlos, SP. Dezembro de 2008.

MACIEL, F.C.; AHID, S.M.M.; MOREIRA, F.R.C. Manejo sanitário de caprinos e

ovinos. In: LIMA, G.F.C.; HOLANDA JÚNIOR, E.V. MACIEL, F.C. BARROS, N.N.,

AMORIN, N.V.; CONFESSOR JÚNIOR, A.A. Criação familiar de caprinos e ovinos no

Rio Grande do Norte. Natal: EMATER-RN/ EMPARN/EMBRAPA CAPRINOS, 2006,

Cap.16, p.391-426.

Page 75: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

74

MELO, A.C.F.L.; REIS, I.F.; BEVILAQUA, C.M.L.; VIEIRA, L.S.; ECHEVARRIA,

F.A.M.; MELO, L.M. Nematódeos resistentes a anti-helmínticos em rebanhos de ovinos e

caprinos do estado do Ceará, Brasil. Ciência Rural, v.33, p.339-344, 2003.

MOLENTO, M.B. Resistência de helmintos em ovinos e caprinos. In: CONGRESSO

BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, 13.; SIMPÓSIO LATINO-

AMERICANO DE RICKETISIOSES, 1., 2004, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto, MG,

2004.

MOLENTO, M.B.; SEVERO, D. Famacha. Santa Maria: Universidade Federal de Santa

Maria, 2004. 4p. (Folheto técnico).

MOLENTO, M.B.; TASCA, C.; GALLO, A.; FERREIRA, M.; BONONI, R.; STECCA,

E. Método Famacha© como parâmetro clínico individual de infecção por Haemonchus

contortus em pequenos ruminantes. Ciência Rural, v.34, n.4, p.1139-1145, 2004.

NEVES, M.R.M. Utilização de marcadores fenotípicos para caracterização de ovinos

mestiços Santa Inês naturalmente infectados com nematoides gastrintestinais. 2010

[109p.], Dissertação (Mestrado) – Universidade Vale do Acaraú, Centro de Ciências

Agrárias e Biológicas, Sobral, 2010.

NOGUEIRA, D.M.; MISTURA, C.; TURCO, S.H.N.; VOLTOLINI, T.V.; ARAÚJO,

G.G.L.; SOUZA, T.C.. Aspectos clínicos, parasitológicos e produtivos de ovinos mantidos

em pastagem de capim-aruana irrigado e adubado com diferentes doses de nitrogênio. Acta

Scientiarum. Animal Sciences, v.33, n.2, p.175-181, 2011.

NOGUEIRA, F.A.; ROCHA, F.T.; RIBEIRO, G.C.; SILVA, N.O.; GERASEEV, L.C.;

ALMEIDA, A.C.; DUARTE, E.R. Variação sazonal da contaminação por helmintos em

matrizes ovinas e borregos submetidos a controle integrado e criados em pastagens

tropicais. Ciência Rural, v.39, n.9, p.2544-2549, 2009.

OLIVEIRA, A.L.F.; COSTA, C.; RODELLA, R.A.; SILVA, B.F.; AMARANTE, A.F.T.

Effect of plant trichomes on the vertical migration of Haemonchus contortus infective

larvae on five tropical forages. Tropical Animal Health and Production, v.41, n.5,

p.775-782, 2009.

PEGORARO, E.J.; POLI, C.H.E.C.; CARVALHO, P.C.F.; GOMES, M.J.T.M.;

FISCHER, V. Manejo da pastagem de azevém, contaminação larval no pasto e infecção

parasitária em ovinos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, n.10, p.1397-1403, 2008.

PINTO, S.; BARROS, C.S.; SCOLARI, A.P.R.; MONTEIRO, A.L.G.; CABRITA, C.M.;

ROCHA, F.M.P. Método Famacha© no controle de parasitos em caprinos. Ciência

Animal Brasileira, sup.1, p.695-700, 2009.

PINTO, S.; BARROS, C.S.; SCOLARI, A.P.R.; SEBBEN, J.E. Larvas de

tricostrongilídeos em fezes de ovinos. Ciência Animal Brasileira, 2009. Disponível em:

http://www.revistas.ufg.br.

Page 76: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

75

ROBERTS, F.H.S.; O’SULLIVAN, S.P. Methods for egg counts and larvae cultures for

strongyles infesting the gastrointestinal tract of cattle. Australian Journal Agricultural

Research, v.1, p.99-102, 1950.

ROCHA, R.A.; AMARANTE, A.F.T.; BRICARELLO, P.A. Resistance of Santa Inês and

Ile de France suckling lambs to gastrointestinal nematode infections. Revista Brasileira de

Parasitologia Veterinária, v.14, n.1, p.17-20, 2005.

ROCHA, R.A.; BRICARELLO, P.A.; ROCHA, G.P.; AMARANTE, A.F.T. Recuperação

de larvas de Trichostrongylus colubriformis em diferentes estratos de Brachiaria

decumbens e Panicum maximum. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.16,

n.2, p.77-82, 2007.

ROCHA, R.A.; ROCHA, G.P.; BRICARELLO, P.A.; AMARANTE, A.F.T. Recuperação

de larvas infectantes de Trichostrongylus colubriformis em três espécies de gramíneas

contaminadas no verão. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.17, n.4,

p.227-234, 2008.

SANTOS, M.C.; SILVA, B.F.; AMARANTE, A.F.T. Environmental factors influencing

the transmission of Haemonchus contortus. Veterinary Parasitology, v.188, p.277-284,

2012.

SAS INSTITUTE. Sas user’s guide: statistics. Cary: Statistical Analysis System Institute,

2003.

SILVA, B.F.; AMARANTE, M.R.; KADRI, S.M.; CARRIJO-MAUAD, J.R.;

AMARANTE, A.F. Vertical migration of Haemonchus contortus third stage larvae on

Brachiaria decumbens grass. Veterinary Parasitology, v.158, p.85-92, 2008.

SONSTEGARD, T.S.; GASBARRE, L.C. Genomic tools to improve parasite resistance.

Veterinary Parasitology, v.101, p.387-403, 2001.

SOUZA, H.; SENO, M.C.Z.; FERNANDES, L.H.; VALÉRIO FILHO, W.V. Efeito de

dois métodos de pastejo rotacionado no controle dos parasitas gastrintestinais e no

desenvolvimento ponderal de cordeiros do nascimento ao desmame. Semina: Ciências

Agrárias, v.26, n.1, p.93-102, 2005.

SOUZA, M.F.; PIMENTEL-NETO, M.; SILVA, R.M.; FARIAS, A.C.B.; GUIMARÃES,

M.P. Gastrointestinal parasites of sheep, municipality of Lajes, Rio Grande do Norte,

Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.21, n.1, p.71-73, 2012.

TERRIL, T.H.; MILLER, J.E. Nematode parasites in small ruminant grazing research:

Changing perspectives. Proceedings of the 59th Southern Pasture and Forage Crop

Improvement Conference, Philadelphia, MS, p.11-13, 2005.

UENO, H.; GONÇALVES, P.C. Manual para diagnóstico das helmintoses de

ruminantes. 4.ed. Tóquio: Japan International Cooperation Agency, 1998.

URQUHART, G.M.; ARMOUR J.; DUNCAN, J.L. DUNN, A.M.; JENNINGS, F.W.

Parasitologia veterinária. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

Page 77: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

76

VAN WYK, J.A. Production trials involving use of the FAMACHA© system for

haemonchosis in sheep: preliminar results. Onderstepoort Journal of Veterinary

Research, v.75, p.331-345, 2008.

VAN WYK, J.A.; MALAN, F.S.; BATH, G.F. Rampant anthelmintic resistance in sheep

in South Africa – what are the options? In: WORKSHOP OF MANAGING

ANTHELMINTIC RESISTANCE IN ENDOPARASITES. Sun City, South Africa.

Proceedings... Sun City.p.51-63, 1997.

VIEIRA, L.S.; BERNE, M.E.; CAVALCANTE, A.C.; COSTA, C.A. Haemonchus

contortus resistance to ivermectin and netobimin in Brazilian sheep. Veterinary

Parasitology, v.45, p.111-116, 1992.

VIEIRA, L.S.; CHAGAS, A.C.S.; LIMA, F.W.M.; XIMENES, L.J.F.; COSTA, L.S.A.

Controle de verminose gastrintestinais em caprinos. In: XIMENES, L.J.F.; MARTINS,

G.A.; CARVALHO, J.M.M.; NARCISO SOBRINHO, J. As ações do Banco do Nordeste

do Brasil em P&D na arte da pecuária de caprinos e ovinos no Nordeste Brasileiro.

Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2007. p.345-374.

VIEIRA, M.I.B.; ROCHA, H.C.; RACTZ, L.A.B.; NADAL, R.; MORAES, R.B.;

OLIVEIRA, I.S. Comparação de dois métodos de controle de nematódeos gastrintestinais

em borregas e ovelhas de corte. Semina: Ciências Agrárias, v.29, n.4, p.853-860, 2008.

VLASSOF, A. Biology and population dynamics of free living stages of gastrintestinal

nematods of sheep. In: ROSS, A.D. Control of international parasites in sheep. Linconl

college, 1982. p.11-20.

ZAROS, L.G.; NEVES, M.R.M.; NAVARRO, A.M.C.; BENVENUTI, C.L.; VIEIRA,

L.S. Nematóides gastrintestinais em ovinos ½ sangue Somalis com diferentes níveis de

resistência. In: 4º SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE CAPRINOS E OVINOS DE

CORTE. 2009, João Pessoa – PB, Anais... João Pessoa – PB, 2009. 3p.

Page 78: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

77

ANEXOS

Page 79: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

ANEXO 1 – Média da contagem de ovos por grama de fezes (OPG) (ovos/g) de ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais

durante 13 semanas experimentais.

Pastagens Contagem de OPG (ovos/g) durante as semanas experimentais

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Piatã 0,00

C

16,67

C

81,82

C

58,33

C

275,00

D

283,33

C

150,00

C

345,45

C

888,89

A

890,91

B

2290,91

A

1211,11

C

400,00

C

Massai 100,00

A

208,33

A

1725,00

A

2258,33

A

1500,00

B

491,67

B

425,00

A

908,33

A

354,55

B

783,33

C

1375,00

B

1933,33

C

850,00

C

Marandu 8,33

B

66,67

B

50,00

C

283,33

B

2145,45

A

536,36

A

250,00

B

600,00

B

263,64

C

572,73

D

1181,82

C

1950,00

B

1500,00

B

Aruana 0,00

C

9,09

C

445,45

B

459,09

B

300,00

C

118,18

D

122,22

C

327,27

B

650,00

B

2400,00

A

2254,55

A

2681,82

A

1753,30

A

Obs.: Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05).

Page 80: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

79

ANEXO 2 – Média do volume globular (VG) (%) de ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais durante 13 semanas

experimentais.

Pastagens Volume Globular (%) durante as semanas experimentais

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Piatã 28,50

A

28,15

B

27,88

B

28,04

A

28,29

B

26,23

A

23,17

A

25,00

B

26,92

B

18,67

A

21,63

B

23,88

A

25,88

B

Massai 27,68

A

27,41

B

26,73

B

25,86

B

26,27

B

26,64

A

24,38

A

25,15

B

27,23

B

23,13

A

22,00

B

24,46

A

25,77

C

Marandu 27,17

A

26,63

C

27,13

C

27,04

B

25,79

C

26,29

A

25,46

A

26,79

A

28,64

A

23,71

A

21,25

B

23,58

A

26,00

B

Aruana 27,15

A

28,92

A

27,96

A

26,92

B

28,54

A

25,88

B

23,60

A

23,13

C

22,64

B

20,17

A

23,27

A

26,42

A

27,58

A

Obs.: Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05).

Page 81: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

80

ANEXO 3 – Média da contagem de eosinófilos (células/µL) de ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais durante 13 semanas

experimentais.

Pastagens Contagem de Eosinófilos (células/µL) ) durante as semanas experimentais

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Piatã 120,83

A

167,50

B

1583,33

A

643,75

B

827,08

AB

1237,50

B

870,83

A

577,08

AC

835,42

C

658,33

B

589,58

B

491,67

D

879,17

D

Massai 118,18

B

125,00

B

1488,64

A

940,91

A

1050,00

A

1909,09

A

729,17

A

540,00

B

837,50

C

629,17

C

566,67

B

514,58

C

1972,73

A

Marandu 106,25

A

118,75

B

1247,92

B

489,58

B

652,08

C

1093,75

B

610,42

C

412,50

C

1118,18

A

1164,58

A

1185,42

A

1214,58

B

1820,83

B

Aruana 75,00

C

314,58

A

1808,33

A

425,00

B

1029,17

B

837,50

C

760,00

B

745,83

A

1002,27

B

1319,44

A

1172,92

A

1264,58

A

1379,17

C

Obs.: Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05).

Page 82: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

81

ANEXO 4 – Média de observações do Famacha© de identificação de anemia em ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais

durante 13 semanas experimentais.

Pastagens Famacha durante as semanas experimentais

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Piatã 2,4

A

2,1

AB

2,8

AB

1,9

A

2,8

B

1,9

A

2,1

A

2,3

A

2,9

A

2,9

A

3,3

A

2,5

A

3,3

A

Massai 2,7

B

3,0

A

2,9

AB

3,2

A

3,0

A

2,3

A

1,8

A

2,2

A

2,3

A

2,1

B

2,8

A

2,9

A

2,4

B

Marandu 2,8

A

2,5

A

2,3

A

2,5

A

2,7

AB

2,2

A

1,9

B

1,4

B

2,1

B

2,1

A

2,8

A

2,4

A

2,1

B

Aruana 2,3

AB

1,8

B

2,8

B

3,2

A

2,3

AB

2,0

A

2,1

AB

2,0

B

2,9

A

2,7

B

2,6

A

2,2

A

2,3

B

Obs.: Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05).

Page 83: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

82

ANEXO 5 – Média do peso (kg) de ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais durante 13 semanas experimentais.

Pastagens Peso (kg) durante as semanas experimentais

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Piatã 24,07

C

24,07

B

24,81

B

24,52

C

25,33

C

24,99

B

25,98

C

26,19

B

26,52

C

26,70

B

27,38

B

26,10

B

26,88

B

Massai 24,93

B

25,02

A

20,50

A

24,92

A

25,51

AB

26,11

A

26,94

AB

27,93

A

27,92

A

28,62

A

29,49

A

25,50

A

28,99

A

Marandu 24,30

AC

25,32

B

26,13

AB

26,83

BC

26,43

BC

27,03

AB

27,19

BC

27,81

B

27,81

B

29,28

A

29,70

B

29,63

B

29,77

A

Aruana 25,45

AB

26,65

A

25,95

A

27,38

AB

26,48

AB

26,91

A

28,19

A

27,35

A

28,24

AB

29,28

A

30,52

A

29,90

A

31,30

A

Obs.: Letras iguais na mesma coluna indicam não haver diferença significativa (P>0,05).

Page 84: PARÂMETROS PARASITOLÓGICOS E DESEMPENHO … · meu muitíssimo obrigado por ter acredito em mim e confiado que seria capaz de tamanho ... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade

83

ANEXO 6 – Média de observações do escore de condição corporal (ECC) em ovinos mantidos em diferentes tipos de pastagens tropicais

durante 13 semanas experimentais.

Pastagens Escore de Condição Corporal durante as semanas experimentais

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Piatã 2,375

AB

2,250

A

2,458

A

2,292

A

2,708

AB

2,042

A

2,542

B

2,167

A

2,083

B

1,792

A

1,750

BC

1,708

A

1,417

AB

Massai 2,833

A

2,625

A

2,667

A

2,583

A

2,667

A

2,208

A

2,792

A

2,545

A

2,545

AC

2,208

A

2,042

B

2,583

A

1,864

AB

Marandu 2,417

B

2,625

A

2,625

A

3,000

A

2,708

B

2,208

A

2,292

A

2,542

A

2,500

AB

2,042

A

1,792

C

2,333

B

2,125

A

Aruana 2,500

AB

2,792

A

2,417

A

2,500

A

2,625

A

2,417

A

2,650

A

2,333

A

2,000

C

1,958

A

2,136

A

2,042

B

1,958

B