paralelismo de dados científicos utilizando técnicas p2p

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UMA AVALIAÇÃO DE FORMULAÇÕES ESTABILIZADAS DE ELEMENTOS FINITOS ASSOCIADAS AO MÉTODO DE ROTHE DE DISCRETIZAÇÃO TEMPORAL Carlos Alberto Álvarez Henao Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- graduação em Engenharia Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil. Orientador: Alvaro Luiz Gayoso de Azeredo Coutinho Rio de Janeiro Outubro de 2011

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Page 1: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

UMA AVALIAÇÃO DE FORMULAÇÕES ESTABILIZADAS DE ELEMENTOS

FINITOS ASSOCIADAS AO MÉTODO DE ROTHE DE DISCRETIZAÇÃO

TEMPORAL

Carlos Alberto Álvarez Henao

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Engenharia Civil, COPPE, da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de

Doutor em Engenharia Civil.

Orientador: Alvaro Luiz Gayoso de Azeredo Coutinho

Rio de Janeiro

Outubro de 2011

Page 2: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

UMA AVALIAÇÃO DE FORMULAÇÕES ESTABILIZADAS DE ELEMENTOS

FINITOS ASSOCIADAS AO MÉTODO DE ROTHE DE DISCRETIZAÇÃO

TEMPORAL

Carlos Alberto Álvarez Henao

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ

COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM

CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Alvaro Luiz Gayoso de Azeredo Coutinho, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Luiz Landau, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Fernando Alves Rochinha, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Paulo Augusto Berquo De Sampaio, Ph.D.

________________________________________________

Prof. Norberto Mangiavacchi, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

OUTUBRO DE 2011

Page 3: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

iii

Henao, Carlos Alberto Álvarez

Uma Avaliação de Formulações Estabilizadas de

Elementos Finitos Associadas ao Método de Rothe de

Discretização Temporal/ Carlos Alberto Álvarez Henao. –

Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2011.

XI, 112 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Alvaro Luiz Gayoso de Azeredo Coutinho

Tese (doutorado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de

Engenharia Civil, 2011.

Referências Bibliográficas: p. 100 – 112.

1. Elementos Finitos. 2. Métodos Estabilizados. 3.

Esquema de Rothe. 4. Equação de Convecção – Difusão –

Reação. I. Coutinho, Alvaro Luiz Gayoso de Azeredo. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,

Programa de Engenharia Civil. III. Título.

Page 4: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

iv

Aos meus pais José e Luz Elena

Aos meus irmãos Mauricio, Ángela e Diego

À Elizabeth, companheira nas nossas conquistas.

Page 5: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

v

AGRADECIMENTOS

Quero expressar meus mais sinceros sentimentos de gratidão para:

- O Professor Álvaro Coutinho, quem ao longo de tantos anos de paciência

verdadeira, me acompanhando neste processo e por ter acreditado em mim,

mesmo sem me conhecer... obrigado eternamente;

- À Agência Nacional do Petróleo (ANP) pelo suporte financeiro;

- Ao Professor Landau, do LAMCE, pelo apoio recebido;

- À Mara, pela ajuda em todo momento, sempre oportuna;

- À Mônica, secretaria do LAMCE, pela diligência;

- Ao pessoal da Coordenação do Programa de Engenharia Civil da COPPE;

- Aos companheiros do Nacad: Miriam, Rafael, Camata, Renato, Orlando e tantos

outros que seria impossível nomear cada um deles, mas que estarão sempre no

meu coração;

- À Dona Elenice e Dona Sandra, pessoas simples, humildes, que ensinaram além

do acadêmico;

A todos eles, meus agradecimentos.

Page 6: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

vi

Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a

obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)

UMA AVALIAÇÃO DE FORMULAÇÕES ESTABILIZADAS DE ELEMENTOS

FINITOS ASSOCIADAS AO MÉTODO DE ROTHE DE DISCRETIZAÇÃO

TEMPORAL

Carlos Alberto Álvarez Henao

Outubro/2011

Orientador: Alvaro Luiz Gayoso de Azeredo Coutinho

Programa: Engenharia Civil

Formulações estabilizadas de elementos finitos são empregadas para controlar o

surgimento de oscilações espúrias devidas à discretização numérica das equações

diferencias parciais, que regem os fenômenos físicos envolvendo a equação de Advecção–

Difusão–Reação. Foi feito um estudo dos esquemas estabilizados de elementos finitos:

Streamline – Upwind / Petrov – Galerkin (SUPG); Galerkin Least Squares (GLS); Subgrid

Scale (SGS) e Unusual Stabilized Finite Element Method (USFEM), e de alguns

parâmetros de estabilização associados a este tipo de formulações numéricas. O algoritmo

implícito preditor/multi–corretor e o esquema de Rothe, são utilizados na integração

temporal. Finalmente, uma serie de experimentos numéricos em estado estacionário e

dependente do tempo, em 1D e 2D, foram realizados para avaliar o desempenho nas

soluções obtidas com as diferentes formulações estabilizadas.

Page 7: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

vii

Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements

for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

AN EVALUATION OF STABILIZED FINITE ELEMENT FORMULATIONS

ASSOCIATED WITH THE ROTHE’s METHOD FOR TEMPORAL DISCRETIZATION

Carlos Alberto Álvarez Henao

October /2011

Advisor: Alvaro Luiz Gayoso de Azeredo Coutinho

Department: Civil Engineering

Stabilized finite element formulations are used to avoid spurious oscillations in the

numerical discretization of partial differential equations, which govern physical

phenomena modeled by Advection–Diffusion–Reaction equation. We study the stabilized

finite element schemes: Streamline–Upwind/Petrov–Galerkin (SUPG); Galerkin Least

Squares (GLS); Subgrid Scale (SGS) and Unusual Stabilized Finite Element Method

(USFEM), and some stabilized parameters which are associated with these numerical

formulations. The implicit predictor/multi–corrector algorithm and the Rothe scheme are

used for time integration. Finally, numerical experiments in steady–state and time–

dependent problems in 1D and 2D are performed to compare the different solutions.

Page 8: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

viii

Sumário

Capítulo 1 – Introdução 1

1.1 Motivação 1

1.2 Objetivo Principal 7

1.3 Estrutura da Tese 7

Capítulo 2 – Métodos Numéricos para a solução da Equação de Transporte 9

2.1 Introdução 9

2.2 O fenômeno do transporte 10

2.3 Classificação das equações diferenciais parciais 12

2.3.1 Equações elípticas 13

2.3.2 Equações Parabólicas 14

2.3.3 Equações Hiperbólicas 15

2.3.4 Sumário das Equações Diferenciais Parciais 15

2.4 Consistência, Convergência e Estabilidade 16

2.4.1 Consistência 16

2.4.2 Estabilidade 17

2.4.3 Convergência 18

2.5 Monotonicidade 19

Capítulo 3 – Formulações Estabilizadas de Elementos Finitos para a Equação de Transporte 22

3.1 Formulação semidiscreta 22

3.2 Formulação variacional de Galerkin 23

3.3 Formulações estabilizadas lineares de elementos finitos 25

3.3.1 Formulação SUPG 27

3.3.2 Formulação GLS 28

3.3.3 Formulação SGS 29

3.3.4 Formulação USFEM 30

3.4 Parâmetros de estabilização para diferentes esquemas de elementos finitos estabilizados 32

3.4.1Parâmetro de estabilização 33

3.4.2 Parâmetro de estabilização 33

3.4.3 Parâmetro de estabilização 34

Page 9: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

ix

3.4.4 Parâmetro de estabilização 35

3.4.5 Parâmetro de estabilização 37

3.5 Cálculo do : Comprimento característico do elemento 38

3.6 Esquemas de integração no tempo 40

3.6.1 Algoritmo Preditor – Corretor 43

3.6.2 Algoritmo de Rothe 44

3.7 Formulação estabilizada de elementos finitos USFEM – Rothe 45

3.8 Formulação estabilizada de elementos finitos SUPG – Rothe 54

3.9 Formulação estabilizada de elementos finitos GLS – Rothe 55

Capítulo 4 – Avaliação Numérica de Formulações Estabilizadas de elementos Finitos para a

Equação de Transporte Empregando o Método de Rothe na Integração Temporal 57

4.1 Introdução 57

4.2 Experimentos numéricos em 1D 58

4.2.1 Transporte por difusão de uma onda quadrada em 1D 58

4.2.2 Transporte por advecção de uma onda quadrada em 1D 62

4.2.3 Colina em forma de coseno – 1D 66

4.3 Experimentos numéricos em estado estacionário – 2D 69

4.3.1 Advecção pura em estado estacionário 70

4.3.2 Exemplos de problemas advectivos, difusivos e reativos com termo fonte 73

4.3.3 Advecção escoamento rotacional em estado estacionário 77

4.4 Experimentos numéricos dependentes do tempo – 2D 79

4.4.1 Advecção de fluido em patamar em movimento diagonal 79

4.4.2 Movimento em rotação – Disco de Zalesak 85

4.4.3 Disk Stretching 87

4.5 Problemas puramente advectivos – Calculo da função distância: Level Set 89

4.5.1 Formulação do problema de Level Set (LS) 90

4.5.2 Cálculo da função distância empregando o método Level Set (LS) 92

4.5.3 Cálculo da função distância para um quadrado 93

4.5.4 Cálculo da função distância para um círculo 94

Capítulo 5 – Conclusões e Trabalhos Futuros 96

5.1 Conclusões 96

5.2 Trabalhos futuros 99

Page 10: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

x

Lista de Figuras

Figura 3.1: Calculo do comprimento característico do elemento, , para elemento

triangular (ASENSIO e RUSSO, 2002). 40

Figura 4.1: Transporte por difusão de uma onda quadrada – Comparação entre as

formulações USFEM (b), Galerkin (c) e Estabilizada (d). (c) e (d) tomadas de HARARI e

HAUKE (2007) 61

Figura 4.2: Transporte por advecção de uma onda quadrada para diferentes valores da

condição CFL 65

Figura 4.3: Colina em forma de coseno para diferentes valores da condição CFL 68

Figura 4.4: Advecção pura em domínio quadrado 70

Figura 4.5: Advecção pura em estado estacionário com campo de velocidades para

diferentes ângulos 71

Figura 4.6: Advecção pura em estado estacionário com campo de velocidades para

diferentes ângulos 72

Figura 4.7: Solução, dominada pela difusão, em estado estacionário 74

Figura 4.8: Solução, dominada pela advecção, em estado estacionário 75

Figura 4.9: Solução, dominada pela reação, em estado estacionário 75

Figura 4.10: Solução, dominada por uma combinação convecção–reação, em estado

estacionário. 76

Figura 4.11: Advecção fluxo rotacional em estado estacionário – condição inicial 77

Figura 4.12: Advecção fluxo rotacional em estado estacionário – Solução final 78

Figura 4.13: Advecção fluxo rotacional em estado estacionário – Tomado de HENAO

(2004) 79

Figura 4.14: Advecção de um platô em um fluido em movimento unidirecional 80

Figura 4.15: Patamar em movimento diagonal – Diferentes esquemas estabilizados –

82

Page 11: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

xi

Figura 4.16: Patamar em movimento diagonal – Diferentes esquemas estabilizados –

83

Figura 4.17: Patamar em movimento diagonal – Diferentes esquemas estabilizados –

84

Figura 4.18: Movimento em rotação: Disco de Zalesak 86

Figura 4.19: Disk Stretching 88

Figura 4.20: Função distância para um quadrado 94

Figura 4.21: Função distância para um círculo 95

Page 12: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

1

Capítulo 1 – Introdução

1.1 Motivação

Os fluidos são parte integral da nossa vida: o corpo humano está composto de

75% de água, o ar que respiramos é o mesmo que permite a sustentação dos aviões, o

petróleo mobiliza grande parte da indústria na qual se apóia a economia mundial

atualmente, a água movimenta uma turbina para gerar energia e é a mesma água que

usamos para satisfazer nossa sede. Esses são alguns exemplos simples da importância

de compreender muito bem o comportamento dos fluidos quando submetido a diferentes

condições de pressão, temperatura, mudanças de estado e de fase, etc., para seu

posterior aproveitamento em nosso beneficio. Para isto, é preciso realizar diversos

estudos que envolvem diferentes disciplinas e metodologias.

A mecânica dos fluidos estuda os efeitos das forças sobre os fluidos. Mediante a

experimentação prática ao longo de séculos se chegou à determinação de princípios

básicos que todo fluido deve satisfazer. Esses princípios são chamados de Leis de

Conservação (LEVEQUE, 1992) e são enunciadas como: conservação da massa, da

quantidade de movimento ou momentum linear e momentum angular, de energia e de

entropia. As Leis de Conservação podem ser enunciadas de forma matemática, que é a

linguagem da física. Uma dessas equações matemáticas, expressadas em forma de

equações diferenciais em derivadas parciais, que envolvem uma grande quantidade de

fenômenos físicos dos fluidos são as equações de Navier–Stokes, que representam o

escoamento em fluidos viscosos newtonianos incompressíveis. Geralmente uma solução

Page 13: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

2

fechada para tais equações só é possível para uma pequena classe de problemas com

geometrias simples. Ferramentas numéricas e computacionais eficientes para tentar

encontrar soluções aproximadas destas equações em situações mais complexas tornam–

se então necessárias. Dependendo do tipo de problema a ser abordado, de simplificações

feitas nessas equações matemáticas e outras considerações gerais (como certo tipo de

geometria), é possível encontrar soluções satisfatórias para essas equações que

representem adequadamente o fenômeno físico em estudo (FORTUNA, 2000).

A Computação Cientifica ou Ciência Computacional (Scientific Computing ou

Computational Science, em inglês), é uma área interdisciplinar que estuda a construção

de modelos matemáticos empregando técnicas de solução numéricas eficientes e

máquinas de alto desempenho para analisar e resolver problemas nas ciências e na

engenharia (COMPUTATIONAL SCIENCE EDUCATION PROJECT, 1996). É

mediante o uso das ferramentas que fornece a área da Ciência Computacional que

podemos melhorar e corrigir muitas daquelas discrepâncias entre a realidade física e a

discretização das equações matemáticas. É dizer, a transformação resultante de ter um

problema contínuo, que emprega equações diferenciais em derivadas parciais de difícil

solução, por um problema discreto que emprega equações algébricas, de mais fácil

solução. Encontrar algoritmos e esquemas numéricos eficientes que consigam lidar com

as dificuldades próprias de cada equação matemática é trabalho de constante pesquisa

que envolve um grande número de pessoal científico e técnico. LOHNER (2008) faz

uma revisão dos aspectos a serem considerados na realização de uma simulação

numérica e computacional, tocando aspectos essenciais como: necessidade de realizar

prognósticos de eventos físicos; custo de experimentos físicos; impossibilidade de

realizar experimentos em escala real; e velocidade e memória computacional.

Page 14: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

3

Existem diversas técnicas de resolução das equações matemáticas que

descrevem um fenômeno físico, a escolha de qual dessas técnicas deve ser empregada

depende de vários fatores como: tipos de problemas a serem resolvidos, condições

iniciais e/ou de contorno, dados disponíveis, etc. Cada técnica apresenta diferentes tipos

de desempenho dependendo dessas considerações. Algumas podem apresentar

problemas de instabilidade numérica ou simplesmente não conseguir atingir nenhuma

solução para um problema dado, mas para outro tipo de problema apresentar a melhor

solução entre as outras. Na Dinâmica de Fluidos Computacional existem várias técnicas

numéricas que conseguem encontrar uma solução para muitos dos problemas presentes

de uma forma útil. As mais amplamente empregadas são: o Método de Diferenças

Finitas, o Método dos Volumes Finitos e o Método dos Elementos Finitos (FORTUNA,

2000, LEVEQUE, 1992, DONEA e HUERTA, 2003). Neste trabalho vamos tratar sobre

o Método dos Elementos Finitos, especialmente com foco na resolução dos problemas

da dinâmica dos fluidos (ZIENKIEWICZ, TAYLOR e NITHIARASU, 2005, DONEA e

HUERTA, 2003)

O Método dos Elementos Finitos, ou simplesmente MEF, foi criado para

resolver, de forma aproximada, problemas de valores de contorno e/ou iniciais que

envolvem equações diferenciais parciais (ZIENKIEWICZ, TAYLOR e ZHU, 2005,

FELIPPA, 2010). Desenvolvido inicialmente na área da mecânica dos sólidos, foi

aproveitado rapidamente para tentar resolver problemas em outras áreas:

eletromagnetismo, fluidos, etc.

Contudo, para estes tipos de problemas, a formulação clássica empregada na

discretização das equações, a formulação de Galerkin, deixa de atingir resultados

Page 15: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

4

satisfatórios. A formulação de Galerkin, quando emprega uma discretização

polinomial de baixa ordem, pode apresentar um desempenho pobre na obtenção da

solução discreta. Oscilações espúrias podem ocorrer quando os termos advectivo ou

reativo são dominantes. Uma forma de tratar esse problema é ter uma malha muito

refinada diminuindo o tamanho dos elementos, o que pode tornar inviável

computacionalmente a solução do problema. Outra forma é considerar o uso de

formulações estabilizadas de elementos finitos.

Os métodos estabilizados constituem uma metodologia sistemática para

melhorar a estabilidade sem comprometer a precisão (BREZZI et al., 1997). BROOKS

e HUGHES (1982) foram dos primeiros a utilizar um esquema estabilizado de

elementos finitos. Após esse trabalho bem sucedido, aparecem outros trabalhos

propondo esquemas seguindo a mesma filosofia: adicionar termo(s) de estabilização à

formulação de Galerkin (DONEA, 1984, HUGHES, FRANCA e HULBERT, 1989,

FRANCA, FREY e HUGHES, 1992, HUGHES, 1995, ZIENKIEWICZ e CODINA,

1995, CODINA, 1998). No trabalho de GRESHO e SANI (1998) é mostrada uma ampla

discussão sobre o mecanismo que ocasiona o surgimento das oscilações espúrias,

insistindo que essas oscilações são uma propriedade auto–diagnóstica, indicando uma

inadequada resolução e dificuldade do método numérico empregado para chegar a uma

apropriada aproximação do problema físico.

Oscilações espúrias devidas ao termo convectivo na equação de Advecção–

Difusão–Reação surgem nas regiões de fortes gradientes que o esquema numérico

empregado não consegue resolver. Particularmente em cálculos dependentes do tempo,

essas oscilações poluem a solução depois de alguns passos. DONEA e HUERTA (2003)

Page 16: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

5

mostram que esquemas centrais são sub–difusivos comparados com esquemas que

apresentam soluções nodalmente exatas, pelo que o tipo de estabilização sugerida é

adicionar certa quantidade de difusão de forma apropriada. A solução dada em um nó

em particular no tempo é muito mais influenciada pelo comportamento da função

a montante, que pelos valores da função a jusante no nível de tempo .

Na literatura encontram–se diferentes esquemas de estabilização. Inspirado pelo

fato de que a informação é propagada por um campo de velocidades subjacente,

esquemas upwind têm sido propostos para escoamentos dominados pela convecçao. Nos

métodos dos resíduos ponderados, certa quantidade de upwind é introduzida mediante a

escolha adequada de funções peso que coloque mais peso a montante (upstream) do que

à parte a jusante (downstream) do escoamento. Ajustando a quantidade de upwinding

pelo número de Péclet, que mede a relação entre os termos advectivos e difusivos na

equação (11), pode–se obter valores nodalmente exatos para problemas advectivos–

difusivos em 1D. Para problemas em 2D ou 3D, a situação é mais difícil, já que a

quantidade de upwinding corresponde a uma porção particular de difusão artificial

introduzida no esquema (DONEA e HUERTA, 2003, ZIENKIEWICZ, TAYLOR e

NITHIARASU, 2005).

Existem esquemas de estabilização lineares, como o Streamline/Upwind–

Petrov/Galerkin, ou SUPG, formulado por BROOKS e HUGHES (1982), Galerkin

Least Squares, ou GLS, formulado por HUGHES, FRANCA e HULBERT (1989), e

outros que empregam uma formulação não linear como o CAU, apresentado por

GALEÃO e DO CARMO (1988). Esses métodos usam uma estabilização baseada no

resíduo da formulação de Galerkin, ponderada por parâmetros de estabilização a serem

Page 17: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

6

determinados de alguma forma, como mostrado nos capítulos seguintes neste trabalho.

Existe outra “família” de métodos que tratam o problema das oscilações mediante à

aplicação de limitadores diretamente na formulação de Galerkin, como o Flux–

Corrected Transport (BORIS e BOOK, 1973, KUZMIN, 2009) que emprega uma

combinação de esquemas de baixa ordem, que são difusivos (porém garantindo a

monotonicidade) e um esquema de alta ordem que embora seja mais preciso também é

mais oscilatório. Esses últimos não serão tratados neste trabalho.

Uma prática usual em elementos finitos para problemas dependentes do tempo é

discretizar as variáveis no espaço primeiro, gerando um sistema de equações

diferenciais ordinárias de primeira ordem com respeito ao tempo que é chamado de

método “semi–discreto” (DONEA e HUERTA, 2003). Esses esquemas são chamados

de Método das Linhas. Existem outros esquemas, que realizam primeiro a discretização

temporal e logo depois a espacial. Esses métodos são chamados de Método Horizontal,

ou transversal, das Linhas (HARARI, 2004, ASENSIO, AYUSO e SANGALLI, 2007).

Nos trabalhos de DE SAMPAIO (DE SAMPAIO et al, 2004, DE SAMPAIO, 2005, DE

SAMPAIO, 2006) é usado um esquema que primeiro discretiza no tempo, onde a

estrutura de estabilização empregada surge de forma natural após a minimização da

discretização temporal por mínimos quadrados da equação de momentum.

O presente trabalho apresenta o esquema de Rothe (ROTHE, 1930), como

método para realizar o avanço no tempo em formulações estabilizadas de elementos

finitos dependentes do tempo. Neste trabalho o método de Rothe é aplicado às

formulações estabilizadas de elementos finitos: USFEM (FRANCA e VALENTIN,

2000), SUPG (BROOKS e HUGHES, 1982) e GLS (HUGHES, FRANCA e

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7

HULBERT, 1989). São realizados experimentos numéricos tanto em estado

estacionário quanto dependentes no tempo, em 1D e 2D, com malhas estruturadas e não

estruturadas, e comparados com os esquemas estabilizados comumente encontrados na

literatura.

1.2 Objetivo Principal

Apresentar o esquema de Rothe como método de discretização temporal –

espacial (primeiro discretizando no tempo e em seguida no espaço) em algumas

formulações estabilizadas de elementos finitos e mostrar que esta é uma alternativa

viável na intenção de se obter bons resultados na redução das oscilações espúrias nessas

formulações.

1.3 Estrutura da Tese

O documento apresenta a seguinte estrutura. No capítulo 2 é feita uma descrição geral

dos aspectos matemáticos e numéricos mais importantes a serem considerados na

solução da equação Advecção – Difusão – Reação (ADR). Já no capítulo 3 apresenta–se

a descrição matemática das formulações estabilizadas de elementos finitos USFEM,

SUPG e GLS, assim como também a determinação dos parâmetros de estabilização,

para cada uma delas. O capítulo 4 é dedicado à avaliação numérica das formulações

estabilizadas de elementos finitos descritas no capítulo 3, mediante a realização de uma

série de experimentos numéricos e comparação dos resultados com os da literatura.

Page 19: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

8

Finalmente no capítulo 5 são apresentadas as conclusões e propostas de trabalhos

futuros para dar continuidade no estudo da formulação proposta.

Page 20: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

9

Capítulo 2 – Métodos Numéricos para a

solução da Equação de Transporte

2.1 Introdução

A equação de transporte, também chamada de equação de Advecção–Difusão–

Reação (ADR), faz parte da representação matemática de fenômenos da física tais

como: dispersão de poluentes em fontes de água ou no ar, transferência de calor,

evolução da população de espécies, migração do petróleo e gás no subsolo, entre muitos

outros presentes na natureza e na indústria (HUNDSDORFER, 2003). Porém, devido às

aproximações realizadas na simulação da realidade física, sua representação em um

modelo matemático mediante equações diferenciais parciais (EDP’s), e na grande

maioria das vezes, a impossibilidade de se resolver analiticamente, ou de forma fechada

essas equações, é preciso recorrer ao uso de modelos computacionais que permitam pelo

menos ter uma adequada aproximação da solução dessa equação. Encontrar soluções

apropriadas para os fenômenos que essa equação representa é uma das tarefas de

pesquisa mais amplamente trabalhadas na Dinâmica de Fluidos Computacional. Mas no

modelo computacional, representado na discretização dessas equações, surgem uma

grande quantidade de incertezas e acúmulo de erros, que podem levar a soluções não

satisfatórias e que não representem o fenômeno físico em estudo.

A equação ADR é uma equação diferencial em derivadas parciais, que pode

envolver termos dependentes do tempo, e está sujeita a certas condições espaciais e/ou

temporais que fazem com que exista uma solução. Para descrever essa solução é preciso

Page 21: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

10

empregar alguma técnica numérica que permita discretizar a equação ADR, que

representa um contínuo no mundo físico real, em uma série de equações diferenciais

ordinárias e/ou algébricas factíveis de serem resolvidas pelo uso de computadores.

Existem muitas técnicas numéricas que permitem realizar esse procedimento, cada uma

delas aborda o problema de discretização de uma forma diferente à outra. Entre as

técnicas mais empregadas tem-se: Diferenças Finitas, Volumes Finitos, Elementos

Finitos (FORTUNA, 2000). Neste trabalho o foco vai ser o uso de técnicas de

Elementos Finitos para resolver a equação ADR.

Antes de entrar em detalhe como é empregado o Método dos Elementos Finitos,

ou simplesmente MEF, para resolver a equação ADR e que será visto no capitulo

seguinte, é preciso realizar uma descrição detalhada das propriedades matemáticas e

numéricas que essa equação apresenta isto para justificar o uso dos métodos que vão ser

empregados na sua solução.

2.2 O fenômeno do transporte

As três leis de conservação que governam o transporte são (DATE, 2005):

A Lei da Conservação da Massa: Transporte da massa;

Segunda Lei do Movimento de Newton: Transporte do momentum;

Primeira Lei da Termodinâmica: Transporte da energia.

Page 22: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

11

Aplicadas essas leis em um volume de controle infinitesimal localizado em um

fluido, resultam nas equações em derivadas parciais de transferência de massa,

momentum e energia. Uma descrição detalhada da obtenção dessas equações pode-se

encontrar no apêndice A do livro de DATE (2005), no capítulo 1 do livro de KUZMIN

(2010), ou nas notas do curso de TEZDUYAR (1999), chegando-se à seguinte equação

geral:

( ) ( ) em , -

(1)

onde , é a massa de certa quantidade a ser conservada (transportada) por unidade

de volume; , é a massa específica do fluido e ( ) denota a concentração ou

quantidade por unidade de massa do escalar a ser conservado em um certo ponto em

um tempo . A interpretação física que pode ser dada para cada um dos termos na

equação acima é a seguinte:

o termo taxa de variação da grandeza, no referencial Euleriano,

( )

é o ganho/perda líquido de massa por unidade de tempo;

o termo convectivo, ( ), é devido ao transporte a jusante com velocidade ;

o termo difusivo, ( ), é devido à distribuição espacial não–uniforme de ;

o termo fonte, , combina todos os outros efeitos que cria/destrói .

A equação (1) é uma equação em derivadas parciais (EDP), que tem que ser

submetida a certas condições iniciais e de contorno para ser completamente fechada na

Page 23: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

12

solução, mas, além disso, é preciso determinar certas condições apropriadas nos

parâmetros para que o método numérico que vai ser empregado para resolvê-la produza

resultados satisfatórios. Por isso, é importante se efetuar um estudo preliminar da

classificação das EDP’s e encontrar para cada uma delas as condições apropriadas para

a solução.

2.3 Classificação das equações diferenciais parciais

As equações diferenciais parciais (EDP’s) que representam fenômenos de

interesse da Dinâmica de Fluidos Computacional (DFC) são classificadas em três

categorias: Elípticas, parabólicas e hiperbólicas, cada uma associada a um fenômeno

físico especifico e métodos numéricos que servem para uma categoria podem não servir

para as outras (FORTUNA, 2000).

Considere-se a equação diferencial em derivadas parciais de segunda ordem:

(2)

onde e não necessariamente representam coordenadas espaciais. Em função dos

valores de , e , pode–se classificar a equação (2) nas três categorias vistas acima:

Elíptica, se ;

Parabólica, se , e

Page 24: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

13

Hiperbólica, se .

2.3.1 Equações elípticas

As equações elípticas representam comumente problemas que não dependem do

tempo, ou dito de outra forma, representam problemas em equilíbrio. Um exemplo é a

equação de Laplace em 2D, que é dada por,

(3)

onde é o operador laplaciano em coordenadas espaciais. A equação (3) representa

vários tipos de problemas em eletromagnetismo e DFC. Em problemas elípticos, a

informação é propagada em todas as direções à velocidade infinita. A variação de em

um ponto pode influir em outro ponto e vice-versa, e pequenas

perturbações em um ponto arbitrário do domínio podem influenciar a solução em todo o

domínio. Esquemas numéricos para esta classe de EDP’s terão de obter o valor da

solução em cada ponto dependendo das condições de contorno impostas. Existem três

tipos diferentes de condições de contorno:

Dirichlet: Especifica o valor da variável dependente na fronteira em ;

Neumann: Fixa a derivada normal à fronteira, ⁄ em e

Mista: envolve as duas anteriores, ⁄ em .

Page 25: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

14

2.3.2 Equações Parabólicas

A equação transiente de difusão de calor é a mais representativa deste tipo de

equações:

(4)

obtida da lei de Fourier do calor, onde é a temperatura e é a difusividade

térmica, que é um parâmetro dependente do tipo de material que relaciona a

condutividade térmica com capacidade volumétrica de calor e indica a capacidade que

tem o material de conduzir energia. Se uma distribuição inicial de energia é dada o fluxo

de calor atua desde regiões frias para mais quentes do domínio, que é assumido como

sendo homogêneo. Para poder estudar a evolução temporal da grandeza em estudo

(temperatura, concentração, etc.), é necessário que o valor inicial da grandeza ao longo

do domínio seja especificado. Com essa informação, obtém-se a distribuição da

grandeza ao longo do domínio para diferentes instantes de tempo.

Com isto, os problemas transientes, ao contrario dos problemas de equilíbrio,

necessitam de valores para a variável dependente em (condições iniciais), além

de condições de fronteira para . Problemas desse tipo são denominados Problemas

de Valor Inicial (PVI). A informação é propagada à montante no tempo e não tem

influencia à jusante, isto é, qualquer perturbação que ocorra em um ponto da região

no instante , só influencia a solução em .

Page 26: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

15

2.3.3 Equações Hiperbólicas

Problemas hiperbólicos tratam acerca de fenômenos de vibração e puramente

convectivos. A equação modelo é a equação de convecção:

(5)

que representa o transporte do escalar à direita ao longo de ( ), se o

problema é em 3D, com velocidade . Dito de outra forma, a informação é

transportada à velocidade finita ao longo das linhas de corrente sobre o campo de

velocidades . A natureza do problema hiperbólico requer que condições de contorno

sejam especificadas para dentro da fronteira (inflow), isto é, onde . Como nas

equações de tipo parabólico, a distribuição da solução em um passo de tempo depende

unicamente do tempo anterior. A ausência de mecanismos de dissipação faz com que

qualquer descontinuidade presente nas condições iniciais se propague para a solução em

.

2.3.4 Sumário das Equações Diferenciais Parciais

Como visto, a equação ADR representa uma grande variedade de problemas. Na

Tabela 2.1, pode-se ver um resumo da classificação das equações vistas (VERSTEEG e

MALASEKERA, 1995, Fortuna, 2000 e Kuzmin, 2010):

Page 27: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

16

Tabela 2.1: Classificação das equações diferenciais parciais.

Problema Tipo de equação Equação modelo Condições Admite solução

descontínua?

Equilíbrio Elíptica Fronteira Não

Transiente com dissipação Parabólica

Fronteira e iniciais Não

Transiente sem dissipação Hiperbólica

Fronteira e iniciais Sim

2.4 Consistência, Convergência e Estabilidade

Uma pergunta importante para ser feita quando resolvemos uma EDP é se a

solução calculada se aproxima de alguma forma da solução “real” da EDP. A idéia é

determinar quando e sob que condições a solução computada é representativa da

solução real da EDP. “Real” porque efetivamente essa solução é desconhecida. A

resposta para essa pergunta vai depender de três aspectos: consistência das equações

discretizadas e da estabilidade e convergência do método numérico empregado. Pode-se

expressar uma relação entre esses aspectos como em LEVEQUE (1992), MÖLLER

(2008) e FORTUNA (2000):

Esta afirmação é conhecida como teorema de equivalência de Lax (KUZMIN,

2010)

2.4.1 Consistência

Uma característica importante da aproximação de uma equação por alguma das

técnicas numéricas mencionadas acima (Elementos Finitos, Diferenças Finitas, Volumes

Page 28: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

17

Finitos, etc.) é que ela seja consistente com a equação diferencial parcial original, isto

é, um método numérico é dito consistente se o erro na discretização vai para zero

quando e . A consistência faz referencia à relação entre a solução exata do

problema contínuo e a solução aproximada do problema discreto.

2.4.2 Estabilidade

Um método numérico é dito estável se os erros não são amplificados sem limite

e a solução aproximada permanece controlada. A estabilidade faz referência à relação

entre a solução exata do problema discreto e a solução realmente computada que inclui

erros de arredondamento. Segundo FLETCHER (1992), o conceito de estabilidade está

relacionado ao crescimento, ou diminuição dos erros introduzidos nos cálculos.

Em relação à estabilidade dos métodos numéricos, eles podem ser classificados

em:

Condicionalmente estáveis: Precisam satisfazer alguns critérios para produzir

soluções estáveis. Métodos explícitos de marcha temporal estão, de forma

geral, nesta categoria;

Incondicionalmente estáveis: Não necessitam satisfazer quaisquer critérios de

estabilidade para produzir soluções estáveis. Em geral métodos implícitos de

integração temporal fazem parte desta classificação;

Page 29: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

18

Incondicionalmente instáveis: Não existem valores de passos de tempo e/ou

discretização espacial que permitem fornecer soluções estáveis. Não deve ser

utilizado.

A estabilidade de um problema discreto exige que, para valores finitos do lado

direito, a solução não apresente crescimento ilimitado. Nem sempre é simples a

determinação exata dos critérios de estabilidade, sendo preciso o uso de experimentos

numéricos e comparação com o comportamento de equações mais simples, mas que

descrevem fenômenos similares (FORTUNA, 2000).

2.4.3 Convergência

Um método numérico é dito convergente se a solução numérica do problema

discreto aproxima a solução exata da equação diferencial quando tanto o tamanho dos

elementos da malha quanto o passo do tempo tendem para zero

A consistência é uma condição necessária para a convergência, pois se ,

e não recuperarmos a EDP original, então, também a solução numérica não se

aproximará da solução exata da EDP original. Consistência e estabilidade são

condições necessárias e suficientes da convergência nas aproximações dos métodos

numéricos para problemas de valores iniciais bem postos. Isto é conhecido como

teorema de equivalência de Lax (QUARTERONI e VALLI, 1994)

Page 30: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

19

2.5 Monotonicidade

Além das propriedades vistas acima, uma característica essencial de um

esquema numérico é relacionada com a limitação da solução aproximada

(Boundedness). Densidade e temperatura devem ser não–negativas; frações mássicas e

volumétricas devem estar limitadas entre 0 e 1, por exemplo. Para certas suposições, é

conhecido que soluções analíticas da equação escalar de transporte alcançam seus

valores máximos ou mínimos nas fronteiras do domínio. No intuito de se prevenir a

formação de picos (overshoots) e/ou depressões (undershoots) na vizinhança de fortes

gradientes faz sentido garantir que algumas propriedades naturais da solução exata

sejam herdadas pela aproximação numérica. Uma propriedade útil da solução de uma lei

de conservação escalar é que dois conjuntos de dados iniciais com ( ) ( ) em

todo o domínio, conduz a soluções ( ) ( ) para todo e todo tempo

(LEVEQUE, 1992). Os esquemas numéricos que imitam essa propriedade são

chamados de esquemas monótonos, se

para todos os nós implica

necessariamente que

em toda parte. Como conseqüência direta,

máximos/mínimos globais não podem crescer/decrescer de um passo de tempo para

outro, e portanto, o valor máximo/mínimo na condição inicial pode servir como

fronteira superior/inferior para todo tempo:

(6)

(7)

Page 31: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

20

então, nenhuma criação de oscilações espúrias acontece desde que o esquema não gere

um novo valor extremo (TORO, 1999). GODUNOV (1959) demonstrou que esquemas

lineares que satisfazem a propriedade da monotonicidade podem ser no máximo da

primeira ordem de precisão, ou seja, não existem esquemas monótonos lineares de

segunda ou maior ordem de precisão.

Se a aproximação numérica falha no momento de satisfazer uma condição de

contorno baseada numa propriedade exata conhecida, uma solução alternativa pode ser

“cortar” todos os valores picos/deprimidos (overshoots/undershoots). Contudo, esta

correção dos valores nodais ponto–a–ponto pode ser uma prática perigosa devido à

possibilidade de se perder a conservação da propriedade. Como exemplo, no trabalho de

ELIAS e COUTINHO (2007) para evitar resultados não–físicos com valores fora de um

intervalo [0,1], os valores por cima ou por baixo desse intervalo são truncados com a

função

, , - - (8)

Uma idéia simples e promissória para realizar isto foi dada no trabalho de

YABE e XIAO (1995) empregando o método de interpolação cúbica propagada (em

inglês, Cubic Interpolated Propagation method, CIP). A idéia é substituir a função

original por , onde é uma função de , baseada em uma transformação dada

pela função tangente

,( ) ( )- (9)

Page 32: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

21

logo a função original é recuperada pela transformação inversa, que é

( )

( )

(10)

onde é um valor pequeno que evita o surgimento de valores infinitos quando é igual

a 0 ou 1. No trabalho de ELIAS e COUTINHO (2007) é explorada essa idéia com bons

resultados, mas como indicado anteriormente, se deve ter muito cuidado quando usada

devido à possível perda da conservação de alguma propriedade de interesse.

No capítulo seguinte são apresentadas algumas formulações estabilizadas de

elementos finitos para a equação de transporte que levam em consideração, tacitamente,

esses critérios vistos acima. Isto no intuito de resolver a principal questão que é de

evitar o surgimento das oscilações espúrias dadas pela discretização numérica temporal–

espacial empregada.

Page 33: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

22

Capítulo 3 – Formulações Estabilizadas

de Elementos Finitos para a Equação

de Transporte

3.1 Formulação semidiscreta

A equação linear de Advecção–Difusão–Reação (ADR) dependente do tempo,

conhecida também como equação de transporte, é apresentada na sua forma diferencial

da seguinte forma:

( ) em , -

(11)

submetida às condições de contorno essenciais e naturais:

em (12)

(13)

e condição inicial,

( ) ( ) (14)

Page 34: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

23

onde , ou , é a dimensão do espaço com contorno , em um

intervalo de tempo , -, ( ) um ponto genérico em e é a direção normal

externa à . As funções e são conhecidas, e são subconjuntos

complementares de , é a função a ser determinada (temperatura, concentração, etc.),

é o campo de velocidades conhecido e variável no tempo, isto é ( ),

assumindo–se que este é solenoidal, isto é . O tensor é de segunda ordem e

contém os coeficientes de difusão do material. Assume–se que o meio é anisotrópico e

heterogêneo, ou seja, em duas dimensões temos,

0

1 (15)

Adotando–se a hipótese de material ortotrópico, o tensor fica definido como,

[

] (16)

é o coeficiente de reação. O valor de indica produção e indica dissipação

ou absorção. O termo fonte conhecido é dado por ( ).

3.2 Formulação variacional de Galerkin

A equação (11) está na sua forma forte. Para obter a formulação variacional de

Galerkin equivalente, ou forma fraca, definem–se duas classes de funções: a primeira é

Page 35: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

24

a correspondente às funções teste, , que devem satisfazer as condições de contorno e

outra classe dada pelas funções peso, , que satisfazem condições nulas no contorno.

* ( ) em , -+ (17)

* em + (18)

A formulação variacional tipo Galerkin é obtida multiplicando a forma forte por

uma função peso e integrando–se, então o problema fica enunciado como: Achar

e tal que:

( ) ( ) ( ) (19)

. ( )/ ( ) (20)

onde,

( ) ( ) ( ) ( ) (21)

( ) é uma forma abstrata bi–linear simétrica e ( ) com produto interno em . O

super índice refere–se a uma partição de elementos finitos, sendo o tamanho de um

elemento característico.

A notação acima descrita corresponde à forma integral (HUGHES, 1987):

Page 36: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

25

( ) ∫ ( )

(22)

( ) ∫

(23)

3.3 Formulações estabilizadas lineares de elementos finitos

A equação de Advecção–Difusão–Reação na sua forma estabilizada pode ser

escrita em forma geral como (FRANCA, HAUKE e MASUD, 2003):

( ) ( ) (24)

onde

( ) ( ) ( ) ( ) (25)

( ) ( ) (26)

a terceira parcela do lado direito em (25) indica o termo adicional de estabilização na

formulação variacional de Galerkin, e

Page 37: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

26

( )

(27)

é um operador linear. Cada esquema se diferencia um do outro pela escolha do operador

linear :

(28)

(

( ) )

(29)

(

( ) )

(30)

(

( ) )

(31)

O operador linear na formulação SUPG, , é composto unicamente da

parcela advectiva, já o operador linear na formulação GLS, , contém todas as parcelas

da equação original. O operador nas formulações estabilizadas SGS e USFEM é o

chamado adjunto do operador

( )

(32)

Page 38: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

27

Nas equações (28) – (31), é o parâmetro de estabilização e sua definição será

tratada em uma seção a parte, na descrição de cada uma das formulações propostas

acima, e representa SUPG, GLS, SGS, ou USFEM.

3.3.1 Formulação SUPG

A formulação SUPG (BROOKS e HUGHES, 1982), para o caso em estado

estacionário, se baseia na adição de difusão artificial atuando na direção das linhas de

corrente (streamlines) empregando funções de ponderação descontínuas modificadas, de

modo a se obter um peso maior à informação dos nós na direção à montante (upwind).

O método de estabilização foi proposto inicialmente por ZIENKIEWICZ,

GALLAGHER e HOOD (1975) e usado formalmente por CHRISTIE, GRIFFITHS e

ZIENKIEWICZ (1976) e ZIENKIEWICZ, HEINRICH e HUYAKORN (1977), e

generalizado como técnica para problemas de advecção dominante por HUGHES e

BROOKS (1979).

A formulação estabilizada de elementos finitos SUPG é escrita assim: Achar

tal que:

( ) (

) (33)

onde

Page 39: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

28

( ) ( ) ( ) ∑∫

(34)

( ) ( ) ∑∫

(35)

Como resultado de ser um método de resíduos ponderados, o erro é

ortogonal com respeito à , isto é:

( ) (36)

Observa–se que o método SUPG é variacionalmente consistente, já que quando

a equação (36) é igual a zero se recupera a formulação de Galerkin original.

3.3.2 Formulação GLS

A formulação estabilizada de elementos finitos Galerkin Least–Squares (GLS)

(HUGHES, FRANCA e HULBERT, 1989) adiciona formas residuais de mínimos

quadrados ao esquema de Galerkin para conseguir a estabilização. Seguindo a mesma

idéia apresentada na seção anterior para a formulação SUPG, a formulação GLS é

enunciada como: Achar tal que:

( ) (

) (37)

Page 40: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

29

onde

( ) ( ) ( ) ∑∫

(38)

( ) ( ) ∑∫

(39)

O nome “Least–Squares” vem do fato de o termo do somatório na equação (38)

pode ser interpretado como a minimização do funcional:

∑∫ (

( ) )

(40)

Como descrito para o esquema SUPG, o esquema GLS também é um método de

resíduos ponderados e quando o erro vai para zero, se recupera a formulação de

Galerkin.

3.3.3 Formulação SGS

O esquema Subgrid Scale (SGS) foi formulado por HUGHES (1995), e

amplamente tratado nos trabalhos de BREZZI, FRANCA e HUGHES (1997) e

HUGHES et al. (1998). Pode ser entendido como um método geral que gera vários

outros métodos de estabilização. Uma forma particular do método aplicado ao problema

Page 41: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

30

de Stokes, foi proposta por DOUGLAS e WANG (1989) e posteriormente estendido

por FRANCA et al. (1992) para a equação de Convecção–Difusão. O esquema SGS é

muito similar ao GLS, sendo a única diferença o sinal negativo no termo difusivo do

operador apresentado na equação (27). O método pode ser visto como a solução de um

problema multiscala, onde duas escalas estão presentes: as grandes escalas, ou “Large

Scales”, que podem ser resolvidas pela malha computacional, e as pequenas escalas, ou

“Fine Grid”, definidas no nível de sub–malha (“subgrid”) que são muito menores do

que as dimensões de um elemento típico da malha.

Devido ao fato do método USFEM (foco central deste trabalho e descrito a

seguir) ser considerado um caso especial do SGS, este trabalho não vai se aprofundar no

método SGS. Uma discussão mais detalhada do esquema SGS pode ser encontrada nos

trabalhos de HUGHES (1995), BREZZI et al. (1997), HUGHES et al. (1998), CODINA

(1998) e OÑATE e MANZAN (2000).

3.3.4 Formulação USFEM

A formulação estabilizada Unusual Stabilized Finite Element Method, USFEM

(FRANCA, FREY e HUGHES, 1992, FRANCA e FARHAT, 1995 e FRANCA e

VALENTIN, 2000) surge de uma série de trabalhos prévios consistentes no

enriquecimento dos subespaços das funções de interpolação mediante funções tipo

bolha (bubble functions) (BREZZI et al., 1992, BAIOCCHI, BREZZI e FRANCA,

1993, BREZZI et al., 1997). Não entanto, para certo tipo de problemas, tirava

estabilização ao invés de adicioná-la à formulação tipo Galerkin (FRANCA e

Page 42: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

31

FARHAT, 1994, FRANCA e FARHAT, 1995), diferentemente com outros métodos

desenvolvidos pelos autores onde a estabilização, empregando funções tipo bolha, era

conseguida naturalmente. Esse fato realmente serviu de inspiração para os autores para

a criação do método USFEM, que é obtido mediante a subtração prescrita na

condensação estática devido ao enriquecimento pelas funções bolha, atingindo a

estabilização de uma forma não padrão, daí o nome unusual. Em FRANCA e FARHAT

(1995) é feita uma ampla análise de como é essa subtração para chegar ao método

USFEM.

Portanto a formulação estabilizada de elementos finitos USFEM, pode ser escrita

como: Achar tal que

( ) (

) (41)

onde

( ) ( ) ( )

∑∫

(42)

( ) ( ) ∑∫

(43)

Lembrando de (32)

Page 43: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

32

( )

(44)

é o adjunto do operador linear dado em (27).

O operador adjunto, , surge naturalmente na formulação USFEM quando é

realizado o procedimento de condensação estática, como apresentado na seção 4 em

FRANCA e FARHAT (1995) ao se incluir o termo advectivo.

3.4 Parâmetros de estabilização para diferentes esquemas de elementos

finitos estabilizados

O elemento em comum a todas as formulações estabilizadas de elementos finitos

apresentadas anteriormente é o chamado parâmetro de estabilização . Ainda não foi

encontrada uma forma “ótima” para calcular esse parâmetro. Pesquisas teóricas

(BROOKS e HUGHES, 1992; HUGHES, 1995, TEZDUYAR, 2000) têm encontrado

valores extremos de , onde as formulações apresentam certo grau de estabilidade e

convergência para a solução discreta . Não entanto, a escolha do parâmetro dentro

desses valores extremos influencia drasticamente a precisão dos resultados da solução

discretizada. A escolha do parâmetro de estabilização adequado continua sendo ainda

um grande desafio nas pesquisas nesta área. Em seguida são apresentadas algumas das

escolhas mais bem sucedidas do parâmetro de estabilização .

Page 44: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

33

3.4.1Parâmetro de estabilização

O parâmetro de estabilização é dado originalmente para a equação de

advecção – difusão em estado estacionario (BROOKS e HUGHES, 1982):

‖ ‖

(45)

onde é o parâmetro upwind, que pode ser calculado para impor a solução

nodalmente exata para a equação de advecção–difusão 1D. No caso multidimensional é

usual a aproximação assintótica:

(

)

(46)

onde é o numero de Péclet ao nível do elemento, que é uma quantidade

adimensional que mede a importância da advecção relativa à difusão, isto é,

‖ ‖

‖ ‖

(47)

3.4.2 Parâmetro de estabilização

O parâmetro foi proposto inicialmente por SHAKIB (1988) e usado com

relativo sucesso nos trabalhos de TEZDUYAR, BEHR e LIOU (1992).

Page 45: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

34

[(

)

( ‖ ‖

)

( ‖ ‖

)

]

(48)

O primeiro termo da equação (48) corresponde ao termo temporal, o segundo ao

termo advectivo, com velocidade , e o terceiro, corresponde à contribuição devida à

difusão. Pode–se observar que se desconsideramos os termos temporal e difusivo,

recuperamos o , pelo que o parâmetro proposto por Shakib pode ser considerado

como uma generalização do parâmetro de estabilização SUPG.

3.4.3 Parâmetro de estabilização

CODINA (1998, 2000 e 2001) emprega a teoria do principio do máximo

discreto (IKEDA, 1983) para propor outra forma de calcular o parâmetro de

estabilização, desta vez levando em consideração a inclusão do parâmetro reativo:

‖ ‖

‖ ‖

(49)

Observa-se que a equação (49) é parecida com a equação (48) sem a raiz quadrada nem

o termo temporal, mas acrescentado o termo reativo.

Page 46: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

35

3.4.4 Parâmetro de estabilização

TEZDUYAR e OSAWA (2000) apresentam outra forma de calcular o parâmetro

para os esquemas estabilizados SUPG e Pressure–Stabilizing/Petrov–Galerkin, PSPG

(TEZDUYAR, 1991) empregando três diferentes parâmetros, calculados ao nível de

elementos em forma de matrizes ou vetores (Element Vector Based/Element Matrix

Based). Definindo os seguintes vetores, ou matrizes, ao nível de elemento:

(50)

(51)

(52)

(53)

(54)

as componentes do parâmetro são definidos como:

Page 47: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

36

‖ ‖

‖ ‖

(55)

‖ ‖

‖ ‖

(56)

‖ ‖

‖ ‖

‖ ‖

‖ ‖

(57)

então, o parâmetro de estabilização é definido como

(

) (58)

Pode-se demonstrar que para problemas 1D é obtido o parâmetro de

estabilização para problemas predominantemente advectivos:

‖ ‖

(59)

(60)

‖ ‖

(61)

Page 48: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

37

sendo s1, s2 e s3 os limites para os problemas de advecção dominante, transiente

dominante e difusão dominante, respectivamente, que é exatamente igual ao parâmetro

apresentado em (48). Então,

[(

)

( ‖ ‖

)

( ‖ ‖

)

]

(62)

3.4.5 Parâmetro de estabilização

O parâmetro de estabilização apresentado em FRANCA e VALENTIN

(2000), surge de uma análise da teoria de convergência e estabilidade, e tem a forma

sugerida pela condensação estática das funções bolha (FRANCA e FARHAT, 1995) e

sua forma final é portanto,

. ( )/

‖ ‖

.

( )/

(63)

onde,

( )

‖ ‖

(64)

( )

‖ ‖

‖ ‖

(65)

Page 49: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

38

( ) 2

(66)

‖ ‖ (∑‖ ‖

)

(67)

( ) (68)

‖ ‖ ‖ ‖

(69)

para elementos lineares e bi-lineares é usado o valor de .

Em HAUKE e GARCIA (2001) e HAUKE (2002) é demonstrado, mediante uma

análise pelo limite de Helmholtz, que o parâmetro dado por FRANCA e VALENTIN

(2000) e calculado pela equação (63) é o de maior precisão comparado com os

resultados obtidos com os parâmetros , e .

3.5 Cálculo do : Comprimento característico do elemento

Ainda falta por definir a obtenção do valor do comprimento característico do

elemento, . Existem varias idéias de qual poderia ser a forma apropriada para se

determinar o valor do parâmetro .

Page 50: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

39

Em 1D a escolha é simplesmente o tamanho (comprimento) do elemento, dado

pela diferença de coordenadas, | |, onde é a coordenada do nó e a

coordenada do nó seguinte, .

Já em 2D e 3D existem várias propostas. Uma idéia é obter o comprimento do

elemento baseado no diâmetro da circunferência de mesma área, √ , para

elementos em 2D, e seguindo a mesma idéia, é obter o comprimento do elemento

baseado no diâmetro da esfera do mesmo volume, √

, em 3D. Outra ideia é

simplesmente assumir o valor de como sendo a raiz quadrada da área do elemento,

√ , para elementos em 2D, ou a raiz cúbica do volume do elemento, √

, para

elementos em 3D.

Os trabalhos de TEZDUYAR e PARK (1986) e TEZDUYAR e OSAWA (2000)

apresentam uma forma diferente de calcular o tamanho característico do elemento, .

Nesses trabalhos, eles propõem calcular o valor de como sendo:

‖ ‖(∑

)

(70)

onde é a função de forma associada ao nó do elemento.

O valor do na formulação estabilizada USFEM é obtido seguindo a idéia

apresentada em (FRANCA e VALENTIN, 2000). Eles propõem que o valor de seja

calculado usando a maior distância da linha de corrente dentro do elemento, como

mostrado na Figura 3.1 (tomada de (ASENSIO e RUSSO, 2002))

Page 51: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

40

Figura 3.1: Calculo do comprimento característico do elemento, , para elemento triangular

(ASENSIO e RUSSO, 2002).

3.6 Esquemas de integração no tempo

Após a discretização espacial da equação (24), independentemente da

formulação estabilizada empregada, chega-se a um sistema de equações diferenciais

ordinárias de primeira ordem:

( ) ( ) (71)

onde * + é o vetor contendo os valores nodais da grandeza a ser

transportada, é sua derivada temporal, a matriz corresponde ao

termo da derivada temporal ou matriz de massa, corresponde ao termo das

contribuições das parcelas advectiva, difusiva e reativa, chamada de matriz de rigidez,

os vetores levam em consideração os termos independentes do lado direito e o

subscrito refere–se aos termos de estabilização, segundo a formulação empregada.

Page 52: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

41

As matrizes e e o vetor , são construídos a partir da montagem

(assembly, representado neste trabalho pelo símbolo ) das contribuições dos elementos

de uma malha de elementos finitos:

(72)

(73)

(74)

Até agora foi feita a semi–discretização espacial da equação (11), resultando o

sistema de equações diferenciais ordinárias de primeira ordem (71), restando ainda

realizar a discretização temporal, que é feita empregando algum tipo de esquema de

integração no tempo (DONEA e HUERTA, 2003 e ELIAS, 2007). Os algoritmos para

discretização no tempo são classificados como explícitos ou implícitos (HUGHES, 1987

e FORTUNA, 2000). Os métodos explícitos são condicionalmente estáveis, precisando

de algum critério envolvendo um tamanho do passo de tempo menor que um valor

crítico para que o método evolua corretamente sem divergir. Os métodos implícitos são

geralmente incondicionalmente estáveis, podendo-se empregar passos de tempo maiores

do que o exigido no critério para o método explícito. Por causa da propriedade dos

métodos implícitos serem incondicionalmente estáveis, são mais empregados, mesmo

precisando-se resolver um sistema de equações algébricas para cada passo de tempo.

Page 53: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

42

Nos problemas de transporte, como no caso da equação (11), surge um sistema de

equações não simétrico a ser resolvido, geralmente de forma iterativa, por algum solver

eficiente. Neste trabalho é empregado o método iterativo dos Resíduos Mínimos

Generalizados, ou GMRES do inglês Generalized Minimal Residual, pré–condicionado

pela diagonal (AMORIM e COUTINHO, 1994 e SAAD e SCHULTZ, 1996).

De forma geral, podemos enunciar o problema na seguinte forma: dada uma

equação semi–discreta:

(75)

submetida a condições iniciais

( ) (76)

o esquema de solução é dado pelas seguintes equações:

(77)

(78)

( ) (79)

onde é o passo de tempo atual e o anterior. e são as aproximações de e

, é o passo de tempo e é o vetor dos termos fontes. é um parâmetro no

Page 54: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

43

intervalo , -, que indica qual tipo de esquema vai ser empregado dentre a família da

regra trapezoidal generalizada. Se , o método é equivalente ao método de

diferenças finitas para trás (backward difference ou backward Euler) e é um método

explícito. Se , o método é chamado de Crank–Nicholson ou da regra

trapezoidal, e é um método implícito. Se , o método é chamado de diferenças

finitas para frente (forward difference ou forward Euler) (Hughes, 1987) e também é

um método implícito. A diferença entre um método explícito e um método implícito é

que o método implícito é incondicionalmente estável para qualquer tamanho do passo

de tempo, mas precisa ser resolvido um sistema de equações lineares em cada passo.

3.6.1 Algoritmo Preditor – Corretor

A partir do apresentado acima, surge o esquema preditor–corretor, onde o valor

preditor é definido como:

( ) (80)

chamando a matriz de massa efetiva, que é esparsa e não simétrica, dada por

(81)

Resolvendo–se então o sistema de equações algébricas efetivo,

Page 55: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

44

(82)

onde o lado direito da equação (82) é conhecido e que uma vez calculado o valor de

pode-se corrigir o valor de por

(83)

3.6.2 Algoritmo de Rothe

O algoritmo de Rothe (ROTHE, 1930), ou método transversal das linhas,

consiste principalmente em discretizar uma equação dependente do espaço e do tempo

primeiramente no tempo e logo depois no espaço. A diferença entre o método de Rothe

e o método semi–discreto da regra trapezoidal, é que no método de Rothe é feita

primeiramente a discretização temporal e depois a espacial. Isto leva a se resolver um

sistema de equações diferenciais em estado estacionário para cada passo de tempo, mas

incluindo o fator do passo de tempo, . Em RAMOS (2007) é apresentado um extenso

estudo deste esquema, dividido em duas “famílias” do método, para equações em 1D.

Nos trabalhos de SCHEMANN e BORNEMANN (1998), KOLEVA (2005) e HARARI e

HAUKE (2007) também são apresentados vários exemplos empregando o método de

Rothe.

Page 56: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

45

3.7 Formulação estabilizada de elementos finitos USFEM – Rothe

Nesta seção vamos descrever a formulação estabilizada de elementos finitos

USFEM seguindo a idéia do esquema de Rothe: Discretizar primeiro no tempo e depois

no espaço. Como foi apresentado em HENAO, FRANCA e COUTINHO (2010), vamos

considerar a equação de Advecção–Difusão–Reação dada em (11), que consiste em

encontrar ( ) tal que:

( ) em , -

(84)

(85)

( ) (86)

com os parâmetros e s, como definidos na seção (3.1). O problema consiste em

encontrar ( ) tal que:

( ) ( ) ( ) (87)

. ( )/ ( ) (88)

onde

( ) ( ) ( ) ( ) (89)

Page 57: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

46

Discretizando a equação diferencial mediante a regra trapezoidal generalizada

apresentada na seção (3.6.1) em termos de ( ):

( ) ( ) (90)

(91)

( ) (92)

Então, podemos escrever o método de Galerkin como:

( ) (

) . ( )/ (93)

ou

( ) (

) . ( )/ (

) (94)

se substituirmos a equação (91) na equação (90), obtemos

( ) . ( )/

( ) ( )

(95)

rearranjando (95)

Page 58: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

47

( ) ( )

( )

(96)

e levando–se os termos conhecidos para o lado direito da equação,

( )

( ) ( ( ) )

(97)

onde:

(98)

(99)

(100)

Agora podemos reescrever o método de Galerkin como:

( ) . ( )/

(101)

onde,

Page 59: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

48

( ) (

) ( ) (

) (102)

. ( )/ . ( )/ (

) (103)

( ) (

) ( ) (

) (104)

A formulação de Galerkin, dada na equação (101), é apresentada como uma

equação de Advecção–Difusão–Reação em estado estacionário, sendo amplamente

conhecido que para essa equação surgem oscilações espúrias na solução aproximada,

precisando-se de algum tipo de estabilização. Neste caso, empregando a formulação

estabilizada de elementos finitos USFEM, tem-se:

( ) .

( )/⏟ ( )

. ( )/ (105)

onde

( ) (106)

denota o operador diferencial linear e seu adjunto é dado por:

( ) (107)

expandindo (I) em (105) e rearranjando termos conhecidos para o lado direito

Page 60: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

49

( ) (

) . ( )/ . ( )/

(108)

Do lado direito em (108)

. ( )/ . ( )/ (

) (109)

é imediato verificar que

( ) ( ) (110)

Substituindo a equação (110) na equação (108)

( ) (

)

. ( )/ (

) . ( )/

( )

(111)

E por último, substituindo as equações (102), (110) e (111) na equação (105), se

chega a:

Page 61: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

50

( ) (

) ( ) (

)

[( ) (

) ( )

( )] . ( )/ .

( )/

(112)

Expandindo-se as formas bi-lineares da equação (112) na sua forma integral e

lembrando que para elementos lineares (como no caso deste estudo) ( ) ,

se obtém a equação (113). Nela os três primeiros termos do lado esquerdo,

correspondem à formulação de Galerkin, os termos restantes correspondem à

estabilização USFEM. Reagrupando termos semelhantes em (113), chega–se por último

à equação (114):

Page 62: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

51

(∫

) ∫ ( )

∫ ( )

∫ ( )

(113)

Page 63: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

52

( )∫

( )∫

( )∫

( )∫

( )∫ ( )

∫ ( )

(114)

Na equação (114) todos os termos envolvem a dependência temporal mediante o

parâmetro que esta afetando os parâmetros da advecção, , da difusão, , e da

reação, , como visto nas equações (98)–(100). O parâmetro de estabilização, , também

é afetado pela dependência temporal . Reescrevendo a equação (63) com as

considerações anteriores, chega–se a,

Page 64: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

53

. ( )/

‖ ‖

.

( )/

(115)

Tanto os valores dos números de e

quanto os valores dos outros

parâmetros ali envolvidos, são calculados em forma semelhante às equações (64)–(69),

levando em consideração a dependência temporal. Substituindo a dependência temporal

na equação (115), se chega a:

( ) . ( )/

‖ ‖

.

( )/

(116)

( )

‖ ‖

( )

(117)

( )

‖ ‖

‖ ‖ ‖

‖ ‖

(118)

As equações (116)–(118) mostram que quando , assim,

mantém–se limitado para passos de tempo pequenos. Note a diferença entre este

esquema e os outros parâmetros estudados que levam em consideração o termo

temporal, neste caso Shakib, equação (48), e Tezduyar – EVB, equação (62), que quando

, perdendo–se a capacidade de estabilização.

Page 65: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

54

3.8 Formulação estabilizada de elementos finitos SUPG – Rothe

Pode–se escrever a formulação estabilizada de elementos finitos SUPG

empregando o esquema de Rothe na discretização temporal/espacial e realizando o

mesmo procedimento visto no numeral anterior. Isto nos leva a,

( ) .

( )/ . ( )/

(119)

Seguindo o procedimento descrito na seção anterior, mas substituindo o

operador adjunto pelo , da formulação SUPG equação (28), chega–se:

∫ ( )

∫ ( )

(120)

Page 66: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

55

3.9 Formulação estabilizada de elementos finitos GLS – Rothe

Por último, a formulação estabilizada de elementos finitos GLS com o algoritmo

de Rothe na discretização temporal / espacial fica:

( ) .

( )/ . ( )/

(121)

substituindo a equação (29) na equação (121) e efetuando o mesmo procedimento

anterior nas formulações USFEM–Rothe e SUPG–Rothe, chega–se a,

( )∫

( )∫

( )∫

( )∫

( )∫ ( )

∫ ( )

(122)

Page 67: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

56

Comparando a equação (122) com a equação (114), observa–se que a única

diferença entre o esquema GLS e o USFEM consiste na troca de sinal em alguns dos

termos, isto devido ao sinal negativo no termo da advecção no operador adjunto, dado

pela equação (32).

Para o calculo do parâmetro de estabilização, , empregados nas formulações

SUPG–Rothe e GLS–Rothe, pode ser empregado o apresentado por CODINA (1998,

2000 e 2001) na equação (49) ou TEZDUYAR e OSAWA (2000), como mostrado nas

equações (50) – (58).

Page 68: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

57

Capítulo 4 – Avaliação Numérica de

Formulações Estabilizadas de elementos

Finitos para a Equação de Transporte

Empregando o Método de Rothe na

Integração Temporal

4.1 Introdução

Neste capítulo são apresentados experimentos numéricos que permitirão avaliar

as formulações estabilizadas de elementos finitos propostas e compará–las com as

formulações estabilizadas vistas no capítulo anterior: SUPG, GLS e Rothe empregando

formulações semi–discreta e discreta na integração temporal. Isto é realizado mediante

uma série de testes em 1D e 2D, tanto em problemas em estado estacionário quanto

dependentes do tempo.

Page 69: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

58

4.2 Experimentos numéricos em 1D

Foram escolhidos três problemas para avaliar a capacidade da formulação

USFEM de reduzir as oscilações espúrias na presença de fortes gradientes, e a não

sobre–difusão quando se tem uma solução dita suave. O primeiro experimento numérico

é o transporte por difusão de uma onda quadrada e é feito uma análise da obtenção do

parâmetro CFL máximo que impede o surgimento das oscilações espúrias. O segundo

experimento numérico é o transporte da mesma onda quadrada, mas desta vez sem

difusão, que apresenta o surgimento de oscilações espúrias devido ao termo advectivo.

É apresentado o resultado de como a formulação USFEM consegue capturar essas

oscilações quando se tem passos de tempo muito pequenos. O terceiro experimento é o

transporte por advecção de uma função suave (sem fortes gradientes) em forma de

coseno, com o intuito de avaliar o comportamento da formulação neste tipo de casos e

como não é sobre–dimensionada a quantidade de difusão artificial adicionada devida à

estabilização.

4.2.1 Transporte por difusão de uma onda quadrada em 1D

O primeiro experimento numérico é o transporte por convecção e difusão de

uma onda quadrada, como apresentado em HARARI e HAUKE (2007), onde é feita

uma análise do comportamento da equação de transporte quando o termo de difusão é

levado em conta. A análise considera o valor da condição de estabilidade dada pelo

número de Courant–Friedrichs–Lewy, ou condição CFL como é chamada comumente,

dada por:

Page 70: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

59

‖ ‖

(123)

A solução numérica é caracterizada por duas quantidades adimensionais. O

número de Péclet,

‖ ‖

‖ ‖

(124)

que mede a relação entre as parcelas advectiva e difusiva na equação de transporte, e o

número de Damköhler,

‖ ‖

(125)

que mede a relação entre as parcelas reativa e advectiva. A análise padrão indica que

oscilações espúrias podem acontecer quando:

(

)

(126)

O caso da equação de advecção–difusão dependente do tempo é de especial

interesse. Eliminando o parâmetro da reação, a equação (126) fica:

( )

(127)

Page 71: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

60

O resultado anterior é aplicado ao regime de difusão dominante, . No

caso de advecção dominante, , podem existir oscilações espúrias para qualquer

passo de tempo. O parâmetro que indica o tipo de esquema de integração temporal que

está sendo empregado, neste caso o método da regra trapezoidal ou de Crank –

Nicolson, é dado por

No exemplo proposto no artigo de HARARI e HAUKE (2007), tem-se o

transporte de uma onda quadrada com condições iniciais como mostrado na figura

4.1(a), onde o pulso unitário se encontra entre e . A velocidade é

unitária no sentido positivo do eixo x. Nesse artigo foi fixado o valor do número de

Péclet em , e não se diz nada a respeito do número de elementos, mas neste

exemplo vamos empregar 100 elementos, obtendo então o tamanho de cada elemento

em e o valor do parâmetro de difusão, obtido da equação (124) .

Contudo, o valor da condição e fazendo se

chega aos resultados apresentados na Figura 4.1: (b) para diferentes passos de tempo

empregando a formulação estabilizada USFEM com o esquema de Rothe como esquema

de integração temporal .

Observa-se a semelhança nos resultados obtidos comparados com o artigo de

HARARI e HAUKE (2007). Neste exemplo, empregando a formulação estabilizada de

elementos finitos USFEM–Rothe, diferente da formulação proposta por eles, só

precisamos de um parâmetro de estabilização para obter resultados similares.

A idéia apresentada em HARARI e HAUKE (2007) é ter um esquema de

estabilização com dois parâmetros da seguinte forma:

Page 72: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

61

( ) .

( )/

.

( )/ . ( )/

(128)

(a) Condição inicial (b) diferentes passos de tempo (USFEM)

(c) Formulação Galerkin (d) Formulação estabilizada

Figura 4.1: Transporte por difusão de uma onda quadrada – Comparação entre as

formulações USFEM (b), Galerkin (c) e Estabilizada (d). (c) e (d) tomadas de HARARI e

HAUKE (2007)

Observa–se que a equação (128) é similar à equação (105) do capítulo 3, que

apresenta o esquema USFEM–Rohe, sem o terceiro termo da esquerda que é um termo

tipo gradiente de mínimos quadrados (Gradient Least Squares) para o operador linear,

e o seu adjunto , e para cada termo é empregado um parâmetro de estabilização

diferente, dados por e . Uma descrição mais ampla do método e a forma de obter

=1/2 =1/2

t=0,004 t=0,000 t=0,000

t=0,004 t=0,000 t=0,000

Page 73: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

62

os parâmetros de estabilização podem ser encontradas em HARARI e HAUKE (2007)

e HAUKE, SANGALLI e DOWEIDAR (2007)

4.2.2 Transporte por advecção de uma onda quadrada em 1D

Neste exemplo o parâmetro de difusão é , ou seja, o transporte é devido

exclusivamente à advecção. Como dito no capítulo anterior, oscilações espúrias

aparecem devido à presença do termo advectivo. O exemplo é o mesmo apresentado na

seção 4.2.1, uma onda quadrada que se desloca no sentido positivo do eixo x com

velocidade unitária. Dividindo o domínio em 100 elementos, obtendo então o tamanho

de cada elemento . São apresentados resultados para diferentes valores da

condição CFL e a formulação USFEM – Rothe é comparada com o esquema clássico

semi–discreto SUPG. O parâmetro de estabilização para a formulação estabilizada

SUPG foi calculado segundo CODINA (1998, 2000 e 2001) e apresentado na equação

(49). Como o tamanho do elemento é o mesmo em todo o domínio, o valor do

parâmetro de estabilização também é igual.

Observa-se como à medida que o tamanho do passo do tempo diminui a

formulação estabilizada de elementos finitos SUPG não consegue acompanhar a solução

exata, perdendo sua capacidade de estabilização. Já o esquema proposto, USFEM –

Rothe consegue controlar melhor o surgimento dessas oscilações, mesmo para passos de

tempo muito pequenos.

Page 74: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

63

a) Transporte de uma onda quadrada – CFL =1.00

b) Transporte de uma onda quadrada – CFL =0.50

Page 75: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

64

c) Transporte de uma onda quadrada – CFL =0.10

d) Transporte de uma onda quadrada – CFL =0.07

Page 76: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

65

e) Transporte de uma onda quadrada – CFL =0.01

f) Transporte de uma onda quadrada – CFL =0.001

Figura 4.2: Transporte por advecção de uma onda quadrada para diferentes valores da

condição CFL

Page 77: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

66

4.2.3 Colina em forma de coseno – 1D

O terceiro experimento numérico consiste do deslocamento de uma função tipo

colina em forma de coseno. Neste exemplo é mostrado o comportamento da formulação

estabilizada de elementos finitos USFEM quando usada para resolver funções ditas

suaves, é dizer, sem fortes gradientes. O problema puramente advectivo consiste em

deslocar uma função tipo coseno com uma velocidade unitária no sentido positivo da

direção x.

a) Colina em forma de coseno – CFL = 1,00

Page 78: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

67

b) Colina em forma de coseno – CFL = 0,50

c) Colina em forma de coseno – CFL = 0,10

Page 79: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

68

d) Colina em forma de coseno – CFL = 0,07

e) Colina em forma de coseno – CFL = 0,01

Figura 4.3: Colina em forma de coseno para diferentes valores da condição CFL

O domínio foi dividido em 100 elementos, obtendo então o tamanho de cada

elemento de . Foram empregados 40 elementos para conformar a condição

inicial da colina. Foram rodados vários exemplos para diferentes valores da condição

Page 80: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

69

CFL. Observa-se que as soluções obtidas empregando as formulações estabilizadas

USFEM e SUPG são muito similares entre si e com a solução exata. Somente para

valores do CFL = 1,0 a resposta dada pela formulação USFEM apresenta algumas

oscilações, ainda que muito pequenas. Como no exemplo anterior, o parâmetro de

estabilização para a formulação estabilizada SUPG foi calculado segundo CODINA

(1998, 2000 e 2001) apresentado na equação (49) e para cada passo de tempo é igual em

todo o domínio. Os resultados são mostrados na Figura 4.3.

4.3 Experimentos numéricos em estado estacionário – 2D

Nesta secção são apresentados uma serie de experimentos numéricos em 2D em

estado estacionário empregando a formulação estabilizada de elementos finitos

USFEM–Rothe. Como a formulação estabilizada USFEM–Rothe resolve um sistema de

equações lineares para cada passo de tempo, neste caso fictício, a solução estacionaria é

alcançada quando se satisfaz um critério de erro relativo da solução calculada entre dois

passos de tempo consecutivos,

‖ ‖

‖ ‖

(129)

onde é o erro relativo, e são as soluções encontradas nos passos de tempo

e respectivamente.

Page 81: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

70

4.3.1 Advecção pura em estado estacionário

Seja o problema de advecção pura proposto em BROOKS e HUGHES (1982) e

mostrado na Figura 4.4.

Figura 4.4: Advecção pura em domínio quadrado

Considera–se uma malha de 21 x 21 nós e 800 elementos triangulares lineares. O

comprimento característico de cada elemento é . Executaram–se exemplos

para diferentes ângulos na direção do campo de velocidades ( = 22,5º, 45º e 67,5º). Na

Figura 4.5: se observa o comportamento da solução quando atingido o estado

estacionário empregando a formulação estabilizada de elementos finitos USFEM–Rothe.

Empregando tamanhos de passo de tempo , o valor do parâmetro de

estabilização para cada um dos casos estudados foi de . A norma–2 do

resíduo foi alcançada no valor de 1,5x10-16

, 0,2x10-07

e 1,2x10-12

respectivamente.

= 0,0

= 1,0

= 1,0

Direção de

fluxo

Page 82: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

71

(a) 22.5º (b) 45º (c) 67.5º

Figura 4.5: Advecção pura em estado estacionário com campo de velocidades para

diferentes ângulos

Em HENAO (2004) foi realizado um estudo comparativo de vários métodos de

estabilização empregando esquemas não lineares de captura de descontinuidades.

Comparando as soluções obtidas nesse trabalho empregando o esquema de estabilização

não linear, observa–se que é atingida uma melhor resposta com o esquema estabilizado

linear USFEM–Rothe. Na Figura 4.6 são mostrados os resultados obtidos no trabalho de

HENAO (2004) para o mesmo problema empregando a formulação estabilizada SUPG

e a formulação estabilizada com operador de captura de descontinuidades SUPG + CAU

dado em GALEÃO e DO CARMO (1988).

Page 83: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

72

Figura 4.6: Advecção pura em estado estacionário com campo de velocidades para

diferentes ângulos

Page 84: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

73

4.3.2 Exemplos de problemas advectivos, difusivos e reativos com termo fonte

A seguir se apresentam uma série de experimentos numéricos em estado

estacionário em 2D que foram propostos por CODINA (1998, 2000). Os experimentos

numéricos são feitos sobre um domínio quadrado com uma malha triangular de

elementos finitos de 21 x 21 nós e 800 elementos, dando um tamanho relativo de

elemento de . Estes experimentos numéricos também fizeram parte do

trabalho apresentado por CAMATA, HENAO e COUTINHO (2008), empregando o

software LIBMESH (2008) onde se avaliaram os resultados empregando elementos

quadriláteros bi–lineares com integração reduzida e formulação não linear SUPG+CAU.

Considere a equação:

( ) em , -

(130)

onde ( ), . A equação (11) tem como condição de contorno

em . Para todos os casos é utilizado um parâmetro que indica o valor de um número

muito pequeno, Consideraram–se as seguintes combinações dos termos

Advectivo–Diffusivo–Reativo:

a) Solução dominada pela difusão: , , ;

Na Figura 4.7 se observa a solução quando alcançado o estado estacionario.

Neste caso, o valor do tamanho de passo de tempo foi de e o valor do

parâmetro de estabilização calculado . Comparando o valor máximo

obtido com a formulação estabilizada USFEM–Rothe com o valor máximo obtido pelas

Page 85: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

74

soluções nos trabalhos de CODINA (2000) e CAMATA, HENAO e COUTINHO

(2008) são observadas uma grande similitude entre elas, atingindo valores muito

próximos a 0,07. A norma–2 do resíduo foi alcançada em 6.1x10-15

.

Figura 4.7: Solução, dominada pela difusão, em estado estacionário

b) Solução dominada pela advecção: , , ;

Na Figura 4.8 se observa a solução obtida pelo esquema estabilizado USFEM –

Rothe. Para um tamanho no passo de tempo de o valor do parâmetro

de estabilização calculado foi de , apresentando uma solução sem os

picos mostrados na solução de CODINA (2000) e muito próxima à solução obtida em

CAMATA, HENAO e COUTINHO (2008), sendo esta última não linear e com

elementos quadriláteros bi–lineares. A norma – 2 do resíduo foi alcançada em 2,1x10-13

.

Page 86: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

75

Figura 4.8: Solução, dominada pela advecção, em estado estacionário

c) Solução dominada pela reação: , , ;

Na Figura 4.9 é observada a solução dominada pela reação empregando a

formulação USFEM–Rothe. Neste exemplo foi empregado um tamanho de passo de

tempo de , obtendo–se um valor do parâmetro de estabilização

. Comparando a solução USFEM–Rothe com as obtidas nos trabalhos de

CODINA (2000) e CAMATA, HENAO e COUTINHO (2008), se observam a ausência

de valores extremos nas esquinas e nas bordas, apresentando um melhor desempenho. A

norma–2 do resíduo foi alcançada em 1,5x10-09

.

Figura 4.9: Solução, dominada pela reação, em estado estacionário

Page 87: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

76

d) Solução dominada por uma combinação convecção–reação: , ,

.

Por último, a solução dominada por uma combinação de convecção–reação

empregando o esquema USFEM–Rothe, é apresentada na Figura 4.10. O tamanho do

passo de tempo foi de e o parâmetro de estabilização calculado de

. Observa-se que a solução obtida pela formulação estabilizada

apresenta uma forma suave, sem oscilações nem valores extremos nas bordas. A norma

– 2 do resíduo foi alcançada em 6.2x10-05

.

Figura 4.10: Solução, dominada por uma combinação convecção–reação, em estado

estacionário.

Page 88: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

77

4.3.3 Advecção escoamento rotacional em estado estacionário

Este problema foi tratado no trabalho de Brooks e Hughes (1982) e aborda a

advecção num campo de escoamento rotacional com condições de contorno em

e condições prescritas nos nós internos em forma de co-seno no intervalo

, como apresentado na Figura 4.11. A malha é de 21x21 nós e 800 elementos

triangulares lineares. O campo de velocidades rotacional é dado por e .

O tamanho do passo de tempo foi de e o parâmetro de estabilização calculado,

. A solução exata deste problema é uma rotação rígida do coseno em

torno da origem.

Figura 4.11: Advecção fluxo rotacional em estado estacionário – condição inicial

O exemplo foi executado para duas configurações da malha: uma malha com os

elementos em uma direção, como mostrada na Figura 4.12 a) e outra com os elementos

em duas direções, como mostrado na Figura 4.12 b).

Page 89: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

78

a) Malha em uma direção b) Malha em duas direções

a) Resultados malha em uma direção b) Resultados malha em duas direções

Figura 4.12: Advecção fluxo rotacional em estado estacionário – Solução final

Observa-se que o resultado obtido com a malha da esquerda apresenta ser um

pouco melhor do que o encontrado com a malha da direita, mas em geral ambas as

soluções são satisfatórias, se comparadas com os resultados encontrados com a solução

obtida pela formulação SUPG+CAU apresentada no trabalho dissertação de HENAO

(2004) e mostrada na Figura 4.13.

Page 90: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

79

Figura 4.13: Advecção fluxo rotacional em estado estacionário – Tomado de

HENAO (2004)

4.4 Experimentos numéricos dependentes do tempo – 2D

4.4.1 Advecção de fluido em patamar em movimento diagonal

Este problema foi proposto por TEZDUYAR (1991). Apresenta-se o problema

de advecção de um platô em um fluido em movimento unidirecional com condições

essenciais homogêneas e em regime transiente como apresentado na Figura 4.14. A

malha adotada compreende 41x41 nós e 3200 elementos triangulares lineares, com

tamanho de elemento . A direção do vetor velocidade é de 45º e o

escoamento é unidirecional e igual a ‖ ‖ 1 e o valor da condição . Nas

Figura 4.15:, Figura 4.16: e Figura 4.17: são apresentados os resultados para os passos

de tempo no instante que atingirem a metade do

tempo total, que é .

Page 91: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

80

Figura 4.14: Advecção de um platô em um fluido em movimento unidirecional

São comparadas as formulações estabilizadas de elementos finitos estudadas no

capítulo anterior, realizando as seguintes combinações:

SUPG/Codina: Formulação estabilizada de elementos finitos SUPG com

parâmetro de estabilização, , sendo calculado como proposto em

CODINA (2000) e integração no tempo empregando o algoritmo clássico

da regra trapezoidal;

SUPG/EVB: Formulação estabilizada de elementos finitos SUPG com

parâmetro de estabilização, , sendo calculado mediante o esquema

Element Vector Based, ou EVB, como proposto em TEZDUYAR (2000) e

integração no tempo empregando o algoritmo clássico da regra

trapezoidal;

SUPG/Rothe: Formulação estabilizada de elementos finitos SUPG com

integração no tempo seguindo o esquema de Rothe e parâmetro de

estabilização, , sendo calculado como proposto em CODINA (2000);

(x,t=0)= 1

= 0

= 0

= 0 = 0

Page 92: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

81

GLS/Rothe: Formulação estabilizada de elementos finitos GLS com

integração no tempo seguindo o esquema de Rothe e parâmetro de

estabilização, , sendo calculado como proposto em CODINA (2000);

USFEM/Rothe: Formulação estabilizada de elementos finitos USFEM

com integração no tempo seguindo o esquema de Rothe e parâmetro de

estabilização, , sendo calculado como proposto em FRANCA e

VALENTIN (2000);

Observa-se que assim que se têm tamanhos de passos de tempo menores, a

solução obtida pela formulação USFEM/Rothe apresenta um melhor desempenho

comparado com o restante de formulações estudadas. Nas Figuras 4.16 – 4.18 se

observa também o comportamento da solução SUPG/Rothe muito difusa para os passos

de tempo e , isto porque foi empregado um parâmetro de

estabilização forçado, muito maior do calculado pela formula proposta por CODINA

(1998). O valor dado para atingir essas soluções foi de e 4, respectivamente. Para

o passo de tempo o parâmetro de estabilização empregado foi o

calculado pela formula de CODINA (1998), cujo valor foi de , e a solução se

mostra bastante oscilatória. Na Tabela 4.1 são mostrados os valores da norma – 2 para

cada um dos esquemas de estabilização e passos de tempo.

Tabela 4.1: Comparação da norma–2 para diferentes esquemas de estabilização e passos de

tempo.

Esquema Dt = 0,035 Dt = 0,001 Dt = 3,5x10-05

SUPG – Codina 8,7246x10-02

8,3284x10-02

8,3242x10-02

SUPG – EVB 8,5592x10-02

8,2974x10-02

8,3102x10-02

SUPG – Rothe 1,0323x10-04

3,8235x10-04

9,4595x10-05

GLS – Rothe 1,9960x10-01

6,4966x10-05

7,6436x10-06

USFEM – Rothe 3,0353x10-02

3,9143x10-07

4,0786x10-08

Page 93: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

82

Figura 4.15: Patamar em movimento diagonal – Diferentes esquemas estabilizados –

Page 94: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

83

Figura 4.16: Patamar em movimento diagonal – Diferentes esquemas estabilizados –

Page 95: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

84

Figura 4.17: Patamar em movimento diagonal – Diferentes esquemas estabilizados –

Page 96: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

85

4.4.2 Movimento em rotação – Disco de Zalesak

O problema do disco rotatório de ZALESAK (1979) tem sido amplamente

empregado para avaliar a precisão dos solucionadores de problemas advectivos (ELIAS

e COUTINHO, 2007). O problema consiste em um disco entalhado centrado em (50,75)

com raio 15. A ranhura tem uma largura de 5, e um comprimento de 25. O campo de

velocidades rotacional constante é dado por:

( )( ) (131)

( )( ) (132)

o disco completa uma revolução a cada 628 unidades de tempo.

Na Figura 4.18: a) tem–se a malha de elementos finitos com 5.287 nós e 10.304

elementos triangulares lineares e a condição inicial do experimento. Foi feito o

experimento para um . Nas Figura 4.18: b) c) e d) se apresentam os resultados

para o passo de tempo final para as formulações estabilizadas de elementos finitos

USFEM–Rothe, SUPG e SUPG+CAU. O parâmetro de estabilização para a formulação

SUPG e SUPG+CAU é calculado como mostrado na equação (49). Observa–se que para

os esquemas lineares SUPG e USFEM–Rothe, os resultados são muito parecidos, já para

o esquema não linear SUPG+CAU é verificada a sobre difusão que essa formulação

impõe na solução. A linha preta contínua é a condição inicial, sobreposta para fins

comparativos.

Page 97: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

86

a) Malha b) SUPG

c) USFEM/Rothe d) SUPG + CAU

Figura 4.18: Movimento em rotação: Disco de Zalesak

Page 98: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

87

4.4.3 Disk Stretching

O problema do Disk Stretching proposto em BELL, COLLELA e GLAZ (1989) é

amplamente usado na avaliação de esquemas advectivos. O teste causa um escoamento

alongado aplicado em um disco, gerando um filamento fino. O campo de velocidades é

dado por:

( ) ( ) ( ) (133)

( ) ( ) ( ) (134)

onde ( ) ( ) é uma função proposta por LEVESGUE (1996), que permite o

retorno do fluido para seu estado inicial após um período T. Neste trabalho foi adotado

um valor de T=8, seguindo o trabalho de ELIAS e COUTINHO (2007). A malha

computacional foi construída com 22.801 nós e 22.500 elementos em um domínio de

tamanho [0 , 1] [0 , 1]. Inicialmente o disco é centrado em (0,5 , 0,75) e tem um ráio

igual a 0,15. Nas Figura 4.19: a), b) e c) são apresentadas as soluções nos passos de

tempo t = 0,0, 4,0 e 8,0. Foi empregado um calculado a partir da

condição e o menor valor do tamanho característico do elemento, h, como

mostrado na equação (123).

Page 99: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

88

a) Passo de tempo inicial, t = 0,0

b) Passo de tempo t = 4,0

c) Passo de tempo t = 8,0

Figura 4.19: Disk Stretching

Page 100: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

89

Para este exemplo, observa-se que a solução obtida não é muito diferente da

obtida no trabalho de ELIAS e COUTINHO (2007) onde se fez a comparação entre

varias formulações, lineares e não lineares. Ainda nesse trabalho foi feito um

experimento empregando uma função de truncamento, mas que para os fins práticos

deste trabalho não é levada em consideração.

4.5 Problemas puramente advectivos – Calculo da função distância:

Level Set

Um problema interessante para se tratar na avaliação da formulação estabilizada

de elementos finitos USFEM é o de descrever o movimento da interface entre dois

fluidos. Esse fenômeno aparece em problemas de superfície livre quando dois fluidos

interagem, água/ar, por exemplo. Tem–se desenvolvido vários métodos numéricos na

procura de descrever adequadamente o dito fenômeno. Esses métodos podem se agrupar

em dois tipos: os que realizam um seguimento na interface (Interface–Tracking) e os

que capturam a interface propriamente (Interface–capturing) (TEZDUYAR, 2007).

Neste trabalho nos referiremos exclusivamente aos segundos.

Os métodos que capturam a interface empregam uma malha fixa que abarca os

domínios das fases presentes, não unicamente as que são de interesse no estudo (a fase

líquida a maioria das vezes) se não também a fase gasosa. Os métodos chamados

Volume de Fluido (Volume of Fluid em inglês, ou simplesmente VOF) e Função de

Nível (Level Set em inglês, ou LS) são os mais amplamente usados.

Page 101: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

90

Os métodos LS são técnicas numéricas empregadas para calcular a posição de

frentes que se propagam (SETHIAN, 1999, ELIAS, MARTINS e COUTINHO, 2007).

São baseados principalmente na advecção de uma função que determina uma curva ou

superfície, definida em todo o domínio, e que abarca as fases dos fluidos envolvidos

(geralmente dois) e cujo valor da função é zero na interface entre ambos. Uma das

principais vantagens de usar LS é sua capacidade de tratar eficientemente as mudanças

na topologia e/ou descontinuidades presentes na curva ou superfície (OSHER e

SETHIAN, 1988). A solução da equação de transporte, que depende de um (pseudo)

tempo, que advecta a função da interface é feita pelo esquema de Rothe, com

apresentado no capitulo anterior.

4.5.1 Formulação do problema de Level Set (LS)

O problema da evolução da interface pode ser descrito como sendo uma equação

de transporte advectivo dependente de um pseudo tempo t (SUSSMAN et al. 1998):

( )

(135)

( )

(136)

( ) ( ) (137)

Page 102: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

91

onde é um campo de velocidades conhecido e solenoidal, isto é , que indica

a condição de incompressibilidade; é uma função de nível, ou Level Set (LS), suave

definida em todo o domínio espacial Ω, que inclui as fases dos fluidos envolvidos

(líquida e gasosa) a serem determinadas em cada instante de tempo , - e definido

assim:

( )

(138)

indica a posição espacial aonde a função é avaliada, , os

sub–índices e referem-se à fase liquida e gasosa respectivamente e a interface é

definida como: * ( ) +; ( ) é a função sinal, dada por:

( ) ( ( ) ) (139)

onde ( ) é a função de Heaviside, definida como:

( )

[

(

)]

(140)

é um valor pequeno diretamente relacionado com a espessura da interface, dada

aproximadamente por (BATTAGLIA, STORTI e D’ELÍA, 2010). A função

Heaviside é empregada para proporcionar uma variação suave da variável para

quando , então e garantir uma espessura na interface igual a , pelo

Page 103: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

92

que a seleção do valor deve estar ajustada ao tamanho dos elementos próximos à

interface. Neste trabalho o valor de é dado como sendo

* +, sendo he o

tamanho do elemento.

4.5.2 Cálculo da função distância empregando o método Level Set (LS)

Após a definição do problema, como descrito na seção anterior, é feita a

discretização temporal e espacial empregando o método USFEM–Rothe, como

apresentado no capitulo anterior. São realizados experimentos numéricos para

demonstrar o desempenho da formulação de estabilização USFEM e comparados com a

solução encontrada pelo método SUPG incrementado com o operador de captura de

descontinuidades CAU (GALEÃO e DO CARMO, 1988), tornando essa formulação não

linear.

Nos exemplos a seguir, se apresentam diferentes tipos de malha, estruturadas e

não estruturadas, em 2D compostas de triângulos lineares. Para todos os experimentos

numéricos foi empregado um passo de tempo e um tempo máximo de

execução variável, até atingir o estado estacionário. Como critério para determinar o

estado estacionário, foi empregado o erro relativo da solução calculada entre dois passos

de tempo consecutivos

‖ ‖

‖ ‖

(141)

Page 104: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

93

onde é o erro relativo, e são as soluções encontradas nos passos de tempo

e respectivamente. Para todos os experimentos numéricos é considerado que foi

alcançado o estado estacionário quando se verifica que: .

Como caso geral, para os diferentes tipos de malha empregados nos

experimentos numéricos, um tamanho de passo de tempo maior do que o proposto

resultaria em uma condição , perdendo precisão nos resultados.

4.5.3 Cálculo da função distância para um quadrado

Este experimento consiste de um quadrado centrado em ( ) em uma

malha de elementos finitos estruturada, composta de 3.200 elementos triangulares

lineares e 1.681 nós. O domínio tem dimensões , - e o quadrado interno são de

, -. A parte interna no quadrado apresenta o valor de , a parte externa

apresenta o valor de e a interface .

Observa–se que a solução obtida com a formulação estabilizada de elementos

finitos USFEM, consegue um melhor resultado, uma vez que a solução se apresenta

mais suave, comparada com as outras duas soluções obtidas empregando o esquema

linear SUPG e o esquema estabilizado não–linear SUPG+CAU. Observa-se a presença

de um salto dado pelas soluções SUPG no nível zero.

Page 105: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

94

a) Malha

b) Solução final (planta) c) solução final (corte)

Figura 4.20: Função distância para um quadrado

4.5.4 Cálculo da função distância para um círculo

Neste experimento é apresentado um círculo centrado em (0,5 , 0,75) e de raío

0,15, numa malha de elementos finitos não estruturada com 45.667 nós e 90.532

elementos triangulares lineares. Não se apresenta uma figura com a malha devido ao

fato desta ser muito densa e não seria possível distinguir os elementos nela. O domínio é

representado por um quadrado de [1,0 x 1,0] e da mesma forma que no experimento

Page 106: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

95

anterior, a parte interna do círculo tem um valor de , a parte externa apresenta

o valor de e a interface .

Na Figura 4.21: é apresentado o resultado da função distância para o círculo e

uma elevação dos valores da distância, comparando as formulações de elementos finitos

estabilizados USFEM/Rothe e SUPG, que são lineares, e a formulação estabilizada

SUPG+CAU, que é não linear.

Figura 4.21: Função distância para um círculo

Neste exemplo se observa que todas as formulações atingem quase um mesmo

resultado, e o salto mostrado no nível zero pelas soluções SUPG no exemplo anterior

não está mais presente.

Page 107: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

96

Capítulo 5 – Conclusões e Trabalhos

Futuros

5.1 Conclusões

Neste trabalho foram abordadas e validadas as formulações estabilizadas de

elementos finitos SUPG, GLS, SGS e USFEM para a equação de advecção–difusão–

reação tanto para problemas estacionários quanto dependentes do tempo, e apresentados

várias formas de calcular o parâmetro de estabilização. Foram empregados dois

esquemas de integração no tempo: o esquema semi–discreto da regra trapezoidal, que

discretiza primeiro a dimensão espacial e em seguida a temporal e o esquema de Rothe,

que emprega uma abordagem contrária, primeiro discretizando no tempo e depois no

espaço.

Foram tratados aspectos numéricos e matemáticos das diferentes famílias de

equações diferenciais em derivadas parciais e colocada a questão da necessidade de se

ter métodos numéricos robustos que consigam lidar com as aproximações realizadas na

discretização espaço–temporal dessas equações. Foi estudada a classificação das

equações diferenciais parciais e abordados os conceitos de consistência, convergência e

estabilidade, aspectos que qualquer esquema numérico deve levar em consideração na

hora de se candidatar para resolver um problema numérico, para finalmente chegar ao

conceito de monotonicidade, que indica um critério para levar em consideração o

surgimento de picos e depressões além dos valores que deveriam ser os fisicamente

corretos.

Page 108: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

97

No terceiro capitulo são apresentadas as formulações estabilizadas de

elementos finitos SUPG, GLS e USFEM sendo discretizadas no espaço e no tempo de

duas formas. Uma primeira forma, é a formulação semi–discreta do método das linhas,

discretizando primeiro no espaço e em seguida no tempo, e uma segunda forma é

empregando o método de Rothe, ou método transversal das linhas, discretizando

primeiro no tempo e em seguida no espaço. Com a segunda forma de discretização, se

chega a um problema estacionário, resolvendo–se um sistema de equações diferenciais

parciais para cada passo de tempo. É proposta esta segunda forma para estudar a

dificuldade em estabilizar problemas transientes utilizando formulações semi–discretas

com pequenos passos de tempo. A redução do passo de tempo tem um efeito na

ampliação do termo reativo comparado ao difusivo e como visto nos exemplos, a perda

de estabilização quando ele tende a zero.

Para cada um dos esquemas estabilizados vistos, existe um parâmetro de

estabilização associado. Foram estudados os parâmetros propostos nos trabalhos de

BROOKS e HUGHES (1982), SHAKIB (1988), CODINA(1998), TEZDUYAR e

OSAWA (2000) e FRANCA e VALENTIN(2000), e determinado que, excetuando o

último, todos eles podem ser expressos numa única expressão geral dada pelo esquema

Element Vector Based, EVB, proposto por TEZDUYAR e OSAWA (2000).

Foram realizados experimentos numéricos que permitiram avaliar o

comportamento das soluções obtidas com as formulações estabilizadas de elementos

finitos frente a situações críticas, como a presença de fortes gradientes. Experimentos

numéricos de diferentes casos permitiram ganhar experiência no entendimento de por

que o surgimento dessas oscilações e a forma de serem controladas.

Page 109: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

98

Foi possível comparar as formulações apresentadas para vários tipos de

problemas, tanto em estado estacionário quanto transiente em 1D e 2D. Foram

apresentados problemas que na literatura apresentam grandes oscilações devidas aos

fortes gradientes presentes na solução.

De forma geral, o melhor comportamento apresentado foi quando empregado o

método USFEM–Rothe para pequenos passos de tempo com o uso do parâmetro de

estabilização apropriado para essa formulação, dado por FRANCA e VALENTIN

(2000). Foi observado experimentalmente o resultado obtido teoricamente que mostra

um limite superior do parâmetro de estabilização quando o tamanho do passo de tempo

é muito pequeno. Situação contrária foi comprovada para os outros tipos de parâmetros

de estabilização empregados, que perdiam a propriedade de estabilização para essa

condição de tamanhos de passo de tempo pequenos.

No último experimento numérico é realizado o cálculo da função distância em

problemas de captura de interface empregando o método Level–Set. Se aprecia que a

melhor resposta é obtida quando utilizado o método estabilizado de elementos finitos

USFEM–Rothe.

Ao utilizar o esquema de estabilização USFEM–Rothe para a equação de

Advecção–Difusão–Reação, é mostrada uma nova formulação de alto interesse teórico e

prático para continuar sendo desenvolvida em outras aplicações em trabalhos futuros.

Page 110: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

99

5.2 Trabalhos futuros

Com tudo, o que foi visto no trabalho, se propõe continuar pesquisando o

esquema USEM/Rothe como uma alternativa viável na resolução de problemas

dependentes do tempo e para pequenos passos de tempo, onde as formulações semi–

discretas clássicas não conseguem atingir resultados satisfatórios.

Ampliar a formulação para um esquema não linear de captura de

descontinuidades, estudando um parâmetro de captura de descontinuidades apropriado à

formulação USEM/Rothe.

Ampliar a formulação para resolver problemas 3D e implementar um esquema

de paralelização do código para poder realizar simulações mais complexas, com um

maior número de nós, elementos e diferentes tipos de configurações de malha,

condições de contorno e iniciais.

Utilizar a formulação USFEM–Rothe para outros tipos de equações que

envolvem outros problemas da física e determinar a viabilidade da sua implementação

computacional e numérica e seu desempenho.

Estudar a viabilidade de programar a formulação USFEM/Rothe em um código

para resolução das equações de Navier–Stokes e escoamento em meios porosos.

Page 111: Paralelismo de Dados Científicos Utilizando Técnicas P2P

100

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