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PARA QUE,ONDE E COMO INVESTIRGuia prático para o mercado brasileiro

Copyright© BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros

1a edição – 2012

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................5

I – PARA QUE INVESTIR ....................................................................................6

II – QUEM É QUEM .............................................................................................8Investidores .............................................................................................................8Investidores pessoas físicas .....................................................................................8Investidores institucionais .......................................................................................8Bolsas ......................................................................................................................8Bolsas de valores .....................................................................................................8BM&FBOVESPA S.A. ...........................................................................................9Corretoras ..............................................................................................................10Reguladores ...........................................................................................................10Comissão de Valores Mobiliários .........................................................................10Banco Central do Brasil ........................................................................................ 11

III – AÇÕES ..........................................................................................................12O que são? .............................................................................................................12Recomendadas para quem? ...................................................................................12Vantagens ..............................................................................................................13Riscos ....................................................................................................................14Modalidades ..........................................................................................................15Compra de ações ...................................................................................................15Fundos de ações ....................................................................................................15Clubes de investimento .........................................................................................16ETFs ......................................................................................................................16Como investir ........................................................................................................17Perguntas frequentes – Ações ...............................................................................20

IV – TESOURO DIRETO ...................................................................................23O que é? ................................................................................................................23Recomendado para quem? ....................................................................................23Vantagens ..............................................................................................................24Riscos ....................................................................................................................24Modalidades ..........................................................................................................25Prefixada ...............................................................................................................25Pós-fixada ..............................................................................................................27Como investir ........................................................................................................29Perguntas frequentes – Tesouro Direto .................................................................30

V – ETFS ..............................................................................................................33O que são? .............................................................................................................33Recomendados para quem? ...................................................................................33Vantagens ..............................................................................................................34Riscos ....................................................................................................................35Modalidades ..........................................................................................................36Como investir ........................................................................................................38Perguntas frequentes – ETF ..................................................................................41

VI – FUNDOS IMOBILIÁRIOS ..........................................................................44O que são? .............................................................................................................44Recomendados para quem? ...................................................................................44Vantagens ..............................................................................................................46Riscos ....................................................................................................................47Modalidades ..........................................................................................................47Como investir ........................................................................................................49Perguntas frequentes – Fundos imobiliários .........................................................53

PERGUNTAS FREQUENTES – GENÉRICO ..........................................................56

GLOSSÁRIO ........................................................................................................62

SITES ÚTEIS........................................................................................................85

Guia prático para o mercado brasileiro | 5

APRESENTAÇÃO

O mercado de capitais brasileiro está entre os mais sofisticados do mundo. Em razão do esforço conjunto dos investidores, da BM&FBOVESPA, das empresas e do governo, vivemos hoje uma

realidade completamente distinta que experimentávamos em um passado recente. A estabilização econômica conquistada pelo país e a abertura para o capital estrangeiro levaram o mercado de financiamento de longo prazo para as empresas a experimentar uma fase excepcional de desenvolvimen-to, possivelmente uma das mais importantes de nossa história econômica.

Esta nova conjuntura, por permitir que o Brasil passasse a praticar taxas de juro menores, colocou nossos investidores frente a um cenário di-ferente. Como ocorre em economias desenvolvidas, é preciso agora voltar a atenção para um horizonte mais amplo do que o da renda fixa, considerar outras modalidades de aplicações e lidar com prazos maiores.

Essas novas oportunidades, por serem mais sofisticadas e atenderem a diversos objetivos e perfis, exigem um pouco mais de estudo e reflexões. E é justamente esse o objetivo deste guia exclusivo: apresentar, de forma clara e prática, as principais opções existentes hoje para o investidor brasileiro.

Depois de uma breve reflexão sobre o que significa deixar de consumir hoje e investir pensando no futuro, apresentamos um “quem é quem”, para esclarecer o papel de cada um dos atores do mercado de capitais: investi-dores, bolsas, corretoras e reguladores. A seguir, dedicamos capítulos espe-cíficos para quatro modalidades disponíveis para aplicação: ações, Tesouro Direto, fundos de índice (ETFs) e fundos imobiliários. Certamente, uma de-las vai servir para você.

Boa leitura.

6 | Para Que, Onde e Como Investir

PARA QUE INVESTIRI

A qualidade de vida no Brasil vem melhorando nas últimas décadas. A maioria da população do país pertence hoje à classe média, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse dado indica que existe agora uma melhor distribuição da renda. Além disso, os avanços em vários setores – saúde, educação, infraestrutura etc. – têm aumentado a lon-gevidade. Quem nascia no Brasil na década de 1940 tinha uma esperança de vida de cerca de quarenta anos.

Compare com o quadro abaixo e confira a melhora constante que está ocorrendo.

Guia prático para o mercado brasileiro | 7

Ainda que existam muitos desafios pela frente, temos, de fato, o que comemorar. Essas são ótimas notícias e nos fazem imaginar que os brasilei-ros vão passar mais tempo trabalhando, se divertindo, viajando etc. Portan-to, está na hora de começar a olhar o futuro com mais atenção.

Pensar com esse novo horizonte é um exercício que pode ser uma no-vidade para muitas pessoas. Afinal, instintivamente tendemos a atender nossas necessidades imediatas, saciar nossas vontades. Programar o futuro significa considerar “O Valor do Amanhã”, que é justamente o nome de um livro do economista Eduardo Giannetti. Nessa obra, ele desenvolve o conceito de “trocas intertemporais”, isto é, a ideia de que vivemos nego-ciando entre o presente e o futuro. Seja no final de uma refeição, quando, em nome da saúde ou da estética, renunciamos ao doce; ou nas ocasiões em que controlamos o impulso de compra, para honrar o compromisso pessoal de poupar. Estamos sempre ou abrindo mão de um prazer imediato, para desfrute posterior; ou usufruindo agora, pensando em pagar a conta no fu-turo (“recomeço o regime na segunda-feira” ou “poupo em dobro no mês que vem”).

Está no âmbito do nosso livre-arbítrio escolher se queremos viver em uma posição credora, “sacrifício agora, benefício futuro”; ou devedora, “vi-ver agora, pagar depois”. As duas posturas são racionais e perfeitamente legítimas, desde que observados certos limites. Existe, claro, o risco de ex-cesso nas duas situações. Giannetti relata o caso de esquilos que pesam cen-tenas de gramas e chegam a acumular reservas de alimentos de 25kg. Por outro lado, há países que vivem verdadeiras epidemias de obesidade. Um é formiga demais, enquanto o outro é cigarra demais, se nos lembrarmos da fábula atribuída a Esopo.

Planejar os investimentos tem a mesma lógica dessas trocas intertem-porais. Exige abrir mão de algo agora, com vista no benefício posterior. A experiência mostra que, se racionalizarmos e definirmos objetivos claros, tende a ser mais fácil mediar esse verdadeiro embate entre presente e futu-ro, que ocorre nas nossas entranhas na hora de tomar uma decisão de re-núncia em nome de um projeto. Todo mundo tem um sonho. Para alcançá--lo, é necessário escolher e dirigir os esforços na sua direção.

Enfim, para que investir? Para viver melhor, realizar planos, propor-cionar experiências diferentes para a família, conquistar tranquilidade...

Você decide.

8 | Para Que, Onde e Como Investir

QUEM É QUEMII

Investidores

Investidores pessoas físicas

São os indivíduos que têm recursos excedentes e decidem abrir mão do consumo imediato em busca de uma recompensa futura. Seus capitais vão financiar as iniciativas de outros agentes econômicos, que precisam de montantes além de suas posses e estão dispostos a pagar um prêmio para tomá-los emprestados. Essa poupança das famílias é essencial para o plane-jamento de longo prazo e o bom funcionamento da economia.

Investidores institucionais

São os fundos de pensão, fundos de investimento e outros tipos de fundos que reúnem os recursos de cotistas e orientam suas aplicações em função dos estatutos das instituições a que pertencem.

Bolsas

Bolsas de valores

As bolsas representam um ambiente que oferece as condições e os sis-temas necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores mobiliários, e de outros ativos, de forma transparente. São ainda responsáveis por fiscalizar os serviços prestados por seus interme-diários, facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas

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e sobre os negócios que se realizam sob seu controle. Além disso, as bolsas propiciam liquidez às aplicações de médio e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários.

É por meio das bolsas que se pode viabilizar um importante objetivo: canalizar parte da poupança popular para investir em empresas em fase de expansão, que, diante desse apoio, poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento.

BM&FBOVESPA S.A.

A BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros está entre as maiores bolsas do mundo em termos de valor de mercado e é líder na América Latina.

Como principal instituição brasileira de intermediação para operações no mercado de capitais, a companhia desenvolve, implanta e provê sistemas para negociação de ações, derivativos, títulos de renda fixa, dólar a vista e commodities.

Por meio de suas plataformas, realiza o registro, a compensação e a liquidação de ativos e valores mobiliários negociados em seus ambientes, assim como a listagem de ações e de outros ativos. Atua também como de-positária central dos ativos negociados em seus pregões, além de licenciar softwares e índices.

Faz ainda o controle e o gerenciamento de riscos das operações no pla-no do investidor final e possui uma robusta estrutura de câmaras de com-pensação (clearings), de maneira a assegurar o funcionamento eficiente de seus mercados.

Única bolsa de valores, mercadorias e futuros em operação no Brasil, a BM&FBOVESPA exerce o papel de fomentar o mercado de capitais brasi-leiro por intermédio de inovações e desenvolvimento de produtos, além de programas de educação e popularização de seus serviços. Também gerencia investimentos sociais, com foco no desenvolvimento de comunidades que se relacionam com seu universo.

Criada em 2008 com a fusão da BM&F e da Bovespa, é uma sociedade de capital aberto, cujas ações (BVMF3) são negociadas no Novo Mercado — segmento em que as empresas assumem compromissos de melhores prá-ticas de governança corporativa — e integra os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX e Itag, entre outros.

Sediada na cidade de São Paulo, a BM&FBOVESPA possui escritório de representação nos Estados Unidos (Nova York), no Reino Unido (Lon-dres) e na China (Xangai), para oferecer suporte aos participantes daqueles

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mercados nas atividades com os clientes estrangeiros e no relacionamento com os órgãos reguladores, além de divulgar seus produtos a potenciais investidores.

Corretoras

As corretoras são aliadas fundamentais dos investidores. Represen-tam um recurso e um apoio sempre à disposição de seus clientes. Veja os serviços que elas prestam:

• Ajudam a escolher ações e outros títulos de acordo com o objetivo finan-ceiro do investidor e intermedeiam as operações de compra e venda dos papéis.

• Dão o suporte necessário para seus clientes entenderem o funcionamen-to da Bolsa.

• Identificam o perfil de investidor (quais investimentos se adequam me-lhor às suas preferencias pessoais) e sugerem aplicações adequadas.

• Fornecem serviços facilitadores como o Home Broker (investimento via Internet), relatórios de recomendação de ações, informativos etc.

• Mantêm um corpo de assessores especializados, dedicados exclusiva-mente a acompanhar os mercados.

• Informam sobre novos produtos para que os clientes estejam sempre atualizados sobre as oportunidades de investimento e diversificação de seus portfólios.

• Comunicam o recebimento de dividendos e outros bônus que as empre-sas distribuem aos acionistas.

Todas as corretoras precisam ser credenciadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Bolsa para estarem habilitadas a negociar valores mobiliários em pregão. Além disso, são mo-nitoradas pela BM&FBOVESPA Supervisão de Mercado (BSM).

Reguladores

Comissão de Valores Mobiliários

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, que exerce atividade de fiscalização e normatiza-ção do mercado de valores mobiliários, de modo a assegurar o exercício de práticas equitativas e coibir qualquer tipo de irregularidade. Além disso,

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elabora estudos e pesquisas dos quais obtém elementos necessários à defi-nição de políticas e iniciativas capazes de promover o desenvolvimento do mercado.

No exercício de suas atribuições, a Comissão de Valores Mobiliários poderá examinar registros contábeis, livros e documentos de pessoas e/ou empresas sujeitas à sua fiscalização, intimá-las a prestar declarações ou es-clarecimentos sob pena de multa; requisitar informações de órgãos públi-cos, outras autarquias e empresas públicas; determinar às companhias aber-tas a republicação de demonstrações financeiras e dados diversos; apurar infrações mediante inquéritos administrativos e aplicar penalidades.

Banco Central do Brasil

Órgão federal que executa a política monetária do governo, admi-nistra as reservas internacionais do Brasil e fiscaliza o Sistema Financeiro Nacional.

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AÇÕESIII O que são?

As ações são a melhor forma para quem quer se tornar sócio de uma empresa, pois representam uma fração do capital de uma companhia. Nor-malmente, elas são negociadas na Bolsa, que representa o centro de negocia-ção eletrônica possibilitando a troca de propriedade entre investidores. Se o negócio prosperar, o lucro tende a aumentar, com reflexo positivo na cotação das ações, o que poderá se traduzir em boa rentabilidade para os investidores.

Pontos positivos:• Alternativa de investimento para formação de patrimônio• Facilidade de negociação através do uso de Home Broker• Participação do lucro via recebimento de dividendos• Transparência de preços

Recomendadas para quem?

Ações são indicadas para quem quer investir em renda variável: está disposto a correr mais risco em busca de maior rentabilidade no longo prazo.

No mercado acionário, participam tanto os investidores iniciantes, como os profissionais experimentados.

Para quem está começando, é possível entrar aos poucos e optar por ações menos voláteis, isto é, com menor potencial de variação nos preços. Essas ações mais conservadoras costumam ser boas pagadoras de dividen-do, que nada mais é do que a distribuição do lucro da empresa para os acionistas. Assim, se o desempenho da companhia permitir, os detentores de suas ações recebem pagamentos regulares.

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Por outro lado, existe outra categoria de ações, com alto potencial de crescimento — e maior possibilidade variação nos preços —, que é a opção indicada para quem já tem experiência e aceita correr mais riscos, em busca de maior rentabilidade. Como essas empresas normalmente estão em fase de expansão, não costumam distribuir os lucros, pois optam por reinvesti--los no negócio.

Há alguns caminhos para entrar na Bolsa: compra direta de ações, fun-dos de ações, clubes de investimento e fundos ETF. O investidor pode optar entre essas grandes categorias “dividendos” e “valorização” em qualquer um deles.

Vantagens

• Potencial de rentabilidade. As ações são um tipo de investimento que propiciam, no médio e longo prazos, maior potencial de rentabilidade. As estatísticas demonstram que o mercado acionário, historicamente, tem se mostrado um dos mais rentáveis, mas de maior risco, quando comparado com outras alternativas de aplicação.

• Liquidez. Com sessões de venda diárias e grande volume de negócios, o mercado acionário permite entrada e saída, parcial ou total, constan-te dos investidores. Claro que não se pode esquecer que as variações de preço nem sempre favorecem o resgate na hora em que o aplicador eventualmente precise. Vale lembrar também que o crédito e o débito dos valores na conta do investidor ocorrem três dias depois de fechada a operação (o chamado D+3).

• Diversificação. A recomendação dos especialistas é de que o investidor de ações não coloque todos ovos numa cesta só. Via de regra, recomen-dam carteiras de investimento com uma mescla entre aplicações entre os vários setores de nossa economia.

• Transparência. O investidor sabe a qualquer hora quanto valem seus ativos. Em outros investimentos, como imóveis, nem sempre é possível determinar imediatamente o preço com exatidão.

• Eficiência tributária. O Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos da aplicação em ações é cobrado apenas na saída do investimento e só exis-te se as vendas do mês forem maiores do que R$20 mil (neste caso, são cobrados 15% sobre o ganho, medido pela diferença entre o valor apli-

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cado e o resgatado). Nos fundos de renda fixa, por outro lado, o IR é cobrado semestralmente. Note que como o IR permanece mais tempo em poder do investidor, o montante não recolhido continua a integrar o portfólio e, portanto, potencialmente a render.

• Acessibilidade. Não é preciso muito para entrar na Bolsa, pois é possível comprar ações de forma gradual.

Riscos

As ações estão na classe de investimentos chamada renda variável, característica por apresentar mais variação no valor aplicado e maior poten-cial de rentabilidade. Só deve ser procurada por quem dispõe de:

• Recursos para ficar aplicados no longo prazo.• Tolerância a variações no valor da aplicação.

Quem investe na Bolsa, na prática, corre o risco de ser dono de um negócio. Afinal, como destacamos acima, quando compramos ações de uma empresa, viramos sócio. E todo mundo já viu empresas que se saem bem e outras que nem tanto. Aí é que entra o cuidado na hora de escolher qual comprar. Ainda que não vá assumir o controle (pelo menos por enquanto, no futuro ninguém sabe...), só entre em um negócio que você confie e, sobre-tudo, acredite que continuará a ter sucesso no futuro.

Além de fazer a lição de casa, estudando a companhia e o setor em que ela atua, ouça os profissionais antes de escolher. Não existe certeza de resul-tado. Pode surgir um concorrente que ameace o sucesso da sua empresa ou ocorrerem alterações na conjuntura política ou econômica. Uma crise finan-ceira de proporções mundiais como a de 2008-2009, ou conflitos políticos locais ou internacionais, acabam tendo reflexo não só no seu negócio, mas em todas as companhias.

Portanto, é sempre válida a sabedoria de carregar os ovos em várias cestas. Você pode dividir os recursos entre diversos setores: petróleo, side-rurgia, lojas de varejo, empresas financeiras, empresas imobiliárias e ainda outros segmentos. Um problema em um ramo de atividade, não obriga-toriamente atingiria outro. Na média, uma baixa em um setor poderia ser suavizada por uma alta em outro, no qual você também estaria.

Além do mais, essa estratégia de dividir os recursos, a chamada diver-sificação, pode e deve ser ampliada em termos de tipos de investimentos, combinando aplicações mais arrojadas com outras mais conservadoras.

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Portanto, para memorizar: a diversificação dentro do mercado de ações e entre categorias de investimento é o remédio que tende a ser mais eficiente para diminuir os riscos.

Modalidades

O mercado acionário tem várias portas. Cada uma delas tem uma ca-racterística. Uma vai atender às suas necessidades.

Compra de ações

É a forma mais tradicional de entrar na Bolsa. Quando compra a ação de uma empresa, você deposita um voto de confiança nos executivos res-ponsáveis pelo negócio. Com tudo de bom e de desafiante que a condição de proprietário representa. Se sua escolha tiver sido correta, a companhia pode prosperar, crescer e, o que é o objetivo de todos acionistas, passar a distribuir os lucros para os seus sócios e ter seu valor de mercado aumen-tado. Quando pensar em comprar uma ação, lembre-se sempre da máxima consagrada por investidores experientes: nunca participe de um negócio que você não conhece ou não entende como ganha dinheiro.

Pontos positivos:• Você pode comprar ou vender quantas e quais ações quiser, quando qui-

ser.• Você pode alugar suas ações e ter um rendimento extra.• Você receberá dividendos (se a empresa tiver lucro).

Fundos de ações

Como em todos os fundos de investimento, os de ações são um con-domínio em que os investidores delegam a um profissional a função de escolher onde investir. Caberá ao gestor selecionar as empresas que inte-grarão a carteira de investimentos. Cada fundo tem uma característica pró-pria, definida quando foi constituído. Assim, dentro da categoria fundo de ações, existem tipos diferentes, em função de seus objetivos: os que buscam superar os índices da Bolsa (como o Ibovespa), os que se concentram em empresas que distribuem os lucros (na forma de dividendos) para os donos, isto é, para os acionistas etc. Estas metas dos fundos estão claramente expli-cadas na seção Política de Investimento dos prospectos explicativos que os responsáveis publicam.

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Pontos positivos:• É uma forma cômoda de investir em um conjunto de ações escolhidas

por um gestor especializado, contratado pela instituição financeira res-ponsável pelo fundo de investimento.

• Você pode pesquisar os objetivos e as taxas de um fundo e escolher aque-le que melhor se encaixe melhor nos seus objetivos financeiros.

• É possível investir em fundos por meio do seu banco ou corretora.

Clubes de investimento

São formados por grupos de pessoas, sejam amigos, parentes, colegas de trabalho etc., que partilham de um mesmo objetivo e decidem aplicar cole-tivamente. Para criar um clube de investimento, procure uma corretora, que cuidará de todos os documentos, registros legais e da sua gestão. Ela vai orientá-lo também na concepção do estatuto social, ou seja, o regulamento com as normas e leis que devem ser seguidas pelos associados.

Pontos positivos:• Você consegue investir em ações, mesmo com pouco dinheiro.• Você pode opinar nas assembleias do clube.• Além de você, outros membros do clube pagarão os custos de adminis-

tração, tornando o investimento mais acessível.• Você pode deixar o clube quando quiser, desde que respeite o estatuto.

ETFs

Os Exchange Traded Funds (ETFs, sigla usada internacionalmente) são fundos que têm por objetivo acompanhar a variação de índices específi-cos da Bolsa. Por isso, também podem ser chamados de fundos de índices. São uma modalidade de investimento em bolsa tão atraente, que merece-ram um capítulo exclusivo nesta publicação.

Pontos positivos:• O investimento inicial pode ser pequeno (cerca de R$200,00).• Os riscos são menores se comparados a investir diretamente em uma

ação, pois você vai diversificar o investimento e comprar ações de várias empresas ao mesmo tempo.

Você pode negociar ou alugar suas cotas de fundos de índices como se fossem ações.

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Como investir

Defina um objetivoA pergunta que você deve se colocar é simples: “O que pretendo fazer

com o produto do meu investimento e quanto tempo tenho para que ele renda? Estou disposto a esperar?”

Vamos ser francos, conforme discutimos no capítulo “Para que inves-tir”, poupar e aplicar supõem renúncia. É a pura verdade: significa que você está adiando o usufruto imediato do seu dinheiro, em busca ganhos no fu-turo. A maior parte das pessoas já passou pela experiência de conter um ím-peto de consumo para, posteriormente, ser contemplada com o resultado. Ficamos orgulhosos e nos sentimos recompensados. Por isso, defina uma meta e batize o seu investimento: “Meu Apartamento”, “Meu Carro Novo”, “A Viagem que Sempre Planejei”, “Minha Aposentadoria” ou “Os Estudos do Meu Filho”. Fica mais fácil quando nos lembramos por que estamos nos esforçando.

Calcule a sua disponibilidadeQuanto você pode investir? Para começar a aplicar em ações não é

preciso muito. O valor varia com a modalidade. Por exemplo, com cerca de R$200 é possível entrar em um ETF. Para ajudá-lo a decidir por onde entrar na Bolsa, conte com a sua grande aliada no mercado acionário: a corretora. Ela vai oferecer sugestões, além de viabilizar as suas transações (veja mais abaixo como escolher uma instituição).

Quando estiver calculando suas disponibilidades, lembre-se que, as-sim como ocorre em outras aplicações que você faz no seu banco, as correto-ras precisam cobrar taxas para manter seus investimentos (taxa de custódia) e, normalmente, pelas movimentações que você faz na sua carteira (taxa de corretagem).

Na hora de calcular o valor final a ser investido em um ETF ou em ações, considere todos os fatores:

1. O preço do ativo escolhido, multiplicado pelo número de cotas ou ações. 2. Taxa de corretagem da sua corretora.3. Emolumentos da BM&FBOVESPA, que são um percentual fixo: 0,0345%.

Esses custos ocorrem por ocasião de compra ou venda. Lembre-se da taxa mensal, a custódia. Cabe a você fazer as contas para saber se as taxas cobradas vão pesar no seu investimento. Por exemplo: se investir R$200 em uma ação e sua corretora cobrar R$10 de taxa de custódia (para este exem-

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plo, não vamos somar a corretagem), você vai precisar de um rendimento superior a R$10 todos os meses para o investimento compensar. É muito difícil obter uma rentabilidade como essa (mais de 5% ao mês) com apenas R$200, não é mesmo?

Se você optar pelos fundos de ações ou por clubes de investimentos, os valores vão depender de cada caso.

Escolha a corretora

A corretora vai ser seu braço direito, responsável pelo aconselhamento e execução das ordens de compra e venda. Além disso, você pode contar com ela para:• Dar o suporte necessário para entender o funcionamento do mercado.• Ajudá-lo a descobrir qual é o seu perfil de investidor (quais investimen-

tos se adequam melhor às suas características pessoais).• Fornecer serviços para facilitar e agilizar as operações, como o Home

Broker (investimento via Internet) etc.

As corretoras costumam ser especializadas e preparam pacotes para atender diferentes tipos de clientes. Naturalmente, os custos variam com a quantidade de serviços que oferecem. Consulte, no site da Bolsa, a lista de corretoras que estão no mercado. Na hora de compará-las, pense no seguinte:

• Como você quer interagir (telefone, Internet ou contato pessoal)? Quan-to mais personalizado, mais caro o atendimento tende a ser.

• Quais serviços você terá para ajudá-lo a decidir (relatórios, calculadoras, bate-papo pela Internet (chat), vídeos, conversa com um consultor etc.)?

• Qual é o montante das taxas (corretagem e custódia)? É importante com-parar. Algumas corretoras não cobram taxa de corretagem. Outras pe-dem cerca de R$10 por operação de até R$10 mil, por exemplo. Algumas oferecem pacotes especiais para estudantes universitários. Outras dão descontos se você ultrapassar um limite mínimo de operações.

Todas as corretoras listadas no site da Bolsa são autorizadas pelo Ban-co Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ampla-mente monitoradas pela BM&FBOVESPA Supervisão de Mercado (BSM). Es-sas salvaguardas garantem a tranquilidade dos investidores e fazem com que o mercado brasileiro ofereça um ambiente de negociação seguro para os investidores.

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Abra sua conta na corretoraContratar a sua corretora é simples. 1. Preencha o cadastro (semelhante à abertura de uma conta em um banco).2. Apresente os documentos (cópias de CPF, RG e comprovante de resi-

dência).3. Assine o termo de adesão e o contrato de intermediação.

Escolha a modalidade Converse com seu corretor qual modalidade se adequa melhor às suas

preferências. Procure explorar todas as possibilidades que cada uma delas oferece. Nessa hora, tanto você quanto sua corretora vão ter um papel fun-damental.

Orientação da corretoraAs corretoras contam com especialistas que acompanham as empre-

sas, os setores da economia e o momento do mercado e fazem análises. A partir dessa avaliação, recomendam estratégias de investimento. Procure sempre conhecer a opinião da sua corretora.

Aproveite sua experiência A ideia de aliar o lado consumidor ao investidor é adotada pelos nor-

te-americanos há algum tempo. Isso significa aproveitar as informações que você recebe no quotidiano para perceber oportunidades de investimento. Elas podem estar no mercado em que você faz compras, no posto de com-bustível, na empresa que distribui energia elétrica na sua casa ou nos pro-dutos e serviços que você consome e nota que as vendas vêm crescendo. Mas, lembre-se, estes são apenas alguns dos setores da economia que estão na Bolsa, há outros, que não fazem parte do seu dia a dia, cujas ações podem ser compradas.

Investigue sempre a companhia antes de decidir. É preciso estudá-la, conhecer suas estratégias, além de analisar as perspectivas de crescimento e o comportamento do mercado em que ela atua. Consulte a seção Empresas Listadas, do site da BM&FBOVESPA, que reúne diversos documentos de cada uma delas. Um é especialmente útil: o “Formulário de Referência”, que traz informações sobre estrutura, estratégias e fatores de risco do negó-cio das companhias.

Chegou a hora. Bons investimentos.

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Perguntas frequentes – Ações

Qual o valor mínimo para investir?

Não é preciso muito dinheiro para investir na Bolsa, pois você pode entrar progressivamente. O mínimo necessário vai depender dos custos. Para valer a pena, eles têm que ficar abaixo da rentabilidade obtida no mer-cado acionário. Como os custos, por sua vez, vão depender do tipo de servi-ço que você gostaria de ter da sua corretora, é necessário analisar cada caso individualmente.

Portanto, fique atento à relação rentabilidade X custo antes de tomar uma decisão de investimento. Além disso, avalie todas as possibilidades à sua disposição.

Como escolho onde investir?

A melhor maneira é verificar em qual caminho de entrada na Bolsa seus objetivos e características se encaixam melhor. São quatro possibilida-des:

1. Compra direta de ações.2. Fundo de ações.3. Clube de investimento.4. ETFs (fundos de índices).

Veja a seção Modalidades para entender os pontos positivos de cada um. A escolha do tipo ideal depende das suas intenções, da sua experiência no mercado, do tempo que você pode dedicar ao acompanhamento dos in-vestimentos e dos seus objetivos.

Guia prático para o mercado brasileiro | 21

Como escolher a corretora?

Escolha pelo tipo de serviço que deseja e pelas taxas cobradas.Na hora de compará-las, pense no seguinte:

• Como você quer interagir (telefone, Internet ou contato pessoal)? Quan-to mais personalizado, mais caro o atendimento tende a ser.

• Quais serviços você terá para ajudá-lo a decidir (relatórios, calculadoras, bate-papo pela Internet (chat), vídeos, conversa com um consultor etc.)?

• Quais são as taxas (corretagem e custódia)?

Consulte o item Escolha a Corretora, da seção Como Investir. Qual é a hora certa para entrar nesse mercado?

O momento ideal é quando você estiver seguro de que entendeu a mecânica básica do mercado acionário. Isto é, que é uma aplicação com ho-rizonte de resgate de médio e longo prazos, que tem bom potencial de ren-tabilidade e, por isso, traz também riscos de flutuação no valor investido.

Qual é a diferença de rentabilidade entre as ações e os títulos públicos?

São classes de investimento diferentes.Os títulos públicos estão na categoria chamada renda fixa, caracteri-

zada por ser mais conservadora, sujeita a menores riscos e oferecer ganhos mais previsíveis e moderados.

As ações são da classe de renda variável: tendem a variar mais que os títulos públicos, são mais arriscadas, mas têm maior potencial de rentabili-dade.

Dadas essas diferenças, a comparação direta não faz muito sentido, pois são categorias indicadas para objetivos diferentes:

• Títulos públicos: manutenção do valor do investimento e ganhos mode-rados.

• Renda variável: maior potencial de ganho, com mais riscos.

22 | Para Que, Onde e Como Investir

É possível saber quanto meu dinheiro vai render ao investir?

Não. Dado o conjunto de fatores que interagem e influenciam a co-tação, é impossível prever a rentabilidade de uma ação: desempenho da empresa, conjuntura político-econômica nacional e internacional, condições do mercado em que a empresa opera, concorrentes etc.

Que taxas são cobradas?

Taxa de custódia e taxa de corretagem, que variam em função da cor-retora escolhida.

Emolumentos da BM&FBOVESPA, valor fixo: 0,0345%.

Quanto receberei de dividendos?

Dividendo é a parte do lucro que as empresas distribuem para seus acionistas. Portanto, o valor só poderá ser conhecido e rateado depois da apuração do lucro de um exercício fiscal (se houver). O estatuto social de uma empresa pode estabelecer o dividendo mínimo a ser distribuído, des-de que não seja inferior a 25% de seu lucro líquido ajustado. Caso não haja previsão no estatuto social, o dividendo obrigatório deve corresponder, no mínimo, à metade do lucro líquido ajustado.

Que riscos corro ao investir?

O risco de ser dono de um negócio. Afinal, quando você compra ações de uma empresa, vira sócio. E todo mundo já viu empresas que se saem bem e outras que nem tanto. Pode surgir um concorrente que ameace o mercado da sua empresa ou ocorrerem alterações na conjuntura política ou econômica que comprometam o ambiente de negócios. Uma crise financeira de proporções mundiais como a de 2008-2009, ou conflitos políticos locais ou internacionais, acabam tendo reflexo não só na sua, mas em todas as em-presas. Para saber mais, consulte a seção Riscos.

Guia prático para o mercado brasileiro | 23

TESOURO DIRETOIV

O que é?

É o programa de venda de títulos do Governo Federal para pessoas físicas. Ao aplicar no Tesouro Direto você empresta recursos para a União. Da mesma forma que o dono de um imóvel recebe uma remuneração pelo aluguel de sua propriedade, o Governo Federal paga juros para usar o seu dinheiro. Por ser uma transação com um “cliente poderoso”, o Tesouro Na-cional, esse é considerado um dos investimentos de menor risco.

Pontos positivos:• Baixo risco• Baixo custo• Previsibilidade

Recomendado para quem?

As aplicações no Tesouro Direto são indicadas para quem busca baixo risco e previsibilidade. Elas integram a classe de investimento conhecida como renda fixa.

Ao entrar no Tesouro Direto, você vai comprar títulos que rendem ju-ros, emitidos pelo Governo Federal. Por isso, são considerados os de menor risco: quem tem a obrigação de honrá-los é o Tesouro Nacional. Os recursos arre-cadados pelo Tesouro Direto servem para financiar as atividades do gover-no, como educação, saúde e infraestrutura.

Note que, quando empresas e bancos emitem esse tipo de título, eles também são chamados de renda fixa. A diferença aqui é ter a União como responsável pelo pagamento das obrigações.

24 | Para Que, Onde e Como Investir

Como existem duas modalidades, o Tesouro Direto permite que investi-dor diversifique suas aplicações, contemplando cenários de alta ou baixa de juros e variação da inflação, com flexibilidade de datas de resgate.

Vantagens

• Baixo risco. Por ser uma aplicação que é honrada pelo Governo Federal, é considerada de baixo risco, quando comparada com outras opções no mercado.

• Baixo custo. Comparadas com outras opções de investimento em renda fixa (como fundos), em geral, as aplicações no Tesouro Direto têm menor custo.

• Previsibilidade. Por ser uma aplicação versátil (compatível com peque-nas e grandes somas, diversos vencimentos e modalidades de pagamen-to variadas), permite que o investidor programe os resgates em função de obrigações futuras.

• Liquidez. Se for preciso, você pode resgatar sua aplicação antes do ven-cimento: o Tesouro Nacional garante a recompra dos títulos todas as quartas-feiras.

• Diversificação. Como existem duas modalidades, o Tesouro Direto permi-te que o investidor diversifique suas aplicações, contemplando cenários de alta ou baixa de juros e variação da inflação.

• Acessibilidade. Com cerca de R$100 já é possível iniciar uma aplicação.• Comodidade. O investidor aplica, acompanha e resgata os recursos pela

Internet.• Vantagem tributária. O Imposto de Renda (IR) só é cobrado no momento

de saída do investimento, ou no recebimento das parcelas semestrais, depende da modalidade. Nos fundos de investimentos de renda fixa, por outro lado, o imposto é recolhido semestralmente, pelo mecanismo co-nhecido como “come-cotas”. Como a parcela do IR permanece na cartei-ra do investidor do Tesouro Direto até o resgate, continua a render juros.

RiscosApesar de o Tesouro Direto ser considerado uma das opções mais se-

guras pelo mercado, é sempre bom lembrar que não existe investimento sem risco. Até mesmo governos podem ser acometidos por episódios de inadimplência.

Existem ainda as incertezas inerentes à modalidade e às suas variações:

Guia prático para o mercado brasileiro | 25

No caso de o investidor esperar até o vencimento:• Pós-fixadas

Nos títulos que seguem a Selic (LFT), se o juro de mercado cair, o in-vestidor receberá menos do que ganharia se tivesse comprado um título prefixado ou até mesmo um juro menor do que a inflação no período.

Nos títulos que combinam inflação e juros prefixados (NTN-Bs), a par-cela de remuneração prefixada, como o próprio nome diz, não muda se o juro de mercado subir, resultando, eventualmente, em uma remuneração menor do que a que seria obtida com um título pós-fixado puro.

• PrefixadasSe o juro de mercado subir ou a inflação for maior do que a projetada

quando o título foi comprado, o investidor resgata um valor menor do que se tivesse investido em um título pós-fixado.

No caso de o investidor resgatar antecipadamente:• Pós-fixadas

Nos títulos que seguem a Selic (LFT), o juro de mercado pode ter caí-do em relação à data do investimento, tendo um resultado menor do que o indicado naquele momento.

Nos títulos que combinam inflação e juros prefixados (NTN-Bs), pode ocorrer uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na hora da aplicação, tanto pelas flutuações na taxa de juro de mercado como pela va-riação da expectativa de inflação dos agentes financeiros.

• PrefixadasPode ocorrer uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na

hora em que investiu, em função da variação da taxa de juro praticada no mercado na hora do saque.

Modalidades

Existem dois tipos: prefixada e pós-fixada.

Prefixada

Nesse tipo de título, a taxa de juros é definida previamente, na hora em que o investimento é feito. Assim, o investidor sabe, desde o início, quando e quanto vai ganhar com a aplicação. As prefixadas são indicadas para quem acredita que a taxa de juros vai cair. Com elas, o investidor garante que vai

26 | Para Que, Onde e Como Investir

receber os juros em vigor no momento da aplicação, se mantiver os recursos até o vencimento. Além disso, pode decidir se quer receber tudo de uma vez no vencimento do título, ou se prefere receber juros semestrais.

Por ter o risco de perda com a inflação e com a eventual flutuação de juros no caso de saída antecipada, as prefixadas, ainda que também sejam aplicações consideradas de pequeno risco, são as mais arrojadas do Tesouro Direto.

As datas de vencimento, assim como as de pagamento dos eventuais juros parciais, são definidas na hora de aplicar, pela escolha do título. Para quem não está habituado, os nomes dos títulos podem soar confusos, uma verdadeira sopa de letras. Mas, com o tempo, todo mundo se acostuma.

Para receber tudo no final do período, invista em Letras do Tesouro Na-cional (LTN).

Vantagens:• Comodidade e economia: uma aplicação e um resgate, sem os custos de

reinvestimento.• Saber exatamente a rentabilidade a ser recebida na data de vencimento.• Maior disponibilidade de vencimentos para a negociação no Tesouro Di-

reto.

Desvantagens:• No caso de alta da inflação, ocorrerá queda no rendimento real (quando

se desconta a perda com a inflação). • No caso de o investidor precisar resgatar antes do vencimento, pode ter

uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na hora em que investiu, em função da variação da taxa de juros praticada no mercado na hora do saque.

Para receber juros semestrais, invista em Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F).

Vantagens:• Garantia de um fluxo de rendimentos periódicos (chamados cupons se-

mestrais).• Saber exatamente a rentabilidade a ser recebida em cada data de venci-

mento.

Guia prático para o mercado brasileiro | 27

Desvantagens:• No caso de alta da inflação, ocorrerá queda no rendimento real. • No caso de o investidor precisar resgatar antes do vencimento, pode ter

uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na hora em que investiu, em função da variação da taxa de juros praticada no mercado na hora do saque.

Pós-fixada

A rentabilidade é definida posteriormente, apenas na hora em que o investimento é resgatado.

Pós-fixadas ligadas aos juros básicosSempre vão acompanhar a taxa de juros básico da economia, a Selic.

São indicadas para quem acredita que a taxa de juros vai subir, ou prefere a segurança de acompanhar sempre a flutuação dos juros, tanto para cima como para baixo. Por sempre seguir os passos da Selic, as pós-fixadas do Tesouro Direto são consideradas as aplicações mais conservadoras. Estes títulos são chamados Letras Financeiras do Tesouro (LFT).

Vantagens:• Garantir uma rentabilidade que acompanha a taxa básica de juros da

economia (Selic).• Comodidade e economia: uma aplicação e um resgate, sem os custos de

reinvestimento.

Desvantagens:• A rentabilidade flutua em função da expectativa de taxa de juros dos

agentes financeiros. Pós-fixadas ligadas à inflação

Neste caso, a remuneração também só será conhecida no resgate e é composta de duas parcelas, uma predefinida (prefixada) na hora de investir e outra pós-fixada, que varia com a inflação, calculada na hora do resgate.

Nesta modalidade, o investidor sabe, desde o início, quando e quanto de juros vai ganhar em termos reais (descontada a perda com a inflação). Por isso, é considerada uma aplicação conservadora, indicada para quem acredita que a taxa de juros vai cair, ou que para quem quer ser proteger de uma eventual subida da inflação.

O investidor pode decidir se quer receber tudo de uma vez na data de

28 | Para Que, Onde e Como Investir

vencimento, ou se prefere receber juros semestrais. A escolha é feita na hora de investir.

Para receber tudo no final do período, invista em Notas do Tesouro Na-cional Principal (NTN-B Principal).

Vantagens:• Comodidade e economia: uma aplicação e um resgate, sem os custos de

reinvestimento. • Se os recursos forem mantidos até o vencimento, saber exatamente o

resultado real do investimento. Isto é, quanto rendeu acima da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, indicador usado pelo Governo Federal para fixar as metas de inflação).

• Previsibilidade e segurança no longo prazo, atributos recomendados para investimentos com objetivos de aposentadoria, compra de casa própria etc.

Desvantagens:• No caso de o investidor precisar resgatar antes do vencimento, pode ter

uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na hora em que aplicou, tanto pelas flutuações na taxa de juro de mercado como pela variação da expectativa de inflação dos agentes financeiros.

Para receber juros semestrais, invista em Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B).

Vantagens:• Garantia de um fluxo de rendimentos periódicos (chamados cupons se-

mestrais).• Se os recursos forem mantidos até o vencimento, saber exatamente o

resultado real do investimento. Isto é, quanto rendeu acima da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, indicador usado pelo Governo Federal para fixar as metas de inflação).

• Previsibilidade e segurança para honrar compromissos periódicos.

Desvantagens:• No caso de o investidor precisar resgatar antes do vencimento, pode ter

uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na hora em que aplicou, tanto pelas flutuações na taxa de juro de mercado como pela variação da expectativa de inflação dos agentes financeiros.

Guia prático para o mercado brasileiro | 29

Como Investir

Como em qualquer decisão de investimento, primeiro trace seu objeti-vo e consulte sua corretora para descobrir a modalidade mais adequada para atingi-lo (veja abaixo como escolher uma instituição autorizada).

Calcule sua disponibilidade de recursos.Verifique quais são os títulos disponíveis.

Escolha com critério uma instituição habilitada: ela será a sua represen-tante frente ao Tesouro Nacional. Essa seleção é importante também por-que, além das tarifas fixas de negociação (0,10% sobre o valor da operação) e custódia (0,30% ao ano sobre o valor dos títulos), existem custos de corre-tagem específicos de cada agente. Confira a classificação das instituições em função das tarifas cobradas.

Preencha o cadastro e envie os documentos.Lembre-se de que quando houver resgate, o agente é o responsável

por recolher o Imposto de Renda sobre o rendimento. A alíquota varia de acordo com o tempo de investimento:

Na lista de instituições habilitadas, você vai notar que algumas são “agente integrado”. São as que têm seus sistemas conectados diretamente aos do Tesouro Direto, o que facilita a vida do investidor: as operações de compra e venda são feitas no próprio site da instituição. Basta seguir as in-formações nas telas do sistema, que variam de acordo com cada instituição.

Se o agente não for integrado, as operações são feitas em duas fases. Primeiro, o investidor escolhe o título que quer comprar ou vender no

site do Tesouro Direto. Ali, informa também qual é o seu agente.Depois, respeitando o prazo estabelecido quando fechou a operação, trans-fere para seu agente os recursos necessários para finalizar a compra. No caso de venda, o crédito do resgate será feito também por intermédio do agente de custódia.

30 | Para Que, Onde e Como Investir

Perguntas frequentesTesouro Direto

Qual o valor mínimo para investir?

Não é preciso muito dinheiro para investir no Tesouro Direto. Com cerca de R$100 você já pode começar.

Como escolho em que título público investir entre tantas alternativas?

A melhor maneira é verificar em qual modalidade do Tesouro Direto seus objetivos e características se encaixam melhor. Existem duas categorias:

1. Títulos prefixados: investidor sabe antecipadamente quanto vai render. 2. Títulos pós-fixados: o valor final só é conhecido na data de resgate, pois,

dependendo do tipo, acompanha a taxa de juros básicos da economia (Selic) ou a inflação (IPCA).

Veja a seção Modalidades para entender os pontos positivos de cada um. A escolha do tipo ideal depende das suas intenções, do tempo que seu dinheiro vai render e dos seus objetivos.

Como escolher a corretora?

Escolha pelo tipo de serviço que deseja e pelas taxas cobradas.Na hora de compará-las, pense no seguinte:

• Como você quer interagir (telefone, Internet ou contato pessoal)? Quan-to mais personalizado, mais caro o atendimento tende a ser.

Guia prático para o mercado brasileiro | 31

• Quais serviços você terá para ajudá-lo a decidir (relatórios, calculadoras, bate-papo pela Internet (chat), vídeos, conversa com um consultor etc.)?

Qual é a taxa de corretagem? Confira a classificação das instituições em função das tarifas cobradas.

Consulte a seção Como Investir.

Qual é a diferença de rentabilidade entre os títulos públicos e as ações?

São classes de investimento diferentes.Os títulos públicos estão na categoria chamada renda fixa, caracteri-

zada por ser mais conservadora, sujeita a menores riscos, e por oferecer ganhos mais previsíveis e moderados.

As ações são da classe de renda variável: tendem a variar mais que os títulos públicos, são mais arriscadas, mas têm maior potencial de rentabili-dade.

Dadas essas diferenças, a comparação direta não faz muito sentido, pois são categorias indicadas para objetivos diferentes:

• Títulos públicos: manutenção do valor do investimento e ganhos mode-rados.

• Renda variável: maior potencial de ganho, com mais riscos.

Que taxas são cobradas?

Taxa de negociação: 0,10% sobre o valor da operação.Taxa BM&FBOVESPA: 0,30% ao ano sobre o valor dos títulos (serviços

de guarda dos títulos e informações sobre a posição do investimento).Taxa agente custodiante: definida pela corretora. Veja o ranking das ins-

tituições segundo o custo.

Ao investir no Tesouro, recebo dividendos como nas ações?

Não. Títulos do Tesouro Direto não têm dividendos. No entanto, se você busca pagamentos regulares, note que há modali-

dades que pagam rendimentos semestrais. Veja quais na seção Modalidades.

32 | Para Que, Onde e Como Investir

Que riscos corro?

O risco de a União não honrar o pagamento, pois até mesmo governos, em situações extremas, podem se tornar inadimplentes. Além disso, exis-tem riscos que dependem tanto da data de resgate, quanto da modalidade.

No caso de o investidor esperar até o vencimento:

• Pós-fixadasNos títulos que seguem a Selic (LFT), se o juro de mercado cair, o in-

vestidor receberá menos do que ganharia se tivesse comprado um título prefixado ou até mesmo um juro menor do que a inflação no período.

Nos títulos que combinam inflação e juros prefixados (NTN-Bs), a par-cela de remuneração prefixada, como o próprio nome diz, não muda se o juro de mercado subir, resultando, eventualmente, em uma remuneração menor do que a que seria obtida com um título pós-fixado puro.

• PrefixadasSe o juro de mercado subir ou a inflação for maior do que a projetada

quando o título foi comprado, o investidor resgata um valor menor do que se tivesse investido em um título pós-fixado.

No caso de o investidor resgatar antecipadamente:

• Pós-fixadasNos títulos que seguem a Selic (LFT), o juro de mercado pode ter caí-

do em relação à data do investimento, tendo um resultado menor do que o indicado naquele momento.

Nos títulos que combinam inflação e juros prefixados (NTN-Bs), pode ocorrer uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na hora da aplicação, tanto pelas flutuações na taxa de juro de mercado como pela va-riação da expectativa de inflação dos agentes financeiros.

• PrefixadasPode ocorrer uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na

hora em que investiu, em função da variação da taxa de juros praticada no mercado na hora do saque.

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ETFSV

O que são?

Os Exchange Traded Funds (ETF, sigla usada internacionalmente) são fundos de investimentos com cotas negociáveis na BM&FBOVESPA, como se fossem ações. Um ETF sempre está ligado a um índice da Bolsa. Sua ren-tabilidade, portanto, acompanha a variação do índice em que está baseado, como o Índice Bovespa ou o Índice Imobiliário. Na hora de aplicar ou res-gatar em um fundo desse tipo, tudo ocorre como se fosse uma compra ou venda de ações.

Pontos positivos:• Baixo custo• Diversificação• Flexibilidade

Recomendados para quem?

Os ETFs são indicados para quem quer investir em renda variável: está disposto a correr mais risco em busca de melhor rentabilidade no longo prazo.

Eles são um bom atalho para entrar na Bolsa, pois são fundos de ações que espelham a composição de um índice de referência. Pense, por exem-plo, no Índice Imobiliário, que acompanha a variação de preço das empre-sas mais representativas do setor. O peso de cada uma delas no mercado está refletido no grau com que participam do índice. Por isso, o indicador funciona como a síntese do desempenho do segmento imobiliário na Bolsa. O gestor do fundo ETF compra e vende ações para replicar a composição e as proporções do índice que deve seguir.

34 | Para Que, Onde e Como Investir

Quando aplica em um ETF, portanto, o investidor passa a deter uma parcela de todas as ações componentes do índice de referência, sem ter de comprar separadamente os papéis de cada empresa. Imagine, na prática, seria muito trabalhoso e mais caro montar e recompor a carteira, com sua diversidade e proporção, a cada mudança periódica de um índice. Além das dificuldades operacionais de tantas transações, o lucro das operações deveria ser apurado e o Imposto de Renda (IR) recolhido a cada reajuste. Nos ETFs isso não ocorre. Por mais que a carteira de referência seja alterada, o investidor não precisa se preocupar, pois o fundo será rearranjado pelo gestor. Além disso, o IR é pago apenas na hora do resgate (a alíquota do im-posto é de 15% sobre o ganho, medido pela diferença entre o valor aplicado e o resgatado).

Por existirem várias modalidades, os ETFs são indicados também para quem deseja rapidamente implantar uma estratégia. Há opções para diver-sificar os investimentos entre vários setores (seguir o Ibovespa, por exem-plo), acompanhar um segmento específico da Bolsa (financeiro, consumo etc.) ou aplicar em empresas com foco em determinadas características (go-vernança corporativa, sustentabilidade etc.). Vantagens

• Baixo custo. Quando comparado com fundos de ações tradicionais, os ETFs costumam ter taxa de administração menor. Ela é debitada propor-cionalmente ao tempo de aplicação: o investidor só será cobrado pelos dias que ficar com as cotas em sua carteira, como nos fundos de ações tradicionais.

• Diversificação. Com apenas uma operação, o investidor de um ETF adqui-re uma cesta de ações e obtém as vantagens da menor variação do valor da aplicação que a diversificação normalmente promove. Afinal, nem todas as ações sobem e descem simultaneamente na mesma velocidade.

• Flexibilidade. É possível aplicar e resgatar gradualmente em um ETF a qualquer hora, como se fosse uma ação. Em muitos fundos de ações tradicionais há exigências de valores mínimos e os horários e as janelas de entrada e saída do investimento são mais restritos. Note que o crédito e o débito dos valores na conta do cotista ocorrem três dias depois de fechada a operação (o chamado D+3), como nas operações normais do mercado acionário.

Guia prático para o mercado brasileiro | 35

• Praticidade. Os ETFs possibilitam que o investidor acompanhe as altera-ções na composição ou proporção de um índice sem ter de comprar ou vender ações.

• Transparência. A qualquer hora é possível saber qual composição do ETF no site BM&FBOVESPA. Muitos fundos de ações publicam a infor-mações sobre a carteira apenas mensalmente.

• Acessibilidade. Com cerca de R$200 já é possível iniciar uma aplicação. Lembre-se que este valor varia, pois o investimento mínimo recomendado em um ETF corresponde ao lote-padrão negociado BM&FBOVESPA, ou seja, 10 (dez) cotas do fundo, multiplicado pelo preço da cota na Bolsa.

Riscos

Os ETFs estão na classe de investimentos chamada renda variável, ca-racterizada por apresentar mais risco de variação no valor aplicado e maior potencial de rentabilidade. Isso indica que é uma aplicação que só deve ser procurada por quem tem disponibilidade de:

• Recursos para ficar aplicados no longo prazo.• Tolerância a variações no valor da aplicação.

Afinal, investir em ETF significa aplicar em um conjunto de ações. Portanto, há semelhanças nos potenciais ganhos e riscos. Você vai se tornar sócio, dono de um pedaço de vários negócios. E a experiência mostra que algumas empresas prosperam e outras não. Para entender um pouco mais sobre o jogo de forças que movimenta o mercado de ações e, portanto, dos ETFs, imagine que a padaria do seu bairro precise de um sócio para expan-dir os negócios. Você se interessa pela oportunidade e descobre que ela faz produtos de qualidade, possui uma boa clientela. E mais, com seu investi-mento ela poderá abrir uma filial no bairro vizinho e progredir ainda mais.

Você, então, decide virar sócio. Mas não se iluda, qualquer sociedade envolve riscos. Por exemplo: se o preço internacional do trigo subir muito, a padaria vai ter de aumentar seus preços, o que pode afugentar a freguesia. O lucro também será comprometido se, em razão de uma tempestade, as instalações forem inundadas e os equipamentos danificados.

Por outro lado, tudo pode ser ainda melhor do que o esperado. A pa-daria poderá crescer, virar uma rede, se valorizar e ainda render bons lucros para você.

36 | Para Que, Onde e Como Investir

Portanto, na hora de pensar nas incertezas de um ETF, lembre-se:

• É preciso conhecer o segmento de atuação do ETF. Quais são as perspec-tivas? Aquele conjunto de empresas tende a prosperar?

• A que riscos específicos aquele setor está submetido? Se houver crise internacional, ele será afetado mais do que outro, que depende mais do mercado interno?

Pelas incertezas do mercado de renda variável, só invista em ETFs pensando no longo prazo. Assim, suas aplicações terão tempo de se recupe-rar de um eventual tropeço. O correto é sempre diversificar entre as classes de investimento (misturar renda fixa e renda variável) e manter uma parte das aplicações em opções de baixo risco, como o Tesouro Direto.

Modalidades

O investidor pode escolher entre vários tipos de ETFs, em função de suas preferências e estratégias. Na página ETFs no site da Bolsa, você en-contra detalhes e documentos de cada um dos fundos.

• ISHARES BOVA CI (BOVA11)Baseados no Ibovespa, que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas ações de empresas que respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro da Bolsa.

• ISHARES BRAX CI (BRAX11)Baseados no Índice Brasil (IBrX 100), que mede o retorno de um investimen-to em uma carteira teórica composta pelas 100 ações mais negociadas na BM&FBOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro.

• ISHARES CSMO CI (CSMO11)Baseados no Índice BM&FBOVESPA de Consumo, que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta por ações de em-presas representativas dos setores de consumo cíclico e não cíclico.

• ISHARES ECOO CI (ECOO11)Baseados no Índice Carbono Eficiente, que mede o retorno de um investimen-to em uma carteira teórica composta por ações de empresas que integram o índice IBX-50 e concordam em participar da iniciativa, adotando práticas transparentes de eficiência de emissão de gases causadores do efeito estufa.

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• ISHARES MILA CI (MILA11).Baseados no Índice BM&FBOVESPA MidLarge Cap, que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta de ações emitidas por empresas com os maiores valores de mercado na Bolsa.

• ISHARES MOBI CI (MOBI11)Baseados no Índice BM&FBOVESPA Imobiliário, que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta por ações emitidas pelas empresas mais representativas na BM&FBOVESPA dos seguintes setores do ramo imobiliário: construção civil, intermediação imobiliária e exploração de imóveis.

• ISHARES SMAL CI (SMAL11)Baseados no Índice BM&FBOVESPA Small Cap, que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas ações emitidas pelas empresas com os menores valores de mercado na Bolsa.

• ISHARES UTIP CI (UTIP11)Baseados no Índice BM&FBOVESPA de Utilidade Pública, que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas ações das empresas representativas do setor de utilidade pública.

• IT NOW IDIV CI (DIVO11)Baseado no Índice Dividendos BM&FBOVESPA, que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas ações das em-presas que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio.

• IT NOW IFNC CI (FIND11)Baseado no Índice BM&FBOVESPA Financeiro, que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta por ações das em-presas representativas dos setores de intermediários financeiros, servi-ços financeiros diversos e previdência e seguros.

• IT NOW IGCT CI (GOVE11)Baseado no Índice de Governança Corporativa – IGCT, que mede o re-torno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas ações das empresas que voluntariamente adotam padrões de governança cor-porativa diferenciados.

38 | Para Que, Onde e Como Investir

• IT NOW IMAT CI (MATB11)Baseado no Índice Materiais Básicos BM&FBOVESPA, que mede o retor-no de um investimento em uma carteira teórica composta por ações de empresas representativas do setor de materiais básicos.

• IT NOW ISE CI (ISUS11)Baseado no Índice BM&FBOVESPA Financeiro, que mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas ações das em-presas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade so-cial e a sustentabilidade empresarial.

• PIBB CI (PIBB11)Baseado no Índice Brasil-50 (IBrX-50), que mede o retorno de um investi-mento em uma carteira teórica composta por cinquenta ações seleciona-das entre as mais negociadas na BM&FBOVESPA em termos de liquidez.

Como investir

Defina um objetivoComece pelas perguntas clássicas: “O que vou fazer com o dinheiro

investido e quanto tempo tenho para que ele renda? Vale a pena? Estou dis-posto a esperar?”. Afinal, qualquer iniciativa de investimento supõe abrir mão de alguma coisa no presente, para obter maiores ganhos no futuro. O mecanismo é o mesmo, seja para amealhar poupança ou renunciar a uma tentação calórica. Com o sucesso, ficamos orgulhosos e nos sentimos re-compensados. Por isso, dê um nome para o seu investimento: “Meu Apar-tamento”, “Meu Carro Novo”, “A Viagem que Sempre Planejei”, “Minha Aposentadoria” ou “Os Estudos do Meu Filho”. Fica mais fácil quando nos lembramos por que estamos nos esforçando.

Calcule a sua disponibilidadePara começar a aplicar em ETFs não é preciso muito, cerca de R$200.

Lembre-se, no entanto, que esse valor varia, pois o investimento mínimo re-comendado em um fundo de índices corresponde ao lote-padrão negociado na BM&FBOVESPA, ou seja, dez cotas do fundo, multiplicado pelo preço da cota na Bolsa. Além disso, considere que, assim como ocorre nas aplicações que você faz no seu banco, as corretoras precisam cobrar taxas para manter seus investimentos em ETFs (taxa de custódia) e, normalmente, pelas mo-vimentações que você faz (taxa de corretagem). É importante comparar os custos. No final, o montante total para aplicar nesses fundos depende de:

Guia prático para o mercado brasileiro | 39

1. Valor da cota do ETF escolhido, multiplicado pelo número de cotas.2. Taxa de corretagem da sua corretora. As despesas com a taxa de admi-

nistração do fundo, assim como proventos (juros ou dividendos pagos pelas empresas), já estão incorporadas nas cotas.

3. Emolumentos da BM&FBOVESPA, que são um percentual fixo: 0,0345%.

Esses custos ocorrem por ocasião da compra ou venda. Lembre-se da taxa mensal, a custódia. Cabe a você fazer as contas para saber se as taxas cobradas vão pesar no seu investimento. Por exemplo: se investir R$200 em um ETF e sua corretora cobrar R$10 de taxa de custódia (para este exemplo, não vamos somar a corretagem), você vai precisar de um rendimento superior a R$10 to-dos os meses para o investimento compensar. É muito difícil obter uma rentabi-lidade como essa (mais de 5% ao mês) com apenas R$200, não é mesmo?

Escolha a corretoraA corretora vai ser seu braço direito, responsável por aconselhamento

e execução das ordens de compra e venda. Além disso, você pode contar com ela para:

• Dar o suporte necessário para entender o funcionamento do mercado.• Ajudar a definir seu perfil de investidor (quais investimentos se ade-

quam melhor às suas preferencias pessoais).• Fornecer serviços para facilitar e agilizar as operações, como o Home

Broker (investimento via Internet) etc.

As corretoras costumam ser especializadas e preparam pacotes para atender diferentes tipos de clientes. Como seria de se esperar, os custos va-riam com a quantidade de serviços que oferecem. Consulte lista de correto-ras que estão no mercado. Na hora de compará-las, pense no seguinte:

• Como você quer interagir (telefone, Internet ou contato pessoal)? Quan-to mais personalizado, mais caro o atendimento tende a ser.

• Quais serviços você terá para ajudá-lo a decidir (relatórios, calculadoras, bate-papo pela Internet (chat), vídeos, conversa com um consultor etc.)?

• Quais são as taxas (corretagem e custódia)? É importante comparar. Al-gumas corretoras não cobram taxa de corretagem. Outras pedem cerca de R$10 por operação de até R$10 mil, por exemplo. Algumas oferecem pacotes especiais para estudantes universitários. Outras dão descontos se você ultrapassar um limite mínimo de operações.

40 | Para Que, Onde e Como Investir

Todas as corretoras listadas no site da Bolsa são autorizadas pelo Ban-co Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de am-plamente monitoradas pela BM&FBOVESPA Supervisão de Mercado (BSM). Essas salvaguardas garantem a tranquilidade dos investidores e fazem com que o mercado brasileiro ofereça aos investidores um ambiente seguro de negociação.

Abra sua conta na corretoraContratar a sua corretora é simples.

1. Preencha o cadastro (semelhante à abertura de uma conta em um banco).2. Apresente os documentos (cópias de CPF, RG e comprovante de resi-

dência).3. Assine o termo de adesão e o contrato de intermediação.

Escolha o ETF Na hora de escolher, tanto você quanto sua corretora vão ter um papel

fundamental.

Orientação da corretoraAs corretoras contam com especialistas que acompanham as empre-

sas, os setores da economia e o momento do mercado e fazem análises. A partir dessa avaliação, recomendam estratégias de investimento. Procure sempre conhecer a opinião de sua corretora.

Aproveite a sua experiênciaA ideia de aliar o lado consumidor ao investidor é adotada pelos nor-

te-americanos há algum tempo. Isso significa aproveitar as informações que você obtém no quotidiano para perceber oportunidades de investimen-to. Elas podem estar no mercado em que você faz compras, no posto de combustível, na empresa que distribui energia elétrica na sua casa ou nos produtos e serviços que você consome e nota que as vendas vêm crescen-do. Prestando atenção, acabamos percebendo que há setores da economia que oferecem perspectivas melhores do que outros. Muito provavelmente, aquele que você identificar como promissor estará representeado na família de ETFs.

Bons investimentos.

Guia prático para o mercado brasileiro | 41

Perguntas frequentes – ETFs

Qual o valor mínimo para investir?

Não é preciso muito dinheiro para investir em ETFs, cerca de R$200. Mas note que, assim como ocorre em outras aplicações que você faz no seu banco, as corretoras precisam cobrar taxas para manter seus investimentos em ETFs (taxa de custódia) e, normalmente, pelas movimentações que você faz (taxa de corretagem). Esses preços variam com o tipo de atendimento (quanto mais personalizado, mais caro) e com os serviços que são prestados. O mínimo necessário para aplicar, no final, depende dos custos que você pa-gar. Para valer a pena, eles têm de ficar abaixo da rentabilidade que você tiver no investimento. Como os custos, por sua vez, vão depender do tipo de serviço que você receberá, é necessário analisar cada caso individualmente.

Portanto, fique atento na relação rentabilidade X custo antes de tomar uma decisão de investimento.

Como escolho em que modalidade investir?

A melhor maneira é verificar em qual ETF seus objetivos e sua estraté-gia se encaixam melhor. Veja a seção Modalidades para conhecer as opções. A escolha do tipo ideal depende das suas intenções, de sua experiência no mercado, do tempo que você pode dedicar ao acompanhamento dos inves-timentos e dos seus objetivos.

Como escolher a corretora?

Escolha pelo tipo de serviço que deseja e pelas taxas cobradas.Na hora de compará-las, pense no seguinte:

42 | Para Que, Onde e Como Investir

• Como você quer interagir (telefone, Internet ou contato pessoal)? Quan-to mais personalizado, mais caro o atendimento tende a ser.

• Quais serviços você terá para ajudá-lo a decidir (relatórios, calculadoras, bate-papo pela Internet (chat), vídeos, conversa com um consultor etc.)?

• Quais são as taxas (corretagem e custódia)?

Consulte a seção Como investir. Qual é a hora certa para entrar nesse mercado?

O momento ideal é quando você estiver seguro de que entendeu a mecânica básica do mercado acionário. Isto é, que é uma aplicação com ho-rizonte de resgate de médio e longo prazos, que tem bom potencial de ren-tabilidade e, por isso, traz também riscos de flutuação no valor investido.

Qual é a diferença de rentabilidade entre os ETFs e os títulos públicos?

São classes de investimento diferentes.Os títulos públicos estão na categoria chamada renda fixa, caracteri-

zada por ser mais conservadora, sujeita a menores riscos e oferecer ganhos mais previsíveis e moderados.

Os ETFs são da classe de renda variável: tendem a variar mais que os títulos públicos, são mais arriscados, mas têm maior potencial de rentabili-dade.

Dadas essas diferenças, a comparação direta não faz muito sentido, pois são categorias indicadas para objetivos diferentes:

• Títulos públicos: manutenção do valor do investimento e ganhos mode-rados.

• Renda variável: maior potencial de ganho, com mais riscos.

É possível saber quanto meu dinheiro vai render ao investir?

Não. Dado o conjunto de fatores que interagem e influenciam a cota-ção, é impossível prever a rentabilidade de um ETF: desempenho das em-presas integrantes do índice de referência, conjuntura político-econômica

Guia prático para o mercado brasileiro | 43

nacional e internacional, condições do mercado em que a empresas operam, concorrência etc.

Que taxas são cobradas?

• Taxa de custódia e taxa de corretagem, que variam em função da corre-tora escolhida.

• Emolumentos da BM&FBOVESPA, valor fixo de 0,0345%.Os ETFs pagam dividendos?

Os dividendos pagos pelas empresas integrantes das carteiras dos ETFs são incorporados ao patrimônio dos fundos. Não são distribuídos para os cotistas individualmente. Mas note que o benefício continua sendo do investidor, pois a cota vai refletir o aumento de patrimônio.

Para refrescar sua memória, lembre-se que dividendo é a parte do lucro que as empresas distribuem para seus acionistas. Portanto, são definidos e rateados depois de apurado o lucro de um exercício fiscal. O estatuto social de uma empresa pode estabelecer o dividendo mínimo a ser distribuído, desde que não seja inferior a 25% de seu lucro líquido ajustado. Caso não haja previsão no estatuto social, o dividendo obrigatório deve corresponder, no mínimo, à metade do lucro líquido ajustado.

Que riscos corro?

Os ETFs estão na classe de investimentos chamada renda variável, ca-racterizada por apresentar mais risco de variação no valor aplicado e maior potencial de rentabilidade. Afinal, investir em ETF significa aplicar em um conjunto de ações. Portanto, há semelhanças tanto nos ganhos como nos riscos. Você vai se tornar sócio, dono, de um pedaço de vários negócios. E todo o mundo já viu empresas que se saem bem e outras que nem tanto. Podem surgir concorrentes que ameacem o mercado das suas empresas ou ocorrerem alterações na conjuntura política ou econômica que comprome-tam o ambiente de negócios. Uma crise financeira de proporções mundiais como a de 2008-2009, ou conflitos políticos locais ou internacionais, acabam tendo reflexo em todas as empresas. Consulte a seção Riscos.

44 | Para Que, Onde e Como Investir

FUNDOS IMOBILIÁRIOS

O que são?

São fundos de investimento que fazem aplicações em empreendimen-tos imobiliários, tais como imóveis comerciais, residenciais, rurais ou ur-banos, construídos ou em construção, para posterior alienação, locação ou arrendamento. Os recursos também podem ser direcionados para títulos ligados ao setor, como certificados de recebíveis imobiliários, letras hipo-tecárias, ações de empresas do ramo etc. Os investidores recebem os rendi-mentos gerados pelos ativos do fundo.

São constituídos como condomínios fechados, isto é, não permitem aplicação e resgate a qualquer hora como, por exemplo, os fundos de in-vestimentos de renda fixa e podem ter prazo de duração indeterminado (definido no estatuto). Para sair do investimento, os cotistas, em geral, po-dem vender suas cotas em bolsa ou no mercado de balcão organizado. Este caminho é também o de entrada para os investidores que não participaram da captação inicial de recursos do fundo.

Pontos positivos:• Acessibilidade• Diversificação• Praticidade

Recomendados para quem?

Os fundos imobiliários são indicados para quem quer entrar no mer-cado imobiliário sem ter de:

VI

Guia prático para o mercado brasileiro | 45

• Desembolsar todo o valor normalmente exigido para a compra de um bem dessa natureza.

• Concentrar todos os recursos em um único ativo.• Gerenciar um imóvel (acompanhar as obras, gerir inquilinos, cuidar da

manutenção, pagar impostos etc.).

Além de ser uma opção para diversificar os investimentos, é uma al-ternativa para quem deseja:

• Renda regular: as receitas periódicas geradas pelos imóveis do fundo cos-tumam ser distribuídas para os cotistas.

• Ganhar com a valorização dos imóveis: aumento no preço dos imóveis do fundo normalmente gera valorização das cotas.

Em geral, a rentabilidade desses fundos é muito competitiva, pois contam com isenção de Imposto de Renda na distribuição dos rendimentos para a pessoa física, desde que atendam às seguintes condições:

• O cotista beneficiado tem de ter menos do que 10% das cotas do fundo.• O fundo tem de ter, no mínimo, cinquenta cotistas.• As cotas do fundo têm de ser negociadas exclusivamente em bolsa ou

mercado de balcão organizado.

Atendem também investidores que visam ao médio e longo prazo e não querem ter de reinvestir os recursos a cada vencimento. Por serem fun-dos fechados, existem duas formas de saída:

• Venda das cotas no mercado secundário: na Bolsa, pelo mesmo mecanis-mo de comercialização de ações, ou no mercado de balcão organizado.

• Dissolução do fundo, quando os bens são vendidos e o produto distribu-ído para os cotistas.

Todos os negócios ligados ao mercado imobiliário, rural ou urbano, podem constar da carteira do fundo: construção para venda, aluguel, pa-péis imobiliários (como títulos emitidos por construtores para financiar a obra, ações de empresas do ramo, cotas de outros fundos imobiliários) etc.

Além disso, qualquer tipo de imóvel pode ser negociado: shopping centers, escritórios, hospitais, apartamentos, galpões industriais, centros logísticos etc. Normalmente, os fundos imobiliários têm foco em uma ati-vidade, como, por exemplo, aluguel de lajes comerciais: o administrador

46 | Para Que, Onde e Como Investir

compra imóveis cujas locações passam a ser mensalmente distribuídas aos investidores.

Vantagens

• Acessibilidade. Não é preciso muito para entrar em um fundo imobiliá-rio. Há lançamentos com investimento mínimo de R$1 mil. Além disso, depois de o fundo ser lançado, o investidor em geral pode adquirir cotas no mercado secundário, da mesma forma que compraria uma ação. Por isso, pode participar dos ganhos de grandes empreendimentos sem ter que desembolsar ou dispor de todo o valor.

• Diversificação. Ao entrar em um fundo imobiliário, o investidor passa a ser dono de uma parcela dos bens adquiridos pelos gestores. Esse meca-nismo permite que os recursos sejam empregados em vários imóveis, o que dilui o risco de concentração. Note, no entanto, que há fundos com foco em um único empreendimento.

• Praticidade. Todo o conjunto de tarefas ligadas à administração de um imóvel fica a cargo dos profissionais responsáveis pelo fundo: busca dos imóveis, trâmites de compra e venda, procura de inquilinos, manuten-ção, impostos etc.

• Flexibilidade. Permite que um investidor entre ou saia aos poucos. No caso de necessidade de recursos, não é preciso vender todo o imóvel. Note que, quando negociado na Bolsa, o crédito e o débito dos valores na conta do cotista ocorrem três dias depois de fechada a operação (o chamado D+3), como nas operações normais do mercado acionário.

• Ganho tributário. Os rendimentos das aplicações de pessoas físicas nos fundos imobiliários são isentos de Imposto de Renda (IR), se atendidas algumas condições. É uma grande vantagem frente ao recebimento de aluguel ou ganhos com outros tipos de aplicações. Note que a isenção ocorre apenas sobre a distribuição de rendimentos: recebimentos de alu-guéis, rateio da venda de um imóvel do fundo etc. No caso de o inves-tidor vender suas cotas com lucro no mercado secundário, deve pagar 20% de IR sobre o ganho.

• Transparência. O investidor pode verificar o valor dos seus investimen-tos e se existem interessados em comprar ou vender as cotas a qualquer

Guia prático para o mercado brasileiro | 47

hora. Basta verificar a negociação das cotas na Bolsa. É uma vantagem, pois o dono de um imóvel só apura o valor efetivo de sua propriedade quando a vende. Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) supervisiona o funcionamento do fundo e o cotista pode participar de assembleias para acompanhar a gestão da carteira.

Riscos

Os cotistas de um fundo imobiliário estão submetidos às mesmas in-certezas do proprietário de um imóvel ou de um empreendedor no setor. Várias razões podem contribuir para comprometer os resultados e os riscos podem ser muito diferentes, dependendo da natureza e objetivos do fundo. Veja alguns exemplos:

• Procura abaixo do que a projetada para compra ou aluguel dos imóveis pertencentes ao fundo.

• Valorização das unidades ou rendimentos com aluguéis abaixo do pre-visto.

• Inadimplência de compradores ou locatários dos imóveis. • Crises na conjuntura política ou econômica, tanto no plano nacional

como no internacional, que contaminem o ambiente de negócios.• Dificuldade do emissor de um título de crédito de honrar os compromis-

sos de pagamento de juros.

Existem ainda incertezas ligadas à mecânica específica de funciona-mento dos fundos imobiliários:

• Pode não haver interessados em comprar as cotas no mercado secundá-rio no momento em que o investidor deseja resgatar.

• Risco de gestão: execução das obras, andamento do cronograma etc.

Para entender a que riscos um fundo específico está submetido, leia a seção de fatores de risco no seu prospecto. Esse documento, assim como os outros de publicação obrigatória, podem ser encontrados no site da BM&FBOVESPA. Consulte a lista de fundos.

Modalidades

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) os classi-

48 | Para Que, Onde e Como Investir

ficam apenas como fundos imobiliários. Como um recurso didático para ajudá-lo a compreender o cenário e a escolher o que se adequa melhor aos seus objetivos, podemos dividi-los informalmente em três subcategorias:

• Propósito Renda regular. São aqueles que voltam seus investimentos para ativos que proporcionem rendimentos constantes, como aluguéis, títulos de crédito com pagamento programado de juros etc.Ganho de capital. São fundos que aplicam em empreendimentos com maturação mais longa, que esperam ganhar com a valorização dos ati-vos, como no caso da construção e venda de edifícios etc.Mistos. Mantêm em seu patrimônio uma mescla das categorias acima.

• Tipo de imóvel Há fundos que optam por investir em imóveis específicos: residenciais, comerciais, industriais, escritórios, hospitalares, galpões logísticos etc.

• Tipo de ativoExistem fundos que focam os investimentos em tipos de ativos: imóveis, títulos de renda fixa (certificados de recebíveis imobiliários – CRIs, letras de crédito imobiliário etc.) ou títulos de renda variável (ações de empre-sas do ramo, cotas de outros fundos imobiliários etc.).

Classificar os fundos dessa maneira torna mais fácil adequar a es-colha em função dos seus objetivos. Se você gostaria de ter uma fonte de renda regular, oriente sua seleção pelo propósito do fundo. Se acreditar que as melhores oportunidades estão na área comercial, foque no tipo de imóvel que o fundo investe. Se preferir que o patrimônio do fundo esteja lastreado em imóveis, procure pelo tipo de ativo.

Existem diversos fundos imobiliários, de todos os tipos, comercia-lizados no mercado secundário (na Bolsa). E outros novos são constante-mente lançados. Para conhecer os fundos negociados na Bolsa, consulte a lista atualizada constantemente no site da BM&FBOVESPA. Nela, você encontra links para documentos que descrevem os fundos em detalhes: perfil, prospecto, regulamento e a rentabilidade histórica. Note que, com o código, a sigla com a qual o fundo é negociado na Bolsa, você pode consultar, no próprio site da Bolsa, o andamento da negociação das co-tas durante o pregão: valor, número de negócios fechados, variação do preço etc.

Guia prático para o mercado brasileiro | 49

Como investir

Defina um objetivoA pergunta que você deve se colocar é direta: “Qual é o meu objetivo

com este investimento? Vale esperar?” Afinal, investir supõe alguma renún-cia. É a pura verdade: significa que você está adiando o desfrute imediato do seu dinheiro, para obter maiores ganhos no futuro. Por isso, dê um nome para o seu investimento: “Meu Apartamento”, “Minha renda regular”, “Mi-nha Aposentadoria” ou “Os Estudos do Meu Filho”. Fica mais fácil quando nos lembramos por que estamos nos esforçando. A partir do seu objetivo, procure adequá-lo aos tipos de fundos disponíveis.Calcule a sua disponibilidade

Quanto você pode investir? Para começar a aplicar em fundos imobili-ários não é preciso muito. Alguns fundos foram lançados com investimento mínimo de R$1 mil. E você pode comprar cotas no mercado secundário.

Para ajudá-lo a decidir, conte com a sua grande aliada no mercado: a corretora. Ela vai oferecer sugestões de investimento, avisá-lo sobre perío-dos de captação de novos fundos, além de viabilizar as suas transações (veja mais abaixo como escolher uma instituição).

Se você for adquirir cotas no mercado secundário, tudo ocorre como se fosse a negociação de uma ação. As ordens de compra a venda podem ser dadas pelo próprio site da sua corretora, se ela oferecer o serviço de Home Broker.

Assim como ocorre em outras aplicações que você faz no seu banco, as corretoras precisam cobrar taxas para manter seus investimentos (custódia) e, normalmente, pelas movimentações que você faz na sua carteira (corre-tagem). É importante comparar os custos. Algumas corretoras não cobram taxa de corretagem. Outras pedem cerca de R$10 por operação de até R$10 mil, por exemplo. Algumas oferecem pacotes especiais para estudantes uni-versitários. Outras dão descontos se você fizer mais do que um número mínimo de operações.

Na hora de calcular o valor a ser investido, lembre-se que o montante total para compra de cotas do fundo no mercado secundário depende de:

1. Preço multiplicado pelo número de cotas.2. Taxa de corretagem da sua corretora.3. Emolumentos da BM&FBOVESPA, que são um percentual fixo de 0,0345%.

Esses custos ocorrem por ocasião de compra ou venda. Lembre-se da taxa mensal, a custódia.

50 | Para Que, Onde e Como Investir

Cabe a você fazer as contas para saber se as taxas cobradas vão pesar no seu investimento. Por exemplo: Se investir R$1 mil em um fundo e sua corretora cobrar R$10 de taxa de custódia (para este exemplo, não vamos somar a corretagem), você vai precisar de um rendimento superior a R$10 todos os meses para o investimento compensar. É difícil obter uma rentabi-lidade como essa (mais de 1% ao mês) com apenas R$1 mil?

Escolha a corretoraA corretora vai ser seu braço direito, responsável por aconselhamento

e execução das ordens de compra e venda. Além disso, você pode contar com ela para:• Dar o suporte necessário para entender o funcionamento do mercado.• Ajudá-lo a descobrir qual é o seu perfil de investidor (quais investimen-

tos se adequam melhor às suas preferências pessoais).• Fornecer serviços para facilitar e agilizar as operações, como o Home

Broker (investimento via Internet) etc.

As corretoras costumam ser especializadas e preparam pacotes para atender diferentes tipos de clientes. Claro que os custos variam com a quan-tidade de serviços que oferecem. Consulte lista de corretoras que estão no mercado. Na hora de compará-las, pense no seguinte:

• Como você quer interagir (telefone, Internet ou contato pessoal)? Quan-to mais personalizado, mais caro o atendimento tende a ser.

• Quais serviços você terá para ajudá-lo a decidir (relatórios, calculadoras, bate-papo pela Internet (chat), vídeos, conversa com um consultor etc.)?

• Quais são as taxas (corretagem e custódia)?

Todas as corretoras listadas no site da Bolsa são autorizadas pelo Ban-co Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de am-plamente monitoradas pela BM&FBOVESPA Supervisão de Mercado (BSM). Essas salvaguardas garantem a tranquilidade dos investidores e fazem com que o mercado brasileiro ofereça um ambiente seguro de negociação aos seus invetidores.

Abra sua conta na corretoraContratar a sua corretora é simples.

1. Preencha o cadastro (semelhante à abertura de uma conta em um banco).2. Apresente os documentos (cópias de CPF, RG e comprovante de residência).3. Assine o termo de adesão e o contrato de intermediação.

Guia prático para o mercado brasileiro | 51

Escolha o fundo Conforme vimos, existem dois caminhos para os fundos de investi-

mento: entrar na formação ou comprar cotas no mercado secundário.Para investir em um fundo imobiliário desde a sua constituição, fique

atento ao noticiário e aos anúncios e avise sua corretora de seu interesse. Com o reflorescimento do mercado imobiliário no Brasil, têm ocorrido lan-çamentos regulares. Por ser um condomínio fechado, existe data-limite para entrada. Vencido o prazo, se forem reunidos os recursos mínimos definidos no prospecto, o fundo é lançado. A vantagem de aplicar nesse momento é que, se tudo der certo, você lucra, por exemplo, com a valorização dos empreendimentos que serão feitos. Mas note que, neste caso, você não terá o histórico da capacidade de gestão do administrador, nem a segurança de um negócio já em andamento.

Para investir em um fundo constituído você precisa comprar cotas no mercado secundário, negociadas da mesma forma que as ações, como vimos acima. A vantagem de participar de um fundo já existente é poder avaliar o desempenho que ele obteve no passado e compará-lo com outros concorrentes — ainda que nada garanta a repetição da performance verifica-da. Por outro lado, neste caso, você poderá não participar de um eventual entusiasmo que um fundo novo pode experimentar na largada.

Na hora de escolher, tanto você quanto sua corretora vão ter um papel fundamental.

Orientação da corretoraAs corretoras contam com especialistas que acompanham o andamen-

to dos fundos, o mercado imobiliário e o ritmo da economia e fazem análi-ses. A partir dessa avaliação, recomendam estratégias de investimento. Pro-cure sempre conhecer a opinião da sua, sobretudo para entender os riscos e as possibilidades oferecidos pelas opções disponíveis.

Aproveite sua experiência Faça suas próprias pesquisas. Comece por ler as publicações prepara-

das pelos gestores e administradores. Consulte a lista de fundos imobiliários atualizada constantemente no site da BM&FBOVESPA. Nela, você encontra links para documentos que descrevem os fundos em detalhes: perfil, pros-pecto, regulamento e a rentabilidade histórica. Dedique especial atenção à seção fatores de riscos do empreendimento. Note que, com o código, a sigla com a qual o fundo é negociado na Bolsa, você pode acompanhar a nego-ciação das cotas durante o pregão no próprio site da Bolsa: valor, número de negócios fechados, variação do preço etc.

52 | Para Que, Onde e Como Investir

Consulte também o Índice de Fundos de Investimento Imobiliários (IFIX), calculado pela BM&FBOVESPA. Este indicador, apurado diariamen-te, é um referencial para a valorização das cotas dos fundos comercializadas na Bolsa. Como o Ibovespa, que sinaliza a tendência de valorização ou que-da das ações na Bolsa, mas não é composto pelo total de ações existentes, o IFIX considera uma parcela representativa dos fundos para mostrar a ten-dência de alta ou baixa em relação aos negócios realizados com as cotas dos fundos imobiliários.

Também é muito útil a leitura de jornais e outras publicações sobre economia e mercado imobiliário.

Guia prático para o mercado brasileiro | 53

Perguntas frequentes – Fundos imobiliários

Qual o valor mínimo para investir?

Não é preciso muito para começar. Alguns fundos foram lançados com investimento mínimo de R$1 mil. Este valor vai depender da estru-turação que o organizador do fundo fizer. Além disso, você pode comprar cotas comercializadas no mercado secundário (com o mesmo mecanismo de compra de ações). Para conhecer as opções, consulte a lista de fundos imo-biliários atualizada constantemente no site da BM&FBOVESPA. Se quiser ficar informado sobre novos lançamentos ou saber mais sobre as opções no mercado secundário, conte com a sua grande aliada no mercado: a correto-ra. Ela vai oferecer sugestões de investimento, avisá-lo sobre períodos de captação de novos fundos, além de viabilizar as suas transações.

Como escolher um fundo?

A melhor maneira é verificar em qual fundo imobiliário seus objetivos e estratégias se encaixam melhor. Veja a seção Modalidades para conhecer as opções. A escolha do tipo ideal depende das suas preferências, do tem-po que seu dinheiro pode ficar rendendo e dos seus objetivos. Para efeito de compreensão, podemos classificar informalmente os fundos imobiliários em três subcategorias:

• Propósito Renda regular. São aqueles que voltam seus investimentos para ativos que proporcionem rendimentos constantes, como aluguéis, títulos de crédito com pagamento constante de juros etc.Ganho de capital. São fundos que aplicam em empreendimentos com

54 | Para Que, Onde e Como Investir

maturação mais longa, que esperam ganhar com a valorização dos ati-vos, como no caso da construção de edifícios etc.Mistos. Mantêm em seu patrimônio uma mescla das categorias acima.

• Tipo de imóvel Há fundos que optam por investir em tipos específicos de imóveis: resi-denciais, comerciais, industriais, escritórios, hospitalares, galpões logís-ticos etc.

• Tipo de ativoExistem fundos que focam os investimentos em tipos de ativos: imóveis, títulos de renda fixa (certificados de recebíveis imobiliários – CRIs, letras de crédito imobiliário – LCIs etc.) ou títulos de renda variável (ações de empresas do ramo, cotas de outros fundos imobiliários etc.).

Como escolher a corretora?Escolha pelo tipo de serviço que deseja e pelas taxas cobradas.

Na hora de compará-las, pense no seguinte:

• Como você quer interagir (telefone, Internet ou contato pessoal)? Quan-to mais personalizado, mais caro o atendimento tende a ser.

• Quais serviços você terá para ajudá-lo a decidir (relatórios, calculadoras, bate-papo pela Internet (chat), vídeos, conversa com um consultor etc.)?

• Quais são as taxas (corretagem e custódia)?

Consulte a seção Como investir.

Que taxas são cobradas?Se você entrar no fundo desde o início, não há taxas além das cobradas

normalmente pelo gestor e pelo administrador, que, por toda vida do fun-do, serão embutidas no valor da cota.

No caso de você comprar ou vender cotas no mercado secundário:1. Taxa de corretagem, definida pela sua corretora.2. Emolumentos da BM&FBOVESPA, que são um percentual fixo de

0,0345%.3. Se estiver comprando, taxa de custódia mensal, definida pela sua corretora.

Ao investir em fundos, recebo dividendos?Não, os fundos imobiliários não pagam dividendos. No entanto, em

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função do estabelecido no regulamento, os cotistas podem receber rendi-mentos regulares, gerados, por exemplo, pela distribuição do aluguel dos imóveis do fundo, venda de unidades etc. Leia a seção modalidade.

Que riscos corro?

Os mesmos riscos que um proprietário de um imóvel ou de um em-preendedor no setor. Várias razões podem contribuir para comprometer os resultados, em função das características de cada fundo. É importante ler a seção fatores de risco do seu prospecto explicativo. Este documento está disponível na lista de fundos publicada no site da Bolsa. Veja alguns exem-plos de risco:

• Procura abaixo do que a projetada para compra ou aluguel dos imóveis pertencentes ao fundo.

• Valorização das unidades ou rendimentos com aluguéis abaixo do pre-visto.

• Inadimplência de compradores ou locatários dos imóveis. • Crises na conjuntura política ou econômica, tanto no plano nacional

como no internacional, que contaminem o ambiente de negócios.

Existem ainda incertezas ligadas à mecânica específica de funciona-mento dos fundos imobiliários:

• Pode não haver interessados em comprar as cotas no momento em que o investidor deseja resgatar.

• Risco de gestão: execução das obras, andamento do cronograma etc.

Qual é a hora certa para entrar nesse mercado?

O momento ideal é quando você avaliar que o setor de imóveis tem boas perspectivas e estiver seguro de que entendeu a mecânica básica do mercado. Isto é, que é uma aplicação com horizonte de resgate de médio e longo prazos, cujo montante pode variar em função de fatores internos e externos ao mercado imobiliário.

56 | Para Que, Onde e Como Investir

PERGUNTAS FREQUENTES GENÉRICO

O que a Bolsa faz?

Entre outras coisas, a BM&FBOVESPA promove um ambiente seguro e regulado para que os interessados em comprar e vender ações e outros tí-tulos possam se encontrar e realizar suas transações. A Bolsa zela ainda para que quem comprou receba suas ações ou os outros títulos comercializados e que o dinheiro chegue às mãos do vendedor.

O que são ações?Ações são pequenas partes de uma empresa. Todo dono de uma ação é

proprietário de um pedaço da companhia emissora dos papéis. Formalmen-te, as ações são definidas como títulos nominativos negociáveis que repre-sentam, para quem as possui, uma fração do capital social de uma empresa.

Como faço para entrar na Bolsa?Para investir da Bolsa você sempre vai contar com a ajuda de uma

corretora. Várias possuem o Home Broker, ferramenta que permite compra e venda ações diretamente pela Internet, de forma rápida, transparente e se-gura. Com esse sistema, você pode acompanhar o mercado e negociar suas ações de casa, no escritório e até durante uma viagem ao exterior.

Há diversas maneiras de investir em ações:Compra direta de açõesÉ a forma mais tradicional de entrar na Bolsa. Você estuda o mercado

e compra a ação que tiver as características que se adequam às suas prefe-rências pessoais.

Guia prático para o mercado brasileiro | 57

Pontos positivos:• Você pode comprar ou vender quantas e quais ações quiser, quando quiser.

Você pode alugar suas ações e ter um rendimento extra.Você receberá dividendos (se a empresa tiver lucro).

Fundos de açõesOs fundos de ações são um condomínio em que os investidores dele-

gam a um profissional a função de escolher onde investir. Caberá ao gestor selecionar as empresas que integrarão a carteira de investimentos.

Pontos positivos:• É uma forma mais cômoda de investir em um conjunto de ações escolhi-

das por especialistas (funcionários da instituição financeira responsável pelo fundo de investimento).

• Você pode pesquisar a rentabilidade e as taxas de um fundo para avaliar a performance do gestor (ainda que resultados no passado não sejam ga-rantia de bom desempenho futuro).

• É possível investir em fundos por meio do seu banco ou corretora.

Clubes de InvestimentoSão formados por grupos de pessoas, sejam amigos, parentes, colegas

de trabalho etc., que partilham de um mesmo objetivo e decidem aplicar coletivamente. Para criar um clube de investimento, procure uma corretora, que cuidará de todos os documentos, registros legais e da sua gestão. Ela vai orientá-lo também na concepção do estatuto social, ou seja, o regula-mento com as normas e leis que devem ser seguidas pelos associados.

Pontos positivos:• Você consegue investir em ações, mesmo com pouco dinheiro.• Você pode opinar nas assembleias do clube.• Além de você, outros membros do clube pagarão os custos, tornando o

investimento mais acessível.• Você pode deixar o clube quando quiser, desde que respeite o estatuto.ETFs

Os Exchange Traded Funds (ETFs, sigla usada internacionalmente) são fundos que têm por objetivo acompanhar a variação de índices específicos da Bolsa, como o Ibovespa. Por isso, também são chamados fundos de índices.

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Pontos positivos:• O investimento inicial pode ser pequeno (cerca de R$200,00).• Os riscos são menores se comparados a investir diretamente em uma

ação, já que você está diversificando seu investimento e comprando ações de várias empresas ao mesmo tempo.

Você pode negociar ou alugar suas cotas de fundos de índices como se fossem ações.

Com quanto posso começar a investir em ações?

Não existe valor mínimo para investir em ações, já que cada uma tem seu preço no mercado. Quem determina o valor das ações são os investido-res, que estabelecem quanto desejam pagar ou receber por elas (é a lei da oferta e da procura).

Mas dá para fazer uma estimativa para os fundos de índices (ETFs). Com cerca de R$200 já é possível iniciar uma aplicação em alguns ETFs. Lembre-se, no entanto, que esse valor varia, pois o investimento mínimo re-comendado em um fundo de índices corresponde ao lote-padrão negociado na BM&FBOVESPA, ou seja, dez cotas do fundo, multiplicado pelo preço da cota na Bolsa.

Em média, quanto se ganha no mercado de ações?

As ações são investimentos de renda variável, ou seja, não há uma ren-tabilidade média predeterminada. Antes de investir seu dinheiro, lembre-se que ação é um investimento de risco e para formação de patrimônio de lon-go prazo. A curto prazo, assim como pode valorizar, também pode desvalo-rizar. Historicamente, porém, ações têm se mostrado um bom investimento.

O que fazem as corretoras?

As corretoras são o braço direito do investidor. Elas executam as or-dens de compra e venda dos clientes, pois são as únicas credenciadas a ne-gociar valores mobiliários no sistema eletrônico da BM&FBOVESPA. Além disso, oferecem suporte e fazem aconselhamento dos investidores.

Todas as corretoras listadas no site da Bolsa são autorizadas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de ampla-mente monitoradas pela BM&FBOVESPA Supervisão de Mercado (BSM). Es-

Guia prático para o mercado brasileiro | 59

sas salvaguardas garantem a tranquilidade dos investidores e fazem com que o mercado brasileiro seja um dos mais sólidos e bem regulamentados do mundo.

O que é Home Broker?

Home Broker é uma ferramenta de acesso pela Internet aos mercados da Bolsa oferecida por quase todas as corretoras. É nele que os investidores negociam ações sem sair de casa ou no próprio trabalho, enviando ordens de compra e venda pelo site da corretora.

Como eu ganho dinheiro com ações?

Você pode ganhar de duas formas:

1. Com a alta das ações que comprar.2. Quando a empresa distribuir juros sobre o capital próprio ou lucros para

os acionistas (dividendos).

Mas nunca esqueça: a Bolsa é um investimento do tipo renda variável, in-dicado para aplicações de médio e longo prazos. Não há certeza dos resultados.

Qual a diferença entre mercado primário e mercado secundário de ações?

O mercado primário corresponde ao de lançamento de novas ações; é uma forma de captação de recursos para a empresa. Uma vez realizado esse lançamento inicial, as ações passam a ser negociadas no mercado se-cundário, onde ocorre a troca de propriedade de título. Ou seja, no mercado primário, quem vende as ações é a companhia, usando os recursos para se financiar. No mercado secundário, o vendedor é você (investidor) que se desfaz das ações para reaver o seu dinheiro.

Como as ações são negociadas?

Um investidor transmite sua ordem de compra ou venda de ações para a corretora da qual é cliente (por telefone ou Internet). A corretora lança a or-dem no sistema eletrônico de negociação da BM&FBOVESPA. Caso haja outra ordem com o mesmo valor, no sentido contrário, o negócio é fechado na hora pela Bolsa. As ofertas iguais são hierarquizadas segundo a ordem de chegada.

60 | Para Que, Onde e Como Investir

Quem estabelece o preço de uma ação?

O preço da ação é formado pela interação dos investidores no mer-cado que, dando ordens de compra ou venda de ações às corretoras das quais são clientes, estabelecem o fluxo de oferta e procura de cada papel, que define o preço justo da ação. A maior ou menor oferta/procura por determinada ação, que influencia seu processo de valorização ou desvalo-rização, está relacionada ao comportamento histórico dos preços e, prin-cipalmente, ao potencial de desempenho da empresa emissora da ação. Tais perspectivas podem ser influenciadas por notícias sobre o mercado no qual a empresa atua, divulgação do balanço da empresa (com dados fa-voráveis ou desfavoráveis), notícias sobre fusão de companhias, mudan-ças tecnológicas etc.

Existe um prazo mínimo para ficar com uma ação?

Não há prazo mínimo nem máximo para manter uma ação. Se desejar, você pode vender a ação na mesma hora em que a comprou, realizando uma operação chamada day trade.

O que significa “Bolsa em alta” ou “Bolsa em baixa”?

Diz-se que a Bolsa fechou “em alta” quando o índice de fechamento de determinado pregão é superior ao marco de fechamento do pregão anterior. A Bolsa fecha “em baixa” quando o índice de fechamento de determinado pregão é inferior ao verificado no fechamento do pregão anterior. O termo “estável” indica que o índice de fechamento de determinado pregão está no mesmo nível do índice de fechamento do pregão anterior.

Na BM&FBOVESPA, é utilizado o Ibovespa para medir se a Bolsa fechou em alta ou em baixa. É o índice mais tradicional da Bolsa e o mais divulgado pela mídia. Assim, por exemplo, se o Ibovespa fechou em um certo dia em 10.000 pontos e, no dia seguinte, fechou em 10.500 pontos, houve alta de 5%.

O que é Canal Eletrônico do Investidor (CEI)?

É um canal de consulta on-line oferecido pela BM&FBOVESPA, que funciona como um extrato eletrônico. A qualquer momento, o investidor pode acessar o site e consultar a posição de seus ativos. Utilizando o CEI, o investidor obtém mais segurança, rapidez, comodidade e ainda colabora

Guia prático para o mercado brasileiro | 61

para a preservação do meio ambiente, ao dispensar o recebimento de im-presso via correio.

O que é o mercado de capitais?

O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobi-liários que visa proporcionar liquidez aos títulos emitidos pelas empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas, correto-ras e outras instituições financeiras autorizadas.

No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os repre-sentativos do capital de empresas – as ações – ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas – debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e commercial papers –, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange ain-da as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliá-rios, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação.

O que é Sistema Financeiro Nacional

O Sistema Financeiro Nacional é composto por instituições responsá-veis pela captação de recursos financeiros, pela distribuição e circulação de valores e pela regulação desse processo.

O Conselho Monetário Nacional (CMN), seu organismo maior, presi-dido pelo ministro da Fazenda, é quem define as diretrizes de atuação do sistema. Diretamente ligados a ele estão o Banco Central do Brasil, que atua como seu órgão executivo, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que responde pela regulamentação e fomento do mercado de valores mobiliá-rios (de bolsa e de balcão).

62 | Para Que, Onde e Como Investir

GLOSSÁRIO

AçãoTítulo negociável que representa a menor parcela em que se divide o capital de uma sociedade anônima.

Ação cheiaAção cujos direitos (dividendos, bonificação e subscrição) ainda não foram exercidos.

Ação com valor nominalAção que tem um valor impresso, estabelecido pelo estatuto da companhia que a emitiu.

Ação escrituralAção nominativa sem a emissão de certificados, mantida em conta de depó-sito de seu titular na instituição depositária que for designada.

Ação listada em bolsaAção negociada no pregão de uma bolsa de valores.

Ação nominativaAção que identifica o nome de seu proprietário, que é registrado no Livro de Registro de Ações Nominativas da empresa.

Ação-objetoValor mobiliário a que se refere uma opção.

Ação ordináriaAção que proporciona participação nos resultados econômicos de uma em-presa; confere a seu titular o direito de voto em assembleia.

Guia prático para o mercado brasileiro | 63

Ação preferencialAção que oferece a seu detentor prioridade no recebimento de dividendos e/ou, no caso de dissolução da empresa, prioridade no reembolso de capi-tal. Em geral, não concede direito a voto em assembleia.

Ação sem valor nominalAção para a qual não se convenciona valor de emissão, prevalecendo o pre-ço de mercado por ocasião do lançamento.

Ação vaziaAção cujos direitos (dividendo, bonificação e subscrição) já foram exercidos.

AcionistaAquele que possui ações de uma sociedade anônima.

Acionista majoritárioAquele que detém uma quantidade de ações com direito a voto que lhe per-mite manter o controle acionário de uma empresa.

Acionista minoritárioAquele que não detém uma quantidade de ações com direito a voto que lhe permite manter o controle acionário de uma empresa.

ÁgioDiferença, para mais, entre o valor pago e o valor nominal do título.

Alavancagem1) Utilização de recursos de terceiros para aumentar as possibilidades de

lucro de uma empresa, aumentando, consequentemente, o grau de risco da operação.

2) Possibilidade de controle de um lote de ações com o emprego de uma fração de seu valor (nos mercados de opções, termo e futuro) enquanto o aplicador se beneficia da valorização desses papéis, que pode implicar significativa elevação de sua taxa de retorno.

AplicaçãoEmprego da poupança na aquisição de títulos com o objetivo de auferir rendimentos.

64 | Para Que, Onde e Como Investir

ApregoaçãoAto de apregoar (anunciar) a compra ou a venda de ações, mencionando--se o papel, o tipo, a quantidade de títulos e o preço pelo qual se pretende fechar o negócio, executado por um operador representante de corretora na sala de negociações (pregão). Na BM&FBOVESPA, as negociações são realizadas exclusivamente pelo sistema eletrônico.

Arbitragem1) Operação na qual o investidor aufere lucro sem risco, realizando transa-

ções simultâneas em dois ou mais mercados.2) Sistemática que possibilita a liquidação física e financeira das operações

interpraças, por meio da qual a mesma pessoa, física ou jurídica, atuan-do no mercado a vista, poderá comprar em uma bolsa e vender em outra a mesma ação, em iguais quantidades, desde que haja convênio firmado entre as duas bolsas.

Assembleia Geral Extraordinária (AGE)Reunião dos acionistas, convocada e instalada na forma da lei e dos estatutos, a fim de deliberar sobre qualquer matéria de interesse social. Sua convocação não é obrigatória, dependendo das necessidades específicas da empresa.

Assembleia Geral Ordinária (AGO)Convocada obrigatoriamente pela diretoria de uma sociedade anônima para verificação dos resultados, leitura, discussão e votação dos relatórios de diretoria e eleição do conselho fiscal da diretoria. Deve ser realizada até quatro meses após o encerramento do exercício social.

Ativo financeiroTodo e qualquer título representativo de parte patrimonial ou dívida.

Aumento de capitalIncorporação de reservas e/ou novos recursos ao capital da empresa. Reali-zado, em geral, mediante bonificação, elevação do valor nominal das ações e/ou direitos de subscrição pelos acionistas, ou também pela incorporação de outras empresas.

Aumento do valor nominalAlteração do valor nominal da ação em consequência de incorporação de reservas ao capital de uma empresa, sem emissão de novas ações.

Guia prático para o mercado brasileiro | 65

Aviso de Negociação de Ações (ANA)Comprovante de operação enviado pela BM&FBOVESPA ao comitente (in-vestidor).

BalanceteBalanço parcial da situação econômica e do estado patrimonial de uma em-presa, referente a um período de seu exercício social.

BalançoDemonstrativo contábil dos valores do ativo, do passivo e do patrimônio líquido de uma entidade jurídica, relativo a um exercício social completo.

Banco Central do BrasilÓrgão federal que executa a política monetária do governo, administra as reservas internacionais do País e fiscaliza o Sistema Financeiro Nacional.

Banco de Títulos BTCÉ um serviço por meio do qual os investidores do segmento ações dispo-nibilizam títulos para empréstimo e os interessados os tomam, mediante aporte de garantias.

BenefíciosDividendos, bonificações e/ou direitos de subscrição distribuídos por uma empresa a seus acionistas.

Block-tradeLeilão de grande lote de ações em bolsa.

Bloqueio de posiçãoOperação pela qual um aplicador impede o exercício de sua posição median-te a compra, em pregão, de uma opção da mesma série da anteriormente lançada.

Blue chipEm geral, ações de empresas tradicionais e de grande porte, com alta liqui-dez e procura no mercado de ações.

Bolsa em altaQuando o índice de fechamento de determinado pregão é superior ao índi-ce de fechamento anterior.

66 | Para Que, Onde e Como Investir

Bolsa em baixaQuando o índice de fechamento de determinado pregão é inferior ao índice de fechamento anterior.

Bolsa estávelQuando o índice de fechamento de determinado pregão está no mesmo ní-vel do índice de fechamento anterior.

Bonificação em ações (filhotes)Ações emitidas por uma empresa em decorrência de aumento de capital, reali-zado por incorporação de reservas e/ou de outros recursos, e distribuídas gra-tuitamente aos acionistas na proporção da quantidade de ações que já possuem.

Bonificação em dinheiroDistribuição aos acionistas, além dos dividendos, de valor em dinheiro re-ferente a reservas até então não incorporadas.

Bônus de subscriçãoTítulo negociável que dá direito à subscrição de novas ações, emitido por uma empresa dentro do limite de aumento de capital autorizado em seu estatuto.

BoomFase no mercado de ações em que o volume de transações ultrapassa acen-tuadamente os níveis médios em determinado período, com expressivo au-mento das cotações.

Cadastro de clientesConjunto de dados e informações gerais sobre a qualificação dos clientes das corretoras.

Caderneta de poupançaDepósito de poupança, em dinheiro, que acumula juros e correção mone-tária, cujos recursos são destinados ao financiamento da construção e da compra de imóveis.

CapitalÉ a soma de todos os recursos, bens e valores mobilizados para a constitui-ção de uma empresa.

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Capital aberto (companhia de)Empresa que tem suas ações registradas na Comissão de Valores Mobiliá-rios (CVM) e distribuídas entre um determinado número de acionistas, que podem ser negociadas em bolsas ou no mercado de balcão.

Capital autorizadoLimite estatutário, de competência de assembleia geral ou do conselho de administração, para aumentar o capital social de uma empresa.

Capital fechado (companhia de)Empresa com capital de propriedade restrita, cujas ações não podem ser negociadas em bolsas ou no mercado de balcão.

Capital socialMontante de capital de uma sociedade anônima que os acionistas vinculam a seu patrimônio como recursos próprios, destinados ao cumprimento dos objetivos da companhia.

Capital social subscrito a integralizarParcela de subscrição que o acionista deverá pagar, de acordo com determi-nação do órgão que autorizou o aumento de capital de uma sociedade.

Capital social subscrito e realizadoMontante de capital social acrescido da parcela de subscrição paga pelo acionista.

CapitalizaçãoAmpliação do patrimônio via reinversão de resultados ou captação de re-cursos pela emissão de ações.

CaptaçãoObtenção de recursos para aplicação a curto, médio e/ou longo prazos.

Carteira de açõesConjunto de ações de diferentes empresas, de propriedade de pessoas físi-cas ou jurídicas.Carteira de títulosConjunto de títulos de renda fixa ou variável, de propriedade de pessoas físicas ou jurídicas.

68 | Para Que, Onde e Como Investir

CauçãoDepósito de títulos ou valores efetuados para o credor, visando garantir o cumprimento de obrigação assumida.

CautelaCertificado que materializa a existência de determinado número de ações, também chamada título múltiplo.

CertificadoDocumento que comprova a existência e a posse de determinada quantida-de de ações.

Certificado de depósitoTítulo representativo das ações depositadas em uma instituição financeira. Al-gumas empresas do Mercosul são negociadas na Bolsa por esse mecanismo.

Certificado de Depósito Bancário (CDB)Título emitido por bancos de investimento e comerciais, representativo de depósitos a prazo.

Certificado de desdobroComprovante do desdobramento de um certificado de ações em vários outros.

Chamada de bônusResgate de bônus pelo emitente, mediante pagamento antes do vencimento.

Chamada de capitalSubscrição de ações novas, com ou sem ágio, para aumentar o capital de uma empresa.

CisãoÉ o processo de transferência, por uma empresa, de parcelas de seu pa-trimônio a uma ou mais sociedades já existentes ou constituídas para esse fim, extinguindo-se a empresa cindida se houver versão de todo o seu patrimônio.ClearingsCâmaras de compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas ou outros mercados organizados. São responsáveis pelo cálculo das obriga-ções dos participantes do mercado para a liquidação de suas operações, por

Guia prático para o mercado brasileiro | 69

meio da troca de ativos por seus respectivos valores financeiros, podendo também ser responsáveis pela transferência dos títulos e crédito dos saldos a seus participantes.

Clube de investimentoGrupo de pessoas físicas (mínimo de três e máximo de cinquenta) que apli-ca recursos em uma carteira diversificada de ações, administrada por insti-tuição financeira autorizada.

Colocação diretaAumento de capital realizado pela subscrição de ações pelos atuais acionis-tas diretamente em uma empresa.

Colocação indiretaAumento de capital realizado mediante subscrição no qual a totalidade das ações é adquirida por uma instituição financeira, ou por um grupo reunido em consórcio, para posterior colocação no mercado secundário.

Combinação de opçõesCompra ou venda de duas ou mais séries de opções sobre a mesma ação-objeto, porém, com preços de exercício e/ou datas de vencimento diferentes.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM)Órgão federal que disciplina e fiscaliza o mercado de valores mobiliários.

ComitentePessoa que encarrega outra de comprar, vender ou praticar qualquer ato, sob suas ordens e por sua conta, mediante certa remuneração a que se dá o nome de comissão.

Compra em margemAquisição de ações a vista, com recursos obtidos pelo investidor por meio de financiamento com uma corretora que opere em bolsa. É uma modalida-de de operação da conta-margem.ConfirmaçãoAviso que a corretora dá ao cliente sobre a efetivação de uma negociação com ações.

70 | Para Que, Onde e Como Investir

Conselho Monetário Nacional (CMN)Órgão federal responsável pela formulação da política da moeda e do cré-dito e pela orientação, regulamentação e controle de todas as atividades financeiras desenvolvidas no País.

Conta-margemForma de negociação de ações que possibilita ao investidor obter, em uma corretora, financiamento para compra dos títulos e/ou empréstimo dos papéis para venda. Essas operações são feitas no mercado a vista de bol-sa. O custo e liquidação do financiamento, bem como a remuneração do empréstimo dos títulos e sua devolução, são pactuados diretamente entre investidor e corretora.

Controle acionárioPosse, por um acionista ou grupo de acionistas, da maior parcela de ações com direito a voto de uma empresa, garantindo o poder de deci-são sobre ela.

ConversãoMudança das características de um título. No caso de ações, pode ser sua transformação quanto à forma (de nominativa para escritural) ou à espécie (de ordinárias em preferenciais ou vice-versa), dependendo de deliberação de assembleia geral extraordinária e do disposto no estatuto social de uma sociedade anônima.

CorretagemTaxa de remuneração de um intermediário financeiro na compra ou venda de títulos.

CorretoraInstituição auxiliar do sistema financeiro que opera no mercado de capi-tais com títulos e valores mobiliários, em especial no mercado de ações. É a intermediária dos investidores nas transações em bolsas. Administra carteiras de ações, fundos mútuos e clubes de investimento, dentre outras atribuições.

Cota (de fundo ou clube de investimento)Parte ideal de um fundo ou clube de investimento, cujo valor é igual à divi-são de seu patrimônio líquido pelo número existente de cotas.

Guia prático para o mercado brasileiro | 71

CotaçãoPreço registrado no ato da negociação com títulos em bolsa de valores.

Cotação de aberturaCotação de um título na primeira operação realizada em um dia de negociação.

Cotação de fechamentoÚltima cotação de um título em um dia de negociação.

Cotação máximaA maior cotação atingida por um título no decorrer de um dia de negociação.

Cotação médiaCotação média de um título constatada no decorrer de um dia de negociação.

Cotação mínimaA menor cotação de um título constatada no decorrer de um dia de nego-ciação.

CrackOcorre quando as cotações das ações declinam velozmente para níveis ex-tremamente baixos.

Custódia de títulosServiço de guarda de títulos e de exercício de direitos, prestado aos investidores.

Custódia fungívelServiço de custódia no qual os valores mobiliários retirados podem não ser os mesmos depositados, embora sejam de mesma espécie, qualidade e quantidade. Deixa de existir a necessidade de retirar exatamente o mesmo certificado depositado.

Custódia infungívelServiço de custódia no qual os valores mobiliários depositados são manti-dos discriminadamente pelo depositante.

Data de exercício da opçãoData de registro em pregão da operação de compra ou de venda a vista das ações-objeto da opção.

72 | Para Que, Onde e Como Investir

Data de vencimento da opçãoO dia em que se extingue o direito de uma opção.

Data ex-direitoData em que uma ação começará a ser negociada ex-direito (dividendo, bo-nificação e subscrição) na Bolsa.

Day tradeConjugação de operações de compra e de venda realizadas em um mes-mo dia, dos mesmos títulos, para um mesmo comitente, por uma mesma corretora, liquidadas por meio de um único agente de compensação, cuja liquidação é exclusivamente financeira.

DebêntureTítulo emitido por uma sociedade anônima para captar recursos visando a investimento ou financiamento de capital de giro.

Debêntures conversíveis em açõesAquelas que, por opção de seu portador, podem ser convertidas em ações, em épocas e condições predeterminadas.

Deduções estatutáriasParte dos lucros de uma empresa que, conforme determinação de seu esta-tuto social, não é distribuída aos acionistas.

Democratização do capitalProcesso pelo qual a propriedade de uma empresa fechada se transfere, to-tal ou parcialmente, para um grande número de pessoas que desejam dela participar e que não necessariamente mantêm relações entre si, com o gru-po controlador ou com a própria companhia.

DerivativosSão valores mobiliários cujos valores e características de negociação estão atrelados a ativos que lhes servem de referência.

DeságioDiferença, para menos, entre o valor nominal e o preço de compra de um título de crédito.

Guia prático para o mercado brasileiro | 73

Desdobramento de cautelasSistema de desdobramento de ações efetuado pelas bolsas, de modo a ade-quar a quantidade de ações ao lote-padrão.

DiferencialCombinação de possíveis compras e vendas de opções sobre a mesma ação--objeto, porém de séries diferentes.

Direito de retiradaDireito de um acionista de se retirar de uma empresa, mediante o reembolso do valor de suas ações, quando for dissidente de deliberação de assembleia que aprovar determinadas matérias definidas na legislação pertinente.

Direito de subscriçãoDireito de um acionista de subscrever preferencialmente novas ações de uma sociedade anônima quando houver aumento de seu capital.

DisclosureDivulgação de informações por parte de uma empresa, possibilitando a to-mada consciente de decisão pelo investidor e aumentando sua proteção.

DistribuidoraInstituição auxiliar do Sistema Financeiro, que participa do sistema de in-termediação de ações e outros títulos no mercado primário, colocando-os à venda para o público.

DividendoValor distribuído aos acionistas em dinheiro na proporção da quantida-de de ações possuídas. Normalmente, é resultado dos lucros obtidos por uma empresa no exercício corrente ou em exercícios passados.

Dividendo cumulativoDividendo que, caso não seja pago em um exercício, transfere-se para outro.

Dividendo pro rataDividendo distribuído às ações emitidas dentro do exercício social propor-cionalmente ao tempo transcorrido até o seu encerramento.

74 | Para Que, Onde e Como Investir

EmissãoColocação de dinheiro ou títulos em circulação.

EndossoTransferência da propriedade de um título mediante declaração escrita, ge-ralmente feita em seu próprio verso.

Exclusão do direito de preferênciaO estatuto da empresa aberta que contiver autorização para aumento do ca-pital pode prever a emissão, sem direito de preferência, para antigos possui-dores de ações, de debêntures ou partes beneficiárias conversíveis em ações.

Ex-direitosDenominação dada a uma ação que teve exercidos os direitos concedidos por uma empresa.

Execução de ordemEfetiva realização de uma ordem de compra ou venda de valores mobiliários.

Exercício de opçõesOperação pela qual o titular de uma operação exerce seu direito de comprar ou de vender o lote de ações-objeto, ao preço de exercício.

Fechamento de posiçãoOperação pela qual o lançador de uma opção, pela compra em pregão de outra da mesma série, ou o titular, pela venda de opções adquiridas, encer-ram suas posições ou parte delas. A expressão também é utilizada quando há a realização de operações inversas no mercado futuro.

Fechamento em altaQuando o índice de fechamento for superior ao índice de fechamento do pregão anterior.

Fechamento em baixaQuando o índice de fechamento for inferior ao índice de fechamento do pregão anterior.

Fundo de investimentoCondomínio que reúne recursos de investidores (cotistas) para a realização de aplicações financeiras com o objetivo de obter ganhos financeiros a par-

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tir da aplicação em títulos e valores mobiliários. As operações de compra e venda dos ativos são realizadas por um gestor profissional. O patrimônio do fundo pertence todos os cotistas, na proporção de seus investimentos.

Fundo de pensãoConjunto de recursos – provenientes de contribuições de empregados e da própria empresa – administrado por entidade vinculada à empresa, cuja destinação é a aplicação em uma carteira diversificada de ações, outros títu-los mobiliários e imóveis.

Fundo imobiliárioFundo de investimento constituído sob a forma de condomínio fechado, cujo patrimônio é destinado a aplicações em empreendimentos imobiliários. As cotas desses fundos, que não podem ser resgatadas, são registradas na CVM, podendo ser negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balcão.

Holding (empresa)Aquela cuja atividade principal é a participação acionária em uma ou mais empresas.

Home BrokerCanal de relacionamento entre os investidores e as corretoras para negocia-ções no mercado acionário, que permite o envio de ordens de compra e ven-da de ações pela Internet e possibilita acesso às cotações, acompanhamento de carteiras de ações, dentre várias outras facilidades.

Índice Bovespa (Ibovespa)Índice da BM&FBOVESPA que mede a lucratividade de uma carteira teóri-ca de ações.

Índice de lucratividadeRelação entre o capital atual e o inicial de uma aplicação.

Índice Preço/Lucro (P/L)Quociente da divisão do preço de uma ação no mercado, em um instante, pelo lucro líquido anual desta. Assim, o P/L é o número de anos que se levaria para reaver o capital aplicado na compra de uma ação pelo recebi-mento do lucro gerado por uma empresa. Para tanto, torna-se necessário condicionar essa interpretação à hipótese de que o lucro por ação se mante-rá constante e será distribuído todos os anos.

76 | Para Que, Onde e Como Investir

InvestimentoEmprego da poupança em atividade produtiva, objetivando ganhos a mé-dio ou longo prazo. É utilizado também para designar a aplicação de recur-sos em algum tipo de ativo financeiro.

LançadorNo mercado de opções, aquele que vende uma opção assumindo a obriga-ção de, caso o titular a exerça, vender ou comprar o lote de ações-objeto a que se refere.

Lançamento de opçõesOperação de venda que dá origem às opções de compra ou de venda.

Leilão especialSessão de negociação em pregão, em dia e hora determinados pela bolsa de valores onde se realizará a operação.

Letra de câmbioTítulo de crédito, emitido por sociedades de crédito, financiamento e inves-timento, utilizado para o financiamento de crédito direto ao consumidor.

Letra imobiliáriaTítulo emitido por sociedades de crédito imobiliário destinado à captação de recursos para o financiamento de construtores e adquirentes de imóveis.

LiquidezMaior ou menor facilidade de se negociar um título, convertendo-o em di-nheiro.

LoteQuantidade de títulos de características idênticas.

Lote fracionárioQuantidade de ações inferior ao lote-padrão.

Lote-padrãoLote de títulos de características idênticas e em quantidade prefixada pelas bolsas.

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Lote redondoLote totalizando um número inteiro de lotes-padrão.

LucratividadeGanho líquido total propiciado por um título.Na Bolsa, lucro líquido proporcionado por uma ação resultante de sua valorização em pregão de determinado período e do recebimento de proventos – dividendos, bonificações e/ ou direitos de subscrição – dis-tribuídos pela empresa emissora no mesmo intervalo de tempo.

Lucratividade médiaMédia das várias lucratividades alcançadas por um título em diversos períodos.

Lucro líquido por açãoGanho por ação obtido durante um determinado período de tempo, calcu-lado por meio da divisão do lucro líquido de uma empresa pelo número existente de ações.

MargemMontante, fixado pelas bolsas ou caixa de registro e liquidação, a ser depositado em dinheiro, títulos ou valores mobiliários pelo cliente que efetua uma compra ou uma venda a termo ou a futuro, ou um lançamento a descoberto de opções.

Mercado a termoMercado no qual se processam as operações para liquidação diferida, em ge-ral após trinta, sessenta ou noventa dias da data de realização do negócio.

Mercado a vistaMercado no qual as liquidações física (entrega dos títulos pelo vendedor) e financeira (pagamento dos títulos pelo comprador) ocorrem no terceiro dia útil posterior à negociação.

Mercado de açõesSegmento do mercado de capitais que compreende a colocação primária (em mercado) de ações novas emitidas pelas empresas e a negociação se-cundária (em bolsas e no mercado de balcão) das ações já colocadas em circulação.

78 | Para Que, Onde e Como Investir

Mercado de balcãoMercado de títulos sem lugar físico determinado para as transações, as quais são realizadas por telefone entre instituições financeiras. São negociadas ações de empresas não registradas em bolsas e outras espécies de títulos.

Mercado de balcão organizadoSistema organizado de negociação de títulos e valores mobiliários de renda variável, administrado por entidade autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Mercado de capitaisConjunto de operações de transferência de recursos financeiros de prazo médio, longo ou indefinido, efetuadas entre agentes poupadores e investi-dores por meio de intermediários financeiros.

Mercado de opçõesMercado no qual são negociados direitos de compra ou venda de um lote de valores mobiliários, com preços e prazos de exercício preestabelecidos con-tratualmente. Por esses direitos, o titular de uma opção de compra paga um prêmio, podendo exercê-los até a data de vencimento da opção ou revendê--los no mercado. O titular de uma opção de venda paga um prêmio e pode exercer sua opção apenas na data do vencimento, ou pode revendê-la no mercado durante o período de validade da opção.

Mercado financeiroÉ o mercado voltado para a transferência de recursos entre os agentes eco-nômicos. No mercado financeiro, são efetuadas transações com títulos de prazos médio, longo e indeterminado, geralmente dirigidas ao financia-mento dos capitais de giro e fixo.

Mercado futuroMercado no qual são realizadas operações envolvendo lotes padronizados de commodities ou ativos financeiros, para liquidação em datas prefixadas.

Mercado primárioÉ nele que ocorre a colocação de ações ou outros títulos, provenientes de novas emissões. As empresas recorrem ao mercado primário para captar os recursos de que necessitam, visando ao financiamento de seus projetos de expansão ou seu emprego em outras atividades.

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Mercado secundárioNele ocorre a negociação dos títulos adquiridos no mercado primário, pro-porcionando a liquidez necessária.

Nota de corretagemDocumento que a corretora apresenta ao seu cliente, registrando a operação realizada, com indicação de espécie, quantidade de títulos, preço, data do pre-gão, valor da negociação, da corretagem cobrada e dos emolumentos devidos.

Oferta de direitosOferta feita por uma empresa a seus acionistas, dando-lhes a oportunidade de comprar novas ações por um preço determinado, em geral, abaixo do preço corrente do mercado, e dentro de um prazo relativamente curto.

Oferta pública de compraProposta de aquisição, por um determinado preço, de lote específico de ações, em operação sujeita a interferência.

Oferta pública de vendaProposta de colocação, para o público, de determinado número de ações de uma empresa.

OpçãoContrato que envolve o estabelecimento de direitos e obrigações sobre de-terminados títulos, com prazo e condições preestabelecidos.

Opção cobertaQuando há o depósito, em uma bolsa de valores ou uma caixa de registro e liquidação, das ações-objeto de uma opção.

Opção de compra de ações (call)Direito outorgado ao titular de uma opção de, se o desejar, adquirir do lan-çador um lote-padrão de determinada ação, por um preço previamente es-tipulado, durante o prazo de vigência da opção.

Opção de venda de ações (put)Direito outorgado ao titular de uma opção de, se o desejar, vender ao lança-dor um lote-padrão de determinada ação, por um preço previamente esti-pulado, na data de vencimento da opção.

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Opções de compra não padronizadas (warrants)Warrant é um título que confere a seu detentor a opção de comprar o ativo que lastreia esse título, a um preço predeterminado (preço de exercício) e até uma data preestabelecida (data de vencimento). Trata-se de uma opção não padronizada, em geral, de longo prazo, emitida por instituições de-tentoras de posições expressivas de valores mobiliários, como debêntures, commercial paper etc.

Opções sobre o Índice BovespaProporcionam a seus possuidores o direito de comprar ou vender um lote--padrão do Índice Bovespa ou múltiplos do lote-padrão até (ou em) deter-minada data. Tanto o prêmio como o preço de exercício dessas opções são expressos em pontos do índice, cujo valor econômico é determinado pela BM&FBOVESPA.

Operação caixaOperação pela qual um investidor vende a vista um lote possuído de ações e o recompra, no mesmo pregão, em um dos mercados a prazo. O custo do financiamento é dado pela diferença entre os preços de compra e de venda.

Operação de financiamentoConsiste na compra a vista de um lote de ações e sua venda imediata em um dos mercados a prazo. A diferença entre os dois preços é a remuneração da aplicação pelo prazo do financiamento.

Operador de pregão eletrônicoRepresentante de uma sociedade corretora, que executa ordens de compra e de venda de ações e/ou opções, pelo sistema de pregão eletrônico.

OrdemInstrução dada por um cliente a uma sociedade corretora para a execução de compra ou venda de valores mobiliários.

Ordem a mercadoQuando só há a especificação da quantidade e das características de um valor mobiliário. Deve ser efetuada desde o momento de seu recebimento no pregão.

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Ordem administradaO investidor especifica somente a quantidade e as características dos valo-res mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender. A execução da ordem ficará a critério da corretora.

Ordem casadaComposta por uma ordem de compra e outra de venda de determinado valor mobiliário. Sua efetivação só se dará quando ambas puderem ser executadas.

Ordem de financiamentoConstituída por uma ordem de compra (ou venda) de um valor mobiliário em um tipo de mercado e outra concomitante de venda (ou compra) de igual valor mobiliário no mesmo ou em outro mercado, com prazos de ven-cimento distintos.

Ordem limitadaAquela que deve ser executada por um preço igual ou melhor do que o es-pecificado pelo comitente.

Ordem on-stopO investidor determina o preço mínimo pelo qual a ordem deve ser executada.

OscilaçãoVariação (positiva ou negativa) verificada no preço de um mesmo ativo em determinado período de tempo.

OvernightOperações realizadas no open market por prazo mínimo de um dia, restritas a instituições financeiras.

Posição em abertoSaldo de posições mantidas pelo investidor em mercados futuros e de opções.

PoupançaParcela da renda não utilizada para consumo.

Prazo de subscriçãoPrazo fixado por uma sociedade anônima para que o acionista exerça seu direito de preferência na subscrição de ações de sua emissão.

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Preço de exercício da opçãoPreço por ação pelo qual um titular terá direito de comprar ou vender a totalidade das ações-objeto da opção.

PregãoSessão durante a qual se efetuam negócios com papéis registrados em uma bolsa. Na BM&FBOVESPA, todas as operações são realizadas via sistema eletrônico de negociação.

Pregão eletrônicoSistema eletrônico de negociação por terminais, que permite a realização de operações, pelas corretoras credenciadas, nos mercados a vista, a termo e de opções, com papéis e horários definidos pela BM&FBOVESPA.

PrêmioPreço de negociação, por ação-objeto, de uma opção de compra ou venda.

Quadro de cotaçõesLocal no recinto de negociações das bolsas onde os diversos preços e quan-tidades de ações negociadas são apresentados.

Recibo de subscriçãoDocumento que comprova o exercício do direito de subscrição, passível de ser negociado em bolsas.

Registro em bolsaCondição para que uma empresa tenha suas ações admitidas à cotação em uma bolsa de valores, desde que satisfaça as normas por ela estabelecidas.

Série de opçõesOpções do mesmo tipo, sobre a mesma ação-objeto, com o mesmo mês de vencimento e o mesmo preço de exercício.Sobras de subscriçãoDireitos referentes ao não exercício de preferência em uma subscrição.

Sociedade anônimaEmpresa que tem o capital dividido em ações, com a responsabilidade de seus acionistas limitada proporcionalmente ao valor de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

Guia prático para o mercado brasileiro | 83

SplitElevação do número de ações representantes do capital de uma empresa pelo desdobramento, com a correspondente redução de seu valor nominal.

StraddleCompra ou venda, por um mesmo investidor, de igual número de opções de compra e de venda sobre a mesma ação-objeto, com idênticos preços de exercício e datas de vencimento.

SubscriçãoLançamento de novas ações por uma sociedade anônima com a finalidade de obter os recursos necessários para investimento em projetos de expansão.

Termo em dólarOperação do mercado a termo tradicional, com a diferença de que o preço contratado é corrigido diariamente pela variação entre a taxa de câmbio mé-dia de reais por dólar norte-americano, para o período compreendido entre o dia da operação, inclusive, e o dia de encerramento, exclusive.

Titular de opçãoAquele que tem o direito de exercer ou negociar uma opção.

UnderwritersInstituições financeiras especializadas em operações de lançamento de ações no mercado primário. No Brasil, tais instituições são, em geral, bancos múl-tiplos ou bancos de investimento, distribuidoras e corretoras que mantêm equipes formadas por analistas e técnicos capazes de orientar os empresários, indicando-lhes as condições e a melhor oportunidade para que uma empresa abra seu capital ao público investidor, por meio de operações de lançamento.

UnderwritingEsquema de lançamento de ações mediante subscrição pública, para o qual a empresa encarrega um intermediário financeiro, que será responsável por sua colocação no mercado.

Valor de exercício da opçãoPreço de exercício por ação, multiplicado pelo número de ações que com-põem o lote padrão de uma opção.

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Valor intrínseco da opçãoDiferença, quando positiva, entre o preço a vista de uma ação-objeto e o pre-ço de exercício da opção, no caso de uma opção de compra, e entre o preço de exercício e o preço a vista, no caso de uma opção de venda.

Valor nominal da açãoValor mencionado no estatuto social de uma empresa e atribuído a uma ação representativa de seu capital.

Valor patrimonial da açãoResultado da divisão entre o patrimônio líquido e o número de ações da empresa.

Valor Unitário da Ação (VUA)Quociente entre o valor do capital social realizado de uma empresa e o nú-mero de ações emitidas.

VariaçãoDiferença entre os preços de um determinado título em dois instantes con-siderados.

Venda em margemVenda a vista de ações obtidas por empréstimo, pelo investidor, em uma corretora que opere em bolsa. É uma modalidade de operação da conta--margem.

VolatilidadeIndica o grau médio de variação das cotações de um título em um determi-nado período.

VotoDireito do proprietário de ações ordinárias (ou preferenciais não destituídas dessa faculdade) de participar das deliberações nas assembleias gerais.

Guia prático para o mercado brasileiro | 85

SITES ÚTEIS BM&FBOVESPAwww.bmfbovespa.com.br

Campanha “Quer ser sócio?”www.quersersocio.com.br

Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)www.anbima.com.br

Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord)www.ancord.org.br

Banco Central do Brasilwww.bcb.gov.br

Comissão de Valores Mobiliários (CVM)www.cvm.gov.br

Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri)www.ibri.org.br

Instituto Nacional de Investidores (INI)www.ini.org.br

Como Investir? (Anbima)http://www.comoinvestir.com.br/Paginas/Default.aspx

Portal do investidor (CVM)http://www.portaldoinvestidor.gov.br