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    Papiloscopia 1 Mdulo 1

    SENASP/MJ - ltima atualizao em 14/09/2009

    Pgina 1

    Papiloscopia 1

    Conteudista: Clemil Arajo

    Papiloscopista policial federal

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    Papiloscopia 1 Mdulo 1

    SENASP/MJ - ltima atualizao em 14/09/2009

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    Apresentao

    Entre as diversas causas do aumento da violncia no Brasil est a impunidade. A falta

    de certeza de que o Estado alcanar aqueles que cometem delitos faz com que

    muitos passem a pensar que o crime compensa. Para que isso no acontea, cabe ao

    Estado assegurar que todo delito, no importando a sua gravidade, seja devidamente

    apurado, com apresentao de provas e priso dos culpados.

    As tcnicas de papiloscopia promovem a identificao de pessoas de maneira segura

    e eficaz. Trata-se de um importante auxlio ao trabalho policial nos dias atuais.

    Contudo, embora a identificao papiloscpica seja essencialmente simples, nem

    todos conseguem aplic-la de forma eficaz. A causa geralmente mais pela falta de

    conhecimentos dos elementos tcnicos do que de disposio.

    Neste curso, voc estudar os elementos tcnicos de papiloscopia, sem deixar de

    tratar os aspectos ticos e legais. Conhecer tambm os aspectos prticos do uso da

    papiloscopia no cotidiano.

    O curso Papiloscopia dividido em duas unidades. A unidade 1 est destinada aos

    aspectos conceituais, histricos e tcnicos. J a unidade 2 destinada aos estudosdos sistemas biomtricos e o confronto de impresses papilares.

    Bom curso!

    Ao final do curso, voc dever ser capaz de:

    Compreenderos principais conceitos relacionados ao tema;

    Descreveros principais aspectos e acontecimentos da histria da identificao;

    Identificaros elementos tcnicos da datiloscopia; e

    Enumeraros passos da coleta de impresses digitais.

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    Para alcanar os objetivos propostos, voc estudar os seguintes mdulos:

    Mdulo 1 A identificao: principais definies

    Mdulo 2 Histrico da identificao

    Mdulo 3 Elementos tcnicos: datiloscopia

    Mdulo 4 Coleta de impresses digitais

    Mdulo 1 A identificao: principais definies

    A papiloscopia tem contribudo efetivamente na soluo de crimes e na

    individualizao e localizao de pessoas, assim como na manuteno e no uso de

    arquivos de identificao civil e criminal em todo mundo.

    Manual Tcnico Papiloscpico, PCDF, 2005

    Neste mdulo, voc estudar os aspectos conceituais que possibilitaro compreender

    o objetivo da papiloscopia e sua importncia como instrumento de segurana e

    cidadania.

    Ao final deste mdulo, voc dever ser capaz de:

    Definir o que papiloscopia e descrever seu objetivo, diviso e princpios

    fundamentais;

    Diferenciar indivduo, pessoa, identidade, identificao e reconhecimento;

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    Papiloscopia 1 Mdulo 1

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    Reconhecera identificao como instrumento de segurana e cidadania;

    Valorizar a importncia da individualizao precisa do cidado e no o simples

    reconhecimento.

    O contedo deste mdulo est dividido em 4 aulas:

    Aula 1 Papiloscopia

    Aula 2 Indivduo e pessoa, so diferentes?

    Aula 3 Identidade, identificao e reconhecimento

    Aula 4 A identificao e a sociedade

    Aula 1 Papiloscopia

    Papiloscopia a cincia que trata da identificao humana por meio das papilas

    drmicas. A palavra papiloscopia resultante de um hibridismo greco-latino (papilla

    = papila e skopin = examinar).

    Papilas so pequenas salincias de natureza neurovascular, situadas na parte externa

    (superficial) da derme, estando os seus pices reproduzidos pelos relevos observveis

    na epiderme.

    Objetivo e diviso

    A papiloscopia visa identificao humana por meio das impresses digitais,

    palmares e plantares. Ela apresenta a seguinte diviso:

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    Datiloscopia - o processo de identificao por meio das impresses digitais

    (daktilos = dedos e skopin = examinar);

    Datiloscopia

    A datiloscopia foi a primeira rea da papiloscopia a ser estudada e utilizada. Graas

    variao classificao dos padres nos dez dedos foi possvel a criao grandes

    arquivos de impresses digitais, possibilitando o seu emprego na expedio de

    carteiras de identidade. Atualmente ganhou novo impulso com os Sistemas

    Automticos de Impresses Digitais.

    Quiroscopia - o processo de identificao por meio das impresses palmares, isto

    , das palmas das mos;

    Quiroscopia

    utilizada mais como uma forma de ampliar as possibilidades de identificao

    criminal. Atualmente volta-se o interesse em coletar impresses palmares a fim de

    auxiliar nas investigaes policiais, pois freqente encontrar-se fragmentos de

    impresses palmares em locais de crime.

    Podoscopia - o processo de identificao por meio das impresses plantares, isto ,das plantas dos ps.

    Podoscopia

    A aplicao da podoscopia ficou consagrada na identificao de recm nascidos, em

    razo das dificuldades operacionais de identificao datiloscpica dos mesmos. Nos

    hospitais e maternidades colhem-se as impresses plantares dos bebs com a digital

    da me, com objetivo de serem utilizadas sempre que houver desaparecimento ou

    suspeitas de trocas de bebs. A polcia no tem tradio de manter arquivos

    podoscpicos, porm, eventualmente papiloscopistas realizam identificao de

    suspeitos que deixaram impresses plantares em locais de crime.

    Princpios fundamentais da papiloscopia

    Os desenhos papilares no se restringem aos seres humanos. Elas tambm podem ser

    encontradas nos membros inferiores e superiores dos primatas. So tambm

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    encontradas nos focinhos dos animais. Em todos eles os desenhos papilares tm as

    seguintes propriedades:

    Variabilidade a propriedade que tem os desenhos papilares de no se

    repetirem, variando, portanto, de regio para regio papilar e de pessoa para

    pessoa. No h possibilidade de se encontrar dois desenhos papilares idnticos,

    nem mesmo em uma mesma pessoa.

    Perenidade a propriedade que tem os desenhos papilares definidos desde a

    vida intrauterina at a completa putrefao cadavrica. O desenho papilar

    observado em um recm-nascido permanece at sua velhice, com a nica

    diferena do aumento de tamanho, como se fosse uma ampliao fotogrfica.

    Imutabilidade a propriedade que tem os desenhos papilares de no mudarem a

    sua forma original, desde o seu surgimento at a completa decomposio

    cadavrica. Os desenhos aumentam de tamanho durante o crescimento do corpo

    humano, porm, eles mantm constante as caractersticas que permite

    identific-las.

    Os desenhos papilares no so indestrutveis, por isso leses profundas provocamsurgimento de cicatrizes, entretanto as demais reas permanecem inalteradas. A

    cicatriz, uma vez estabelecida ali permanece, por isso pode ser utilizada como uma

    caracterstica a mais das impresses papilares.

    Para compreender melhor o objetivo da papiloscopia, faz-se necessrio estudar

    alguns conceitos, o que ser realizado na prxima aula.

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    Aula 2 Indivduo e pessoa, so diferentes?

    Indivduo e pessoa so conceitos importantes. Suas variantes so muitas vezes

    empregadas como sinnimos, mas para efeito do estudo da identificao ser

    necessria uma diferenciao entre essas palavras. Essa diferenciao ser estudada

    nesta aula.

    Os vocbulos indivduoe pessoaso de origem grega. A palavra indivduosignifica

    aquiloque no se pode dividir. Enquanto que pessoavem da palavra persona, que

    era uma espcie de mscara, utilizada pelos atores junto com a vestimenta nas

    apresentaes em pblico de peas nas comdias ou tragdia. O indivduo era o ator,ou seja, aquele que emitia o som por detrs da mscara. Enquanto que o personagem

    era simbolizado pelapersonaou mscara empregada pelo ator.

    Numa mesma pea um mesmo ator poderia utilizar diversas personas, conforme os

    personagens que ele representava. As personas so descartveis, elas vm e se

    vo, porm o ator sempre o mesmo. Assim, o indivduo, como diria Plato, o

    ser, o imutvel e eterno, o elemento fixo em relao s inmeras personalidades; a

    personalidade, por sua vez, a parte limitada, dependente, mutvel e mortal.

    Utilizando o mesmo raciocnio que foi utilizado na pgina anterior, considere como

    indivduo o ser natural, uma unidade fsica, biolgica, enquanto que pessoa est

    relacionada personalidade, aos valores e aos papis que esse indivduo representa

    no palco da vida social. So conceitos interdependentes. No h como se ter um e

    excluir o outro.

    Observe que a definio de personalidade passa a ser empregada a partir do

    momento em que os indivduos se interagem entre si, formando sociedades, cujos

    papis so determinados por circunstncias, como sexo, raa, cor, local de

    nascimento, profisso, etc.

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    Aula 3 Identidade, identificao e reconhecimento

    Nesta aula, voc estudar as definies de identidade e identificao no contexto da

    polcia tcnica e a diferena entre identificao e reconhecimento.

    Identidade e identificao

    Identidade: Etimologicamente a palavra vem do latim identitas, resultado da

    unio dos termos idem, o mesmo, e entis ou ens, ser ou existncia. possvel

    conceituar identidade como sendo um conjunto de caracteres que torna uma

    pessoa ou coisa nica e diferente de todas as outras. (Brenes Acua)

    Identificao: Etimologicamente deriva do verbo identificare,resultado da unio

    dos vocbulos tambm latinos identitas e facere. Com base nisso, pode

    conceituar identificao como o ato de verificar ou fazer patente a identidade de

    algum ou algo.

    Desde a antiguidade, teve o homem a sua ateno voltada para a identificao,

    talvez, inconscientemente. O homem sentiu, inicialmente, a necessidade de

    identificar o que lhe pertencia: os objetos de seu uso. No tinha a preocupao de

    descrev-los, nem podia faz-lo, tal a sua ignorncia, por isso, era preciso que os

    pertences fossem marcados de modo a distingui-los dos objetos que no lhe

    pertenciam. Logo, todo objeto que tivesse uma determinada marca, deveria ser

    propriedade de certa pessoa.

    Mais tarde, a necessidade de identificar estendeu-se a outra forma de

    propriedade: o animal e o escravo. O nico recurso ento conhecido era aplicar

    uma marca para que se pudesse mais facilmente reconhecer. Entretanto, a

    necessidade de identificar no parou a. Foi necessrio torn-la extensiva ao homem,

    embora no fosse propriedade de ningum. Era preciso identificar aqueles que se

    tornassem indesejveis ou nocivos coletividade. Para isso, era indispensvel um

    sinal que se destacasse perfeitamente e sobre o qual no pairassem dvidas.

    Naturalmente, a identificao das pessoas no tinha por fim dizer que se tratava ou

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    no de fulano ou beltrano, e sim, apenas que o identificado fosse reconhecido como

    escravo ou malfeitor. A marca empregada parecia satisfazer essa finalidade,

    constitua o processo rudimentar de identificao.

    Todas as pessoas ou coisas apresentam atributos comuns, tais como cor, forma,

    tamanho ou estatura, raa, etc. Elas podero ser reunidas em um mesmo grupo.O

    grupo distinguido pelas caractersticas comuns de seus elementos que, ao mesmo

    tempo, o torna diferente de todos os outros.

    Elementos bsicos da identidade

    Peas questionadas e padro

    A identificao s ser possvel mediante a confrontao de pea desconhecida com

    a que conhecida. A pea conhecida chamada de padro e a desconhecida a

    questionada.

    Nome e caracteres

    A identidade pessoal resulta da soma de dois elementos vinculados: o nome e oscaracteres. Os nomes so os atributos extrnsecos, convencionados e designativos da

    pessoa, tais como o prprio nome, filiao, data e local de nascimento, que na

    linguagem policial conhecido como qualificao. Os caracteres dizem respeito aos

    atributos intrnsecos do indivduo biologicamente considerado: a sua constituio

    fsica e psquica, tambm chamados dados biomtricos, como cor da pele, cor dos

    olhos, tipo de cabelo, desenhos papilares, hbitos e perfil psicolgico.

    Entre elementos existe uma relao de semelhana. Respeitadas as condies de

    semelhana, cada elemento possui caracteres prprios e exclusivos que permitem

    distingui-lo dos demais de seu grupo. Conclui-se, ento, que todo elemento

    apresenta uma srie de caracteres que, combinados, o tornaro distinto de qualquer

    outro, independentemente do grupo a que pertena. Esses caracteres compem sua

    identidade.

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    S mais tarde, com o advento dos conhecimentos cientficos, a identificao das

    pessoas passou a ter aplicaes em todos os atos da vida civil, diante da necessidade

    do homem moderno, sobretudo nos grandes centros, do porte de documento que

    proporcionasse identificao fcil e segura. Surgem, nesse contexto, o processo

    antropromtricode identificao e, em seguida, o processo papiloscpio, que voc

    estudar nas prximas aulas.

    Processo papiloscpio

    O processo papiloscpico baseia-se no aproveitamento das impresses papilares para

    fins de identificao

    O que diz o Aurlio?

    No dicionrio Novo Aurlio Sculo XXI (1999, p. 1071) temos que identificao o

    (...) ato ou efeito de identificar(-se). Reconhecimento de uma coisa ou de um

    indivduo como os prprios.

    Em percia papiloscpica so chamadas idnticas duas impresses que foram

    produzidas por um mesmo dedo. Tambm so idnticas duas fotos que foramoriginadas de um mesmo negativo (PIP Peru).

    Locard (apud Perez, 1995) define a identificao pessoal com a operao policial ou

    mdico-legal mediante a qual se estabelece a personalidade de um indivduo.

    De uma forma mais completa, segundo Barber (s/d), identificao o ato ou efeito

    de empregar um sistema ou conjunto de conhecimentos cientficos, procedimentos

    tcnicos ou operaes prticas para constatar a existncia de uma pessoa, conhec-

    la, reconhec-la com segurana e vincul-la de modo indubitvel (de que no se

    pode duvidar) a seus atos, conduta e comportamento.

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    Identificao X Reconhecimento

    Observe que as palavras identificao e reconhecimento so, frequentemente,

    empregadas como sinnimos. Entretanto, do ponto de vista tcnico, faz-se necessrio

    fazer a distino entre elas. Veja!

    Identificar consiste em demonstrar que certo corpo humano, que em dado momento

    se apresenta a exame, o mesmo que em ocasio anterior j havia se apresentado.

    Identificar reconhecer. Mas a identificao difere do simples reconhecimento,

    por empregar processos especializados, de base objetiva, como por alcanar

    resultados sempre seguros.Dela se pode dizer que um reconhecimento tcnico.

    (JNIOR, Almeida & COSTA, Jnior, 1996, p.?)

    Maranho (apud Sobrinho, 2003, p. 22) dizia que reconhecimento uma

    identificao emprica e a identificao o reconhecimento cientfico.

    O artigo 166, do Cdigo de Processo Penal, dispe que:

    Proceder-se- ao reconhecimento pelo Instituto de Identificao e Estatstica e

    repartio congnere ou pela inquirio de testemunhas, lavrando-se auto de

    reconhecimento e de identidade, no qual descrever o cadver, com todos os sinais eindicaes.

    De acordo com Sobrinho (2003), o cdigo deveria fazer diferenciao do termo

    identificao de reconhecimento, pois identificao executada por peritos, os quais

    empregam tcnicas especficas (confronto datiloscpico, exames odontolgicos ou

    sseos, etc.), enquanto reconhecimento realizado por testemunhas ouvidas pela

    polcia judiciria em juzo, depois do comparecimento ao necrotrio ou da

    observao de fotografias encartadas aos autos do inqurito policial ou processo, semo emprego de tcnica especfica.

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    Aula 4 A identificao e a sociedade

    Se os homens no pudessem reconhecer-se viveriam como um cardume de mirades

    de peixes e seriam incapazes de reconhecer-se formando uma confuso maior do que

    na construo da Torre de Babel.

    (Reyna Almandos)

    Nesta aula, voc estudar a importncia da identificao para resguardar direitos e

    assegurar deveres.

    As sociedades humanas so compostas de pessoas com os mais diversos interesses, o

    que tornam inevitveis os conflitos. Para que o mais forte no exploreimpiedosamente aos mais fracos, faz-se necessria a presena do Estado. Cabe ao

    Estado atuar como mediador das lides e aplicador da justia. A paz interna

    garantida pelo chamado estado de direito, regulado pelo conjunto de leis e

    normas. Todo cidado tem seus direitos assegurados e, ao mesmo tempo, tm

    obrigaes a cumprir.

    As leis penais so feitas conforme os preceitos ticos e morais de um pas. Seu

    objetivo desestimular aes danosas para estabilidade social. H penas como,

    priso e multa, cuja dose administrada conforme sua gravidade e as condiespsicolgicas e sociais do infrator.

    Ao contrrio do que muitos pensam, a pena no tem somente o carter punitivo. Ela

    visa tambm garantir que o cidado infrator repare os danos eventualmente causados

    a terceiros. Alm disso, ainda tem o aspecto pedaggico, ou seja, tem por fim a

    reconduo moral do cidado, a fim de que passe a se comportar de forma aceitvel

    pela sociedade em que vive.

    A Constituio Federal, no seu no artigo 5, XLV, dispe que nenhuma pena passar

    da pessoa do condenado. Tambm fato de que a Justia no aceita que uma

    pessoa seja punida pelo crime cometido por outrem. necessria, portanto, a

    individualizao das penas e dos infratores.

    Para isso fundamental que se garanta que no se haja erro quanto pessoa.

    imprescindvel que o infrator seja corretamente identificado para que seus

    antecedentes e a pena possam ser corretamente aplicados.

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    No cumprimento de um mandado de priso ou alvar de soltura, o policial deve ser

    mais cuidadoso na confirmao da identidade, pois uma falha nessa ao acarretar a

    privao da liberdade de uma pessoa inocente ou a liberao daquela que deveria ser

    mantida presa.

    No meio social h necessidade da identificao tanto para exigir cumprimento dos

    deveres como para assegurar direitos. Ao comprar ou vender um imvel, firmar um

    contrato, fazer alistamento militar e votar, imprescindvel que os participantes

    sejam devidamente identificados. Nada disso possvel se no houver um mtodo de

    identificao eficaz e confivel. Se no houver uma identificao segura no ser

    possvel assegurar a justia e a estabilidade nas relaes sociais.

    Identificao: uma questo de segurana e cidadania

    Uma sociedade em que as relaes entre indivduos esto fundamentadas no estado

    de direito, a lei s poder ser aplicada se o indivduo existir, no apenas fisicamente,

    mas tambm necessrio que ele exista juridicamente. criada uma personalidade

    jurdica, na qual o indivduo passa a ser um sujeito de direito e obrigaes. Atravs

    dela, o indivduo passa a ser um sujeito de direito e obrigaes. A personalidade composta de informaes atribudas vida do indivduo no meio social com o nome,

    a filiao, o domiclio onde mora, a profisso que exerce e assim por diante.

    Esse em suma o cidado ou indivduo poltico. O instrumento utilizado na sociedade

    brasileira para que o indivduo passe a existir a certido de nascimento.

    Isso esclarece porque o governo brasileiro franquia a certido de nascimento a todos

    os brasileiros e explica a campanha para que todos tenham a sua certido denascimento. Sem ela no possvel a incluso social.

    Em 2004, foi implementado o Programa Nacional de Documentao da

    Trabalhadora Rural (PNDTR) (http://www.mda.gov.br/aegre/index.php?sccid=572

    ) que tem por objetivo documentar as trabalhadoras rurais, conscientizando-as da

    importncia da documentao como exerccio da cidadania e sensibilizar a sociedade

    para o reconhecimento da profisso de trabalhadora rural. Os mutires emitem,

    http://www.mda.gov.br/aegre/index.php?sccid=572http://www.mda.gov.br/aegre/index.php?sccid=572
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    gratuitamente, certides de nascimento, de identidade e com essas, outros

    documentos carteiras de trabalho e CPFs.

    Concluso

    Nesta aula, voc aprendeu que:

    Indivduo o ser natural, uma unidade fsica, biolgica, enquanto que pessoa est

    relacionada personalidade, aos valores e aos papis que esse indivduo representa

    no palco da vida social.

    Identidade pode ser conceituada como sendo umconjunto de caracteres que torna

    uma pessoa ou coisa nica e diferente de todas as outras (Brenes Acua), e

    identificao como o ato de verificar ou fazer patente a identidade de algum ou

    algo.

    No cumprimento de um mandado de priso ou alvar de soltura, o policial deve ser

    mais cuidadoso na confirmao da identidade, pois uma falha nessa ao acarretar a

    privao da liberdade de uma pessoa inocente ou a liberao daquela que deveria ser

    mantida presa.

    No meio social h necessidade da identificao tanto para exigir cumprimento dos

    deveres como para assegurar direitos. Se no houver uma identificao segura no

    ser possvel assegurar a justia e a estabilidade nas relaes sociais.

    Neste mdulo so apresentados exerccios de fixao para auxiliar a compreenso

    do contedo.

    O objetivo destes exerccios complementar as informaes apresentadas nas

    pginas anteriores.

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    1.

    Pegue uma folha de papel e o apie sobre a palma da mo direita. Coloque

    sua mo esquerda sobre o papel com o dorso da mo voltado para o

    mesmo. Exera uma leve presso sobre o papel mantendo-o preso entre

    suas mos. Agora mantendo fixa a mo direita tente mover o papel com a

    mo esquerda. Inverta o movimento: mantenha fixa a sua mo esquerda e

    tente mover o papel com a mo direita.

    Repita a experincia invertendo as mos.

    Qual o resultado? Com qual das mos voc conseguiu mover o papel? Explique o

    fenmeno? O que essa experincia permite constatar?

    2. As impresses coletadas dos recm nascidos podem ser utilizadas na para

    identificao na fase adulta. Isso possvel graas a uma das propriedades das

    impresses papilares. Que propriedade essa?

    3. As leis brasileiras esto mais severas e o Estado est se mobilizando no sentido

    de punir os crimes contra a natureza. Tais medidas surgem em funo de presses

    internacionais e uma maior conscientizao mundial da necessidade de

    preservao do meio ambiente. Entretanto, observa-se que as reas devastadas

    so terras da prpria unio, ocupadas por posseiros, portanto, sem qualquer

    documentao. A lei no pode ser aplicada por falta de requisitos bsicos.

    Pesquise na internet sobre o Programa Arco VerdeTerra Legal

    (http://portal.mda.gov.br/arcoverde ), promovido pelo Ministrio do

    Desenvolvimento Agrrio, em parceria com diversos rgos Estaduais e Minicipais,

    descrevendo em seguida os seus objetivos e a importncia do trabalho dos

    papiloscopistas na execuo do Programa.

    http://portal.mda.gov.br/arcoverdehttp://portal.mda.gov.br/arcoverde
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    4. O princpio da VARIABILIDADE pode ser explicado como:

    ( ) Propriedade que tm os desenhos papilares de no mudarem a sua forma

    original, desde o seu surgimento at a completa decomposio cadavrica. O

    desenho conserva-se idntico a si mesmo e no muda durante toda a sua existncia.

    ( ) Propriedade que tm os desenhos papilares de no se repetirem, variando,

    portanto, de regio para regio papilar e de pessoa para pessoa. No h possibilidade

    de se encontrar dois desenhos papilares idnticos, nem mesmo em uma mesma

    pessoa.

    ( ) Propriedade que tm os desenhos papilares de se manifestarem definidos desde

    a vida intra-uterina at a completa putrefao cadavrica. O desenho papilar

    observado em um recm-nascido permanece at sua velhice, com a nica diferena

    do aumento de tamanho, como se fosse uma ampliao fotogrfica.

    5. Associe a 2. coluna de acordo com a 1:

    1 Indivduo2- Pessoa

    3- Identidade

    4 - Identificao

    ( ) Ato de verificar ou fazer patente a identidade de algum ou algo.

    ( ) Conjunto de caracteres que torna uma pessoa ou coisa nica e diferente de todas

    as outras

    ( ) Ser natural, uma unidade fsica, biolgica,( ) Est relacionada a personalidade, aos valores e aos papis que esse indivduo

    representa no palco da vida social.

    Este o final do mdulo 1

    A identificao: principais definies

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    Gabarito

    1. A experincia permite constatar que com o dorso da mo no ser possvel

    movimentar o papel sobre a palma, entretanto com a palma de uma das mos

    movimenta-se facilmente o papel sobre o dorso da outra. A experincia demonstra

    que a palma das mos e a polpa digital tm maior aderncia ao papel do que o dorso.

    Isso pode ser explicado pela presena alta concentrao de papilas drmicas e sua

    forma anatmica.

    2. a propriedade da Imutabilidade, um dos princpios fundamentais da papiloscopia.

    3. Os mutires esto concentrados nos Estados de Mato Grosso e do Par,

    coincidentemente estes so os estados onde esto ocorrendo o maior numero de

    queimadas na Amaznia Legal. So reas rurais, s vezes de difcil acesso, muitas

    pessoas no possuem se quer certido de nascimento. O objetivo do projeto levar a

    cidadania a essas pessoas e dar-lhes titularidade da terra. Dessa forma os posseiros

    passaro a ser proprietrios da terra, uma forma de levar dignidade e cidadania ao

    homem do campo, ao mesmo tempo em que torna possvel responsabiliz-los, na

    forma da lei, pelas queimadas. A carteira de Identidade o documento bsico para a

    obteno de todos os outros documentos para que se possa exercer a cidadania. Da aimportncias da participao de Papiloscopistas dos Institutos de Identificao,

    nesses mutires. Pois so responsveis pela emisso gratuita das carteiras de

    identidade.

    4. Propriedade que tm os desenhos papilares de no se repetirem, variando,

    portanto, de regio para regio papilar e de pessoa para pessoa. No h possibilidade

    de se encontrar dois desenhos papilares idnticos, nem mesmo em uma mesma

    pessoa.

    5. 4-3-1-2

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    Mdulo 2 Histrico da identificao

    Apresentao

    A papiloscopia uma cincia. Seus princpios foram estudados durante anos at se

    chegar ao sistema desenvolvido de hoje. Dos estudos de identificao humana, o

    sistema papiloscpico o nico insupervel.

    (www.pc.ms.gov.br)

    Mas, quando tudo comeou e evoluiu?

    Essas questes o ajudaro a estudar os contedos deste mdulo.

    Ao final do mdulo, voc dever ser capaz de:

    Analisaras descobertas, os estudos e os mtodos dos principais profissionais que

    contriburam para o surgimento da papiloscopia como cincia; e

    Explicar por que a papiloscopia se firmou como mtodo exclusivo de identificao.

    O contedo deste mdulo est dividido em 3 aulas:

    Aula 1 Processos empricos de identificao

    Aula 2 Processos cientficos de identificao

    Aula 3 O sistema datiloscpio e os processos de identificao civil e criminal

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    Aula 1 Processos empricos de identificao

    De nada adianta o homem possuir caractersticas prprias que permitam identific-

    lo, se no houver meios, processos para o estabelecimento da identidade.

    Os primeiros processos de identificao estavam mais ligados a fins cveis do que

    penais. Posteriormente, o homem sentiu a necessidade de identificar as pessoas que

    no sabiam conviver socialmente. Para isso, empregava processos primitivos de

    marcar o indivduo. No se cogitava a a determinao da identidade individual, mas

    uma forma de segregao dos banidos do meio social.

    Fins cveis

    Determinao de propriedade sobre animais, escravos e objetos pessoais.

    O nome

    Em linguagem escrita ou falada, o nome constitui o primeiro signo identificador dohomem para designar tudo que o rodeia. Seu significado variou de uma civilizao

    para outra ou de um perodo histrico para outro. Ele utilizado como o principal

    elemento na fixao da personalidade jurdica, por isso h forte controle para que a

    pessoa no altere livremente seu nome de nascimento, devendo esse permanecer

    intangvel, inseparvel, imutvel acompanhando a pessoa desde o nascimento at

    aps a morte.

    Normalmente, o nome recebido por ocasio do nascimento e inscrito no Registro

    Pblico, da forma escolhida pelos pais, sendo composto do prenome, seguido do

    nome de famlia, o qual chamado sobrenome. Trata-se de um sinal simblico

    designativo das coisas, que est sujeito ambiguidade, no podendo, por isso, ser

    empregado como processo exclusivo de identificao fsica das pessoas.

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    Processo ferrete

    Consiste na marcao com ferro incandescente na fronte, na face ou nas espduas,

    utilizado em vrios pases, com a finalidade de identificar criminosos, de modo que

    cada um fosse reconhecido pela correspondncia das figuras ou letras, determinando

    o tipo de crime cometido. Com um duplo objetivo: punir e identificar.

    A utilizao mais remota desse processo, de que se tem notcia, foi feita na ndia. L

    as marcas eram apostas na fronte do indivduo e cada uma delas correspondia a um

    determinado crime.

    O processo foi definitivamente banido na primeira metade do sculo XIX.

    Mutilao

    Trata-se de uma forma de identificao brbara, que consistia na mutilao de

    rgos essenciais de criminosos, tais como dedos, ps, mos e, at mesmo, a

    castrao. O rgo mutilado variava de acordo com o crime e com as leis do pas que

    a adotavam como processo de identificao. Esse processo tinha como finalidade

    identificar o autor do delito e reprimir o crime. Entretanto, bania o indivduo da

    sociedade, impedindo dessa forma sua possvel reintegrao.

    Em Cuba e na Espanha, no caso de criminosos, amputavam-se as orelhas; na Rssia e

    na Frana cortavam-se as narinas; nos Estados Unidos, as orelhas. Nos casos de

    sodomia, aplicava-se a castrao.

    Tatuagem

    Processo que consiste na utilizao de substncias corantes, vegetais ou mineraispara fixar na pele desenhos e pinturas. uma prtica muito antiga utilizada pelo

    homem primitivo como sinal de identificao.

    Muitos povos da antiguidade j empregaram a tatuagem como sinal de distino.

    Herdoto informava que os tebanos prisioneiros eram marcados na fronte com o

    nome e as armas do rei.

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    A tatuagem foi oficialmente proposta como mtodo de identificao em 1832, pelo

    jurisconsulto e filsofo ingls Jeremy Bentham. Vale ressaltar que Bentham pretendia

    aplicar a tatuagem no s identificao criminal como tambm civil, porm, no

    obteve aceitao social, pela impropriedade de sua aplicao.

    Fotografia

    Com o surgimento da fotografia, na primeira metade do sculo XIX, passou a ser o

    mtodo empregado na identificao de criminosos que, como meio exclusivo de

    identificao criminal, foi inicialmente de grande valia. Ocorre que, medida que as

    colees fotogrficas se avolumavam, mais complexa se tornava a sua organizao.

    Havia tambm o inconveniente de os criminosos alterarem seus traos fisionmicos,

    por meio de bigodes, cor dos cabelos e diversos disfarces para dificultar o processo

    fotogrfico. Atualmente esse processo de grande valia, porm utilizado como

    acessrio a outros processos de identificao.

    Aula 2 Processos cientficos de identificao

    A datiloscopia consolida a ordem social em todos os seus aspectos, abarca desde o

    nascimento at a morte do homem, atua em todos os atos de vida e no o abandona

    no bem, nem no mal, e atribui a personalidade nas mais diversas circunstncias,

    tanto para acolhida e trabalho, quanto para deteno e castigo.

    (CASTELLANOS, 1937, traduo Ana Lcia Ferreira Chaves)

    Processo antropomtrico

    Quanto maior a populao mais necessria se torna a aplicao de um eficiente

    sistema de identificao. Por essa razo as autoridades buscavam um sistema de

    identificao cujo funcionamento estivesse fundamentado em alguma base cientfica.

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    Na segunda metade do sculo XIX a cincia progrediu de tal forma, que seus

    cultuadores aproveitaram para utiliz-la nos processos de identificao. Da originou-

    se a aplicao da antropologia identificao. Esse processo ficou conhecido como

    sistema antropomtric, criado pelo francs Alphonse Bertillon.

    (http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/AlphonBe.html)

    O processo antropomtrico, que comeou a ser visto na pgina anterior,

    baseado em trs princpios cientficos:

    A fixidez quase exclusiva do esqueleto humano, a partir dos vinte e um anos de

    idade;

    A variao das dimenses do esqueleto de um para outro indivduo; e

    A relativa facilidade e preciso com que se podia tomar determinado nmero de

    medidas sseas.

    A identificao pelo o sistema antropomtrico era realizada em trs etapas:

    1 etapa

    Assinalamento descritivo ou retrato falado. Esta etapa era composta por notaescromticas (cor da pele, dos cabelos, dos olhos), notaes morfolgicas (formato do

    rosto, nariz, boca e orelhas) e traos complementares (tiques nervoso, mania,

    sotaques, regionalismos, grias, expresses, forma habitual de vestir, etc).

    2 etapa

    Assinalamento de marcas particulares. Compreendia as marcas produzidas por

    cicatrizes, manchas da pele, tatuagens, aleijes, amputaes, etc. O assinalamento

    era feito segundo a regio do corpo; e

    3 etapa

    Assinalamento antropromtrico. A identificao era feita com base nas medidas

    sseas externas de onze partes do corpo parte do crnio antebrao, alguns dedos,

    ps, estatura e envergadura.

    http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/AlphonBe.htmlhttp://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/AlphonBe.html
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    Ainda em relao a identificao pelo sistema antropomtrico, todos os dados eram

    arquivados em forma de fichas. Tambm eram arquivados os retratos do indivduo,

    de frente e de perfil (reduo de 1/5 do tamanho natural). O arquivamento dessas

    fotografias era feito em um livro especial chamado lbum DKV, em que eram

    classificadas por um sistema criado pelo prprio Bertillon, juntamente com as

    classificaes obtidas pelo retrato falado.

    O mtodo espalhou-se rapidamente por outros pases como as ndias Inglesas, a

    Rssia, a Sua, Portugal, etc.No Brasil, iniciou-se sua aplicao em 1894. A partir

    de 1903, Bertillon passou a adicionar s suas fichas sinalticas as impresses digitais

    dos identificados.

    Limitaes e mritos do processo antropomtrico

    Passado o entusiasmo inicial, o sistema antropomtrico foi aos poucos perdendo o

    brilho, em razo de algumas objees mais ou menos severas e consistentes, a saber:

    Era aplicvel somente s pessoas adultas, entre 20 e 65 anos;

    Era de difcil utilizao em mulheres;

    As medidas tomadas tinham fortes componentes pessoais e, por isso, passveis de

    erros. Apareciam variedades de resultados, quando o indivduo era examinado por

    dois observadores ou duas vezes pelo mesmo perito;

    Os adjetivos empregados no seu vocabulrio no correspondiam aos dos diversos

    pases; e

    Havia possibilidade de que dois indivduos revelassem valores antropomtricos

    sensivelmente iguais.

    Apesar de suas limitaes, comentadas na pgina anterior, no se pode tirar o mrito

    de Alphonse Berthillone seu sistema de identificao.

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    Ele foi o primeiro a aplicar mtodos cientficos de antropologia descritiva na

    identificao humana, e assim abriu o caminho para a aplicao de outros e mais

    precisos mtodos, por tudo que a antropologia tem a oferecer nesse sentido a servio

    da humanidade.

    (WENTWORTH & WILDER, 1918, traduo livre)

    Entretanto, o sistema tem diversos dados que so utilizados at hoje pela polcia,

    como, por exemplo, a qualificao (nome, nome dos pais, local e data de

    nascimento). A fotografia sinaltica com reduo de 1/7 em relao s medidas

    originais possibilitou a classificao antropomtrica e, assim, o arquivamento de

    grande quantidade de fotografia de criminosos.

    Atualmente se utilizam fragmentos do Sistema Bertillon para o reconhecimento de

    pessoas, enquanto que o processo papiloscpico utilizado como prova cientfica de

    identidade.

    Processos de identificao derivados do antropomtrico

    Outros processos surgiram baseados na morfologia comparada do corpo humano. Suas

    bases so o princpio de que no h duas partes comparveis anlogas que sejamidnticas nos diversos indivduos.

    Veja alguns deles:

    Processo otomtrico

    Lanado em 1888, pelo estudioso Frigrio, com base nas medidas das orelhas, com

    um aparelho chamado otmetro, criado por ele. Sua difcil aplicao redundou em

    desuso.

    Processo cranigrafo

    Baseado na medida e comparao dos perfis cranianos, por meio do aparelho

    chamado cranigrafo, criado por Luigi Anfosso, para esse fim. Tornou-se obsoleto,

    principalmente pela falta de exatido nas medidas.

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    Processo Venoso

    Lanado em 1908, por Arrigo Tamassia, resumia-se na classificao numrica das

    ramificaes venosas superficiais do dorso das mos.

    Processo odontolgico

    Consistia no registro da arcada dentria e da disposio dos dentes, para posterior

    confronto s dos suspeitos. aplicado no caso de identificao de cadveres

    carbonizados ou em adiantado estado de putrefao.

    O processo papiloscpico

    A cincia da papiloscopia, dentre outras aplicaes, utilizada para estabelecer aidentidade das pessoas. Para tanto, pesquisa os registros sobre a natureza dos

    desenhos papilares desde a pr-histria, tendo em vista que j nesse perodo o

    homem, instintivamente ou no, reproduzia suas impresses digitais nas cavernas

    onde habitava, bem como em peas de cermicas produzidas nessa poca. Os

    desenhos caractersticos encontrados na polpa digital, nas palmas das mos e nas

    plantas dos ps, foram objeto de observaes ao longo de nossa histria.

    O processo papiloscpicobaseia-se no aproveitamento das impresses papilares parafins de identificao.

    Os pioneiros da papiloscopia

    Ainda no sculo XVIII, ouviase notcias a respeito da prtica de identificao por

    meio das impresses papilares. Tratava-se dos trabalhos pioneiros de Henry Faulds e

    William Herschel. Cada um, de forma independente, entrou em contato com um

    costume local de utilizao de impresses papilares no oriente. No Japo, Henry

    Faulds observou a existncia de impresses digitais em cermicas japonesas. Passou a

    fazer diversos experimentos e constatou o valor dessas impresses para a

    identificao de pessoas. Herschel, por sua vez, teve sua experincia na ndia. Ele

    observou o costume dos indianos de aplicar impresses digitais ou palmares em

    documentos como forma de autenticao. Ele se valeu do costume como forma til

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    de inibir que uma mesma pessoa recebesse duas vezes pelo mesmo benefcio

    pecunirio fornecido pelo governo ingls.

    Ainda falando sobre os pioneiros da papiloscopia, William Herschel, ao longo dos anos

    consolidou no seu trabalho o costume da coleta das impresses digitais nos recibos de

    pagamento de benefcios. Depois de algumas dcadas chamou a sua ateno, o fato

    de que as impresses que coletara de uma mesma pessoa se mantinha no mesmo

    formato, mesmo aps ter decorrido muito tempo. Esse passou ento para as

    impresses digitais com objetivo de identificao. Muitas dessas impresses foram

    levadas para a Inglaterra e, posteriormente, repassadas para Francis Galton.

    (http://redepsicologia.com/francis-galton)

    Os trabalhos desses ilustres cidados, Henry Faulds e William James Herschel, que

    esto sendo comentados nas pginas anteriores, foram publicados por volta do ano

    de 1875. E chegaram ao conhecimento de Francis Galton.

    Francis Galton foi convidado pelo Instituto de Londres a opinar sobre o melhor

    sistema de identificao: o antropomtrico ou o recm-chegado sistema

    datiloscpico. Ao final de sua pesquisa, em 1888, concluiu pela superioridade da

    identificao pelas impresses digitais. Seu trabalho adquiriu grande repercusso naEuropa. Publicou seu trabalho com o ttulo Personal Identification.

    Nesse trabalho Galton lana as bases de uma nova cincia, a papiloscopia. Ele

    concluiu que as impresses papilares so perenes, imutveis e nicas, e instituiu um

    sistema de classificao datiloscpico que, embora rudimentar, deu origem a todos

    que foram criados posteriormente.

    Em 1891, o argentino Juan Vucetich Kovacevich(http://www.fo.usp.br/departamentos/social/legal/sistema_dactilo.htm),

    casualmente,toma conhecimento do trabalho de Galton, atravs de uma matria na

    Revista Cientfica. Ele desenvolve e passa a utilizar na Oficina de Estatstica, onde

    trabalhava, em La Plata, um mtodo prtico de coleta, classificao e arquivamento

    das impresses digitais. Nesse mesmo ano, ele iniciou a coleta de impresses digitais

    de presos recolhidos priso de La Plata.

    http://redepsicologia.com/francis-galtonhttp://www.fo.usp.br/departamentos/social/legal/sistema_dactilo.htmhttp://www.fo.usp.br/departamentos/social/legal/sistema_dactilo.htmhttp://redepsicologia.com/francis-galton
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    O sistema criado por Vucetich permitia a criao de frmulas datiloscpicas. Ele

    tambm criou um processo de arquivamento com base nessas frmulas. As fichas

    eram depositadas em arquivos de escaninhos que media 15 x 15 x 25 (axlxp), com

    fichas de mesmo tamanho similar.

    Em 1892 ele resolveu o primeiro caso de homicdio, identificando o assassino por

    meio de uma impresso digital em sangue encontrada em local de crime.

    Dois anos mais tarde, em 1894, foi sugerido por Francisco Latzina que o novo sistema

    de identificao passasse a se chamar dactiloscopia, em vez de

    icnofalagometria, nome originalmente dado pelo seu criador.

    Em 1896, na Argentina, utilizando o seu sistema, Vucetich identifica um cadver de

    identidade ignorada, era um ex-presidirio.

    No Brasil

    No ano de 1902, em 29 de dezembro, entra em vigor a Lei n 947

    (http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Civil_do_Estado_do_Rio_de_Janeiro

    ), que reorganiza a polcia do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, onde institui osistema datiloscpico de Vucetich.

    Em 1903, foi fundado o Gabinete de Identificao na Capital Federal, no Rio de

    Janeiro, graas iniciativa de Flix Pacheco

    (http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Pacheco ). No mesmo ano, em 5 de

    fevereiro, por intermdio do Decreto Federal n 4.764, que regulamentou a Lei n

    947, foi institudo a dactiloscopia no Brasil. Este decreto dispe sobre a

    classificao datiloscpica segundo o Sistema Datiloscpico de Vucetich e considera aimpresso digital como a prova mais concludente e positiva da identidade de um

    indivduo.

    (Fonte: http://www.pc.ms.gov.br)

    Aos poucos o uso do sistema datiloscpico foi avanando no Brasil. Acompanhe!

    1903 (RJ); 1906 (MG); 1907 (SP); 1909 (PE); 1910 (BA); 1918 (RN); 1920 (PA);

    1921 (MT).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Civil_do_Estado_do_Rio_de_Janeirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Pachecohttp://www.pc.ms.gov.br/http://www.pc.ms.gov.br/http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Pachecohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Civil_do_Estado_do_Rio_de_Janeiro
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    Vantagens do processo papiloscpico

    O processo papiloscpico acabou por substituir o processo antropomtrico em todos

    os pases devido s suas vantagens, dentre as quais:

    Exatido

    Por meio dela possvel afirmar categoricamente a identidade de uma pessoa;

    Baixo custo

    Com apenas uma ficha de papel e tinta possvel obter impresses papilares;

    Classificabilidade

    A classificao das impresses papilares, principalmente as digitais, cria uma

    sequncia numrica ou alfanumrica, que possibilita busca em arquivos com milhes

    de fichas; e

    Auxlio na soluo de crimes

    As impresses papilares podem ser encontradas em locais de crime e identificadas.

    Tais impresses, em conjunto com outras evidncias, se constituem em um

    importante elemento de prova.

    AFIS

    Atualmente, a papiloscopia no s continua prestando servios humanidade

    firmando-se como o mtodo mais seguro, eficaz e prtico de identificao como

    tambm ficou ainda melhor ao se aliar cincia da computao. Essa cincia

    ampliou as possibilidades de sua aplicao, convertendo-se no meio biomtrico de

    identificao de grande massa populacional mais aplicado. So conhecidos comoSistemas Automticos de Identificao de Impresses Digitais (AFIS)

    (http://www.papiloscopistas.org/afis.html).

    Os AFIS tornaram a identificao datiloscpica mais rpida. Ela tambm torna

    possvel a identificao de minsculos vestgios de impresses papilares encontradas

    em cenas de crime. Esses vestgios podem ser identificados mesmo em grandes

    arquivos de dezenas de milhes de fichas. O AFIS tambm permite que as imagens de

    http://www.papiloscopistas.org/afis.htmlhttp://www.papiloscopistas.org/afis.html
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    Como voc estudou, o Decreto Federal n 4.764, de 5 de fevereiro de 1903, disps

    sobre a classificao datiloscpica segundo o Sistema Datiloscpico de Vucetich e

    considerou a impresso digital como a prova mais concludente e positiva da

    identidade de um indivduo. (Fonte: http://www.pc.ms.gov.br)

    Em 2000, a Lei n 10.054/2000

    (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10054.htm ) aceita como prova de

    identificao civil todo e qualquer documento de identidade reconhecido pela

    legislao (artigo 2).

    Equiparada ao documento de identidade civil em todo o territrio nacional, por fora

    do institudo pelo Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB) Lei n 9.503, de 23 de

    setembro de 1997, artigo 159 , a CNH deve ser interpretada como tacitamente

    includa no rol dos documentos aceitos, suscitando cautela, portanto, quanto

    identificao criminal daqueles que a apresentam.

    Identificao criminal

    Na identificao criminalno facultada ao acusado a livre vontade em identificar-se, ela feita por imposio legal. Assim, prev o Decreto-Lei n 3.689, de 3 de

    outubro de 1941 Cdigo de Processo Penal (CPP), em seu artigo 6, inciso VIII, que

    deve a autoridade policial, logo que tenha conhecimento da prtica da infrao

    penal, ordenar a identificao do indiciado pelo sistema datiloscpico, caso

    possvel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes. Posteriormente, em

    1988, a Constituio Federal limitou a identificao criminal somente queles que

    no fossem civilmente identificados. A regulamentao do dispositivo constitucional

    ocorreu apenas no ano 2000, com a Lei n 10.054, de 7 de dezembro, que vocestudar, a seguir.

    Sistema datiloscpico

    Identificao pelas impresses digitais.

    http://www.pc.ms.gov.br/http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10054.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10054.htmhttp://www.pc.ms.gov.br/
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    A Lei da Identificao Criminal relaciona os casos em que se proceder a

    identificao criminal, ainda que a pessoa esteja regularmente identificada

    civilmente, em seu artigo 3 e incisos:

    a)

    Em se tratando de indiciamento ou acusao nos seguintes crimes:

    Homicdio doloso (artigo 121, 1 e 2, do Cdigo Penal CP);

    Contra o patrimnio praticado mediante violncia ou grave ameaa (artigos 157, 158,

    159, 2 e 3, 161, II, 163, I, do CP);

    Receptao qualificada (artigo 180, 1, do CP);

    Contra a liberdade sexual (artigos 213 a 216-A, do CP); e

    Falsificao de documento pblico (artigo 297, do CP) situaes de identificao

    criminal compulsria.

    b)

    Fundada suspeita de falsificao ou adulterao do documento:

    Hiptese em que a autoridade dever fundamentar a deciso pela identificao,

    resguardando-se o papiloscopista com o documento escrito assinado pela respectiva

    autoridade, geralmente um memorando;

    c)

    Documento de identificao civil desprovido dos caracteres essenciais:

    Por fora de insuficiente estado de conservao ou da distncia temporal da sua

    expedio nessa hiptese, geralmente o papiloscopista suscitado a opinar,

    funcionando sua anlise como auxlio ao convencimento da autoridade. Contudo, a

    prova da falsificao ou inautenticidade do documento caber ao perito criminal

    federal produzir, por decorrncia de sua atribuio;

    d)

    Uso de nomes ou qualificaes divergentes das j registradas nos bancos de

    informaes policiais:

    Para o enquadramento nessa hiptese, no basta que o indiciado tenha antecedentes

    criminais. Importa que haja, isto sim, registro diverso dos dados apresentados por

    ele, visando elucidao das dvidas. A identificao pelo processo papiloscpico

    ter imprescindvel utilidade.

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    e)

    Qualquer registro de extravio do documento comprobatrio da identificao

    civil:

    Na inteno de proteger inocentes que tenham regularmente registrado a perda,

    furto ou roubo de seus documentos de identidade, tal medida determina a

    identificao criminal, quando apurado algum registro de extravio do documento

    apresentado. No entanto, em razo das dificuldades encontradas no inter-

    relacionamento informatizado entre o DPF e os institutos de identificao, a

    confirmao do extravio nem sempre pode ser precisa e tempestiva.

    Organizaes criminosas

    Outra hiptese de identificao criminal compulsria, independentemente da

    comprovao ou no da identificao civil, est prevista no artigo. 5, da Lei n

    9.034, de 3 de maio de 1995, que assim dispe: A identificao criminal de pessoas

    envolvidas com a ao praticada por organizaes criminosas ser realizada

    independentemente da identificao civil.

    Para efeitos dessa lei, entende-se por organizao criminosa no s a formao dequadrilha ou bando (artigo 288, do CP) como qualquer outro tipo de associao para

    fins de delinquir, segundo a redao dada pela Lei n 10.217, de 11 de abril de 2001.

    Menores

    Reza o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) que: O adolescente civilmente

    identificado no ser submetido identificao compulsria pelos rgos policiais,

    de proteo e judiciais, salvo para efeito de confrontao, havendo dvida fundada.(Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990, artigo 109)

    Considerando que o referido estatuto define como adolescente aquele com idade

    entre 12 e 18 anos (artigo 27, do CP e artigo 2, do ECA), a identificao desse menor

    deve obedecer a critrios e cuidados bem definidos.

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    Quer a regra que o adolescente identificado civilmente no o seja para efeitos

    criminais. Abre, pois, exceo quando se tratar de dvida fundada a respeito da

    autenticidade da identificao civil. Da mesma forma, se o indiciado alega

    menoridade sem comprov-la, no est protegido por esse dispositivo.

    Fundamentando sua suspeita, a autoridade policial poder requisitar a identificao

    criminal do eventual menor, cabendo ao identificador a precauo quanto

    realizao dos procedimentos, devendo solicitar expressa determinao da

    autoridade, por meio de expediente ou despacho assinado nos autos.

    H que se ter a noo, contudo, de que o menor de 18 anos penalmente

    inimputvel (artigo 104, ECA). No se pode sujeit-lo aos procedimentos de

    identificao criminal, uma vez que no est cometendo um crime ou uma

    contraveno penal, mas ato infracional (artigo 103, ECA). Por isso, a fundamentao

    da autoridade policial, no que se refere s suspeitas sobre a idade do alegado menor,

    deve ser criteriosa e expressa, sem a qual a identificao criminal no deve ser

    realizada por ser contrria lei.

    Concluso

    Neste mdulo, voc estudou os processos empricos de identificao e os processos

    cientficos que surgiram com a contribuio do progresso cientfico. Estudou tambm

    as normas aplicadas instigao criminal com base na Lei n 10.054, sancionada em 7

    de dezembro de 2000.

    Neste mdulo so apresentados exerccios de fixao para auxiliar a compreenso

    do contedo.

    O objetivo destes exerccios complementar as informaes apresentadas nas

    pginas anteriores.

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    Exerccios de fixao

    1. Considerando os processos empricos, assinale a 2a. coluna de acordo com a 1:

    1 - Nome

    2 - Processo Ferrete

    3 Mutilao

    4 Tatuagem

    5 - Fotografia

    ( ) A utilizao mais remota desse processo, de que se tem notcia, foi feita na

    ndia. L as marcas eram apostas na fronte do indivduo e cada uma delas

    correspondia a um determinado crime.

    ( ) Esse processo tinha como finalidade identificar o autor do delito, e reprimir o

    crime. Entretanto, bania o indivduo da sociedade, impedindo desta forma sua

    possvel reintegrao.

    ( ) Atualmente esse processo de grande valia, porm utilizado como acessrio a

    outros processos de identificao.

    ( ) Trata-se de um sinal simblico designativo das coisas, que est sujeito ambigidade, no podendo, por isso, ser empregado como processo exclusivo de

    identificao fsica das pessoas.

    ( ) Foi oficialmente proposta como mtodo de identificao em 1832, pelo

    jurisconsulto e filsofo ingls Jeremy Bentham.

    2. De acordo com o processo antropomtrico, correto afirmar que:

    ( ) Criado pelo francs Alphonse Bertillon, o processo baseado em dois princpios

    cientficos: a variao das dimenses do esqueleto de um para outro indivduo e a

    relativa facilidade e preciso com que se podia tomar determinado nmero de

    medidas sseas.

    ( ) O sistema antropomtrico realizado e quatro etapas: retrato falado,

    assinalamento de marcas particulares, assinalamento antropromtrico e registro dos

    dados.

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    ( ) Na segunda metade do sculo XIX a cincia progrediu de tal forma, que seus

    cultuadores aproveitaram para utiliz-la nos processos de identificao. Da originou-

    se a aplicao da Antropologia identificao. Esse processo ficou conhecido como

    sistema antropomtrico, criado pelo francs Alphonse Bertillon.

    ( ) Atualmente no se utiliza fragmentos do Sistema Bertillon para o

    reconhecimento de pessoas.

    3. Considerando os pioneiros do processo papiloscpio, correto afirmar:

    ( ) Henry Faulds e William Herschel estudaram em conjunto os costumes locais e a

    utilizao de impresses papilares no oriente.

    ( ) Francis Galton lanou as bases de uma nova cincia, a papiloscopia. Ele concluiu

    que as impresses papilares so perenes, imutveis e nicas, e instituiu um sistema

    de classificao datiloscpico que, embora rudimentar, deu origem a todos que

    foram criados posteriormente.

    ( ) O Argentino Juan Vucetich Kovacevich, casualmente tomou conhecimento do

    trabalho de Galton atravs de uma matria na Revista Cientfica, mas no o

    desenvolveu.

    ( ) Francisco Latzina desenvolveu o sistema criado por Francis Galton e influencioua Lei 947 queque reorganiza a polcia do Distrito Federal, no Rio de Janeiro.

    4. Exatido, baixo custo, classificabilidade e auxlio na soluo de crimes, so

    vantagens apresentadas pelo:

    ( ) Processo Antropromtrico

    ( ) Processo Papiloscpico

    ( ) Processo Otometrico( ) Processo Caniografico

    Este o final do mdulo 2

    Histrico da identificao

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    SENASP/MJ - ltima atualizao em 14/09/2009

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    Gabarito

    1.

    2-3-5-1-4

    2. Na segunda metade do sculo XIX a cincia progrediu de tal forma, que seus

    cultuadores aproveitaram para utiliz-la nos processos de identificao. Da originou-

    se a aplicao da Antropologia identificao. Esse processo ficou conhecido como

    sistema antropomtrico, criado pelo francs Alphonse Bertillon.

    3. Francis Galton lanou as bases de uma nova cincia, a papiloscopia. Ele concluiu

    que as impresses papilares so perenes, imutveis e nicas, e instituiu um sistema

    de classificao datiloscpico que, embora rudimentar, deu origem a todos que

    foram criados posteriormente.

    4. Processo Papiloscpico

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    SENASP/MJ - ltima atualizao em 23/10/2009

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    Mdulo 3 Elementos tcnicos datiloscopia

    Apresentao

    No mdulo 1, voc aprendeu que a datiloscopia uma diviso da papiloscopia que

    estuda o formato e o direcionamento das linhas papilares. As figuras formadas pelas

    linhas permitiro a classificao dos datilogramas e, por isso, podem ser agrupados e

    individualizados. Essa importante caracterstica do sistema datiloscpico que

    possibilitar a identificao fsica das pessoas, mesmo que em arquivo de milhes de

    pessoas.

    Para compreender os elementos tcnicos da datiloscopia, principalmente os

    datilogramas, necessrio estudar tambm onde eles se encontram: na pele.

    O contedo deste mdulo est divido em 3 aulas:

    Aula 1 A pele

    Aula 2 A impresso digital e seus elementos

    Aula 3 Classificao primria dos datilogramas

    Ao final deste mdulo, voc ser capaz de:

    Compreender a estrutura e os elementos da pele que so responsveis pelaformao papilares;

    Identificar os diferentes elementos que constituem o datilograma: deltas, sistemas

    de linhas, linhas diretrizes e pontos caractersticos; e

    Classificar os datilogramas da datiloscopia, considerando os elementos que os

    constituem.

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    Aula 1 A pele

    A pele uma vastssima membrana que recobre externamente todas as partes do

    corpo, sendo que em nenhum ponto, ela tem mais do que quatro e meio milmetros

    de espessura, exercendo papel fundamental na percepo, proteo contra agentes

    externos, termorregulao e secreo. Sua textura pode indicar raa, refletir

    deficincia de sade, sinais de envelhecimento e at, em certos casos, identificar a

    atividade profissional do homem.

    Do ponto de vista anatmico, a pele composta de duas camadas superpostas:

    epiderme e derme.

    Epiderme

    a parte superficial da pele, constituda de duas faces: externa e interna. A face

    externa lisa, nela esto os plos, poros e unhas. A face interna delgada e recobre

    as papilas, provocando altos e baixos relevos, o que resulta na visualizao de vrios

    desenhos papilares, na sua parte externa. A epiderme no contm vasos, porm

    possui inmeras ramificaes nervosas.

    Salincias papilares

    As salincias papilares so espessamentos permanentes da epiderme na camada

    celular exterior da pele. Erguem-se acima do nvel geral da pele e sua distribuio

    corresponde s principais reas de preenso e sustentao de peso.

    As salincias papilares variam em aspereza nas diferentes partes da mo. Elas tm

    sua textura mais fina e macia nas pontas dos dedos e mais spera no resto dos dedos,

    sendo a palma da mo de uma textura intermediria. Individualmente, existe certa

    margem de variao, h, por exemplo, uma vaga correlao entre a largura das

    elevaes e as dimenses corporais.

    Na superfcie, as salincias papilares esto dispostas em formaes paralelas, ora em

    sries curvas, ora retilneas.

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    Derme

    a camada mais profunda da pele, na qual atuam os fatores que intervm na

    morfologia e configurao dos desenhos papilares. A derme se constitui de duas

    camadas em forma de rede: o tecido fibroso e a face subcutnea, que a ltima

    barreira entre a pele e o interior do corpo.

    Na derme, encontram-se as terminaes nervosas, os minsculos vasos sanguneos, as

    razes dos cabelos, as glndulas sudorparas e sebceas e os corpsculos do tato

    (corpsculos de Meissner) localizados nas papilas.

    As papilas so pequenas salincias de natureza neurovascular. As vasculares

    apresentam vasos sanguneos e situam-se na superfcie da pele por todo o corpo. As

    nervosas abrigam os corpsculos do tato (corpsculo de Meissner)

    (http://pt.wikipedia.org/wiki/Corp%C3%BAsculo_de_Meissner )e esto localizadas

    em alta concentrao na polpa digital, palmas das mos e planta dos ps. Essas

    salincias tm forma de um cone achatado, variando em nmero, direo e formato.

    As papilas so responsveis pelos desenhos em relevo, observveis a olho nu, que

    originam as impresses papilares. Esses desenhos so compostos por linhas quegeralmente se apresentam quebradas, bifurcadas, interrompidas, desviadas, etc.,

    particularidades que recebem o nome de pontos caractersticos elementos

    individualizadores das impresses digitais.

    Segundo pesquisas, os desenhos papilares (papilas de frico) tm estreita relao

    com a funo de segurar das mos ou de evitar escorreges dos ps. Trata-se de

    teoria que est intimamente relacionada com a da seleo natural das espcies de

    Charles Darwin.(http://www.vidaslusofonas.pt/charles_darwin.htm)

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    Figura 1 Estrutura da pele Fonte: The Science of Fingerprints FBI, p.127 USA

    1984

    Elementos da estrutura da pele que so responsveis pela formao das

    impresses papilares

    Glndulas sudorparas

    So aquelas que excretam o suor, cuja finalidade a regulao trmica do organismo

    por meio da evaporao e purificao do sangue, expelindo por meio dos canais

    sudorparos as matrias nocivas.

    As glndulas sudorparas, da variedade comum, so conhecidas como glndulas

    crinas. Encontram-se por todo o corpo, totalizando entre 150 e 340 por centmetroquadrado de pele. Situam-se logo abaixo da epiderme, formando tubos celulares

    espiralados e um nico canal abre-se para a superfcie da pele. As aberturas dos

    canais de suor esto alinhadas ao longo da crista das elevaes papilares.

    Poros

    So as aberturas dos canais sudorparos. Esses canais iniciam na derme e terminam

    na superfcie externa da pele, na epiderme.

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    SENASP/MJ - ltima atualizao em 23/10/2009

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    Glndulas sebceas

    So pequenas glndulas dispostas em cachos, que segregam uma substncia

    gordurosa, cuja finalidade dar proteo, elasticidade e maciez pele, sendo muito

    numerosas ao redor das orelhas, do nariz e do peito. Existem em toda a extenso da

    pele, porm, em nmero inverso ao das glndulas sudorparas onde tem muitas

    glndulas sebceas, existem poucas glndulas sudorparas e vice-versa.

    A impresso digital fruto do nosso cdigo gentico e se forma no tero materno

    com a movimentao do feto. Composta por uma srie de traos na superfcie dos

    dedos mantm-se inalterada por toda a vida.(...) em cada pessoa, mesmo nos

    gmeos, tem caractersticas nicas e intransferveis, as chamadas mincias.

    (http://historia.abril.com.br)

    Aula 2 A impresso digital e seus elementos

    As linhas papilares da polpa digitalso as que mais interessam datiloscopia, sem

    querer descartar o mesmo fundamento cientfico dispensado s cristas papilares que

    se encontram em outras reas da pele. Essa preferncia decorre do fato de que as

    extremidades das pontas dos dedos, a partir da prega interfalangiana, oferecem

    maior funcionalidade quanto sua forma de reproduo, tanto com tinta como com

    aquelas deixadas em local de crime, ou seja, possibilitam o desenho digital.

    Desenho digital

    So as formaes papilares existentes na polpa digital. O desenho digital se projeta

    na parte mais externa da pele humana e pode ser observado diretamente nos dedos.

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    o desenho natural existente na pele humana, de formato tridimensional, que serve

    de matriz para formao da impresso digital.

    Impresso digital ou datilograma (que significa qualquer smbolo escrito ou

    impresso) a reproduo do desenho digital de um dedo em qualquer suporte

    (papel, vidro, alumnio, pele, etc).

    De acordo com o Manual Tcnico Papiloscpico da PCDF, a impresso digital

    composta por vrios elementos que aparecem nas linhas impressas, que

    correspondem s cristas papilares delineadas pelos intervalos entre elas. (PCDF,

    2005, p.11)

    Figura 2 Desenho digital Figura 3 Datilograma ou impresso digital

    Numa impresso digital, as cristas papilares produzem as linhas pretas, os sulcos

    interpapilares geram as linhas brancas. (PCDF, 2005, p.11)

    Para estudar impresso digital importante conhecer seus elementos.

    Sistemas de linhas

    Em uma impresso digital possvel observar trs sistemas de linhas. So elas:

    Sistema Marginal

    Constitudo pelas linhas mais externas situadas a partir da Linha Diretriz Marginal.

    Sistema Nuclear

    Composto pelas linhas envolvidas pelas linhas diretrizes marginal e basilar.

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    Sistema Basilar

    Inicia-se com as linhas que formam linha diretriz basilar e se estende at a prega

    interfalangiana.

    Figuras 4 e 5 Sistemas de linhas (Manual de Identificao Papiloscpica INI-1987)

    As linhas dos sistemas basilar e marginal so geralmente paralelas, abauladas e com

    tendncia a um curso contnuo, com pouca variao de direo. As linhas que

    compem o sistema nuclear assumem formas variadas e, por isso, so mais

    empregadas para as classificaes datiloscpicas.

    Linhas diretrizes

    So linhas mais internas que, tendo um curso paralelo, ou quase paralelo, divergem-

    se envolvendo total ou parcialmente o conjunto de linhas que forma o ncleo do

    datilograma (sistema nuclear).

    As duas linhas diretrizes so:

    Diretriz Basilar a que limita o sistema nuclear em relao ao sistema basilar.

    Diretriz Marginal a linha que limita o sistema nuclear do sistema marginal.

    Observaes

    A linha diretriz no existe por si mesma, trata-se de uma linha imaginria, um

    artifcio criado para se delimitar o sistema nuclear, o qual utilizado para a

    classificao da maioria dos datilogramas.

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    As linhas diretrizes so, obrigatoriamente, linhas que se encurvam no ponto de

    divergncia. No pode ser tomada como diretriz uma linha quebrada que forma

    ngulo, nem os ramos de uma bifurcao que se abre para o ncleo, salvo se houver

    um curso paralelo entre a bifurcao e o ponto de divergncia.

    As linhas diretrizes no so linhas necessariamente contnuas. Podem, ao contrrio,

    ser formadas por uma sucesso de linhas que se interrompem, ora fundindo-se em

    outras, ora dividindo-se, e assim prosseguem at atingir a lateral oposta do

    datilograma.

    Figura 6 Fonte: Manual de Identificao Papiloscpica INI-1987/DF

    Cada linha que compe a linha diretriz basilar ter prosseguimento na linha

    imediatamente inferior e cada segmento da diretriz marginal ter prosseguimento na

    linha imediatamente superior, pois o objetivo ampliar as possibilidades de

    visualizao do sistema nuclear.

    D Basilar

    D Mar inal

    D Basilar

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    Quando houver mais de uma linha diretriz basilar ou linha diretriz marginal em um

    mesmo datilograma, para efeito de classificao datiloscpica, considera-se o

    sistema nuclear abrangido pela linha diretriz mais externa.

    Figura 8 Fonte: Manual de Identificao Papiloscpica INI-1987/DF

    Delta

    Os deltas so encontrados entre os trs sistemas de linhas, algumas linhas neutras,

    um ponto, uma linha, uma bifurcao ou um pequeno grupamento de linhas neutras,ou seja, no fazem parte de nenhum dos sistemas de linhas. Esse espao neutro e

    suas linhas so denominados regio dltica ou simplesmente delta. Delta, portanto,

    em datiloscopia, o espao triangular formado por trs sistemas de linhas. O delta

    localiza-se no ponto de divergncia das linhas diretrizes.

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    Existem datilogramas em que o sistema nuclear to extenso que no permite a

    visualizao do delta. Nesse caso, o delta existe por fora dos conceitos, pois,

    observa-se que existem os trs sistemas: nuclear, basilar e marginal. Esse delta

    chamado ambguo.

    Os deltas so utilizados como ponto de partida na contagem de linhas dos

    datilogramas. Tambm podem ser utilizados como critrio de subdiviso na

    classificao datiloscpica. Para isso existem regras que determinam precisamente a

    sua localizao.

    Pontos caractersticos

    Os pontos caractersticos so as particularidades morfolgicas das linhas dos

    datilogramas, consideradas isoladamente ou em conjunto, que permitem distinguir as

    impresses digitais.

    O datilograma que segue um exemplo de uma evidente demonstrao da variedade

    de pontos caractersticos.

    O Instituto Nacional de Identificao (INI-DPF) estabeleceu como padro para efeito

    de percias de confronto datiloscpico, os seguintes pontos caractersticos:

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    Ponto (itens 16 e 20);

    Ilhota (itens 4 e 17);

    Ponta de linha (itens 5, 6, 8, 15, 21,22, 23);

    Bifurcao (itens 12, 3, 7, 13, 18, 19); e

    Encerro (itens 10 e 11).

    Figura 9 - forquilha (Vucetich); 2- confluncia (lvaro Placeres de Arajo); forquilha

    (Vucetich); 3- dupla bifurcao (R. Dambolena); 4 e 17- ilhota (Vucetich); 5- encarne

    (Carlos boli); 6- linha interrompida ou ponta de linha (Vucetich); 7- bifurcao

    (Vucetich); 8- cortada (Vucetich); 9- trpode; 10- encerro (Vucetich); 11- emboque

    (Carlos boli); 12-tridente (Vucetich); 13- eme (Carlos boli); 14- cicatriz por corte;

    15- laguna (Reyna Almandos); 16- pontos; 18- empalme (Vucetich); 19- arpo

    (Vucetich); 20- ponto (Vucetich); 2l- comeo de linha; 22- fim de linha; 23- desvio

    (Carlos boli); 24- cicatriz por pstula. (Manual de Identificao Papiloscpica INI-

    1987)

    Os pontos caractersticos foram classificados por estudiosos de todo o mundo,

    inclusive do Brasil, por isso, sua nomenclatura de uma grande variedade. Uma

    observao mais atenta permite verificar que dessa enorme variedade possvelestabelecer uma simplificao, que seria aplicvel em praticamente todos os

    datilogramas de maneira universal.

    Aula 3 Classificao primria dos datilogramas

    As classificaes dos datilogramas so realizadas de forma numrica para facilitar o

    arquivamento e pesquisa no arquivo datiloscpico. As classificaes se dividem em

    tipos fundamentais, tipo anmalo e tipos acidentais. Elas so realizadas dedo a dedo,

    em sequncia, criando, assim, as frmulas datiloscpicas.

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    As classificaes, em primeiro nvel, muitas vezes no so suficientes para uma boa

    diviso individual datiloscpica. A classificao primria subdividida em diversos

    nveis, logo ela ser objeto de estudo neste curso.

    Tipos fundamentais

    Os tipos fundamentais de datilogramas so quatro:

    1. Arco;

    2. Presilhainterna;

    3. Presilha externa; e

    4. Verticilo.

    No Instituto Nacional de Identificao INI-DPF so representados pelos nmeros 1, 2,

    3 e 4, respectivamente.

    Datilograma 1 Arco

    o datilograma adltico constitudo de linhas, mais ou menos paralelas e abauladas,

    que atravessam ou tendem a atravessar o campo digital, podendo, muitas vezes,

    apresentar linhas angulares ou que se verticalizam.

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    Exemplos de Arco:

    Datilograma 2 Presilha interna

    o datilograma que apresenta um delta direita do observador e um ncleo

    constitudo de uma ou mais linhas, que, partindo da esquerda, vo ao centro dodesenho, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao lado de origem, formando uma

    ou mais laadas.

    Figura 10Figura11 Figura 12

    Figura 13 Figura14Figura15

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    Exemplos de presilha interna:

    Datilograma 3 Presilha externa

    o datilograma que apresenta um delta esquerda do observador e um ncleoconstitudo de uma ou mais linhas, que, partindo da direita, vo ao centro do

    desenho, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao lado de origem, formando uma

    ou mais laadas.

    Figura 16 Figura 17 Figura 18

    Figura 21Figura 19 Figura 20

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    Exemplos de presilha externa:

    Datilograma 4 Verticilo

    o datilograma que se caracteriza pela presena de um delta direita e outro

    esquerda do observador e um ncleo de forma variada, apresentando, pelo menos,

    uma linha curva frente de cada delta.

    Figura 23 Figura 24

    Figura 25 Figura 27

    Figura 22

    Figura 26

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    Exemplos de verticilo:

    Tipo anmalo

    Classifica-se como tipo anmalo, o datilograma cuja configurao no se enquadra

    nos conceitos dos 4 tipos fundamentais. O smbolo utilizado o nmero 5.

    Exemplos de tipo anmalo:

    Figura 28 Figura 29 Figura 30

    Figura 31 Figura 32 Figura 33

    Figura 34 Figura 35 Figura 36

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    Tipos acidentais

    Tipos acidentais so os datilogramas cuja classificao normal ficou prejudicada, de

    maneira permanente, em virtude de alguma leso, com perda total ou parcial da

    falange distal. necessrio que a referida leso tenha impedido a correta leitura e

    classificao original do datilograma. Caso contrrio, ser classificado normalmente

    de acordo com um dos tipos fundamentais ou tipo anmalo.

    Os smbolos utilizados para os tipos acidentais so: 6 para cicatriz e 7 para

    amputao.

    Cicatriz (6)

    o datilograma que apresenta marca permanente motivada por corte, pstula,

    queimadura, esmagamento, etc., de modo a prejudicar a classificao original.

    Observao

    So classificadas como cicatriz somente aquelas correspondentes a leses de

    natureza permanente. Leses superficiais e temporrias, em que a pele poder se

    reconstituir e o desenho digital retornar sua forma original, no sero classificadas

    como cicatriz. Ser necessrio que a coleta de impresses digitais seja feitaposteriormente, quando receber sua classificao definitiva.

    Linhas albodatiloscpicas no podem ser classificadas como cicatriz. So

    interferncias devidas a vincos nos desenhos digitais. As causas de seu aparecimento

    so diversas, desde um emagrecimento brusco, at alergias, envelhecimento ou

    Figura 37 Figura 38 Figura 39Figura 40

    Esfiaes poralergia.

    Figura 41 Calo.So exemplos deleses nopermanentes, porisso no poderoser classificadascomo cicatriz.

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    ocupaes profissionais. Elas no so perenes nem imutveis, por isso no so

    utilizadas como elemento seguro de identificao, embora possam prestar para

    algum subsdio.

    Amputao (7)

    o tipo em que houve perda total ou parcial da falangeta, de modo que prejudique a

    classificao original.

    Figura 42 Linhasalbodatiloscpicas

    Figura 43 Amputaoparcial Figura 44 Amputaoparcial

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    Concluso

    Neste mdulo, voc estudou os elementos tcnicos da datiloscopia, uma diviso da

    papiloscopia que estuda o formato e direcionamento das linhas papilares para fins de

    identificao.

    O ponto de partida para o estudo dos elementos tcnicos da datiloscopia foi a

    compreenso da estrutura da pele.

    As linhas papilares da polpa digitalso as que mais interessam datiloscopia, sem

    querer descartar o mesmo fundamento cientfico dispensado s cristas papilares que

    se encontram em outras reas da pele. Essa preferncia decorre do fato de que as

    extremidades das pontas dos dedos, a partir da prega interfalangiana, oferecem

    maior funcionalidade quanto sua forma de reproduo, tanto com tinta como com

    aquelas deixadas em local de crime, ou seja, possibilitam o desenho digital.

    Impresso digitalou datilograma a reproduo do desenho digital de um dedo em

    qualquer suporte (papel, vidro, alumnio, pele, etc).

    Para identificar os elementos que compem a impresso digital foram estudados ossistemas de linhas, linhas diretrizes, deltas, pontos caractersticos, tipos

    fundamentais, tipo anmalo e tipos acidentais.

    Neste mdulo so apresentados exerccios de fixao para auxiliar a compreenso

    do contedo.

    O objetivo destes exerccios complementar as informaes apresentadas naspginas anteriores.

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    Exerccios de fixao

    1. Marque qual o datilograma que possui delta:

    2. Indique a localizao do(s) delta(s) nos datilogramas abaixo:

    ( )

    ( )( )

    ( )

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    3. Nos datilogramas a seguir, identifique os sistemas de linhas usando as letras

    indicadas: M para o sistema marginal, N para o sistema nuclear e B para o sistema

    basilar.

    4. Nos datilogramas a seguir, identifique os sistemas de linhas usando as letras

    indicadas: M para o sistema marginal, N para o sistema nuclear e B para o sistema

    basilar.

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    5. Classifique os tipos de datilogramas de acordo com os nmeros de

    identificao:

    6. Classifique os tipos de datilogramas de acordo com os nmeros de

    identificao:

    1. Arco

    2 . Presilha

    interna

    3. Presilha

    externa

    4. Verticilo.

    5. Tipo anmalo

    6. Cicatriz

    7. Amputao

    ( )

    Apesar de ser um tipo bideltomas no tem condies para

    ser um verticilo.

    Observa-se um delta mas nose sabe se tem requisitos depresilha (uma laada livre) .

    Tem aparncia de verticiloporm falta delta e linha

    curva esquerda .

    ( )( )

    Tem aparncia de verticiloporm falta delta e linhacurva esquerda

    Tem todos os requesito de umverticilos esto na figura. Trata-se deum subtipo especial de verticilo

    1. Arco2 . Presilha

    interna

    3. Presilha

    externa

    4. Verticilo.

    5. Tipo anmalo

    6. Cicatriz

    7. Amputao

    ( ) ( )

    ( ) ( )

    Tem aparncia de verticiloporm falta delta e linhacurva esquerda .

    A cicatriz s impediu a visualizao donucleo, porm a impresso tem todos osrequisitos de um verticilo.

    ( )( )

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    Gabarito

    1.

    2.

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    3.

    4.

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    5.

    6.

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    Anexo 1

    PONTOS CARACTERSTICOS

    1-forquilha (Vucetich); 2-confluncia (lvaro Placeres de Arajo); forquilha(Vucetich); 3-dupla bifurcao (R. Dambolena); 4 e 17 ilhota (Vucetich); 5-encarne (Carlosboli); 6-linha interrompida (Vucetich); 7-bifurcao (Vucetich); 8-cortada (Vucetich); 9- trpode;10-encerro (Vucetich); 11-emboque (Carlos boli); 12-tridente (Vucetich); 13-eme (Carlosboli); 14-cicatriz por corte; 15-"laguna" (Reyna Almandos); 16-pontos; 18-empalme (Vucetich);19-arpo (Vucetich); 20-ponto (Vucetich); 2l-comeo de linha; 22-fim de linha; 23-desvio(Carlos boli); 24-cicatriz por pstula.

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    Mdulo 4 Coleta de impresses digitais

    Apresentao

    A identificao depende fundamentalmente de uma boa coleta das impresses. Neste

    mdulo, voc estudar os mtodos, os processos e os cuidados para se realizar uma

    boa coleta.

    Ao final deste mdulo, voc ser capaz de:

    Distinguir os diferentes mtodos de coleta de impresses;

    Descrever os cuidados necessrios para realizar uma boa coleta de impresses

    digitais

    O contedo deste mdulo est dividido em 2 aulas:

    Aula 1Mtodos de coleta de impresses digitais

    Aula 2 Consequncia da m rolagem dos dedos

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    Aula 1 Mtodos de coleta de impresses digitais

    Existem processos eletrnicos de coleta de impresses digitais, por meio do Sistema

    Livescan (http://cfsec.com.br/biometria-fingerprint/revolucao-na-coleta-de-

    impressoes-digitais/ ), entretanto, devido ao seu elevado custo na maioria dos

    locais, se emprega o mtodotradicional da tinta e papel.

    Material utilizado para coleta

    Uma base para aplicao da tinta Pode encontrar-se afixado em uma maleta ou em

    uma mesa de coleta datiloscpica, que um mvel de ao ou madeira, tipo armrio,composto de gavetas e prateleiras, com uma base metlica ou frmica, colocada na

    parte superior, onde