pao e rosas panfletão ii congresso

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II CONGRESSO NACIONAL DA CSP-CONLUTAS II Congresso Nacional da CSP- Conlutas será realizado numa conjuntura de agravamento da crise econômica, social, ambiental e políca no Brasil; de aprofundamento dos ataques do governo Dilma, de governadores, pre- feitos, empresários e banqueiros aos direitos dos trabalhadores e traba- lhadoras e de crescimento da polari- zação social no país. Como exemplos, podemos citar as manifestações que ocorreram em 13 e 15 de março. A prioridade dos governos é o pa- gamento das dívidas interna e externa, alimentada por um conjunto de instru- mentos e medidas ilegais, ilegímas e imorais, denominado Sistema da Dívi- da, que faz com que quanto mais os governos paguem, mais cresça não só a dívida da União, mas, também, a dos Estados e Municípios. Sendo que, através deste sistema é que o FMI e os banqueiros interna- cionais impõem ao governo um supe- rávit primário que consome cerca de 50% do orçamento executado a cada ano, em detrimento das polícas pú- blicas e do desenvolvimento do país, cujo crescimento do PIB em 2014 foi de apenas 0,1%. A estagnação da economia vem sendo acompanhada por um pro- cesso de retomada da inflação, gra- ças ao aumento abusivo das tarifas administradas, como a gasolina, e crescimento do desemprego, princi- palmente no setor industrial. Além disto, o país atravessa uma grave cri- se energética e de abastecimento de água, fruto da falta de políticas pú- blicas, o que agrava ainda mais as já precárias condições de vida da maio- ria da população. Em virtude desta situação econô- mica, o governo federal tem tomado medidas que atacam direitos dos tra- balhadores. Antes mesmo de iniciar seu segundo mandato, Dilma emiu duas Medidas Provisórias (MPs 664 e 665), alterando critérios para o segu- ro-desemprego, o abono salarial e as pensões. Contrariando seu discurso de campanha, a presidente reeleita ata- cou direitos trabalhistas e, pior, justa- mente nos setores mais fragilizados da classe trabalhadora. UNIFICAR AS LUTAS CONTRA OS ATAQUES DE PATRÕES E GOVERNOS Em junho deste ano, será realizado o II Congresso Nacional da Central. Este Congresso será um momento importante para realizarmos um balanço da Central nestes dois úlmos anos e armá-la policamente para o futuro. O

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Page 1: PAO E ROSAS Panfletão II Congresso

II CONGRESSO NACIONAL DA CSP-CONLUTAS

II Congresso Nacional da CSP-Conlutas será realizado numa conjuntura de agravamento da crise econômica, social, ambiental e política no Brasil;

de aprofundamento dos ataques do governo Dilma, de governadores, pre-feitos, empresários e banqueiros aos direitos dos trabalhadores e traba-lhadoras e de crescimento da polari-zação social no país. Como exemplos, podemos citar as manifestações que ocorreram em 13 e 15 de março.

A prioridade dos governos é o pa-gamento das dívidas interna e externa, alimentada por um conjunto de instru-mentos e medidas ilegais, ilegítimas e imorais, denominado Sistema da Dívi-da, que faz com que quanto mais os

governos paguem, mais cresça não só a dívida da União, mas, também, a dos Estados e Municípios.

Sendo que, através deste sistema é que o FMI e os banqueiros interna-cionais impõem ao governo um supe-rávit primário que consome cerca de 50% do orçamento executado a cada ano, em detrimento das políticas pú-blicas e do desenvolvimento do país, cujo crescimento do PIB em 2014 foi de apenas 0,1%.

A estagnação da economia vem sendo acompanhada por um pro-cesso de retomada da inflação, gra-ças ao aumento abusivo das tarifas administradas, como a gasolina, e crescimento do desemprego, princi-palmente no setor industrial. Além

disto, o país atravessa uma grave cri-se energética e de abastecimento de água, fruto da falta de políticas pú-blicas, o que agrava ainda mais as já precárias condições de vida da maio-ria da população.

Em virtude desta situação econô-mica, o governo federal tem tomado medidas que atacam direitos dos tra-balhadores. Antes mesmo de iniciar seu segundo mandato, Dilma emitiu duas Medidas Provisórias (MPs 664 e 665), alterando critérios para o segu-ro-desemprego, o abono salarial e as pensões. Contrariando seu discurso de campanha, a presidente reeleita ata-cou direitos trabalhistas e, pior, justa-mente nos setores mais fragilizados da classe trabalhadora.

UNIFICAR AS LUTAS CONTRA OS ATAQUES DE PATRÕES E GOVERNOSEm junho deste ano, será realizado o II Congresso Nacional da Central. Este Congresso será

um momento importante para realizarmos um balanço da Central nestes dois últimos anos e armá-la politicamente para o futuro.

O

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A esses ataques, os trabalhadores e trabalhadoras tem respondido com luta. Houve diversas manifestações no começo do ano contra o aumento das passagens. Os metalúrgicos do ABC e de São José dos Campos realizaram greves vitoriosas contra as demissões.

Os professores/as e funcionários pú-blicos no Paraná conseguiram derrotar o pacote de maldades de Beto Richa do PSDB. Caminhoneiros paralisaram o país contra o aumento do diesel e por reajuste no valor do frete. Trabalhado-res/as do Comperj continuam em luta para que o salário e benefícios atrasa-dos sejam pagos. Garis entraram em greve em diversas capitais do país por reajustes nos salários.

Os professores/as estaduais de São Paulo estão em greve por emprego, sa-lário e melhores condições de trabalho. Os servidores federais realizaram uma jornada nacional de lutas tendo como pauta central a luta contra o PL 4330, além da luta contra a política de arro-

cho salarial do governo Dilma. Apesar de terem sido recebidos com gás de pimenta, balas de borrachas e outras ações truculentas, a Marcha não recuou e os servidores chegaram até o Con-gresso nacional, cumprindo a agenda contra o PL.

Além disso, há as mobilizações do movimento popular por moradia, im-pulsionadas principalmente pelo MTST. Também é importante registrar a rea-lização do Acampamento Terra Livre, atividade nacional que congrega repre-sentações indígenas de diversas etnias, em sua luta histórica pela demarcação de suas terras, também no mês de abril. Entretanto, o grande problema é que estas lutas têm sido realizadas de forma fragmentada.

Do ponto de vista político, as denún-cias de corrupção relacionadas à Petro-brás tem levado o governo a ficar mais refém do PMDB. Eduardo Cunha e Re-nan Calheiros estão, na prática, co-go-vernando o país em benefício dos em-

presários e banqueiros.Este cenário de agravamento da crise

econômica combinado com a crise polí-tica, potencializada pelas denúncias de corrupção, tem provocado um aumento da polarização social no país. No dia 13 de março, a CUT, MST e outras entidades governistas realizaram diversos atos pelo país em apoio ao governo Dilma.

Ao contrário do que aconteceu no resto do país, no dia 12, no RS, a unida-de de mais de vinte organizações, entra sindicatos, correntes políticas e partidos de esquerda tornou possível realizar um ato independente que se contrapôs aos atos governistas chamados pela CUT. Este fórum segue e tem sido decisivo para organizar as lutas no Estado.

No dia 15 de março, foram realiza-das manifestações de massa provocadas pela insatisfação com o governo petis-ta. Apesar destas manifestações terem sido dirigidas pela direita e não terem apresentado uma plataforma que aten-da os interesses da classe trabalhadora

A resposta dos trabalhadores é a luta!

Educadores do Paraná mostraram o caminho a ser seguido

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A resposta dos trabalhadores é a luta!brasileira, conseguiram despertar a sim-patia e apoio de alguns setores médios e até populares. Isto ocorreu devido à ausência, até o presente momento, de uma nítida alternativa política de poder de esquerda e socialista para o país.

Neste momento, está sendo votado em caráter de urgência no Congresso Nacional, o PL 4330, que libera de forma geral as terceirizações, um golpe mortal sobre os serviços públicos e sobre os di-reitos conquistados pela classe trabalha-dora, com muita luta. Houve também, cortes de gastos nos setores sociais e au-mento dos juros para garantir o lucro dos banqueiros e empresários.

Porém, o dia 15 de abril recolocou o protagonismo da classe trabalhadora. Diante do retrocesso que significa o PL 4330 e os ataques das MPs 664 e 665, as Centrais Sindicais foram às ruas para enfrentar este ataque da patronal e de seus empregados no Legislativo. Inclusi-ve as centrais governistas não puderam deixar de dar uma resposta aos traba-

lhadores, sob pena de serem duramen-te criticadas pelas bases. Isto, aliás, foi o que ocorreu com a Força Sindical que, ao apoiar este PL, viu vários sindicatos se rebelar e aderirem aos protestos.

Em todo o país, sindicatos lideram a reação da classe. Metroviários, rodoviá-rios, metalúrgicos, professores e funcio-nários, e muitas outras categorias parali-saram e deram o recado ao Congresso. O recuo foi imediato. Primeiro votaram uma emenda retirando as empresas públicas da lei. Depois o adiamento das votações e as inúmeras manifestações de partidos afirmando mudanças de posição.

A partir disso, fica evidente que o desafio central que estará coloca-do para o II Congresso Nacional da CSP-Conlutas é o de contribuir para a construção de uma unidade mais ampla, pela base, que tenha as con-dições de lutar pra valer contra os ataques dos patrões e dos governos das diversas esferas.

Dentro desta perspectiva, foi correta a defesa que as correntes políticas que assinam este documento fizeram na última Coordenação Nacional, sobre a importância de termos uma mesa sobre conjuntura internacional e nacional no Congresso.

Esta mesa se faz necessária para ter-mos a oportunidade de aprofundarmos o debate sobre a situação bastante com-plexa que estamos vivendo no país. A di-reção majoritária da CSP-Conlutas, apesar de alguma resistência, acabou recuando de seu posicionamento inicial que era contrário a esta mesa no Congresso.

Entretanto, lamentamos o fato de não terem recuado também de sua oposição às inscrições de teses. A apre-sentação de teses permitiria que cada entidade ou corrente política pudesse expor, de forma global, a sua análise sobre a conjuntura política e econômica que estamos vivendo no país e as tare-fas políticas que estão colocadas para a Central no próximo período.

Desde o primeiro Congresso da Cen-tral, houve uma reviravolta política no país, provocada, principalmente, pelas jornadas de junho de 2013. Em relação às mesmas, as debilidades na intervenção não foram apenas nossas. Apesar das cor-rentes políticas que assinam este docu-mento terem contribuído na convocatória e organização de atos importantes, como os pela redução das tarifas do transporte coletivo em São Paulo, juntamente com o MPL, ou mesmo do Bloco de Lutas em Porto Alegre-RS, é necessário reconhecer que nenhum setor da esquerda comba-tiva conseguiu prever e atuar de forma mais consequente naquele momento.

Em 2014, no centro estavam as mobi-lizações contra as consequências da Copa do Mundo no país. Entretanto, mesmo com o esforço da CSP-Conlutas em desem-penhar certo protagonismo, é necessário reconhecer que não estivemos à altura dos desafios colocados na conjuntura.

Chegamos a realizar um Encontro Na-cional tardio e restrito às entidades e mo-vimentos sociais do Espaço Unidade de

Ação. O mesmo, apesar de ter uma presen-ça significativa de entidades e movimen-tos sociais, não conseguiu implementar um calendário de lutas adequado. Sendo assim as manifestações contra a Copa do Mundo, ficaram aquém do necessário, sendo que as mais importantes foram or-ganizadas principalmente pelo MTST.

Nós não temos dúvida de que a CSP-

BALANÇO DA CSP-CONLUTAS E A CONSTRUÇÃO DA UNIDADE

Conlutas é a experiência mais combativa que ocorreu no último período do ponto de vista da reorganização sindical e popu-lar. Entretanto, a nossa Central não é um fim em si mesmo. Ela tem que contribuir para a construção pela base, de uma uni-dade mais ampla para derrotarmos as políticas e os ataques do governo Dilma, governadores, prefeitos e dos patrões.

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Para esta unificação mais ampla das lutas, é fundamental que a CSP-Conlutas contribua para que o Espaço de Unidade de Ação possa realmente ser um pólo aglutinador.

A grande marcha a Brasília que rea-lizamos em abril de 2013 mostrou que uma unidade mais ampla é possível. No entanto, depois desta ação, além da Central, a participação ficou limita-da a três organizações: CUT Pode Mais, FERAESP e CONDSEF.

Assim precisamos nos perguntar quais são realmente os motivos pelos quais nem mesmo os que estão fora do campo do governismo se sentem

atraídos por este espaço. É certo que as organizações que se retiraram do CONCLAT ou saíram da CSP Conlutas após a realização do mesmo, estejam reticentes para fazer unidade conosco. Mas não é só isso, para que a unida-de realmente aconteça, precisamos reconstituir as relações, aprofundar a democracia para que todos se sintam parte do processo e, para além das rei-vindicações, construir coletivamente um plano de ação.

Precisamos retomar as conversações com todos os setores que estão fora da CSP CONLUTAS, como as Intersindicais, a UNIDOS, o MTST, e também com or-

ganizações (grupos políticos) que con-tinuam lutando e não se renderam ao petismo e ao governismo. Lembrando que as organizações que hoje partici-pam deste processo de construção da unidade também sofreram profundas modificações e rupturas.

Deve ser uma de nossas priorida-des construir a necessária unidade com aqueles setores que se dispõem, de fato, a organizar os/as trabalha-dores/trabalhadoras, os lutadores e lutadoras sociais, para enfrentar es-tes governos e a burguesia nacional e internacional e seus instrumentos de dominação.

A CSP-CONLUTAS E O ESPAÇO UNIDADE DE AÇÃO

1 - Formar uma comissão plural e representativa da central para de-bater a ação comum com as outras organizações sindicais e populares; 2 - Impulsionar a realização de En-contros Estaduais e Nacional tendo como eixo A Dívida Pública e a Luta Contra a Política de Ajustes do go-

PROPOSTASA partir disso, é que defendemos algumas propostas para rearticular o Espaço

de Unidade de Açãoverno Dilma, governadores e pre-feitos. Estes Encontros devem ser amplos e abertos a outras entidades e organizações que não fazem par-te do espaço de unidade de ação e construídos pela base, com o obje-tivo de coordenar e unificar as lutas contra os ataques destes governos e

dos patrões e contribuir, desta for-ma, para a construção de uma al-ternativa política à falsa polarização entre o PT e a oposição de direita, liderada pelo PSDB.3 - Realizar uma plenária nacional e plenárias nos estados para debater a efetiva construção da greve geral.

Construção Socialista (CS), Ação Popular Socialista (APS/CSP CONLUTAS) Sindi-cal Coletivo Resistência Socialista (CRS), Movimento Esquerda Socialista (MES)

e Bloco de Resistência Socialista- Sindical e Popular (BRS).