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PUBLICAÇÃO DA GENERAL MOTORS DO BRASIL ANO 50 - Nº 10 - OUTUBRO DE 2011 SUCESSO DE VENDAS EM TODO O MUNDO, O CARRO GLOBAL DA GENERAL MOTORS CHEGA AO MERCADO BRASILEIRO PARA REVOLUCIONAR O SEGMENTO DOS SEDÃS MÉDIOS O NOVO, DE NOVO CHEVROLET CRUZE CHEVROLET CRUZE SUCESSO DE VENDAS EM TODO O MUNDO, O CARRO GLOBAL DA GENERAL MOTORS CHEGA AO MERCADO BRASILEIRO PARA REVOLUCIONAR O SEGMENTO DOS SEDÃS MÉDIOS

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PUBLICAÇÃO DA GENERAL MOTORS DO BRASIL ANO 50 - Nº 10 - OUTUBRO DE 2011

SUCESSO DE VENDAS EM TODO O MUNDO, O CARRO GLOBALDA GENERAL MOTORS CHEGA AO MERCADO BRASILEIROPARA REVOLUCIONAR O SEGMENTO DOS SEDÃS MÉDIOS

O NOVO, DE NOVO

CHEVROLET CRUZECHEVROLET CRUZESUCESSO DE VENDAS EM TODO O MUNDO, O CARRO GLOBALDA GENERAL MOTORS CHEGA AO MERCADO BRASILEIROPARA REVOLUCIONAR O SEGMENTO DOS SEDÃS MÉDIOS

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3 ]OUTUBRO DE 2011

4 CIDADÃO DO MUNDOO sedã médio Chevrolet Cruze chega ao Brasil

12 NOSSA GRAMA ESTÁ MAIS VERDEEngenharia de Produto garante qualidade do Cruze

18 GREGOS E TROIANOSDesign da GMB foi fundamental para

trazer ao Brasil as formas do Cruze

20 ALÉM DA QUINTA MARCHACruze brasileiro é o único com motor "flex"

22 TECNOLOGIA SEM FRONTEIRASTecnologia da Informação inova

ferramentas globais já existentes

26 SELEÇÃO CAMPEÃProjetos da GM têm brasileiros como líderes globais

28 PONTO DE PARTIDAPlanejamento de Produto e Pesquisa de

Mercado trabalha para trazer o Cruze desde 2008

30 CONTRASTES EM HARMONIAGerenciamento de Programas coordenou projeto

34 PERFEIÇÃO ESSENCIALQualidade da GMB garante Cruze perfeito

36 A DANÇA DOS NÚMEROSFinanças atua em todas as etapas de um projeto

38 ORQUESTRA AFINADAGPSC aumenta sintonia entre suas áreas

42 VEÍCULO GLOBAL, FÁBRICA GLOBALEngenharia de Manufatura implementa fabricação

52 MERCADO AGITADOChevrolet Cruze, sucesso de vendas

54 ELES ENSINAM A PESCARPós-Vendas não pára de pensar no cliente

58 O NOVO, DE NOVO, DE NOVO...Marketing define do conteúdo à publicidade

Segundo o conceituadíssimo Dicionário Houaiss da LínguaPortuguesa, a palavra global tem três significados: relativo ao

globo terrestre ou, por sinonímia, mundial; que é considerado notodo, por inteiro; e, por fim, a que nada falta, completo, total.

Nosso mais recente lançamento, o sedã médio ChevroletCruze, é um carro global em todas as acepções da palavra.Comercializado em mais de 70 países e produzido em nove deles,inclusive o Brasil, é o automóvel de passeio Chevrolet maisvendido no planeta. Seu projeto, executado pela GM da Coréia doSul e da Alemanha, teve a participação dos demais centros dedesenvolvimento de veículos da companhia, localizados nosEstados Unidos, na Austrália e no Brasil.

Isso, por si só, explica o enorme sucesso do sedã em todo oplaneta? Grace Lieblein, presidente da General Motors do Brasil,tem a resposta: "O Cruze foi concebido como um carro global.Para isso, a General Motors analisou minuciosamente asnecessidades de cada mercado. O resultado é um carro único, que criou um novo patamar mundial de requinte, segurança econforto e, principalmente, que satisfaz às necessidades dosconsumidores de todos os países”.

Design arrojado, espaço interno, qualidade, desempenho e

Publicação mensal dirigidaaos empregados e amigos da

General Motors do Brasil

PRESIDENTE Grace Lieblein VICE-PRESIDENTE DE COMUNICAÇÃO, RELAÇÕES PÚBLICAS E GOVERNAMENTAISMarcos Munhoz DIRETOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Pedro Luiz Dias DIREÇÃO EDITORIAL Nelson SilveiraEDITOR Günther Hamann COORDENADOR Carlos A. Pereira de Souza REPÓRTERES Camila Franco eFlora Serra PRODUÇÃO EDITORIAL E COMERCIALIZAÇÃO GA Comunicação e Editora – Tel.: (5511) 3813-3814 – [email protected] FOTOS ABC Imagem e GMB FOTOLITO E IMPRESSÃO PancromTIRAGEM 26.000 exemplares CORRESPONDÊNCIA Av. Goiás, 1.805 – São Caetano do Sul – SP – CEP09550-900 – Tel.: (55 11) 4234-6283 – Fax: (55 11) 4234-6070 – E-mail: [email protected] DE CAPA Fabio Gonzalez/ABC Imagem

Parte da verba obtida com a venda de anúncios narevista Panorama é revertida ao Instituto GM

PREZADO LEITOR ]

NESTA EDIÇÃO ]

invejável comportamento dinâmico, entre muitas outrascaracterísticas, fazem com que o sedã seja um novo e avançadoreferencial em sua categoria. Graças à dedicação de todos osdepartamentos da GMB, o Cruze produzido aqui tem o mesmoconteúdo do que é vendido na Europa ou nos Estados Unidos eainda oferece recursos exclusivos: é o único no mundo a tertecnologia "flex" no novíssimo motor 1.8 Ecotec6 e o único naAmérica Latina a oferecer seis marchas tanto no câmbioautomático quanto no manual.

O lançamento do Chevrolet Cruze traz novas percepções. Para o consumidor, a de que, depois de conhecer nosso novo sedãmédio, dificilmente se contentará com menos; para nós, da GMdo Brasil, a de que os desafios enfrentados –e vencidos – para produzirmos um veículocom tamanha tecnologia e modernidadeservirão como estímulo para que façamosmais e melhor. Afinal, o Cruze é um carro aque nada falta, completo, total. Global.

Boa leitura!PEDRO LUIZ DIAS

DIRETOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

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CHEVROLET CRUZE ]

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5 ]OUTUBRO DE 2011

COM ITENS INÉDITOS, COMO O MOTOR 1.8 ECOTEC6 E TRANSMISSÕES MANUAL E AUTOMÁTICA COM SEISMARCHAS, O CHEVROLET CRUZE CHEGA AO BRASIL PARA REVOLUCIONAR O SEGMENTO DE SEDÃS MÉDIOS

Ele é um verdadeiro cidadão domundo. Seu projeto, executado pela

GM da Coréia do Sul e da Alemanha,teve a participação dos demais centrosde desenvolvimento de veículos da com-panhia, localizados nos Estados Unidos,na Austrália e no Brasil. Comercializadoem mais de 70 países, rapidamente con-quistou o posto de automóvel de pas-seio Chevrolet mais vendido no planeta.É o Cruze, que agora chega ao mercadobrasileiro para revolucionar o segmentode sedãs médios.

O que explica tamanho sucesso domodelo em todo o mundo? GraceLieblein, presidente da General Motorsdo Brasil, tem a resposta: "O Cruze foiconcebido como um carro global. Paraisso, a General Motors analisou minu-ciosamente as necessidades de cadamercado. O resultado é um carro único,

que criou umnovo patamarmundial de refi-namento, segu-rança e confortoe, principalmente,satisfaz às neces-sidades dos con-sumidores de

todos os países nos quais ele é comer-cializado”.

O design arrojado, o espaço interno,a qualidade, o desempenho e o compor-tamento dinâmico – entre muitas outrascaracterísticas – fazem com que o Cruzeestabeleça novos parâmetros em suacategoria. E o fato de ser um veículo glo-bal não o torna idêntico em todos ospaíses. O sedã brasileiro é o único nomundo a ter tecnologia "flex" no novís-simo motor 1.8 Ecotec6 e o único naAmérica Latina a oferecer seis marchasno câmbio automático e no manual. Nassuas duas versões, LT e LTZ, o nível deequipamento e de tecnologia supera – emuito – o que é oferecido no segmento.

“Com as novidades em termos deequipamentos e de powertrain, o Cruzechega para brigar em um segmentoonde a Chevrolet tem muita tradição.Certamente vai continuar a história quecomeçou a ser escrita com o Opala, oMonza e o Vectra. É a capacidade daChevrolet de criar o novo, de novo”, afir-ma Marcos Munhoz, vice-presidente deComunicação, Relações Públicas eGovernamentais da GMB.

O Cruze é produzido em nove paí-ses: Coréia do Sul, Austrália, Rússia,

Chevrolet Cruze:nas versões LT eLTZ, vem com onovo motor 1.8Ecotec6, queoferece 144 cv,quandoabastecido cometanol e 140 cv,com gasolina

CIDADÃODO MUNDO

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Estados Unidos, China, Venezuela, Tailândia, Vietnã e, agora,Brasil. O sedã sai da fábrica de São Caetano do Sul, em SãoPaulo, com garantia de 3 anos sem limite de quilometragem.

ATRAÇÃO PELAS LINHAS

O grande destaque no design do Cruze é a linha do tetoarqueada, que se traduz em muita esportividade. A gradebipartida ostenta o logotipo da Chevrolet, sendo ladeada pelosblocos óticos, que terminam em cunha nos pára-lamas diantei-ros. A traseira inclui as lanternas niveladas com a superfície dacarroceria e com duas formas circulares, encontradas emoutros modelos consagrados da Chevrolet. Tanto a versão LTquanto a LTZ vêm com rodas de alumínio aro 17 com pneus225/50 R17.

Outro ponto que vai surpreender os consumidores é aqualidade de construção do Cruze, marcada por detalhesque se encontram em automóveis de segmentos superiores.O elevado nível de acabamento e a perfeição da união dospainéis da carroceria contribuem para a percepção de qua-lidade do Cruze.

ATRAÇÃO PELO CONTEÚDO

Com um toque de esportividade e uma atmosfera envol-vente, o habitáculo de cinco lugares caracteriza-se pelas linhas

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A instrumentação do painel foi desenhada com a ajuda demodelagem tridimensional. Os mostradores analógicos dovelocímetro e do conta-giros, com indicadores do nível de com-bustível e da temperatura do motor, apresentam a iluminação"Ice Blue". No centro do painel de instrumentos, há uma telade cristal líquido que exibe as informações do computador debordo, outro diferencial do Cruze.

“O grafismo dos mostradores é muito atraente. Além deótima leitura, eles surpreendem pela iluminação tridimensio-nal. Certamente, é um atrativo inédito para os exigentes con-sumidores do Cruze”, afirma Carlos Barba, diretor de Designda GM América do Sul.

Os bancos são envolventes e têm uma construção emtrama que distribui o peso de forma equilibrada, bem como umenchimento em espuma firme nos assentos e nos encostos,tanto nos bancos dianteiros como traseiros. O forro pode serde tecido e de couro preto na versão LT, ou couro cinza na LTZ.

O ar-condicionado do Chevrolet Cruze tem comandos ele-trônicos e inclui função AQS (Air Quality System), que mede aqualidade do ar externo e ativa a recirculação do ar, em casodo mesmo estar poluído.

Um capítulo à parte é o sistema de entretenimento integra-

harmoniosas e fluidas e pela aplicaçãode materiais com texturas suaves aotoque. Entre as características que colo-cam o Chevrolet Cruze no topo de suaclasse está a integração do painel deinstrumentos com os painéis de porta eo generoso espaço para pernas, cabe-ça e ombros dos passageiros dos ban-cos traseiros.

O tema principal do design interior,como em outros modelos da marca, é aexpressão moderna de uma linha deestilo tradicional da Chevrolet, o "dualcockpit". O elemento central dessa si-metria é o console, que inclui o visor e oscomandos dos sistemas de informação,entretenimento e climatização do Cruze.

COMERCIALIZADO EM MAIS DE 70 PAÍSES EFABRICADO EM NOVE, O CRUZE É O AUTOMÓVEL DE PASSEIO CHEVROLET MAIS VENDIDO NO MUNDO

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Destaques: a linha do teto se traduz em muita esportividade; o interior doCruze, marcado pelo “dual cockpit”,esbanja conforto, tecnologia e espaçopara todos os passageiros

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CHEVROLET CRUZE ]

do do Cruze. Por meio da tela de 7 polegadas localizada noconsole central, o sistema de navegação oferece mapas doBrasil e da Argentina, mais de 4 milhões de pontos de inte-resse e tem uma sofisticação poucas vezes vista – indica pos-tos de gasolina quando o tanque do carro entra na reserva.Além disso, o carro dispõe de rádio com leitor de CD e MP3.A versão LT sai de fábrica com um amplificador de quatrocanais e seis alto-falantes; a LTZ oferece um sistema "pre-mium" de áudio que inclui entrada USB para conexão de dis-positivos móveis.

ATRAÇÃO PELA FORÇA

O Chevrolet Cruze é equipado com o novo motor 1.8Ecotec6 e oferece duas opções de câmbio: manual e auto-mático, ambos com seis marchas – outro item inédito nosegmento.

A família Ecotec reúne o que há de mais sofisticado em ter-mos de engenharia e de tecnologia. Seu cabeçote tem duplocomando de válvulas continuamente variável e coletor deadmissão variável, o que torna as respostas do motor maisrápidas em qualquer rotação.

O motor 1.8 do Cruze tem bielas forjadas, ao invés defundidas, que garantem muito mais durabilidade – são uti-lizadas em carros de corrida e de alto desempenho. O cabe-çote de alumínio e o bloco em ferro fundido têm galeriasinternas para refrigeração especialmente desenhadas, demodo que a temperatura no cabeçote seja menor, permitin-do um maior avanço de ignição e menor consumo de com-bustível. A bomba d’água é montada no bloco e não é acio-nada por correia dentada, como em motores convencionais,mas sim por correia secundária (ou de acessórios), o quefacilita a manutenção.

Com toda essa tecnologia, o 1.8 Ecote 6 oferece 144cavalos quando abastecido com etanol e 140 com gasolina,

e 90% do torque já está disponível a 2.200 rpm. Traduzindoisso em números, o Cruze, na versão manual, vai de 0 a 100km/h em apenas 10,8 segundos e atinge a velocidade máxi-ma de 204 km/h, quando abastecido com etanol. Com gaso-lina, ele leva 11 segundos para chegar aos 100 km/h echega aos 203 km/h de velocidade máxima.

Além da inédita transmissão manual de 6 velocidades, oCruze oferece a automática, também com seis velocidades ea opção de mudanças no modo seqüencial, oferecendo aescolha entre esportividade ou conforto. Esta caixa se adaptaao estilo de condução do motorista e conta com um sensor

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desenvolvimento da GM na Alemanha, nos Estados Unidos, naAustrália e na Coréia do Sul.

“Em áreas fundamentais, como estrutura da carroceria,suspensão, segurança e os sistemas eletrônicos, aplicamos asmelhores práticas empregadas pela GM em todo o mundo”,explica Pedro Manuchakian, vice-presidente da Engenharia deProduto da GM América do Sul.

As zonas de deformação e de absorção de energia na dian-teira e na traseira do novo Cruze foram concebidas para absor-verem os impactos da forma mais eficiente possível, de modoa preservar a integridade dos ocupantes. As barras em todo ocomprimento e o reforço estrutural dos pilares A e B contri-buem para a excelente resistência à colisão do veículo.

O habitáculo é reforçado com elementos tubulares que

de inclinação, quemodifica as mar-chas de acordocom a necessida-de. Por exemplo,em uma descida,ela reduz mar-chas para a aju-dar a frear ocarro, mesmosem a intervenção do motorista; em subidas, ela evita trocasdesnecessárias de marcha.

Equipado com essa transmissão, o Cruze leva 11,4 segun-dos para ir de 0 a 100 km/h e atinge a velocidade máxima de197 km/h, quando abastecido com etanol. Com gasolina, ocarro precisa de 11,7 segundos para chegar aos 100 km/h eatinge os mesmos 197 km/h de velocidade máxima.

ESTRUTURA E SEGURANÇA

A carroceria do Cruze tem uma resistência à torção exem-plar. Sua estrutura firme e rígida leva a um comportamentodinâmico de elevado nível, reduz o nível de ruídos e de vibra-ções, e garante segurança superior em caso de colisão. A enge-nharia do sedã foi realizada conjuntamente pelos centros de

Modernidade: oconsole reúne oscomandos dossistemas deinformação,entretenimento e climatização doCruze; no painelcom iluminação"Ice Blue" estãoos mostradoresanalógicos dovelocímetro e doconta-giros, comindicadores donível decombustível e datemperatura domotor; no centro,está a tela com as informações do computador de bordo

COM MUITO CONTEÚDO, O CHEVROLET CRUZE SATISFAZ ÀS NECESSIDADESDOS CONSUMIDORES DE TODOSOS PAÍSES NOS QUAIS ELE ÉCOMERCIALIZADO

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CHEVROLET CRUZE ]

compõem as aberturas das portas esuportam o teto. A combinação de umapeça única estrutural lateral com barrasde aço de alta resistência integradas àsportas asseguram uma proteção eficazcontra impactos laterais. Em baixas velo-cidades (até 4 km/h), o revestimento dospára-choques dianteiro e traseiro absor-ve a energia de pequenos impactos,minimizando os danos na carroceria.

O Cruze tem cintos de segurançade três pontos para os cinco ocupan-tes. Além dos airbags frontais para ocondutor e o passageiro, a lista deequipamentos de série de segurançapassiva inclui airbags de cortina (naversão LTZ), airbags laterais nos ban-cos e pedais desarmáveis.

A lista deequipamentos desegurança ativainclui ABS comassistência a fre-nagem de pânico(PBA), sistemaque mantém osfreios acionados ea pressão do sis-tema quando per-cebe uma frena-gem de forte intensidade (emergência),reduzindo a distância de frenagem; con-trole de tração, que atua diretamente nomotor, impedindo que as rodas patinemem uma arrancada; e de estabilidade,que trabalha utilizando as informaçõesvindas dos sensores do ABS, da direção ede gravidade. Quando o carro ameaçaperder sua trajetória, o sistema atua nosfreios e no motor, recolocando o carro natrajetória ideal.

PRAZER AO DIRIGIR

Os sistemas de suspensão, de freios e de direção do Cruzeforam aperfeiçoados em campos de provas e estradas domundo inteiro, inclusive as brasileiras, garantindo uma exce-lente relação entre conforto e comportamento dinâmico. Seu

chassi tem dimensões generosas, o queproporciona maior estabilidade e confor-to. A suspensão dianteira é do tipoMcPherson e tem molas com formatoespecial que contribuem para mantertodos os movimentos da carroceria den-tro dos padrões pré-estabelecidos. Asbuchas hidráulicas que fixam os braçosinferiores da suspensão ao subchassi –comuns apenas em veículos mais caros– resultam em maior absorção dasvibrações em pisos irregulares e dirigibi-lidade superior do veículo. O Cruze temfreios a disco nas quatro rodas, sendo osdianteiros ventilados. O sistema ABScom distribuição eletrônica de frenagem

e os controles de tração e estabilidade são itens de série emqualquer versão do Cruze, um diferencial expressivo na com-paração com seus adversários de segmento.

A direção assistida eletricamente é mais direta e rápida nasrespostas, e o volante precisa de menos do que três voltas parair de batente a batente. Tudo isso sem abrir mão do conforto eda leveza que o sistema oferece em manobras.

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Ecotec6: o Cruze brasileiro é o único no mundo a ter tecnologia "flex" nonovíssimo motor 1.8 Ecotec6 e o único naAmérica Latina a oferecer seis marchasno câmbio automático e no manual

O CRUZE VAI CONTINUAR AHISTÓRIA QUE COMEÇOU A SER ESCRITA COM O OPALA, O MONZA E O VECTRA. É ACAPACIDADE DA CHEVROLET DE CRIAR O NOVO, DE NOVO

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AINDA MAISCOMPLETO

Muitos programas de televisão falam sobre moda,mas limitam o sentido do tema, como se significasse ape-nas tendências de penteados e de roupas que estarão emalta na próxima estação. Mas moda é muito mais do queisso: pode ser um jeito de falar, de se portar, lugares, cur-sos e estilos de música.

Até a General Motors, empresa da indústria automo-bilística que nada tem a ver com penteados e vestimen-tas, procura seguir as tendências do universo da moda,que mudam constantemente. Adalberto Casalecchi,gerente de Desenvolvimento de Acessórios da GMB, afir-ma: “Os acessórios que criamos paraos veículos seguem modismos esempre vão se adaptando com opassar do tempo”.

Por isso, esta área deve estarsempre antenada para saber o que oconsumidor quer ter em seu carro.“Somos os porta-vozes dos clientese precisamos identificar o que elesvislumbram”, completa AlexandreWiering, coordenador de Desenvol-vimento de Acessórios para oChevrolet Cruze.

O Cruze é um veículo global e foidesenvolvido na Coréia do Sul.Portanto, explica Wiering, uma dasopções seria importar os acessóriosdo outro lado do mundo, mas a equi-pe preferiu produzi-los em territórionacional e, assim, manter o preçocompetitivo.

ACESSÓRIOS CHEVROLET DISPONÍVEISPARA AS VERSÕES LT E LTZ DÃO MAISESTILO E CONFORTO AO CRUZE

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O primeiro item da lista adiciona charme à aparênciaesportiva do carro: são coberturas cromadas para os espe-lhos retrovisores externos. Mas não é só com estilo que aequipe está preocupada. Para proteger seu Cruze de riscosna pintura das molduras das portas, existem protetores desoleira de metal com acabamento em cromo.

Se o tempo mudar e começar a ventar ou se for o diadaquela reunião importante no trabalho, o proprietáriopode pendurar o terno em um cabide portátil que é encai-xado na parte de trás do encosto de cabeça dos bancosdianteiros. Outro acessório portátil e de conforto é a pe-quena geladeira que pode ser instalada no banco traseiro.Além de gelar as bebidas, pode manter a temperatura dosalimentos – uma ótima escolha para viagens longas.

Para a segurança do cliente, a área desenvolveu umsensor de estacionamento, que auxilia nas temíveismanobras, e um navegador GPS portátil para evitar sur-presas desagradáveis pelo caminho. Esses dois acessóriosestão disponíveis apenas para a versão LT, uma vez quejá são itens de série na versão LTZ. Mesmo o completís-simo ChevroletCruze pode ficarainda mais com-pleto.

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Alexandre Wiering, com AdalbertoCasalecchi, de Acessórios: “Somos osporta-vozes dos clientes e precisamosidentificar o que eles vislumbram”

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NOSSA GRAMAESTÁ MAIS VERDE

ENGENHARIA DE PRODUTO DA GM DO BRASIL GARANTEQUE O CRUZE BRASILEIRO TENHA A MESMA QUALIDADE DOS QUE SÃO PRODUZIDOS EM OUTROS PAÍSES

CHEVROLET CRUZE ]

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ao novo lançamento da GM, o Che-vrolet Cruze, que chega ao Brasil pa-ra acabar de vez com essa históriade que a grama do vizinho é maisverde que a nossa.

O projeto do Cruze foi desenvol-vido e desenhado na Coréia do Sul ena Alemanha, porém brasileirostambém tiveram participação nessafase inicial, fornecendo os requisitosnecessários para adequar o veículoàs condições particulares das terrastropicais. “Passamos informações

sobre as tempe-raturas as quaiso carro estariasubmetido noBrasil, o tipo decombustível quedeveria ser utili-zado e as carac-terísticas do ter-reno para seprojetar, corre-

tamente, a parte de desempenho ede estabilidade”, exemplifica PedroManuchakian, vice-presidente daEngenharia de Produto da GMAmérica do Sul.

O que há de especial, dessa vez,é que o novo sedã da Chevrolet éum carro global vendido em mais de70 países e que não mudou sua fór-mula para vir ao Brasil. “Não setrata de um produto que foi, sim-plesmente, adaptado às condiçõesdo nosso país, pois o Cruze foi,desde sua concepção, feito para serbrasileiro”, afirma Edson Furlan,diretor de Programas da Engenhariade Produto.

“Nós praticamente impedimosqualquer modificação que, emalgum sentido, alterasse as caracte-rísticas do veículo”, declara Guiguer.Portanto, o Cruze que temos aqui éigual ao que é vendido no exterior,apenas com algumas alteraçõesnecessárias para melhorar seudesempenho em nossas estradas, deacordo com o gerente.

PEÇAS INTERCAMBIÁVEIS

Guiguer relata as estratégiaspara localização do produto, ouseja, as ações realizadas para quecomponentes do veículo fossemfabricados no Brasil: a primeirachama-se "Build to Print" e significaque a peça nacional é produzida

Quantas vezes você já não ouviualguém afirmar que os veículos

importados são de melhor qualida-de do que os fabricados aqui? Não éo que pensa Dalício Guiguer, geren-te de Programas da Engenharia deProduto: “Nós provamos que é pos-sível fazer carros no mesmo níveldos que são vendidos no exterior”,diz ele, que acrescenta: “Este mitonão existe mais”. Guiguer se refere

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PedroManuchakian, vice-presidente da Engenharia deProduto da GMAmérica do Sul (àdir.), com DalícioGuiguer, AlbertoRejman e LucianoSantos: o Cruze quetemos aqui é igualao que é vendidono exterior

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com o mesmo desenho e até com omesmo número (part number) dapeça utilizada no exterior. “Destaforma, os componentes que são pro-duzidos aqui podem ser vendidospara qualquer outra fábrica da GM domundo – esta é a vantagem das peçasintercambiáveis”, explica ele.

Outra estratégia utilizada,"Source to Requirement", atende àsdemandas brasileiras para desenvol-ver componentes com os mesmosrequisitos técnicos dos que estão pre-sentes no Cruze global, mas quenecessitem de alguma alteração nasespecificações em função de caracte-rísticas de desempenho, por exemplo.Este é o caso da suspensão, que pre-cisa ser calibrada para ajustar molase amortecedores de maneira quesuportem as situações bem peculia-res de nossas ruas e estradas.

Por último, a localização por meiode um fornecedor comum (chamadade "Same Supplier") permite que aspeças possam ser produzidas com for-necedores brasileiros que são filiaisou parceiros comerciais dos estrangei-ros responsáveis pela produção doscomponentes do modelo global. Se-gundo Guiguer, todo o processo delocalização foi compartilhado e ali-nhado com a Coréia do Sul e a Ale-manha para que, somente então, alista de componentes a serem produ-zidos aqui fosse definida.

Na seqüência, a Engenharia deProduto passou a definir as especifi-cações e a fazer revisões técnicascom os fornecedores para garantirque as peças do veículo fossemdesenvolvidas localmente. “Não bas-tava que fossem semelhantes, masteriam de ser as mesmas peças”, dizGuiguer, enfatizando que os dese-nhos em nada foram alterados.

É claro que um trabalho como

este não é nada fácil, pois exigeuma boa dose de interação comoutros países. “Um dos maiores de-safios do projeto do Cruze foi man-ter contato constante com a equipedo exterior”, revela o gerente. Mas odepartamento de Engenharia deProduto da GMB contou com aajuda de cinco engenheiros de Sis-temas Veiculares (VSE – Vehicle Sys-tems Engineer).

Eles são representantes das es-pecialidades da Engenharia de Pro-duto: Engenharias de Exteriores, deInteriores, de Chassi, Eletroeletrôni-

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ca, Térmica e Powertrain (motor etransmissão). Por meio de vídeo outeleconferências, esses engenheirosse comunicam com seus respectivosparceiros coreanos e alemães que

“NÓS PROVAMOS QUE ÉPOSSÍVEL FAZER CARROS NOMESMO NÍVEL DOS QUE SÃOVENDIDOS NO EXTERIOR”, DIZDALÍCIO GUIGUER, GERENTE DAENGENHARIA DE PRODUTO

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exercem a mesma função. Assim, acomunicação e os processos de deci-são da área acontecem de formamais eficiente.

Além desses profissionais, oassistente de Guiguer, AlexandreBarbosa, reside na Coréia do Sul hácerca de 18 meses e também facilitaa interação entre os times. Essaestrutura de representantes comparceiros estrangeiros, além do resi-dente no local de desenvolvimentodo projeto, auxilia e agiliza todacomunicação necessária para queum trabalho em conjunto possa ser

realizado com sucesso. “Nós preci-sávamos acompanhar, em temporeal, as melhorias e a evolução queo Cruze apresentava pelo mundo”,diz Guiguer.

PEÇAS DURÁVEIS

Se a GMB pode produzir peçasde mesmo nível das importadas, elatambém deve estar apta para vali-dá-las, pois somente componentesque passam por testes que verifi-quem sua longevidade e sua funcio-nalidade resultam em carros de altaqualidade. “Para a validação dos

componenteslocais, usamos,bas i camente,três parâmetros:as peças físicas,os seus dadosmatemáticos etodas as especi-ficações de tes-tes que são osprocedimentosglobais da GM

aos quais todas as peças devem sersubmetidas”, relata Luciano Santos,diretor da Engenharia Experimental.

Segundo ele, mais de 2 mil testesde bancada foram executados paravalidar o desempenho de material, adurabilidade, a performance e asegurança dos componentes. NoCampo de Provas da Cruz Alta(CPCA), em Indaiatuba, no interiorde São Paulo, os testes verificaram adurabilidade em veículos já monta-dos. Santos diz que eles ocorreramem três etapas: na primeira, algunsmodelos do Cruze foram trazidos deoutro país e inteiramente desmonta-dos para que suas peças fossemsubstituídas pelas que foram feitasaqui. “Desta forma, foi possível ana-lisarmos se o processo produtivo dofornecedor estava de acordo com oque o projeto solicitava”, diz ele.

Mas faltava comprovar se ocarro estava apto a rodar pelassinuosas e esburacadas estradas doBrasil. Esta foi a segunda etapa, quetestou as unidades que haviam sidomanufaturadas na GMB, o que,segundo Santos, confirmou que osprocessos de produção da empresaestavam adequados.

Ele afirma que o Cruze rodoucerca de 750 mil quilômetros nosdiferentes pisos do CPCA. “É precisoconsiderar que o nível de severidade

Dalício Guiguer,gerente deProgramas daEngenharia deProduto da GM do Brasil, com sua equipe: “Nóspraticamenteimpedimosqualquermodificação que, em algumsentido, alterasseas característicasdo veículo”

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do teste é cerca de três vezes maiorque a realidade do usuário. Então,rodar de 40 a 50 mil quilômetros como veículo no CPCA equivale a aproxi-madamente 150 mil quilômetrosrodados pelo consumidor”, ressaltaSantos. Na última fase, após essestestes de durabilidade, as unidadesforam desmontadas e cada peça foi,novamente, verificada para garantirsua integridade e longevidade.

Além disso, no início do projeto, aequipe testou o motor e o sistema deinjeção eletrônica em cinco outroscarros – as chamadas mulas. "Crashtests" frontais e traseiros, testes deemissão de poluentes e de nível deruído de escapamento tambémforam realizados e certificaram que oCruze estava de acordo com as exi-gências da legislação brasileira.

Como não poderia deixar deacontecer em um projeto global, aequipe da Engenharia Experimentaltambém esteve em contato constan-te com a Coréia do Sul e a Ale-manha. Os profissionais que estabe-leceram o elo entre o Brasil e essesdois países nessa área foram osengenheiros de Validação de Produ-to (PVE – Product Validation Engi-neer) e os de Desenvolvimento (LDE– Lead Development Engineer). Es-tes, assim como os engenheiros deValidação de Sistemas e Com-ponentes, têm seus parceiros co-reanos e alemães para alinhar osprocessos.

“Por mais que tenhamos emmãos os parâmetros necessáriospara a validação – peça física, dado

matemático e especificações de tes-tes –, a experiência da pessoa queacompanhou os primeiros testestem de ser considerada”, explicaSantos, que completa: “Nossosresultados finais são compartilhadoscom a região original para termoscerteza de que aqui teremos peçasidênticas às globais”.

OS RESULTADOS FINAIS

“Para o Chevrolet Cruze, fomosguiados por três palavras-chave:robustez, resistência e segurança”,afirma Alberto Rejman, diretor exe-cutivo da Engenharia de Produto daGMB. E não é que o novo sedã da

Antonio Barbosa Oliveira Neto, ValérioDominguez, Alfio Pini Jr., Benedito Costa

e José Ortega (da esq. para a dir.), noCampo de Provas da Cruz Alta: testes

exaustivos para confirmar a durabilidadedo Cruze; na foto menor, um “crash-test”

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marca apresenta mesmo essascaracterísticas? Quer ver?

A carroceria do Cruze consisteem um quadro robusto e integradoque utiliza aço de alta resistênciaem 70% de sua estrutura, o quediminui as torções e aumenta a

“O CRUZE FOI, DESDE SUACONCEPÇÃO, FEITO PARA SER BRASILEIRO”, AFIRMAEDSON FURLAN, DIRETOR DEPROGRAMAS DA ENGENHARIADE PRODUTO DA GMB

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estabilidade, além de melhorar adirigibilidade do veículo. Falandonisso, o brasileiro ficará satisfeitoem saber que a performance domodelo foi adequada ao seu estilode dirigir.

Com a suspensão calibrada deacordo com as condições das estra-das e ruas do Brasil, o veículomelhora seu ângulo de ataque (5mm mais alto), ganha estabilidade,conforto e resistência para enfrentarburacos e o que mais vier pela fren-te. E o sistema de Direção ElétricaProgressiva (EPS) faz com que oesforço para dirigir seja maior con-forme o carro aumenta a velocidade.

“Desta forma, o motorista se sentemais seguro, mesmo em alta veloci-dade”, diz Pedro Manuchakian,vice-presidente da Engenharia deProduto da GM América do Sul.

Mas o Cruze não só proporcionao sentimento de segurança, comotambém é equipado com oito "air-bags": dois frontais, dois laterais equatro de cortina. Além disso, 100%das unidades têm o ProgramaEletrônico de Estabilidade (ESP), queé a evolução do sistema ABS e pos-sibilita aumentar a tração em umadas rodas para corrigir um movi-mento, caso o dispositivo detecteque o veículo está seguindo umadireção distinta da que o motoristapretende.

As portas são totalmente veda-das por um "sanduíche" com trêsguarnições e há isolantes na carro-ceria que diminuem de 10% a 40%os ruídos transmitidos para o inte-rior do veículo. Além de excelentesvedações, o modelo traz uma novi-dade: o Sistema de Qualidade de Ar

(AQS), que impede a entrada de arpoluído no carro e ativa a circulaçãode ar interno automaticamente. Osistema PEPS (Passive Entry PassiveStart) possibilita a abertura das por-tas a uma distância de 1,5 metros ea partida do motor por meio de uminterruptor.

“Desde o início, os engenheirosse apaixonaram pelo projeto e tive-ram duas grandes alegrias: trabalharcom conteúdo tecnológico de pontae integrá-lo ao veículo de formaintuitiva, simples e funcional”, dizRejman. Há sistemas de entreteni-mento e informação integrados aopainel que podem ser controladospor botões no volante. A navegaçãopor GPS foi adaptada para conside-rar os mapas do Brasil e daArgentina, além dos rádios que tam-bém foram devidamente sincroniza-dos por engenheiros brasileiros.“Enfim, o resultado vocês poderãover e sentir nas pistas”, concluiRejman. Com certeza, nossa gramaestá mais verde do que a do vizinho.

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pela fase de lançamento do produto(Perceptual Quality Launching).

A primeira equipe cria regras ou“características de aparência” para oveículo, ou seja, trabalha para que sejamconsiderados critérios de aparência per-ceptíveis aos clientes no desenvolvimen-to do tema do Design e dos critérios téc-nicos de engenharia. A equipe tambéminfluencia em como os componentesdevem interagir e se encaixar para“melhorar a qualidade do veículo comoum todo”, segundo Tapia.

“A DAQ acompanha todo o desen-volvimento dessas peças junto aos for-necedores para garantir a qualidade daaparência do produto final”, diz Gabrie-la. Quando os materiais dos componen-tes são definidos pela área de Color&Trim (Cores e Acabamentos), o time deexecução da DAQ inicia a interação comos fornecedores para garantir que a apa-rência final desejada do material e sua

ÁREA DE DAQ DO DESIGNDA GMB FOI FUNDAMENTALPARA TRAZER AO BRASILAS FORMAS DO CRUZE,QUE FAZEM SUCESSO EM TODO O MUNDO

Páris era príncipe de Tróia e, um belodia, raptou Helena, rainha da Grécia

que havia se casado com Menelau, reide Esparta. A partir daí, uma longa bata-lha entre os dois povos se iniciou. Essa éa origem do provérbio “não se podeagradar a gregos e troianos”, usadopara dizer o quão difícil, até mesmoimpossível, é contentar pessoas diferen-tes. Será?

A General Motors do Brasil desafia oditado ao lançar o primeiro veículo glo-bal no mercado nacional – o sedãChevrolet Cruze. “É muito complicadoatender ao mundo todo”, reconheceCarlos Barba, diretor de Design da GMAmérica do Sul. “Mas já identificamosdiretrizes em alguns projetos que devemser seguidas”, completa ele.

“Nesse desafio, foi gratificante con-seguirmos estabelecer uma ótima intera-ção e parceria com a Coréia, o que per-mitiu obtermos rápidas respostas paraas decisões do projeto, mesmo interagin-do com uma região do 'outro lado domundo'” diz Gabriela Belini, assistentede Gerenciamento de Programas doDesign para o Cruze. “A área deGerenciamento de Programas do Designé responsável por coordenar as ativida-des e a comunicação entre os estúdiosde Design da Coréia e do Brasil e asdemais áreas da empresa envolvidas noprojeto, para que seja possível estabele-cer a melhor estratégia de produto para

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o mercado brasileiro, no prazo estabele-cido e com excelência na qualidade daaparência”, completa a assistente.

Nesta nova empreitada, uma área doDesign bastante requisitada é a DAQ(Design Appearence Quality ou Qualida-de de Aparência do Design), pois é elaque cuida dos elementos que saltam aosolhos do consumidor. Barba diz que aDAQ é fundamental para que o departa-mento entenda as estratégias de locali-zação do programa, ou seja, como o pro-jeto será realizado no Brasil.

“Nossa missão é contribuir com alte-rações e adaptações ao gosto e à neces-sidade dos brasileiros, como cores, mate-riais e acabamentos que foram ajusta-dos no nosso Cruze, para melhorar aaceitação do produto”, explica MarcelTapia, gerente de DAQ, que acrescenta:“Um dos maiores desafios é provar glo-balmente que essas adaptações devemser realizadas”.

Ele diz que a área possui duas equi-pes: uma que trabalha na fase de desen-volvimento do projeto e cuida da execu-ção de qualidade percebida (PerceptualQuality Execution), e outra responsável

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execução noscomponentes se-jam corretamenteinterpretados pe-los fornecedores.As referências sãodeterminadas pormeio dos "mastersamples" (amos-tras globais) dostecidos, das cores e das texturas que serão utilizados nas par-tes internas e externas do veículo.

Ela explica que, embora o projeto do Cruze tenha sido lide-rado pelo estúdio da Coréia do Sul, a equipe de Color&Trim doBrasil teve participação desde o início, dando os "inputs" (con-siderações) dos acabamentos mais adequados ao mercadolocal durante a fase de desenvolvimento.

O jeitinho brasileiro pode ser identificado nas cores exter-nas exclusivas para o produto fabricado aqui: Mahler White(branco), Polaris Silver (prata), Desert Beige (bege – a cor dolançamento), Lotus Green (verde) e Rusk Gray (cinza). Alémdessas, o Carbon Flash Metalic, preto que faz parte da paletaglobal de cores, também está disponível no país.

“Por isso, todas as peças visíveis sãoaprovadas por essa equipe”, afirma Ta-pia. O processo consiste em certificar oencaixe dos componentes, ou seja, aqualidade de aparência do produto co-mo um todo – uma vez aprovado, o carroestará pronto para desfilar suas curvaspelas ruas.

O Cruze passou nesses testes e vempara arrasar nas passarelas tropicais.Quer saber por quê? “As palavras quenortearam o Design de Exterior foram so-fisticação, dinamismo, elegância e confia-bilidade”, revela Dagoberto Tribia, diretorde Design de Interior. E o contorno dosfaróis do modelo realmente traz dinâmi-ca e força ao veículo. “É possível fazeruma analogia entre os faróis do carro e oolhar de um lince”, observa Gabriela.

Além disso, o pára-brisa inclinado configura uma linha deteto arqueada que também salienta o dinamismo do carro. Aelegância vem vestida com uma linha cromada que interliga osfaróis traseiros e com o conceito “Dual Port”, presente no DNAda Chevrolet, que separa a grade dianteira no meio por umafaixa, deixando em destaque a gravata dourada da marca. E asrodas com aro de 17 polegadas completam o visual.

Como é dentro do Cruze? “Atraente, expressivo, arrojado econvidativo”, declara Tribia. O volante de perfil esportivo pos-sui botões de comandos e a iluminação interna é "Ice Blue". Oconceito “Dual Cockpit” (Compartimento Duplo), que tambémfaz parte da seqüência genética da marca, estabelece doisambientes no interior do carro, ampliando seu espaço interno.Mas o grande diferencial do modelo são os novos materiais uti-lizados no painel: na versão LT, ele é revestido com tecido e naLTZ, a versão completa, o painel é forrado com couro resisten-te à luz para não desbotar.

Como resistir a tamanho charme? O Cruze, que já é vendi-do em mais de 70 países, continua desafiando a diversidade e,agora, chega ao Brasil. “Projetos globais trazem situaçõesnovas, como lidar com pessoas de diferentes culturas que nãofalam a mesma língua. Apesar disso, a General Motors é e sem-pre será uma só”, conclui Barba.

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Carlos Barba, diretor de Design da GMAmérica do Sul (à dir.): “Projetos globaistrazem situações novas, como lidar compessoas de diferentes culturas que nãofalam a mesma língua. Apesar disso, aGeneral Motors é e sempre será uma só”

É MISSÃO DO DESIGNCONTRIBUIR COM ALTERAÇÕESE ADAPTAÇÕES AO GOSTO E À NECESSIDADE DOSBRASILEIROS, COMO CORES,MATERIAIS E ACABAMENTOS

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o novo sedã da Chevrolet, tem fortesotaque alemão”, reconhece PauloRiedel, diretor da Engenharia dePowertrain da GMB. Apesar disso, elerevela que houve participação de maisdois países no desenvolvimento doconjunto de motor e transmissões doveículo: os Estados Unidos e o Brasil.

A Alemanha ficou responsávelpelo motor básico e pela transmissãomanual; os Estados Unidos colabora-ram com a tecnologia para as trans-missões automáticas; e o Brasil deutodo o suporte técnico no desenvolvi-mento dos componentes e na calibra-ção do powertrain para a utilização doetanol no modelo brasileiro.

Sérgio Cicerone, engenheiro deSistemas Veiculares da Engenharia dePowertrain da GMB, explica que, paraadequar o motor ao sistema "flex fuelE100", foi preciso adicionar um reser-vatório de partida a frio ao conjunto.Portanto, salienta Riedel, os engenhei-ros brasileiros não só ajudaram trans-mitindo a tecnologia, mas como tam-bém a desenvolvendo, calibrando,

CRUZE BRASILEIRO É OÚNICO NO MUNDO COMMOTOR "FLEX FUEL" EÚNICO NA AMÉRICA LATINACOM TRANSMISSÃOMANUAL DE SEIS MARCHAS

OCruze foi o modelo da Chevroletmais vendido no mundo em 2010

e agora também está disponível paraos brasileiros. Ele é o primeiro veículoglobal da marca a ser comercializadono país. Você sabe o que isso significa?Que podemos nos orgulhar de ter ummodelo tão bom quanto o das naçõesmais desenvolvidas do mundo, pois oCruze que temos aqui é o mesmo queexiste no exterior.

Mas, como o Brasil tem caracterís-ticas particulares, a General Motorspercebeu que poderia melhorar a ver-são local do modelo. Afinal, somosnão só o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, como o maiorexportador de seus derivados – o açú-

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car e o biocombustível etanol. Omundo está em busca de fontes deenergia alternativas ao petróleo – oetanol é uma delas e é genuinamentebrasileira.

Então, por que não incrementar omotor do Cruze para aproveitar a dis-ponibilidade dos recursos naturais dopaís e ainda diminuir as emissões degases poluentes na atmosfera? “Amotorização 1.8 Ecotec6, que equipa

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ALÉM DAQUINTA MARCHA

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instalando e validando o conjuntoEcotec6 do Cruze.

Motores dessa categoria já equi-pavam carros da GM, como SaturnAura, G6, Chevrolet HHR, PontiacSolstice, Chevrolet Malibu e SaturnVUE (o nosso Captiva). Mas o Ecotecevoluiu e se apresenta com uma novaconfiguração no Cruze: ao invés de obloco ser em alumínio, ele é feito emferro fundido compacto e oco. Essa é atecnologia Hollow (oco), que, associa-da ao projeto do sistema de ventilaçãointerna do motor, reduz o número decomponentes e, conseqüentemente, amassa do conjunto.

“Há um mito bastante disseminadono mercado automobilístico que diz quemotores modernos sempre possuemblocos em alumínio. O alumínio é degrande contribuição para redução demassa, no entanto o ferro fundido émais estrutural, o que diminui distor-ções e permite soluções mais compac-tas com alta densidade de potência,garante Riedel. O diretor afirma que,além disso, outros sistemas do motorsão mais leves, como o coletor variávelde admissão (VIM) em plástico e o acio-namento dos comandos de válvulas(Dual CVVT), tornando o conjunto maisleve, comparável aos de bloco em alu-mínio, porém mais compacto.

O sistema de acionamento doscomandos permite um funcionamentosuave e eficiente. A tecnologia desen-volvida pela GM permite alinhar vanta-gens de eficiência e suavidade das cor-reias à durabilidade das correntes. “Ocomando por correia instalado no

Cruze requer manutenção equivalenteao de um sistema com corrente, ou seja,troca aos 100 mil quilômetros roda-dos”, salienta Riedel. A correia é encap-sulada para evitar exposição a impure-zas. Desta forma, além de diminuir osatritos e os ruídos, colabora, mais umavez, para a redução da massa.

“O Ecotec6 oferece alta densidadede potência, tem uma cilindrada menor[1.8 litro], porém sua força é maior”,afirma Cicerone. Quando abastecidocom etanol, o sistema gera uma potên-cia de 144 cavalos; com gasolina, 140cavalos, ambas a 6.300 rpm (rotaçõespor minuto). Mesmo em baixas rota-ções, o torque é maior (com etanol, a3.800 rpm, chega a 18,9 kgfm) e pro-porciona uma excelente dirigibilidade.O motor de 16 válvulas possui duplocomando de válvulas continuamentevariável (Dual CVVT) e coletor deadmissão de geometria variável (VIM).

O número 6 estampado na tampado porta-malas refere-se à presençaousada da sexta marcha em todas asversões do sedã. Riedel destaca que oBrasil é o único país da América do Sula ter o Cruze com seis marchas disponí-

vel também nas unidades com transmis-são manual. Portanto, o modelo brasilei-ro apresenta um excelente desempe-nho, com economia de combustível eredução da emissão de gases poluentes.

Cicerone aponta o sistema de sin-cronização de marchas tri-cone, quereduz o esforço para engates. A carcaçacompacta da transmissão manual tam-bém reduz a massa e diminui os ruídose as vibrações que podem ser sentidasno interior do veículo.

Nas unidades com transmissõesautomáticas GF6, o sistema "Clutch toClutch" suaviza e agiliza as mudanças,garantindo alta eficiência. Além disso, onovo sedã identifica as várias condiçõesde dirigibilidade otimizando as trocasde marchas para maior eficiência doconjunto. Esta tecnologia é definidacomo sistema adaptativo de mudançade marchas.

Para motoristas que preferem umacondução mais esportiva, basta ativar afunção "Active Select". Este sistemapossibilita ao condutor efetuar as tro-cas de marchas manualmente com ape-nas um toque para frente ou para trásna alavanca de mudanças.

Paulo Riedel, diretor da Engenharia dePowertrain da GMB (à dir.), com a equipeque trabalhou no motor do Cruze: o Brasildeu todo o suporte técnico nodesenvolvimento dos componentes e nacalibração do powertrain para a utilizaçãodo etanol no modelo brasileiro

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namento e amanutenção detoda a estruturade hardwares esoftwares, quevão desde umasimples linhatelefônica aosmais complexosdispositivos decomunicação einformação porcomputador.

Apesar de oCruze ter sidodesenvolvido naCoréia do Sul ena Alemanha, todos os demais cen-tros de desenvolvimento da GM(Austrália, Brasil, China, Índia eEstados Unidos) puderam participar,dando seus "inputs" (considera-ções) ao projeto. Esses "inputs"eram sugeridos por meio de umsoftware usado globalmente pelaempresa, chamado Team Center, quepossibilita o compartilhamento deinformações visuais nas etapas dedesenvolvimento do produto.

Assim, o que está sendo feitopor profissionais do outro lado domundo pode ser visto, avaliado eincrementado aqui, por profissio-

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DAINFORMAÇÃO NÃO SE CONTENTA EMAPENAS REALIZAR SEU TRABALHO E INOVAFERRAMENTAS GLOBAIS JÁ EXISTENTES

Muitas pessoas associam otermo tecnologia a instrumen-

tos sofisticados e modernos, comoas televisões de plasma cada vezmais finas e os notebooks cada vezmenores. Mas não é de hoje queesta palavra está tão presente nomundo, pois quando o homem con-seguiu fazer fogo pela primeira vez– na pré-história –, ele havia acaba-do de desenvolver uma nova tecno-logia. Rapidamente, as ferramentasevoluíram e, hoje em dia, não é maispreciso raspar um pedaço de madei-ra contra o outro para obter umachama. Da invenção do fogo a equi-pamentos que ainda serão inventa-dos, a tecnologia acompanhou econtinuará acompanhando a histó-ria da humanidade. Sua onipresençapelo mundo é incontestável.

No "Universo GM", a palavra deordem também sempre foi essa: tec-nologia. Ela é quesito primordialpara o desenvolvimento, a concep-ção e a realização de veículos tãomodernos. A novidade, agora, é queos produtos da empresa têm aqui asmesmas características que os car-ros vendidos nos países mais desen-volvidos do planeta. É o caso doChevrolet Cruze, o primeiro lança-mento global da marca.

Para alinhar a tecnologia de umpaís emergente como o nosso etorná-la tão avançada quanto àdos países de primeiro mundo, a

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GMB precisou manter contatoconstante com o estrangeiro. OCruze foi desenvolvido na Coréiado Sul e na Alemanha e, para pos-sibilitar a comunicação rápida e efi-caz entre os brasileiros e os profis-sionais dos países-sede do projeto,o departamento de GMIT (Gene-ral Motors Information Technolo-gy ou Tecnologia da Informação daGeneral Motors) foi mais do quefundamental – foi onipresente,como sempre.

O OUTRO LADO DO MUNDO É LOGO ALI

As reuniões intercontinentaisque precisavam ser realizadas nãoseriam tão eficientes se não houves-se o pessoal de Tecnologia daInformação (TI) para dar todo osuporte ao sistema de comunicaçãoutilizado. Para facilitar os encontrosvirtuais entre profissionais de dife-rentes países, eles até puderamlevar o notebook do trabalho paracasa, pois a diferença de fuso horá-rio, de 12 horas entre Brasil e Coréiado Sul e de 5 horas entre Brasil eAlemanha, representava um empe-cilho aos encontros virtuais.

Sob a responsabilidade dodepartamento de TI está também ainstalação, a verificação de funcio-

TECNOLOGIASEM FRONTEIRAS

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nais brasileiros, ou nos outros cen-tros globais da empresa. “A GM doBrasil provou que tem todas ascondições de colaborar e de partici-par ativamente do projeto e dodesenvolvimento de produtos glo-bais”, afirma Carlos Leite, PIO(Process Information Officer) deSistemas para Manufatura e paraQualidade.

CRUZE NA FÁBRICA

Há também hardwares e soft-wares nos equipamentos, nas fer-ramentas, nas linhas de produçãodos veículos e até nos armazéns depeças. “E existem sistemas queatendem a cada um dos processosnecessários para produzir peças eabastecer as fábricas com os ma-teriais corretos”, explica Fernan-do Rostock, gerente de TI paraGerenciamento de Programas daGM do Brasil.

Para tanto, o departamento seorganiza conforme as especificida-des que o veículo apresenta, ou seja,

há profissionais de TI responsáveispelo suporte de equipamentos e sis-temas eletrônicos de cada áreaenvolvida no projeto. Assim, elesconseguem atender às necessidadesgerais e particulares de todos osprocessos.

Rostock diz que “no caso doCruze, a maior parte das ações fica-ram concentradas nas áreas deManufatura e de GPSC [GlobalPurchasing and Supply Chain ouCompras Globais e Cadeia deFornecedores], devido a suasdemandas específicas”. O veículoem questão é moderníssimo e, por-

Equipe de Tecnologia da Informação daGMB: no caso do Cruze, a maior partedas ações ficaram concentradas nasáreas de Manufatura e de GlobalPurchasing and Supply Chain ou ComprasGlobais e Cadeia de Fornecedores,devido a suas demandas específicas

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tanto, exige queas fábricas te-nham equipa-mentos mais so-fisticados e queo pessoal de TIseja capaz deacompanhar edar suporte aesse processode adaptação.

Softwares do sistema PM&C(Production Monitoring & Control),que são utilizados para monitorar econtrolar a produção dos veículos,foram configurados pelo GMIT paraincorporar as características doCruze. O GEPICS (Global EnterpriseProduction Information & ControlSystem), por exemplo, é responsávelpor estabelecer a seqüência da pro-dução dos veículos, informando àárea de materiais quais peçasdevem ser colocadas à disposiçãoem determinados momentos.

O GSIP (Global StandardInspection Process) é outro disposi-tivo que realiza o controle da quali-dade da produção do veículo, ouseja, identifica se há problemas naprodução; se houver, o softwarepára o processo e aciona uma fun-ção chamada Car Hold, que pausa afabricação do carro, evitando, assim,que a fábrica produza uma unidadedo modelo com alguma falha.

Outro sistema que auxilia a GMa detectar e solucionar problemas éo de rastreabilidade de peças e com-ponentes. Cada parte dos veículostem um número de série (VinNumber), que é estampado ao fimde sua fabricação. Desta forma, sealguma irregularidade for identifica-da posteriormente à produção e àmontagem, é possível diminuir afaixa de abrangência dos veículos

que devem ser chamados para asubstituição ou reparo da peça.

Para que esses sistemas – que jáexistiam – sirvam para a fabricaçãode um novo carro, como o Cruze,eles devem ser configurados deacordo com as especificações doveículo, como número, peso e tama-nho das peças, e seqüência de mon-tagem. E isso também é trabalho daequipe de TI.

TUDO QUE O CRUZE MERECE

Mas é claro que o GMIT não secontentou em realizar apenas seucomplexo e rotineiro trabalho deimplantação e manutenção de siste-mas. O departamento tratou deincrementar a estrutura de TI, crian-do novas funcionalidades paraalguns dispositivos, que servirão nãosó para o Cruze, mas para outroslançamentos que estão por vir.

“Buscamos inovar as ferramen-tas globais já existentes”, dizMarta Helena Piellusch, PIO deSistemas para GPSC, referindo-se à

GMIT: instalação,verificação e

manutenção daestrutura dehardwares e

softwares, que vão de uma

simples linhatelefônica a

complexosdispositivos

de comunicação por computador

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integração dos usuais sistemas depuxada eletrônica de materiais(EPS – Electronic Pull System ouPPS – Production Pull System) paraa produção com ControladoresLógico-Programáveis (CLP). Essaconfiguração, ao ser instalada nosequipamentos da Funilaria, auto-matiza o sistema ao extremo e opedido de peças passa a ser reali-zado automaticamente, sem que oprofissional precise apertar umbotão sequer.

Em algumas situações, os siste-mas de puxada de materiais para aprodução precisavam ser ativadospor meio de um botão. O profissio-nal tinha de verificar as peças queestavam em falta para, então, acio-nar o botão e realizar o pedidopara o estoque da fábrica. Masesse simples procedimento não émais necessário em certas áreas.

Marta explica que a falta deuma peça no ponto de uso é iden-tificada por uma balança, que veri-fica o peso do cesto das peças, ou

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por meio de sensores que realizama contagem das peças e enviamum aviso automático ao exato res-ponsável pela reposição daqueladeterminada peça. “É uma aplica-ção que não há em nenhuma outraGM na região e os benefícios sãorepresentativos, tanto para a áreade Manufatura quanto para a deGPSC”, orgulha-se Marta.

Esses sistemas eletrônicosimplantados pelo pessoal de TI,como o EPS e o PPS, têm capacida-de de informar, em detalhes, a situa-ção de todo processo de produção ede abastecimento de peças para arede de dados da GMB. Assim, aslideranças da empresa podemacompanhar tudo o que está acon-tecendo nas etapas de fabricaçãodos produtos.

Também foi realizada a implan-tação de um sistema de controle ede programação de materiais, oMGO (Materials Global Optimiza-tion ou Otimização Global de Ma-teriais), na injeção de plásticos e na

pintura de pára-choques, localiza-da na Avenida Prosperidade, emSão Caetano do Sul, e no provedorlogístico externo da GM, a Syn-creon, onde as peças importadassão armazenadas. “A comunicaçãoen-tre a GM e o provedor logísticofi-cou ainda mais robusta”, afirmaRostock. Com isso, todo o proces-so de abastecimento de peças nalinha de montagem se tornou maiságil e eficiente.

Além disso, a fábrica de Mogidas Cruzes, no interior de São Paulo,passou a exclusivamente fornecersubconjuntos para modelos Che-vrolet. Antes, a unidade tambémestocava peças, o que limitava seuespaço. “A necessidade de ampliar aparticipação dessa fábrica veio tam-bém com o projeto do Cruze”, dizRostock. Assim, com a ida de com-ponentes de outros modelos paraMogi das Cruzes, há mais espaçopara a produção de subconjuntosdo novo sedã Chevrolet em SãoCaetano do Sul.

Segundo Marta, essa transfor-mação possibilitou que a fábrica setornasse uma espécie de fornecedor“just-in-time” para São Caetano doSul. Ou seja, ela abastece conformea necessidade da linha de monta-gem, o que melhora a organizaçãodo processo de envio das partes dosveículos de um lugar para outro.

“Vamos cada vez mais quebrarparadigmas para garantir que odepartamento de TI entregue solu-ções a tempo, com qualidade e comcusto mais competitivo”, afirmaMauro Pinto, que assumiu a posiçãode CIO (Chief Information Officer)do GMIT da GM América do Sul emagosto passado.

Segundo o CIO, os profissionaisde TI estão engajados para colocaro uso que a empresa faz da tecnolo-gia em um patamar mais elevado.As inovações que criaram em tãopouco tempo para o projeto doCruze (cerca de 18 meses) são, porenquanto, exclusivas da GM doBrasil, mas poderão servir para omundo todo.

Um carro tão moderno quanto oCruze merece mais do que simples-mente sistemas globais já estabele-cidos. Este novo lançamento daChevrolet merece a modernizaçãodos processos de produção e issonão seria possível sem o suporte dodepartamento de Tecnologia daInformação da GMB.

OS PROFISSIONAIS DETECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOESTÃO ENGAJADOS PARACOLOCAR O USO QUE A GM FAZ DA TECNOLOGIA EM UMPATAMAR MAIS ELEVADO

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pos de componentes de veículos. Paraformar esse time de primeira, são“convocados” os profissionais doscentros de desenvolvimento da GMEstados Unidos, Europa, Coréia do Sul,Austrália, China, Índia e Brasil.

“Ao redor do mundo, trabalhadoresdessas regiões foram nomeados paraassumir a liderança de cada grupo depeças”, explica Carlos Cuccioli. Ele, queé BOM Leader (Bill of Material Leaderou Líder da Lista de Componentes) deSubsistemas de Acabamento de Car-petes, Compartimentos de Carga eIsolação Acústica, diz que a finalidadedesse time é evitar que seja necessárioreinventar peças diferentes para cadaregião. “Nossos projetos são globais;portanto, buscamos criar soluções quesirvam para o mundo todo”, afirma.

Além de Cuccioli, outro brasileirotem posto global: Plínio Cabral Jr., líderda Lista de Componentes de Sistemasde Carga e Bateria. Ele diz que os pro-jetos devem passar pela análise eaprovação de profissionais que têm

PROJETOS DA GM REÚNEMPROFISSIONAIS DE TODO O MUNDO E TÊMBRASILEIROS COMOLÍDERES GLOBAIS

No Brasil, o futebol é, sem dúvida, amaior paixão nacional. Uma enor-

me quantidade de dinheiro é investidapelos times na compra dos melhoresjogadores do mundo. Normalmente, oscraques brasileiros vão para clubes daEuropa que oferecem contratos dura-douros e salários milionários. Mas,uma vez a cada quatro anos, eles ves-tem a mesma camisa para disputar aCopa do Mundo. A seleção brasileira,pentacampeã mundial, já nos deu mui-tas alegrias e mostrou o que acontece

FLORA SERRA

quando um time reúne seus melhoresjogadores: é campeão!

Para fazer os melhores produtos domundo, a General Motors tambémescala sua própria seleção. É uma es-trutura global criada pela empresa quereúne os maiores especialistas dos gru-

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SELEÇÃOCAMPEÃ

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um avançado conhecimento técnicodos componentes do veículo. Por isso,em cada equipe há um GSSLT (GlobalSubsystems Leadership Team ou Lide-rança Global dos Times de Subsis-temas), especialista em determinadogrupo de peças.

E também há brasileiros nesta ca-tegoria: no mesmo grupo de compo-nentes de Cuccioli, a líder GSSLT éCelly Khaski; no subsistema de Ca-bral, o cargo fica com Rogério Vollet.“Nós somos responsáveis por desen-volver as especificações globais daspeças”, afirma Vollet. Khaski comple-menta: “Somos um grupo focado embuscar soluções de engenharia quereduzam custos e melhorem o desem-penho do veículo”.

Como um subsistema pode sercomposto por várias peças, os timestambém nomeiam experts de cadacomponente. Estes são chamados deBFO (BOM Family Owner) e são res-ponsáveis por verificar se todos osrequisitos técnicos e parâmetros glo-

bais de cada parte do veículo estãosendo obedecidos. É claro que hárepresentantes da GMB nesta funçãotambém – são dez experts brasileiros.

Vollet explica como o trabalho éfeito: “O país de origem do projetodefine o conteúdo do veículo e o enviaaos líderes globais de subsistemaspara que verifiquem se as característi-cas são coerentes e podem, de fato, serrealizadas”. Essas decisões são toma-das em reuniões chamadas de PeerReview, que seguem tópicos para defi-nir requisitos técnicos, antecipar solu-ções para possíveis problemas, revercomponentes e resultados de testesantes e depois da montagem de protó-tipos e ressaltar pontos positivos quepodem ser reaproveitados em outrosprojetos.

Por isso eles devem estar sempreatentos para identificar, durante umprojeto, as chamadas Best Practices ouMelhores Práticas, que passam a serparâmetros para qualquer outro pro-duto da empresa. “Essa foi a forma

que encontramos de concentrar todo oconhecimento que temos espalhadopelo mundo”, resume Vollet.

Mas ainda há outros profissionaisbrasileiros que aumentam a dose departicipação tropical nos projetos glo-bais. Os líderes globais de desempenhodo veículo em determinadas discipli-nas ficam no Centro de Provas da CruzAlta (CPCA), em Indaiatuba, interior deSão Paulo. Mais conhecidos como VPO(Vehicle Performance Owners), elescuidam dos processos de validação edefinem as especificações dos testesque devem ser realizados para cadaveículo. Marcelo Bertocchi, por exem-plo, é VPO de Segurança Veicular paraPaíses Emergentes; Edson Errerias, deDinâmica Veicular para a mesma re-gião; Gabriel Eduardo é VPO de Dire-ção Manual; e, por fim, Luiz EduardoMartins, de Alternadores.

O Chevrolet Cruze, o primeirocarro global da GM a ser lançado noBrasil, é resultado do trabalho dessetime composto por diferentes nações,inclusive a brasileira. Mas, em 2008, aseleção da GM já havia lançado o pri-meiro veículo de arquitetura elétricaglobal pela Europa: o Opel Insignia,que foi eleito o Carro do Ano de 2009no continente.

Eles já provaram que podem fazeros melhores veículos globais, masagora irão mostrar que podem fazê-lospara o mundo todo. A empresa escalaseu time com os melhores jogadorespara que vistam a camisa e entrem emcampo para produzir os melhores car-ros, sempre. Vai que é sua, GMB!

Líderes globais de São Caetano do Sul e do Campo de Provas da Cruz Alta: parte deuma estrutura criada pela GM que reúneos maiores especialistas dos grupos decomponentes de veículos dos EstadosUnidos, Europa, Coréia do Sul, Austrália,China, Índia e Brasil

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veículo, além de física e comercialmen-te, seria viável financeiramente. Foi aíque criamos um time multifuncional,de cerca de dez pessoas, conhecidocomo APET, Advanced ProgramExecution Team [Time Avançado deExecução do Programa], o qual fazia ainteração entre a GMB e a GM Coréiado Sul para a estruturação do projetodo Cruze brasileiro”, explica Paiva.

Marco Cairo, Advanced VehicleProgram Manager (gerente de Pro-grama Avançado de Veículo), uma dasáreas de Planejamento de Produto ePesquisa de Mercado, coordenou essetime e diz: “Tínhamos de fazer todo oplanejamento do projeto de forma queele pudesse ser executado no prazoestabelecido pelo comitê executivo daGMB e com a qualidade esperada.Temos um processo global de desen-volvimento de programas bastanterobusto e minha responsabilidade eragarantir que as atividades desse pro-cesso fossem executadas com a máxi-ma presteza. Outro desafio foi garantir

PLANEJAMENTO DEPRODUTO E PESQUISA DEMERCADO COMEÇOU AATUAR EM 2008 PARATRAZER O CRUZE

AGMB sempre encontra – ou cria –espaços no mercado automobilísti-

co brasileiro para lançar novos veícu-los, atender aos desejos dos consumi-dores e até superar suas expectativas.Foi assim com o hatchback Agile, queinaugurou um novo segmento em2009 e nele se mantém como líder devendas, com a Nova Montana, quedesde 2010 “agita” a concorrida cate-goria de picapes compactas, e comtantos outros lançamentos.

Com o sedã Cruze, o mais novointegrante da “família Chevrolet” nopaís, não seria diferente. O sedã mun-dial da GM foi trazido para o Brasilporque tem tudo o que os brasileirosbuscam em seus automóveis: quali-dade, segurança, tecnologia, confor-to, beleza, inovação e ainda oferecemuito mais conteúdo que os seusconcorrentes.

Mas como ele veio parar aqui? Ecomo a GMB descobriu que o Cruze éperfeito para o mercado nacional? Odepartamento que responde a essasperguntas é o de Planejamento deProduto e Pesquisa de Mercado. Com-posto por 24 profissionais e dirigidopor Marcos Paiva, é ele que aponta asnecessidades dos consumidores e, comisso, ajuda a determinar as característi-cas de um novo automóvel. Baseadoem pesquisas, esse time é responsávelpor analisar o comportamento e as

CAMILA FRANCO

tendências dos clientes, e antecipar asituação econômica do país e do mer-cado automobilístico. Em outras pala-vras, colabora para que a empresatrace seus objetivos e defina seus pró-ximos lançamentos.

Paiva explica: “A Chevrolet, emespecial no Brasil, tem um público fiele incomparável ao de outras marcas.De acordo com nossos estudos, eleestava ansioso por um sedã médiocom performance diferenciada, comcaracterísticas globais e que fossecompetitivo. Por isso, trouxemos oCruze, ideal para atendê-los, acirrar adisputa no segmento e dar ainda maisprestígio para a marca”.

Ele revela, porém, que o modelopassou por algumas modificações.“Para ser comercializado aqui, ele tevede atender a requisitos nacionais, co-mo de motorização. Nos demais paí-ses em que o novo Chevrolet é vendi-do, a gasolina é o combustível maisconsumido. Já no Brasil, a tecnologiaflex é a principal”.

Essas mudanças começaram a serestudadas em 2008. “Era preciso defi-nir todas as alterações para saber se o

PONTO DEPARTIDA

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uma comunicação eficaz entre re-presentantes de cada área funcional da GMB com seus correspondentes daGM Coréia do Sul, sempre alinhadoscom o Global Segment Director, o di-retor global da plataforma do Cruze,que lidera o programa do sedã nomundo. Uma vez que todos os requisi-tos do nosso programa foram discuti-dos e decididos, vimos que tínhamosum programa viável e que valeria apena produzi-lo no Brasil, o subme-temos à aprovação da matriz daGeneral Motors, em Detroit, nosEstados Unidos”.

O sinal verde para a fabricação doCruze em São Caetano do Sul, segundoCairo, foi dado em agosto de 2009.“Nos foi lançado um grande desafio:iniciar a produção das unidades vendá-veis exatamente dois anos depois”. Eleconta que, em fevereiro de 2010, otime deixou de ser o APET e passou aser chamado de PET (Program Exe-cution Team ou Time de Execução doPrograma). “Eu parei de coordená-lo e

O gerente Marco Cairo e o diretorMarcos Paiva à frente do time dePlanejamento de Produto e Pesquisa deMercado: demanda por um sedã médiocom performance diferenciada, comcaracterísticas globais e competitivo

passei as atividades para a equipe deGerenciamento de Programas, respon-sável pela sua execução. Os outrosprofissionais continuaram no grupopara colocar o que havia sido planeja-do em prática”.

Mas o departamento ainda fezmuito mais. A equipe foi acionada pa-ra vários estudos. O gerente de Pes-quisa de Mercado, Guilherme Barbosa,revela que, em 2008, antes da aprova-ção do projeto, o Cruze foi analisadopor clientes em uma avaliação do port-fólio da Chevrolet e de concorrentes,realizada, geralmente, a cada trêsanos. “Ela representou um exercício decompra, no qual cerca de mil pessoasde diferentes perfis avaliaram 114 veí-culos de todos os segmentos e marcasvendidos no país. Nesse primeiro con-tato com o público, o Cruze já apresen-tou uma boa aceitação”.

Em 2011, mais uma pesquisa foirealizada, a TME (Target Market Ex-ploration ou Exploração do PúblicoAlvo). “São visitas a residências de

potenciais compradores do sedã.Vamos até eles para entender, sobretu-do, seus valores e expectativas”, expli-ca Juliana Sato, analista de Pesquisa deMercado. Ela revela a conclusão: “Ospotenciais clientes do Cruze são pes-soas realizadas, financeiramente está-veis, que já atingiram várias metas navida e agora querem ir além, buscandoa realização pessoal ”. Foram ouvidoscerca de 15 entrevistados. O resultadoda TME foi enviado para o departa-mento de Marketing, que materializouos desejos dos consumidores na cam-panha publicitária do veículo. “Sa-lientamos que os sentimentos derecompensa pelos esforços e statusdeveriam ser enfatizados”, comple-menta Barbosa.

Dito e feito. O Marketing desenvol-veu seis propostas para a campanhado Cruze e duas para a propagandaexclusiva da nova família de motoresEcotec. Pesquisa de Mercado, por suavez, ouviu dos clientes suas opiniõessobre as campanhas. “Em um primeiromomento, perguntamos o que enten-deram do filme e se a mensagem ostocava de alguma maneira, entreoutras questões. Com essas respostas,chegamos à melhor campanha domotor e às duas melhores do veículo,que foram testadas posteriormente emuma pesquisa quantitativa, na qual aspessoas assistiam a uma série decomerciais. A que mais chamou a aten-ção e conseguiu melhor transmitir oconteúdo do novo Chevrolet foi a esco-lhida”, afirma Juliana. Segundo Paiva,mais de 250 clientes foram ouvidosdurante toda a implementação do pro-jeto do Cruze.

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ALÉM DE COORDENAR A EXECUÇÃO DO CRUZE,GERENCIAMENTO DE PROGRAMAS INTEGROU OS TIMES DA GM DO BRASIL, GM CORÉIA DO SUL E GM EUROPA

Enquanto aqui é dia, lá é noite –são exatas 12 horas de diferença

de um país para o outro. Se elesfazem sinal de positivo com a cabe-ça, não se engane! Não queremdizer que sim, como nós, brasileiros.É apenas um sinal de que estãocompreendendo o que você estáfalando. O idioma deles, então, ébem diferente do português. Para

CAMILA FRANCO

CONTRASTESEM HARMONIA

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nós, até os seus nomes são impro-nunciáveis. Você saberia falar corre-tamente Boungyoun Kim?

Esse é justamente o nome doVLD (Vehicle Line Director ou Diretorda Plataforma) do Chevrolet Cruzena Coréia do Sul, onde o modelocomeçou a ser desenvolvido em2006. E essas são alguns dos inúme-ros desafios com que profissionaisde diferentes departamentos da GMdo Brasil se depararam ao conviver

com os sul-coreanos durante o pro-cesso de implementação do Cruzena fábrica da GM em São Caetanodo Sul, no ABC paulista.

Foram 18 meses – de fevereirode 2010, quando o programa foiaprovado, a julho de 2011 – paraque a primeira unidade vendável doCruze fosse fabricada por aqui. Semajuda dos “donos do projeto”, con-venhamos, isso não seria possível. Éum prazo curto tanto para o inícioda produção, considerando as gran-des mudanças pelas quais o comple-xo industrial teve de passar (confiraa reportagem sobre a atuação daEngenharia de Manufatura na pági-na 42), quanto para a integraçãoentre dois povos de culturas tãodiferentes.

Apesar de tantos contrastes, Ro-dolpho Bülau, o VLD do Cruze para aGeneral Motors do Brasil, afirmaque não há problema algum emaproveitar um modelo que foidesenvolvido do outro lado do pla-neta. Ele revela que o sedã foi con-cebido como um veículo global, éextremamente moderno e tem bas-tante conteúdo. É capaz, portanto,de atender a diversos mercados. Elediz que o Brasil é o nono país domundo no qual o modelo passou aser produzido. “Ele foi indicadocomo o sucessor ideal do Vectra,sedã médio que fez história naChevrolet, mas que já precisava sersubstituído”.

Bülau declara qual foi o principaldesafio para a GMB: “Essa é a pri-meira vez que a GM do Brasil écliente de um produto global de

outro centro de desenvolvimento e étambém a primeira que negociamosa importação de um projeto com aCoréia do Sul. Trabalhamos muitopara atingir uma perfeita sincronia.Aprendemos muito também”.

A primeira lição, aliás, veio antesda interação com o país asiático. Odiretor salienta que o primeiro passofoi conquistar a sinergia entre asequipes da própria GMB. “Todaselas precisavam estar alinhadas eaptas a atender às normas globaisda GM, e, de fato, mostraram queestavam. Além disso, deveriam ma-terializar algumas alterações neces-sárias, como, por exemplo, a suspen-são, a introdução do idioma portu-guês no painel e nas etiquetas, e amotorização 'flex', para que o Cruzeatendesse perfeitamente às necessi-dades do mercado automobilís-tico brasileiro e pudesse rodar pelasruas do país”.

O diretor é capaz de avaliar odesempenho das equipes porque oGerenciamento de Programas, de-partamento do qual faz parte, é res-ponsável pela coordenação de pro-jetos de veículos no Brasil. É elequem gerencia todos os times daGMB no programa de um novo veí-culo. No caso do Cruze, teve aindade fazer o elo com o time do VLEThomas Simon, na Alemanha, e como grupo do VLD Boungyoun Kim, naCoréia do Sul. Mas é claro que Bülaunão trabalha sozinho. O diretor tema ajuda de Rosana Herbst, gerentedo programa, e de Patrícia Galina,coordenadora do projeto do Cruzena unidade brasileira.

Rosana explica que, para facilitara integração entre as diversas equi-pes da GMB, assim como é feito nodesenvolvimento de um carro 100%nacional, foi formado o PET (Pro-

Rodolpho Bülau (à esq.) com osprofissionais de Gerenciamento deProgramas da GMB: departamentoresponsável pela coordenação deprojetos de veículos no BrasilFa

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gram Execution Team ou Time de Execução do Pro-grama). “Eram cerca de quinze pessoas – um represen-tante de cada departamento. Eles se reuniram semanal-mente para discutir as atividades em andamento e ospróximos passos, além da interação com o PET coreanoe das reuniões com os líderes na alemães”.

A comunicação entre os três continentes acontecegraças à tecnologia de ponta que a GM disponibiliza aosseus profissionais. Bülau faz questão de salientar a im-portância de um departamento, o GMIT (General Mo-tors Information Tecnology ou Tecnologia da Informaçãoda General Motors), que, apesar de não entrar em con-tato direto com o carro, é imprescindível para sua execu-ção. "Boa comunicação é fundamental, especialmentequando temos times tão distantes uns dos outros. Sãoeles que nos fornecem os meios para nos comunicarmos– telefones, computadores, sotwares integrados eoutros. Com os equipamentos que temos, podemos rea-lizar reuniões eficientes e rápidas mostrando a todossimultaneamente relatórios, gráficos e imagens".

Mas é claro que, por trás de todos esses desafios,outro fator também fez diferença: comprometimento. Agerente Rosana explica o porquê: “Os profissionais,desde o início, tiveram de se empenhar para que todosos processos fossem realizados impecavelmente. Cadafalha geraria uma perda de tempo enorme, principal-mente por causa da distância entre as equipes. Para isso,comunicação eficiente foi imprescindível, o que inclui operfeito preenchimento de toda a documentação confor-me os padrões globais da empresa”. Patrícia comple-menta: “É necessário que os documentos estejam muito

bem feitos ebem escritos.Quantos maisdetalhes tive-rem, melhor”.

A implemen-tação de umnovo carro, re-quer o uso si-

multâneo de muitos processos em diferentes departa-mentos e países; portanto, todos tem de estar integradosentre si para que o projeto se materialize. A cada modi-ficação em uma peça do veículo, por exemplo, os enge-nheiros de Produto geram WOs (Work Orders ou Ordensde Trabalho), que registram, em um sistema global daGM, as alterações para que diversas áreas, comoEngenharia de Manufatura, GPSC, Qualidade eEngenharia de Produto, possam trabalhar na sua obten-ção e montagem. "No início, o time enfrentou desafiospara ter certeza de que tínhamos um processo robustode controle das WOs, para assegurar que nossas peçasestivessem no último nível de modificação e que chega-riam a tempo de atender o nosso 'timing'", diz KellyCardoso, que coordena a implementação das WOs.

Além das WOs, novos contratos de prestação de ser-viços, segundo Patrícia, tiveram de ser estabelecidos

Bülau sobre oprojeto do Cruze:“Trabalhamosmuito para atingiruma perfeitasincronia.Aprendemosmuito também”

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todas as expec-tativas dos con-sumidores quealguns dos pro-fissionais daGM do Brasilforam para aCoréia do Sul,enquanto al-guns sul-corea-nos vieram parafábrica do ABCPaulista. E nãoé só isso.“Equipes daGMB realiza-ram reuniõescom outros ti-mes que lança-ram o Cruzeanteriormente,como Rússia,Estados Unidos,Austrália e Ale-manha”, revelaRosana.

Todo esseesforço não foiem vão, claro.“Conseguimos

começar a produção de carros-piloto em tempo recor-de, na qual os primeiros veículos foram montados edistribuídos para que os departamentos pudessemavaliá-los. Qualidade os testou exaustivamente, assimcomo a Engenharia de Produto, que analisou o conjun-to montado. Pós-Vendas os utilizou para desenvolveros manuais de produto e de proprietário e Marketingaproveitou para rever todo o seu conteúdo a fim de sepreparar para o lançamento” diz Patrícia. Rosana com-plementa: “Apesar do aprendizado totalmente novopara a GM do Brasil, a equipe se saiu muito bem. Coma comunicação alinhada, encurtamos processos e con-seguimos atingir as metas estabelecidas”. E Bülau con-clui: “Foi um projeto audaz, mas a sua implementaçãofoi extremamente competente. Atingimos os padrõesde qualidade e de performance estabelecidos, e tudoisso dentro do prazo”.

com a Coréia doSul. “Os depar-tamentos Ju-rídico, Finançase GPSC se em-penharam bas-tante para con-seguir defini-losno prazo ideal”.Para importar

peças para o Cruze, a atuação do GPSC (GlobalPurchasing and Supply Chain ou Compras Globais eCadeia de Fornecedores) também foi, segundo ela,essencial. “Sem dúvida, esse foi um dos programas emque eles mais participaram devido ao alto percentualde peças importadas”.

A dedicação foi tanta para que o Cruze atenda a

FORAM 18 MESES – DEFEVEREIRO DE 2010, QUANDO OPROGRAMA FOI APROVADO, AJULHO DE 2011 – PARA QUE APRIMEIRA UNIDADE VENDÁVELDO CRUZE FOSSE FABRICADA

OS INTEGRANTES DO PET

Acessórios

Design

Engenharia de Manufatura

Engenharia de Produto

Engenharia de Produto da

GMDAT (GM Daewoo

Automotive and Technology)

Finanças

Gerenciamento de Programas

GM Argentina

GPSC

Marketing

Pós-Vendas

Powertrain

Qualidade

Os departamentos da GMB que fizeram parte do ProgramExecution Team ou Time deExecução do Programa doCruze brasileiro

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rente revela: “No final de 2009, já come-çamos a definir algumas métricas dequalidade para esse modelo. Demos su-porte às áreas, principalmente a Enge-nharia de Produto, para que todas asalterações no veículo, necessárias paraque ele pudesse rodar no Brasil, fossemmuito bem executadas. Acompanhamos,por exemplo, os processos de calibraçãoda nova suspensão, ideal para os tiposde solos brasileiros, e os de validação domotor, que ganhou tecnologia "flex".Nosso grande desafio foi fazer com queo Cruze brasileiro superasse as expecta-tivas e fosse até mesmo superior aosfabricados em outros países”.

Vanderlei Loro, engenheiro de Qua-lidade de Programas, complementa:“Fomos algumas vezes para a Coréia doSul, onde o Cruze foi desenvolvido, paradirigi-lo e entender como ele é fabrica-do. Além disso, nos comunicamos comequipes de outros complexos que o pro-duzem para aprender com as suas expe-riências. Essa interação ajudou significa-tivamente na definição de tudo o que ocarro deve ter para ser competitivo nomercado automobilístico brasileiro”.

“Seria impossível desenvolver umveículo global se a nossa empresa nãogarantisse a interação entre as equipes.

DEPARTAMENTO DE QUALIDADE DA GMB SE EMPENHAPARA GARANTIR QUE TANTO O CRUZE QUANTO SEUSPROCESSOS DE PRODUÇÃO SEJAM PERFEITOS

De nada adianta criar um produtoperfeito se a produção, de alguma

forma, comprometer sua qualidade. Jáimaginou comprar um pacote de delicio-sos bombons – aparentemente intacto –e encontrar alguns deles roídos? Ouentão adquirir um tablete da manteigafavorita e encontrar um “band-aid” bemno meio dela?

Mas não é só na produção de ali-mentos que pode ocorrer problemas eos produtos, por conseqüência, chega-rem defeituosos às mãos dos consumi-dores. Conscientes disso, os profissio-nais do departamento de Qualidade daGeneral Motors do Brasil trabalham

CAMILA FRANCO desde o início do projeto de um novoveículo, como o Cruze, e acompanhamtoda a sua fabricação; afinal, para GM,qualidade é essencial.

O gerente de Qualidade de Progra-mas da GMB, José Luiz Pereira, assegu-ra: “Estamos focados em satisfazer to-talmente os clientes da Chevrolet. Porisso, desde as primeiras unidades fabri-cadas, investigamos todos os possíveisproblemas que um modelo pode apre-sentar e, antes que ele chegue à conces-sionária, tratamos de solucioná-los. Oconsumidor quer um carro impecável e énosso dever atendê-lo”.

A equipe de Qualidade tem trabalha-do intensamente desde que a empresadecidiu fabricar o Cruze no Brasil. O ge-

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Fomos muito bem suportados pelos pro-fissionais da Coréia do Sul e dos EstadosUnidos. A colaboração deles, sem dúvi-da, foi imprescindível para que cumprís-semos o programa em um prazo cur-tíssimo”, salienta a diretora geral de Qualidade da GM América do Sul,Monica Azzali.

Mas, além disso, outra iniciativa fezdiferença. “Realizamos pesquisas de sa-tisfação de clientes de todos os segmen-tos no mercado brasileiro e em outrosnos quais o Cruze já era comercializado,como Europa e América Latina. Os resul-tados dessas pesquisas são indicadoresmuito importantes para promovermosmelhorias na qualidade de nossos pro-dutos. No caso do Cruze, conhecendo ascaracterísticas e as necessidades de seusegmento, analisamos os principaisitens que poderiam aumentar a satisfa-ção das expectativas dos clientes e, jun-tamente com o time de desenvolvimen-to, trabalhamos para implementar asmelhorias necessárias antes do inicio daprodução”, revela Pereira.

Terminado o desenvolvimento doautomóvel, é chegada a hora de iniciara sua produção. O trabalho deQualidade, por incrível que pareça,aumenta, como explica o gerente:

“Pegamos as pri-meiras unidadesfabricadas, quenão serão comer-cializadas, e asavaliamos exaus-tivamente paraidentificar possí-veis defeitos, osquais podem es-tar relacionados

tanto à arquitetura do veículo, quantoao seu processo de montagem”.

Uma das ferramentas de avaliação,segundo ele, é o CTF (Captured TestFleet ou Teste com Veículos de Frotas).“Selecionamos empregados da GM quevão rodar com veículos de pré-produçãodurante algum tempo. Eles os utilizamno dia-a-dia e até em viagens com afamília, e nos informam, semanalmente,a quilometragem do carro e seus aspec-tos positivos e negativos”. De acordocom o engenheiro Loro, 45 Cruze foramtestados nesse processo, de maio aagosto deste ano, e mais de 235 mil qui-lômetros foram percorridos.

Outro procedimento importante é oQAP (Quality Assessment Process ouProcesso de Avaliação de Qualidade).Loro explica: “Os engenheiros de Qua-lidade fazem avaliações estáticas edinâmicas em unidades do Cruze queacabaram de ser fabricadas. Na sequên-cia, eles as entregam para motoristas deteste do Campo de Provas, que rodamcerca de 1.200quilômetros emcinco dias, e asdevolvem paramais avaliaçõesdos engenheiros.O objetivo doQAP é prover emtempo hábil aidentificação deproblemas de

qualidade durante o processo de desen-volvimento do veículo, para que sejamcompletamente erradicados antes davenda ao consumidor.

E ainda tem mais. Em todas as fábri-cas da GM, inclusive na de São Caetanodo Sul, que produz o Cruze, há processosglobais para identificar se cada unidademontada está de acordo com o padrãode qualidade estabelecido para o mode-lo. “Temos um critério de análise deno-minado GCA [Global Customer Audit ouAuditoria Global do Cliente], que é umainspeção estática e dinâmica que o pro-fissional faz logo depois que o veículofoi produzido”, diz Pereira, que ainda a-ponta: “Fora isso, há o LDA [Launch Dri-ve Audit ou Auditoria Dinâmica de Lan-çamento]. Ele é usado para detectarmosproblemas funcionais. Pegamos algunsveículos produzidos e rodamos com elespor ruas próximas ao complexo”.

O resultado de todo esse esforçonão poderia ser outro. Monica conclui:“Os três pilares de Qualidade forammuito bem trabalhados no Cruze. AQualidade Percebida, que são as carac-terísticas do produto captadas pelossentidos, a Qualidade Inicial, avaliaçãodo cliente nos primeiros 90 dias de uso,e a Qualidade a Longo Prazo, que é asatisfação do consumidor com o carroadquirido e com atendimento e serviçosnas concessionárias, vão mostrar que oCruze é impecável e perfeito para onosso mercado”.

Equipe deQualidade da GMB:trabalho intensodo início doprojeto de umveículo à suafabricação; na fotoabaixo, MonicaAzzali, diretorageral de Qualidadeda GM América do Sul, com osmotoristas da área

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CHEVROLET CRUZE ]

grama sem deixar de atender ao plane-jamento e de forma que a nossa expec-tativa de lucratividade se mantenha”.

Luiz Vieira, gerente dessa mesmaárea e responsável pelo suporte ao pro-grama, declara que uma das maiores di-ficuldades no projeto do Cruze foi o pra-zo apertado para a sua implementação.“Ele foi aprovado em fevereiro de 2010e a produção dos veículos comercializá-veis teve início em julho de 2011”. Alémdisso, ele diz que a comunicação com osprofissionais da Coréia do Sul foi bastan-

DEPARTAMENTO DEFINANÇAS TRABALHA EMTODAS AS ETAPAS DE UMPROJETO PARA GARANTIRVIABILIDADE ECONÔMICA

Os números são uma das formas quea humanidade encontrou para re-

presentar a realidade. Eles podem dizermuita coisa: quanto mede uma área, adistância de um local para o outro, quan-to custa um produto. Uma coisa é fato: odepartamento de Finanças da GM doBrasil trabalha com números e é um dosgrandes responsáveis para que um novomodelo Chevrolet torne-se real.

Tão certo como 2+2=4, esta área dásuporte aos demais departamentos daempresa e assegura que eles dêem con-tinuidade às suas atividades de formacompetitiva e, principalmente, que te-nham recursos para desenvolver novosveículos. Os profissionais de Finançasanalisam custos e apontam alternativaspara que um determinado projeto sejaviável economicamente e traga lucrativi-dade para a empresa. Afinal, não bastacriar um carro perfeito, como é oChevrolet Cruze; é imprescindível garan-tir que seu desenvolvimento tenha omenor custo possível para a GM doBrasil e, claro, que seu preço seja justopara o consumidor.

É por isso que, independentementedo programa, o departamento atua des-de o início, como explica Sandra Mariani,diretora executiva de Finanças e CFO(Chief Financial Officer) da GMB. “Elepassa a dar assistência às demais áreasda GM e deve assegurar que tudo sejaexecutado dentro da margem de valorque foi estipulada pela equipe e aprova-da pela direção da companhia. Temos deestar a par de todo o programa para que

CAMILA FRANCO

imprevistos não nos façam gastar maisdo que o planejado”.

A diretora usa um exemplo simples,mas que representa muito bem a preo-cupação do departamento durante aimplementação de um novo modelo,como o Cruze. “É como as despesas deuma casa. Se não acompanhamos o queé sido gasto desde o início do mês, no fi-nal dele teremos grandes surpresas enão sobrará dinheiro para outros investi-mentos. Um contratempo ou outro podeocorrer, mas é importante ter visibilidadedos riscos e estar atento para não perdero controle da situação”.

Não por acaso, existe uma área es-pecífica de Finanças que cuida de novosprojetos. Denominada Desenvolvimentode Produto, ela é dirigida por MarceloHeredia. Ele explica: “Em um primeiroestágio, fazemos análises para avaliar oretorno financeiro que a empresa terácom o veículo. Ele vale a pena financei-ramente? É a nossa pergunta principal.Em uma segunda fase, quando já com-provada sua viabilidade e iniciada suaexecução, acompanhamos e aprovamosos investimentos que estão sendo reali-zados para a produção do carro, comogastos com ferramentas, aquisição de pe-ças e despesas com mão-de-obra, entremuitos outros. Temos que atualizar o pro-

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te difícil no início. “O idioma deles é to-talmente diferente, não conhecíamos osprofissionais de lá e tínhamos de traba-lhar juntos na lista completa de peças doveículo, no custo das peças a serem im-portadas da Coréia e no contrato de for-necimento dessas peças. Isso sem contara grande diferença de fuso horário [12horas] entre os dois países”.

Sandra revela: “Essa foi a primeiravez que tivemos uma forte negociaçãocom a GM Coréia do Sul. Alguns de nos-sos profissionais chegaram a ir para lá

para facilitar a interação”. Vieira afirmaque, por outro lado, eles tiveram algu-mas facilidades. “Foi possível aproveitara experiência de outros times que ha-viam implementado o Chevrolet Cruzeantes. A grande vantagem de um proje-to global é poder trocar informações eaprender com quem já desenvolveu omesmo trabalho”.

Próximo do lançamento do automó-vel, é essencial a participação de umaoutra área financeira: Gerenciamento deReceitas. “Com a visão final do carro, ela

estuda, junto ao departamento de Mar-keting, o preço pelo qual o modelo deve-rá ser vendido”, explica a diretora, queacrescenta: “Lançado o veículo, Finançascontinua a atuar. A gente tende a contro-lar três variáveis, que são custo do mate-rial usado para a produção, volumecomercializado – que varia mensalmen-te – e o preço final, que pode mudar deacordo com influências do mercado”.

E ainda tem mais trabalho pela fren-te. A equipe de Alfândega, também deFinanças, vai garantir que todas peçasimportadas do automóvel – no caso doCruze, a maioria vem da Coréia do Sul –cheguem a tempo e não comprometama produção aqui no Brasil. Sílvio Payão,que gerencia a área, explica: “Desde afase de pré-produção do carro, quandoas primeiras unidades não-vendáveisestão sendo fabricadas, a Logística é res-ponsável por trazer as peças paraManufatura. O papel de Alfândega é cui-dar de toda documentação necessária edesembaraçar os processos nos portosou aeroportos para que todas elas che-guem no prazo”.

Segundo ele, profissionais de Alfân-dega e de Logística foram até a Coréiado Sul para participar de um workshop:“Em outubro de 2010, apresentamos aeles todas as exigências da legislaçãobrasileira, bastante rigorosa, para aimportação de peças. Isso foi fundamen-tal porque nunca tínhamos importadodaquele país e para que não tivéssemosgrandes problemas em nossas opera-ções. Recebemos da Coréia do Sul,semanalmente, cerca de 180 contêinerescom peças do Cruze. E, como previsto, osnossos processos tem sido muito bons”.

Sandra Mariani, diretora executiva deFinanças e CFO (Chief Financial Officer) daGMB, com Paulo Costinhas, MarceloHeredia, Silvio Payão e Luiz Vieira (da esq.para a dir.): apontando alternativas paraque os projetos da empresa sejam viáveis

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Gerenciamento de Programas é res-ponsável por coordenar as ações doprojeto, mas como o Cruze é um veí-culo global, seu envolvimento foi umpouco diferente desta vez. “Foi comose estivéssemos desenvolvendo umcarro do zero, pois houve a necessida-de de reformular, de certa forma, ametodologia de trabalho”, ressaltaRosemeire Fabri, gerente da área.

Segundo ela, a equipe teve queagir e reagir aos imprevistos do dia-a-dia com extrema agilidade para lan-çar o veículo em tempo recorde.“Estamos envolvidos com o Cruze hádois anos, ou seja, a metade dotempo que normalmente levamospara finalizar um projeto”, ressaltaAdilson Carmo, analista de Progra-mas do GPSC.

DEPARTAMENTO DECOMPRAS GLOBAIS ECADEIA DE FORNECEDORESCRIA TIME DE LANÇAMENTOPARA AUMENTAR SINTONIAENTRE SUAS ÁREAS

Em uma orquestra, todos os músi-cos precisam estar em perfeita

harmonia e devem tocar as notascertas no momento exato. Por isso,cada fração de segundo é muitoimportante. Há orquestras que che-gam a ter mais de cem músicos –imagine o trabalho e o tempo que seleva para treinar todos eles. Masnem sempre é assim no mundo damúsica, pois algumas pessoas jánascem com o dom, como o austría-co Wolfgang Amadeus Mozart, quefoi um prodígio músical. Ele compu-nha óperas desde os cinco anos deidade e, certa vez, compôs uma sin-fonia inteira em apenas um dia.

Agilidade combinada a um gran-de talento não prejudica a qualida-de da obra. E a General Motorsacaba de lançar um novo produtono mercado que foi executado commuita rapidez pelos profissionais daempresa, o que poderia ter deterio-rado sua qualidade. Mas não foi oque aconteceu. As áreas estiveramem total sintonia para que o sedãChevrolet Cruze chegasse ao Brasilcomo o melhor em sua categoria.

Mas não bastava orquestrar deforma harmônica todos os setores daempresa, pois eles tinham que estarinternamente bem alinhados, enga-jados e dispostos a afinar seus ins-trumentos para acelerar o processo.Foi, então, que o departamento deGPSC (Global Purchasing and Supply

FLORA SERRA

Chain ou Compras Globais e Cadeiade Fornecedores) criou o LaunchTeam (ou Time de Lançamento),composto por três áreas-chave: PPM(Program Purchasing Managementou Gerenciamento de Programas),EQF (Engenharia de Qualidade dosFornecedores) e Readiness (Enge-nharia de Materiais).

Segundo Antônio Covelli, diretorde Gerenciamento de Programas doGPSC, essa orquestra foi formada por35 profissionais das três áreas.“Todos eles trabalharam para elimi-nar as falhas de comunicação e con-solidar um só time”, diz ele. “Nos reu-nimos há um ano e, agora, o Cruzeserá o primeiro lançamento a ser con-cluído com a atuação dessa equipeem perfeita sintonia”, afirma Chris-topher Naegeli, diretor de EQF.

Mas quais instrumentos eles toca-vam para que a melodia soasse tãobem aos ouvidos? O que fizeram asáreas de GPSC para conseguir lançarum "baita" carro em tão pouco tem-po? É o que você confere a seguir.

ATO 1: SINTONIA GLOBAL

Covelli explica que a área de

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garantir que asalterações sejamfeitas, a GM temuma equipe mul-tifuncional, oPDT (ProgramD e v e l o p m e n tTeam ou Time deDesenvolvimentode Programa).

De acordo com ela, esse grupo sereúne semanal ou quinzenalmentepara harmonizar os procedimentos.Além dos fornecedores, representan-tes da Engenharia, de EQF, de Comprase de outros departamentos compõemo time. “Dependendo das particulari-dades dos componentes, pode havermais ou menos áreas agregadas aotime”, explica ela.

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Rosemeire diz que, além disso, aequipe teve de aprender a trabalharcom uma "partitura" global e nãomais com a local, à qual estavamacostumados. Esta partitura é umaespécie de relatório eletrônico quecontém todas as especificações técni-cas das peças do veículo, desde notasda engenharia e cadastro de mate-riais até alterações que precisam serrealizadas. A diferença é que, destavez, o documento apresentava parâ-metros globais de componentes eprocessos de fabricação do Cruzeque deveriam ser obedecidos.

Como o projeto foi desenvolvido,em sua maior parte, pela Coréia doSul, as informações foram constan-temente compartilhadas com os sul-coreanos para que o modelo brasi-

leiro conservasse as característicasfundamentais e a excelente qualida-de do Cruze global, que já é sucessode vendas em mais de 70 países.“Mandamos profissionais para lápara garantir que estávamos plane-jando a montagem do veículo deacordo com o que precisávamos”,afirma Covelli. Um deles é NiltonMarubayashi, gerente de GPSC, queestá na Coréia do Sul e lá ficará por dois anos.

“A interação entre os países tam-bém foi importante para acompanharas alterações técnicas ocasionais, quechamamos de WOs [Work Orders ouOrdens de Trabalho], e depois explicá-las em detalhes para o fornecedor”,acrescenta Rosemeire. Para acompa-nhar o trabalho dos fornecedores e

Profissionais deCompras Globaise Cadeia de For-necedores da GMdo Brasil: totalsintonia para queo sedã ChevroletCruze chegasse ao Brasil como omelhor em suacategoria

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ATO 2: SOM DE QUALIDADE

Mas gerenciar o programa é ape-nas o primeiro ato da "orquestra"do GPSC. O som dos violinos aofundo é auxiliado pelos clarinetes daEngenharia de Qualidade dosFornecedores, que trata de “assegu-rar a qualidade e a produtividadedas peças”, diz Rogério Radulov,gerente de Lançamentos da EQF,que salienta: “Temos de garantirque nossos parceiros estejam aptosa fabricar as partes dos veículos como nível de qualidade requerido”.

Uma das atividades de EQF consiste em fazer uma avaliaçãochamada PPAP (Production PartsApproval Process ou Processo deAprovação das Peças de Produção),uma espécie de selo de certifica-ção que garante que os componen-tes sejam produzidos da mesmaforma e, portanto, que serão sem-pre iguais.

"Os PPAPs são classificados emtrês categorias: Não-Vendáveis,Vendáveis e Aprovação Completa.Elas evoluem conforme as fases doprograma, desde a fase PPV (Pro-duct Process Validation ou Processode Validação de Produto) até o SORP(Start of Regular Production).Diversas áreas da GMB contribuemna aprovação dos PPAPs, como, porexemplo, Enge-nharia de Produto,com importantes informações sobrevalidação, e Design, com avaliaçõesde aparência", afirma RobertoEspinet, coordenador de Lança-mentos da EQF.

Para que possíveis mudanças deengenharia (WOs) sejam feitas emtempo, as peças são entregues emdatas pré-estipuladas, que são cha-madas de MRD (Material RequestDate ou Data para Entrega deMaterial). Por exemplo, a primeira

data é quando as partes classifica-das como PPV chegam à fábrica.Nas duas datas seguintes, peças nafase MVB Não-Vendável são entre-gues e ainda são programados maistrês dias para as que têm o selo deMVB Vendável. Assim, o processonão deixa de seguir a evoluçãonatural do projeto.

ATO 3: GRAND FINALE

No ato final, quem passa a pro-tagonizar a orquestra são os profis-sionais de Readiness. “A responsabi-lidade da nossa área no Time deLançamento de GPSC é garantir adisponibilidade das peças até o iní-cio da produção dos veículos”, rela-ta Adilson Boldo, gerente de Readi-ness para Material Importado.

No entanto, ele é responsávelpor checar a entrega das peçasimportadas à fábrica da GM. Para aspartes que são desenvolvidas porfornecedores brasileiros, NivaldoGianesi, gerente de Readiness para

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Material Localizado, é quem cuidadas entregas. Ele explica que odepartamento é, atualmente, dividoem dois, devido à enorme quantida-de de projetos que estão acontecen-do ao mesmo tempo.

Além disso, o Cruze, por exem-plo, tem alguns componentes funda-mentais que são desenvolvidos fo-ra do Brasil. Sua transmissão ma-nual vem da Áustria, na Europa, en-quanto que a automática é forneci-da pela Coréia do Sul. O motor Eco-tec6 também é importado de terrasestrangeiras – a Hungria. “São 72fornecedores estrangeiros para o

A INTERAÇÃO ENTRE OS PAÍSES FOI IMPORTANTE PARAACOMPANHAR AS ALTERAÇÕESTÉCNICAS OCASIONAIS EDEPOIS EXPLICÁ-LAS EMDETALHES PARA O FORNECEDOR

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novo lançamen-to da Chevrolete a maioria seconcentra nocontinente asiá-tico, onde ficalocalizado o"home room"(país de origem)do projeto, aCoréia do Sul”,

afirma Rosemeire.Segundo Boldo, houve uma

mudança na logística de forneci-mento das peças: “Não conhecía-mos os fornecedores, os portos eaeroportos do outro lado do mundoe não sabíamos quais poderiam seros potenciais riscos da negociação.Lidar com o desconhecido merecemuita atenção”, diz ele. Então, foipreciso passar por um novo proces-so de aprendizagem para analisar osperigos e se precaver para que oscomponentes chegassem ao Brasilno tempo certo e não prejudicassemo lançamento do Cruze.

Boldo afirma que sua área reali-zou um estudo dos sistemas deimportação da Coréia do Sul e plane-jou todo o processo de entrega daspeças baseando-se nas novas rotasque surgiram. Para facilitar o levanta-mento dessas informações, houveprofissionais de Readiness paraMaterial Importado que permanece-ram por sete meses no país asiático.

Além disso, os que aqui ficaramrealizavam conferências intensivascom os sul-coreanos para garantir achegada das peças em territórionacional. “O fuso horário [12 horas]entre Brasil e Coréia do Sul dificulta-va o acompanhamento do fornece-dor e, por isso, nós criamos um novoturno de trabalho para cerca de20% dos nossos profissionais. Elespassaram a entrar às 15 horas e asair à meia noite”, relata Boldo.

Enquanto ele buscava entendertoda a logística do procedimento deentrega de peças importadas e pla-nejar rotas principais e alternativas,Gianesi acompanhava o desenvolvi-mento dos componentes localiza-dos. De acordo com Rosemeire, 52fornecedores lo-cais produzemcomponentespara o Cruze.

Há uma listacom processospara MaterialLocalizado quedevem ser che-cados pelo Rea-diness, com oobjetivo de ga-rantir não só queas peças che-guem à fábricano devido mo-mento, comoque sejam pro-duzidas correta-mente. “Por isso,trabalhamos emconjunto com aárea de EQF”,salienta Gianesi.Entre os itens lis-tados, o pessoaldeve verificar sehá contrato para

as peças serem entregues no localexato e se o formato e a quantidadedas embalagens para cada compo-nente, a classificação das fases emque as peças se encontram (se sãovendáveis ou não-vendáveis) e osnúmeros de série das peças estão deacordo com o estipulado.

“Ao longo do desenvolvimentode um programa, devemos atuarcomo uma área de inteligência deGPSC para antecipar, capturar ealertar a organização sobre possí-veis problemas”, resume Gianesi.Afinal, o último ato consiste em cer-tificar que as peças estarão disponí-veis para "grand finale" – o lança-mento –, o momento mais esperadodo concerto.

Antônio Covelli,diretor deGerenciamento de Programas doGPSC; abaixo,Edgard Pezzo,vice-presidentede GPSC da GMAmérica do Sul, eJaime Ardila,presidente da GMAmérica do Sul

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Não importa se o veículo é 100% nacional ou se teve boaparte desenvolvida fora do país, como é o caso do novo

sedã médio da GM do Brasil, o Chevrolet Cruze, que é fabri-cado na unidade de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, masfoi criado pela GM Coréia do Sul e pela GM Europa. O traba-lho do departamento de Engenharia de Manufatura é sempreimprescindível.

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ENGENHARIA DEMANUFATURA PLANEJOU EIMPLEMENTOU PROCESSOSDE FABRICAÇÃO DO CRUZEPARA QUE O COMPLEXO DESCS O PRODUZA COMEFICIÊNCIA E QUALIDADE

CAMILA FRANCO

VEÍCULO GLOBAL,FÁBRICA GLOBAL

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nos' do projeto bem antes do início da produção. Eles nosenviam, virtualmente, dados matemáticos do modelo, osquais nos ajudam a planejar e a implementar os processos defabricação, de forma que o veículo tenha uma excelente qua-lidade e seja feito no prazo certo, com custo competitivo ecom um ambiente de trabalho totalmente seguro para os nos-sos empregados”.

Ele afirma que o Cruze foi resultado de uma nova série deprodutos de arquiteturas globais. “Quanto mais robusto é oprojeto de um veículo, mais a vida da Engenharia deManufatura e da fábrica é facilitada. E a arquitetura do sedãmédio foi baseada em aprendizados globais”.

O vice-presidente de Engenharia de Manufatura da GMAmérica do Sul, José Eugênio Pinheiro, revela que o projeto dosedã trouxe processos mais modernos para a fábrica, quepode fazer mais veículos globais. “Com este carro, tivemosgrandes mudanças na unidade. Atualizamos procedimentos,aumentamos áreas, adquirimos novas máquinas e equipa-mentos. Tudo isso sem parar a produção e dentro do prazo de18 meses. Essa foi a maior revolução no complexo de SãoCaetano do Sul nos últimos 30 anos. Exigiu muito da capaci-dade do time de Engenharia de Manufatura”.

Formado por cerca de 700 engenheiros e técnicos, o depar-tamento está dividido em nove centros, cada um com compe-tências específicas. Os centros definem todos os processos defabricação dos veículos que serão produzidos no Brasil e naArgentina, além de dar suporte na implementação de projetosnos países andinos (Colômbia, Equador e Venezuela). Eles tra-balham em conjunto e estão alinhados com as estratégiasdefinidas pelo time global da Engenharia de Manufatura.

TRABALHO AVANÇADO

O centro que faz os estudos para viabilizar, de maneiracompetitiva, os projetos de novos veículos é o PlanejamentoAvançado, gerenciado por Leonardo Marto Sanches. Ele expli-

ca: “Trabalhamos nos programas queserão implementados dentro de três acinco anos, definindo o plano daManufatura, os investimentos necessá-rios para cobrir as necessidades de fer-ramentas, equipamentos e instalações,e os prazos de execução”.

Segundo ele, sua equipe começou aestudar o projeto do Cruze em julho de2009, antes mesmo da sua aprovação,em fevereiro de 2010. “Avaliamos a via-bilidade de se produzir o sedã em São

“No caso do Cruze, não demos suporte à Engenharia deProduto e ao Design da GM Coréia para analisar a sua manu-faturabilidade no início do projeto, como fazemos com osdesigners e engenheiros brasileiros quando desenvolvem umcarro em nosso Centro Tecnológico. Essa responsabilidadecoube às Engenharias de Manufatura da Coréia do Sul e daAlemanha. No entanto, ditamos em qual fábrica da GMB e deque maneira o novo automóvel seria produzido, considerando"layouts", prédios, ferramentas e equipamentos que seriamnecessários”, explica Luiz Carlos Peres, diretor executivo deEngenharia de Manufatura da GM América do Sul.

Para que um veículo global possa ser fabricado em qual-quer complexo da General Motors não há segredo. Peres dizque ele deve ser projetado de acordo com os requisitos glo-bais da empresa. Dessa forma, as fábricas que atendem aesses padrões, como a de São Caetano do Sul, estão prepara-das para montar veículos provenientes das novas arquiteturasglobais, como é o caso do Cruze. “Há interação com os 'do-

José EugênioPinheiro, vice-presidente deEngenharia deManufatura daGM América doSul (à frente, àdir.), e o comandoda área: “Essa foia maior revoluçãono complexo de São Caetanodo Sul nos últimos 30 anos

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Caetano do Sul edefinimos osinvestimentos ecustos que tería-mos. Feito isso,apresentamos osresultados paraos outros centrosda Engenharia deManufatura, osquais têm a responsabilidade de executar o programa”.

O maior desafio durante o planejamento, de acordo comSanches, foi pensar, em pouco tempo, em alternativas paracomeçar a produção do carro sem interromper a dos demaise ainda deixar a fábrica preparada para receber novos veícu-los globais. “A solução foi conseguir bons espaços na unida-de. Reorganizamos áreas de estoque de peças, transferimosoutras e fizemos algumas construções".

GERENCIANDO PROGRAMAS

Uma vez definidos os planos, é hora de executá-los. Paraisso, o centro dirigido por Luiz Cuccioli, Gerenciamento deProgramas da Engenharia de Manufatura, é essencial.“Coordenamos toda a implementação dos programas daManufatura. Controlamos, basicamente, os investimentos queestão sendo efetuados, a execução dos cronogramas junta-mente com demais áreas técnicas da empresa, a validaçãodos processos de manufatura e de qualidade e as corridas-piloto nas fábricas”, explica o diretor.

Para dar conta de todas essas responsabilidades, cada pla-taforma de veículo tem um MIM (Manufacturing IntegrationManager ou Gerente de Integração de Manufatura), querepresenta a Engenharia de Manufatura nos vários fóruns glo-bais da empresa.

Angélica Kondo é gerente regional de Integração daEngenharia de Manufatura para a plataforma do Cruze eexplica como é o seu papel: “Além de participar de reuniõessemanais com representantes dos nove centros, trabalhomuito próxima ao VLD [Vehicle Line Director ou Diretor daPlataforma] do sedã, e integro o PET [Program ExecutionTeam ou Time de Execução do Programa], representando aEngenharia de Manufatura e interagindo com os demaisdepartamentos”.

Ela diz que, no projeto do mais novo Chevrolet, foi preci-so agir com audácia. “O prazo para a sua execução era curto.O que fizemos? Antes mesmo de termos a lista completa daspeças do carro, em fevereiro de 2010, a qual foi fornecida pela

Engenharia de Produto da GM Coréia do Sul, arriscamos ecompramos todos os robôs e equipamentos necessários”.

Graças a essa decisão, segundo Cuccioli, todas as fasesdo projeto dentro da Manufatura foram atendidas dentrodo tempo previsto. “Os primeiros equipamentos começa-ram a ser instalados em novembro de 2010 e fabricamos oprimeiro Cruze para testes em 14 de fevereiro deste ano”.Comparando-o a outros projetos desta envergadura, elecontabiliza: “Conseguimos reduzir em cerca de dois mesesa fase de implementação do Cruze, sem qualquer prejuízoà sua qualidade”.

O CENTRO DA INTEGRAÇÃO

Para que todos os centros trabalhem em sintonia, exis-te a Integração da Engenharia de Manufatura, equipe

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“COM ESTE CARRO, TIVEMOSGRANDES MUDANÇAS”, DIZJOSÉ EUGÊNIO PINHEIRO, VICE-PRESIDENTE DEENGENHARIA DE MANUFATURADA GM AMÉRICA DO SUL

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comandada pelo diretor Michel Goldflus. Ela é formadapor profissionais de Layout, que desenham as modifica-ções das fábricas (prédios e instalações, posicionamentodas linhas de montagem, das máquinas e dos equipamen-tos); de Engenharia Industrial, que fazem cálculos de mão-de-obra e de tempo das operações nos postos de trabalho,e estudos de ergonomia; de Preparação de Planta, queatuam na coordenação de atividades de rearranjos parareceber novas máquinas e equipamentos; e ainda doCentro de Custos, que controlam as despesas da Enge-nharia de Manufatura e os gastos de projetos.

Goldflus revela: “Layout trabalhou muito neste projetopara encontrar espaços e acomodar novos processos globais.Houve uma grande reestruturação da fábrica com ela operan-do a todo vapor e o grupo de Preparação negociou com os

demais departamentos, principalmentecom a fábrica e com o GPSC [GlobalPurchasing and Supply Chain ouCompras Globais e Cadeia deFornecedores], que abastece a fábricacom materiais”.

NOVAS CONSTRUÇÕES

Se o projeto requer novas constru-ções, modificações de instalações ehabilitação de utilidades (energia elétri-ca, água, vapor e ar comprimido) paraalimentar as linhas de montagem, ocentro do WFG (Worldwide FacilitiesGroup ou Grupo Global de Facilidades),dirigido por Claudio Eboli, entra ematuação. “Nós projetamos e executa-mos modificações prediais, seguindorigorosamente a legislação e os requisi-tos ambientais, e buscando continua-mente a redução de prazos e de cus-tos”, explica o diretor.

Foi o que aconteceu na implementa-ção da linha do sedã na unidade doABC. Eboli descreve as principaismudanças: “Diversos processos de funi-laria do Astra e do Vectra foram levadospara a fábrica de Mogi das Cruzes, queteve de ser readequada e transferiuparte de componentes estocados paraum novo galpão de mais de oito milmetros quadrados construído no centro

de logística de Sorocaba; ampliamos o restaurante; fizemosuma nova cobertura na Funilaria para estoque de peças;expandimos a Montagem de Veículos; demolimos um antigoprédio da Ferramentaria e erguemos um novo; reformamos apista de teste de ruídos veiculares; construímos uma novacabine de testes de vazamento; preparamos uma área paranovas cabines de testes de rolo; fizemos um novo acesso aosvestiários e escritórios; instalamos um galpão vinílico; e esta-mos construindo uma nova linha de prensas”.

LINHAS AUTOMATIZADAS

Há um centro responsável pela instalação de robôs, trans-portadores e controles automáticos das linhas instaladas nasfábricas. Eric Preuss, que o gerencia, explica: “Cuidamos daautomação industrial nas unidades. Buscamos e implementa-

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mos as mais modernas tecnologiaspara melhorar e agilizar os processos deprodução”.

Como o projeto do Cruze trouxeuma série de inovações, o que não fal-tou a esse time foi trabalho. “Para aárea de Funilaria, instalamos 150novos robôs de diferentes capacidadesde carga, como os que levantam até600 quilos. Inauguramos seis sistemasnovos de transportadores de carroce-rias e o novo sistema de gerenciamen-to da produção, chamado de ODD[Option Data Delivery ou Entrega deDados de Opção], que organiza aseqüência de fabricação dos carros deacordo com uma lista emitida pelodepartamento de controle de produçãoe é fundamental para as novas linhasflexíveis. E construímos 20 novas áreasde montagem com comunicação ba-seada em rede de alto desempenho”,relata o gerente. Marcos Carvalho,

engenheiro de Manufatura e líder deautomação no programa do sedã, dizque, além de tudo isso, a segurançados montadores e dos equipamentosdo Cruze é garantida por meio de dis-positivos, como cortinas de luz e scan-ners a laser, interligados a uma rede desegurança. “A GM é pioneira na utiliza-ção deste tipo de equipamento e afábrica de São Caetano do Sul é a pri-meira a receber a novidade”.

Eric Preuss fala sobre o que foi feitona Pintura: “Instalamos robôs em umanova cabine, na qual é aplicada umaresina que evita arranhões de pedriscosnas soleiras do veículo. Adicionamostransportadores e trechos de percursoem algumas linhas e fizemos adapta-ções em processos. Na MontagemGeral de Veículos, adaptamos o sistemaautomático de montagem do painelcentral do carro, expandimos a área emque o motor é colocado automatica-mente na carroceria e aumentamos aquantidade de dispositivos no sistemade montagem de portas”.

FERRAMENTAL, FERRAMENTARIA E

ESTAMPARIA

Sob a competência do diretor JoséZara está o centro responsável pelostrabalhos de engenharia simultâneacom os departamentos de Design e de

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Engenharia de Produtos, visando obterprodutos manufaturáveis. Em seguida,são desenvolvidos os processos paraestampagem das peças da carroceria,utilizando software de simulação deestampagem de última geração.“Estes processos são desenvolvidoscom o objetivo de assegurar a qualida-de e, ao mesmo tempo, reduzir o con-sumo de aço necessário para a fabri-

DITAMOS EM QUAL FÁBRICA DA GMB E DE QUE MANEIRA O NOVO AUTOMÓVEL SERIAPRODUZIDO”, EXPLICA ODIRETOR EXECUTIVO LUIZ CARLOS PERES

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cação de nossos veículos. Além daspeças metálicas, projetamos e cons-truímos os moldes para injetar os com-ponentes plásticos de grande porte,como pára-choques.”

No caso do Cruze, os ferramentaisforam desenvolvidos pela GM Coréiado Sul e pela GM Estados Unidos, esomente pequenas alterações precisa-ram ser feitas pela engenharia de ferra-

mentas para ajustá-los às prensaslocais. “Nosso objetivo é reutilizar osprojetos já validados pelas regiões queproduzem o Cruze e, com isso, reduziros ajustes nos ferramentais e manter omesmo padrão de qualidade”, diz Zara.

Segundo ele, a Ferramentaria é res-ponsável pela construção das ferramen-tas para estampagem dos 22 painéismetálicos de grande porte, como late-

rais externas e portas, por exemplo.Atualmente, sete painéis têm sua fabri-cação nacionalizada por meio de 28 fer-ramentas na estamparia da unidade deSão Caetano do Sul, mas Zara adianta:“Estamos instalando uma nova linha deprensas totalmente automatizada quevai nos permitir estampar os 15 painéisrestantes a partir de junho de 2012. As60 ferramentas que irão nessas prensasestão em processo de finalização”.

FUNILARIA

Outro centro crucial é o do diretorFernando Santos. Dele participa ogrupo de Engenharia de Processos deMontagem de Carrocerias, que planejae implementa equipamentos e siste-mas globais de manufatura enxuta uti-lizados na soldagem das peças de açoque compõem as carrocerias dos veícu-los. A área de Funilaria foi uma dasmais afetadas e que teve maiores alte-rações na fábrica de São Caetano doSul. Foi necessário realocar várias célu-las de montagem deste complexo parao de Mogi das Cruzes, para abrir espa-ço para as novas linhas do Cruze. E otrabalho foi executado de forma contí-nua, utilizando-se todos os fins desemana, feriados e períodos de fériascoletivas, sem perda de produção dosdemais modelos. Segundo Santos, atarefa foi muito bem feita pelo grupode execução da Engenharia deProcessos de Funilaria, com suportetotal da Manutenção e da Produção.

O diretor explica que, para fabricaro Cruze, são utilizadas novas linhas deautomatização de solda e também onovo sistema global de fechamento decarrocerias. Flexível, ele possibilita atroca dos "gates" de solda de carroce-rias específicos para cada veículo, elimi-nando a necessidade de grandes rear-ranjos para acomodar novos modelosnas linhas de produção. Pela primeira

Tecnologia deúltima geração:adaptação deferramentais doCruze, simulaçãode estampagem eprojetos demoldes parainjeção decomponentesplásticos sãoalgumas dastarefas daEngenharia deManufatura daGM do Brasil

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vez foi utilizado um novo sistema deflangeamento das caixas de roda trasei-ras – o "roller hemming" – com robôs.

Outro sistema novo é o "clinch".“Em vez de soldar os painéis internose externos, um robô faz a junção dospainéis. O Cruze é o primeiro veículoda GMB a contar com esse procedi-mento, que garante um melhor acaba-mento, principalmente das chapasmais finas”, explica Santos.

Uma vez fechada a carroceria, colo-cam-se a tampa traseira e as portas,além do capô. O diretor diz que, paramontá-las, foram adotadas novas tec-nologias. “Usamos os melhores equi-pamentos e sistemas de flangeamentodas portas, com prensas e ferramentasvindas do Japão. Para a linha de flan-geamento da tampa traseira, usamostambém o 'roller hemming'. Ambos ossistemas garantem produtividade equalidade”. Ele salienta que, nas novaslinhas, são utilizados robôs para estru-turar as portas e transferi-las de umaestação para outra.

Sobre novos equipamentos desolda, ele revela que foram adquiridascentenas de máquinas, conhecidascomo "trafo-guns", que consomemmenos energia elétrica e melhoram aergonomia para os operadores.

E tem mais. Santos também dirigea Qualidade Assegurada, que, pormeio de equipamentos automáticos edispositivos de última geração, validaa consistência dimensional de compo-nentes e de carrocerias completas,garantindo a qualidade dos veículos.“Há o Total Assembly Check[Verificação da Montagem Geral] quefaz a medição e a aprovação daspeças compradas de fornecedores; oWhite Light Scanning [Scanner porLuz Branca], uma verificação a laser; eo CMM, Computer MeasuringMachine [Máquina Computadorizada

de Medida], que mede a carroceriacompleta, entre outros”.

Para completar, nesse centro háengenheiros de Planejamento deManuseio e Fluxo de Materiais, queestabelecem os melhores processosde abastecimento dos postos de tra-balho. Para o Cruze, estão sendo utili-zados "minomis", que alocam peças

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diretamente na posição de pega dosrobôs, e "turn tables", mesas flexíveisentre a linha de montagem e os corre-dores por onde circulam os rebocado-res, as quais garantem a disponibilida-de de peças de maneira contínua,melhoram a ergonomia dos operado-res e aumentam a produtividade.

De acordo com Santos, SãoCaetano do Sul é a primeira fábrica ausar os novos sistemas, o que deman-da muito treinamento e aprendizadode seus profissionais, que ainda têmde manter a produção normal do ter-ceiro turno enquanto as linhas sãoalteradas.

PINTURA E MONTAGEM DE VEÍCULOS

Para planejar, definir e implemen-

“NÓS PROJETAMOS EEXECUTAMOS MODIFICAÇÕESPREDIAIS, SEGUINDORIGOROSAMENTE A LEGISLAÇÃOE OS REQUISITOS AMBIENTAIS”,DIZ O DIRETOR CLAUDIO EBOLI

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tar sistemas, máquinas e equipamen-tos necessários para a injeção de plás-ticos, pintura de pára-choques e decarrocerias, e para a montagem finaldos veículos nas linhas de tapeçaria ede mecânica, atua a equipe dirigidapor João Sidney Fernandes. “Cui-damos dos novos processos de pintu-ra e de montagem final, que são osque vão transformar uma carroceriaem um veículo tal como ele seráusado pelo cliente”, resume o diretor.

O gerente da Engenharia deManufatura de Pintura e Polímeros,Elisio Sanches, relata as principaisnovidades em sua área. “Com oCruze, inauguramos o sistema "Anti-Chip System". Trata-se de uma cabinede aplicação de resina, a qual protege

as soleiras do veículo contra possíveisriscos provocados por pedriscos. Alémdisso, adequamos estufas para curade adesivos estruturais que substi-tuem pontos de solda e ajustamos sis-temas de transportadores”.

O engenheiro Eduardo Falotico,fala de novos processos naMontagem Final, área que gerencia:“Como o Cruze tem muito conteúdoeletrônico, ampliamos a linha final demontagem. Fora isso, adquirimosnovos equipamentos, como três novosrolos usados para testes dinâmicosdos veículos, inauguramos uma novacabine de teste de vazamento deágua, e adequamos a pista de teste deruídos, que ganhou três novos tiposde pavimentos”.

MAIS PRODUÇÃO,MAIS QUALIDADE

Como afirmou a diretora dafábrica da GM em São Caetanodo Sul, Sônia Campos, a unidadetem passado por um processo deaceleração do seu ritmo de pro-dução. Mas ela salienta que nãobasta montar mais carros, é pre-ciso assegurar que eles serãoproduzidos com o mesmo padrãode qualidade.

Foi pensando nisso que odepartamento de Qualidade (co-nheça seu trabalho no projeto doCruze brasileiro na página 34),com apoio da Manufatura, desen-volveu, em 2010, um novo pro-cesso, o Criterion Based Acce-leration (Critério de AceleraçãoBase), que já é adotado pela GMglobalmente.

“A gente criou um método quepermite que a produção seja ace-lerada somente se todas as métri-cas de qualidade da fábrica estive-rem sendo atendidas. Por meio denossas monitorações é que vamosdeterminar se a unidade produzirámais. Temos na linha de monta-gem um indicador, denominadoFirst Time Quality (Qualidade dePrimeira), que nos mostra se cadaestação está fazendo o seu papeldireito. Caso os padrões não este-jam sendo atendidos, voltamos aoritmo normal, solucionamos o pro-blema, e só então passamos aaumentá-lo”, explica José LuizPereira, gerente de Qualidade deProgramas da GMB. Ainda segun-do ele, esse procedimento é essen-cial e tem ajudado o complexo afabricar o Chevrolet Cruze.

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A fábrica da GM do ABC tem 81anos e, apesar de ser a mais antigada empresa no Brasil, é uma dasmais modernas e flexíveis domundo. Além do Cruze, é capaz deproduzir, na mesma linha de monta-gem e em três turnos de trabalho, apicape Montana, o sedã compactoClassic e novos modelos que serãolançados em breve.

“Ela foi escolhida para fabricar oCruze por causa da sua flexibilidade.Ao longo do tempo, ganhou produtivi-dade e excelentes padrões de qualida-

de. Seu time, por sua vez, é muito cria-tivo e competente. Ele sempre encon-tra novas maneiras para superar osdesafios. Consegue arranjar espaçosna unidade, uma das mais competiti-vas, sem que a produção seja impac-tada. E é por isso que a GM confiamuito no seu potencial”, explica JoséEugênio Pinheiro, vice-presidente daGM América do Sul.

Segundo a diretora do complexo,Sônia Campos, nele, são fabricados 45veículos a cada hora. Só do Cruze saem8 unidades por hora, o que dá uma

média de 150 por dia. Mas ela jáadianta que esse ritmo pode e irá ace-lerar: “A capacidade da fábrica devecrescer de 15% a 20%. Vamos aumen-tar nossa produtividade para atender àcrescente demanda do mercado”.

Falando assim, até parece fácilprepará-la para a produção de umnovo modelo. Sônia explica, porém,que na prática a história não é bemessa: “Apesar de ela passar por umasérie de modernizações constante-mente, a cada projeto são necessáriasmuitas mudanças. Tudo tem que ser

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PRODUÇÃO ACELERADA

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bem planejado e envolve a dedicaçãode muitos profissionais”.

Foi assim com o Cruze, um veículoglobal e que deveria, claro, ser produ-zido em um complexo que tem pro-cessos globais. “Nós, da Manufatura,começamos a trabalhar nesse projetohá mais de um ano antes do início dafabricação das primeiras unidadesnão vendáveis. No começo, formamosum time para conhecer o produto e oprocesso de montagem. Na sequên-cia, esse grupo foi treinado para fabri-cá-lo. Ele aprendeu a analisar e solu-cionar problemas, a implementarmelhorias, e a desenvolver e a prepa-rar toda a documentação necessária

para o trabalho padronizado da pro-dução. E, com todo o conhecimentonecessário tanto do produto quantodos processos, passou a treinar osdemais times da fábrica”.

Sônia revela quais foram as princi-pais dificuldades que a área de

M a n u f a t u r aenfrentou ao tra-zer o ChevroletCruze para oc o m p l e x o :“Tivemos doisgrandes desa-fios. Por termuita tecnologiaagregada, a

montagem do veículo exigiu dos ope-radores conhecimento técnicos maisespecializados. Alguns empregadostiveram treinamentos específicos nosEstados Unidos e na Coréia do Sul sópara conhecer o conteúdo eletrônicodo carro. E recebemos diversos profis-sionais de várias unidades da GM quejá dominavam a produção do Cruzepara compartilhar experiências. Alémdisso, tivemos uma preocupaçãogrande com relação ao abastecimentode peças na linha de montagem; afi-nal, é imprescindível ter as peças cer-tas, na quantidade, qualidade e prazodeterminado”, garantido tambémpelo time de Materiais.

Há três meses fabricando o mode-lo global, a diretora analisa: “Tivemosum início de produção muito equili-brado, sem grandes surpresas, mascom muito trabalho e dedicação. Sema interação com outras unidades daGM isso não seria possível. Esta é umavantagem da empresa globalizada. Eo resultado do empenho dos profissio-nais é que o nosso padrão de qualida-de é excelente. Lançamos o Cruze como mesmo nível dos indicadores dequalidade dos demais produzidos emoutras unidades, o que é motivo desatisfação para nós; afinal, o veículo éfantástico. Ele tem muita tecnologia,conforto e desempenho e é extrema-mente moderno. O time da fábricatem orgulho de dizer que produz umcarro como este”.

Sônia Campos,diretora docomplexo de SCS (à esq.), com José EugênioPinheiro: “O Cruzeé fantástico. Otime da fábricatem orgulho dedizer que produzum carro como este”

“A CAPACIDADE DA FÁBRICADEVE CRESCER DE 15% A 20%.VAMOS AUMENTAR NOSSAPRODUTIVIDADE PARA ATENDERÀ CRESCENTE DEMANDA DOMERCADO”, DIZ SÔNIA CAMPOS

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Constantemente, vemos o mercado financeiro virar a maré: ora a cotação dodólar sobe, ora a inflação cai e, de repente, alimentos e outros produtos

sofrem alterações de preço. José Luiz Vendramini, diretor de Administração deSuporte a Vendas da GMB, sabe disso: “O mercado é uma célula viva”, resumeele sobre a dinâmica mercadológica que tanto influencia o cotidiano.

Mas, obviamente, ele se refere especificamente ao setor automobilístico,já que o seu departamento é responsável por analisar e acompanhar o queVendramini chama de “a dança do mercado”. Para garantir o sucesso dos pro-dutos da GMB, Suporte a Vendas tem três áreas fundamentais: Estatísticas &Forecast, Distribuição Nacional de Veículos e Desenvolvimento Profissional daRede Chevrolet.

A primeira, a área de Estatísticas & Forecast (previsão de produção), faz, dia-riamente, o estudo estatístico da indústria automobilística com base em informa-ções fornecidas pelo Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores). A par-tir deste relatório diário, este pessoal identifica tendências de mercado e mudan-ças de comportamento do consumidor.

A partir dessas estimativas, a área trabalha junto às equipes de GPSC, deProdução e de Finanças para determinar o volume de carros a serem fabricados.Vendramini diz que essas informações são fundamentais para que a liderança daGMB tome decisões mais assertivas em relação à produção e à venda dos veículos.

Com o Forecast definido, é possível estabelecer como será feita a distribuiçãodos produtos para cada região do país. Para obter informações mais precisas dasregiões, a área conta com os gerentes regionais de Operações dos 11 escritóriosda GM que ficam espalhados pelos quatro cantos do Brasil e que representam oelo da empresa com todas as concessionárias da Rede Chevrolet.

“Esses gerentes e suas equipes conhecem melhor as concessionárias queficam em suas respectivas regiões e entendem suas necessidades. Então, passampara o pessoal de Forecast as demandas específicas que nos ajudam a determinara distribuição”, explica Regiane Bertoluzzi, coordenadora de Distribuição Nacional

de Veículos, que acrescenta sobre onovo sedã da Chevrolet: “O Cruzeestará disponível em todas as regiões.Após esse primeiro momento, o do lan-çamento, é que será possível reestrutu-rarmos a distribuição de acordo com asestatísticas de vendas do modelo”.

Vendramini alerta sobre a dinâmicado mercado, e Regiane complementa:“É preciso sempre seguir as suas ten-dências”. Por isso, as áreas de Forecaste de Distribuição Nacional de Veículosnunca param de trabalhar e estão sem-pre fazendo as adaptações necessárias.

O Cruze é comercializado pormais de 70 países e é o veículo depasseio da Chevrolet mais vendidono mundo. O modelo já consagrado

José Luiz Vendramini, diretor deAdministração de Suporte a Vendas daGM do Brasil, à frente de sua equipe: “É preciso sempre seguir as tendênciasdo mercado”; abaixo, programa decapacitação à Rede Chevrolet em Itu

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CHEVROLET CRUZE, SUCESSO DE VENDAS EMMAIS DE 70 PAÍSES, CHEGA AO BRASIL E CRIAUM NOVO PATAMAR ENTRE OS SEDÃS MÉDIOS

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pessoas durante os 16 dias de curso”,informa ela, que acrescenta: “Antes, ascapacitações costumavam durar cercade dois meses”.

A cada dia, o curso recebia cerca de210 pessoas, que foram divididas emsete grupos. Havia sete módulos pelosquais os grupos, obrigatoriamente,tinham de passar para que, em cadaum deles, um aspecto do Cruze fosseapresentado: Mercado, Desempenho,Concorrência, Demonstração Dinâmica(test-drive), Design, Segurança eConfiabilidade e, por último, Confortoe Conveniência.

Graziela afirma que, para 90% dosparticipantes, a capacitação superouas expectativas. Júlio César Camargo,gerente comercial da DG Sul Veículos(concessionária Chevrolet de Farrou-pilha, no Rio Grande do Sul), é umdeles e faz um pedido: “Nunca haviaparticipado de um treinamento comoeste. Fico torcendo para que todos osoutros sejam assim”.

não parece apresentar motivo algum para que o brasileiro não goste dele. Porisso, o pessoal de Suporte a Vendas está com grandes expectativas e, de acor-do com Vendramini, estima-se produzir mais de 16 mil e vender mais de 13 milunidades do Cruze até o final de 2011.

No entanto, para os profissionais do departamento, não basta oferecer omelhor produto do segmento para garantir o sucesso de vendas do veículo.Afinal, o consumidor também quer ser bem atendido. Entra em ação a equipe deDesenvolvimento Profissional da Rede Chevrolet, que realiza a capacitação dosprofissionais de Vendas e de Pós-Vendas a cada novo lançamento da marca.

Graziela Amoroso, coordenadora de Capacitação de Vendas, afirma que oCruze, como o primeiro lançamento global da marca no Brasil, representa ocomeço de um novo momento. Foi preciso, mais do que nunca, apresentar oveículo aos vendedores devido ao seu enorme conteúdoeletrônico de tecnologia avançada e, para isso, toda estru-tura do curso foi reformulada.

Segundo Graziela, buscando capacitar um número maiorde pessoas em um curto espaço de tempo, a estratégia utili-zada foi a de capacitação modular, oferecida em três locaisdistintos: no kartódromo Arena Schincariol, em Itu, interiorde São Paulo; no Autódromo Internacional de Curitiba, emPinhais, na região metropolitana da capital do Paraná; e noAutódromo Internacional Nelson Piquet, em Brasília, noDistrito Federal. “Além de gerentes, consultores de vendasparticiparam da capacitação; ao todo, foram mais de 3.200

DE ACORDO COM O DIRETORJOSÉ LUIZ VENDRAMINI, A GMB DEVE PRODUZIR MAIS DE 16 MIL E VENDER MAIS DE 13 MIL UNIDADES DO CRUZEATÉ O FINAL DE 2011

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mente, além de testes de verificaçãopara revisão do carro”, afirma FernandoEndo, engenheiro de Serviço de Pós-Ven-das. “O Cruze será o primeiro veículoque utilizará, obrigatoriamente, o MDIpara diagnóstico em 100% da RedeChevrolet”, acrescenta ele.

Outra atividade da área para agilizaro processo de reparo do veículo é definircomo serão as ferramentas de conserto.No caso do Cruze, elas já haviam sidodesenvolvidas e validadas pela Coréiado Sul e pela Alemanha, países que de-senvolveram o projeto. “Duzentas e oi-tenta e seis novas ferramentas foramcriadas para o modelo; no entanto, comum trabalho comparativo com as já exis-tentes na rede de concessionárias doBrasil, foram necessárias apenas 19novas ferramentas para o veículo”, in-forma Isela. E como vieram prontas parao Brasil, restava estabelecer o tempo que

TIME DE PÓS-VENDAS NÃO PÁRA DE PENSAR NO CLIENTE UM SEGUNDOSEQUER E PREPARA UMLANÇAMENTO PERFEITOPARA O CRUZE

Dar o peixe ou ensinar a pescar? Talfrase é constantemente vista nos

cadernos de política dos jornais, paradiscutir a questão do assistencialismo,ou nas revistas de comportamento, aoretratar como os pais devem educar seusfilhos. Não importa o contexto, esta éuma escolha que podemos fazer em inú-meras situações.

O departamento de Pós-Vendas daGM do Brasil opta por ensinar a pescar etrabalha para preparar a rede de conces-sionárias da Chevrolet para melhor"pegar" as necessidades dos seus clien-tes. Não basta simplesmente produzir osmelhores veículos do mercado, pois épreciso dar suporte para tirar dúvidasdos consumidores e solucionar proble-mas com rapidez e eficiência.

O peixe da vez é grande e tãoimpressionante quanto um marlim azul,um dos maiores prêmios com o qual umpescador pode sonhar: é o ChevroletCruze, o novo sedã da marca e o primei-

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ro veículo global da marca a ser comer-cializado no Brasil.

Um produto ainda desconhecidoexige que se prepare a rede de conces-sionárias para recebê-lo e esta é a mis-são primordial da equipe de Pós-Vendas.Isela Costantini, diretora do departa-mento, considera que o foco na satisfa-ção do cliente é fundamental: “Busca-mos maximizar o tempo que o técnicoleva para realizar um reparo no veículo”,exemplifica ela. A agilidade no reparonão depende apenas do técnico, mas darapidez na identificação do problema.

O sistema de diagnóstico utilizadopelas concessionárias consiste em umequipamento chamado MDI (Multiple

Diagnostic Inter-face ou Interfacepara DiagnósticosMúltiplos), quefaz a interface en-tre o carro e ocomputador. Ocomputador preci-sa ter apenas oaplicativo GDS 2 e“todo o diagnósti-co pode ser reali-zado automatica-

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o mecânico levaria para identificar ereparar a falha. “A meta estipulada éresolver qualquer problema em até 24horas”, afirma Rafael Santos, diretor deOperações de Serviço de Pós-Vendas.

Outra lição da "pescaria" de Pós-Vendas consiste na confecção doManual de Serviço e do Manual doProprietário. Na GM, todos os manuaissão primeiramente produzidos eminglês, e depois traduzidos para outraslínguas. O trabalho de tradução fica soba responsabilidade da área, que tambémteve de incrementar o conteúdo domanual para abordar as adaptações que

o veículo recebeu para ser vendido noBrasil, como as suspensões ajustadas àscondições de nossas estradas e o siste-ma de partida a frio.

Para fazer jus ao belo lançamento daChevrolet, o manual também está decara nova. A capa é diferenciada – emrelação aos manuais de outros países –e contém uma bela imagem renderizada(desenho digital que simula uma foto-grafia) da frente do Cruze; a traseira domodelo é retratada da mesma forma nacontracapa. Essa iniciativa ocorreu emconjunto com o departamento de Design(veja página 18) e, segundo Endo, já estáfazendo sucesso: “Recebemos algunsprofissionais da GM dos Estados Unidose da Argentina. Eles gostaram tanto quequerem levar a idéia para lá”.

“Apesar de o projeto do Cruze serglobal, Pós-Vendas sempre terá de lidarcom os desafios locais”, observa Isela.

Desta vez, o departamento criou umjeito muito especial para enfrentá-los eformou um Launch Team (ou Time deLançamento).

ESPECIALISTAS NO ASSUNTO

Há vários canais por meio dos quaisos integrantes do "Universo GM" po-dem entrar em contato com a Chevrolet,como o CAT (Centro de AtendimentoTécnico), o CAR (Centro de Atendimentoà Rede) e o SAC (Serviço de Atendimen-to ao Cliente). E não há nenhuma novi-dade nisso, pois essas estruturas de co-municação já existem há muito tempo.“O que propõe o Time de Lançamento éintegrar estes canais e outras áreas quetrabalham nesta fase para otimizar oatendimento ao proprietário do Cruze”,afirma José Roberto Favarin, diretor deAtenção ao Cliente da GMB.

Rafael Santos, diretor de Operações

Isela Costantini, diretora geral dePós-Vendas da General Motors doBrasi (à dir. na foto), e sua equipemulti-tarefa: “Apesar de o projeto do Cruze ser global, Pós-Vendas sempre terá de lidar com os desafios locais”

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de Serviços para Pós-Vendas, diz queeste grupo multidisciplinar tambémacaba por alimentar internamente aempresa com mais informações sobre oproduto e sobre o que deseja o consumi-dor. Este novo sistema de trabalho, queunifica todas as áreas que atuam na fasedo lançamento do Cruze, é composto por18 profissionais, que se reúnem diaria-mente para alinhar as ações. Além derepresentantes de Pós-Vendas e deAtenção ao Cliente, há pessoas deQualidade, de Vendas, de Distribuição dePeças, de Finanças, de Gerenciamento deProgramas, de Compras e de Logística.

A área de Supply Chain (Cadeia deFornecedores) para Pós-Vendas tambémparticipa ativamente para lançar um pro-duto no mercado, principalmente quan-do se trata de um carro global como oCruze. “Com base na experiência deoutros países, nós trabalhamos paradeterminar quais são as peças de reposi-ção e as ferramentas que poderão sermais utilizadas nesta etapa”, explicaRenato Costa, diretor da área.

“Quando o cliente chega à conces-sionária, ele está com sentimentos nega-tivos e nós trabalhamos para transfor-mar seu descontentamento em satisfa-ção total”, diz Isela. Nem que para issoseja preciso emprestar carros? Sim, poisfoi o que GMB fez: há 30 unidades doCruze disponíveis para aqueles que tive-

rem algum problema com o modelo du-rante 90 dias após o lançamento. “Nin-guém vai ficar na mão”, garante Favarin.

E não mesmo, pois o plano de assis-tência da marca que funciona 24 horaspor dia, todos os dias do ano, oChevrolet Road Service, ganhou umalinha exclusiva para proprietários donovo sedã, que ficará disponível pelosprimeiros seis meses de venda do mode-lo. Se o proprietário não quiser ligar, tudobem – ele pode apenas ativar a funçãode mesmo nome do aplicativo “MeuChevrolet”, que pode ser baixado para ocelular (leia mais sobre este software nobox). Assim, o serviço será instantanea-mente informado de sua localizaçãopara que o especialista vá rapidamenteaté o cliente.

O Cruze é o primeiro veículo a con-tar com o envolvimento deste time, quejá está a postos para tirar dúvidas eresolver qualquer tipo de ocorrência.Mas Favarin adianta que a idéia é pros-

seguir com essaestrutura paraprojetos futuros.Afinal, nada comotratar com quem é especialista noassunto.

O PRIMEIRO DOS

TRIGÊMEOS

“Ter a RedeChevrolet prontapara o lançamen-

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to é tão importante quanto desenvolvero carro”, acredita Isela. Por isso, prepararos profissionais das concessionárias paradiagnosticar e solucionar problemastambém é missão do departamento dePós-Vendas. E já que o Cruze é um veícu-lo que usa e abusa de conteúdo tecnoló-gico e eletrônico, a capacitação foi maiscomplexa e recebeu atenção especial.

Cursos ocorreram em 12 pontos doSenai (Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial) para os técnicos da redee em duas salas da UCC (Unidade daCapacitação Chevrolet), na fábrica deSão Caetano de Sul, dedicadas exclusi-vamente ao conteúdo de Pós-Vendas.

Uma novidade foi a UCC Móvel, umcaminhão que transporta um Cruze, fer-ramentas especiais, universais e de diag-nóstico, uma transmissão automática,uma mecânica e um motor Ecotec6. “Oobjetivo era chegar às concessionáriasmais afastadas de grandes centros e am-pliar o número de profissionais capacita-dos”, diz Fábio Canassa, coordenador deCapacitação de Pós-Vendas da GMB.

“TER A REDE CHEVROLETPRONTA PARA O LANÇAMENTOÉ TÃO IMPORTANTE QUANTODESENVOLVER O CARRO”,ACREDITA ISELA COSTANTINI,DIRETORA DE PÓS-VENDAS

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Marcos Der-zié, que ocupa amesma função deCanassa, relata oitinerário do cami-nhão: “A unidadepartiu de São Pau-lo, em 8 de agos-to, rumo à Itajaí,em Santa Catari-na, e de lá seguiupara São Luís, ca-

pital do Maranhão; Recife, capital de Per-nambuco; Salvador, na Bahia; e Forta-leza, no Ceará”. Segundo ele, 200 técni-cos foram divididos em dez turmas ecompletaram a formação na UCC Móvel.

Mas somando as três frentes em quea capacitação atuou, 750 profissionaisforam formados e estão prontos paraatender aos clientes do modelo, de acor-do com Derzié. “Este número significaque, em média, mais da metade dos téc-nicos de cada concessionária estãocapacitados”, afirma Canassa, queacrescenta: “O curso tem 20% de seuconteúdo dedicado à parte teórica e os80% restantes, à prática”. Ele diz que talconfiguração é de extrema importânciapara um veículo como o Cruze, que apre-senta conteúdo de alta tecnologia.

Mas o mais surpreendente é que ocaminhão, que rodou cinco cidades dopaís, é apenas o primeiro de três. Derziérevela que, para o próximo lançamento,a UCC Móvel contará com a frota de"trigêmeos" que rodará os quatro can-tos do Brasil.

Ronaldo Znidarsis,diretor geral deMarketing eVendas da GMB,com uma UCCMóvel; abaixo,reprodução dacapa do inovadorManual doProprietário do Cruze

MEU CHEVROLETImagine poder desvendar todas

as luzes que se acendem no paineldo seu carro e que você nunca soubeo que significavam. Imagine tambémlocalizar facilmente o seu carro nogigantesco estacionamento do shop-ping ou saber onde estão as dez con-cessionárias mais próximas de você.Agora imagine poder fazer tudo issoe mais pelo seu celular. Se você éproprietário de um Cruze, você pode.

Trata-se de um novo aplicativoque é obtido gratuitamente, chama-do “Meu Chevrolet”, baseado no jáexistente “My Chevrolet” dosEstados Unidos. Walter Pellielo,engenheiro de Serviço de Pós-Vendas, ajudou a desenvolver o con-teúdo referente à sua área do aplicativo e afirma que a iniciativa de trazê-lopara o Brasil foi da equipe de Marketing (saiba mais sobre este departamen-to na página 58).

Mas cada área envolvida ficou responsável por implantar o seu conteúdono dispositivo. É claro que o departamento de GMIT (General MotorsInformation Tecnology ou Tecnologia da Informação da General Motors) este-ve atuando em paralelo com as equipes para garantir o suporte técnico e operfeito funcionamento do aplicativo.

Além das funcionalidades “Luzes e Indicadores“, que esclarecem o signi-ficado dos símbolos que se acendem no painel e “Onde Estacionei?”, quelocaliza o carro em estacionamentos, por exemplo, outras funções foramdesenvolvidas para o software brasileiro. São elas: “Chevrolet Road Service”,que possibilita comunicar ao serviço de guincho e mecânico; o “LançamentosChevrolet”, que mostra todos os lançamentos da Chevrolet; a “CalculadoraFlex”, que verifica qual tipo de combustível compensa utilizar; o agendamen-to de serviços com as concessionárias; e o Manual do Proprietário do Cruze,que também está disponível no aplicativo.

“O Cruze é o primeiro veículo que oferece esse software para o cliente”,diz Fernando Endo, engenheiro de Serviço de Pós-Vendas. “Mas vamos pro-duzir conteúdo para os próximos lançamentos também”, revela RogerArmellini, gerente de Marketing da GMB.

Para utilizar o software, basta baixá-lo gratuitamente pela Apple Store oupelo Android Market (lojas eletrônicas de sistemas operacionais concorren-tes). Em seguida, o proprietário deve cadastrar o número do chassi (vin num-ber) do seu veículo. Agora, é só navegar pelo Meu, quer dizer, seu Chevrolet.

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que viria a ser o gravador –, o telégrafo e o projetor de cine-ma. Foi ele, inclusive, que criou a célebre frase: "A genialida-de é 1% de inspiração e 99% de transpiração".

Para a General Motors, assim como para o inventor,fazer o novo, de novo, é trabalhar incansavelmente e sem-pre pelo mesmo motivo: surpreender as pessoas ao aten-der às suas necessidades. Ela acaba de inovar ao lançar nomercado brasileiro um veículo totalmente diferente e quetraz muito mais conteúdo do que seus concorrentes. É oCruze, sedã médio já consagrado como o automóvel mais

ATUAÇÃO DODEPARTAMENTO DEMARKETING VAI DADEFINIÇÃO DO CONTEÚDODO CRUZE À SUACAMPANHA PUBLICITÁRIA

Oque é fazer o novo, de novo? Onorte-americano Thomas Edison

(1847-1931), por exemplo, foi um doscientistas mais criativos do mundo. Eleregistrou mais de 2 mil invenções. Boaparte delas muito útil para a humani-dade, como a lâmpada incandescente,a locomotiva elétrica, o fonógrafo –

CAMILA FRANCO

O NOVO, DE NOVO,

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vendido da mar-ca no mundo. Seuslogan, por sinal,diz: “Chegou Che-vrolet Cruze. AChevrolet fa-zendo o novo, denovo”.

Mas para quea GM possa fazertudo isso é indis-pensável a criati-vidade de umdepartamento es-pecial: o de Mar-keting. Para cada

veículo lançado pela empresa, essa equipe, surpreendente-mente, é uma fonte inesgotável de idéias originais. Pareceaté redundante, mas cabe perfeitamente dizer que ela tam-bém é movida por fazer o novo, de novo, e de novo, e denovo... e quantas vezes forem preciso.

No projeto de um veículo, eles trabalham do início aofim. Logo de cara, são responsáveis por analisar o conteúdoque o modelo deverá ter, qual posicionamento deverá assu-mir no mercado e com quais automóveis ele deverá compe-tir. Próximo ao lançamento do carro, eles definem as estraté-gias de sua divulgação, de forma que seus diferenciais sejamfacilmente percebidos pelos clientes. Foi assim com Captiva,Agile, Montana, Malibu, Camaro – com todos da marca – e,evidentemente, com o Cruze. Novidade é o que não faltapara o novo integrante da família Chevrolet.

O QUE O CRUZE TEM DE ESPECIAL? A área de Marketing de Produto trabalhou muito bem

para que o Cruze – que é fabricado em nove fábricas da

Gustavo Colossi,diretor deMarketing da GMdo Brasil (à frente),sobre o público-alvo do Cruze:“São pessoas quequerem ter umproduto modernoe de qualidade. E a Chevrolet estátrazendo o melhorveículo parasatisfazê-las”

GM pelo mundo, comercializado em 71 países, e, ao quetudo indica, baterá a marca de 1 milhão de unidades ven-didas em outubro –, se posicionasse adequadamente nomercado automobilístico brasileiro. Segundo o diretor deMarketing da GM do Brasil, Gustavo Colossi, a equipecomeçou a analisar, em 2007, tudo o que o sedã deveriater para ser sucesso nacional a partir de 2011.

Várias pesquisas, de acordo com Joyce Aguilera, coor-denadora de Marketing de Produto, os ajudaram nessedesafio, como a BTS (Brand Tracking Study ou Estudo deAcompanhamento da Marca), usada para avaliar o desem-penho da Chevrolet, a NCBS (New Car Buyer Study ouEstudo do Comprador de Carro Novo), a Target MarketingExploration (Exploração do Alvo de Mercado) e, principal-mente, a Social Milieu, que serve para segmentar o merca-do, baseado na classe social e nos valores das pessoas.

Denise Albrecht, que também coordena esta área,completa: “Além de todas elas, contamos com vários estu-dos. Visitamos concessionárias Chevrolet e da concorrên-cia. Analisamos o que é divulgado sobre carros em revis-tas, jornais e internet. Usamos todas essas informaçõespara entender as necessidades dos nossos consumidorese materializar um carro que supere suas expectativas,além de ser melhor que os seus competidores”.

Com conteúdo mais do que suficiente em mãos, aequipe chegou à conclusão de que o novo sedã médioenfrentaria dois concorrentes principais, o Toyota Corollae o Honda New Civic, mas que teria muito mais a ofereceraos clientes desse segmento.

Os estudos também apontaram que o Cruze deveriaser destinado ao público das classes A e B, o qual, naspalavras de Colossi, “é formado por pessoas otimistas eque acreditam em um futuro melhor. Elas enxergam equerem alcançar novos horizontes porque são estudadase viajadas. E, claro, são muito exigentes. Elas querem tersempre um produto moderno e de qualidade, e se preocu-pam até se ele foi desenvolvido de forma a minimizar osimpactos no meio ambiente. E a Chevrolet pode e está tra-zendo o melhor veículo para satisfazê-las”.

De acordo com Colossi, cerca de 15 milhões de brasi-leiros se enquadram nesse seleto grupo, e a tendência éque ele cresça cada vez mais. A demanda por sedã médiosnão ficará atrás, mas há um detalhe: “Para o modelo ser omais vendido desse segmento, ele deve ter qualidade,conforto, confiabilidade, tecnologia, segurança e ainda serinovador. É o caso do Cruze que trouxemos para o Brasil,um dos veículos mais completos do mundo. Ele é extrema-

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mente moderno e tem um nível de qualidade que superaqualquer concorrente”, assegura Colossi.

Dawson Zanetelli, gerente de Marketing de Produto,acrescenta que eles pensaram em até alguns diferenciaispara o Cruze brasileiro. “Ele é vendido em duas versões, aLT, de entrada, e a LTZ, mais completa e com itens exclusi-vos, como diferentes revestimentos dos bancos e rodasaro 17 de alumínio, os quais reforçam ainda mais a supre-macia do sedã em termos de design, conforto, tecnologiae eletrônica embarcada, que é muito superior ao quetínhamos no portfólio Chevrolet e ao que é oferecido nomercado nacional”.

Sobre o que o carro tem a mais do que os concor-rentes japoneses, o gerente Rodrigo Fioco diz: “Em ter-mos de segurança, só ele tem airbags frontais, lateraise de cortina, todos de série; programa eletrônico decontrole de estabilidade; controle de tração; freios ABScom EBD [Eletronic Brake Force Distribution ouDistribuição Eletrônica de Força de Frenagem] de últimageração e assistência de frenagem de pânico, o PBA[Panic Brake Assist]; além do sistema Isofix para a fixa-ção de cadeirinha infantil”.

Joyce complementa sobre os diferenciais tecnológicos:“Inovador, o Cruze tem uma tela integrada ao consolecentral, de sete polegadas, que disponibiliza navegadordigital, sistema de entretenimento e controle de climatiza-ção, e que conta com iluminação "Ice Blue", uma tendên-cia da marca. Tem um aplicativo exclusivo, o MeuChevrolet [confira mais detalhes na página 57]. E, alémdisso, só ele é equipado com o novíssimo motor Ecotec6,desenvolvido com coletor de admissão variável feito dematerial plástico, válvulas continuamente variáveis etransmissões de seis marchas, tanto na versão manualquanto na automática. Na versão LTZ, o cliente ganhaainda a conveniência de não usar a chave para abrir aporta e para dar partida. Ele abre com um sensor de pre-sença e liga o Cruze por meio de um botão”.

Denise fala doconforto encon-trado somente nonovo sedã daChevrolet: “Eletem um toque deesportividade euma atmosferaenvolvente. Odual cockpit, que

PARA SER O MAIS VENDIDO DOSEGMENTO, O CARRO DEVE TERQUALIDADE, CONFORTO,CONFIABILIDADE, TECNOLOGIA,SEGURANÇA E AINDA SERINOVADOR. É O CASO DO CRUZE

cria dois ambientes no interior do veículo, e o generoso espa-ço para pernas, cabeça e ombros dos passageiros, tanto nafrente como atrás, o colocam bem à frente dos concorrentes”.

“Com as novidades em termo de equipamentos epowertrain, o Cruze chega para brigar em um segmentono qual a Chevrolet tem muita tradição. E certamente vaicontinuar a história que começou a ser escrita com Opala,Monza e Vectra. É a capacidade da Chevrolet de criar onovo, de novo”, salienta Marcos Munhoz, vice-presidentede Comunicação, Relações Públicas e Governamentais daGM do Brasil.

COMO MOSTRAR TODOS ESSES DIFERENCIAIS? Cabe à equipe de Comunicação do Marketing essa tare-

fa. E a palavra-chave para esse desafio não poderia ser outra:inovação. Foi o que eles fizeram, de novo, com o Cruze.

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comercializadose, de quebra, porum preço menor.“Precisávamosprovar que oChevrolet é muitomais vantajoso

para os proprietários dos modelos japo-neses e também para os futuros clien-tes desse segmento, atraindo-os. Eledisponibiliza muito mais por muitomenos”, salienta Rumi.

Como eles conseguiram fazer isso?O coordenador explica: “A nossa comu-nicação tende a gerar insatisfação nosdonos de Civic, Corolla e dos demaiscarros desse segmento. Para desenvol-ver toda a campanha, usamos o concei-to de que ninguém vai longe e evoluiestando apenas satisfeito. Essa é umaverdade que tem tudo a ver com opúblico-alvo do carro, que está semprequerendo crescer na vida e que valorizaas conquistas. Uma vez insatisfeitos,eles vão perceber que o Cruze, que ofe-rece mais conforto, tecnologia, segu-rança, beleza e potência, é o irresistívelpróximo passo, ou seja, o próximo veí-culo que eles podem ter”.

Essa mensagem é evidente novídeo de 45 segundos da campanha

publicitária do Cruze, que foi ao ar no dia 18 de setembro,durante um intervalo do Fantástico, da Rede Globo deTelevisão. “Nesse filme, veiculado em canais de tevê aber-ta e fechada, aparecem várias pessoas com a mesmaroupa. Nós as convidamos a mudar exibindo o conteúdodo Chevrolet Cruze, que é líder de vendas em todos osmercados em que ele atua e oferece muito mais”, descre-ve o coordenador que acrescenta que a cena é encerradacom o slogan: “Chegou Chevrolet Cruze. A Chevroletfazendo o novo, de novo”, que “ao mesmo tempo em queresgata a história de sucesso da marca no segmento como Opala, Monza e Vectra, mostra que uma novidade estásendo lançada”.

Antes da divulgação do veículo, porém, a Chevroletcriou um suspense mostrando apenas seu motor, o Ecotec6,e sua transmissão de seis velocidades, totalmente novos.

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“Formulamos uma campanha publicitária irreverente eque abrange tantos os meios de comunicação off-line quan-to os online. Nosso objetivo é que ela impacte, de todas asformas, os possíveis compradores do modelo, principalmentenos três meses após o lançamento”, explica Rodrigo Rumi,coordenador de Marketing da GMB.

O primeiro passo, segundo ele, foi transmitir para a agên-cia de publicidade W/McCann, responsável pela campanha,que o Cruze é muito mais que um simples produto. “O veícu-lo global é como um divisor de águas para a GM. Ele tem amissão de trazer prestígio e, sobretudo, a liderança no seg-mento de sedãs médios para a Chevrolet, desbancando osprincipais concorrentes Corolla e New Civic”.

Juntos, o time da GM e o da agência perceberam que oideal seria mostrar às pessoas que o Cruze oferece muitomais conteúdo e diferenciais do que os demais modelos

Imagem dacampanhapublicitária doCruze: o novosedã Chevrolet é a melhoralternativa àmesmice

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nadora de Marketing Digital da GMB,revela que há várias formas para queas pessoas conheçam melhor o sedã.“Criamos o hotsite do Cruze, o www.chevroletcruze.com.br, que permiteacesso também pelo celular; umapágina que pode ser acessada peloportal da Chevrolet, a www.chevro-let.com.br/cruze; vídeos para o siteYoutube, que podem ser vistos pormeio do www.youtube.com/chevrolet-brasil; entre outros conteúdos noFacebook [www.facebook.com/che-vroletbrasil] e no Twitter [twitter.com/#!/chevroletbrasil], as principaisredes sociais”.

O Cruze estreou na rede em 12 desetembro, quando o seu hotsite entrouno ar. Segundo a coordenadora, ele

destaca o conforto, a conveniência, a segurança e a tecno-logia do modelo. “No hotsite, é possível acessar o CineCruze, que traz 14 vídeos dinâmicos sobre o produto e mos-tra para o consumidor todo o seu conteúdo e vantagens,além do vídeo da campanha publicitária que está sendoveiculada na tevê; uma galeria recheada de fotos do sedã;o De Série, Só o Cruze é Assim, em que são ressaltados ositens de série do Chevrolet, no que ele leva vantagem secomparado com seus concorrentes diretos; e o Cruze peloMundo, que apresenta o conteúdo do carro em outros mer-cados em que ele é comercializado e comprova que ele éum sucesso mundial”.

Na semana de 19 a 25 de setembro, para divulgá-loainda mais, ocorreu a “Cruze Week”, na qual o modeloestampou, a cada dia, uma página de um grande portal.Foram eles: MSN, Uol, Yahoo, Youtube, Editora Abril, EditoraGlobo e Webmotors. “Esses portais têm muitos acessos enosso objetivo é atingir o maior número de pessoas”,salienta Izabel, que diz ainda que o Cruze aparecerá emmais sites, terá conteúdo exclusivo para iPad e será divulga-do por meio de links patrocinados nos sites Google e Yahoo.

Se não bastasse tudo isso, desde 6 de outubro é possí-vel conferir um curta-metragem do Cruze no Youtube, noFacebook e no Twitter. “É um filme com uma pegada dehumor, totalmente descolado da campanha de lançamen-to, que tem como objetivo chamar a atenção das pessoaspara o novo lançamento da Chevrolet. Vai agradar emcheio, tenho certeza”, conclui Izabel.

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Rumi explica o porquê: “Lançamos um vídeo no dia 4 desetembro, também no intervalo do Fantástico, para apre-sentar o novo powertrain da marca. Para nós, uma açãodesse tipo é tão importante quanto exibir o carro; afinal, opropulsor tem muitas tecnologias que merecem destaque eé um dos grandes diferenciais do modelo”.

Além dos filmes, os clientes estão conhecendo o se-dã global por meio de anúncios nas principais revistas dopaís – das que falam de carros até as que retratam estilode vida –, como Quatro Rodas, Autoesporte, Veja, IstoÉ,Época e Caras, entre outras; nos jornais Brasil Econômico eValor Econômico, de circulação nacional; e, claro, em todasas concessionárias Chevrolet, que têm uma decoraçãoexclusiva para exibir o lançamento.

Para os profissionais da GM do Brasil, o modelo tam-bém foi apresentado de maneira criativa, de 14 a 16 desetembro, como relata o coordenador: “Em todas as unida-des da empresa, montamos uma tenda com pelo menosum carro e uma tela touchscreen [sensível ao toque], naqual eles podiam montar um quebra-cabeça e perceberdetalhes do automóvel. Só de passar por ali, eles ganharamum marca página da Chevrolet”. E teve mais: “No dia 21de setembro, em cada unidade da GMB, foi realizado umsorteio. Os sortudos ganharam um vale de R$ 3 mil paraviajar com um acompanhante, pela agência de turismoCVC, para qualquer lugar do país”.

Já que o Cruze é tão moderno, não poderiam faltarmaneiras de divulgá-lo pela internet. Izabel Sasso, coorde-

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