panorama do teatro brasileiro

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PANORAMA DO TEATRO BRASILEIRO

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Page 1: Panorama do teatro brasileiro

PANORAMA DO TEATRO

BRASILEIRO

Page 2: Panorama do teatro brasileiro

História do teatro no Brasil

O teatro brasileiro surgiu

quando Portugal começou a

fazer do Brasil sua colônia

(Século XVI).

Os Jesuítas, com o intuito de

catequizar os índios, trouxeram

não só a nova religião católica,

mas também uma cultura

diferente, em que se incluía a

literatura e o teatro.

Aliada aos rituais festivos e

danças indígenas, a primeira

forma de teatro que os

brasileiros conheceram foi a

dos portugueses, que tinha um

caráter pedagógico baseado na

Bíblia.

Nessa época, o maior

responsável pelo ensinamento

do teatro, bem como pela

autoria das peças, foi Padre

Anchieta.

Page 3: Panorama do teatro brasileiro

Teatro dos jesuítas - Século XVI

Eles encontraram nas tribos brasileiras uma inclinação natural para a

música, à dança e a oratória, o que era considerado como tendências

positivas para o desenvolvimento do teatro.

Page 4: Panorama do teatro brasileiro

As primeiras peças foram escritas pelos Jesuítas. Utilizavam-se de

elementos da cultura indígena (a começar pelo caráter de "sagrado"

que o índio já tinha absorvido em sua cultura) até porque era preciso

"tocar" o índio. Misturados a esses elementos, estavam os dogmas da

Igreja Católica.

As peças eram escritas em tupi, português ou espanhol (isso se deu

até 1584, quando então "chegou" o latim). Nelas, os personagens

eram santos, demônios, imperadores e, pôr vezes, representavam

apenas simbolismos, como o Amor ou o Temor a Deus, conforme a

imagem a seguir:

Page 5: Panorama do teatro brasileiro
Page 6: Panorama do teatro brasileiro

Luis Carlos de Martins Pena

Page 7: Panorama do teatro brasileiro

Classe baixa, órfão de pai e mãe aos 10 anos

Sem acesso a cultura da época

Foi estudar, a mando de seus tutores, aulas de

comércio, onde conclui o curso, porém não se

agradava da profissão.

Foi estudar na Academia de Belas Artes, onde

obteve conhecimentos de pintura e arquitetura,

também estudou música e canto. Paralelo a isso,

estudava literatura e inglês, francês e italiano.

Page 8: Panorama do teatro brasileiro

Suas obras tem o foco no social , como em Os dois

ou O inglês maquinista, que estreou em 1845.

Peça que logo foi censurada pela Câmara dos

deputados por seu conteúdo fazer alusão ao

tráfico negreiro.

Suas obras representavam uma denúncia social.

Page 9: Panorama do teatro brasileiro

Negreiro — Boas noutes.

Clemência — Oh, pois voltou? O que traz com este preto?

Negreiro— Um presente que lhe ofereço.

Clemência — Vejamos o que é.

Negreiro — Uma insignificância...Arreia, pai! (Negreiro ajuda o preto a botar o cesto no chão. Clemência, Mariquinha chegam-se para junto do cesto, de modo porém que este fica à vista dos espectadores.)

Clemência — Descubra. (Negreiro descobre o cesto e dele levanta-se um moleque de tanga e carapuça encarnada, o qual fica em pé dentro do cesto.) Ó gentes!

Negreiro — Então, hem? (Para o moleque) Quenda! Quenda! (puxa o moleque para fora.)

Clemência — Como é bonitinho!

Negreiro — Ah, ah!

Clemência — Por que o trouxe no cesto?

Negreiro — Por causa dos malsins...

Clemência — Boa lembrança. (Examinando o moleque.) Está gordinho...bons dentes...

Negreiro, à parte, para Clemência — É dos desembarcados ontem no Botafogo.

Page 10: Panorama do teatro brasileiro

Nelson Rodrigues (1912-1980)

Page 11: Panorama do teatro brasileiro

Com 13 anos de idade já trabalhava, como repórter policial, no jornal “A Manhã”, um dos jornais fundado por seu pai, Mário Rodrigues.

Escritor, jornalista e dramaturgo brasileiro

Peças: Vestido de Noiva, Boca de Ouro, A Falecida, Toda Nudez Será Castigada, entre outras

Teve a carreira marcada pela crítica, ao explorar a vida cotidiana do subúrbio carioca, com crimes, incestos e diálogos carregados de tragédia e humor.

Revolucionou a literatura dramática brasileira

Escreveu um total de 17 peças teatrais, entre os anos de 1941 e 1978

Page 12: Panorama do teatro brasileiro

Primeira peça “Mulher Sem Pecado” (1942),

apresentada no Teatro Carlos Gomes.

Em 1943, o Teatro Municipal do Rio de Janeiro

torna-se o palco do surgimento do teatro brasileiro

moderno, com a montagem de sua segunda peça,

“Vestido de Noiva”, com o grupo Os Comediantes,

e direção de Ziembinski .

Page 13: Panorama do teatro brasileiro

O nascimento do TEATRO BRASILEIRO

MODERNO

1943: Encenação de “Vestido de noiva”, de Nelson

Rodrigues, dirigida pelo polonês Z. Ziembinski, com

o grupo amador Os comediantes e cenário de

Tomás Santa Rosa.

Page 14: Panorama do teatro brasileiro

A peça “Vestido de Noiva” representou para o

teatro um divisor de águas.

Page 15: Panorama do teatro brasileiro

Em 1973, “Toda Nudez Será Castigada” é levada

ao cinema, com direção de Arnaldo Jabor, ganha o

Urso de Prata no Festival de Berlim e é premiada

no primeiro Festival de Gramado.

No ano seguinte, estreia a peça “Anti-Nelson

Rodrigues”.

Em 1978, “A Dama do Lotação”, uma crônica de A

Vida Como Ela É, estreia no cinema, com a atriz

Sonia Braga.

Page 16: Panorama do teatro brasileiro

DRAMATURGOS DA SEGUNDA

METADE DO SÉCULO XX

Após Nelson Rodrigues, diversos dramaturgos passam a ocupar espaço de destaque no cenário teatral brasileiro:

Gianfrancesco Guarnieri

Jorge Andrade

Plínio Marcos

Chico Buarque

Paulo Pontes

Ariano Suassuna

Dias Gomes

Augusto Boal

Alcione Araújo

Oduvaldo Vianna Filho (Vianninha)

Abdias do Nascimento

Millôr Fernandes

(entre outros)

Page 17: Panorama do teatro brasileiro

DRAMATURGOS DA SEGUNDA

METADE DO SÉCULO XX - RS

Carlos Carvalho

Ivo Bender

Caio Fernando Abreu

Vera Karam (nascida em Pelotas)

Page 18: Panorama do teatro brasileiro

CARACTERÍSTICAS DO DRAMA NA

LITERATURA

TEMPO, ESPAÇO, PERSONAGENS

Page 19: Panorama do teatro brasileiro

Bem ao contrário, no drama o futuro é desconhecido; brota do evolver atual da ação que, em cada apresentação, se origina por assim dizer pela primeira vez. Quanto ao passado, o drama puro não pode retornar a ele, a não ser através da evocação dialogada dos personagens; o flash back (recurso antiquíssimo (sic) no gênero épico e muito típico do cinema que é uma arte narrativa), que implica não só a evocação dialogada e sim o pleno retrocesso cênico ao passado, é impossível no avanço ininterrupto da ação dramática, cujo tempo é linear e sucessivo como o tempo empírico da realidade; qualquer interrupção ou retorno cênico a tempos passados revelariam a intervenção de um narrador manipulando a estória. (1985, p. 31)

Page 20: Panorama do teatro brasileiro

No romance, a personagem é um elemento entre

vários outros, ainda que seja o principal. [...] No

teatro, ao contrário, as personagens constituem

praticamente a totalidade da obra: nada existe a

não ser através delas.(2009, p. 84)

Page 21: Panorama do teatro brasileiro

No teatro o enredo acontece sempre no tempo

presente, jamais é uma recontagem e sim uma ação

primária. A história nunca será recontada da

mesma maneira, mesmo tratando-se de uma trama

histórica, porém é algo totalmente novo a cada

apresentação, trazendo à tona a originalidade do

teatro.

Page 22: Panorama do teatro brasileiro

Narrativa Drama

ENREDO Permite

multiplicidade

de núcleos

narrativos.

Pode se

desenvolver e

se desenrolar

em muitos

episódios.

Concentrado

em uma ação

nuclear.

Circunscrito a

poucos

episódios.

Page 23: Panorama do teatro brasileiro

PERSONAGENS

Podem ser

inumeráveis e

apresentar

múltiplas

dimensões, sendo

possível descrevê-

las em pormenores

e analisar seu

íntimo

cuidadosamente.

Em número

reduzido e

retratadas com

pinceladas

precisas. Traços

essenciais, valores

e formas de pensar

são revelados por

atitudes e pelo

diálogo.

Narrativa Drama

Page 24: Panorama do teatro brasileiro

TEMPO

Pode ser distendido

indefinidamente,

acolhendo

antecipações ou

flashback.

Possibilita grandes

transformações das

personagens.

Reduzido ao

necessário para o

desenlace do

conflito,

focalizando as

personagens numa

situação bastante

específica.

Narrativa Drama

Page 25: Panorama do teatro brasileiro

ESPAÇO

Múltiplo e variado.

Pode ser descrito

minunciosamente.

Limitado ao

essencial.

Organizado em

função das

necessidades do

desenrolar da ação.

Geralmente

reduzido a um ou

dois ambientes.

Narrativa Drama

Page 26: Panorama do teatro brasileiro

RECEPÇÃO

Ritmo da leitura

solitária.

A leitura das

indicações cênicas

possibilita a

construção

imaginária de

espaços,

movimentos e

caracteres. Prevê a

recepção coletiva

pelo público no

teatro.

Narrativa Drama

Page 27: Panorama do teatro brasileiro

Referências:

http://www.e-biografias.net/nelson_rodrigues/ Acessado em 07/04/2015

-- BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro. São Paulo. Editora Perspectiva, 2001.

-BROSE, Elisabeth R. Z. O auto da compadecida transtextualidade do sério-cómico. In_______.

Texto dramático/Organização [de] André Luis Mitidieri, Denise Almeida Silva. Frederico

Westphalen: URI/FW, 2010.

- PRADO, Décio de Almeida. A personagem no teatro. In______. A personagem de

ficção/Antonio Candido...[et.al.]. São Paulo: Perspectiva, 2009. (Coleção debates; 1/dirigida

por J. Guinsburg)

- ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. São Paulo. Editora perspectiva, 1985.