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1 Panorama da Evolução das Capacidades Tecnológicas das Firmas no Brasil: uma Avaliação em Meta-análise Autoria: Samuel Façanha Câmara, Rafael Kuramoto Gonzalez, Janaina Piana O objetivo do presente artigo é analisar a evolução das capacidades tecnológicas dos setores/empresas brasileiras por meio da meta-análise. Os resultados revelaram que dos 7 níveis de capacidade tecnológica somente os setores de Aço e Bens de Capital alcançaram o nível 6. Também, identificou-se que estes setores e a empresa Motorola apresentaram taxa de crescimento das capacidades tecnológicas constantes. Já, os setores/empresas de Software, Eletrônicos (EE), Motos e Bicicletas (MCB) e Fornecedores de EE e MCB apresentaram uma taxa de crescimento variável. Estes resultados podem orientar formas de aceleração do desenvolvimento tecnológico. Contudo, é necessário identificar os aceleradores desse processo.

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Panorama da Evolução das Capacidades Tecnológicas das Firmas no Brasil: uma Avaliação em Meta-análise

Autoria: Samuel Façanha Câmara, Rafael Kuramoto Gonzalez, Janaina Piana

O objetivo do presente artigo é analisar a evolução das capacidades tecnológicas dos setores/empresas brasileiras por meio da meta-análise. Os resultados revelaram que dos 7 níveis de capacidade tecnológica somente os setores de Aço e Bens de Capital alcançaram o nível 6. Também, identificou-se que estes setores e a empresa Motorola apresentaram taxa de crescimento das capacidades tecnológicas constantes. Já, os setores/empresas de Software, Eletrônicos (EE), Motos e Bicicletas (MCB) e Fornecedores de EE e MCB apresentaram uma taxa de crescimento variável. Estes resultados podem orientar formas de aceleração do desenvolvimento tecnológico. Contudo, é necessário identificar os aceleradores desse processo.

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1. Introdução

Os benefícios de mudanças nas capacidades tecnológicas inovadoras para o desenvolvimento econômico de indústrias têm sido observados, desde a Revolução Industrial (FIGUEIREDO, 2005). Contudo, Katz (1976) e Scott-Kemmis (1988) deram início aos estudos sobre o desenvolvimento de capacidades tecnológicas no contexto latino americano. Da mesma forma, tem se observado pesquisas similares em outros países de economia emergente (KIM, 1998; DUTRÉNIT, 2000; KATZ, 2004; LALL, 1987; MLAWA, 1983).

No Brasil, foi a partir da década de 80, com o fim da política de substituição de importações, e a intensificação da globalização e da liberalização comercial, durante os anos 90, que a capacidade tecnológica inovadora ganhou destaque como fator fundamental para o crescimento econômico e para a competitividade internacional do país (FIGUEIREDO, 2005). Assim, nos últimos 20 anos, tem havido uma profusão de estudos baseados em diagnósticos, descrições, análises e propostas relativos ao desenvolvimento das capacidades tecnológicas e inovativas das empresas e setores e seu impacto na inserção da economia brasileira no mercado internacional.

A variável tempo ou a velocidade do processo de desenvolvimento das capacidades tecnológicas é um elemento que merece um destaque central nos estudos sobre inovação e principalmente naqueles direcionados aos países e regiões em desenvolvimento, nas quais as dinâmicas destas trajetórias de acumulação são relevantes em direção a fronteira tecnológica internacional (LEE, 2005; BELL, 2006, FIGUEIREDO, 2007).

Assim, a partir da avaliação de quanto tempo as empresas serão capazes de se tornarem líderes mundiais em inovação é que se decide de fato o quanto e como investir na trajetória de desenvolvimento de capacidades tecnológicas (BELL, 2006). Neste sentido, é importante verificar como se dá a dinâmica de acumulação das capacidades tecnológicas, considerando um panorama geral de casos, o que nos traz a questão de pesquisa deste trabalho: Como se dá a evolução temporal da acumulação das capacidades tecnológicas no Brasil em diferentes setores e/ou empresas? Sendo assim, o objetivo do presente artigo é analisar a evolução das capacidades tecnológicas de empresas/setores brasileiros, a partir de um conjunto recente de estudos sobre trajetórias que foram mensuradas temporalmente.

Este tipo de análise justifica-se por reconhecer quanto do esforço de acumulação das capacidades tecnológicas terá efeito ao longo do tempo e como estas empresas evoluem temporalmente entre níveis diferentes de capacidades tecnológicas em direção à liderança em nível internacional.

Os resultados, análises e recomendações gerados por tais estudos e a compilação destes estudos são fontes valiosas para a orientação de políticas públicas, bem como, para o aprimoramento de estratégias empresariais e governamentais de melhoria da performance inovadora e técnico-econômica tanto de empresas como de países em condições semelhantes ao do Brasil.

Portanto, este artigo buscará analisar os resultados dos principais estudos sobre trajetórias de acumulação tecnológica, no Brasil, com o objetivo de compilar informações para traçar um panorama atual. Espera-se poder contribuir para futuros estudos, bem como, auxiliar na orientação de políticas públicas, bem como na implementação de estratégias de inovação que permitam não só o desenvolvimento, mas a aceleração do processo de desenvolvimento tecnológico.

A partir dessa seção introdutória, na Seção 2 são apresentadas no contexto de economias emergentes as definições capacidade tecnológica, bem como, a

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acumulação de capacidade tecnológica como tarefa crítica para empresas. Na Seção 3 descreve-se o procedimento metodológico da meta-análise, usado neste trabalho. Na Seção 4 é desenhado um panorama comparativo e classificativo das trajetórias das empresas brasileiras estudadas nos artigos analisados. Finalmente, na Seção 5 apresentam-se os comentários finais e recomendações deste artigo. 2. Capacidade e acumulação tecnológica

A literatura internacional inovação e estratégia já avançou de forma

considerável em dar explicações de um lado, o papel do aprendizado para o incremento das capacidades inovativas de empresas no contexto de economias avançadas (Ex: Iansiti e Clark, 1994; Leonard-Barton, 1995; Nonaka e Takeuchi, 1995; Zollo e Winter, 2002; entre outros), e de outro lado, o processo de como empresas que operam na fronteira tecnológica internacional aumentam suas capacidades inovativas (Ex: Prahalad e Hamel, 1990; Teece, Pisano e Shuen, 1997; entre outros). Autores como Ariffin e Bell (1999), Dutrénit (2000), Marcelle (2005) e Bell e Figueiredo (2012) entendem que esta literatura tem como foco de análise as organizações industriais que operam próximo ou na própria fronteira tecnológica internacional e se mostra inadequada para o estudo de empresas latecomers. Na perspectiva da capacidade, esta abordagem não é suficiente para explicar, primeiramente, o processo de como empresas latecomers construíram a priori suas capacidades tecnológicas, para então, engajar esforços em atividades inovativas (Bell e Pavitt, 1993 e 1995; Kim, 1997a e 1997b; Bell e Figueiredo, 2012).

Uma vez que a abordagem da literatura internacional apresenta limitações para o entendimento do comportamento da empresa latecomer, uma série de autores iniciaram trabalhos para investigar a inovação em empresas de economias emergentes. Há inúmeras contribuições conceituais para o entendimento da capacidade tecnológica na empresa latecomer (Ex: Katz, 1976; Dahlman e Westphal, 1982; Bell e Pavitt, 1993 e 1995; Lall, 1992; Kim, 1993; entre outros).

A aptidão para lidar com a tecnologia e modificá-la, quando necessário ou oportuno, explica, de modo bastante simples, a noção de capacidade tecnológica. De acordo com Kim (1993), trata-se da habilidade de aplicar os conhecimentos tecnológicos em atividades de produção, investimentos futuros e inovações, de forma a adaptar-se ao contexto onde se vive. Esta capacidade pode apresentar-se de modo diferenciado, desde a aptidão para assimilar e utilizar uma tecnologia, passando pela habilidade de adaptar e modificar e até de gerar novas tecnologias (KIM, 1993).

A capacidade tecnológica de uma empresa (ou de um setor industrial) está armazenada, acumulada, em pelo menos, quatro componentes (Lall, 1992; Bell & Pavitt, 1993, 1995; Figueiredo, 2001): (a) sistemas técnicos físicos – referem-se à maquinaria e equipamentos, sistemas baseados em tecnologia de informação, software em geral, plantas de manufatura; (b) conhecimento e qualificação das pessoas – referem-se ao conhecimento tácito, às experiências, habilidades de gerentes, engenheiros, técnicos e operadores que são adquiridos ao longo do tempo, mas também abrangem a sua qualificação formal. Esta dimensão tem sido geralmente denominada de “capital humano” da empresa ou país; (c) sistema organizacional – refere-se ao conhecimento acumulado nas rotinas organizacionais e gerenciais das empresas, nos procedimentos, nas instruções, na documentação, na implementação de técnicas de gestão, nos processos e fluxos de produção de produtos e serviços e nos modos de fazer certas atividades nas organizações; (d) produtos e serviços – referem-se à parte mais visível da capacidade tecnológica, refletindo conhecimento tácito das

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pessoas e da organização e os seus sistemas físicos e organizacionais; por exemplo, nas atividades de desenho, desenvolvimento, prototipagem, teste, produção e parte da comercialização de produtos e serviços, estão refletidos os outros três componentes da capacidade tecnológica.

Logo, existe uma relação inseparável entre esses quatro componentes na constituição das capacidades tecnológicas, o que por si lhe atribui uma natureza abrangente. Ademais, a capacidade tecnológica é intrínseca ao contexto da firma, região ou país onde é desenvolvida (Penrose, 1959; Dosi, 1988). Assim, por causa da natureza tácita e ampla da tecnologia – e da capacidade tecnológica, a dimensão organizacional é, de fato, um componente da tecnologia. Por isso, não se faz aqui distinção entre capacidade tecnológica e organizacional – ou entre tecnologia e organização, já que a última é parte integrante da primeira.

Em outras palavras, a capacidade tecnológica visa a resolver problemas não rotineiros, permitindo a sobrevivência da organização em ambiente permanentemente dinâmico. Segundo Lall (1992), a capacidade tecnológica pode ser resumida em três níveis: capacidade tecnológica básica, capacidade tecnológica intermediária e capacidade tecnológica avançada.

A capacidade tecnológica básica é aquela que toda firma deve possuir para sobreviver em um ambiente dinâmico; trata-se de garantir a continuidade do que já é feito. A capacidade tecnológica intermediária é o nível em que a empresa deve conseguir fazer melhor o que ela já faz bem feito. Esta capacidade é representada geralmente pelas atividades de engenharia (de produto e de processo). Já no nível avançado, a empresa deverá não somente fazer melhor, mas, principalmente, fazer diferente o que se já se faz. De certa forma, a empresa passa a ser capaz de ditar moda, enquanto nos demais níveis ela é seguidora de moda pré-definida.

Portanto, segundo Bell e Pavitt (1993, 1995) a capacidade tecnológica trata-se dos recursos necessários para gerar e gerenciar a mudança técnica, incluindo habilidades, conhecimentos, experiência e estrutura institucional.

Sendo assim, a acumulação de capacidades tecnológicas é uma tarefa crítica para organizações em economias emergentes. Entretanto, essas empresas enfrentam desvantagens iniciais ao tentar competir em mercados de exportação, ou mesmo, no mercado doméstico, quando o mesmo é abastecido por importações (Hobday, 1995): (a) estão normalmente deslocadas das principais fontes internacionais de tecnologia e de pesquisa e desenvolvimento (P&D), ou seja, a infraestrutura de tecnologia e inovação em torno da empresa pode possuir carências em termos de recursos físicos, humanos e financeiros; as universidades locais são, geralmente, pouco desenvolvidas; (b) estão geralmente deslocadas dos principais mercados internacionais para os quais elas desejam fornecer; localizadas em um país em desenvolvimento, essas empresas precisam construir externamente as suas redes de fornecedores e clientes a partir de suas capacidades tecnológicas (para o caso de mercado de exportação). Portanto, uma vez que empresas em economias emergentes geralmente iniciam em condição de não-competitividade no mercado mundial, o problema básico da maturidade industrial é acumular capacidade tecnológica para tornar-se e manter-se competitivo nesse mercado (Bell et al., 1984). Tal acumulação envolve uma sequencia evolutiva e cumulativa – de estágios mais simples a complexos (Katz, 1985; Lall, 1992; Bell & Pavitt, 1995). Por exemplo, em um passado distante a China exportava tecnologia para a Europa. No século passado, por exemplo, países antes considerados tecnologicamente atrasados tornaram-se líderes tecnológicos mundiais, tais como, Alemanha, Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul e Finlândia em indústrias como a de semicondutores, química, farmacêutica, eletrônica de consumo, biológica,

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automobilística, aço, tecnologia de informação e telefonia móvel (FIGUEIREDO, 2004).

Logo, é possível começar com o mais baixo nível de capacidade tecnológica e evoluir para níveis muito avançados. Mas isso exige esforços em aprendizagem tecnológica para acelerar a acumulação de capacidades inovadoras, de forma tão rápida que a empresa consiga alcançar as líderes de mercado. Entretanto, a fronteira tecnológica está sempre em movimento, gerando assim, uma tarefa crucial para empresas que operam em economias emergentes: acumular capacidade tecnológica a uma velocidade (taxa) mais rápida do que a das empresas que já operam na fronteira tecnológica internacional. Logo, não basta entender apenas se e como o desenvolvimento de capacidade tecnológica ocorre em empresas de economias emergentes, mas, principalmente, como acelerá-lo (FIGUEIREDO, 2005), para isso é primeiramente necessário identificar com que velocidade as empresas estão acumulando capacidade tecnológica.

A literatura sobre capacidade tecnológica em empresas de mercados emergentes já progrediu muito na descrição de trajetórias de acumulação de capacidades inovadoras (Ex: Hobday, 1995; Kim, 1998; Ariffin e Bell, 1999; Ariffin e Figueiredo, 2004; Marcelle, 2004; entre outros). Bell (2006) argumenta que há uma lacuna de pesquisas que procuram trabalhar o conceito de escala de tempo com a devida atenção. Essa mesma observação é reforçada por Bell e Figueiredo (2012) e é apontada a tímida evolução de explicações da dimensão temporal do processo de acumulação de capacidades tecnológicas.

3. Metodologia

Este artigo fez um estudo do tipo meta-análise. Segundo Lovatto et al (2007) eles permitem evidenciar o efeito de um tratamento que, individualmente, não permite estabelecer conclusões por falta de potência analítica (baixo n). Assim, nesta situação a meta-análise melhora o poder analítico do modelo, elevando a possibilidade de evidenciar diferenças e semelhanças entre os diferentes tratamentos e casos estudados antes de forma individual.

Para a aplicação deste método de análise é preciso utilizar trabalhos que tenham resultados que possam ser de fato comparados, reunidos e agrupados. Assim, neste caso optou-se por realizar o estudo dos diversos trabalhos realizados, no Brasil, sobre acumulação de capacidades tecnológicas desenvolvidos sobre a liderança do Pesquisador e Professor Paulo N. Figueiredo da Fundação Getúlio Vargas (Escola de Brasileira de Administração Pública e de Empresas – EBAPE), devido ao fato do autor utilizar como base de levantamento de dados um mesmo framework. Neste framework o autor demonstra como os fatores-chave dos processos de aprendizagem intraempresas influenciam nas diferenças de acumulação da capacidade tecnológica. Este framework identifica quatro processos básicos: aquisição de conhecimento interno e externo, socialização do conhecimento e codificação do conhecimento. Também, utiliza-se de sete níveis de capacidade tecnológica para classificação: básico, renovado, extrabásico, pré-intermediário, intermediário, médio-alto e avançado (FIGUEIREDO, 2004).

Desta forma, foram selecionados 6 (seis) trabalhos que analisaram as dinâmicas de diferentes casos no Brasil em diferentes setores. A Figura a seguir apresenta os trabalhos selecionados. Cabe ressaltar, que as análises foram feitas de forma isolada para cada caso estudado, o que requer uma abordagem mais panorâmica sobre os resultados obtidos.

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Como o método exige, estes artigos utilizaram frameworks parecidos sobre a evolução das capacidades tecnológicas dividindo esta evolução em no máximo 7 (sete) níveis indo do mais básico até o nível de inovação em liderança mundial.

Os resultados dos setores, nos trabalhos originais consideravam várias funções tecnológicas para os níveis considerados, que foram unificados em resultados médios para a empresa ou para o setor. Esta evolução média foi analisada através de uma linha de tendência ajustada à evolução observada, utilizando análise de regressão e quando necessário foram realizadas previsões baseadas nestas funções estimadas, com o objetivo de montar um panorama comparativo e classificativo das trajetórias das empresas brasileiras já estudadas com o mesmo framework.

Figura 1 - Lista de trabalhos analisados

Autor e ano Título

Andrade e Figueiredo (2008)

Dinâmica da Acumulação de Capacidade Tecnológica e Inovação em Subsidiárias de Empresas Transacionais (ETNs) em Economias Emergentes: Trajetórias da Motorola Brasil.

Figueiredo (2003) Capability Accumulation and Firms Differences: evidence from latecomer steel.

Figueiredo (2008) Industrial Policy Changes and Firm-Level Technological Capability Development: Evidence From Northern Brazil.

Figueiredo (2010) Discontinuous innovation capability accumulation in latecomer natural resource-processing firms.

Miranda e Figueiredo (2010) Dinâmicas da Acumulação de Capacidades Inovadoras: evidências de empresas de software no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Tacla e Figueiredo (2006) The dynamics of technological learning inside the latecomer firm: evidence from the capital goods industry in Brazil.

Fonte: Elaborado pelos autores

4. Resultados

A partir da análise dos trabalhos selecionados pôde-se levantar um panorama inicial da dinâmica evolutiva de diversos setores e empresas brasileiras na direção da fronteira internacional de capacidades inovadoras (Tabela 1). Os trabalhos revelam que dos 7 (sete) níveis considerados somente os setores de aço e Bens de Capital alcançaram o nível 6, denotando que diversos setores brasileiros ainda precisam realizar um significativo esforço, o que pode ser reforçado pelos resultados dos setores de Eletrônicos (EE) e Fornecedores de EE e Motos e Bicicletas (MCB) que atingiram o quarto nível dos 7 analisados.

Percebe-se na Tabela 1 que os setores/empresas brasileiras possuem escalas diferentes de evolução temporal. Desta forma, é possível propor uma classificação de setores/empresas de acumulação de médio prazo e de longo prazo. Na primeira categoria se enquadrariam os setores/empresas que apresentassem previsão de acumulação até o sétimo nível, de 15 anos ou menos e de longo prazo que tivessem uma previsão de mais do que 15 anos para evoluir até o sétimo nível e encontrar a fronteira internacional de inovação.

Neste caso, pode-se classificar como de médio prazo a Motorola, o setor de Software e os Fornecedores de MCB e de longo prazo os outros setores, sendo o setor de aço o que mais tempo levará para alcançar a fronteira. Assim, os setores/empresas

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com uma dinâmica de evolução de capacidade tecnológica mais rápida, como setor de software e a empresa Motorola, se explica pela intensa competição reconhecidamente presente nestes setores. Já os fornecedores para o setor de MCB devem apresentar a mesma lógica de competição acirrada uma vez que fornecem a um conjunto reduzido de empresas. Outros fatores devem interferir nestas diferenças de dinâmicas, tais como as peculiaridades dos setores/empresas e de suas atividades produtivas, bem como, os mecanismos de aprendizagem utilizados ao longo do processo de acumulação. Na verdade, com os dados deste trabalho não se pode ser totalmente conclusivo em relação à influência destes fatores, mas, podem-se levantar questões e possibilidades a serem investigados. Estas questões e possibilidades poderão responder mais claramente quais fatores aceleram a acumulação das capacidades tecnológicas levando as empresas, os setores e o país em direção à liderança internacional de forma mais rápida.

Tabela 1 – Panorama da dinâmica de acumulação das capacidades tecnológicas de setores/empresas brasileiras

Níveis de Capacidade Tecnológica Setor/Empresa 1 2 3 4 5 6 7

Motorola (1) 2,75 4,00 5,50 7,75 9,42 11,00 12,71 Software (2) 2,67 6,30 9,23 11,83 13,58 14,88 15,56 Eletrônicos (EE) (3) 12,00 16,13 18,57 20,17 20,28 19,17 19,17 Aço (4) 20,00 25,00 20,00 32,50 38,38 35,00 41,24 Bens Capital (celulose) (5) 3,00 5,25 8,75 12,75 15,00 17,33 20,83 Motos e Bicicletas (MCB) (6) 14,27 18,43 20,40 21,60 23,00 22,57 21,49 Fornecedores de MCB (7) 7,90 10,93 12,77 13,77 14,65 14,65 14,65 Média 8,94 12,29 13,60 17,20 19,19 19,23 22,65 Fontes: Elaborado pelos autores com base em (1) Andrade e Figueiredo (2008); (3, 6, 7) Figueiredo 2008; (2) Miranda e Figueiredo (2010); (4) Figueiredo (2003); (5) Tacla e Figueiredo (2006). OBS: Os números em vermelho são previsões (quando a previsão se repete é porque todos os níveis restantes seriam alcançados conjuntamente naquele período)

Outra questão importante na análise da evolução temporal das capacidades

tecnológicas é a de sua taxa de crescimento, em termos matemáticos r = , onde x

representa os níveis de capacidades tecnológicas e y representa o tempo em anos. Percebe-se que o grupo composto pela Motorola, Bens de Capital e Aço

possuem a taxa de crescimento das capacidades tecnológicas constantes em relação ao tempo, considerando-se a melhor linha de tendência ajustada à evolução das capacidades no tempo. No caso da Motorola, a taxa é de r=1,7083, assim pode-se dizer que a empresa é capaz de crescer um nível a cada 1,7 anos em média e esta taxa permanece constante para qualquer nível a ser alcançado Figura 2.

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Figura 2 – Evolução temporal das capacidades tecnológicas da Motorola

Fonte: Elaborado pelos autores

Olhando para o setor de bens de capital no setor de celulose, pode-se notar (figura 3) que o crescimento é constante ao longo dos anos e com valor de r = 2,9976, ou seja, cada nível precisa em média de aproximadamente 3 (três) anos para ser alcançado, independentemente de qual nível seja este.

Figura 3 – Evolução temporal das capacidades tecnológicas do setor de Bens de Capital (celulose)

Fonte: Elaborado pelos autores

No caso do setor do Aço, o crescimento ao longo do tempo se apresenta irregular, principalmente no 3o nível. Entretanto, considerando a linha de tendência melhor ajustada à sua evolução, esta apresenta constância com uma taxa de crescimento de r = 3,6464, ou seja, as empresas deste setor no Brasil levam em média 3,6464 anos para acumular cada nível, contudo com um valor elevado de partida em torno de 15 anos (figura 4).

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Figura 4 – Evolução temporal das capacidades tecnológicas do setor de Aço

Fonte: Elaborado pelos autores

Pode-se intuir que provavelmente estes setores e empresas possuem fatores aceleradores de acumulação das capacidades tecnológicas semelhantes. Uma das semelhanças está no fato de que os três casos são indústrias, dois deles no sentido mais tradicional do conceito (Aço e Bens de Capital) e a Motorola, que embora produza eletrônicos possui uma parte de seu processo produtivo associada ao desenvolvimento de softwares embarcados em seus hardwares. Adicionalmente é provável que este processo de progressão semelhante esteja associado ao uso de mecanismos de aprendizagem equivalentes.

Por outro lado, os setores/empresas de Software, Eletrônicos (EE), Motos e Bicicletas (MCB) e Fornecedores de EE e MCB apresentam uma taxa de crescimento variável. Assim, como as linhas de tendências estimadas foram côncavas em relação à origem, a taxa de crescimento será decrescente. Significa que quanto mais elevado for o nível de capacidade tecnológica menor será o tempo para atingi-lo.

No caso do setor de Software, Figura 5, a taxa terá a seguinte função: r = -0,5858x + 4,4938, neste caso, por exemplo, o nível 6 levará r = 0,979, ou seja, de aproximadamente 1 ano. Para o período 7 a taxa será de r = 0,3932, ou seja, 0,4 ano aproximadamente.

Figura 5 – Evolução temporal das capacidades tecnológicas do setor de Software

Fonte: Elaborado pelos autores

Considerando o setor de eletrônicos a taxa de crescimento será r = -1,2666x+5,86, a cada nível mais elevado menos tempo será necessário para atingi-los (Figura 6).

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Figura 6 – Evolução temporal das capacidades tecnológicas do setor de Eletrônicos

Fonte: Elaborado pelos autores

O setor de Motos e Bicicletas (Figura 7) também tem o mesmo comportamento e apresenta uma taxa de crescimento variável em relação aos níveis de capacidades tecnológicas, sendo r = -0,9x+4,7663. Enquanto para o setor de Fornecedores no setor de Motos e Bicicletas a taxa de crescimento foi de r = -1,01166x+4,485 (Figura 8).

Figura 7 – Evolução temporal das capacidades tecnológicas do setor de MCB

Fonte: Elaborado pelos autores

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Figura 8 – Evolução temporal das capacidades tecnológicas do setor de Fornecedores de EE e MCB Fonte: Elaborado pelos autores

Comparando as taxas de crescimento no 7o nível, em previsão, os casos

apresentam as seguintes diferenças no tempo de acumulação (Tabela 2):

Tabela 2 – Diferença na velocidade de acumulação do 7o nível de Capacidades Tecnológicas Casos Valor de r Anos p 7o Nível Eletrônico (EE) -1,2666x+5,86 3,0062 Motos e Bicicletas (MCB) -0,9x+4,7663 1,5337 Software -0,5858x + 4,4938 0,9790 Fornecedores de MCB -1,01166x+4,485 -2,5962 (1) Fonte: Elaborado pelos autores (1) nestes casos considerou-se que este nível será atingido junto com os níveis anteriores

A maior concavidade foi apresentada pelos fornecedores de MCB e, portanto, alcançam mais rapidamente os níveis mais altos, seguidos dos setores de Software, de Motos e Bicicletas e por último o setor de Eletrônicos. Estes diferentes níveis de aceleração são explicados pelos efeitos dos fatores aceleradores de capacidades tecnológicas, que neste caso podem ser os níveis de competitividade nos mercados e os mecanismos e processos de aprendizagem, conforme framework utilizado pelos artigos analisados.

Optou-se por separar a análise da dinâmica das capacidades tecnológicas dos setores/empresas de Papel, Celulose e Florestal, conforme Tabela 3, devido a duas importantes diferenças: i) estes setores tornaram-se lideres no mercado mundial e criaram um caminho próprio nesta direção e ii) o framework utilizado considerou o máximo de 6 (seis) níveis de acumulação de capacidades tecnológicas diferentemente dos grupos anteriores que tinham considerado 7. Como neste caso os setores alcançaram o nível mais elevado não foi realizado previsão de acumulação, mas apenas o estudo de sua velocidade. Tabela 3 - Panorama da dinâmica de acumulação das capacidades tecnológicas de setores/empresas brasileiras com trajetória própria e líder mundial no setor

Níveis de Capacidade Tecnológica Setor/Empresa 1 2 3 4 5 6

Florestal 9,67 9,67 9,50 6,20 5,00 4,33 Papel 10,33 10,33 5,25 4,27 2,75 2,50 Celulose 10,11 10,11 5,00 4,14 2,75 4,00 Média 10,04 10,04 6,58 4,87 3,50 3,61

Fonte: Figueiredo (2010)

As Figuras 9, 10 e 11, e as linhas de tendência ajustadas à evolução das capacidades tecnológicas revelam uma concavidade em relação à origem e uma taxa de crescimento variável, quanto mais elevado o nível menor o tempo necessário para atingi-los (Tabela 4).

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Figura 9 – Evolução temporal das capacidades tecnológicas do setor Florestal

Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 10– Evolução temporal das capacidades tecnológicas do setor de Papel

Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 11 – Evolução temporal das capacidades tecnológicas do setor de Celulose

Fonte: Elaborado pelos autores

Na Tabela 4 nota-se que entre os casos deste grupo o que possui maior velocidade de acumulação é o setor de Papel seguido dos setores de Celulose e Florestal.

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Tabela 4 – Diferença na velocidade de acumulação do 6o nível de Capacidades Tecnológicas com trajetória própria e líder mundial no setor Casos Valor de r Anos p 6o Nível Florestal -1,5964x+12,496 2,9176 Celulose -1,4124x+9,7955 1,3211 Papel -1,7554+10,903 0,3706 Fonte: Elaborado pelos autores

5. Considerações Finais

A análise das dinâmicas de acumulação das capacidades tecnológicas dos casos estudados indica que há possibilidade de tipificação neste processo. Neste estudo apresentou-se dois tipos de classificação: i) quanto à duração total de acumulação das capacidades tecnológicas e ii) quanto à taxa de acumulação de capacidades tecnológicas, baseado em linhas de tendências ajustadas ao real comportamento dos casos ao longo do tempo. Nestas classificações, considerando a estimativa futura para o último nível (7) do framework utilizado e usando uma linha de tendência ajustada ao comportamento real dos casos, encontrou-se para o primeiro tipo, casos que acumulam no médio prazo (até 15 anos) e casos que acumulam no longo prazo (acima de 15 anos). No segundo tipo de classificação identificou-se dois tipos de velocidade ou taxa de acumulação, também baseada em linhas de tendências ajustadas, neste caso, a taxa denominada no presente trabalho de “r” apresentou-se constante ou variável ao longo dos níveis de acumulação de capacidades tecnológicas.

Sendo assim, o grupo composto pela Motorola, Bens de Capital e Aço apresentaram a taxa de crescimento das capacidades tecnológicas constantes em relação ao tempo, considerando-se a melhor linha de tendência ajustada à evolução das capacidades no tempo. Já, os setores/empresas de Software, Eletrônicos (EE), Motos e Bicicletas (MCB) e Fornecedores de EE e MCB apresentaram uma taxa de crescimento variável.

Além disso, foi possível verificar quais os setores/empresas possuíam uma evolução mais veloz, ou com uma taxa “r” maior. Os Fornecedores de MCB seguidos dos setores/empresas de Software, de Motos e Bicicletas e de Eletrônicos apresentaram uma evolução mais rápida quando comparados aos outros setores/empresas analisados.

As diferentes classificações tanto de duração quanto de velocidade mostraram que é provável que haja aceleradores específicos para cada tipo de trajetória e classificação. Um dos prováveis aceleradores que influencia os diferentes grupos identificados é o nível de competição do setor. Assim, aqueles que se supõem mais competitivos apresentaram velocidades maiores. Contudo, é preciso realizar uma investigação adicional com base nas classificações para identificar os aceleradores presentes em cada tipo de trajetória, seja para orientar os gestores das empresas, seja para direcionar as políticas públicas voltadas ao apressamento da evolução dos setores.

Por fim, diversos estudos (Bell e Pavitt, 1983; Kim, 1998; Dutrénit 2000; Figueiredo, 2003b e Marcelle, 2005) destacam a importância da realização de aprendizagem tecnológica como variável de determinação da trajetória de acúmulo de capacidade tecnológica. Este estudo não buscou examinar a importância relativa de diferentes estratégias de aprendizagem para a construção de capacidades tecnológicas. Porém, estudos utilizados na nossa amostra (ex: Tacla e Figueiredo,

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2006) apresentam evidências empíricas que corroboram o argumento da literatura mencionada anteriormente de que a aprendizagem tecnológica exerce papel fundamental para o desenvolvimento tecnológico (Bell e Pavitt, 1993; Hobday, 1995; Kim, 1998), afetando as diferentes maneiras (mostradas neste artigo) de como esta dinâmica acontece. Referências ANDRADE, R. F. de; FIGUEIREDO, P. N. Dinâmica da Acumulação de Capacidade Tecnológica e Inovação em Subsidiárias de Empresas Transacionais (ETNs) em Economias Emergentes: Trajetórias da Motorola Brasil. Revista de Administração e Inovação. Vol. 5, N. 3, pp 73-92. 2008. ARIFFIN, N.; BELL, M. Firms, Politics and Political Economy: Patterns of Subsidiary-Parent Linkages and Technological Capability-building in Electronics TNC Subsidiaries in Malaysia, in K.S. Jomo , G. Felker and R. Rasiah , eds, Industrial Technology Development in Malaysia. UK: Routledge , pp 150–190, 1999. ARIFFIN, N.; FIGUEIREDO, P. N. Internationalization of innovative capabilities: counter-evidence from the electronics industry in Malaysia and Brazil. Oxford Development Studies, 32 (4), 559-583, 2004. BELL, M. Time and Technological Learning in Industrializing Countries: how longo es It Take? How Fast Is It Moving (If at All)? International Journal of Technology Management, Vol. 36, No 1/2/3. 2006. BELL, M. Technology transfer to transition countries: are there lessons from the experience of the post-war industrializing countries? In: DYKER, D. (Ed.). The Technology of Transition: Science and technology policies for transition countries. Central European: University Press, p. 63-94, 1996. BELL, M.; FIGUEIREDO, P. N. Innovation Capability Building and the Role of Learning Processes in Latecomer Firms: Recent Empirical Contributions and implications for research. Canadian Journal of development Studies/Revue candienne d´études du développement, 33 (1), 13-40, 2012. BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth: contrast between developed and developing countries. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 2, p. 157-210, 1993. BELL, M.; PAVITT, K. The development of technological capabilities. In: UL HAQUE, I.; BELL, M.; DAHLMAN, C; LALL, S.; PAVITT, K. Trade, technology and international competitiveness. Washington, DC: The World Bank, p. 69-101, 1995. BELL, M; Ross-Larson, B.; Westphal, L. E., Assessing the Performance of Infant Industries,Washington, DC: The World Bank, 1984. (World Bank Staff Working Papers, 666). DOSI, G. Sources, procedures, and microeconomic effects of innovation. Journal of economic Literature, v. 26, p. 1.120-1.171, 1988. DUTRÉNIT, G. Learning and knowledge management in the firm: from knowledge accumulation to strategic capabilities. Cheltenham, UK; Northampton, MA, USA: Edward Elgar Publishing, 2000. FIGUEIREDO, P. N. Technological learning and competitive performance. Cheltenham, UK; Northampton, MA, USA: Edward Elgar Publishing, 2001.

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