palestra 2013 - mobilidade urbana

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MOBILIDADE URBANA MOBILIDADE URBANA

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Page 1: Palestra 2013 - Mobilidade urbana

MOBILIDADE URBANAMOBILIDADE URBANA

Page 2: Palestra 2013 - Mobilidade urbana

MOBILIDADE URBANA

Brasília, 2012

Page 3: Palestra 2013 - Mobilidade urbana

Fale com o Sest Senat 0800 728 2891www.sestsenat.org.br

Page 4: Palestra 2013 - Mobilidade urbana

SEDE:SAUS Quadra 1 - Bloco “J” - Ed. Confederação Nacional do

Transporte 12º andar, Brasília - DF 70.070-944Fone: (61) 3315.7000 / Site: www.sestsenat.org.br

Mobilidade Urbana. – Brasília: Sest Senat, 2012.

24 p. : il. – (Ciclo de palestras)

1. Planejamento urbano. 2. Mobilidade urbana. 3. Política de transporte urbano. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. CDU 711.4

Qualquer parte dessa obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Revisão Técnica:

SEST - Serviço Social do TransporteSENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Prof. Ms. Maciel M. Queiroz

Especialista em Logística pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2008) e Mestre em Engenharia Naval e Oceânica pela USP. Tem experiência na área de Logística, com ênfase em Planejamento e Organização do Sistema de Transporte, atuando com programação logística, pesquisa operacional, otimização de frotas e sistemas logísticos.

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1APRESENTAÇÃO

Imagine você dirigindo seu carro no trânsito de uma avenida movimentada no centro da cidade. Como você se imagina nessa situação? Calmo, tranquilo, apressado? É comum algumas pessoas associarem a palavra “trânsito” a carros parados, brigas entre motoristas e diversas situações que causam certo desconforto, que só quem já passou pode compreender.

Um dos grandes problemas dos dias atuais, especialmente nos grandes centros e cidades de médio porte, é a difi culdade de movimentação no trânsito urbano. O transporte público não consegue atender o fl uxo de todos os passageiros que necessitam chegar aos seus destinos, cada vez mais temos carros nas ruas e problemas devido a esta grande quantidade de veículos.

Dessa forma, podemos perceber que o modelo atual composto por vários modos, ou seja, tipos diferentes de transporte necessita de ajuste. Se antes comprávamos carros que supriam a uma necessidade de locomoção, hoje, compramos carros que complicam cada vez mais a situação do trânsito. Este fato mostra um problema que temos no Brasil, que é o veículo individual versus transporte público.

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Essa realidade expõe pontos positivos e negativos. Do lado negativo, temos um modelo de distribuição de transporte que há várias décadas privilegia o transporte rodoviário em detrimento de outros modos de transporte, como o ferroviário e o fluvial. Esse modelo provocou um crescimento muito grande de nossa frota de veículos automotores, com consequências desfavoráveis no trânsito das grandes cidades.

Por outro lado, temos na indústria automobilística um dos motores de nossa área industrial e um “termômetro” importante de nossa economia. Além disso, o crescimento nas vendas de carros, motos, caminhões e ônibus reflete um aumento no poder de compra e na capacidade produtiva brasileira que ocorreu, principalmente, nas últimas duas décadas. Assim, ganhamos a capacidade de comprar carro, mas os carros perderam a facilidade de se movimentar em meio a tantos outros.

Essa cartilha tem como objetivo orientar o público em geral – em especial o público do seotr de transportes, que vive sob a tensão adicional de lidar com o trânsito, principalmente nos grandes centros urbanos e nas mais diversas rodovias – sobre o que é a mobilidade urbana e como ações simples e bem direcionadas podem ser realizadas para melhorar a dinâmica de movimentação dentro das cidades brasileiras.

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2 A MOBILIDADE URBANA

Segundo o Parágrafo primeiro do Artigo 1º do Código de Trânsito Brasileiro:

§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fi ns de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.

Podemos dizer que o trânsito ocorre quando existem necessidades de deslocamento das pessoas para trabalhar, estudar, realizar negócios, para o lazer, entre outras fi nalidades, e decorre da ocupação do solo pelos diferentes usos. Cabe ao governo das cidades à responsabilidade de garantir ao cidadão o seu direito de ir e vir, de forma segura e preservando a sua qualidade de vida. Também é das cidades que devem partir as iniciativas que busquem diminuir os níveis de congestionamento e seus efeitos na Mobilidade Urbana.

Dessa maneira, não basta ter um carro, é preciso seguir as leis de trânsito. Não basta dirigir, é fundamental respeitar os colegas de trânsito, estando em qualquer outro meio de locomoção, por exemplo, de bicicleta ou até mesmo a pé.

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Agora podemos definir a mobilidade urbana como sendo o deslocamento de pessoas e bens dentro do espaço das cidades. Esta mobilidade (movimentação) significa de uma forma geral a facilidade de locomoção por meio de ônibus, trem, metrô, bicicleta, ou seja, está relacionado com toda uma estrutura e opções disponíveis para fazermos as nossas atividades.

Também pode ser destacado que a mobilidade urbana inclui uma estrutura que forneça acessibilidade aos deficientes (físicos e visuais) e outra coisa importante que muitas vezes passa despercebido por nós é a importância das calçadas e a sua contribuição para a mobilidade.

A mobilidade urbana pode ser explicada com alguns exemplos:

Quando pegamos um ônibus e ele nos deixa em nosso destino dentro do tempo previsto e com a qualidade na forma em que o transporte é realizado;

É poder utilizar o transporte público para realizar o trajeto de casa ao trabalho, ou para a escola e o lazer, permitindo deixar o carro em casa;

É o transporte utilizado por um fornecedor e um cliente, realizado dentro do tempo previsto, obedecendo às regras locais de trânsito e chegando ao seu destino com qualidade;

É permitir que o transporte de cargas seja realizado de forma que a cidade possa ser adequadamente abastecida e que o fluxo de mercadorias seja feito de forma a minimizar o impacto desta movimentação no trânsito local;

É ter um trânsito que cause o mínimo de impacto na perda de tempo devido a paradas e congestionamentos.

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De forma clara e objetiva, a mobilidade urbana é poder ir aos lugares que você deseja de forma segura e efetiva. É saber que ao entrar em um transporte público, você irá chegar ao seu destino com segurança e no horário desejado.

Assim, fica claro que a mobilidade urbana tem como principal objetivo garantir ou fornecer meios para que as pessoas sejam elas: pedestres, passageiros do transporte público, motoristas particulares e de empresas se locomovam com qualidade. Deve-se ter consciência da importância do gerenciamento da mobilidade, item fundamental para qualquer política pública que pretenda ser eficiente. O que importa é a qualidade da mobilidade dos indivíduos e não como essa melhoria vai contribuir para determinada empresa, ou gerar lucros. O que importa são as pessoas.

A mobilidade urbana pode ter seu equilíbrio alterado por diversos fatores, tais como:

Excesso de carros circulando no trânsito urbano;

Malha rodoviária urbana;

Polos geradores de trânsito (adiante explicaremos melhor o que é isto);

Transporte coletivo insuficiente;

Movimentação de cargas;

Crescimento urbano e populacional desordenado;

Políticas públicas de transporte.

Para que você possa compreender quais as contribuições de cada um dos fatores na mobilidade urbana, preparamos uma explicação desses fatores, que serão apresentados a seguir.

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Para que possamos ir aos lugares que desejamos ou necessitamos diariamente é importante pensar na qualidade da nossa mobilidade. Como assim? Temos que pensar no todo, ou seja:

Será que compensa pegar o carro sozinho e fi car de 01 a 02 horas no trânsito e chegar ao trabalho de certa forma já cansado tanto fi sicamente, quanto mentalmente...

...Ou pegar um transporte público, embora sem o conforto do carro, mas que chegará ao destino em um tempo semelhante e você nem precisou brigar com os outros condutores? Se não é possível fazer isto todos os dias, esta ação poderia ser feita regularmente em algum dia da semana?

...Ou será que consigo dar ou pegar carona com alguma outra pessoa?

Importante

A mobilidade urbana se comporta de acordo com as nossas ações!

JÁ PENSOU EM DAR OU PEGAR CARONA? Recentemente têm surgido em diferentes regiões do Brasil, iniciativas interessantes que permitem, através de cadastramento em um site na internet, que você possa fazer parte de uma comunidade de compartilhamento de caronas. Que tal? Abaixo vão os endereços dos portais mais populares:

www.caroneiros.com | www.caronabrasil.com.br

www.ecarona.com.br | www.caronetas.com.br | www.unicaronas.com.br

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3 O TRÂNSITO URBANO

Para falarmos de trânsito urbano, imagine a seguinte situação: O trânsito de uma cidade às seis da tarde, que é considerado um horário de grande movimentação em que temos os mais variados fl uxos, desde o retorno do trabalho, estudantes indo para as faculdades, transportadoras fazendo entregas, pessoas indo e voltando de compras e lazer, etc.

As grandes cidades enfrentam uma série de problemas derivados do estilo de vida que a maior parte da população vive em seu cotidiano. Podemos dizer que o trânsito urbano é um dos maiores temas de discussão, gerando reclamações por parte da população. Percebe-se que é uma das áreas que merece maior atenção por parte do poder público.

Associado ao trânsito urbano, devemos levar em consideração as seguintes consequências diretas:

Poluição ambiental;

Poluição sonora;

Tempo de deslocamento;

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Lotação do transporte público;

Dificuldade de transporte e movimentação de cargas;

Necessidade de rodízio urbano (em alguns casos).

Temos também consequências indiretas, que devem ser levadas em consideração:

Segurança dos motoristas;

Segurança dos pedestres;

Saúde pública;

Acidentes.

Já imaginou o que aconteceria se todo mundo que utiliza ônibus, optasse por seguir de carro?

Abaixo apresentamos uma tabela que compara a capacidade de transportar pessoas nos diferentes tipos de transporte:

Sistema de Transporte

Tipo de veículo

Capacidade passageiro/veículo

Metrô

Ônibus

Ônibus

Ônibus

Carro

Trem (8 carros)

Convencional

Articulado

Biarticulado

Convencional

2400

75

120

190

1

-

32 ônibus

20 ônibus

12,63 ônibus

2400 carros

Quant. de veículos para equivaler o metrô/trem

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O que queremos mostrar é a necessidade ter consciência da qualidade da mobilidade e que cada um de nós pode contribuir.

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O TRÂNSITO URBANO

Os efeitos negativos do trânsito urbano fi zeram com que políticas públicas importantes fossem criadas para tentar reduzir o seu impacto na vida das pessoas das cidades onde houve grande aumento do volume de trânsito. Tomando como exemplo a cidade de São Paulo ou do México, podemos citar os diversos tipos de rodízios que foram criados ao longo das últimas duas décadas, com o objetivo de diminuir a poluição, mas de também oferecer maior mobilidade na cidade.

Mas infelizmente, mesmo com as medidas de controle e redução do tráfego de veículos nos centros urbanos, o crescimento econômico também contribui com o aumento no volume de tráfego, especialmente em consequência da construção de empreendimentos que confi gurem os chamados Polos Geradores de Tráfego. Você sabe dizer o que é um Polo Gerador de Tráfego?

POLOS GERADORES DE TRÁFEGO

Para explicar sobre o que são polos geradores de tráfego, veja a defi nição do Manual de Procedimentos Denatran (Departamento Nacional de Trânsito):

“Os polos geradores de tráfego são empreendimentos de grande porte que atraem ou produzem grande número de viagens, causando refl exos negativos na circulação viária em seu entorno imediato e, em certos casos, prejudicando a acessibilidade de toda a região, além de agravar as condições de segurança de veículos e pedestres”.

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Ficou clara a definição? Que tal alguns exemplos?

Temos como exemplos de polos geradores de tráfego:

Shopping Centers;

Academias;

Escolas e faculdades;

Hipermercados;

Estádios de futebol;

Centros comerciais;

Feiras;

Condomínios residenciais.

Todos eles possuem um grande potencial de provocar efeitos indesejáveis no trânsito, seja em sua fluidez ou em sua segurança.

Um dos efeitos mais visíveis do aumento do número de alguns tipos específicos de Polos Geradores de Tráfego (como Centros Comerciais e Hipermercados) é o aumento da circulação de caminhões no entorno do Polo. Este efeito causa uma mudança substancial no trânsito do local e de suas ruas adjacentes.

Imagine um trânsito que fique perto de um shopping center, um hipermercado, escolas e faculdades. Imagine que, no mesmo horário, exista uma circulação de caminhões que irão entregar mercadorias, próximo a este local. Consegue imaginar os efeitos que serão gerados?

Quando isto acontece é necessário pensar em uma estratégia conjunta e integrada, entre os agentes públicos, os responsáveis

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pelo empreendimento e as empresas de transporte para que o impacto seja minimizado. A informação e a comunicação passam a ter papel fundamental na melhoria da fluidez do trânsito. No caso do impacto dos caminhões que fazem entregas, deveríamos pensar nos melhores horários e que fosse levado em consideração as necessidades de todas as partes envolvidas.

Da nossa parte, podemos tomar algumas medidas práticas:

Quando vamos aos shopping centers, podemos escolher os horários que possuem um fluxo menor no trânsito, como por exemplo, os horários diferentes das saídas das empresas; horários de saídas de escolas/faculdades;

Olhar se no dia existe feiras, jogos de futebol e shows na região e procurar horários alternativos;

Sempre que possível utilizar o transporte público.

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4 TRANSPORTE COLETIVO E

MOBILIDADE SOCIAL

Já imaginou passar por uma situação em que você precisa chegar ao escritório na hora certa para uma reunião que pode signifi car a sua promoção e, por um problema técnico, o sistema de ônibus ou trens urbanos da sua cidade está funcionando com maiores intervalos e a estação está lotada?

Esta é uma cena que ocorre em diversos momentos em algumas cidades brasileiras, especialmente naquelas em que a quantidade de usuários do sistema de transporte público é superior à sua capacidade. E principalmente no início e no fi nal do dia de trabalho, gerando os chamados horários de pico.

O modelo de tráfego que foi adotado para a maioria das grandes cidades é o rodoviário e onde o carro individual é o meio de transporte mais presente, ocupando a maior parte da malha viária das grandes cidades. Algumas cidades fazem diversas campanhas para que os condutores de carro individual possam levar outros passageiros, por exemplo, uma pessoa ao ir trabalhar daria “carona” para três vizinhos. Com esta pequena ação já seriam 3 carros a menos nas vias.

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Este modelo, em conjunto com o crescimento das cidades, de sua população e da frota de veículos, provocou uma equação complicada de resolver. Da mesma forma que o número de motoristas aumentou nos últimos anos, a quantidade de pessoas que precisam utilizar o transporte público também aumentou muito, o que tem provocado uma limitação na capacidade de atendimento do transporte público.

Políticas públicas têm sido realizadas, como a ampliação da malha ferroviária e metroviária, além da construção de faixas exclusivas para a circulação de ônibus nas vias principais das grandes cidades.

10 km/h = 20 ônibus20 Km/h = 10 ônibus

Podemos perceber por meio da figura que a mobilidade urbana é afetada pela quantidade de veículos no trânsito. Imagine que devido a grande quantidade de veículos os ônibus consigam andar somente a 10 km/h, para atender uma quantidade de passageiros de uma cidade, imaginemos que necessitaria de 20 ônibus. Vamos imaginar agora que a via possui uma fluidez melhor e que os ônibus andem a 20 km/h, assim seria necessário à metade dos ônibus, o que garantiria uma mobilidade de qualidade em tempo e também menos congestionamento.

O objetivo é fornecer um transporte de qualidade para toda a população.

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Mas será que mesmo com todas essas medidas, o sistema de transporte consegue atender todos os usuários? Infelizmente não.

Algumas destas medidas, como a implantação dos corredores destinados à circulação dos ônibus, trazem consequências indesejáveis para o trânsito e o entorno:

O espaço destinado à circulação dos carros e caminhões perde uma faixa, e o restante da via onde o corredor é construído, acaba aumentando o nível de congestionamento. O comércio da região é afetado, pois na via onde o corredor é construído são eliminadas muitas conversões à esquerda, o que aumenta consideravelmente a distância mínima para a realização de retorno ou a passagem para o outro lado da via.

Ou seja, podemos dizer que o transporte coletivo tem uma importância e uma série de consequências grandes no que diz respeito à sua parcela de participação no Sistema de mobilidade urbana.

Mas ainda há uma luz no fim do túnel. Existem exemplos em diversos países de que o investimento maciço em transporte coletivo resolveu muitos problemas de Mobilidade Urbana e melhorou as condições de trânsito do local.

As cidades que estamos falando, por exemplo, são Berlim e Stuttgart, na Alemanha, que possuem projetos de mobilidade urbana em que os principais meios de transporte da população são o metrô, o trem e as bicicletas. Esses sistemas, além de ajudar a reduzir os congestionamentos, são considerados projetos sustentáveis e ecologicamente corretos, pois possibilitam grande redução nas emissões de gases poluentes na atmosfera.

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Como já falamos anteriormente, em um Polo Gerador de Tráfego, a presença do caminhão pode provocar um aumento grande do trânsito. Por isso, algumas cidades criaram uma série de medidas que regulam a circulação deste tipo de veículo, algumas delas são:

Rodízios específi cos para caminhões;

Horários restritos para carga e descarga em determinadas áreas da cidade;

Restrição ao tamanho e capacidade de carga em algumas ruas ou avenidas;

Faixas específi cas para a circulação de caminhões nas vias expressas.

Essas medidas foram criadas para minimizar o impacto do caminhão no trânsito das grandes cidades. Como exemplo, podemos até lembrar como fi ca o trânsito com a quebra de um caminhão, em uma via expressa. O tempo levado para a remoção deste caminhão da via é, normalmente, muito superior ao tempo de remoção de um carro.

5 CIRCULAÇÃO DE CARGAS E SEUS

IMPACTOS

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Isso pode provocar um efeito dominó no trânsito da via, causando um grande congestionamento.

Imagine: Um caminhão quebra às oito da manhã, um guincho vem para removê-lo, uma avenida de três faixas é reduzida para somente uma faixa, as pessoas saem para trabalhar e o comércio abre. Não seria muito agradável, não é?

Por isso, foram desenvolvidas essas medidas, para prevenir o problema antes que ele exista. A manutenção preventiva é um dos fatores que pode ser considerado a chave para o sucesso das medidas de melhoria da fluidez do trânsito. Ela pode poupar muitas horas de lentidão no cotidiano do trânsito urbano.

Outro fator importante a ser apresentado é a grande quantidade de caminhões que circula nas vias principais das grandes cidades. Ao mesmo tempo em que este transporte garante o abastecimento da cidade e permite o escoamento de produtos para portos e aeroportos, o impacto no trânsito é grande.

Os caminhões que realizam o transporte de cargas param com frequência para carga e descarga e, em função do seu tamanho, precisam de mais espaço para estacionar e manobrar. Além disso, trafegam mais lentamente nas vias e são mais difíceis de ultrapassar que um carro. Por conta destas características, diversas cidades restringem a circulação de caminhões em horários de pico.

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Podemos destacar pequenas ações que fazem uma grande diferença na questão da melhoria da circulação de cargas e consequentemente a mobilidade urbana:

É importante para o motorista que transporta carga saber sobre as áreas que existem restrições/proibições de circulação;

Quais são os horários e as ruas da cidade em que a operação de carga e descarga é permitida;

Quais são as rotas alternativas.

Sempre esteja com o seu veículo em perfeitas condições, pois uma quebra, mesmo longe acaba impactando os outros fl uxos.

PRECISAMOS DE IDEIAS E PLANEJAMENTO!

Medidas públicas em conjunto com ações planejadas das empresas de transporte podem minimizar esse problema, realizando uma Engenharia de Tráfego efi ciente e que traga os benefícios necessários a todos os envolvidos com o trânsito das grandes cidades. Deve haver uma coordenação de ações, obedecendo às necessidades da população, mas levando em conta também os negócios realizados pelas empresas e os compromissos de distribuição, armazenagem e entrega dos produtos comercializados.

COMO MELHORAR A CIRCULAÇÃO DE CARGAS?

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6 PARA FINALIZAR

Chegamos ao fi nal da cartilha “Mobilidade Urbana”. Esperamos que o conteúdo aqui apresentado tenha colaborado para a sua compreensão do trânsito e o que deve ser feito para melhorá-lo.

O importante é que cada um faça a sua parte, pois cada vez mais, o poder público deve atuar para melhorar a Mobilidade Urbana. Hoje, problemas derivados do trânsito, do transporte público e da movimentação e circulação de cargas são considerados como alguns dos problemas principais do cotidiano das grandes cidades, ao lado da saúde e da segurança pública, entre outros problemas urbanos.

Cabe aos agentes públicos criar políticas que possibilitem a prevenção dos problemas mais comuns derivados da Mobilidade Urbana. Departamentos de Engenharia de Trânsito, fi scalização, manutenção e ampliação da malha viária e atuação rápida do poder público estão entre as medidas que devem ser continuamente executadas.

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Portanto, se forem criadas políticas públicas que busquem a melhoria da mobilidade urbana, basta seguirmos essas medidas para transformarmos o trânsito em uma real mobilidade. Mas, vale ressaltar que o primeiro passo é a conscientização de todos nós que estamos envolvidos diretamente com o trânsito: motoristas, pedestres e usuários do sistema de transporte em geral, sobre o impacto provocado pelas nossas ações na vida das outras pessoas.

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7 REFERÊNCIAS

DENATRAN E FGV. Manual de procedimentos para o tratamento de polos geradores de tráfego. DENATRAN, 2001. Disponivel em: www.denatran.gov.br/publicacoes/download/PolosGeradores.pdf. Acesso em: 22 jun. 2012.

DENATRAN. Código Brasileiro de Trânsito. DENATRAN, 2008. Disponivel em: www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_160.pdf. Acesso em: 22 jun. 2012.

DUARTE, F.; LIBARDE, R. Introdução à Mobilidade Urbana. EDITORA JURUÁ, 2007.

IPEA. Políticas sociais - acompanhamento e análise. IPEA, 2008. Disponivel em: www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/bpsociais/bps_15/16_completo.pdf. Acesso em: 20 jun. 2012.

JAIME LERNER ARQUITETOS ASSOCIADOS. Avaliação comparativa das modalidades de transporte público urbano. Julho de 2009. Disponível em: www.ntu.org.br/novosite/arquivos/AvaliacaoComparativa_web_semcapa.pdf. Acesso em: 25 set. 2012.

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NUNES, M; LUNA,A. Brasil visita a Alemanha, referência de mobilidade urbana. Revista Planeta Sustentável. Editora Abril. Julho de 2010. Disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cidade/brasil-referencia-mobilidade-urbana-european-green-mobility-tour-579101.shtml. Acesso em: 20 jun. 2012.

PETZHOLD, G. Qualidade no transporte público minimiza problemas de mobilidade. Revista The Fix City Brazil. EMBARQ BRASIL. Julho de 2012. Disponível em: http://thecityfixbrasil.com/2012/07/18/qualidade-no-transporte-publico-minimiza-problemas-de-mobilidade/. Acesso em 02 jul. 2012.

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