topografia e mobilidade urbana

15
UNICAP- UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO Rodrigo de Góis TOPOGRAFIA E MOBILIDADE URBANA

Upload: rodrigo-de-gois

Post on 27-Oct-2015

72 views

Category:

Documents


10 download

TRANSCRIPT

Page 1: Topografia e Mobilidade Urbana

UNICAP- UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

Rodrigo de Góis

TOPOGRAFIA E MOBILIDADE URBANA

Recife,

2012

Page 2: Topografia e Mobilidade Urbana

Rodrigo de Góis

TOPOGRAFIA E MOBILIDADE URBANA

Pesquisa apresentada no curso de Arquitetura e Urbanismo para obtenção parcial de nota da disciplina Topografia e Informações Geográficas.

Professor: Glauber Carvalho Costa

Recife,

Page 3: Topografia e Mobilidade Urbana

2012

Sumário

Introdução...........................................................................................................4

BRT – Bus Rapid Transit.....................................................................................5

Curitiba, Paraná, Brasil.......................................................................................7

Métodos de Levantamento Topográfico..............................................................8

Conclusão.........................................................................................................10

Bibliografia.........................................................................................................11

Quais os métodos de levantamento topográfico e dados topográficos/cartográficos são necessários para que uma equipe de Arquitetos desenvolvam os estudos de um projeto de Mobilidade urbana de uma cidade, usando os possíveis modais de transporte urbano (BRT, VLT, Ciclovias, Fluviais e outros).

Page 4: Topografia e Mobilidade Urbana

Introdução

Do grego, Topos significa lugar; e, Graphien, por sua vez, descrever. A ciência

que tem como o nome o ato ‘descrever um lugar’, é estudada grande parte das

vezes honrando seu significado e, ainda mais, representando em proporções

reduzidas as características mais relevantes; sejam elas acidentes naturais

(rios, montanhas, vales) ou artificiais (ruas, estradas, pontes, casas).

Os métodos de levantamento topográfico para o estudo de viabilidade de

modais de transporte urbano tem sua aplicação antes mesmo do que se possa

imaginar; já que na verdade, o referido estudo pode ter sido realizado antes

mesmo da intenção de aplicação do modal.

A importância da topografia para o urbanismo, atuante na implantação de

modais de transporte público, é evidenciada pelo fato de instrumentos como o

Plano Diretor, Sistema Viário, eletrificação, abastecimento de água, rede

telefônica, escoamento de águas pluviais e loteamentos, entre outros, serem

parte e também fruto de levantamentos topográficos; ou seja, para cria-los foi

necessário o levantamento ou medição topográfica; e agora, também são

instrumentos necessários para o estudo da viabilidade do projeto.

Dentre os métodos de levantamento topográfico, os principais instrumentos

são: teodolito, nível topográfico, GPS, baliza topográfica e, claro, a estação

total, onde os dados podem ser armazenados e depois enviados para um

computador.

3

Page 5: Topografia e Mobilidade Urbana

BRT – Bus Rapid Transit

Caracterizado como um conjunto de sistemas desenvolvido para

reestruturar a lógica dos transportes coletivos por ônibus, o BRT é uma

ferramenta que melhora o desempenho de um sistema que já existe: o ônibus.

Bus Rapid Transit; ou seja, transporte rápido por ônibus, é uma

combinação de infraestrutura viária, veículos, operação, sistemas de controle e

informações ao usuário. O sistema é composto por veículos com maior

capacidade de usuários; vias exclusivas de circulação, minimizando as

interferências do tráfego de outros veículos; estações onde é possível realizar o

pagamento do serviço previamente, agilizando o tempo de embarque; e, o

sistema de controle, para o acompanhamento operacional ser observado pelo

próprio usuário.

Apesar do custo de implantação do BRT por quilômetro ser apenas 10%

o valor do custo de implantação do metrô, o referido modal apresenta

satisfatórios resultados, quando implantado de maneira bem pensada.

Redução nos tempos de viagem; veículos confortáveis e de maior capacidade;

confiabilidade (já que é acompanhado, em tempo real, o funcionamento do

serviço); rapidez nos deslocamentos; facilidade de acesso; segurança (levando

em consideração que os termais concentram um significativo número de

pessoas, em locais fechados e com iluminação adequada); e, claro, aumento

da adesão do transporte público.

O BRT, além de uma solução possível e de fácil implantação, quando

comparada com outros modais (metrô e VLT são exemplos de modais que

sugerem um investimento a longo prazo e obras que possuem um tempo de

execução prolongado), também favorece o meio ambiente, já que com a

adesão ao transporte público, o número de veículos particulares em circulação

diminui e a transmissão de poluentes também.

Ponto de partida para eliminar problemas que exigem uma solução a

curto prazo, o BRT pode ser uma solução que impulsione a execução de outros

4

Page 6: Topografia e Mobilidade Urbana

modais, visto que adesão e simpatia do usuário cresce e a confiabilidade para

apoiar a implantação de outras opções, também. Logo, é possível que antes

mesmo do sistema ser implantado efetivamente, o poder público invista em

opções a longo prazo- metrô e VLT; ou mesmo soluções que exijam menos

investimento; como é o caso das ciclovias- que podem compartilhar das

estações já implantadas através do uso do BRT.

Estação Tubo Praça Eufrásio Correia, Curitiba (Foto: Acervo Pessoal)

5

Page 7: Topografia e Mobilidade Urbana

Curitiba, Paraná, Brasil

Curitiba, capital do estado do Paraná, apresenta hoje uma população de

certa 1,8 milhões de habitantes, possui uma topografia considerada como

ondulada de colinas suavemente arredondadas; ou seja, tem uma fisionomia

relativamente regular e tem uma carga histórica de forte ligação com o

transporte ferroviário.

Apesar de ter um dos seus principais modais de transportes conhecidos

mundialmente, o BRT; em Curitiba, até o ano de 1952, os bondes eram

responsáveis por grande parte do transporte público. Já que no Brasil os

investimentos na época (anos 60) se concentraram no sistema rodoviário, o

processo de mudança de modal foi de certa forma foi natural e os próprios

donos das empresas de bondes passaram a adquirir ônibus para compor o

sistema de transporte.

Nos anos 70, a cidade passou por grandes transformações urbanísticas

e tornou-se reconhecida mundialmente por seus projetos urbanos que

priorizavam o sistema de transporte coletivo.

6

Page 8: Topografia e Mobilidade Urbana

Réplica de um bonde na Rua XV de Novembro, Curitiba (Foto: Acervo Pessoal)

Métodos de Levantamento Topográfico

O levantamento topográfico, usado para ser obter as informações

necessárias para elaboração de plantas topográficas, são os principais

instrumentos para se adquirir as ferramentas para o desenvolvimento de um

projeto de mobilidade urbana.

Os instrumentos/leis que regem as cidades, como o Plano Diretor, são

obtidos, também, com o auxílio de plantas, cartas ou mapas, frutos de

levantamentos topográficos.

Para realizar os levantamentos necessários para a elaboração de um

projeto de mobilidade urbana, escolhendo o BRT em uma cidade como, por

exemplo, Curitiba, é previsto um conjunto de métodos; afinal, uma cidade com

15.447 km², como é o caso da cidade exemplo, representa uma área que já

teria um erro de esfericidade, caso fosse intenção representa-la de uma única

vez dentro um plano.

Um meio para se ter uma noção geral do comportamento da cidade,

seria o levantamento através da aerofotogrametria, onde uma aeronave munida

de câmeras realiza a operação de retirada de diversas fotos, determinando

assim a posição de dimensionamento de diversos elementos contidos nas

7

Page 9: Topografia e Mobilidade Urbana

mesmas (ruas, estradas, edificações, etc.) e, também, realizando a

estereoscopia, onde através da fusão de imagens é possível obter informações

sobre distância, posição e profundidade do que foi analisado.

O Sistema de Varredura a Laser também pode ser utilizado para se

obter informações sobre a altimetria de uma área que na planta, carta ou mapa

da cidade se observa uma determinada declividade acentuada. Quando se

trata de meios de transporte, é necessário ter em vista os esforços que o

ônibus, VLT, metrô ou mesmo o pedestre terão que se submeter- o que pode

até inviabilizar a implantação do mesmo; ou gerar projetos que, dependendo da

necessidade, drible a situação natural da área.

O GPS (Global Positioning System), Sistema de Posicionamento Global,

tem sua utilização principal realizada na amarração das plantas, cartas ou

mapas; ou seja, seria um método aliado a aerofotogrametria e ao Sistema de

Varredura a Laser e estaria configurado nessa pré-análise do projeto.

Realizados os primeiros estudos de localização e determinados os locais

da via e localização dos terminais, é necessário um levantamento mais

específico das áreas a serem implantados os terminais/estações de ônibus.

Para esse tipo de levantamento, ao contrário dos anteriores, onde a altimetria

(levantamento onde são determinadas as alturas relativas a uma superfície de

referência) se fazia bastante necessária, agora, salvo algumas exceções, onde

seja necessária a implantação em locais com desníveis, será realizado um

levantamento planimétrico (levantamento dos limites de uma propriedade, sua

orientação e amarração dos elementos existentes no terreno).

O objetivo do levantamento planimétrico, nesse caso, é a

implantação/elaboração do projeto dos terminais. Nesse caso, podem ser

usados instrumentos de levantamento que são classificados como precisos. É

o caso do teodolito ou mesmo a trena, para distâncias menores e onde possa

ser desconsiderado os ângulos entre os vértices do terreno (lotes já existentes,

com angulação entre os vértices considerados perpendiculares).

A Estação Total é um instrumento que também pode ser utilizado para

obtenção de dados para o levantamento no local escolhido para implantação 8

Page 10: Topografia e Mobilidade Urbana

das estações ou mesmo vias por onde passarão os ônibus. A grande vantagem

desse instrumento é que é possível armazenar os dados colhidos e até realizar

alguns cálculos, além de que alguns modelos utilizam também a tecnologia

GPS, combinando dados que posteriormente são passados para um

computador.

Conclusão

A elaboração de um projeto de implantação de um modal de transporte

para uma cidade requer informações e características não só topográficas, mas

dentro de um levantamento afim é possível traçar comparativos e retirar

conclusões multidisciplinares da área estudada. Para isso, os inúmeros

instrumentos utilizados na topografia se aliam e, na verdade, parecem, cada

um, ter a ver com a elaboração do projeto- de maneira direita ou não.

9

Page 11: Topografia e Mobilidade Urbana

Bibliografia

PRESTES, Olga Mara, Os trilhos de Curitiba: 40 anos de projetos para reinserção de modais sobre trilhos na cidade/ Olga Mara Prestes; orientador, Fábio Duarte.- 2009

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES- ANTT. Conceitos de transporte. Disponível em: http://www.antt.gov.br/faq/multimodal.asp>. Acesso em: 25 Setembro. 2012.

BRT BRASIL. Principais Conceitos. Disponível em: http://www.brtbrasil.org.br/> Acesso em: 25 Setembro. 2012.

FREITAS, Thiago de Souza, O que é Topografia, qual sua atuação, objetivos, importância e suas divisões. - Juazeiro do Norte, 2011.

10