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Neste livro estão reproduzidas as “Palavras do Grão-Mestre” no período em que ocupei o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro, junho 2007 – junho 2011, que foram publicadas no órgão oficial de divulgação daquela Instituição Maçônica – BOLETIM DO GOB-RJ. Não cogitamos nenhum retorno financeiro. Esta despretensiosa compilação é editada em versão virtual. Nosso propósito e esforços é proporcionar aos leitores uma reflexão coloquial lúcida, madura e amena, com conceitos filosóficos, escoimados de interpolações.

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palvras de um grão-mestre

eduardo gomes de souza

edição virtualrio de janeirooutubro 2011

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introdução

Neste livro estão reproduzidas as “Palavras doGrão-Mestre” no período em que ocupei o cargo deGrão-Mestre do Grande Oriente do Brasil no Rio deJaneiro, junho 2007 – junho 2011, que foram publicadasno órgão oficial de divulgação daquela InstituiçãoMaçônica – BOLETIM DO GOB-RJ.

Não cogitamos nenhum retorno financeiro. Estadespretensiosa compilação é editada em versão virtual,em arquivo extensão pdf, cabendo ao próprio leitoradquirir/baixar o adobe acrobat reader.

Nosso propósito e esforços é proporcionar aosleitores uma reflexão coloquial lúcida, madura e amena,com conceitos filosóficos, escoimados de interpolações.

Eduardo Gomes e SouzaRio de JaneiroOutubro-2011

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Quem É eduardo gomes de souza

Nascido na Cidade do Rio de Janeiro, casado coma Psicopedagoga e Professora Lígia Gomes de Souza,pai de duas Professoras Universitárias: uma Psicóloga,Dra. em Psicologia Social e uma Química Industrial. Seufilho é Administrador de Empresas. Avô de um netoespetacular e duas lindas netas.

Diplomado pela Escola Superior de Guerra.Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais.Administrador Escolar. Pós-graduado em Metodologiado Ensino Superior, Antropologia, Biologia, AntropologiaMédica e Filosofia, Doutor “Honoris Causa” em Teologiae Ciência da História, Philosophy Doctor in Philosophyof Religion, Professor Titular de Antropologia, Sociologiae Metodologia da Pesquisa Ciência, dedicou-se por maisde 30 anos a Causa da Educação; Técnico de NívelSuperior em Planejamento, no Governo do Estado doRio de Janeiro, atuando no planejamento de projetoseducacionais e sociais.

Exerceu no período de junho de 2007 a junho de2011 o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente doBrasil no Rio de Janeiro- GOB-RJ.

Patrono da Cadeira 31, Categoria Letras, daAcademia de Letras e Artes de Plácido de Castro –Estado do Acre.

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Fundador e Membro Efetivo da Academia Maçônicade Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro,onde ocupada a cadeira nº 16, patronímica de HipólitoJosé da Costa Furtado Pereira de Mendonça e daAcademia do Centro de Estudos Maçônicos da ZonaOeste do Rio de Janeiro.

Membro Efetivo da Academia de Letras e Artes deParanapuã –ALAP, e da Academia de Santo Estêvão deJerusalém dos Arameus e dos Auranitas, de Ciências,Letras e Artes - Araraquara, SP.

Presidente de Honra da II diretoria do InstitutoBrasileiro de Culturas Internacionais - InBrasCI.

Membro Honorário da vários sodalícios. Entre osquais:

Academia Pan-Americana de Letras e Artes –APALA.

Academia de Letras do Brasil – MARIANA-MG.Academia Brasileira de Meio Ambiente – ABMA.

Academia Maçônica Serrana de Artes, Ciências eLetras – Nova Friburgo, RJ.

Academia Guanabarina de Letras.

Mantém o blog Baronato emhttp://elgsouza.blogspot.com/

Esse é o Autor.Elvandro BurityEscritor e Poeta

AMACLERJ – Cad. 19Patronímica de Joaquim Nabuco

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indiCe

SER E ESTAR .................................... 10ESTRELA E SATÉLITES .................. 12VIVER EM GRUPO .......................... 14æóóóóóï í ðïëéôéêü í .............................16EU VOS DOU A MINHA PAZ .......... 19ESQUEÇAM TUDO QUE EU .......... 22JAMAIS HAVERÁ ............................. 22LIBERDADE...................................... 26SEGURANÇA PÚBLICA .................. 29EDUCAÇÃO ...................................... 33ESQUERCER O PASSADO .............. 37COMO COMBATER E .................... 40DEVER CUMPRIDO ......................... 43DESEJAMOS SUCESSO................... 46RESPOSTAS ADEQUADAS ............. 49NOVAS E ESPAÇOSAS .................... 52COMO ALCANÇAR A PAZ .............. 54ANO NOVO - VIDA NOVA .............. 57QUEM SOU EU? ............................... 60VIVER ................................................ 62LIBERDADE DE PENSAR ............... 65RAZÃO DE VIVER ........................... 68EQUILIBRIO EMOCIONAL ............ 72AÇÃO POLÍTICA .............................. 76MORAL E ÉTICA .............................. 80EGOCENTRISMO ............................. 85TUDO TEM UM LIMITE ................. 88MENTIRAS VIRAM.......................... 91SER FELIZ ......................................... 94NO ANO-RECOMEÇO ..................... 96SOLIDARIEDADE ............................ 99GRATIDÃO ........................................ 102O PIOR CEGO ................................... 104MEUS ÚTIMOS PENSAMENTOS....107JUSTIÇA E EQUIDADE ................... 109ADEUS NÃO! ATÉ LOGO ................ 113

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Maio 2008SER E ESTAR

Um dos maiores problemas do Homem e controlar suaspróprias ansiedades e expectativas. Quando desejamosmuito e conseguimos algo, existe uma tendência naturalno comportamento humano, de buscar a preservação ea permanência do que muito almejamos e conseguimosalcançar.Na filosofia oriental essa tendência édenominada “apego”. Quando somos despojados dealgo que conseguimos alcançar e consideramos ser denossa propriedade ou poder, a sensação da perda émuito forte, e interfere inclusive em nossa forma de vere sentir as coisas, criando situações em que nossocomportamento não condiz em nada com nossaspalavras e até com pensamentos e ideias anteriores.Asensação da perda produz um vazio, parece estarfaltando algo dentro de nós, sentimos a falta de algoque muitas vezes não está nem em nosso consciente, oque de certa forma mascara até o nosso comportamento,dando justificativas para ações que nunca seriamoscapazes de nos vermos realizando, pois contradiz tudoo que pregamos e dissemos em um passado, muitasvezes não muito distante. Mas como superar essasituação, sendo ele entendida como um comportamentonatural e normal, inerente a nossa condição de sereshumanos? Ensina a tradição e o pensamento oriental,que o cultivo de outra forma de ver nossas conquistas,sentindo e entendendo que tudo é efêmero e temporário,até o maior dos bens humanos, a vida, é temporária,poderá nos liberar do “apego”. Quando entendermosque não somos, mas estamos; entendermos que não

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possuímos, mas guardamos; que não somos donos, masguardiões dos bens que nos foram entregues parausarmos e guardarmos, então alcançaremos a libertaçãodo “apego”. Essa outra forma de ver e entender as coisase a vida é denominada “desapego”. O “desapego” nosliberta dessa terrível sensação de vazio quandoperdemos ou deixamos algum valor ou posição. Ogrande valor do doar é o “desapego”! Quando você doaalgo sentindo como se estivesse perdendo, é melhornão doar, pois doar não é perder, mas entregar algoque está em seu poder mais não lhe pertence. Assimtambém é importante sempre nos lembrarmos de quequando ocupamos um cargo ou posição, estamos e nãosomos, para quando deixarmos o cargo ou a posiçãonão venhamos a sentir a sensação de perda e o vazioda ausência da condição que vivenciávamos.Vivamos em paz e harmonia.

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Junho 2008ESTRELAS E SATÉLITES

As estrelas são corpos celestes que possuem brilhopróprio, e com sua luz e calor alimentam outros corposcelestes. Os satélites são corpos que além de nãopossuir brilho próprio, necessitam de outros corposcelestes para gravitarem em seu derredor.Assim também são as características da personalidadede algumas pessoas. Existem pessoas que irradiam luze calor, são brilhantes em suas atitudes e calorosas emsuas relações, são capazes de iluminar e aquecer todoo ambiente em seu redor. Outras, ao contrário, são comoos satélites, além de necessitarem de luz e calor,precisam ainda de outros em que possam sustentar asua trajetória, são dependentes, incapazes de caminharsem estar amparados por um paradigma.Os Maçons são considerados estrelas, a sociedadeacredita que nós somos lideres, e formadores de opinião,mas os Maçons são realmente lideres? Quandoobservamos o comportamento de alguns Maçons, suadependência e submissão ao brilho de outros, ficamospreocupados com essa credibilidade que nossa Ordempossui na sociedade.Um Maçom deve pautar seu comportamento e suasatitudes em uma consciência adquirida pela sua formade ver e sentir a Ordem e o Mundo, não deve sersubmisso ou se dobrar a vontade alheia, nem agir sob ocomando da vontade alheia. O Maçom é um HomemLivre, e os Homens Livres não se submetem a vontade

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ou pressão de ninguém. Assim tem sido na história denossa Ordem, Irmãos morreram ou foram presos pornão se dobrarem ou submeterem ao domínio daopressão e dos déspotas, e hoje não podemos jamaistolerar que algum Maçom seja dominado e subjugado avontade de pseudo-lideranças.Cada Maçom tem que ser um Sol, uma estrela brilhante,e não um satélite a girar em torno de outro, com umparasita se alimentando e vivendo de sua luz e calor.Estamos envidando todos os esforços para, através deum processo educacional, dar aos Maçons do GrandeOriente do Brasil no Rio de Janeiro, condições debrilharem e espargirem suas Luzes.Que possamos receber de nosso Mestre Hiram umpouco de sua sabedoria, para que possamos serverdadeiramente um Sol a brilhar.

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Julho 2008VIVER EM GRUPO

Uma das maiores dificuldades do Ser Humano é Viverem Grupo. Submeter suas vontades e colocar acima desua individualidade as necessidades da Comunidade.A Sociedade é individualista e competitiva, desdepequenos somos treinados para a competição, a própriavida é uma competição. Por isso temos uma dificuldademuito grande em vencer o egoísmo, a vaidade e aindividualidade, e viver o espírito de grupo.As religiões, em geral, apresentam compensaçõesdivinas e graças que serão alcançadas além da vidaterrestre, pela prática do compartilhamento de bens evalores com os necessitados. Existe ainda a ostentaçãosocial da generosidade vaidosa, interessada ejactanciosa, que é fruto do jogo político, das relaçõesde poder ou de consciências culpadas.Os valores apregoados pela Ordem Maçônica, não estãoassociados a essa vida após a morte ou a um jogo depoder e domínio dos necessitados, nem tal pouco aexpiação de consciências sobrecarregadas pelo pesoda desigualdade social ou pelo acúmulo de riquezasamealhadas de forma ilícita.O ideário maçônico apresenta o “espírito de corpo” comouma necessidade real e não somente ideal dassociedades humanas, para os Maçons essa necessidadedo espírito de grupo é valorizado logo na ritualística dainiciação, onde o neófito é conclamado a auxiliar osórfãos e as viúvas, e exortado que essa ajuda deve seranônima e desinteressada.

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Outra lição sempre ensinada pela Ordem é a valorizaçãodo outro. Numa sociedade individualista e injusta, emque os indivíduos são excluídos sem qualquer análisede suas qualidades, potencialidades ou essências,julgados por fatores efêmeros tais como: raça, credo,escolaridade, posição social, etc., os Maçons sãolevados a compreensão da igualdade e da solidariedadecomo forma correta de comportamento social. Econscientizados de que todos são iguais e Irmãos, filhosda Terra e elevados pelo “sopro divino”.Vivemos uma época em que essa valorização do espíritode grupo é subjugada aos orgulhos, as vaidades e aomedo. E esse medo é fruto da insegurança, criada pelaexclusão de uma parte significativa do grupo social,através do expurgo material e cultural. Hoje parte dacomunidade é vítima do pânico social, que aterroriza oindivíduo e o segrega da vida social.O trabalho da Ordem é difícil, nossa tarefa é árdua, essavalorização do grupo, para os Maçons, vai além da visãoreligiosa ou de marketing pessoal, ela deve ser fruto datransformação da consciência individual. Somente atransformação da personalidade do indivíduo, poderádesenvolver um processo de crescimento pessoalatravés da força coletiva, que será capaz de transformaro mundo, emergindo uma nova realidade social que levao sentido de comunidade a transcender aoindividualismo, extraindo o verdadeiro sentido do espíritode grupo: “a Solidariedade Humana”.O verdadeiro Maçom é capaz de sublimar seu orgulhoe sua vaidade aos interesses maiores do grupo socialno qual está inserido.

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Agosto 2008æóóóóóï í ðïëéôéêü í

O Homem é por natureza um Animal Político – ZoonPolitikon – assim afirmou o filósofo Aristóteles. O objetivode Aristóteles foi o de analisar a Política, como o modoque as pessoas podem fazer suas mudanças e de seumeio ambiente, para alcançar os objetivos estabelecidospela comunidade para o bem estar social.A Ordem Maçônica é uma Instituição Social compostapor Seres Humanos, e possui em sua organizaçãocaracterísticas representativas dos Homens que acompõem, portanto, podemos afirmar, sem qualquerdúvida, que a Maçonaria é uma Instituição Política.É obvio que não podemos entendê-la como umaInstituição Político-Partidária, pois se assumisse talcaracterística estaria descumprindo um de seusprincípios básicos, que é a Igualdade. Pois caso a Ordemviesse a optar por uma determinada corrente oupensamento Partidário, estaria excluindo, aqueles queoptassem pelas correntes ou pensamentos rejeitados,da oportunidade de pleitearem juntos aos seus Irmãoso apoio a suas pretensões políticas.Estamos nos aproximando de mais um momento deescolha daqueles que deverão conduzir os destinos denossas cidades nos próximos quatro anos. E vemos compreocupação o processo eleitoral que se avizinha, muitassão as variáveis negativas que se apresentam, estamos,a cada dia, sendo surpreendidos por fatos e decisõesque expõem a fragilidade e a inconsequência de nossaordenação j urídica eleitoral. Candidatos sem a menor

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qualificação ética e moral se apresentam e são aceitos,mesmo contra a vontade de parte do Poder Judiciário,que se vê algemada a uma legislação arcaica einconsequente, a qual garante inscrição eleitoral,aqueles que apresentam uma vida pregressa e uma fichacriminal, que os impossibilitaria a ingressar até emalguns seguimentos mais simples da organizaçãopublica.Como pode a Ordem Maçônica reagir a este Status quo?- Através de uma ação individual. Onde cada Maçom,pelo do exercício de sua liderança, buscará conscientizaraqueles que estão em seu círculo de relações pessoais,da necessidade de realizarmos uma escolha consciente,fundamentada na busca do candidato que apresente asmelhores condições morais e uma proposta de governovoltada para o atendimento das principais necessidadesda comunidade.- Através de uma ação coletiva. Procurando identificare divulgar as ações administrativas e organizacionaisque poderão atacar os principais problemas que seapresentam em nossos Municípios, como também asqualidades positivas e negativas daqueles que seapresentam candidatos, divulgando interna eexternamente os resultados dessa análise imparcial eexaustiva.Dentro dessa linha de ação, dando continuidade aotrabalho de inserção política da Ordem Maçônica,realizado pelos Eminentes ex-Grão-Mestres, IrmãosSylvio Claudio e José Coêlho da Silva, e principalmentepelos Irmãos Domingos Teixeira Neto e Sergio TavaresRomay, que além desse trabalho se colocaram adisposição da ordem como candidatos, estaremos

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realizando e estimulando reuniões internas e abertas,para debatermos a posição da Maçonaria Fluminenseem relação aos parâmetros morais e programáticos queapresentam os diversos candidatos dos MunicípiosFluminenses, procurando estabelecer uma linhacomportamental e administrativa, que represente asexpectativas dos Maçons, estabelecidas a partir dosparadigmas representativos da Ordem Maçônica.E, a partir desse consenso e dessa análise, apresentara sociedade o posicionamento da Maçonaria em relaçãoaos diversos candidatos e ao processo eleitoralmunicipal que se aproxima.Ciência Política tem o potencial de tornar o mundomelhor. Sendo um dos objetivos da Ordem Maçônicafazer o mundo melhor, compete, portanto a Maçonaria,trabalhar pelas mudanças políticas e sociais, mesmoque sejam duras, abrir mão, nesse seu trabalho, de todosos seus princípios e paradigmas, que a qualificam comoum dos últimos Sodalícios da Moral e da Ética.Finalizando lembramos. Você quer mudar o Mundo? –A melhor forma de fazer isso é: “Seja a mudança quevocê deseja ver no mundo.”

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Setembro 2008“EU VOS DOU A MINHA PAZ”

A Maçonaria não é uma Religião. Mesmo que algumaspessoas ainda acreditem ser a Ordem uma Religião,nós, os Maçons, sabemos que a Maçonaria não podeser considerada uma Religião, mesmo que para algunsMaçons ela seja uma verdadeira e única Religião, masesse não é o objetivo de nosso raciocínio nessemomento.Mesmo não sendo uma Religião, a Ordem vai buscarem todas as Religiões, os fundamentos básicos e osensinamentos que possam ser transmitidos aos seusmembros, buscando a integração e a construção socialindividual, dentro de padrões que possam fazer dessavida social, algo de útil e progressivo para aHumanidade. Dentro dessa linha de raciocínio nosdeclaramos: “Homens Livres e de Bons Costumes”.O que são “bons costumes”? É um conjunto de Regrasde Comportamento, estabelecido e aceito pelo GrupoSocial, que busca tornar a Vida Social mais agradável esaudável.O Comportamento do Homem em sociedade écontrolado por três níveis básicos de PadrõesComportamentais: - As Leis, juridicamente estabelecidaspelo grupo, controlam ostensivamente o comportamentodo indivíduo. Possuem um alto poder de coerção, assansões vão da pena pecuniária a privação da liberdade;- Os Mores (Moral), que estão em geral associados aosaspectos religiosos ou tradições profundamente

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arraigadas a personalidade do grupo social. Possuemtambém um forte poder de coerção, pois a suatransgressão atinge o Ser em sua estrutura moral e ética,ocasionando o remorso, a contrição e o pesar. O devermoral não é exigível a ninguém, no entanto caracteriza-se por um dever de consciência. Os Mores sãocaracterizados pelos Valores Sociais, assimilados peloindivíduo através de um processo educacional. Esse éum dos principais afazeres da Ordem; - Os Folkways(Etiqueta Social), que são padrões de conduta socialexterior, constituem os modos coletivos decomportamento, convencionais ou espontâneos,reconhecidos e aceitos pelo grupo, conduzem a maiorparte da vida diária. Possuem um baixo poder decoerção, mas são impostos pelas relações interpessoais,podendo ocasionar o afastamento do indivíduo de umgrupo social.Então, estabelecida à relação Maçônica com asReligiões no desenvolvimento de seus membros,podemos lançar mão de um texto bíblico sem qualquerrestrição, para conduzir o nosso raciocínio. Em Jó 14,23, encontramos: “Eu vos dou a minha paz. Não vô-ladou como o mundo a dá”.Sabemos que um dos princípios fundamentais da Ordemé a Luta constante e incansável pela Paz Mundial! Mascomo pode alguém falar e lutar pela Paz, quando seucoração está pleno de Ódio? O que vemos em nossaOrdem, é a verdadeira negação do que é dito e afirmadocomo uma verdade real e insofismável.Quando temos o menor de nossos anseios contrariado,

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partimos para uma luta fratricida, olvidando todas asbelas palavras que ouvimos ou pronunciamos em nossosTemplos sobre a Paz e a Fraternidade. Colocamosnossos interesses e nossa vontade acima dos interessesda Ordem e do Grupo. Nosso orgulho e arrogânciajamais aceitarão que nossa vontade seja subjugada aquem quer que seja ou a qualquer interesse, mesmoque seja para o bem da Ordem ou do Grupo.Como viver em Paz, com o ódio no coração? Como lutarpela Paz, com o ódio no coração?A Paz que o Grande Mestre ofereceu não é a Paz daspalavras. Não é a Paz do mundo! Mas ele nos oferece aVerdadeira Paz, a Paz Interior. Somente tendo a Pazem nossos corações, poderemos ser verdadeiramenteAgentes da Paz. Então não precisaremos falar em Paz,pois estaremos aptos, como o Cristo, em transmitir aPaz! A verdadeira Paz, a Paz do Espírito!Diz também o texto mais usado na Ordem: “Oh! quãobom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. Ecomo poderemos viver em União sem a Paz em nossoscorações?Portanto vivamos em Paz Espiritual, submetendo nossavontade e nossas paixões, para obtermos amplaevolução em nossa Vida Maçônica.

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Outubro 2008

ESQUEÇAM TUDO QUE EU FALEI E ESCREVI

Várias vezes já ouvimos esta frase. O comportamentohumano é caracterizado por uma flexibilidade, quepossibilita sua adaptação as mais diversas situações erealidades, que lhes são apresentadas. Porque, sendouma característica humana a flexibilidade de conduta,cobramos das pessoas um comportamento perene frenteàs diversas situações que enfrentam em sua dia-a-dia?Poderíamos pensar em uma racionalidade, que somenteseria possível se pudéssemos eliminar totalmente aemoção da personalidade do Ser Humano. Somente umSer totalmente despido da emoção, poderia manter umacoerência permanente em tudo que fala e escreve. Poisem cada situação que enfrentamos, muitas são asvariáveis que formam o cenário, e várias são aspercepções que temos naquele momento.Pelo raciocínio desenvolvido, podemos aceitarperfeitamente que o Ser Humano tenha seucomportamento e suas ações pautados pela posição queele ocupa, em um dado momento, em determinadasituação. Não sendo então considerada anormal amudança de opinião ou comportamento pelo SerHumano.E um Maçom pode mudar de opinião? Pode em um dadomomento, se posicionar a favor ou contra uma situaçãoou comportamento, e em seguida mudar sua posiçãoem relação a uma idêntica situação?Certamente esperamos que um Maçom tivesse um

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equilíbrio emocional suficiente, para não permitir que aemoção dominasse o seu comportamento e suas ações,porém não devemos esquecer que os Maçons são SeresHumanos e, portanto, seu comportamento écaracterizado pelos mesmos fatores, que determinam ocomportamento de todos os Seres Humanos.Portanto, devemos ter Tolerância com as mudanças dospontos de vista e opiniões de outras pessoas, pois aflexibilidade é uma característica importante de qualquerpersonalidade.Outro aspecto é que, em geral, a sociedade universalnão tolera muito “posições fixas” ou imutáveis. Ointransigente é considerado “um chato”. A sociedadevaloriza aqueles cujos canais de comunicação estãoabertos a discussão e as mudanças de opinião.Assim não devemos estranhar ou criticar alguém pormudar suas opiniões ou comportamento, em função deuma nova situação que está vivenciando. Devemos noslembrar de que, quando temos nossos anseios eexpectativas frustrados, a emoção passa a comandarnosso modo de ver e sentir a realidade, e nessa situaçãoé normal negarmos tudo o dissemos e escrevemos. E afrase: “Você vai acreditar se eu te disser que fulanomudou?”, não deve ser vista como uma critica, mas comouma constatação de uma realidade perfeitamenteplausível.Meus Irmãos, para que possamos conviver em Paz eFraternidade, é importante procurarmos compreendere aceitar o outro, com todas as suas contradições eidiossincrasias, sempre lembrando que o Maçom, antesde tudo é um Ser Humano.Fraternalmente.

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Novembro 2008

“JAMAIS HAVERÁ ANO NOVO, SECONTINUARMOS A COPIAR OS ERROS DOS ANOS

VELHOS.” - Luís de Camões

De repente, num instante fugaz, os fogos de artifícioanunciam que o Ano Novo está presente e o Ano Velhoficou para trás. De repente, num instante fugaz, as taçasde champagne se tocam e o vinho borbulhante anunciaque o Ano Velho se foi e o Ano Novo chegou. De repente,os olhos se cruzam, as mãos se entrelaçam e os sereshumanos, num abraço caloroso, num só pensamento,exprimem um só desejo e uma só aspiração: Paz eFelicidade. De repente, não importa a nacionalidade,não importa a língua, não importa a cor, não importa aorigem, porque todos somos Seres Humanos edescendentes de um só Pai, os homens lembram-seapenas de um só verbo: Amar. De repente, sem mágoa,sem rancor, sem ódio, os homens cantam uma sócanção, um só hino, o hino da fraternidade. De repente,os homens esquecem o passado, lembram-se do futuroventuroso, de como é bom viver.Quando nos olhamos no espelho, sempre vemos asmarcas que o tempo se incumbe de nos ofertar, linhasque o próprio tempo traça. Vemos também olhos queexprimem sofrimento, alegria, tristeza, satisfação,decepção, sucesso, enfim, vemos a matéria, ou seja, oresultado de nossa vida em forma física. Isso que vemosem nós mesmos, também podemos ver nos outros. Masa alma, ah, essa somente nós podemos ver e sentir,pois se trata de uma imagem interior de nós mesmos.

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Neste final de ano, olhe para dentro de si e tente lembrar-se do que foi feito de bom ou ruim. Procure repetir ascoisas boas, muitas e muitas vezes. Erros? Não osesqueça, para não repeti-los. Acontecimentos ruins,involuntários, esqueça-os e pense que no futuro virãomuitas coisas boas, e que você é forte para enfrentarquaisquer situações complicadas ou embaraçosas quepossam aparecer. Seja positivo, afinal há o livre arbítrioe você é quem decide como quer viver a sua vida.Escolha o melhor!A razão e a sabedoria são fatores que nos tornamhumanos. Nós somos os únicos seres que têmconsciência de possuir uma vida, e aquilo que fazemoscom as nossas vidas depende de nossa vontade e dasabedoria. Nesse milênio, com a bagunça deste planeta,está na sabedoria à fonte de equilíbrio que precisamosmais do que nunca. Criar um ponto de equilíbrio com anatureza e manter a ética em nosso comportamento,são fatores muito relevantes para alcançarmos afelicidade. Estas são as lições que podemos aprendercom essa maravilha que é a vida.Os fogos anunciam a chegada de um Ano Novo! É horade refazer seus sonhos ainda não realizados e acreditarque irá concretizá-los. Soltar um olhar solidário eacalentador para os seus amigos e bocejardisplicentemente para os desafetos. Aprender com oserros do ano já ido e brindar com um sorriso o ano bemvindo. Correr ao encontro daquele sonho ainda nãoperdido ou regozijar-se mais uma vez o sonho jáconquistado.Então, Feliz Ano Novo, aproveite a festa. Cultivem aAlegria e a Felicidade que são consideradas comograndes forças positivas que engrandecem os espíritos.Essa é a razão pela qual desejo a você um ano repletode luz, amor, saúde e prosperidade.

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Dezembro 2008

LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE

A Liberdade, a partir de uma perspectiva existencial,não pode ser separada da responsabilidade. Pois averdadeira liberdade implica em responsabilidade. Noentanto, é comum que algumas pessoas procuremexercer a liberdade tentando evitar a correlataresponsabilidade. Embora, às vezes, pareça que estaspessoas possam lograr êxito no presente, no futuroverificar-se uma consequência psicológica. Estaconsequência muitas vezes não é muito perceptível, masque pode expressar-se através da culpa, ansiedade,depressão, ou até mesmo pela ira e agressividade.Mas a liberdade é responsabilidade. Quando vocêestiver livre, você estará automaticamente responsávelpor seu próprio futuro. Para exercer a sua Liberdadeimplica que você tem que reconhecer as consequênciasdos seus próprios atos. Você deve assumir aresponsabilidade por qualquer situação que estejavivendo hoje, você não deve culpar outros por aquiloque você não gosta em sua vida. Você tem que tomarsuas próprias decisões, para que possa ser responsávelpelo seu próprio futuro, e tem fazer isso sem medo dasconsequências ruins que possam advir. Você não podeter medo.Nós devemos ser capazes de aprender com nossospróprios erros e nos tornarmos pessoas melhores.Pessoas Livres, como nós, querem aprender com seuserros, mudar e crescer no processo.

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O processo de mudança não começa até que a pessoaaceite a responsabilidade pelos seus atos ecomportamento. Este é um dos mais difíceis desafiosdo crescimento da personalidade. A fim de crescer, apessoa tem de aceitar a responsabilidade por aquiloque tem feito para contribuir com o meio onde estávivendo. Se você não tem qualquer responsabilidadecom os seus atos, então tem pouca capacidade demudança e crescimento.Desde que veio luta pelas liberdades que prezamos hoje,incluindo a liberdade de culto, de expressão, daimprensa, na humanidade evoluiu a consciência daresponsabilidade civil. Inicialmente essa consciênciaevoluiu num engajamento da sociedade nesse anseiopela liberdade. Mas posteriormente, essa consciênciasocial caminhou no sentido da necessidade da correlataresponsabilidade com a liberdade conquistada. Nuncana história da humanidade tinham sido alcançados tãogeneralizados poderes para o indivíduo, e nunca anteshavia tantas pessoas desfrutando tal grau de liberdadepessoal.O jornalista é membro de uma profissão importantíssima,representa uma instituição que deve possuircredibilidade, liberdade e responsabilidade. Ao falar ouescrever como um profissional, o jornalista deve estarisento de qualquer censura institucional, nas não podeestar livre da disciplina e da responsabilidade pelo queproduz.Sua posição especial na comunidade, de informar ecomunicar o que está acontecendo, impõe-lheobrigações especiais. Como uma pessoa decomunicação e de membro de uma importante instituição

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social, o jornalista deve se lembrar de que o públicopoderá apreciar a sua profissão, respeitar e crer nainstituição que ele representa de acordo com a isençãodas suas afirmações e a forma como manipula asinformações.Daí o jornalista deve mostrar a todo o momento respeitopela opinião dos outros, isenção em suas posições edeverá indicar sempre que quando ele ou ela estáfalando ou escrevendo, o faz como instituição e nãocomo indivíduo, procurando respeitar e engrandecer ainstituição que representa, abandonando seusinteresses individuais, frustrações, ódios e angústias.Mas, caso seu comportamento não esteja de acordo coma ética que se espera de qualquer profissional, deveráser responsabilizado por seus atos, principalmente pelacredibilidade da instituição que representa.

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Janeiro e Fevereiro 2009

SEGURANÇA PÚBLICA DEVER DE TODOS

É um princípio social fundamental, que a primeira missãodo Estado é, historicamente, garantir a segurança detodos os cidadãos e lhes permitir viver em um ambientesaudável, onde todos possam ter a chance de evoluirlivremente, de acordo com as suas potencialidades. Énecessário que os cidadãos confiem no Estado paragarantir sua segurança, e tenham a sensação de queaqueles que violam as leis, realmente vão pagar a suadívida com a sociedade. Que as vítimas obtenham oapoio necessário, que a justiça seja acessível a todos eesteja ao seu serviço.O Estado deve sempre ter no centro das suas prioridadeso bem-estar e à segurança dos seus cidadãos.Embora as relativas questões de segurança pública eda vida privada, por vezes, possam parecer estardistanciadas, em verdade estão estreitamenteinterligadas. E nós podemos testemunhar isso em nossavida quotidiana. Isso explica porque as questões dasegurança pública e da justiça são uma grandepreocupação para nós.Questões de segurança estão sempre presentes. Asegurança é uma preocupação de longo prazo. Por estarazão, o incremento do planejamento das ações paraaumentar a segurança e privacidade é vital para o curtoe longo prazo.A experiência mostrou como é importante continuar atrabalhar em conjunto: Sociedade/Estado, para criação

Para concluir, gostaria de repetir que não podemos viversem liberdade e direitos fundamentais, não podemosviver sem segurança.A confiança das pessoas nos Órgãos de Segurança éfundamental. Não podemos arriscar perder estaconfiança. Isto significa que as medidas necessáriaspara fazer exercer segurança devem ser sempreacompanhadas de salvaguardas adequadas paraassegurar a fiscalização, responsabilização e

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de um verdadeiro espaço sociocultural de justiça,liberdade e segurança. Um espaço de justiça, liberdadee segurança não é baseado apenas em medidaslegislativas, mas também, e mais importante, naconfiança das pessoas de que os seus direitosfundamentais serão respeitados, e sua segurança serágarantida. Essa confiança é o princípio fundamental detoda a relação do indivíduo com os Órgãos desegurança.Na verdade, temos de trabalhar juntos, e em todos osníveis. Isto não pode ser feito sem um forte apoio dosCidadãos ao Estado.Atualmente, as diversas partes envolvidas na questão,nem sempre se comunicam, ou não se comunicamsuficiente e eficientemente. Isso deve melhorar. Temosque ter um claro e compartilhado projeto com vistas àsegurança pública, com uma eficiente investigação edeterminação de prioridades, necessidades e limites.Sociedade Civil, Governo, Empresas, Instituições eUniversidades, para citar alguns, devem participar dasdiscussões e pesquisar soluções para os diversosproblemas relativos à Segurança. Temos de evitar açõesde forma isoladas e partir para um trabalho integrado.Para atingir este objetivo, temos que propor medidasdestinadas a encontrar um justo equilíbrio entre aprevenção, a educação dos cidadãos e a repressão. Amelhor maneira de prevenir a desobediência envolveeducação, mas não é necessário abandonar todas asregras estritamente dissuasivas e austeras de punições,que, afinal, é um grande fator preventivo.

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Por isso que defendemos um necessário reforço dejustiça para os criminosos e mais direitos para as vítimas.Temos que sempre exigir as mais severas punições paraos agressores e autores de crimes violentos, propondo,por outro lado, mais meios para ajudar as vítimas, quepoderá ser a adoção de um Estatuto dos Direitos dasVítimas.Quando os cidadãos tiverem a sensação de estarrealmente seguros, que os criminosos pagarão o preçojusto por suas ações e quando o destino das vítimas forconsiderado como deve ser, poderemos dizer que umgrande passo terá sido dado, e que viveremos em umasociedade melhor e mais pacífica.A segurança pública tornou-se uma prioridadeimportante para as democracias ocidentais e uma grandepreocupação para o Estado, Sociedade Civil, Instituiçõese Empresas. Uma questão importante para o futuro dasociedade é como organizar a sua proteção, integrandoos esforços desses atores. Uma maneira para coordená-los é através das suas participações em Fóruns eConselhos, que visem à regulação da segurança e dassuas diferentes atividades, pela discussão e elaboraçãode um planejamento integrado.Sociedade, Setor Público, Trabalhadores, Empresas,etc., devem participar de um diálogo para trocar ideaise desenvolver um plano de ação, crucial para que asegurança pública possa satisfatoriamente alcançarseus objetivos. Em agosto, a primeira ConferênciaNacional de Segurança Pública – 1ª CONSEG serárealizada em Brasília. O Fórum, juntando a Sociedade

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Civil, Setor Público e Trabalhadores da área, umainovação no Setor, deverá assegurar a relevância daparticipação de todos os agentes envolvidos na buscade resultados e sua utilização no processo de decisãopolítica. Se cada um dos participantes usar o melhor dasua experiência sobre segurança na formulação daspropostas, podemos alcançar políticas mais eficazes e,em última instância, isso significa uma melhor segurançapara todos os cidadãos.

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Março 2009

EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PESSOAL

A Ordem Maçônica é uma organização sem finslucrativos, dedicada ao desenvolvimento do potencialhumano através da educação.Educação, Liderança e Crescimento Individual sãoobjetivos da Ordem, desenvolvidos através de umprocesso educacional Universal. Não é nenhum segredoque a educação é a chave para o auto aperfeiçoamento.O objetivo central do processo educacional desenvolvidopela Ordem é a promoção de meios e recursos para odesenvolvimento pessoal de seus membros, através daaprendizagem incrementada ao longo da vida maçônica.Esse processo é orientado para que os Maçons possamalcançar um desenvolvimento equilibrado nos domíniosda ética, do intelecto, do social e das competências, eassim possam ampliar o pensamento crítico eexploratório, inovando e adaptando-se às mudanças,sem perder as tradições, visando prepará-los parasatisfazer todos os desafios da vida maçônica.Uma análise das características da Ordem revela queem todos os países ela detém a mesma visão sobre anecessidade do crescimento individual de seusmembros. Buscando alcançar esse objetivo, ela temperseguido ativamente o crescimento pessoal de seusmembros, através da educação desenvolvida nas LojasMaçônicas.Esse processo deve buscar o domínio deconhecimentos, habilidades e atitudes, bem como

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permitir a plena utilização dos pontos fortes e suavizaras fraquezas de cada um, desenvolvendo habilidadesque poderão ser aplicadas na resolução de problemase para enfrentar os desafios da vida, além de oferecerinformações para ajudar ainda mais a sua educação parao crescimento e desenvolvimento pessoal.Preparar os Maçons, como membros da nossacoletividade, para contribuir com o sucesso de nossasociedade através do trabalho comunitário, tambémdeve ser um dos principais objetivos da educação dosMaçons para a Ordem.Para alcançar o desenvolvimento social do Maçom, esseprocesso educacional tem que conscientizá-lo danecessidade de respeitar e aceitar outros, e devetambém levá-lo a compreender seus papéis eresponsabilidades na família, na ordem e na sociedade,e como também desenvolver as habilidades decomunicação para construir um bom relacionamentointerpessoal.Em relação à Ordem esse processo deve conscientizaro Maçom da necessidade de adaptar sua vida pessoalaos planos e objetivos da Ordem, levando-o a assumiruma atitude positiva em relação ao trabalho maçônico,e da necessidade de adquirir informações, de forma acompreender a relação entre o domínio do conhecimentoe o sucesso maçônico.Deve conduzir o Maçom a estabelecer uma relaçãocaracterizada por afinidade, intimidade, reciprocidadee continuidade levando-o a sentir que ele faz parte deuma família. Este sentimento não é baseado em fatorescomo a partilha de um lar comum ou de possuírem os

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mesmos pais. Pelo contrário, baseia-se no processo deaceitação e na relação que ele e outros têm em funçãodas quatro características citadas.Deve ser também objetivo desse programa,principalmente voltado para os Maçons mais recentes,crescer e desenvolver a capacidade de liderança dosMaçons. Esse programa, no entanto, em seudesenvolvimento, não deve esquecer-se de analisar arelação entre Liderança e Ética.As diferentes correntes da psicologia dão ênfase à teoriaque o crescimento pessoal é alcançado combinando ocognitivo (ideia ou imagem que concebemos do mundoou de alguma coisa), o social (o papel da sociedade, dacultura e da dinâmica social), e as diferenças individuais(a inteligência, habilidades e características dapersonalidade). Mas temos ainda que considerar asemoções sentidas, e analisá-las como podem ser umdesafio - e que delicioso desafio! - ao crescimentopessoal. O truque é ser inteligente com os sentimentos.A Inteligência Emocional é um ingrediente essencial parao crescimento pessoal, e está em, sem perder a aptidãode emocionar-se, ser capaz de não se deixar dominarpor ela, esta habilidade faz uma enorme diferença notrabalho, na Loja, em casa, em fim na vida.Em muitos momentos da minha vida, eu sou o navioestável. Não importa quão tempestuosos sejam osmares, eu sigo em meu curso com confiança, atravésdo caminho áspero das águas revoltas, com habilidadee tranquilidade. É importante preparar os Maçons paraque possam habilidosa e tranquilamente enfrentardesafios a cada dia.

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Finalmente esse processo educacional desenvolvidopela Ordem deve contemplar a Educação para a Paz,abrangendo questões de segurança humana, daequidade, da justiça e da compreensão intercultural, poisesse é um capítulo de importância primordial. Pois aeducação também reduz a criminalidade. As carênciasdo ambiente social levam a um deficiente desempenhoigualitário, ao absentismo comunitário, e ao abandonodos paradigmas sociais, gerando a delinquência e ocomportamento violento, o processo educacional é umimportante agente para reduzir essas consequênciasdessa omissão da sociedade.

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Abril 2009

ESQUECER O PASSADO E NÃO PENSAR SOBREO FUTURO?

Num livro que li recentemente, o escritor incentivou-nosa concentrar-se no hoje, esquecer o passado e nãopensar sobre o futuro.Estou de acordo sobre este ponto de vista do autor, noque diz respeito ao fato de que nem o passado e nem ofuturo estão totalmente dentro do nosso controle. O únicodia que temos sob nosso controle é hoje, portanto, fazsentido que devemos concentrar os nossospensamentos sobre ele, e não se preocupar com coisasque aconteceram ou coisas que podem ou não viracontecer.Mas não concordo com a ideia de que deveríamosesquecer totalmente o passado. E discordo com a ideiade que não devemos pensar em nada para o futuro.O passado contém muitas lições para nós. O passado écomposto de erros que cometemos, e torna-senecessário refletirmos sobre ele, para que lembrando-nos dessas coisas, não venhamos a repetir os mesmoserros novamente no presente e no futuro. Somos o quesomos por causa do nosso passado. E o que nósseremos no futuro depende muito se aprendemos ounão com o que aconteceu nos dias que já passaram.No passado, fizemos promessas e as promessas nãosão supostos para serem esquecidos. Estão para seremlembradas e para serem cumpridas, sempre que vocêdecidiu estar indo para o seu cumprimento, só porque

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hoje é a realidade de tudo o que você alcançou, nãosignifica que você deve esquecer as promessas feitasno passado. Também não devemos esquecer o bem quealguém pode nos ter feito. Qualquer bem que seja feitoa ti deve ser devolvido com algo melhor. Não é algo quevocê deve esquecer, apenas porque está no passado.Como seria muito conveniente esquecer!É fácil para o homem esquecer o bem que é feito paraele. Não é estranho que quando ele usa dinheiro de umamigo, esquecê-lo, mas quando ele empresta dinheiroa um amigo, ele sempre se lembra, não é mesmo?Quanto ao futuro, não podemos dizer que não devemospensar nele. Enfrentamos nossas dificuldades hoje, mastemos esperança de que amanhã o GADU irá nos enviaralívio. Não há nada de errado em termos esperançaspara o futuro. O presente será melhor no futuro, seaprendermos e lutarmos para nos tornarmos melhoresseres humanos. Não há nada de errado em esperar queo GADU vá conceder-nos tempo para fazermos o beme ajudarmos outras pessoas.Nós não podemos viver nossa vida presente e descuraro futuro. Temos que nos preparar para ele. Nós nãosabemos se vamos morrer hoje, mas se não acontecer,teremos um dia seguinte, que vem, e que ira fazer muitasexigências sobre nós, e que poderá nos causar muitador e sofrimento, se não estivermos preparados paraele. Assim, o aluno deve estudar hoje, para que ele possater bom resultado no teste amanhã. O homem devetrabalhar hoje, para que ele possa pagar suas contasamanhã.

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Então, em minha opinião, devemos viver hoje,lembrando-se das lições do passado e planejando onosso futuro, de modo que cada dia venha a torna-seuma grande bênção, para os maçons fiéis servidoresdo GADU.

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Maio 2009

COMO COMBATER A REVOLTA E A REBELDIAINTERIOR?

Pela revolução interior, pela revolução do íntimo, pelamudança dos costumes, valores e do modo de ver omundo.A Revolução Interior supõe o domínio de si mesmo pelarenúncia às paixões, a vaidade, a soberba, etc., peloesforço reflexivo que procura descobrir no Homem, seusemelhante, à verdadeira grandeza humana. O problemaé este: descobrir o Homem no homem.Reconstruir o Homem é levar o próprio Homem areconquistar-se. Dominar a vaidade, a soberba, oceticismo, a desilusão, a impetuosidade, o egoísmo, oapego às glórias falazes, convencido de que ninguémtem o direito de pretender controlar a vida dos outros,quando não é capaz de governar nem a si próprio. Oproblema do mundo é um egoísmo imenso, em que nãosomos capazes de aceitar as pessoas como elas são.Sempre queremos que o outro seja a nossa própriaimagem projetada em um espelho. Não somos capazesde entender, que como os dedos de nossas mãos, somostodos diferentes. E que nós não somos sempre o melhorparadigma para o ser humano.Compreender nossas falhas e erros é o primeiro passopara dominarmos esse egoísmo. Aceitar nossa condiçãohumana de imperfeição é essencial para o crescimentoe desenvolvimento do Homem e da Humanidade.Porém as Instituições (a Maçonaria, por exemplo)

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crescem e se desenvolvem coletivamente, se cada umdos seus componentes não procurar aprimorar-se nasvirtudes da tolerância e da humildade, através desacrifício do egoísmo e do egocentrismo.Porque para combatermos o mal da sociedade e dosoutros, precisamos primeiro, combater o mal em nósmesmos.É preciso dominar a intolerância, a agressividade, arebeldia e a revolta. Sem dominá-las não teremoshomens dignos. Sem homens dignos não teremos umasociedade correta, nem mesmo por mais belos que sejamos planos maçônicos.Precisamos cultivar constantemente, coragem parareconhecer nossos erros e falhas, paciência para aceitá-las, fortaleza para corrigi-las e inspiração para evitá-las; além das virtudes: da energia e da bondade, daseveridade sem alarde, da bravura sem ostentação, dapureza sem orgulho puritanista, da humildade comdignidade e da dignidade sem egolatria. Cultivar o amorao próximo e a generosidade para os que se manifestamincapazes de compreender o ideal proposto.O nosso combate ao erro e a mediocridade deve,portanto, principiar em nós mesmos. E é somente poresta Revolução Interior que se poderá salvar afraternidade, vivificar a liberdade, enobrecer a PessoaHumana, engrandecer a Ordem; transmitir à posteridadeum patrimônio moral com que ela se defenda, se afirmee se engrandeça, realizando a Sociedade dos nossossonhos. Isto porque no próprio Homem, consideradomaçonicamente, lutam dois homens: o velho e o novo,aquele trazendo a tendência ao Mal, este a iluminar-se

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com a própria luz que de si mesmo tira, do seu eu interior,e que é a aspiração ao Bem. Portanto, para combater omal da sociedade e dos outros, precisamos primeiro,combater o mal em nós mesmos. Combatendo todos ossentimentos e comportamentos negativos, tais como arevolta, o egoísmo, a soberba, a luxúria, a rebeldia, aviolência, o sarcasmo, o escárnio, etc., e procurandodominar nossas paixões, desenvolver sentimentos ecomportamentos positivos, como humildade, tolerância,benevolência, amor fraternal, paciência, respeito aopróximo, etc..Vivamos em Paz e sempre procuremos praticar o bem eas boas ações.

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Junho 2009DEVER CUMPRIDO

Cada Maçom tem cumprido as suas obrigações, umavez que a Ordem prossegue sua caminhada através dotempo e da história. E hoje os Veneráveis Mestres queconcluem os seus mandatos podem afirmar: “Temoscerteza que cumprimos as promessas que fizemos”.Do ponto de vista pessoal, existe uma ideia de atitudevital, que vai do modo de viver e de trabalhar, ao sentidoda vida, descoberto através de toda a história do serhumano, que é a intencionalidade e a busca do Sucesso.Em uma palavra, o que o homem está procurando nasua vida, o que dá sentido e valor a sua existência, emúltima instância é a Realização Pessoal. A Sensaçãodo Dever Cumprido. Isto é o que dá sentido à existência,o que rompe a ociosidade, se não fosse à busca documprimento do dever, da auto realização, o que iriapreencher a alma, a psique humana.Quando qualificado biologicamente, o homem éconcebido como uma máquina quase perfeita. A Ordemguia-nos na busca da alma humana e espiritual do serpré-existente nele. Por meio do seu pensamento e dasua prática como Instituição Humanística a Ordemdesenvolve a nossa capacidade de compreender ahumanidade e a nós mesmo, para respeitar asconvicções e crenças de cada individuo, alcançar osofrimento dos outros, e desenvolver a capacidade paraajudá-los. A Maçonaria nos instiga a conceber o Universocomo uma criação maravilhosa, e pragmaticamente a

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perceber que “o todo está em todas as suas partes”. Elaé a fonte dos valores que norteiam os nossos deverespara com o Supremo Arquiteto do Universo, aHumanidade, a Pátria, a Família e para com nósmesmos. Afinal vamos encontrar no seu corolário esubstancial conhecimento, todo o conteúdoimprescindível para a concepção de um projeto de vidasaudável e rica em realizações. Esse conhecimentoextraordinário não é genérico, ele é sempre novo,especial e individual, orientado particularmente a cadaMaçom.A Ordem ministra um correto Sistema de Boas Práticaspara a Felicidade da Humanidade, a cada passo éampliada uma etapa da evolução do Ser, desde ainiciação até a extinção, tanto para o próprio benefíciodo Maçom, como em benefício dos outros.A verdadeira realização não é material, mas é umsistema de ação consciente e sábio quemaravilhosamente acalorado dentro do coração dosseres humanos, como uma chama de beleza eesplendor, ilumina o caminho da Felicidade do Homem.Em suma, Maçonaria é dever, para com o VerdadeiroDeus e com o nosso Semelhante.Para alguns esses valores são enfatizados, enquantopara outros são rejeitados, dependendo se eles afinam-se com a ideia, o sentido, a intenção e a finalidade desua vida.Sabemos que existiram dificuldades que foramsuperadas. Mas continuamos a avançar com grandepaciência e persistência. A responsabilidade recai agorasobre aqueles que darão continuidade a obra iniciada aquase 300 (trezentos) anos.

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Eu tenho certeza que todos estão em paz ao terminarseus mandatos como um Venerável Mestre, porqueconseguiram cumprir os seus destinos. Este é o melhorlegado que podemos deixar para as gerações futuras.Para concluir: Parabéns e Obrigado meus AmadosVeneráveis Mestres que com muito carinho e desveloconcluíram seus mandados. Que Deus os recompense.

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Julho 2009

DESEJAMOS SUCESSO EM SUA ADMINISTRAÇÃO

Porque é que o sucesso parece vir tão fácil para algumaspessoas e tão difícil para outros? Creio que estamostodos intrinsecamente nos esforçando para sermos bemsucedidos em algumas áreas da nossa vida, quer sejano nosso trabalho, em nossos relacionamentos, nasnossas finanças, em nosso esporte favorito, em nossoshobbies, ou seja, no que for. Mas para alguns se tratade forma natural das coisas acontecerem, enquantooutros lutam sua vida inteira procurando sucesso. Seráa faculdade ou universidade que frequentaram? Seráque algumas pessoas possuem apenas sorte? Ou existeuma fórmula que podemos seguir, e que conduzirá aosucesso? Qual é a chave do sucesso? Será que vocêsabe?Como orientar a gestão dos administradores, que foramdesafiados a conduzir, dentro da nossa organização,as suas Lojas?Não possuímos a chave, mas podemos analisar algunsfatores que podem conduzir ao sucesso.- Para alcançar o sucesso é necessário um olhar atentopara o que as pessoas de sucesso fazem.- As pessoas, em geral, têm muita pressa para obter osfrutos do seu trabalho e se eles não veem o suficienterápido, por vezes, elas tornam-se frustradas e desistem.- Uma fórmula de sucesso é buscar sempreRESULTADOS. Os resultados são produzidos somenteapós se fazer alguma coisa, e fazê-lo bem, por muitas emuitas vezes, até que o resultado desejado seja atingido.

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Então, a fim de ter o que nós queremos, temos que fazeralgo, a fim de alcançarmos os resultados desejados. Abusca dos resultados poderia ser resumida em uma fraseou afirmação, que seria: “Você pode alcançar o quequiser”. A parte difícil é descobrir o que exatamente quevocê quer alcançar.- A fórmula do sucesso é AÇÃO. Não somente ações,mas fazer as coisas certas, ações corretas e direitas.Às vezes leva um tempo para aprender o que são ascoisas certas, por isso, a necessidade de conduzirmosas nossas ações, a fim de atingir os resultadosdesejados. Mas não fazer nada, ou não estarmosdispostos a mudar a direção das coisas que estamosfazendo, quando necessário, certamente irá limitar anossa capacidade para encontrar o sucesso.- A coisa mais importante que diferencia uma pessoa desucesso, das que ainda estão buscando o sucesso, é oque está entre as suas orelhas. Isso mesmo! É comoelas pensam.A fórmula do sucesso é a forma de PENSAR. Para seruma pessoa de sucesso, você tem que aprender apensar como uma pessoa de sucesso. Você devedesenvolver a identidade, crenças e valores de umapessoa bem sucedida. Já ouvimos falar de vencedoresdas loterias que, em cerca de cinco anos, perderam osvários milhões que ganharam. Eles não se tornaram“milionários”, continuaram a pensar como antes deganharem seus milhões. A fim de ter uma administraçãoforte, você tem de aprender a pensar como os grandesadministradores pensam, a fazer as coisas que fazemos grandes administradores, e desenvolver as suasações para espelhar outros grandes líderes.- Mas você não será um grande administrador sozinho,mesmo fazendo as coisas direito, você precisa da

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cooperação de sua equipe. Trabalhar como uma equipeque não quer apenas atingir, mas também ultrapassaros objetivos, ir além das expectativas.A equipe tem que estar comprometida com as metas e aOrdem, por sua vez, a sua administração tem que estarcomprometida com seus Irmãos, e com seuscrescimentos pessoais e maçônicos.- Existe outra coisa muito importante sobre o sucesso, odesejo de alcançá-lo. Se você não desejar realmente osucesso, não terá qualquer possibilidade de alcançá-lo.Finalmente para encontrar o equilíbrio e a harmonia emnossa vida, e a nossa felicidade, temos que nos dedicara causa que escolhemos e temos definido para servir. Eela nos conduz a um desejo de fazer algo além dascoisas que fazemos para nós mesmos. Como disseAlbert Schwitzer: “aqueles dentre nós que sãoverdadeiramente felizes, são aqueles que procurarame encontraram como servir”.Meu Caro Venerável Mestre, você vai encontrar tantoalegrias, bem como frustrações durante essa viagem,mas, no seu conjunto, você vai constatar que todos osaspectos desta viagem, farão de você uma pessoamelhor e mais confiante.Estou torcendo e desejando o seu sucesso! Conteconosco.

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Agosto 2009

RESPOSTAS ADEQUADAS À VIOLÊNCIA

A Ordem Maçônica explora a dinâmica problemática darelação entre os sistemas sociais e os indivíduos, comespecial referência a adaptação do indivíduo ao meiosocial. O indivíduo que “se recusa” a aceitar ecompreender esses preceitos, muitas vezes encontrana violência uma resposta para sua inadaptação, e essaviolência ainda deve ser entendida como relacionada auma resposta a um grave transtorno de personalidade.A apregoada e discutível tolerância maçônica, empresença da violência e da agressão, apresenta aexistência de quatro operações discursivas que tentam:“(1) dissimular a violência, (2) atenuar aresponsabilidade dos agressores, (3) contrafazer aresistência das vítimas, e (4) culpar as vítimas oupossíveis patologias das vítimas” (Coates & Wade,2004). Essas quatro justificativas produzemrepresentações incorretas da violência e ignoram anatureza unilateral dos atos violentos, e procuramminimizar as responsabilidades dos agressores.No caso de um incidente de violência, procedimentos eresponsabilidades devem ser explícitos em uma políticade tolerância zero para a violência. Essa política deveabordar uma resposta imediata aos atos de violência.Se uma ameaça iminente de violência ocorreu,específica ou geral, a ameaça não deve ser ignorada,mas, providências devem ser tomadas, sejam elasjurídicas ou institucionais.

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Uma vez que um evento traumático ocorreu, a respostada Ordem irá desempenhar um papel significativo noprocesso de Recuperação do Agressor. Devemos tersempre em mente que a Ordem é uma Instituiçãoeminentemente Psico-educacional.Quando a Ordem não é percebida como uma “proteção”em si, e não está pronta para entender e responder àsnecessidades dos Maçons que podem ter sido “vítimas”,isso pode causar um trauma adicional. Para satisfazeras necessidades das vítimas, a Ordem deveproporcionar conforto imediato, através de uma respostarápida, e apoio dos pares, da comunidade maçônica,expresso pela repulsa e crítica ao ato violento.Distúrbios afetivos são normais e devem ser esperados.Normalmente, a maioria das vítimas vai internalizar(depressão, prevenção e retirada) as respostasemocionais e psicológicas. É importante para o Grupo,ser capaz de tolerar o silêncio quando a vítima precisarde um tempo quieta.Considerando todos os méritos do modelo decomunidade democrática da Ordem, vemos a violênciacomo um dos perigos iminentes a este modelo, entreoutros, pois a violência poderá afastar aqueles que nãoestão prontos para conviver em um ambiente violento,onde todos e tudo é ganho no grito e nas agressõespsicológicas ou físicas.Concluindo, nós todos temos testemunhos eexperiências de violências em nossas vidas. Nós nostornamos habituados à violência, consciente ouinconscientemente, a julgar quem está certo e erradoem relação à violência. Para entendermos a violência

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precisamos nos situar em relação a ela e reconhecer,refletir e trabalhar com os aspectos de nossasexperiências que são replicadas em nosso julgamentode violência nos outros. Vamos aproveitar aoportunidade para parar e refletir sobre a violência e,como estou sugerindo, aproveitar a oportunidade parafazermos algo sobre ela.

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Setembro 2009

NOVAS E ESPAÇOSAS INSTALAÇÕES

A Administração do GOB-RJ estava funcionando em umpequeno espaço (um corredor) no prédio do Palácio doLavradio nos últimos dez anos. Todos os dias dezenasde Maçons visitavam as Secretarias do GOB-RJ paratratar de assuntos de seus interesses e de suas Lojas.Este espaço era insuficiente para atender a um númerotão grande de Irmãos. Além disso, também não haviaespaço suficiente para os funcionários cuidarem dosregistros, encaminhamentos, recebimentos, etc..O atual Grão-Mestrado buscou várias alternativas parasolucionar o problema, mas sempre esbarrava em umaquestão primária, onde no Palácio sobrecarregado deTemplos e Lojas, encontrar uma área que pudesseampliar o espaço ocupado pelas Secretarias?Quando o comodato foi denunciado pelo GOB,considerando as notificações do INEPAC (Órgãotombador do Palácio) para que a área ocupada pelasSecretarias fosse desmontada e fossem realizadas obrasde restaurações de custo elevado no imóvel, aAdministração do GOB-RJ teve que tomar a iniciativade mudar o centro administrativo do GOB-RJ, aproveitouentão para buscar uma área espaçosa, que pudessedar aos Maçons mais conforto e aos funcionáriosmelhores condições para desenvolverem suasatividades.O Grão-Mestrado procurou um lugar mais elegante,bem como mais espaçoso, encontrou uma área de

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aproximadamente 350 m2, ocupando todo um andar. Onovo espaço tem toda a infraestrutura necessária paraque possa exercer todas as suas atividadescorretamente.Estamos muito felizes com o resultado alcançado, tendo-se atingido os nossos objetivos quanto a espaço, locale infraestrutura. Além disso, conseguimos tudo comcustos bastante reduzidos, graças a grandes Irmãos quenunca nos faltaram, desde o início de nossaadministração.É sempre um momento emocionante quando se inicia otrabalho de reconstrução. É este projeto continuarádurante os próximos meses, quando estaremosreforçando o nosso compromisso de levar os serviçossuperiores, marcados pela eficiência, mais perto dosnossos Irmãos.Gostaríamos de agradecer a todos nossos Irmãos porseus apoios contínuos e compreensão com odesconforto que viveram ao longo da nossa estadia noLavradio e também agradecer ao Irmão Falcão que nosajudou incansavelmente ao longo do caminho quetrilhamos até conseguirmos nos instalar em nossa novasede.Estamos ansiosos para receber nossos Irmãos em nossanova sede.Continuaremos a trabalhar no sentido de um crescimentoforte e equilibrado do Grande Oriente do Brasil no Riode Janeiro, não podemos nos acomodar novamente, nósvamos lutar pela implementação da estratégia deaquisição de nossa sede Própria.O Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro mereceuma Sede Própria, e nós Maçons Fluminenses vamosrealizar esse sonho!

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Outubro 2009

COMO ALCANÇAR A PAZ INTERIOR E AFELICIDADE

Um mendigo estava sentado à entrada de uma Igrejahá mais de trinta anos. Um dia, um desconhecido entrouna Igreja. “Uma esmola pelo Amor de Deus.” Resmungouo mendigo, estendendo mecanicamente seu velhochapéu. “Não tenho nada para lhe dar.” Disse o estranho.Então ele perguntou: “Em que você está sentado?” “Emnada.” Respondeu o mendigo. “É apenas uma caixavelha... Estou sentado sobre ela há muito tempo”. “Enunca olhou dentro dela?” Perguntou o estranho. “Não!”Disse o mendigo. “Porque olhar? Não há nada dentro”.“Você tem que olhar dentro dela!” Insistiu o estranho. Omendigo resolveu abrir a tampa. Com espanto,incredulidade e excitação, ele viu que a caixa estavacheia de antigas moedas de ouro.Muitas vezes buscamos incessantemente a Paz e aFelicidade, procuramos na riqueza, no poder, nasrelações sociais, etc., mas esquecemos de buscar ondesempre estiveram ao nosso dispor. Dentro de nósmesmo!A Paz Interior (ou paz da mente) se refere a um estadode estar mental e espiritualmente em tranquilidade, paramanter-se forte diante da insegurança, da discórdia oudo estresse. Estar “em paz” é fundamental para sersaudável e o oposto, ficar estressado ou ansioso, éprejudicial à saúde. A paz de espírito está geralmenteassociada à bem-aventurança e a felicidade.

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Para encontrar a Paz, basta levantar a tampa da caixaem estivemos sentados sobre ela durante muito tempo,a caixa somos nós e a tampa a consciência e aintrospecção.Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, enfatiza a importânciada paz interior, para a paz no mundo: “A questão real,as preocupações do mundo com uma paz duradourados seres humanos, são sentimentos básicos dahumanidade, e também estão nas suas raízes. Atravésde paz interior, a paz no mundo real poderá seralcançada. Assim a importância da responsabilidadeindividual é bastante clara, uma atmosfera de paz deveser criada, primeiro dentro de nós mesmos, e então,gradualmente expandida para incluir as nossas famílias,nossas comunidades e, finalmente, todo o planeta.”A maioria das pessoas é preparada, através de nossossentidos, para interagir com o mundo fora de nósmesmos. Na verdade os nossos sentidos parecemespecificamente concebidos para ligar-nos às coisas domundo. Raramente nós vamos para dentro, nóscontinuamente nos movemos para fora através dossentidos.É por isso que a introspecção pode ser tão útil. Atravésda introspecção, nós vamos para dentro, para o nossointerior. Se nós olhamos por trás dos sentidos,poderemos encontrar um mundo bonito e alegre ocultodentro de nós.A chave desse segredo nos foi dada na nossainiciação, ela está no VITRIOL, abreviatura daspalavras da frase em latim: “Visita InterioremTerrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem”,

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ao pé da letra isto significa: “visita o interior da terra e,retificando-te, encontrarás a pedra oculta”. O verdadeiroiniciado sabe onde encontrar a pedra oculta, e assimviver em verdadeira Paz e Felicidade.

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Novembro 2009ANO NOVO - VIDA NOVA

A aproximação do Ano Novo é para muitos de nós ummotivo para mudar algo em nossas vidas. Se você olharem revistas, em anúncios na mídia ou na web, existeopções em toda parte: melhorar sua imagem, perderpeso, melhorar a sua dieta, parar de fumar, frequentaruma academia, iniciar um novo hobby, aprender umanova língua, etc.Mas, se queremos manter as nossas resoluções, épreciso tomá-las inteligentemente.Um fator muito importante é “por que” nós decidimosfazer alguma coisa. O “porque” determina a motivação,é o que nos permitirá continuar mesmo quando as coisasficarem difíceis.Se tomarmos uma resolução porque todo mundo o faz,ou se tomamos uma resolução porque as chancesconseguirmos sucesso é grande, é porque não estamosrealmente motivados para mantê-la. E se nós não amantemos, talvez estejamos iniciando um momento debaixa autoestima, as chances são de que nóscaminhemos para isso, e isso não vai nos fazer nenhumbem.Assim, a fim de fazer uma boa resolução, é muitoimportante como e por que nós decidimos fazer essaescolha.Então, vamos arregaçar as mangas e começar atrabalhar! Você já fez a sua resolução? Por que vocêdecidiu fazer essa mudança em particular? Vocêescolheu para fazê-la para si mesmo ou por alguém que

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lhe agrada muito? Você acha que para agradar alguém,será capaz de alcançar a sua resolução?Se você tiver escolhido fazer a resolução por si mesmo,como você a escolheu? Vamos considerar, por exemplo,caminhar diariamente pela manhã. Alguma vez vocêpensou realmente em começar a caminhar ou é porquetodo mundo faz? Você escolheu porque caminhar estáem seu plano de vida?Se você decidir fazer alguma coisa, porque outraspessoas estão fazendo, você acha que vai ter amotivação de longo prazo para segui-la completamente?A verdade é que, se queremos real motivação paraalcançar algo, isso tem que ser parte da visão global donosso ideal de vida, da vida que nos fará realmentefeliz e realizado.Então, o que você quer? Se você não sabe o que quer,você precisa obter clareza sobre os verdadeiros desejosdo seu coração, porque somente sabendo o que quervocê poderá alcançá-lo. Você tem uma imagem mentalde sua vida ideal? Se você não tiver, deve criá-la eimaginar que você está olhando para ela, e determinaro que você quer em todas as áreas diferentes de suavida - espiritual, emocional, mental, física, relacional,financeira, etc. Agora, se você tem essa imagem mental,o que você precisa fazer é simplesmente modificar asua vida presente, para que essa imagem se transformeem realidade.E, além disso, se você sabe que sua vida ideal seriadiferente, e sabe quais as mudanças que precisa fazera fim de alcançá-la, é hora de decidir se você quer fazeressas alterações, e o quão forte você está motivadopara realizá-las?

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Assim, a receita para a verdadeira realização é: decidiro que você quer em sua vida, ter com a maior clareza avisão de sua vida ideal, criar uma imagem mental dessavida, ter consciência de como você se sente ao ver-se aviver a sua vida ideal, sentir como se o sua vida idealesteja acontecendo agora, e decidir fazer as mudançasnecessárias para que essa imagem se transforme emrealidade.Você pode fazê-lo, na verdade você pode realizarqualquer coisa que você realmente queira.Escolha seu destino! Seja Feliz! Feliz Ano Novo! FelizVida Nova!

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Dezembro 2009

QUEM SOU EU? MAS, QUEM SOMOS NÓS?

A humanidade não teceu a teia da vida. Somos apenasum segmento dentro dela. Tudo o que fazemos para osoutros, nós fazemos a nós mesmos. Todas as coisasestão interligadas. Todas as coisas se conectam.Compreender o nosso mundo, e seu lugar no mundo éimportante. Temos de fazer escolhas que não são fáceis,mas são absolutamente necessárias.Na medida em que eu ainda estou na caminhada, estoumudando minha direção. Eu mudei desde que comeceia minha caminhada.A passagem pela Universidade foi, de fato, o momentoalto na minha caminhada e carreira. Eu sou professortitular de sociologia (antropologia) e filosofia da ciência,sou um homem voltado para a educação e para aformação dos jovens, pelo que a minha passagem pelaUniversidade permitiu-me complementar o entendimentoda problemática da educação hoje, no mundo. Além deoutras áreas de competência da Universidade, que nãoestão direcionadas apenas para a educação, maspromovem também a preservação e a conservação dopatrimônio cultural. Volta-se, a Universidade, também,para a informação, além do debate das questões maiscandentes da atualidade. Por isso a Universidade é, esempre foi, o fórum mais privilegiado para a abordagemdos vários problemas e desafios da Humanidade,principalmente agora no século XXI.

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Para dizer quem sou Eu, preciso falar das coisas queme move. Concentrar-me sobre os projetos que estoudesenvolvendo. Estou trabalhando e passando algumtempo investigando sobre educação, cultura popular eos produtos dela.A Consciência é o conhecimento do ser, é o do seupróprio ser. A consciência do mundo não é baseadasomente na autoconsciência, pois os Seres sãoestritamente contemporâneos. Portanto, a consciênciauniversal é o somatório das consciências dos Seresuniversais. Há um mundo para mim, porque souconsciente de mim, e eu não estou escondido de mim,porque eu tenho um mundo em mim.Seguindo a partir deste ponto, pode-se afirmar que parase ter uma identidade, é necessária ter existencialmenteuma “presença” no mundo. Embora quando afuncionalidade do corpo é reduzida a nada, como emtermos espiritualistas, acreditamos que o “corpo” nãopode sozinho ser elegível para reivindicar algum tipode presença na espacialidade. Porque, se ativamenteou não, ele ocupa um espaço material, nãoessencialmente podemos sugerir que ter uma identidadeé ter um corpo. Porém para saber se está no nível dacorporeidade imanente ou desincorporaçãotranscendental, o corpo é ainda o ponto de partida emsi, e o ponto de retorno a si mesmo. Assim,ostensivamente, sou um Ser! Pois além de umaconsciência, um ponto de ser em si mesma, ocupo umcorpo que garante a materialização dessa consciência.“Eu Sou o que Sou”, e não o que Eu ou os “outros”querem que eu seja!

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Janeiro e Fevereiro 2010VIVER

Hoje ao acordar percebi o quanto é efêmero o maiorbem que possuímos, a nossa Vida.Como no retroceder de um velho filme, em um turbilhão,imagens passaram em minha frente, fatos e pessoas,cenas e rostos. Trouxeram ao presente sensações deextrema alegria e profundo sofrimento, foram perdas eganhos, alguns saindo outros entrando, alguns saíramprematuramente, partiram até sem despedirem-se,outros chegaram de surpresa, não eram esperados, massaindo do nada, apareceram e marcaram de formaindelével essa história, minha vida.Passamos parte de nossa vida tentando entendê-la,buscamos explicações dos porquês que assombram osnossos vazios. Tentamos buscar no passado entendero que é a vida, mas cada dia esse passado vai ficandomais distante, pois assim como nós, nossa históriatambém envelhece, e quando encontramos algomarcante e significativo, surge o enigma do futuro, enovamente nos encontramos frente a incógnitasindecifráveis, mas mesmo sem entendê-la, nosagarramos ao liame tênue que nos prende a ela e nosafasta da eternidade.E o que estamos fazendo com ela e dela? Ela é tãoefêmera, tão temporária, assim como quandoembarcamos, também apeamos, algumas vezes nós quecontinuamos acreditamos prematuramente, mas o queé prematuro? Como definir o momento certo? Comoentender o princípio e o fim, se não conseguimos

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compreender o momento, esse pequeno espaço detempo entre eles, que é a vida.Tomamos grande parte, desse mínimo tempo, emamealhar e conquistar bens, acumulamos earmazenamos muito mais do que realmentenecessitamos para ela. E nem chegamos, muitas vezes,a usá-los, nosso tempo é encerrado.Como viver então? Nossa maior preocupação não éentendê-la? Buscar o porquê dela. Então porquesimplesmente não usufruí-la. Mas assim ela não ficariavazia, sem objetivo e razão? Não é essa a proposta, oque estamos sugerindo é vivê-la plenamente, sorvercada momento que nos é dado a mais, torná-la útil epreciosa, não deixar escapar um momento de torná-lasignificativa.Viver sem estar de mal com a vida, procurar sempre olado bom e positivo dos fatos, procurar a felicidadeatravés da pratica constante da solidariedade e dafraternidade. Porque essa cara feia e esse mau humor?Sorria! Busque a alegria, ela geralmente está em coisasaparentemente simples e não significativas.Você pode ser feliz mesmo que aparentemente a vidanão esteja lhe proporcionando oportunidades, bastavocê querer, quando tudo aparentemente está dandoerrado, lembre-se você está vivo, está usufruindo o maiorbem que podemos almejar. A Vida! E porque despedaçá-la nutrindo todos esses sentimentos negativos? O ódio,a prepotência, o mau humor, a vingança, etc., sãosentimentos que além de tornarem sua vida nãosignificativa, aqueles que nos sucederem verão em vocêum exemplo de mau caráter, ainda prejudicam a suaprópria vida, pois irão destruindo o seu Ser e minandosua saúde.

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O Homem nasceu para ser feliz! É só querer, bastacultivar o Amor e a Paz Interior. Liberdade esse é osegredo, liberdade dos preconceitos, dos sentimentosnegativos. Ter a capacidade de projetar-se no outro, eagir para com o outro como deseja que ajam com você.Antes de agir, pensar, será que eu ficaria feliz sefizessem isso comigo?E assim, viver de tal forma que na hora de partir, sejaela considerada prematura ou não, deixe na memóriados que continuarem no caminho, boas lembranças esaudade, pois a pior coisa que poderia acontecer a vocêé muitos pensarem: - ainda bem que ele partiu!

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Março 2010LIBERDADE DE PENSAR

Quando falamos em Liberdade, todos acreditam quepossuímos, com certeza, a Liberdade. Se analisarmosentão todas as formas de liberdade, vamos refletir sobreuma forma de liberdade que a maioria de nós pensaque têm, mas podemos não ter, a Liberdade de Pensar.Não estamos falando de restrições impostas por outraspessoas diretamente sobre a forma e o que você vaipensar em sua mente. Estamos falando sobre asrestrições que nós mesmos, como indivíduos, impomos,indiretamente influenciados por outras pessoas ao redorde nós, algo que poderíamos chamar de normas sociais.Você às vezes restringe seus pensamentos de certosfatos e eventos simplesmente porque acredita, ensinadopor outros ao seu redor, que esses pensamentos sãomuito escandaloso, tolos ou inúteis para explorar? Vocêfaz censura para si mesmo? Acreditamos que todos nósfazemos esse controle sobre nossos pensamentos.Dentro dessa linha de raciocínio nos declaramos:“Homens Livres e de Bons Costumes”, porque somoscapazes de manter nosso comportamento e nossospensamentos dentro dos “bons costumes”.O que são “bons costumes”? É um conjunto de Regrasde Comportamento, estabelecido e aceito pelo GrupoSocial, que busca tornar a Vida Social mais agradável esaudável.O Comportamento do Homem em sociedade écontrolado por três níveis básicos de PadrõesComportamentais: - As Leis, juridicamente estabelecidas

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pelo grupo, e controlam ostensivamente ocomportamento do indivíduo. Possuem um alto poderde coerção, as sansões vão da pena pecuniária aprivação da liberdade; - Os Mores (Moral), que estãoem geral associados aos aspectos religiosos outradições profundamente arraigadas a personalidade dogrupo social. Possuem também um forte poder decoerção, pois a sua transgressão atinge o Ser em suaestrutura moral e ética, ocasionando o remorso, acontrição e o pesar. O dever moral não é exigível aninguém, no entanto caracteriza-se por um dever deconsciência. Os Mores são caracterizados pelos ValoresSociais, assimilados pelo indivíduo através de umprocesso educacional. Esse é um dos principais afazeresda Escola; - Os Folkways (Etiqueta Social), que sãopadrões de conduta social exterior, constituem os modoscoletivos de comportamento, convencionais ouespontâneos, reconhecidos e aceitos pelo grupo,conduzem a maior parte da vida diária. Possuem umbaixo poder de coerção, mas são impostos pelasrelações interpessoais, podendo ocasionar oafastamento do indivíduo de um grupo social.Por isso acreditamos ser importante nos mantermosdentro dessas normas sociais?Acreditamos que a Liberdade de Pensamento é maisimportante do que podemos avaliar, e podemosperceber isso cada vez mais quando os seres humanoscaminham rumo à evolução.O pensamento é a ferramenta que faz os sereshumanos serem quem são e evoluir para além do pontoem que eles estão em um dado momento no tempo.

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O pensamento é uma chave para a evolução. Noentanto, se um pensamento estiver confinado em umajaula de normas e analogias do que já sabemos, elenão pode nos fazer evoluir. Em vez disso, nos faz correrem círculos e não conseguimos avançar.Mas quando você libertá-lo, tudo o que você imaginarpode se tornar possível, em sua mente e na sua vida.Você começa a procurar formas de experimentar a suaprópria imaginação em maneiras novas e maiscompletas, como um cientista que tem uma ideia abstratae se esforça para testá-la e explicar seus resultados acomunidade científica. Cedo ou tarde você vai encontraruma maneira adequada de expressá-la e alcançá-la, efazer outras experiências, tornando suas experiênciascada vez mais reais, até que alcança o conhecimentoque conduz à realização do que anteriormente era irreal,transformando a “imaginação” em realidade.Por isso a Liberdade de Pensamento é tão importante.Um pensamento livre é o alicerce do processo deconversão da abstração pura, mera magia e imaginaçãoem realidade. Tudo é Possível, é só você sonhar.

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Abril 2010RAZÃO DE VIVER

O empirista inglês John Locke, em seu livro “EnsaioAcerca do Entendimento Humano”, afirmou que todasas pessoas ao nascer são uma “Tabula Rasa”, isto dolatim: - tabula, pedra para escrever, e - rasa, femininode rasus, apagado; portanto podemos aceitar como “umafolha de papel em branco”. No dia em que nós nascemos,inicia-se um processo de aprendizagem que continuarápelo resto de nossas vidas. Somos, desde o início denossas vidas, moldados pelo meio em que estamosinseridos. Todas as nossas atitudes, ideias, valores ecrenças são fruto das relações com quem entramos emcontato: pais, parentes, colegas, professores, etc., foramos nossos paradigmas.Quando crescemos ampliamos o meio com qual nosrelacionamos, e as primeiras experiências são afetadase alteradas, consciente e inconscientemente, e o quesentimos e assimilamos, poderá não mais satisfazer aonosso dia a dia, poderá não mais ser útil para satisfazeras coisas que acontecem ao nosso redor. Cada novoano de vida adicionado ao nosso passado, muda àmaneira que visualizamos e sentimos os nossos novosdias, influenciando o modo como reagimos a tudo, desdeas mais simples rotinas diárias aos eventos complexos.Tudo está em constante mutação, em você, na suafamília e no mundo que você vive.Quanto mais crescemos, mais interagimos com pessoasdiferentes, de origens diversas e com diferentes ideiassobre a vida. Desses encontros passamos ativamentea defender, modificar ou abandonar as nossas crençasprecocemente adquiridas, e assim adaptamos as várias

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ideias que entramos em contato anteriormente, paraajustarmos nossa percepção da vida. Talvez novas ideiasnos sejam apresentadas por pessoas compersonalidades dinâmicas, que adotam uma filosofia devida diversa da nossa. Confrontados com o desafiodessas novas ideias, podemos defender tenazmentenossas crenças, descartando os novos conceitos,recorrendo, com uma facilidade alarmante, a engenhosadesculpa, que não são sólidos os novos argumentos.Por outro lado, podemos abandonar completamente onosso passado e adotar novas crenças, opostas ao queanteriormente acreditamos.No entanto, como a maioria das pessoas, vocêprovavelmente pertence a esse grande rio dahumanidade que parece mover-se longitudinalmente emum sentido bastante perceptível, sem buscar a qualquermomento desviar o sentido dado pela vida, seguindo ocaminho no momento mais fácil, seguindo da maneiramais agradável possível. Se assim for, você foi e é maisou menos capaz, de combinar ideias, sentimentos,filosofias, desejos e realidades para justificar o que vocênão quer fazer. Junto com a maioria das pessoas, queforam e são bons em desviar perguntas e ideias sobreo sentido da vida e da morte, bem como pensamentos esentimentos sobre o que é bom e mau, certo e errado,justo e injusto, sem coragem de mergulhar no profundonublado das regiões da sua mente.Quer percebamos ou não, a maioria de nós está presa,voluntária ou involuntariamente, ao que acreditamos serdestino, não nos dispomos a questionar quem somos eem que acreditamos, buscando a felicidadesimplesmente em rolar ao longo da vida. A maioria denós vai viver a partir do nascimento até a morte, em ummundo que temos à moda do nosso passado, para se

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adequar ao nosso presente. Muitos vão encontrar oconforto na aceitação inquestionável da herança desua família, do modelo de um amigo, da crença religiosaou dos pré-conceitos. No entanto, poucos vão ficarlivres de suas crenças presentes e passadas, e de suasvidas diárias, para perguntar o que é a vida? Quemsou eu? O que devo fazer? O que vou fazer? Se há umsentido na vida, e uma razão para viver? E essasquestões certamente devem ser respondidas.Se há um verdadeiro significado à vida, nada que vocêfaça vai mudar essa verdade. Que bom é viver a vidaacreditando estar fazendo o que é certo. E se as suascrenças são falsas e o que você está fazendo é errado?Uma compreensão da vida é o que buscamos, é umabusca por algo na vida que comprove vale a pena viver.Se você quer encontrar o sentido da vida, deve estardisposto a reconhecê-lo quando encontrá-lo. Para fazerisso, você precisa abrir sua mente e aceitar tudo o quevocê descobrir, mesmo que isso seja totalmente opostoas suas experiências, crenças e desejos. Se você quercompreender a vida, não pode se esconder no confortoda vida diária, nublando sua mente para evitardesconforto. Você não deve rejeitar o que você descobrir,mesmo se não encaixar-se no que foi, é ou que vocêquer que seja sua vida.Desde início de nossa discussão sobre o propósito davida, se o que estamos dizendo é verdade, e você sepropõe encontrar esse propósito, a sua vontade deentendê-la já é uma razão de sua vida. Se você encontrarrespostas que são diferentes daquelas que você tem

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moldado para si mesmo, você deve decidir se quercontinuar no caminho onde se encontra ou ir para outrocaminho, a um novo caminho em direção a algo quepode ser muito diferente do que até hoje você acreditou.

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Maio 2010EQUILÍBRIO EMOCIONAL

Vamos cultivá-lo? Em nossa vida agitada, todos nós,ocasionalmente, nos sentimos fora de equilíbrio. Algunsde nós, às vezes podemos até nos sentir a beira deperder o controle. É comum, para a maioria de nós,chegarmos muito próximos de perder algumasperspectivas de nossas vidas depois de um dia ocupadoou difícil, particularmente quando nos sentimossobrecarregados e estressados.O estresse significa tudo que interfere com a inter-relação harmoniosa que temos com a vida. Quandosomos confrontados com situações que sãodesconfortáveis, e temos dúvidas de como podemoslidar com elas, nós criamos o estresse em nossas vidas.A ideia de manter o equilíbrio emocional, não ésimplesmente se livrar das emoções negativas, mas emvez disso, aprender a experimentá-las, enfrentá-las emantê-las sob um controle moderado. As Emoções,sejam elas positivas ou negativas, são respostassignificativas para eventos internos ou externos, quetransmitem informações para nós, bem como para osoutros, sobre quem somos e o como estamos lidandocom nossa vida.As emoções também devem ser compreendidas comoenergia em movimento. Elas são todos os eventos quesentimos sem o controle do pensamento consciente, sãoos sentimentos que nos dirigem sem o controle da razão.A maneira como lidamos com elas é o que importa. Aemoção tem o poder de criar mudanças fisiológicas, e é

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extremamente importante que nós dominemos nossasemoções para criar as mudanças que nós escolhemose desejamos em nossas vidas.Um dos primeiros passos para obter a capacidade deexperimentar as emoções de uma forma equilibrada éreduzir a nossa vulnerabilidade a extremos emocionais.Fazemos isso cuidando de nós mesmos, tendo em menteque as emoções são as respostas físicas de nossoscorpos aos eventos da vida, mas se vamos ou não nossentir saudáveis, depende do quanto temos de controlee sentimos esses eventos.Embora a perda de um ente querido seja uma experiênciadolorosa, podemos aprender, por exemplo, a sentir essaemoção particular, mas não precisamos nos tornarescravos dessa emoção.Consideremos ainda, por exemplo, a situação em queum colega de trabalho realize uma atividade destinada anós, em geral nos sentimos imensamente zangados comisso. Se ao contrário agradecermos pela ajuda eencararmos a ação do colega como uma vontade decolaborar, certamente estaremos controlando nossasemoções primárias e assumindo uma postura deequilíbrio.O importante é sempre procurarmos nos despir dospreconceitos e da predisposição de encarar todas asações e palavras dos outros como uma tentativa de nosofender ou prejudicar. Viver e sentir as relaçõesinterpessoais com bom humor e alegria é o grandesegredo da felicidade.Lembrando a música Epitáfio dos Titãs – “O acaso vaime proteger. Enquanto eu andar distraído.” – então,vamos andar distraídos.

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Junho 2010A AÇÃO POLÍTICA DA MAÇONARIA

Todo dia lemos e ouvimos Irmãos reclamando da faltade ação política da Maçonaria em nossos dias.Logo de início é importante que tenhamos consciênciaque a Maçonaria nada faz. A Maçonaria é uma InstituiçãoSocial, e as instituições sociais nada fazem. Quem faz,quem realiza, é o Homem. Se as instituições fossemcapazes de atender as necessidades e demandas daSociedade, não haveria necessidade do Homem. Asinstituições são estáticas, o Homem é dinâmico.Portanto, quem construiu a história da Ordem nopassado, que tanto admiramos e louvamos, foram osMaçons! Os Maçons foram a mola propulsora e aferramenta da ação política da Maçonaria no passado.Bem, agora podemos comparar a realidade dos anos1800 e início de 1900, com os dias atuais. Quem eramos Maçons naquela época? AutoridadesGovernamentais, Nobres, Grandes Proprietários deTerras, Grandes Comerciantes, Altos Oficiais das ForçasArmadas, Pensadores, Escritores, etc., era na verdadeuma elite. Uma Elite Política, Econômica, doPensamento Social, do Controle da Sociedade e daAdministração Pública. Os Maçons estavam presentes,e em grande número, em todos os pontos importantesda Estrutura Social. Os Maçons, em número significativo,ostentavam Títulos de Nobreza, que lhes dava prestígio,possuíam o controle da produção rural e do comércio,ocupavam os principais postos administrativos emilitares, o que lhes dava o Poder. Eram os grandes

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pensadores e escritores, que cunhavam e cultivavamos valores e dominavam a comunicação social.E como era o Povo? Primitivo e Dominado! Pela força,pela nobreza, pelas ideias e pelos meios decomunicação.E hoje quem são os Maçons? Muitos de nós sevivêssemos naquela época, certamente não seríamosMaçons.E o Povo, como é hoje? Bem mais esclarecido, maisparticipativo, muito mais organizado e bastante maislivre. Mas continua dominado pelas ideologias, pelosmeios de comunicação e pelo assistencialismo.Então, os Maçons do passado construíram uma açãopolítica, porque possuíam três condições básicas efundamentais para essa ação: Vontade, Competência eRecursos!Mas a Sociedade mudou, o Homem conquistou aLiberdade. Várias instituições sociais nascerem ecresceram para lutar e defender essa liberdadeconquistada. Sindicatos, Entidades Profissionais,Organizações Não Governamentais, etc. A Maçonariaperdeu pouco a pouco sua condição de única instituiçãosocial de defesa da Sociedade e dos valores sociais.Durante a 1ª República os Maçons ainda participaramdas principais decisões políticas, pois ainda ocupavamos principais cargos governamentais. O golpeinstitucional, a implantação da ditadura, afastou grandeparte dos Maçons do poder político. A Ordem continuouseu caminho, mas alguns Maçons foram abatidos peladitadura, e os que acenderam ou permaneceram nopoder, não fizeram questão de ostentar sua condiçãode Maçom.

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A Ordem, ou melhor, os Maçons recolheram-se as suasLojas, passaram a preocuparem-se muito mais com aritualística, com as práticas litúrgicas, detalhes de alfaiase trajes, e com as posturas no Templo, coisas que nãoeram o foco da ação maçônica anteriormente. E a cadadia mais foram se afastando das lides políticas.Amparados nos princípios maçônicos de que não sediscute Política e Religião em Loja, os Maçons forampouco a pouco criando a ideia que política e maçonarianão pode se misturar, alguns Maçons criaram umagrande aversão a política e outros acabaramtransformando a Ordem em sua religião. Nada contra oMaçom possuir uma religião, ao contrário, tudo a favor.As religiões devem ser estudadas e analisadas,encontramos, em todas elas, ensinamentos quepoderemos usar em nossa vida, nos transformando empessoas melhores, de bons costumes. Porém, asquestões relativas aos dogmas e formas de cultivar afé, são características específicas de cada uma delas,e devem ser respeitadas e não devem ser discutidaspor quem não as pratica, pois são dogmas.Em nossos dias alguns Maçons estão tentando retomaressa ação política da maçonaria. E porque nãoalcançamos sucesso?Primeiro, porque falta Vontade a um número significativode Maçons! Ainda sob o pensamento de que não sediscute política em Loja, esses Maçons não aceitamqualquer envolvimento político da Maçonaria. Éimportante, nesse caso analisar o que é Política? Dogrego politikós (pólis) se refere ao que é urbano, civil,público, ao que é da cidade, enfim, é a ciência que buscaestabelecer mecanismos que permitam a construção

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coletiva do bem comum e o atendimento dasnecessidades do povo! Dentro dessa perspectiva nãopode existir qualquer óbice a participação dos Maçonsnas lides políticas. O que não podemos é confundir apolítica em sua essência, com a política partidária. Oque os Maçons não podem discutir em Loja, é aparticipação, a filiação partidária e a ideologia políticados seus membros, pois isso certamente geraria conflitose desentendimentos.Em segundo lugar falhamos porque não temosCompetência! Hoje as grandes forças eleitorais são: oAssistencialismo! E somos muito fracos em nossasações beneficentes. Fazemos muito pouco, e quandofazemos não sabemos explorar. O Corporativismo! Enão podemos ser corporativistas, pois não podemosdefender direitos e interesses de uma categoria, classeou grupo específico de nossa sociedade, pois na Ordemtemos membros de todas as categorias, classes e grupossociais. Como vamos defender os direitos e interessesdos empregados, se temos em nossa Ordem muitosempregadores. Como vamos lutar contra os privilégiosdos funcionários públicos, se temos em nossas Lojasvários funcionários estatais. Os objetivos da Ordem sãogenéricos e amplos, o bem estar da sociedade, aliberdade, a igualdade, etc., e sabemos que objetivosamplos e gerais não são práticos e alcançáveis. Portantoé muito difícil pedir aos Maçons abandonarem seusinteresses imediatos, deixarem de votar em alguém quelute por melhores salários ou melhores condições detrabalho para sua categoria profissional, ou ainda umrepresentante de sua classe social que vai defender osinteresses dessa classe, para votarem em umrepresentante da Ordem que, teoricamente, vai lutarpor interesses genéricos e amplos, que nada deprático trarão para o seu dia-a-dia, para os seusinteresses imediatos. A Fé! E bradamos a Ordem não

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é uma Religião! E não é, pois não trabalhamos com afé e a emoção de fiéis, capazes de qualquer coisa paraagradar a Deus. Não impingimos um Candidato aosIrmãos, porque foi escolhido por Deus para representaros interesses de nossa Igreja. Não prometemos o castigodos Infernos aqueles que não votarem no candidatoescolhido por Deus.E finalmente não possuímos Recursos para implementarqualquer ação política. A Ordem vive hoje de trocadosarrecadados, a muito custo, de seus membros. Qualqueração que dependa de financiamento da Ordem estáfadada ao insucesso. Vivemos contando os centavos, etoda vez que necessitamos investir em qualquer projeto,somos compelidos a angariar fundos junto a um grupode Maçons que, por terem condições financeiras evontade de contribuir, colaboram para que possamosrealizar a implementação do projeto. Sabemos quepolítica eleitoral se faz com dinheiro, não existecampanha política de sucesso sem investimentos! Comoa Ordem pode pensar em qualquer ação política semrecursos? Como podemos pensar em um projeto políticopara a Ordem, onde Maçons sejam eleitos pelos Maçons,e que seus mandatos sejam usados para os interessesda Ordem, se não somos capazes de contribuir com umcentavo para a eleição desses Maçons?Estamos nos aproximando de mais um pleito eleitoral,vários Maçons serão candidatos aos diversos cargospúblicos que estarão em disputa, e como os Maçonspoderão participar? Sem Vontade, acredito exista muitopouca entre nós. Sem Competência, não possuímos adevida competência política. Sem Recursos, nãocontamos com meios para contribuir financeiramentecom o projeto político de qualquer Maçom. Bem acredito

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que ações isoladas de alguns Maçons apoiando algumIrmão, outros que já possuem a força de um mandatoou estão sendo apoiados por grupos políticos ou sociaisfortes, poderão levar alguns Maçons ao sucesso, einiciarão ou continuarão seus caminhos políticos, masem que a Ordem, ou melhor, os Maçons como Instituição,contribuíram para esse sucesso? Só resta-me concluirpesarosamente respondendo, em NADA!

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Julho 2010MORAL E ÉTICA

Quais são as diferenças entre ética e moral? Afinal elasfornecem regras de comportamento. Podem pareceridênticas, mas a diferença pode ser importante quandoestudamos os seus fundamentos.Ética vem da palavra grega ethos - caráter moral oucostume.Vocês conhecem a ética profissional, mas raramenteouvimos falar em moral profissional. Ética tende a serum conjunto codificado de regras em um sistema formalou um conjunto de regras que são explicitamenteadotadas por um grupo de pessoas. Assim, você tem aética médica, farmacêutica, docente, empresarial, etc.Ética, portanto, são comportamentos particularmentedefinidos e aprovados para um determinado grupo, aopasso que a moral tende a ser imposta do exterior, ecomum a todas as pessoas.Se você acusar alguém de ser antiético, é equivalente,geralmente, a chamá-lo de mau profissional.Portanto, em geral, se define ética como: As regras ounormas que regem a conduta de um profissional ou dosmembros de uma profissão.Moral vem do latim moralis - costume ou maneira.A moral tem uma conotação social, são valores sociaisque tendem a ter uma aceitação muito grande, por todosos membros de uma sociedade. A moral estabelece ocomportamento ideal dos indivíduos, determinando oque é bom e mau, certo e errado, fundamentando seusprincípios nos valores aceitos pela sociedade. Uma

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pessoa pode ser descrita como imoral, quando o seucomportamento não está de acordo com os valorespreestabelecidos pela sociedade.Portanto, em geral, se define a moral como: Ocomportamento individual motivado nas ideias de certoe errado, estabelecidas pelos valores sociais.ValoresOs valores são as regras pelas quais tomamos decisõessobre o certo e o errado, do que se deve e não se devefazer, do que é bom e mau. Eles também dizem o que émais ou menos importante, e o que é útil quando temosde agir socialmente. Portanto, em geral, se define osvalores como: Crenças de uma pessoa ou grupo socialem que eles têm um conceito emocional a favor ou contraalguma coisa, comportamento ou atitude.Ética e Moral - Como é que podemos tomar nossasdecisões?Ética e Moral tem sido o foco de estudos realizados emvárias Universidades pelo mundo. Esses estudosrevelaram que apenas um em cada quatro adultosquando tomam suas decisões se preocupam comprincípios éticos ou morais. Aqueles que têm essapreocupação são, em geral, aqueles que seguemprincipalmente princípios religiosos e seucomportamento está condicionado ao ensino ouparâmetros de uma religião. Além disso, quase 50% dosadultos estudados disseram que baseiam suas decisõesno que lhes é mais agradável ou trará resultados maissatisfatórios. Podemos então concluiu que: - A maioriadas pessoas não acredita que exista qualquer fonteverdadeira de ética ou moral absoluta. Não sepreocupando, essas pessoas, dependendo unicamenteem sua filiação a fé, em basear suas decisões emprincípios éticos ou morais, mas somente em suasatisfação pessoal ou nos resultados a seremalcançados.

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Ética e Moral - Relatividade.Ética e Moral são consideradas relativas. Relativas àcultura, e em relação às circunstâncias e àsnecessidades específicas do indivíduo. Parece que hojeem nosso mundo o certo é errado e o errado é direito. Oresultado é que o alicerce da nossa sociedade e culturaestá se desintegrando sob nossos pés. Isso é porquenós, como sociedade, perdemos o nosso caminho. Nãoestamos construindo uma base sólida de valores quepossam nos levar a distinguir a diferença entre o certoe o errado. Esses fundamentos éticos e morais, emnossa sociedade, podem vir da nossa fé em Deus e daobediência aos princípios estabelecidos em normasreligiosas.A Moral é simplesmente relativa, descrevendo apenascomo as pessoas devem se comportar. Por exemplo, aspessoas dizerem que acreditam que roubar é ruim, masa realidade descritiva pode nos mostrar que, a partir daobservação dessas pessoas, elas podem ter “baixado”centenas de mídias de áudio (mp3) ou imagem (bmp), apartir de programas piratas de compartilhamento dearquivos na Internet. A moral é relativa, pois vamosracionalizar nosso comportamento a partir docondicionamento de nosso modo de avaliar nossaspróprias crenças morais.Qual é a nossa moralidade?Pode-se dizer que a moralidade é a moral na ação.Sendo a moral normativa, ela procura estabelecernormas típicas de comportamentos adequados, que aspessoas devem executar e cumprir.Alguns mantêm o seu comportamento dentro de normassocialmente aceitas, por causa do medo de ser pegoerrando. Essas pessoas muitas vezes fazem coisaserradas quando pensam que podem “escapar”. Se elassabem que não estão sendo observadas e não sãosusceptíveis de serem pegas, elas podem violar

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qualquer norma social. Claro que elas são um poucoparanoicas, e para não se perderem, elas estãodispostas a imaginar inúmeras desculpas para justificarseu comportamento caso venham a ser pegas. Ossociopatas, por não sentir culpa, acreditam que suasações não são erradas e possuem sempre umajustificativa para seu comportamento imoral.A Culpa, por outro lado, é o motivador das pessoashonestas. A sua decisão de cumprir as normas sociaisnão é baseada em se elas vão ser punidas ou ficarpresas, mas porque elas sabem que fizeram algo queacham estar errado.Moral Maçônica - Nosso Fundamento antigo.A Moral foi uma fundamentação primária dos Maçons.Apesar das distorções recentes, nossa história mostraque a Ordem Maçônica foi fundada sobre os princípiosbásicos da moralidade. “Liberdade, Igualdade eFraternidade” é o triple moral da Ordem, fundamentadaainda na prática do bem e dos bons costumesestabelecidos pelos valores sociais. As distorçõesrecentes da Moralidade Maçônica, acreditamos sejamo reflexo de um amplo declínio da moralidade em nossaSociedade. Conquanto a moralidade seja relativa, elanão está baseada unicamente na autoridade absolutada verdadeira moral maçônica, mas também nos valorescultivados pela sociedade. Os Maçons consciente ouinconscientemente incorporam aos princípios maçônicoselementos de nossa sociedade, por ser difícil para nósnão aceitarmos a influência da Cultura Techno do séculoXXI. Incorporando aos nossos princípios elementos danossa sociedade, a moral trazida de nossosantepassados vai sendo abandonada e esquecida,contaminada pela influência de conceitos moraisrecentes e anêmicos.Finalmente, não esqueçamos o caráter moral da origemde nossa Instituição. Nossos antepassados foramadmirados e venerados pela elevada moralidade de suascondutas. Concluímos na esperança de que os Maçons

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possam reconquistar os valores morais cultivados pelosfundadores de nossa Ordem.Aproveite a vida e a prática do bem, respeitando todasas pessoas em todos os momentos, como você gostariade ser respeitado.

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Agosto 2010EGOCENTRISMO

Egocêntrico - Pessoa preocupada com sua causaexclusiva ou principalmente com os próprios interessese bem-estar, absorto em si mesmo, com poucaconsideração pelos outros, egoísta.Eles atraem a atenção das pessoas e admiração. É porisso que os egocêntricos estão enamorados de símbolosde status, ou seja, objetos que fazem os outros olhar,admirar, a invejar, sonhar, comparar ou aspirar. Objetos,situações, vozes, locais - pode provocar e evocarmemórias indesejadas. O egocêntrico tenta evitá-los. Oegocêntrico descarta insensivelmente pessoas ouobjetos que foram duramente conquistados. Amizades,dons e bens são descartados porque não são mais úteisaos interesses e objetivos do egocêntrico. Estecomportamento mantém o senso de controle e da àsensação de falta de vulnerabilidade. Também provaque ele é único, não como as “outras pessoas” que estãoligadas ao seu mundo e ao seu controle. Ele está acimadisso e de tudo.Este tipo de pessoa cuida zelosamente dos seus bens:- suas coleções, seus móveis, seus carros, seus filhos,suas mulheres, seu dinheiro, seus cartões de crédito...,pois são objetos de conforto do egocêntrico. Lembram-no de seu status. Eles estão ligados a eventosgratificantes e, portanto, constituem fontes secundáriasde abastecimento do egocentrismo. Elas atestam ariqueza do egocêntrico, suas conexões, suasrealizações, suas amizades, suas conquistas, e seu

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passado glorioso. Não é à toa que ele é tão apegado aeles. Mas quando seus interesses impõem, ele osdescarta sem qualquer pesar ou pudor.Objetos relacionados a falhas ou embaraços não têmlugar na sua residência ou espaço. São expulsos doseu mundo rapidamente, pois são marcas de fraquezaou incapacidade, coisas que o egocêntrico não é capazaceitar em seu comportamento, em sua ação.O egocêntrico desfila suas possíveis qualidades, exibe-as, consome visivelmente sua prepotência, adora serelogiado em voz alta, chamando a atenção para sicompulsivamente, gaba-se de seus feitos, mesmoquando realizados em equipe, lhes dá destaqueincessantemente.Quando não consegue obter admiração, adulação,deslumbramento - o egocêntrico se sente ferido,humilhado, privado, discriminado, vítima de umaconspiração, não amado.Posições de destaque, cargos importantes, muitas vezesfazem do egocêntrico manipulador. Em geral amanipulação é uma parte inseparável de sua patologia.Este tipo de egocêntrico é possessivo. Ele manipula aspessoas, seus parentes, seus amigos e domina-oscompulsivamente. Ele as “marca” como se fosse dele.Ele os influencia com seu espírito dominador e suapersonalidade. Ele atribui a elas suas própriascaracterísticas de personalidade. Ele projeta-lhes osseus sentimentos frustrados, seus medos, suasesperanças. Eles são uma parte integrante dele,inseparável, proporcionando socorro emocional.

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Quando o egocêntrico diz: “Meu parceiro é arrojado eincontrolável”, “Como esperto é o meu parceiro!”, “Meuparceiro é muito astuto” ou “Meu parceiro sempreacerta”, ele vê a si mesmo, é como sua imagem projetadaem um espelho. Seus amigos, seus filhos, sua esposa,ele considera como uma espécie de bem de luxo. Oegocêntrico não ama as pessoas, ele se relaciona comelas. Ele não consegue ver os outros como sereshumanos. É por isso que ele objetiva de pessoas, as vêcomo coisas, o que torna mais fácil para ele interagircom elas. Os parceiros são imprescindíveis, seconfiáveis, sempre ali, obedientes, fáceis de controlar emanipular, cumprindo sempre o desejado por ele.Que o Grande Arquiteto do Universo possa iluminar osMaçons e afastar de nossa personalidade qualqueregocentrismo, nos tornando verdadeiramente fraternose livres.

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Setembro 2010TUDO TEM UM LIMITE

Um peixe estava nadando feliz em um aquário colocadona sala de uma bela casa. Ele foi viver no aquário hápoucos meses, desde que a proprietária o comprou emuma loja de peixes. A proprietária era uma mulher boaque cuidava muito bem dos peixes e o alimentou muitobem. O peixe tinha engordado com todo o alimentoagradável que vinha sendo alimentado. O peixe estavafeliz por viver no aquário, porque o que ele mais gostavaera de encher o estômago com toda aquela comidadeliciosa. Na maioria das vezes, gastava o seu tempodescansando no fundo do aquário, esperando a horada alimentação.Um dia, uma vizinha e seu filho vieram visitar a mulherem sua casa. O filho da vizinha foi atraído para o peixinhogordinho. Ele passou perto dele e, levemente, bateu novidro do aquário para fazer o peixinho preguiçoso nadar,mas isso não aconteceu.“Por que você não está nadando?” Perguntou o meninoao peixe.A dona do aquário se aproximou do garoto e disse: “Vocêtem que alimentá-lo para torná-lo feliz e ele irá nadar.”Ela deu uma lata de comida de peixe para o menino esaiu para fazer um café para as visitas.O menino ficou encantado e começou a alimentar opeixinho. O peixe estava tão feliz que começou a fazertodos os tipos de estilos de natação. O menino ficouanimado e começou a atirar cada vez mais alimento, egarantiu que não sobrasse um único pedaço de comida.

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Isto continuou até que de repente, o peixinho se sentiusonolento e não podia mais ver claramente. Seu corpotornou-se extremamente pesado. Ele começou a perdero equilíbrio e caiu lentamente para o fundo do aquário.Ele sofreu um pouco e acabou morrendo.Esta é apenas uma história que eu lembrei, mas váriosmeninos mataram acidentalmente um peixe porsuperalimentação. É um fato que os peixes podemmorrer devido à superalimentação. Tudo tem um limite!A razão pela qual eu escrevi isso é porque a maioriadas pessoas esquece-se dos limites, e estão dispostasa continuar e continuar, dia após dia, quando eles nãoencontram barreiras para as suas ações e atitudes.Continuam porque não são capazes de ter asensibilidade de sentir quando estão ultrapassando oslimites da tolerância e da brandura dos outros.Você não deve pensar que o outro vai se sacrificar atudo. Existe um limite. Além disso, acredito que o outropoderá concluir estar fazendo sacrifícios para as coisaserradas.Acho que você precisa deixar de pensar um pouco emsi mesmo, e se colocar no lugar do outro.Eu sempre pensei que havia um limite em tudo na vida,de qualquer jeito a história mostra que esse limite existe,e que se ultrapassado pode trazer sérios dissabores.Então, em tudo existe um limite, isto é uma realidade!Espero que o que eu aqui escrevi seja primeiro umconselho para mim mesmo, e não venha permitir quemeus interesses venham esgotar todos os limites dealguém. Somos seres humanos e nossos sentimentos e

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limites precisam ser respeitados. Acredito que nós nãoqueremos machucar os outros, mas não respeitar seuslimites pode ser muito doloroso. Se não pararmos nomomento correto, poderemos ter de parar para sempre.Pois tudo tem um limite! There is a limit to everything! Eultrapassá-los pode ser perigoso. Nunca devemossubestimar os limites do outro.

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Outubro 2010MENTIRAS VIRAM VERDADES

“Mentira repetida vira verdade; os ingênuos acreditam,e os interessados e oportunistas fingem acreditar” –Rubem Paes.

Se você repetir uma mentira muitas vezes, as pessoascomeçam a acreditar que é a verdade.Nada fere mais as pessoas que uma mentira. Umapesquisa universitária recente informou que 68 por centodas mulheres admitem que mintam sobre o peso e aidade. Pesquisas também universitárias indicam que emuma discussão média de 10 minutos, 60 por cento daspessoas mentem cerca de três vezes.Porque a nossa cultura nos dá a luz verde paramentirinhas. Chamamos essas enganações de“mentirinhas”.Anunciamos que estes tipos de mentiras não fazemnenhum dano e que “todo mundo mente um pouco”. Nósnos convencemos de que não há problema em mentir equebrar as regras, se não estamos ferindo a nós mesmosou os outros. Além do mais, como sociedade, estamosmuito abertos sobre a nossa crença de que a verdade érelativa. É realmente um mito dizer que pequenasmentiras ou meias verdades são toleráveis.Pelo menos para a maioria dos homens as pequenasmentiras não apenas ferem, como se transformam emmentiras maiores e, finalmente, em grandes problemaspara os alvejados.

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A maioria das pessoas provavelmente enfrenta a difícilescolha de ser honesto ou alterar a verdade.Contudo é demasiado frequente, as pessoas escolheremcontar mentirinhas ou meias verdades, principalmentequando estão envolvidos seus interesses particularesou objetivos, mas finalmente, um dia, terão que lamentartais decisões, quando o balão criado pelas suas mentirasexplodir, transformando-se em um pesadelo as suasconsequências. Dizer a verdade será sempre melhorpara sua vida no longo prazo, porque a verdade semprevem à luz, e não é uma imagem bonita a do mentiroso.“O lábio da verdade permanece para sempre, mas alíngua mentirosa dura só um momento.”A verificação do Fato noticiado é um elemento vital parao jornalismo.Em geral as entidades ou pessoas não se dão aotrabalho de verificar se os fatos ou eventos de que elesestão falando são verdadeiros. Contam que depois dedescobrir a fonte que estava espalhando umadesinformação sobre sua atuação, rapidamente oSenhor X escreveu a Entidade para lhe dizer que suaafirmação sobre o fato foi incorreta. O Senhor X solicitoua Entidade que reconhecesse publicamente que nãohavia, de fato, nenhum fundamento na notícia. AEntidade não cumpriu o solicitado. A Entidade mais tarde,admitiu em privado, que ela tinha cometido um erro, equando o Senhor X perguntou ao representante se aEntidade tinha emitido uma retração, este disse: “Oh,sim.” Mas quando o Senhor X pediu uma cópia, orepresentante da Entidade disse: “Oh, eu, uh, disse aalgumas pessoas”. A Entidade, no entanto, nunca emitiuuma retratação formal de sua distorção.Será que uma entidade da mídia, controlada por umaspoucas pessoas mal intencionadas, tem a capacidadede sobrepujar todas as vozes concorrentes e os fatosreais, e seja capaz de transformar a mentira em verdade?Tal como os truques circenses repetidos várias vezes,uma mentira repetida vira uma verdade.

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Cada vez que um adversário adquire algumanotoriedade ou reconhecimento, de imediato lhe éatribuído um fato reprovável ou arriscado até, lhe indicarum comportamento pecaminoso. Como não temos acapacidade de pensar como eles, falta-nos a imaginaçãopara prever suas ações, mas temo que tudo serápossível para eles alcançarem seus objetivos escusos.Para transformar suas mentiras em verdades eles podemusar a Internet, a mídia, etc., para alcançar os seusobjetivos eles mentem, caluniam, acusam, comprometema liberdade e o pior, essa ralé com facilidade se infiltrae domina corpos importantes de Instituições doMovimento Cívico Social.

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Novembro 2010SER FELIZ!

Tudo depende do que você entende da palavrafelicidade.Há pessoas que têm pouco na vida, trabalham duro esabem o que é a felicidade.Outros têm dinheiro e fama, e apesar disso, eles nãosabem o que é felicidade.Na verdade, é difícil definir a felicidade, em geral nemtodos têm as mesmas expectativas.Mas a felicidade não é algo fora de você, que você possaencontrar, produzir ou solicitar. Na verdade nossa ideiade felicidade é frequentemente a causa da nossainfelicidade. Você não precisa criar felicidade. E ela nãoé consequência de nada fora de você. A felicidade vempara aqueles que entendem não poder ganhar tudo esempre, que não se pode conquistar mais que o ar querespiramos. A felicidade é parte da vida, e é encontradana vida. A busca da felicidade é baseada na certezailusória de que podemos conquistar a felicidade. Éimpossível. Felicidade é a manifestação natural de umavida livre de estresse, como o sol que aquece a terra,naturalmente, quando as nuvens negras se dissipam.Ser Feliz é estar satisfeito com quem você é, onde vocêestá e com o que você faz. E isto não é razão de outrapessoa, mas razão de você mesmo. Nós não precisamosde autorização, aprovação ou validação de ninguémpara ser feliz. Esta é uma das poucas coisas sobre asquais podemos ter controle. E, apesar de cultivar afelicidade ser um trabalho duro, é um trabalho queninguém pode fazer isso por você.

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No século XIX, o escocês Robert Louis Stevenson,novelista, poeta e escritor, propôs um conjunto de regrassimples para ajudar as pessoas serem mais felizes.Essas regras ainda se aplicam hoje:- Decida ser feliz. Aprenda a encontrar prazer nas coisassimples.- Tire o máximo partido da sua situação atual. Ninguémtem tudo e todos têm certa tristeza misturada com osprazeres da vida. O segredo é rir, não chorar.- Seja gentil com você mesmo. Não se leve muito a sério.E não ache que você deveria ser protegido dosinfortúnios que caem sobre os outros.- Não se preocupe com as críticas. Você não podeagradar a todos.- Defina suas próprias normas e seus próprios objetivos.Seja você mesmo e explore seus próprios limites.- Faça o que você gosta de fazer, mas sem endividar-se.- Não procure aborrecimentos. As cargas imagináriassão mais pesadas de se levar que as verdadeiras.- Livre-se dos seus ressentimentos. O ódio, a inveja e araiva dentro do seu ser, fazem você se desgastar.- Multiplique seus interesses. Se você não pode viajar,viaje o mundo através de suas leituras.- Não se deixe derrotar pelas lamentações. Supere suador e os seus erros, e apenas assimile as lições valiosasque eles lhe ensinam.- Faça o que puder para ajudar aqueles menosafortunados do que você.- Mantenha-se ocupado. Quem está ocupado não temtempo para ser infeliz.Nestas festas de final de ano, durante o próximo ano epor toda sua vida, Seja Feliz! Você merece e estamostorcendo por você.Boas Festas! São os votos do Grão-Mestrado do GOB-RJ.

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Dezembro 2010NOVO ANO – RECOMEÇO

“A felicidade é mais doce quando a compartilhamos” -Jacques Delille.

Um novo ano começa, vai ser a continuação de umalonga e cansativa caminhada, mas crucial para a nossaInstituição. Nós todos temos trunfos importantes. Existenos Maçons, quando eles estão dispostos a colaborar ese unirem, bastante energia, inteligência e coragem paranos dar toda a confiança no futuro.É um grande prazer em apresentar a todos os meusmelhores desejos de Paz e Felicidade no Novo Ano.Que 2011 traga para todos união, saúde e alegria emsuas famílias e sucesso em suas carreiras.Meus cumprimentos vão também para a nossaInstituição, que, fiel à sua missão por quase 300 anos,defendeu com sucesso os interesses de toda aHumanidade. Desejo-lhe este ano sucesso em todas assuas formas de atividade e que possa continuaroperando com a mesma determinação.Eu acredito também que é a hora certa de agradecermuito calorosamente a todos os funcionários que sedesdobraram e se empenharam em oferecer a nossaInstituição e aos nossos membros os melhores serviços.O GOB-RJ, cuja finalidade é representar oficialmenteos Maçons fluminenses do GOB, não teria cumprido suamissão, não fora o empenho e a dedicação do Grão-Mestre Adjunto, dos Secretários, dos Coordenadores,

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dos Conselheiros do CEO e dos Assessores do Grão-Mestrado, o que permitiu o estabelecimento de umamelhor atuação possível para o sucesso das nossasatividades.Se quisermos que as Autoridades e a Sociedadeconsiderem-nos interlocutores credíveis, temos que terum comportamento proativo e socialmente impecável.Para isso temos construído um trabalho, em nossascomissões e representações externas, de serviçosreconhecidos pela Sociedade e pelas Autoridades comoúteis e eficientes, como tinham sido feitos no passadoda Ordem. Além da participação funcional dos nossosrepresentantes nos principais eventos sociais, todosdevem saber que a nossa Instituição realiza um trabalhoincessante em a defesa da Cultura e dos Valores denossa Sociedade, como também do culto de todos ossentimentos patrióticos nacionais. Todos nós devemossentir-nos responsáveis.Faço notar que tomamos a iniciativa de enviar umdocumento a cada um dos candidatos aos cargosadministrativos eletivos municipais e estaduais, visandoà sensibilização para os principais problemas que temosenfrentado no âmbito municipal e estadual, buscando ocomprometimento desses candidatos em corrigir essassituações negativas. Essa comunicação é necessáriaporque os nossos governantes eleitos precisam saberrealmente o posicionamento de nossa Ordem, emrelação aos principais problemas que afetam nossasociedade. Em termos de eficiência, além do enviodesses documentos, que pode ser limitado, fizemosacompanhar de reuniões com esses candidatos, os queaceitaram nossos convites, com o objetivo de iniciar umdiálogo focado em nossas ideias e demonstrar a solidezdos nossos argumentos.

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Aproveito esta oportunidade para lembrá-los daimportância da participação dos Maçons nos principaiseventos programados pela Ordem, este gesto dosMaçons, permitirá que a nossa Ordem possa oferecerserviços sociais, culturais e educacionais de qualidade,construídos em torno de uma aspiração capaz deatender as expectativas, as necessidades, e sobre tudoreafirmar a capacidade de nossa Ordem de representaros anseios das nossas Comunidades e do PovoFluminense.Enquanto novas aspirações surgirem; o desejo de servirdos Maçons advir; quisermos tornar realidade nossossonhos; quisermos realizar os nossos projetos;desejarmos participar das atividades maçônicas;quisermos desfrutar do convívio da família maçônica emnossas reuniões; se quisermos realmente, tudo issopode acontecer e não vamos ter medo de olhar parafrente, para o futuro.Termino esse meu primeiro editorial do ano, entregandouma mensagem aos Irmãos, Cunhadas e Sobrinhos, emque procuro mostrar o meu orgulho, sem restrições, deser Maçom e pertencer ao GOB-RJ!Feliz 2011!

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Janeiro e Fevereiro 2011

SOLIDARIEDADE NOS DESASTRES, UMACARACTERÍSTICA HUMANA

É um fato infeliz da vida. Incêndios, inundações,terremotos, etc., os efeitos imprevistos da naturezafazem as notícias todos os dias. A recente catástrofe naRegião Serrana do Rio de Janeiro, no entanto, foimarcante, e tornou-se mais que uma dessas notícias eestá fazendo história. No momento em que as águascomeçaram a descer as encostas das serras, ninguémpoderia ter previsto a devastação recorde, que viria logoa seguir. Desta lição, tivemos que tentar compreender aenormidade do desastre e encontrar formas de ajudaras pessoas afetadas por ela.A virtude em ação. Muitos de nós experimentamos umforte sentimento de compaixão, um sentimento deaflição, com o sofrimento das pessoas afetadas pelaforça das águas e prontamente queríamos ajudar.Compaixão, no entanto, é um gesto vazio se não leva àgenerosidade e à ação. Às vezes é fácil ignorar osproblemas dos outros quanto estão distante da nossacomunidade ou quanto o desastre é muito grande paraque façamos uma diferença. A tentação de subestimara nossa capacidade de fazer a diferença, não deveofuscar nossa responsabilidade, ou o dever, de ajudaros necessitados. Esse senso do dever de melhorar onosso mundo é a essência da cidadania global, e nosinspira para ajudar os outros, onde quer que vivam.O que poderíamos fazer desde o dia do desastre? Osgrupos especializados de socorro e ajuda começarama se mobilizar na prestação de assistência as vítimas. ACruz Vermelha foi, entre os primeiros grupos, a quedesempenhou um papel importante na ajuda aosdesabrigados. Fornecer água portável, alimentos eabrigo temporário para as vítimas, foi fundamental para

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prevenir as doenças que podem matar mais que opróprio desastre. As Forças Armadas mobilizaramequipes de médicos de vários Estados para prestarcuidados médicos as vítimas e outros grupos doentes.Então no processo de expressão do verdadeiro sensode solidariedade com as vítimas, buscamos auxiliar naprestação da assistência que iria aliviar o sofrimento eevitar milhares morrer de fome e das doenças quepoderiam advir da falta de assistência aos desabrigados.Contamos com alguns Irmãos e Lojas, do Rio de Janeiroe de outros Estados, com muitas pessoas ao redor doPalácio do Lavradio e adjacências que se preocuparamcom a situação das vítimas. Estes grupos de ajudaprivada forneceram água, comida, material de higienepessoal, produtos de limpeza e roupas. Mas ofundamental para a operacionalização do socorro foi,sem qualquer dúvida, um pequeno grupo de Irmãos, deCunhadas da Fraternidade Feminina e dos nossosSobrinhos DeMolay e Filhas de Jó. Sem o trabalhoincansável desse grupo, no Rio de Janeiro, em Duquede Caxias, Petrópolis, Teresópolis, Friburgo e Niterói,não poderíamos receber, separar, organizar, transportare distribuir as doações.A experiência serviu, para todos nós que participamosdas ações, para pudéssemos desenvolver acompreensão do desastre, tanto em termos de suamagnitude, quanto do sofrimento individual, que ocorreem desastres naturais. Para que pudéssemoscompreender e aplicar as virtudes da empatia,compaixão, generosidade e solidariedade na assistênciaaos necessitados. Para promover a consciência dotrabalho em grupo na ajuda e na oportunidade daprestação de efetiva assistência aos necessitados. Gerare desenvolver a consciência da cidadania global: - oque é, e o que implica ou não em aceitá-la.

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A presença contínua, e as atividades individuais ecoletivas, para prestar assistência aos que estavamsofrendo com a catástrofe serviram de uma oportunidadede aprendizagem para todos nós. Serviu para explorarnossa solidariedade com os outros que sofrem. Mostrou-nos que a solidariedade é um interesse comum epartilhado. Revelou que nós, como indivíduos,desenvolvemos um interesse comum, partilhado ecompartilhado, em ajudar as pessoas quandonecessitadas. Revelou nossa capacidade deassumirmos a identidade de um cidadão global.Essa consciência levou a imaginar-nos na situaçãoinversa. Se fossemos nós as vítimas de um gravedesastre natural, como nos sentiríamos?E finalmente, avaliando o desastre das chuvas, há umareflexão que transferimos para todos os Maçons: - Osgovernos têm responsabilidade nos resultados dacatástrofe? - Apreciando o desastre das águas, podemosacreditar que os Governos poderiam ter feito algo paraimpedir a trágica, a perda de vidas ou pelo menosdiminuir isso? - Se assim for, por que não foi feito? -Que mudanças vão acontecer por causa dessacatástrofe?

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Março 2011GRATIDÃO

A prática espiritual da gratidão é um estado de espíritoe um modo de vida. Mas prefiro pensar nela como umaestrutura básica que nos ajuda a construir e dar sentidoa nossa vida. As regras da gratidão devem cobrir todasas nossas atividades. Sua prática revela um sistema derelações que nos liga ao divino e a qualquer outrocomponente da criação.Para aprender a prática da gratidão, iniciamos dizendo“obrigado” as experiências felizes e animadoras, quenos são propiciadas por pessoas, animais, arte,lembranças, situações e sonhos.Devemos contar às bênçãos que recebemos, e louvar aDeus por nos tê-las proporcionado. Aproveitar nossasbênçãos, e manifestar o nosso apreço a tudo e a todosatravés dos quais elas se manifestarem. Pelas benções,devemos ser sempre gratos, assim seremosabençoados.Quero agradecer a todos os Irmãos pela forma comoocorreu a eleição para o Grão-Mestrado do GrandeOriente do Brasil no Rio de Janeiro. Nossa Gratidãopela forma ordeira e pacífica em que transcorreu o pleito,e o cuidado dos Irmãos em procurar escolher os Irmãosrealmente mais habilitados técnica e moralmente paraadministrar nossa instituição.Todo o Grão-Mestrado é grato por todo o apoio denossos Veneráveis e de todos os Irmãos que com ordeme responsabilidade souberam consagrar a liberdade deescolher nossos dirigentes de acordo com suasconsciências e convicções.

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Nós temos Maçons tão generosos e esclarecidos comoos Maçons de qualquer outro Estado do nosso País. Eusei, eu tenho convivido com Maçons de outros Estadose não há maçonaria melhor que a do Estado do Rio deJaneiro.Deus me abençoou ao conceder-me a experiência deadministrar nosso Grande Oriente. Sou Feliz e Gratoao Grande Arquiteto do Universo, pois nos momentosmais difíceis dessa caminhada ele sempre se manifestouatravés de Irmãos e situações me amparando, me dandoa sua Paz e a sua Inspiração para superar todas asdificuldades e óbices que se apresentaram, ocasionadaspor situações ou pessoas.As regras da prática da gratidão, entretanto, não sãotão simples quanto parecem à primeira vista. Muitasvezes, em vez de nos alegrarmos com o que temos,avidamente queremos algo mais, melhor ou diferente.Nós não somos gratos porque estamos fazendocomparações e cobiçando outras possibilidades.Quando isso acontece em um nível pessoal, o nossoego está insatisfeito, então somos ingratos.Quando queremos algo mais, melhor ou diferente doque a glória de Deus nos concede, estamos sendomovidos pela cobiça, inveja e prepotência, e essaganância é uma manifestação de nossa ingratidão e donosso desamor.Finalizando quero externar minha gratidão a Deus e aosmeus Irmãos pela devida resposta que foi dada atravésdas urnas. E sejamos todos gratos por essas bênçãosmaravilhosas que nos têm sido concedidas.

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Abril 2011

O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER

A consciência moral que muitas pessoasimpensadamente atentam contra e muitos têm rejeitado,é algo que existe e sempre existiu. Não foi uma invençãodos filósofos do Século IV AC, quando a alma era poucomais que uma proposição confusa.Com o passar do tempo, com a evolução social e, emseguida, o intercâmbio genético, acabamos colocandonossa consciência, na cor do sangue e no sal daslágrimas, e, como se isso não bastasse, fizemos dosnossos olhos uma espécie de espelho voltado paradentro, como resultado o que eles mostramfrequentemente sem reservas, estamos tentando negarverbalmente. Ou seja, não queremos ver a verdade, issoé uma espécie de escuridão da mente.A escuridão tem sido uma metáfora para a ignorânciaou a maldade. A Bíblia contém centenas de referênciasà escuridão, referindo-se tanto ao período da ignorânciaantes da realização da fé (ou seja, antes de “ver a luz”),como a morte, ou ao Diabo (O Príncipe das Trevas).Adicione a isso a observação geral, que em circunstânciaparticular, em espíritos simples, o remorso causado porcometer algum ato de maldade, muitas vezes seconfunde com justificativas de todo tipo, e o resultadodisso é que o castigo interno do prevaricador acaba porser, sem misericórdia ou pena, obscurecido pela crençade que a vítima merecia o mal que lhe foi feito.Esquecemos que todos possuem sentimentos, que

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podem sofrer como nós. “Trate os outros como vocêgostaria que tratassem você”. Este provérbio é uma dasmais antigas noções de fraternidade conhecidas pelohomem, e à base de muitos sistemas éticos sobre osquais as sociedades foram construídas. Muitasexpressões do mesmo, em várias versões, já existiamna literatura clássica da Grécia e de Roma, comotambém na Islâmica, taoístas, sikhs e outros textosreligiosos. Na versão bíblica a expressão do mesmoaparece em Mateus 7:12: “não faça aos outros...”Portanto, pense bem, suas ações, boas ou ruins, irárecompensá-lo no futuro.A associação para consecução de objetivos deve sempreprocurar a prática do bem, pois pássaros da mesmaplumagem voam juntos. Aqueles que se reúnem emgrupos para realizarem o mal, possuem característicasde personalidade semelhantes, e se completam.Mas, tenham certeza, nada dura para sempre. E aoouvirem rumores de inverdades, não vos perturbem,todas essas coisas devem acontecer, mas o fim, queainda não chegou, está próximo.A resposta foi dada, e somente não vê e não aceita quemnão quer, - o pior cego!A noite é passada, e o dia está próximo, vamos, pois,por fim as obras das trevas, e trabalhemos pelas obrasda luz.Muitos questionaram e ainda questionam o porquê dosilêncio. Mas a melhor parte do valor é o critério, e houveum critério. E a discrição é a melhor marca da coragem,nem sempre o confronto, o acirramento de ânimos e aagressão, é demonstração da coragem. Saber perdoare aceitar a agressão exige muito mais coragem. Mas opovo maçônico soube julgar e expressar livremente oseu sentimento e opinião.

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Finalizando, afirmo que todas as comparações sãoodiosas. Portanto, vamos iniciar uma nova época, umanova etapa, e nesses novos tempos não procuremoscomparar o passado que se foi, com o futuro. Do passadoficam apenas as lembranças, mas no futuro residemtodas nossas esperanças.

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Maio 2011

MEUS ÚLTIMOS PENSAMENTOS COMO GRÃO-MESTRE DO GOB-RJ

Esta, certamente, é a última vez que coloco meuspensamentos no papel, ocupando o honroso cargo deGrão-Mestre do GOB-RJ, para conversar com os Irmãosatravés do Boletim.Não pretendo fazer uma prestação de contas,destacando os acertos e omitindo as falhas, nem tãopouco apresentar números e valores que poderiam serfacilmente falseados.Então qual o objetivo dessa mensagem? Quero convidá-los para uma reflexão honesta, sincera, abandonandoas emoções e os sentimentos que constantemente nosmovem.Inicialmente algumas questões. Quem foi o vencedor?Certamente não fui Eu, pois não pretendia ou pretendoainda fazer do mandato uma luta, uma guerra ou umadisputa. Meus adversários? Também acredito que não.Primeiro porque não tenho inimigos, e depois porqueas circunstâncias também indicam que não houvevencedores. Quem foi o derrotado? Certamente não fuiEu, pois os 87,5% Maçons que me elegeram aindaconfiam em nossa Equipe. Os adversários? Tambémnão. Pois não conseguiram lograr êxito em muitos deseus objetivos.Então quem foi o Vencedor e o Derrotado? Vencedores,meus Irmãos, acredito não ter havido. Derrotados,apenas identifico uma a Ordem! Sim, a Ordem foi agrande derrotada nesses quatro anos.

Bem deixemos de lado o passado, e hora de avançarpara o futuro. Existe um Grão-Mestre eleito! O resultadodas urnas é categórico, não há o que contestar. OsMaçons do GOB-RJ foram bastante claros e sincerosem sua opção, pelo resultado numérico não existedúvidas, não se pode negar que os Maçons escolheram,entre os candidatos, aquele que mereceu a confiança ea credibilidade da maioria absoluta.

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Os danos externos foram em grande parte minimizados,por uma ação permanente e eficaz dos membros daadministração. Junto aos Governos, Estadual eMunicipal, as Instituições e Organizações, nossa equipecom muito sacrifício e trabalho conseguiu representar aOrdem condignamente. A prova cabal são os constantes epermanentes convites que o GOB-RJ recebe paraparticipar de inúmeros eventos públicos, culturais, políticose institucionais, onde tem sido condignamenterepresentado.Mas os danos internos talvez sejam irreparáveis. Até nesseúltimo mês do meu mandato, continua circulando internae externamente uma publicação que nesses quatro anos,sistematicamente, somente vem apresentando fatosnegativos, alguns verdadeiros outros falsos de nossaadministração. Em nenhum exemplar dessa publicaçãohouve a apresentação de um acerto ou algo de positivode minha administração. É óbvio que falhas e errosaconteceram, mas nunca procuramos omiti-las ouocultá-las, nem tão pouco procuramos transferir aoutros a responsabilidade desses erros. Afinal, emúltima análise, o gestor é o responsável por tudo queocorre em sua administração, e na Ordem o únicogestor é o Grão-Mestre. Sempre buscamos corrigir asfalhas e se não fosse possível, evitá-las no futuro. Outrodia um Irmão me escreveu uma mensagem, mais oumenos nesses termos: “- muitas vezes discordei da suaforma de administrar, mas sei que nem sempre oadministrador pode tornar públicos seus objetivos. Mashoje vejo que você tinha razão, pois com muitatolerância e uma boa dose de filosofia oriental, vocêconseguiu chegar ao final de seu mandato, você sabeque mesmo discordando em alguns momentos, sempreestive ao seu lado, pois você é o Grão-Mestre, e hojedepois de tudo isso, você tem todo o meu apoio, podecontar comigo...” Talvez essa declaração seja uma dasmelhores coisas que vou guardar do meu mandato. Nãovou declinar o nome do Irmão, pois não pedi suaautorização, mais quero agradecer-lhe de coração.

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Mas, não pense meu Caro Irmão que foi fácil, muitas emuitas vezes me questionei: - Vale à pena? Está valendoa pena continuar? E me questionava se deveriacontinuar ou abandonar o cargo, afinal eu não entrei naMaçonaria para ser Grão-Mestre, entrei para ser Maçom,e isso ninguém poderá mudar. Portanto, já estou comum grande lucro, pois mesmo não lutando e desejandoardentemente, cheguei a ocupar esse cargo pelavontade e bondade dos Maçons que me elegeram. Maso cargo de Grão-Mestre não é minha única qualificação,pois sou e serei sempre uma Pessoa Realizadaindependente desse honroso cargo.Nesses momentos de instabilidade contei com apoio,amparo e proteção de minha Esposa e de GrandesAmigos. Se não fossem eles talvez tivesse sucumbidoa minha própria fraqueza, foram eles que sempre melembraram da responsabilidade que tinha com osMaçons do GOB-RJ, pois ao colocar minha pretensão,deles recebi a confiança através de seus votos. Nessesmomentos em que seriamente me questionei, foi minhaEsposa Lígia e meus Amigos: Aildo, Manoel, Betinho,Barbirato, Dirceu, Burity, Edimo, Paulo Cezar, Ubirajara,Gilberto, Pinheiro, Walnir, Cristóvão, Brandes, Vandir,Madureira, Lemos, Paulo Gomes, Vicente, André Corrêa,Fernando Malheiros, Clair, Marcus Jardim, André Pedro,Paulo Mathias, alguns outros que está falhando amemória, e, em especial, meu Amigo Marcos José, quesouberam entender o meu desânimo e reforçar minhasforças para dar cumprimento às obrigações assumidasfrente os Maçons do GOB-RJ.

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Junho 2011JUSTIÇA E EQUIDADE

Todo o advogado formado sob a influência do sistemajurídico Europeu vai recordar as palavras do ViscondeSankey LC, em Woolmington [1935], p. 462, sobre o“fio de ouro” no Direito Penal Inglês, ou seja, o dever doMinistério Público provar a culpa do acusado.Na Maçonaria, parece haverem três fios de ouro quepercorrem todos os seus aspectos e estes três de fiosde ouro estão claramente entrelaçados. Eles são:equidade, justiça e verdade.É significativo que cada uma dessas palavras seja usadaespecificamente nos Rituais Maçônicos várias vezes. Apalavra Equidade incorpora os outros dois termos e temvários significados dependendo do contexto: a verdade,a obrigação de direito defesa e justiça.O ponto de partida do discurso sobre a justiça maçônicaé conciliação, pois fraternidade e justiça andam de mãosdadas para estabelecer a justiça e a paz em os Maçons.A administração da justiça na Ordem Maçônica é umato devocional, pois é realizada sobre a égide do LivroSagrado, colocado mais próximo da indulgência, de talforma que direito e moral se fundem.O Maçom quando é obrigado a fazer justiça ao seuIrmão, deve lembrar que - “...quando julgardes entre oshomens, julga-os com justiça, como testemunha deDeus, mesmo que seja contra vós mesmos, seusparentes, parentes de seus parentes, seus pais, oualguém de suas relações, seja o réu rico ou pobre,porque Deus é protetor de todos. Então, não sigas as

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concupiscências do seu coração, evite as injustiças,se você distorcer as provas ou se recusar a ouvir averdade, lembre-se que Deus esta sempre bemfamiliarizado com o que você faz.”A Justiça Maçônica é, acima de tudo, um dever coletivo.Em toda parte se encontra na vida Maçônica a ideia dejustiça. O conceito maçônico de justiça é, portanto, umdaqueles domínios coletivos e ético de ideias que entramfacilmente na consciência coletiva. Cada Maçom estáenvolvido na manutenção da justiça e não pode sedestacar como um espectador silencioso se uma injustiçafoi cometida. Repetidamente enfatizada nos RituaisMaçônicos, está enraizada na Moral Maçônica aresponsabilidade de fazer justiça para com toda ahumanidade.Assim, a justiça maçônica não é uma condição estática- a obediência a regras fixas e a uma lista de preceitos- é um valor dinâmico e uma instituição que mantém aOrdem se movendo mais e mais no caminho da virtude.A Justiça Maçônica deve ser estabelecida de acordocom a Igualdade entre todos. Na verdade, não importaquem a busca, todos merecem e têm direito a igualtratamento nos Tribunais Maçônicos, os Títulos e Cargosnão podem influenciar suas decisões, que devem sefundamentar claramente nas provas, e reveladas noLivro da Lei e na Balança que pode mantê-las justas. OTribunal Maçônico tem o dever Moral fundamental daImparcialidade, e Ético de evitar demonstrações apreçoe simpatia com qualquer dos litigantes.Demonstrações de intimidade, conversas pé de ouvido,

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incursões intempestivas na Sala de Julgamento e afetoexagerado com uma das partes, comprometem ahonestidade e imparcialidade da Corte. Um Julgador temque ser Sóbrio, e evitar o envolvimento emocional oupessoal.A Equidade requer uma aplicação equilibrada dosdireitos e obrigações. Destes dois conceitos podemosinferir conceitos mais amplos de verdade e igualdade,sem verdade não existe justiça, sem igualdade não existeequidade.

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EspecialADEUS NÃO! ATÉ LOGO

O fato de já ser dia 30 de junho de 2011, trouxe-me aalarmante novidade de que quatro anos se passaram.Foram anos cheios de novidades no Grande Oriente doBrasil no Rio de Janeiro, umas menos boas, outrasmelhores e algumas excelentes, mas também foramquatro anos de novidades na minha vida, sobre as quaiseste boletim esteve sempre preciso entre divulgar einformar ao máximo.De qualquer modo bastou o dia trinta de junho para mepôr a pensar no que passou e aquilo que gostaria quetivesse acontecido nesses quatro anos, e honestamente,não faço ideia nenhuma do que irá acontecer a partir deentão. Estou em necessidade absoluta de dedicar algumdo meu tempo longe do GOB-RJ, para finalmenteperceber o que é que me faz feliz, e deixar que a vidame mostre o que ainda tem a me dar.Conhecendo-me, sei que estou em uma fase que podedurar tanto semanas, como meses, ou até anos. Mastenham a certeza de uma coisa, meus Irmãos, não setrata de adeus, mas de um até mais tarde, pois tenhocerteza que não poderei de parar totalmente minhaatuação na Ordem, acredito que ainda poderei colaborarem outra atribuição.A seguir são apresentados dados do desempenho doGrão-Mestrado nos últimos 4 anos, eles mostram tudo,exceto quaisquer dados sobre o desgaste produzido naequipe para que eles fossem alcançados. Desgaste sim,

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resultado de uma ação permanente de ataques e críticasperpetradas por um grupo que buscou o domínio doGOB-RJ a qualquer custo. Algumas ideias, por açãodeste grupo, não puderam ser implementadas, mas poroutro lado, estes problemas desenvolveram acriatividade da equipe para alcançar soluçõesadequadas ou algumas outras opções de respostas.Apresentando estes dados, não estamos fazendo umacompleta prestação de contas, mas apenas recordandoaos Ilustres Irmãos o quanto a equipe do Grão-Mestradodo GOB-RJ se empenhou no atendimento dos Irmãos eo quanto se esmerou em qualidade e dedicação. Nãoestamos buscando a glória, mas apenas oreconhecimento do trabalho realizado por uma equipede abnegados, que não mediram esforços para atenderas necessidades e anseios dos Irmãos, das LojasJurisdicionadas e do GOB-RJ.Obrigado meus Irmãos, que o GADU de muita Paz aosMaçons e Juízo aqueles que colocaram e colocam seusinteresses pessoais acima da Ordem e dos Irmãos.Isso não é um Adeus, apenas um até logo!

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