palavra de poetisa

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Palavra de Poetisa!

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Poesias e fotos misturadas para se sentir bem!

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Page 1: Palavra De Poetisa

Palavra de Poetisa!

Page 2: Palavra De Poetisa

Breve Situação  

Perco as histórias, presas na memóriaQue não posso esquecer.

Talvez escreva sobre o tempoSobre a vida,

A dor e a glória,Até escreva de você.

Desde que você leia as histórias,Que não consigo esquecer.

Talvez seja capaz,De um dia ter paz,E até espairecer.

Porque sei que as históriasEstão um pouco com você.

 

Page 3: Palavra De Poetisa

Aroma de Moça

Moça bonita,Dos olhos de azeite.

Vestido de chita,Na pele de leite.

Ventam fios carambolaEnvoltos em fita.

No corpo de mola,Na face de Anita.

Ela, dos pés a cabeçaEla, é só enfeite,

Dela, tenha certeza,Dela tudo aproveite.

Dama de fantasiaUm convite até aceite,

Ninfa da noite, fada do dia,Menina-flor de deleite.

Page 4: Palavra De Poetisa

Morri pela mão do homem,Morri pela ingenuidade,Por querer jamais quererE achar o mundo limpoQue só um olhar revela.Por querer ser tão sincera,Quisera eu poder ver,Enganada quis crerEm anjos e quimeras,

E agora é tão estranho,Tão triste e realMe sinto boba, enganada,Me sinto mais que magoadaE o que tenho a oferecerEu ofereço, pois bem, força.Esta que me faz crescer.

Que me revela, me depõeMas também dá-me tempoClareza, nobreza, destrezaPra ver que só por issoSou melhor, estou melhorPois me revela o teu piorO pior aqui é você.

Page 5: Palavra De Poetisa

O vento toca meus cabelos,Trazendo as boas novas do dia.

Já é quase outro tempo,Porém, para mim ainda é o mesmo

Velho e pueril de minhas tias.

Vi todos que conheço crescerem,Viverem...

E meus olhos a mim não

Puderam enxergar.Fizeram-me promessas

Vãs e traiçoeirasDivago agora, pensando,

Escrevendo ao pé das amoreiras.

Meus comparsas nas canções de roda.Laço físico que se dissolveu.

E assim, como alguém a amoreira poda,Meus amigos o mundo acolheu

De vez em quando me cantam

Suas novas canções.Fico iludido, sonhando com as sobras.Pensando em tudo que já se perdeu.

Então que venha o momento de renova,

Que chegue a oportunidade de recomeçar.E desenvolva para vida uma mola,

Para os amigos, cola,Para engrenagem consertar.

Cons

erto

da

Roda

de

Amig

os

Page 6: Palavra De Poetisa

 No puro azul foi que me perdiSem ar no chamado ascendiNenhuma gravidade, sozinhaPra voar, daqui - dali, a outro lugar. Os pequenos seres de calda,Sereias brotando com almaNum minuto do tempo Que não podia notar. Eles estão me vendo,E não quero afundar.Flutuar até submergir.Sair do céu noz-moscada.

Não podem me possuirNuma terra declarada.Nem sei o que faço aqui,Não vejo luz, lua, nada. Onde estão os frutos caqui,Porque aqui sou tão calada?Respiro fundo, pisco e acabou Foi coisa da noite passada.Perdida em moinhos de ventoDe uma terra bem abastada.

Me passou pela cabeça

Page 7: Palavra De Poetisa

Cedros de mar  Que os cedros são de vidro Não posso negarExistem outros tão azuis Imitam a cor do marFrágeis são os cedros de neve Fáceis de degelar, ganham os Mais intensos olharesBanham-se de luarSão como um sonho bomAzul, molhado, escorregadioProfundo, frio, intensamente nítidoSão também os mais bonitosQue uma mente tem no vazioJá morei no fundo do marNa madrugada amanhecida Que me peguei a espiarPor apenas dez minutos morei láE fiquei mais perto do paraísoE com sete minutos sonharEncontrei meu esconderijo E ninguém vai me roubarCom a lembrança eu vivo Lá tudo dará certo E com a certeza a fascinar Me dando força pra lembrar Um dia novamente visitar Morar, amar e despojar.

Page 8: Palavra De Poetisa

Definições não são postas ao que escrevo.Pensamentos de todos lugares, setores, ares.Solucionar o inexplicável não me atrevo.Destruir analogias sinceras contadas em pares. Lembro-me e finalmente dou de olhos,Deitada viajando lentamente de volta ao hotel.Os sonhos agora estão cinza, são mortos, As ondas persistem e levam a tinta do pincel.

Page 9: Palavra De Poetisa

Estrelas não são nada Num céu de nuvens mortasQue já não podem mais chorarEstrelas estão paradasNum céu de nuvens tortasQue já não podem mais brilhar.

Page 10: Palavra De Poetisa

O caminho é de pedregulhos,Sentada, sentindo a solidão.

Contando os pequenos fagulhos,Inserindo-me a descrição.

 Estendo os braços ao máximo,Vislumbrando alcançar o céu,

Não era dia, sim era noite,As estrelas serviram de hotel.

Page 11: Palavra De Poetisa

O lado obscuro da lua  O lado obscuro da luaSustenta jamais sorrir.Entrega mistérios loucos,Que a vida aos poucos,Bem de mal faz surgir. Branca, alva, cruaÉ ainda de idade nova.Será plena e crescente,Nascer d’um sol poenteRetornando a sua cova. 

Irônica, hilariante, nuaDivina, no ápice cheia.Devias não ser minguante,Eterna da noite amantePara sempre assim lo creia.

Page 12: Palavra De Poetisa

O vento traz histórias da areia.Do mar, as feridas submersas.Enredadas na invisível teia,Das lembranças cruéis e dispersas. Nasce o sol, ouço a canção do novo dia.Os problemas enumeram pétalas de flor.Ser previsível que a causa consumia.Simples palavras piegas tento transpor.

Page 13: Palavra De Poetisa

Devora-me e corrói.Talvez tenha culpa disso,Talvez seja gata da vida,Equilibrando-se no muro,Entre a queda e o grande pulo. Tanta dor não é possível,Reviver o incabível.Quando é que se curam as feridas,E se tornam cicatrizes vivas. Talvez seja drama, faça cena,Talvez não fosse pra ser fácil,Gotas dos tons de Viena,Forma um poço, faz um lago. Até que um dia transborda,E a gata se afoga.Melhor cair em pé na borda,Viver a vida, ir à forra.

Gataria

Page 14: Palavra De Poetisa

Mila Olivier