pair dentistas

25
5 CEFAC CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA CLÍNICA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO ANA TEREZA TORRES PARAGUAY RECIFE Setembro – 1999

Upload: naldo-versiani

Post on 16-Aug-2015

241 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

tcc

TRANSCRIPT

5CEFACCURSOS DE ESPECIALIZAO EM FONOAUDIOLOGIA CLNICAAUDIOLOGIA CLNICAPERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUDOEM CONSULTRIO ODONTOLGICOANA TEREZA TORRES PARAGUAYRECIFESetembro 19996ANA TEREZA TORRES PARAGUAYPERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUDOEM CONSULTRIO ODONTOLGICOMonografiaapresentadaCoordenaodoCursodeEspecializaoemAudiologiaClnica,orientadapelaprof.MiriamGoldenberg.RECIFE7Setembro 1999AGRADECIMENTOSequipedeCirurgies-DentistasdoSESI-ServioSocialdasIndstriasNatal/RN, que gentilmente participou narealizao desta pesquisa.8RESUMOOobjetivodessetrabalhoterico-prticoverificarseorudodoconsultrioodontolgicoexercealteraesnaacuidadeauditivadoCirurgio-Dentista.Pretende-sepesquisaropadroaudiolgicodoodontlogo,pararealizarumprogramadeorientao e preveno dos possveis danos auditivos ocasionados pela exposio aorudo. Foi realizada uma pesquisa prtica com exames auditivos e amnese para coletados dados de profissionais, classificando-os de acordo com o tempo de exposio aorudo.Odontlogoscom,aproximadamente,5(cinco)anosdevidaprofissionalnoreferiramqueixasaudiolgicaseapsesteperodo,asqueixascomeamasurgir:cefalia,zumbidos,diminuioauditiva,irritabilidade.Asaudiometriastonaisevocaisconfirmam que a perda auditiva induzida por rudo acomete esses profissionais e queeles nada fazem para minimizar o barulho no ambiente. Os dentistas referem que o usodeequipamentodeproteoindividual(EPI)praticamenteinvivelequenoconhecemprofissionaiscompetentesparaajud-los.EstapesquisadirecionadaaoCirurgio-Dentista,tentandoconscientiz-lodanecessidadedecriarumambienteadaptado para suas atividades dirias.ABSTRACTThistheoric-practiceworkaimverifyifthenoiseofodontologicalofficesprovokemodifications on audition capacity of dentistry professinals. To research the audiologicalpatternofthedentists,fordevelopaorientationandpreventionprogramofpossiblesaudition problems caused by exposition to noise. There was made a practical researchwithauditionexamsandinterviewtoortainthedatasofisprofessionals,classifiedinagreewiththetimeofexpositiononnoise.Dentistswithnear5(five)yearsofprofessional life dont refer audition complaint e after this period, the complaint began toappear: Headache, buza, audition loss and irritability. The voice and tone audiometricsconfirm that the audition lost induzed by noise occur with these professionals and themdont make nothing for to soften the noise of environmente. The dentists refer that theuseofindividualequipamentsofprotection(IEP)islittlepracticeandtheydontknowcompetentprofessionaltohelpthem.Thisresearchwasdirectedtodentistryprofessionals, trying to motivate to creat a environment adapted for the diary activities.9A N E X O 0 1IDENTIFICAONOME: _____________________________________________ DATA: ___/____/____IDADE: _______________________ SEXO: __________________ANAMNESE PROFISSIONAL RISCOS DE RUDO1.TEMPO DE TRABALHO: _____________________________2.LOCAL DE TRABALHO:() Consultrio Particular() Instituies3.TIPO DE ATIVIDADE() Dentstica() Periodontia() Cirurgia () Ortodontia() Prtese () Endodontia() Outros4.TEMPO APROXIMADO DE TRABALHO: __________________________5.RISCO AUDITIVO FORA DO TRABALHO:() Trauma Acstico?() Exposio a rudo intenso (arma de fogo, walkman, discoteca, moto etc.)?6.ANAMNESE FAMILIAR:Casos de surdez na famlia? _________________________D o e n a s o t o l g i c a s p r e c e d e n t e s ( o t i t e , c i r u r g i ao u t r a u ma t i s mo c r a n i a n o ) ? _ _ _ _ _ _ _7.FAZ USO DO EPI (Equipamento de Proteo Individual)? ______ QUAL? ________8.DIMINUIO AUDITIVA? _______________________________9.ZUMBIDOS? _________________________________________10. USO DE MEDICAMENTOS POR TEMPO PROLONGADO? _____ QUAL? _______1011. DOENAS() Tuberculose() Cachumba() Diabete () Sarampo() Meningite() Sfilis() HipertensoA N E X O 0 2MAPEAMENTO DO RUDO DE DECIBIS (dB)Equipamentos dBTurbina 83Micromotor 80Sugador 77Aspirador 74Amalgamador 88Todos 8711SUMRIOI N T R O D U O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .05DISCUSSO TERICA.............................................................................................. 06 Aspectos Educativos..................................................................................... 14 Sugestes....................................................................................................... 14PESQUISA.................................................................................................................. 17CONSIDERAES FINAIS........................................................................................ 18CONCLUSO............................................................................................................. 20REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS........................................................................... 21ANEXOS..................................................................................................................... 2212INTRODUOComodesenvolvimentomundial,tecnolgicoeindustrial,passaramaexistirfatores que geraram estudos especficos e direcionados sobre os danos desta evoluono trabalhador. Dentre estes, estaria o rudo, agente fsico que pode causar danos aoorganismohumanocomefeitosdecurtoemdioprazo.Orudoapresenta-semensurvelnoambientedetrabalho;aoatuarsobreotrabalhadorpodealterarprocessosinternosdoorganismo,afetandoporexemploosistemanervosocomconseqncias fisiolgicas e emocionais.Os dentistas tiveram o interesse e a preocupao com a perda auditiva induzidaporrudo(PAIR)somentenofinaldadcadade50,quandosurgiramdispositivosdealta rotao movidos a turbinas, por causa dos altos nveis de rudos que emitiam.Opresenteestudotemoobjetivodeverificarseorudonoconsultrioodontolgico exerce alteraes na acuidade auditiva e pesquisar o padro audiolgicodoCirurgio-Dentista,comorealizarumprogramadeorientaoeprevenodospossveisdanosauditivosocasionadospelaconstanteexposioaorudo,considerandoqueseuambienteprofissionalpossuivriosagentesagressoresaudio,taiscomoacanetaderotao,micromotor,compressor,sugadores,arcondicionado,rudosexternosetc.;atravsdeanamneselaborativa,verificaodosnveis do rudo e exames audiomtricos.13DISCUSSO TERICADurante muito tempo ou toda vida o indivduo recebe uma grande quantidade deinformaes sonoras que so captadas por suas orelhas e guardadas em sua memria:tratamentos cardacos, msica preferida, cantiga de ninar, buzina de carro, decolagemde avio. Dependendo do indivduo os sons podem provocar diferentes reaes fsicase emocionais.PEREIRA(1987)eBUSCHINELLIetal.(1994)relatamqueostermossomerudosocomfreqnciausadosindiferencialmente,masemgeral,somutilizadopara as sensaes prazerosas, como msica ou fala, enquanto que rudo usado paradescrever um som indesejvel como buzina, exploso, barulho de trnsito e mquinas.Paraumsomserpercebidonecessrioqueeleestejadentrodafaixadefrequnciacaptvelpeloouvidohumano.Essafaixaparaumouvidonormalvariaemmdia de 20 a 20.000 Hz.WELLS(1991)afirmaqueoorganismohumanoestsujeitoaosefeitosdasvibraes, quando elas apresentam valores especficos de amplitude que depende daintensidade do fenmeno e da frequncia.Intensidade:aquantidadedeenergiavibratriaquesepropaganasreasprximas a partir da fonte emissora. Pode ser definida em termos de energia (Watt/m2)ou em termos de presso (N/ m2 ou Pascal).14Frequncia:representadopelonmerodevibraescompletasemsegundo,sendo sua unidade de medida expressa em Hertz (Hz).APAIR,tambmconhecidocomoPerdaAuditivaOcupacional,SurdezProfissional, Disacusia Ocupacional, constitui-se em doena profissional, de enormeprevalncianascomunidadesurbanasindustrializadas,decorrentedaexposiocontnua a nveis elevados de presso sonora.SocaractersticasdaPAIR:sersempreneurosensorial;serquasesemprebilateral; a perda tem seu incio nas freqncias 6.000, 4.000 e/ou 3.000, progredindolentamente s freqncias 8.000, 2.000,1.000, 500 e 250 Hz.Inmerosestudostambmvmevidenciandoqueosefeitosnocivosquedependem da intensidade e durao da exposio - no se limitam apenas s lesesdo aparelho auditivo, mas comprometem diversos outros rgos, aparelhos e funesdo organismo. Sendo assim, podemos didaticamente dividir a sintomatologia da PAIRem auditivos e no-auditivos.Dentreossintomasauditivos,podemosencontraraperdaauditivaaguda(traumaacstico),queocorrequandoumaconcentraosonoraaplicadaemumnicomomento;aperdaauditivaporexposiocrnica(PAIR)quandoaaodeuma energia aplicada de forma repetitiva, durante um longo perodo de tempo.O tinnitus zumbidos freqentes e no agradveis que acompanham as perdasauditivasocupacionais,tambmseriaoutrosintomaauditivo,comadificuldadeparaentenderafalaelocalizaosonora,sensaodeplenitudeauriculareaudioabafada.Os sintomas no-auditivos seriam compostos pelos transtornos da comunicao;alteraodosono;transtornosneurolgicos,vestibulares,digestivose15comportamentais. Estudos feitos pela SECRETARIA DO ESTADO DA SADE DE SOPAULO(1994),informamostranstornoscardiovasculares:aceleraocardaca,reduodovolumecirculatrio,vasoconstrioperifrica,aumentodaviscosidadedosangue e hipertenso.COLLEONIeCOLABORADORES(1981)ressaltamquefaixadebaixafrequncia, iniciando-se com as freqncias infra-snicas (abaixo de 16 Hz) os efeitosno so auditivos. Dentre eles, citam enjo, vmito, tonturas etc. medida em que afrequncia aumenta, os efeitos passam a ser diferentes e pode encontrar alteraes naatenoeconcentraomental,aumentodairritabilidade,perdadoapetiteeestadospr-neurticos.Aindaafirmamquenoserhumanooexcessoderudoalteraacondutividade eltrica no crebro e pode provocar queda na atividade motora geral.MANGABEIRA(1975)afirmaqueaaudioomaissocialdossentidoshumanos, a sua deficincia priva o homem da comunicao.Quandoocorreasurdez,diminuisensivelmenteaeficinciadoprocessodesocializao, pela incapacidade de ouvir e reagir aos sons da fala.Orgoresponsvelpelaaudiooouvido,contidonoossotemporal,dividido em ouvido externo, ouvido mdio e ouvido interno.O ouvido externo compreende o pavilho auricular ou orelha e o meato acsticoexterno,desempenhaafunodeprotegeramembranatimpnicaeressonnciasonora.O ouvido mdio, conhecido por capacidade timpnica ou caixa do tmpano, umespaoirregular,preenchidoporar,nelehelementosimportantesparatransmissosonora:1)trompadeeustquio:deixaamembranatimpnicalivreparavibrar,poisigualaaspressesdoladoexternoeinternoquelatuam;2)msculotimpnico:o16msculo tensor do tmpano, inervado pelo V par craniano (trigmeo) liga-se ao cabo domartelo,quequandosecontraipuxaesteossculoparadentrodoouvidomdio,eomsculo inervado pelo facial (VII par craniano) liga-se a cabea do estribo e quando secontrai puxa a bigorna contra a janela oval, protegendo o ouvido interno e as clulas dorgodeCrticontraleses;3)sistematmpano-assicular:constitudopelamembrana timpnica, martelo, bigorna e estribo, um transformador de energia, comfinalidadedeigualarasimpednciasdoouvidomdioeinterno,paratransmissosonora efetiva.Accleafazpartedoouvidointerno,possuiparedessseaslimitando3tubosenroladosemduasvoltasemeiaemumossochamadomedolooucolumela.Suabase apresenta duas janelas: oval e redonda.Os trs tubos cocleares so: rampa vestibular - que limita o ouvido mdia pelajanelaoval;rampamdiaoucanalcoclear-contmorgodeCrti;arampatimpnica - que se limita com o ouvido mdio pela janela redonda. O helicotrema, piceda cclea, contm o lquido perlinfa, e comunica a rampa timpnica com o vestibular; ocanal coclear, o endolinfa.O rgo de Crti constitudo por clulas de sustentao e por clulasciliadassensoriais, que so denominadas clulas ciliadas internas e clulas ciliadas externas,OLIVEIRA (1997).Alteraeslustopatolgicas-oachadomaiscomumemcasodePAIRadegenerao das clulas ciliadas, principalmente das clulas ciliadas externas, que somais vulnerveis, mais tarde as clulas ciliadas internas e as clulas de suporte. Todaa cclea pode ser atingida nesse processo, restando apenas a membrana basilar.17Portanto,umalesoqueenvolvasomenteasclulasciliadasexternassermenosevidente,umavezquesnocasodaextensivalesodasclulasciliadasinternasvirocorrerumsubstancialdegeneraodefibrasnervosas.Issoocorreporque aproximadamente 95% dos neurnios da VII nervo craniano se comunicam comas clulas ciliadas internas.Mecanismoelocalizaodaleso-DUNN(1997)afirmouqueasalteraesobservadas na cclea, decorrente da exposio a rudo, so provavelmente resultadode leso mecnica, estresse metablico, ou a combinao dos dois.Presume-sequeometabolismodasclulassensoriais,permaneainalteradaenquanto houver uma reserva de glicognio. Entretanto, quando ocorre um dficit, queseexpressapelareduodaatividademetablicaavaliadaatravsdonveldeenzimas, tem incio as alteraes metablicas.Estasalteraes,dasqueprecedemasmudanasestruturais,parecemserconseqnciadareduodatensodeoxignionoductococlear,devidoahiperestimulao provocada pelo rudo.Aexposioasonsinternospodeafetaronveldeoxignionacclea,implicandomudanasnoseusuprimentosangneo.HAWKINS,JOSHNSONePRESTON(1972)sugeremqueoprocessonormaldedegeneraodaccleapodeestar sendo acelerado pela exposio a rudo e a outras condies adversas.Oregistrodefenmenoseletrofisiolgicosumndiceobjetivodasmudanasocorridas na cclea. A cclea, transmite a energia acstica recebida pela janela oval sclulas ciliadas do rgo de Crti, onde ocorre a converso para energia eltrica.18Quantocontribuiodosefeitosmecnicosnalesococlear,LIMeDUNN(1976)apresentaramdeformasucinta,algumashiptesesdecomoumaforamecnica poderia causar leso s clulas sensoriais, so elas:a)Movimentao brusca dos fludos da cclea, causando ruptura na membranadePlissner,comencontrodaperlinfaeendolinfa,elesodasclulassensoriais;b)Movimentaobruscadamembranabsica,causandorupturadalminareticular do rgo de Crti; a perlinfa alcanaria a endolinfa provocando umamudanacrnicaemseuscontedos,terminandoporlesarasclulasciliadas;c)Movimentaobruscadosfludosdaccleaqueatingiriadiretamenteasclulas ciliadas, separaria o rgo de Crti da membrana basilar ou romperiaa membrana basilar;d)Aseparaodamembranatectriadoscliosdasclulassensoriais,comoresultado da hiperestimulao.DesdeostrabalhosdeBekesy,sereconheceaimportnciaqueoparedodamembranabasilartemnoprocessodediscriminaodefreqnciasdoestmulosonoro. As altas freqncias tm seu ponto de ressonncia na poro basal da cclea,easbaixasfreqncias,nopicedacclea.AregiodorgodeCrtia8mmdajanelaoval,corresponderecepodasfreqnciasemtornode4kHzetemsidodetectadacomoespecialmentevulnervelaslesesporexposioarudo,devidoamaiorfragilidadedaestruturadorgonessaregio,emvirtudedodesenvolvimentode excessivo estresse durante a estimulao. (FREUD, DUDEK e BONHEM, 1976).19Ossintomasdecorrentesdaexposiocrnicaarudo,evoluempassandoperodos:nosprimeirosdezevintediasdeexposio,otrabalhadorcostumaacusarzumbidos acompanhados de leve cefalia, fadiga e tontura. Segue-se alguns meses deadaptao em que os sintomas tendem a desaparecer.Geralmente, aps anos, o indivduo refere dificuldades em escutar sons agudos,principalmenteemambientesruidosos,temsidoobservadoqueahabilidadeemdiferenciar os sons da fala mediante a um rudo competitivo fica bastante prejudicada.Por fim, o dficit auditivo interfere na comunicao oral e, freqentemente, reaparece ozumbido, relata MERLUZZI (1981).Comoregrageral,toleradaexposiodeoitohorasdirias,nomximo,arudo, contnuo ou intermitente, a 85dB.Vriosfatorespodemagredirorgoauditivoou,atravsdainteraocomorudo,influenciarodesenvolvimentodaperdaauditiva.Algunsfatoresmerecemreferncia:agentesqumicos(solventes,gasesasfixiantes,fumos),agentesfsicos(vibraes, radiaes e calor), agentes biolgicos (vrus, bactrias etc.), medicamentose genticos.Asuscetibilidadeindividualjamaisdeveseresquecida,poisalgumaspessoaspossuemmaiorfacilidadeemadquiriradoena,quandoexpostassmesmascondies ambientais.A preveno a principal medida a ser tomada, j que a PAIR uma leso decarterirreversvel,noexistindotratamentoclnicooucirurgiapararecuperaodaslimiares auditivas. de responsabilidade dos profissionais envolvidos implementar e gerenciar PCA(Programa de Conservao Auditiva), que no visam somente a preveno bem como20evitamaprogressodaperdaauditivadotrabalhadorexpostoanveiselevadosdepresso sonora, conforme preceituam as normas do ministrio do Trabalho.Oambientedetrabalhoeaexposioanveiselevadosdepressosonoradevemsercontroladasdemodoqueotrabalhadorpossadarcontinuidadessuasfunes sem prejuzo adicional sua sade.LOPES(1994),BUSCHINELLI(1994)eaSECRETARIADESADEDOESTADODESOPAULO(1994)afirmamqueemborasejaorudooagentemaisdifusonoconsultrioodontolgico,osesforosnoseucontroletmsidolimitado.Sefaz necessrio a criao de ambientes adaptados ao Cirurgio-Dentista, tendo este umpapeldeterminantenomonitoramentoambiental,naidentificaodeproblemasesolues, em suas atividades dirias.Avaliao e Monitoramento da Exposio ao RudoConheceroambientedetrabalho;presenaderudos,produtosototxicos,retma, jornadas relacionadas ao trabalho;Avaliar se o rudo interfere na comunicao oral;Identificar o trabalhador exposto;Identificar e avaliar as fontes emissoras de rudos;Avaliar a eficcia dos controles propostos.Medidas de Controle Ambiental e OrganizativasReduzir o rudo na emisso: colocao de barreiras;Reduo de revelao: colocao de materiais fonoabsorventes;Reduziravibraonasestruturas:lubrificao,balanceamentoeinstalaode suportes amortecedores;Alteraesnoesquemadetrabalhooudasoperaesparapermitirareduo de exposio ao rudo.21Aspectos Educativosimportantequeostrabalhadoresconheamosefeitosnocivosdoselevadosnveis de presso sonora e as medidas necessrias para eliminao desses riscos.Iniciao de EPI (Equipamento de Proteo Individual): tem a funo de atenuara potncia da energia sonora transmitida ao aparelho auditivo. Deve ser observado osseguintes aspectos:adequaodoEPIaotrabalhador,scaractersticasdonveldepressosonora, do conforto, e do tipo de funo exercida;perododeutilizao,quedevesertodotempodeexposiopressosonora elevada;otrabalhadordevereceberinformaessobreousoadequadoeaconservao dos protetores.ParaqueoPCAalcanceseusobjetivos,necessrioquesuaeficciasejaavaliadasistemticaeperiodicamente.Aavaliaodeveconstituirtrsaspectosbsicos:1. avaliao da perfeio e qualidade dos componentes do programa;2. avaliao dos dados do exame audiolgico;3. opinio dos trabalhadores.SugestesIsolamento do compressor com materiais fonoabsorventes;Lubrificao da turbina;Uso do EPI;Realizao de exames auditivos a cada 6 meses.22Paradiagnosticarasalteraesauditivasdecorrentesdeexposioarudo,necessrio considerar os dados de histria laboral e extralaboral do Cirurgio-Dentista,bemcomosuasprincipaisqueixas.importantetambmquetenhamosumconhecimento do ambiente de trabalho para facilitar a caracterizao do diagnstico.Deve-se realizar Anamnese Coletando Dados, Relativos a:Histria Laborativa:Exposio a rudo atual e pregressa;Ambientedetrabalho(presenaderudonoconsultrioouemsetoresvizinhos);Funes ou atividades atuais e pregressos;Exposio a substncias ototxicas.Outros Antecedentes:Uso de medicamentos ototxicos;Histria familiar;Exposio extralaborativa a rudo;Antecedentesmrbidosquepossaminfluirnaaudio(Sarampo,Cachumba).Anamnese Clnica:Queixa hipoacusia;Queixa de tonturas;Queixa de zumbidos;Dificuldade em discriminar a voz.Realizar otoscopia visando verificar a presena de rolha de cerume no condutoauditivoexterno,alteraonamembranatimpnicacomoperfurao,opacificaoouhiperemia.23Aaudiometriatotallimiaroprocedimentomaisutilizadoparaavaliarquantitativamenteaaudio,comafinalidade,tambm,deauxiliarodiagnsticodiferencial das perdas auditivas.Oslimiaresauditivospodemserdeterminadosporviaareaeviassea,fornecendodadostopodiagnsticodaslesesauditivasquepossamatingiroouvidoexterno, mdio e interno.Asfreqnciasquedevemsertestadasso:250,500,1.000,2.000,3.000,4.000,6.000,8.000Hz,paraviaarea(VA).Aviassea(VO)testadade500a4.000Hz.AscondiesparaarealizaodoexameaudiomtricodeveteraudimetroconstrudodeacordocomEIC645/79ecalibradosegundoasnormasISSO389/91,ANSIS.3.6/69eANSIS.3.13/72;ambientesilencioso,queatendaanormaOSHA1983;testagemnolimiardeaudioporVAparaasfreqncias250,500,1.000,2.000, 3.000 e 4.000Hz, com possibilidade de mascaramento controlateral por VA, comrudo de banda estreita.H outros exames que podem ser teis na confirmao das perdas auditivas enalocalizaodaleso.Dentreelespodenosmencionaraimitnciaacstica,aeletrocolcleografia, ABR, otoemisses acsticas evocadas etc..24PESQUISAEsta pesquisa foi aplicada no grupo de 15 (quinze) odontlogos prestadores deservionoSESIServioSocialdasIndstriasNatal/RN,sendo07(sete)dosexofemininoe08(oito)dosexomasculino.Afaixaetriavariados25aos45anos,descartandoassimapossibilidadedapresbiacusiaenvelhecimentodosistemaauditivointerferirnasinformaes.Aduraodaexposiodiriaaorudonoexcede10horasetempodeformaosuperiora1ano.Houverepousoauditivopormais de 14 horas para a realizao dos exames.25CONSIDERAES FINAISDentrodapropostadedefinioaorudoocupacionalesuasconseqncias,bemcomodocorrelatoprogramadeconservaoauditiva,imprescindvelteceralguns comentrios sobre a Legislao Nacional acerca do assunto.AmaneiraencontradapelolegisladorparatratardaSeguranaeMedicinadoTrabalho,foiaexposiodeNormasRegulamentares(NR)sobreosdiferentesaspectosdarotinalaboral.NRdenmeros06(equipamentosdeproteoindividual),07(examemdico)e15(atividadeseoperaesinsalubres);transformando-asnuminstrumento facilitador, que d respostas seguras s questes mdicas periciais.APAIR,nagrandemaioriadoscasos,noacarretaincapacidadeparaotrabalhador.Inicialmentenotrazgrandesprejuzosauditivos,lesaaorelhademodoinsidioso,sendoimperceptvelpelotrabalhadorafetadoepelasoutraspessoas.Osindivduostendemanegarseusproblemas,noexteriorizamsuasdificuldadesauditivas,atribuindoaoutrascausas:faltadeconcentraoeinteresse.Comaevoluodoquadrosurgemdesabilidadesauditivas,gerandoinsatisfaoepoucacompreensopelotrabalhadoresuafamlia.Noambientesocialirexistirinteraosocialreduzidaenotrabalhoproblemasdecomunicao,aumentodosriscosdeacidentes,mudanasdefuno,comotambmestresse,ansiedade,auto-imagemnegativa, depresso e sentimento de incapacidade.Obarulhoestemqualquerlugarenopodemosescaparsempredesuaexposio,quandonopodeserimpedido;medidasdeproteodevemsertomadaspara limitar ou possivelmente prevenir danos aos ouvidos.26A exposio a nveis elevados de presso sonora pode causar perdas auditivasirreversveiseoutrosdanossadeemgeral.Portanto,todoesforodeveserrealizado para que os ambientes sejam adequados ao homem.A perda auditiva induzida por rudo uma doena previsvel e evitvel.27CONCLUSOQuanto maior o tempo de exposio ao rudo pelos Cirurgies-Dentistas em suavidaprofissional,maiorserapossibilidadedeacarretaraperdaouareduodacapacidade auditiva.Osefeitosnocivosdorudopodemlevaracomprometimentosdiversosnasesferas fsicas, mental e social do odontlogo.Considerandoquenoexistemdadosaudiomtricosanteriorespesquisa,sugere-se que sejam realizados exames audiomtricos peridicos para acompanhar aevoluo e que permitam ser obtidos resultados mais conclusivos.Propiciar medidas de controle com tcnicas eficazes para reduo ou eliminaodosmesmos,possibilitandoaoCirurgio-Dentistamelhorescondiesdetrabalhoesade.28REFERNCIAS BIBLIOGRFICASBUSCHINELLI, J. T.; ROCHA, L.; RIGOTTO, R. M..Istotrabalhodegente?Vida,doena e trabalho no Brasil. Editora Nozes, 1994.CIPA, Perda Auditiva Induzida pelo Rudo Ocupacional. Rev. CIPA, So Paulo, n. 201,p. 89-90, Art. 1996.COSTA,E.A.Classificaoequantificaodasperdasauditivasemaudiometriasindustriais. Rev. Brasileira de Sade Ocupacional,61(16):35-38,jan./fev./mar.,1998.COSTA, Edivaldo; IBANEZ, Raul N.; NUDELMANN, Alberto A.; SEGMAN, Jos.PAIR Perda Auditiva Induzida por Rudo. 1997.KATZ, JACK, PLD. Tratado da Audiologia Clnica. Editora Cortez. 1993.KITAMURA,Satashi.PerdasAuditivasocupacionaisinduzidaspelobarulho:consideraeslegais.Rev.BrasileiradeSadeOcupacional,74(19):32-5,jul./dez., 1991.KWITKO, Airton. Conservao Auditiva Induzida pelo Rudo Ocupacional.Rev.CIPA,201: 24-5, out., 1996.LOPES,Atlio;GENOVESE,ValterJoo.DoenasProfissionais.EditoraPancast,1991.MORATA, Tais Catalani. Audiologia e Sade dos Trabalhadores. EDUC, 1988.PEREIRA, Carlos Alberto. Surdez Profissional: caracterizao e encaminhamento. Rev.Brasileira de Sade Pblica, So Paulo, 65 (17): 43-5, jan./fev./mar., 1989.RUSSO, Leda Pacheco. A prtica da Audiologia Clnica. Editora Cortez, 1993.SAQUY,P.C.;PECORA,J.D..ErgonomiaeasdoenasocupacionaisdoCirurgio-Dentista. Editora Daer Atlante, 1994.SECRETARIA DO ESTADO DE SADE DE SO PAULO. Norma: uma tcnica quedispe sobre o diagnstico de perda auditiva induzida por rudo e a reduo econtrole do rudo nos ambientes e postos de trabalho. So Paulo, 1994.29ANEXOS