página 1 de 125 · serviços públicos – lei 8987/95 1. conceito a) substrato material:...

125
www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 125

Upload: lamtram

Post on 13-Feb-2019

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 1 de 125 

  

Page 2: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 2 de 125 

  

SUMÁRIO

Direito Administrativo – Prof André Barbieri pág. 03

Estatuto e Ética – Prof Valter Otaviano pág. 09

Direito Internacional Público – Prof Ahyrton Lourenço Neto pág. 17

Direito do Trabalho – Prof Rafaela Sionek pág. 23

Direito do Consumidor – Prof Ahyrton Lourenço Neto pág. 25

Direitos Humanos – Prof Antonio Kozikoski pág. 33

Direito Tributário – Prof Sérgio Karkache pág. 40

Direito Processual Civil – Prof Guilherme Correa pág. 46

Direito Penal – Prof Guilherme Rittel pág. 53

Direito Empresarial – Prof Guilherme Correa pág. 62

Filosofia do Direito – Prof Denis Carvalho pág. 68

Direito Civil – Parte Geral e Reais – Prof Cristiano Dionisio pág. 72

Direito Constitucional – Prof Antonio Kozikoski pág. 74

Direito Ambiental – Prof Valter Otaviano pág. 83

ECA – Prof Wisley Santos pág. 87

Direito Civil – Família e Sucessões – Prof Gustavo Edit pág. 92

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos pág. 94

Direito Civil: Especial – Gustavo Eidt pág. 105

Direito Processual do Trabalho - Prof Bruno Klippel pág. 109

Page 3: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Administrativo – Prof André Barbieri 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 3 de 125 

  

Responsabilidade Civil do Estado - artigo 37,

§6º, CF

1. Introdução: a chamada responsabilidade civil

do Estado também é conhecida como

responsabilidade extracontratual.

2. Artigo 37, §6º, CF: a responsabilidade das

pessoas jurídicas de direito público e das pessoas

jurídicas de direito privado prestadoras de

serviços públicos é objetiva. A responsabilidade

do agente público será sempre subjetiva.

“Artigo 37, CF

(...)

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as

de direito privado prestadoras de serviços

públicos responderão pelos danos que seus

agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,

assegurado o direito de regresso contra o

responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Cuidado! A responsabilidade subjetiva do Estado

ainda é aplicada, porém de forma excepcional,

sempre nos casos em que a omissão do Estado

causar um dano ao particular. Essa

responsabilidade subjetiva também é conhecida

como culpa invisível ou culpa administrativa.

3. Modalidades da responsabilidade objetiva

Dentro da responsabilidade objetiva a regra é a

modalidade do risco administrativo, ou seja, são

admitidas as excludentes (culpa exclusiva da

vítima, forma maior e culpa de terceiro). Todavia,

quando se tratar de dano ambiental e de dano

nuclear será caso de risco integral, em que não

há excludente.

4. Principais casos concretos em destaques

a) Ato lícito: o ato lícito gera responsabilidade

objetiva do Estado, porém, o particular que sofreu

o dano terá a indenização fundamentada no

princípio da igualdade.

b) Preso foragido que, tempos depois,

praticou um novo crime: o preso foragido que,

tempos depois, praticou novo crime, não gera o

dever de indenizar do Estado, uma vez que

entende o STF que não há nexo causal.

c) Concessionária de serviços públicos: a

pessoa jurídica de direito privado prestadora de

serviço público responde objetivamente perante

os danos causados a 3º (usuários ou não

usuários), sendo que a responsabilidade do

Estado é subsidiária.

d) Agente público: a responsabilidade do agente

público é sempre subjetiva. Contudo, se ele

exercia a função e causou o dano ao particular o

Estado será responsabilizado. Porém, se o

agente público não exercia a função e, ainda

assim, causou um dano ao indivíduo, o Estado

não terá qualquer responsabilidade.

5. Princípio da dupla garantia

O agente público que, no exercício da função,

causar dano ao particular tem a garantia de,

primeiramente, a ação ser proposta em face do

Estado e, se este for condenado, na ação

regressiva, deverá provar que o agente público

agiu com dolo ou culpa.

Em que pese ser tema que não está pacificado na

doutrina, a posição dominante é que o particular

tem o prazo de 5 anos para ingressar com a ação

de indenização contra o Estado. Uma vez que o

Estado foi condenado e tal sentença transitou em

julgado, caberá agora uma ação de regresso

contra o real causador do dano, vez que a

Administração Pública é obrigada a mover a ação

de regresso contra o agente. Todavia, quanto ao

prazo, lembrar que, na ação regressiva, aplica o

artigo 37, §5º, da CF, vez que é imprescritível a

ação para ressarcimento dos cofres públicos.

Serviços Públicos – Lei 8987/95

1. Conceito

a) Substrato material: comodidade ou utilidada.

Serviço público é sempre prestação material.

b) Elemento formal: prestado pelo regime de

Direito Público.

c) Elemento subjetivo: necessariamente

prestada pelo Estado (direta ou indiretamente).

2. Princípios

Page 4: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Administrativo – Prof André Barbieri 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 4 de 125 

  

a) Generalidade/Universalidade: serviço público

deve ser prestado a maior quantidade de pessoas

possíveis.

b) Modicidade: as tarifas, na prestação dos

serviços, devem ser módicas.

Não se confunde com gratuidade.

c) Atualidade/Adaptabilidade: os serviços

públicos devem ser prestados com a tecnologia

do momento.

d) Cortesia: a prestação do serviço público deve

ser cortês.

e) Isonomia: devem ser prestados de forma

insonômica a todos os cidadãos.

f) Continuidade: a prestação do serviço deve ser

contínua, como regra. Excepcionalmente pode

ser interrompido nos casos de emergência,

melhoria do sistema e de inadimplência.

3. Classificação dos serviços públicos

a) Individuais/ uti singuli: são prestados a

todos, porém, é possível individualizar o quanto

cada pessoa utiliza. Ex: energia elétrica,

transporte público, telefonia... São cobrados

mediante taxas ou tarifas.

b) Gerais/ uti universi: são prestados a toda

coletividade, mas sem individualização do

consumo de cada usuário. Ex: iluminação pública,

limpeza pública... São cobrados mediante

impostos.

4. Diferenças entre a concessão e a permissão

a) o contrato de permissão pode ser celebrado

com pessoas jurídicas ou pessoas físicas, já a

concessão jamais será celebrada com pessoa

física.

b) o contrato de concessão a modalidade

licitatória é sempre será a concorrência,

independentemente do valor do contrato, na

permissão não há essa obrigatoriedade.

c) a concessão requer lei específica que a

autorize, a permissão não requer tal exigência.

Princípios do Direito Administrativo

1. Princípios constitucionais do Direito

Administrativo (artigo 37, caput, da

Constituição Federal) “L-I-M-P-E”

“Art. 37. A administração pública direta e indireta

de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá

aos princípios de legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência (...)”

a) Legalidade: a legalidade pública é restritiva,

ou seja, o administrador só pode fazer o que a lei

permitir. O administrador está subordinado à lei.

Administrar é aplicar a lei de ofício.

b) Impessoalidade: é a não discriminação, ou

seja, o Estado deve tratar todos os cidadãos da

mesma forma, com igualdade. A impessoalidade

impõe três reflexos:

b.1) não privilegiar ou prejudicar ninguém;

b.2) proibir que o agente público se autopromova

com a coisa pública e;

b.3) na responsabilidade civil, o dano praticado

pelo agente público, no exercício da função, gera

a responsabilidade do Estado, no primeiro

momento.

c) Moralidade: é a probidade, honestidade, boa-

fé objetiva. Cuidado que a moralidade

administrativa não se confunde com a moralidade

social/comum.

d) Publicidade: é a regra na Administração

Pública. A publicidade exterioriza: possibilidade

de controle do ato administrativo, eficácia do ato

(a produção de efeitos perante o cidadão) e a

contagem do prazo. São exceções da

publicidade:

d.1) a segurança do Estado;

d,2) a segurança da sociedade;

d.3) a privacidade/intimidade do indivíduo/das

partes.

e) Eficiência: incluída expressamente na

Constituição Federal com a Emenda

Constitucional n.º 19/98. A eficiência será sempre

Page 5: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Administrativo – Prof André Barbieri 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 5 de 125 

  

o alcance do máximo de resultado com o menor

custo possível.

Cuidado! Os princípios da razoabilidade e da

proporcionalidade não estão expressos na

Constituição Federal, mas são princípios

implícitos.

2. Princípios infraconstitucionais do Direito

Administrativo (artigo 2º, parágrafo único, da

Lei 9.784/99)

a) Supremacia do interesse público sobre o

privado: O Estado pode restringir direitos

individuais em benefício da coletividade. Assim, o

Estado possui prerrogativas não estendidas ao

particular.

b) Indisponibilidade do interesse público: o

limite da supremacia do interesse público é

encontrado na indisponibilidade do interesse

público, pois este impõe limitações à atuação

estatal.

c) Devido processo legal (contraditório e

ampla defesa): no Direito Administrativo a ampla

defesa e o contraditório, assim como no direito

processual, são perfeitamente aplicados. Porém,

vale lembrar que a defesa técnica também faz

parte da ampla defesa, porém, no processo

administrativo, a ausência do advogado não viola

tal princípio, nos termos da súmula vinculante n.º

05, porque o advogado passou a ser prescindível.

d) Autotutela: a Administração tem o poder de

controlar os seus próprios atos,

independentemente de ser provocada. Lembrar

que o ato inconveniente ou inoportuno será

revogado e o ato ilegal será anulado. Da

revogação os efeitos são ex nunc, da anulação os

efeitos são ex tunc. Ver súmula 473 do STF e

artigo 53 da Lei 9.784/99.

e) Motivação: é o poder-dever que a

Administração tem de fundamentar os atos

praticados, ou seja, essa é a regra. A motivação

deve ser anterior ou concomitante ao ato, jamais

posterior ao ato. Motivar é apresentar os

fundamentos de fato e de direito.

f) Proporcionalidade: relação entre os meios e

os fins. PS: lembrar do “jantar com massas e

frutos do mar”.

g) Razoabilidade: é a relação de equilíbrio,

decisões extremadas ferem a razoabilidade.

h) Segurança jurídica: novas interpretações não

podem retroagir, porque possuem efeitos

apenas ex nunc.

Cuidado! O que ocorre se um princípio for

descumprido? Existirá a possibilidade de se

tipificar um ato de improbidade administrativa, nos

termos do artigo 11, da Lei 8.429/92.

Organização da Administração Pública –

Artigo 37, XIX, CF e Decreto-lei 200/67

1. Desconcentração e descentralização:

desconcentração ocorre no contexto de uma

pessoa jurídica, razão pela qual existe hierarquia

e subordinação. Já, a descentralização ocorre no

contexto de duas pessoas jurídicas e a relação é

de controle finalístico/vinculação.

Cuidado! Entre a Administração Pública direita e

a Administração Pública indireta não existe

relação de hierarquia ou subordinação, mas

controle finalístico.

“Art. 37. A administração pública direta e indireta

de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá

aos princípios de legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência e, também,

ao seguinte:

(...)

XIX – somente por lei específica poderá ser

criada autarquia e autorizada a instituição de

empresa pública, de sociedade de economia

mista e de fundação, cabendo à lei

complementar, neste último caso, definir as áreas

de sua atuação.”

2. Características da Administração Pública

Direta:

a) é formada pela União, Estado, DF e

Municípios;

Page 6: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Administrativo – Prof André Barbieri 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 6 de 125 

  

b) são pessoas políticas, assim, é formada por

pessoas jurídicas de direito público, com

competências legislativas;

c) devem licitar;

d) devem realizar concurso público para contratar;

e) bens públicos;

f) regime dos precatórios;

g) prazos processuais dilatados.

3. Administração Pública Indireta

a) possuem personalidade jurídica própria;

b) patrimônio próprio;

c) não possuem finalidade lucrativa

c) possuem capacidade de autoadministração;

d) possuem autonomia financeira, administrativa

e técnica.

4. Espécies da Administração Pública Indireta

a) Autarquia: pessoa jurídica de direito público,

criada e extinta por lei na prestação de um

serviço típico de Estado. São espécies de

autarquias:

a) autarquias em regime especial;

b) autarquias geográficas;

c) autarquias fundacionais e;

d) conselhos profissionais.

Cuidado! A OAB não é uma autarquia, mas uma

entidade “sui generis”.

b) Fundação pública: podem ser pessoas

jurídicas de direito público ou de direito privado,

sendo um patrimônio personalizado destinado a

aspectos culturais, científicos, sempre com

finalidade específica.

c) Empresa pública: pessoa jurídica de direito

privado formada por capital exclusivamente

público, podendo prestar um serviço público ou

explorar atividade econômica, sob qualquer tipo

societário.

d) Sociedade de economia mista: pessoa

jurídica de direito privado, pode prestar serviço

público ou explorar atividade econômica. O

Estado possui a maior parte do capital, tem que

ser AS.

Cuidado! Agência executiva é apenas uma

qualificação atribuída às autarquias ou fundações

públicas que celebram um contrato de gestão

com a Administração, tendo em vista um aumento

da eficiência.

Cuidado! O órgão público não possui

personalidade jurídica. Quem possui tal

personalidade é a pessoa jurídica da qual o órgão

faz parte.

Licitação – Artigo 37, XXI, CF; Lei 8.666/93 e

Lei 10.520/02

1. Introdução: é um procedimento administrativo

formal em que as finalidades são:

a) buscar a melhor proposta para o Estado;

b) dar tratamento isonômico aos participantes e;

c) promover o desenvolvimento nacional.

Cuidado! Licitação é procedimento

administrativo, uma vez que se materializa numa

sequência lógica e concatenada de atos.

2. Princípios específicos:

a) sigilo das propostas: a licitação é pública,

mas as propostas devem ser sigilosas até o

momento da abertura dos envelopes.

b) vedação à oferta de vantagem: as propostas

devem ser individualizadas, não se admitindo que

um participante vincule sua proposta ao outro.

c) vinculação ao instrumento convocatório:

tanto a Administração Pública quanto os

participantes estão vinculados ao instrumento

convocatório.

d) julgamento objetivo: a busca pela melhor

proposta à Administração Pública deve ser

aferida com julgamento objetivo, ou seja, aquele

que está nos termos da lei e do edital.

e) adjudicação compulsória: o vencedor da

licitação tem o direito de receber o objeto licitado,

porém, a contratação com o poder público é tão

somente uma expectativa de direito.

3. Contratação direta

a) Licitação inexigível: ocorre quando for

“impossível” licitar, quer seja por exclusividade do

produto/fornecedor, artista consagrado ou serviço

Page 7: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Administrativo – Prof André Barbieri 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 7 de 125 

  

de alta especialidade. O rol é exemplificativo e o

dever de não licitar é vinculativo, nos termos do

artigo 25 da Lei 8.666/93.

b) Licitação dispensável: cabe, no caso

concreto, a decisão do administrador, uma vez

que é possível, ou não, licitar (decisão

discricionária), mas o rol é taxativo, nos termos do

artigo 24 da Lei 8.666/93.

c) Licitação dispensada: não cabe qualquer

análise do administrador, pois o rol é taxativo e o

dever de não licitar é vinculativo, conforme artigo

17 da Lei 8.666/93.

Cuidado! O artigo 17 se desdobra nos incisos I e

II, razão pela qual a alienação do bem móvel não

exige autorização legislativa.

4. Tipos de licitação

a) Menor preço: aplicada ao pregão.

b) Melhor técnica: dentre as várias técnicas,

escolhe-se a que for a mais adequada, nos

termos da lei e do edital.

c) Técnica e preço: aplicada para serviços e

bens de informática.

d) Maior lance: aplicada ao leilão.

5. Modalidades

a) Concorrência: destinada para compras de

grande vulto e “hierarquicamente” superior às

demais, tendo em vista ser sempre possível sua

aplicação.

b) Tomada de preço: destinada às compras de

médio vulto em que os participantes estão

previamente cadastrados.

c) Convite: voltada para compras de pequeno

vulto em que não se fala de edital, mas da carta-

convite.

Cuidado! O prazo mínimo no convite é de 5 dias

úteis.

d) Concurso: busca escolher trabalhos técnicos,

científicos ou artísticos com a entrega de prêmios

ou remuneração ao vencedor.

e) Leilão: modalidade utilizada para alienação e

bens móveis, imóveis, bens inservíveis para a

Administração Pública e produtos legalmente

apreendidos.

f) Pregão: modalidade da Lei 10.520/02, sempre

na aquisição de bens e serviços comuns, ou seja,

aqueles que podem ser objetivamente descritos –

padrões de desempenho e qualidade – pelo

edital.

Cuidado! No pregão há uma dupla inversão de

fases: habilitação com classificação e julgamento,

além da homologação com a adjudicação

compulsória.

Cuidado! Registro de preço não é modalidade

licitatória, mas procedimento que a Administração

pode se utilizar para compras rotineiras; a

seleção é feita mediante concorrência.

Atos Administrativos

1. Introdução: é a declaração de vontade de

administração ou de quem lhe faça às vezes, sob

o regime de direito público e no exercício da

função administrativa, sempre em complemento à

lei. Não se confunde com ato político, ato privado

ou ato material.

2. Elementos/Requisitos – FiFoCOM (artigo 2º,

Lei da Ação Popular)

a) Finalidade: é sempre pública.

b) Forma: é o meio pela qual o ato se exterioriza.

c) Competência: é o poder, sendo irrenunciável

(artigo 11 e ss. da Lei 9.784/99). Lembra que

existem competências indelegáveis, bem como

que na delegação pode ser vertical ou horizontal,

porém, na avocação somente pode ser vertical.

d) Objeto: é o conteúdo material do ato.

e) Motivo: é pressuposto de fato e de direito que

deu ensejo a prática do ato administrativo.

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio

das entidades mencionadas no artigo anterior,

nos casos de:

a) incompetência;

b) vício de forma;

c) ilegalidade do objeto;

d) inexistência dos motivos;

e) desvio de finalidade.

Page 8: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Administrativo – Prof André Barbieri 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 8 de 125 

  

Cuidado! A publicação é requisito de eficácia dos

atos administrativos.

3. Atributos/Características

a) presunção de legitimidade/veracidade: será

sempre em favor do Estado e relativa, pois admite

prova em contrário.

b) Tipicidade: todo ato administrativo deve estar

previamente tipificado em lei.

c) Imperatividade: a Administração pode,

unilateralmente, impor a obrigação ao particular.

d) Exigibilidade: a Administração pode criar uma

obrigação, unilateralmente, ao particular. Ex:

multa.

e) Executoriedade: é o desconstituir

materialmente uma irregularidade. Coerção

direta.

4. Classificação/Espécies de atos

administrativos

a) atos vinculados: não há margem de

liberdade.

b) atos discricionários: existe margem de

liberdade, porém ela é fixada previamente pela

lei. Não se confunde com arbitrariedade.

c) atos gerais: recai diante de destinatários

indeterminados;

d) atos individuais: recai diante de destinatário

(s) indeterminado (s);

e) atos de império: são praticados de forma

imperativa pela Administração Pública;

g) ato simples: o ato existe, é válido e produz

efeitos com uma única vontade, um único órgão.

h) ato composto: o ato existe e é válido, porém,

só produz efeitos com a condição de

exequibilidade.

i) ato complexo: o ato somente existirá, será

válido e produzirá efeitos com duas vontades ou

dois órgãos.

5. Extinção dos atos administrativos

a) Extinção natural

b) Anulação: ocorre sempre que o ato tiver um

vício de legalidade.

c) Revogação: é feita a partir de uma análise de

mérito, pois o ato é lícito, válido, mas, não existe

interesse da administração para que produza

todos os efeitos esperados.

d) Cassação: ocorre nos casos em que o

particular deixa de cumprir, ao menos, um

requisito básico do ato.

e) Caducidade: é a lei nova que altera uma

situação consolidada no passado.

Ótima prova e nos vemos na 2ª Fase!

André Barbieri

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

Page 9: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Estatuto e Ética – Prof Valter Otaviano 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 9 de 125 

  

Atividades privativas da advocacia: postular

perante o Poder Judiciário (contencioso) e

assessoria jurídica (orientação para a realização

de um ato), consultoria jurídica (realização de um

Parecer Jurídico) e direção jurídica (atos de

gestão de um escritório de advocacia). Exceções

às atividades privativas da advocacia:

ajuizamento de ação trabalhista (para recorrer ao

TST precisará de advogado), justiça de paz,

juizado especial cível estadual (até 20 salários

mínimos); juizado especial cível federal (até 60

salários mínimos); (para recorrer nos juizados

especiais cíveis precisará de advogado); pedido

de revisão criminal; lei Maria da penha (art.19 da

Lei nº 11.340, de 2006) quando a mulher

agredida procura diretamente o Judiciário.

Atos e contratos constitutivos de Pessoa

Jurídica: visados por advogados, sob pena de

nulidade. Exceções: Empresa de Pequeno Porte

e Microempresas, de acordo com a Lei nº 9.841/

de 1999)

Características da profissão de advogado:

Inviolável, indispensável, exerce ministério

privado, presta serviço público e função social.

Advogados públicos: AGU (advogado da união,

procurador federal, procurador da fazenda

nacional, procurador do banco central);

Procuradores dos Estados, Procuradores do DF e

os Procuradores dos Municípios. Exercem

advocacia pública, tanto na Administração direta

quanto na indireta. Devem obediência ao Estatuto

da OAB + Lei própria da carreira. São elegíveis

para os cargos da OAB.

Nulidade dos atos realizados: os atos privativos

que são realizados por não-inscritos, fora das

exceções, são nulos, respondendo ainda nas

esferas: cível, penal e administrativa. Trata-se

aqui de nulidade absoluta (não comporta

ratificação). São também nulos: atos praticados

por advogado impedido, no âmbito do

impedimento, suspenso, licenciado ou que passar

a exercer atividade incompatível com a

advocacia. Trata-se, aqui, de nulidade relativa,

pode ser ratificado por advogado regularmente

inscrito.

Mandato: regra geral, deve fazer prova do

mandato. Em juízo ou fora dele. Exceção:

afirmando URGÊNCIA, pode atuar sem

procuração, obrigando-se a apresenta-la no prazo

de 15 DIAS, PRORROGÁVEL por mais 15 DIAS.

Poderes> para o foro em geral (para todos os

atos judiciais que não sejam especiais). Poderes

especiais devem ser colocados de forma

expressa, não se presumem. Ex: art. 38 do CPC

(dar quitação, receber citação, etc). Renúncia do

mandato pelo advogado: não precisa dizer os

motivos, deve ser de forma inequívoca (AR,

notificação extrajudicial, etc) deve ficar no

processo por até 10 dias, a não ser que tenha

sido substituído antes desse prazo.

Direitos dos advogados: ver art. 7º e seus

parágrafos.

Inscrição do advogado: requisitos (são 7):

capacidade civil (18 anos completos); diploma ou

certidão de conclusão de curso; título de eleitor,

mais quitação de serviço militar obrigatório, se

brasileiro; aprovação no Exame da OAB; não

exercer atividade incompatível com a advocacia

(incompatibilidade, aqui, pode ser temporário ou

definitiva); idoneidade moral (a idoneidade se

presume, no entanto, para quebra-la

administrativamente precisará de um quórum de

2/3 dos votos dos membros do conselho

competente; prestar compromisso perante o

Conselho (o compromisso é personalíssimo, é

indelegável).

Estagiário Profissional: requisitos: capacidade

civil, título de eleitor e quitação de serviço militar,

se brasileiro; não exercer atividade incompatível

com a advocacia; idoneidade moral; prestar o

compromisso e TER SIDO ADMITIDO em estágio

profissional de advocacia: Prazo de duração: 2

anos. Quem pode fazer o estágio profissional:

alunos do 4º e 5º ano + BACHAREL EM

Page 10: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Estatuto e Ética – Prof Valter Otaviano 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 10 de 125 

  

DIREITO. Local da inscrição: no Conselho

Seccional do curso jurídico (pulo do gato). Se ele

exercer atividade incompatível com a advocacia?

Pode frequentar o estágio para fins de

aprendizagem prática, vedada sua inscrição

na OAB.

Da inscrição dos advogados: (artigo 8º e

seguintes do EOAB e artigo 20 e seguintes do

regulamento geral)

Principal: sede da atividade profissional. É o

domicílio profissional do advogado. Em caso de

dúvida: prevalecerá o domicílio da pessoa física

do advogado. Inscrição suplementar:

habitualidade em outro Conselho Seccional: mais

de 5 causas (intervenções judiciais) por ANO. Vai

pagar anuidade e ter mais uma carteira da OAB.

Não precisa prestar novo compromisso.

Transferência de domicílio: requer a transferência

da inscrição principal para outro Conselho

Seccional em caso de mudança de domicílio

profissional. Caso haja algum vício ou ilegalidade

na inscrição principal, será suspendo o pedido

de transferência e de inscrição suplementar,

devendo ser REPRESENTADO AO CONSELHO

FEDERAL.

Cancelamento: São 5 hipóteses que estão no

artigo 11 do EOAB. Pode ser a pedido do

advogado (sem motivo justificado); quando o

advogado sofrer penalidade de EXCLUSÃO;

quando vier a FALECER; quando passar a

exercer, em caráter DEFINITIVO, atividade

incompatível com a advocacia e quando perder

qualquer um dos requisitos do artigo 8º (da

inscrição). Lembre que é possível que haja a

atuação de ofício, por parte da OAB, nas

situações que estão em negrito acima. Lembre-se

também que o advogado vai perder o vínculo

com a OAB e quando quiser voltar para a ativa,

terá novo número da OAB e deverá comprovar a

sua capacidade civil; que não está exercendo

atividade incompatível com a advocacia (seja

temporária ou definitiva); que possui idoneidade

moral e deve prestar o compromisso. No caso da

exclusão, o novo pedido de inscrição deve ser

acompanhado, também, das provas de

reabilitação (que não é novo exame da OAB,

fique ligado).

Licenciamento: São 3 hipóteses constantes no

artigo 12 do EOAB: a pedido do advogado, com

justificativa; quando passar a exercer, em caráter

TEMPORÁRIO, atividade incompatível com a

advocacia e quando sofrer de doença mental

CURÁVEL. O advogado não perderá o vínculo

com a OAB, permanecendo com o mesmo

número da carteirinha. Pulo do gato: para deixar

de pagar anuidade no período do licenciamento,

deverá fazer pedido por escrito neste sentido,

caso contrário, continuará pagando a anuidade da

OAB.

Sociedade de advogados: (artigo 15 e

seguintes do EOAB e artigo 37 e seguintes do

Regulamento Geral)

Algumas observações sobre o artigo 15 do

EOAB. A sociedade de advogados ADQUIRE

personalidade jurídica com o REGISTRO

aprovado no CONSELHO SECCIONAL DA OAB,

onde tenha a sua SEDE. As procurações devem

ser outorgadas INDIVIDUALMENTE aos

advogados e indicar a SOCIEDADE de que façam

parte. Não é possível que um advogado integre

mais de uma sociedade de advogados, no

mesmo Conselho Seccional, onde ele já tenha a

sede principal ou uma filial. Exemplo: João Paulo

é advogado e sócio de uma sociedade de

advogados com sede no Estado do Paraná e filial

no Rio Grande do Sul. De acordo com o EOAB,

ele não poderá ser sócio de outra sociedade, nem

no Paraná, nem no Rio Grande do Sul. Quando

se abre uma FILIAL, os sócios precisam

necessariamente de INSCRIÇÃO

SUPLEMENTAR. Os sócios não podem

representar em juízo clientes de INTERESSES

OPOSTOS. Não podem as sociedade de

advogados: ter forma ou características

Page 11: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Estatuto e Ética – Prof Valter Otaviano 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 11 de 125 

  

MERCANTIS, nome de FANTASIA, que realizem

ATIVIDADES ESTRANHAS a advocacia, que

incluam sócio não inscrito (bacharel em direito) ou

totalmente proibido de advogar (juiz de direito).

Razão social: pelo menos o nome de um dos

sócios, obrigatoriamente. Nome de sócio falecido:

pode permanecer, desde que prevista tal

possibilidade no ato constitutivo ou em aditivo.

Responsabilidade dos sócios e dos advogados

associados: SUBSIDIÁRIA E ILIMITADA.

Licenciamento do sócio: é possível para exercer

atividade incompatível TEMPORÁRIA, por

exemplo: foi eleito e tomou posse para Prefeito de

uma cidade. Não alterará a constituição da

sociedade de advogados.

Advogado Empregado: (artigo 18 e seguintes

do EOAB e 11 e seguintes do Regulamento

Geral)

Não perde a isenção técnica, nem reduz a

independência profissional. Não está obrigado a

prestar serviços jurídicos para os empregadores,

quando esses serviços estiverem FORA DE SUA

RELAÇÃO DE EMPREGO. Salário mínimo

profissional: fixado em sentença normativa, salvo

acordo ou convenção coletiva. Jornada de

Trabalho: 4 horas diárias e 20 horas semanais,

salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso

de DEDICAÇÃO EXCLUSIVA (8 horas por dia e

40 semanais). Período de trabalho: o tempo que

estiver à disposição do empregador (aguardando

ou executando ordens) seja no seu escritório ou

em atividades EXTERNAS (haverá reembolso

dos valores gastos com transporte, hospedagem

e alimentação). Hora Extra: não inferior a cem por

cento sobre o valor da hora normal. Trabalho

noturno: das 20 h até às 5 horas do dia seguinte.

Valor do adicional noturno: 25 %. Quem

representa os advogados nos acordos e nas

convenções coletivas? Não é a OAB, mas sim, o

sindicato dos advogados, ou a Federação ou a

Confederação dos advogados. Honorários de

sucumbência: NÃO INTEGRAM O SALÁRIO OU

A REMUNERAÇÃO (não são considerados para

efeitos trabalhistas ou previdenciários).

Honorários advocatícios: (artigo 22 e

seguintes do EOAB e artigo 35 e seguintes do

CED)

São de três espécies: convencional (contrato

escrito, qualquer que seja o objeto e o meio da

prestação do serviço profissional), arbitramento

judicial e sucumbencial. Advogado dativo: recebe

pelo Estado, os quais são fixados pelo Juiz de

Direito. Os honorários da sucumbência não

excluem os contratuais. Caso haja recusa

injustificada para ser dativo, será infração

disciplinar, art. 34, XII, do EOAB. Os honorários

contratuais, regra geral, são de 1/3 no início, 1/3

até a decisão de primeira instância e 1/3 no final,

SALVO se houver estipulação em contrário.

Contrato de honorários contratuais pode ser

juntado aos autos e o juiz de direito mandará

pagar diretamente ao advogado, ANTES DE

expedir-se o mandado de levantamento ou

precatório. O advogado tem direito autônomo de

executar a sentença, quanto aos honorários

sucumbenciais e os fixados por arbitramento. São

títulos executivos: o contrato de honorários e os

fixados por sentença (sucumbencial e os

arbitrados pelo Juiz). São considerados

créditos privilegiados: na FALÊNCIA,

CONCORDATA, CONCURSO DE CREDORES,

INSOLVÊNCIA CIVIL E LIQUIDAÇÃO

EXTRAJUDICIAL. A execução dos honorários

pode ocorrer nos mesmos autos da ação em que

tenha atuado o advogado. Em caso de

falecimento ou incapacidade civil do advogado os

honorários de sucumbência serão proporcionais

ao trabalho realizado e serão recebidos por seus

sucessores ou representantes legais. Os

honorários profissionais devem ser fixados COM

MODERAÇÃO: a relevância e a dificuldade das

causas; o trabalho e o tempo necessários;

possibilidade de ficar impedido de atuar em

outros casos; o valor da causa, a condição

Page 12: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Estatuto e Ética – Prof Valter Otaviano 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 12 de 125 

  

econômica do cliente e o proveito para ele; se é

serviço habitual, avulso ou permanente; o lugar

da prestação; a competência e o renome do

profissional e a praxe do foro sobre trabalhos

análogos. Cláusula quota litis: são fixados em

pecúnia. É um percentual sobre o valor que a

parte está pleiteando na demanda. Quando for

acrescido dos honorários sucumbenciais, NÃO

PODEM ser superiores às vantagens advindas

em favor do constituinte ou do cliente.

Participação do advogado em BENS DO

CLIENTE: é EXCEÇÃO e deve ser contratado por

ESCRITO. DUPLICATAS (ou qualquer outro

título de crédito de natureza mercantil) E

PROTESTOS: não é possível. FATURA: é

possível, mas é exceção (desde que seja

exigência do cliente, em contrato escrito).

Prescrição da cobrança dos honorários: 5

anos, a contar: do vencimento do contrato, se

houver; do trânsito em julgado da decisão que os

fixar; da ultimação do serviço extrajudicial; da

desistência ou transação; da renúncia ou

revogação do mandato. Ação de prestação de

contas: prescreve em 5 anos.

Incompatibilidade (proibição total, mesmo em

causa própria) e impedimentos (proibição

parcial, mesmo em causa própria): (artigo 27

até 30 do EOAB)

A incompatibilidade ocorre em 8 situações e os

impedimentos em apenas 2 hipóteses trazidas

pela Lei nº 8.904, de 1996. Somente uma lei pode

criar incompatibilidades ou impedimentos, um ato

administrativo do Conselho Federal ou Estadual

não pode criar tais limitações na profissão dos

advogados. Algumas observações sobre os

incisos do artigo 28: I – neste inciso são

abrangidos o chefe do Poder Executivo (federal,

estadual ou distrital e municipal e seu VICE

também, pois é seu substituto legal) e os

membros da MESA do Poder Legislativo e seus

substitutos legais também. Membros da mesa são

aqueles que atuam na mesa diretiva dos

trabalhos de uma legislatura. São o presidente e

seu vice; o primeiro secretário e seu suplente, o

segundo secretário e seu suplente e assim por

diante. O inciso II nos apresenta aqueles que

JULGAM (seja no Poder Judiciário ou no Poder

Executivo) e os membros do Ministério Público; o

inciso III nos apresenta aqueles que detenham

PODER DE DECISÃO EM FACE DE

INTERESSES DE TERCEIROS, eles ocupam

cargos ou funções de DIREÇÃO no PODER

EXECUTIVO (administração direta, indireta e

suas fundações e empresas controladas ou

concessionárias de serviço público); o inciso IV

nos apresenta aqueles que ocupam cargos ou

funções vinculados DIRETA (atividade fim,

exemplo: um advogado que seja assessor de

Magistrado, será incompatível) OU

INDIRETAMENTE (atividade meio, exemplo: um

advogado que ocupe um cargo de psicólogo do

Poder Judiciário, será incompatível) a qualquer

órgão do Poder Judiciário e os que exercem

SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO. O

inciso V: são os cargos ou funções vinculados,

DIRETA OU INDIRETAMENTE, à atividade

policial de qualquer natureza (guarda municipal

se inclui, aqui, conforme julgados recentes do

Conselho Federal). O inciso VI: militares de

qualquer natureza, NA ATIVA (sejam das Forças

Armadas; PM ou Corpo de Bombeiros); Inciso

VII: cargos ou funções que tenham competência

de LANÇAMENTO, ARRECADAÇÃO OU

FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS E

CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS; e o inciso VIII:

funções de direção e gerência em instituições

financeiras, INCLUSIVE PRIVADAS (bancos).

Quando o advogado assume os seguintes cargos:

PROCURADOR GERAL; ADVOGADO-GERAL;

DEFENSOR PÚBLICO GERAL e DIRIGENTES

de órgãos jurídicos da administração pública

direta, indireta ou fundacional, SÃO

EXCLUSIVAMENTE legitimados para o exercício

da advocacia vinculada à função que exerçam,

Page 13: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Estatuto e Ética – Prof Valter Otaviano 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 13 de 125 

  

durante o período da investidura. (não podem

exercer advocacia na área privada)

Impedimentos, são duas hipóteses: Primeira:

servidores da administração direta, indireta ou

fundacional, CONTRA a FAZENDA PÚBLICA que

os remunere ou à qual seja vinculada a entidade

empregadora e a segunda situação é a do

membro do PODER LEGISLATIVO que não está

na MESA, FICANDO IMPEDIDO DE ADVOGAR

contra ou a favor das seguintes pessoas jurídicas:

de direito público, empresas públicas, sociedades

de economia mista, fundações públicas,

entidades paraestatais ou empresas

concessionárias ou permissionárias de serviço

público. LEMBRE: os professores de curso

jurídico não estão IMPEDIDOS de advogar

contra as FAZENDAS PÚBLICAS QUE OS

REMUNERAM.

INFRAÇÕES DISCIPLINARES E SANÇÕES:

(artigo 34 e seguintes do EOAB)

Censura, suspensão, exclusão e multa.

Caberá censura: nos incisos I a XVI e XXIX; nos

casos de violação do CED; e na violação do

EOAB quando não houver sanção mais grave. A

censura pode ser CONVERTIDA em advertência,

quando houver ATENUANTES. (se dará por ofício

RESERVADO e não constará dos assentamentos

do advogado); A suspensão será aplicada: nas

infrações dos incisos XVII a XXV e no caso de

REINCIDÊNCIA. Quando o advogado é suspenso

ele não poderá advogar no período da

suspensão. O prazo da suspensão poderá ser: de

30 dias a 12 meses ou (dependendo do caso,

incisos XXI e XXIII, até que satisfaça

INTEGRALMENTE a dívida, com correção

monetária; e no caso do inciso XXIV até que

preste novas provas de reabilitação (que não é

novo exame da OAB)). A exclusão caberá quando

houver a aplicação, por 3 vezes, de SUSPENSÃO

E no caso das infrações dos incisos XXVI a

XXVIII. Também na exclusão o advogado não

poderá advogar no período da exclusão (ocorrerá

o cancelamento da sua inscrição). O quorum

necessário para excluir um inscrito é de DOIS

TERÇOS dos membros do conselho competente.

A multa vai variar de uma anuidade até o máximo

de dez vezes. Quando será aplicada? Quando

houver AGRAVANTES, nos casos de censura ou

suspensão.

Reabilitação: UM ANO APÓS O CUMPRIMENTO.

Precisa fazer PROVAS DE BOM

COMPORTAMENTO.

Órgãos da OAB:

Conselho Federal (artigo 44 até 62 do EOAB):

PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, SEDE

EM BRASÍLIA, ÓRGÃO SUPREMO DA OAB, O

SEU PRESIDENTE TEM VOTO DE QUALIDADE.

Composição: Presidente, os conselheiros

federais (3 por delegação) e os ex-presidentes do

conselho federal (direito a voz). Terá direito a voto

também os ex-presidentes que eram presidentes

ANTES de 05 de julho de 1994 e também o que

era nesta data (pulo do gato...)

O voto será tomado por delegação, EXCETO,

para a escolha dos membros da diretoria do

conselho federal, que será individual. Os ex-

presidentes têm direito a voto, que valem por uma

delegação, mas não votam para a escolha da

nova diretoria do conselho federal.

Diretoria do Conselho Federal: presidente, vice-

presidente, secretário geral, secretário geral

adjunto e tesoureiro.

Órgãos do Conselho Federal: Conselho Pleno,

órgão especial do conselho pleno, 1ª, 2ª e 3ª

Câmaras, diretoria e o Presidente.

Conselho Seccional (artigo 56 até 59 do

EOAB):

Personalidade jurídica própria.

Composição: Conselheiros em número

proporcional aos de inscritos: número inferior a

3000 (até 30 conselheiros); e acima de 3000 (até

80 conselheiros); ex-presidentes (voz); presidente

do instituto dos advogados (voz) e o presidente

(voz) do conselho federal e os conselheiros

Page 14: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Estatuto e Ética – Prof Valter Otaviano 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 14 de 125 

  

federais da delegação daquele estado; o

presidente da subseção (voz) e o presidente da

caixa de assistência dos advogados (voz).

Diretoria: Presidente, Vice-presidente, secretário

geral, secretário geral adjunto e tesoureiro.

Subseção: é criada pelo Conselho Seccional.

São parte autônomas do Conselho Seccional.

Área de atuação: parte de Município, um

Município ou mais de um Município, onde tenham

no MÍNIMO 15 ADVOGADOS profissionais

domiciliados. Diretoria: Presidente, Vice,

Secretário Geral, Secretário Geral Adjunto e

Tesoureiro. Conselho da Subseção: quando

houver mais de 100 advogados inscritos.

Caixa de Assistência dos Advogados (artigo

62 do EOAB): Personalidade jurídica própria.

Criadas pelo Conselho Seccional (quando houver

MAIS DE 1500 advogados inscritos). Missão:

prestar assistência aos advogados. Para ter

assistência precisa: estar com anuidade regular,

cumprir carência de um ano (após deferimento da

inscrição), e disponibilidade de recursos.

Diretoria: presidente, vice, secretário geral,

secretário geral adjunto e o tesoureiro.

CED:

Deontologia: conduta compatível com os

princípios da moral, da ética e dos bons

costumes. O advogado é indispensável e exerce

função pública. São deveres dos advogados,

dentre outros, empenhar-se no aperfeiçoamento

de seus estudos (princípio da ciência); estimular a

conciliação; aconselhar o cliente não ingressar

em aventura judicial. O advogado deve abster-se

de utilizar de influência indevida; de prestar

concurso aos que atentem contra a moral, a ética

e a dignidade da pessoa humana. Advocacia não

é mercantilização. O oferecimento dos serviços

jurídicos não podem captar clientela ou causar

inculcação nas pessoas. O advogado deve

informar, de forma CLARA E INEQUÍVOCA sobre

os eventuais riscos da demanda. O advogado não

deve aceitar procuração de quem já tenha

patrono constituído, sem prévio conhecimento

deste, salvo por motivo justo ou para adoção de

medidas judiciais urgentes e inadiáveis. Os

advogados integrantes da mesma sociedade

profissional, ou reunidos em caráter permanente

para cooperação recíproca, não podem

representar em juízo clientes com interesses

opostos. É defeso ao advogado funcionar no

mesmo processo, simultaneamente, como

patrono e preposto do empregador ou cliente. O

sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-

se o seu respeito, salvo grave ameaça ao direito

à vida, à honra, ou quando o advogado se veja

afrontado pelo próprio cliente e, em defesa

própria, tenha que revelar segredo, porém

sempre restrito ao interesse da causa.

PUBLICIDADE: moderação e discrição. Objetivo:

informar e não captar clientela. É proibido

anunciar em rádio e tv. É permitido participar,

EVENTUALMENTE, de programa de rádio e de

tv, para fins EXCLUSIVAMENTE: Ilustrativos,

educacionais e instrutivos. O advogado deve

abster-se de responder com HABITUALIDADE a

consultas jurídicas, nos meios de comunicação.

HONORÁRIOS: cláusula quota litis: é um

percentual em cima dos valores que o cliente vai

ganhar no futuro (contrato de risco do advogado),

deve ser sempre em pecúnia. O valor que o

advogado vai receber não pode ser maior do que

o valor que o cliente vá receber, quando somados

com os honorários sucumbenciais. A participação

do advogado em bens particulares do cliente é

EXCEÇÃO e precisa ser feita por escrito.

Processo disciplinar:

Aplicação subsidiária no processo administrativo

comum: da Lei nº 9.784, de 1999 (procedimento

administrativo comum) e o CPC (nesta ordem).

Aplicação subsidiária no processo administrativo

disciplinar: CPP

Prazo: 15 dias

Instauração: de ofício; por qualquer autoridade ou

pessoa interessada.

Page 15: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Estatuto e Ética – Prof Valter Otaviano 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 15 de 125 

  

Poder de punir: Conselho Seccional competente

do LOCAL DA INFRAÇÃO

Julgamento: TED do Conselho Seccional

competente (do local da infração)

Suspensão preventiva: TED do Conselho

Seccional da INSCRIÇÃO PRINCIPAL.

O processo disciplinar é sigiloso até o seu

término. Pode ser acesso: as partes, seus

advogados e a autoridade judiciária competente.

Não pode ser anônima a representação.

Órgãos da OAB:

Conselho Federal (artigo 44 até 62 do EOAB):

PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, SEDE

EM BRASÍLIA, ÓRGÃO SUPREMO DA OAB, O

SEU PRESIDENTE TEM VOTO DE QUALIDADE.

Composição: Presidente, os conselheiros

federais (3 por delegação) e os ex-presidentes do

conselho federal (direito a voz). Terá direito a voto

também os ex-presidentes que eram presidentes

ANTES de 05 de julho de 1994 e também o que

era nesta data (pulo do gato...)

O voto será tomado por delegação, EXCETO,

para a escolha dos membros da diretoria do

conselho federal, que será individual. Os ex-

presidentes têm direito a voto, que valem por uma

delegação, mas não votam para a escolha da

nova diretoria do conselho federal.

Diretoria do Conselho Federal: presidente, vice-

presidente, secretário geral, secretário geral

adjunto e tesoureiro.

Órgãos do Conselho Federal: Conselho Pleno,

órgão especial do conselho pleno, 1ª, 2ª e 3ª

Câmaras, diretoria e o Presidente.

Conselho Seccional (artigo 56 até 59 do

EOAB):

Personalidade jurídica própria.

Composição: Conselheiros em número

proporcional aos de inscritos: número inferior a

3000 (até 30 conselheiros); e acima de 3000 (até

80 conselheiros); ex-presidentes (voz); presidente

do instituto dos advogados (voz) e o presidente

(voz) do conselho federal e os conselheiros

federais da delegação daquele estado; o

presidente da subseção (voz) e o presidente da

caixa de assistência dos advogados (voz).

Diretoria: Presidente, Vice-presidente, secretário

geral, secretário geral adjunto e tesoureiro.

Subseção: é criada pelo Conselho Seccional.

São parte autônomas do Conselho Seccional.

Área de atuação: parte de Município, um

Município ou mais de um Município, onde tenham

no MÍNIMO 15 ADVOGADOS profissionais

domiciliados. Diretoria: Presidente, Vice,

Secretário Geral, Secretário Geral Adjunto e

Tesoureiro. Conselho da Subseção: quando

houver mais de 100 advogados inscritos.

Caixa de Assistência dos Advogados (artigo

62 do EOAB): Personalidade jurídica própria.

Criadas pelo Conselho Seccional (quando houver

MAIS DE 1500 advogados inscritos). Missão:

prestar assistência aos advogados. Para ter

assistência precisa: estar com anuidade regular,

cumprir carência de um ano (após deferimento da

inscrição), e disponibilidade de recursos.

Diretoria: presidente, vice, secretário geral,

secretário geral adjunto e o tesoureiro.

Recursos:

Terá apenas efeito devolutivo: os recursos que

tratarem de eleições; suspensão preventiva

aplicada pelo TED e cancelamento de inscrição

obtida com falsa prova.

Conferência Nacional dos Advogados (art. 145

do Regulamento Geral)

A Conferência Nacional dos Advogados é órgão

consultivo máximo do Conselho Federal,

reunindo - se trienalmente, no segundo ano do

mandato, tendo por objetivo o estudo e o debate

das questões e problemas que digam respeito às

finalidades da OAB e ao congraçamento dos

advogados. As Conferências dos Advogados dos

Estados e do Distrito Federal são órgãos

consultivos dos Conselhos Seccionais, reunindo -

se trienalmente, no segundo ano do mandato. No

primeiro ano do mandato do Conselho Federal ou

Page 16: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Estatuto e Ética – Prof Valter Otaviano 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 16 de 125 

  

do Conselho Seccional, decidem - se a data, o

local e o tema central da Conferência. As

conclusões das Conferências têm caráter de

recomendação aos Conselhos correspondentes.

Mandato e eleições: (artigo 63 e seguintes do

EOAB)

A eleição dos membros de todos os órgãos da

OAB será realizada na segunda quinzena do mês

de novembro, do último ano do mandato,

mediante cédula única e votação direta dos

advogados regularmente inscritos. A eleição, na

forma e segundo os critérios e procedimentos

estabelecidos no regulamento geral, é de

comparecimento obrigatório para todos os

advogados inscritos na OAB. O candidato deve

comprovar situação regular junto à OAB, não

ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter sido

condenado por infração disciplinar, salvo

reabilitação, e exercer efetivamente a profissão

há mais de cinco anos. Consideram-se eleitos os

candidatos integrantes da chapa que obtiver a

maioria dos votos válidos.

Quóruns:

Conselho Federal para intervir em Conselho

Seccional: 2/3 das delegações.

Conselho Federal precisa autorizar por maioria

absoluta das delegações a oneração ou alienação

de BENS IMÓVEIS.

Conselho Seccional para criar e intervir em

Subseção: 2/3 dos membros.

Conselho Seccional para criar e intervir em Caixa

de Assistência dos Advogados: 2/3 de seus

membros.

Editar, alterar: regulamento geral, código de ética

e disciplina e provimentos: 2/3 das delegações do

conselho federal.

Regulamento Geral:

ESTÃO IMPEDIDOS DE EXERCER O VISTO EM

ATOS CONSTITUTIVOS: Os advogados que

prestem serviços a órgãos ou entidades da

Administração Pública direta ou indireta, da

unidade federativa a que se vincule a Junta

Comercial, ou a qualquer repartições

administrativas competentes .

É PROIBIDO: ser preposto e patrono de causas

ao mesmo tempo.

Quando um não inscrito realiza ato privativo

comete: EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO.

Efetivo exercício da advocacia: PARTICIPAR

ANUALMENTE NO MÍNIMO DE 5 ATOS

PRIVATIVOS.

Os integrantes da Advocacia Pública são

elegíveis.

DESAGRAVO PÚBLICO: ofensa deve ocorrer:

no exercício profissional ou em cargo ou função

da OAB (exemplo: como conselheiro estadual ou

presidente de subseção). É indisponível. Pode ser

realizado pelo Conselho Seccional, a subseção e

pelo Conselho Federal nos seguintes casos:

quando a ofensa envolver conselheiro federal,

presidente de conselho seccional e quando a

ofensa a advogado se revestir de relevância e

grave violação às prerrogativas profissionais, com

repercussão nacional.

ESTAGIÁRIO PROFISSIONAL: inscrição na

OAB. Deve estar no quarto ou quinto ano, ou

pode ser bacharel em direito. Quem faz estágio

na Defensoria Pública da União ou dos Estados

pode também pedir a sua inscrição como

estagiário profissional na OAB. Atos que ele pode

realizar isoladamente, sob a responsabilidade do

advogado: retirar e devolver autos em cartório,

assinando a carga; obter certidões de peças ou

autos de processos vindos ou em curso; e assinar

petições de juntada de documento a processos

judiciais ou administrativos.

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________

Page 17: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Internacional Público – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 17 de 125 

  

Surgimento do Direito Internacional Público

O DIP surge na Idade Média, fruto de inúmeros

fatores sociais, políticos e econômicos, sendo

que na Antiguidade não existia um DIP

propriamente dito e sim apenas um Direito que

se aplicava às relações entre cidades vizinhas,

de língua comum, de mesma raça e religião,

mas não existia um direito comum nem

igualdade ente as partes.

O marco do surgimento do DIP, como ciência

autônoma e sistematizada, foi no século XVII, a

partir do Tratado de Westfália de 1648, qual

colocou fim à Guerra dos Trinta Anos. A Guerra

dos Trinta Anos foi um conflito sangrento entre

católicos e protestantes entre 1618 a 1648. A

Paz de Westfália é considerada o divisor de

águas do Direito Internacional Público, bem

como marcou o surgimento do Estado Moderno,

que passa a ser o ator mais importante do DIP.

Fontes do Direito Internacional Público

As fontes do Direito Internacional Público estão

localizadas no artigo 38 do Estatuto da Corte

Internacional de Justiça:

a) Fontes Primárias

- Convenções internacionais

- Costume internacional

- Princípios gerais de direito

b) Meios auxiliares

- Doutrina internacional

- Jurisprudência internacional

- Equidade

c) Novas Fontes – As novas fontes não estão

previstas no art. 38 do ECIJ, mas são

consideradas fontes do DIP

- Atos Unilaterais

- Decisões das Organizações Internacionais

- Analogia

- Soft Law

Estado Soberano

O Estado, para ser considerado como tal, nos

termos da Convenção Interamericana sobre

Direitos e Deveres dos Estados, firmada em

Montevidéu, em 1933, necessita possuir,

teoricamente, um agrupamento humano

estabelecido permanentemente em um território

determinado e sob um governo independente.

Atenção: Santa Sé – Ente ou Estado

Soberano sui generis (possui Personalidade

internacional Anômala)

1) Nacionalidade

Brasileiros natos:

a) os nascidos na República Federativa do

Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde

que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro

ou mãe brasileira, desde que qualquer deles

esteja a serviço da República Federativa do

Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro

ou de mãe brasileira, desde que sejam

registrados em repartição brasileira competente

ou venham a residir na República Federativa do

Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de

atingida a maioridade, pela nacionalidade

brasileira;

Brasileiros Naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a

nacionalidade brasileira, exigidas aos originários

de países de língua portuguesa apenas

residência por um ano ininterrupto e idoneidade

moral;

Page 18: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Internacional Público – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 18 de 125 

  

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,

residentes na República Federativa do Brasil há

mais de quinze anos ininterruptos e sem

condenação penal, desde que requeiram a

nacionalidade brasileira.

A lei não pode fazer distinção entre brasileiros

natos e naturalizados, mas a Constituição pode

e faz, além dos cargos privativos (art. 12, § 3º

da CR/88), a propriedade de empresa

jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e

imagens, bem como a responsabilidade editorial

e as atividades de seleção e direção da

programação veiculada, são privativas de

brasileiros natos ou naturalizados há mais de

dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas

sob as leis brasileiras e que tenham sede no

País, sendo que, pelo menos 70% do capital

total e do capital votante dessas empresas deve

pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros

natos ou naturalizados há mais de dez anos,

que exercerão obrigatoriamente a gestão das

atividades e estabelecerão o conteúdo da

programação.

Aos portugueses com residência permanente no

País, se houver reciprocidade em favor de

brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes

ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta

Constituição.

Perda da nacionalidade:

Para brasileiros naturalizados:

Tiver cancelada sua naturalização, por sentença

judicial, em virtude de atividade nociva ao

interesse nacional;

Para brasileiros natos e naturalizados:

Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

- Reconhecimento de nacionalidade originária

pela lei estrangeira;

- Imposição de naturalização, pela norma

estrangeira, ao brasileiro residente em estado

estrangeiro, como condição para permanência

em seu território ou para o exercício de direitos

civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de

Revisão nº 3, de 1994)

2) Condição jurídica do estrangeiro

Vistos:

Para ingresso no Brasil são concedidos aos

estrangeiros os seguintes vistos de entrada:

a) Trânsito;

b) Turista;

c) Temporário;

d) Permanente;

e) Cortesia;

f) Oficial;

g) Diplomático.

Ainda existem na legislação brasileira algumas

formas de exclusão do estrangeiro:

2.1 Impedimento de Entrada – quando a

autoridade não permite que o estrangeiro

ingresse no país, sendo o Visto apenas

expectativa de direito de entrada.

2.2 Deportação – exclusão compulsória do

território nacional do estrangeiro nos casos de

entrada ou estada irregular – em regra não há

qualquer punição internacional para a

deportação, mas a lei brasileira condiciona a

sua posterior entrada ao ressarcimento

atualizado ao Tesouro Nacional dos custos de

sua deportação e eventual multa.

2.3 Expulsão – Determinação por decreto do

Presidente da República para que o estrangeiro

saia do território nacional, por ter praticado,

entre outros casos, como vadiagem,

mendicância etc., atentado contra a segurança

nacional, a ordem política ou social, a

tranqüilidade ou moralidade pública e a

economia popular, ou cujo procedimento o

torne nocivo à conveniência e aos interesses

nacionais.

A pessoa expulsa somente poderá entrar

novamente no Brasil depois da revogação do

Decreto de Expulsão.

Page 19: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Internacional Público – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 19 de 125 

  

Não pode ocorrer a expulsão se implicar

extradição não admitida pela lei brasileira;

quando o estrangeiro tiver Cônjuge brasileiro do

qual não esteja divorciado ou separado, de fato

ou de direito, e desde que o casamento tenha

sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou, se

tiver filho brasileiro que, comprovadamente,

esteja sob sua guarda e dele dependa

economicamente.

2.4 Extradição – O procedimento de extradição

consiste, em síntese, na entrega do estrangeiro

(atenção às hipóteses de extradição de

brasileiro naturalizado) para outro Estado

Soberano solicitante, quando o estrangeiro

tenha cometido crime comum no território do

Estado Solicitante, para que ele seja

processado e julgado criminalmente lá ou

cumprir pena.

STF análise da legalidade da Extradição

Presidente da República – Ato de

extradição (discricionário), devendo o Estado

Solicitante retirar o extraditando no prazo de 60

dias.

2.5 Entrega (ing. “surrender”) – procedimento,

em síntese, de entrega do estrangeiro à uma

Organização Internacional, como Tribunal

Penal Internacional.

3) Território delimitado

Domínio Marítimo

O domínio marítimo compreende as águas

interiores, o mar territorial, a zona contígua,

a zona econômica exclusiva e a plataforma

continental.

- Convenção sobre Direito do Mar de Montego

Bay – 1982

- Lei 8.617/93:

Domínio Aéreo

O território aéreo é espaço aéreo

correspondente ao território até a altura

determinada pelas necessidades de segurança

do país, neste incluindo o espaço aéreo das

águas territoriais adjacentes (Mar Territorial).

O Estado é o senhor absoluto desse espaço, o

Estado subjacente só o libera à aviação de

outros países mediante a celebração de

tratados ou permissões avulsas, ou seja, não é

permitido no Domínio Aéreo o Direito de

Passagem inocente, como ocorre no Domínio

Marítimo (Mar Territorial).

Organizações Internacionais

As Organizações Internacionais (OI’s) são

associações de Estados ou de outras

organizações, voluntárias, estabelecidas por

tratados, que possuem ordenamento jurídico

interno próprio e personalidade legal distinta da

que possuem os Estados-membros, sendo

dotadas de órgãos e institutos próprios, através

dos quais realizam as finalidades a que se

destinam.

1) Nações Unidas

Organização das Nações Unidas (ONU) foi

criada pela Carta das Nações Unidas, dia 24 de

Outubro de 1945, em São Francisco, Califórnia,

finalizada a Segunda Guerra Mundial, tendo

como objetivo unir todas as nações do mundo

em prol da paz e do desenvolvimento, com base

nos princípios de justiça, dignidade humana e

bem-estar de todos. A estrutura básica da ONU

é composta por 06 órgãos especiais:

Assembleia Geral

Conselho de Segurança

Conselho Econômico e Social

Conselho de Tutela

Secretaria

Corte Internacional de Justiça.

Mercosul – Principais Tratados

Tratado de Assunção (1991)

o A livre circulação de bens, serviços e

fatores produtivos entre os países;

Page 20: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Internacional Público – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 20 de 125 

  

Protocolo de Brasília (1991)

o Modificou o mecanismo de

controvérsias inicialmente previsto no Tratado

de Assunção, disponibilizando a utilização de

meios jurídicos para a solução de eventuais

disputas comerciais;

o Revogado pelo Protocolo de Olivos.

Protocolo de Ouro Preto (1994)

o Estabeleceu estrutura institucional para

o Mercosul, ampliando a participação dos

parlamentos nacionais e da sociedade civil.

o Deu ao Mercosul personalidade jurídica

de direito internacional.

Protocolo de Olivos (2002).

o Criação do Tribunal Arbitral Permanente

de Revisão do Mercosul.

Tratados Internacionais

Convenção de Viena sobre Direitos dos

Tratados (1969): “tratado” significa um acordo

internacional concluído por escrito entre

Estados e regido pelo Direito Internacional, quer

conste de um instrumento único, quer de dois

ou mais instrumentos conexos, qualquer que

seja a sua denominação específica.

Tratados Internacionais e a Legislação

Brasileira

Fases de Elaboração de um Tratado

Adesão

Quando um Estado que não participou das

negociações do tratado e muito menos assinou,

mas deseja dele fazer parte, poderá escolher o

caminho da adesão ou aceitação que

juridicamente possui mesma natureza jurídica

da ratificação.

Reserva

É uma declaração unilateral de vontade,

qualquer que seja a sua redação ou

denominação, feita por um Estado ao assinar,

ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele

aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o

efeito jurídico de certas disposições do tratado

em sua aplicação a esse Estado.

Vícios do Consentimento

Erro

Dolo

Corrupção do Representante do Estado

Coação exercida sobre o Representante

do Estado

Coação de um Estado decorrente de

ameaça ou emprego da força

Adoção de um tratado em inobservância

às Regras de Jus Cogens

Efeitos dos Tratados sobre as partes e sobre

terceiros

A CV-69 assevera que um tratado não cria

obrigações nem direitos para um terceiro

Page 21: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Internacional Público – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 21 de 125 

  

Estado sem o seu consentimento, porém,

existem exceções:

1ª Exceção: Aceitação expressa de obrigação –

Tratados que criam obrigações para terceiros

Estados

2ª Exceção: Consentimento expresso ou tácito

de aquisição de direitos – tratados que criam

direitos para terceiros Estados

As obrigações que nasceram para um terceiro

Estado, devido à aceitação expressa (na forma

da 1ª Exceção), só poderá ser revogada ou

modificada com o consentimento das partes no

tratado e do terceiro Estado, salvo se ficar

estabelecido que elas haviam acordado

diversamente.

Qualquer direito que tiver nascido para um

terceiro Estado nos termos da 2ª exceção, não

poderá ser revogado ou modificado pelas

partes, se ficar estabelecido ter havido a

intenção de que o direito não fosse revogável ou

sujeito a modificação sem o consentimento do

terceiro Estado.

Extinção dos Tratados

Ab-rogação

Denúncia

Mudança Circunstanciais e

Impossibilidade Superveniente (Teoria da

Imprevisão)

Rompimento das Relações

Diplomáticas*

Expiração do termo Pactuado

Execução Integral do Objeto

Superveniência de Tratado Posterior

Inexecução do Tratado por uma das

Partes

Prescrição Liberatória

Jus Cogens

Direito Internacional Privado

Conjunto de normas de Direito Público Interno

que busca solucionar o conflito de leis no

espaço, nacional ou estrangeira, quando a lide

comporta opção entre mais de uma ordem

jurídica para solucionar o caso.

O Brasil adota o Princípio da Territorialidade

Moderada. Dessa forma, o Direito alienígena

será, em alguns casos, aplicado no Brasil.

Lei de Introdução

Direitos de Personalidade – começo

e fim da personalidade, o nome, a

capacidade e os direitos de família – Direito

do Domicílio.

Casamentos no Brasil – aplica-se a

lei Brasileira (impedimentos e formalidades)

Casamento no Brasil de estrangeiros

de mesma nacionalidade domiciliados no

Brasil – Pode ser feito no Consulado do País

o Se os nubentes forem de nacionalidade

diferente deve ser realizado por autoridade

brasileira.

o O casamento de ambos os nubentes

brasileiros no exterior pode ser feito perante

autoridade consular brasileira.

o Não pode ocorrer no consulado

brasileiro casamento de brasileiro com

estrangeira.

o Autoridade Consular Brasileira –

competente para realizar casamentos, e atos de

Registro Civil e de Tabeliães.

Invalidade de Casamento de

nubentes com domicílio diverso – Lei do 1º

domicilio do casal.

Casamento – Regime de Bens – lei

do país do domicílio do casal ou do 1º

domicílio conjugal

o Estrangeiro casado ao naturalizar

brasileiro pode alterar o regime de bens –

comunhão parcial de bens – anuência do

cônjuge

Page 22: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Internacional Público – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 22 de 125 

  

Divórcio no exterior de brasileiros

pode ser reconhecido no Brasil – observada

as normas do Código Civil Brasileiro e

homologada a sentença estrangeira pelo STJ

– SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

Domicilio Familiar – cônjuge e filhos

não emancipados / incapazes – Rege pelo

Domicilio do Chefe de Família ou tutor ou

curador

o Pessoa sem domicílio – lugar da

residência ou lugar que se encontre

Bens – qualificação e relações

concernentes – Aplica-se a lei da situação da

coisa (lex rei sitae)

Bens móveis que trouxer ou que

forem transportados para outros lugares –

aplica-se a lei do domicílio do proprietário

Penhor – Aplica-se a lei do domicílio

do possuidor da coisa

Obrigações – qualificar e reger – lei

do país que se originar a obrigação, mesmo

que a execução tenha que ser aplicada no

Brasil e observar a forma alienígena

Obrigação decorrente de contrato –

residência do proponente.

Sucessão causa mortis ou ausência

– Rege-se pela lei do último domicílio do de

cujos ou do ausente.

Sucessão de bens no Brasil – Aplica-

se a lei mais favorável, brasileira ou

estrangeira

Sucessão – Capacidade para suceder

– aplica-se a lei do domicilio do herdeiro

Sociedades e Fundações – aplica-se

a lei da sua constituição, mas para ter filiais

no Brasil devem ter aprovação do Governo

Federal e aplica-se então a lei brasileira

Governo estrangeiro e organizações

pertencentes à Estados soberanos não

podem adquirir imóveis no Brasil, salvo

prédios para atividades diplomáticas

Réu domiciliado no Brasil ou

cumprindo obrigações no Brasil – aplica-se a

lei brasileira no tocante à competência

jurisdicional

Imóveis situados no Brasil –

competência exclusiva do Poder Judiciário

Brasileiro para julgar.

Ordem estrangeira – compete à

autoridade judiciária brasileira dar exequatur

nos termos da legislação brasileira quanto à

forma e da lei estrangeira quanto ao objeto

Produção de Provas – Lei do país

que foram produzidas – no entanto a lei

brasileira não conhecerá as formas de

provas não previstas no Brasil

Não é necessária a homologação de

cartas rogatórias (pois sem caráter

executivo) e execução de título executivo

extrajudicial oriundo de estado estrangeiro

(art. 585, § 2º do CPC).

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 23: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Trabalho – Prof Rafaela Sionek  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 23 de 125 

  

1. RELAÇÃO DE TRABALHO E EMPREGO

1) Quanto a subordinação, não apenas os

meios pessoais de comando são

imprescindíveis para sua caracterização.

Atualmente, é possível reconhecer a

subordinação através dos meios telemáticos e

informatizados, eis que equiparam-se para

todos os efeitos legais aos meios pessoais de

comando e direção.

2) O local da prestação de serviços é irrelevante

para caracterização da relação de emprego.

Assim, como não é necessário a exclusividade.

3) Grupo Econômico: art. 2º, §2º da CLT:

responsabilidade solidária. “Sempre que uma ou

mais empresas, tendo, embora, cada uma

delas, personalidade jurídica própria, estiverem

sob a direção, controle ou administração de

outra, constituindo grupo industrial, comercial ou

de qualquer outra atividade econômica, serão,

para os efeitos da relação de emprego,

solidariamente responsáveis a empresa

principal e cada uma das subordinadas.”

4) Sucessão de empresas: é a alteração na

estrutura jurídica da empresa, contudo com os

contratos de trabalho com os empregados

permanecem inalterados, segundo os artigos 10

e 448 da CLT. Quando da sucessão de

empresas a responsabilidade é da empresa

sucessora, que assume os ônus e bônus da

empresa sucedida. Para que seja possível a

sucessão é necessário além da transferência de

titularidade para nova pessoa jurídica, a

continuidade na prestação dos serviços, ou

seja, não pode ocorrer a paralisação.

2. CONTRATO DE TRABALHO

1) Art. 442-A CLT: exigência de experiência

prévia. Quando da contratação o empregador

não pode exigir experiência prévia do

empregado por tempo superior a 6 meses para

o mesmo ramo de atividade.

2) Contrato por prazo determinado:

necessariamente por escrito, dentro das

hipóteses legais previstas nas alíneas a, b e c

do §2º do art. 443 da CLT: serviço cuja natureza

ou transitoriedade justifique a predeterminação

do prazo; atividades empresariais de caráter

transitório; contrato de experiência. Quando do

fim do contrato a termo e o início de um novo

contrato a termo entre as mesmas partes deve-

se aguardar o prazo de 6 meses, sob pena do

novo contrato ser por prazo indeterminado,

exceto quando a contratação ocorreu em virtude

da realização de certos acontecimentos ou em

serviços especializados.

2.1) Quando da extinção antecipada do contrato

por prazo determinado. Atenção aos artigos

479, 480 e 481 da CLT. Se houver a previsão

da cláusula assecuratória do direito recíproco de

rescisão, esta será nos moldes do contrato por

prazo indeterminado, segundo o art. 481 da

CLT.

3) Contrato de trabalho temporário – Lei

6.019/74: contratação apenas no meio urbano,

em virtude da necessidade transitória de

substituição de pessoal regular ou permanente

e; acréscimo extraordinário de serviço. A

responsabilidade da empresa tomadora de

serviços, quando da falência da empresa de

trabalho temporário, é solidária, quanto as

verbas trabalhistas e previdenciárias do período

em que o trabalhador temporário esteve à sua

disposição.

3. ALTERAÇÃO, SUSPENSÃO E

INTERRUPÇÃO

1) Reversão: o empregado pode ser revertido

ao cargo anteriormente exercido a qualquer

tempo pelo empregador. Contudo, se esteve no

exercício da função de confiança por 10 anos ou

mais, quando da reversão não é possível retirar-

lhe o adicional de gratificação de função.

Page 24: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Trabalho – Prof Rafaela Sionek  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 24 de 125 

  

2) O empregador pode promover alteração

unilateral no contrato de trabalho do

empregado, como: transferência – art. 469 CLT;

alteração do horário noturno para o horário

diurno – Súmula 265 TST; alteração na data de

pagamento do salário – OJ 159 SDI-1 TST.

2.1) Em caso de transferência do empregado de

natureza provisória, o empregador é obrigado a

remunerar o respectivo adicional de

transferência de pelo menos 25% do salário do

empregado, enquanto durar a situação de

transferência.

3) Suspensão do Contrato de Trabalho:

paralisação temporária na prestação dos

serviços, onde o empregado não recebe

remuneração. São hipóteses de suspensão:

prestação de serviço militar obrigatório; encargo

público; Súmula 269 TST; aposentadoria por

invalidez; suspensão disciplinar; afastamento

por motivo de doença superior a 15 dias.

4) Interrupção do Contrato de Trabalho:

paralisação temporária na prestação dos

serviços, sem prejuízo da percepção da

remuneração. Hipóteses de interrupção: licença

maternidade; licença remunerada de 2 semanas

em caso de aborto não criminoso; art. 473 CLT.

4. SALÁRIO E REMUNERAÇÃO

1.1) Salário e Remuneração – gorjetas Súmula

354 TST.

1.2) Há algumas utilidades que embora sejam

fornecidas pelo trabalho prestado não irão

possuir natureza salarial, pois a Lei (§2º art. 458

CLT) retirou esta natureza são: previdência

privada; assistência médica, hospitalar e

odontológica; seguro de vida; transporte para o

local do trabalho; educação; vestuário e vale

cultura.

1.3) A alimentação fornecida pelas empresas

participantes do PAT (Programa de Alimentação

ao trabalhador) não possui natureza salarial.

2) Em caso de prejuízo causado pelo

empregado ao empregador é necessário

analisar a conduta do empregado para saber se

é possível o respectivo desconto salarial.

2.1) Assim se o empregado agiu com dolo

(intenção) é possível efetuar o desconto

independentemente de previsão contratual.

2.2) Se o empregado agiu com culpa (sem

intenção) o desconto do prejuízo só será

possível se existir previsão contratual.

3) Décimo terceiro salário é gratificação natalina

devida até 20 de dezembro pelo empregador.

Pode ocorrer o adiantamento do seu

pagamento, sendo que a 1ª parcela deve ser

adimplida entre os meses de fevereiro e

novembro, e a 2ª parcela paga até o dia 20 de

dezembro. O adiantamento não precisa ser

concedido a todos os funcionários ao mesmo

tempo.

4) Equiparação Salarial: quando na mesma

empresa, da mesma localidade possuir um

paradigma que exerça a mesma função, com

trabalho de igual valor (mesma produtividade e

perfeição técnica), desde que a diferença no

tempo da função não seja superior a 2anos, e

na empresa não exista quadro de carreira

organizado, homologado pelo MTE, onde

estabeleça as promoções por antiguidade e

merecimento, sucessivamente.

5. JORNADA DE TRABALHO

1) Turno ininterrupto de revezamento – art. 7º,

XIV da CF, jornada de 06 horas diárias, sendo

possível a prorrogação para até 08h diárias,

mediante negociação coletiva de trabalho. O

empregado estará submetido nesta jornada

quando laborar em alternância de turnos.

2) Súmula 444 do TST: jornada em escala de

revezamento – 12X36, necessita de previsão

em negociação coletiva para instituição. Em

feriados trabalhados o empregado tem direito a

remuneração em dobro.

Page 25: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Trabalho – Prof Rafaela Sionek  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 25 de 125 

  

3) Horas in itinere: tempo de deslocamento casa

– trabalho e o seu devido retorno. Em regra não

é computado na jornada de trabalho, salvo se a

empresa estiver localizada em local de difícil

acesso ou não servido por transporte público

regular e a empresa fornecer condução paga ou

gratuita.

3.1.) A mera insuficiência do transporte público

regular não gera o pagamento das horas in

itinere.

4) Súmula 366 do TST: o limite de variação de

horário no registro do cartão ponto são de 10

minutos diários, sendo 5 minutos na entrada e 5

minutos na saída. Caso este período seja

ultrapassado a totalidade do período é

remunerado como hora extraordinária.

5) Súmula 437 do TST: Intervalo Intrajornada.

6. FÉRIAS

1) Período aquisitivo estará completo após 12

meses de trabalho.

2) Férias são concedidas a critério do

empregador, dentro do período concessivo (12

meses após o fim do período aquisitivo). A

comunicação das férias será necessariamente

por escrita, com antecedência mínima de 30

dias do seu início.

2.1) Menor estudante tem direito a usufruir as

férias junto com as férias escolares. E,

membros da mesma família podem usufruir das

férias concomitantemente, desde que não

resulte em prejuízo ao empregador.

3) Menor de 18 anos e maiores de 50 anos não

podem fracionar. Os demais podem limitados a

dois períodos, sendo que um deles deve ter

vigência de 10 dias.

4) Art. 133 CLT PERDA do DIREITO das

FÉRIAS:

- quando o empregado deixar o emprego e não

for admitido dentro do prazo de 60 dias.

- licença remunerada superior a 30 dias.

- percepção de benefício previdenciário por

mais de 6 meses, ainda que descontínuos.

- paralisação na empresa por mais de 30 dias.

7. GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO

1) Empregado que não pode ser demitido sem

justa causa, pois encontra-se em situação

especial.

2) CIPA – Comissão interna de prevenção de

acidentes. Apenas os membros que

representam os empregados são detentores da

garantia provisória no emprego do registro da

candidatura até 1 ano após o final do seu

mandato.

3) CCP – mencionar que enquanto a demanda

está ali o prazo prescricional está suspenso.

Regras gerais. Análise em 10 dias para marcar

a tentativa conciliatória. O acordo firmado

perante a CCP tem eficácia liberatória geral,

salvo quanto as parcelas expressamente

ressalvadas. Os membros representantes dos

empregados são detentores da garantia até 1

ano após o final do seu mandato.

4) LC 146/14, em caso de morte da genitora

possui estabilidade quem possuir a guarda do

filho.

Estabilidade da gestante: da confirmação da

gravidez até 5 meses após o parto. O

conhecimento do estado gestacional da

empregada pelo empregador é irrelevante para

efetivação da garantia.

8. ACORDO E CONVENÇÃO COLETIVA DE

TRABALHO

Acordo e convenção tem vigência de 2 anos.

Súmula 277 do TST.

Visam estipular melhores condições de trabalho.

Sentença normativa tem vigência de 4 anos.

Page 26: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Trabalho – Prof Rafaela Sionek  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 26 de 125 

  

Page 27: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Consumidor – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 27 de 125 

  

LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990

– Código de Defesa do Consumidor

Relação de Consumo

Consumidor é toda pessoa física ou jurídica

que adquire ou utiliza produto ou serviço como

destinatário final.

Equipara-se a consumidor a coletividade de

pessoas, ainda que indetermináveis, que haja

intervindo nas relações de consumo.

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,

pública ou privada, nacional ou estrangeira,

bem como os entes despersonalizados, que

desenvolvem atividade de produção,

montagem, criação, construção, transformação,

importação, exportação, distribuição ou

comercialização de produtos ou prestação de

serviços.

Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel,

material ou imaterial.

Serviço é qualquer atividade fornecida no

mercado de consumo, mediante remuneração,

inclusive as de natureza bancária, financeira, de

crédito e securitária, salvo as decorrentes das

relações de caráter trabalhista.

Princípios das Relações de Consumo

Princípio da Vulnerabilidade

Princípio do Dever Governamental

Princípio da Harmonização dos

Interesses e equilíbrio contratual

Princípio da Boa-fé objetiva (lealdade e

confiança)

Princípio da Informação e Educação de

Consumidores e Fornecedores

Princípio do Incentivo de Autocontrole e

Solução Alternativa dos Conflitos de Consumo

Princípio da Coibição e Repressão dos

Abusos no Mercado de Consumo

Princípio da Racionalização e Melhoria

dos Serviços Públicos

Princípio do Estudo das Modificação do

Mercado de Consumo

Direitos Básicos

Proteção da vida, saúde e segurança

Educação e divulgação sobre o

consumo adequado dos produtos e serviços

Liberdade de escolha e a igualdade nas

contratações

Informação adequada e clara sobre os

diferentes produtos e serviços

Proteção contra a publicidade enganosa

e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou

desleais, bem como contra práticas e cláusulas

abusivas ou impostas no fornecimento de

produtos e serviços;

Modificação das cláusulas contratuais

que estabeleçam prestações desproporcionais

Teoria da Onerosidade Excessiva –

revisão das cláusulas que em razão de fatos

supervenientes que as tornem excessivamente

onerosas;

Efetiva prevenção e reparação de danos

patrimoniais e morais, individuais, coletivos e

difusos;

Acesso aos órgãos judiciários e

administrativos com vistas à prevenção ou

reparação de danos patrimoniais e morais,

individuais, coletivos ou difusos, assegurada a

proteção Jurídica, administrativa e técnica aos

necessitados;

Page 28: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Consumidor – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 28 de 125 

  

Inversão do Ônus da Prova –

facilitação da defesa de seus direitos, inclusive

com a inversão do ônus da prova, a seu favor,

no processo civil, quando, a critério do juiz, for

verossímil a alegação ou quando for ele

hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de

experiências;

Adequada e eficaz prestação dos

serviços públicos em geral.

Responsabilidade do Fornecedor

O fornecedor não poderá colocar no mercado

de consumo produto ou serviço que sabe ou

deveria saber apresentar alto grau de

nocividade ou periculosidade à saúde ou

segurança ou que acarretem riscos à saúde ou

segurança dos consumidores, exceto os

considerados normais e previsíveis em

decorrência de sua natureza e fruição,

obrigando-se os fornecedores, em qualquer

hipótese, a dar as informações necessárias e

adequadas a seu respeito.

O fornecedor de produtos e serviços

potencialmente nocivos ou perigosos à

saúde ou segurança deverá informar, de

maneira ostensiva e adequada, a respeito da

sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo

da adoção de outras medidas cabíveis em cada

caso concreto1.

Dever de comunicação e Recall

O fornecedor de produtos e serviços que,

posteriormente à sua introdução no mercado de

consumo, tiver conhecimento da periculosidade

que apresentem, deverá comunicar o fato

imediatamente às autoridades competentes e

aos consumidores, mediante anúncios

publicitários2.

                                                       1 Veja crime previsto no art. 63 do CDC. 2 Veja crime previsto no art. 64 do CDC.

FATO

O fabricante, o produtor, o construtor,

nacional ou estrangeiro, e o importador

respondem, independentemente da existência

de culpa, pela reparação dos danos causados

aos consumidores por defeitos decorrentes de

projeto, fabricação, construção, montagem,

fórmulas, manipulação, apresentação ou

acondicionamento de seus produtos, bem como

por informações insuficientes ou inadequadas

sobre sua utilização e riscos.

O fornecedor de serviços responde,

independentemente da existência de culpa,

pela reparação dos danos causados aos

consumidores por defeitos relativos à prestação

dos serviços, bem como por informações

insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição

e riscos.

Excludentes da Responsabilidade no CDC

O produto não é considerado defeituoso pelo

fato de outro de melhor qualidade ter sido

colocado no mercado.

O fabricante, o construtor, o produtor ou

importador só não será responsabilizado

quando provar:

Que não colocou o produto no mercado;

Que, embora haja colocado o produto

no mercado, o defeito inexiste;

A culpa exclusiva do consumidor ou de

terceiro.

O fornecedor de serviços só não será

responsabilizado quando provar:

Que, tendo prestado o serviço, o defeito

inexiste;

A culpa exclusiva do consumidor ou de

terceiro.

Responsabilidade do Comerciante

O comerciante é igualmente responsável, nos

termos do artigo anterior, quando:

Page 29: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Consumidor – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 29 de 125 

  

I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o

importador não puderem ser identificados;

II - o produto for fornecido sem identificação

clara do seu fabricante, produtor, construtor ou

importador;

III - não conservar adequadamente os produtos

perecíveis

Responsabilidade Pessoal dos Profissionais

Liberais – apurada mediante a verificação de

culpa.

VÍCIOS

Os fornecedores de produtos de consumo

duráveis ou não duráveis respondem

solidariamente pelos vícios de qualidade ou

quantidade que os tornem impróprios ou

inadequados ao consumo a que se destinam ou

lhes diminuam o valor, assim como por aqueles

decorrentes da disparidade, com a indicações

constantes do recipiente, da embalagem,

rotulagem ou mensagem publicitária,

respeitadas as variações decorrentes de sua

natureza, podendo o consumidor exigir a

substituição das partes viciadas.

Não sendo o vício sanado no prazo máximo

de trinta dias, pode o consumidor exigir,

alternativamente e à sua escolha:

A substituição do produto por outro da

mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

A restituição imediata da quantia paga,

monetariamente atualizada, sem prejuízo de

eventuais perdas e danos;

O abatimento proporcional do preço.

No fornecimento de serviços que tenham por

objetivo a reparação de qualquer produto

considerar-se-á implícita a obrigação do

fornecedor de empregar componentes de

reposição originais adequados e novos, ou

que mantenham as especificações técnicas

do fabricante, salvo, quanto a estes últimos,

autorização em contrário do consumidor3.

Prescrição e Decadência

Vícios

O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou

de fácil constatação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de

serviço e de produtos não duráveis;

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento

de serviço e de produtos duráveis.

Início da contagem do prazo

Vícios Aparentes – Inicia-se a contagem do

prazo decadencial a partir da entrega efetiva do

produto ou do término da execução dos

serviços.

Vícios Ocultos – o prazo decadencial inicia-se

no momento em que ficar evidenciado o defeito.

Fatos

Prescreve em cinco anos a pretensão à

reparação pelos danos causados por fato do

produto ou do serviço, iniciando-se a contagem

do prazo a partir do conhecimento do dano e de

sua autoria.

Desconsideração da Personalidade Jurídica

O juiz poderá desconsiderar a personalidade

jurídica da sociedade quando, em detrimento

do consumidor, houver abuso de direito,

excesso de poder, infração da lei, fato ou ato

ilícito ou violação dos estatutos ou contrato

social. A desconsideração também será

efetivada quando houver falência, estado de

insolvência, encerramento ou inatividade da

pessoa jurídica provocados por má

administração.

Oferta e Propaganda

Princípio da Vinculação da Oferta ao

Contrato

Toda informação ou publicidade,

suficientemente precisa, veiculada por qualquer

                                                       3 Veja crime previsto no art. 70 do CDC.

Page 30: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Consumidor – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 30 de 125 

  

forma ou meio de comunicação com relação a

produtos e serviços oferecidos ou apresentados,

obriga o fornecedor que a fizer veicular ou

dela se utilizar e integra o contrato que vier a

ser celebrado.

Recusa no cumprimento da Oferta

Se o fornecedor de produtos ou serviços

recusar cumprimento à oferta, apresentação ou

publicidade, o consumidor poderá,

alternativamente e à sua livre escolha:

Exigir o cumprimento forçado da

obrigação, nos termos da oferta, apresentação

ou publicidade;

Aceitar outro produto ou prestação de

serviço equivalente;

Rescindir o contrato, com direito à

restituição de quantia eventualmente

antecipada, monetariamente atualizada, e a

perdas e danos.

Peças de Reposição

Os fabricantes e importadores deverão

assegurar a oferta de componentes e peças de

reposição enquanto não cessar a fabricação

ou importação do produto.

Cessadas a produção ou importação, a oferta

deverá ser mantida por período razoável de

tempo, na forma da lei.

Decreto 2.181/97 – Período Razoável – nunca

inferior à vida útil do produto.

Atos do Preposto – culpa in eligendo ou

culpa in vigilando

O fornecedor do produto ou serviço é

solidariamente responsável pelos atos de

seus prepostos ou representantes

autônomos.

É proibida toda publicidade enganosa ou

abusiva4.

Enganosa é qualquer modalidade de

informação ou comunicação de caráter

                                                       4 Veja crimes previstos nos arts. 67 e 68 do CDC.

publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou,

por qualquer outro modo, mesmo por omissão,

capaz de induzir em erro o consumidor a

respeito da natureza, características, qualidade,

quantidade, propriedades, origem, preço e

quaisquer outros dados sobre produtos e

serviços.

Abusiva é, dentre outras, a publicidade

discriminatória de qualquer natureza, a que

incite à violência, explore o medo ou a

superstição, se aproveite da deficiência de

julgamento e experiência da criança,

desrespeita valores ambientais, ou que seja

capaz de induzir o consumidor a se comportar

de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou

segurança.

Práticas Abusivas

Venda Casada

Limitação da Quantidade, sem justa

causa

Recusa de Atendimento ao Consumidor

Envio ou entrega de produto ou serviço

sem solicitação do consumidor – equipara-se às

amostras grátis.

Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância

do Consumidor

Exigir do consumidor vantagem

manifestamente excessiva

Executar serviço sem orçamento5 e

autorização do consumidor

Repassar informação depreciativa do

consumidor, quando ele exerce seus direitos

Colocar produto ou serviço em

desacordo com as normas de comercialização

                                                       5 O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. – Prazo: Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.

Page 31: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Consumidor – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 31 de 125 

  

Recusar a venda mediante pronto

pagamento

Aumento injustificado de preço

Fornecedor deixar de dar prazo para

cumprimento de sua obrigação ou não

estabelecer prazo para iniciar o serviço ou

entregar o produto

Aplicar fórmula ou índice de reajuste

diverso da lei ou do contrato

Respeito aos limites de tabelamento de

preço6

Cobrança de Dívidas

Na cobrança de débitos, o consumidor não

será exposto a ridículo, nem será submetido a

qualquer tipo de constrangimento ou

ameaça7.

2) O consumidor cobrado em quantia indevida

tem direito à repetição do indébito, por valor

igual ao dobro do que pagou em excesso,

acrescido de correção monetária e juros legais,

salvo hipótese de engano justificável.

Interpretação Contratual

As cláusulas contratuais serão interpretadas de

maneira mais favorável ao consumidor.

A nulidade de uma cláusula contratual abusiva

não invalida o contrato, exceto quando de sua

ausência, apesar dos esforços de integração,

decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.

Cláusulas Abusivas

Altera a responsabilidade prevista no

CDC

Não reembolsam quando o CDC

determina

                                                       6 . No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Transfere a responsabilidade para

terceiros

Cláusulas injustas, abusivas,

exageradas

Alterem a inversão do ônus da prova

prevista no CDC, prejudicando o consumidor

Determinem a utilização compulsória de

arbitragem;

Obrigue o consumidor ter representante

para realizar outro negócio jurídico

Obrigue o consumidor a concluir o

contrato sem que o fornecedor tenha e mesma

obrigação

Variação de preço unilateral por parte

do fornecedor

Cancelamento unilateral do contrato por

parte do fornecedor, sem o mesmo direito ao

consumidor

Consumidor obrigado aos custos de

cobrança sem a mesma obrigação ao

fornecedor

Modificação unilateral do contrato pelo

fornecedor

Infrinjam normas ambientais

Cláusulas em desacordo com o sistema

de proteção do consumidor

Renúncia pelo consumidor do direito de

indenização por benfeitorias necessárias

Bancos de Dados e Cadastros de

Consumidores

O consumidor terá acesso às informações

existentes em cadastros, fichas, registros e

dados pessoais e de consumo arquivados sobre

ele, bem como sobre as suas respectivas

fontes8.

Os cadastros e dados de consumidores devem

ser objetivos, claros, verdadeiros e em

linguagem de fácil compreensão, não podendo

                                                                                 7 Veja crime previsto no art. 71 do CDC. 8 Veja crimes previstos nos arts. 72 e 73 do CDC.

Page 32: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Consumidor – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 32 de 125 

  

conter informações negativas referentes a

período superior a cinco anos.

O consumidor, sempre que encontrar

inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá

exigir sua imediata correção, devendo o

arquivista, no prazo de cinco dias úteis,

comunicar a alteração aos eventuais

destinatários das informações incorretas.

Consumada a prescrição relativa à cobrança

de débitos do consumidor, não serão

fornecidas, pelos respectivos Sistemas de

Proteção ao Crédito, quaisquer informações que

possam impedir ou dificultar novo acesso ao

crédito junto aos fornecedores.

Arrependimento Eficaz

O consumidor pode desistir do contrato, no

prazo de 07 dias a contar de sua assinatura ou

do ato de recebimento do produto ou serviço,

sempre que a contratação de fornecimento de

produtos e serviços ocorrer fora do

estabelecimento comercial, especialmente por

telefone ou a domicílio.

Outorga de Crédito

No fornecimento de produtos ou serviços que

envolva outorga de crédito ou concessão de

financiamento ao consumidor, o fornecedor

deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia

e adequadamente sobre:

I - preço do produto ou serviço em moeda

corrente nacional;

II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva

anual de juros;

III - acréscimos legalmente previstos;

IV - número e periodicidade das prestações;

V - soma total a pagar, com e sem

financiamento.

1) As multas de mora decorrentes do

inadimplemento de obrigações no seu termo

não poderão ser superiores a dois por cento

do valor da prestação.

2) É assegurado ao consumidor a liquidação

antecipada do débito, total ou parcialmente,

mediante redução proporcional dos juros e

demais acréscimos.

Nos contratos de compra e venda de móveis ou

imóveis mediante pagamento em prestações,

bem como nas alienações fiduciárias em

garantia, consideram-se nulas de pleno direito

as cláusulas que estabeleçam a perda total das

prestações pagas em benefício do credor que,

em razão do inadimplemento, pleitear a

resolução do contrato e a retomada do produto

alienado.

Ações Coletivas de Consumo e efeitos da

coisa julgada

A defesa coletiva será exercida quando se tratar

de:

Interesses ou direitos difusos

Transindividuais, de natureza indivisível, de que

sejam titulares pessoas indeterminadas e

ligadas por circunstâncias de fato.

A sentença fará coisa julgada, com efeito erga

omnes, exceto se o pedido for julgado

improcedente por insuficiência de provas,

hipótese em que qualquer legitimado poderá

intentar outra ação, com idêntico fundamento

valendo-se de nova prova.

Interesses ou direitos coletivos

Transindividuais, de natureza indivisível de que

seja titular grupo, categoria ou classe de

pessoas ligadas entre si ou com a parte

contrária por uma relação jurídica base.

A sentença fará coisa julgada, com efeito ultra

partes, mas limitadamente ao grupo, categoria

ou classe, salvo improcedência por insuficiência

de provas, nos termos dos interesses difusos

Os efeitos da coisa julgada (Direitos Difusos ou

Coletivos) não prejudicarão interesses e direitos

individuais dos integrantes da coletividade, do

grupo, categoria ou classe.

Page 33: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito do Consumidor – Prof Ahyrton Lourenço Neto  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 33 de 125 

  

Interesses ou direitos individuais

homogêneos

Decorrentes de origem comum.

A sentença fará coisa julgada, com efeito erga

omnes, apenas no caso de procedência do

pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus

sucessores.

Em caso de improcedência do pedido, os

interessados que não tiverem intervindo no

processo como litisconsortes poderão propor

ação de indenização a título individual.

São legitimados concorrentemente para propor

as ações coletivas:

Ministério Público – se não ajuizar a

ação, atuará sempre como fiscal da lei.

União, os Estados, os Municípios e o

Distrito Federal;

Entidades e órgãos da Administração

Pública, direta ou indireta, ainda que sem

personalidade jurídica, especificamente

destinados à defesa dos interesses e direitos

protegidos por este código;

Associações legalmente constituídas há

pelo menos um ano e que incluam entre seus

fins institucionais a defesa dos interesses e

direitos protegidos por este código, dispensada

a autorização assemblear.

Sanções Administrativas

As infrações das normas de defesa do

consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às

seguintes sanções administrativas, sem prejuízo

das de natureza civil, penal e das definidas em

normas específicas:

Multa;

Apreensão do produto;

Inutilização do produto;

Cassação do registro do produto junto

ao órgão competente;

Proibição de fabricação do produto;

Suspensão de fornecimento de produtos

ou serviço;

Suspensão temporária de atividade;

Revogação de concessão ou permissão

de uso;

Cassação de licença do

estabelecimento ou de atividade;

Interdição, total ou parcial, de

estabelecimento, de obra ou de atividade;

Intervenção administrativa;

Imposição de contrapropaganda.

Convenção Coletiva de Consumo

As entidades civis de consumidores e as

associações de fornecedores ou sindicatos de

categoria econômica podem regular, por

convenção escrita, relações de consumo que

tenham por objeto estabelecer condições

relativas ao preço, à qualidade, à quantidade,

à garantia e características de produtos e

serviços, bem como à reclamação e

composição do conflito de consumo.

A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do

registro do instrumento no cartório de títulos

e documentos.

A convenção somente obrigará os filiados às

entidades signatárias.

Não se exime de cumprir a convenção o

fornecedor que se desligar da entidade em

data posterior ao registro do instrumento.

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 34: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direitos Humanos – Prof Antonio Kozikoski  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 34 de 125 

  

1. DIREITOS DO HOMEM, DIREITOS

HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS

Direitos do

homem

Direitos humanos Direitos

fundamentais

Inatos

Jusnaturalis

mo/direito

natural

Substancial

mente idênticos aos

direitos do homem

Previstos

em tratados ou

convenções

internacionais

Aqueles

que o Direito vigente

num determinado

país qualifica como

tal

Proteção

no Direito Nacional

(Constituição)

2. HISTÓRICO

Antecedentes remotos

Cristianismo

Magna Charta LIbertatum (1215)

Habeas Corpus Act (1679): este

inspirou a criação de outros mecanismos de

proteção, como o juicio de amparo na América

Latina

Declaração de Direitos de 1689 (Bill

of rights

Declaração de Direitos do Homem e

do Cidadão (1789)

OBS: No artigo 16 da DDHC consta que a

“sociedade em que não esteja assegurada a

garantia dos direitos nem estabelecida a

separação dos poderes não tem Constituição”.

Antecedentes modernos: marcam o

surgimento de uma preocupação internacional

com os direitos humanos através da criação de

ligas, de tratados específicos e de sistemas de

efetiva proteção. A importância dessa nova

política foi a superação de um conceito absoluto

de soberania, no qual o Estado não admitia a

ingerência de outro Estado ou Organismo

internacional, e passa a ficar condicionado a

observância de um padrão ético mínimo de

conduta.

Surgimento do Direito Humanitário

(1864): Primeira Convenção de Genebra

(Batalha de Solferino – 1859).

Liga das Nações Unidas (1919):

antecessora da ONU, surgiu após o fim da

Primeira Guerra Mundial com uma proposta

encabeçada pelos países vencedores de criar

um acordo permanente de paz.

Organização Internacional do

Trabalho (OIT): criada pelo Tratado de

Versalhes, trabalho na defesa de um mínimo de

direitos para os trabalhadores, especialmente

com a proteção do trabalho infantil e da mulher.

Organização das Nações Unidas

(1946): sucessora da Liga das Nações Unidas.

Declaração Universal de Direitos do

Homem (1948): vai estabelecer uma série de

direitos após o final da Segunda Guerra

Mundial.

3. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS

HUMANOS

a) Historicidade: surgem lentamente com

o passar do tempo.

Gerações ou dimensões

Page 35: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direitos Humanos – Prof Antonio Kozikoski  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 35 de 125 

  

1ª Geração

2ª Geração

(Constituições do

México - 1917 e de

Weimar – 1919)

3ª Geração

4 Geração 5° Geração

Estado Liberal Estado social

Estado

Democrático e

Social

Direitos

individuais (civis

e políticos)

Sociais, econômicos e

culturais

Direitos difusos e

coletivos

Direitos

negativos Direitos positivos

Direitos políticos

e/ou negativos

Liberdade Igualdade Fraternidade

Mundo: 1787

Brasil: 1824

Mundo: México, 1917

e Alemanha 1919

Brasil: 1946

Brasil: 1988

Norberto Bobbio:

manipulação

genética

Paulo Bonavides:

democracia

Paulo

Bonavides

paz

Não há hierarquia entre as gerações!

A historicidade distancia os direitos

humanos do direito natural, pois se surgem

gradativamente, não estavam preconcebidos.

A historicidade caminha no sentido de

ampliar, não diminuir.

b) Universalidade: os direitos humanos

pertencem a todos (inatos). E não é possível

fazer restrições baseadas em discriminações

negativas.

c) Inalienabilidade: não têm conteúdo

econômico-patrimonial

d) Indisponibilidade ou

irrenunciabilidade: o indivíduo não pode

renunciar a proteção à sua dignidade.

Arremesso de anões:

e) Imprescritibilidade

Imprescritibilidade dos direitos humanos

é diferente da imprescritibilidade de pretensão

indenizatória em virtude de violação a direitos

humanos

f) Limitabilidade ou relatividade

Não se pode abrir mão de direitos

humanos, de maneira voluntário ou forçada, a

ponto de sacrificar a dignidade da pessoa

humana.

g) Indivisibilidade

Não há hierarquia entre os direitos

humanos

Todos contam com a mesma hierarquia

h) Independência

4. SISTEMA UNIVERSAL/GLOBAL DE

PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS

4.1. Conjunto normativo

4.1.1. Carta das Nações Unidas (24/10/1945)

Formalizou a criação da ONU

Vai dispor sobre os principais órgãos da

ONU: AGONU, Conselho de Segurança,

Conselho Econômico e Social, Conselho de

Tutela, Tribunal Internacional de Justiça (ou

Corte, como se fala no Brasil) e um

Secretariado.

4.1.2. Declaração Universal dos Direitos

Humanos (1948)

Feita após a II Guerra

Page 36: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direitos Humanos – Prof Antonio Kozikoski  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 36 de 125 

  

O Brasil foi o primeiro país a aderir a

DUDH (por isso é o país que abre todas as

reuniões da ONU)

Formalmente não é um tratado, é uma

resolução

Função normogenética.

Coloca o indivíduo como sujeito de

direito no plano internacional.

Universal e Indivisivel

Direitos de primeira e segunda

dimensão, já que os de terceira ainda não

existiam: dessa forma, não há previsão de

direitos como o do meio ambiente ou de

proteção ao genoma.

Direito de mudar de nacionalidade

Direito de participar do governo de seu

próprio país

Garante expressamente a gratuidade da

educação fundamental

Reconhece deveres para os indivíduos

Não reconhece o direito de unidade

sindical

Jus cogens.

4.1.3. Pacto Internacional dos Direitos Civis

e Políticos (1966)

Direitos de primeira geração.

Aplicação imediata.

4.1.4. Pacto Internacional dos Direitos

Econômicos, Sociais e Culturais (1966)

Direitos de segunda geração

Aplicação progressiva.

OBS: Ambos são da mesma data, o que se

justifica em virtude da Guerra Fria. Isso levou a

comunidade internacional a afirmar que a

indivisibilidade. No entanto, a Conferência de

Viena (1993) reafirmou a indivisibilidade dos

direitos humanos!

OBS2: Envio de relatórios sobre medidas

adotadas e progressos alcançados

OBS3: Hoje, os três instrumentos normativos

integram a Carta Internacional dos Direitos

Humanos.

OBS4: Não há hierarquia entre estes tratados

nessa versão contemporânea!

4.1.5. Convenção Internacional sobre a

Eliminação de Todas as Formas de

Discriminação Racial (1965)

Proíbe a discriminação racial.

Proíbe qualquer distinção, exclusão,

restrição ou preferência fundada na raça, cor,

descendência ou origem nacional ou étnica

Permite a discriminação positiva

(caráter provisório, e não definitivo) e a distinção

entre estrangeiros e nacionais

Limita a liberdade de expressão, já que

condena as propagandas que incitem a

discriminação racial.

4.2. Órgãos de proteção

De nada adianta haver a proteção

material, substancial, dos direitos humanos se

não houver um conjunto de órgãos com

atribuição específica de protegê-los havendo

necessidade. Assim, os principais órgãos a

serem vistos são os seguintes:

4.2.1. Organização das Nações Unidas

Foi inspirada pela Declaração das

Nações Unidas (01/01/1942).

Objetivos (Art. 1º Carta das Nações

Unidas)

Manter a paz e a segurança

internacionais.

Desenvolver as relações de amizade

entre as nações.

Realizar a cooperação internacional.

Ser um centro destinado a harmonizar a

ação das nações para a consecução desses

objetivos comuns

Princípios que regem a ONU (Art. 2º da

Carta das Nações Unidas)

Page 37: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direitos Humanos – Prof Antonio Kozikoski  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 37 de 125 

  

Igualdade entre os Estados.

Boa-fé (essencial para o cumprimento

das obrigações internacionais)

Solução pacífica dos conflitos

Não utilização da força

Órgãos principais (Art. 7º da Carta das

Nações Unidas): uma Assembleia Geral, um

Conselho de Segurança, um Conselho

Económico e Social, um Conselho de Tutela,

um Tribunal Internacional de Justiça e um

secretariado.

4.2.2. Assembleia Geral da ONU

Órgão deliberativo integrante da ONU

que agrega todos os países da ONU (mais de

190) (Art. 9º, 10. Carta das Nações Unidas)

Reúne-se ordinariamente de forma

anual e extraordinariamente a pedido do

Secretário Geral, do Conselho de Segurança da

ONU ou da maioria dos membros das Nações

Unidas (Art. 20, Carta das Nações Unidas).

Funções: pode (i) discutir qualquer

assunto relacionado a ONU, além de fazer (ii)

recomendações aos seus membros ou ao

Conselho de Segurança e (iii) expedir atos

normativos.

4.2.3. Conselho de Segurança da ONU

Sua função e manter a paz e a

segurança internacional (art. 24, Carta das

Nações Unidas).

Formado por 15 membros, sendo que a

República da China, a França, a URSS – atual

Rússia –, o Reino Unido e os Estados Unidos

são permanentes e ou outros dez são eleitos

pela AGONU para um período de 2 anos (Art.

23.1, Carta das Nações Unidas), sendo que

estes devem atender uma proporcionalidade

equitativa territorial

As deliberações são tomadas por 9

votos, incluindo todos os votos dos

permanentes que têm, portanto, poder de veto

(Art. 27, Carta das Nações Unidas).

Os países que não sejam parte do

Conselho de Segurança da ONU ou que não

sejam parte da própria ONU poderão ser

chamados a participar das reuniões que lhe

digam respeito, sem direito a voto, contudo (Art,

23, Carta das Nações Unidas).

O Conselho de Segurança é pautado

pelo princípio da solução pacífica dos conflitos

(tem que fazer negociações, inquéritos,

mediação, conciliação, arbitragem, etc.).

Em caso de ameaça a paz, o Conselho

poderá determinar providências a serem

tomadas. Estas inicialmente passam por

embargos econômicos, de telecomunicações e

relações diplomáticas (Art. 41, Carta das

Nações Unidas) e, se forem as mesmas

ineficazes, podem ser determinadas

intervenções aéreas, navais ou terrestres (Art.

42, Carta das Nações Unidas), as quais são

realizadas por países que se disponham a

colaborar (Arts. 43.1 e 44Carta das Nações

Unidas.).

As ações são determinadas pelo

Conselho de Segurança auxiliado por uma

Comissão de Estado-Maior criada para tal fim

(Art. 47, Carta das Nações Unidas)

4.2.4. Conselho Econômico e Social

Formado por 54 membros eleitos pela

AGONU (Art. 61.1, Carta das Nações Unidas).

Faz estudos e relatórios na área de sua

atuação e faz recomendações a AGONU.

4.2.5. Tribunal de Justiça Internacional

(Corte de Justiça Internacional ou Tribunal

de Haia)

Função: analisar os desrespeitos aos

direitos humanos praticados pelos Estados que

integram a ONU (Art. 92, Carta das Nações

Unidas).

Page 38: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direitos Humanos – Prof Antonio Kozikoski  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 38 de 125 

  

Dele podem fazer parte os países que

ainda não são integrantes das Nações Unidas

(Art. 93.2, Carta das Nações Unidas).

Suas decisões são vinculantes para os

Estados, e caso estes deixem de cumpri-las, o

Estado prejudicado poderá recorrer para o

Conselho de Segurança da ONU (Art. 95, Carta

das Nações Unidas

Não se confunde com o TPI! Vamos

fazer um quadro comparativo!

TJI TPI

Situado em

Haia

Situado em Haia

Julga

Estados, e

não pessoas

Julga Indivíduos

Não tem

competência

criminal

Tem competência criminal

É órgão da

ONU

É órgão internacional com

personalidade própria (não

é da ONU), criado por

tratado internacional

(Estatuto de Roma)

5. SISTEMA AMERICANO DE

PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

5.1. Conjuntos normativos

5.1.1. Pacto de São José da Costa Rica –

Convenção Americana de Direitos Humanos

(1969)

Direitos assegurados

Personalidade jurídica (Art. 3°)

Vida (Art. 4°): em geral, assegurada

desde a concepção

OBS: Pena de morte apenas para crimes

gravíssimos. Ainda, não pode ser restabelecida

nos países que a aboliram e nem aplicada a

crimes políticos, conexos ou a mulher grávida

e para o menor de 18 anos ou maiores de 70

anos

Integridade pessoa (Art. 5°)

Proibição de escravidão (Art. 6°)

Direito à liberdade pessoal (Art. 7°)

OBS: Acabou com a prisão civil do depositário

infiel na medida em que autorizou somente a

prisão do devedor de alimentos no artigo 7.7 (7.

Ninguém deve ser detido por dívidas. Este

princípio não limita os mandados de autoridade

judiciária competente expedidos em virtude de

inadimplemento de obrigação alimentar).

Garantias judiciais (Art. 8)

OBS: Duplo grau de jurisdição está

assegurado.

Suspensão de garantias: o Pacto

admite a suspensão das garantias durante

guerra, perigo público ou outra emergência, mas

desde que por tempo determinado (Art. 27). Não

podem ser suspensos os direitos previstos no

artigo 3 (direito ao reconhecimento da

personalidade jurídica), 4 (direito à vida), 5

(direito à integridade pessoal), 6 (proibição da

escravidão e da servidão), 9 (princípio da

legalidade e da retroatividade), 12 (liberdade de

consciência e religião), 17 (proteção da família),

18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança), 20

(direito à nacionalidade) e 23 (direitos políticos),

nem das garantias indispensáveis para a

proteção de tais direitos.

4.1. Órgãos de proteção

4.1.1. Comissão Interamericana de Direitos

Humanos

Responsabiliza Estados, e não

pessoas

Não tem função jurisdicional!

7 membros (e não juízes) para mandato

de 4 anos, admitida uma reeleição (Art. 35 e

36).

Page 39: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direitos Humanos – Prof Antonio Kozikoski  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 39 de 125 

  

Funções e atribuições: função

principal é promover a observância e a defesa

dos direitos humanos (Art. 41). Mas além disso

deve:

a) estimular a consciência dos direitos

humanos nos povos da América;

b) formular recomendações aos governos

dos Estados-membros, quando considerar

conveniente, no sentido de que adotem medidas

progressivas em prol dos direitos humanos no

âmbito de suas leis internas e seus preceitos

constitucionais, bem como disposições

apropriadas para promover o devido respeito a

esses direitos;

c) preparar estudos ou relatórios que

considerar convenientes para o desempenho de

suas funções;

d) solicitar aos governos dos Estados-

membros que lhe proporcionem informações

sobre as medidas que adotarem em matéria de

direitos humanos;

e) atender às consultas que, por meio da

Secretaria Geral da Organização dos Estados

Americanos, lhe formularem os Estados-

membros sobre questões relacionadas com os

direitos humanos e, dentro de suas

possibilidades, prestar-lhes o assessoramento

que lhes solicitarem;

f) atuar com respeito às petições e outras

comunicações, no exercício de sua autoridade,

de conformidade com o disposto nos artigos 44

a 51 desta Convenção; e

g) apresentar um relatório anual à

Assembléia Geral da Organização dos Estados

Americanos.

OBS: Além disso, a Comissão recebe queixas

com denúncias a direitos humanos (Art. 44).

OBS2: De certo modo pode ser dito que a

Comissão tem a função de promoção, proteção

(inclusive com medidas cautelares)

conciliação e monitoramento dos direitos

humanos: pode expedir recomendações (Ex:

determinada localidade está com excesso de

presos. Diante disso, pode a Comissão expedir

uma recomendação para que o Estado tome

uma providência). Também pode a Comissão

solicitar ao Estado medidas de natureza

cautelar (em 2009 são Paulo verificou-se numa

instituição de prisão de jovens a tortura.

Cautelarmente a Comissão solicitou

providências). Também pode fazer visitações in

loco. Pode investigar um fato específico, como a

violação de direitos das mulheres ou fatos

genéricos. Após, pode ele elaborar um relatório

que serve de embasamento para uma

recomendação, por exemplo.

Competência para receber petições

que contenham denúncias ou queixas de

violação a direitos humanos (Art. 44)

Legitimados: (i) Indivíduos; (ii) Grupos

de indivíduos; (iii) Entidade Não-Governamental

reconhecida em pelo menos um dos Estados da

OEA.

OBS: Estados também podem declarar que

reconhecem a competência da Comissão para

apreciar denúncias contra si formuladas por

outros Estados. Mas isso é facultativo e será

manifestado no momento de adesão ao Pacto

ou em outro momento (Art. 45)

OBS2: A legislação brasileira reconhece o

direito de a Defensoria Pública o direito de

pleitear junto a esses órgãos. Assim, a DPE

pode defender um indivíduo nessa instância.

Trata-se da Lei Complementar 132/2009.

Requisitos para o processamento

das petições: (i) que hajam sido interpostos

e esgotados os recursos da jurisdição

interna, de acordo com os princípios de

Direito Internacional geralmente

reconhecidos; (ii) que seja apresentada dentro

do prazo de seis meses, a partir da data em que

o presumido prejudicado em seus direitos tenha

Page 40: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direitos Humanos – Prof Antonio Kozikoski  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 40 de 125 

  

sido notificado da decisão definitiva; (iii) que a

matéria da petição ou comunicação não esteja

pendente de outro processo de solução

internacional; e (iv) que, no caso do artigo 44, a

petição contenha o nome, a nacionalidade, a

profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa

ou pessoas ou do representante legal da

entidade que submeter a petição.

Particularidades

O Brasil fez uma reserva: as inspeções

(visitas in loco) feitas pela Comissão

Interamericana de Direitos Humanos depende

de anuência expressa do Estado brasileiro.

4.1.2. Corte Interamericana de Direitos

Humanos:

Formada por 7 Juízes para um mandato

de seis anos admitida uma reeleição (não pode

haver dois da mesma nacionalidade) (Art. 52-

54)

Função de contencioso (jurisdicional) e

de consulta (sendo que na consulta pode

considerar qualquer tratado internacional).

Legitimados

(i) Estados.

(ii) Comissão.

OBS: O indivíduo pode acionar a corte em

casos de serem prejudicadas em virtude de uma

situação em debate pela Corte. Ou seja, se o

Brasil está sendo acusado de algo na Corte, e

isso pode prejudicar alguém, esta pessoa pode

acionar a Corte numa espécie de cautelar.

Condenações:

Restauração do status quo ante e/ou;

Reparação do dano por meio de

indenização (caso do hospital psiquiátrico e da

Lei de Anistia

Condenação executada pela Vara

Federal de primeiro grau.

Decisão é irrecorrível

Não precisa ser homologada pelo

STJ (Art. 105, Inciso I, “i”, CF): não precisa

porque não é uma sentença estrangeira, mas

sim uma sentença internacional (entendimento

majoritário sem precedente jurisprudencial).

Casos julgados pela Corte

envolvendo o Brasil:

Caso Escher (2009): grampos

inautorizados.

Caso Sétimo Garibaldi (2009):

homicídio de um sem terra – indenização para

os familiares de U$ 200.000,00.

Caso Gomes Lund (Guerrilha do

Araguaia – 2010)

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 41: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Tributário – Prof Sérgio Karkache  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 41 de 125 

  

Quadro Resumo: Impostos Imposto Compete

à: Fato Gerador Base de Cálculo Contribuinte Princípios

Importação União Entrada de produto estrangeiro no território nacional; Arrematação de produtos apreendidos/abandonados (Leilão)

Preço normal (Ad valorem - %); Unidade de medida (específica – R$); Preço (arrematação)

Importador; Arrematante

Extrafiscalidade

Exportação União Saída de produto nacional/nacionalizado

Preço normal (Ad valorem - %); Unidade de medida (específica – R$).

Exportador Extrafiscalidade

Renda União Renda/Proventos Montante da renda (real, presumido, arbitrado)

Titular Possuidor Detentor

Generalidade, universalidade, progressividade

IPI União Desembaraço aduaneiro (DA); saída do estabelecimento (SE); arrematação (AR)

DA: Preço normal (+II,TX,EC); SE: Valor da operação; AR: Preço.

Industrial Comerciante fornecedor e arrematante

Seletividade (será; produtos); Não - cumulatividade

ITR União Propriedade, domínio útil ou posse de imóvel rural (natureza)

Valor fundiário (terra nua tributável)

Proprietário, enfiteuta, possuidor

Progressividade; Extrafiscalidade (reforma agrária)

IOF União Operações de crédito, câmbio, seguros e títulos/valores mobiliários

Principal+juros (crédito); montante R$ (câmbio); prêmio (seguros); valor nominal+ágio, cotação em bolsa e preço (títulos)

A definir (LO/MPV)

Extrafiscalidade

Grandes Fortunas

União A definir (LC) A definir (LC) A definir (LC) Não há

Residual União Novos (LC) Novos (LC) A definir (LC) Não cumulatividade Guerra União Novos ou os mesmos das

pessoas políticas Novos ou os mesmos das pessoas políticas

A definir (LO/MPV)

Não há

Cumulativo (território federal)

União Mesmos (E,M) Mesmos (E,M) Mesmos (E,M) Não há

Cumulativo Distrito Federal

Mesmos (M) Mesmos (M) Mesmos (M) Não há

ITCMD Estados/DF (situação imóvel; local inventário; domicílio doador; Exterior (LC)

Transmissão de bens móveis/imóveis por sucessão causa mortis/doações (não onerosas)

Valor venal A definir (LO/MPV)

Não há

ICMS Estados/DF Circulação de mercadorias; serviços (transporte interestadual, intermunicipal, comunicações); Importações; Serviços+Mercadorias (exceto ISS); Petróleo, energia elétrica,

Valor da operação e outras (LC 87/96); ICMS por dentro; Valor total da operação (serviços+mercadorias-ISS)

Comerciante, prestador de serviços e outros (LC 87/96)

Não cumulatividade (Isentos/NT não geram créditos; Exportações geram); Seletividade (poderá ser; mercadorias e serviços)

Page 42: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Tributário – Prof Sérgio Karkache  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 42 de 125 

  

telecomunicações, combustíveis, minerais do país.

IPVA Estados/DF Propriedade (veículos automotores terrestres)

Valor venal Proprietário Alíquotas diferentes (tipo/utilização)

IPTU Município/DF

Propriedade, domínio útil ou posse de imóvel urbano (natureza/acessão física)

Valor venal Proprietário, enfiteuta, possuidor

Progressividade (valor imóvel/tempo); Alíquotas diferentes (localização/uso)

ITBI Município/DF (situação bem)

Transmissão bens imóveis/Direitos reais intervivos (onerosa)

Valor venal A definir (LO/MPV)

Não há

ISS(QN) Município/DF

Serviços da LC 116/2003 (exceto ICMS)

Valor da operação e outros (LC 116/03)

Prestador e outros (LC 116/03)

Não há

 Convenções e abreviaturas: 1. LC = Lei complementar; 2. E. = Estados; 3. M = Municípios; 4. DF = Distrito Federal; 5. Não há = não existe previsão, na Constituição Federal, de princípios específicos (não afasta a aplicação dos princípios, limitações e imunidades genéricas); 6. LO = Lei ordinária; 7. MPV = Medida provisória.

Quadros Resumo Quadro Resumo: Matérias reservadas à Lei Complementar

Tributo(s) Hipótese(s) CF88 (artigo) Todos Dispor sobre conflitos de competência 146, I Todos Regular as limitações ao Poder de Tributar 146, II Todos Estabelecer normas gerais de Direito Tributário 146, III cc 24, I Impostos Estabelecer normas gerais sobre fato gerador, base de cálculo

e contribuintes 146, III, “a”

Todos Estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência

146-A

Todos Estabelecer normas gerais sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

146, III, “b”

Todos Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária sobre adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

146, III, “c”

Imposto sobre Grandes Fortunas

Instituir e disciplinar 153, VII

Empréstimos compulsórios Instituir e disciplinar 148 Competência residual Instituir impostos e contribuições para a seguridade social, no

exercício da competência residual da União 154, I e 195, §4º

Todos Definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte.

146, III, “d”

ICMS, Contribuições para Seguridade (Empresas) e PIS/PASEP

Regimes especiais ou simplificados nestes tributos 146, III, “d”

Impostos e Contribuições Regime único de arrecadação 146, § único ITCMD Disciplinar a instituição em casos relacionados com bens,

domicílio ou inventário no exterior 155, §1º, III

ICMS a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados na Constituição; f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal,

155, §2º, XII

Page 43: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Tributário – Prof Sérgio Karkache  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 43 de 125 

  

isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não haverá imunidade; i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.

ISS Definir serviços sujeitos à incidência; fixar limites nacionais mínimos e máximos; excluir da incidência serviços destinados ao exterior; regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

156, III e §3º

ICMS Definir valor adicionado para fins de repartição de receitas com os Municípios

158, I e 161, I

IR e IPI Estabelecer normas sobre a entrega dos recursos, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos de participação, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios;

159 e 161, I

Tributos que repartem receitas

Dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das participações previstas na Repartição de Receitas Tributárias.

157 a 159 e 161, I

Quadro Resumo – Imunidades  

Nome Tributo(s) Hipótese(s) Sujeito(s) Passivo(s)

Limite(s)

Recíproca

Impostos Patrimônio, Renda e Serviços

União, Estados, DF e Municípios

Não há

Recíproca

Impostos Patrimônio, Renda e Serviços

Autarquias/Fundações Públicas

Compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais (ou delas decorrentes) das entidades nelas mencionadas.

Religiosa Impostos Patrimônio, Renda e Serviços

Templos (qq culto) Compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais (ou delas decorrentes) das entidades nelas mencionadas.

Política Impostos Patrimônio, Renda e Serviços

Partidos Políticos (e suas Fundações)

Compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais (ou delas decorrentes) das entidades nelas mencionadas.

Sindical Impostos Patrimônio, Renda e Serviços

Entidades sindicais de trabalhadores

Compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais (ou delas decorrentes) das entidades nelas mencionadas.

Educacional

Impostos Patrimônio, Renda e Serviços

Entidades educacionais sem fins lucrativos, cf. Lei

Compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais (ou delas decorrentes) das entidades nelas mencionadas.

Assistencial

Impostos Patrimônio, Renda e Serviços

Entidades assistenciais sem fins lucrativos, cf. Lei

Compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais (ou delas decorrentes) das entidades nelas mencionadas.

Livros Impostos Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão

Qualquer sujeito passivo (imunidade objetiva)

Não há

IPI IPI Produtos industrializados destinados ao exterior

Qualquer sujeito passivo

Não há

ITR ITR Pequenas glebas rurais

Proprietário do imóvel

O proprietário explora o imóvel e não possui outro. A pequena gleba rural deve preencher o

Page 44: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Tributário – Prof Sérgio Karkache  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 44 de 125 

  

perfil definido em Lei (L. 9393/96). Ouro Todos

(menos IOF e CPMF)

Ouro, considerado ativo financeiro ou instrumento cambial, cf. Lei

Qualquer sujeito passivo

Operação de origem

ICMS (Exportações)

ICMS Exportações de mercadorias e serviços

Qualquer sujeito passivo

Não há (pode creditar-se do ICMS nas operações anteriores)

ICMS Petróleo

ICMS Operações interestaduais envolvendo petróleo (e derivados) e energia elétrica

Qualquer sujeito passivo

Não atinge o ICMS Monofásico sobre Combustíveis

Princípio da exclusividade

Todos os impostos (exceto II, IE e ICMS)

Operações com energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país.

Qualquer sujeito passivo

Não atinge o COFINS, o PIS e o FINSOCIAL (STF, Súmula 659).

ITBI ITBI Transmissões de bens ou direitos para Realização de capital de pessoas jurídicas, fusões, incorporações, cisões ou extinção da PJ

Qualquer sujeito passivo

Não atinge quando a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

Reforma Agrária

Impostos Transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária

Qualquer sujeito passivo

Não há

Assistencial II

Contribuições Seguridade

Todas Entidades beneficentes de assistência social, que atendam as exigências de Lei (L. 8212/91, art. 55)

Não há

INSS PF INSS PF Aposentadorias e Pensões do Regime Geral de Previdência Social (INSS)

Trabalhadores e demais segurados da Previdência Social

Não há

CPMF CPMF Câmaras de Compensação e Liquidação, Companhias Securitizadoras, Compra e venda de Ações (inclusive de estrangeiros) e outras situações, nos termos da CF, ADCT art. 85 (veja item específico a

Qualquer sujeito passivo

Não há

Page 45: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Tributário – Prof Sérgio Karkache  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 45 de 125 

  

seguir, sobre a CPMF).

CIDEs e Sociais

CIDEs e Sociais

Contribuições interventivas ou sociais, sobre Receitas decorrentes de exportação (atinge a CIDE Combustíveis, COFINS e PIS).

Qualquer sujeito passivo

Não há

Taxas Taxas Petições, certidões, Ação Popular, Registro de Nascimento, e Òbito (pobres); Habeas Corpus e Hábeas Data (CF88, art. 5º, XXXIV, LXXIII, LXXVI, LXXVII e 226, §1º); celebração de casamento (CF88, art. 226, §1º)

Qualquer sujeito passivo

Os estabelecidos na Constituição, art. 5º e 226, §1º.

Repartição Constitucional das Receitas Tributárias

Tributo Quanto? (%) A quem? Sobre o quê? IR – Fonte 100% Estados/DF Imposto retido sobre os rendimentos pagos por eles,

suas autarquias e fundações que instituírem e mantiverem.

IR – Fonte 100% Municípios Imposto retido sobre os rendimentos pagos por eles, suas autarquias e fundações que instituírem e mantiverem.

Impostos residuais (CF154, I)

20% Estados/DF Produto da arrecadação

ITR 50% Municípios Produto da arrecadação relativo imóveis nele situados

ITR 100% Municípios Produto da arrecadação relativo aos imóveis nele situados, quando o Município optar por fiscalizá-lo e cobrá-lo (CF88, art. 158, II – EC 42/2003).

IPVA 50% Municípios Produto da arrecadação, relativo aos veículos licenciados em seu território.

ICMS 25% Municípios Produto da Arrecadação IR 49% FPE, FPM e Setor produtivo Produto da Arrecadação menos IR Fonte dos

Estados/DF e Municípios IPI 49% FPE, FPM e Setor produtivo Produto da Arrecadação CIDE Combustíveis

29% Estados/DF Produto da arrecadação, distribuídos na forma da lei, observada a destinação ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. (CF88, art. 159, III, e L. 10.866, de 4/5/2004)

IPI 10% Estados/DF Produto da Arrecadação IOF – Ouro (ativo financeiro ou Instrumento Cambial)

100% 70% ao Município e 30% ao Estado de origem

Produto (ou Montante) da arrecadação

Page 46: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Tributário – Prof Sérgio Karkache  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 46 de 125 

  

TABELA – PRINCIPAIS PRAZOS DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN)

Artigo Prazo Inicia-se Propósito Natureza

150, §4º 5 anos Fato Gerador No lançamento por homologação, para Fazenda homologar ou rever de ofício, quando não houver dolo, fraude ou simulação.

Decadência, em desfavor da Fazenda Pública

168 5 anos Extinção do Crédito Tributário

Sujeito passivo pedir restituição de tributo pago indevidamente, nas hipóteses do CTN, art. 165, I e II.

Decadência (se o pedido for administrativo); Prescrição (se o pedido for judicial). Ambos em desfavor do sujeito passivo requerente.

168 5 anos Decisão definitiva ou trânsito em julgado

Sujeito passivo pedir restituição de tributo pago indevidamente, em caso de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

Decadência (se o pedido for administrativo); Prescrição (se o pedido for judicial). Ambos em desfavor do sujeito passivo requerente.

169 2 anos Decisão definitiva. Anular decisão administrativa que denega pedido de restituição de tributo pago indevidamente.

Prescrição em desfavor do contribuinte requerente.

173, I 5 anos 1º/jan do exercício seguinte ao possível lançamento.

Para Fazenda constituir o crédito tributário. Ex.: lançamentos de ofício, autos de infração, lançamento por declaração, revisão de ofício do lançamento por homologação, se houve dolo, fraude ou simulação.

Decadência em desfavor da Fazenda Pública.

173, II 5 anos Decisão definitiva Fazenda refazer lançamento anulado por decisão administrativa, por força de vício formal.

Decadência, em desfavor da Fazenda Pública.

174 5 anos Constituição definitiva do crédito tributário

Fazenda propor ação de cobrança de crédito tributário (execução fiscal)

Prescrição, em desfavor da Fazenda Pública.

103, II 30 dias Publicação Início da vigência das decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;

Prescrição em desfavor da parte vencida pela decisão.

160 30 dias Notificação do lançamento

Vencimento do crédito tributário, quando a legislação não prever outro prazo.

Prazo legal.

205 10 dias Entrada do requerimento

Prazo para Fazenda Pública expedir certidão negativa de dívida ativa, requerida pelo contribuinte ou interessado.

Prazo legal.

Page 47: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Civil – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 47 de 125 

  

1) PROCESSO DE CONHECIMENTO

a) Partes e procuradores

Dentro do tema da capacidade processual,

importante mencionar as hipóteses em que o

juiz nomeará curador especial:

Art. 9º - O juiz dará curador especial:

I - ao incapaz, se não tiver representante legal,

ou se os interesses deste colidirem com os

daquele;

II - ao réu preso, bem como ao revel citado por

edital ou com hora certa.

Súmula 196 (STJ): Ao executado que, citado

por edital ou por hora certa, permanecer revel,

será nomeado curador especial, com

legitimidade para apresentação de embargos.

Destaca-se que o curador especial tem a

possibilidade de fazer a defesa por negativa

geral, ou seja, ao mesmo não se aplica o ônus

da impugnação específica.

b) Competência

No que toca à incompetência absoluta,

importantes as observações a seguir:

a) pode ser reconhecida de ofício ou

alegada pelas partes em qualquer tempo e grau

de jurisdição.

b) não precisa ser alegada por meio de

exceção.

c) Constitui fundamento para a ação

rescisória.

d) não se prorroga e nem pode ser

modificada por conexão, continência ou cláusula

de eleição de foro.

e) quando declarada, os autos são

remetidos ao juízo competente, com a nulidade

de todos os atos decisórios.

Já com relação à incompetência relativa,

importante frisar que:

a) não pode ser conhecida de ofício pelo

magistrado. (exceção: nulidade de cláusula de

eleição de foro em contrato de adesão –

Parágrafo único, do art. 112, do CPC)

b) deve ser apresentada por meio de

exceção de incompetência, no prazo de defesa,

sob pena de prorrogação de competência.

c) não pode ser arguida pelo MP quando

atua como fiscal da lei, salvo se for em benefício

de incapaz.

d) as regras de incompetência relativa

podem ser alteradas pelas partes, bem como

em razão da conexão e da continência.

e) quando declarada, os autos são

remetidos ao juízo competente, sem decretação

de nulidade de quaisquer atos.

c) Citação

A citação é o principal ato de comunicação

processual, já que oportuniza pela primeira vez

o exercício do contraditório. A citação pode ser

definida como o ato pelo qual o réu toma

conhecimento da existência do processo e tem

a primeira oportunidade de manifestar-se e

defender-se.

Art. 214. Para a validade do processo é

indispensável a citação inicial do réu.

§ 1o O comparecimento espontâneo do réu

supre, entretanto, a falta de citação.

§ 2o Comparecendo o réu apenas para argüir a

nulidade e sendo esta decretada, considerar-se-

á feita a citação na data em que ele ou seu

advogado for intimado da decisão.

Observação importante: Em todas as

modalidades de citação deverá haver a

advertência de que em não sendo contestada a

ação serão presumidos verdadeiros os fatos

alegados pelo autor na petição inicial.

Ainda sobre a citação, importante ressaltar os

efeitos da citação:

Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo,

induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e,

Page 48: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Civil – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 48 de 125 

  

ainda quando ordenada por juiz incompetente,

constitui em mora o devedor e interrompe a

prescrição.

Importante destacar que a mora pode ser sido

constituída anteriormente, portanto, a citação

somente constitui o devedor em mora caso não

tenha havido anterior constituição.

d) Procedimento ordinário

d.1) Petição inicial

Aspecto importante da petição inicial diz

respeito ao novo requisito:

Art. 285-B. Nos litígios que tenham por objeto

obrigações decorrentes de empréstimo,

financiamento ou arrendamento mercantil, o

autor deverá discriminar na petição inicial,

dentre as obrigações contratuais, aquelas que

pretende controverter, quantificando o valor

incontroverso.

§ 1º O valor incontroverso deverá continuar

sendo pago no tempo e modo contratados.

§ 2o O devedor ou arrendatário não se exime da

obrigação de pagamento dos tributos, multas e

taxas incidentes sobre os bens vinculados e de

outros encargos previstos em contrato, exceto

se a obrigação de pagar não for de sua

responsabilidade, conforme contrato, ou for

objeto de suspensão em medida liminar, em

medida cautelar ou antecipação dos efeitos da

tutela.

Por fim, sobre a petição inicial importante

lembrar da possibilidade de determinação de

emenda e do indeferimento em caso de não

realização da emenda no prazo de 10 dias.

Destaca-se que a decisão que determina a

emenda é passível de agravo de instrumento e

a decisão que indefere a inicial é passível de

apelação. A apelação neste caso possibilita ao

juiz a retratação, no prazo de 48 horas.

d.2) Resposta do réu

Dentro da resposta do réu, importante lembrar

das preliminares de mérito que devem ser

apresentadas na contestação previstas no art.

301, do CPC.

As preliminares de mérito podem ser

conhecidas de ofício pelo juiz, com exceção da

convenção de arbitragem, que se não for

alegada pela parte ré na contestação, gera a

preclusão.

Importante não confundir preliminares de mérito

com prejudiciais de mérito, estas são a

prescrição e a decadência e uma vez presentes,

geram a extinção do processo com resolução

do mérito.

Além disso, frisa-se a importância da

reconvenção, um verdadeiro contra-ataque do

réu contra autor. Sobre a reconvenção

importante destacar que:

O réu pode reconvir contra o autor, sempre que

houver conexão com a ação principal ou com o

fundamento da defesa. O autor da ação

principal será intimado na pessoa do advogado

para responder à reconvenção, no prazo de 15

dias.

A desistência da ação não afeta a reconvenção.

A ação e a reconvenção, em regra, serão

julgadas na mesma sentença. Caso uma das

duas seja extinta antes da outra, a primeira

decisão será agravável e a segunda apelável.

Não existe reconvenção no rito sumário ou

procedimento dos Juizados Especiais.

d.3) Revelia

A REVELIA é a ausência de contestação. Os

efeitos da revelia são:

Efeito material: presunção de veracidade dos

fatos alegados na inicial. Este efeito não se

opera quando:

Page 49: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Civil – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 49 de 125 

  

I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles

contestar a ação;

II - se o litígio versar sobre direitos

indisponíveis;

III - se a petição inicial não estiver

acompanhada do instrumento público, que a lei

considere indispensável à prova do ato.

IV – se pelo conjunto da defesa não for possível

gerar a presunção.

V – quando o réu é citado por hora certa ou

edital e é nomeado curador especial. Neste

caso, o curador especial apresenta defesa por

negativa geral, afastando o efeito material da

revelia.

Efeitos processuais: julgamento antecipado do

feito (este efeito não se opera em todas as

hipóteses em que não houver o efeito material

da revelia) e dispensa de intimação dos atos do

processo (este efeito não se opera o réu

constituir advogado nos autos).

d.4) Provas

A respeito do direito probatório importante frisar

as regras de ônus da prova: autor prova fatos

constitutivos do seu direito; réu prova a

existência dos fatos impeditivos, modificativos

ou extintivos do direito do autor.

Há de se recordar que as provas podem ser

produzidas a requerimento das partes ou

mesmo de ofício pelo juiz.

Ainda ressalta-se que nem todos os fatos

dependem de prova, já que fatos notórios,

confessados, incontroversos e com presunção

legal de existência ou de validade independem

de prova.

Importante lembrar de que caso o juiz

determine, incumbe à parte que alegar direito

municipal, regional, estrangeiro ou

consuetudinário provar-lhe a vigência.

Por fim, algumas dicas sobre os provas em

espécie:

i) Depoimento pessoal: neste há a oitiva

pessoal de autor e réu. Salienta-se que a parte

não é obrigada a depor de fatos criminosos ou

torpes que lhe forem imputados e a cujo

respeito, por estado profissão, deva guardar

sigilo. Estas restrições não são aplicáveis às

ações de filiação, divórcio ou anulação de

casamento. No depoimento pessoal, o juiz faz

perguntas aos depoentes e os advogados da

parte contrária fazem reperguntas.

ii) Prova documental: em regra deve ser

trazida na inicial pelo autor e pelo réu na

contestação. (art. 396 e ss., do CPC)

iii) Prova testemunhal: nesta há a oitiva de

terceiros desinteressados. Não podem ser

ouvidos na condição de testemunha, os

impedidos, suspeitos e incapazes. Na prova

testemunhal o juiz pergunta primeiro, após a

parte (por meio de seu advogado) que arrolou a

testemunha e a parte contrária (por meio de seu

advogado) na sequência. As perguntas das

partes (por meio dos advogados) são feitas no

sistema de reperguntas.

Importante salientar que os impedidos e

suspeitos poderão ser ouvidos na condição de

informante, ou seja, sem prestar o compromisso

legal de dizer a verdade.

iv) Prova pericial: o juiz nomeia o perito e

as partes caso desejem elaboram os quesitos e

indicam o assistente técnico. Há a possibilidade

de nova perícia, mas que não necessariamente

substitui a anterior. Salienta-se que o juiz não

fica vinculado ao resultado da perícia.

v) Inspeção judicial: o juiz, sozinho ou

assistido por peritos, inspeciona pessoas ou

coisas (objetos, locais, etc). As partes têm

direito de acompanhar a inspeção prestando

Page 50: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Civil – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 50 de 125 

  

esclarecimentos e realizando observações. A

inspeção pode ocorrer em qualquer fase do

processo. Após a inspeção juiz elabora o auto

circunstanciado.

d.5) Cumprimento de sentença

Pagamento voluntário no prazo de 15 dias, após

intimação do retorno dos autos à origem e

determinação de cumprimento da decisão.

Independente de ter havido impugnação, a

ausência de pagamento voluntário gera o dever

de pagamento de honorários, nos termos da

súmula, 517, do STJ.

Atenção! A rejeição da impugnação ao

cumprimento de sentença não gera direito a

novos honorários. (Súmula 519, do STJ).

O início do cumprimento de sentença ocorre por

meio de simples petição, sendo desnecessário o

ajuizamento de petição inicial. Esta petição dá

início ao cumprimento de sentença,

oportunidade em que o devedor será intimado

ao pagamento no prazo de 15 dias (já incluída a

multa e os honorários da fase de cumprimento

de sentença).

Não havendo o pagamento, será realizada a

penhora e avaliação dos bens e a parte será

intimada. Após abre-se o prazo de 15 dias para

apresentação de impugnação. Importante frisar

que na impugnação somente podem ser

apresentadas as matérias descritas no art. 475-

L, do CPC.

Destaca-se, a impugnação não possui efeito

suspensivo, porém, este poderá ser concedido

pelo juiz desde que presentes os seguintes

requisitos:

a) Relevância dos fundamentos;

b) Demonstração de que o

prosseguimento da execução irá causar ao

executado grave dano de difícil ou incerta

reparação.

Por fim lembrar que a decisão que julga a

impugnação é passível de agravo de

instrumento, salvo se importar em extinção da

execução, hipótese em que caberá recurso de

apelação.

e) Recursos

Assunto importante a respeito dos recursos é o

que se refere à teoria geral dos recursos.

Alguns pontos destacam-se:

i) Possuem legitimidade para recorrer as

partes, o MP e terceiro prejudicado.

ii) Para que seja possível a interposição do

recurso há a necessidade de sucumbência.

iii) Quando exigido por lei, a parte deve

efetuar o preparo, com a comprovação do

pagamento no momento da interposição, com

possibilidade de complementação em caso de

insuficiência no valor.

iv) Possibilidade de recurso adesivo no

caso de sucumbência recíproca.

A respeito dos recursos em espécie destacam-

se alguns pontos:

i) No agravo de instrumento, após a

interposição deste, o agravante deverá, no

prazo de 3 (três) dias juntar na origem cópia do

agravo, do comprovante de interposição e do rol

de documentos que formaram o instrumento. O

descumprimento deste dever, desde que

arguido e provado pelo agravo, importa em

inadmissão do recurso de agravo de

instrumento. (art. 526, do CPC)

ii) No agravo retido lembrar da

necessidade de reiteração nas razões de

apelação ou nas contrarrazões.

iii) A respeito a apelação destaca-se a

possibilidade de o juiz não receber o recurso no

caso de a sentença estar em conformidade com

Súmula do STJ ou STF.

Page 51: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Civil – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 51 de 125 

  

2) PROCESSO NOS TRIBUNAIS

a) Ação rescisória

Em regra contra sentenças com resolução de

mérito que tenham transitado em julgado e se

enquadrem nas hipóteses do art. 485, do CPC.

A rescisória será ajuizada sempre em um

tribunal não sendo cabível no âmbito dos

juizados especiais.

O ajuizamento da ação rescisória não impede o

cumprimento da decisão que se busca rescindir,

sendo possível a concessão de medidas

antecipatórias ou cautelares com esta

finalidade.

O prazo de defesa varia entre 15 e 30 dias,

sendo definido pelo juiz.

O prazo para o ajuizamento da rescisória é de 2

(dois) anos a contar do trânsito em julgado. O

STJ decidiu sobre a possibilidade de ser

prorrogado o prazo em caso de o último dia cair

em dia sem expediente forense.

3) PROCESSO EXECUÇÃO

a) Execução em geral

Requisitos para a execução: inadimplemento e

título executivo, que contenha obrigação líquida,

certa e exigível.

Sobres os títulos executivos lembrar que

somente será título executivo aquele que estiver

previsto em lei como título executivo. O CPC

traz rol no art. 475-N (títulos executivos

judiciais) e art. 585 (títulos executivos

extrajudiciais). Cuidado especial com três títulos

previstos em tais dispositivos:

i) A Sentença arbitral é título executivo

judicial;

ii) O crédito de serventuário de justiça, de perito,

de intérprete, ou de tradutor, quando as custas,

emolumentos ou honorários forem aprovados

por decisão judicial é título executivo

extrajudicial;

iii) A CDA da Fazenda Pública é título

executivo extrajudicial.

b) Execução por quantia certa contra

devedor solvente

Na execução de pagar quantia o devedor será

citado para o pagamento da dívida em 3 dias,

caso pague o valor no prazo, os honorários a

serem pagos serão reduzidos à metade.

O exequente já poderá na inicial indicar bens

passíveis de penhora. O executado poderá

apresentar embargos à execução no prazo de

15 dias, independentemente de garantia,

lembrando que não há prazo em dobro para a

apresentação de embargos, conforme art. 738,

do CPC.

Em caso de não ter sido encontrado o devedor,

serão arrestados os bens do devedor. Após

isso, o Oficial procurará por 3 vezes em dias

distintos e caso não o encontre certificará o

ocorrido. O credor requererá a citação por edital

do devedor havendo a conversão do arresto em

penhora.

Observação importante a respeito do

parcelamento do valor:

Art. 745-A No prazo para embargos,

reconhecendo o crédito do exequente e

comprovando o depósito de 30% (trinta por

cento) do valor em execução, inclusive custas e

honorários de advogado, poderá o executado

requerer seja admitido a pagar o restante em

até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de

correção monetária e juros de 1% (um por

cento) ao mês.

§1° Sendo a proposta deferida pelo juiz, o

exequente levantará a quantia depositada e

serão suspensos os atos executivos; caso

indeferida, seguir-se-ão os atos executivos,

mantido o depósito.

Page 52: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Civil – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 52 de 125 

  

§ 2o O não pagamento de qualquer das

prestações implicará, de pleno direito, o

vencimento das subsequentes e o

prosseguimento do processo, com o imediato

início dos atos executivos, imposta ao

executado multa de 10% (dez por cento) sobre

o valor das prestações não pagas e vedada a

oposição de embargos.

3) PROCESSO CAUTELAR

a) Teoria geral

O procedimento cautelar pode ser incidental ou

preparatório. Caso seja preparatório, o autor

deverá propor a ação principal no prazo de 30

dias, contados da data em que houver

efetivação da medida cautelar.

Em regra, a decisão no processo cautelar não

faz coisa julgada material:

Art. 810. O indeferimento da medida não obsta

a que a parte intente a ação, nem influi no

julgamento desta, salvo se o juiz, no

procedimento cautelar, acolher a alegação

de decadência ou de prescrição do direito do

autor. (destaque para a hipótese em que há

formação de coisa julgada material)

b) Cautelar de produção antecipada de

provas

Importante salientar que a cautelar de produção

antecipada de provas poderá ser proposta como

procedimento preparatório ou incidental, mas

sempre antes da audiência de instrução e

julgamento.

4) PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

a) Ações Possessórias

As possessórias previstas no CPC como

procedimentos especiais são: i) reintegração de

posse; ii) manutenção de posse; iii) interdito

proibitório.

Lembrar da possibilidade de fungibilidade das

possessórias.

Não esquecer que é possível cumular ao pedido

possessório o pedido de: i) condenação em

perdas e danos; ii) cominação de pena para o

caso de nova turbação ou esbulho; iii)

desfazimento de plantação ou construção.

Na pendência da ação possessória não é

possível ingressar com ação discutindo o

domínio (propriedade).

Em caso de agressão nova da posse =

possibilidade de liminar possessória.

5) AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Possuem legitimidade para a propositura da

ação civil pública: a) MP; b) Defensoria Pública;

c) União, Estados, Municípios e DF; d)

Autarquia, empresa pública, fundação ou

sociedade de economia mista; e) Associação

constituída há pelo menos 1 ano (este requisito

pode ser relativizado) e que inclua entre suas

finalidades institucionais, a proteção ao

patrimônio público e social, ao meio ambiente,

ao consumidor, à ordem econômica, à livre

concorrência, aos direitos de grupos raciais,

étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico,

estético, histórico, turístico e paisagístico.

O MP se não for parte deverá ser intimado para

atuar como fiscal da lei. A ação civil pública

deverá ser ajuizada no local do dano, foro este

que possui competência funcional.

Possibilidade de assinatura de termo de ajuste

de conduta, o qual possui eficácia de título

executivo extrajudicial, salvo se for homologado

em juízo, situação em que será título executivo

judicial.

6) ARBITRAGEM (LEI 9.307/96

Admissão no caso de direitos patrimoniais

disponíveis e por pessoas capazes. (art. 1º)

Possibilidade do uso de equidade e de regras

previamente definidas pelas partes. (art. 2º)

Page 53: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Civil – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 53 de 125 

  

Necessidade de convenção de arbitragem, que

pode se dar por meio de cláusula

compromissória (contrato – antes do conflito) ou

compromisso arbitral (litígio já existente). Esta

última pode ser pactuada judicial ou

extrajudicialmente. (arts. 3º e 9º)

A sentença arbitral não necessita de

homologação do Poder Judiciário e é

irrecorrível. (art. 18)

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 54: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Penal – Prof Guilherme Rittel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 54 de 125 

  

Princípios de Direito Penal: Legalidade (reserva

legal), anterioridade, culpabilidade,

instranscendência (responsabilidade pessoal),

subsidiariedade (intervenção mínima),

fragmentariedade, ofensividade etc.

Lei penal no tempo

Retroatividade e ultra atividade benéficas. Lei

penal somente retroage para beneficiar. Ex:

art. 16, Lei 6368/76 e art. 28, Lei 11343/06.

ATENÇÃO: Nos casos de lei excepcional e lei

temporária, não há retroatividade de lei penal

posterior mais benéfica, prevalecendo o critério

da ultra atividade.

Lugar do crime

Não confundir com art. 70, Código de

Processo Penal. Este é para crimes ocorridos

dentro do Brasil, tendo sido adotada a teoria do

resultado.

Regra: Territorialidade (art. 5.º, CP).

Exceção: Extraterritorialidade (art. 7.º, CP):

a. Incondicionada (art. 7.º, I e § 1.º, CP);

b. Condicionada (art. 7.º, II, §§ 2.º e 3.º, CP).

Conflito aparente de normas

1) Especialidade: norma especial afasta a

aplicação da norma geral. Ex: infanticídio e

homicídio.

2) Consunção/absorção: crime-fim absorve

crime-meio, independentemente da gravidade da

pena dos crimes. Ex: Súmula 17, do Superior

Tribunal de Justiça: “Quando o falso se exaure no

estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por

este absorvido”.

3) Subsidiariedade: norma mais grave afasta a

norma menos grave, DESDE QUE O BEM

JURÍDICO TUTELADO DE AMBAS SEJA O

MESMO. Ex: roubo e receptação. Pode ser tácita

e expressa.

4) Alternatividade: a mesma norma possui

várias condutas, dando a entender que a prática

de mais de uma delas ensejaria a soma das

penas. Todavia, tal pensamento está equivocado.

Ocorre nos crimes de ação múltipla ou conteúdo

variado. Na realidade, aplica-se uma única pena,

apesar da prática de mais de uma conduta

prevista no mesmo tipo penal. Ex: art. 33 da Lei

11.343/06.

Relação de Causalidade (art. 13, CP)

a. Equivalência das condições (conditio

sine qua non): APLICADA NO BRASIL. Causa é

toda ação ou omissão sem a qual o resultado não

teria sido produzido.

b. Causalidade adequada: Verifica se a

causa era apta, idônea a produzir o resultado.

c. Imputação objetiva: Visa corrigir os

excessos da teoria da conditio sine qua non, pois

esta permite punições desproporcionais, como é

o caso de situação que envolva o art. 302, CTB.

Logo, está dentro da análise do fato típico.

Trabalha-se com alguns elementos de imputação:

c.1) Risco juridicamente desaprovado /

proibido; c.2) Violação do princípio da

confiança; c.3) Âmbito de proteção da norma

(proteção de bens jurídicos = p. da ofensividade);

c.4) Não-autocolocação da vítima em perigo.

Page 55: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Penal – Prof Guilherme Rittel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 55 de 125 

  

Antijuridicidade: Contrariedade ao ordenamento jurídico.

Page 56: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Penal – Prof Guilherme Rittel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 56 de 125 

  

Page 57: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Penal – Prof Guilherme Rittel  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 57 de 125 

  

Concurso de crimes

Pluralidade de crimes que ocorrem num mesmo

momento. Espécies:

1) concurso material. Art. 69, CP. Duas ou

mais condutas que produzem dois ou mais

crimes. Aplica-se o sistema do cúmulo material,

em que as penas são somadas.

2) concurso formal. Art. 70, CP. 2.1) próprio:

uma conduta que produz dois ou mais crimes,

sendo que o agente queria apenas praticar um

único delito. Sistema da exasperação, em que

se aplica a pena de um só dos crimes (se

iguais) ou a mais grave, em qualquer caso

aumentada de um percentual; 2.2) impróprio:

uma conduta que produz dois ou mais crimes,

todavia todos os crimes ocasionados são

queridos pelo agente, ou seja, os desígnios são

autônomos. Sistema do cúmulo material,

somando-se as penas.

3) crime continuado. Art. 71, CP. Requisitos

cumulativos, sendo que se faltar algum deles

inexiste o benefício. O agente pratica duas ou

mais condutas criminosas, mas por ficção

jurídica considera-se apenas uma delas (se

iguais) ou a mais grave, em qualquer caso

exasperada pela quantidade fixada em lei.

OBS: Quando for aplicado o critério da

exasperação, se ocorrer da pena ficar mais

alta que aquela que seria obtida pela

somatória, prevalece a somatória!

Súmulas relevantes do STJ

Súmulas novas em relação à execução

penal: 520; 526; 533; 534 e 535.

Súmula 546 - A competência para processar e

julgar o crime de uso de documento falso é

firmada em razão da entidade ou órgão ao qual

foi apresentado o documento público, não

importando a qualificação do órgão expedidor.

Súmula 545 - Quando a confissão for utilizada

para a formação do convencimento do julgador,

o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III,

d, do Código Penal.

Súmula 542 - A ação penal relativa ao crime de

lesão corporal resultante de violência doméstica

contra a mulher é pública incondicionada.

Súmula 536 - A suspensão condicional do

processo e a transação penal não se aplicam na

hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria

da Penha.

Súmula 528 - Compete ao juiz federal do local

da apreensão da droga remetida do exterior

pela via postal processar e julgar o crime de

tráfico internacional.

Súmula 527 - O tempo de duração da medida

de segurança não deve ultrapassar o limite

máximo da pena abstratamente cominada ao

delito praticado.

Súmula 521 - A legitimidade para a execução

fiscal de multa pendente de pagamento imposta

em sentença condenatória é exclusiva da

Procuradoria da Fazenda Pública.

Súmula 513 - A 'abolitio criminis' temporária

prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao

crime de posse de arma de fogo de uso

permitido com numeração, marca ou qualquer

outro sinal de identificação raspado, suprimido

ou adulterado, praticado somente até

23/10/2005.

Súmula 514- A aplicação da causa de

diminuição de pena prevista no art. 33,§ 4º, da

Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do

crime de tráfico de drogas.

Súmula 502- Presentes a materialidade e a

autoria, afigura-se típica, em relação ao crime

previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de

expor à venda CDs e DVDs piratas.

Súmula 501- É cabível a aplicação retroativa da

Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da

Page 58: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Penal – Prof Guilherme Rittel  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 58 de 125 

  

incidência das suas disposições, na íntegra,

seja mais favorável ao réu do que o advindo da

aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a

combinação de leis.

Súmula 500- A configuração do crime do art.

244-B do ECA independe da prova da efetiva

corrupção do menor, por se tratar de delito

formal.

Súmulas relevantes do STF

Súmula Vinculante 24 - Não se tipifica crime

material contra a ordem tributária, previsto no

art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes

do lançamento definitivo do tributo.

Súmula Vinculante 35 - A homologação da

transação penal prevista no artigo 76 da Lei

9.099/1995 não faz coisa julgada material e,

descumpridas suas cláusulas, retoma-se a

situação anterior, possibilitando-se ao Ministério

Público a continuidade da persecução penal

mediante oferecimento de denúncia ou

requisição de inquérito policial.

Crimes em espécie- Parte Especial

Crimes contra a vida

Homicídio- Art.121

Classificação: crime material; não-transeunte;

praticado por garantidores (omissão imprópria,

na forma do art. 13, parágrafo 2o, CP). Diferente

da omissão própria prevista na parte especial,

como é o caso do art. 135, CP.

Espécies: 1) simples- pode ser hediondo,

desde que praticado por grupo de extermínio,

na forma do art. 1o, Lei 8072/90; 2) qualificado

– parágrafo 2º - sempre crime hediondo; 3)

privilegiado- parágrafo 1o.

NOVIDADES RELEVANTES (Lei 13.104 e

13.142, ambas de 2015):

Art. 121 - Homicídio

Homicídio qualificado

§ 2° Se o homicídio é cometido:

Feminicídio - VI - contra a mulher por razões

da condição de sexo feminino:

VII – contra autoridade ou agente descrito nos

arts. 142 e 144 da Constituição Federal,

integrantes do sistema prisional e da Força

Nacional de Segurança Pública, no exercício da

função ou em decorrência dela, ou contra seu

cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo

até terceiro grau, em razão dessa condição:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2º-A Considera-se que há razões de condição

de sexo feminino quando o crime envolve:

I - violência doméstica e familiar;

II - menosprezo ou discriminação à condição de

mulher.

§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3

(um terço) até a metade se o crime for

praticado:

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses

posteriores ao parto;

II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos,

maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;

III - na presença de descendente ou de

ascendente da vítima.

Art. 129 – Lesão Corporal

§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade

ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da

Constituição Federal, integrantes do sistema

prisional e da Força Nacional de Segurança

Pública, no exercício da função ou em

decorrência dela, ou contra seu cônjuge,

companheiro ou parente consanguíneo até

terceiro grau, em razão dessa condição, a pena

é aumentada de um a dois terços.

OBS: Também a Lei dos Crimes Hediondos

(Lei 8.072/90) foi alterada!

Page 59: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Penal – Prof Guilherme Rittel  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 59 de 125 

  

Art. 1º São considerados hediondos os

seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-

Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -

Código Penal, consumados ou tentados:

I – homicídio (art. 121), quando praticado em

atividade típica de grupo de extermínio, ainda

que cometido por um só agente, e homicídio

qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V,

VI e VII);

I-A – lesão corporal dolosa de natureza

gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal

seguida de morte (art. 129, § 3º), quando

praticadas contra autoridade ou agente descrito

nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,

integrantes do sistema prisional e da Força

Nacional de Segurança Pública, no exercício da

função ou em decorrência dela, ou contra seu

cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo

até terceiro grau, em razão dessa condição;

[...]

Crimes contra a honra

NOVIDADES RELEVANTES (Lei 13.188, de

2015):

Retratação

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença,

se retrata cabalmente da calúnia ou da

difamação, fica isento de pena.

Parágrafo único. Nos casos em que o

querelado tenha praticado a calúnia ou a

difamação utilizando-se de meios de

comunicação, a retratação dar-se-á, se assim

desejar o ofendido, pelos mesmos meios em

que se praticou a ofensa.

Crimes contra o patrimônio

Furto - Art. 155.

Consumação do crime. STF e STJ aplicam a

corrente da amotio ou apprehensio,

necessitando apenas que a coisa subtraída

passe para o poder do agente, mesmo que num

curto espaço de tempo, independentemente

da posse mansa e pacífica do bem. Basta a

perda do contato material com a coisa. (RHC

119611/MG, STF).

Roubo - art. 157, CP. Violência ou grave

ameaça. Consumação também. Majorantes:

Causas de aumento de pena. Emprego de

arma- branca ou de fogo. Arma de brinquedo

não serve mais para o aumento de pena,

apenas para configurar o tipo simples de roubo.

Súmula 174 STJ cancelada. Dispensa a

apreensão da arma (branca ou de fogo) para

configurar o aumento de pena, desde que

comprovado o emprego da arma por outros

meios de prova (testemunha e vítima).

Posicionamento STF e STJ (HC 172303 / SP,

STJ). Não constitui bis in idem roubo com

emprego de arma em concurso com o crime de

quadrilha armada (art. 288, parágrafo único,

CP), pois cada tipo tutela bem jurídico diverso

(patrimônio e paz pública). Posicionamento STF

e STJ (HC 157862 / SP, STJ).

Agente mantém a vítima em seu poder,

restringindo a liberdade dela. CUIDADO:

muitos colocam aqui a figura do sequestro-

relâmpago, mas isso está errado, porque este

crime está claramente previsto no art. 158,

parágrafo 3º, CP. Na causa de aumento em

apreço, o agente deve ter por escopo manter a

vítima em seu poder (sequestrar) para a

consecução (meio) do crime de roubo ou como

garantia (fazer a vítima refém) para a realização

desse crime.

Qualificadoras:

Latrocínio. Roubo com a consequência morte.

A finalidade é o patrimônio. O resultado morte

pode ser causado a título de culpa ou dolo (HC

37583/SP, STJ). Competência é do Tribunal do

Júri.

Page 60: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Penal – Prof Guilherme Rittel  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 60 de 125 

  

Súmula 610, STF: Há crime de latrocínio,

quando o homicídio se consuma, ainda que não

realize o agente a subtração de bens da vítima.

Crimes contra a dignidade sexual

Lei 12015/09 alterou todo o capítulo. Agora,

qualquer pessoa pode ser vítima dos crimes

sexuais.

Ação penal- art. 225. Condicionada é a regra;

incondicionada quando a vítima for vulnerável

ou menor de 18 anos.

NOVIDADES RELEVANTES (Lei nº 12.978, de

2014):

Alterou apenas o título (nomen iuris) do delito

previsto no art. 218-B do CP, que passou a ser

chamado de “Favorecimento da prostituição ou

de outra forma de exploração sexual de criança

ou adolescente ou de vulnerável”.

OBS: Esta mesma lei incluiu esse delito (art.

218-B, CP) no rol dos crimes hediondos (Lei

8.072/90):

Art. 1º São considerados hediondos os

seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-

Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -

Código Penal, consumados ou tentados:

VIII - favorecimento da prostituição ou de outra

forma de exploração sexual de criança ou

adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput,

e §§ 1º e 2º).

Crimes contra a paz pública

Associação Criminosa (alterado pela Lei

12.850/13, que define também a Organização

Criminosa)

Tipo objetivo. Art. 288, CP. Associação de 3

pessoas (alteração legislativa recente) para

cometer uma indeterminada série de crimes.

Não é tal crime quando a reunião é para

cometer contravenções penais (jogo do bicho).

É tipo penal de concurso necessário, uma vez

que é de sua essência que exista a reunião de 3

pessoas para falar-se em crime. Para o fim de

somarem-se 3 pessoas, computa-se eventual

inimputável ou agente desconhecido (RHC

2910/SP e HC 52989/AC, ambos do STJ).

Necessária a estabilidade, sob pena de

enquadrar-se no art. 29, CP.

Crimes contra a fé pública

Moeda Falsa - art. 289, CP. A falsificação deve

ser idônea (em assim sendo, competência da

Justiça Federal), senão configura estelionato

(competência da Justiça Estadual). A

falsificação pode ser de moeda metálica ou

papel moeda, desde que esteja em curso legal

no Brasil ou no estrangeiro. Mas há

equiparações que podem abrangem outras

hipóteses, como no caso de quem faz circular

moeda cuja circulação ainda não estava

autorizada – art. 289, § 4.º, CP (perceba que

aqui a moeda não é falsa).

Petrechos para falsificação de moeda – art.

291, CP. Hipótese clássica de criminalização de

atos preparatórios, exceção no Direito Penal.

Page 61: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Penal – Prof Guilherme Rittel  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 61 de 125 

  

(tanto doc. público quanto particular – art.

299, CP)

Falsidade material - art. 297 (particular) e art.

298 (público). Cada espécie de falso tem um

tipo penal específico. Agente modifica as

características originais do documento, por meio

de rasuras, borrões, emendas, substituição de

palavras ou letras. Chamada também de

falsidade externa. O aspecto externo do

documento é modificado, ou seja na forma em

que ele se apresenta. O falso é provado por

perícia, pois um expert deverá analisar quais

pontos do documento não correspondem ao

original. Equiparações importantes:

Testamento particular DOCUMENTO

PÚBLICO; cartão de débito ou crédito

DOCUMENTO PARTICULAR.

Falsidade ideológica- art. 299, CP. O mesmo

tipo penal conjuga tanto o documento público

quanto o documento particular falsificados.

Chamada também de falsidade pessoal. Agente

falsifica o conteúdo das ideias. Há um vício

sobre as declarações constantes do documento.

Materialmente o documento é verdadeiro. Não

há como provar tal falso por perícia, pois esta

não conseguirá descobrir qual deveria ser a

verdadeira ideia lançada no documento, sendo

por isso que deve ser provado o falso por meio

de prova testemunhal ou depoimento do

ofendido. O crime exige especial fim de agir

(criar obrigação, prejudicar direito ou alterar

a verdade sobre fato juridicamente

relevante).

Atenção para a Súmula 522, STJ - A conduta de

atribuir-se falsa identidade perante autoridade

policial é típica, ainda que em situação de

alegada autodefesa.

Crimes contra a Administração Pública

Os crimes mais importantes são aqueles

praticados por Funcionários Públicos - art.

327, CP (Conceito de Funcionário Público muito

mais amplo que o do Direito Administrativo,

alcançando todo aquele que exerce cargo,

emprego ou função pública, ainda que

transitoriamente ou sem remuneração).

Page 62: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Penal – Prof Guilherme Rittel  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 62 de 125 

  

Dica para distinguir os delitos de Concussão (art. 316, CP), Corrupção passiva (art. 317, CP) e

Prevaricação (art. 319, CP).

Importante: nos delitos de corrupção ou de

concussão, pouco importa se o agente

realmente recebe a vantagem indevida, já

que o crime resta consumado com a mera

conduta de exigir ou solicitar/aceitar.

Crimes próximos à prevaricação, mas que

prevalecem pelo critério da especialidade:

Facilitação de contrabando ou descaminho

(Art. 318): Func. Público que não cumpre com

Page 63: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Penal – Prof Guilherme Rittel  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 63 de 125 

  

seu dever de fiscalizar e facilita a prática de

algum desses delitos;

Prevaricação imprópria (art. 319-A): Diretores

e/ou agentes de sistemas prisionais que não

cumprem com seu dever de vedar o acesso ao

preso de aparelhos que permitam o contato com

o mundo externo (ex: celulares).

Condescendência criminosa (art. 320):

Envolve a indulgência e a falta de atuação do

funcionário público. Se superior hierárquico,

deve responsabilizar o infrator; caso contrário,

deve comunicar a autoridade competente.

Advocacia administrativa (art. 321): Func.

Público que, VALENDO-SE DESSA

QUALIDADE, patrocina, direta ou

indiretamente, interesse privado perante a

administração pública. Tanto faz se o interesse

é legítimo ou ilegítimo, salvo em relação à pena,

que será maior para o interesse ilegítimo.

Corrupção ativa (art. 333): Envolve vantagem

indevida mais o ato de ofício. Verbos:

OFERECER OU PROMETER.

Contrabando e descaminho (art. 334 e 334-

A): Houve uma alteração relevante em 2014

(Lei nº 13.008/2014), que além de separar os

crimes em artigos diferentes, criou novas

hipóteses, como a previsão de aumento de

pena não só para transporte aéreo, como

também para transporte marítimo ou fluvial (art.

334, § 3.º e 334-A § 3.º, ambos do CP). 

Page 64: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Empresarial – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 64 de 125 

  

EMPRESÁRIO

Em regra, para que seja possível o exercício da

atividade empresarial, a pessoa deve ser

CAPAZ e NÃO SER LEGALMENTE IMPEDIDA.

Os impedimentos para o exercício de atividade

empresarial estão em leis específicas.

A pessoa legalmente impedida de exercer

atividade própria de empresário, se a exercer,

responderá pelas obrigações contraídas.

Importante mencionar que o INCAPAZ poderá

dar continuidade à atividade empresarial, desde

que atendidos, cumulativamente, os seguintes

requisitos:

a) Recebimento da atividade por

HERANÇA ou a INCAPACIDADE É

SUPERVENIENTE ao exercício da atividade.

b) Autorização judicial.

c) Esteja representado (incapacidade

absoluta) ou assistido (incapacidade relativa).

Importante frisar que quando o juiz autorizar o

exercício da atividade ao incapaz deverá deixar

claro no alvará que não ficam sujeitos ao

resultado da empresa (atividade) os bens que o

incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou

da interdição, desde que estranhos ao acervo

da empresa.

Destaca-se o contido no art. 975, do Código

Civil:

Art. 975. Se o representante ou assistente do

incapaz for pessoa que, por disposição de lei,

não puder exercer atividade de empresário,

nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais

gerentes.

§ 1o Do mesmo modo será nomeado gerente

em todos os casos em que o juiz entender ser

conveniente.

§ 2o A aprovação do juiz não exime o

representante ou assistente do menor ou do

interdito da responsabilidade pelos atos dos

gerentes nomeados.

Salienta-se que o incapaz pode ser sócio de

sociedade empresária desde que esteja

assistido (relativamente incapaz) ou

representado (absolutamente incapaz); não

exerça a administração da sociedade e o capital

social desta esteja totalmente integralizado.

EIRELI

A EIRELI terá apenas um sócio titular da

integralidade do capital social, que não será

inferior a 100 vezes o maior salário mínimo

vigente no País. O capital social deverá estar

totalmente integralizado.

A EIRELI poderá ser constituída por sócio

pessoa física ou jurídica. Sendo pessoa física, o

sócio não pode ser titular de outra EIRELI.

O nome empresarial deverá ser formado pela

inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou

a denominação social da empresa individual de

responsabilidade limitada.

A empresa individual de responsabilidade

limitada também poderá resultar da

concentração das quotas de outra modalidade

societária num único sócio, independentemente

das razões que motivaram tal concentração.

Aplicação subsidiária das normas da LTDA.

ESTABELECIMENTO EMPRESARAL

(COMERCIAL)

Conceito e observações gerais:

Considera-se estabelecimento todo complexo

de bens organizado, para exercício da empresa,

por empresário, ou por sociedade empresária.

Pode o estabelecimento ser objeto unitário de

direitos e de negócios jurídicos, translativos ou

constitutivos, que sejam compatíveis com a sua

natureza.

Trespasse (Alienação do estabelecimento)

Para que o trespasse gere efeitos perante

terceiros deve ser registrado e publicado na

Page 65: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Empresarial – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 65 de 125 

  

imprensa oficial. Caso seja EPP ou ME não há

a necessidade de publicação na imprensa

oficial.

Além disso, para que seja eficaz o trespasse há

a necessidade do atendimento de um dos

requisitos abaixo:

a) Pagamento de todos os credores.

b) Resguardo de bens suficientes para

pagamento dos credores.

c) Anuência (tácita ou expressa) dos

credores quanto à alienação do

estabelecimento.

Importante tratar da responsabilidade pelos

débitos. O adquirente do estabelecimento

responde pelo pagamento dos débitos

anteriores à transferência, desde que

regularmente contabilizados, continuando o

devedor primitivo solidariamente responsável

pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos

créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos

vincendos, da data do vencimento.

Outra questão que merece destaque é a

chamada cláusula de não restabelecimento

prevista no art. 1.147, do Código Civil:

Art. 1.147. Não havendo autorização expressa,

o alienante do estabelecimento não pode fazer

concorrência ao adquirente, nos cinco anos

subsequentes à transferência.

Parágrafo único. No caso de arrendamento ou

usufruto do estabelecimento, a proibição

prevista neste artigo persistirá durante o prazo

do contrato.

Por fim, destacam-se outras duas informações a

respeito do trespasse:

Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a

transferência importa a sub-rogação do

adquirente nos contratos estipulados para

exploração do estabelecimento, se não tiverem

caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir

o contrato em noventa dias a contar da

publicação da transferência, se ocorrer justa

causa, ressalvada, neste caso, a

responsabilidade do alienante.

Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao

estabelecimento transferido produzirá efeito em

relação aos respectivos devedores, desde o

momento da publicação da transferência, mas o

devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao

cedente.

SOCIEDADE LIMITADA

Na sociedade limitada ocorre a aplicação

subsidiária das normas da sociedade simples,

podendo, os sócios, estabelecerem a aplicação

subsidiária das normas da S/A (Lei 6.404/76).

Algumas características importantes:

a) Impossibilidade de “cláusula leonina”, ou

seja, não é possível excluir um ou mais sócios

da participação dos resultados. (Esta regra é

das sociedades simples, aplicável às

sociedades limitadas)

b) A distribuição dos resultados será feita

de acordo com o disposto no contrato social. Na

omissão destes, cada sócio receberá o

resultado correspondente à sua participação na

sociedade. (Esta regra é das sociedades

simples, aplicável às sociedades limitadas)

c) Possibilidade de opor aos terceiros os

excessos de poderes dos administradores, em

uma das três hipóteses: i) se a limitação de

poderes estiver inscrita ou averbada no registro

próprio da sociedade; ii) provando-se que era

conhecida do terceiro; iii) tratando-se de

operação evidentemente estranha aos negócios

da sociedade (teoria ultra vires). (Esta regra é

das sociedades simples, aplicável às

sociedades limitadas)

d) O capital social poderá ser aumentado,

desde que o capital social existente esteja

totalmente integralizado. Até 30 dias após a

Page 66: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Empresarial – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 66 de 125 

  

deliberação a respeito do aumento do capital

social, os sócios terão preferência para

participar do aumento, na proporção de suas

quotas.

e) O Código Civil regula a possibilidade de

exclusão extrajudicial de sócio (mediante

alteração do contrato social) em razão de justa

causa, desde que atendidos cumulativamente

os seguintes requisitos: i) previsão expressa no

contrato social acerca desta possibilidade; ii)

sócio a ser excluído não pode ser majoritário; iii)

realização de atos de inegável gravidade por

parte do sócio a ser excluído; iv) convocação de

reunião ou assembleia específica; v)

cientificação do sócio (acusado); vi) deliberação

por maioria absoluta.

SOCIEDADE ANÔNIMA

A sociedade anônima possui o capital social

dividido em ações, sempre será empresária e

sempre de capital.

As sociedades anônimas classificam-se em

abertas (negociação no mercado de capitais e

autorização da CVM) ou fechadas.

Os direitos dos acionistas são:

a) participação nos lucros;

b) participação na partilha do acervo

social;

c) preferência na subscrição de novas

ações;

d) retirada;

e) fiscalização.

Assembleia geral – Órgão máximo da S/A em

que todos os acionistas têm direito de participar

e possui competência para tratar de qualquer

assunto relacionado ao objeto social. A

Assembleia Geral divide-se em ordinária a

extraordinária. A ordinária ocorre uma vez ao

ano, entre janeiro e abril. A extraordinária,

quantas vezes forem necessárias. Importante o

contido no art. 131, da Lei 6.404/76:

Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros

meses seguintes ao término do exercício social,

deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:

I - tomar as contas dos administradores,

examinar, discutir e votar as demonstrações

financeiras;

II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido

do exercício e a distribuição de dividendos;

III - eleger os administradores e os membros do

conselho fiscal, quando for o caso;

IV - aprovar a correção da expressão monetária

do capital social.

Conselho de Administração - É um órgão com

competência para a administração (orientação

sobre os rumos da companhia) e também

deliberar sobre certas matérias, como por

exemplo, escolher os diretores.

Tal órgão será obrigatório nas S/A de Capital

Aberto, S/A de capital autorizado e Sociedades

de Economia Mista.

Diretoria - É órgão obrigatório e de

representação da S/A. É composto por duas ou

mais pessoas físicas, acionistas ou não e

residentes no Brasil. São escolhidos pelo

conselho de administração ou assembleia geral

(no caso de inexistência do conselho), no caso

de inexistência do primeiro. O poder de gestão é

de no máximo 3 anos, admitindo-se a reeleição.

Conselho fiscal - É órgão obrigatório, mas de

funcionamento facultativo, com função de

assessoramento técnico e fiscalização. É

composto por no mínimo 3 e no máximo 5

pessoas físicas, acionistas ou não (suplentes

em igual número), eleitos pela Assembleia

Geral. Só podem fazer parte do conselho fiscal

pessoas que tenham sido administradoras ou

conselheiras fiscais de outra sociedade por no

mínimo 3 anos ou que tenham curso superior.

Sociedade Subsidiária Integral - Trata-se de

uma Sociedade Anônima em que existe apenas

Page 67: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Empresarial – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 67 de 125 

  

um único sócio que será obrigatoriamente uma

sociedade brasileira.

Sociedade anônima de capital autorizado -

aquela que possui em seu estatuto uma

autorização para que o capital social seja

aumentado até certo limite, mediante

deliberação da assembleia geral ou do conselho

de administração, independentemente de

alteração da cláusula de capital do estatuto.

OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS

É o ato pelo qual uma sociedade passa de um

tipo societário para outro.

Para a transformação não há a necessidade de

dissolução ou liquidação da sociedade. A

personalidade jurídica da sociedade é mantida,

assim como os direitos dos credores.

A) Incorporação

A incorporação é o ato pelo qual uma sociedade

é absorvida (adquirida) por outra sociedade.

Isso pode acontecer também com várias

sociedades. A incorporadora sucede a

incorporada em todos os seus direitos e

deveres. A incorporada é extinta, devendo haver

a averbação neste sentido.

B) Fusão

A fusão é um ato de concentração empresarial,

em que duas ou mais sociedades são extintas

para a formação de uma só. Esta nova

sociedade irá suceder as sociedades extintas

em todos os direitos e obrigações.

C) Cisão

A cisão é o ato pelo qual uma sociedade tem

seu patrimônio dividido em duas ou mais partes

formando novas sociedades. Também pode

ocorrer que parte do patrimônio seja destinada a

compor o patrimônio de uma sociedade já

existente.

A cisão pode ser total (ocorre a extinção da

sociedade cindida, já que todo o patrimônio foi

transferido) ou parcial (a sociedade cindida

continua existindo, pois teve apenas parte de

seu patrimônio transferido para outra

sociedade).

SOCIEDADES COLIGADAS

Por sociedades coligadas entende-se a relação

entre sociedades.

Consideram-se coligadas as sociedades que,

em suas relações de capital, são controladas,

filiadas ou de simples participação (art. 1.097,

do Código Civil)

A) Controlada e controladora

A sociedade controladora é aquela que tem

participação em outra sociedade (a controlada)

a ponto de obter maioria de votos nas

deliberações, fazendo com que sua vontade

prevaleça. Com isso, elege os administradores

a acaba dirigindo os negócios da controlada.

Já a controlada é aquela em que, parte de seu

capital é de propriedade de outra sociedade (a

controladora).

b) Filiada

A sociedade é filiada quando possui 10% ou

mais do capital social de outra sociedade,

porém, sem poder de controle.

c) Simples participação

Sociedade de simples participação é aquela que

tem menos de 10% de seu capital social com

participação de outra sociedade.

RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA

A recuperação e a falência tramitarão perante o

foro do principal estabelecimento da sociedade

empresária ou do empresário individual.

Não se aplica a Lei 11.101/2005 à:

a) Empresa pública.

b) Sociedade de economia mista.

c) Instituição financeira.

d) Cooperativa de crédito.

e) Consórcio.

f) Entidade de previdência complementar.

Page 68: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Empresarial – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 68 de 125 

  

g) Sociedade operadora de plano de

saúde.

h) Sociedade seguradora.

i) Sociedade de capitalização.

Importante destacar que com o deferimento do

processamento da recuperação ocorre a

suspensão das ações e execuções, com

exceção de demandas trabalhistas; execuções

fiscais (excetuada a hipótese de parcelamento

deferido nos termos do CTN); ações que

demandem quantias ilíquidas. Esta suspensão

não poderá durar mais do 180 dias.

Ao deferir o processamento da recuperação o

juiz nomeia o administrador que de preferência

será advogado, economista, administrador de

empresas, contador ou pessoa jurídica

especializada. O administrador receberá

remuneração que não excederá 5% (cinco por

cento) do valor devido aos credores submetidos

à recuperação judicial ou do valor de venda dos

bens na falência. Em caso de ME ou EPP este

valor não superará 2%, conforme alteração

realizada pela LC 147/2014.

Intimado da decisão que deferiu o

processamento, o devedor tem o prazo de 60

dias para apresentação do plano de

recuperação, sob pena de decretação da

falência. Este plano, necessariamente conterá:

I – discriminação pormenorizada dos meios de

recuperação a ser empregados, conforme o art.

50 desta Lei, e seu resumo; II – demonstração

de sua viabilidade econômica; e III – laudo

econômico-financeiro e de avaliação dos bens e

ativos do devedor, subscrito por profissional

legalmente habilitado ou empresa

especializada.

TÍTULOS DE CRÉDITO

Os títulos de crédito são tratados pelo direito

cambiário, o qual possui os seguintes princípios:

a) Cartularidade: o título deve ser

representado por um cártula (papel). Atualmente

este princípio vem sendo flexibilizado com a

possibilidade de emissão dos títulos por meio

eletrônico (em computador). Por este princípio,

o exercício dos direitos reconhecidos no título

pressupõe a posse do título em seu original.

b) Literalidade: apenas o que está escrito

no título é o que vale. Sendo assim, somente

produzem efeitos jurídicos-cambiários os atos

lançados no próprio título de crédito.

c) Autonomia: quando um título

documentar mais de uma obrigação, elas serão

consideradas independentes, sendo que a

invalidade de alguma delas não afeta as outras.

Do princípio da autonomia decorrem dois

subprincípios: abstração e inoponibilidade

das exceções pessoais aos terceiros de boa-

fé. A abstração ocorre somente quando o título

de crédito circula, pois nesse caso ele se

desvincula do negócio jurídico que lhe deu

origem. A inoponibilidade das exceções

pessoais aos terceiros de boa-fé significa que,

uma vez executado o devedor em virtude de um

título de crédito, não poderá ele alegar em sua

defesa matéria estranha à sua relação direta

com o exequente (credor), salvo prova de má-

fé.

Com relação aos institutos do direito cambiário

importante destacar:

Endosso: ato de transferência do direito

constante no título de crédito à ordem. No

endosso o que transfere é o endossante e quem

recebe é o endossatário.

Em regra o endossante é responsável solidário

da obrigação.

Existe a figura do endosso impróprio que

aparece em duas hipóteses: endosso-mandato

e endosso-caução.

Page 69: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Empresarial – Prof Guilherme Correa  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 69 de 125 

  

Aval: ato pelo qual uma pessoa (avalista) se

obriga ao cumprimento de obrigação de outra

pessoa (avalizado).

O aval pode ser em branco ou em preto.

A lei admite o aval parcial.

O avalista responde pela obrigação mesmo que

seja nula a obrigação avalizada, salvo se a

nulidade decorrer de vício de forma.

Sobre os títulos de crédito em espécie,

importante mencionar o cheque, previsto na Lei

7.347/85:

a) O cheque é uma ordem de pagamento à

vista emitida contra um banco ou instituição

financeira equiparada em razão de provisão que

o emitente possui junto ao sacado.

b) O cheque possui modelo vinculado.

c) Não há aceite no cheque.

d) Se houver dúvidas entre o valor por

extenso e em algarismos prevalece o valor por

extenso.

e) O prazo de apresentação do cheque

será de 30 dias (mesma praça) ou 60 dias

(praças diferentes), contados da emissão. A

partir do vencimento do prazo inicia-se o prazo

prescricional de 6 meses. Até o prazo

prescricional é possível mover a execução.

f) Cheques acima de R$100,00 devem ter

o tomador (beneficiário) identificado.

g) O cheque poderá ser visado: aquele em

que o banco sacado assina no verso garantindo

a existência de fundos durante o prazo de

apresentação.

h) O cheque poderá ser administrativo:

aquele que é emitido pelo banco sacado,

devendo ser nominal qualquer que seja o valor.

i) O cheque pós-datado tem sido aceito

pelo direito brasileiro, porém, poderá ser pago à

vista pelo banco. A apresentação antecipada

caracteriza dano moral – Súmula 370, do STJ.

j) Após estar prescrito o cheque, é

possível a cobrança via ação monitória (Súmula

299, do STJ)

k) O portador não pode recusar o

pagamento parcial do cheque.

Por fim, importante destacar que o cheque

poderá ser sustado. O objetivo é impedir o

pagamento. A sustação possui duas

modalidades:

Revogação: também chamada de contra-

ordem. É ato exclusivo do emitente, produz

efeitos somente após expirado o prazo de

apresentação. Oposição: Pode ser realizada

tanto pelo emitente, como pelo portador

legítimo. Produz efeitos imediatos. Fundada em

relevante razão de direito.

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 70: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Filosofia do Direito– Prof Dênis Carvalho 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 70 de 125 

  

A justiça como equidade em Jonh Rawls

Luis Augusto Rabelo Junior

A obra Uma Teoria da Justiça, publicada em

1971, é o eixo do presente artigo. Esta obra,

mesmo tendo sofrido algumas alterações

consideráveis, é considerada por diversos

autores como uma das mais importantes

realizações da filosofia política do século XX, já

que trouxe contribuições novas para o debate

de um tema que – apesar de ser tão velho

quanto à filosofia – nunca conseguiu obter uma

unanimidade: a Justiça. No entanto, é bom

salientar que o presente trabalho não versará

sobre a teoria da justiça de Rawls como um

todo, mas sim sobre a justiça como equidade

em sua teoria.

Centraremos nossas análises na primeira parte

de Uma Teoria da Justiça, que é

essencialmente teórica – a justiça como

equidade.

A justiça sempre suscitou discussões filosóficas

conflitantes. Talvez a unanimidade seja de fato

algo estranho à justiça, por mais paradoxal que

tal observação possa parecer. Se imaginarmos

a figura da deusa Têmis – ou Minerva - de olhos

vendados e uma balança na mão, medindo dois

pesos contrapostos, podemos pensar que o

resultado disso trará sempre uma derrota ou

prejuízo a uma das partes disputantes. Como o

justo pode trazer um prejuízo a alguém? E

mais: pode a justiça causar mais mal do que a

injustiça? Questões como essas são as bases

da filosofia política desde muito tempo.

A proposta de Rawls começa com a suposição

de um contrato social hipotético e a-histórico, no

qual as pessoas seriam reunidas numa situação

inicial – por ele chamada de posição original –

a fim de deliberar uma série de princípios que

seriam responsáveis por embasar as regras do

justo – os princípios da justiça - nas

instituições, uma vez que seriam as instituições

as intermediadoras entre as pessoas no

convívio social. Segundo Rawls: A justiça é a

primeira virtude das instituições sociais, como a

verdade o é dos sistemas de pensamento

(RAWLS, 1981, pág. 27).

Conforme a teoria de Rawls, a única forma das

pessoas em uma posição original escolherem

os princípios justos – aqueles princípios que,

pressupõe Rawls, seriam apresentados pela

razão de cada um – seria imputar sobre esses

legisladores iniciais um véu de ignorância,

segundo o qual cada pessoa ignoraria todas as

suas circunstâncias pessoais anteriores a essa

situação hipotética. Essas pessoas

desconheceriam suas condições financeiras

como também seus próprios dotes naturais.

Assim, por exemplo, se um legislador fosse um

grande proprietário de terras e soubesse disso,

seria difícil que ele concordasse que a

distribuição equânime de terras fosse algo justo.

Por outro lado, segundo Rawls, se fosse

impossível para esses legisladores

iniciais saberem se possuem terras ou não,

seria mais fácil de ser concluído que a

distribuição equitativa de terras é algo justo,

haja vista que os legisladores teriam receio de –

após ser levantado o véu de ignorância –

descobrirem que não possuíam quaisquer bens

materiais. Desse modo, o egoísmo é o ponto

que motiva a necessidade do véu de

ignorância para a obtenção dos princípios da

justiça.

Por conseguinte, a teoria de Rawls não procura

um bem supostamente existente, mas sim

procura construir um conceito de justo a partir

do uso da razão e da vontade das pessoas.

Grosso modo, essa é uma primeira

Page 71: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Filosofia do Direito– Prof Dênis Carvalho 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 71 de 125 

  

aproximação da base da teoria da justiça de

Rawls. Resta saber o que motivou o seu

surgimento e também a escolha da teoria do

contrato como ponto de partida.

A PROPOSTA DE JUSTIÇA COMO

EQUIDADE

A ideia de equidade se configurou desde os

primórdios e delineou-se até a

contemporaneidade incidindo na visão

rawlsiana. Ele propôs um modelo de instituição

o qual deveria fomentar e aplicar o valor da

justiça e dessa forma poderia minimizar as

discrepâncias sociais. A ideia de justiça para

Rawls deveria ser pactuada anteriormente às

instituições.

Para que isso ocorresse, porém, os integrantes

deveriam estar num estado de igualdade,

cobertos pelo denominado véu da ignorância.

Nesse estágio ninguém definiria valores de

justiça os quais propusessem vantagens para

certos indivíduos em detrimento dos outros,

visto que por ninguém saber o porvir, a escolha

de valores genéricos determinaria um estágio

inicial onde todos adquiririam o bem-estar.

Contrapondo o utilitarismo, Rawls, propõe uma

ideia alternativa de justiça, aplicando o

contratualismo, inspirado na tradição liberal de

Locke, Rousseau, Kant e Stuart Mills.

“Uma vez que todos estão numa situação

semelhante e ninguém pode designar princípios

para favorecer sua condição particular, os

princípios da justiça são o resultado de um

consenso ou ajuste equitativo. [...] A essa

maneira de considerar os princípios da justiça

eu chamarei de justiça como equidade”

(RAWLS, 1981. pág.33).

A justiça rawlsiana procura resolver o conflito

pela distribuição de bens sociais entre as

pessoas. Um primeiro ponto de superação deste

conflito como pensado por Rawls é considerar a

sociedade como um sistema equitativo de

cooperação. Rawls considera também que as

pessoas são seres racionais e razoáveis, isto é,

que possuem interesses próprios de acordo

com a concepção de bem que formulam para as

suas vidas, mas que, ao mesmo tempo,

dispõem-se, em função do sentido de justiça

que possuem, a ponderar umas com as outras

sobre quais os justos termos de cooperação

devem nortear o convívio social e a distribuição

dos benefícios sociais. Dessa forma, segundo

Rawls, as pessoas chegam a um acordo sobre

os princípios de justiça que serão escolhidos.

A partir daí, o raciocínio de Rawls é

desenvolvido de acordo com as seguintes

considerações: Ele observa que as pessoas

dispõem de posições sociais diferentes às quais

estão sujeitas desde o seu nascimento. Estas

posições, segundo Rawls, afetam seriamente as

suas expectativas de vida a partir da percepção

de que algumas pessoas têm mais, ou menos,

sorte que outras na distribuição das posições

sociais e dos dotes e habilidades naturais e,

que, em função disso, se beneficiam mais, ou

menos, dos resultados da cooperação social.

Para a solução do conflito gerado pela

distribuição dos benefícios da cooperação

social, Ele desenvolve princípios de justiça

aplicados à estrutura básica da sociedade que

sejam aceitos por todos de maneira equitativa.

Rawls imagina uma sociedade caracterizada por

uma situação de igualdade democrática, em

que, por meio da justiça contida nas suas

instituições sociais, esteja garantido o direito de

todas as pessoas se favorecerem dos

benefícios da cooperação social.

Rawls desenvolve a sua alegoria do contrato

social a fim de alcançar este objetivo. Para

Page 72: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Filosofia do Direito– Prof Dênis Carvalho 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 72 de 125 

  

tanto, imagina as pessoas todas reunidas no

que ele chama de posição original. Nesta

posição original as pessoas estão cobertas pelo

véu de ignorância e em função disso não

sabem qual a posição social de cada uma delas,

mais precisamente o seu status social, da

mesma forma também não sabem como os

dotes pessoais (físicos e mentais) estão

distribuídos entre elas.

Assim, a escolha dos princípios de justiça é feita

de modo que as pessoas não são capazes de

propor supostos princípios de justiça que

favoreçam mais a umas que a outras.

É preciso, portanto, de acordo com Rawls, que

a sociedade seja regulada por uma concepção

política de justiça a fim de promover os justos

termos de cooperação entre seus membros. Tal

concepção política de justiça – a justiça como

equidade - caracteriza a sociedade bem-

ordenada como aquela na qual todos aceitem e

saibam que os outros aceitam os mesmos

princípios de justiça, e as instituições sociais

básicas geralmente satisfazem, e geralmente se

sabe que elas satisfazem, esses princípios.

(RAWLS, 1981, pág. 31). É a certeza da

reciprocidade no trato entre os homens e a

confiança nas instituições sociais que

preservam a sociedade como um

empreendimento cooperativo.

Assim, a justiça, na concepção de Rawls, deve,

através das instituições sociais, garantir que não

ocorram distinções arbitrárias entre as pessoas

na atribuição de direitos e deveres básicos na

sociedade e garantir também regras que

proporcionem um equilíbrio estável entre

reivindicações de interesses concorrentes das

vantagens da vida social e na distribuição de

renda e riqueza. É a partir então da concepção

política de justiça gestada numa condição de

equidade entre as pessoas que se desenha o

cenário de justiça social rawlsiana.

Rawls, em todo o seu aspecto político e moral,

procura desenvolver uma alternativa ao

utilitarismo – a doutrina de que se deve agir de

um modo que provenha o maior benefício para

a maioria das pessoas – pois considera o

utilitarismo como uma ameaça aos direitos

individuais e se alinha aos pensadores que vêm

a sociedade em termos de um contrato social.

(RAWLS, 1981, pág. 40).

Por fim, entende-se que a compreensão do

conceito de Justiça requer uma visão ampla e

ao mesmo tempo centrada numa discussão

ética histórica e social. Neste diapasão, o

filósofo Jonh Rawls defende que os dois

pressupostos básicos para o estabelecimento

de uma sociedade mais justa seriam a

igualdade de oportunidades abertas a todos em

condições de plena equidade, e a condição de

que os benefícios nela auferidos devem ser

repassados preferencialmente aos menos

privilegiados da sociedade, os socialmente

desfavorecidos. Nesta perspectiva, entende

Rawls, que justiça e equidade significa, antes de

mais nada, amparar os desvalidos, corrigindo as

desigualdades sociais.

A Teoria da Justiça de John Rawls tem o

mérito de ser a primeira grande teoria geral

sobre a justiça, embora tenha sido – e ainda

venha sendo – alvo de críticas quanto ao seu

conteúdo. Não obstante, veio a provocar uma

reorientação no pensamento filosófico

americano, até então interessado em questões

epistemológicas e linguísticas, canalizando-o

em direção aos problemas ético-sociais.

Também alcançou o mérito de ter propiciado um

novo tipo de igualitarismo teórico, um

Page 73: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Filosofia do Direito– Prof Dênis Carvalho 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 73 de 125 

  

igualitarismo não mais de oportunidades, mas

de resultados.

Os princípios da justiça idealizados por Rawls

são as liberdades públicas ou direitos

fundamentais, que a melhor doutrina jurídica

sobrepõe a todo e qualquer direito ou dever, até

mesmo de natureza constitucional, já que são

alicerce do próprio Estado de Direito. Nesse

sentido, é possível a afirmação de que toda lei

injusta é substancialmente inconstitucional.

Quando Rawls sustenta a possibilidade da

desobediência civil, sempre que houver

descumprimento de tais liberdades, na

realidade, significa que a governabilidade corre

sérios riscos, caso o sentimento de justiça da

sociedade não coincida com o ordenamento

jurídico. Muito embora a lei injusta possa ser

vinculativa nos casos de inocorrência de

inconstitucionalidade a mesma cairá no desuso

e, portanto, a sua aplicação ocasionará o

descrédito das instituições.

De fato, é inconcebível a existência de uma

unidade a respeito de justiça, eis que diferentes

são as pessoas e diferentes são também as

culturas e as sociedades. Ao contrário do que

se imagina, Rawls reconhece tal

impossibilidade, ao sustentar a necessidade de

um consenso sobre justiça. Assim sendo, a

justiça terá sempre um conceito relativo,

devendo prevalecer o entendimento da maioria

daqueles que com ela convivem.

É no âmbito desta linha de pensamento, se

reconhece o brilhantismo e a capacidade

intelectual de Rawls e de ser, a sua teoria, algo

dotado de uma perspectiva abrangente, justa e

igualitária, através da qual se depreende uma

verdadeira preocupação social, sobretudo no

que diz respeito aos direitos dos menos

favorecidos, num momento histórico em que a

ideia do individualismo se projeta e as

oportunidades aparentam alcançar a todos.

Rawls, em Uma Teoria da Justiça, foca a

necessidade e a premência de uma Justiça

realmente justa, filosoficamente coadunada e

alinhada com a voz dos mais fracos, ou melhor,

dos menos favorecidos, muitas vezes

esquecidos quiçá pelo texto frio das Leis que

objetivamente desconsiderem as minorias.

Rawls, mostra-se convicto de que a sua teoria

pode, por meio da justiça, tornar uma sociedade

justa e igualitária.

A obra em tela se constitua num grande

referencial político e teórico filosófico, a partir do

qual se podem retirar grandes ensinamentos,

ainda que sujeitos às mudanças sociais e

políticas da modernidade.

Referências:

RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça.

Brasília: Universidade de Brasília, 1981.

___________, O Liberalismo Político, 2ª

edição. São Paulo: Editora Ática, 2000.

___________,Justiça e democracia. São

Paulo: Martins Fontes, 2002.

Disponível em: http://www.ambito-

juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_art

igos_leitura&artigo_id=10755. Acesso em:

16/11/2015. Adaptado.

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

_____________________________________

Page 74: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Civil ‐ Parte Geral e Reais – Prof Cristiano Dionísio 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 74 de 125 

  

1. Decreto Lei 4657/42: Lei de Introdução

às Normas do Direito Brasileiro:

a. Vacatio Legis

i. Art. 1º: 45 dias território nacional.

b. Lei complementar 107/2001, art. 8º §1º:

forma de contagem do prazo.

2. Relação Jurídica:

a. Consequência: vínculo jurídico entre

sujeitos

b. Elementos constitutivos:

i. Sujeito: pessoas

ii. Objeto: bens jurídicos

iii. Fato Jurídico: ato, fato e negócio

jurídico.

iv. Garantia

3. Sujeito: Pessoa – Personalidade –

Capacidade

a. Pessoa Física e Pessoa Jurídica

i. Pessoa Jurídica de Direito Privado:

destaque para associação e fundação.

b. Personalidade

i. Pessoa Física: art. 2º, 6º, 7º e 8º CC.

1. Art. 2º: início

2. Art. 6º e 7º: fim

3. Art. 8º: comoriência

ii. Pessoa Jurídica de Direito Privado:

1. Art. 45: início.

2. Art. 51 § 3º: fim.

3. Art. 50 : desconsideração da

personalidade jurídica. Teoria Maior e Teoria

Menor.

c. Capacidade:

i. Pessoa Física:

1. Art. 3º: Incapacidade Absoluta:

vontade/ato/negócio: nulo

2. Art. 4º: Incapacidade Relativa:

vontade/ato/negócio: anulável

3. Art. 5º: Capacidade Civil

a. Emancipação

4. Domicílio

a. Domicílio necessário: Art. 76 CC.

5. Bens Jurídicos:

a. Considerados em Si

i. Hipóteses de Classificação.

1. Destaque:

a. Imóvel: definição legal. Art. 80 e 81.

b. Móvel: definição legal Art. 83 e 84.

b. Reciprocamente Considerados:

Principal, Acessório e Pertença.

c. Benfeitorias: necessária, útil e

voluptuária.

6. Negócio Jurídico

a. Validade: Art. 104 CC

b. Interpretação:

i. Boa-fé

ii. Reserva mental: art. 110 CC.

c. Elementos Acidentais

i. Condição: evento futuro e incerto

1. Suspensiva: aquisição: efeitos ex-tunc

(retroagem)

a. Impossível/ Ilícita: nulidade do negócio

jurídico

2. Resolutiva: perda: efeitos ex-nunc (não

retroagem)

a. Impossível/ Ilícita: considera-se a

condição inexistente

ii. Termo: momento futuro

1. Suspensivo: exercício

2. Resolutivo: não exercício

iii. Encargo: ônus

d. Defeitos dos Negócios Jurídicos

i. Vícios do Consentimento: Erro, Dolo,

Coação, Estado de Perigo e Lesão.

1. Coação física irresistível: Negócio nulo.

Page 75: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Civil ‐ Parte Geral e Reais – Prof Cristiano Dionísio 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 75 de 125 

  

ii. Vícios Sociais: Fraude Contra Credores

(Art, 158 / 165) e Simulação

1. Simulação: Nulo.

e. Ato Ilícito (Art. 186 e 187 CC)

f. Prescrição & Decadência: conceito.

Diferença entre causas que

impedem/suspendem o prazo prescricional e as

que interrompem.

g. Provas: Confissão, documentos,

testemunha, presunção e perícia.

i. Destaque para os arts. 215, 216, 219 e

229.

Direitos Reais

7. Posse:

a. Teoria Objetiva

b. Constituição e aquisição da posse:

1.196, 1.198, 1.204 e 1.208

c. Interditos Possessórios// Ações

possessórias 1.210 e § 1º

d. Posse e Benfeitorias

8. Propriedade:

a. Poderes e conceito: art. 1228, § 1º

b. Usucapião: Coletivo art. 1.228 § 4º

c. Penhor

d. Hipoteca

e. Anticrese

____________________________________

____________________________________

____________________________________

____________________________________

____________________________________

____________________________________ 

Page 76: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Constitucional– Prof Antonio Kozikoski 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 76 de 125 

  

1. NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do

Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde

que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro

ou mãe brasileira, desde que qualquer deles

esteja a serviço da República Federativa do

Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro

ou de mãe brasileira, desde que sejam

registrados em repartição brasileira competente

ou venham a residir na República Federativa do

Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de

atingida a maioridade, pela nacionalidade

brasileira; (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 54, de 2007)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a

nacionalidade brasileira, exigidas aos originários

de países de língua portuguesa apenas

residência por um ano ininterrupto e idoneidade

moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,

residentes na República Federativa do Brasil há

mais de quinze anos ininterruptos e sem

condenação penal, desde que requeiram a

nacionalidade brasileira. (Redação dada pela

Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de

1994)

§ 1º Aos portugueses com residência

permanente no País, se houver reciprocidade

em favor de brasileiros, serão atribuídos os

direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos

previstos nesta Constituição. (Redação dada

pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de

1994)

§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção

entre brasileiros natos e naturalizados, salvo

nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os

cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da

República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído

pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade

do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por

sentença judicial, em virtude de atividade nociva

ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos

casos: (Redação dada pela Emenda

Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

a) de reconhecimento de nacionalidade

originária pela lei estrangeira; (Incluído pela

Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de

1994)

b) de imposição de naturalização, pela norma

estrangeira, ao brasileiro residente em estado

estrangeiro, como condição para permanência

em seu território ou para o exercício de direitos

civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de

Revisão nº 3, de 1994)

2. DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida

pelo sufrágio universal e pelo voto direto e

secreto, com valor igual para todos, e, nos

termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

Page 77: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Constitucional– Prof Antonio Kozikoski 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 77 de 125 

  

III - iniciativa popular.

§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de

dezoito anos.

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os

estrangeiros e, durante o período do serviço

militar obrigatório, os conscritos.

§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma

da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária; Regulamento

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-

Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-

Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal,

Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-

Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os

analfabetos.

§ 5º O Presidente da República, os

Governadores de Estado e do Distrito Federal,

os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou

substituído no curso dos mandatos poderão ser

reeleitos para um único período subseqüente.

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº

16, de 1997)

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o

Presidente da República, os Governadores de

Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos

devem renunciar aos respectivos mandatos até

seis meses antes do pleito.

§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição

do titular, o cônjuge e os parentes

consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou

por adoção, do Presidente da República, de

Governador de Estado ou Território, do Distrito

Federal, de Prefeito ou de quem os haja

substituído dentro dos seis meses anteriores ao

pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e

candidato à reeleição.

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as

seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço,

deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será

agregado pela autoridade superior e, se eleito,

passará automaticamente, no ato da

diplomação, para a inatividade.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros

casos de inelegibilidade e os prazos de sua

cessação, a fim de proteger a probidade

administrativa, a moralidade para exercício de

mandato considerada vida pregressa do

candidato, e a normalidade e legitimidade das

eleições contra a influência do poder econômico

ou o abuso do exercício de função, cargo ou

emprego na administração direta ou indireta.

(Redação dada pela Emenda Constitucional de

Revisão nº 4, de 1994)

§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado

ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias

contados da diplomação, instruída a ação com

provas de abuso do poder econômico,

corrupção ou fraude.

§ 11 - A ação de impugnação de mandato

tramitará em segredo de justiça, respondendo o

autor, na forma da lei, se temerária ou de

manifesta má-fé.

Page 78: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Constitucional– Prof Antonio Kozikoski 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 78 de 125 

  

Art. 15. É vedada a cassação de direitos

políticos, cuja perda ou suspensão só se

dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença

transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado,

enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos

imposta ou prestação alternativa, nos termos do

art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do

art. 37, § 4º.

3. PODER LEGISLATIVO

3.1. Estatuto dos Congressistas

Art. 53. Os Deputados e Senadores são

invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer

de suas opiniões, palavras e votos. (Redação

dada pela Emenda Constitucional nº 35, de

2001)

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a

expedição do diploma, serão submetidos a

julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os

membros do Congresso Nacional não poderão

ser presos, salvo em flagrante de crime

inafiançável. Nesse caso, os autos serão

remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa

respectiva, para que, pelo voto da maioria de

seus membros, resolva sobre a prisão.

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou

Deputado, por crime ocorrido após a

diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará

ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de

partido político nela representado e pelo voto da

maioria de seus membros, poderá, até a

decisão final, sustar o andamento da ação.

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela

Casa respectiva no prazo improrrogável de

quarenta e cinco dias do seu recebimento pela

Mesa Diretora.

§ 5º A sustação do processo suspende a

prescrição, enquanto durar o mandato.

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão

obrigados a testemunhar sobre informações

recebidas ou prestadas em razão do exercício

do mandato, nem sobre as pessoas que lhes

confiaram ou deles receberam informações.

3.2. Medidas provisórias

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o

Presidente da República poderá adotar

medidas provisórias, com força de lei,

devendo submetê-las de imediato ao

Congresso Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias

sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos,

partidos políticos e direito eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual

civil;

c) organização do Poder Judiciário e do

Ministério Público, a carreira e a garantia de

seus membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,

orçamento e créditos adicionais e

suplementares, ressalvado o previsto no art.

167, § 3º;

II – que vise a detenção ou seqüestro de bens,

de poupança popular ou qualquer outro ativo

financeiro;

III – reservada a lei complementar;

IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado

pelo Congresso Nacional e pendente de sanção

ou veto do Presidente da República.

Page 79: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Constitucional– Prof Antonio Kozikoski 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 79 de 125 

  

§ 2º Medida provisória que implique instituição

ou majoração de impostos, exceto os previstos

nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá

efeitos no exercício financeiro seguinte se

houver sido convertida em lei até o último dia

daquele em que foi editada.

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o

disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia,

desde a edição, se não forem convertidas em lei

no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos

termos do § 7º, uma vez por igual período,

devendo o Congresso Nacional disciplinar, por

decreto legislativo, as relações jurídicas delas

decorrentes.

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á

da publicação da medida provisória,

suspendendo-se durante os períodos de

recesso do Congresso Nacional.

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do

Congresso Nacional sobre o mérito das

medidas provisórias dependerá de juízo prévio

sobre o atendimento de seus pressupostos

constitucionais.

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada

em até quarenta e cinco dias contados de sua

publicação, entrará em regime de urgência,

subseqüentemente, em cada uma das Casas do

Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até

que se ultime a votação, todas as demais

deliberações legislativas da Casa em que

estiver tramitando.

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual

período a vigência de medida provisória que, no

prazo de sessenta dias, contado de sua

publicação, não tiver a sua votação encerrada

nas duas Casas do Congresso Nacional.

§ 8º As medidas provisórias terão sua votação

iniciada na Câmara dos Deputados.

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e

Senadores examinar as medidas provisórias e

sobre elas emitir parecer, antes de serem

apreciadas, em sessão separada, pelo plenário

de cada uma das Casas do Congresso

Nacional.

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão

legislativa, de medida provisória que tenha sido

rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por

decurso de prazo.

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se

refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição

ou perda de eficácia de medida provisória, as

relações jurídicas constituídas e decorrentes de

atos praticados durante sua vigência conservar-

se-ão por ela regidas.

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão

alterando o texto original da medida provisória,

esta manter-se-á integralmente em vigor até

que seja sancionado ou vetado o projeto.

3.3. Emendas constitucionais

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada

mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da

Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias

Legislativas das unidades da Federação,

manifestando-se, cada uma delas, pela maioria

relativa de seus membros.

§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada

na vigência de intervenção federal, de estado de

defesa ou de estado de sítio.

§ 2º - A proposta será discutida e votada em

cada Casa do Congresso Nacional, em dois

turnos, considerando-se aprovada se obtiver,

em ambos, três quintos dos votos dos

respectivos membros.

Page 80: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Constitucional– Prof Antonio Kozikoski 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 80 de 125 

  

§ 3º - A emenda à Constituição será

promulgada pelas Mesas da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal, com o

respectivo número de ordem.

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta

de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

§ 5º - A matéria constante de proposta de

emenda rejeitada ou havida por prejudicada não

pode ser objeto de nova proposta na mesma

sessão legislativa.

4. PODER EXECUTIVO

4.1. Responsabilidade do Presidente da

República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos

do Presidente da República que atentem contra

a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do

Poder Judiciário, do Ministério Público e dos

Poderes constitucionais das unidades da

Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais

e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões

judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos

em lei especial, que estabelecerá as normas de

processo e julgamento.

Art. 86. Admitida a acusação contra o

Presidente da República, por dois terços da

Câmara dos Deputados, será ele submetido a

julgamento perante o Supremo Tribunal Federal,

nas infrações penais comuns, ou perante o

Senado Federal, nos crimes de

responsabilidade.

§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas

funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a

denúncia ou queixa-crime pelo Supremo

Tribunal Federal;

II - nos crimes de responsabilidade, após a

instauração do processo pelo Senado Federal.

§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta

dias, o julgamento não estiver concluído,

cessará o afastamento do Presidente, sem

prejuízo do regular prosseguimento do

processo.

§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença

condenatória, nas infrações comuns, o

Presidente da República não estará sujeito a

prisão.

§ 4º - O Presidente da República, na vigência

de seu mandato, não pode ser responsabilizado

por atos estranhos ao exercício de suas

funções.

5. PODER JUDICIÁRIO

5.1. Garantias e impedimentos

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes

garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será

adquirida após dois anos de exercício,

dependendo a perda do cargo, nesse período,

de deliberação do tribunal a que o juiz estiver

vinculado, e, nos demais casos, de sentença

judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de

interesse público, na forma do art. 93, VIII;

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o

disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II,

153, III, e 153, § 2º, I.

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

Page 81: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Constitucional– Prof Antonio Kozikoski 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 81 de 125 

  

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro

cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas

ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios

ou contribuições de pessoas físicas, entidades

públicas ou privadas, ressalvadas as exceções

previstas em lei;

V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do

qual se afastou, antes de decorridos três anos

do afastamento do cargo por aposentadoria ou

exoneração.

5.2. Súmula vinculante

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá,

de ofício ou por provocação, mediante decisão

de dois terços dos seus membros, após

reiteradas decisões sobre matéria

constitucional, aprovar súmula que, a partir de

sua publicação na imprensa oficial, terá efeito

vinculante em relação aos demais órgãos do

Poder Judiciário e à administração pública direta

e indireta, nas esferas federal, estadual e

municipal, bem como proceder à sua revisão ou

cancelamento, na forma estabelecida em lei

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a

interpretação e a eficácia de normas

determinadas, acerca das quais haja

controvérsia atual entre órgãos judiciários ou

entre esses e a administração pública que

acarrete grave insegurança jurídica e relevante

multiplicação de processos sobre questão

idêntica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido

em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento

de súmula poderá ser provocada por aqueles

que podem propor a ação direta de

inconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial

que contrariar a súmula aplicável ou que

indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao

Supremo Tribunal Federal que, julgando-a

procedente, anulará o ato administrativo ou

cassará a decisão judicial reclamada, e

determinará que outra seja proferida com ou

sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

5.3. CNJ

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça

compõe-se de 15 (quinze) membros com

mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma)

recondução, sendo:

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;

II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça,

indicado pelo respectivo tribunal;

III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho,

indicado pelo respectivo tribunal;

IV um desembargador de Tribunal de Justiça,

indicado pelo Supremo Tribunal Federal; V um

juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal

Federal;

VI um juiz de Tribunal Regional Federal,

indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de

2004)

VII um juiz federal, indicado pelo Superior

Tribunal de Justiça;

VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho,

indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal

Superior do Trabalho;

X um membro do Ministério Público da União,

indicado pelo Procurador-Geral da República;

XI um membro do Ministério Público estadual,

escolhido pelo Procurador-Geral da República

dentre os nomes indicados pelo órgão

competente de cada instituição estadual;

Page 82: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Constitucional– Prof Antonio Kozikoski 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 82 de 125 

  

XII dois advogados, indicados pelo Conselho

Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e

reputação ilibada, indicados um pela Câmara

dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente

do Supremo Tribunal Federal e, nas suas

ausências e impedimentos, pelo Vice-

Presidente do Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Os demais membros do Conselho serão

nomeados pelo Presidente da República, depois

de aprovada a escolha pela maioria absoluta do

Senado Federal.

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as

indicações previstas neste artigo, caberá a

escolha ao Supremo Tribunal Federal.

§ 4º Compete ao Conselho o controle da

atuação administrativa e financeira do Poder

Judiciário e do cumprimento dos deveres

funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de

outras atribuições que lhe forem conferidas pelo

Estatuto da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e

pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,

podendo expedir atos regulamentares, no

âmbito de sua competência, ou recomendar

providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar,

de ofício ou mediante provocação, a legalidade

dos atos administrativos praticados por

membros ou órgãos do Poder Judiciário,

podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo

para que se adotem as providências

necessárias ao exato cumprimento da lei, sem

prejuízo da competência do Tribunal de Contas

da União;

III receber e conhecer das reclamações contra

membros ou órgãos do Poder Judiciário,

inclusive contra seus serviços auxiliares,

serventias e órgãos prestadores de serviços

notariais e de registro que atuem por delegação

do poder público ou oficializados, sem prejuízo

da competência disciplinar e correicional dos

tribunais, podendo avocar processos

disciplinares em curso e determinar a remoção,

a disponibilidade ou a aposentadoria com

subsídios ou proventos proporcionais ao tempo

de serviço e aplicar outras sanções

administrativas, assegurada ampla defesa;

IV representar ao Ministério Público, no caso de

crime contra a administração pública ou de

abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 45, de 2004)

V rever, de ofício ou mediante provocação, os

processos disciplinares de juízes e membros de

tribunais julgados há menos de um ano;

VI elaborar semestralmente relatório estatístico

sobre processos e sentenças prolatadas, por

unidade da Federação, nos diferentes órgãos do

Poder Judiciário; VII elaborar relatório anual,

propondo as providências que julgar

necessárias, sobre a situação do Poder

Judiciário no País e as atividades do Conselho,

o qual deve integrar mensagem do Presidente

do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao

Congresso Nacional, por ocasião da abertura da

sessão legislativa.

6. CONTROLE DE

CONSTITUCIONALIDADE

6.1. Controle difuso

Qualquer juiz ou tribunal.

A pedido de qualquer um.

Incidentalmente a um caso concreto.

Não há ação específica para seu

ajuizamento.

Os efeitos são inter partes e ex tunc.

Page 83: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Constitucional– Prof Antonio Kozikoski 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 83 de 125 

  

O Senado Federal pode suspender a

execução da lei declarada inconstitucional pelo

STF.

Cláusula de reserva de plenário: Art. 97.

Somente pelo voto da maioria absoluta de seus

membros ou dos membros do respectivo órgão

especial poderão os tribunais declarar a

inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do

Poder Público.

6.2. Controle concentrado: ADI, ADC,

ADPF e ADO

Foro: STF

Objeto:

ADI: lei ou ano normativo federal ou

estadual

ADC: lei ou ato normativo federal

ADPF: ato do poder público que viole

preceito fundamental.

ADO: omissão inconstitucional.

Legitimados

Legitimados

Universais

Legitimados

Especiais

I - o Presidente da

República;

II - a Mesa do Senado

Federal;

III - a Mesa da Câmara

dos Deputados;

VI - o Procurador-Geral

da República;

VII - o Conselho Federal

da Ordem dos

Advogados do Brasil;

VIII - partido político

com representação no

Congresso Nacional;

IV a Mesa de

Assembleia

Legislativa ou da

Câmara Legislativa

do Distrito Federal;

V o Governador de

Estado ou do Distrito

Federal;

IX - confederação

sindical ou entidade

de classe de âmbito

nacional.

Procedimento:

ADI: Inicial > Informações pelo órgão ou

autoridade responsável pela edição do ato

normativo questionado > defesa pelo AGU >

parecer pelo PGR e julgamento

ADC: Inicial > parecer pelo PGR >

Julgamento

ADPF: Inicial > Informações pelo órgão

ou autoridade responsável pela edição do ato

questionado > parecer pelo PGR > Julgamento

ADO: Inicial > Informações pelo órgão

ou autoridade responsável pela edição do ato

normativo questionado > defesa pelo AGU

(facultativa) > parecer pelo PGR e julgamento

Julgamento

ADI: efeitos vinculantes, erga omnes, ex

tunc

ADC: efeitos vinculantes, erga omnes,

ex tunc

OBS: Art. 27. Ao declarar a

inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e

tendo em vista razões de segurança jurídica ou

de excepcional interesse social, poderá o

Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois

terços de seus membros, restringir os efeitos

daquela declaração ou decidir que ela só tenha

eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de

outro momento que venha a ser fixado.

ADPF: anulação do ato impugnado ou

fixação de interpretação compatível com o

parâmetro.

ADO (Art. 103, parágrafo 2, CF): § 2º -

Declarada a inconstitucionalidade por omissão

de medida para tornar efetiva norma

constitucional, será dada ciência ao Poder

competente para a adoção das providências

necessárias e, em se tratando de órgão

administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

Generalidades

Page 84: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Constitucional– Prof Antonio Kozikoski 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 84 de 125 

  

Não há prazo decadencial/prescricional

para o ajuizamento

O indeferimento liminar da ação é

combatido por agravo

Nenhuma admite desistência

Todas admitem cautelar.

Todas admitem o amicus curiae

Nenhuma admite intervenção de

terceiros

A decisão final é irrecorrível, salvo

embargos de declaração

A decisão final é insuscetível de ação

rescisória

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 85: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Ambiental– Prof Valter Otaviano  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 85 de 125 

  

Professor: Valter Otaviano da Costa Ferreira

Junior

Email para contato:

[email protected]

Apostila para aula da revisão de véspera:

1.Bem Jurídico Ambiental: Conceito legal,

art.3º, inciso I, da Lei Federal nº 6.938, de 1981:

o conjunto de condições, leis, influências e

interações de ordem física, química e biológica,

que permite, abriga e rege a vida em todas as

suas formas. Meio Ambiente Natural (ar, solo,

água, fauna, flora). Meio Ambiente Artificial

(espaço urbano construído). Meio Ambiente

Cultural (art.216 da CF/88, patrimônio histórico,

artístico, arqueológico, etc) 1.1 Natureza

Jurídica: bem de interesse difuso (bem de uso

comum do povo). 1.2 Titularidade:

Metaindividual e transgeracional (das presentes

e futuras gerações).1.3 Matriz Constitucional:

art. 225 (Macro-bem). 1.4 Atividade Econômica:

art.170, inciso VI da CF/88: defesa do meio

ambiente, inclusive mediante tratamento

diferenciado conforme o impacto ambiental dos

produtos e serviços e de seus processos de

elaboração e prestação.

2. Princípios do Direito Ambiental. 2.1

Definição: enunciações normativas de valor

genérico, que condicionam e orientam a

compreensão do ordenamento jurídico. São

bases nas quais se assentam institutos e

normas jurídicas. 2.2 Precaução: Quando

houver perigo de dano grave e irreparável, a

falta de uma certeza científica absoluta não

deverá ser utilizada para postergar-se a adoção

de medidas eficazes para impedir a degradação

do meio ambiente. Na dúvida não faz. (Princípio

15 da Declaração do Rio) 2.3 Prevenção:

Adoção de medidas preventivas para impedir a

superveniência de danos ao meio ambiente

(medidas compensatórias e mitigadoras) 2.4

Função socioambiental da propriedade. 2.5

Poluidor-Pagador ou da responsabilização: Visa

imputar ao poluidor o custo social da poluição

que ele causa. Em termos econômicos é a

internalização dos custos externos ou teoria das

externalidades. 2.6 Usuário-Pagador: Os

recursos ambientais existem para o benefício de

todos. Aqueles que os utilizam de forma

privativa devem pagar pelo seu uso. Natureza

jurídica de preço público. Ex: cobrança pelo uso

da água. 2.7 Desenvolvimento Sustentável: É a

utilização racional dos recursos ambientais,

garantindo as necessidades da presente

geração, sem comprometer as necessidades

das futuras gerações (tutela entre as gerações

ou transgeracional). 2.8 Princípio da

Cooperação. 2.9 Princípio da Educação

Ambiental.

3. Tutela Constitucional do Ambiente. 3.1

Competência legislativa concorrente: União –

Normas gerais. Estados e DF - Normas

específicas para atender as suas

peculiaridades. Devem ser mais protetivas ao

meio ambiente. (art.24). O Caso dos Municípios:

Tem competência para legislar sobre meio

ambiente. Suplementar a legislação federal e

estadual, no que couber (art.30) 3.2

Competência administrativa comum: proteger o

meio ambiente e combater a poluição em

qualquer de suas formas. Art.23, inciso VI e VII,

da CF/88. Federalismo cooperativo.

4. Responsabilidade Ambiental (art.225, §3º

da CF/88). Dano ambiental: qualquer lesão ao

meio ambiente causada por condutas ou

atividades de pessoa física ou jurídica de direito

público ou privada. 4.1 Responsabilidade

Administrativa. É objetiva, salvo nos casos de

aplicação de multa simples que se exige a

Page 86: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Ambiental– Prof Valter Otaviano  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 86 de 125 

  

negligência ou o dolo. (§3º do art. 2º do Decreto

Federal nº 3.179, de 1999) 4.2

Responsabilidade Civil: Independe de culpa e

independe de a atividade ser lícita ou ilícita.

Havendo dano ao meio ambiente, deve haver a

reparação. 4.3 Responsabilidade Penal. Comete

crime a pessoa física e a pessoa jurídica

(inovação constitucional).

5. Licenciamento Ambiental: Lei

Complementar nº 140, de 2011. Competências

dos entes federados para o licenciamento. Lei

Federal nº 6.938, de 1981. Decreto Federal nº

99.274, de 1990. (Resolução nº 237/97 do

CONAMA - Conselho Nacional do Meio

Ambiente) 5.1 Definição: procedimento

administrativo pelo qual o órgão ambiental

competente licencia a localização, instalação,

ampliação e a operação de empreendimentos e

atividades utilizadoras de recursos ambientais,

consideradas efetiva ou potencialmente

poluidoras ou daquelas que, sob qualquer

forma, possam causar degradação ambiental,

considerando as disposições legais e

regulamentares e as normas técnicas. 5.2

Órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente-

SISNAMA. Órgãos ambientais da União, dos

Estados, do DF e dos Municípios. 5.3 Licença

Ambiental (Princípio da Prevenção): ato

administrativo pelo qual o órgão ambiental

competente, estabelece as condições,

restrições e medidas de controle ambiental que

deverão ser obedecidas pelo empreendedor,

pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar,

ampliar e operar empreendimentos ou

atividades utilizadoras dos recursos ambientais

consideradas efetiva ou potencialmente

poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma,

possam causar degradação ambiental. 5.4

Fases: 1) Licença Prévia (fase preliminar de

planejamento), 2) Licença de Instalação (início

da implantação do projeto aprovado) e 3)

Licença de Operação (início da atividade

licenciada). 5.5 Prazos de cada licença: LP até

5 anos, LI até 6 anos e LO até 10 anos. 5.6

Revisão da Licença ambiental.

6. Estudo Prévio de Impacto Ambiental –

EPIA/RIMA. Previsão legal: Lei Federal nº

6.938, de 1981. Carta de 1988: manteve o

EPIA. 6.1 Finalidade: Avaliar os impactos

positivos e negativos dos empreendimentos,

atividades e obras. É parte integrante do

licenciamento ambiental. 6.2 Quando é

necessário? Nos casos de significativa

degradação ambiental 6.3 Quem paga a sua

realização: o proponente do projeto. 6.4 Quem

elabora o EPIA/RIMA: uma equipe

multidisciplinar. 6.5 A responsabilidade pelo

EPIA/RIMA é do proponente do projeto. 6.6

Audiência Pública (princípio da publicidade, da

participação): objetivo: informar e discutir com

os cidadãos as implicações do projeto. Só será

obrigatória quando requerida pelo MP, por 50

cidadãos ou mais, ou por entidade civil.

7. Instrumentos da Política Nacional do Meio

Ambiente – PNMA.7.1 Previsão Legal: art. 9º

da Lei nº 6.938, de 1981. 7.2 Zoneamento

Ambiental: 7.3 Avaliação de Impacto Ambiental.

7.4 o estabelecimento de padrões de qualidade

ambiental. 7.5 o licenciamento ambiental e a

sua revisão. 7.6 e outros.

8. Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza: Previsão Legal: Lei

Federal nº 9.985, de 2000. 8.2. Grupos: Uso

Sustentável e de Proteção Integral. 8.3

Categorias das Unidades de Conservação de

Proteção Integral: Estação Ecológica, Reserva

Biológica, Parque Nacional, Monumento

Natural, e Refúgio da Vida Silvestre. 8.4

Page 87: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Ambiental– Prof Valter Otaviano  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 87 de 125 

  

Categorias das Unidades de Uso Sustentável:

Área de Proteção Ambiental – APA, Área de

Relevante Interesse Ecológico, Floresta

Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de

Fauna, Reserva de Desenvolvimento

Sustentável, e Reserva Particular do Patrimônio

Natural. 8.5. Criação das Unidades: São criadas

por ato do Poder Executivo, via Decreto

Presidencial. 8.6. Consulta Pública e estudos

técnicos: Precedem a criação das unidades de

conservação. 8.7 Exceções: A consulta pública

não é obrigatória para a criação de Estações

Ecológicas ou Reserva Biológica (ambas são de

proteção integral). 8.8 Ampliação dos limites de

uma unidade de conservação: é feita por

instrumento normativo do mesmo nível

hierárquico do que criou a unidade, desde que

seja precedida de consulta pública. 8.8

Desafetação ou redução: só pode ser feita por

lei específica. 8.9 Plano de Manejo: documento

técnico mediante o qual, com fundamento nos

objetivos gerais de uma unidade de

conservação, se estabelece o seu zoneamento

e os seus usos.

9. Recursos Hídricos: Competência para

legislar sobre águas: art.22, inciso IV da CF/88

(competência privativa da União). 10.1

Dominiliadade das águas: União e Estados.

10.2 Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hídricos: composição e objetivos.

10.3 Previsão Legal: Lei nº 9.433, de 1997 e nº

9.984, de 2000. Política Nacional de Recursos

Hídricos. Usos múltiplos e racional.

Gerenciamento por bacia hidrográfica.

Cobrança pelo uso da água. Conselho Nacional

de Recursos Hídricos. Agência Nacional de

Águas – ANA. Comitês de Bacia Hidrográfica.

10 Principais meios judiciais de proteção

ambiental. 11.1 Ação Civil Pública (Lei Federal

nº 7.347, de 1985) Legitimados ativos:

Ministério Público, União, Estados e Municípios;

Defensoria Pública, autarquias, empresas

públicas, sociedade de economia mista e

associações (ONGS) 11.2 Mandado de

Segurança Coletivo: previsto na CF/88. O direito

líquido e certo estaria consubstanciado no

direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado (art. 225 da CF/88) 11.3 Ação

Popular. Art.5º, inciso LXXIII, da CF/88. Lei

Federal nº 7.374, de 1985. Legitimado ativo:

qualquer cidadão. 11.4 Mandado de Injunção.

Previsto na CF/88. É cabível toda vez que a

falta de norma regulamentadora de um

dispositivo constitucional ou infra-constitucional

torne inviável que o meio ambiente se mantenha

ecologicamente equilibrado. 11.5 Ação Direta de

Inconstitucionalidade – (busca a declaração de

inconstitucionalidade de uma Lei ou ato

normativo violador do meio ambiente)

Referências Bibliográficas:

ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental.

4ª edição, Rio de Janeiro: Lumens Juris, 2000.

GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito de

Águas. São Paulo: Atlas, 2001.

LEME MACHADO, Paulo Afonso. Direito

Ambiental Brasileiro. 11ª edição, São Paulo:

Malheiros, 2003.

MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente – A gestão

ambiental em foco. 5ª edição, São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais, 2007.

MUKAI, Toshio. Direito Ambiental

Sistematizado. 3ª edição, Rio de Janeiro:

Forense, 1998.

Page 88: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Ambiental– Prof Valter Otaviano  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 88 de 125 

  

SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental

Constitucional. 2ª edição, São Paulo: Malheiros,

1997.

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 89: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

ECA– Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 89 de 125 

  

1. DEFINIÇÃO DE CRIANÇA E

ADOLESCENTE

CRIANÇA: Até 12 anos incompletos

ADOLESCENTE: de 12 anos completos a 18

anos

(art. 2º,)

Idade auferida à ÉPOCA DOS FATOS

EXCEPCIONALMENTE, aplica-se o

ECA, às pessoas entre 18 e 21 anos de idade

(parágrafo único, do art. 2º)

Aplicação do Estatuto às Pessoas Maiores de

18 anos

a) Cumprimento de medida

socioeducativa (somente até os 21 anos, idade

da liberação compulsória)

b) Competência para o processamento

do procedimento de ADOÇÃO, desde que o

adotando já esteja sob a guarda ou tutela dos

adotantes quando atingir os 18 anos;

XVI Exame de Ordem.

Q. 44. A FGV considerou como resposta

correta a alternativa ‘c’, segundo a qual

“o texto destacado no parágrafo único (art. 2º)

desarmoniza-se da regra do Código Civil de

2002 que estabelece que a maioridade civil

dar-se-á aos dezoitos anos; por esse motivo, a

regra indicada no enunciado não tem mais

aplicabilidade o âmbito civil”.

2. PERDA OU SUSPENSÃO DO

PODER FAMILIAR:

A Falta de Carência de Recursos

Materiais não constitui motivo suficiente para

perda ou suspensão do poder familiar,

devendo a família ser incluída em programas

oficiais de auxílio;

Condenação criminal do pai ou da

mãe, exceto na hipótese de condenação por

crime doloso, sujeito a pena de reclusão,

contra o próprio filho [ Lei nº. 12.962, de 2014]

Devido Processo Legal

LEGITIMADO:

Ministério Público ou quem tenha Interesse

Possibilidade de Suspender

LIMINARMENTE/INCIDENTALMENTE o

Poder Familiar: Motivo Grave

CITAÇÃO:

- Pessoal, salvo se esgotados todos os meios

- O requerido privado de liberdade deverá ser

citado pessoalmente (perguntar se deseja

advogado dativo)

AIJ

- Estudo Social

- Pais conhecidos devem ser ouvidos

(Se privado de liberdade, devem ser

requisitados)

Obs:

- Prazo Máximo: 120 dias

- Sentença: Averbada à margem do registro de

nascimento da criança ou do adolescente

3. PAI e MÃE PRIVADOS DE

LIBERDADE: art. 19, §4º [Lei nº. 12.962, de

2014]

Será garantida a convivência da criança e do

adolescente com a mãe e pai privados de

liberdade, por meio de VISITAS PERIÓDICAS

promovidas pelo responsável; nos casos de

acolhimento institucional, pela ENTIDADE

RESPONSÁVEL

4. FAMÍLIA SUBSTITUTA

MODALIDADE: Mediante GUARDA, TUTELA

ou ADOÇÃO

OITIVA:

CRIANÇA/ADOLESCENTE: será previamente

ouvida por equipe interprofissional, sempre

que possível (art. 28, §1º) e terá sua opinião

devidamente considerada

(respeitado seu estágio de desenvolvimento e

grau de compreensão sobre a medida)

Page 90: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

ECA– Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 90 de 125 

  

CONSENTIMENTO:

ADOLESCENTE: será obrigatoriamente

OUVIDO em AUDIÊNCIA, sendo

DETERMINANTE seu CONSENTIMENTO (art.

28, §2º)

PREFERÊNCIA:

As famílias que tenham algum grau de

parentesco com a criança ou adolescente; ou

relação de afinidade ou afetividade

PREPARAÇÃO GRADATIVA DA CRIANÇA E

DO ADOLESCENTE e Acompanhamento

Posterior

GRUPO DE IRMÃOS:

Devem ser mantidos juntos, na mesma

família substituta.

Essa é a regra geral. A exceção é sua

separação.

Ainda quando separados, deve-se buscar que

tenham algum tipo de contato para evitar a

perda do vínculo fraternal. Ex. adoção por

famílias que moram no mesmo bairro, cidade.

CRIANÇA OU ADOLESCENTE INDÍGENA ou

de ORIGEM QUILOMBOLA:

Identidade social e cultural daquele que vai ser

tutelado deve ser sopesada;

Preferência legal é pela colocação da criança

e do adolescente em família substituta da

mesma comunidade ou grupo étnico

Participação de representantes dos órgãos

federais de política indigenista e antropólogos

OBS.:

Não se deferirá a colocação em família

substituta em casos de INCOMPATIBILIDADE

ou AMBIENTE FAMILIAR INADEQUADO

Colocação em Família Substituta

Estrangeira somente é admissível na

modalidade de ADOCAÇÃO

A Guarda, Tutela e Adoção são

baseadas no Melhor Interesse da Criança.

TÍTULO III – DA PREVENÇÃO

5. Criança e o Adolescente têm direito

a:

a) Informação, Cultura, Lazer,

Esportes, Diversões e Espetáculos: art. 74 a

80

Art. 78. As revistas e publicações

contendo material impróprio ou inadequado

a crianças e adolescentes deverão ser

comercializadas em embalagem lacrada, com

a advertência de seu conteúdo.

Parágrafo único. As editoras cuidarão

para que as capas que contenham

mensagens pornográficas ou obscenas

sejam protegidas com embalagem opaca.

b) Proibida a venda a crianças e

adolescentes de produtos e serviços: art.

81

- Armas, Munições e Explosivos

- Bebidas Alcóolicas

- Produtos cujos componentes possam causar

dependência física ou psíquica

- Fogos de estampido e de artifício, exceto

aqueles de reduzido potencial

- Revistas e Publicações Adultas

- Bilhetes lotéricos

Venda de bebida alcóolica é crime,

além de ser infração administrativa.

Art. 243. Vender, fornecer, servir,

ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente,

de qualquer forma, a criança ou a adolescente,

bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros

produtos cujos componentes possam causar

dependência física ou psíquica: (Redação

dada pela Lei nº 13.106, de 2015)

Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,

e multa, se o fato não constitui crime mais

grave.

Art. 258-C. Descumprir a proibição

estabelecida no inciso II do art. 81:

Page 91: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

ECA– Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 91 de 125 

  

Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a

R$ 10.000,00 (dez mil reais);

Medida Administrativa - interdição do

estabelecimento comercial até o recolhimento

da multa aplicada.

c) Hospedagem: art. 82

Criança ou Adolescente não podem se

hospedar em:

- Hotel, Motel, Congêneres

Salvo se autorizada ou acompanhada pelos

pais ou responsáveis

d) Autorização para Viajar: art. 83 a 85

CRIANÇA ou ADOLESCENTE

nascidos em TERRITÓRIO NACIONAL não

poderá sair do país em COMPANHIA DE

ESTRANGEIRO residente ou domiciliado no

Exterior, sem prévia e expressa autorização

judicial;

CRIANÇA ou ADOLESCENTE:

precisão de autorização para viajar ao

Exterior

É dispensável a autorização

a) Estiver acompanhado de ambos ou

pais ou responsável

b) Viajar na companhia de um dos pais,

autorizado expressamente pelo outro através

de documento com firma reconhecida;

CRIANÇA não poderá viajar para fora

da COMARCA desacompanhada dos pais ou

responsáveis, sem expressa autorização

judicial.

Salvo:

a) Comarca Contígua [ mesma unidade

da federação ou região metropolitana]

b) Criança Acompanhada

- Ascendente ou Colateral Maior, até o 3º grau,

comprovado documentalmente o parentesco;

- Pessoa maior, expressamente autorizado

pelo pai/mãe/responsável

Juiz poderá conceder, a pedido,

autorização válida por 2 anos.

6. TÍTULO III: DA PRÁTICA DE ATO

INFRACIONAL

A Criança e o Adolescente são inimputáveis.

Por serem penalmente inimputáveis, estão

sujeitos a legislação especial, qual seja, o

Estatuto da Criança e do Adolescente.

7. ATO INFRACIONAL

É a conduta descrita como CRIME ou

CONTRAVENÇÃO PENAL praticada por

criança ou adolescente. Portanto, o ECA

contemplou o Princípio da Legalidade dos

Delitos e das Penas.

Art. 103. Considera-se ato infracional

a conduta descrita como crime ou

contravenção penal.

8. DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E DAS

GARANTIAS PROCESSUAIS

Aplicam-se todos os direitos individuais

previstos no art. 5º, CF. Por conseqüência,

todos os direitos e garantias individuais

aplicáveis aos imputáveis devem também ser

aplicados aos adolescentes.

Os adolescentes não podem ser

tratados de forma mais gravosa que os

adultos.

9. MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

Art. 112. Verificada a prática de ato

infracional, a autoridade competente poderá

aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

I - advertência;

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semi-liberdade;

VI - internação em estabelecimento

educacional;

Page 92: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

ECA– Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 92 de 125 

  

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I

a VI.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará

em conta a sua capacidade de cumpri-la, as

circunstâncias e a gravidade da infração.

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto

algum, será admitida a prestação de trabalho

forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou

deficiência mental receberão tratamento

individual e especializado, em local adequado

às suas condições.

Aos adolescentes são aplicados Medidas

Socioeducativas. É possível cumulá-las com

Medidas de Proteção. Em hipótese alguma

admiti-se o trabalho forçado.

9.1 CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO:

- capacidade de cumprir a medida; -

circunstâncias; gravidade da infração

9.2 OBJETIVOS: Estão previstos na Lei

nº. 12.594/2012 – Sistema Nacional de

Atendimento Socioeducativo (Sinase)

- responsabilização do adolescente quanto às

conseqüências lesivas do ato infracional,

sempre que possível incentivando sua

reparação;

- integração social e garantia dos seus direitos

individuais e sociais, por meio do cumprimento

de seu plano individual de atendimento;

- desaprovação da conduta social.

9.3 REQUISITOS:s Comprovação da

Autoria e Materialidade

Exceção: REMISSÃO e

ADVERTÊNCIA

Súmula 342 STJ: No procedimento

para aplicação de medida socioeducativa, é

nula a desistência de outras provas em face

da confissão do adolescente.

9.4 PRESCRIÇÃO MSE:

Súmula 338 STJ: A prescrição penal

é aplicável nas medidas socioeducativas.

O fundamento para aplicação da prescrição

das medidas socieducativas é que tais

medidas possuem espoco punitivo, além do

pedagógico.

10 INTERNAÇÃO: art. 121 a 125

Constitui Medida Privativa de

Liberdade

É cumprida em entidades

EXCLUSIVAS para adolescentes

Atividades Pedagógicas são

Obrigatórias, como escolarização e

profissionalização (dentro da entidade)

Atividades externas dependem de

autorização da equipe técnica da entidade,

mas podem ser vedadas pela autoridade

judiciária

APLICAÇÃO:

Desde o INÍCIO: (autônoma)

Por DESCUMPRIMENTO reiterado e

injustificável de medida anterior: não poderá

ser superior a 90 dias.

PRAZO:

Prazo de cumprimento MÍNIMO

Indeterminado;

O período máximo de internação não

excederá a 03 anos (adolescente deve ser

liberado, colocado em Regime de

Semiliberdade ou LA)

Internação Sanção: 3 meses (devido

processo legal)

Reavaliações periódicas, NO

MÁXIMO, a cada 6 meses;

Liberação Compulsória aos 21 anos;

PRINCÍPIOS:

- Brevidade, Excepcionalidade e Condição

Peculiar da Pessoa em desenvolvimento

APLICAÇÃO DA MEDIDA DE INTERNAÇÃO:

Page 93: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

ECA– Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 93 de 125 

  

Só poderá ser aplicada quando

previstas as hipóteses do rol taxativo do art..

122

A internação não é obrigatória mesmo

que presentes as situações do art. 122, ECA

Art. 122. A medida de internação só

poderá ser aplicada quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido

mediante grave ameaça ou violência a pessoa;

II - por reiteração no cometimento de outras

infrações graves;

III - por descumprimento reiterado e

injustificável da medida anteriormente imposta.

§ 1o O prazo de internação na hipótese do

inciso III deste artigo não poderá ser superior a

3 (três) meses, devendo ser decretada

judicialmente após o devido processo

legal.

§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a

internação, havendo outra medida adequada.

Súmula 492 STJ: O ato infracional

análogo ao tráfico de drogas, por si só, não

conduz obrigatoriamente à imposição de

medida socioeducativa de internação do

adolescente.

Sumula 265 STJ: É necessária a

oitiva do menor infrator antes de decretar a

regressão da medida ssocioeducativa.

10.1 ESPÉCIES DE INTERNAÇÃO

a) INTERNAÇÃO SEM PRAZO

DETERMINADO: Decretada pelo magistrado,

em sentença proferida no processo de

conhecimento. Tem prazo máximo de 3 anos.

Está prevista no art. 122, I e II;

b) INTERNAÇÃO COM PRAZO

DETERMINADO: Decretada pelo magistrado

em processo de execução, em razão do

descumprimento de medida anteriormente

imposta. Tem prazo máximo de 3 meses. Está

prevista no art. 122, III;

c) INTERNAÇÃO PROVISÓRIA:

Decretada pelo magistrado, no processo de

conhecimento, antes da sentença. Tem prazo

limitado de 45 dias. Está prevista no art. 108

- Decisão fundamentada

- Baseada em indícios suficientes de autoria e

materialidade

- Deve-se demonstrar a necessidade

imperiosa da medida

- homogeneidade com as situações do art. 122

ECA

- Prazo da internação é de 45 dias

- Procedimento deve ser concluído em 45 dias

11 RECURSOS: art. 198 a 199-E

Adoção do Sistema Recursal do CPC

(ECA cível, infracional, e execução das MSE)

Prazo Comum de 10 dias (MP e

Defesa), exceto para E.D

Recursos têm Preferência de

Julgamento e Dispensão Revisor

Apelação e Agravo de Instrumento:

Juízo de Retratação

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

Page 94: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Civil ‐ Familia– Prof Gustavo Eidt  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 94 de 125 

  

Dicas de Direito de Família e Direito das

Sucessões

Dica 01. Impedimentos para o Casamento

‐ Impedimentos de Ordem Pública

(Impedimentos Absolutos) (Art. 1.521, CC).

Dirimem o casamento se contrariados, ou seja,

geram a nulidade do casamento (Art. 1.548, II,

CC).

‐ Impedimentos de Ordem Privada

(Causas de Invalidade) (Art. 1.550, CC).

Produzem a anulabilidade do casamento, se

inobservados.

‐ Causas Suspensivas (Art. 1.523, CC).

Não invalidam o casamento, mas a sua

inobservância provoca consequências

patrimoniais relevantes, pois impõe o regime

de separação obrigatória de bens (Art. 1.641,

I, CC). Contudo, é possível requerer em juízo

o afastamento das causas suspensivas

demonstrando as hipóteses do Art. 1.523,

parágrafo único, CC).

‐ *** Em relação à União Estável –

aplicam-se apenas os impedimentos de

Ordem Pública do Art. 1.521, CC. No entanto,

deve-se lembrar que o impedimento da

monogamia deve ser relativizado, uma vez

que as pessoas separadas de fato e

separadas judicialmente podem contrair união

estável (Art. 1.723, parágrafo primeiro, CC).

Dica 02. Deveres Conjugais:

‐ Deveres do casamento:

fidelidade recíproca;

vida em comum no domicilio conjugal;

mútua assistência;

sustento, guarda e educação dos

filhos menores;

respeito e consideração mútuos.

‐ Deveres na União Estável:

lealdade;

respeito e assistência;

guarda, sustento e educação dos

filhos.

Dica 03. Alimentos:

‐ Naturais: são os alimentos que as

pessoas precisam para sobreviver (mínimo

básico existencial);

‐ Civis: são os alimentos que as

pessoas necessitam para manter o seu padrão

social (manutenção do padrão de vida);

‐ Provisórios: são os alimentos que o

Juiz sumariamente defere no curso de uma

ação de alimentos (Art. 4o, Lei 5.478/68).

‐ Provisionais: são os alimentos que o

Juiz sumariamente defere no curso de uma

ação diversa da ação de alimentos (ex. Ação

de divórcio).

‐ Definitivos: são aqueles definidos por

sentença transitado em julgado com

julgamento de mérito.

‐ Gravídicos: são aqueles devidos pelo

suposto pai durante o estado de gravidez (os

meros indícios de paternidade são suficientes

para gerar o dever de prestar tais alimentos).

Dica 04. Guarda Compartilhada:

A guarda, unilateral ou compartilhada,

poderá ser:

‐ requerida, por consenso, pelo pai e

pela mãe, ou por qualquer deles, em ação

autônoma de separação, de divórcio, de

dissolução de união estável ou em medida

cautelar;

‐ decretada pelo juiz, em atenção a

necessidades específicas do filho, ou em

razão da distribuição de tempo necessário ao

convívio deste com o pai e com a mãe.

A guarda será compartilhada quando:

não houver acordo entre a mãe e o pai quanto

à guarda do filho, encontrando-se ambos os

genitores aptos a exercer o poder familiar,

Page 95: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Civil ‐ Familia– Prof Gustavo Eidt  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 95 de 125 

  

será aplicada a guarda compartilhada, salvo

se um dos genitores declarar ao magistrado

que não deseja a guarda do menor. (Redação

dada pela Lei nº 13.058, de 2014)

Dica 05. Herança:

É transmitida para os herdeiros desde

a abertura da sucessão (Art. 1.784, CC);

A herança é indivisível ainda que

sejam vários os herdeiros (Art. 1.791, CC);

Até a partilha a herança deve ser

regulada pelas normas atinentes ao

condomínio voluntário, se houver mais de um

herdeiro (Art. 1.791, parágrafo único, CC);

A disposição sobre a herança é

facultada a cada herdeiro na força de seus

quinhões por meio de cessão de direitos

hereditários, mediante escritura pública (Art.

1.793, CC);

Assiste direito de prelação entre

herdeiros para aquisição dos direitos

sucessórios (Art. 1.794, CC).

Dica 06. Aceitação e Renúncia da Herança:

a aceitação pode ser tácita ou

expressa, sem forma definida (Ato jurídico

simplificado);

a renúncia é ato solene devendo ser

realizada por instrumento público ou termo

judicial;

os atos de aceitação e renúncia são

voluntários, irrevogáveis e indivisíveis;

ambos tem efeito retroativo até a data

de abertura da sucessão;

o ato de aceitação ou renúncia sobre o

quinhão legatário não importa em aceitação ou

renúncia sobre o quinhão da legítima.

Dica 07. Sucessão do cônjuge em

concorrência:

O cônjuge somente concorre com os

descendentes nos regimes de comunhão

parcial de bens em que o falecido tenha

deixado bens particulares, no regime de

separação convencional de bens e no regime

de participação final de aquestos;

Em concorrência com os

descendentes o cônjuge tem direito a pelo

menos ¼ da herança, se for ascendente de

todos os descendentes com quem concorre.

Na sucessão dos ascendentes, o

cônjuge sobrevivente concorre independente

do regime de bens do casamento.

Em concorrência com ascendentes de

primeiro grau o cônjuge terá direito a pelo

menos 1/3 da herança; nos demais graus de

ascendência o cônjuge terá direito a metade

da herança;

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

Page 96: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 96 de 125 

  

1. FONTES

Constituição da República; Tratados

Internacionais (EC/Supra Lega) e Legislação

Infraconstitucional

2. REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL

DE COMPETÊNCIA

- Cabe a União editar normas de direito

processual penal – competência privativa (art.

22, I, CF)

- Compete a União, Estados e o DF legislar

concorrentemente sobre Direito Penitenciário,

e procedimentos em matéria processual (art.

24, I e XI, CF)

3. CONTAGEM DE PRAZO

- Diferente da contagem do Prazo de Direito

Penal

Exclui-se o dia de início, inclui-se o final

Obs.: Se intimado na sexta, o prazo começa a

correr a partir do primeiro dia útil seguinte

: Prorroga-se o prazo se findar em dia não

útil [ex., final de semana]

4. INTERPRETAÇÃO: P.A.I

Interpretação Extensiva; Analogia;

Princípios Gerais do Direito

5. LEI PROCESSUAL PENAL NO

ESPAÇO

Aplica-se o Princípio da Territorialidade: a lei

processual penal brasileira será aplicada

apenas no território brasileiro, pelos juízes

brasileiros.

6. LEI PROCESSUAL PENAL NO

TEMPO

PROCESSO PENAL: Princípio da

Imediatidade

- A lei processual penal aplica-se de imediato,

desde a data de sua vigência, respeitada,

porém, a validade dos atos realizados sob o

império da legislação anterior;

- Não se questiona se a lei é benéfica ou

prejudicial ao réu

Se a Lei possuir natureza mista

(caracteres penal e processual penal), aplica-

se o Princípio da Irretroatividade da lei, salvo

se mais benéfica ao réu.

Ex.: Institutos despenalizadores da Lei nº.

9.099/95.

7. INQUÉRITO POLICIAL

É o procedimento administrativo inquisitivo e

preparatório, presidido pela autoridade policial

com o objetivo de colher elementos de

informação quanto à autoria e materialidade

da infração penal, a fim de se permitir que o

titular da ação penal possa ingressar em juízo.

7.1 CARACTERÍSTICAS

Escrito

Dispensável

Sigiloso

Externo: O sigilo é para

terceiros/sociedade. Não está disponível para

qualquer um do povo. [No processo predomina

a publicidade]

Interno: não se opõe para os envolvidos

Não se opõe o sigilo: Juiz, MP, Advogado

Advogado: Súmula Vinculante 14

Procuração: não há necessidade, salvo se

houver informações relativas a vida

privada/intimidade do investigado

Acesso: - Limitado as informações já

documentas

- Não tem acesso as diligências em

andamento

Meio de se obter acesso: Mandado de

Segurança

Reclamação Constitucional

Inquisitivo

Discricionário

Art. 14. O ofendido, ou seu

representante legal, e o indiciado poderão

requerer qualquer diligência, que será

realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Page 97: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 97 de 125 

  

Indisponível: Art. 17. A autoridade

policial não poderá mandar arquivar autos de

inquérito.

Temporário

7.2 ELEMENTOS INFORMATIVOS X

PROVAS

Art. 155. O juiz formará sua

convicção pela livre apreciação da prova

produzida em contraditório judicial, não

podendo fundamentar sua decisão

exclusivamente nos elementos informativos

colhidos na investigação, ressalvadas as

provas cautelares, não repetíveis e

antecipadas.

Parágrafo único. Somente quanto ao

estado das pessoas serão observadas as

restrições estabelecidas na lei civil.

7.3 PROVIDENCIAS DO MP

Ação Penal Pública:

Oferecer Denúncia

Requisição de Diligências, desde que

indispensáveis a formação da opinio delicti

Promoção do Arquivamento:

Art. 28. Se o órgão do Ministério

Público, ao invés de apresentar a denúncia,

requerer o arquivamento do inquérito policial

ou de quaisquer peças de informação, o juiz,

no caso de considerar improcedentes as

razões invocadas, fará remessa do inquérito

ou peças de informação ao procurador-geral, e

este oferecerá a denúncia, designará outro

órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou

insistirá no pedido de arquivamento, ao qual

só então estará o juiz obrigado a atender.

7.4 DESARQUIVAMENTO

E para o desarquivamento é necessário a

existência de PROVAS NOVAS.

Art. 18. Depois de ordenado o

arquivamento do inquérito pela autoridade

judiciária, por falta de base para a denúncia, a

autoridade policial poderá proceder a novas

pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

8. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA

PÚBLICA

8.1 PRINCÍPIOS

a) Princípio da Obrigatoriedade:

presente as condições da ação, o MP está

obrigado a oferecer a denúncia (art. 24 CPP).

Exceção: TRANSAÇÃO PENAL: art. 76 da

Lei nº. 9.099/95 - Infração de Menor Potencial

Ofensivo

b) Princípio da Indisponibilidade:

significa que o MP não pode desistir da ação

penal pública e nem do recurso que haja

interposto.

Exceção: SUSPENSÃO CONDICIONAL DO

PROCESSO: art. 81 da Lei nº. 9.099/95

Cabe para qualquer delito com a pena MÍNIMA

igual ou inferior a 1 ano

STF Súmula nº 696 [aplica-se

também para a transação penal]

Reunidos os pressupostos legais permissivos

da suspensão condicional do processo, mas

se recusando o Promotor de Justiça a propô-

la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao

Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o

art. 28 do Código de Processo Penal.

c) Princípio da Divisibilidade: O MP

pode denunciar alguns corréus e prosseguir as

investigações em relação ao outro.

8.2 ESPÉCIES

a) Ação Penal de Iniciativa Pública

Condicionada: Representação do Ofendido

ou Representa Legal/ ou Requisição do

Ministro da Justiça

Obs.: A representação ou a requisição do

Ministro da Justiça não vinculam o MP.

b. 1) Ação Penal de Iniciativa pública

condicionada a REPRESENTAÇÃO

REPRESENTAÇÃO:

Page 98: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 98 de 125 

  

É uma condição de procedibilidade para que

se possa iniciar a persecução criminal;

É a manifestação de vontade da vítima ou de

seu representante legal no sentido de que tem

interesse na persecução criminal.

Ausência de rigor formal:

DESTINATÁRIO: Autoridade Policial, MP, Juiz

PRAZO: 6 meses, do conhecimento da autoria

da infração penal.

- Prazo Decadencial (não se interrompe ou

suspende)

- É 6 meses e não 180 dias

- Prazo de Natureza Penal: inclui-se o dia do

início e exclui-se o dia do término

11/05/2013 – 10/11/2013

LEGITIMIDADE:

a) Pessoa com mais de 18 anos

b) Representante Legal (qualquer pessoa

que seja responsável pela criança ou

adolescente). Se houver colidência de

interesses, deve ser nomeado curador

especial

c) C.A.D.I: no caso de morte da vítima.

RETRATAÇÃO: enquanto não oferecida a

denúncia, a vítima pode retratar-se da

representação.

Art. 25. A representação será

irretratável, depois de oferecida a denúncia.

LEI 11.340/06: Lei Maria da Penha:

LESÃO CORPORAL

- ADI 4424, ajuizada pela Procuradoria Geral

da República, tendo como Relator o Min.

Marco Aurélio.

- O delito de lesão corporal no âmbito

doméstico e familiar contra a mulher,

independente da extensão da lesão, é

perseguido mediante Ação Penal de Iniciativa

Pública Incondicionada.

- Não se aplica a Lei nº. 9.099/95

DEMAIS DELITOS

- Necessidade de Audiência designada para

este fim

- Antes do Recebimento da Denúncia e

ouvido o Ministério Público

Art. 16. Nas ações penais públicas

condicionadas à representação da ofendida de

que trata esta Lei, só será admitida a renúncia

à representação perante o juiz, em audiência

especialmente designada com tal finalidade,

antes do recebimento da denúncia e ouvido o

Ministério Público.

9 AÇÃO PENAL DE INICIATIVA

PRIVADA

A) Princípio da Conveniência ou

Oportunidade:

DECADÊNCIA: perda do direito de

ação, por não ter exercido no prazo de 6

meses, contados após o conhecimento da

autoria;

RENÚNCIA: Prática de ato

incompatível com a vontade de ver

processado o autor da infração penal.

- Pode ser Tácita ou Expressa

- A renúncia é antes de ajuizar a queixa-crime

- a Renúncia se estende a todos os autores do

crime.

B) Princípio da Disponibilidade: uma vez

exercida a ação penal, o querelante poderá

desistir dela, seja por meio do perdão ou

perempção.

Perdão e a Perempção: Acarreta a Extinção

da Punibilidade.

PERDÃO: Ato bilateral. Depende de

aceitação.

- é no curso da ação penal

- Perdão poderá ser tácito ou expresso

- Perdão poderá ser extraprocessual ou

processual

Page 99: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 99 de 125 

  

- Concedido o perdão nos autos, o querelado

será intimado a dizer, no prazo de 3 dias se

aceita. O silencio importará aceitação.

- o perdão concedido a um dos querelados, a

todos se estende, mas somente extingue a

punibilidade daqueles que o aceitarem.

- Perdão Tácito: Admite qualquer meio de

prova

PEREMPÇÃO: É a desídia do

querelante que exerceu o direito de ação.

- é uma sanção processual pela inércia na

condução da ação privada

HIPÓTESES: art. 60 CPP

Art. 60. Nos casos em que somente

se procede mediante queixa, considerar-se-á

perempta a ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar

de promover o andamento do processo

durante 30 dias seguidos;

II - quando, falecendo o querelante, ou

sobrevindo sua incapacidade, não comparecer

em juízo, para prosseguir no processo, dentro

do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das

pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o

disposto no art. 36;

III - quando o querelante deixar de

comparecer, sem motivo justificado, a

qualquer ato do processo a que deva estar

presente, ou deixar de formular o pedido de

condenação nas alegações finais;

IV - quando, sendo o querelante pessoa

jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

C) Princípio da Indisponibilidade: O

processo de um acusado obriga ao processo

de todos.

Art. 48. A queixa contra qualquer dos

autores do crime obrigará ao processo de

todos, e o Ministério Público velará pela sua

indivisibilidade.

D) CONTRA A HONRA DE

FUNCIONÁRIO PÚBLICO, no exercício das

funções

Legitimidade concorrente: Ofendido ou MP

Funcionário Público por meio de Queixa Crime

Ou

Representação ao MP

10 COMPETÊNCIA: É o espaço dentro

do qual o poder jurisdicional pode ser

exercido.

Espécies de Competência: Matéria,

Função, Local

Competência Absoluta:- Se violada,

é caso de nulidade absoluta de todos os atos

praticados no feito, decisórios ou instrutório

- Competência por Matéria e por Prerrogativa

de Função

Competência Relativa: - Se violada,

é capaz de produzir uma nulidade relativa dos

atos decisórios, não sendo anulado os atos

instrutórios

- Competência Territorial

COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE

FUNÇÃO

I - As autoridades com foro por prerrogativa

de função previstos na CF não irão a Júri,

caso cometam um crime doloso contra a vida.

II – Co-autoria: ambos os acusados serão

julgados pelo foro de prerrogativa de

funçaõ, em virtude da conexão (art. 78, III,

CP)

STF Súmula nº 704 -

Não viola as garantias do juiz natural, da

ampla defesa e do devido processo legal a

atração por continência ou conexão do

processo do co-réu ao foro por prerrogativa de

função de um dos denunciados.

Súmula Vinculante 45

Fonte de Publicação DJe nº 72 de 17/04/2015,

Page 100: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 100 de 125 

  

A competência constitucional do Tribunal do

Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de

função estabelecido exclusivamente pela

constituição estadual.

Agora, se há um crime doloso contra a vida, os

processos deverão ser separados:

a) Autoridade será julgado no foro

privilegiado

b) Cidadão comum será julgado pelo

Tribunal do Júri

CRITÉRIO DE SIMETRIA

STF

PODER EXECUTIVO:

- Presidente e Vice- Presidente

- Ministros de Estado

- Advogado Geral da União

- Presidente do Banco Central

PODER LEGISLATIVO:

- Deputados Federais e Senadores

PODER JUDICIÁRIO:

- Membros dos Tribunais Superiores (STF,

STJ, STM, TST, TSE) - Ministros

OUTRAS AUTORIDADES:

- Procurador Geral da República

- Comandantes das Forças Armadas(Marinha,

Aeronáutica e Exercito)

- Membros dos Tribunais de Contas da União

*COMPETÊNCIA FIXA: independentemente

do crime.

STJ

PODER EXECUTIVO:

- Governadores de Estado e do DF

PODER LEGISLATIVO:

PODER JUDICIÁRIO:

- Membros do TRF, TRE, TJ e TRT

(desembargadores)

OUTRAS AUTORIDADES:

- Membros do MP que autuarem perante

Tribunais

- Membros dos Tribunais de Conta dos

Estados e DF

- Membros dos Conselhos ou Tribunais de

Contas do Município

*COMPETÊNCIA FIXA: independentemente

do crime.

TJ

PODER EXECUTIVO:

- Prefeitos

PODER LEGISLATIVO:

- Deputados Estaduais

PODER JUDICIÁRIO:

- Juízes de Direito

OUTRA AUTORIDADE:

- Membro do MP Estadual

* COMPETÊNCIA MÓVEL quanto aos crimes

eleitorais: TRE

*Vereadores não tem foro por prerrogativa de

função, sendo julgado na primeira instância.

TRF: art. 108

PODER EXECUTIVO:

- Prefeitos (crime de que há interesse da

União, autarquia ou empresa pública federais)

STJ Súmula nº 208 - Compete à

Justiça Federal processar e julgar prefeito

municipal por desvio de verba sujeita a

prestação de contas perante órgão federal.

STJ Súmula nº 209 - Compete à

Justiça Estadual processar e julgar prefeito por

desvio de verba transferida e incorporada ao

patrimônio municipal.

PODER LEGISLATIVO:

- Deputados Estaduais (crime de que há

interesse da União, autarquia ou empresa

pública federais)

PODER JUDICIÁRIO:

- Juízes Federais, Trabalho, Militares da União

OUTRA AUTORIDADE:

- Membros do MP da União

JUSTIÇA FEDERAL:

Page 101: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 101 de 125 

  

A Justiça Federal NÃO JULGA

CONTRAVENÇÕES PENAIS e ATOS

INFRACIONAIS.

STJ Súmula nº 38

Compete à Justiça Estadual Comum, na

vigência da Constituição de 1988, o processo

por contravenção penal, ainda que praticada

em detrimento de bens, serviços ou interesse

da União ou de suas entidades.

ENUNCIADOS DE SÚMULAS

STJ – Súmula 73. A utilização de

papel moeda grosseiramente falsificado

configura, em tese, o crime de estelionato, de

competência da Justiça Estadual.

STJ – Súmula 107. Compete à Justiça

Comum estadual processar e julgar crime de

estelionato praticado mediante falsificação das

guias de recolhimento das contribuições

previdenciárias quando não ocorrente lesão à

autarquia federal;

STJ – Súmula 147. Compete a Justiça

Federal processar e julgar os crimes

praticados contra funcionário público federal,

quando relacionados com o exercício da

função.

STJ – Súmula 151. A competência

para o processo e julgamento por crime de

contrabando ou descaminho define-se pela

prevenção do juízo federal do lugar da

apreensão dos bens;

STJ – Súmula 165. Compete à Justiça

Federal processar e julgar crime de falso

testemunho cometido no processo trabalhista.

STJ – Súmula 200. O juízo federal

competente para processar e julgar acusado

de crime de uso de passaporte falso é o lugar

onde o delito se consumou;

STJ - Súmula 528: “Compete ao juiz

federal do local da apreensão da droga

remetida do exterior pela via postal processar

e julgar o crime de tráfico internacional.”

STF – Súmula 498. Compete a

Justiça dos Estados, em ambas as instâncias,

o processo e o julgamento dos crimes contra a

economia popular.

STF RE 628624 Publicar na internet

imagens com conteúdo de pedofilia é um

crime de competência federal, por ser um

delito previsto em convenção internacional

assinada pelo Brasil e que pode ter

repercussão internacional

11. PRINCÍPO DA CORELAÇÃO ENTRE

ACUSAÇÃO E SENTENÇA

Implica na exigência de que o fato imputado

ao réu, na peça inicial acusatória, guarde

perfeita correspondência com o fato conhecido

pelo juiz, na sentença, sob pena de grave

violação aos princípios do contraditório e da

ampla defesa, consequentemente, ao devido

processo legal (NUCCI, 2008m, p. 661).

QUADRO SINÓTICO: [ALVES, Leonardo

Barreto Moreira. Processo Penal: parte

especial. 2 ed. Salvador: JusPodivm, 2012,

182]

EMENDATIO LIBELLI

O autor da ação penal, na peça inicial,

narra corretamente os fatos, mas se equivoca

na tipificação jurídica dos mesmos;

Tendo em vista que não se opera

alteração na narrativa dos fatos, permite-se o

conserto da tipificação jurídica dos mesmos de

ofício pelo juiz, sem necessidade de

aditamento da denúncia;

Pode ser aplicada na segunda

instância

Art. 383. O juiz, sem modificar a

descrição do fato contida na denúncia ou

queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica

Page 102: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 102 de 125 

  

diversa, ainda que, em conseqüência, tenha

de aplicar pena mais grave.

§ 1o Se, em conseqüência de definição

jurídica diversa, houver possibilidade de

proposta de suspensão condicional do

processo, o juiz procederá de acordo com o

disposto na lei.

§ 2o Tratando-se de infração da competência

de outro juízo, a este serão encaminhados os

autos.

MUTATIO LIBELLI

O autor da ação penal, na peça inicial,

narra os fatos e os tipifica corretamente. No

entanto, com o resultado da instrução criminal,

surge prova nova a respeito de elemento ou

circunstancia da infração penal não contida na

inicial acusatória;

Tendo em vista que se opera alteração

na narrativa dos fatos, não se permite o

conserto da tipificação jurídica dos mesmos de

ofício pelo juiz, exigindo-se, portanto,

aditamento da denúncia;

Nova imputação fática

Somente Ação Penal Pública

O juiz não pode realizar de ofício,

sendo atribuição exclusiva do MP. Em caso de

discordância, aplica-se o art. 28 (remessa ao

PGJ)

Não pode ser aplicada na segunda

instância.

Em virtude da Mutacio, passa a ser

possível a Proposta de Suspensão

Condicional do Processo, ela deve ser

aplicada

Desclassificação do crime para

competência de outro juízo, a ele serão

remetidos os autos

Art. 384. Encerrada a instrução

probatória, se entender cabível nova definição

jurídica do fato, em conseqüência de prova

existente nos autos de elemento ou

circunstância da infração penal não contida na

acusação, o Ministério Público deverá aditar a

denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)

dias, se em virtude desta houver sido

instaurado o processo em crime de ação

pública, reduzindo-se a termo o aditamento,

quando feito oralmente.

§ 1o Não procedendo o órgão do Ministério

Público ao aditamento, aplica-se o art. 28

deste Código.

§ 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo

de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o

juiz, a requerimento de qualquer das partes,

designará dia e hora para continuação da

audiência, com inquirição de testemunhas,

novo interrogatório do acusado, realização de

debates e julgamento.

§ 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e

2o do art. 383 ao caput deste artigo.

§ 4o Havendo aditamento, cada parte poderá

arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5

(cinco) dias, ficando o juiz, na sentença,

adstrito aos termos do aditamento.

§ 5o Não recebido o aditamento, o processo

prosseguirá.

12. PROCEDIMENTOS: Comum (regra)

ou Especial (previsão em lei)

a) Ordinário

b) Sumário

c) Sumaríssimo

Parâmetro: Pena Máxima cominada

abstratamente

a) Ordinário: Igual ou Superior a 4 anos

b) Sumário: Inferior a 4 e Superior a 2

c) Sumaríssimo: previsto na Lei nº

9.099/95 – Infrações Penais de Menor

Potencial Ofensivo

A pena de multa é indiferente para aferição

do tipo de procedimento

Page 103: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 103 de 125 

  

As disposições dos arts. 395 a 398

deste Código aplicam-se a todos os

Procedimentos Penais de Primeiro Grau:

somente aos procedimentos de 1º grau, já

que a legislação especial rege o

processamento criminal nos tribunais;

-Rejeição da Denúncia

- Resposta à Acusação

- Absolvição Sumária

Aplicam-se subsidiariamente aos

procedimentos ESPECIAL, SUMÁRIO e

SUMÁRISSIMO, as disposições do

procedimento comum ordinário.

Procedimento dos Crimes Dolosos

Contra a Vida: Tribunal do Júri - arts. 406-

497

12.1 CARACTERÍSTICAS

Princípio da Identidade Física do

Juiz: o juiz que preside a instrução deverá

proferir sentença (art. 399, §2º, CPP)

- Aplicam-se as limitações do art. 132 CPC:

Licenciado, afastado, promovido ou

aposentado

Art. 132 CPC. O juiz, titular ou

substituto, que concluir a audiência julgará a

lide, salvo se estiver convocado, licenciado,

afastado por qualquer motivo, promovido ou

aposentado, casos em que passará os autos

ao seu sucessor.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz

que proferir a sentença, se entender

necessário, poderá mandar repetir as provas

já produzidas

Testemunhas:

Ordinário: 08 testemunhas

Sumário: 05 testemunhas

Sumaríssimo: 03 testemunhas – Entendimento

Doutrinário

Resp. Acusação: Concentração da

Matéria de Defesa

* Petição Obrigatória, sob pena de nulidade

* O juízo, minimamente, deve analisar o

conteúdo da Resp. Acusação e

*Não houve previsão para a Tréplica do MP

* Tréplica apenas no Procedimento do Tribunal

do Júri: art. 409

Rito:

12.2 Procedimento Sumaríssimo

Disciplina pela Lei nº. 9.099/95:

JECRIM

Infrações de Menor Potencial

Ofensivo: são todas as contravenções penais

e crimes cuja pena máxima não é superior a 4

anos, cumulados ou não com multa.

Não se aplica a Lei nº. 9.099/95 aos

casos de Violência Doméstica e Familiar

contra a Mulher

Competência: Natureza da Infração e

Local

Acusado não é encontrado para ser

Citado/Preso: Desloca-se para o Juízo

Comum. Lá adota-se o Procedimento Comum

Sumário

Não se admite citação por Edital

Réu Preso

Descumprimento da Pena de Multa:

- Conversão em Dívida de Valor, a ser

executada na Fazenda Pública

Rito: 1º TCC, Audiência Preliminar,

com composição civil ou transação penal.

Negativa, denúncia oral e intimação.

2º Audiência de Instrução e Julgamento: Resp,

Rejeição x Recebimento, V,Ta,Td,

Interrogatório, Alegações, sentença

12.3 Lei de Drogas

Rito: IP, Notificação, Defesa Prévia,

Rejeição x Recebimento, Interrogatório, V, Ta,

Td, Alegações, Sentença

13. RECURSOS

Page 104: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 104 de 125 

  

VEDAÇÃO DA REFORMATIO IN

PEJUS: proibição de que a parte que recorreu

tenha contra si prolatada uma nova decisão

que seja mais gravosa que a anterior.

“É a chamada Reformatio In Pejus Direta, por

meio do qual se entende que se só a defesa

recorre, tendo a acusação se conformado com

o provimento jurisdicional, a situação do réu

não poderá ser agravada”.

STF Súmula nº 160 -

É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra

o réu, nulidade não argüida no recurso da

acusação, ressalvados os casos de recurso de

ofício.

Também é vedada a REFORMATIO

IN PEJUS INDIRETA, que ocorre quando o

tribunal ad quem, em sede de recurso

promovido exclusivamente pela defesa, anula

decisão anterior, remetendo os autos ao

órgão a quo para proferir novo julgamento, que

não poderá piorar a situação do acusado, pois

se pudesse fazê-lo, indiretamente estaria

exasperando a situação do réu, quando só a

defesa tenha recorrido.

13.1 Recurso em Sentido Estrito (RESE)

PRAZO: 5 dias para Interpor e 2 para Arrazoar

CABIMENTO: Situações casuísticas e

taxativas do art. 581, CPP.

As situações que versam sobre pena

(XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII e XXIV)

foram revogadas pelo art. 197 da LEP –

Agravo em Execução

- contra o despacho que NÃO RECEBE a

Denúncia ou Queixa

STF Súmula nº 707 -

Constitui nulidade a falta de intimação do

denunciado para oferecer contra-razões ao

recurso interposto da rejeição da denúncia,

não a suprindo a nomeação de defensor

dativo.

- Decisões que concluírem pela Incompetência

do Juízo

- Decisão que julgar procedente as Exceções,

salvo de Suspeição

- Decisão de Pronúncia e Desclassificação

- Decisão de Primeiro Grau que não Receber a

Apelação ou Julgá-la Deserta

- Decisão que concede, nega, arbitra, cassa

ou julga inidônea a FIANÇA, indefere

Requerimento de PRISÃO PREVENTIVA, ou a

Revoga; concede LIBERDADE PROVISÓRIA,

ou RELAXA A PRISÃO EM FLAGRANTE

-Decisão que julga Quebrada a Fiança ou

Perdido o seu Valor

- Decreta a Prescrição ou Extinta a

Punibilidade

- Decisão que anula o processo da instrução

criminal, no todo em parte

13.2 Apelação

PRAZO: 5 dias para Interpor e 8 para Arrazoar

CABIMENTO:

- Das sentenças definitivas de condenação ou

absolvição

- Das decisões definitivas ou com força de

definitivas, proferidas pelo juiz singular, nos

casos não previstos no Capítulo anterior

(RESE)

Ex. Cancelamento de Arresto e Hipoteca

Legal, Restituição de coisas apreendidas

- Júri – 1ª Fase: Absolvição Sumária e

Impronúncia

- Decisões proferidas pelo Júri: art. 593, III –

Fundamentação Vinculada

Art. 593. Caberá apelação no prazo

de 5 (cinco) dias:

I - das sentenças definitivas de condenação ou

absolvição proferidas por juiz singular;

II - das decisões definitivas, ou com força de

definitivas, proferidas por juiz singular nos

casos não previstos no Capítulo anterior;

Page 105: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 105 de 125 

  

III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:

a) ocorrer nulidade posterior à

pronúncia;

b) for a sentença do juiz-presidente

contrária à lei expressa ou à decisão dos

jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à

aplicação da pena ou da medida de

segurança;

d) for a decisão dos jurados

manifestamente contrária à prova dos autos.

JECRIM: 10 dias(interpor e arrazoar

conjuntamente)

- decisão que não recebe a Queixa ou

denúncia

- sentença absolutória ou condenatória

13.3 Agravo em Execução

OBSERVAÇÕES:

Aplica-se, no que couber, o rito do Recurso em

Sentido Estrito

Possui efeito Diferido, Regressivo ou Iterativo

(juízo de retratação)

PRAZO: 05 dias

SÚMULA 700 STF É DE CINCO DIAS

O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE

AGRAVO CONTRA DECISÃO DO JUIZ DA

EXECUÇÃO PENAL.

CABIMENTO: qualquer decisão proferida na

execução penal

Art. 197 LEP: Das decisões proferidas

pelo juiz das execuções penais, que causem

prejuízo à acusação ou a defesa, caberá

recurso de agravo, sem efeito suspensivo.

EFEITOS

- Devolutivo E Regressivo

*Efeito Suspensivo, apenas, na

Desinternação ou Liberação de pessoa em

Medida Segurança (art. 179, LEP)

Art. 179. Transitada em julgado a

sentença, o Juiz expedirá ordem para a

desinternação ou a liberação.

Execução Penal STJ

SÚMULA 40: Para obtenção dos

benefícios de saída temporária e trabalho

externo, considera-se o tempo de

cumprimento da pena no regime fechado.

SÚMULA 192: Compete ao juízo das

execuções penais do estado a execução das

penas impostas a sentenciados pela justiça

federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos

a estabelecimentos sujeitos a administração

estadual.

SÚMULA 341: A freqüência a curso de

ensino formal é causa de remição de parte do

tempo de execução de pena sob regime

fechado ou semi-aberto.

SÚMULA 439: Admite-se o exame

criminológico pelas peculiaridades do caso,

desde que em decisão motivada.

SÚMULA 441: A falta grave não

interrompe o prazo para obtenção de

livramento condicional

SÚMULA 471 - Os condenados por

crimes hediondos ou assemelhados cometidos

antes da vigência da Lei n. 11.464/2007

sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n.

7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a

progressão de regime prisional.

SÚMULA 491 - É inadmissível a

chamada progressão per saltum de regime

prisional.

SÚMULA 493 - É inadmissível a

fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP)

como condição especial ao regime aberto.

Execução Penal (STF)

SÚMULA VINCUNLANTE 9: O disposto no

artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de

Execução Penal) foi recebido pela ordem

Page 106: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

Direito Processual Penal – Prof Wisley Santos  

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 106 de 125 

  

constitucional vigente, e não se lhe aplica o

limite temporal previsto no caput do artigo 58.

SÚMULA 611: Transitada em julgado

a sentença condenatória, compete ao juízo

das execuções a aplicação de lei mais

benígna.

SÚMULA 715: A pena unificada para

atender ao limite de trinta anos de

cumprimento, determinado pelo art. 75 do

código penal, não é considerada para a

concessão de outros benefícios, como o

livramento condicional ou regime mais

favorável de execução.

13.4 Revisão Criminal art. 621 a 631 CPP

Permitir que o réu, com condenação

criminal transitada em julgado, possa

questionar a decisão que o condenou. Só

cabe após o Trânsito em Julgado, quando não

é mais cabível qualquer recurso

Não é recurso, mas sim uma ação.

É vedado Revisão Criminal pro

Societate, isto é, para reverter decisão

absolutória transitada em julgado, ou para

agravar a situação de réu já condenado

definitivamente

É possível Revisão Criminal em

processos julgados pelo Tribunal do Júri

Prazo: Pode ser requerida em

qualquer tempo, antes da extinção da pena ou

após. Art. 622 do CPP.

Legitimidade: Réu ou seu Procurador.

Se houve Morte do Réu: C.A.D.I

COMPETÊNCIA: Sempre do Tribunal

Decisão – Transitada em Julgado

Revisão – Competência para julgar

STF STF

STJ STJ

TJ TJ

TRF TRF

Juiz TJ ou TRF

HIPOTESES

Art. 621. A revisão dos processos findos será

admitida:

I - quando a sentença condenatória for

contrária ao texto expresso da lei penal ou à

evidência dos autos;

II - quando a sentença condenatória se fundar

em depoimentos, exames ou documentos

comprovadamente falsos;

III - quando, após a sentença, se descobrirem

novas provas de inocência do condenado ou

de circunstância que determine ou autorize

diminuição especial da pena.

Art. 630. O tribunal, se o interessado

o requerer, poderá reconhecer o direito a uma

justa indenização pelos prejuízos sofridos.

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

Page 107: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Civil: Especial – Prof Gustavo Eidt 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 107 de 125 

  

Dicas de Direito das Obrigações, Contratos e

Responsabilidade Civil

01. Pressupostos do Dever de Indenizar

A) Ato Ilícito:

A Culpa: aqui se trata de culpa “lato sensu”

pelo que abrange não só a culpa em suas três

modalidades (negligência; imprudência;

imperícia) como também o dolo. É por essência

o descumprimento de um dever de cuidado, que

o agente podia conhecer ou observar, ou, a

omissão de diligência exigível.

a) Culpa Grave: grosseira falta de cautela; com

descuido injustificável

b) Culpa Leve: quando a falta puder ser evitada

com a atenção ordinária; com o cuidado próprio

do homem comum; do “bônus pater familis”

c) Culpa Levíssima: ausência de atenção

extraordinária, pela ausência de habilidade

especial ou conhecimento singular

Culpa Concorrente: Culpa Concorrente (art.

945, CCB): Quando ocorre? Quais são os seus

efeitos?

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido

culposamente para o evento danoso, a sua

indenização será fixada tendo-se em conta a

gravidade de sua culpa em confronto com a do

autor do dano.

B) Dano:

Art. 944. (...) Parágrafo único. Se houver

excessiva desproporção entre a gravidade da

culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,

equitativamente, a indenização.

Par. ún. do art. 944: possibilidade de redução

com base na equidade é excepcional

Resp. do Incapaz (§ único art. 928 CCB)

A redução equitativa somente será realizada

quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos

razoavelmente imputáveis à conduta do agente

(Enunciado 457, CJF, V Jornada)

B) Nexo de Causalidade

02. Excludentes de Ilicitude e de

Responsabilidade:

Excludentes de Ilicitude: a) legítima

defesa; b) exercício regular de um direito; c)

estado de necessidade

Excludentes de Responsabilidade: a)

culpa exclusiva da vítima; b) fato exclusivo de

terceiro; c) caso fortuito e força maior

03. Obrigações Alternativas:

Definição: O que é? Chama-se alternativa

aquela obrigação cujo conteúdo contenha duas

ou mais prestações, mas o devedor se exonera

quando cumpre apenas uma delas. Segundo

Larenz, neste tipo de obrigação existem várias

prestações, mas, por convenção das partes,

somente uma delas deve ser cumprida

Direito de Escolha: A obrigação não pode ser

alternativa indefinidamente pois só estará em

condições de ser entregue depois de definida

Escolha: ato de seleção das prestações,

transformando de obrigação alternativa em

obrigação simples

Quem Escolhe?

i) Silêncio, devedor (art. 252, CCB)

ii) A escolha é irretratável. A partir da escolha o

credor não pode voltar atrás e a obrigação

considera-se simples

iii) Credor não é obrigado a receber por partes se

assim não se convencionou: vigora aqui o

princípio da indivisibilidade do pagamento (§1º,

art. 252, CCB)

iv) Prestações periódicas: a faculdade de

escolha pode ser feita em cada período (art. 252,

§2º)

Page 108: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Civil: Especial – Prof Gustavo Eidt 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 108 de 125 

  

v) Escolha pode ser deferida a 3º? Sim. As

partes podem estabelecer no contrato que 3º

seja responsável pela escolha. Aqui ele figurará

como mandatário comum. Se este não puder, ou

não quiser aceitar o encargo, o juiz escolhe (§4º,

252)

Se a escolha couber ao devedor e este não a

exercer, o mesmo será notificado para o efeito

de ser constituído em mora. Constituído em

mora, o credor pode ajuizar ação para obter

sentença judicial alternativa em que o devedor

será citado para exercer a opção (art. 571, CPC)

sendo que, uma vez não exercida esta, devolve-

se o direito ao credor (§ 1º, 571)

04. Cessão de Crédito:

Características:

O que pode e o que não pode ser cedido?

a) Pode: em regra, todo tipo de crédito

b) Não Pode:

b.1) Obrigações Personalíssimas

b.2) Vedação Legal: Cessão de crédito do

tutelado ao tutor (art. 1.749, III, CCB); Cessão do

Contrato de Locação a 3ºs sem anuência do

locador (art. 13 da Lei n. 8.245/1991)

b.3) Convenção das partes. Ex.: contratação de

empresa de segurança e limpeza. Importante: no

caso da vedação convencional a mesma deve

estar expressa no título sob pena de não valer

contra terceiros (art. 286, CCB)

Responsabilidade do Cedente:

A responsabilidade do cedente é pela

existência e validade do crédito no momento da

cessão, não pela solvência do devedor (arts. 295

e 296)

O cedente somente responderá pela

solvência do devedor se as partes assim

houverem convencionado (art. 296)

Eficácia em Face do Devedor:

Notificação (art. 290, CCB)

Importante: A notificação é importante

também para o caso de oposição pelo devedor

das chamadas “exceções ao crédito”. Se o

devedor quiser opor exceções tem que fazer

assim que for notificado, sob pena de preclusão

deste direito (art. 294, CCB)

05. Meios Indiretos de Adimplemento –

Subrogação:

O que é? Diz-se haver sub-rogação quando,

numa relação jurídica, ocorre a substituição de

uma pessoa a outra, ou de uma coisa pela outra.

Em termos amplos, sub-rogar significa substituir,

uma pessoa por outra, ou uma coisa por outra.

Sub-rogação é transferência da qualidade do

credor para aquele que paga obrigação de

outrem ou empresta o necessário para tanto.

a) Legal (art. 346). Ex.: seguradora

Efeitos: transfere todos os direitos, ações,

privilégios ao novo credor até os limites do

desembolso (art. 350, CCB)

b) Convencional (art. 347) credor recebe e

transfere os direitos ou 3º empresta $ para o

devedor pagar

Efeitos: transfere todos os direitos, ações,

privilégios ao novo credor

06. Meios Indiretos de Adimplemento –

Imputação:

a) Legal (art. 346). Ex.: seguradora

Efeitos: transfere todos os direitos, ações,

privilégios ao novo credor até os limites do

desembolso (art. 350, CCB)

b) Convencional (art. 347) credor recebe e

transfere os direitos ou 3º empresta $ para o

devedor pagar

Efeitos: transfere todos os direitos, ações,

privilégios ao novo credor

Requisitos:

a) vários débitos

Page 109: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Civil: Especial – Prof Gustavo Eidt 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 109 de 125 

  

b) mesmo credor e devedor

c) coisas fungíveis entre si

d) dívidas líquidas e vencidas

Quem imputa: silêncio, devedor (art. 352)

Juros e Capital: Primeiro Juros (art. 354)

07. Meios Indiretos de Adimplemento –

Diferenças entre Dação e Novação:

Dação: entrega de objeto diverso do

convencionado

Novação: criação de uma obrigação

nova com vistas a extinguir a anterior

IMPORTANTE: É imprescindível o ânimo

de inovar (animus novandi). Se não houver esta

vontade, a segunda obrigação simplesmente

confirma a primeira (art. 361)

08. Responsabilidade Pré Contratual:

Culpa In Contrahendo. Violação à boa-fé objetiva

nas negociações preliminares.

Requisitos:

i) criação de uma justa expectativa de contratar

ii) investimentos realizados pela outra parte (p

ex. com pesquisas, equipamentos, materiais,

etc.)

iii) rompimento injustificado das tratativas

09. Vícios Redibitórios:

a) O que são vícios redibitórios?

São vícios ocultos da coisa existentes no

momento da tradição que lhe tornem imprópria

ao fim para o qual se destina ou que lhe diminui

sensivelmente o valor.

b) Requisitos

b.1) Vício realmente oculto;

b.2) contrato comutativo ou doação

onerosa;

b.3) vício grave que inutilize o bem;

b.4) defeitos existam até o momento da

transferência;

c) O que pode o credor fazer?

Rejeitar a coisa (art. 441)

Abatimento do preço (art. 442)

c.1) E se o credor sofreu perdas e danos?

Vendedor conhecia o vício? Restituição + perdas

e danos (art. 443, 1ª parte)

Vendedor não conhecia. Só restituição e

despesas do contrato (art. 443, fine)

d) Ações Cabíveis. Ações Edilícias.

- Redibitória: rescisão do contrato com devolução

do que foi pago

- Quanti Minoris (estimatória): pedido de

abatimento do preço

e) Prazos: decadenciais!

30 dias: bens móveis; 1 ano: imóveis

Prazos contados da tradição e reduzidos

pela metade se o adquirente já estava na posse

do bem (art. 445, CCB)

Partes podem ampliar

convencionalmente estes prazos. Em tais casos,

se entende que esta convenção é complementar

a garantia legal.

10. Contratos – Fiança:

Bem de Família e Renúncia:

Fiador em Contrato de Locação:

Penhorabilidade (inc. VII, art. 3º, Lei 8.009/1990)

– STJ, Inf. 0346, AgRg no Resp n. 959.759-SC.

STF, Repercussão Geral no RE 612360/SP,

13.8.2010)

Fiador em Outros Contratos:

Impenhorabilidade

Objeto:

a) Dívidas Atuais

b) Dívidas Futuras (art. 821, CCB)

c) Dívidas Condicionais

Importante: O valor pode ser inferior ao da

obrigação principal e em condições menos

Page 110: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Civil: Especial – Prof Gustavo Eidt 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 110 de 125 

  

onerosas. Não em condições MAIS onerosas

(art. 823, CCB)

Espécies:

a) Convencional: acordo de vontades

b) Legal: imposta pela lei (ex. art. 1.400 CCB –

dever do usufrutuário em garantir o proprietário

com relação à eventual perda ou deterioração do

bem)

c) Judicial: determinada pelo juiz

Quem pode prestar fiança:

Qualquer agente capaz e que tenha a livre

disposição de seus bens

Não podem: incapazes em geral; pródigos;

tutores e curadores

Pessoa casada: um cônjuge não pode sem o

consentimento do outro (art. 1.647, III. Súm. 332,

STJ) exceto no caso do regime da separação

absoluta (art. 1.649, CCB)

Principais Efeitos:

a) Garantia do pagamento do débito do

afiançado

Cuidado: a obrigação transmite-se aos herdeiros

mas não pode ultrapassar os limites das forças

da herança (art. 836, CCB)

b) Obrigação é subsidiária: deixa de ser

subsidiária se o fiador renunciar ao benefício de

ordem (art. 828, CCB)

c) Sub-rogação: quando o fiador paga

integralmente a dívida fica sub-rogado de pleno

direito nos direitos do credor (art. 346, III, CCB).

Assim desfruta de todos os direitos, ações,

privilégios e garantias que o credor principal

desfrutava

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

Page 111: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 111 de 125 

  

Olá meus amigos do APROVA CONCURSOS!!

Estamos juntos na preparação para o XVIII

EXAME DE ORDEM, no qual você certamente

será aprovado !!! Chegou a sua vez, por isso não

perca um segundo sequer e estude com afinco,

pois todo o sacrifício será recompensado

posteriormente.

O presente matrerial, a ser utilizado na revisão

de véspera da 1º Fase do XVI Exame de Ordem,

é composto por DICAS DE DIREITO

PROCESSUAL DO TRABALHO.

Antes de iniciarmos o nosso estudo, uma rápida

apresentação: Meu nome é BRUNO KLIPPEL,

sou natural e moro em Vitória/ES, Doutor em

Direito do Trabalho pela PUC/SP e Mestre em

Direito pela Faculdade de Direito de Vitória

(FDV), onde também sou professor de direito

processual do trabalho, além de lecionar direito

do trabalho, processo do trabalho e prática

trabalhista também na Universidade de Vila

Velha (UVV) e Faculdade Estácio de Vitória/ES.

Sou Professor de cursos preparatórios para

concursos, lecionando além do Aprova

Concursos, também no Estratégia Concursos/DF

e IOB Marcato Concursos/SP.

Por fim, tenho cerca de 15 livros voltados para

concursos, que foram publicados pelas Editoras

Saraiva, Juspodivm e Lumen Juris, que podem

ser encontrados no meu Blog, a saber:

www.brunoklippel.com.br

Bons estudos. Abraços.

Bruno Klippel

Vitória / ES

www.brunoklippel.com.br

www.youtube.com/brunoagklippel

TÓPICOS DA AULA DE VÉSPERA – DIA 28/11

PARTES E PROCURADORES:

o Mandato tácito (apud acta): Art. 791, §3º

da CLT,

Recursos: Súmula nº 164 do TST

Substabelecimento: OJ nº 200 SDI-1 do

TST.

o Regularização da representação em grau

recursal – Súmula nº 383 do TST.

PROVAS:

o Dispensa discriminatória de portador de

HIV e doença grave – Súmula nº 443 do TST.

o Prova Pericial:

Dispensa de perícia: OJ 278 SDI-1 do

TST e Súmula nº 453 do TST (pagamento

espontâneo).

RITO SUMARÍSSIMO:

o Competência: Art. 852-A da CLT –

exclusão da Administração Pública.

o Petição Inicial: Pedido e endereço –

arquivamento do processo – Art. 852-B da CLT.

RECURSOS TRABALHISTAS:

o Embargos de declaração – Art. 897-A da

CLT;

Contrarrazões efeito modificativo - §2º do

art. 897-A da CLT.

Interrupção do prazo: §3º do Art. 897-A

da CLT – intempestividade, ausência de

representação e falta de assinatura.

o Agravo de Instrumento – Art. 897, “b” da

CLT.

Depósito recursal:

§8º Art. 899 da CLT: destrancar recurso

de revista contra decisão que viola Súmula e/ou

OJ do TST.

o Recurso de Revista – Art. 896 da CLT;

Modificações da Lei 13/015/14

Execução Trabalhista - §2º

Rito Sumaríssimo - §6º

Uniformização de jurisprudência;

Page 112: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 112 de 125 

  

EXECUÇÃO TRABALHISTA:

o Desconsideração da personalidade

jurídica – teoria menor – aplicação no processo

do trabalho.

o Carta de fiança bancária – OJ nº 59 SDI-

2 do TST.

o Penhora de dinheiro – OJ nº 153 SDI-2

do TST.

o Penhora de renda – OJ nº 93 SDI-2 do

TST.

AÇÃO RESCISÓRIA:

o Contagem do prazo – Súmula 100 do

TST – última decisão do processo;

o Trânsito em julgado posterior ao

ajuizamento – extinção sem resolução do mérito

– Súmula 299 do TST;

MANDADO DE SEGURANÇA:

o Utilização como sucedâneo recursal –

Súmula 414 do TST;

Direito Processual do Trabalho – Dicas:

Princípios do processo do trabalho

1. O primeiro princípio a ser lembrado por

meio das dicas é o inquisitivo, que possui forte

incidência no processo do trabalho, em especial

no que toca ao início do processo de execução,

que, a teor do art. 878 da CLT, pode ser iniciado

de ofício pelo Juiz. Trata-se do início ex officio

pelo Magistrado da execução definitiva, ou seja,

após o trânsito em julgado da sentença

trabalhista.

2. O segundo princípio é o da identidade

física do juiz, aplicável ao processo do trabalho

após o cancelamento da Súmula n. 136 do TST.

O instituto encontra-se no art. 132 do CPC, que

diz que o Juiz que concluir a audiência de

instrução deverá julgar a lide.

3. Já o princípio da concentração dos atos

processuais está ligado à realização desses atos

em audiência una, conforme o art. 849 da CLT.

São fases da audiência: pregão, 1ª tentativa de

conciliação, defesa do reclamado, instrução,

razões finais, 2ª tentativa de conciliação e

sentença.

4. Em relação aos momentos de

conciliação, é sempre importante mencionar que

se trata de momentos obrigatórios, ou seja, a

ausência deles importa em nulidade processual.

5. Já no tocante ao princípio da oralidade,

vale a pena destacar que a reclamação

trabalhista pode ser verbal, conforme preconiza o

art. 840 da CLT. Conforme disciplina o art. 786

da CLT, a inicial será distribuída antes da sua

redução a termo. Após a distribuição, o

reclamante tem 5 dias para apresentar-se à Vara

do Trabalho para a redução a termo da

reclamação trabalhista. Não comparecendo sem

justo motivo, sofrerá a pena de perempção, nos

termos do art. 731 da CLT, ficando seis meses

sem poder ajuizar novamente a ação.

6. O princípio da irrecorribilidade imediata

das decisões interlocutórias encontra-se previsto

no art. 893, § 1º, da CLT, bem como na Súmula

n. 214 do TST, muitas vezes cobrada em

concursos de diversas bancas. A regra é a

impossibilidade de interposição de recurso de

imediato, diferentemente do processo civil, em

que a parte possui o recurso de agravo do art.

522 do CPC.

7. Sendo proferida decisão interlocutória,

deverá a parte prejudicada aguardar ser

proferida a decisão final (sentença, por exemplo),

para dessa última interpor o recurso cabível

(recurso ordinário, no exemplo). Contudo, há 3

exceções previstas na Súmula n. 214 do TST,

em que é possível a interposição de recurso

contra decisões interlocutórias, a saber: 1.

decisão do TRT contrária a Súmula do TST; 2.

decisão passível de recurso para o próprio

Page 113: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 113 de 125 

  

tribunal; 3. decisão que julga exceção de

incompetência, com remessa dos autos para

TRT diverso.

8. No tocante ao princípio da conciliação,

alguns pontos devem ser relembrados. Em

primeiro lugar, os momentos obrigatórios de

tentativa de conciliação, descritos nos arts. 846 e

850 da CLT, ou seja, no início da audiência e

após as razões finais.

9. O jus postulandi é importante em

decorrência da restrição sofrida por meio da

Súmula n. 425 do TST, que, apesar de reafirmar

a utilização do instituto, ainda previu uma

restrição, ao dizer que não se aplicam aos

mandados de segurança ações rescisórias,

ações cautelares e recursos para o TST.

Competência material

10. Analisando-se o art. 114 da CF/88, que

trata da competência material da Justiça do

Trabalho, surge a ideia de explicitar a intenção

do legislador de alargar a competência

trabalhista para todas as ações que envolvessem

relação de trabalho. Contudo, apesar de ter sido

essa a intenção do legislador, o STF excluiu da

apreciação dos Juízes Trabalhistas as demandas

envolvendo servidores estatutários, conforme

decisão proferida na ADI n. 3.395-6.

11. É muito importante destacar ainda as

duas Súmulas Vinculantes do STF em matéria

de competência da Justiça do Trabalho. A

Súmula Vinculante n. 22 do STF trata da

competência para análise das demandas

envolvendo acidentes de trabalho nas ações

movidas pelo empregado em face do

empregador. Essas ações, que antes eram da

competência da Justiça Comum e com a EC n.

45/2004 passaram à Justiça do Trabalho, foram

remetidas para a Justiça Especializada, de

acordo com o entendimento da Súmula

Vinculante n. 22 do STF: as que já tinham

sentença continuaram na Justiça Comum; as que

ainda não estavam sentenciadas foram

remetidas para a Justiça do Trabalho.

12. Já a Súmula Vinculante n. 23 do STF diz

que as ações possessórias, quando relacionadas

ao vínculo de emprego, também são da

competência da Justiça do Trabalho. Assim, uma

ação de reintegração de posse em decorrência

do exercício do direito de greve será analisada

pela Justiça Especializada.

13. As contribuições previdenciárias

incidentes sobre a condenação da Justiça do

Trabalho também cabem à Especializada,

conforme o art. 114, VIII, da CF/88, bem como o

art. 876 da CLT.

14. A Súmula nº 454 do TST, criada em maio de

2014, diz ser da competência material da Justiça

do Trabalho a execução, de ofício, da

contribuição referente ao Seguro de Acidente de

Trabalho (SAT), por ter natureza de contribuição

para a seguridade social, destinando-se ao

financiamento de benefícios relativos à

incapacidade do empregado decorrente de

infortúnio no trabalho.

Competência territorial

15. A primeira informação a ser lembrada é a

regra geral do art. 651 da CLT acerca do lugar

para o ajuizamento da ação trabalhista. A regra é

o local da prestação dos serviços,

independentemente do local da contratação.

16. Se o empregador for agente ou viajante

comercial, a ação será ajuizada no local em que

há sede ou filial e a estas está subordinado o

empregado. Se não houver subordinação,

poderá ser ajuizada no domicílio do empregado

ou na localidade mais próxima.

17. Por fim, nos termos do § 3º do art. 651

da CLT, se forem vários os locais de prestação

dos serviços, por ser o empregador móvel, como

ocorre no circo, poderá o empregado mover ação

Page 114: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 114 de 125 

  

no local da contratação ou da prestação dos

serviços, à sua livre-escolha.

Partes e procuradores

18. Como visto anteriormente, o jus

postulandi mantém-se existente no processo do

trabalho, conforme o art. 791 da CLT, porém a

Súmula n. 425 do TST restringiu a sua aplicação,

afirmando que, no mandado de segurança, na

ação rescisória, na ação cautelar e nos recursos

para o TST, é indispensável a presença do

Advogado.

19. No processo do trabalho, admite-se o

mandato tácito ou apud acta, que decorre da

presença do Advogado em audiência, e a

inserção de seu nome na ata de audiência,

conforme o art. 791, § 3º, da CLT. Dispensa-se,

portanto, o mandato expresso, ou seja, o

documento procuração. O Advogado com

mandato tácito pode recorrer, conforme a

Súmula n. 164 do TST. Contudo, não pode

substabelecer, de acordo com a OJ n. 200 da

SDI-1 do TST.

20. Os honorários advocatícios de

sucumbência são concedidos de acordo com a

Súmula n. 219 do TST, que prescreve que, regra

geral, no processo do trabalho não se aplica a

regra da mera sucumbência, como ocorre no

processo civil. Para que haja a condenação a

quantia nunca superior a 15% da condenação,

deve o autor preencher os requisitos da

assistência judiciária gratuita, conforme a Lei n.

5.584/70. Já em relação à ação rescisória, às

ações em que o sindicato atua como substituto

processual e às lides que não decorrem da

relação de emprego, a condenação deriva da

mera sucumbência da parte.

21. Em relação ao comparecimento das

partes em audiência, o art. 843 da CLT afirma

que deve ser pessoal, sendo que a ausência do

autor importa em arquivamento do feito e a

ausência do réu, em revelia. O réu poderá ser

representado por preposto, que necessariamente

deve ser empregado com conhecimento dos

fatos, nos termos da Súmula n. 377 do TST.

Somente é dispensada a qualidade de

empregado se o reclamado for empregador

doméstico ou micro e pequena empresa.

Prazos processuais

22. As regras sobre contagem do prazo são

praticamente as mesmas do processo civil, com

algumas particularidades que serão aqui

relembradas. Uma regra importante e que se

deve ter em mente está relacionada à ausência

de estipulação do prazo, regra inscrita nos arts.

177 e 185 do CPC, que afirmam que o prazo

para a prática do ato processual será de 5 dias

quando não houver estipulação pela lei ou pelo

julgador.

23. Ainda em relação à mesma Súmula n.

262 do TST, vamos recordar o que ocorre com a

contagem do prazo quando a notificação é

recebida no sábado. Nessa hipótese, considera-

se ter sido notificado no primeiro dia útil

(segunda-feira, por exemplo), excluindo esse dia

e iniciando a contagem do prazo na terça-feira.

Então, se notificado no sábado, começa-se a

contar o prazo na terça-feira.

Notificação do reclamado

24. A notificação do reclamado está prevista

no art. 841 da CLT e é realizada como um ato

automático, no prazo de 48 horas, pelo servidor

da Vara do Trabalho. Tal ato independe de

pedido do autor, pois a petição inicial não traz

como requisito o pedido de notificação do

reclamado.

25. A notificação do reclamado será

realizada pelos Correios, não sendo necessária a

entrega pessoal, pois o TST reconhece válida a

notificação entregue no endereço do reclamado.

Se não for possível a realização da notificação

Page 115: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 115 de 125 

  

postal, será realizado o ato por edital, de acordo

com o § 1º do art. 841 da CLT. Não há no

processo de conhecimento a realização do ato

por Oficial de Justiça, pois esse servidor apenas

realiza a citação do executado, ou seja, no

processo de execução, de acordo com o art. 880

da CLT.

26. Encaminhada pelos Correios, a

notificação chega ao destinatário no prazo de 48

horas, de acordo com a Súmula n. 16 do TST.

Trata-se de presunção relativa, pois a própria

súmula afirma ser ônus da prova do destinatário

o não recebimento ou o recebimento tardio.

27. As pessoas jurídicas de direito público

possuem prerrogativa de prazo, prevista no art.

188 do CPC e no Decreto-Lei n. 779/69. Nos

termos dos dispositivos, tais entes possuem

prazo em dobro para recorrer e em quádruplo

para se defender. A prerrogativa do prazo em

quádruplo é efetivada da seguinte forma: entre o

recebimento da notificação e a realização da

audiência, deverá haver espaço de tempo de 20

dias.

28. No rito sumaríssimo, não haverá

notificação por edital, nos termos do art. 852-B,

II, da CLT. Esse dispositivo legal afirma que cabe

ao autor a indicação do endereço correto e

completo do reclamado, sob pena de

arquivamento da reclamação trabalhista, com a

condenação ao pagamento das custas

processuais, que serão calculadas com base no

art. 789 da CLT, em 2% sobre o valor da causa.

Defesa do reclamado

29. O reclamado é notificado para

comparecer à audiência, que é una no processo

do trabalho, o momento adequado para

apresentação da defesa. A única forma prevista

para a defesa é a oral, em 20 minutos, nos termos

do art. 847 da CLT.

30. Se ausente o reclamado à audiência,

apesar de regularmente notificado, será

decretada a sua revelia, com a presunção de

veracidade dos fatos afirmados na petição inicial.

Se o réu se atrasa, também é decretada a

revelia, nos termos da OJ n. 245 da SDI-1 do

TST.

31. A revelia pode ser ilidida com a

apresentação de atestado médico que

demonstre a impossibilidade de locomoção do

representante da empresa no dia da audiência,

nos termos da Súmula n. 122 do TST. A

presença apenas do Advogado, mesmo que

munido de procuração e defesa, não é capaz de

evitar a revelia.

32. Em relação às peças de defesa que

podem ser apresentadas pelo réu, destacam-se

a contestação, a exceção de incompetência e a

reconvenção. A contestação possui duas partes:

1. preliminares de mérito; 2. mérito. No tocante

às preliminares de mérito, dividem-se em

peremptórias e dilatórias, sendo que as

primeiras, se reconhecidas, geram a extinção do

processo, enquanto as demais não geram a

extinção, e sim outras consequências, como

reunião de processos, remessa dos autos para

outro órgão jurisdicional etc.

33. No mérito, destaca-se a compensação,

nos termos do art. 767 da CLT e das Súmulas

ns. 18 e 48 do TST. A compensação somente

pode ser objeto de defesa, sendo alegada na

contestação. Por fim, somente é possível a

compensação de dívidas trabalhistas.

34. Ainda no mérito, relembre os dois

princípios relacionados ao tema: impugnação

especificada dos fatos e eventualidade. A defesa

de mérito deve ser realizada pedido a pedido,

fato a fato, sob pena de considerar-se verdadeiro

o fato ou pedido não impugnado. Além disso,

toda a matéria de defesa deve ser apresentada

naquele momento, sob pena de preclusão. Tais

Page 116: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 116 de 125 

  

regras se encontram nos arts. 300 a 302 do

CPC.

35. A reconvenção não é admitida nos ritos

sumário e sumaríssimo, pois se entende cabível

o pedido contraposto, que é a forma mais

simples de realizar o “contra-ataque” pretendido

pela reconvenção.

36. Vale lembrar que a relação entre ação e

reconvenção é marcada pela autonomia, o que

significa dizer que, se extinta a ação, continuará

a reconvenção, e vice-versa, nos termos do art.

316 do CPC.

37. Também não cabe a reconvenção nas

ações dúplices, tais como a ação de

consignação em pagamento e o inquérito para

apuração de falta grave, pois o pedido que o réu

faria, por exemplo de condenação do autor ao

depósito de quantia superior ou pagamento dos

salários (no inquérito), já é consequência natural

da sentença de improcedência.

Provas

38. O primeiro meio de prova a ser analisado

é a testemunhal, pois mais utilizada no processo

do trabalho e objeto de mais discussões

jurisprudenciais. Em primeiro lugar, é sempre

importante relembrar o número de testemunhas

de que cada parte pode se utilizar no processo

do trabalho: a. no rito ordinário, são três para

cada parte; b. no rito sumaríssimo, duas para

cada parte; c. no inquérito para apuração de falta

grave, são seis para cada parte.

39. Além disso, é sempre importante lembrar

a Súmula n. 357 do TST, que diz não ser

suspeita a testemunha que litiga ou já litigou em

face do mesmo empregador.

40. As hipóteses de incapacidade, suspeição

e impedimento das testemunhas, previstas no

art. 405 do CPC, aplicam-se ao processo do

trabalho, assim como o art. 414, § 1º, do CPC,

que trata da contradita.

41. No processo do trabalho, não há rol

prévio de testemunhas, uma vez que não existe

intimação de testemunhas para comparecimento

à audiência, salvo se aquelas não comparecerem

e a parte interessada (ou o próprio Juiz) requerer,

nos termos do art. 825 da CLT. Assim, no

processo do trabalho, a regra é que as

testemunhas comparecerão à audiência

independentemente de intimação ou notificação.

42. Em relação à prova pericial, há situações

em que deve ser obrigatoriamente rea-lizada,

como descrito no art. 195, § 2º, da CLT, quando

há pedido de pagamento de adicional de

insalubridade e periculosidade. Contudo, devem

ser lembradas duas situações em que a perícia

será dispensada: a. quando a empresa estiver

fechada, nos termos da OJ n. 278 da SDI-1 do

TST; b. quando houver o pagamento voluntário

de qualquer quantia a título de adicional de

periculosidade, conforme a Súmula nº 453 do

TST, criada em maio de 2014, já que a matéria

passa a ser incontroversa.

43. Um dos pontos mais importantes em

relação à prova pericial é a ilegalidade na

cobrança de honorários periciais prévios, em que

a parte pode impetrar mandado de segurança,

conforme a OJ n. 98 da SDI-2 do TST.

44. Os honorários periciais são pagos pelo

sucumbente na pretensão objeto da perícia, nos

termos do art. 790-B da CLT, salvo se beneficiário

da justiça gratuita, hipótese em que o valor será

pago pela União, conforme Súmula nº 457 do

TST, criada em maio de 2014.

45. Já os honorários do assistente técnico

serão pagos pela parte que o contratou, uma vez

que diante da uma faculdade das partes,

conforme a Súmula n. 341 do TST.

46. No tocante à prova documental, o

Advogado pode declarar autênticas as cópias

juntadas aos autos, conforme o art. 830 da CLT;

Page 117: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 117 de 125 

  

se for impugnada a autenticidade, a parte a

demonstrará à Justiça do Trabalho, por meio do

original ou cópia autenticada em cartório, para

conferência.

47. A prova documental pode ser juntada no

recurso, nos termos da Súmula n. 8 do TST,

desde que haja fundado motivo para a não

juntada em momento anterior ou se o documento

fizer menção a fato posterior à sentença.

Sentença e coisa julgada

48. A sentença que condena uma das

empresas do grupo econômico (art. 2º, § 2º, da

CLT) pode ser objeto de execução em face de

outra empresa do grupo, mesmo que não tenha

participado do processo, tendo em vista o

cancelamento da Súmula n. 205 do TST, que

impedia tal conduta.

49. Já em relação à responsabilidade

subsidiária que decorre da terceirização, o inciso

IV da Súmula n. 331 do TST explica que o

tomador somente será executado na qualidade

de responsável subsidiário se participar do

processo e constar da sentença, isto é, do título

executivo judicial.

50. A sentença pode ser definitiva ou

terminativa, sendo que na primeira o processo é

extinto com resolução do mérito (art. 269 do

CPC) e na segunda sem resolução do mérito

(art. 267 do CPC).

51. A sentença que extingue o processo

homologando acordo, nos termos do art. 831 da

CLT, produz coisa julgada na data da

homologação, não sendo possível a interposição

de recursos pelas partes. Apenas a União pode

recorrer, conforme o art. 832 da CLT, tendo em

vista o seu interesse nas contribuições

previdenciárias.

52. A sentença, conforme o art. 832 da CLT,

fará menção obrigatória às custas processuais,

calculadas nos termos do art. 789 da CLT, no

processo de conhecimento, sendo que aquele

valor será pago no prazo do recurso, caso haja a

interposição dele.

53. A sentença que condena ao pagamento

de indenização decorrente da impossibilidade de

reintegração (art. 496 da CLT) não é extra petita,

nos moldes da Súmula n. 396 da CLT.

Rito sumaríssimo

54. A competência para o rito sumaríssimo

leva em consideração tão somente o valor da

causa — até 40 salários mínimos quando do

ajuizamento da deman-

da —, independentemente da matéria ou da

complexidade.

55. Estão excluídos do rito sumaríssimo os

entes da Administração Pública Direta,

autárquica e fundacional, conforme o art. 852-A,

parágrafo único, da CLT, o que não exclui as

sociedades de economia mista e empresas

públicas.

56. Em relação ao pedido, deve ser certo,

determinado e líquido, ou seja, indicar o valor

pedido, sob pena de arquivamento do processo e

condenação ao pagamento de custas

processuais. Tal regra encontra respaldo no art.

852-B, § 1º, da CLT; é imposta para que a

sentença seja líquida, diante da inexistência de

procedimento de liquidação de sentença em tal

procedimento.

57. Também nos termos do art. 852-B, II, da

CLT, deve o autor indicar o endereço correto e

completo do réu, sob pena de arquivamento,

haja vista inexistir a citação por edital em tal rito.

A única forma de notificação do réu é a postal,

conforme o art. 841 da CLT.

58. A audiência do rito sumaríssimo deve

ocorrer no prazo máximo de 15 dias, a contar do

ajuizamento, conforme o art. 852-B, III, da CLT.

59. Em relação à conciliação no rito

sumaríssimo, dispõe o art. 852-E da CLT que

Page 118: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 118 de 125 

  

deve ser tentada em todos os momentos da

audiência.

60. As questões incidentais são julgadas de

plano pelo Magistrado, tal como as alegações de

litispendência, perempção, incompetência e

outras que podem surgir por meio da defesa

apresentada pelo réu. Tal regra está no art. 852-

G da CLT.

61. Conforme o art. 852-H, § 1º, da CLT,

sobre os documentos apresentados por uma

parte, a outra se manifestará imediatamente,

salvo absoluta impossibilidade, o que ocorre

quando a quantidade de documentos é grande,

impedindo a análise pormenorizada naquele

momento.

62. As testemunhas, como já dito na primeira

parte do estudo, serão apresentadas no número

máximo de 2 para cada parte, somente sendo

intimadas diante da prova do convite, tudo em

conformidade com o art. 852-H da CLT.

63. A perícia somente será deferida se

realmente necessária, ou por imposição legal ou

pela matéria que demanda tal análise. Se

deferida, o Juiz já deverá nomear perito, definir

prazo para entrega do laudo pericial, sendo que

as partes terão o prazo comum de 5 dias para

manifestação em relação ao laudo pericial,

quando for apresentado.

64. Conforme o art. 852-I, § 2º, da CLT, as

partes serão intimadas da sentença na própria

audiência.

Recursos trabalhistas

65. Os recursos trabalhistas são

classificados de 4 maneiras: 1. quanto ao objeto,

em ordinários e extraordinários; 2. quanto à

fundamentação, em livre e vinculada; 3. quanto à

devolutividade, em total e parcial; 4. quanto à

forma de interposição, em principais e adesivos.

66. Dentre as peculiaridades dos recursos

trabalhistas, destacam-se: 1. irrecorribilidade

imediata das interlocutórias, com as importantes

exceções da Súmula n. 214 do TST; 2.

inexigibilidade de fundamentação, conforme o art.

899 da CLT, com a exceção da Súmula n. 422 do

TST; 3. efeito meramente devolutivo, conforme o

art. 899 da CLT, com a possibilidade de ser

requerido o efeito suspensivo por meio de ação

cautelar, conforme a Súmula n. 414 do TST, bem

como, nos dissídios coletivos, de o Presidente do

TST, em recurso ordinário, deferir efeito

suspensivo, nos termos do art. 14 da Lei n.

10.192/2001; 4. uniformidade dos prazos

recursais, consoante a Lei n. 5.584/70, que

afirmou ser de 8 dias o prazo para recorrer e

contrarrazoar, com exceção dos embargos de

declaração (art. 897-A da CLT, em 5 dias) e o

recurso extraordinário, cujo prazo é de 15 dias.

67. No juízo de admissibilidade, realizado

pelos juízos a quo e ad quem, é analisada a

presença ou ausência dos pressupostos de

admissibilidade (ou recursais), que são normas

de ordem pública, ou seja, podem ser

reconhecidos de ofício pelo Poder Judiciário.

Não há vinculação entre os juízos a quo e ad

quem, o que significa dizer que pode o primeiro

entender presentes todos os pressupostos e o

segundo entender pela ausência de algum. Os

principais pressupostos de admissibilidade são:

legitimidade recursal, interesse recursal,

tempestividade, preparo, regularidade formal e

ausência de fatos impeditivos do direito de

recorrer.

68. Aspecto importante e sempre muito

cobrado em concursos públicos diz respeito à

admissibilidade parcial do recurso, tema

regulamentado pela Súmula n. 285 do TST. O

juízo de admissibilidade pode ser positivo,

quando estão presentes todos os requisitos;

negativo, quando ausente algum deles; ou, por

fim, positivo parcialmente, hipótese em que estão

Page 119: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 119 de 125 

  

presentes para parte da decisão e ausentes em

relação a outra parte. Tal situação é comum no

recurso de revista, hipótese em que para um

capítulo da decisão é admitido o recurso e para

outro, não. Quando negativo tal juízo, cabe

agravo de instrumento, conforme o art. 897 da

CLT. Quando parcialmente positivo, não cabe

recurso algum, conforme a Súmula n. 285 do

TST, haja vista que o recurso subirá para o

órgão ad quem, que realizará nova análise,

podendo admitir integralmente o apelo.

69. O depósito recursal possui uma série de

peculiaridades, sendo que as principais estão

descritas nas seguintes súmulas do TST: 128,

161, 245 e 426, analisadas a seguir, na ordem:

1. Dois são os limites do depósito recursal: a.

valor fixado pelo TST; b. valor da condenação.

Mostra-se ilícito exigir depósito além de tais

limites. 2. O depósito recursal só é exigível na

hipótese de condenação ao pagamento de

quantia. 3. A comprovação do depósito recursal

é feita no prazo de interposição do recurso, mas,

se a parte interpuser antes do último dia, terá até

este para juntar a guia comprobatória, não

havendo possibilidade de complementação do

valor. 4. O depósito é realizado por meio de guia

GFIP, que é o formulário utilizado para depositar

o FGTS e prestar informações à previdência

social, salvo se a demanda envolver relação de

trabalho, em que será possível o depósito

recursal por simples depósito judicial, à

disposição do juízo.

70. O recurso ordinário está previsto no art.

895 da CLT e não serve apenas para impugnar a

sentença, podendo ser interposto também de

acórdão do TRT, pois as hipóteses de cabimento

são: 1. de decisão de primeiro grau (sentença),

nos processos de competência originária da Vara

do Trabalho (ou Juiz de Direito investido da

competência trabalhista); 2. de acórdão do TRT

em processos de sua competência originária, ou

seja, que tem início perante aquele Tribunal, como

mandados de segurança, ações rescisórias,

ações cautelares, dissídios coletivos, dentre

outros, cabendo, nessa segunda hipótese, o seu

julgamento pelo TST. Logo, NUNCA pode ser

dito: a. o recurso ordinário só pode ser interposto

em face de sentença; b. o recurso ordinário é

sempre julgado pelo TRT.

71. Deve-se lembrar de que o recurso de

revista possui natureza extraordinária; portanto,

nele não serão reanalisados fatos, conforme a

Súmula n. 126 do TST. Além disso, deve-se

lembrar de que nesse recurso há possibilidade

de o recorrente alegar violação a lei federal e à

Constituição Federal, conforme o art. 896 da

CLT, mesmo que depois venha a ser interposto

recurso extraordinário, renovando a alegação de

ferimento à CF.

72. O recurso de revista tem seu cabimento

disciplinado no art. 896 da CLT, sendo utilizado

apenas nas demandas que têm início na Vara do

Trabalho, pois o dispositivo legal exige decisão

em recurso ordinário pelo TRT, o que exclui o

seu cabimento nas demandas de competência

originária do TRT. Nesse recurso podem ser

alegados: a. ferimento a lei federal ou à

Constituição Federal; b. divergência na

interpretação de lei estadual, regulamento de

empresa ou norma coletiva de utilização em área

superior a um TRT; c. divergência na

interpretação da lei federal por mais de um TRT.

No rito sumaríssimo, dispõe o § 9º do art. 896 da

CLT que pode ser alegado também o ferimento a

entendimento sumulado pelo TST. A Súmula n.

442 do TST, editada em setembro de 2012,

dispõe não ser cabível o recurso se a decisão do

TRT violar Orientação Jurisprudencial do TST.

Súmula é súmula, e não OJ!

73. Algumas importantes alterações no recurso

Page 120: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 120 de 125 

  

de revista foram inseridas pela Lei nº 13015/14,

podendo ser assim resumidas:

a. Em relação aos pressupostos de

admissibilidade, dispõe o §1º-A do art. 896 da

CLT que o recorrente deve:

a.1. Indicar o trecho da decisão que demonstra o

prequestionamento da matéria;

a.2. Indicar explícita e fundamentada da

contrariedade à lei ou jurisprudência, que gera o

cabimento do recurso;

a.3. Impugnar todos os fundamentos da decisão;

a.4. Demonstrar analiticamente cada dispositivo

de lei, CF, Súmula ou OJ apontado como

contrário;

b. No tocante à uniformização de jurisprudência,

conforme §3º do art. 896 da CLT, temos:

b.1. Realizada pelo TRT, conforme art. 476 e

seguintes do CPC e Regimentos Internos dos

Tribunais;

b.2. Pode ser suscitado por Desembargador, Juiz

convocado, MP a qualquer tempo, até a

conclusão do julgamento;

b.3. Aceita a existência de divergência, a turma

profere acórdão reconhecendo a necessidade de

uniformização, com suspensão do processo e

remessa da questão ao Tribunal Pleno, para

julgamento;

b.4. Havendo o julgamento, será publicada

súmula sobre a questão, retirando-se o processo

do sobrestamento, para que seja julgado de

acordo com o entendimento sumulado;

b.5. As decisões, de admissibilidade do incidente

e de mérito, são irrecorríveis;

74. A necessidade de prequestionamento da

matéria objeto do recurso de revista é inata a ele,

por se tratar de recurso de natureza

extraordinária. A matéria está regulamentada na

Súmula n. 297 do TST e, em simples palavras,

demonstra que a matéria que será analisada

pelo TST precisa ter sido decidida pelo TRT, ou

seja, o Tribunal Superior do Trabalho apenas

revê a decisão, e não a julga pela primeira vez. A

Súmula referida faz menção ao

prequestionamento implícito, que é aquele em

que a matéria é julgada, mas sem necessidade

de menção explícita ao dispositivo de lei.

Também menciona em seu inciso III o

prequestionamento ficto, hipótese em que a

matéria não foi julgada, demonstrando omissão

e, apesar da interposição de embargos de

declaração, o tribunal se manteve omisso. Na

hipótese, presume-se (ou seja, cria-se uma

ficção jurídica) que a matéria foi decidida,

podendo o TST analisá-la.

75. O recurso de embargos de declaração

está previsto no art. 897-A da CLT, sendo

utilizado, nos termos do artigo referido, na

ocorrência de: a. omissão; b. contradição; c.

obscuridade; d. equívoco manifesto na análise

dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade

recursal. O recurso é passível de apresentação

de contrarrazões, na hipótese de efeitos

infringentes, conforme a OJ n. 142 da SDI-1 e a

Súmula n. 278 do TST, sendo nulo o julgamento

sem a possibilidade de manifestação do

embargado. Por fim, a oposição do recurso faz

com que o prazo dos demais recursos seja

interrompido, caso seja admitido, nos termos da

OJ n. 377 da SDI-1 do TST.

76. O §3º do art. 897-A da CLT, inserido por

meio da Lei 13.015/14, afirma que: “Os

embargos de declaração interrompem o prazo

para interposição de outros recursos, por

qualquer das partes, salvo quando

intempestivos, irregular a representação da parte

ou ausente a sua assinatura”.

77. O recurso de agravo de instrumento está

previsto no art. 897 da CLT e possui por única

finalidade “destrancar outro recurso”, isto é,

demonstra que o juízo negativo de

Page 121: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 121 de 125 

  

admissibilidade realizado em outro recurso está

equivocado. Assim, se é interposto um recurso

ordinário, inadmitido pela Vara do Trabalho,

poderá ser interposto um agravo de instrumento

para demonstrar que aquele deve ser admitido. O

agravo de instrumento, diferentemente do

processo civil, será interposto perante o juízo a

quo, que poderá reconsiderar sua decisão, o que

significa dizer que no recurso em estudo

encontra-se presente o efeito regressivo. A partir

de 2010, há necessidade de realização de

depósito recursal, conforme o art. 899, § 7º, da

CLT, que será no valor de 50% do depósito

realizado no recurso que se pretende destrancar.

Além disso, é sempre bom lembrar-se dos

documentos obrigatórios que devem ser juntados

ao apelo, arrolados no art. 897, § 5º, da CLT.

78. A Lei nº 13015/14 incluiu o §8º no art. 899 da

CLT, afirmando a ausência de depósito quando o

agravo desafia inadmissão de recurso de revista

que tem por fundamento contrariedade às

Súmulas e OJs do TST.

79. Recurso adesivo: antes não admitido no

processo do trabalho (Súmula n. 175 do TST

cancelada), por ser considerado incompatível com

sua simplicidade, é atualmente possível de ser

utilizado, nos termos da Súmula n. 283 do TST,

cabível nos recursos ordinários, agravo de

petição, revista e embargos, no prazo alusivo às

contrarrazões, quando houver sucumbência

recíproca, ou seja, quando a pretensão for julgada

parcialmente procedente, desatendendo aos

anseios de autor e réu. Importante lembrar da

segunda parte da Súmula n. 283 do TST, assim

redigida: “sendo desnecessário que a matéria nele

veiculada esteja relacionada com a do recurso

interposto pela parte contrária”.

Liquidação de sentença

80. Trata-se de procedimento prévio à

execução para individualizar o objeto da

condenação. Não é ação autônoma, pois não há

contraditório efetivo, bem como a decisão não é

recorrível. No rito sumaríssimo, conforme o art.

852-B, I, da CLT, o pedido deve ser certo,

determinado e indicar o valor, de forma que a

sentença será desde logo líquida, não havendo

liquidação de sentença nesse procedimento.

81. Liquidação por cálculos: consiste na

mais comum, em que há análise de cálculos

apresentados pelas partes, conforme os arts.

879 da CLT e 475-B do CPC. Devem ser

seguidas as seguintes regras: 1. apresentação

de forma discriminada e atualizada, incluindo

juros e correção monetária, de acordo com a

Súmula n. 211 do TST; 2. juros: 12% ao ano,

contados da data do ajuizamento da ação; 3.

deverá ser incluído o valor devido à Previdência

Social (INSS); 4. impossibilidade de alteração da

decisão liquidanda: art. 879, § 1º, da CLT.

82. Será realizada a liquidação por

arbitramento, conforme o art. 475-D do CPC,

quando houver necessidade de realização de

perícia técnica para se aferir o valor da

condenação, o que pode ocorrer, por exemplo,

nas hipóteses de salário in natura e

determinação de valor do salário (art. 460 da

CLT). O arbitramento poderá ocorrer nas

seguintes hipóteses: 1. convenção das partes; 2.

determinação por sentença; 3. o objeto da lide

exigir. O procedimento a ser seguido é aquele

descrito no art. 475-D da CLT. Diferencia-se a

perícia realizada na liquidação daquela feita

como meio de prova no processo de

conhecimento, pelos seguintes motivos: a. não

há apresentação de quesitos e assistentes

técnicos na liquidação; b. o perito na liquidação é

único. Por fim, pode tal espécie de liquidação ser

convertida em cálculos, se assim entender o

Magistrado.

83. A impugnação à conta de liquidação

Page 122: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 122 de 125 

  

pode seguir dois procedimentos, de acordo com

a vontade do Magistrado: 1. Nos termos do art.

879, § 2º, da CLT, pode o Juiz abrir prazo de 10

dias para que a parte contrária apresente

manifestação aos cálculos apresentados pelo

credor. A não apresentação acarreta preclusão e

impossibilidade posterior de discussão. 2. Caso

não seja aberto prazo, as partes poderão discutir

os valores nos embargos à execução, conforme

o art. 884, § 3º, da CLT. 3. A União, quando for a

hipótese, deve ser intimada a manifestar-se, nos

termos do art. 879, § 3º, da CLT, quando da

apresentação dos cálculos, sendo o único

momento em que o ente poderá impugná-los.

84. O entendimento majoritário é no sentido

da irrecorribilidade da decisão que julga a conta

de liquidação, já que da decisão posterior dos

embargos à execução caberá agravo de petição,

hipótese em que eventual erro poderá ser levado

ao Tribunal Regional do Trabalho.

Execução por quantia certa

85. Na responsabilidade solidária, por

exemplo no grupo de empresas (art. 2º, § 2º, da

CLT), condenada uma empresa do grupo,

qualquer outra pode ser executada, mesmo que

não tenha participado diretamente do processo

de conhecimento, já que houve o cancelamento

da Súmula n. 205 do TST. Já na

responsabilidade subsidiária, que surge

principalmente na terceirização, há necessidade

de que o responsável subsidiário participe da

relação processual (processo de conhecimento)

para que sofra os efeitos do processo de

execução, conforme dispõe a Súmula n. 331 do

TST.

86. A desconsideração da personalidade

jurídica, expressa nos arts. 28 do CDC e 50 do

CC, é aplicável no processo do trabalho, com

um detalhe: não há necessidade de

demonstração de fraude, confusão patrimonial,

má gestão ou qualquer outro fato descrito nos

dispositivos referidos. Nos domínios do

processo do trabalho, basta a ausência de

patrimônio da pessoa jurídica para ser

determinada a desconsideração da

personalidade jurídica, de forma a atingir os

bens dos sócios.

87. A execução provisória no processo do

trabalho é regulada pelo art. 475-O do CPC,

sendo de responsabilidade do exequente, caso

algum dano seja suportado pelo executado em

decorrência da reforma da decisão exequenda.

O início da execução provisória depende de

requerimento da parte, não sendo realizada de

ofício, como ocorre na definitiva, nos termos do

art. 878 da CLT. A execução provisória decorre

da ausência de efeito suspensivo do recurso,

que é a regra do processo do trabalho, conforme

o art. 899 da CLT. Por fim, conforme o inciso III

da Súmula n. 417 do TST, fere direito líquido e

certo a penhora de dinheiro na execução

provisória se o executado ofertou outros bens a

penhora.

88. Atenção especial à impenhorabilidade

absoluta dos salários, conforme a OJ n. 153 da

SDI-2 do TST, que reafirma o art. 649, IV, do

CPC. Nenhum percentual do salário pode ser

penhorado, cabendo mandado de segurança

caso o Juiz do Trabalho determine a penhora

sobre ele. Tal entendimento não se aplica à

poupança, sendo que o TST afasta os efeitos do

art. 649, X, do CPC.

89. Execução por quantia certa contra

devedor solvente: tal espécie de execução segue

as normas do art. 880 da CLT, sendo expedido

mandado de citação, penhora e avaliação, para

pagamento da quantia em 48 horas, incluindo os

valores devidos à União em decorrência de

contribuições previdenciárias, sob pena de

penhora e avaliação, que serão realizados pelo

Page 123: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 123 de 125 

  

Oficial de Justiça. Não sendo encontrado o

executado, será citado por edital. Não

encontrado o devedor, mas encontrados bens

passíveis de penhora, será realizado o arresto

executivo, conforme o art. 653 do CPC. A

apresentação de carta de fiança bancária

equivale a dinheiro, conforme a OJ n. 59 da SDI-

2 do TST. Conforme a OJ n. 89 da SDI-2 do

TST, ninguém é obrigado a ser nomeado

depositário dos bens penhorados, sendo

necessária a sua concordância, que culminará

com a assinatura dos termos de penhora e

depósito.

90. A defesa típica do executado está descrita

no art. 884 da CLT, que trata dos embargos à

execução, ajuizados no prazo de 5 dias a contar

da garantia do juízo. A defesa é analisada nos

mesmos autos, por possuir sempre efeito

suspensivo, sendo o exequente intimado para

manifestar-se também em 5 dias. A matéria que

pode ser arguida nos embargos encontra-se tanto

no art. 884, § 1º, da CLT quanto no art. 475-L do

CPC. Também pode o executado defender-se por

meio de exceção e pré-executividade, quando a

matéria for de ordem pública e não houver

necessidade de produção de provas, ou seja, as

provas foram pré-constituídas. A decisão que

rejeita a exceção é irrecorrível, por ser

interlocutória. Já o acolhimento da defesa, com a

extinção da execução, gera o cabimento de

agravo de petição.

91. Adjudicação: trata-se do modo

preferencial de expropriação, previsto no art.

685-A do CPC, que pode ocorrer de forma

singular ou em concorrência com outros

credores, sendo que na última hipótese haverá

licitação, adjudicando aquele que ofertar melhor

valor. A adjudicação será feita pelo valor da

avaliação ou da arrematação, se já ocorreu,

desde que, nesta última situação, não tenha

havido a assinatura no termo de arrematação.

Destaque para a Súmula n. 399 e para a OJ n.

66 da SDI-2 do TST, que afirmam não caber

ação rescisória e mandado de segurança contra

a decisão de homologação da adjudicação.

92. Na arrematação, o arrematante deve

garantir o lance com 20% do valor no prazo de 24

horas, sob pena de perder o valor para a

execução, nos termos do art. 888, § 2º, da CLT. O

valor da arrematação não pode ser vil, conforme o

art. 692 do CPC, sob pena de aviltar o patrimônio

do devedor-executado. A remição no processo do

trabalho é regulamentada pelo art. 13 da Lei n.

5.584/70, sendo o pagamento da totalidade da

dívida pelo executado preferencial até em relação

à adjudicação. A Lei n. 11.382/2006 revogou a

remição pelo cônjuge, descendente e ascendente.

Por fim, a remição deve ser realizada no prazo de

24 horas após a arrematação, prazo esse que é

para a assinatura do auto de arrematação.

Ação rescisória

93. Conforme o art. 836 da CLT, será

realizado um depósito prévio de 20% do valor da

causa, como requisito de admissibilidade da

ação rescisória, salvo prova de miserabilidade

jurídica do autor, hipótese em que será

dispensado de tal requisito. Nos termos da

Instrução Normativa n. 31/2007, a massa falida

está dispensada da realização do referido

depósito.

94. Além disso, é importante dizer que o

valor depositado pode ser levantado pelo autor

da rescisória, ou pode ser “perdido” para a outra

parte, como multa, nos termos do art. 488, II, do

CPC, caso a ação rescisória seja inadmitida ou

julgada improcedente.

95. A utilização da ação rescisória não

depende da interposição prévia de recursos,

conforme prescreve a Súmula n. 514 do STF.

96. Sobre a competência para a ação

Page 124: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 124 de 125 

  

rescisória, sempre de Tribunal, seguimos as

seguintes regras:

a. TRT: Se a decisão que transitou em julgado foi

uma sentença, caberá o ajuizamento perante o

Tribunal Regional do Trabalho. Se a decisão com

trânsito em julgado for do TRT, caberá ao próprio

TRT o processamento e julgamento da

rescisória.

b. TST: Caberá o ajuizamento da ação rescisória

perante o TST na hipótese de a decisão

rescindenda ser acórdão daquele tribunal.

97. O ajuizamento da ação rescisória não

impede o cumprimento da sentença ou acórdão

rescindendo, ressalvada a concessão, casos

imprescindíveis e sob os pressupostos previstos

em lei, de medidas de natureza cautelar ou

antecipatória de tutela.

98. Na ação rescisória, o que se ataca é a

sentença, ato oficial do Estado, acobertado pelo

manto da coisa julgada. Assim, e considerando

que a coisa julgada envolve questão de ordem

pública, a revelia não produz confissão na ação

rescisória.

Mandado de segurança

99. Em relação à competência funcional,

temos que saber que órgão da Justiça do

Trabalho possui competência para a ação em

estudo. Todos os graus de jurisdição são

competentes, a depender do ato questionado.

Vejamos:

a. Vara do Trabalho: se o ato questionado for

exterior à Justiça do Trabalho, como a autuação

promovida pelo MTE.

b. TRT: se o ato questionado for de Juiz do

Trabalho, Desembargador do TRT e servidores

do TRT.

c. TST: se o ato questionado for de Ministro do

TST.

100. O mandado de segurança repressivo, ou

seja, aquele utilizado quando já houve a violação

do direito, deve ser impetrado no prazo máximo

de 120 dias, a contar da ciência do ato, conforme

o art. 23 da Lei n. 12.016/2009. Trata-se de prazo

decadencial, que não se suspende ou interrompe.

Nesse ponto, é sempre importante lembrar o

entendimento do STF, por meio da Súmula n.

430, que diz que o pedido de reconsideração não

interrompe o prazo para o mandado de

segurança.

101. Uma das súmulas mais importantes do

TST sobre o mandado de segurança é a de n.

415, que regularmente é cobrada nos concursos

trabalhistas. Nos termos do entendimento

exposto, não cabe emenda da petição inicial do

mandado de segurança para juntada de

documentos.

Inquérito para apuração de falta grave

102. Duas são as correntes que tratam do

cabimento da ação, ou seja, que tratam dos

empregados que somente podem ser demitidos

por via judicial. A primeira corrente, mais

conservadora, diz que o inquérito somente se

aplica aos detentores de estabilidade decenal

(art. 492 da CLT) e dirigentes sindicais (Súmula

n. 379 do TST). A segunda corrente já incluiu,

além dos dois mencionados, os diretores de

sociedade cooperativa e os membros do

Conselho Nacional de Previdência Social.

Poucos afirmam que os membros das

Comissões de Conciliação Prévia, eleitos pelos

empregados, possuem direito ao inquérito.

103. Um dos temas mais cobrados em

concursos sobre o inquérito é o prazo para o

ajuizamento da demanda em análise. Nos

termos do art. 494 da CLT, poderá o empregador

suspender o empregado ao praticar uma falta

grave. Havendo tal suspensão, dispõe o art. 853

da CLT que a ação deverá ser ajuizada no prazo

máximo de 30 dias, contados da data da

suspensão, sendo que a Súmula n. 403 do STF

Page 125: Página 1 de 125 · Serviços Públicos – Lei 8987/95 1. Conceito a) Substrato material: comodidade ou utilidada. ... Diferenças entre a concessão e a permissão a)

 Direito Processual do Trabalho – Prof Bruno Klippel 

www.aprovaconcursos.com.br                                                           Página 125 de 125 

  

afirma ser esse prazo de decadência e que,

portanto, não se suspende ou interrompe.

104. O prazo de decadência do direito do

empregador de ajuizar inquérito em face do

empregado que incorre em abandono de

emprego é contado a partir do momento em que

o empregado pretendeu seu retorno ao serviço.

105. Na ação de inquérito, há outra

peculiaridade importante sobre as provas: trata-

se do rito com o maior número de testemunhas

no processo do trabalho: 6 testemunhas para

cada parte.

Bons estudos !!!

Bruno Klippel

Vitória/ES

www.brunoklippel.com.br 

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________