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Pág. 2 Jornal de Serv iço Cocama r Fevere i ro 2015

O agronegócio brasileiro estácolhendo uma safra volu-mosa em meio a uma criseeconômica interna de gran-des proporções, que sufoca apopulação. Daí a pergunta:sem a produção agropecuá-ria, que se transforma em ri-queza e desenvolvimento nasregiões, o que seria do país?

Importante lembrar que em2014, o superávit comercial doagronegócio em suas relaçõescom o mundo, de US$ 80 bi-lhões, amorteceu o déficit dabalança comercial brasileiraque, mesmo assim, fechou novermelho em US$ 3,9 bi-lhões.

Ainda que tenha os preçosdos seus produtos relativa-mente protegidos pelo câm-bio, o empresário rural sabe

que a consistente desvalori-zação do real frente a moedanorte-americana terá os seusefeitos no momento em queele for adquirir os insumospara a próxima safra, não hácomo ser diferente.

A maneira como os gover-nantes conduziram o paísnos últimos anos, tem agoraos seus reflexos. E são duros.Os setores econômicos estãodesorganizados, a indústriaarrasada, os necessários in-vestimentos em infraestru-tura e logística não saem dopapel (os riscos de apagõesestão aí). Ao mesmo tempo,todos acompanhamos diaria-mente os escândalos, em se-tores do governo, que pa-recem não ter fim e perce-be-se que não houve nenhumzelo ou cuidado com o di-

nheiro público, promovendo-se desmedidas gastanças.

Com isso, avanços e con-quistas sociais acabaramcomprometidos, a inflaçãoestá de volta e a sociedade,no final de tudo, é chamadaa pagar a conta, com a im-posição de um arrocho emforma de aumentos abusi-vos de tarifas, preços e im-postos, além de corte decrédito. Isto explica a defla-gração de movimentos des-esperados como os protestosdos caminhoneiros, e o quemais está por vir.

Dizia-se, há alguns anos,que no Brasil havia apenasdois segmentos considera-dos de excelência, por suaspotencialidades – o agrone-gócio e o pré-sal. Com a per-

da de viabilidade deste úl-timo, motivada pela fortequeda internacional dos pre-ços do petróleo, resta o pri-meiro, mas é preciso fazer apergunta: até quando conse-guirá suportar?

Os preços internacionaisdas principais commoditiesestão em queda – não fossea variação cambial, o produ-tor poderia estar amargandopreços entre 25% e 30%mais baixos, na opinião deespecialistas. Com os tais“ajustes”, já foi anunciadoque, em breve, não haverámais crédito em patamaresagrícolas para continuar fo-mentando a modernização eo desenvolvimento do cam-po, ou melhor, da “galinhados ovos de ouro” que é pre-ciso, a todo custo, preservar.

O que seria do Brasil sem o agronegócio?

O campo,a “galinhados ovosde ouro”que é preciso,a todo custo,preservar

opinião & ideias

Muito embora os proprie-tários rurais brasileiros te-nham, à princípio, até o dia5 de maio próximo para fa-zerem o Cadastro Ambien-tal Rural (CAR), há notíciasde que cartórios de cidadesparanaenses já estariamexigindo o documento. Co-mo se sabe, quem não fizero CAR dentro do prazo fi-

cará impedido de vender apropriedade e nem conse-guirá contrair financia-mento agrícola. Pois, recen-temente, produtores teriamse surpreendido ao se depa-rar com cartazes afixadosnos cartórios.

A recomendação da Coca-mar e das entidades repre-

sentativas é que os proprie-tários rurais se apressem,pois mesmo que a ministrada Agricultura tenha sepronunciado sobre umapossível prorrogação doprazo, a verdade é que nin-guém está dispensado docadastro e, deixar para a úl-tima hora, pode ser proble-mático.

Cartórios já estariam exigindo o CAR

dos proprietários ruraisbrasileiros teriamfeito o CAR, cujoprazo, à princípio,vence dia 5/5/15

5%

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Cleber França

Na fase de plantio dasafra 2014/15, os produto-res fizeram figas para ofim da estiagem e o re-torno das chuvas. Agora,no período de colheita, elestorcem para que as nu-vens escuras fiquem lon-ge, pelo menos enquan-to ainda houver lavoura.A vontade de concluir ostrabalhos e semear o mi-lho de inverno é grande.Na região noroeste, a sojaproduziu bem e a perspec-tiva é de alta produtivi-dade.

“No geral, tivemos umasafra menos problemáti-

ca em matéria de pragas edoenças”, informou o ge-rente de produção agrícolada cooperativa, LeandroCezar Teixeira.

Em Floresta e Ivatuba, naregião de Maringá, quemhavia dessecado a soja an-tes das chuvas, acabou so-frendo uma perda com aqual não contava. Os grãosficaram expostos por vá-rios dias à umidade exces-siva e, no final, perderampeso . “Vários agricultoresestão lamentando essaquebra”, comenta o geren-te da unidade da coopera-tiva em Floresta, MárcioSartori. Um exemplo é An-tonio Pedrini, que precisou

interromper a colheita porcausa das chuvas, que seestenderam por 9 dias se-guidos. “Calculo uma per-da de mais ou menos dezsacas, em média, por al-queire”, disse Pedrini.

MÉDIA BOA – O produ-tor Sérgio Santi cultivou50 alqueires em Ivatuba,parte dos quais colhidaantes das chuvas e acre-dita que, mesmo assim,em uma média de 140sacas por alqueire. Ele pos-sui oito colheitadeiras epresta serviço para outrosagricultores. “Colhi uns300 alqueires, tudo na mé-dia de 140 sacas”, infor-mou.

Fevere i ro 2015 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 3

Muito sol no plantioe chuva demais na colheitaSAFRA No início, a preocupação foicom a estiagem e, no final, as chuvasvieram intensas, causando perdas emalgumas regiões

p

Dificultada pela grandequantidade de chuvas,

colheita sofreu atrasos emvárias regiões do Paraná;

na outra foto, detalhedo descarregamento

na Cocamar

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Em outras regiões,onde produtores não

têm o hábito de dessecaras lavouras, as chuvas nãocausaram danos. A famíliado cooperado Antônio JoséMulati, que cultiva 320 al-queires nos municípios deOurizona e São Jorge doIvaí, reiniciou a colheitadepois da chuvarada e aprodutividade estava sen-do boa, ao redor de 150 sa-cas por alqueire. “Nestasafra optamos por varieda-des de ciclo médio e pre-coce e não tivemos maio-res problemas com pragase doenças, uma vez que se-guimos todas as recomen-dações técnicas”, relatou.

TUDO JUNTO - A concen-tração da colheita fez comque grandes quantidadesde grãos fossem levadasao mesmo tempo para osarmazéns da Cocamar. Se-gundo o gerente de produ-ção agrícola da cooperativaem Ourizona, Ademir Ro-drigues Contieri, em umúnico dia foram recebidas2,5 mil toneladas de soja.

Recorde de recebimentotambém em São Jorge doIvaí. Num único dia, de-pois das chuvas, os coope-rados entregaram 4 miltoneladas. Um deles foi oagricultor, Eduardo SilvaPinto, que cultiva 70 al-queires. “Para dar conta,acordo às 5 horas damanhã e vou dormir só de-pois das 11 da noite. É umaépoca bem corrida”, disseo produtor, que vinha co-

lhendo acima de 140 sacaspor alqueire. “Não tivemostanta incidência de pragase doenças, apenas a lagar-ta falsa-medideira deu umpouco mais de trabalho”,observou.

E para que, tem vontade,não há um limite de idadepra ajudar no campo. O co-operado Alcides Laguna,71 anos, de São Jorge doIvaí, disse que ia até 9 oudez da noite na colheita. “Agente cresceu na lida e nãosabe ficar parado, aindamais nesta época”, enfati-zando que sua média erade 150 sacas por alqueire.

EXPECTATIVA - Próxi-mo ao residencial Alphavi-lle em Maringá, onde pos-sui 37 alqueires, o produ-tor Gildo Cavalhieri plane-java iniciar a colheita nofinal de fevereiro. Segundoele, a expectativa é de 160a 170 sacas em média, aconsiderar pela quantidadede vagens e o bom estadoda lavoura.

Acostumado a lidar com os sobressaltos ine-rentes à sua vulnerabilidade climática, o Pa-raná vem se destacando nesta safra de grãospor condições surpreendentemente favoráveis.Apesar do atraso no plantio, causado pelaseca, regiões como o noroeste e o norte do Es-tado vêm sendo contempladas por temperatu-ras em geral adequadas e chuvas regulares evolumosas. Com isso, o Estado tendo a ameni-zar, inclusive, prováveis perdas de outros Es-tados produtores que sofreram com a seca.

EXPECTATIVA – Vice-líder na produção na-cional de soja (atrás apenas do Mato Grosso),o Paraná nutre boas expectativas. No ciclo pas-sado, os paranaenses colheram uma média de49,5 sacas por hectare, bem acima das 56sacas projetadas inicialmente pelo Departa-mento de Economia Rural (Deral) ligado à Se-cretaria Estadual da Agricultura.

Levantamento da Conab confirma que , apósalguns solavancos nos últimos anos, a soja do

Paraná voltará a ter a melhor produtividadedo país nesta safra 2014/15, em torno de 3.328quilos (55,5 sacas) por hectare. A produçãototal da oleaginosa está estimada em 17,3 mi-lhões de toneladas, um recorde.

No Brasil, a consultoria Agroconsult projetauma colheita de 93,9 milhões de toneladasda oleaginosa no país, um pouco menos doque a Conab, que espera 94,5 milhões de to-neladas.

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Detalhe da colheita;ao lado, AntonioJosé Mulati, de

Ourizona; abaixo,Eduardo Silva Pintoe Alcides Laguna, de

São Jorge do Ivaí:produtividade em alta

PR espera grande safra

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Rogério Recco

Com apenas 15 a 20% deteor de argila, os solos da re-gião de Iporã, a 50km deUmuarama em direção aGuaíra, no arenito caiuá, nor-oeste paranaense, constituemum desafio à produção agrí-cola. Explorar solos assimexige que produtores e técni-cos trabalhem juntos no sen-tido de aplicar o conhecimentoacumulado ao longo dos anos,bem como as tecnologias dis-poníveis.

Mas o desafio vem sendovencido: na região atendidapela Cocamar, que compre-ende parte do noroeste, jáexistem cerca de 60 mil hec-tares cultivados em sistemasde integração lavoura x pe-cuária, dos quais, em 13 mil,se investe na produção desoja. As perspectivas são ani-madoras.

A cooperativa e seus parcei-ros – entre eles o InstitutoEmater, Instituto Agronômicodo Paraná (Iapar), EmpresaBrasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa) e Univer-sidade Estadual de Maringá(UEM) - veem nesses solos po-

bres e pastos degradados umenorme potencial a desenvol-ver, e não é para menos. Sedevidamente explorado, po-derá fazer surgir uma novafronteira agrícola no Estado.

REFERÊNCIA - Em suapropriedade a 20km de Iporã,o produtor Antonio Lazzari éum dos exemplos que justifi-cam a aposta nesse futuropromissor. Quando, em 2005,ele comprou as terras daatual Fazenda Água Doce,onde vive com a esposa Tere-zinha, a situação dos pastosera a pior possível: “haviamuita erosão e solo desprote-gido”, explica. Hoje, pelo seudinamismo, a propriedade éconsiderada uma referência.Natural de Horizontina (RS),o produtor mantém em plenoParaná, à sua maneira, a sa-ga desbravadora dos gaú-chos, que costumam sair deseu Estado para abrir novasfronteiras agrícolas pelo Bra-sil. No seu caso, ele conta queaprendeu a domar o solo paraalcançar altos níveis de pro-dutividade.

Lazzari adotou a integraçãolavoura x pecuária há cincoanos e, em 100 de seus 120 al-

queires, plantou soja que nasafra do ciclo 2014/15, recém-colhida, resultou em 135 sa-cas por alqueire, na média.Essa quantidade pode nãobrilhar muito aos olhos deagricultores de regiões de so-los argilosos, mas ficou bemacima da média obtida nasimediações de Iporã, que foide 91 sacas/alqueire – o equi-valente a 2.250 quilos porhectare.

ESTIAGEM - O problema éque as lavouras enfrentaram,nesta safra, um longo períodosem chuvas, que acabou der-rubando a produtividade. “Seo tempo tivesse ajudado, cer-tamente iria colher de 170 a180 sacas por alqueire”, co-menta o produtor. Em um deseus talhões, foram obtidos ocorrespondente a 190 sacaspor alqueire. Lazzari contaque começou a semear sojano dia 16 de setembro, logoapós o fim do vazio sanitário.Antes disso, no começo da-quele mês, efetuou a desseca-ção dos pastos. “A variedadeque se sobressaiu foi com atecnologia Intacta”, informa.

A soja foi embora e, no lugar,ficou uma pastagem naturalde braquiária, que viceja comvigor. Lazzari nem precisa se-mear o capim, ele vai brotandoe, em pouco tempo, tudo seráum pasto de qualidade. No anopassado, em 90 alqueires ondehavia colhido soja, o produtorsoltou 400 cabeças que ali per-maneceram engordando porum período de 100 a 120 dias,em pleno inverno. Havia tantamassa verde que o rebanhoentrou com peso médio de 14arrobas e saiu pesando 19 ar-robas. “Forneço apenas umproteinado no cocho, nadamais”, diz o produtor, que pos-sui outra propriedade na vizi-nhança, de onde traz os ani-mais para a terminação.

“Antes de partir para a inte-gração, faltava pasto, masagora o que me falta é boi”,brinca Lazzari. Ele orienta osoutros produtores a estuda-rem a possibilidade de fazerintegração: a seu ver, na piordas hipóteses, o sistema la-voura x pecuária vai corrigiro solo e melhorar a produ-tividade da pecuária.

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Integração traz perspectivasanimadoras ao arenito caiuáSAFRA Uso de tecnologia apropriadarevela que potencial a explorar é grande

Acima, a partir daesquerda, em pastagemde braquiária natural na

Fazenda Água Doce, RenatoWatanabe, coordenadorde ILPF na Cocamar, oproprietário Antonio

Lazzari e o agrônomoBruno Sander Zulian, daunidade da cooperativaem Iporã, Na outra foto,

Lazzari e a esposaTerezinha. O casal temtrês filhos que ajudam

nos negócios da família.Ele investiu nos últimosanos em maquinários eequipamentos de última

geração, que incluem sistemas de precisão

com taxa variável. Entreoutros, possui semeadora

a vácuo (para melhordistribuição) e

autopropelido (comtanque maior) parapulverizar, emprega

doses altas de inoculaçãono sulco, não dispensabiorregulador e nem

adubação foliar.

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O engenheiro agrônomoBruno Sander Zulian, da uni-dade da Cocamar em Iporã,é quem presta orientação téc-nica ao produtor AntonioLazzari, em Francisco Alves.

Segundo ele, para produzirbem no solo arenoso o agri-cultor precisa levar em contaalgumas recomendações pre-conizadas pelo DepartamentoTécnico da Cooperativa:

• a primeira delas é o usode adubação nitrogenada na

soja, para arranque inicialda cultura e suprimento de Naté que a fixação biológica denitrogênio (FBN) passe a for-necer o nutriente.• utilizar adubação foliarcomplementar à de base commicronutrientes, para poten-cializar a FBN e que minimi-zem o efeito de altas tem-peraturas na época da flo-rada, visando diminuir oabortamento das flores;• uso de biorreguladores,para garantir um equilíbriohormonal, estimulando a

formação de plantas maiseficientes e para minimizaro efeito do estresse hídricoe térmico frequentes na re-gião;• escolha de variedadesadaptadas a região;• a aplicação de fungicidapreventivamente visando asanidade das plantas e dosgrãos; • por fim, a cobertura do so-lo é indispensável, podendoser feita com braquiária sol-teira ou pelo consórcio milhox braquiária.

VAI BEM - “Quem aplicatoda a tecnologia recomen-dada e é acompanhado porum profissional da coopera-tiva, consegue ter uma pro-dutividade entre 20 e 25%acima da média regional”,observa o engenheiro agrô-nomo da unidade de Iporã,Fernando Ceccato. Mesmoneste ano de seca durante odesenvolvimento das lavou-ras, houve produtores que,em áreas isoladas, consegui-ram colher bem acima damédia regional de 91 sacaspor alqueire.

Nesta safra, os melhoresrendimentos foram obtidoscom a semeadura realizadaentre os dias 1º e 10 de outu-bro. Antes e após esse perí-odo, salvo exceções, os resul-tados ficaram abaixo do espe-rado.

De acordo com Ceccato, aexploração de todo o poten-cial produtivo de regiõescomo a de Iporã esbarra emquestões como a rotatividadede produtores e a presençade um grande número dearrendatários que permane-cem por curtos períodos naregião, o que dificulta a dis-seminação de toda a tecnolo-gia disponível.

Em solo arenoso não há espaço para improvisosSafra

Explorar solos assim exige que produtores e técnicos trabalhem juntos no sentido deaplicar o conhecimento acumulado ao longo dos anos, bem como as tecnologias disponíveis.

Fernando Ceccato

HOMENAGEM - Portal de Francisco Alves, a 20km de Iporã. O município empresta o nomedo famoso ator de teatro e cantor popular, apelidado de Chico Viola, que iniciou sua carreiraem 1918 e ingressou no rádio em 1929. Até sua morte trágica em 1952 - seu veículo colidiucom um caminhão e pegou fogo - nunca parou de gravar, daí se explicam os seus 524 discos

Há quase duas décadas a Co-camar e seus parceiros vêmtrabalhando no desenvolvi-mento de projetos integradosvoltados a solos arenosos. Deacordo com o coordenador deILPF na cooperativa, enge-nheiro agrônomo Renato Wata-nabe, objetivo é demonstrar aviabilidade desse modelo e,com ele, promover uma revo-lução econômica regional. “Oque se pretende é incorporar aum processo mais produtivo asgrandes extensões de pasta-gens que estão, em sua maiorparte degradadas”, acrescenta.O arenito caiuá compreendecerca de 1,8 milhão de hectaresde pastos e, segundo númerosoficiais, ao menos 80% deles seencontram em algum estágiode degradação.

Pastos “no osso” levam a umprevisível ciclo de pobreza e

significam que o arenito temassistido a uma decadência dapecuária de corte. Se de umlado há euforia com o bom mo-mento do setor, beneficiadoatualmente pelas altas cotaçõesda arroba de carne, de outro aatividade continua sendo con-duzida de forma tímida e tradi-cional em grande parte dasfazendas. Refratários a mudan-ças, pecuaristas ainda admitemsituações como o ganho depeso dos animais durante overão e, por falta de comida, oinevitável emagrecimento noinverno – o chamado “efeitosanfona”. Sem contar que amédia de unidades animais(UA) por hectare é muito baixa(apenas 0,7), e também que osbois chegam aos frigoríficos,em média, com o dobro deidade em comparação aos no-vilhos precoces, de carne maissaudável e saborosa.

Região de solo pobretem potencial para produzir riquezas

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Da Redação

Foram reunidos no dia 12 defevereiro no salão paroquialde Ângulo, município da re-gião de Maringá, cerca de 150convidados, entre produtorese autoridades locais, oportuni-dade em que a Cocamar for-malizou o início de suas ope-rações na cidade. Avançandomais um passo em seu pro-jeto de expansão, a coopera-tiva assumiu uma estruturaonde está fazendo o recebi-mento de grãos.

Ao fazer sua saudação, ovice-presidente de Gestão eOperações, Divanir Higino daSilva, disse que o crescimentoé um imperativo para organi-zações como a Cocamar, quese inserem em um segmentoaltamente concorrido. "Quere-mos crescer com rentabili-dade e dobrar de tamanho até2020", pontuou Silva, expli-cando que o modelo de reu-niões da cooperativa é seme-lhante ao que se viu ali, quesugere também a participaçãode esposas dos associados.

POTENCIAL - Em seu dis-curso, o prefeito Pedro Vicen-tin ressaltou a importância dachegada da Cocamar para omunicípio, que traz mais co-modidade e benefícios aosprodutores da região. Ele lem-brou já ter sido associado e sedisse orgulhoso pelo cresci-mento da cooperativa. "Temospotencial e, com certeza, as

expectativas serão plena-mente atendidas", frisou.

O associado Edivaldo Bave-lloni, que detinha a estruturaoperacional assumida pela co-operativa, contou que perma-neceu ali por nove anos,prestando serviços aos produ-tores: "Agora começa umanova etapa e não há dúvidaque será um sucesso".

Por fim, o superintendentede Negócios, Arquimedes Ale-xandrino, fez uma explanaçãosobre os aspectos diferenciaisda cooperativa, salientandoque uma das suas caracterís-ticas é o retorno de resultadosaos produtores. "Investimospermanentemente na difusãode informações técnicas aosassociados, visando o au-mento da produtividade."

PRODUTORES - A pre-sença de uma unidade da Co-camar em Ângulo deixou osprodutores animados. Waldo-miro dos Reis, que cultiva 24alqueires no município, disseque entregava suas safras noentreposto da cooperativa em

Atalaia, a 17 quilômetros.Agora, a distância caiu pelametade. "Sou cooperado des-de 1980 e pra nós vai sermuito bom", comentou. A re-dução da distância, trazendomais comodidade, foi tam-bém ressaltada pelo produtorÂngelo Adélio Maróstica, queexplora 210 alqueires e, aexemplo de Reis, direcionava

as entregas para Atalaia."Para nós é um grande negó-cio, só temos a ganhar com avinda da cooperativa", disse.Dono de 37 alqueires próximoao residencial Alphaville,Gildo Cavalhieri comentouque a Cocamar "estava fa-zendo falta na região". Se-gundo ele, foi uma decisãoacertada investir ali.

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COMUNIDADES Foram incorporados àrede de recebimento de grãos da cooperativa osmunicípios de Ângulo e Japurá e dois distritos –Caramuru (em Cambé) e São Martinho (Rolândia).

Instalações entregues

Acima, detalhe daestrutura no município

de Ângulo; abaixo,detalhe do evento,foto do produtor

Adélio Maróstica e,embaixo, dirigentes

da cooperativa eautoridades

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Com investimentos de R$ 9milhões, a Cocamar inaugu-rou no dia 27 de janeiro asnovas instalações da unidadede Ourizona, localizada na ro-dovia PR 552, saída para SãoJorge do Ivaí. O presidente doConselho de Administração dacooperativa, Luiz Lourenço, eo cooperado Arlindo Pessutidescerraram uma placa napresença de autoridades, cola-boradores e cooperados. A es-

trutura está em funcionamen-to desde julho do ano passado,tendo já recebido a safra de in-verno.

“Temos investido para ade-quar nossas estruturas às ne-cessidades dos cooperados eoferecer a eles um bom atendi-mento”, afirmou Luiz Louren-ço. “Chegamos a receber 3,3mil toneladas por dia aqui, oque é um bom fluxo”, destacou.

Agradecendo a Cocamarpelo trabalho que realiza nomunicípio, o prefeito JanilsonMarcos Donasan destacou abeleza das instalações, classi-ficando-as como o novo portalda cidade, e a importância dacooperativa para o município.“Nossa economia é essencial-mente voltada para a agroin-dústria, que responde porcerca de 80% do que arreca-damos em ICMS e a Cocamar

é nossa principal empresa”,disse.

Em uma área bem maisampla, com 65 mil metrosquadrados, a nova unidadeconta com escritório, loja agro-pecuária, armazém de insu-mos, três moegas com capa-cidade de 150 toneladas cadae dois silos pulmão, para 650toneladas cada, podendo ar-mazenar ao todo, 1.750 tone-

ladas de grãos. Conta aindacom duas balanças suspensasrodoviárias para 100 tonela-das cada, um tombador de ca-rreta e um de truck. A uni-dade dispõe ainda de 10 cola-boradores para atender aosprodutores.

Segundo o cooperado OsmarVolpato, cuja família cultiva102 alqueires na região, a mu-dança de local da unidade foimais uma reivindicação aten-dida. “Como a antiga estruturaficava no centro da cidade, otrânsito sempre era problema.Agora facilitou muito oacesso. E o recebimento quejá era bom, ficou muito me-lhor”, comentou. O cooperadoMarcos Cruz Barandas, queplanta oito alqueires e quetambém presta serviço paraa Cocamar no transbordo dosgrãos, concorda: “Aqui temosmais espaço e toda estruturade apoio. Sair ou chegar car-regado na antiga unidade erasempre difícil por causa dasmanobras complicadas e porconta dos riscos com o trân-sito”.

Fevere i ro 2015 Pág. 11Jornal de Serv iço Cocama r

EM OURIZONA – Detalhe da cerimônia de inauguração da nova unidade no município, que ficou pronta no ano passado

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Ao lado, detalhe da nova unidade emOurizona e, acima, os produtores Osmar

Volpato e Marcos Cruz Barandas:estrutura moderna traz comodidade

e mais qualidade nos serviços

Ficaram prontas ainda, para esta safra, as estruturas de recebimento de Japurá,no noroeste do Estado, e nos distritos de Caramuru (Cambé) e São Martinho (Rolândia),na região norte. Unidades em Iepê (SP) e Nova Andradina (MS) estão sendo finalizadas.

A REGIÃODA COCAMAR

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Da Redação

Em 2014, a Cocamar apre-sentou um faturamento deR$ 2,865 bilhões, registrandoum crescimento de 8% sobreos R$ 2,650 bilhões obtidosem 2013. O número foi divul-gado na manhã de 3 de feve-reiro, durante AssembleiaGeral Ordinária da coopera-tiva. O evento reuniu cerca de400 produtores e liderançasno salão social da AssociaçãoCocamar, em Maringá.

Segundo o presidente doConselho de Administração,Luiz Lourenço, a Cocamarpraticamente conseguiu do-brar de tamanho no período2011-2014, quando saiu deum faturamento de R$ 1,600bilhão para R$ 2,865 bilhões.“Planejamos agora chegar a2020 no patamar de R$ 6 bi-lhões”, enfatizou Lourenço,lembrando que uma empresa

do porte da Cocamar precisacontinuar crescendo. Paraisso, foram aprovados inves-timentos que totalizam R$ 1,2bilhão até aquele ano, sendoa maior parte destinada àconstrução de unidades ope-racionais para o recebimentodas safras nas regiões noro-este e norte do Paraná, sudo-este do Mato Grosso do Sul eoeste paulista. “Vamos fazeros investimentos com muitocuidado, analisando cada pas-so”, comentou.

No início da Assembleia, foiprestada uma homenagempóstuma ao cooperado e con-selheiro Leandro Cesar Tezo-lin, falecido no dia 4 de maio,vítima de complicações re-nais. Tezolin, que moravacom a família na Gleba Pin-guim, em Maringá, partici-pava do Conselho Fiscal etambém do grupo de jovensda cooperativa.

COCAMAR Assembleia Geral Ordináriade 2014, realizada no início de fevereiro,deu a largada para o esforço de se chegar aR$ 6 bilhões de faturamento naquele ano.

O desafio de dobrar de tamanho até 2020

Acima, detalhe do evento, na Associação Cocamar. Abaixo, o vice-presidente de Gestão eOperações, Divanir Higino da Silva, o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, o

presidente-executivo José Fernandes Jardim Júnior, e o presidente da Sicredi União,Wellington Ferreira. Na outra foto, o presidente do Conselho de Administração, Luiz Lourenço

Ao fazer a leitura do relatório de gestão, o presidente-exe-cutivo José Fernandes Jardim Júnior, destacou: “Importanteressaltar a consolidação da presença da cooperativa na regiãonorte do Estado, onde atua desde 2010. Além de construirentre 2013/14 estruturas de apoio aos produtores em Ibiporã,Arapongas e Assaí, iniciou operação em instalações própriasno município de Apucarana e fez aquisições de imóveis quejá vinha utilizando em Santa Cecília do Pavão, Serrinha, Lon-drina e Sertaneja, incluindo o armazém graneleiro emCambé”, citou o relatório, acrescentando a realização de in-vestimentos significativos em regiões de atuação mais tradi-cional, como a edificação de modernas unidades para atenderaos associados em Ourizona e Ivatuba, uma loja em Jussara,obras para o redimensionamento e a modernização de estru-turas operacionais de Floresta e São Jorge do Ivaí e a am-pliação em 10% a sua capacidade estática de armazenagem,para 1,1 milhão de toneladas. A cooperativa chegou no iníciode 2014 ao Mato Grosso do Sul, instalando primeiramenteuma loja para fornecimento de insumos agropecuários emNova Andradina, cidade que terá em operação ainda nestasafra 2014/15, uma estrutura para recebimento de grãos.

GESTÃO PROFISSONAL - “Além de tudo isso, doisfatos de especial relevância para o futuro da Cocamardevem ser lembrados como realizações importantes de2014. A cooperativa oficializou no início do ano, duranteAssembleia Geral Ordinária, a profissionalização de suagestão, medida que vinha sendo estudada há anos com aorientação da Ocepar e de consultorias especializadas eamadurecida em debates com os cooperados. O novo mo-delo, baseado na estrutura de modernas corporações e nagovernança do cooperativismo de crédito brasileiro, quetem o crivo do Banco Central, proporciona mais segurançaà cooperativa, facilidade para a sucessão, agilidade à for-mulação de estratégias e à tomada de decisões, ampliandoo nível de transparência e a participação dos associadospor meio da criação de um conselho consultivo”, mencio-nou o relatório.

Ao completar, Jardim Júnior disse: “os produtores rece-beram a melhor remuneração por suas safras e foram ser-vidos por itens de qualidade e preços competitivos em suasdemandas por insumos”.

Consolidação no norte do Estado

FOTO

S DE JIRO YA

MABE

bilhão é o volume de

investimentosprojetados até 2020

R$ 1,2

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O vice-presidente de Gestãoda Cocamar, Divanir Higinoda Silva, fez uma apresenta-ção do planejamento estraté-gico 2015/2020, período emque a cooperativa prevê cres-cer a um média de 14,2% aoano e, ao final, alcançar o pa-tamar de faturamento de R$6 bilhões. Para isso, persegueampliar os volumes de rece-bimento de grãos, quer in-dustrializar mais, impulsio-nar os negócios na área de in-sumos e ser ainda maisagressiva no varejo. Foi defi-nido também, um plano deinvestimento de R$ 1,2 bilhãoaté aquele ano, dos quais R$

215 milhões já em 2015, amaior parte na construção deestruturas operacionais.

RECONHECIMENTO - Opresidente da Sicredi União,Wellington Ferreira, atuoucomo presidente “adoc” du-rante a Assembleia. Convi-dado por Luiz Lourenço, elecomandou o evento duranteos itens referentes a aprecia-ção de contas do exercício2014, que haviam sido audi-tadas pela empresa DelloiteTouche Tohmatsu e analisa-das pelo Conselho Fiscal.

Ao encerrar sua participa-

ção, Ferreira cumprimentouos associados e dirigentes daCocamar pelos resultados al-cançados em 2014. Na opor-tunidade, aproveitou pararessaltar a importância dotrabalho realizado pela coo-perativa quando da funda-ção da Credimar, em 1985,até a adesão da mesma aoSistema Sicredi, em 1998.“Agora que estamos inician-do a celebração de nossos 30anos, não poderíamos deixarde prestar um reconheci-mento à Cocamar e, em par-ticular, ao Sr. Luiz, que aju-daram a escrever a nossahistória”, frisou.

Previsão de crescer 14,2% ao ano

Ao final da assembleia, o presidente do Sistema Ocepar,João Paulo Koslovski, disse que as cooperativas paranaensestiveram no ano passado um faturamento de R$ 50,9 bilhões,registrando 10% de crescimento médio anual em uma dé-cada, índice que chega a 16,5% se analisados apenas os últi-mos cinco anos. Mas ele se disse preocupado com o “brutalaumento de custos” que o setor produtivo deverá enfrentareste ano. “Há indicativos de que os juros para a próxima safrade verão vão aumentar ou serão indexados”, afirmou Kos-lovski, ressaltando que o agronegócio, com seu superávit deUS$ 80 bilhões, impediu que a balança comercial brasileirativesse um déficit ainda maior no ano passado. “O governonão pode penalizar um dos poucos setores que está trazendoresultados para a economia brasileira”, afirmou.

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CONSELHO FISCAL - Foram eleitos paraa gestão 2015, José Rogério Volpato (coordenador),de Ourizona; Johny Nakashima, de São Sebastiãoda Amoreira; Luiz Antônio Cremonezi Gimenez,de Floraí; Marisa Helena Navarro Maróstica(a primeira mulher a ocupar o cargo), deDoutor Camargo; Osvaldir Basílio Sólis,de Rolândia; e Paulo Vinícius Tamborlin,de Atalaia

Preocupação com aumento de custos

foram aprovados pelos cooperadospara distribuição, em três partesiguais de R$ 60 mil, aos hospitaisdo Câncer de Maringá, Londrinae Umuarama. Outros R$ 65 milforam destinados ao InstitutoCocamar para o atendimento

de demandas na área

R$ 180 mil

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Marly Aires

Em dias de chuva, quandoficava no barracão esperandopor uma trégua do tempo paravoltar à roça, o produtor Vlad-mir Marcon de Souza, quevive na comunidade Guerra,em Maringá, diz que ficavaincomodado com o grande vo-lume de água que via ir em-bora. “Formava uma cachoe-ira, era dinheiro escorrendopela bica, sem contar os da-nos causados ao solo”, conta.

Pensando nisso, quando eleconstruiu um barracão novo,de 300 metros quadrados, noinício do ano passado, nãoteve dúvidas em instalar umsistema de calha embutidapara recolher a água da chu-

va. “Decidi fazer uma expe-riência na nova estrutura. Co-mo deu certo, minha ideia éainda este ano instalar siste-mas semelhantes também nacasa e no antigo barracão”,afirma.

ECONOMIA - Por enquanto,toda a água captada tem usona aplicação de defensivos nalavoura e na adubação bioló-gica do solo. Com uma precipi-tação de 60 milímetros, porexemplo, ele consegue arma-zenar 20 mil litros, o suficientepara pulverizar 200 alqueires.“É uma água excelente, limpae com pH baixo, ideal para amistura com os produtos quí-micos, não necessitando corri-gir, o que evita gastos com ouso de redutores de pH”, co-

menta Souza. Por conta disso,no ano passado ele usou ape-nas 30% da água de poço arte-siano que normalmente uti-lizaria durante a safra paraaplicação de defensivos e adu-bação. “Só recorri ao poçoquando houve longos períodossem chuva”, acrescenta.

Antigamente, a motobombado poço artesiano funcionavadurante parte do dia para su-prir a demanda, consumindoenergia. Acionada por um mo-tor de 10 cavalos, demoravaem média duas horas paraencher a caixa de 20 mil li-tros. Agora, calcula que essegasto com energia elétrica foireduzido em 40%.

EXPANSÃO - Segundo oprodutor, que cultiva 190 al-queires, com a instalação dosistema de captação nas de-mais estruturas da proprie-dade, o objetivo é aproveitaro líquido para lavar os maqui-

nários e levá-lo, também, atéos animais que cria, por umsistema de distribuição.

Na casa, com 250 metros detelhado e o outro barracão,com 560 metros, o produtorvai instalar caixas de águacom capacidade para 20 mil e50 mil litros, respectivamente.Como ainda está perdendoágua no novo barracão, temprojeto também para instalaroutra caixa de água paramais 20 mil litros.

Souza defende que as pes-soas deveriam ser incentiva-das a instalar esse sistema decaptação também na cidade, oque resolveria, em parte, osproblemas de alagamentos,erosão e crise hídrica. “Nãofica tão caro e, com o tempo,fica compensador. Creio quevou gastar de R$ 10 mil a R$12 mil para instalar o sistemano antigo barracão”, avalia.

SUSTENTÁVEL No ano passado eleusou somente 30% do consumo normal deágua do poço artesiano e conseguiu reduzirem 40% os gastos com energia elétrica.

Produtor de Maringá aproveita água da chuva para pulverizar na lavoura

O cuidado com o meio ambiente é prática antiga na pro-priedade de Vladmir Marcon de Souza. Toda embalagemde agrotóxico é devidamente lavada e devolvida. “Comojunto um grande volume, levo direto para a Adita (Asso-ciação dos Distribuidores de Insumos e Tecnologia Agro-pecuária)”, afirma.

Ele também calçou toda a área de abastecimento do pul-verizador, para evitar que a água que eventualmente éderramada, com altas concentrações do produto, conta-mine o solo. Essa água residual é canalizada e passa poruma fossa que foi construída com três camadas de areia,pedra brita e carvão, para filtrar os produtos químicos eevitar acúmulo. Souza complementa, dizendo preferir pro-dutos que não agridam o meio ambiente, preservando osinimigos naturais.

Preocupação com oambiente é pratica antiga

Incomodado com osgrandes volumes deágua que via perderem-seapós cada chuva, Souza(ao lado, em vídeo),implantou um sistemaque começa a ser adotadotambém pelos vizinhos.

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“Com uma boa chuva por semana, nem preciso recorrer à água do poço artesianopara aplicar os defensivos ou fazer a adubação biológica do solo”, afirma o produ-tor Nelson Pereira da Conceição Silva, que planta 130 alqueires de soja tambémna Comunidade Guerra, em Maringá. Ele viu o sistema de coleta de água da chuvainstalado na propriedade do cooperado Vladmir Marcon de Souza e decidiu fazero mesmo em seu barracão de 670 metros quadrados.

“Eu instalei somente uma caixa de 20 mil litros, mas em breve vou colocar outra.Ainda tem muita água escorrendo pela roça. Quem tem um barracão ou uma casagrande na propriedade, está perdendo dinheiro se não tiver um sistema de capta-ção desses”, comenta.

Quem não tem, deixa de ganhar

O cooperado Roberto Vizioli, que cultiva 140 alqueires em Ângulo e na Comuni-dade Guerra, em Maringá, é outro que está instalando na propriedade um sistemaparecido com o que viu na fazenda de Vladmir.

Com a construção de dois barracões de frango em andamento, já está com tudoplanejado e parte das obras executadas para aproveitar a água da chuva que es-corre dos 640 metros quadrados de telhado. “Já fiz toda a galeria e o encanamentopara escoar parte dessa chuva até em uma lagoa de peixe que estou construindocom 375 metros quadrados de lâmina de água. Só falta impermeabilizar o fundocom uma lona”, planeja.

Vizioli diz que comprar, ainda, uma caixa de água para 60 mil litros, utilizandoo que for captado para pulverizar a lavoura, lavar máquinas e o que mais pre-cisar.

Até lagoa para criar peixes

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No dia 6 de fevereiro, du-rante visita de um grupo deprodutores associados aoShow Rural em Cascavel(PR), a Cocamar aproveitou aoportunidade para que elesfossem conhecer o projeto am-biental “Água Viva” que, aexemplo daquele evento, é re-alizado pela cooperativa Coo-pavel. Com a participação,entre outros, do engenheiroagrônomo Osvaldo Danhoni,consultor ambiental, NerocyMiranda Filho e FernandoVolpato, do departamento deComunicação e Social da Co-camar, e Leila Nunes, do Ins-tituto Constâncio Pereira Dias,o grupo foi levado à comuni-dade Centralito e viu comoestão sendo recuperadas nas-centes e minas de dezenas demunicípios da região.

QUALIDADE DE VIDA -Na propriedade do agricultorJoão Carlos Nazari, eles tive-ram uma explanação da ge-rente da Universidade Coopa-vel (Unicoop), Sandra Nunes,e de Edelano Rohers, da se-cretaria de Meio Ambiente deCapitão Leônidas Marques,explicando que a iniciativacontribui para melhorar aqualidade de vida no meiorural, gerando água abun-dante e regular para animaise plantações. O projeto contacom a parceria da Syngenta.

CONSCIENTIZAR - Criadoem 2004, o Projeto Água Vivajá recuperou mais de 8 milnascentes e 12 mil famíliasforam diretamente beneficia-das. De acordo com a coopera-tiva, muito mais que recupe-rar as nascentes, o projetotem objetivo social e econô-mico, pois seu foco é conscien-tizar as famílias sobre a im-portância de preservar os re-cursos hídricos existentes naspropriedades, aumentando ofluxo das nascentes nesses lo-cais, além de garantir a qua-lidade da água. (Da Redação)

sustentável

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A necessidade de preservaros mananciais de água está fa-zendo com que os produtoresse preocupem mais com isso e,ao mesmo tempo, tomem ati-tude, desenvolvendo práticascomo a captação de água dachuva – um recurso abundan-te e disponível, para ser apli-cada em atividades agrícolas etambém na lavagem dos ma-quinários, poupando água po-tável.

Segundo os técnicos, a ver-dade é que as exigências da le-gislação ambiental, que pormuito tempo foram vilãs paraos produtores, passaram a seraliadas na busca de um am-biente propício para trabalhare viver. A necessidade de águapotável e a garantia de solo fér-til faz com que agricultorespartam para a recuperação denascentes, como se vê pelo

exemplo da Coopavel, proteçãoe criação de fontes drenadas ereflorestamento de águas.

Os especialistas afirmam: épreciso mudar a relação entreo homem e o meio ambiente.Se o produtor não cuidar dosolo e da água, não terá condi-ções de produzir. Hoje, institui-ções como a Emater orientamprodutores quanto a preserva-ção de nascentes. São trabalha-

das três hipóteses: quando anatureza se recompõe combanco próprio de sementes,onde ocorre o cercamento daárea; quando são colocadasmais espécies que não estão noambiente; ou a recomposiçãototal, com plantio e cercamentopara acelerar o processo.

A Agência Nacional de Águas(ANA) mantém o Projeto Pro-dutor de Água, que incentiva a

redução da erosão e assorea-mento de mananciais nasáreas rurais. O programaprevê o apoio técnico e finan-ceiro à execução de ações deconservação de água e do solo,como a construção de terraçose bacias de infiltração, a reade-quação de estradas vicinais, arecuperação e proteção de nas-centes, o reflorestamento deáreas de proteção permanentee reserva legal e saneamentoambiental. Prevê também o pa-gamento de incentivos aos pro-dutores rurais que, compro-vadamente, contribuem para aproteção e recuperação de ma-nanciais, gerando benefíciospara a bacia e a população.

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É preciso mudar a relação entre o homem e o meio ambiente Veja o vídeo em que Cislau

Chanan mostra como foi feitaa preservação de uma nas-cente em sua chácara, a“Olho D’Água”, localizada nomunicípio de Tamarana, re-gião de Londrina. Ele postoua gravação, realizada dia 16de fevereiro de 2013 e comduração de aproximada-mente 9 minutos, no canalYoutube e está disponíveltambém, como fonte deaprendizado, no site www.jornalcocamar.com.br. O ma-terial serve de orientaçãopara que outros produtoresfaçam o mesmo em suaspropriedades

Produtor não sobrevivese deixar de cuidarbem da água e do solo

“Olho D’Água”

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Da Redação

Ainda que tenha apresentado ajustesque resultaram em uma pequena revi-são para baixo nos estoques globais fi-nais de soja em grão nesta safra2014/15, o relatório de oferta e de-manda divulgado no último dia 10 defevereiro pelo Departamento de Agri-cultura dos Estados Unidos (Usda) con-firmou, uma vez mais, a confortávelrelação entre produção e consumo quetem pressionado nos últimos meses ascotações internacionais da commodity.

Conforme os números, a colheita glo-bal deverá atingir o recorde de 315,06milhões de toneladas em 2014/15, 11%a mais que em 2013/14. A demandatende a crescer 5,7% na comparação e,assim, os estoques mundiais ao tér-mino da temporada, em agosto, pas-sam a ser projetados em 89,26milhões de toneladas, alta de 34,7%.

Esse forte aumento da oferta é pu-xado pelos EUA, que colheram amaior safra de soja de sua história(108,01 milhões de toneladas, 18,2% amais que em 2013/14) e também ten-dem a liderar as exportações do grão(48,72 milhões, 8,7% mais). Para aprodução do Brasil, que ocupa o se-

gundo lugar nesse ranking, o Usdareduziu sua projeção em 1 milhão de

toneladas em relação ao cálculo de ja-neiro, para 94,5 milhões de toneladas.

PREVISÃO – O Usda ajus-tou para cima, em relatóriodivulgado no dia 20/2, suaestimativa para a área deplantio de milho nos EstadosUnidos (temporada 2015/16),cuja semeadura ganhará fô-lego no segundo trimestre.Em contrapartida, reduziusuas previsões para soja etrigo. Nos três casos, osatuais patamares de preçospraticados no mercado inter-nacional, são mais baixosque no mesmo período doano passado.

CAFÉ - Os embarques bra-sileiros de seguem a todovapor e janeiro apresentou amelhor receita dos últimosquatro anos, de acordo como Conselho dos Exportado-res de Café do Brasil (Ce-Café). Entre julho de 2014 ejaneiro, os primeiros setemeses desta safra 2014/15,a receita com as exportaçõesbrasileiras de café chegou aUS$ 4,285 bilhões, 50,8%mais que no mesmo inter-valo de 2013/14.

Oferta de grãos é confortável,na avaliação do Usda MERCADO Colheita global da safra 2014/15 deve ser 11% maior em comparaçãoà temporada anterior, puxada pela safra recorde dos Estados Unidos e aboa produção nos demais países

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“Saímos do vermelhopara o azul”

A perspectiva de uma produção re-corde na América do Sul é latente –fato que, somado à colheita de umasupersafra nos EUA, tende a manteros preços sob pressão. Mas, nummercado em que a demanda é firme,safras recordes não resultam, neces-sariamente, em estoques recordes,considera Aedson Pereira, da In-forma Economics FNP em São Paulo.

Em seu estudo anual sobre as pers-pectivas para o agronegócio global, di-vulgado no final do ano passado, obanco holandês Rabobank observaque as reservas mundiais estão sendo

recompostas, mas alerta que o mo-mento ainda é de transição. O ano de2015 será “interessante”, disse StefanVogel, chefe mundial da área de estu-dos de mercado agro da instituição.

“Fatores macroeconômicos perma-necem em jogo e os preços continua-rão respondendo a oscilações nobalanço de oferta e demanda, umavez que os estoques da maioria dascommodities ainda não estão nos ní-veis necessários para proporcionaruma margem de segurança sufi-ciente”, detalhou às agências de no-tícias.

Mudanças na conjuntura das princi-pais commodities criaram um cenáriomuito melhor do que era esperado noBrasil, analisa o consultor de mercadoCarlos Cogo. “Observamos uma mu-dança repentina depois que terminouo processo eleitoral no Brasil”, afirmouele em entrevista à Revista A Granja.

“Vínhamos de um cenário bem nega-tivo para as principais commodities. Nocaso da soja, entre janeiro e setembro,havia uma perda acumulada de 30%nos preços. No milho, essa perda erade quase 40% e, no trigo, de 29%. Opiso da soja chegou a US$ 9 por bushele o do milho chegou a US$ 3,30 porbushel. Esses números assustarammuita gente”, relembrou Cogo.

ALTA - “No mês de outubro, no en-tanto, as commodities saíram desseque era o patamar mais baixo dos últi-mos cinco anos. Alguns fatos pontuaisfizeram com que os preços no mercadofuturo subissem forte demais, entre10% e 15%, em outubro”, apontou ele.

O especialista aponta que os EstadosUnidos passam por desafios logísticos,especialmente na via ferroviária:“Esses problemas para escoar a safrageraram problemas no abastecimentointerno e, aí, por questões pontuais, ospreços subiram. Só que depois de su-birem, os preços não caíram mais. Issodá a entender que os compradores en-xergaram que não há mais espaçopara a queda e aí, se construiu umnovo piso”.

“Saímos de uma situação 'no ver-melho' em 2015 para o 'azul', com ex-ceção do algodão. Por tudo isso,acredito que esse não é um novo ciclode baixa para a agricultura. Outroponto a considerar é o clima. O El Niñonão se confirmou e existe quase con-senso entre os meteorologistas quantoà neutralidade das condições climáti-cas, ou seja, o Brasil deve repetir umrecorde na safra e se aproximar das200 milhões de toneladas”, conclui odiretor da Carlos Cogo ConsultoriaAgroeconômica.

Cotações pressionadas

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Da Redação

Tradicional participante dasprincipais exposições agrope-cuárias realizadas nas re-giões noroeste e norte doParaná, que movimentamtodos os anos centenas demilhares de pessoas, a Coca-mar está finalizando detalhespara a programação de 2015,que começa pelas cidades deUmuarama e Paranavaí, on-de as feiras estão programa-das, respectivamente, nos pe-ríodos de 5 a 15 e 13 a 22 demarço.

Tanto a 41ª ExpoUmuaramaquanto a 44ª ExpoParanavaísão aguardadas com expec-tativa em razão, principal-mente, do bom momento dapecuária de corte. Os doismunicípios são polos dasmais importantes regiões doEstado nessa atividade, cujas

cotações estão levando os pe-cuaristas a realizarem inves-timentos na modernizaçãode seus negócios.

A Cocamar faz parte da his-tória desses dois eventos,dos quais participa de longadata, instalando um bem ser-vido estande onde recep-ciona os produtores associa-

dos e suas famílias, ofere-cendo a possibilidade da co-mercialização de produtosem condições especiais.

O coordenador comercial dePecuária da cooperativa, Cló-vis Aparecido Domingues, ex-plica que uma campanhaespecial, voltada para as duasfeiras, foi disparada antecipa-damente em ambas as cida-des e será o foco durante asexposições. Nela, os pecuaris-tas têm a possibilidade defazer a aquisição de produtoscomo rações, minerais, ma-deiras, arames e inúmeros

outros, com preços e condi-ções facilitadas. “A Expo-Umuarama e a ExpoParana-vaí são estratégicas para a Co-camar, pois criam um am-biente propício à realização denegócios muito interessantesaos pecuaristas”, afirma. Eleacrescenta que além do port-fólio já conhecido, várias novi-dades serão apresentadas.

A previsão de Domingues éque o volume comercializadonas duas feiras ultrapasse osR$ 5 milhões totalizados em2014. “Oportunidade não seperde e, com certeza, fare-mos muitos negócios”, acres-centa.

LONDRINA E MARIN-GÁ – A programação de fei-ras continua nos meses se-guintes com outras duasgrandes exposições. De 9 a19 de abril, o Parque Gover-nador Ney Braga, em Lon-drina, sedia a 55ª edição daExpoLondrina e, de 7 a 17 demaio, no Parque FranciscoFeio Ribeiro, de Maringá,acontece a 43ª Expoingá.

Em ambas as feiras, a pre-sença da Cocamar também étradicional, com um estandemais direcionado a produto-res de grãos. Na ExpoLon-drina, em especial, um dosobjetivos é fortalecer aindamais a marca da coopera-tiva,que atua naquela regiãodesde 2010.

Pág. 22 Jornal de Serv iço Cocama r Fevere i ro 2015

Cocamar inicia pela ExpoUmuaramae a ExpoParanavaí, em março, suaparticipação em feiras no ParanáEXPOSIÇÕES Eventos agropecuários que são realizados entre os meses de março e maio,na região da cooperativa, mobilizam centenas de milhares de pessoas

R$ 5milhões, pelo menos,é a expectativa daCocamar na somados negócios nasexposições de

Umuarama e Paranavaí

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Marly Aires

Enquanto o irmão optou porestudar computação gráfica eas duas irmãs preferiram se-guir contabilidade e designgráfico, Andreia Yoshida viuna agronomia o seu futuro.“Sempre gostei de acompa-nhar meu pai no sítio quandoera criança. Meus irmãostambém iam junto, ajudavamno serviço, mas nunca se in-teressaram muito. Já eu sem-pre gostei de mexer com aterra”, conta.

Seguindo os passos do paiTakashi, Andreia passou aser o braço direito do coope-rado que possui 10 alqueiresem Santo Antonio do Paraíso,área de ação da unidade deSão Sebastião da Amoreira,região de Londrina, norte doEstado. A mãe, Clarice, tam-bém sempre participou ativa-mente dos serviços na pro-priedade. Os três contam como auxílio de mais quatro tra-balhadores.

“Buscamos otimizar a mãode obra no sítio, além de di-versificar com atividades quetragam renda mensal. O tra-

balho é bem distribuído du-rante todo o ano, tem semprealgo para fazer”, diz Andreia.Por enquanto, a agrônomatem concentrado sua atençãoe tempo na produção de legu-mes e frutas. “A soja é mais omeu pai quem toma conta”,afirma. Mas ela tem procu-rado aprofundar seus conhe-cimentos na cultura, além deaprender a dirigir o trator,para poder ajudar ainda maisa família.

MAIS SEGURANÇA - Dos10 alqueires, quase dois sãodestinados à produção de fru-tas e legumes, tudo sob irri-gação, e oito são ocupadoscom soja. Eles arrendammais oito alqueires para oplantio da oleaginosa. “Alémda vantagem de ter uma ren-da mensal, ela acaba sendomaior que a da soja e dotrigo”, comenta Andreia. Damesma forma, em caso de es-tiagem ou outro problema, arecuperação é rápida: a cada30 ou 70 dias, dependendo doproduto, uma nova safra en-tra em produção. “Já no casoda soja e do trigo, perde-se oano, ou pelo menos, metadedele”.

A família possui sete estu-fas somando 10 mil metrosquadrados, para a produçãode legumes durante todo oano. São três safras de pe-pino e duas de tomate, re-sultando em cerca de 700caixas de cada um por safra.Eles têm, ainda, 200 pés demaçã, produzindo duas to-neladas na safra, 400 pésde pêssego em produção (10toneladas) e outros 400 pésrecém-plantados.

MECANIZAÇÃO - Tudo oque os Yoshida produzem écomercializado no Ceasa deLondrina. “Colhemos de ma-nhã e entregamos à tarde”,comenta Andreia. Os legu-mes e frutas são limpos eclassificados conforme o ta-manho e a quantidade de

defeitos. Só esse cuidado ga-rante um preço 20% a 30%maior para os produtos me-lhores. “Antes fazíamos tudomanualmente, levando qua-se o dia todo para limpar eclassificar. Com a máquinaque adquirimos para classi-ficar pêssego, que é aprovei-tada com o tomate, isso éfeito em uma apenas hora”.

A agrônoma destaca que adiversificação dá muito tra-balho, mas é a forma deagregar valor e de garantiruma renda extra que pro-porcione maior segurançaao pequeno produtor. “Comtantos problemas climáticose as oscilações de mercado,não podemos ficar na depen-dência apenas da soja”, fina-liza.

Pág. 24 Jornal de Serv iço Cocama r Fevere i ro 2015

Como acontece todos os anos, a Cocamar é umadas parceiras da Sociedade Rural de Maringána celebração dia Dia Internacional da Mulher,dia 5 de março. Em seis anos de realização,o evento promovido no Parque de ExposiçõesFrancisco Feio Ribeiro, em Maringá, temreunido cerca de 700 participantes, em média,para uma programação de palestras eatividades de lazer.

Família de Andreiapossui área própria

e arrenda terras parao plantio de soja etrigo, mas resolveu

investir em produçõesque asseguram

renda mensal, paradepender menos

daquelas culturas

A filha agrônoma é o braço direito do paiFORÇA FEMININA Graduada emAgronomia, ela se especializou naprodução de legumes e frutas, mas temaprofundado o conhecimento em sojapara ajudar ainda mais a família

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Da Redação

A Abiove (Associação Bra-sileira das Indústrias deÓleos Vegetais) informa quepara cada dólar recebido comas exportações de soja e demilho em grãos, o país pode-ria ter recebido outros US$2,30 se tivesse industriali-zado as commodities.

PERDA - Diante desse nú-mero, cálculo da Folha de S.Paulo indica que a exporta-

ção de soja em grãos - querendeu US$ 23,3 bilhões em2014- poderia ter chegado aUS$ 77 bilhões se a venda ti-vesse sido feita por meio deprodutos agregados. A demilho teria somado US$ 13bilhões, ante os US$ 3,9 bi-lhões obtidos.

COMPARANDO - Nos cál-culos da Abiove, um hectarede terra produziu 3.010 qui-los de soja na safra de verãode 2013. A safrinha de milho

rendeu outros 5.780 quilosde milho no mesmo hectarede terra. Esses dois produtos,tomando como base os pre-ços por tonelada de exporta-ção, saíram dos portos bra-sileiros por US$ 2.974. Comessa mesma quantidade deproduto "in natura", o paísconseguiu produzir e expor-tar 4.515 quilos de frango, aUS$ 2.049 por tonelada. O re-sultado final foram receitasde US$ 9.251.

Essa produção de soja e demilho do mesmo hectare deterra, quando consumida nasuinocultura, gerou ração su-ficiente para a produção de3.251 quilos de carne suína,que teve uma cotação médiade US$ 2.627 por tonelada

no exterior em 2013. O resul-tado foram receitas de US$8.540. Além da ração, a mo-agem da soja gerou 587 qui-los de óleo, que renderamUS$ 588.

NEM TUDO É POSSÍVEL- Fabio Trigueirinho, daAbiove, diz que nem toda asoja nem todo o milho produ-zidos no país poderão ser ex-portados sob forma de valoragregado. Principalmenteporque o maior importadordo país, a China, prefere in-dustrializar o produto emsuas fábricas. Além disso, aampliação no mercado decarnes não é tão fácil, umavez que é um dos produtosque mais sofrem barreiras.Mas esse novo olhar do go-

verno para a ampliação daagregação de valor é posi-tiva. "Aos poucos, as ideias jádiscutidas e amadurecidasnos últimos anos poderão sercolocadas em prática", diz ele.

As exportações totais doBrasil somaram US$ 242 bi-lhões no ano passado. Dessevalor, US$ 31,4 bilhões vie-ram do complexo soja

• Em janeiro, as exporta-ções brasileiras do complexosoja atingiram 1,081 milhãode toneladas, volume é 8,3%superior ao embarcado emigual mês do ano passado.Os dados são do Ministériodo Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior(MDIC).

• Em relação à receita, osnúmeros do MDIC apontamque as vendas externas so-maram US$ 512,7 milhões,valor 10,5% abaixo do fatu-ramento registrado no pri-meiro mês do ano passado.

• Para os especialistas dosetor, a queda na receita dasexportações se deve a redu-ção dos preços do farelo desoja, principal derivado em-barcado neste período de fimde entressafra da oleagi-nosa, quando começa a co-lheita da safra nova.

País perde US$ bilhões por nãoindustrializar soja exportada SEM VALOR AGREGADO Segundoa Abiove, valor recebido comvendas externas poderia ser sidomultiplicado por três

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almanaque

Jornal de Serviço CocamarFevere i ro 2015 - Pág. 26

Marly Aires

A propriedade de 12 hecta-res de Eloy Müller na Warta,um dos oito distritos de Lon-drina, foi transformada porele, a esposa Cleide e o filhoAlysson, na Casa Müller, umdos paraísos que fazemparte da Rota do Café de tu-rismo rural. A ideia original,entretanto, era formar ape-nas um espaço aconchegantepara a família viver e traba-lhar, numa volta às raízes.

Quando chegou a Wartacom seus familiares em1958, aos nove anos, vindode Getulina (SP), Eloy lembraque ainda havia muita matana região e ele se encantoucom tudo aquilo. O pai, Anto-nio, trabalhava como admi-nistrador de propriedadesrurais e nesse meio ele vi-veu até a adolescência,quando foi trabalhar na ci-dade, no ramo de secos emolhados.

FRUTAS E TURISMO -No início da década de 1980,o produtor conseguiu reali-zar o sonho de comprar umapequena propriedade rural.Mas continuou trabalhandona cidade, conciliando asduas atividades até o final dadécada, quando passou a sededicar apenas ao sítio, ondejá teve bicho-da-seda, café,soja e milho, granja de suí-nos, enfim. Mas foi na produ-ção de frutas e no turismorural que a família “se en-controu”.

Basicamente com mão deobra familiar, os Müllerproduzem maracujá doceem pouco menos de umhectare e mais meio hectarecom uva, para fabricação devinho e suco.

Quase cinco hectares sãoarrendados para o plantiode grãos e eles possuemcriações - vacas, cabritos,coelhos, galinhas, gansos e

outros – além de plantaçõesde legumes e hortaliças va-riadas. “São atrações para acriançada em excursões es-colares. Muitas nunca tive-ram qualquer contato como meio rural e tudo é novi-dade”, diz Alysson.

Na propriedade, a famí-lia montou a estrutura deuma vinícola, além do en-genho de cana e do alam-bique, onde obtêm, de for-

ma artesanal, vinho, suco,licores, grapa (destiladoda casca da uva) e cacha-ça de cana-de-açúcar, utili-zando receitas familiares.São cerca de 4 a 5 mil gar-rafas por ano.

Nos cafés coloniais, ser-vem desde queijo e doces, atortas, sucos e tudo mais.As frutas são comercializa-das in natura ou destinadaspara o fabrico de geleias.

Na Warta, a propriedadeque virou um paraíso O carro chefe é a produção de morangos,mas atrações não faltam, a começar pelamata preservada e os cafés coloniais

A família em estufade morango, hoje a

atividade mais rentáveldo sítio, onde visitantes

são recebidos comcafé colonial e passeio

pela mata.

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O carro-chefe da Casa Mü-ller é a produção de mo-rango, cerca de 20 mil quilosna safra, em apenas meiohectare. “É a atividade queocupa a menor área, mas é aque garante a maior renda”,explica Alysson. Produzidosem venenos, os frutos sãovendidos de forma diferen-ciada em quitandas, saco-lões, feiras do produtor e nopróprio sítio. Para isso, osdonos contam com sistemade irrigação e fazem uso daplasticultura, usando o mes-mo lugar para o cultivo de al-face na entressafra do mo-rango.

Com a experiência de quemse dedica ao cultivo de mo-

rango há 24 anos, Eloy in-vestiu este ano na construçãode uma estufa para a produ-ção também pelo sistemasemi-hidropônico, empregan-do irrigação com tubo goteja-dor e “slab” – um tipo de “al-mofada” plástica recheada desubstrato na qual o fruto écultivado de forma suspensa.

A técnica permite a produ-ção da fruta por dois anos,sem necessidade de replantioda muda, ampliando o perío-do da safra normal, que é dejulho a novembro. “Ainda es-tamos tentando dominar atécnica, mas creio que serápossível produzir morangoquase o ano todo”, afirmaAlysson.

A menor área tema maior renda

Na época em que procuravaum sítio para comprar, oEloy queria que o mesmocontivesse ainda um pedaçode mata nativa preservada. Oescolhido apresentava aindacerca de 30% de mato, maisde três hectares, com árvorescentenárias como a perobarosa com idade estimada em180 anos, que se tornou atra-ção na trilha ecológica educa-tiva, de 200 metros.

Para chegar até a casa dafamília e ao barracão onde

são realizados os eventos eo café colonial, o visitantetem que passar por uma es-trada que corta a mata, en-cantando quem chega àpropriedade. Aí podem servistas perobas rosas e ama-relas, cedros, gurucaias, fi-gueiras, pau d’alho, espi-nheira santa, angico e atépau-brasil, plantado pela fa-mília, que também reflores-tou toda a mata ciliar ao re-dor do córrego do PoçoFundo, acrescendo mais umhectare de área preservada.

Educação ambiental na Rota do Café

Warta é conhecida tambémpela comida alemã, que atraiviajantes e moradores daregião ao restaurante Strass-berg Tortas Alemãs, locali-zada a 22 quilômetros deLondrina. Aberto em 1989por uma família de descen-dentes de alemães, o estabe-lecimento traz um pouco dopaís europeu para o norte doParaná. As delícias tradicio-nais vão desde a entradacom pão integral, passandopelos pratos à base de carnesuína com muita salsicha,até os biscoitos e aperitivospara a viagem. No almoço,a sugestão é o famoso Eis-ben, que serve o tradicionaljoelho de porco com chu-crute, salsichas alemãs, ba-tata cozida e arroz. Enquantoaguarda a refeição, o clientepode abrir o apetite com ocouvert de fatias de pão inte-gral e um saboroso patê dericota. Entre as bebidas, a

melhor sugestão é suco na-tural de framboesa, culti-vada no local. Na hora dasobremesa, é difícil escolher.A beleza das tortas é encan-tadora e chega a dar água naboca só de olhar. Mas a tra-dição alemã não está apenasnos pratos. O ambiente é todocaracterizado. Mobília, deco-ração, música ambiente e asroupas dos funcionários se-guem o estilo.

O nome Strassberg tambémguarda curiosidades. Strass,além de ser o sobrenome dafamília, significa caminho.

Berg quer dizer montanhase representa o fato de o res-taurante estar localizado emum ponto alto. Sendo assim,o nome do restaurante podeser entendido como mon-tanha dos Strass ou caminhopara montanha.

Outro fato interessante é aligação da família proprietá-ria do estabelecimento coma história de Londrina. JoãoCarlos Strass, o pioneiro quedá nome à rodovia que ligaLondrina a Warta, é tambémo pai do fundador do restau-rante.

No distrito, um pouco da Alemanha

Casa aberta em 1989fica às margens daRodovia Celso Garcia Cid

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Praticamente tudo que usaem seus preparos na co-zinha, a produtora FátimaSantos Vieira Ramiro, de Al-tônia, região de Umuarama,colhe na propriedade. Ela fazaté o leite condensado e oleite de coco. Avessa a des-perdícios, Fátima aproveitatudo o que é possível, elabo-rando doces, compotas, con-servas, bolos, tortas, biscoi-tos e outras delícias. Com amandioca, prepara escondi-dinho, lasanha, pão de quei-jo, biscoito de polvilho e

muito mais, incluindo umbolo de desmanchar na boca,que faz o maior sucesso esua elaboração é simples.

INGREDIENTES

• 500 g de mandioca ralada• 1 lata de leite condensado• 1 vidro de leite de coco• 2 claras de ovo batidas

em neve• 6 gemas de ovo• ½ xícara (chá) de açúcar• 1 colher (sopa) de

manteiga

• uma pitada de sal• 50 g de coco em flocos• 1 colher (café) de fermento

químico em pó

PREPARO

Misture a mandioca ralada,o leite condensado, o leite decoco, o açúcar, a manteiga eo coco. Em outra vasilha,misture a clara em neve, agema e o fermento. Junte asduas massas e misture bem,levando para assar em fornomédio. Sirva frio ou gelado.

A Fátima, de Altônia, aproveitatudo o que é possível

Amiudado – diminuído Cambota – de cabeça pra baixo Carreação – Desinteria, destempero Cavorteiro – Velhaco

Encambitar – Correr atrás de alguém Lambedô – Adulador Lombriga-assustada – Medo Malemá – Mais ou menos

PALAVRAS CAIPIRAS – O QUE SIGNIFICA?

Com 14 mil habitantes e uma economia voltada ao agro-negócio, o município de Jaguapitã, que completou 65 anosde emancipação no dia 7 de novembro de 2014, começousua história em 1937, quando da chegada das primeiras fa-mílias, para se dedicar ao café.

Jaguapitã, que quer dizer onça parda, ganhou fama tantopela qualidade de suas terras, quanto pelas feras que ha-bitavam as matas de sua região. A propósito, o animal eraconhecido, em algumas regiões, por denominações curio-sas. Podia ser chamado de "leão-baio", em referência à corda pelagem, apesar de "baio" se referir comumente à corcastanha em cavalos. No Mato Grosso do Sul, também éconhecida por "onça-vermelha"

A 50km de Londrina e a 70km de Maringá, a cidade éconhecida também por concentrar um grande número defábricas de mesas de bilhar, cerca de sessenta.

A Cocamar presta atendimento aos agricultores e pecua-ristas do município. São 19 funcionários trabalhando sob agerência de José Depieri Conti. A unidade conta com lojaagropecuária e estrutura de recebimento, dispondo de doissecadores de grãos para 60 toneladas/hora e seis silos ca-pazes de armazenar 21 mil toneladas de grãos.

Jaguapitã, umareferência à onça parda

Uma onça parda pode medir até 155 cm de comprimento,sem a cauda, e pesar 72 kg, com porte semelhante ao doleopardo. É um dos maiores animais de sua espécie nasAméricas, dotado das mais longas patas traseiras dentre

os felinos. Vive, em média, entre 7,5 e 9 anos

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almanaque

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Rogério Recco

O primeiro dia de FranciscoMoraes na então RelojoariaDiamante, situada na Ave-nida Brasil, em Maringá, nãosaiu como ele queria. Erapara ser um dia feliz. Comapenas 14 anos, depois deaprender o ofício de relojoeiroe se considerar quase umprofissional, o rapazinho es-tava contrariado no novo em-prego. O gerente JácomoCassaro, com seu jeito falas-trão e gozador, o havia colo-cado, durante todo o dia, paralimpar relógios da vitrine.Mas o que o deixou aborre-cido mesmo, naquele distante15 de janeiro de 1956, foi umacoisa que ouviu do gerente,

ao final do dia. Ao pergungarse a limpeza estava conformeo esperado, Francisco rece-beu uma resposta que tomoucomo ofensa: “Está bom, masdiga: quantos relógios vocêcolocou nos bolsos?”.

“Não volto mais lá”, afirmouo jovenzinho irritado a umatia cega com quem morava.“Vai voltar sim”, devolveuela, apontando-lhe o dedo,com sabedoria: “Se não vol-tar, vão achar que você pegoumesmo”.

Assim, meio a contragosto,ele se convenceu a aparecerno segundo dia para traba-lhar. E nunca mais saiu delá. Em 2006, ao completar

meio século de casa, recor-dou-se do episódio quequase o fez pular no cola-rinho do gerente, um ho-mem de sorriso fácil e con-tador de piadas, do qual setornaria um grande amigo.“Foi só uma brincadeira demau gosto”, minimiza.

Mesmo tão moço, Franciscojá havia trabalhado, desde1954, em outras relojoarias.Tinha mãos hábeis na arte deconsertar relórios de pulso ede bolso. Era o que gostavade fazer.

Como funcionário, Franciscoviu a firma mudar de mão vá-rias vezes. Em 1973, depoisde tanto entra e sai no co-mando, finalmente ele as-cende à sociedade, acom-panhado do irmão Celso, con-vidados por Cassaro, quehavia comprado a loja. No

ano seguinte, Cassaro sai eficam só os dois irmãos.

Com tanto tempo no comér-cio, não tem quem não co-nheça Francisco Morales, oChico ou Chiquinho Moralespara muitos. Em 1975, ele e oirmão enveredam tambémpara a agricultura. Desde

1979, são produtores de sojae fornecedores de cana parauma usina da região.

Francisco estufa o peito aofalar da Diamante, cuja equi-pe é formada por sete funcio-nários. “Só comigo são 59anos no batente, sempre nomesmo lugar”.

Fevere i ro 2015 Pág. 29Jornal de Serv iço Cocama r

Morales: 59 anos no batente,sempre no mesmo lugar

HISTÓRIA Francisco Moraes entrou aliem 1956 e um pequeno dissabor, logo decara, quase mudou seu destino

Um produtor à frenteda Ótica Diamante,que existe desde 1961

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Marly Aires

Depois de mais de 20 anostrabalhando em Agudos (SP)como empreiteira para fazereconomia e conseguir com-prar seu pedaco de terra, afamília de Mário Bonilhachegou a Warta, atual dis-trito de Londrina (PR), em1939. Os pais, Manoel e Es-terina, haviam adquirido 12alqueires em sociedade comum parente deles, Felipe.

“Aquela propriedade foi aconquista de uma vida detrabalho”, conta o cooperado.

Junto, vieram os filhos:Mário, que tinha três anos,e outros dois, de cinco e umano apenas, sendo que maistrês nasceram no Paraná. Asfamílias de Manoel e Felipetrouxeram suas mudanças efamiliares em um caminhãopequeno, num total de dezpessoas.

Antes, um pessoal tinhavindo para derrubar a mata,alinhar e covear. Quando osBonilha chegaram a Warta,fizeram o plantio de café edas culturas de subsistência.Nessa época, toras obtidasno sítio foram trocadas porduas casas prontas, de 6 x 6metros cada, ambas de ma-deira, cobertas com telhasde barro.

Depois de plantar arroz, fei-jão, milho, mandioca, horta-liças, frutas e demais cul-tivos, além do café, é que afamília foi atrás de compraruma carroça, um muar ematrizes para iniciar as cria-ções de gado, porcos e gali-nhas.

Mas as geadas dificulta-ram a vida deles. Três anosapós o plantio, mal o cafezalse firmava, veio a primeira

delas, em 1942, fazendocom que voltassem à estacazero. Uma nova geada so-breveio em 1943, mas nãodesistiram. Nos anos de1953 e 1955, o frio intensocausou estragos novamen-te. Em 1962, a geada foi se-guida de uma seca de seismeses, sem contar a maisterrível de todas, a de 1975,que não poupou um únicopé de café.

Segundo Mário, essasforam as geadas mais fortesque enfrentou, sem contaras de menor intensidade,que se repetiam quase todosos anos. O produtor lembraque, quando criança, ouviafalar de uma geada de 1928que teria castigado o nortepioneiro do Estado, sucedidade uma seca de oito meses.“Dizem que os córregos me-nores secaram.”

FAMÍLIA DO CAMPO Família insistiu nocafé até 1975, quando a famosa geada negra, apior de todas, decretou o fim dessa lavoura eabriu caminho para o cultivo de soja

Pág. 30 Jornal de Serv iço Cocama r Fevere i ro 2015

Os Bonilha enfrentarammuitas geadas

A exemplo de quase todas que vieram para o Paraná,a família labutou na cafeicultura, apesar de todos osdesafios. Mário (foto acima) é memória viva dasgeadas que afligiram a região entre 1942 e 1975,ao lado, dona Tereza, falecida.

Em 1950, Manoel e Fe-lipe compraram mais 11alqueires, ficando cadaqual em sua proprie-dade. No ano seguinte,Manoel adquiriu um ca-minhão, com o qual fa-zia frete, transportandomudanças e também aprodução de vizinhos,complementando assima renda da família, quechegou a ter 21 alquei-res de café. Quando o paifaleceu, em 1983, Márioarrendou as terras dosirmãos, mas acaboucomprando uma partedelas.

Com dona Tereza, já fa-lecida, ele teve quatrofilhos – Wilson Carlos,Mário Cezar, Maria deLourdes e José Luiz (esteúltimo também falecido).Todos seguiram outrascarreiras. Agora, a únicaesperança de que o tra-balho na lavoura tenhacontinuidade recai sobreum dos netos, que seformou engenheiro agrô-nomo.

Cada um na sua

No início, a única forma de saber o que acontecia no mundoera por meio de um velho rádio à pilha que a família man-tinha no sítio. A pilha, quase do tamanho do rádio, duravaem média seis meses. Quando começava a falhar, era precisocolocar no sol durante o dia. “Não sei o motivo, mas o somsempre ficava melhor. A gente dizia que colocava a pilha nosol para carregar”, diz o produtor.

Ele conta que o rádio ficava ligado por três a quatro horas,à noite. “Era só para ouvir as notícias, a novela e os progra-mas musicais. Os vizinhos se reuniam e ficavam ao redordo rádio, muito atentos”.

Na Copa de 1970, já havia duas televisões preto e brancono distrito, que podiam ser vistas em duas vendas concor-rentes, que reuniam os produtores, seus fregueses, paraacompanhar os jogos do Brasil.

Nas ondas do rádio

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Fevere i ro 2015 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 31

O ano de 1942 foi complicado para a família. Além dos trans-tornos provocados pela geada, um primo dele se acidentoue como médico era “artigo de luxo”, a situação ficou preocu-pante, recorda-se Mário.

Ao conduzir um carroção, o rapaz se enroscou no arreio,caiu e o veículo passou por cima dele, quebrando uma daspernas em vários lugares, além de causar-lhe vários outrosferimentos. Sem outra opção, a família teve que levá-lo decarroção mesmo até Cambé (então Nova Dantzig), onde ficavao médico mais próximo.

Sem muitos recursos, o médico apenas colocou uma tala,enfaixou a perna e mandou que o rapaz ficasse acamado porao menos 40 dias, com a perna para cima. “O médico só co-locou os ossos no lugar e deixou sarar pela natureza. De vezem quando, ele vinha de bicicleta saber como seu pacienteestava”, lembra Mário, acrescentando que, no final, o primoacabou ficando com uma perna mais curta.

Médico era “luxo”

Em plena Segunda Guerra Mundial, época de muita cares-tia, faltou querosene para os lampiões, o que deixou o povoda roça na escuridão. Mas, da necessidade veio a criativi-dade. Muitos produtores passaram a aproveitar a mamonapara produzir óleo, usado em lamparinas improvisadas. Ojeito foi plantar mamona, torrar, moer e ferver com água,deixando no fogo até a água evaporar totalmente, restandosomente o óleo.

Como o lampião não funcionava direito com esse tipo deóleo, a família Bonilha e outros produtores acharam umamaneira de improvisar uma lamparina. A receita era bemsimples: pegando uma garrafa de vidro, enchiam-na de águaaté a altura que queriam cortá-la. Depois, passavam em voltadela um barbante embebido de álcool no mesmo nível daágua, e colocavam fogo. Quando a chama extinguia, era sóforçar a garrafa com as duas mãos, para quebrá-la. Na se-quência, o óleo de mamona era colocado no seu interior, adi-cionando uma rolha com um pavio aceso, feito de tecido. Oproblema dessa engenhosidade toda só era percebido no diaseguinte, quando todos acordavam com o nariz preto de tantafuligem.

Mário lembra que havia a crença de que, antes de ser ba-tizada, a criança não podia ficar no escuro. Por isso, muitasmães, como a do próprio produtor, deixavam sempre umaluz acesa próximo aos recém-nascidos. “A luz era a certezade que Deus estava presente, cuidando”, afirma.

Na carestia, mamona

Quando Mário era criança,não tinha escolas públicasna redondeza. Os própriosprodutores construíam umaem um “ranchão” qualquer.A tarefa de ensinar cabia auma moça que sabia ler eescrever. Os pais pagavampara que ela transmitisseaos filhos o pouco que sabia.As turmas contavam, geral-mente, com 15 a 20 crian-ças.

Mário e os irmãos tinhamque percorrer mais de trêsquilômetros a pé, todos os

dias, para irem à escola.Como sempre estavam des-calços, sofriam com as fo-lhas espinhosas de can-chim, caídas na trilha ondehavia dessas árvores. “Agente ia chutando para se li-vrar delas, mas sempre aca-bava pisando em uma e semachucando”, conta. Na vol-ta, a criançada já ia diretopara a roça. Levava a roupade trabalho, se trocava atrásde um pé de café e “pegavana lida”. Trabalhador, mes-mo quando era ainda crian-ça, além de ajudar aos pais

na colheita do café, no do-mingo, em vez de descan-sar, Mário também se pron-tificava ia ajudar aos vizi-nhos, que sempre davamuns “trocados” como recom-pensa, que eram consumi-dos na cidade com sorvete edoces.

A primeira escola públicasó foi construída em 1947,local onde o produtor com-pletou o terceiro ano primá-rio. O quarto ele cursou emoutra, que ficava há seisquilômetros, parando por aí.

A escola no “ranchão”

Como as crianças viviamdescalças, a sola dos pés for-mava uma casca que serviade proteção. O duro eraquando rachava nos calca-nhares. Para essas situações,a mãe de Mário tinha sem-pre a mão um punhado desebo de boi. “Não havia cre-me melhor”, brinca Mário.

O pé calejado, entretanto,não era barreira para oschamados “bichos-de-pé”,mas a mãe conhecia umareceita infalível para preve-nir o problema. Todos osdias passava nos pés dascrianças uma mistura decânfora, fumo, álcool, pedraume e até urina.

Mário diz que todos pos-suíam alpargatas de corda,mas só calçavam-nas parair à missa e também parafazer a colheita do café.“Com os pés descalços, osgrãos caídos acabavam en-terrados. Com as alparga-tas, isso não ocorria”, ex-plica.

Sem bicho-de-pé

A primeira e a últimagrande geada que destruiu ocafezal da família, Mário nãose esquece. Em 1942, no iní-cio do mês de julho, o frioforte atingiu o cafezal prati-camente formado, quasepronto para começar a pro-duzir. Havia chovido bas-tante, mas o céu, à noite, fi-cou limpo. “Quando amanhe-ceu, já estava tudo torrado.Tivemos que cortar o cafezalno tronco”, afirma o produtor.

Ele conta que para a crian-çada, tudo era novidade, as-

sim como quando choviagranizo. Como não possuíamgeladeira, toda vez que cho-via pedras de gelo eles reco-lhiam o máximo possível de-las, para chupar. “Era amaior festa”, recorda-se.

Já na geada de 1975, o ser-viço estava bem tranquilo,tanto que Mário e o pai se-guiam para pescar no MatoGrosso. No entanto, começoua esfriar muito à noite e o ca-minhão ficou coberto de gelo.Como já estavam perto deCampo Grande, decidiram ir

em frente, achando que o frionão iria persistir naquela re-gião normalmente quente.Ambos passaram a noite aoredor de uma fogueira,acampados, ficando ali pormais dois dias. Mas comoviram que o tempo não iriamelhorar, retornaram semao menos ter molhado a isca.

No sítio, a situação estavapior do que esperavam en-contrar. “Torrou tudo”, lembrao produtor. A geada de 1975acabou com o cafezal, que foitodo substituído pela soja.

A primeira e a última das geadas

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Da Redação

Devido ao manejo facilitado e às menores perdas em funçãode pragas (insetos e plantas daninhas), os organismos geneti-camente modificados (OGM) têm maior potencial produtivo, co-laborando assim para reduzir a pressão da agricultura sobreáreas de proteção ambiental. De acordo com o relatório divul-gado no final de janeiro pelo Serviço Internacional para aAquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), se as441,4 milhões de toneladas adicionais de alimentos e fibrasproduzidas globalmente entre 1996 e 2013 não fossem prove-nientes de cultivos geneticamente modificados (GM), seriamnecessários 132 milhões de hectares a mais, o equivalente àsoma das áreas dos Estados de maior produção agrícola noBrasil, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. O aumentode produtividade obtido pela adoção de biotecnologia é espe-cialmente relevante no cenário atual em que se buscam for-mas de viabilizar a produção de alimentos para umapopulação em crescimento (9,6 bilhões de pessoas em 2050)sem comprometer a sustentabilidade dos recursos naturais.

SEGUNDO - Em 2014, o Brasil cultivou 42,2 milhões de hec-tares (ha) com as culturas transgênicas, um crescimento de4,7% em relação ao ano anterior. Com essa área, o País estáatrás apenas dos Estados Unidos (73,1 milhões de há) no ran-king mundial de adoção de biotecnologia agrícola. Em seguida,

aparecem Argentina (24,3 mi/ha), Índia (11,6 mi/ha), Canadá(11,6 mi/ha) e China (3,9 mi/ha). Em todo o mundo, 28 paísesplantaram 181,5 milhões de hectares com sementes transgê-nicas, um aumento de mais de seis milhões de hectares emrelação a 2013. Isso demonstra que, cada vez mais, essa tec-nologia oferece benefícios agronômicos, sociais, econômicos eambientais.

O levantamento também revela que os transgênicos são atecnologia agrícola adotada mais rapidamente na história re-cente da agricultura. “A área plantada com OGM na últimasafra (2014) é cerca de 100 vezes maior do que a registradaem 1996, primeiro ano em que foram cultivados; isso mostrao quanto o agricultor e a sociedade percebem os benefícios ea segurança dessa tecnologia”, afirma Anderson Galvão, re-presentante do ISAAA no Brasil.

No Brasil, a taxa de adoção foi de 89,3%, considerando soja,milho e algodão, as três culturas GM aprovadas comercial-mente no país. No caso da soja, 93% da área foi plantada comvariedades transgênicas, para o milho (safras de inverno everão) a taxa foi de 82% e para o algodão, 66%.

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Uso de transgênicos reduz demanda por terraBIOTECNOLOGIA Relatório globalmostra que a adoção de culturasgeneticamente modificadas colaborapara o aumento de oferta de alimentos,economia de solo e geração de rendapara pequenos produtores

Os transgênicos sãoa tecnologia agrícola

adotada maisrapidamente na históriarecente da agricultura.

Em 2014, a áreaplantada foi cem vezes

maior, comparandocom a de 1996.

• Área cultivada no mundo: 1,5 bilhão de hectares (entre 1996 e 2013, foram produzidos 441,4 milhões de toneladas de alimentos)

• 93% da soja brasileira é transgênica

• Principais países (em milhões de hectares)• EUA – 73,1 • Brasil – 42,2 • Argentina – 24,3