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Prezado(a) Aluno(a):

A importância da Geografia está relacionada à necessidade de se conhecer o espaço geográfico e este pode ser entendido como o espaço produzido pelo homem e que está em constante transformação ao longo do tempo. Podemos dizer, então, que o espaço geográfico possui um caráter histórico e, por isso, é capaz de contar a história e as características da ação humana sobre o meio em que vive. Por isso é que percebemos que as examinadoras têm com rotina buscado dos “concurseiros” compreensão acerca da disciplina.

Vamos juntos aprender mais sobre o Espaço Geográfico?

Não deixe de: 1 – Ler os materiais atentamente; 2 – Não deixe de dar uma olhada nas provas anteriores da banca realizadora; 3 – Buscar exercitar a leitura continua; 4 – de se organizar e tratar com disciplina o conteúdo; 5 – Na hora da prova, se atentar de forma redobrada aos detalhes do enunciado; Profº Brenno Almeida Equipe Monster Concursos

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1. RELAÇÕES POLÍTICAS E SOCIOECONÔMICAS NO ESPAÇO MUNDIAL

O espaço como o vivenciamos hoje, é fruto de uma série ações que se dão no transcorrer da história do

homem. Compreender a dinâmica espacial e os processos que foram fundamentais para a culminância desta atualidade é de importância ímpar. A apostila que preparamos para você aluno (a) traz em si uma síntese de processos que foram e ainda são fundamentais para compreender o espaço geográfico. Antes de apreender acerca das relações políticas e econômicas que imperam neste globo, é importante aprender o que esse tal Espaço Geográfico.

1.1 O ESPAÇO GEOGRÁFICO

O espaço geográfico é o meio utilizado e transformado pelas atividades humanas. Em termos gerais, ele se difere do espaço natural, em função do fato de o último não sofrer diretamente as consequências das práticas econômicas, sociais, culturais e cotidianas presentes nas sociedades e envolvendo tanto o meio rural quanto o meio urbano.

Na verdade, existem vários conceitos de espaço geográfico, variando conforme a abordagem e a corrente de pensamento empregada. Em alguns casos, ele é visto como um “receptáculo”, um palco das atividades humanas; em outros, ele é concebido como uma conjunção de elementos da natureza, sendo também conceituado como reflexo e condicionante das práticas sociais.

Milton Santos, em seu livro A Natureza do Espaço, afirma que “o espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá”. Sendo formado por objetos e por ações, ele se insere e se estrutura a partir da lógica de produção, em que objetos naturais propiciam um espaço natural que, por meio das técnicas, transforma-se em objetos tecnológicos que modificam e são modificados pelo meio.

Sendo assim, o espaço geográfico constrói-se a partir da transformação dos elementos naturais pelas práticas antrópicas. Por isso, ele guarda consigo as marcas históricas das civilizações e suas transformações ao longo do tempo, haja vista que novas construções e reconstruções estão sempre acontecendo, porém não de forma igualitária ao longo da extensão das sociedades.

É importante, porém, que não se confunda o conceito de espaço geográfico com o de paisagem. Afinal, as paisagens também se diferenciam entre as naturais e as geográficas, pois elas formam a expressão externa do espaço. Basicamente, podemos entender que a paisagem é o espaço apreendido pelos nossos sentidos (visão, olfato, tato, audição e paladar).

Além da paisagem, outro conceito que também é relevante para a compreensão do espaço é o

de território. Esse, por sua vez, também possui várias definições, sendo a mais empregada aquela que se refere às relações de poder. Assim, o território é visto, grosso modo, como uma porção do espaço delimitada pela propriedade ou pelo exercício de um determinado poder ou soberania. A exemplo do território do Brasil, do qual o Estado brasileiro é soberano, ou o território dos traficantes, em que cada área é considerada o domínio de um determinado indivíduo.

Outra importante noção, nesse contexto, é a de região. Essa, em linhas gerais, pode ser compreendida como uma divisão ou delimitação do espaço geográfico realizada a partir de um critério previamente estabelecido. Por exemplo, podemos dividir a área de uma cidade em diferentes regiões a partir do nível médio de renda da população de cada setor, o que permitiria uma melhor compreensão de cada lugar e o estabelecimento de políticas públicas específicas para cada região.

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Por fim, podemos destacar, a partir da compreensão do espaço geográfico, o conceito de lugar. Esse é entendido, em uma análise mais compreensiva da realidade, como o espaço percebido pelos indivíduos, com destaque para uma relação de afetividade, identidade e pertencimento. Por exemplo: a casa onde eu moro, a fazenda onde passei a infância, o parque de diversões que sempre frequentei, o meu bairro, entre outros.

Portanto, podemos perceber que a compreensão do espaço é uma questão ao mesmo tempo complexa e importante, cabendo à Geografia o estabelecimento de métodos científicos de sistematização e análise. Vale lembrar que as definições apresentadas acima não necessariamente representam a opinião de todos os geógrafos, sendo apenas as conceituações mais aceitas ou utilizadas, havendo, nesse ínterim, vários debates, contestações e sínteses.

1.2 O PODER E SUAS CARACTERISTICAS

Em seu significado mais geral, a palavra Poder indica a capacidade de ação ou de produzir efeito. Nessa perspectiva, o Poder pode ser entendido tanto no sentido social, isto é, nas relações dos seres humanos em sociedade, em que passa a ter um sentido muito mais específico, quanto sob uma perspectiva instrumental, que diz respeito à capacidade do ser humano de controlar a natureza e seus recursos. Em seu sentido social, a ideia de Poder está conectada à possibilidade ou à capacidade geral de agir, à habilidade de um indivíduo de determinar o comportamento de outro indivíduo. Nesse sentido, o ser humano não é apenas o sujeito capaz de exercer poder, mas é também objeto sobre o qual o poder é exercido.

Esse seria, portanto, o Poder Social que vemos manifestado na capacidade que um professor tem de determinar o que é e o que não é aceitável durante sua aula, por exemplo, ou, ainda, na capacidade de uma mãe de estabelecer uma ordem sobre seus filhos. Assim sendo, por meio de uma perspectiva de fenômeno social, o poder é uma relação entre seres humanos em que o aspecto determinante é a capacidade de agir ou influenciar a ação do outro.

A apreensão do conceito de poder, inúmeras vezes emerge em conjunto ou em detrimento da perspectiva da política, embora seja um termo que em nossos esteja continuamente nas conversações da sociedade, precisamos entender o que as examinadoras entendem por política. ]

O conceito de política é bastante abrangente quando associado ao campo das ações dos sujeitos de

uma sociedade. Alguns autores consideram que toda ação de mediação de conflito realizada no meio social que não lance mão de violência física é um ato político. Por outro lado, outras perspectivas definem política como ações ou atividades que são realizadas dentro da esfera de ação do Estado, isto é, do conjunto de instituições ordenadoras de um governo. Outra das mais discutidas e debatidas interpretações do termo política é a do jurista alemão Carl Shmitt, que enxerga a política como uma relação amigo-inimigo entre aqueles que estão envolvidos.

Com base nessa concepção da relação amigo-inimigo, a esfera política estaria constituída pelo constante antagonismo entre as partes em conflito, diante do qual a atividade principal dos envolvidos seria a associação entre os que possuem semelhanças em relação aos seus objetivos, a defesa dos “amigos” e o combate aos “inimigos”, colocados do lado oposto do “campo de batalha”. Em todas essas perspectivas, entretanto, a mediação de conflitos é o tema recorrente como definidor do que seria a política.

O Poder Político, por conseguinte, está atrelado tanto ao conceito de Poder Social que envolve as relações humanas em sociedade quanto à função de mediação de conflitos da política. Isso, entretanto, está inserido em um contexto específico no Estado moderno: o monopólio do uso da força. De maneira concisa, isso quer dizer que o poder político do Estado moderno sustenta-se no domínio exclusivo do uso da violência de forma legítima, o que, em contrapartida, não quer dizer que o poder político configura-se pela utilização

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da violência, mas, sim, pelo controle da utilização dessa força como forma coativa. Em outras palavras, o poder político configura-se pela exclusividade do uso da força em relação a um conjunto de grupos que formam um mesmo contexto social.

Essa exclusividade, todavia, deve ser resultado de um processo que deve ocorrer em toda a sociedade organizada, em que todo o poder de coação individual seja relegado ao Estado. Dessa forma, a disputa política ocorre pelo controle desse poder agregado na figura da instituição, que, por ter sido legitimada pela população que aceita viver sob suas determinações, passa a ser a fonte de todo poder de ação legítima. O Estado é, portanto, a única entidade que possui o poder genuíno de lançar mão do uso da força como forma de intervenção, caso se verifique a necessidade, nas ações dos sujeitos que estão submetidos à sua jurisdição. O Poder Político pode ser entendido, portanto, como a capacidade de influenciar as ações dos sujeitos inseridos em um contexto social por meio das instituições políticas que regimentam as relações desse espaço. Essa, entretanto, é apenas uma das inúmeras interpretações do conceito de Poder Político.

1.3 RELAÇÕES POLÍTICAS E SOCIOECONÔMICAS

A partir da compreensão dos elementos e conceitos dispostos acima, podemos empreender que o elemento fundamental que vai nos ajuda a contextualizar o conteúdo com nossa realidade é o Poder, ele emerge de diferentes fontes (sociedade, Estado e outros) e dirige ações. As relações que percebemos no espaço geográfico, nada mais são do que relações de poder. E de forma até mesmo sintética, a partir de uma leitura da história da sociedade, a busca pelo poder regeu e ainda rege transformações e complexas ações para que seja alcançado ou mantido. Na leitura a seguir, você percebera que continuamente serão citados exemplos de como o mundo foi transformado pelo ímpeto do homem (quanto espécie) na busca insaciável pela expansão de seu poder e domínio. Vamos juntos então?

2. DISPUTAS INTERIMPERIALISTAS E TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO CAPITALISTA Hoje, mesmo que muitas vezes não consideremos, o Brasil é resultado de uma serie de confluências

na história que perpassam os XIV, XV e XVI. O “achamento” do território brasileiro é fruto de expedições, que segundo historiadores conservadores indicam que, eram rumo ao Oriente, ou às Índias, onde lusitanos buscavam especiarias e praticavam o comércio. Nesse contexto, o mundo já experimentava a promoção do avanço de certos reinos e nações rumo a territórios para extrair riquezas, ou simplesmente para expor seu poderio. Vivencia-se nesse momento da história o período do Colonialismo. O colonialismo pode ser definido como uma submissão especialmente econômica e cultural, embora em certas ocasiões também territorial, de um país dominante sobre um povo estrangeiro durante um prolongado espaço de tempo.

O colonialismo não envolve necessariamente a anexação dos territórios, mas faz com que os povos

habitantes se tornem dependentes da potencial colônia em todos os aspectos. Este fenômeno, apesar de existir desde a antiguidade, teve sua expressão máxima no século XIX com

a expansão das potencias européias. O colonialismo pode ser dividido em duas etapas: a primeira começa na Europa Ocidental entre os

anos de 1415 e 1800. Foi liderada por Portugal e Espanha que criaram rotas pelas Índias. Neste momento, o interesse era o comércio de especiarias. A segunda fase tem dois períodos. O primeiro vai de 1815 a 1880, quando a política expansionista vinha somente de países da Europa já estabelecidos. A segunda pode ser datada entre os anos de 1880 a 1914, quando chegou no continente africano, regiões asiáticas e do Pacífico.

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Existem inúmeras e variadas causas que podem responder sobre a expansão do colonialismo nesse

período, embora a superpopulação dos países europeus ao longo de século XIX fosse uma das principais causas. Este problema estabelecia uma ameaça direta à vida de muitos europeus da época, provocando altos índices de desemprego e um mal-estar geral entre a classe operária.

Contudo temos um processo de avanço de interesses, em busca de novas possibilidades de

desenvolvimento.

Na segunda metade do século XIX, países europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, eram considerados grandes potências industriais. Na América, eram os Estados Unidos quem apresentavam um grande desenvolvimento no campo industrial. Todos estes países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar grandes impérios econômicos, levando suas áreas de influência para outros continentes.

Com o objetivo de aumentarem sua margem de lucro e também de conseguirem um custo consideravelmente baixo, estes países se dirigiram à África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo.

O neocolonialismo surgiu quando as burguesias das grandes potências rejeitaram as fronteiras

nacionais, considerando-as barreiras à expansão econômica. Essas burguesias queriam investir capitais excedentes. Por isso, conseguiram convencer os governos dos países recolonizados a enveredar por esse novo caminho da política econômica mundial.

2.1 O QUE IMPULSIONA O IMPERIALISMO

As mudanças tecnológicas que caracterizaram a Segunda Revolução Industrial

(motores a gasolina, diesel e eletricidade, produção de aço em larga escala) aumentaram ainda mais a produção, gerando uma grande necessidade de mercados consumidores para os excedentes industriais. Além disso, as potencias centrais do capitalismo, precisavam encontrar fontes de matérias-primas (carvão, ferro, petróleo) e de produtos alimentícios que faltavam em suas terras. Também buscavam novas regiões para investir os capitais disponíveis, construindo ferrovias ou explorando minas, por exemplo.

Tal mecanismo era indispensável para aliviar a Europa dos capitais excedentes. Se eles fossem

investidos na Europa, agravariam a superprodução e intensificariam a tendência dos países europeus industrializados de adotar medidas protecionistas, fechando seus mercados e tornando a situação ainda mais difícil. Some-se a tudo isso o crescimento acelerado da população européia, necessitada de novas terras para estabelecer-se. No plano político cada Estado europeu estava preocupado em aumentar seus contingentes militares, para fortalecer sua posição entre as demais potências. Possuindo colônias, disporiam de mais recursos e mais homens para seus exércitos. Tal era a política de revanche, característica da França, que buscava compensar as perdas na Europa, especialmente a Alsácia-Lorena, para os alemães. Ter colônias significava ter portos de escala e abastecimento de carvão para os navios mercantes e militares distribuídos pelo planeta.

Já a ação dos missionários religiosos, típica da segunda metade do século XIX, se encaixava em um

discurso religioso e cultural que justificava o imperialismo. Eles desejavam converter africanos e asiáticos. Havia gente que considerava mesmo um dever dos europeus espalharem sua civilização entre povos que julgavam primitivos, atrasados e inferiores. Na realidade, além do olhar etnocêntrico e preconceituoso, esse

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discurso era o pretexto para justificar a colonização e espoliação das áreas dominadas. Foi nesse contexto que assumiu importância um movimento intelectual e pseudo-científico. O desenvolvimento de ideologias racistas que, partindo das teorias de Darwin, afirmavam a superioridade da raça branca: o etnocentrismo, baseado na idéia de que existiam povos superiores a outros (europeus superiores a asiáticos, indígenas e africanos). O darwinismo social interpretava a teoria da evolução a sua maneira errônea, afirmando a hegemonia de alguns sobre outros pela seleção natural. Assim, além de fenômeno político-econômico, o imperialismo teve profunda influência na cultura de sua época.

Os EUA conquistaram cerca de 250 mil, principalmente da Espanha; o Japão, algo em torno da mesma

quantidade, à custa da China, da Rússia e da Coréia. As antigas colônias africanas de Portugal foram ampliadas em 750 mil quilômetros quadrados; a Espanha, mesmo sendo uma perdedora liquida (para os EUA), ainda conseguiu tomar alguns territórios pedregosos no Marrocos e no Saara ocidental. Dentre os Impérios coloniais, apenas o holandês não conseguiu, ou não quis, adquirir novos territórios, salvo por meio da extensão de seu controle efetivo às ilhas indonésias, que há muito ‘possuía’ formalmente”. (HOBSBABWM, Eric. A era dos impérios. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988. P. 91).

2.2 O IMPERIALISMO E AS MUDANÇAS NO CAPITALISMO

Enquanto na fase marcada como o “Colonialismo” o mundo estava vivenciando o chamado

Capitalismo Comercial, as mudanças advindas no processo de expansão imperialista impulsionaram também uma transição no modo e na reprodução do Capitalismo no Espaço Geográfico.

O pré-capitalismo ou Capitalismo Comercial, chamado também de mercantilismo, vigorou dos séculos XV ao XVIII.

Nesta época, a Europa passa pela transição do feudalismo para o capitalismo. A terra deixa de ser a fonte mais importante de riqueza para se tornar um bem que possa ser vendido como qualquer outro. Assim,

Assim, sob o pretexto de civilizar, no final do século XIX e começo do XX, os países imperialistas se lançaram numa corrida pela conquista global, o que desencadeou rivalidades entre os mesmos e começou a desenhar a conjuntura da Primeira Guerra Mundial. Uma “nova era imperialista” estava a caminho e nesta era os EUA se tornam o país dominante. No dizer de Eric Hobsbabwm, “A repartição do mundo entre um pequeno numero de Estados foi a expressão mais espetacular que já observamos da crescente divisão do planeta em fortes e fracos, ‘avançados’ e ‘atrasados’. Foi também notavelmente nova. Entre 1876 e 1915, cerca de um quarto da superfície continental do globo foi distribuído ou redistribuído, como colônia, entre meia dúzia de Estados. A Inglaterra aumentou seus territórios em cerca de 10 milhões de quilômetros quadrados; a França, em cerca de nove; a Alemanha conquistou mais de dois milhões e meio; a Bélgica e a Itália, pouco menos que essa extensão cada uma.

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o intuito principal do capitalismo comercial estava no acúmulo de capital através do comércio, da balança comercial favorável e da conquista de colônias.

A Fase que ultrapassa o Capitalismo Comercial é nomeada de Capitalismo Industrial. O capitalismo industrial é uma nova fase desse sistema econômico, que surge em meio a um processo de revoluções políticas e tecnológicas, na segunda metade do século 18. Na economia, o grande impacto foi trazido pelas transformações nas técnicas e no modo de produção. As máquinas passaram a ser utilizadas em larga escala, tornando ultrapassados os métodos de produção anteriores, de caráter artesanal. Esse processo ficou conhecido como Revolução Industrial e teve seu início na Inglaterra. Tanto do ponto de vista da economia, quanto da política, outra transformação importante foi a independência dos Estados Unidos, a chamada Revolução Americana, de 1776. Ela constituiu o primeiro grande abalo numa das bases do sistema colonial, em que as colônias americanas, africanas ou asiáticas se mantinham submissas aos interesses das metrópoles européias.

Nessa fase do capitalismo a invenção e a implantação de máquinas no processo produtivo foram facilitadas devido ao grande volume de capital acumulado durante o mercantilismo.

A industrialização passou a se expandir, as indústrias se multiplicaram e a demanda por mais trabalhadores acabou gerando uma divisão de classes entre o patrão e o proletário (operários). Com o aumento dessa segunda classe, surgiu o sindicalismo. Nesse mesmo período a ação imperialista da Europa e dos Estados Unidos começou a se desenvolver.

A Segunda Revolução Industrial. Na segunda metade do século XIX, não só apareceram novas potências industriais (Estados Unidos, Itália e Alemanha), como o capitalismo passou por uma profunda transformação, que se convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial.

A partir de 1870, foram descobertas e utilizadas novas fontes de energia principalmente o petróleo e eletricidade que substituíram a energia a vapor. As técnicas de produção foram aperfeiçoadas, paralelamente à modificação na forma da organização empresarial.

A sofisticação tecnológica que se alcançou tornou os meios de produção acessíveis somente a uma ínfima minoria endinheirada — a dos grandes e poderosos capitalistas —, estimulando ainda mais a concentração de capital. Os capitalistas que não conseguiram acompanhar o ritmo das inovações técnicas foram eliminados, levando à monopolização de importantes setores da indústria. Passou-se, assim, do capitalismo liberal concorrencial para o capitalismo liberal monopolista. Na Alemanha, a empresa carbonífera renano-westfaliana concentrava, em 1Ò73, 87% da produção de carvão do vale do Ruhr e 507ó da produção do país; nos Estados Unidos, o truste do aço produziu, em 1901, 40% do ferro e 66% do aço de todo o país. A mesma tendência à concentração monopolística ocorreu em relação aos bancos, que passaram por um processo de depuração em que os pequenos foram arruinados, deixando o caminho aberto para os grandes. Na Inglaterra, cinco grandes bancos concentraram a quase totalidade dos recursos financeiros do país; na Alemanha, nove; na França, três; nos Estados Unidos, nove, porém com destaque especial para os dois gigantes controlados pelos grupos Rockefeller e Morgan. Diante do avanço do capitalismo sob a malha terrestre, são consolidadas as primeiras desavenças históricas que vão resultar nos conflitos que vão transformar profundamente a Geopolítica do Século XX. A entrada de países europeus na Ásia e África acentua ainda mais a concorrência por territórios a serem explorados. Visto que no primeiro Colonialismo as nações expoentes (Portugal e Espanha) buscavam principalmente produtos tropicais, especiarias além de gêneros agricultáveis, no Neo-colonialismo, liderado por Inglaterra e França, caracterizou-se pela procura de matérias-primas industriais como carvão, ferro e

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petróleo, além de produtos alimentícios. Certamente, as novas potências industriais continuavam exportando manufaturas, mas estas já não ocupavam lugar predominante, pois os territórios coloniais eram mais importantes como áreas para investimento do capital excedente da Europa, que buscava oportunidades mais lucrativas. O capital era exportado para a construção de estradas de ferro, exploração de minas, enfim, para a criação de uma infraestrutura econômica que servisse de base para a exploração da riqueza que interessava mais diretamente às indústrias. Diante das nuâncias que envolvem o desenvolvimento do Capitalismo sob o Ocidente e seus impactos sob o as diversas nações, é preciso considerar o surgimento de novos blocos de Poder.

3. FORMAÇÕES DOS BLOCOS DE PODER

3.1 A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

As rivalidades internacionais. No início do século XX, a Inglaterra era a maior potência capitalista do mundo. Porém, desde a Segunda Revolução Industrial surgiram outras potências industriais, dentre as quais devemos destacar a Alemanha, cujo ritmo de desenvolvimento foi acentuado a partir de sua unificação em 1871.

A concorrência entre as várias potências conduziu à liquidação do livre-cambismo, na medida em que cada país elevou as tarifas alfandegárias com a finalidade de proteger seu parque industrial da concorrência estrangeira. Paralelamente, cada país procurava expandir seu mercado no mundo, desencadeando uma disputadíssima competição pela aquisição de colónias. Todavia, grande parte do mercado colonial encontrava-se já dominada pelas potências mais antigas, como a Inglaterra e, secundariamente, a França. O livre-cambismo foi substituído pelo protecionismo.

A Alemanha, que despontava como a mais séria rival da Inglaterra, adotou uma política extremamente agressiva utilizando o dumping — concorrência por meio da baixa dos preços.

A Paz Armada e a Belle Époque: Como resultado da acirrada disputa entre as potências, difundiu-se na Europa um surto de nacionalismo intolerante: o chauvinismo (nacionalismo exacerbado) e o xenofobismo (ódio ao estrangeiro). Fermentado ainda pela corrida colonial na Ásia e na África, o choque interimperialista desdobrou-se rápida e perigosamente numa desenfreada corrida armamentista.

No início do século xx, depois de colocar as poderosas tecnologias industriais a serviço da guerra, cada potência dispunha de armas mortíferas em grande quantidade. A paz reinante do período era garantida pelos arsenais que, em tese, serviam para dissuadir os inimigos de qualquer tipo de agressão. Por outro lado, o poder das classes dominantes atingiu seu clímax. A Belle Époque, como ficou conhecido o período entre 1870 e 1914, foi uma época de muita riqueza, desenvolvimento tecnológico e científico e prestígio das artes e da cultura. Esse mundo restrito a poucos e que girava em tomo de Viena e de Paris parecia ser eterno. A guerra destruiria os sonhos dourados da elite europeia.

O sistema de alianças: Se o poderio econômico das potências era desigual, o poderio militar também o era. Tendo Inglaterra e Alemanha como as duas maiores potências rivais, os demais países aglutinaram-se em torno dos líderes de acordo com seus interesses particulares, formando os sistemas de alianças. Os acordos, sempre secretos, visavam a união de países para isolar o inimigo. Depois de muitas mudanças, a Europa ficou dividida em dois blocos: a Tríplice Aliança, formada por Alemanha, Áustria-Hungria e Itália; e a Tríplice Entente, integrada por Inglaterra, França e Rússia.

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Eclosão do conflito: As rivalidades entre as potências faziam da Europa um barril de pólvora. O estopim foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, em Sarajevo, capital da Bósnia, por um estudante sérvio, em 26 de julho de 1914.

A Áustria-Hungria descobriu que por trás do atentado se encontrava uma organização antiaustríaca, cujas ramificações terminavam na Sérvia — contra a qual declarou guerra. A Sérvia havia pertencido ao Império Austro-húngaro e, desde 1878, era o único país independente nos Bálcãs. A Rússia interveio no conflito em razão de sua aliança com a Sérvia. A Alemanha entrou a favor da Áustria-Hungria. A França e a Inglaterra, a favor da Rússia.

Começava, assim, a Primeira Guerra Mundial. Quanto à Itália, que pertencia à Tríplice Aliança, permaneceu neutra no início, já que tinha diferenças com a Áustria-Hungria, que dominava territórios que os italianos denominavam “Itália Irredenta”. No fim, a Inglaterra prometeu entregar-lhe esses territórios, caso ingressasse no conflito a favor da Entente. A Itália aceitou a oferta, rompendo a neutralidade em 1915.

A guerra: Os Estados haviam se preparado para uma guerra curta, a exemplo da maioria dos conflitos do século xix. Mas isso não aconteceu.

No front europeu, a guerra começou com a Alemanha invadindo a Bélgica, por onde entrou na França, conforme preconizava o plano Schlieffen, elaborado no início do século xx. O avanço foi detido já em setembro de 1914 e uma ampla linha de trincheiras se abriu cortando a França, a partir da região dá Lorena (Alemanha) até a região de Flandres, no mar do Norte.

Assim, na mortífera frente ocidental, a guerra de trincheiras paralisou o avanço de lado a lado. Novos engenhos de guerra apareceram: o tanque, o submarino, o gás venenoso e, em escala mais modesta, o avião. Em 1917, a situação indefinida da guerra começou a mudar a favor da Entente, com a saída da Rússia — motivada pela Revolução Russa liderada pelos bolcheviques — e a decisiva entrada dos Estados Unidos. A Alemanha, sozinha, foi derrotada em novembro de 1918.

A paz: A Alemanha rendeu-se com base nos 14 Pontos propostos pelo presidente Wilson, dos Estados Unidos. Mas o Tratado de Versalhes, que a Alemanha foi obrigada a assinar em 1919, ignorava os 14 Pontos e impunha condições tão duras que, no final, acabaram preparando a Segunda Guerra.

A entrada dos Estados Unidos no conflito (1917) foi decisiva para a vitória da Entente. As condições impostas pelo Tratado de Versalhes à Alemanha prepararam a Segunda Guerra Mundial.

3.2 A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Um dos principais motivos para o início da 2° Guerra Mundial foi o Tratado de Versalhes, assinado no final da Primeira Guerra Mundial entre a Tríplice Aliança e Entente. As imposições que o Tratado fez à Alemanha causaram uma grande revolta nos alemães. Com isso, a extrema direita nacionalista (formada por nazistas e capacetes de aço, que estavam se espalhando pelo país), começaram a usar esse rancor que surgiu nas pessoas a seu favor. A vergonha que o povo alemão sentiu depois da assinatura do tratado foi determinante para o surgimento e o crescimento de Hitler.

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Com sua população totalmente frustrada, Adolf Hitler, que era líder do Partido Nazista, queria transformar a Alemanha na maior potência do mundo. Ele chegou ao poder em 1933 e começou a prender seus inimigos. Sem cumprir o Tratado de Versalhes, a Alemanha Nazista começava a ser formada. Hitler voltou a armar o país e restabeleceu os serviços militares. Em 1936, estabeleceu um acordo com a Itália de Benito Mussolini, conhecido como eixo Roma-Berlim. Os alemães fizeram um pacto com o Japão e esses acontecimentos mostravam que o país estava se preparando para uma nova guerra.

Hitler pretendia invadir a Polônia e em agosto de 1939, foi assinado o pacto de não agressão germano-soviético. Nele, ficou estabelecido que a Polônia seria partilhada e os soviéticos ficariam no comando dos Estados Bálticos. Em 1939, os alemães invadiram a Polônia e marcharam em direção à Varsóvia. Foi utilizada, pela primeira vez, a estratégia chamada blitzkrieg, a “guerra relâmpago”. Era uma forma de encurralar o inimigo rapidamente e fazê-lo se render.

Posteriormente, Inglaterra e França enviaram um comunicado para a Alemanha, exigindo sua retirada em até 24 horas. Caso contrário, a guerra seria declarada. Esse confronto foi diferente da primeira principalmente por causa de sua grande mobilidade. Com o desenvolvimento de blindados e da aviação, as tropas atacavam com mais força e rapidez.

As tropas anglo-francesas aguardaram meses antes de atacar a Alemanha e isso deu tempo a Hitler para que ele pudesse se preparar para lutar contra eles. Entre 1939 e 1941, a Alemanha conquistou o norte da França, Iugoslávia, Polônia, Ucrânia, Noruega e algumas partes da África. O Japão anexou a Manchúria em seu território e a Itália conquistava territórios na Albânia e Líbia.

Após um longo período de combate entre Eixo e Aliança, a Segunda Guerra chegou ao fim apenas no ano de 1945 quando Itália e Alemanha se renderam. O Japão, último país a assinar o tratado de rendição sofreu um ataque nuclear lançado pelos Estados Unidos onde uma bomba atômica explodiu na cidade de Hiroshima dizimando um grande número de cidadãos japoneses inocentes.

O regime nazista foi responsável pela morte de cerca de 2 milhões de poloneses, 4 milhões de pessoas com problemas de saúde (deficientes físicos e mentais) e um número exorbitante de 6 milhões de judeus no massacre que ficou conhecido como Holocausto. Os danos materiais também foram muitos, a guerra arrasou as nações perdedoras e outras envolvidas destruindo cidades inteiras e a vida de milhares de cidadãos. O pagamento de uma indenização para reconstrução das nações derrotadas foi determinado pelos Aliados assim como uma indenização aos países vitoriosos, assinada no Tratado de Paz de Paris.

Ao final da guerra foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU), que tinha o propósito de manter a paz entre as nações resolvendo os conflitos de forma pacífica e ajudar as vítimas da Segunda Guerra.

3.3 A GUERRA FRIA E BIPOLARIZAÇÃO

No começo do século XX, a Rússia passou por uma crise social e econômica. A desigualdade era enorme

entre os camponeses e a nobreza (dona de terras). O regime do czar Nicolau II foi seriamente abalado por protestos, em 1915. As lideranças socialistas organizaram os operários em conselhos, os sovietes, nos quais se debatiam decisões políticas.

O czar prometeu reformas; estabeleceria um governo constitucional e convocaria eleições para o

parlamento (Duma), responsável de elaborar uma constituição. Os mencheviques e outros partidos deram-se por satisfeitos. Já os bolcheviques – socialistas revolucionários liderados por Lênin, exigiram o fim da monarquia.

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O governo procedeu repressão aos focos de revolta interna, prendeu líderes revolucionários e deixou as promessas que havia feito de lado. Em 1917, inicia-se em Petrogrado (atual São Petersburgo) a revolução que resultaria na renuncia do Czar.

Neste momento é instalado o governo provisório com dois poderes o Soviete de Petrogrado e a

Duma, controlado pelos mencheviques e sem representantes dos bolcheviques.

Lênin retornou do exílio e reorganizou os bolcheviques que em 25 de outubro, cercaram Petrogrado onde ficava o governo provisório para tomar o poder. O czar Nicolau II foi condenado à morte e juntamente com a família imperial foi fuzilado, em 1918. Daí o então Partido Bolchevique passou a se chamar Partido Comunista.

Assim em 1922 surgi a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), com a união das seguintes

repúblicas; Rússia, Ucrânia, Bielorússia, Transcaucásia e as repúblicas da Ásia Central.

A União Soviética buscava implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade social, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada.

Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano Marshal, que era um oferecimento de empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A partir desta estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto pelo então inimigo político.

A Alemanha por sua vez, aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.

Em 1949, os Estados Unidos juntamente com seus aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha como objetivo manter alianças militares para que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em contra partida, a União Soviética assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que também tinha como objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental.

Entre os aliados da Otan destacam-se: Estados Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. E os aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União Soviética, Polônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coreia do Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romênia.

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3.4 VELHA ORDEM E NOVA ORDEM MUNDIAL

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, surgem as duas maiores potências econômicas mundiais com ideologias e interesses opostos: Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Os EUA eram capitalistas e a URSS era socialista. Por isso, o período é caracterizado pela bipolarização.

Neste momento, podemos dividir o mundo em três grandes grupos segundo influência:

1.O Bloco Capitalista: Liderados por EUA – Europa Ocidental, América do Norte, Coréia do Sul e Japão.

2.O Bloco Socialista: Influenciados pela URSS – Leste Europeu e Balcãs, Cuba, Coreia do Norte e China.

3.O Terceiro Mundo: O Grupo que pregava o não alinhamento, pois o terceiro mundo tinha questões mais urgentes para resolver. Iniciado na conferencia de Bandung e tendo como principais figuras Nasser, do Egito, e Tito, da Iugoslávia.

Embora o mundo convivesse sempre na iminência de um desastre nuclear, o equilíbrio pelo medo sempre se fez presente. Uma guerra “quente” entre as duas potências militares do período seria uma ameaça à própria existência do ser humano no planeta, já que os poderes de destruição possuíam uma escala planetária extremamente grande. As estratégias encontradas ficavam no campo da propaganda, no poder da exibição e no patrocínio de outros países para aliviar tensões militares, portanto, podemos destacar as principais estratégias como sendo:

1. A propaganda através de filmes, séries, quadrinhos e todo tipo de material cultural que possa reforçar o

sentimento de “nós”e “eles”. No campo dos quadrinhos, podemos destacar o Capitão América e o Caveira Vermelha como claros exemplos desta estratégia.

2. A exibição de mísseis, poder tecnológico, bombas e paradas militares com o objetivo de mostrar a superioridade; a corrida armamentista é uma das principais características do período e diversas armas em circulação hoje foram produzidas neste momento da história.

3. Patrocínio e treinamento para conflitos regionais de terceiros: com essa estratégia, as duas principais potências poderiam levar a guerra para longe dos seus territórios e disputar o controle político-territorial, além de reforçar a posição geopolítica, sem perdas econômicas dentro de sua nação, sem o confronto direto e sem a perda de vidas nos seus territórios.

A Nova Ordem Mundial – ou Nova Ordem Geopolítica Mundial – significa o plano geopolítico

internacional das correlações de poder e força entre os Estados Nacionais após o final da Guerra Fria. Logo após a derrubada do muro de Berlim e a posterior dissolução da URSS, o mundo deixou de

existir sobre a égide geopolítica da bipolarização. Não havia dúvidas de que os Estados Unidos eram a maior potência militar e econômica do mundo.

O planeta que a queda do muro de Berlim inaugura é marcado pela intensa globalização, pelo grande

poder de influência estadunidense e, mais do que nunca, dos blocos econômicos e transações comerciais. Por isso, podemos destacar algumas das muitas características da nova ordem mundial como sendo:

1. A globalização; o mundo agora está interligado em diversas frentes, seja economicamente,

culturalmente ou politicamente.

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2. Os blocos econômicos; com o êxito das integrações européias, os países nesta nova ordem

procuram através de blocos, tratados bilaterais e uniões aduaneiras, aumentar seu poder de barganha e de influência econômica no mundo.

A primeira expressão que pode ser designada para definir a Nova Ordem Mundial éa unipolaridade,

uma vez que, sob o ponto de vista militar, os EUA se tornaram soberanos diante da impossibilidade de qualquer outro país rivalizar com os norte- americanos nesse quesito.

A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois, após o término da Guerra Fria, o poderio

militar não era mais o critério principal a ser estabelecido para determinar apotencialidade global de um Estado Nacional, mas sim o poderio econômico. Nesse plano, novas frentes emergiram para rivalizar com os EUA, a saber: o Japão e a União Europeia, em um primeiro momento, e a China em um segundo momento, sobretudo a partir do final da década de 2000. Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a unimultipolaridade. Tal expressão é utilizada para designar o duplo caráter da ordem de poder global: “uni” para designar a supremacia militar e política dos EUA e “multi” para designar os múltiplos centros de poder econômico.

4. SISTEMAS POLÍTICO-ECONÔMICOS CONTEPORÂNEOS E SUAS ÁREAS DE INFLUÊNCIAS E DISPUTAS

É o sistema político-econômico que orienta a organização de uma sociedade e seu espaço, estabelece as relações entre os indivíduos no processo de produção. Esses sistemas são fundamentais, pois suas perspectivas vão dirigir toda égide de desenvolvimento de um determinado Estado, Nação ou Território. É importante compreender as características, entendendo que eles serão o ponto de partida para reger as relações com estrangeiros, relações comerciais, políticas de Governo e de Estado além do seu posicionamento ante disputas entre outras políticas e países. O termo “ideologia muitas vezes acompanham essas tendências político-econômicas, por isso é preciso atentar-se para a proposta e a área de influência dessas perspectivas. Embora, estejamos acostumados a ouvir falar dos dois principais sistemas – o Capitalismo e o Socialismo – que no século passado protagonizaram vários conflitos e tensões, existem outros com muita importância histórica, tais qual o Feudalismo e as Democracias Representativas. Para maior objetividade nos pontos abaixo serão apresentados os principais sistemas que operam influência na contemporaneidade.

4.1 O CAPITALISMO

O Capitalismo é um sistema em que predomina a propriedade privada e a busca constante pelo lucro e pela acumulação de capital, que se manifesta na forma de bens e dinheiro. Apesar de ser considerado um sistema econômico, o capitalismo estende-se aos campos políticos, sociais, culturais, éticos e muitos outros, compondo quase que a totalidade do espaço geográfico.

A base para formação, consolidação e continuidade do sistema capitalista é a divisão da sociedade em classes. De um lado, encontram-se aqueles que são os proprietários dos meios de produção, a burguesia; de outro, encontram-se aqueles que vivem de sua força de trabalho, através do recebimento de salários: os proletários. No caso do meio agrário, essa relação também se faz presente, pois os donos das terras, geralmente latifundiários, ganham lucros sobre os trabalhos dos camponeses.

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Com a era da Globalização, o sistema capitalista tornou-se predominante em praticamente todo o mundo. Porém, as suas fases e etapas de desenvolvimento não ocorrem de forma igualitária na totalidade do espaço mundial, isso porque a sua lógica de produção e reprodução é puramente desigual. Assim, algumas nações apresentam estágios mais avançados de capitalismo e outras apresentam os seus aspectos ainda iniciais. Para conhecer essas fases e aspectos, torna-se importante conhecer o surgimento e a história do capitalismo.

As disputas que são empreendidas pelo sistema Capitalista são decorrentes principalmente com a frente oposta, o Socialismo. No período que aprendemos como Guerra Frias, tais sistemas foram postos a frente e disputaram o controle hegemônico do eixo econômico-militar-político, hoje o Capitalismo está em quase todos os espaços do globo, mesmo aqueles que ainda sustentam sistemas pautados no Socialismo.

4.2 O SOCIALISMO

O Socialismo é um sistema político-econômico ou uma linha de pensamento criado no século XIX para confrontar o liberalismo e o capitalismo. A idéia foi desenvolvida a partir da realidade na qual o trabalhador era subordinado naquele momento, como baixos salários, enorme jornada de trabalho entre outras.

Nesse sentido, o socialismo propõe a extinção da propriedade privada dos meios de produção e a tomada do poder por parte do proletariado e controle do Estado e divisão igualitária da renda.

Apesar das idéias socialistas terem sido criadas ainda no século XIX, foram somente no século XX

colocadas em vigor. O primeiro país a implantar esse regime político foi a Rússia, a partir de 1917, quando ocorreu a Revolução Russa, momento em que o governo monarquista foi retirado do poder e instaurado o socialismo. Após a Segunda Guerra Mundial, esse regime foi introduzido em países do leste europeu, nesse mesmo momento outras nações aderiram ao socialismo em diferentes lugares do mundo, a China, Cuba, alguns países africanos e outros do sudeste asiático.

Diante de todas as considerações, a seguir os principais aspectos do socialismo que deixam claro a

disparidade com o sistema capitalista.

• Socialização dos meios de produção: todas as formas produtivas, como indústrias, fazendas entre outros, passam a pertencer à sociedade e são controladas pelo Estado, não concentrando a riqueza nas mãos de uma minoria. • Não existem classes, ou seja, existe somente a classe trabalhadora e todos possuem os mesmos rendimentos e oportunidades.

• Economia planificada: corresponde a todo controle dos setores econômicos, dirigidos pelo Estado, determinando os preços, os estoques, salários, regulando o mercado como um todo. O socialismo que foi desenvolvido no decorrer do século XX e que permanece em alguns países até os dias atuais é conhecido por socialismo real, em outras palavras foi executado de forma prática. Por outro lado, o socialismo ideal é aquele desenvolvido no século XIX, que pregava uma sociedade sem distinção e igualitária, que acabava com o capitalismo. Os pensadores dessa vertente socialista eram em sua maioria anarquistas.

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O principal pensador do socialismo foi Karl Marx, para ele esse regime surgiu a partir do capitalismo e seus meios de produção, tendo seu controle desempenhado pelo proletário, assim como o Estado, que posteriormente seria extinto, dando origem ao comunismo que corresponde a uma sociedade sem governo, polícia, forças armadas entre outros, além de não possuir classes sociais e economia de mercado.

4.2.1 O SOCIALISMO REAL

O socialismo real foi um sistema econômico e político que foi implantado na URSS (União das

Repúblicas Socialistas Soviéticas) e consolidado no governo de Josef Stalin (1924 a 1953). É chamado de socialismo real, pois foi colocado em prática em vários países.

4.2.2 O SOCIALISMO HOJE Hoje existem alguns países que seguem a ideologia socialista, embora tenham características

econômicas e sociais bem distintas, apresentam discursos semelhantes.

China: O Socialismo de mercado chinês é extremamente diferenciado, a China apresenta características do socialismo clássico, mas também apresenta características do capitalismo.

Cuba: Economicamente falando, Cuba, que é o mais famoso dos países socialistas da atualidade, apresenta problemas, que ficam cada vez mais nítidos a cada ano que passa, já que depois do colapso da União Soviética, a ilha caribenha deixou de receber uma ajuda anual importante.

O país começa a se abrir mais para o turismo, e alguns passos já são dados para uma tentativa de abrir um pouco mais a economia do país, mas de um modo geral, a ilha dos irmãos Castro ainda é muito atrasada em diversos aspectos.

Coréia do Norte: É o país que ostenta a perspectiva socialista de maneira mais fechada atualmente, uni partidarista e ditatorial o sistema aplicado no pequeno país é marcado especialmente pelo conflito e contrição diplomática com seu vizinho do Sul (a Coréia do Sul). Apontamento de entidades internacionais destacam que o país passa por uma crise social onde praticamente todos os habitantes do país vivem em condições de atraso tecnológico e humano de grandes proporções.

Vietnã: A proposta econômica vietnamita é pautado em atividade agroexportadoras, utilização da terra para a expansão da produção de commodities. Em 1959, o Vietnã do Norte, sob regime socialista, iniciou uma luta contra o Vietnã do Sul pela reunificação do país. Temendo uma expansão do socialismo no Sudeste Asiático, os Estados Unidos, em 1961, entrou no conflito em defesa do Vietnã do Sul, intensificando a Guerra do Vietnã. Tropas estadunidenses lançaram bombas com desfolhante químico (agente laranja), provocando a destruição de áreas agrícolas e de floresta, além de provocar várias mortes. Somente em 1975, a guerra chegou ao fim, com um saldo de mais de 58 mil mortes de soldados dos EUA e 2 milhões de vietnamitas. No dia 2 de julho de 1976, o Vietnã foi reunificado, adotando o regime socialista com o apoio da União Soviética.

Na década de 1990 o governo nacional realizou reformas na política econômica, instalando um modelo semelhante ao adotado pela China. Nesse sentido, o Vietnã passou a atrair capitais estrangeiros, inclusive dos Estados Unidos, que atualmente é o seu principal parceiro econômico. Nos últimos anos, o país

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registrou o maior crescimento econômico do Sudeste Asiático, passando a integrar o grupo dos “Novos Tigres Asiáticos”.

Com investimentos do Japão, Estados Unidos, China, entre outros países, o Vietnã, que possuía uma economia baseada no setor agrícola, sobretudo na produção de arroz, expandiu o setor industrial, com destaque para a produção de calçados, roupas, brinquedos, produtos eletrônicos, etc.

4.3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL

O “Estado de Bem-estar Social” (do inglês, Welfare State), é uma perspectiva de Estado para o campo

social e econômico, na qual a distribuição de renda para a população, bem como a prestação de serviços públicos básicos, é visto como uma forma de combate às desigualdades sociais.

Portanto, neste ponto de vista, o Estado é o agente que promove e organiza a vida social e econômica, proporcionando aos indivíduos bens e serviços essenciais durante toda sua vida.

A principal característica do Estado de Bem-estar Social é a defesa dos direitos dos cidadãos à saúde, educação, etc.; a despeito disso, o modelo mais conhecido de politicas públicas é o Keynesiano, de John Maynard Keynes (1883-1946), que rompe com a visão de livre-mercado em favor da intervenção estatal na economia.

Com efeito, este sistema foi adotado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt durante a década de 1930, como parte de seu programa de recuperação econômica, o New Deal, o qual, para além das grandes obras, aumentou os salários e fixou os preços dos produtos.

É comum nos países de Estado de Bem-estar Social a estatização de empresas (principalmente em setores estratégicos), bem como a criação de mecanismos para promover serviços públicos gratuitos e de qualidade, como água e esgoto, moradia, benefícios trabalhistas, educação, saúde, transporte e lazer para toda população.

4.4 O LIBERALISMO

Liberalismo é uma teoria política e social que enfatiza fundamentalmente os valores individuais da

liberdade e da igualdade. Para os liberais, todo indivíduo têm direitos humanos inatos. O governo tem o dever de respeitar tais direitos e deve atuar principalmente para resolver disputas quando os interesses dos indivíduos se chocam. De acordo com a filosofia política liberal, a sociedade e o governo devem proteger e promover a liberdade individual, em vez de impor constrangimentos; a pluralidade e a diversidade devem ser encorajadas e a sociedade deve ser igual e justa na distribuição de oportunidades e recursos. O liberalismo é, portanto, uma teoria individualista, pois entende que o indivíduo tem prioridade sobre o coletivo.

As teorias liberais clássicas surgiram influenciadas pelo iluminismo europeu e revoluções burguesas, a partir do século XVII, para se oporem às formas de Estado absoluto. Elas defendem as instituições representativas e a autonomia da sociedade civil, do espaço econômico (mercado) e cultural (opinião pública) frente ao Estado. Nesse sentido, a história do liberalismo está intimamente ligada ao próprio desenvolvimento da democracia nos países do ocidente. Os sistemas democráticos assumem as premissas básicas do Estado liberal, no qual sua principal função seria o de garantir os direitos do indivíduo contra o autoritarismo político e, para atingir esta finalidade, exige formas, mais ou menos amplas, de representação política.

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4.5 O NEOLIBERALISMO

Neoliberalismo é um novo conceito do liberalismo clássico. Sua principal característica é a defesa de maior autonomia dos cidadãos nos setores político e econômico e, logo, pouca intervenção estatal. O neoliberalismo econômico teve lugar a partir da década de 70. Substituiu as medidas do modelo keynesiano, apoiando os princípios capitalistas.

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico, a ênfase principal é a não interferência do Estado na economia.

Os neoliberais defendem que a economia deve ser baseada no livre jogo das forças do mercado. Segundo eles, isso garantiria o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. As características do Neoliberalismo são:

• Privatização de empresas estatais • Livre circulação de capitais internacionais • Abertura econômica para a entrada de empresas multinacionais • Adoção de medidas contra o protecionismo econômico • Redução de impostos e tributos cobrados indiscriminadamente

No Brasil o sistema teve grande amplitude no Governo de Fernando Henrique Cardoso, até 2002.

4.6 A GLOBALIZAÇÃO

Em nossa contemporaneidade o conceito (termo) Globalização tem sido cada vez mais requisitado nas principais discussões. Afinal, o que seria essa tal Globalização? Antes de mais nada amigo e amiga leitores, é preciso apreender que definir este conceito é apenas limita-lo, por isso se faz necessário “destrinchar” esse conceito a partir de uma leitura da história.

Um conceito bem aceito em meio a comunidade cientifica é de que a Globalização deve ser

apreendida quanto um processo, Pode-se dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.

O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma

rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente.

Temos em quadro simples uma designação da Globalização em determinadas fases:

A Globalização compreendida quanto um processo denota que existem características marcantes em cada uma das fases destacadas no quando ao lado. Temos na primeira fase, a partir do século XV com o ápice das Grandes Navegações, uma efervescência nas relações

2° fase – Revolução Industrial – 2°GM

1° fase – Sec XV – Revolução Industrial

3° fase – 2°GM – Guerra Fria 1989

4° fase – Nova Ordem Mundial

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entre os Reinos Ocidentais em busca da especulação e da acumulação do poder, esta fase é marcada até meados do século XVIII, quando temos a chamada Revolução Industrial. Nesse momento temos a formação dos Estados assim como o nascimento do capitalismo.

A segunda fase é marcada por uma grande expansão do capital, assim como uma transição sensível do espaço geográfico empreendida pelos processos que envolviam a Revolução Industrial, nessa fase as relações de produção se transformam, o consumo é efetivamente estabelecido quanto um modelo para sociedade, muitas controvérsias são percebidas nesse período, lembra-se bastante que ainda neste período os Estados europeus ainda possuíam grande numero de colônias, principalmente no continente africano.

A terceira fase é marcada pelo fim da Segunda Grande Guerra Mundial, a ascensão dos Estados

Unidos à potencia hegemônica global, assim como um período tenso da história da humanidade: a chamada Guerra Fria. O embate ideológico entre os sistemas Político/Econômico/Social defendido pelas potências do mundo Bipolar (EUA/URSS) circunscrevem o futuro do processo de Globalização.

A indústria vive nesse período um momento ápice para sua instituição no espaço, tem-se a expansão,

por meio de incentivos econômicos, da indústria aos países chamados subdesenvolvidos, antes legados a produção agrícola, neste período, principalmente no fim dos anos 60, grandes investimentos do capital americano em nações, tais qual o Brasil, onde se inicia a consolidação do modo de vida urbano-industrial.

A quarta fase compreende a nossa atualidade, nesse período que se estende a partir do final dos anos

80 quando temos a queda do Muro de Berlim, o capitalismo se institui como modelo hegemônico. A globalização tem em sua essência o capitalismo, que tem como características a produção hegemônica, seja essa produção de bens materiais, assim como de elementos que estão inseridos no campo da sociedade, tal qual a cultura.

4.7 A FRAGMENTAÇÃO DO ESPAÇO

A idéia de globalização, no fim do século XX, remete de imediato a uma imagem de homogeneização

sóciocultural, econômica e espacial. Homogeneização esta que tenderia a uma dissolução das identidades locais, tanto econômicas quanto culturais, em uma única lógica, e que culminaria em um espaço global despersonalizado.

Muitos autores afirmam que o mundo contemporâneo vive uma era de globalização, outros, por sua

vez, enfatizam como característica principal do nosso tempo a fragmentação. Globalização e fragmentação constituem de fato os dois pólos de uma mesma questão que vem sendo aprofundada, seja através de uma linha de argumentação que tende a privilegiar os aspectos econômicos - e que enfatiza os processos de globalização inerentes ao capitalismo, seja através do realce de processos fragmentadores de ordem cultural, que podem ser tanto um produto (veja-se o multiculturalismo das metrópoles com o aumento do fluxo de migrantes de diversas origens) quanto uma resistência à globalização (veja-se o islamismo mais radical).

O escritor Rogério Haesbaert distingue uma fragmentação inclusiva ou integradora, pautada numa

lógica de "fragmentar para melhor globalizar" (como na formação de blocos econômicos), e uma fragmentação excludente ou desintegradora, que pode ser ao mesmo tempo um produto da globalização (a exclusão fruto da concentração de capital no oligopólio central capitalista) ou uma resistência a ela (no caso de grupos religiosos fundamentalistas, por exemplo).

Dentro das perspectivas apontadas para a examinadora é importante ao (a) aluno (a) empreender

que o espaço globalizado é fragmentado. Ou seja, o processo de globalização não é integrador em todas as

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esferas, a medida que você percebe dentro dos espaços da cidade, existem fragmentações privilegiadas e ambientes com mazelas atípicas a pompa da Globalização.

A fragmentação da cidade é produzida historicamente. Em uma conjuntura de globalização e de

economia de mercado as fronteiras nacionais tendem a se abrirem. No âmbito das cidades, os mercados globais se instalam, enquanto os poderes públicos se aliam à iniciativa privada. Os centros urbanos se tornam locais de comércio. As ocupações dos que não têm moradia estão sujeitas à ausência do Estado, à precariedade dos assentamentos. O território municipal é loteado aos empreendimentos imobiliários distanciados dos centro urbanos. As indústrias internacionais se instalam ao longo das rodovias. As periferias formam identidades comunitárias. As praças públicas são “adotadas” e significadas por instituições ou grupos sociais específicos em parcerias público-privado.

Já a divisão social do espaço urbano traduz-se em numerosas áreas sociais, cada uma caracterizada

por uma relativa homogeneidade interna e heterogeneidade entre elas. Atributos como renda, instrução, ocupação, faixa etária, fecundidade, etnicidade, religião, status migratórios e qualidade da habitação definem o conteúdo de cada área. Há um mosaico social na cidade, com distintas formas e conteúdo sociais. O preço da terra, expressão cabal da valorização da propriedade latifundiária, e a proximidade dos centros de negócios – área central, subcentros e áreas especializadas -, assim como das áreas de amenidades naturais ou socialmente criadas e das áreas fabris, desempenham papéis fundamentais na estruturação desse mosaico social."

5. CONFLITOS ÉTNICOS, POLÍTICOS E RELIGIOSOS ATUAIS

Com o fim da Guerra Fria, houve uma grande expectativa por um período de paz no mundo, que não ocorreu. As novas complexidades geraram multipolaridades econômicas e novos centros de poder no mundo.

Embora ainda hoje existam, conflitos entre países, eles já não são o tipo de confronto armado predominante atualmente no mundo. Por sua vez, temos a cada dia propagados conflitos internos, como guerras civis violentas de cunho étnico, religioso ou político, bem como atos e atentados de grupos ligados ao terrorismo.

Além de não trazer a paz, o final da Guerra Fria também não resultou em desarmamento. Pelo contrário, muitos países da antiga união soviética passaram a atuar mais intensamente no comércio mundial de armas. Neste quadro, reforçou-se a posição relativa dos Estados Unidos, eventualmente posta em questão pela Rússia — ambos ainda detêm gigantescos arsenais nucleares e convencionais. São também os dois maiores vendedores de armas do planeta.

✓ Para maior facilidade em compreender as problemáticas, vamos listar os principais conflitos que emergem nessa atualidade.

5.1 CORÉIA DO SUL E CORÉIA DO NORTE

O conflito envolvendo Coréia do Sul (República da Coréia) e Coréia (República Democrática Popular da Coreia) é um dos poucos episódios ainda não resolvidos dos tempos da Guerra Fria, onde duas ideologias, a capitalista e a socialista lutavam pela supremacia mundial por meio de uma disputa geopolítica, e que afetou de modo irremediável a península coreana.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os japoneses sofreram uma grande derrota para

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os países aliados.

Após o fim do conflito, dois desses países, os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS) dividiram a península coreana, em duas áreas de ocupação. A divisão, que foi feita para melhor administrar o território, acabou se transformando em uma disputa de interesses entre os dois países. A partir dessa disputa, surgiriam a República Popular Democrática da Coréia (ou Coréia do Norte), comunista e alinhada à URSS, e a República da Coréia (ou Coréia do Sul), capitalista e alinhada aos EUA. Assim, a península coreana se tornou um dos palcos mais importantes da Guerra Fria (1947-1991), a disputa ideológica e geopolítica entre o bloco capitalista, liderado pelos EUA, e o bloco comunista, liderado pela URSS.

Em 1950, apoiadas pela URSS, as forças armadas da Coréia do Norte atravessaram a fronteira e

invadiram de surpresa o território da Coréia do Sul, com o objetivo de reunificar o país. A invasão do Norte foi quase bem-sucedida, até que os EUA, no comando das forças da ONU, intervieram no conflito para defender o Sul. Sentindo-se ameaçados pela presença dos norte-americanos, os chineses (também comunistas) decidiram intervir do lado do Norte. Após três anos, o conflito esfriou, com cada lado se mantendo firme do seu lado da fronteira original entre os dois países. Em 1953, os dois lados assinaram um armistício, que interrompeu, mas nunca encerrou definitivamente, o conflito armado.

Desde 1953, muita coisa mudou na península coreana. Antes pobre e pouco desenvolvida, a Coreia do Sul se tornou um dos países mais ricos e prósperos do mundo. Em 2015, foi a 11ª maior economia do mundo, com um PIB de US$ 1,4 trilhão (contra US$ 1,7 trilhão do PIB do Brasil, por exemplo). Ao mesmo tempo, a Coréia do Norte se tornou um dos países mais pobres e miseráveis do planeta. Sem apoio da URSS, que deixou de existir em 1991, o país perdeu a sua principal fonte de apoio externo, passando a enfrentar graves crises internas, como a frequente escassez de alimentos para a população. Sem saída, os ditadores norte-coreanos passaram a usar a sua grande força militar para obter concessões dos outros países. Para se defender de uma possível intervenção externa, desenvolveram um programa de armas nucleares, os quais utilizam para ameaçar os seus vizinhos e os Estados Unidos. Com um regime político totalitário e fechado, o resto do mundo não sabe o que esperar do país e está preocupado com os possíveis rumos que o país dará às suas novas armas nucleares. Os riscos são altos e as possibilidades, muito preocupantes. As tensões constantes podem reacender a guerra adormecida com a Coreia do Sul, com um custo altíssimo em vidas humanas.

5.2 CONFLITO ISRAEL E PALESTINA: ORIGENS

O conflito existente entre árabes palestinos e israelenses está no centro de debates políticos e

diplomáticos atuais. Embora de religiões diferentes (israelenses são judeus e entre os palestinos há muçulmanos, cristãos e drusos), o conflito não é religioso, mas territorial. Esse conflito se acirrou no fim do século XX.

A Palestina, também chamada de "Terra Santa", está localizada entre o Rio Jordão e o Mar

Mediterrâneo. Até o início da Primeira Guerra Mundial estava sob o domínio do Império Otomano. Com o fim do império, a Inglaterra passou a administrar a região a partir de 1917. Até o fim de 1946, a Palestina era habitada por 1,2 milhão de árabes e 608 mil judeus. A área disputada pelos dois grupos passou a ser dominada por judeus a partir do fim da guerra. Ao fim do conflito, os judeus iniciaram uma série de movimentos migratórios em uma tentativa de fuga das perseguições ocorridas na Europa. Para esse povo, a região é denominada "Terra Santa" e "Terra Prometida", mas o conceito de lugar sagrado é partilhado também pelos muçulmanos e cristãos.

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EVOLUÇÃO DO DOMINIO ISRALENSE SOB O TERRITÓRIO PALESTINO

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O conflito surge ao término da Segunda Guerra Mundial (1945), os judeus sionistas – integrantes de um movimento surgido da Europa - passaram a pressionar a realização de um antigo pleito, a criação do Estado Judeu.

No conflito, 6 milhões de judeus foram exterminados em campos de concentração sob as ordens de Adolf Hitler (1889 - 1945). Com apoio internacional, principalmente pela ação norte-americana, a região foi dividida em 1948-1949 em três partes: Estado de Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza. A divisão, programada pela ONU (Organização das Nações Unidas), previa o repasse de 55% do território aos judeus e 44% permaneceria com aos palestinos.

As cidades de Belém e Jerusalém seriam consideradas território internacional devido ao significado religioso para árabes, judeus e cristãos. Os representantes árabes não aceitaram as determinações. Em 14 de maio de 1948, contudo, foi fundado Israel, após a retirada dos ingleses. No dia seguinte, Egito, Síria, Jordânia e Iraque invadem Israel e deflagram a Guerra da Independência, que foi chamada de Nakba ou catástrofe pelos árabes. A guerra terminou em 1949 e teve como resultado a expulsão de 750 mil palestinos que passaram a viver como refugiados em movimento conhecido como êxodo de Nakba.

Como resultado da expulsão dos palestinos, Israel aumentou o território em 50%. A extensão de terras foi indicada pela ONU e ocupam 78% da área destinada à Palestina. A ação não foi questionada pela comunidade internacional. A reação internacional só ocorreu em 1956, após Israel disputar com o Egito o controle sobre o Canal de Suez e ganhar o direito de exploração por determinação da ONU. Em 1959 é fundada a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), que só foi reconhecida pela ONU em 1974.

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5.3 GUERRA NA SÍRIA

A Guerra Civil Síria é um conflito que teve início após uma sucessão de grandes protestos da população a partir do mês de janeiro de 2011. Um mês depois, o tom das manifestações ficou mais agressivo e elas se tornaram rebeliões armadas influenciadas pelas diversas revoltas que ocorriam ao mesmo tempo no Oriente Médio: a Primavera Árabe.

Os grupos de oposição, ao se manifestarem de forma incisiva, têm o objetivo de derrubar Bashar al-Assad, presidente do país, para iniciar um processo de renovação política e criar uma nova configuração à democracia da Síria. Porém, a situação acredita que as ações do Exército Sírio Oficial, que pratica ações violentas contra os manifestantes, são formas de combate aos terroristas que pretendem desestabilizar a nação. Devido a isso, teve início uma mobilização envolvendo os veículos de comunicação e a sociedade, que exigiram mais transparência dos políticos, liberdade de expressão e promulgação de um novo conjunto de leis.

Voltando ao ano de 1962, pode-se fazer uma análise da situação da Síria e descobrir o porquê do tom emergencial dos protestos. Naquele ano, foram suspendidas as medidas de proteção para os cidadãos do país que estavam previstas na constituição anterior. Considerado um ditador, Hafez al-Assad manteve-se no poder da nação durante três décadas, passando o posto para o seu filho Bashar al-Assad, que se mantém no poder com mão-de-ferro desde 2000.

Devido a estes fatores, as manifestações da população síria foram iniciadas em frente as embaixadas estrangeiras de Damasco (capital) e ao parlamento sírio. Para conter os protestos, o governo mandou as forças militares do país contra os motins. Então começaram os conflitos entre a população e os soldados sírios, que, ao longo dos protestos, já resultaram em centenas de mortes, sendo que a grande parte refere-se aos civis.

Porém, diversos militares demonstraram-se contrários às ações do exército para conter a população. Há relatos de soldados sendo expulsos das forças militares após se recusarem a atirar na população. Depois de diversas represálias governamentais contra os guerrilheiros rebeldes, um grupo de civis e desertores formaram uma ação conjunta e criaram o Exército Livre da Síria para lutar contra as ações violentas do governo. No segundo semestre do ano de 2011, os opositores reuniram-se em uma organização única que foi batizada pelo nome de Conselho Nacional da Síria.

A partir deste momento, a guerra civil tornou-se ainda mais brutal e teve início um processo de incursão das forças oficiais do governo em territórios controlados pela oposição. Em 2012, os inúmeros conflitos foram categorizados como Guerra Civil pela Cruz Vermelha. Desta forma, foi aberto um atalho para o emprego de investigações referentes a crimes de guerra e a aplicação de medidas do Direito Humanitário Internacional e das decisões acertadas nas convenções de Genebra.

De acordo com dados de ativistas, a quantidade de mortes causada pelo conflito é de mais de 100.000 pessoas, sendo que 130.000 teriam sido detidas pelo governo sírio através das forças armadas. Fora isso, cerca de 2 milhões de cidadãos buscaram refúgio em outros países. Grande parte dos refugiados encontra abrigo no Líbano, nação vizinha da Síria.

Forças militares que apoiam Assad receberam acusações de serem responsáveis por assassinatos e ações violentas contra civis. Entretanto, no período em que ocorreram as manifestações, os grupos de oposição, incluindo o Exército Livre da Síria, também foram acusados por grupos de direitos humanos por atrocidades e homicídios.

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5.4 A CATALUNHA: O MOVIMENTO PRÓ-SEPARAÇÃO

O separatismo catalão tem raízes históricas que remontam ao período da Idade Média. Após a expulsão dos mouros (muçulmanos), no processo conhecido como Reconquista, a região da Catalunha passou a fazer parte do Reino de Aragão por volta do século XII. Apesar de ser parte desse reino, historiadores afirmam que ela permaneceu com um certo grau de autonomia.

A autonomia desse território consistia na existência de um sistema político autônomo e independente ao de Aragão. Esse período de união com esse reino foi marcado por relativa prosperidade para a Catalunha e coincidiu com a expansão territorial de Aragão para as Ilhas Baleares, Córsega, Sardenha e o sul da Itália.

Desse período, remonta o nascimento do idioma catalão, o qual, atualmente, é considerado um elemento relevante de autoafirmação do separatismo dessa região, onde se registrou pela primeira vez o uso do termo catalão no sentido de nacionalidade. Em 1469, o Reino de Aragão e a Catalunha juntaram-se com o Reino de Castela após o casamento de Isabel e Fernando, conhecidos como os reis católicos.

Apesar dessas referências históricas, especialistas em separatismo consideram que o atual nacionalismo catalão originou-se no século XIX. Esse nacionalismo teria surgido como uma resposta à perda de autonomia que a região sofreu em sua relação com o governo central da Espanha no século XVIII, durante a Guerra de Sucessão Espanhola.

Além disso, o idioma e as tradições culturais dos catalães serviram como fator de fortalecimento do nacionalismo catalão, uma vez que já existia na região uma tradição histórica de insatisfação com Castela, representante da autoridade do governo central de Madri. Havia também descontentamento em relação a questões econômicas pelo fato de a Catalunha já ser, naquela época, uma das regiões mais ricas da Espanha.

No século XX, a Catalunha experimentou um breve período de autonomia durante a década de 1930, a partir do Estatuto da Autonomia que permitiu a promoção do ensino do catalão e garantia da preservação da tradição e cultura local. Com a vitória dos fascistas na Guerra Civil Espanhola, os nacionalismos (como os catalães e os bascos) sofreram intensa repressão do governo madrilenho do ditador Franco.

Após o fim da ditadura franquista (década de 1970 em diante), os grupos políticos catalães novamente procuraram reafirmar as tradições culturais e o seu idioma, sem que isso levasse, necessessariamente, à independência da Catalunha. No entanto, a partir do século XXI e, principalmente, com a crise econômica da Espanha, o movimento nacionalista na região ganhou ares de separatismo.

O plebiscito realizado em outubro de 2017 foi um desdobramento da luta política dos grupos nacionalistas catalães pela separação da Catalunha e pela declaração de independência. Os catalães apoiam-se no princípio de autodeterminação dos povos, que afirma ser direito de um povo autogovernar-se de maneira soberana.

O PLEBISCITO: Desde que o governo local da Catalunha (de tendências separatistas) declarou a realização da consulta popular pela separação, a reação do governo espanhol foi de manifestar sua oposição. Isso porque a constituição espanhola veta veementemente qualquer tipo de separatismo e fragmentação, assim, consultas como a realizada pelo governo catalão são proibidas por lei.

O governo espanhol havia conseguido na justiça a proibição do referendo, no entanto, os separatistas catalães desobedeceram a determinação judicial e continuaram os preparativos para o plebiscito. Em

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resposta, o governo espanhol agiu e procurou confiscar urnas e cédulas que seriam usadas no dia dessa votação.

No dia de realização do plebiscito, as forças policiais, enviadas para a Catalunha a mando de Madri, agiram com bastante violência contra a população local, que não reagiu contra as agressões sofridas. Imagens que correram o mundo mostraram policiais espanhóis agredindo mulheres e idosos, usando balas de borracha e outras formas de repressão. A ação da polícia espanhola feriu mais de 800 pessoas, segundo agências de saúde catalãs.

Mesmo com a repressão do governo espanhol, cerca de 42% dos eleitores compareceram às urnas, o que totalizou mais de dois milhões de votos. O resultado, com 95% de apuração das urnas, apontou que 90,09% dos eleitores escolheram o “Sim”, ou seja, escolheram pela separação e pela independência da Catalunha, e 7,87% dos eleitores votaram no “Não”.

O resultado do plebiscito, impulsionado pela violenta ação do governo espanhol, segundo especialistas, pode contribuir para o crescimento e fortalecimento do movimento separatista catalão. As autoridades catalãs já se manifestaram e afirmaram que tomarão as medidas necessárias para concluir esse processo. Já o governo do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, tem encarado fortes críticas pela truculência contra os catalães no dia do plebiscito.

5.5 RUANDA E BURUNDI: HÚTUS X TÚTSIS

Os territórios dos países Ruanda e Burundi são palco de uma sangrenta luta entre Hútus e Tútsis, duas etnias africanas que lutam pelo controle territorial desses dois países. Ambos os territórios, após a partilha da África, formavam um único país, denominado Ruanda-Urundi, que pertencia à Alemanha. Após a derrota dos alemães na Primeira Guerra Mundial, a partir de 1919, o país passou a pertencer à Bélgica.

Os belgas então escolheram a minoria tútsi (15% da população) para governar o país, subjugando a maioria hútu. Em 1959, após inúmeros protestos dos hútus, houve uma separação entre Ruanda e Burundi. Em 1961, Ruanda conseguiu a sua independência e passou a ser uma República administrada, dessa vez, pelos hútus. Os tútsis, perseguidos, exilaram-se nos países vizinhos, inclusive em Burundi, que também conseguira sua independência.

Ao longo dos anos, os conflitos entre Ruanda e Burundi e entre hútus e tútsis até hoje se mantêm, com sucessivas tréguas e retomadas de embates, acarretando em uma grande quantidade de mortes na região.

5.6 O IRA

O conflito na Irlanda do Norte se estende desde o século XX, quando a população da Irlanda iniciou inúmeros protestos contra a dominação do Reino Unido sobre o país. Com isso, a ilha foi dividida em Irlanda e Irlanda do Norte, a segunda ainda sob o domínio britânico.

Na Irlanda do Norte, a maioria protestante (58%) da população se manifesta em apoio à integração do país à Grã-Bretanha, enquanto a minoria católica defende a independência e a integração com a Irlanda (onde os católicos formam ampla maioria). Com isso, muitos conflitos, protestos e atentados dos dois lados aconteceram – com destaque para a organização terrorista católica IRA (Irish Republican Army – Exército Republicano Irlandês).

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Em 1999, foi assinado um acordo no qual o IRA aceitou depor as suas armas. Nesse acordo, a Irlanda do Norte continuou pertencendo ao Reino Unido, entretanto, seria montado no país um governo autônomo no qual os católicos teriam direito a voz.

5.7 O AFEGANISTÃO

O Afeganistão é um campo de batalhas desde a época em que Alexandre, o Grande, passava por lá, em meados de 300 a.C. Atualmente, dois grupos disputam o poder no país, em um conflito que se desenrola há anos. De um lado está o Talibã, movimento fundamentalista islâmico que governou o país entre 1996 e 2001. Do outro lado está a Aliança do NortZe, organização político-militar que une diversos grupos demográficos afegãos que buscam combater o Regime Talibã.

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a Aliança do Norte passou a receber o apoio dos Estados Unidos, que invadiram o Afeganistão em busca do líder do Al-Qaeda, Osama Bin Laden, estabelecendo uma nova república no país. Em 2011, americanos e aliados comemoraram a captura e morte do líder do grupo fundamentalista islâmico responsável pelo ataque às Torres Gêmeas, mas isso não acalmou os conflitos internos no país, que continua sendo palco de constantes ataques talibãs. 5.8 O EXTREMISMO DO BOKO HARAN

O Boko Haram é um grupo terrorista surgido na Nigéria que, muitas vezes, é denominado como “grupo radical islâmico”, pois as suas ações correspondem ao fundamentalismo religioso de combate à influência ocidental e de implantação radical da lei islâmica, a sharia. O nome Boko Haram significa “a educação não islâmica é pecado” ou “a educação ocidental é pecado” na língua Hausa, um idioma bastante falado no norte do território nigeriano. Ele surge em 2002 como uma seita religiosa, fundada por Mohammed Yusuf na cidade de Maiduguri, capital do estado de Borno, na Nigéria. Para Yusuf e os seus seguidores, a cultura ocidental reproduzida na sociedade seria a principal razão para os males do país, sendo necessária a sua erradicação para combater a corrupção e o descaso das autoridades para com o povo. O líder atual do Boko Haram é Abubakar Shekau. Com o passar do tempo se desenvolveu e se estabelece como um grupo militar, recebendo vários treinamentos e ações de formação por parte da Al-Qaeda do Magrebe de alguns outros grupos militares radicais existentes na região setentrional da África. Em 2009, com a morte de Mohammed Yusuf durante um confronto armado, o Boko Haram tornou-se uma organização militar totalmente radical. No entanto, somente em 2013 os Estados Unidos passaram a considerar, oficialmente, o Boko Haram como grupo terrorista, que é hoje um dos maiores da atualidade.

O principal objetivo do Boko Haram atualmente, além de combater os princípios e legados ocidentais

deixados pela colonização britânica no país, é a construção de uma república islâmica. Para conseguir esse objetivo, o grupo terrorista utiliza muitos métodos radicais, incluindo a realização de atentados e o sequestro para realizar avanços territoriais. O Boko Haram também age por meio do sequestro de mulheres, utilizando-as para a obtenção de resgates e, principalmente, negociando-as como escravas sexuais.

A ação mais notória do grupo até hoje ocorreu em abril de 2014, quando o Boko Haram sequestrou cerca de 276 mulheres entre 16 e 18 anos. Segundo relatos de algumas das que conseguiram escapar, os militantes utilizavam-nas como escravas sexuais e vendiam-nas para membros da organização a um preço médio de 12 dólares. Indícios posteriores também afirmaram que boa parte das mulheres foi utilizada em diversos combates.

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5.9 O EI

O Estado Islâmico é uma organização jihadista islamita considerada por muitos países e pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um grupo terrorista. Sua origem remonta ao início da invasão do Iraque pelos Estados Unidos da América, no ano de 2003.

O Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS), também denominado pelo acrônimo Da'ish ou Daesh, nasceu como uma derivação do Grupo Terrorista Al-Qaeda. Seu surgimento foi uma forma de reação à violência dos invasores norte-americanos, estando os processos políticos de sua criação diretamente relacionados com a crise política que se desencadeou no Iraque após o início da guerra no país.

Os princípios ideológicos dessa organização são fundamentados na doutrina pan-islâmica de Sayyid Qutb, também conhecida como a Irmandade Muçulmana, e nos princípios do Wahabismo. Essa organização é uma entidade de origem islâmica radical Uaabita e Sunita, fundada em 1928, que despreza qualquer tipo de influência ocidental que tem como objetivo "resgatar" os ensinamentos do livro sagrado Corão.

Por sua vez, o Wahabismo surgiu no século XVIII a partir das pregações do profeta Muhammad ibn ‘Abd al-Wahhab, conhecido por defender a purificação da fé islâmica por meio do retorno das práticas do islamismo do século VII. A principal ideologia wahabista é a interpretação literal dos mandamentos do Corão.

Seu principal objetivo é a fundação de uma nação islâmica, por meio da expansão de seu califado pelo Oriente Médio. O califado é uma linha de sucessão criada pelos islâmicos após morte do Profeta Maomé, sendo ele um novo sistema de governo monárquico, de acordo com a lei islâmica (Sharia). Seguindo essa linha de pensamento, o grupo sunita Estado Islâmico do Iraque e da Síria anunciou, em agosto de 2014, que o líder Abu Bakr al-Baghdadi autoproclamou-se Califa (chefe de Estado) da região localizada ao noroeste do Iraque e na região do centro da Síria.

Outro intuito do grupo é o estabelecimento de conexões mundiais, principalmente na Europa, com o objetivo de cometer ataques terroristas a fim de mostrar sua autoridade para o mundo. Esse propósito é pautado na concepção de Jihad, ou Guerra Santa para o Islamismo.

Para tal expansão desse modelo teocrático islâmico, frequentemente são utilizados jovens, muitas vezes simpatizantes de origem ocidental, para integrar o grupo auxiliar no propósito jihadista. Esses jovens passam por diversos treinamentos, que visam promover os mais diversos tipos de ataques terroristas pelo mundo. Apesar de parecer que a Europa é o maior alvo dos ataques autoproclamados pelo Estado Islâmico, isso não corresponde à realidade. De acordo com o relatório "Country Reports on Terrorism 2015", publicado pela Secretaria de Estado dos EUA em julho de 2016, o Iraque é o país com o maior número de atentados do Estado Islâmico. Os ataques ocorridos na Europa são apenas mais noticiados. Até o ano de 2015, foram registradas 57 tentativas ou ataques concretizados em toda a Europa, enquanto no Iraque foram 2.418, no Paquistão 1.009, na índia 791, no Egito 494, na Líbia 428 e na Síria 382.

Domínio e destruição Assim que algum território é conquistado pelo EI, bandeiras pretas são hasteadas no topo de seu prédio mais alto, e é iniciada uma campanha para conquistar a simpatia de seus habitantes por meio da prestação de serviços sociais.

A propaganda é um dos instrumentos mais eficazes na consolidação da conquista de um território pela organização. São distribuídos pen drives com hinos jihadistas e vídeos que exibem as ações militares do grupo, bem como folhetos que combatem a democracia.

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Nessa fase, a lei islâmica começa a ser imposta gradualmente como a única e essencial a ser seguida. O próximo passo é a destruição de obras religiosas pré-islâmicas, especialmente as estátuas, que são consideradas como idolatria pelo grupo. Por esse motivo, os membros do Estado Isâmico costumam destruir inúmeros sítios históricos dos territórios que dominam, a exemplo dos milenares templos de Bel e de Baalshamin, dois dos mais perfeitamente conservados monumentos da era romana; e do Arco do Triunfo, ambos na cidade síria de Palmira.

Uma amostra de tal destruição é um vídeo que circula na web. Nele, um membro do EI é mostrado destruindo, a tiros de fuzil, várias antiguidades no sítio arqueológico de Hatra, localizado no Iraque. Na filmagem, o integrante declara que o grupo o enviou ao local a fim de destruir estes ídolos, pois são venerados no lugar de Deus.

Segundo a Unesco, o Estado Islâmico destrói sítios históricos do Iraque e vende suas antiguidades a fim de se auto financiar. A destruição de sítios arqueológicos é considerada pela agência da ONU um crime de guerra.

O EI chegou a dominar várias cidades iraquianas, a exemplo de Mossul, Kirkuk, Tal Afar e Tikrit. Pelo

menos 8 milhões de pessoas viveram em áreas sob o controle total ou parcial da organização, e uma enorme quantidade delas migrou dessas cidades para outras regiões, a fim de escapar dessa atroz expansão. Contudo, o poder do EI está sendo descentralizado em várias cidades do Iraque e da Síria. Algumas foram reconquistadas pelos exércitos iraquiano e sírio, enquanto outras foram controladas por milícias paramilitares.

Na Síria, a situação é ainda pior para o grupo, pois as tropas do antigo regime são apoiadas pela Rússia, e a aliança árabe-curda tem o apoio dos Estados Unidos. Em Mossul, ele perdeu o controle sobre a maior parte da cidade, mas ainda possui uma zona de resistência, que pode estar prestes a ser controlada.

• Kirkuk foi controlada em março de 2017 pelos Curdos, um povo sem Estado, de maioria muçulmana sunita e minoria não-muçulmana, que possui formações políticas laicas.

• Tal Afar continua sob domínio do Estado Islâmico • Tikrit foi controlada por um grupo paramilitar xiita iraquiano, o Rede Khazali.

Atualmente, o Estado Islâmico possui um domínio territorial cerca de 14% menor do que controlava no

final do ano de 2015, principalmente nos territórios do Iraque e da Síria. Porém, sua influência e presença pode ser encontrada em vários outros países do Oriente Médio e da África. 6. ORGANISMOS INTERNACIONAIS

Entende-se por organizações ou organismos internacionais as instituições internacionais que agregam em

si ações de vários países sob um objetivo ou bem comum. Elas atuam, desse modo, a partir de diversas causas ou missões, sendo essas abrangentes ou específicas, a exemplo da ONU (Organização das Nações Unidas), do FMI (Fundo Monetário Internacional) e várias outras. Os principais objetivos são: - Atuar em conjunto, de forma cooperativa, para buscar avanços econômicos, sociais e políticos para os países membros; - Buscar soluções em comum para resolver conflitos de interesses entre os estados membros; - Estabelecer políticas de cooperação técnica e científica;

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- Estabelecer normas e parâmetros comuns; - Traçar estratégias para resolução de problemas de urgência como, por exemplo, guerras e outros conflitos militares; - Fiscalizar, através de órgãos específicos, o cumprimento das regras estabelecidas pelos acordos; - Organizar reuniões para a troca de experiências, definições de novas políticas ou determinação de novos objetivos. ONU – A Organização das Nações Unidas é considerada o mais importante organismo internacional atualmente existente, importante por reunir praticamente todas as nações do mundo. Ela surgiu ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) em substituição à antiga Liga das Nações e objetiva promover a paz e a segurança mundial.

A principal instância decisória da ONU é o Conselho de Segurança, formado por um grupo muito restrito de países. Na verdade, esses países são os antigos vencedores da Segunda Guerra Mundial: Rússia (ex-União Soviética), Estados Unidos, França, Reino Unido e a China (essa última não participou ativamente da Segunda Guerra, mas conseguiu grande prestígio e poder internacionais, capazes de assegurar uma vaga no Conselho). Além desses cinco países, que são membros permanentes, fazem parte outros cinco países provisórios, que se alternam periodicamente.

O poder desse Conselho de Segurança é elevado, pois é ele quem toma as principais decisões da ONU. Além disso, os cinco membros permanentes têm o chamado poder de veto, em que qualquer um deles pode barrar uma decisão, mesmo que todos os outros países sejam favoráveis. OMC – A Organização Mundial do Comércio é o organismo internacional responsável por legislar e acompanhar as transações econômicas e comerciais realizadas entre diferentes países. Além disso, o seu principal objetivo é promover a liberalização mundial do comércio, visando combater o chamado protecionismo alfandegário, em que uma nação impõe elevadas tarifas para produtos estrangeiros a fim de favorecer a indústria local. Quando algum país tem algum tipo de problema ou entrave com outro Estado, ele geralmente recorre à OMC como instância máxima para avaliar e julgar a questão. Otan – A Organização do Tratado do Atlântico Norte é um tratado ou pacto militar, que inicialmente congregava os principais países capitalistas e objetivava combater o socialismo, que também tinha o seu pacto militar, o Pacto de Varsóvia. Porém, desde o final da Guerra Fria, os objetivos dessa organização se alteraram, tornando-se como um instrumento militar das grandes potências a fim de intervir em conflitos armados em qualquer parte do mundo para assegurar direitos internacionais ou combater possíveis “ameaças” ao atual sistema internacional.

Fazem parte da Otan, desde o seu surgimento, Alemanha, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Espanha, França, Grécia, Inglaterra, Itália, Holanda, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Islândia e Turquia. Posteriormente, várias das ex-repúblicas soviéticas também ingressaram no pacto, como a Bulgária, Romênia, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia, além da Rússia, que atua como membro observador.

FMI – O Fundo Monetário Internacional é uma organização financeira responsável por garantir a estabilidade econômica internacional. Ele é composto por 187 países e foi criado em 1944 na Conferência de Bretton Woods. Seu funcionamento, basicamente, ocorre através do gerenciamento e concessão de empréstimo para aqueles países que o solicitam.

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Normalmente, o dinheiro do FMI é fornecido pelos seus próprios países-membros, de forma que aqueles que mais contribuem são justamente aqueles que mais possuem poder de decisão. Para adquirir empréstimos, o país em questão deve atender a uma série de exigências, transformando suas economias internas e, geralmente, abrindo sua economia para o mercado estrangeiro.

Banco Mundial – foi criado em 1945 na Conferência de Bretton Woods juntamente ao FMI. Trata-se de uma organização financeira vinculada à ONU, mas que possui a sua própria autonomia. Seu objetivo inicial era conceder empréstimos direcionados aos países europeus que haviam sido devastados pela Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, seus objetivos mudaram e seu intuito passou a ser o de conceder empréstimos a países da Ásia, África e Américas. OIT - A Organização Internacional do Trabalho é uma instituição responsável por regulamentar, fiscalizar, estudar e avaliar as relações de trabalho existentes em todo o mundo. É considerada uma organização “tripartite”, ou seja, formada por três tipos diferentes de forças: os governos de 182 países, além de representantes de empresas empregadoras e de representações trabalhistas ou sindicais. OCDE – A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico é uma instituição atualmente composta por 34 países. Seu objetivo é fomentar e incentivar ações de desenvolvimento econômico de seus países-membros, além de medidas que visem à ampliação de metas para o equilíbrio econômico mundial e melhorem as condições de vida e os índices de renda e emprego. O Brasil não é um membro dessa organização. 7. QUESTÃO AMBIENTAL: DEGRADAÇÃO E CONSERVAÇÃO NO ÂMBITO NACIONAL E INTERNACIONAL

Meio ambiente é o conjunto dos elementos físicos, químicos e biológicos necessários à sobrevivência de cada espécie, vegetal e mineral.

Na quase totalidade da história da vida humana prevaleceu o equilíbrio nas relações entre os indivíduos e a natureza. Até o século XVIII, não havia significativa mudança na natureza causada pela ação humana, seja porque a população mundial era relativamente pequena, seja porque a tecnologia usada não era suficiente para causar impactos nos ecossistemas da Terra (ar, água, solo, seres vivos).

Porém, a partir do desencadeamento da Revolução Industrial, primeiramente na Inglaterra (a partir da metade do século XVIII), posteriormente na Europa Continental, nos Estados Unidos e no Japão, o meio ambiente começou a ser afetado de modo significativo e preocupante. Nas últimas décadas, com a industrialização e a integração econômica alcançando níveis globais, a degradação dos ecossistemas atingiu uma situação alarmante. Meio ambiente é o conjunto dos elementos físicos, químicos e biológicos necessários à sobrevivência de cada espécie, vegetal e mineral.

O Brasil não é exceção nesse quadro trágico. A ação humana tem provocado sérios danos à diversidade biológica em nosso país. Atualmente, os principais problemas têm origem nas atividades agropecuárias predatórias e na extração madeireira. Nas últimas décadas, o Brasil tem ocupado lamentavelmente um lugar destaque entre os países com maior índice de desmatamento. A floresta Amazônica, a maior reserva natural do planeta, já teve quase 15% de sua mata original destruída. A mata Atlântica atualmente possui menos de 7% de sua formação original. A cada ano, segundo os defensores do

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meio ambiente, uma área de aproximadamente 50 mil km2 na Amazônia é atingida pelas queimadas. Inevitavelmente há um empobrecimento do solo, o processo de desertificação se acelera, atingindo uma área de quase um milhão de km2 no país, estendendo-se por dez estados. A fumaça provocada pelas queimadas, além dos males causados à saúde, contribui também para o aquecimento e as alterações climáticas do planeta, colocando o Brasil em situação de risco.

Por outro lado, o garimpo predatório polui os rios e contamina as águas. A sociedade, por meio de grupos ambientalistas, tem pressionado os governos para que eles intensifiquem ações e programas preventivos, que combinem o desenvolvimento econômico com os princípios da sustentabilidade ecológica.

Em 1992, no Rio de Janeiro aconteceu a II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mas conhecida como ECO-92, ou Rio-92, com a participação de 114 chefes de Estado e 170 delegações oficiais, além de representantes de organizações internacionais, como o Fundo Monetário Mundial (FMI) e Banco Mundial. Seu principal objetivo foi examinar a possibilidade de elaboração de direitos e obrigações gerais do Estado em matéria ambiental. Os dois documentos mais importantes aprovados foram:

a) Carta da Terra: é uma declaração de princípios que tem por finalidade orientar o comportamento econômico e ecológico dos povos e das nações, no desenvolvimento e no meio ambiente.

b) Agenda 21: pela qual os governos devem organizar um programa de ações estabelecendo metas aceitas por todos para os principais fatores que afetam as relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento.

Pode-se relacionar o Protocolo de Kioto com a Agenda 21. Os países participantes da Conferência decidiram estabelecer um protocolo com medidas para diminuir o uso de substâncias geradoras de gases que provocam o efeito estufa. Os Estados Unidos se recusaram a assinar o protocolo. 7.1 DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

A degradação ambiental é o processo pela qual se tem uma redução dos potenciais recursos renováveis provocada por uma combinação de agentes agindo sobre o ambiente em questão. Qualquer processo que diminua a capacidade de um determinado ambiente em sustentar a vida é chamado de degradação ambiental.

Essa redução, que leva ao abandono do ambiente, pode ser causada por processos naturais, como, por exemplo, ressecamento do clima atmosférico, processos de formação dos solos ou de erosão e até mesmo uma invasão natural de animais ou plantas nocivas. Pode ocorrer também, direta ou indiretamente, por ações antrópicas, ou seja, aquelas causadas pelo homem.

Nos processos de degradação ambiental ocorrem alterações biofísicas do meio que provocam alterações na flora e na fauna natural, podendo acontecer inclusive eventual prejuízos na biodiversidade, com diferentes graus de intensidade.

Quando se desencadeia um processo de degradação ambiental sempre vai haver a perda de qualidade de vida em virtude das alterações ambientais, mesmo que estas sejam relativas. A degradação do meio ambiente pode acontecer pela ação humana ou de forma natural.

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A degradação do meio ambiente tem sido um dos temas mais recorrentes nas discussões da sociedade, sejam essas discussões em âmbito nacional ou internacional, remetem o questionamento a respeito da participação e/ou influência do homem na transformação rápida e agressiva do ambiente.

Embora saibamos que uma série de fenômenos naturais tem como resultado a degradação de determinados ambientes, é impossível desassociar as atividades humanas (principalmente após a I Revolução Industrial) de uma série de eventos que causam impactos no ambiente e como em um todo na sociedade.

Quando o assunto é a degradação do meio ambiente, problemas climáticos, efeito estufa, aquecimento global ou espécies em extinção, é difícil não pensar nos hábitos humanos e em seu modo de vida descuidado em relação ao seu habitat.

O sistema econômico capitalista levou a sociedade a seguir um caminho que não prioriza a preservação e alternativas sustentáveis. Nos últimos anos, tem-se falado mais e mais sobre as mudanças climáticas e alternativas de sustentabilidade, contudo, é importante não se esquecer que o consumismo continua a todo vapor, gerando lucros às empresas e movimentando a economia que prioriza o instante á eternidade. As indústrias e a urbanização trazem consigo inúmeros problemas ambientais, tais como a grande produção e acumulo de lixo, o volume de esgotos, congestionamentos do tráfego, lançamento de gases na atmosfera, poluição das águas, desmatamento, etc. a lista das formas de poluição e de degradação ambiental é imensa e seus prejuízos ao meio ambiente não podem ser quantificados.

Com a revolução industrial e o capitalismo em franca expansão em todo o mundo, a natureza vai dando lugar a uma forma de meio ambiente transformado, produzido pela ação humana, ou seja, o ambiente natural foi sendo modificado pelo homem para atender as “necessidades” da sociedade capitalista moderna.

Um exemplo de natureza produzida pelo homem são os grandes centros urbanos, com rios canalizados, flora e fauna devastada, o colo completamente coberto por asfalto, parques plantados, ou seja, um ambiente natural muito diferente daquele original que existia ali antes da intervenção humana.

Essa intervenção humana sobre o meio ambiente natural traz graves consequências na qualidade de vida do homem, pois ele é parte da natureza e através destas transformações prejudica a si mesmo, degradando a qualidade de vida do planeta. 7.2 EIXOS DE ESTUDO DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

É de fundamental importância antes de qualquer observação destacar que a degradação ambiental se dá sob toda a multiplicidade de ecossistemas terrestres. Embora no senso comum haja o entendimento de ecossistema como sendo aquele mais isolado ambiente nos cantões do planeta, deve-se considerar os ecossistemas urbanos, que muitas vezes, visualmente se distanciam da imagem que se faz no imaginário popular.

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Ambas as imagens acima representam ecossistemas, um tido como um exemplar natural e outro chamado de ecossistema urbano. Afinal consideramos por definição ecossistema como sendo um conjunto de espécies que interagem em um e com um meio.

No entanto, quando se define que um ecossistema é um conjunto de espécies que interagem entre si e com o meio, não podemos descartar que as cidades, repletas de organismos distintos, devem ser encaixadas nesta categoria. Em um ecossistema urbano, a produtividade e a diversidade de espécies são dependentes de obtenção da energia. Nos ambientes naturais, em sua maioria, a principal fonte é a solar, e sua produção para suprir as necessidades orgânicas de seus habitantes, relaciona-se com a quantidade de áreas verdes. Claro que, em relação a um ecossistema natural, as cidades possuem baixa quantidade dessas áreas e, consequentemente baixa produção de energia, o que obriga os residentes a importarem outras fontes, já que as plantas, grandes produtoras do combustível orgânico, que sustenta uma certa biomassa de consumidores, - com exceção das hortaliças - não são utilizadas para este fim, restando-lhes as funções de produzir oxigênio, refrescar o ambiente, absorver poluentes, servir de barreiras acústicas e estética. O uso da energia externa, no entanto, gera resíduos, que devem ser escoados ou reciclados e reutilizados.

Para nos localizarmos nos estudos, vamos considerar uma serie de atividades/fenômenos e ações humanas que ocasionam impactos no ambiente, agrupando-os para melhor entender como tais atividades e fenômenos interagem com o meio. Alterações no clima E enquanto as comunidades discutem sobre as medidas possíveis para a reversão da destruição do meio ambiente, a Terra esquenta. Estudos científicos já apontaram que o aumento da concentração de gases na atmosfera provenientes da queima de combustíveis fósseis, automóveis e, até mesmo, de incêndios florestais, com a ajuda da derrubada de florestas tropicais, resultou no aumento de 1 grau centígrado na temperatura do planeta, nos últimos 100 anos. Alguns lugares chegaram a aquecer até 2 graus.

Embora pareçam números pequenos, essa alteração é a principal responsável pelo derretimento das geleiras, ocasionando o aumento dos níveis do mar. Contudo, os problemas com as mudanças climáticas atingem cada região de uma forma específica. Em São Paulo, uma pesquisa realizada no mês de junho pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indica que, entre 2070 e 2100, uma elevação de cerca de 2 a 3 graus na temperatura regional dobrará o número de dias com chuvas intensas, acima de 10 milímetros, na capital.

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Desmatamentos florestais

O desmatamento é uma das formas mais agressivas de degradação ambiental. Atualmente, com o avanço das fronteiras agrícolas, a degradação ambiental transformou grande parte de nossas florestas em um mosaico de paisagens modificadas.

A elevação dos desmatamentos transformou o Brasil em um dos grandes emissores de poluentes, devido principalmente à queima de áreas de florestas na Amazônia. Níveis alarmantes de degradação ambiental são observados principalmente no Estado de Mato Grosso, que segundo relatório recente das Nações Unidas, transformou-se na região do mundo onde o desmatamento atua de forma mais intensa.

A expansão das fronteiras agrícolas, a pecuária não sustentável, a atividade mineradora e a ação das madeireiras continuam a causar grandes impactos ambientais. Na região amazônica, os índices de desmatamento já atingem quase 15% da cobertura original da floresta. Ainda assim, o Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com a maior cobertura florestal remanescente no mundo, atrás apenas da Federação Russa, com 5,5 milhões de km2 de matas. Entretanto, estava em segundo lugar, no ano de 1999, entre os que apresentavam maior índice de desmatamento absoluto, depois da China. Queimadas As queimadas correspondem a uma das técnicas agrícolas mais primitivas da história do homem. No Brasil há registros da utilização das queimadas desde o período colonial, quando já era usada para retirada da cobertura vegetal original antes do plantio e ou formação de pastagem. Os brasilíndios a faziam, embora de maneira muito limitada. Porém, esse costume foi assimilado pelo colonizador, de maneira muito mais intensa. A queimada é ainda largamente praticada em nosso país, apesar das tentativas legais para proibi-la e o trabalho de conscientização. É uma forma muito barata de “limpar uma área”, mas certamente a mais nociva, pois ela empobrece o solo e consome seus nutrientes. fumaça liberada causa danos à saúde, polui o meio ambiente e contribui para o aquecimento do planeta. Por isso, a queimada é considerada um sério problema ambiental. Poluição das águas

A água é essencial para a nossa vida. Ela representa cerca de 70% da massa do corpo humano e seu consumo é fundamental para a sobrevivência humana. Podemos sobreviver se ficarmos períodos de até 50 dias sem nos alimentarmos, porém, não é possível ficar mais de quatro dias sem o consumo de água. Ela também é importante para a produção de alimentos, de energia e de bens industriais de diversos tipos. Resumindo, é o recurso mais importante para nossa sociedade e para a vida na Terra.

A poluição da água é a contaminação dos corpos d'água por elementos físicos, químicos e biológicos que podem ser nocivos ou prejudiciais aos organismos, plantas e à atividade humana.

Um fator preocupante desse tipo de poluição é que os lençóis freáticos, os lagos, os rios, os mares e os oceanos são o destino final de todo poluente solúvel em água que tenha sido lançado no ar ou no solo. Desta forma, além dos poluentes já lançados nos corpos d'água receptores, as águas ainda recebem os poluentes vindos da atmosfera e litosfera (solo).

O grande volume de água que correrá pelas ruas e pelos bosques próximos durante as enxurradas carregam detritos sólidos, muitas vezes contaminados, que cairão na rede hidrográfica e se acumularão em

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trechos de menor declive do leito, prejudicando a vida dos animais próximos e dificultando o tratamento da água. Poluição do Ar

A quantidade de resíduos tóxicos lançados pelo tráfego excessivo de veículos e, em menor escala, pela atividade industrial afeta cada vez mais a qualidade do ar, prejudicando as condições de saúde da população, especialmente a dos centros urbanos. O monóxido de carbono (CO²) emitido pelos automóveis é o principal poluente nas grandes cidades. A poluição do ar provoca uma série de danos e males à saúde da população. Se inalados diariamente e com frequência, os gases poluentes afetam diretamente o sistema respiratório, causando doenças como rinite, bronquite, pneumonia e asma. Quando inalado em níveis muito altos, o CO² provoca náuseas e dor de cabeça, além de agravar problemas cardíacos.

A poluição do ar pode ser definida como a presença de substâncias provenientes de atividades humanas ou da própria natureza que podem colocar em risco a qualidade de vida dos seres vivos.

Os poluentes atmosféricos podem ser divididos em dois grandes grupos: os poluentes primários e os poluentes secundários. Os poluentes primários são aqueles emitidos diretamente por uma fonte de poluição, como um carro. Já os poluentes secundários são aqueles que sofrem reações químicas na atmosfera, ou seja, são formados a partir da interação do meio com o poluente primário. Poluição dos solos

As principais causas da poluição do solo são o acúmulo de lixo sólido, como embalagens de plástico, papel e metal, e de produtos químicos, como fertilizantes, pesticidas e herbicidas. O material sólido do lixo demora muito tempo para desaparecer no ambiente. As soluções usadas para reduzir o acúmulo de lixo, como a incineração e a deposição em aterros, também têm efeito poluidor, pois emitem fumaça tóxica, no primeiro caso, ou produzem fluidos tóxicos que se infiltram no solo e contaminam os lençóis de água. A melhor forma de amenizar o problema é investir nos processos de reciclagem e também no uso de materiais biodegradáveis ou não descartáveis. 8. RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE O BRASIL E O MUNDO

Para que você compreende de forma plena a realidade das relações econômicas Brasil-Mundo hoje, é

preciso dar um breve salto na história passada. Desde o principio de sua colonização o Brasil se mostrou um país com grande vocação agroexportadora. Embora, a principio as atividades econômicas desenvolvidas nesse território estivesses intrinsecamente ligadas à produção extrativistas, às condições geográficas propiciaram um boom na produção agrícola já no Século XIX, colocando o país entre um dos principais fornecedores de determinados commodities para a Europa. Hoje apesar de haver um progressivo desenvolvimento da economia e da atividade industrial, a balança comercial brasileira é ainda equilibrada graças à riqueza que a terra propicia.

A atividade agropecuária apesar de ser fundamental, assim como a exploradora, pois fomentam a

produção industrial, é caracterizada pelo pouco teor técnico imbuído nos seus processos, isso nos traz uma informação importante: o Brasil produz e exporta commodities e produtos industrializados com baixo valor agregado, e importa tecnologia. Esse fluxo é danoso à medida que cria dependência tecnologia, e coloca o país a mercê de crises industriais, muito comum ao capital.

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Um dos pontos que destacam isso é o fato do país ser um dos grandes globais em produção industrial e demanda de importar 75% dos fertilizantes que usa.

O País é ainda é importante fornecedor de açúcar, celulose e pele do mundo. Também é destaque na

produção de peças para abastecimento dos setores automotivos e aeronáuticos. O Brasil é um dos principais produtores de petróleo do mundo, dominando a exploração de petróleo em

águas profundas. É, ainda, destaque, na produção de minério de ferro, carne de franco e suco de laranja. A economia brasileira não é apenas comércio exterior - as exportações de mercadorias são de cerca 15%

do Produto Interno Bruto, mas são variável chave para resolver as crises de solvência externa. A outra linha de defesa – “altas” reservas estrangeiras, formadas pelo ingresso maciço de capital estrangeiro e mantidas a alto custo (diferencial de juros internos e externos), apenas escamoteiam as raízes da dependência externa. Uma vez cessado ou diminuído bruscamente o fluxo desse capital, essas reservas seriam consumidas com enorme rapidez.

Em síntese, o lugar do Brasil na economia mundial como grande produtor de commodities não é

confortável, não obstante toda propaganda e “marketing” oficial neste sentido.

PRINCIPAIS PARCEIROS ECONÔMICOS DO BRASIL

1º lugar: China

O Brasil importou mais de U$34 bilhões de dólares de produtos chineses em 2012. Foram quase 5% a mais que no ano de 2011. O que tem colaborado a negociação entre o Brasil e China são os incentivos do governo. Para as exportação do Brasil aumentarem ainda falta que a estrutura do nosso país melhore, principalmente na parte portuária, logística e custos. O Brasil é o maior exportador de soja para a China. Outro produto exportado para a China foi o óleo de soja. A soja e o óleo do soja fazem parte da mesa dos chineses, por isso eles consomem muito o produto e necessitam da importação. O minério de ferro também foi bastante exportado para a China, pois é usado na fabricação do aço no qual possui muita procura no país. As principais empresas exportadoras em 2002 para a China foram: ADM Exportadora e Importadora AS, Bunge Alimentos AS, Cargill Agrícola SA, Cia. Vale do Rio Doce, Minerações Brasileiras Reunidas AS e Samarco Mineração AS. Já os principais produtos que o Brasil importou da China foram: - materiais eletro-eletrônicos, máquinas e combustíveis minerais.

2º lugar: Estados Unidos

As exportações brasileiras para os Estados Unidos são principalmente os produtos industrializados dentre os manufaturados e os semifaturados. Os principais produtos exportados em 2011 foram: óleos brutos de petróleo,café torrado, produtos de ferro e aço, ferro fundido bruto e pasta química de madeira.

3º lugar: Argentina Em 1991, o comércio entre o Brasil e a Argentina tem apresentado notável expansão devido a assinatura do Tratado de Assunção.

4º lugar: Alemanha

A Alemanha foi o 4º principal parceiro comercial do Brasil em 2012. Nas exportações da Alemanha para o Brasil, destacaram-se os bens de capital para a indústria e as matérias-primas e produtos intermediários para a indústria. Entre 2008 e 2012, o intercâmbio comercial brasileiro com o país cresceu somente 3%, passando de US$ 20,9 bilhões, para US$ 21,5 bilhões. As exportações do Brasil para a Alemanha corresponde principalmente dos produtos básicos. Pode-se destacar o café, o chá, minério de ferro, sementes, grãos, pedras preciosas e ouro.

Já os produtos que o Brasil mais importou da Alemanha foram os manufaturados (máquinas e automóveis) representando mais de 90%.