padres alberto batista e joaquim de sousa celebraram

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21 Julho 2011 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano LXXXII – N.º 4117 Jubileus sacerdotais A igreja de Santa Maria da Feira, em Beja, encheu-se de fiéis, na tarde de 16 de Julho, para celebrar festiva- mente os 50 anos de Sacerdócio do padre Alberto Batista, pároco, há 38 anos, desta comunidade cristã, e do padre Joaquim de Sousa, seu condiscípulo, residente em Safara, onde foi pároco durante 20 anos. Presidiu à Eucaristia, concelebrada por 25 sacerdotes, o nosso Bispo, D. António Vitalino. Presente, também, o Bispo emérito de Beja, D. Manuel Falcão. À homilia, D. António disse que este era um dia de acção de graças a Deus pelo dom do sacerdócio ministerial, pela vida de consagração à Igreja e à Diocese destes dois membros do nosso presbitério e por tudo o que de bom e belo o Senhor fez, neste meio século de zelosa actividade pas- toral dos padres Alberto e Sousa. Lembrou ainda que, no Porto, onde reside, também estava a assinalar o seu jubileu o Padre Luís Brenlha Lopes, do mesmo curso, e que deveríamos, igualmente, tê-lo pre- sente na nossa oração. Deu, em seguida, a palavra ao Padre Alberto para fazer a homilia e expressar os sentimentos que lhe iam na alma neste momento tão importante da sua caminhada sacerdotal (ver texto na íntegra, na página 5). Antes da bênção do Senhor Bispo, também o Padre Joaquim de Sousa tomou a palavra para proclamar a sua fé em Cristo, sumo e eterno Sacerdote, e dizer da sua felicidade Página 5 Padres Alberto Batista e Joaquim de Sousa celebraram festivamente 50 anos de consagração a Deus e à Igreja, na Diocese de Beja por ser padre há 50 anos e poder anunciar, com a palavra e o teste- munho da sua vida, o Reino de Deus no nossa Diocese. O coro litúrgico foi orientado pelo maestro Padre António Cartageno e pela Irmã Natália, das Oblatas do Divino Coração, com a colaboração das 4 paróquias da cidade e dos Irmãozinhos de S. Francisco. As admonições foram feitas pelo Cónego António Aparício, pároco de S. João Baptista, de Beja, e por Clara Palma. Particularmente solene e emotivo foi o cortejo do ofertório, em que foram levadas ao altar, para além do pão e do vinho para o Santo Sa- crifício, várias prendas de fami- liares, paroquianos e amigos dos dois sacerdotes. Assinala-se ainda a decoração primorosa da igreja e a beleza dos cânticos da celebração, que aju- daram a criar um ambiente festivo e de grande espiritualidade naquela magna assembleia cristã. No final, os padres Alberto e Sousa foram efusivamente cumprimen- tados por todos, e ofereceram uma estampa comemorativa do evento. Seguiu-se, no Seminário Dioce- sano, um jantar de confraternização que reuniu algumas dezenas de pessoas, pretexto para momentos de saudável convívio do clero e do povo de Deus, e para um caloroso brinde aos padres homenageados, ao Sacerdócio e à Diocese de Beja. Papa nomeou o Padre José Manuel Cordeiro Bispo de Bragança Bento XVI nomeou, no dia 18, bispo de Bragança-Miranda o padre José Manuel Garcia Cordeiro, de 44 anos, pertencente ao clero da mesma diocese e atualmente reitor do Pon- tifício Colégio Português em Roma. A nomeação acontece no dia em que o Papa aceitou a renúncia ao go- verno pastoral da diocese trans- montana do bispo D. António Mon- tes Moreira, que a 30 de abril de 2010 completara 75 anos, limite de idade estabelecido pelo Direito Canónico para apresentação da resignação. A ordenação episcopal do novo bispo e a sua tomada de posse vão acontecer a 2 de outubro, na catedral de Bragança. O padre José Manuel Cordeiro, o mais jovem elemento do episcopado católico português, nasceu a 29 de maio de 1967 em Angola, Vila Nova de Seles, Luanda, tendo vindo para Portugal em 1975 com a família. O novo bispo, que vai assumir a responsabilidade da diocese situada 520 km a nordeste de Lisboa, foi ordenado padre para a diocese de Bragança-Miranda a 16 de junho de 1991, depois de ter concluído os estudos filosóficos e teológicos no centro regional do Porto da Univer- sidade Católica Portuguesa. Entre 1991 e 1999 foi pároco, forma- dor no seminário da diocese trans- montana e capelão do Instituto Politécnico de Bragança, e de 1999 a 2001 frequentou o Pontifício Ateneu de Santo Anselmo, em Roma, obten- do a licenciatura em Liturgia, disci- plina em que se doutorou no ano de 2004, no mesmo instituto. O futuro bispo foi vice-reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, entre 2001 e 2005, ano em que foi nomeado reitor do mesmo estabe- lecimento, cargo que ocupa até hoje. Em 2004 iniciou a carreira docente no Pontifício Ateneu de Santo Anselmo e em novembro de 2010 o Papa Bento XVI nomeou-o consultor da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. No ano de 2010, o mais recente membro do episcopado português publicou a obra ‘O Grão de Amen- doeira’, onde se pronunciou sobre a situação económica e social: “Esta- mos a viver a nível internacional uma crise financeira (a pior desde 1929), devido ao elevado débito, e que é também efeito da crise dos valores humanos e cristãos fundamentais”. Na obra que acentua a dimensão da espiritualidade, o padre José Cor- deiro escreve que “retiro não é sair para «retirar-se» da vida, mas é encontrar-se com Deus, consigo, com os outros, com a história e com a criação”, tornando-se “uma ex- periência forte de silêncio, de escuta e de contemplação”. Um mundo de interrogações incómodas mas necessárias É inevitável, no agir do dia-a-dia de cada pessoa, o confronto entre os tempos já vividos e os que se vivem agora com o futuro no horizonte. Só no presente podemos ter memória do que se vivemos antes e abertura realista para projectos novos. O presente, porém, aparece-nos cada vez mais confuso e inquietante. Há menos memória, mas mais possibilidades para muitas coisas e mais pro- blemas a enfrentar. São mais difí- ceis as relações e a comunicação pessoal atenta, pela abundância dos canais massificadores e por- que o mundo de muitas pessoas e os valores em causa não coincidem em aspectos essenciais. Toda a gente tem opinião acerca de tudo, do que conhece e do que não conhece. E, quanto menos se conhece, mais se é dogmático nas afirmações e menos respeitador das opiniões alheias. Página 3 Página 3 Nomeações do Clero para o ano pastoral de 2011-2012 na Diocese de Beja Página 5 Dignificar ou ofender os pobres? Enquanto os recursos forem dando para comprar/vender influência, os governos, as autarquias, as asso- ciações e até as Igrejas... irão tendo margem de manobra, mas quando se fechar a torneira, quem irá cuidar dos velhos, das crianças, dos funcionários, que estão ao cuidado moral e cívico de centenas de Ipss? Uma sociedade só será digna do seu futuro, quando os valores espirituais forem a marca dos seus comportamentos. Queira Deus que o futuro tenha futuro e a esperança possa ser a marca distintiva de quem serve os outros, sejam pobres ou ricos, possam ou não pagar... A caridade cobre a multidão dos pecados!

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Page 1: Padres Alberto Batista e Joaquim de Sousa celebraram

21 de Julho de 2011

21Julho2011

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃDirector: ALBERTO GERALDES BATISTA Preço 0,50 € c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

2350-999 TORRES NOVASTAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno LXXXII – N.º 4117

Jubileus sacerdotais

A igreja de Santa Maria da Feira,em Beja, encheu-se de fiéis, na tardede 16 de Julho, para celebrar festiva-mente os 50 anos de Sacerdócio dopadre Alberto Batista, pároco, há38 anos, desta comunidade cristã,e do padre Joaquim de Sousa, seucondiscípulo, residente em Safara,onde foi pároco durante 20 anos.Presidiu à Eucaristia, concelebradapor 25 sacerdotes, o nosso Bispo,D. António Vitalino. Presente,também, o Bispo emérito de Beja,D. Manuel Falcão. À homilia, D.António disse que este era um diade acção de graças a Deus pelo domdo sacerdócio ministerial, pela vidade consagração à Igreja e à Diocesedestes dois membros do nossopresbitério e por tudo o que de bome belo o Senhor fez, neste meioséculo de zelosa actividade pas-toral dos padres Alberto e Sousa.Lembrou ainda que, no Porto, ondereside, também estava a assinalar oseu jubileu o Padre Luís BrenlhaLopes, do mesmo curso, e quedeveríamos, igualmente, tê-lo pre-sente na nossa oração.Deu, em seguida, a palavra ao PadreAlberto para fazer a homilia eexpressar os sentimentos que lheiam na alma neste momento tãoimportante da sua caminhadasacerdotal (ver texto na íntegra, napágina 5).Antes da bênção do Senhor Bispo,também o Padre Joaquim de Sousatomou a palavra para proclamar asua fé em Cristo, sumo e eternoSacerdote, e dizer da sua felicidade

Página 5

Padres Alberto Batista e Joaquim de Sousacelebraram festivamente 50 anos de consagração a

Deus e à Igreja, na Diocese de Bejapor ser padre há 50 anos e poderanunciar, com a palavra e o teste-munho da sua vida, o Reino deDeus no nossa Diocese.O coro litúrgico foi orientado pelomaestro Padre António Cartagenoe pela Irmã Natália, das Oblatas doDivino Coração, com a colaboraçãodas 4 paróquias da cidade e dosIrmãozinhos de S. Francisco. Asadmonições foram feitas peloCónego António Aparício, párocode S. João Baptista, de Beja, e porClara Palma.Particularmente solene e emotivofoi o cortejo do ofertório, em queforam levadas ao altar, para além dopão e do vinho para o Santo Sa-crifício, várias prendas de fami-liares, paroquianos e amigos dosdois sacerdotes.Assinala-se ainda a decoraçãoprimorosa da igreja e a beleza doscânticos da celebração, que aju-daram a criar um ambiente festivo ede grande espiritualidade naquelamagna assembleia cristã.No final, os padres Alberto e Sousaforam efusivamente cumprimen-tados por todos, e ofereceram umaestampa comemorativa do evento.Seguiu-se, no Seminário Dioce-sano, um jantar de confraternizaçãoque reuniu algumas dezenas depessoas, pretexto para momentosde saudável convívio do clero e dopovo de Deus, e para um calorosobrinde aos padres homenageados,ao Sacerdócio e à Diocese de Beja.

Papa nomeou o Padre José Manuel Cordeiro Bispo de Bragança

Bento XVI nomeou, no dia 18, bispode Bragança-Miranda o padre JoséManuel Garcia Cordeiro, de 44 anos,pertencente ao clero da mesmadiocese e atualmente reitor do Pon-tifício Colégio Português em Roma.

A nomeação acontece no dia em queo Papa aceitou a renúncia ao go-verno pastoral da diocese trans-montana do bispo D. António Mon-tes Moreira, que a 30 de abril de 2010completara 75 anos, limite de idadeestabelecido pelo Direito Canónicopara apresentação da resignação.A ordenação episcopal do novobispo e a sua tomada de posse vãoacontecer a 2 de outubro, na catedralde Bragança.O padre José Manuel Cordeiro, omais jovem elemento do episcopadocatólico português, nasceu a 29 demaio de 1967 em Angola, Vila Novade Seles, Luanda, tendo vindo paraPortugal em 1975 com a família.O novo bispo, que vai assumir aresponsabilidade da diocese situada520 km a nordeste de Lisboa, foiordenado padre para a diocese de

Bragança-Miranda a 16 de junho de1991, depois de ter concluído osestudos filosóficos e teológicos nocentro regional do Porto da Univer-sidade Católica Portuguesa.Entre 1991 e 1999 foi pároco, forma-dor no seminário da diocese trans-montana e capelão do InstitutoPolitécnico de Bragança, e de 1999 a2001 frequentou o Pontifício Ateneude Santo Anselmo, em Roma, obten-do a licenciatura em Liturgia, disci-plina em que se doutorou no ano de2004, no mesmo instituto.O futuro bispo foi vice-reitor doPontifício Colégio Português, emRoma, entre 2001 e 2005, ano em quefoi nomeado reitor do mesmo estabe-lecimento, cargo que ocupa até hoje.Em 2004 iniciou a carreira docenteno Pontifício Ateneu de SantoAnselmo e em novembro de 2010 o

Papa Bento XVI nomeou-o consultorda Congregação para o Culto Divinoe a Disciplina dos Sacramentos.No ano de 2010, o mais recentemembro do episcopado portuguêspublicou a obra ‘O Grão de Amen-doeira’, onde se pronunciou sobre asituação económica e social: “Esta-mos a viver a nível internacional umacrise financeira (a pior desde 1929),devido ao elevado débito, e que étambém efeito da crise dos valoreshumanos e cristãos fundamentais”.Na obra que acentua a dimensão daespiritualidade, o padre José Cor-deiro escreve que “retiro não é sairpara «retirar-se» da vida, mas éencontrar-se com Deus, consigo,com os outros, com a história e coma criação”, tornando-se “uma ex-periência forte de silêncio, de escutae de contemplação”.

Um mundo deinterrogações

incómodas masnecessárias

É inevitável, no agir do dia-a-diade cada pessoa, o confronto entreos tempos já vividos e os que sevivem agora com o futuro nohorizonte. Só no presente podemoster memória do que se vivemosantes e abertura realista paraprojectos novos. O presente,porém, aparece-nos cada vez maisconfuso e inquietante. Há menosmemória, mas mais possibilidadespara muitas coisas e mais pro-blemas a enfrentar. São mais difí-ceis as relações e a comunicaçãopessoal atenta, pela abundânciados canais massificadores e por-que o mundo de muitas pessoas eos valores em causa não coincidemem aspectos essenciais. Toda agente tem opinião acerca de tudo,do que conhece e do que nãoconhece. E, quanto menos seconhece, mais se é dogmático nasafirmações e menos respeitador dasopiniões alheias.

Página 3

Página 3

Nomeações doClero para oano pastoralde 2011-2012

na Diocesede Beja

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Dignificar ouofender os

pobres?Enquanto os recursos forem dandopara comprar/vender influência, osgovernos, as autarquias, as asso-ciações e até as Igrejas... irão tendomargem de manobra, mas quandose fechar a torneira, quem irá cuidardos velhos, das crianças, dosfuncionários, que estão ao cuidadomoral e cívico de centenas de Ipss?Uma sociedade só será digna doseu futuro, quando os valoresespirituais forem a marca dos seuscomportamentos. Queira Deus queo futuro tenha futuro e a esperançapossa ser a marca distintiva dequem serve os outros, sejam pobresou ricos, possam ou não pagar... Acaridade cobre a multidão dospecados!

Page 2: Padres Alberto Batista e Joaquim de Sousa celebraram

21 de Julho de 2011RELIGIÃO2 – Notícias de Beja

Na continuação da nova série decatequeses das quartas-feirassobre grandes figuras femininasque ilustraram a história daIgreja, o Santo Padre focou , nascatequeses de Novembro de 2010,três dessas figuras dos séculos.XIII-XIV.

Margarida de Oingt(1240?-1310)

Com esta Margarida, começou pordizer o Santo Padre, entramos naespiritualidade da Cartuxa inspiradana regra de S. Bruno.No seio dos Oingt, nobre família daregião de Lião (França), Margaridateve uma infância feliz com seuspais e sete irmãos, entre os quaisuma chamada Inês, que, à sua morteem 1310, lhe sucedeu como priorezada Cartuxa de Poleteins em que veioa professar.O pouco que se sabe da sua vida éo que se encontra, entre outros, nosseus “Escritos Espirituais”. Muitointeligente e culta, além de escrevercorrectamente em latim, foi dasprimeiras pessoas a escrever emprovençal, o dilecto lionês.Na cartuxa, foi dotada de graçasmísticas, sem deixar de valorizar as

afeições naturais, purificadas pelagraça, como forma privilegiada deresponder com prontidão e ardor àacção divina. Sensibilizava-a muitoa Paixão de Cristo e a parte que nelatomou sua Mãe Maria Santíssima.E o Santo Padre convidou-nos afazer nossos estes sentimentos,como meio de progredir na vida defilhos de Deus.

Santa Juliana de Cornillon(1191-1258)

O Santo Padre justificou a escolhadesta Santa pouco conhecida pelasua contribuição para a instituiçãoda festa do Corpo de Deus.Juliana nasceu perto de Liège(Bélgica) por volta de 1991. Órfã aos5 anos, foi confiada, com sua irmãInês, aos cuidados das irmãsaugustinianas de Mont-Cornillon.Veio a professar nesse mosteiro eentregou-se à oração contem-plativa diante do SS. Sacramento.Sentindo-se chamada a promovero culto eucarístico, passou a fazê-lo especialmente nas visitas aoutros mosteiros,O Bispo de Liège, acolhendo estesanto desejo, instituiu na suadiocese a festa do Corpo de Deus,no que foi seguido por outrosbispos vizinhos. Entretanto, oarcediago de Liège, eleito Papa como nome de Urbano IV, em 1264estendeu esta festa, como depreceito, à Igreja Universal. Isto,porém, só foi alcançado em 1317pela intervenção do Papa JoãoXXII. E o Santo Padre, com aexpressão de “primavera euca-rística”, alegrou-se com o facto de,um pouco por toda a parte, nãofaltarem fiéis, nomeadamente jo-vens, que passam horas diante oSS. Sacramento. E referiu-se aindaà encíclica Ecclesia de Eucaristiado bom Papa João Paulo II (2003).

Lemos para os nossos leitores (64)

Santa Catarina de Sena (1347-1380)

Nasceu numa família numerosa deSena (Itália), onde viveu e faleceuem 1380, em tempos difíceis para aIgreja e para a Europa, marcadospelo exílio forçado dos Papas emAvinhão (França). Aspirando desdemuito nova a consagrar-se a Deus,aos 16 anos entrou na OrdemTerceira de S. Domingos, perma-necendo no ambiente familiar.O Santo Padre sublinhou na espi-ritualidade de Santa Catarina sobre-tudo a sua devoção ao Coração deJesus e ao Santíssimo Sacramento,lembrando a propósito a referênciaque a ela fez na sua ExortaçãoApostólica Sacramentum caritatis(94).Embora só em adulta tivesse apren-dido a ler e escrever, deixou-nos,além da obra-prima da literaturaespiritual Diálogo da DivinaProvidência, uma colecção deOrações e bastantes cartas, entreas quais as dirigidas ao PapaGregório XI apelando de formaenérgica a regressar a Roma, o quede facto aconteceu. Também viajoumuito, promovendo a paz e areforma da Igreja.A sua vida santa, os seus escritose a sua extraordinária actividadeapostólica justificaram a sua cano-nização em 1461, e a sua procla-mação como co-padroeira da cidadede Roma (por PioIX), padroeira daItália (por Pio XII), doutora da Igreja(por Paulo VI) e co-padoreira daEuropa juntamente com SantaBrígida da Suécia e com SantaTeresa Benedita da Cruz ou EditeStein (por João Paulo II).

+ Manuel Franco Falcão,Bispo emérito de Beja

As catequeses de Bento XVI (XXXIV) XVII Domingo

do Tempo ComumAno A

24 de Julho de 2011A forma de rezar, de maneira agradável, ao Senhor desde semprepreocupou o homem. Fazer-se ouvir junto de Deus e ser atendido é agrande aspiração do homem que reza. Uma espécie de devoçãosupersticiosa e comercial que havia de conduzir infalivelmente àconcretização mágica da vontade do homem dominou a oração duranteséculos. Vamos hoje ultrapassando esse estádio de religiosidade, nemsempre esclarecido. A oração, sem deixar de ser pedido, é essencialmenteacção de graças. E na justa medida em que é pedido, é compromisso:Comprometemo-nos a repartir o pão: a perdoar as ofensas de queporventura somos vítimas; a respeitar a dignidade humana. Contribuímosassim para a realização do nosso desejo que no fundo é a vontade dopróprio Deus.

O maior tesouro é a sabedoria. A sabedoria é o dom de saber orientara vida segundo os critérios de Deus. Mas quem tem a peito pedi-la aoSenhor, antes de todos os outros bens como fez Salomão? De tal modoagradou ao Senhor esta primeira preocupação de Salomão que,juntamente com a sabedoria, a única coisa que ele pedira, o Senhorlhe deu tudo o mais.

Leitura do Primeiro Livro dos ReisNaquele dias, o Senhor apareceu em sonhos a Salomão durante a noitee disse-lhe: «Pede o que quiseres». Salomão respondeu: «Senhor, meuDeus, Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David e eusou muito novo e não sei como proceder. Este vosso servo está no meiodo povo escolhido, um povo imenso, inumerável, que não se pode contarnem calcular. Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente, parasaber distinguir o bem do mal; pois, quem poderia governar este vossopovo tão numeroso?» Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão edisse-lhe: «Porque foi este o teu pedido, e já que não pediste longa vida,nem riqueza, nem a morte dos teus inimigos, mas sabedoria para praticara justiça, vou satisfazer o teu desejo. Dou-te um coração sábio eesclarecido, como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti».

Com três parábolas, a do tesouro escondido no campo, a donegociante de pérolas e a da rede lançada ao mar, o Senhor ensina-nos o caminho da sabedoria para encontrar o reio dos Céus, comofará o “escriba bem avisado”, de que tambén nos fala a leitura.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São MateusNaquele tempo, disse Jesus às multidões: «O reino dos Céus ésemelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que oencontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vendertudo quanto possuía e comprou aquele campo. O reino dos Céus ésemelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontraruma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essapérola. O reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar,apanha toda a espécie de peixes. Logo que se enche, puxam-na para apraia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos e o que nãopresta deitam-no fora. Assim será no fim do mundo: os Anjos sairão aseparar os maus do meio dos justos e a lançá-los na fornalha ardente.Aí haverá choro e ranger de dentes. Entendestes tudo isto?»Eles responderam-Lhe: «Entendemos». Disse-lhes então Jesus: «Porisso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus é semelhante aum pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas».

Deus chamou-nos para nos integrarmos em Cristo. É esse o desígnioque Deus tem sobre nós e que se vai realizando, progressivamente,até chegar à plenitude, a qual só se encontrará na glória celeste. É oque esta leitura quer significar com a sucessiva acção de Deus emnós, pela qual Ele pretende levar-nos a participar plenamente naglória de Cristo.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos RomanosIrmãos: Nós sabemos que Deus concorre em tudo para o bem daquelesque O amam, dos que são chamados, segundo o seu desígnio. Porqueos que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para seremconformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o Primogénito demuitos irmãos. E àqueles que predestinou, também os chamou; àquelesque chamou, também os justificou; e àqueles que justificou, também osglorificou.

I Leitura

Mt 13, 44-52

1 Reis 3, 5.7-12

Evangelho

Salmo Responsarial Salmo 118 (119)

Refrão: Quanto amo, Senhor, a vossa lei.

Rom 8, 28-30II Leitura

O padre mais idoso de PortugalNo dia 20 deste mês, a Diocesedo Algarve promoveu uma Eu-caristia de acção de graças aDeus pelos 100 anos de vida deMonsenhor Sezinando OliveiraRosa, o sacerdote mais idoso esimultaneamente o que foi orde-nado há mais tempo em todo opaís.Este sacerdote da Diocese doAlgarve é natural de Vila Real deSanto António, onde nasceu nodia 20 de Julho de 1911, e foiordenado a 15 de Setembro de1934.A seguir ao sacerdote algarvioconstam do anuário da Igrejacatólica em Portugal, o CónegoJosé Amaro, do Patriarcado deLisboa, nascido no dia 19 deAgosto de 1911, em Belmonte, eordenado no dia 06 de Abril de1935, e o padre Joaquim Pereira

da Cunha, da Diocese do Porto,nascido no dia 08 de Julho de1912 e ordenado a 08 de Agostode 1937. O Cónego José Amaro reside naCasa do Clero, em Lisboa.O padre Joaquim Pereira da Cu-

nha é pároco de Tabuado (Marcode Canavezes). Rara entre os sacerdotes, a efe-méride foi assim assinalada pelacelebração da Eucaristia, presi-dida pelo Bispo do Algarve, D.Manuel Neto Quintas, concele-brada pelo aniversariante con-celebrada por muitos dos sa-cerdotes da diocese, na igrejamatriz de Alcantarilha, localidadeonde reside e da qual foi pároco.Monsenhor Sezinando Rosa,membro do Cabido diocesano doAlgarve foi assistente nacionalda Acção Católica Portuguesa,director do Secretariado Geral daConferência Episcopal Portu-guesa, administrador da RádioRenascença, secretário geral daUniversidade Católica Portu-guesa e provedor da Santa Casada Misericórdia de Alcantarilha.

Page 3: Padres Alberto Batista e Joaquim de Sousa celebraram

21 de Julho de 2011 OPINIÃO Notícias de Beja – 3

É inevitável, no agir do dia-a-diade cada pessoa, o confronto entreos tempos já vividos e os que sevivem agora com o futuro nohorizonte. Só no presente po-demos ter memória do que sevivemos antes e abertura realistapara projectos novos. O presente,porém, aparece-nos cada vezmais confuso e inquietante. Hámenos memória, mas mais possi-bilidades para muitas coisas emais problemas a enfrentar. Sãomais difíceis as relações e acomunicação pessoal atenta, pelaabundância dos canais massi-ficadores e porque o mundo demuitas pessoas e os valores emcausa não coincidem em aspec-tos essenciais. Toda a gente temopinião acerca de tudo, do queconhece e do que não conhece.E, quanto menos se conhece,

Lá vêm outravez as festas

Não me deixam indiferente asdespesas exageradas das festasem nome de santos. Não digo,de propósito, em louvor dossantos, porque não estou con-vencido que seja isso quepretendam a maior parte dasfestas populares.O problema tem agora menossentido ainda, ao vermos asdificuldades de muitas famíliasa recorrer às instituições desolidariedade social para en-frentar o seu dia a dia. É verdadeque não se podem resolvertodos os problemas, mas há quedar alguma atenção ao teste-munho, ainda por cima à som-bra da Igreja, de esbanjar comosupérfluo o que para outros,muitas vezes a mesma terra,seria ajuda. Que ao menos ascomissões de festa se limitemnas despesas e considerem osmais necessitados da paróquiaou mesmo de fora como alíneaque pode dar valor humano esolidário à festa. Esbanjar pare-ce ser para alguns a regra.Nenhum santo se pode sentirhonrado sempre que tal acon-teça. As festas não podemservir para alienação do povo,quando existem para união domesmo. Sei bem das dificul-dades dos párocos em evan-gelizar esta actividade e aspessoas que nela intervêm.Mas há que aproveitar os sinaisincómodos e não desistir.

A. M.

mais se é dogmático nas afirma-ções e menos respeitador dasopiniões alheias. Constroem-semais muros que pontes, no dia adia, na política, nas opções des-portivas, que só no aspectoreligioso se vai notando o con-trário. Há mais diplomas de es-cola, mais festas e passeios definalistas, mas menos conhe-cimento de coisas essenciais davida. Por sistema, alguns vãoapagando o passado e pensam,como ideal, um presente de ime-diatos, sem horizontes, sem pro-jectos que se justifiquem a longoprazo.Com tudo isto está visivelmenteem causa a educação das novasgerações. A educação não é asimples transmissão dos ensi-namentos que constam das exi-gências do currículo escolar.Educar é tudo o que se orientapara ajudar a crescer rumo àmaturidade, e que permite optar,com critérios válidos, inserir-se eagir, de modo responsável, nasociedade de que se faz parte.Exige seriedade e competência dequem educa, abertura, acolhi-mento e esforço do educando,apoio de uma comunidade hu-mana, que é sempre a referênciaindispensável dos valores moraise éticos que se propõem e trans-

mitem. Reside nisto tudo, quandonão é claro, a grande dificuldadedo processo educativo que sepretende eficaz nos seus resul-tados. O processo não tem umtermo, ainda que o tenha o cursoescolar, porque a necessidade deaprender e de crescer acompanha-nos a todos ao longo da vida.Na sociedade actual muitos tei-mam em viver uma vida semsentido, por isso mesmo cada vezmais empobrecida de humanismo,de ideal, de valores morais, deprojectos consistentes. Porque aeducação é ambiental, os novosmais facilmente se deixam con-tagiar pelo vazio das vidas esfran-galhadas e desiludidas do quepelos testemunhos convincentese sólidos da gente normal. Sãoestes testemunhos que se devemtornar cada vez mais visíveis nafamília, na escola, nos projectose conteúdos educativos, naspropostas da sociedade circun-dante, nas insti tuiçõeshumanitárias.Nestes dias, jornais e noticiáriostelevisivos deram conta de queestá a aumentar, em Portugal, onúmero de jovens estudantes apartir dos 14 anos, que consomemheroína e outras drogas, antigase modernas, e que há, também, osque se vão tornando depen-

dentes do álcool. O facto temmuitas leituras que vão sendofeitas consoante os quadrantesideológicos do analista. O maisurgente nestas e outras situa-ções que afectam alunos dasescolas é descobrir as causas eprocurar actuar sobre elas.São estas interrogações incó-modas, a que muita gente se furtapor não encontrar saída ou pen-sar que se trata de fenómenospassageiros, que não merecemespecial atenção. O exame deinteriorização das causas, talvezcom a ajuda das vítimas, não podedeixar de fora os pais, os pro-fessores, os educadores de todasa vertentes educativas, escolarese outras, os grupos de influência,os meios de comunicação, oslugares de lazer, os traficantescriminosos no caso das drogastóxicas. Todos são membrosdesta sociedade cheia de pro-blemas incómodos, que tem, eainda bem, no seu seio muitasriquezas e oportunidades de bem,nem sempre aproveitadas.

António Marcelino

Um mundo de interrogaçõesincómodas mas necessárias

Dignificar ou ofender os pobres?«Pensam que não os oiço, masoiço. Dizem que peço esmolas, masque sou rica, que tenho casasarrendadas... Mas será esta gentelouca?!? Quem é que, no seuperfeito juízo, faria semelhantecoisa? Alguém imagina a ver-gonha, a indignidade que é ter quepedir? Ter que, quotidianamente,angariar a sua sobrevivência?Eu não quero esmolas. Eu nãoquero solidariedade. Quero opor-tunidades. Quero que me deixemdemonstrar que sou capaz, que nãotenho que ser dependente, queposso ser livre. Quero que enten-dam que não precisam de me darpor pena aquilo que deveria ter pordireito. Direito a ser. A ser humano.Era este tipo de fundos que eugostava de angariar».Lemos isto na revista ‘Impulsopositivo’ n.º 3, Maio/Junho 2011,página 50.Pelo significado deste texto sim-ples, direto e denunciador/com-prometido, desejamos torná-lo ummomento reflexivo... mesmo emtempos de férias – para quem aspode ter! – mais ou menos dedescontração.

Coisas que ofendem...quando se está (mais)

debilitadoPor certo já todos (mais ou menosconscientemente) vivemos a expe-riência de ouvir comentários depessoas que, falando de nós mes-mo nas costas, como que nosapontam defeitos e/ou debilidadesque nos podem condicionar, senãomesmo envergonhar.Quantas vezes podemos ser con-frontados com observações menosboas, mas que, na verdade, não nossão referidas com sinceridade...

frontal e honestamente.Quantas vezes podemos percebercertos sorrisos de soslaio, quandonão há correção para no-lo dizeremem ajuda fraterna e (mesmo) cristã.Há, de facto, nosso mundo – tenhaele o alcance do horizonte ou amesquinhez do umbigo – muitossinais de ofensa à dignidade daspessoas, tendo em conta (so-bretudo) os seus recursos econó-micos ou a aparência de os ostentar.De vários modos corremos o riscode ler os outros – muitas das vezesé mais julgar! – pelos bens mate-

riais, que têm ou aparentar possuir.Por isso, nas dificuldades finan-ceiras, que estamos a atravessar,como que se manifestam os valoresmorais e éticos, tanto os nossoscomo os dos outros... particular-mente naqueles que conhecemos.A nota da dignificação da pessoahumana deve, então, colocar-nos afasquia da elevada consideraçãopor todas e por cada pessoa.. semolharmos aos proventos econó-mico/financeiros nem ao proveitoque deles podemos tirar... mesmoque de forma inconsciente.

Apontar o futuro... comalguma esperança

No trato com os outros, de todosos conceitos cristãos mais ele-vados e dignificadores da nossacondição humana, a caridade e aesmola só se entendem na com-preensão espiritual dos outros emDeus e de Deus nos outros. Noentanto, vemos algum sarcasmo,por parte de quem não tem fé – einfelizmente por outros que dizemser cristãos – quando se referemàqueles dois termos, criando umacerta rejeição da envolvência sócio-política.

Em substituição de ‘caridade’ e de‘esmola’ foi sendo introduzido otermo ‘solidariedade’ e o conexo de‘subsídio’... fazendo até das ins-tituições da Igreja católica ‘ins-tituições particulares de soli-dariedade social’ (Ipss) em ordem aconseguirem cumprir as tarefas deajuda aos outros com novas res-postas sociais... De algum modofomos comprados pelo Estado, queagora negoceia a assistência porentrepostos agentes.Enquanto os recursos forem dandopara comprar/vender influência, osgovernos, as autarquias, as asso-ciações e até as Igrejas... irão tendomargem de manobra, mas quandose fechar a torneira, quem irá cuidardos velhos, das crianças, dosfuncionários, que estão ao cuidadomoral e cívico de centenas de Ipss?Uma sociedade só será digna doseu futuro, quando os valoresespirituais forem a marca dos seuscomportamentos. Queira Deus queo futuro tenha futuro e a esperançapossa ser a marca distintiva dequem serve os outros, sejam pobresou ricos, possam ou não pagar... Acaridade cobre a multidão dospecados!

A.Sílvio Couto

Page 4: Padres Alberto Batista e Joaquim de Sousa celebraram

21 de Julho de 2011DIOCESE4 – Notícias de Beja

Nas Bodas de Ouro Sacerdotaisdos padres Alberto Batista e Joaquim de Sousa

“Contamos com a graça de Deus, contamos convosco. Contai também connosco.Amen! Aleluia!”

1 – Era meu propósito, amadurecidodurante vários meses de reflexãosobre o sentido deste jubileu sa-cerdotal, afastar-me da vida rotineirade Beja e retirar-me para o Santuáriode Fátima, para ali, em clima desilêncio, em comunhão mais perfeitacom Deus e com a nossa Mãe doCéu, rezar muito, dar graças por aquiloque o Senhor fez em mim e por mim,em 50 anos de ministério sacerdotal,para fazer penitência e pedir perdãopelas minhas infidelidades, na vidapessoal e no exercício da minhaactividade pastoral, para, enfim,assentar ideias, fazer uma profundarevisão de vida, e fazer planos emordem a aproveitar melhor os diasque Deus ainda me possa concederneste mundo, para viver bem o meusacerdócio e ser útil à Igreja naDiocese de Beja.Todos os meus planos de celebraçãosilenciosa e intimista se esboroaramquando o nosso Bispo, o Senhor D.António Vitalino, me chamou, em 20de Junho, e me disse textualmente:“Não concordo com essa ideia de seretirar para Fátima, numa data destaimportância para si, para a suaparóquia e para a Diocese. Os padressão figuras públicas da Igreja e umasBodas de Ouro são acontecimentoeclesial e de relevância pastoral quedevemos celebrar onde exercemos onosso ministério”. Tive ainda al-gumas hesitações perante estaargumentação. Dei-me, no entanto,por vencido quando o Senhor Bispome disse que desejava associar àminha festa jubilar o meu colegaPadre Joaquim Ferreira de Sousa, quevive em Safara e que ele, o SenhorBispo, gostava de nos juntar os doisnuma mesma celebração com apresença do clero da Diocese e dosfiéis das nossas comunidades.Aqui estou, pois, por obediência aomeu Bispo, mas também com muitaalegria a cumprir esta penitência.Sublinho penitência, porque o meu

género, é mais de viver e trabalhar,no anonimato, na rotina de todos osdias, fora da ribalta , sem qualquerprotagonismo, sem holofotes nasigrejas ou na via pública a incidiremsobre mim.Por outro lado, festas com estapompa e circunstância que desen-cadeiam emoções fortes, não sãoaconselháveis a pessoas tímidas, decoração fraco, de lágrima fácil, quenos dificultam, por vezes, umaactuação lúcida e serena.Mas também estas circunstânciassão parte da penitência imposta peloSenhor Bispo, que aceito em des-conto dos meus pecados.

2 – Em ambiente de comunhãoeclesial, quero expressar o que nosvai na alma (na minha e na do PadreSousa), passados 50 anos sobre anossa ordenação sacerdotal.O primeiro sentimento que expe-rimentamos, com muita intensidade,é o da gratidão.- Gratidão a Deus, Criador e Senhor,Pai das Misericórdias, a Cristo, Sumoe Eterno Sacerdote, a Maria, Mãe deJesus, nossa mãe, a Senhora doCarmo que hoje também celebramos,a Senhora de Fátima que todos nósportugueses veneramos com espe-cial devoção, pelas muitas graças quenos têm sido concedidas ao longodestes 50 anos de sacerdócio.Agradecemos a vida que Deus nosdeu, o dom do Sacerdócio, os paisque tivémos que despertaram em nósa vocação sacerdotal e a ajudaram aconsolidar com a sua oração e com oseu exemplo de vida.Agradecemos a amizade sincera, ocarinho e a solicitude pastoral dosnossos bispos – o actual, D. AntónioVitalino e os que o antecederam: D.Manuel Falcão, D. Manuel SantosRocha, D. António Cunha e D. Josédo Patrocínio Dias.A acção missionária destes Bispos,o seu infatigável trabalho pastoral, a

sua vida de fé e de piedade são eforam para nós incentivo a nãodesanimarmos e vivermos em cadadia o nosso sacerdócio de formamais empenhada, na alegria de servira Igreja e testemunhar no nossoministério a presença de Cristo vivoe ressuscitado.Agradecemos ao Senhor e sau-damos efusivamente os sacerdotesda nossa Diocese, com os quaispartilhamos alegrias e tristezas,empenhados como nós na missio-nação do Alentejo, alguns delesverdadeiros heróis da Igreja pelasdificuldades materiais e espirituaisque têm de enfrentar no seu dia-a-dia.Uma palavra de gratidão muitosentida, muito sincera, muito amigaaos nossos paroquianos e colabo-radores os de ontem e os de hoje.Se somos o que somos, se fizemosalguma coisa na Diocese, nestes 50anos, o mérito é também em grandeparte destes homens e destas mu-lheres que frequentam as nossasigrejas e colaboram activamente emmovimentos de apostolado cristão.

3 – Estes nossos 50 anos de Sacer-dócio estão recheados de fidelidadese infidelidades.Do mérito de cada um de nós e dassuas acções só Deus sabe ajuizar.Nas nossas vidas, como nas vossasvidas, há rosas e espinhos. Até agorafomos fiéis à graça do Sacerdóciorecebido pela imposição das mãosdo grande Bispo D. José do Patro-cínio Dias, na manhã radiosa de 16de Julho de 1961.Mas, é claro, houve e haverá semprezonas escuras no nosso compor-tamento do dia-a-dia. Em linguagemcristã corrente chamamos-lhespecados.Neste dia solene, neste tempopropício a fazermos uma séria auto-crítica, confrontados com os nossospróprios pecados, grandes ou pe-

quenos (só Deus sabe) queremosdizer aos nossos paroquianos e aosamigos com quem nos cruzámos noscaminhos do mundo que nos descul-pem pelas palavras duras, ofensivas,ou menos delicadas, pelas atitudesincorrectas, ou pelos comporta-mentos dúbios e negativos queporventura tenha havido ou tenhampercebido no nosso relacionamentoconvosco.Mas também aqui, há um contra-ponto verdadeiro, ou seja, algumasvezes fomos votados ao esque-cimento, sentimos falta de solidarie-dade dos paroquianos no trabalhopastoral e sofremos muito com isso.Esta é a hora de purificar a memória,de esquecermos todas as ofensas eagravos e de caminhar em frente semressentimentos ou recriminações.Apraz-me lembrar, a este propósito,as palavras de Santa Catarina deSena: “Deus ama-nos assim comosomos, com as nossas virtudes ecom os nossos pecados”.Fixemo-nos, daqui em diante, nascoisas boas que a vida tem propor-cionado. Esqueçamos todos osmales, caminhemos em frente comalegria, com novo dinamismo porqueestamos todos no mesmo barco,somos todos filhos de Deus eperegrinos da Eternidade.

4 – Celebro as minhas Bodas de OuroSacerdotais, com redobrada alegriapor ter ao meu lado o meu colega decurso Padre Joaquim Ferreira deSousa, com os seus risonhos 85 anosde vida.Como recordar é viver, não resisto acontar um pequeno episódio ocor-rido no Seminário de Beja, no nossoprimeiro ano.A entrada no Seminário foi a 29 deSetembro.Éramos 24. No dia 14 de Outubro, demanhã, chega um senhor, homemfeito, de 23 anos de idade e é levadopor Monsenhor Torrão, Reitor doSeminário, ao refeitório. Comentáriomeu e de outras colegas: é o pai dealgum dos seminaristas que o vemvisitar ou trazer alguma roupa.Qual não foi o nosso espantoquando verificámos que aquelesenhor (o senhor Sousa, comopassámos a tratá-lo) era tambémseminarista, como nós, a caminharnas filas pelos corredores, em silên-cio, como nós, a estudar na mesmasala, como nós, a frequentar as aulas,como nós, sempre aprumado, bem-disposto, de comportamento irrepre-ensível, e de piedade exemplar. Ficaram-nos gravadas para semprenas nossas vidas aquelas figuras dehomens grandes no meio de adoles-centes que éramos nós os restantes23 seminaristas. Quando digoaquelas figuras (no plural) refiro--me também ao Padre Luís ManuelBrenlha Lopes, a esta hora acelebrar o seu jubileu, na igreja dosCongregados, no Porto, igual-mente homem feito com 20 anoscompletos, o Senhor Brenlha, comolhe chamávamos.

Obrigado, Padre Sousa (Sr. Sousa),obrigado, Padre Luís (Sr. Brenlha)pelo vosso exemplo e pela vossaprestimosa ajuda espiritual e inte-lectual no nosso caminhar naquelessaudosos 8 anos vividos no Semi-nário de Beja.

5 - Só mais duas notas pessoais.Celebro as minhas Bodas de OuroSacerdotais nesta histórica igreja deSanta Maria, com quem tenho laçosafectivos muito fortes. Estou à frentedesta paróquia desde o dia 7 deOutubro de 1973, há 38 anos (umrecord de estabilidade).Das 19 835 Missas que celebrei atéhoje, 11 500 foram celebradas nestetemplo, com a presença de muitosde vós, e em sufrágio de muitos dosvossos familiares. (E, já agora, umacuriosidade: o paramento branco e ocálice que uso nesta Missa foram osque estreei no dia da Primeira Missa,em Valverde, oferecidos pelos meustios e padrinhos).Aqui presidi a baptismos e casa-mentos de muitos amigos e paro-quianos e também dos meus fami-liares mais próximos. Aqui celebraramBodas de Ouro Matrimoniais, osmeus pais, em 1984, e eu própriocelebrei as Bodas de Prata Sacer-dotais em 1986. Aqui fiz a últimadespedida emocionada, de olhosembaciados e coração amargurado,de minha Mãe, em 20 de Novembrode 1988 e de meu Pai em 27 deNovembro de 1997. Recordo que osmeus pais me acompanharam sempreem Beja, desde 1964 até à morte.Foram os meus anjos da guarda.Aqui fizemos muitas festas de Natal,de Primeira Comunhão e do San-tíssimo Sacramento, que mobilizaramtoda a Paróquia.Quando assumi a responsabilidadeda Paróquia, esta igreja estavadegradada exterior e interiormente enão havia nenhum dinheiro noscofres. Hoje temos uma igrejarenovada, bonita, bem conservada,onde todos nos sentimos bem acelebrar os actos de culto. Gastaram-se milhares de euros, não temosdívidas, construi-se de raiz a igrejado Bairro da Esperança, deixamos aSanta Maria uma boa residênciaparoquial, situada no Bairro Lar paraTodos, doação de D. Rosa Rodri-gues, que está presente nesta igreja,a quem publicamente agradecemostão grande benemerência.Em maré de grandes recordações,quero envolver num abraço de muitaamizade e lembrar hoje nas minhasorações aqueles que foram meusalunos nos Estabelecimentos deEnsino onde leccionei (nas minhascontas, talvez uns 2000) e muitoparticularmente aqueles que hojepartilham do mesmo sacerdócio(Padres Manuel Reis, AntónioCartageno, Aresta Guerreiro, EgídioFerreira, Paulo Condeça, DiamantinoTeixeira, Daniel Guerreiro, HugoRodrigues, João Paulo Quelhas,

(Homilia do Padre Alberto na igreja de Santa Maria)

(Cont. pág. 5)

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21 de Julho de 2011 DIOCESE Notícias de Beja – 5

Nomeações de clero parao ano pastoral de 2011-2012

na diocese de BejaTendo reunido com todos os orgãos colegiais e dialogado comvários serviços e membros do clero da nossa diocese de Beja,chego ao final desta maratona com a ideia clara de que a messe égrande e os trabalhadores são poucos. Mas também me confortaa certeza do convite evangélico: vinde a mim, vós todos queandais sobrecarregados, que eu vos aliviarei... o meu jugo éleve.Consciente da sobrecarga de alguns, aqui anuncio as nomeaçõespossíveis nesta altura, esperando, ao longo do ano, encontrarmais colaboradores para a diocese:O Pe. Isidro Pedro irá ficar apenas com a paróquia de Barrancos,enquanto Amareleja, Póvoa de S. Miguel e Estrela serão confiadasao Pe. Erbério Jonas Salença, sacerdote da diocese de Quelimane,Moçambique, que veio fazer um ano sabático entre nós. ParaMértola, em vez do Pe. Ricardo Meira virá o Pe. João InácioCarreira Mónico, CSSP, que será nomeado in solidum com o Pe.António Luís Marques de Sousa, CSSP. A comunidade deSantiago do Cacém também vai sofrer mudanças com atransferência do Pe. Gonçalo Fernandes e a vinda dos PadresJosé Azevedo Nóbrega e Agostinho Teixeira de Sousa, este comocoordenador das Missões da Congregação em Portugal. O Pe.Pedro Guimarães será o coordenador. Os candidatos aodiaconado, Paulo Godinho e José Bravo, cuja ordenação estáprevista para 23 de Outubro de 2011, em Moura, farão o seuestágio respetivamente em Moura e Grândola, sendo o PauloGodinho também nomeado conselheiro espiritual do Semináriode Beja e o José Bravo assistente religioso da cadeia de Pinheiroda Cruz.Cada clérigo é diferente em si mesmo e no modo de se relacionarcom as pessoas. Isto é uma riqueza para a nossa Igreja e agradeçoa Deus. Mas constitui um problema quando usamos as nossasqualidades em competição com os nossos colegas. Temos denos ajudar uns aos outros, pois na comunhão está a nossa forçaapostólica. Por isso ninguém enverede pelo caminho da simpatiadescomprometida com as orientações pastorais da Igrejadiocesana. Acolhamos bem todas as pessoas, mas não asdesviemos das suas comunidades paroquiais de residência.Antes de lhes darmos qualquer resposta, falemos com os nossoscolegas e respetivos pastores, oferecendo a nossa ajuda, masnunca contribuindo para o seu isolamento dos fiéis. Quem temouvidos, oiça...Nos dias 19 e 20 de Setembro, no Centro Pastoral de Beja, teremosas reuniões do clero, sendo o primeiro dia dedicado à reflexãosobre a nova evangelização e a missão, com ajuda dos Padres daCongregação da Missão, com início às 10,30 horas. No dia 20,da parte de manhã, haverá reuniões por arciprestado comconsultas para a nomeação de arciprestes, vice-arciprestes edelegados aos Conselhos presbiteral e pastoral. Não esqueçamoso pedido feito para encontrarmos 2 ou 3 colaboradores para amissão nos arciprestados.No dia 24 de Setembro teremos o DIA DIOCESANO, de cujaorganização o SCAP está a tratar e para o qual pensamos convidaros colaboradores das paróquias e dos serviços diocesanos, quejá participaram nos encontros sobre repensar juntos a pastoralda Igreja em Portugal. Quem tiver datas importantes na suaparóquia ou movimento, comunique ao Vigário Geral ou ao SCAPaté fim de Agosto, para inserir na Agenda diocesana.Com os melhores cumprimentos e desejo de algum descansopara recuperação de energias, subscrevo-me com toda a amizadee sempre ao dispor

† António Vitalino, Bispo de Beja

Sesinando Rosa, Manuel Pato).Evoco ainda, com muita saudade, epor eles rezo, o padre Rui AntónioRibeiro, do número dos 4 que fomosordenados em 16 de Julho de 1961 eque Deus chamou para Si em 8 deAgosto de 2007, tendo sido párocodo Cercal do Alentejo durante 45anos; e o meu grande amigo econterrâneo Padre Virgílio AbrantesFerreira, que me trouxe para o Semi-nário de Beja, colaborador assíduoda paróquia de Santa Maria, nacelebração da Missa diária e comoorganista e dirigente do Grupo Coral,falecido em 28 de Setembro de 2010.Reportando-me aos meus 33 anos dedocência no Liceu de Beja, nos anospacíficos de 1964-74 e nos anosagitados depois de 25 de Abril de1974, quero fazer memória, comsaudade, dos colegas professores,bons amigos e profissionais com-petentes que ali encontrei. Muitosjá não são do mundo dos vivos.Também estão presentes, hoje, nasminhas orações. Outros tenho aalegria de os ver aqui, nesta cele-bração. Para eles uma calorosasaudação e o meu muito obrigadopor terem vindo. E, já que fui pro-fessor de Latim no Liceu, permitam-me citar, na língua de Cícero, a máximaque traduz a importância da amizade:“Oh, quam bonum et jucundumhabitare fratres in unum”, o que,traduzido, significa: “como é bom eagradável, viverem os irmãos emharmonia.Mais uma lembrança e um agrade-cimento do coração especialmentepersonalizados: obrigado aos paro-quianos de Santa Maria fiéis à Missadominical, à Comissão Fabriqueira,às pessoas que tratam dos altares,prestam serviço litúrgico, cantam nogrupo coral, asseguram a limpeza daigreja, às que fazem acolhimento naigreja, às Irmãs de Santa Maria queconnosco e por nós aqui rezam oterço todos os dias, às Irmãs Servasde N.ª Sr.ª de Fátima que dão a suapreciosa colaboração na liturgia e nacatequese, aqui e no Bairro daEsperança. Permitam-me referenciarexplicitamente alguns nomes: D.Helena Palma, D. Maria Paulino,António Leocádio, Irmã Arminda.Registo ainda um especialíssimoagradecimento à Sra. D. Rita Lau-reano, que, há 16 anos, assegura,com extrema dedicação, o regularfuncionamento da minha casa.E um especialíssimo aceno de muita,muita gratidão aos Irmãozinhos deS. Francisco, meus colaboradoresdedicadíssimos, zelosos e criativosno Bairro da Esperança, de 1995 a2000 promotores das belas Ado-

rações ao Santíssimo Sacramentonesta igreja de Santa Maria e autoresdesta magnífica e artística decoraçãoque está à nossa vista e a todosencanta, responsáveis ainda pelapreparação litúrgica desta Eucaristiaque estamos a celebrar. Obrigado,também ao maestro Padre Carta-geno, bom amigo, desde sempre, eao seu grupo coral, pela actuação dealto nível musical nesta celebraçãolitúrgica.Só me falta a alusão a duas missõesque desempenhei e desempenho emarcaram, positivamente os meus 50anos de padre: refiro-me aos 21 anos(1977-1988) de pároco de S. Matias.Foi uma experiência pastoral exal-tante, com um povo extraordinário,gente de fé e de bons sentimentos,generoso e colaborante. Tenhomuitas saudades de S. Matias e, aoque me dizem, também lá deixeisaudades. Fizemos ali catequese decrianças e adultos, organizámosperegrinações a Fátima e passeiosturísticos, promovemos actividadesculturais, restaurámos a igreja e atélá deixámos uma casa paroquial, pordoação de D. Angelina Dias. Deusseja louvado!Também não posso deixar de men-cionar a espinhosa missão dedirector do jornal da Diocese “Notí-cias de Beja”. Quando aceitei, comalguma hesitação e muito medo, estecargo, em 5 de Agosto de 1982,convidado por D. Manuel Falcão,sublinhei que o meu compromissoera de 1 ano. Depois, logo se via. E jálá vão 28 anos (um record delongevidade nestas missões).

(Cont. da pág. 4)

É um cargo, como podem calcular,muito duro, difícil e de granderesponsabilidade. Já várias vezes tivea tentação de me demitir.O Senhor D. António com a suapedagogia de Bom Pastor lá me vaiincentivando a continuar, dizendoque o “Notícias de Beja” é uminstrumento muito válido de evan-gelização e que o nosso jornal temboa aceitação em todo o país. Sendoassim, continuaremos até que Deusqueira a combater o bom combateda fé com a imprensa católica, com onosso “Notícias de Beja”. O desafioé ainda mais estimulante e a tarefamais facilitada com bons e assíduoscolaboradores, como o Sr. D. An-tónio Vitalino e o Sr. D. ManuelFalcão, o Sr. D. António Marcelino eo Sr. D. João Alves com as suassaborosas crónicas todas as se-manas, e o Sr. Cardoso, nos ServiçosAdministrativos, a trabalhar, commuita competência e dedicação, e emregime de voluntariado.Também por tudo isto dou muitasgraças a Deus!

E agora, passada esta maré alta decelebrações jubilares, a vida retomao ritmo normal. Nesta etapa da vidavivemos mais de recordações do quede projectos.Não temos grandes planos para ofuturo (o Padre Sousa e eu). Apenasa vontade sincera de fazermos bemo que temos de fazer todos os dias ede reafirmarmos todos os dias a Deuso nosso propósito de sermos firmesna nossa fé e fiéis até ao fim.Ajudai-nos, também, neste Outonoda nossa caminhada, com a vossaamizade, o vosso conselho avisadoe sobretudo com a vossa oração.Na celebração festiva do nossoJubileu Sacerdotal queremos repetircom a frescura de há 50 anos: “OSenhor é meu pastor, nada mefaltará”. “Vós sois, Senhor, a minha herança,tendes na mão o meu destino”.Contamos com a graça de Deus.Conta convosco, contai tambémconnosco!Amén! Aleluia!

Padre Alberto Geraldes BatistaBeja, 16 de Julho de 2011

Jubileus Sacerdotais em Beja

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21 de Julho de 2011PATRIMÓNIO6 – Notícias de Beja

PEDRA ANGULARPÁGINA DO DEPARTAMENTODO PATRIMÓNIO HISTÓRICO EARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA

O Festival Terras sem Sombra deMúsica Sacra do Baixo Alentejo, queacaba de encerrar a sua sétimaedição, sob a direcção de PaoloPinamonti, introduziu duas import-antes inovações em 2011: a criaçãodo Prémio Internacional Terras semSombra, com carácter anual; e odesenvolvimento de um conjunto deacções-piloto, sob o patrocínio dosartistas presentes no ciclo de con-certos, em benefício de causassocialmente relevantes para a região.A salvaguarda da biodiversidadeconstitui um dos maiores desafiosque se colocam actualmente àpopulação humana. Um uso poucocontrolado dos recursos naturais doplaneta está a contribuir para exauri-lo a um ritmo frenético e insusten-tável. Por outro lado, muitas comuni-dades têm-se afastado progressiva-mente da natureza, dos seus ritmose das suas práticas plurisseculares,e são muito penalizadas por uma“artificialização” excessiva dosrespectivos modos de vida.Como lembra o magistério da Igreja,fazendo honra a um pensamento queascende a grandes mestres dopensamento cristão, nomeadamenteSão Francisco de Assis ou, emtempos mais recentes, o P.e Teilhardde Chardin, a natureza é nossa irmã.Há que saber usá-la com sabedoria,respeitá-la e preservá-la. Há sobre-tudo que pensar que também nós,homens e mulheres, somos partedela. Mais: precisamos dela para nosrealizarmos plenamente.O Baixo Alentejo, sem dúvida umadas zonas mais defendidas do país,em termos de conservação da paisa-gem e da natureza, possui umextraordinário património de biodi-versidade. Este património assume,em algumas das suas múltiplasdimensões, relevância internacional.Cumpre-nos assegurar a sua trans-missão, não só pelo seu magnointeresse científico, mas também – eprincipalmente – devido ao facto derepresentar um conjunto de valoressociais, culturais e até económicosdo maior significado para o futuro.O equilíbrio dos sistemas ecológicos(e, por conseguinte, da própria vidahumana) depende, em larga medida,

No rescaldo do Festival

Terras sem Sombra: património, música e biodiversidade

da sua salvaguarda.A consciência do que está em causa– e é muito – levou o Departamentodo Património Histórico e Artístico aescolher, como causa a apadrinharpelos artistas do Terras sem Sombra,a protecção da biodiversidade dasáreas visitadas pelo Festival, envol-vendo localmente as comunidades,as autarquias, o Instituto de Con-servação da Natureza e da Biodiver-sidade, as associações de defesa dopatrimónio, as escolas, as associa-ções de produtores agrícolas etc.Pesou nisto, também, o facto demuitas igrejas históricas da Diocesede Beja, tanto em âmbito rural comourbano, serem verdadeiros san-tuários da vida selvagem, do pontode vista da fauna e da flora – acomeçar pelos campanários, ondenidificam espécies protegidas, e aterminar nos adros, onde abundamplantas raras, sem esquecer ainda as“fontes santas” que assinalammuitos santuários e servem debebedouros naturais a inúmerosseres vivos. O património natural éum complemento decisivo do patri-mónio cultural, estando ambosprofundamente interligados.

No âmagodo concelho de Beja

A manhã do dia 10 de Julho foidedicada a uma acção de salva-

guarda da biodiversidade na micro-reserva dos Colmeais, na freguesiade Beringel, e resultou da colabo-ração do Festival Terras sem Sombracom o Instituto de Conservação daNatureza e da Biodiversidade e coma Quercus – Associação Nacional deConservação da Natureza, que é aproprietária do local.Grandes entusiastas do património,o Maestro Marcello Panni e aesposa, M.me Jeanne ColombierPanni, foram os patronos da inicia-tiva, orientada no terreno pelo Dr.João Paulo Martins, médico, e peloEng.º Luís Andrade, perito agrário,do Núcleo de Beja e Évora daQuercus. Ambos conhecem muitominuciosamente o sítio e têm aju-dado a preservá-lo e estudá-lo comenorme dedicação. Associaram-se aoacto, além do famoso tenor CarlosGuilherme e de representantes doICNB, os membros do staff do Terrassem Sombra e outros voluntários.Após as explicações técnicas dadaspelo Doutor Pedro Rocha, do ParqueNatural do Vale do Guadiana, osparticipantes adentraram-se naobservação dos surpreendentestesouros naturais existentes namicro-reserva. Em seguida, comgrande empenho, levaram a cabo arecolha e a selecção de lenha dis-persa pelos Colmeais, acumulando-a em pontos estratégicos, de modo apermitir o seu uso e evitar incêndios.Apesar do intenso calor, os trabalhosdecorreram com precisão, numambiente de grande alegria, sobres-saindo o próprio Maestro Panni, quetransportou enormes braçadas delenha. Outra acção levada a caboconsistiu na colocação de estacasde madeira que assinalam percursos,criando linhas brancas, destinadasà orientação rigorosa dos visitantes.A manhã finalizou com uma visita àHerdade da Malhadinha Nova, emAlbernoa, onde se almoçou.Regressando de tarde a Roma, paradirigir concertos na semana imediata,o Prof. Marcello Panni estava visivel-mente satisfeito e emocionado como acolhimento que lhe foi dado noBaixo Alentejo. Disso deu circuns-tanciada conta ao seu grande amigo,

o Cardeal Gianfranco Ravasi, presi-dente do Pontifício Conselho para aCultura, cujo Apocalipse musicourecentemente. O próprio CardealRavasi manifestou interesse emconhecer mais de perto o Festival,cujo programa acompanha desde osprimórdios, através da PontifíciaComissão para os Bens Culturais daIgreja.

Um tesouro naturalentre Beja e Ferreira

Diversos estudos apontam para aimportância botânica da regiãocompreendida entre as localidadesde Beringel, Mombeja e Peroguarda,nos limites entre os concelhos deBeja e Ferreira do Alentejo. Esta áreade suaves colinas acima da penepla-nície envolvente inclui a Serra doMira, cujo ponto máximo atinge pertode 300 m. A diversidade de solos pre-sentes, a transição climática que aquitem lugar e a distribuição dos relevostraduz-se numa diversidade botânicaassinalável, com a presença dealgumas espécies raras e ameaçadas.Refira-se que esta área esteve paraser integrada na rede natura 2000,acabando no entanto por não serclassificada. A expansão das pe-dreiras que estão instaladas navertente norte da serra do Mira, aintensificação agrícola que estáagora a ter lugar, tendo em conta odesenvolvimento do projecto deregadio de Alqueva, bem como arecente expansão do olival intensivocom grande recurso a herbicidas,estão a fazer desaparecer uma parteimportante desta biodiversidadepondo mesmo em risco algumas dasespécies raras que aqui ocorrem.No sentido de preservar esta riqueza,a Quercus, através do seu núcleoregional, efectuou uma pesquisaexaustiva nesta região da qualresultou a aquisição de um terrenosituado na freguesia de Beringel doconcelho de Beja, espaço este quepassou a integrar a rede de micro-reservas biológicas.

O Maestro Marcello Panni assenta uma das estacas que definempercursos nos Colmeais

O Prof. Paolo Pinamonti colaborou entusiasticamente na recolha delenha, acção fundamental para protreger a Reserva de incêndios

No momento da despedida: Álvaro Barriga, da Câmara Municipal deBeja, e Marcello Panni

A micro-reserva dosColmeais

Esta micro-reserva, sita a 15 km a oesteda cidade de Beja, cobre uma área de 4hectares e é constituída por umapequena área de azinhal, uma área maiorde olival tradicional com algumasárvores centenárias e uma área deprados húmidos na vizinhança de umapequena linha de água. A diversidadede habitats e o facto de não havermobilização de solos nem aplicação deherbicidas há vários anos levam a quena existam não só várias das raridadesassinaladas para a região mas tambémcondições para que outras aqui possamser estabelecidas no futuro.Algumas das espécies que definema importância do local (onde estãopresentes mais de 150 espécies deflora) são Linaria ricardoi, umendemismo da região de Beja, Cyna-ra tournefortii, Echium boissieri,cujos talos podem atingir quase 3 mde altura, Adonnis annua spppannua, e Linaria hirta. É de assi-nalar igualmente que no contextoregional é o local onde se detectaramo maior número de orquídeas, com11 espécies assinaladas até aomomento. Ao nível da fauna a área érica em invertebrados e está aquiregistada a melhor população docicadídeo Euryphara contentei(cigarra verde).As medidas de gestão passam pelavedação do local, protecção daspequenas azinheiras, de modo aampliar o bosquete aí existente,revitalização das oliveiras, numaóptica de conservação e não deprodução, controle de silvados juntoà linha de água, controle de erosãonuma das vertentes a oeste, marca-ção de trilho de visitação e gestãodiferenciada de diversas parcelas demodo a fomentar as populações dasespécies-alvo. A área pode servisitada mas está particularmentevocacionada para visitas de estudocom guia, que deverão ser orien-tadas no sentido de evitar queexistam danos à flora a proteger.

A. S.

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21 de Julho de 2011 Notícias de Beja – 7SOCIEDADE

Director: Alberto Geraldes BatistaRedacção e Administração:Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386E-mail: [email protected]://www.diocese-beja.pt

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21Julho2011

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CONSULTAS:

Dr. Rui Miguel CondutoCARDIOLOGISTA

Certifico, para efeitos de publicação, que foilavrada hoje neste Cartório Notarial, de folhasnoventa e um a folhas noventa e três versodo Livro de Notas para Escrituras Diversasnúmero “Treze - A” uma escritura dejustificação na qual Dimas dos SantosPacheco e Natércia Maria Felizardo, ambossolteiros, maiores, naturais respectivamenteda freguesia de Sabóia e da freguesia de S.Teotónio, ambos do concelho de Odemira,residentes no Sítio da Canada, Caixa Postal504, Conceição, Faro, declararam ser donose legítimos possuidores do seguinte bem:Prédio misto denominado “Marouços”,situado na freguesia de S. Teotónio, concelhode Odemira, composto na parte rústica por

Maria Vitória AmaroCartório Notarial Privado de Sines - Notária Maria Leonor Domingues Garret e Castro

Certificado

Publ.

uma parcela de terreno de cultura arvensecom a área de mil setecentos e vinte e seismetros quadrados e na parte urbana porcasas de rés-do-chão com dois compar-timentos para habitação com a superfíciecoberta de quarenta metros quadrados, aconfrontar do Norte com Marouços, de ondeé desanexado, Nascente e poente emmarouços de Jonas de Jesus Simões, Sulcom caminho público, inscrito nas respec-tivas matrizes cadastral rústica sob parte doartigo 56 da Secção XX e predial urbana sobo artigo 3.390 com o valor atribuído de mil equinhentos euros, sendo quatrocentos eoitenta e um euros e um cêntimo para aparte rústica e mil e dezoito euros e noventa

e nove cêntimos para a parte urbana, adesanexar do prédio descrito na Con-servatória do registo Predial de Odemira sobo número mil oitocentos e trinta e dois damesma freguesia, cuja aquisição se encontraregistada a favor de José de Oliveira Ramose mulher Francisca da Piedade Gonçalves,pela inscrição Ap oito de quatro de Dezembrode mil novecentos e setenta e nove.

Está conforme, nada havendo na parte omitidaalém ou em contrário do que se certifica.Sines, 12 de Julho de 2011

A NotáriaMaria Leonor Domingues Garrett e Castro

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“Notícias de Beja”o jornal da Diocese

Dia 10 de Julho foi dia de festa paraa comunidade de Odivelas, porquereceberam os Dons do EspíritoSanto, pelo Sacramento da Confir-mação – Crisma – 9 pessoas destacomunidade, que completaramassim, na sua vida, os sacramentosde iniciação cristã.

Crismas em Odivelas

Pelas 16h30, o nosso Bispo D.António Vitalino, presidiu à Euca-ristia na Igreja Matriz de Odivelas,administrando o Sacramento daConfirmação, tendo sido concele-brante o nosso Pároco, Padre JoãoPaulo Bernardino.Foram momentos muito belos e

sentidos por todos, principalmentepelos crismandos que, conscientesdo compromisso assumido, nãoescondiam a emoção e a alegria quelhes ia na alma.Após esta celebração eucarística,seguiu-se um lanche de confra-ternização e, era visível no rosto detodos, a alegria e a gratidão por estedia de tão elevada vivência espiritual.Parabéns a todos quantos rece-beram a plenitude dos Dons doEspírito Santo, pelo Sacramento doCrisma. Que a vossa vida seja umabênção e uma verdadeira cami-nhada com Jesus e para Jesus, aoserviço de Deus e do próximo, nãoesquecendo que o amor é o maisbelo Fruto do Espírito Santo, quedevemos pôr ao serviço dopróximo.Certamente vós sois aquele “ter-reno fértil” onde a Palavra de Deus,que em vós foi semeada, frutificaráem abundância.

Francisco Conceição

Portugal no “top 10” de inscritos para a JMJA organização da Jornada Mundialda Juventude 2011 (JMJ), que vaidecorrer em Madrid, anunciou hojeque Portugal está entre os 10 paísescom maior número de inscritos parao evento, promovido pela IgrejaCatólica.Em comunicado enviado à AgênciaECCLESIA adianta-se que, até aomomento, existem mais de 440 milinscritos, vindos de 182 países, oque constitui um recorde na históriadas edições da JMJ, nascidas em1985.O Departamento Nacional da Pas-toral Juvenil tem apontado para apresença de 15 mil portugueses emMadrid, de 16 a 21 de agosto.Além de Portugal, no «top 10» deinscrições figuram o país orga-nizador, Espanha, Itália, França,Estados Unidos da América, Ale-manha, Brasil, México, Polónia eArgentinaÁfrica do Sul e Nigéria (África),Filipinas (Ásia) e Austrália (Ocea-nia) lideram as inscrições nosrespetivos continentes.A organização da JMJ 2011 lançou

uma nova campanha de inscrições,através da Internet (www. ma-drid11.com), em duas modalidades:com alojamento, até esta sexta-feira;sem alojamento, até ao próximo dia15, com um desconto de 50%.A aposta no mundo virtual inclui apresença nas redes sociais, tendosido criada uma aplicação paradispositivos móveis, em social.madrid11.com.Com presença desde 2009, a páginada JMJ no Facebook conta hojecom 300 mil seguidores, de 82países, em 21 línguas, esperando-

se que possa chegar ao milhão de«fãs».A organização da jornada anunciouainda um «flashmob» - um ajun-tamento repentino de pessoas numlocal público – com mais de 100 milpessoas, no dia 20 de agosto, antesda chegada ao aeródromo deCuatro Vientos do Papa Bento XVI.Durante a vigília dessa noite, cincojovens, em representação de cadacontinente, vão fazer uma perguntaao Papa sobre diversos assuntos,adiantou a organização da JMJ.

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21 de Julho de 2011ÚLTIMA PÁGINA

DesteMundo

e doOutro

Um alentejano está estendidodebaixo de uma figueira, de barrigapara o ar e de boca aberta. Cai-lheum figo na boca e ele fica na mesmaposição.- Porque é que não comes o figo? -pergunta-lhe o companheiro.- Estou à espera que caia outro,para me empurrar este para baixo.

*Professora: - António, diz-me 3partes do corpo humano quecomecem pela letra C.António: - Cabeça, coração ecotovelo.Professora - Agora tu, José, diz-me3 partes do corpo humano quecomecem pela letra p.José: - Perna, pâncreas e pulmão.Professora: - Vejamos tu, Luís, seés capaz de me dizer 3 partes docorpo humano que comecem pelaletra Z.Luís: - Muito fácil. As zobran-celhas, os zolhos e as zunhas.

*Era o 1.º dia de aulas do Joãozinho,que, nervoso, pergunta à mãe:- Mãe, o que é que eu digo aosenhor professor?- O sr. professor vai perguntar-tequantos anos tens e tu dizes 10aninhos, como te chamas e tu dizesJoãzinho, e se estudas muito e tudizes poucochinho.O Joãzinho vai na rua a decorar “10aninhos, Joãozinho, poucochinho”.Quando chega à escola o professorpergunta-lhe:- Como te chamas?- 10 aninhos.- Quantos anos tens?- Joãozinho.- Estás a gozar?- Poucochinho.

A.B.

O Presidente Aníbal Cavaco Silvaexortou, há dias, os portugueses eas empresas de Portugal a com-prarem produtos nacionais, paraque consigamos vencer a crise.“Não são apenas as empresas quepodem ajudar através da inovaçãoa resolver os graves problemas dopaís, cada português pode dar a suaajuda, desde logo consumindoprodutos nacionais, passandoférias em Portugal”, afirmou o chefede Estado.O Presidente da República afirmouser “uma tarefa patriótica que aspessoas e as empresas, que fazemcompras todos os dias, optempelos produtos portugueses”.Um Apelo semelhante corre nainternet, de que deixamos algunsexemplos:«1. Experimenta comprar preferen-cialmente produtos fabricados emPortugal. Experimenta começar pelasidas ao supermercado (carnes, peixe,legumes, bebidas, conservas, pre-ferencialmente, nacionais).2. Experimenta trocar, temporaria-mente, a McDonalds, ou outraqualquer cadeia de fast food, pelatradicional tasca portuguesa. Expe-rimenta trocar a Coca-cola à re-feição, por uma água, um refri-gerante, ou uma cerveja sem álcool,fabricada em Portugal.3. Adia por 6 meses a 1 ano todasas compras de produtos estran-geiros, que tenhas planeado fazer,tais como automóveis, TV e outroselectrodomésticos, produtos deluxo, telemóveis, roupa e calçadode marcas importadas, férias forado país, etc., etc..»Desta forma estaremos a substituiras importações que nos estão aarrastar para o fundo e apresen-taremos resultados surpreendentesa nível de indicadores de cresci-mento económico e consequente-mente de redução de desemprego.Há quem afirme que bastaria que,cada português, substituísse emsomente 100 euros mensais ascompras de produtos importados,por produtos fabricados no país,para que o nosso problema de faltade crescimento económico ficasseresolvido.Representaria para a nossa indús-tria, só por si, um acréscimo su-perior a 12 mil milhões de euros porano, o que dava para equilibrar ascontas e ir pagando alguns juros.Se uma parte significativa dosportugueses seguisse estes con-selhos, poupava-se muito dinheirocom as importações e o país podiaassim aumentar o produto nacional

Bom humor

Em colaboração para obem comum

Há dias um meu amigo, enten-dido nas letras, ao falarmos daactual e universal crise econó-mico-financeira saiu-se comesta sentença, que a crise é detal ordem que bem se lhe podeaplicar o famoso texto do P.Vieira sobre a guerra. Diz o sábiopadre que a guerra em tudo oque toca envenena-o e acabapor o destruir. A actual crise étão venenosa que não há sectorda vida que fique isento do seu

bafo mortífero.Basta olhar com atenção o memorando da apelidada troika para secertificar que a crise toca em toda a vida do nosso país.Não tardará que chegue mesmo aos feriados. Diz o memorando queé necessário avaliar de novo o problema dos feriados, quanto aoseu número e quanto à sua distribuição no calendário geral do País.É que acontece, por vezes, que se juntam feriados com dias dos finsde semana, sem trabalho, fazendo as chamadas pontes pois passarãoa integrar vários dias sem trabalho o que durante o ano faz umprejuízo de monta de vários milhões. Para um País com dificuldadesnotórias na economia e finanças é uma situação a alterar.O memorando pede que se estude o problema na sua globalidadequanto a feriados civis e religiosos.Pela importância deste problema e por compreender feriados civis ereligiosos e, ao tempo, ser o presidente da Conferência EpiscopalPortuguesa, fui procurado pelo Ministro da Economia de então. Asua vinda proporcionou um agradável diálogo. Queria saber o SenhorMinistro qual a atitude da Igreja sobre os feriados. Expus com clarezao pensamento da Igreja sobre o tema, o que significam os feriadosreligiosos em articulação com a fé cristã e como os entende e estimao povo cristão.Acrescentei que a alterar-se a actual situação seriam encarados, porigual, os feriados civis e religiosos.Em conclusão do nosso diálogo o Senhor Ministro renunciou alevantar então o problema.É certo que a alteração do número dos feriados e a sua colocação nocalendário civil sofreu ao longo do tempo algumas alteraçõesestudadas em diálogo respeitoso algumas vezes, outras vezes porimposição revolucionária por se estar dentro de mentalidade laicista.Acrescentei ainda que o feriado religioso não é só a lembrança depersonalidades importantes da Igreja, os Santos, ou lembrança deacontecimentos da História da Salvação, é muito mais, são factosque se referem à vida de fé da Igreja que o povo foi emoldurandocom todo um conjunto de costumes e tradições bem arreigados nasua sensibilidade.Basta lembrar a influência das festas dos Santos e de alguns aspectosda fé cristã, quer na arte, quer no folclore, quer na própria culináriae em tantos outros aspectos da vida do povo.O feriado religioso é uma realidade que atinge o íntimo daspopulações e que só se lhe pode tocar com “infinita” delicadeza. Oaspecto económico é importante, pela crise, mas não é o único, nemo principal.Quanto aos feriados religiosos eles supõem, para ser alterados, aintervenção da Conferência Episcopal que, por sua vez, remete oassunto para a Santa Sé pois se trata da vida religiosa do povo deDeus e é questão constante da Concordata instrumento de direitointernacional.Apesar desta importância, ao longo do tempo procedeu-se mais doque uma vez à revisão do seu número e sua colocação no calendárionacional.A Igreja não é indiferente aos interesses e urgências económicas efinanceiras do povo português e, por isso, deseja participar, senecessário, no estudo deste problema.

João Alves, Bispo emérito de Coimbra

Produtos nacionais com o consequente retomar doemprego em muitos sectores. Claroque isto traria também conse-quências negativas para algunssectores. Mas nunca se consegueagradar a todos.

Cura da diabetes

A diabetes tipo 2 pode eliminar-seem sete dias com a adopção de umadieta diária de 600 calorias, defendeum cientista da Universidade deNewcastle.O director do Centro de Resso-nância Magnética daquela univer-sidade inglesa, Roy Taylor, sub-meteu durante oito semanas umgrupo de 11 voluntários a quemtinha sido diagnosticada a doençaa uma dieta extrema de bebidasespecialmente concebidas paraeste efeito e a verduras sem amido.Uma semana depois, os níveis deaçúcar no sangue antes do pe-queno almoço tinham voltado aonormal, o que indicava que opâncreas e o fígado estavam afuncionar.Ao fim de oito semanas, todos osvoluntários tinham conseguidoeliminar a sua diabetes e três mesesdepois sete deles estavam livres dadoença.Segundo Roy Taylor, que apre-sentou há dias a sua descobertanuma conferência da AssociaçãoNorte-Americana contra a Diabetesem San Diego, nos EUA, umexcesso de gordura impede ofuncionamento do pâncreas a nívelcelular e a normal segregação deinsulina, que regula o açúcar nosangue.Quando, com aquela dieta, se eliminaa gordura, o pâncreas recupera o seunormal funcionamento.Até há pouco tempo, acreditava-se que a diabetes tipo 2, a maisfrequente, era irreversível, masagora o cientista britânico afirma terdemonstrado que pode inverter-seo processo.

Padres retiram sinos

Os padres do distrito de Portalegreestão a retirar os sinos das igrejasdevido à onda de assaltos que temassolado o património religioso daregião. O cónego Tarcísio Alves, daparóquia de Castelo de Vide, e opadre Luís Marques, de Marvão,foram os primeiros a precaver-secontra os furtos, que desde o iníciodo ano já atingiu quase uma dezenade imóveis.Tal como o Correio da Manhãnoticiou, foram levados, entreoutros, os sinos em bronze de três

igrejas de Marvão, de uma ermidaem Montalvão (Nisa) e de outra emMosteiros (Arronches).Nos últimos dias, segundo ospárocos, foram retirados os sinosdas igrejas, ermidas e capelas daSenhora da Luz, Senhora do Carmo,Senhor do Bonfim, São Pedro, SãoVicente Ferrer e do Bom Jesus,todos em Castelo de Vide. EmMarvão, na freguesia de SantaMaria, foi removido o sino dacapela Rasa (São Salvador daAramenha), da capela da fronteirade Galegos e da igreja de SantoAntónio dos Barros Cardos, naPonte Velha. Esta foi alvo de umainvestida, mas sem sucesso.