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Publicado com Smashwords
Padre Candido Amantini
O grande exorcista de
Roma
Rodrigo da Silva Cardoso
2016
ISBN 9781370452644
Padre Candido Amantini: o grande
exorcista de Roma
2
O autor
Rodrigo da Silva Cardoso é formado em
Administração de Recursos Humanos pelo
Uniradial Estácio - SP. Escritor, casado e pai de
um casal. É pesquisador, católico e autor de
blogs e livros. Serviu no movimento da
Renovação Carismática Católica e foi
responsável pelo ministério de comunicação e
cura e libertação, sendo deste último formador
a nível regional na região Cotia, Diocese de
Osasco – SP.
Padre Candido Amantini: o grande
exorcista de Roma
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Sumário Introdução ..................................................................... 4
CAPÍTULO I: Como ele se tornou exorcista? .......12
CAPÍTULO II: A prática do ministério de exorcista
......................................................................................18
CAPÍTULO III: Os longos anos como único
exorcista de Roma ....................................................27
CAPÍTULO VI: O caso da possessa do Papa .......31
CAPÍTULO V: Padre Gabriele Amorth ...................32
CAPÍTULO VI: O mestre especial ...........................36
CAPÍTULO VII: Os últimos anos de ministério .....39
CAPÍTULO VIII: “Vá ao Padre Amorth ...................43
CAPÍTULO IX: O fenômeno do satanismo na
sociedade contemporânea .......................................45
CAPÍTULO X: As seitas satânicas ..........................48
Referências ...................................................................56
Padre Candido Amantini: o grande
exorcista de Roma
4
Introdução
m 22 de setembro de
1992 ele retornou para
a casa do Pai. Recebeu
os últimos sacramentos de seu confessor,
Padre Benigno enquanto estava plenamente
consciente e, assim, fez sua Páscoa morrendo
santamente em seu quarto, assistido pelos
membros da sua Congregação no Santuário da
Escada Santa. Já não exorcizava mais há
algum tempo. Quando chegavam até ele as
E
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almas atormentadas pelo demônio ele dizia:
“Vá ao Padre Amorth. ” Interessante o
contraste, pois durante longos anos ele foi o
único exorcista de Roma e quando as pessoas
atormentadas procuravam ajuda da Igreja era
comum ouvir dizer: “Vá ao Padre Candido. ”
Foram muitos anos de muitas lutas
frente a frente com o demônio. Certa vez,
ensinou Padre Amorth que durante o ritual, a
oração que retomava o controle era sempre o
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“Praetipio Tibi” (“Ordeno-te”). O demônio teme
o exorcismo, mas a santidade do exorcista
conta muito a favor do possuído. As palavras
adquirem especial poder quando o ministro
sagrado é um homem reto, íntegro, de oração
e acima de tudo, humilde. Assim era Padre
Candido Amantini.
Homem douto e muito agradável, era um
grande adorador de Jesus Sacramentado.
Muitas vezes, ao terminar um dia de longas
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lutas com o demônio, era na capela junto do
sacrário que ele readquirira as forças. Iniciou
este duro ministério sob a tutela do Padre
Alessandro Coletti, exorcista da Diocese de
Arezzo que além de ser seu irmão de
Congregação tinha sido seu ex-aluno. E
durante muitos anos foi o único exorcista de
Roma, atendendo seu rebanho atormentado no
Santuário da Escada Santa.
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As pessoas reconheciam a santidade de padre
Candido. E o senhor o agraciou com carismas
especiais. Era comum atender entre 60 a 80
pessoas numa manhã. Impunha as mãos sobre
a cabeça de cada uma e, através dos dons do
Espírito Santo, dizia quem precisava voltar e
quem não tinha nada de espiritual. Esta
percepção foi-lhe dada pelo Senhor para que
ele pudesse discernir bem qual era o mal de
que a pessoas sofria. E acima de tudo, quem
eram as pessoas que estavam possuídas e
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necessitavam do exorcismo, ou seja, da
intervenção da Igreja.
Em 1986, o Cardeal Ugo Poletti, vigário
de Roma o agraciou com um auxiliar: Padre
Gabriele Amorth recebera a nomeação para
exorcizar os possessos. Já se passavam anos
e o bispo não havia encontrado um sacerdote
para enviar para ajudar o Padre Candido, que
já não tinha mais a mesma vitalidade.
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Como disse ao Padre Amorth certa vez
o Cardeal Ugo Poletti: “Padre Candido é um
mestre muito especial. “ E São Pio de
Pietrelcina certa vez disse dele:
“A Escada Santa Santo tem um santo e
vocês vem a mim? “
Conta-se que não foram poucas as
vezes que Padre Candido viajou para fora do
Vaticano para atender casos difíceis e ensinar
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o exorcismo. Em 1983, pediu ajuda ao Papa
João Paulo II para exorcizar um paciente.
Boa leitura!
O autor.
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CAPÍTULO I: Como ele se tornou exorcista?
Padre Candido era professor em Roma.
Lecionava sagradas escrituras e hebraico. Era
muito apreciado como professor. Nasceu em
31 de janeiro de 1914. Seu nome de batismo
era Eraldo Ulysses Mauro Amantini. Gostava
de música, inclusive tocando na banda de sua
cidade.
Ao entrar para os Passionistas, em 26
de outubro de 1926 foi para o seminário menor
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e desenvolveu sua vocação. Por volta de 1961
começou a ajudar um ex-aluno que era
exorcista e necessitava muito de auxílio com os
casos que tratava. O aluno era o Padre
Alessandro Coletti, exorcista da Diocese de
Arezzo.
No tempo em que Padre Alessandro
exorcizava, o exorcismo seguia sendo um tabu.
A Igreja procurava adequar-se aos tempos
modernos e o Concilio Vaticano II acabara de
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galgar o seu lugar na Igreja. O progresso
deveria ser uma das vozes mais altas, porém o
exorcismo não exaltava o progresso.
Os possessos sempre existiram ao
longo da história da Igreja. E sempre houveram
exorcistas. Nomeados pela Igreja ou
escolhidos pelo próprio Deus.
O exorcismo nada mais é do que a
oração oficial da Igreja para expulsar dos
possuídos os demônios.
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Assim, o exorcista é o padre nomeado
pela Igreja para expulsar os demônios
utilizando-se do exorcismo. Mas Deus pode
escolher pessoas para expulsar os demônios e
dar a elas dons especiais para tal intento.
Também podem existir sacerdotes exorcistas
que também recebam de Deus o dom de
expulsar os demônios, como o saudoso Padre
Rufus Pereira.1
1 Padre Rufus Pereira era exorcista da ArquiDiocese de Bombaim e foi vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas. Faleceu em 2012.
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No caso de Padre Candido Amantini, ele
tornou-se exorcista ao ajudar o Padre
Alessandro Coletti, por volta do ano de 1961.
Pouco se sabe de sua nomeação. É
mais correto afirmar que ao participar dos
exorcismos e ver o sofrimento das pessoas
atormentadas pelos demônios ele tenha
querido ajuda-las e possa ter solicitado ao seu
bispo permissão.
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O fato é que Deus queria este ministério
ao Padre Candido. E enriqueceu-o ao longo
dos anos com dons e carismas especiais para
o exercício do ministério. A imposição de mãos
e o olhar para as fotos foram dons que ele
recebeu para discernir a possessão demoníaca
dos casos da medicina.
Padre Gabriele Amorth testemunhou
muitas vezes o Padre Candido discernindo
possessões através de fotografias.
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CAPÍTULO II: A prática do ministério de exorcista
O ministério para exorcizar os
possessos é concedido pelo ordinário local, ou
seja, o bispo diocesano que segundo as
normas do direito canônico é o exorcista da
Diocese. De maneira peculiar os bispos não
costumam ser os exorcistas das Dioceses. Eles
escolhem, normalmente quando aparece um
caso, um sacerdote e lhe a licença ad casum
para que cuide daquela pessoa que se
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apresenta. Em raras ocasiões, este padre
recebe a licença para mais de um exorcismo. É
necessário ver como as coisas andam. E muito
raramente, num tempo de muito pouca fé como
é o nosso, se consegue chegar a libertação de
uma pessoa com um único exorcismo. Após a
prática do primeiro exorcismo e a comunicação
do sacerdote com o bispo, este após analisar o
caso concede a licença para exorcizar aquela
pessoa quantas vezes forem necessárias. Mas
somente aquela pessoa.
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Quando surgem novos casos, o bispo
por prudência e por já ter experiência com
aquele sacerdote, lhe manda os casos para
análise. E assim, vai se “criando um novo
exorcista. ” O novo sacerdote designado ao
ministério é mandado a Roma para fazer o
curso dos exorcistas, promovido pelo Instituto
Sacerdos, no prestigiado Ateneu Pontifício
Regina Apostolorum. E quando retorna,
transforma-se em membro da Associação
Internacional dos Exorcistas (AIE) e recebe do
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seu bispo a licença de exorcista oficial da Igreja
Católica Apostólica Romana para atuar nos
limites da sua Diocese. Este é o processo de
hoje.
Há bispos que se dispõe a exorcizar.
Pouquíssimos, quase inencontráveis.
Há bispos que dizem que todos os casos
devem ser submetidos a eles próprios para
análise e posterior tomada de decisão. Mas o
povo de Deus, carente de ajuda, nunca
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consegue chegar até eles por causa dos
inúmeros compromissos que estes têm com as
Dioceses.
No tempo de Padre Candido, não havia
Associação de Exorcistas. A prática do
ministério era muito mais restrita do que é hoje.
Tanto que sua licença de exorcista em Roma
foi por longos anos a única permitida. E isso
faz-nos entender muito de sua santidade de
vida. Em um tempo em que o demônio quase
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conseguiu fazer crer de que não existia, Padre
Candido com sua vida simples e devotada a
Nossa Senhora demonstrava o contrário.
Exorcizar os possessos não é tarefa
fácil. As pessoas têm reações violentas as
vezes. E o exorcista precisa de ajuda para
segurar os possessos. E não é fácil ter ajuda,
pois as pessoas tem medo. Padre Candido
durante muitos anos não teve auxílio de
ninguém a não ser o Senhor. Alguns simplistas
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podem dizer que não era necessário ninguém
mais do que o Senhor, mas não podemos
tornar a prática exorcista algo inalcançável.
Claro que o ministério para exorcizar os
possessos deve ser concedido somente aos
sacerdotes, conforme orienta a Igreja.2 Mas os
exorcistas não devem estar sozinhos.
Precisam de auxiliares intercessores que os
ajudem no ministério.
2 CIC 1172.
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Padre Candido sofreu as dores solitárias
por anos a fio. Durante muitos anos era na
oração que ele se sustentava. As pessoas
subiam a escada santa e o encontravam ao fim
para receber a benção. E aos que precisavam
de “algo a mais”, era o exorcismo maior em
latim que era pronunciado com maestria, calma
e paz. Aqueles que conheceram Padre
Candido atestaram sua sabedoria, prudência e
firmeza de vida. Não havia nada que pudesse
tirar Padre Candido do sério.
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Seus filhos espirituais se multiplicavam
a medida que sua fama de santidade crescia.
Era um homem de Deus e sabia voltar o seu
olhar para quem realmente necessitava. Ao
longo dos anos o Senhor o agraciou com o
carisma especial de enxergar as pessoas
através das fotos. Eles as via e sabia se
precisavam de um médico, psiquiatra ou, até
mesmo, um exorcista. Seus dons eram
peculiares como o seu ministério.
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CAPÍTULO III: Os longos anos como único exorcista de Roma
Por muitos anos em Roma, Padre
Candido Amantini foi o único exorcista
nomeado para atender os possessos.
O motivo é desconhecido, mas podemos
supor algumas coisas. Havia um tempo de
transformações constantes na igreja no tempo
de Padre Candido. Era tempo conciliar, as
mudanças estavam sendo implementadas
mesmo na forma como a Santa Missa era
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celebrada, permitindo-se que se celebrasse até
mesmo na língua vernácula de cada país. E a
crença no demônio, por mais que não fosse
uma escolha, não era incentivada. Por essa
razão, quanto menos exorcistas, menos se
tocaria no assunto. E de certa forma, sempre
se incentivou na Igreja que a possessão
demoníaca é muito rara, quase impossível de
se encontrar e detectar. O próprio ritual romano
para o exorcismo diz isso. Por essa razão,
durante mais de 40 anos ele atendeu seu
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rebanho atormentado em Roma e muitos deles
foram de muito sofrimento e solidão.
Os padres exorcistas muitas vezes são
deixados de lado em suas congregações. Eles
não são bem vistos e por vezes, são até
taxados de exagerados. Quando conseguem
um local para atender, logo são removidos
desses lugares por causa dos transtornos que
trazem junto com eles: gritos e escândalos que
incomodam. Para Padre Candido atender
essas pessoas em Roma num grande
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santuário, somente através da benção da Igreja
que o aprovara. E sua fama de santidade já se
alastrara, pois até São Pio de Pietrelcina já
falara sobre ele certa vez dizendo: “a Escada
Santa tem um santo e vocês vem a mim? “
Não era fácil ser exorcista de Roma. Não
é fácil ser exorcista na Igreja.
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CAPÍTULO VI: O caso da possessa do Papa
Sabe-se pouco sobre este caso.
Era um caso em que Padre Candido
Amantini estava trabalhando já há algum
tempo. E para o bem do possesso e permissão
de Deus, ele pediu o auxílio do Papa João
Paulo II.
Era o ano de 1983 e ao que se sabe o
Papa praticou exorcismo maior na mulher que
Padre Candido atendia, junto dele.
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CAPÍTULO V: Padre Gabriele Amorth
Em 1986, Padre Gabriele Amorth foi
visitar seu bispo.
O Cardeal Ugo Poletti era o vigário de
Roma. Era o bispo designado pelo Papa para
cuidar da Diocese de Roma. E tinha fama de
fazer valer sempre suas decisões. Foi uma
visita de rotina, pois assim Padre Amorth o
fazia sempre que podia. E o cardeal sempre o
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recebia e conversavam de maneira cordial,
sem formalidades.
E em determinado momento da
conversa, falaram do padre Candido Amantini,
ao passo que o cardeal lhe perguntou:
“ – O senhor conhece Padre Candido? “
E Padre Amorth lhe dissera que sim.
Inclusive que o havia visitado no Santuário da
Escada Santa e conhecido a sala onde
praticava os exorcismos.
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Enquanto conversavam, o cardeal
sacou de sua caneta e uma folha de papel e
começou a escrever. E ao terminar entregou a
carta dobrada em um envelope ao Padre
Amorth. Quando este abriu o envelope, estava
escrito:
“Nomeio para exorcista da Diocese de
Roma o Padre Gabriele Amorth, da Pia
Sociedade de São Paulo. Ele deverá auxiliar o
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Padre Candido, quanto for necessário. É o
que decido com efeitos imediatos.
Cardeal Hugo Poletti
Vigário Episcopal para a Diocese de
Roma”
E não houve discussão. E o cardeal
ainda lhe disse, finalizando a conversa:
“Padre Candido é um mestre especial. ”
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CAPÍTULO VI: O mestre especial
Após o encontro com seu bispo e
nomeação do Padre Gabriele Amorth para
exorcista da Diocese de Roma, ele mesmo
contou em suas memórias que se consagrou a
Virgem Maria. E foi-se apresentar ao grande
exorcista de Roma.
Ao chegar e mostrar-lhe a nomeação,
Padre Candido não esboçou nenhuma reação.
Apenas lhe pediu que fosse para casa e
decorasse as 22 regras que estão no ritual
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romano e em latim. Sem estas 22 regras na
ponta da língua, já começaria o exorcismo
derrotado.
Padre Amorth conta em suas memórias
que seguiu o conselho. Decorou as 22 regras
em latim e começou a exorcizar em casa.
Lia e relia o ritual, aprendendo as
fórmulas e orações para as pronunciar no
momento oportuno. E foram várias as ocasiões
em que esteve nos exorcismos de Padre
Candido e fazia pequenas intervenções. Até
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que chegou o dia em que ele foi para a batalha
sozinho.
O que chama a atenção da preparação
de Padre Amorth foi o cuidado com que Padre
Candido o conduziu. Em nenhum momento o
abandonou, era o seu mestre, e muito especial.
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CAPÍTULO VII: Os últimos anos de ministério
Já em 1986, quando Padre Amorth foi
até ele, a saúde de Padre Candido já não era
das melhores. Eram seus últimos 4 anos de
ministério, pois já estava há mais de 30 anos
exercendo o ofício de exorcista e necessitava
de descanso para cuidar da saúde. Nos últimos
anos as internações eram frequentes e tinha
muitas crises noturnas de sufocamento.
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De certa maneira, o envio de Padre
Amorth para ajudá-lo foi um presente de Deus
para premiar todo seu esforço ao longo de
tantos anos.
Foram muitas almas ajudadas. Mas nem
por isso os últimos anos de ministério foram
fáceis. Haviam muitas nações envoltas de
comunismo, inclusive a terra do Papa. E o
comunismo tem uma forte influência diabólica,
inclusive incentivando o ateísmo.
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Quanto mais se aumenta a falta de fé
das pessoas, mais o demônio encontra terreno
fértil para agir e destruir a humanidade.
Em 1989, a Rússia diz não ao
comunismo e o muro de Berlim cai.
Também na terra do Papa, a Polônia, as
coisas se encaminham e a opressão comunista
começa a dar lugar a liberdade.
Os últimos anos de ministério de Padre
Candido, já com o auxílio de Padre Amorth
foram muito difíceis, levando-se em conta que
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a derrota do demônio já era iminente nos
países comunistas e sua saúde era frágil e
debilitada.
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CAPÍTULO VIII: “Vá ao Padre Amorth
Debilitado pela doença, em 1990 Padre
Candido parou de exorcizar. Em pouquíssimos
casos ele intervinha e as pessoas que vinham
até ele as enviava ao Padre Amorth.
Foram momentos finais dolorosos. Mas
tudo que sabia sobre o exorcismo ele havia
ensinado ao Padre Amorth. Passava horas
absorto na oração e contemplação. O Padre
Amorth já estava exercendo o ofício de
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exorcista há alguns anos e dedicava-se a
libertar os possuídos com muita insistência.
Mas sabia que seu mestre já estava se
preparando para a partir para a casa do Pai. O
próprio Padre Candido, quando tinha suas
crises de sufocamento falava da morte com
serenidade, sabendo que ela já se aproximava.
Padre Amorth herdou também os casos
que Padre Candido exorcizava. Alguns deles
foram acompanhados ainda por longos anos
até a libertação acontecer.
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Atualmente, a causa de beatificação de
Padre Candido está em curso na Congregação
para as Causas do Santos.
CAPÍTULO IX: O fenômeno do satanismo na sociedade contemporânea
Artigo de Giuseppe Ferrari, Secretário Nacional
do “Grupo d Ricercae de Informação sulle
Sette” Director Editorial da Revista Religione
nel Mondo.
Na sociedade hodierne estão a assumir
uma dimensão inesperada a adesão a seitas
satânicas, a participação nos ritos introduzidos
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por elas, a evocação de entidades
demoníacas, o culto pessoal e solitário do
demônio, a afirmação de ideais provenientes
dos ambientes satânicos.
Antes de explicar em grandes linhas
aquilo que constitui o fenômeno do satanismo
contemporâneo é oportuno tentar defini-lo; o
que pode ser feito de um modo, por assim
dizer, geral, ou de um modo particular fazendo
referência específica e exclusiva a cada um
dos aspectos: teológicos, antropológicos,
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psicológicos, jurídicos, sociológicos.
Procurando focar a atenção para uma definição
geral, podemos dizer que falamos de
satanismo quando nos referimos a pessoas,
grupos ou movimentos que, de forma isolada
ou mais ou menos estruturadas e organizada,
praticam de alguma forma o culto (ex.
adoração, veneração, evocação) daquela
entidade indicada na Bíblia com os nomes de
demônio, diabo ou Satanás. Esta entidade é
geralmente entendida pelos satanistas como
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uma forma metafísica, ou um misterioso
elemento inato no ser humano, ou uma energia
natural desconhecida, que se evoca sob
diversos nomes próprios (por ex. Lúcifer),
através de determinadas práticas rituais.
CAPÍTULO X: As seitas satânicas
Artigo de Giuseppe Ferrari, Secretário Nacional
do “Grupo d Ricercae de Informação sulle
Sette” Director Editorial da Revista Religione
nel Mondo.
Os grupos e movimentos satânicos são
sem dúvidas diversos, alguns deles mantém
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relações entre si, outros não; alguns grupos
são desconhecidos até mesmo pelos
frequentadores dos ambientes satânicos.
Algumas destas seitas têm uma existência
efêmera ou apenas virtual, outras com o tempo
cessam a atividade ou, em alguns casos,
continuam-na escondidas. Algumas agem
publicamente, outras de forma secreta.
Além disso, quase todas sofrem cismas
em cascata, isto é, um grupo divide-se num ou
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mais ramos, que por sua vez, se dividem
noutros ramos assim por diante.
É, sem dúvida, nos EUA que se encontra
a maior concentração de grupos satânicos, que
poderemos chamar conhecidos, isto é, que
agem mais ou menos a descoberto, e é sempre
neste país que podemos encontrar as maiores
referências bibliográficas sobre o satanismo
contemporâneo. Entre os grupos conhecidos
que surgiram nos EUA e que ainda estão em
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atividade, encontramos “Church of Satan”,
“Temple of Set”, “Order of the Black Ram”,
“Werewolf Order”, “Worldwide Church os
Satanic Liberation”, “Church os War”.
Entre aquelas que depois de alguns
anos parecem ter cessado a sua atividade,
encontramos: “Church of Satanic Brotherhood”,
“Brotherhood of the Ram”, “Ou Lady of Endor
Coven”, “The Satanic Orthodox Church of
Nethilum Rite”, “The Satanic Church”; além
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destas exigem organizações para as quais é
difícil estabelecer se pararam ou não a
atividade, como por exemplo aquela chamada
“Ordo Templi Satanis”, cujos escritos têm uma
uma certa difusão através da Internet.
Outro grupo satânico que teve uma certa
notoriedade, depois da observação
participante do sociólogo americano William
Sims Bainbrige, é “The Process Church of the
Final Judgement”, nascido em 1965 na
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Inglarerra e difundido em alguns países, de
modo relevante nos EUA, antes da sua cisão
em dois grupos diversos: atualmente “The
Process” é dado como extinto. Ainda na
Inglaterra, foi observada a presença de outras
duas conhecidas organizações satânicas:
“Order of the Nine Angels” e “Dark Lily”. Ao
mesmo tempo, na Nova Zelândia atua o grupo
“Ordo Sinistra Vivendi”, anteriormente
chamado “Order of the Left Hand Path”. Na
Itália entre as seitas satânicas de que se sabe
Padre Candido Amantini: o grande
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alguma coisa, porque de um ou doutro modo
passaram a ser conhecidas pelas notícias,
podemos citar: “Bambini di Satana”, “Chiesa di
Satana di Filipo Scerba”, “Chiesa Luciferina di
Efrem Del Gatto”, “Impero Satanico dela Luce
degli Inferi” ou “Seguaci del Maestro Lotian”.
Existem ainda alguns grupos que não
pretendem apresentar-se como satânico e que
afirmam, por exemplo, praticar ritos pagãos
para entrar em harmonia com as forças ocultas
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da natureza, mas com efeito, evidenciam
aspectos que podem permitir a sua inserção no
multiforme mundo do satanismo.
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Referências Amorth, G. (30 de Outubro de 2002). L´exorcista della
Scala Santa. Padre Candido Amantini. Roma: II
Crocifisso. Fonte: ACI Digital:
www.acidigital.org.br
Amorth, G. (2008). Exorcistas e Psiquiatras. São Paulo:
Palavra e Prece.
Itália. (08 de Março de 2010). Padre Candido Amantini.
Fonte: Blog de Espiritualidade:
padrecandidoamantini.blogspot.com
Vilotta, D. P. (11 de Fevereiro de 2011). Postulação da
Causa da Causa dos Santos. Fonte:
Postulazione delle Cause dei Santi:
www.postulazionecausesanti.it