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Delimitação e caracterização das áreas de preservação permanente (APP) na Serra do Juá-Conceição, em Caucaia-CE, por meio do SPRING Ana Virgínia Silva Galdino¹ Lúcia Maria Silveira Mendes² Maria Lúcia Brito da Cruz 2 ¹ Estudante da Graduação da Universidade Estadual do Ceará Centro de Ciência e Tecnologia Campos do Itaperi – 60.740-903 – Fortaleza-CE, Brasil [email protected] ² Profª. Dra. da Universidade Estadual do Ceará – UECE Centro de Ciência e Tecnologia Campos do Itaperi – 60.740-903 – Itaperi – Fortaleza-CE, Brasil [email protected] / [email protected] Abstract: The Juá-Conceição-Camará mountain, located in Caucaia County, Northeast Ceará, Brazil, is a very important environment area as it shows physical conditions for ecological system sustainability. Great importance is given to the nature analysis and its transformations, turning the use of geotechnology a helpful tool to the environmental studies. The aim of this work is to use guidelines of brazilian environmental legislation about Permanent Preservation Areas (PPAs), assuming them as criteria to a digital delimitation, using processing techniques and SPRING 4.3.4 (INPE, 2010) analysis, delimitating, mapping and characterizing the PPAs near rivers, springs and hills slops tops. The methodology used to identify the hills slops tops was the numeric mapping of superficial runoff, represented for MNT, product of ZN/SRTM from TOPODATA (Valeriano, 2004), and based on law 4.771, entitle as Brazilian Forest Code, and 303 Resolution from CONEMA, supported by SPRING 4.3.4 information treatment. There is a 7,66 ha PPA total area, corresponding to 7.03 % of the mountain area. From this total area, there is 1.05% of hill tops, 3.99% of springs and 2.03% of marginal band, all of them representing specific areas for detailed preservation planning. The proposal activities for this work, according to SPRING and geomorphometric data, were shown efficient to the PPAs delimitation in the study area, which evidence the law protected areas. Keywords: PPA, environmental law, topodata, SPRING, APPs, legislação ambiental, topodata, SPRING 1. Introdução Historicamente, as atividades socioeconômicas ditam a exploração dos recursos naturais, que são vistos como abundantes e permanentes. No estado do Ceará, que está sob o bioma Caatinga, a degradação indiscriminada da vegetação se dá a níveis alarmantes, pelas atividades extrativistas e exploradoras das reservas naturais, como a agricultura, pecuária e a mineração, as quais foram e ainda são bastante utilizadas pela economia do país e alcançando extremas proporções no Nordeste brasileiro. Ao longo das últimas décadas do século XX e do XXI, houve uma dispersão mundial de uma consciência ecológica, trazendo consigo novas idéias e debates acerca da preservação de ambientes naturais. Visando estabelecer diretrizes para regular e limitar ações antrópicas sobre essas áreas de vegetação natural, o Código Florestal Brasileiro – instituído pela lei 4.771 (BRASIL, 1965) e, posteriormente, a resolução 303 do Conselho Nacional do Meio Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil, 30 de abril a 05 de maio de 2011, INPE p.7293 7293

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  • Delimitao e caracterizao das reas de preservao permanente (APP) na Serra do Ju-Conceio, em Caucaia-CE, por meio do SPRING

    Ana Virgnia Silva GaldinoLcia Maria Silveira Mendes

    Maria Lcia Brito da Cruz2

    Estudante da Graduao da Universidade Estadual do Cear Centro de Cincia e Tecnologia

    Campos do Itaperi 60.740-903 Fortaleza-CE, [email protected]

    Prof. Dra. da Universidade Estadual do Cear UECECentro de Cincia e Tecnologia

    Campos do Itaperi 60.740-903 Itaperi Fortaleza-CE, [email protected] / [email protected]

    Abstract: The Ju-Conceio-Camar mountain, located in Caucaia County, Northeast Cear, Brazil, is a very important environment area as it shows physical conditions for ecological system sustainability. Great importance is given to the nature analysis and its transformations, turning the use of geotechnology a helpful tool to the environmental studies. The aim of this work is to use guidelines of brazilian environmental legislation about Permanent Preservation Areas (PPAs), assuming them as criteria to a digital delimitation, using processing techniques and SPRING 4.3.4 (INPE, 2010) analysis, delimitating, mapping and characterizing the PPAs near rivers, springs and hills slops tops. The methodology used to identify the hills slops tops was the numeric mapping of superficial runoff, represented for MNT, product of ZN/SRTM from TOPODATA (Valeriano, 2004), and based on law 4.771, entitle as Brazilian Forest Code, and 303 Resolution from CONEMA, supported by SPRING 4.3.4 information treatment. There is a 7,66 ha PPA total area, corresponding to 7.03 % of the mountain area. From this total area, there is 1.05% of hill tops, 3.99% of springs and 2.03% of marginal band, all of them representing specific areas for detailed preservation planning. The proposal activities for this work, according to SPRING and geomorphometric data, were shown efficient to the PPAs delimitation in the study area, which evidence the law protected areas.

    Keywords: PPA, environmental law, topodata, SPRING, APPs, legislao ambiental, topodata, SPRING

    1. Introduo

    Historicamente, as atividades socioeconmicas ditam a explorao dos recursos naturais, que so vistos como abundantes e permanentes. No estado do Cear, que est sob o bioma Caatinga, a degradao indiscriminada da vegetao se d a nveis alarmantes, pelas atividades extrativistas e exploradoras das reservas naturais, como a agricultura, pecuria e a minerao, as quais foram e ainda so bastante utilizadas pela economia do pas e alcanando extremas propores no Nordeste brasileiro.

    Ao longo das ltimas dcadas do sculo XX e do XXI, houve uma disperso mundial de uma conscincia ecolgica, trazendo consigo novas idias e debates acerca da preservao de ambientes naturais. Visando estabelecer diretrizes para regular e limitar aes antrpicas sobre essas reas de vegetao natural, o Cdigo Florestal Brasileiro institudo pela lei 4.771 (BRASIL, 1965) e, posteriormente, a resoluo 303 do Conselho Nacional do Meio

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  • Ambiente CONAMA (BRASIL, 2002) vieram constituir as reas de Preservao Permanente (APPs), as quais trouxeram a responsabilidade de resguardar o ambiente natural, com relao vegetao (e aos solos, tendo em vista a funo protetora da vegetao sobre estes), protegendo-o de qualquer interveno que no condissesse com a dinmica natural do ambiente.

    As APPs esto divididas em categorias correspondentes a situaes naturais observadas como de maior suscetibilidade a influncias externas, situaes relacionadas a condies topogrficas como ao longo dos cursos hdricos, ao redor de nascentes, lagoas, lagos e reservatrios, nas encostas com declividades acima de 45 graus e topos de morros ou montanhas. Tendo em vista a dificuldade de delimitao dessas reas num pas de propores continentais como o Brasil, torna-se indispensvel a utilizao de novas tecnologias dentre estas o auxilio do Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto na representao das APPs para uma melhor gesto territorial.

    A rea selecionada nesse estudo, a Serra do Ju-Conceio, em Caucaia Cear, correspondente a 10893 ha, apresenta caractersticas que diferem das reas ao seu redor, apresentando boas condies climticas, devido a sua topografia e sua proximidade com o mar, e boas condies pedolgicas e importante papel hidrolgico, agindo como um divisor das guas pluviais, alm da sua conseqente diversidade florstica e faunstica. A importncia dessa heterogeneidade ecolgica remete a uma preservao, tendo em vista que vrios pontos da rea apresentam especificidades avaliadas e indicadas a preservao pela legislao ambiental vigente, que, por mais que seja considerada bastante ampla, torna-se deficiente com relao a meios tcnicos que garantam resultados satisfatrios na deteco de agresses ao ambiente.

    O presente trabalho tem como objetivo utilizar as diretrizes impostas pela legislao ambiental brasileira acerca das reas de Preservao Permanente, assumindo-as como critrio para uma delimitao digital a partir de um SIG na localidade da Serra do Ju-Conceio, em Caucaia-CE.

    2. Material e mtodos

    A Serra do Ju-Conceio, est localizada no municpio de Caucaia, pertencente Regio Metropolitana de Fortaleza, no estado do Cear (figura 01). Est definida dentro de um clima Semirido (BRASIL, 2005), evidenciando o bioma vegetacional Caatinga, que se apresenta diversificada, apresentando caatingas dos tipos arbustiva e arbrea e com evidncia de mata seca. A drenagem marcada por pequenos riachos e nascentes resultantes do escoamento superficial pelas encostas, no padro dendrtico, e o uso da terra se configura por culturas temporrias, pedreiras ativas e inativas e atividades ligadas a turismo ecolgico.

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  • Figura 01. Mapa de localizao da Serra de Ju-ConceioA rea de estudo foi delimitada a partir de uma imagem orbital landsat/tm,

    proporcionada pelo satlite LANDSAT 05 no ano de 2007, obtida gratuitamente atravs do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE. Foi utilizado para o processamento dessa imagem, os programas SPRING 4.3.3, sistema de informaes geogrficas (SIG) cedido gratuitamente pelo INPE, e o GvSIG 1.9, compondo o grupo de softwares livres. A base de dados cartogrficos utilizada foi oferecida pelo Laboratrio de Geoprocessamento da Universidade Estadual do Cear.

    Foi utilizado um Modelo Numrico de Terreno MNT com o objetivo de recolher referncias altimtricas da Serra do Ju-Conceio, utilizando a carta 03_39_ZN, cenas SRTM Shuttle Radar Topography Mission. O MNT foi adquirido atravs do site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE .

    Para a elaborao dos mapas, foi feito buffers (mapas de distncia) de 50 metros para os pontos correspondentes s nascentes, buffers de 30 metros ao longo dos cursos hdricos e foram extrados o tero superior (topos) dos morros. Tambm foram verificados os topos dos morros mais prximos, para o caso de alguma situao que caracterizasse linhas de cumeada, porm as distncias entre os topos foram maiores que as indicadas para essa categoria especfica de APP, portanto no foram evidenciadas com significncia na rea estudada.

    3. Metodologia

    A metodologia utilizada para identificar os topos dos morros, utilizando o mapeamento numrico do escorrimento superficial representado pelo MNT ZN/SRTM, foi baseada na lei 4.771, intitulado de Cdigo Florestal Brasileiro que, assim como a Resoluo 303 do CONAMA, veio estabelecer as caractersticas fsicas das reas de Preservao Permanente, selecionando-as a partir da vulnerabilidade e suscetibilidade a eventos externos. Reconheceu-se, ento, que as florestas e qualquer outra forma de vegetao natural seriam consideradas como APPs desde que estivessem situadas nas seguintes condies:

    I - em faixa marginal, medida a partir do nvel mais alto, em projeo horizontal, com largura mnima, de:a) trinta metros, para o curso dgua com menos de dez metros de largura;b) cinqenta metros, para o curso dgua com dez a cinqenta metros de largura;

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  • c) cem metros, para o curso dgua com cinqenta a duzentos metros de largura;d) duzentos metros, para o curso dgua com duzentos a seiscentos metros de largura;e) quinhentos metros, para o curso dgua com mais de seiscentos metros de largura;II - ao redor de nascente ou olho dgua, ainda que intermitente, com raio mnimo de cinqenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrogrfica contribuinte;III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mnima de:a) trinta metros, para os que estejam situados em reas urbanas consolidadas;b) cem metros, para as que estejam em reas rurais, exceto os corpos dgua com at vinte hectares de superfcie, cuja faixa marginal ser de cinqenta metros;IV - em vereda e em faixa marginal, em projeo horizontal, com largura mnima de cinqenta metros, a partir do limite do espao brejoso e encharcado;V - no topo de morros e montanhas, em reas delimitadas a partir da curva de nvel correspondente a dois teros da altura mnima da elevao em relao base;VI - nas linhas de cumeada, em rea delimitada a partir da curva de nvel correspondente a dois teros da altura, em relao base, do pico mais baixo da cumeada, fixando-se a curva de nvel para cada segmento da linha de cumeada equivalente a mil metros;VII - em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior declive;VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da linha de ruptura em faixa nunca inferior a cem metros em projeo horizontal no sentido do reverso da escarpa;IX - nas restingas:a) em faixa mnima de trezentos metros, medidos a partir da linha de preamar mxima;b) em qualquer localizao ou extenso, quando recoberta por vegetao com funo fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues;X - em manguezal, em toda a sua extenso;XI - em duna;XII - em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, em Estados que no tenham tais elevaes, a critrio do rgo ambiental competente;XIII - nos locais de refgio ou reproduo de aves migratrias;XIV - nos locais de refgio ou reproduo de exemplares da fauna ameaados de extino que constem de lista elaborada pelo Poder Pblico Federal, Estadual ou Municipal;XV - nas praias, em locais de nidificao e reproduo da fauna silvestre. (BRASIL, Art. 3, 2002)

    Para a delimitao das APPs de Topo de Morro, foram utilizados os conceitos de base de morro ou montanha como plano horizontal definido por plancie ou superfcie de lenol dgua adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota da depresso mais baixa ao seu redor, de morro (elevao do terreno com cota do topo em relao base entre cinqenta e trezentos metros e encostas com declividade superior a trinta por cento aproximadamente dezessete graus na linha de maior declividade) e montanha (elevao do terreno com cota em relao base superior a trezentos metros), dispostos pela Resoluo do CONAMA n 303, nos incisos IV, V e VI, respectivamente, do art. 2 (BRASIL, 2002).

    Levando em considerao que a utilizao de uma superfcie dgua adjacente como plano horizontal (base) para a deteco de morros e montanhas pode levar a erros de interpretao, tendo em vista as propriedades fsicas da gua (CORTIZO, 2007), nesse trabalho foram utilizadas, para a definio de morros, as condies que ditam que a base de um morro ou montanha definida pela cota de depresso mais prxima ao seu cume, a qual pode se apresentar numa plancie ou em pontos de sela, nos relevos ondulados (CORTIZO, 2007).

    Para uma delimitao das APPs de Nascentes, dos polgonos referentes s veredas e das APPs de Faixa Marginal foram utilizadas as disposies do CONAMA, presentes nos incisos II e IV, respectivamente, do art. 3.

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  • 3. Resultados e Discusso

    Dentro da concepo de morros e montanhas lanada pela lei, foram selecionados 12 pontos os quais se encaixam nas condies fsicas impostas como morros. No foram encontradas elevaes em que a diferena dos pontos de mxima local (cota correspondente ao cume) e a sua base seja maior que 300 metros, configurando assim uma montanha.

    As isolinhas correspondentes aos topos dos morros foram extradas levando em considerao as disposies bsicas na legislao sobre APPs de Topo de Morro, destacadas na figura 2 abaixo, as cujas reas totalizam 115 ha e apresentam maior representao nos topos ao sul da Serra, representando 1,05% da sua rea total.

    Figura 2. APPs em Topos de Morro na Serra do Ju-Conceio, Caucaia Cear.

    As nascentes foram localizadas conforme demonstra a figura 3. Foram consideradas as suas propriedades ecolgicas e importncia no ciclo hidrolgico para o argumento acerca da preservao desse ambiente natural, tendo em vista que a supresso de vegetao provoca, primeiramente, a eroso laminar, passando eroso em lenol e depois em ravinas (GUERRA, 1975). Assim, o rpido escoamento das guas pluviais, alm de agravar os efeitos erosivos, gerar pouca infiltrao no subsolo, oferecendo pouca fonte de alimentao de lenis freticos, interferindo na dinmica do ciclo hidrolgico. A legislao garante que, mesmo que pertencentes a um sistema de drenagem intermitente, as nascentes sejam preservadas.

    Foram selecionados os pontos correspondentes ao incio dos cursos hdricos, entendendo que a APP de Nascentes se estenda a um raio de 50 metros ao redor das mesmas. Considerando a estrutura litolgica da rocha, por se tratar na totalidade de rea sob o domnio do embasamento cristalino, o ambiente apresenta um padro dendrtico de drenagem, cujas nascentes so difusas. Portanto, para fins de preservao e cumprimento do que orienta a legislao, as nascentes so agrupadas em conjunto, compondo as veredas, tambm citadas no inciso IV do art. 3 da Resoluo 303 do CONAMA. Dessa forma, foram feitos polgonos maiores, agrupando as nascentes mais prximas, a fim de melhores condies de controle de uso e ocupao. A rea total de APPs nas reas de contribuio das nascentes representa 18

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  • ha, e a dos agrupamentos das mesmas, 411 ha. Assim, as duas categorias representam 429 ha, equivalente a 3,93% da rea total da Serra.

    Figura 3. APPs em Nascentes e reas de Vereda na Serra do Ju-Conceio, Caucaia Cear

    Ao longo dos cursos dgua verificados na rea estudada, conforme verificado na figura 4, foi estabelecida a distncia de 30 m nas margens destes, pois foi assumido que estes cursos so de pouca expresso, incluindo-os na categoria de cursos hdricos menores de 10 metros de largura, o que significa uma rea de 30 metros s suas margens, segundo as especificaes legais, totalizando 222 ha de rea equivalente s APPs em Faixas Marginais.

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  • Figura 4. APPs em Faixas Marginais na Serra do Ju-Conceio, Caucaia CearA metodologia apresentada permitiu uma delimitao, atravs do software SPRING

    4.3.3, apontando que a Serra do Ju-Conceio, de 10893 ha de rea total, apresentou 766 ha rea total das APPs, totalizando 7,03% da rea total, caracterizando desta percentagem 1,05% de APPs de Topos de Morro, 3,93% de APPs de Nascentes e 2,03% de APPs de Faixa Marginal. A tabela 1 mostra a porcentagem de cada categoria dentro do total de APPs situadas na rea estudada.

    Tabela 1. Quantificao de APP's na localidade da Serra do Ju-Conceio, Caucaia - CE

    As demais categorias de reas de Preservao Permanente organizadas pela legislao no se apresentaram na rea estudada, permitindo assim um produto final acerca das categorias de APPs detectadas no limite da Serra de Ju-Conceio (figura 05), considerando o estado de degradao dessas reas, por conflitos de uso, principalmente nas faixas marginais dos cursos dgua, em alguns topos de morro, por minerao em topo ao norte da Serra e obras de infra-estrutura em topo ao sul (interveno considerada de utilidade pblica, permitida pela lei).

    Figura 05. Mapa das reas de Preservao Permanente na Serra do Ju-Conceio, Caucaia Cear.

    CATEGORIAS DE APPs REA (ha) REA (%)

    APP TOPO DE MORRO 115 15,1APP NASCENTES E VEREDAS 429

    22256,0

    APP FAIXA MARGINAL 28,9

    REA TOTAL DE APPs 766 100

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  • 4. Concluso

    A rea selecionada como objeto de estudo deste trabalho est localizada numa rea de grande interesse para a atividade extrativista, destacando a minerao. Alm desse fator, a localidade em questo, por se encontrar muito prxima da metrpole, que tende a se expandir s periferias, ao apresentar esvaziamento populacional no seu centro, podendo assim estar sujeita a uma inevitvel ocupao urbana. Pde-se observar, ento, a necessidade de haver um planejamento para utilizao dessas reservas de forma que haja uma harmonia entre a explorao e os recursos a serem explorados no processo de ocupao.

    As atividades propostas por esse trabalho, atravs do SIG, se mostraram eficientes para a delimitao de APPs na rea de estudo, evidenciando as reas protegidas por lei. Assim, mostrou-se que possvel oferecer subsdio tcnico com eficincia e preciso deteco dessas reas de to complicada delimitao, proporcionando aos gestores pblicos e dos rgos ambientais competentes uma melhor gesto.

    Referncias Bibliogrficas

    BRASIL. LEI N 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965. Institui o novo Cdigo Florestal. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm.

    BRASIL. RESOLUO CONAMA N 303, DE 20 DE MARO DE 2002. Dispe sobre parmetros, definies e limites de reas de Preservao Permanente. Disponvel em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30302.html

    BRASIL. Portaria Interministerial n 1, de 09 de maro de 2005. Nova Delimitao do Semi-rido Brasileiro. Disponvel em: http://www.mi.gov.br/download/download.asp?endereco=/pdf/desenvolvimentoregional/cartilha_delimitacao_semi_arido.pdf&nome_arquivo=cartilha_delimitacao_semi_arido.pdf .

    CORTIZO, Sergio. Artigo: Topo de Morro na Resoluo CONAMA n 303. 05 de Agosto de 2007. Disponvel em: www.isfx.com.br/artigos/topo.pdf.

    GUERRA, Antnio Teixeira. Recursos Naturais do Brasil. 2ed. Rio de Janeiro, IBGE, 1975.

    INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. SPRING, verso 4.3.3. Disponvel em: Acesso em: 01 ago. 2010.

    VALERIANO, M. M. Modelo digital de elevao com dados SRTM disponveis para a Amrica do Sul. So Jos dos Campos, SP: INPE: Coordenao de Ensino, Documentao e Programas Especiais, 2004. 72p. (INPE-10550-RPQ/756).

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