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ESCOLA – CEMAF Gramática – Profº e Escritor Alex de França Aleluia

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ESCOLA – CEMAFGramática – Profº e Escritor Alex de França Aleluia

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ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo:

art-ista brinc-a-mos cha-l-eira cachorr-inh-a-s

A análise destes exemplos mostra-nos que as palavras podem ser divididas em unidades menores, a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas.

Vamos analisar a palavra "cachorrinhas":

Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles:

cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o significado.

inh - indica que a palavra é um diminutivo

a - indica que a palavra é feminina

s - indica que a palavra se encontra no plural

Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo.

Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como: mar, sol, lua, etc.

São elementos mórficos:

1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos

2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores da significação dos primeiros

3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos.

Raiz

É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma família etimológica. Observe o exemplo:

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Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc.

Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo:

at-o

at-or

at-ivo

aç-ão

ac-ionar

Radical

Observe o seguinte grupo de palavras:

livr- olivr- inholivr- eirolivr- eco

Você reparou que há um elemento comum nesse grupo?

Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema).

Radical: elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos secundários (quando houver) da palavra.

Por Exemplo:

cert-ocert-ezain-cert-eza

Afixos

Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o

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nome de prefixos. Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Veja os exemplos:

Prefixo Radical Sufixoin at ivoem pobr ecerinter nacion al

Desinências

Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos:

Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.

Exemplos:

alun-o   aluno-salun-a  aluna-s

Observação: só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número.

Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos.

Exemplos:

compr-o compra-s compra-mos compra-is compra-mcompra-va compra-va-s

A desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; "-va", de "ama-va", é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.

Vogal Temática

Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas:

A

Caracteriza os verbos da 1ª conjugação.

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Exemplos:

buscar, buscavas, etc.E

Caracteriza os verbos da 2ª conjugação.

Exemplos:

romper, rompemos, etc.I

Caracteriza os verbos da 3ª conjugação.

Exemplos:

proibir, proibirá, etc.

Tema

Tema é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados acima, os temas são:

busca-, rompe-, proibi-

Vogais e Consoantes de Ligação

As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra.

Exemplo:

parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i)

Outros exemplos:

gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.

Formação das Palavras

Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical.

Derivação

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Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo:

Primitiva Derivada

mar marítimo, marinheiro, marujo

terra enterrar, terreiro, aterrar

Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas. 

Tipos de Derivação

Derivação Prefixal ou Prefixação

Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja os exemplos:

crer- descrerler- relercapaz- incapaz

Derivação Sufixal ou Sufixação

Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe gramatical.

Por Exemplo:

alfabetização

No exemplo acima, o sufixo -ção  transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.

A derivação sufixal pode ser:

a) Nominal, formando substantivos e adjetivos.

Por Exemplo:

papel - papelaria riso - risonho

b) Verbal, formando verbos.

Por Exemplo:

atual - atualizar

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c) Adverbial, formando advérbios de modo.

Por Exemplo:

feliz - felizmente

Derivação Parassintética ou Parassíntese

Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos.

Considere o adjetivo " triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer através da junção simultânea do prefixo  "en-" e do sufixo "-ecer". A presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste", nem "tristecer".

Exemplos:

Palavra Inicial

Prefixo

Radical

Sufixo

Palavra Formada

mudo e mud ecer emudecer

alma des alm ado desalmado

 

Atenção!

Não devemos confundir derivação parassintética, em que o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo, com casos como os das palavras desvalorização e desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acoplados em sequência: desvalorização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por sua vez provém de valor.

É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por parassíntese: não se pode dizer que expropriar provém de "propriar" ou de "expróprio", pois tais palavras não existem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante de prefixo e sufixo

Derivação Regressiva

Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução.

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Exemplos:

comprar (verbo) beijar (verbo)compra (substantivo) beijo (substantivo)

Saiba que:

Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação:

- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva.

- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.

Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo   indicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.

Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja:

o portuga (de português)  o boteco (de botequim)o comuna (de comunista)

Ou ainda:

agito (de agitar)amasso (de amassar)chego (de chegar)

Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:

1) Os adjetivos passam a substantivos

Por Exemplo:

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Os bons serão contemplados.

2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos

Por Exemplo:

Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.

3) Os infinitivos passam a substantivos

Por Exemplo:

O andar de Roberta era fascinante.O badalar dos sinos soou na cidadezinha.

4) Os substantivos passam a adjetivos

Por Exemplo:

O funcionário fantasma foi despedido.O menino prodígio resolveu o problema.

5) Os adjetivos passam a advérbios

Por Exemplo:

Falei baixo para que ninguém escutasse.

6) Palavras invariáveis passam a substantivos

Por Exemplo:

Não entendo o porquê disso tudo.

7) Substantivos próprios tornam-se comuns.

Por Exemplo:

Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)

Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu significado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria".

Composição

Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos:

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Composição por Justaposição

Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética.

Exemplos:

passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor

Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.

Composição por Aglutinação

Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.

Exemplos:

embora (em boa hora)fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre)hidrelétrico (hidro + elétrico)planalto (plano alto)

Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente.

Redução

Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe:

auto - por automóvelcine - por cinemamicro - por microcomputador Zé - por José

Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção  "Extras" -> Abreviaturas e Siglas)

Hibridismo

Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes.

Por Exemplo:

auto (grego) + móvel (latim)

Onomatopeia

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Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres.

Exemplos:

miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.

A Primeira gramática do Ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava oito partes do discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, advérbio e conjunção. Atualmente, são reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome.

Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas mudanças que já ocorreram e pelas que ainda vão ocorrer. Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa estão incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA  (morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que são empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra.

Há  discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das classes gramaticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe de palavras:

SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como também sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.

Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.

ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos, antecedendo-os.

Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.

ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos substantivos.

Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.

PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a pessoa do discurso.

Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.

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VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.

Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.

ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.

Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.

NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.

Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.

PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas.

Exemplo: em, de, para, por, etc.

CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação ou subordinação.

Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.

INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito.

Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!

SUBSTANTIVOS

Os substantivos são palavras que usamos para nomear os seres e as coisas. Possuem classificação e flexionam-se em gênero, número e grau.

Quanto à classificação podem ser:

ConcretosQuando tratam de coisas reais, ou tidas como reais.homem, menino, lobisomem, fada.

AbstratosQuando tratam de estados e qualidades, sentimentos e ações.

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vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

SimplesQuando formados por um só radical.flor, tempo, chuva…

CompostosQuando possuem mais de um radical.couve-flor, passatempo, guarda-chuva…

PrimitivosQuando não derivam de outra palavra da língua portuguesa.pedra, ferro, porta…

DerivadosQuando derivam de outra palavra da língua portuguesa.pedreira, pedreiro, ferreiro, portaria…

ComunsQuando se referem a seres da mesma espécie, sem especificá-los.país, cidade, pessoa…

PrópriosQuando se referem a seres, pessoas, entidades determinados. São escritos sempre com inicial maiúscula.Brasil, Santos, João, Deus…

ColetivosQuando se referem a um conjunto de seres da mesma espécie.álbum (fotografias, selos), biblioteca (livros), código (leis)…

Flexionam-se em gênero para indicar o sexo dos seres vivos. (quanto aos seres inanimados a classificação é convencional).

MasculinoQuando podem ser precedidos dos artigos o ou os.

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FemininoQuando podem ser precedidos dos artigos a ou as.

Existem ainda substantivos que são uniformes em gênero:

EpicenosQuando um só gênero se refere a animais macho e fêmea.jacaré (macho ou fêmea)…

SobrecomunsQuando um só gênero se refere a homem ou mulher.a criança (tanto menino quanto menina)

Comuns de dois gênerosQuando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.o artista, a artista, o dentista, a dentista…

Flexionam-se em número para indicar a quantidade (um ou mais seres).

SingularQuando se refere a um único ser ou grupo de seres.homem, povo, flor…

PluralQuando se refere a mais de um ser ou grupo de seres.homens, povos, flores…

Existem ainda substantivos que só se empregam no plural.férias, pêsames, núpcias…

Flexionam-se em grau para se referir ao tamanho e também emprestar significado pejorativo, afetivo, etc.

Normal: gente, povo…Aumentativo: gentalha, povão (com sentido pejorativo)Diminutivo: gentinha, povinho (com sentido pejorativo)

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ADJETIVOS

Adjetivos

Adjetivos são palavras que caracterizam o substantivo atribuindo-lhes qualidades, estados, aparência, etc.

Quanto à classificação podem ser:

-SimplesQuando formados por apenas um radical.claro, escuro…

- CompostosQuando formados por dois ou mais radicais.amarelo-claro, azul-escuro…

-PrimitivosQuando não derivados de outra palavra em língua portuguesa.bom, feliz…

-DerivadosQuando derivados de outros substantivos ou verbos.bondoso, amado…

Existem ainda os adjetivos pátrios, que se referem à origem ou nacionalidade.brasileiro, paulistano, santista…

Os adjetivos flexionam-se um gênero, número e grau.

Quanto ao gênero, podem ser:

- UniformesQuando uma única forma é usada tanto para concordar com substantivos masculinos quanto com femininos.menino feliz, menina feliz…

-BiformesQuando se flexionam para concordar com o substantivo que qualificam.menino bonito, menina bonita…

Quanto ao número, podem ser singular ou plural para acompanhar o substantivo que qualificam.

menina bonita – meninas bonitaspessoa feliz – pessoas felizes

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Flexionam-se em grau para expressar a intensidade das qualidades do substantivo ao qual se referem.

Quanto ao grau, podem ser comparativos ou superlativos.O grau comparativo pode designar:

- igualdade: Sou tão bonita quanto ela.- superioridade: Sou mais bonita que ela.- inferioridade : Ela é menos bonita do que eu.

O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo.

- absoluto analítico: Ela é muito bonita.- absoluto sintético: Ela é belíssima.- relativo de superioridade(analítico): Ela é a mais bonita de todas.(sintético): Esta vila é a maior de todas.- relativo de inferioridade: Ela é a menos bonita de todas nós.

Pronomes

PRONOMES PESSOAIS são termos que substituem ou acompanham o substantivo. Servem pararepresentar os nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que são:

1ª pessoa…………a que fala2ª pessoa…………com quem se fala3ª pessoa…………de quem se fala

Eu aprecio tua  dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também?

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos:

São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração.

Singular Plural Exemplo

1ª pessoa eu nós Eu estudo todos os dias.

2ª pessoa tu vós Tu também tens estudado?

3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também?

São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou indireto).

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Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais) e oblíquos tônicos ( acompanhados de preposição):

Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.

Desejo-te boa sorte…Faça-me o favor…

Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os pronomes se tornam no(s), na(s).

Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.A mim pouco importa o que dizem…

Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para designar as pessoas do discurso.

PRONOMES POSSESSIVOS – Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do discurso com algo que lhe pertence.

Singular Plural

1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s)

2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s)

3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS – Indicam a posição de um ser ou objeto em relação às pessoas do discurso.1ª pessoa este(s), esta(s), isto……………..se refere a algo que está perto da pessoa que fala.2ª pessoa esse(s), essa(s), isso…………….se refere a algo que esta perto da pessoa que ouve.3ª pessoa aquele(s), aquela(s), aquilo…se refere a algo distante de ambos.

Estes livros e essas apostilas devem ser guardadas naquela estante.Estes – perto de quem falaessas – perto de quem ouvenaquela – distante de ambos

PRONOMES INDEFINIDOS – São imprecisos, vagos. Se referem à 3ª pessoa do discurso.

Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis.São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s), muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s),

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vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal, tais, qual, quais, qualquer, quaisquer…

São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada..

Algumas pessoas estudam diariamente. Ninguém estuda diariamente.

PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas diretas ou indiretas. Podem ser variáveis ou invariáveis.

Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s).Invariáveis: que, onde, quem…

Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente?

PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um substantivo que representa. Também se classificam em variáveis e invariáveis.

Variáveis: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s).Invariáveis:que, quem, onde.

Conseguiu o emprego que tanto queria.

COLOCAÇÃO DE PRONOMES

É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.

Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).

Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.

PRÓCLISE

Usamos a próclise nos seguintes casos:

(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum.

- Nada me perturba.- Ninguém se mexeu.- De modo algum me afastarei daqui.- Ela nem se importou com meus problemas.

(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que.

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- Quando se trata de comida, ele é um “expert”.- É necessário que a deixe na escola.- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.

(3) Advérbios

- Aqui se tem paz.- Sempre me dediquei aos estudos.- Talvez o veja na escola.

OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome.

- Aqui, trabalha-se.

(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.

- Alguém me ligou? (indefinido)- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)

(5) Em frases interrogativas.

- Quanto me cobrará pela tradução?

(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).

- Deus o abençoe!- Macacos me mordam!- Deus te abençoe, meu filho!

(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.

- Em se plantando tudo dá.- Em se tratando de beleza, ele é campeão.

(8) Com formas verbais proparoxítonas

- Nós o censurávamos.

MESÓCLISE

Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, …)

- Convidar-me-ão para a festa.- Convidar-me-iam para a festa.

Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.

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- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.

ÊNCLISE

Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.

- Tornarei-me……. (errada)- Tinha entregado-nos……….(errada)

Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.

- Entregar-lhe (correta)- Não posso recebê-lo. (correta)

Outros casos:- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.

OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá a próclise:

- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS

Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio.

AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.

- Havia-lhe contado a verdade.- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.

AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.

Infinitivo- Quero-lhe dizer o que aconteceu.- Quero dizer-lhe o que aconteceu.

Gerúndio- Ia-lhe dizendo o que aconteceu.- Ia dizendo-lhe o que aconteceu.

Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.

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Infinitivo- Não lhe quero dizer o que aconteceu.- Não quero dizer-lhe o que aconteceu.

Gerúndio- Não lhe ia dizendo a verdade.- Não ia dizendo-lhe a verdade.

VERBOS

Verbos são palavras que indicam ações, estados ou fenômenos, situando-os no tempo.

Quanto à estrutura, os verbos são compostos pelo radical (a parte invariável e que normalmente se repete), terminação (a parte que é flexionada) e a vogal temática (que caracteriza a conjugação).

ESTUD- AR ESCREV- ER PART- IR

São três as conjugações em língua portuguesa:1ª Conjugação: verbos terminados em AR2ª Conjugação: verbos terminados em ER3ª Conjugação: verbos terminados em IR

Quanto à morfologia, classificam-se em:

Regulares: quando flexionam-se de acordo com o paradigma da conjugação.ESTUDAR – eu estudo, tu estudas, ele estuda, nós estudamos…

Irregulares: quando não seguem o paradigma da conjugação.CABER – eu caibo… MEDIR – eu meço…

Anômalos: quando sofrem modificação também no radical.IR – eu vou… SER – eu sou…

Defectivos: quando não são conjugados em todas formas.FALIR – não possui 1ª, 2ª e 3ª pessoa do pres. do indicativo e pres. do subjuntivo.

Abundantes: quando possuem mais de uma forma de conjugação.ACENDIDO – ACESO, INCLUÍDO – INCLUSO

Flexionam-se em número para concordar com o sujeito/substantivo que acompanham; em pessoa; em tempo; em modo e em voz.Quanto ao número podem ser: Singular e Plural.Quanto à pessoa podem ser:

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1ª pessoa – a que fala2ª pessoa – com quem se fala3ª pessoa – de quem se fala

Flexionam-se em tempo para indicar o momento em que ocorrem os fatos:O presente é usado para fatos que ocorrem no momento em que se fala, para fatos que ocorrem no dia-a-dia, para fatos que costumam ocorrer com certa freqüência.

Ele escreve para um jornal local.Eu estudo português quase todos os dias.

Usa-se o pretérito perfeito para indicar fatos passados, observados depois de concluídos.

Ele escreveu para um jornal local sobre Aquecimento Global.Eu estudei francês o ano passado.

Usa-se o pretérito imperfeito para indicar fatos não concluídos no momento em que se fala como também para falar de fatos que ocorriam com freqüência no passado.

Ele estudava todos os dias e ainda escrevia para um jornal local.

Usa-se o pretérito mais-que-perfeito para indicar fatos passados ocorridos anteriormente a outros fatos passados.

Já escrevera muitos artigos polêmicos, quando ingressou no jornal local.

Usa-se o futuro do presente para falar de fatos ainda não ocorridos, mas que ocorrerão depois que se fala.

Ela estudará muito e será bem sucedida na profissão.

Usa-se o futuro do pretérito para indicar fatos futuros que dependem de outros fatos .

Ela trabalharia menos, se tivesse estudado mais.Eu estudaria francês, se tivesse mais tempo.

O modo verbal indica de que forma o fato pode se realizar:Modo Indicativo para fato certo: Eu estudo, Nós escreveremos.

Modo Subjuntivo para fato hipotético, desejo, dúvida: Se eles trabalhassem…

Modo Imperativo para ordem, pedido: Trabalhem com afinco…Sejam estudiosos…

Há ainda três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação.Voz ativa, quando o sujeito pratica a ação: O professor elogiou o aluno.Voz passiva, quando o sujeito recebe a ação: O aluno foi elogiado pelo professor…Voz reflexiva, quando o sujeito pratica e recebe a ação: Dedicou-se aos estudos.

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Conjunções

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.

CLASSIFICAÇÃO- Conjunções Coordenativas- Conjunções Subordinativas

CONJUNÇÕES COORDENATIVASDividem-se em:

- ADITIVAS: expressam a idéia de adição, soma.

Observe os exemplos:

- Ela foi ao cinema e ao teatro.- Minha amiga é dona-de-casa e professora.- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.

Principais conjunções aditivas: e, nem, não só…mas também, não só…como também.

- ADVERSATIVASExpressam idéias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:

- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.- Ela trabalha muito mas ganha pouco.- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.

Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.

ALTERNATIVASExpressam idéia de alternância.

- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.- Minha cachorra ora late ora dorme.- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.

Principais conjunções alternativas: Ou…ou, ora…ora, quer…quer, já…já.

CONCLUSIVASServem para dar conclusões às orações. Exemplos:

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- Estudei muito por isso mereço passar.- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.

Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.

EXPLICATIVASExplicam, dão um motivo ou razão:

- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.

Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVASCAUSAISPrincipais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos:

- Não pude comprar o CD porque estava em falta.- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.

COMPARATIVASPrincipais conjunções comparativas: que, do que, tão…como, mais…do que, menos…do que.

- Ela fala mais que um papagaio.

CONCESSIVASPrincipais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.

Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma idéia de “apesar de”.

- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)- Apesar de ter chovido fui ao cinema.

CONFORMATIVAS

Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante

- Cada um colhe conforme semeia.- Segundo me disseram a casa é esta.

Expressam uma idéia de acordo, concordância, conformidade.

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CONSECUTIVASExpressam uma idéia de conseqüência.

Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).

- Falou tanto que ficou rouco.- Estava tão feliz que desmaiou.

FINAISExpressam idéia de finalidade, objetivo.

- Todos trabalham para que possam sobreviver.- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.

Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),

PROPORCIONAISPrincipais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.

- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.

TEMPORAISPrincipais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.

- Quando eu sair, vou passar na locadora.- Chegamos em casa assim que começou a chover.- Mal chegamos e a chuva desabou.

Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a “logo que”.

O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.

Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.

Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e conseqüência. Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-las.

Observe os exemplos:- Correram tanto, que ficaram cansados.

“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma conseqüência.Ficaram cansados porque correram muito.

“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.

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CRASE

A crase ocorre quando temos de juntar duas vogais iguais em uma frase. Por exemplo, a preposição “a” seguida do artigo “a”, resultará no “a” com crase.A crase é representada por um traço invertido em cima da vogal (acento grave): à

Por ser formada pelo artigo “a”, a crase só aparecerá antes de palavras femininas.

Uma boa dica para saber se existe crase em uma vogal, é trocar a palavra feminina para uma masculina. Se nessa troca, aparecer “ao(s)”, significa que existe crase. Exemplo:

- Vou à igreja -> Vou ao shopping.

Note que a verbo ir (vou) exige preposição, e igreja é uma palavra feminina. Quando trocada por “shopping”, o “a + a” tornou-se “ao”. Então existe crase.

Nunca existirá crase antes de:

- Palavras masculinas- Verbos- Entre palavras repetidas (dia-a-dia)- antes de artigos indefinidos (um, umas, uns, umas)- antes de palavras no plural se o “a” estiver no singular- antes de numeral cardinal (exceto se indicarem hora)

Sempre ocorrerá crase:

- Antes de locuções prepositivas, adverbiais e conjuntivas: às vezes, à toa, à esquerda, à noite ..- antes de numeral cardinal indicando hora

Pode ou não ocorrer crase

- Antes de nomes de cidades, lugares, países, etc. Um bom truque para saber se vai crase ou não, é encaixar a palavra em questão na frase:

“Vou a, volto da, crase há! vou a, volto de, crase pra quê?”

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ACENTUAÇÃO

QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA

1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”

Ex.

Chá Mês nósGás Sapé cipóDará Café avósPará Vocês compôsvatapá pontapés sóAliás português robôdá-lo vê-lo avórecuperá-los Conhecê-los pô-losguardá-la Fé compô-losréis (moeda) Véu dóiméis céu móipastéis Chapéus anzóisninguém parabéns Jerusalém

Resumindo:

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.

2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:

L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.

R – câncer, caráter, néctar, repórter.

X – tórax, látex, ônix, fênix.

PS – fórceps, Quéops, bíceps.

Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.

ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.

I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.

ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.

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UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.

US – ânus, bônus, vírus, Vênus.

Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal):Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.

3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco, proparoxítona.

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS

4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:

Formarem sílabas sozinhos ou com “S”

Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.

IMPORTANTE

Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?

Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.

5. Trema

Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)

6. Acento Diferencial

O acento diferencial permanece nas palavras:

pôde (passado), pode (presente)pôr (verbo), por (preposição)

Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou plural:

SINGULAR PLURAL

Ele tem Eles têm

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Ele vem Eles vêm

Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.

Faz-se necessário revisar alguns pontos gramaticais que nos ajudarão a compreender as regras da acentuação gráfica da Língua Portuguesa.

Quanto à classificação da sílaba, as palavras podem ser:

Átonas – quando não há ênfase na pronúncia de uma sílaba. Tônicas – quando há ênfase na pronúncia de uma sílaba.

Ex. A palavra “mato” tem duas sílabas: a primeira “ma” – é tônica; a segunda “to” – é átona.

Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras podem ser:

Oxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na última sílaba de uma palavra.

Ex. saci, funil, parabéns, café, calor, bombom.

Paroxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na penúltima sílaba.

Ex. escola, sossego, dormindo, amável.

Proparoxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na antepenúltima sílaba.

Ex. pêndulo, lâmpada, rápido, público, cômico.

Quanto à classificação dos encontros vocálicos:

Ditongo : encontro de duas vogais numa só sílaba.

Ex. céu, véu, coisa, ideia.

Hiato : encontro de duas vogais em sílabas separadas.

Ex. fa-ís-ca, i-dei-a, pa-pa-gai-o, ba-i-nha.

Quanto ao número de sílabas, as palavras podem ser:

Monossílabas – com apenas uma sílaba.

Ex. mau, mês, vi, um, só

Dissílabas – com duas sílabas.

Ex. Ca-fé, Ca-sa, mui-to, li-vro, rou-pa, rit-mo

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Trissílabas – palavras com três sílabas.

Ex. Eu-ro-pa, cri-an-ça, ma-lu-co, tor-na-do

Polissílabas – palavras com quatro ou mais sílabas.

Ex. Pa-ra-pei-to, es-tu-dan-te, u-ni-ver-si-da-de, la-bi-rin-ti-te.

As gramáticas costumam ainda classificar os monossílabos (palavras com apenas uma sílaba) em dois tipos:

Monossílabo átono: palavras de uma sílaba fraca, ou seja, pronunciada sem ênfase. Estes podem ser:

Artigos: o, a, um…

Pronomes Pessoais Oblíquos: se, te, ti, lhe, o, a…

Pronome relativo: que

Conjunção: e, ou, mas, nem…

Preposição: dos, de, à, na…

Monossílabo tônico: palavras de uma sílaba tônica, ou seja, pronunciadas com ênfase, que podem ser:

Verbos: li, vi, ter, ser, dê…

Substantivos: sol, mar, flor, dor, mel…

Adjetivos: mau, bom, má…

Pronomes: eu, tu, nós, mim…

Advérbios: lá, cá, bem, já…

Novo Acordo Ortográfico Descomplicado (Parte IV)Trema

Não se usa mais o trema, salvo em nomes próprios e seus derivados.

Acento diferencial

Não é preciso usar o acento diferencial para distinguir:

1. Para (verbo) de para (preposição)

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“Esse carro velho para em toda esquina”.

“Estarei voltando para casa daqui a uma hora”.

1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposição + artigo) e pelo (substantivo)2. Polo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de por e lo).

3. pera (fruta) de pera (preposição arcaica).

A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o contexto.

Acento agudo

Ditongos abertos “ei”, “oi”

Não se usa mais acento nos ditongos ABERTOS “ei”, “oi” quando estiverem na penúltima sílaba.

He-roi-co                               ji-boi-a

As-sem-blei-a                       i-dei-a

Pa-ra-noi-co                          joi-a

OBS. Só vamos acentuar essas letras quando vierem na última sílaba e se o som delas estiverem aberto.

Céu                                         véu

Dói                                          herói

Chapéu                                  beleléu

Rei, dei, comeu, foi (som fechado – sem acento)

Não se recebem mais acento agudo as vogais tônicas “I” e “U” quando forem paroxítonas (penúltima sílaba forte) e precedidas de ditongo.

feiura                                     baiuca

cheiinho                                 saiinha

boiuno

Não devemos mais acentuar o “U” tônico os verbos dos grupos “GUE/GUI” e “QUE/QUI”. Por isso, esses verbos serão grafados da seguinte maneira:

Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o “U” tem som forte)

Arguo                                     apazigue

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Enxague                                arguem

Delinguo

Acento Circunflexo

Não se acentuam mais as vogais dobradas “EE” e “OO”.

Creem                                              veem

Deem                                                        releem

Leem                                                         descreem

Voo                                                  perdoo

enjoo

Outras dicas

Há muito tempo a palavra “coco” – fruto do coqueiro – deixou de ser acentuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: “Quero beber água de côco”.

Quem recebe acento é “cocô” – palavra popularmente usada para se referir a excremento.

Então, a menos se que queira beber água de fezes, é melhor parar de colocar acento em coco.

Para verificar praticamente a necessidade de acentuação gráfica, utilize o critério das oposições:

Imagem      armazém

Paroxítonas terminadas em “M” não levam acento, mas as oxítonas SIM.

Jovens        provéns

Paroxítonas terminadas em “ENS” não levam acento, mas as oxítonas levam.

Útil              sutil

Paroxítonas terminadas em “L” têm acento, mas as oxítonas não levam porque o “L”, o “R” e o “Z” deixam a sílaba em que se encontram naturalmente forte, não é preciso um acento para reforçar isso.

É por isso que: as palavras “rapaz, coração, Nobel, capataz, pastel, bombom; verbos no infinitivo (terminam em –ar, -er, -ir) doar, prover, consumir são oxítonas e não precisam de acento. Quando terminarem do mesmo jeito e forem paroxítonas, então vão precisar de acento.

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Uso do Hífen

Novo Acordo Ortográfico Descomplicado (Parte V) – Uso do HífenTem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortográfico  e a grande queixa entre os que usam a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita tem gerado em torno do seguinte questionamento: “por que mudar uma coisa que a gente demorou um tempão para aprender?” Bom, para quem já dominava a antiga ortografia, realmente essa mudança foi uma chateação. Quem saiu se beneficiando foram os que estão começando agora a adquirir o código escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I.

Se você tem dificuldades em memorizar regras, é inútil estudar o Novo Acordo comparando “o antes e o depois”, feito revista de propaganda de cosméticos. O ideal é que as mudanças sejam compreendidas e gravadas na memória: para isso, é preciso colocá-las em prática.

Não precisa mais quebrar a cabeça: “uso hífen ou não”?

Regra GeralA letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não tem som; em “Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não misture um prefixo com “essa gente”.

pré-história anti-higiênico

sub-hepático

super-homem

Então, letras IGUAIS, SEPARAS. Letras DIFERENTES, JUNTAS.

Anti-inflamatório                             neoliberalismo

Supra-auricular                                extraoficial

Arqui-inimigo                                  semicírculo

sub-bibliotecário superintendente

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O “R” e o “S” são letras pra lá de valentes, feito Rambo e Super-homem. Por isso, se a juntarmos com uma vogal (“uma moça”), eles ficam “tão machos” que se dobram:

suprarrenal                                      ultrassonografia

minissaia                                          antisséptico

contrarregra                                     megassaia

Entretanto, se o prefixo terminar em consoante (macho igual a eles), não se unem de jeito nenhum.

Sub-reino

ab-rogar

sob-roda

ATENÇÃO!

Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras iguais, SEPARA.

super-requintado                             super-realista

inter-resistente

CONTINUAMOS A USAR O HÍFENDiante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“:Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente , Vizo-rei

Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.

pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore

pró-africano, pró-europeu, pós-graduação

Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais.

Pan-americano, circum-escola

OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.

NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:

Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.

ATENÇÃO!

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Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO)

Coordenar                               reedição                        preestabelecer

Coordenação                           refazer                           preexistir

Coordenador                           reescrever                     prever

Coobrigar                               relembrar

Cooperação                             reutilização

Cooperativa                                      reelaborar

O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra, compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas vezes: numa você usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas vai te parecer mais familiar.

REGRA GERAL (Resumindo) 

Letras iguais, separa com hífen(-).

Letras diferentes, junta.

O “H” não tem personalidade, vai na “onda” dos outros. Separa (-).

O “R” e o “S” são valentes. Se estão perto das vogais (mulherada) fica tão macho que viram DOIS. Mas não se juntam com consoantes (Cabra macho).