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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Procuradoria-Geral de Justiça Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado GAECO/RJ 1 M I N I S T É R IO P Ú B L IC O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O EXMO SR. DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ. Ref.: IP 00031/2010 – DRACO (MPRJ 2010.01107529) IP 00011/2015 - DRACO Distribuição por dependência: M. Cautelar nº 0111985-17.2010.8.19.0002 O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CNPJ 28.305.936/0001-40), por intermédio dos Promotores de Justiça integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) que adiante subscrevem vem, no exercício da titularidade da ação penal conferida pelo art. 129, inciso I, da CRFB, oferecer DENÚNCIA em face de: 1. ROBERTO CARLOS BRITO DA COSTA, vulgo “Betinho”, RG nº. 49167539, CPF nº 690.462.717-49, nascido em 22/12/1961, filho de Wilde Paulo da Costa e Cely Brito da Costa, com endereço na Rua Silva Jardim nº 90, Ponta da Areia, Niterói – RJ. 2. ALEXANDRE SOARES SCHROEDER, vulgo “Alex” ou “Shrek”, RG nº. 92013457, CPF nº 015.805.337-01, nascido em 31/08/1973, filho de

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EXMO SR. DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ.

Ref.: IP 00031/2010 – DRACO (MPRJ 2010.01107529)

IP 00011/2015 - DRACO

Distribuição por dependência: M. Cautelar nº 0111985-17.2010.8.19.0002

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO (CNPJ 28.305.936/0001-40), por intermédio dos Promotores de

Justiça integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime

Organizado (GAECO) que adiante subscrevem vem, no exercício da

titularidade da ação penal conferida pelo art. 129, inciso I, da CRFB,

oferecer

DENÚNCIA

em face de:

1. ROBERTO CARLOS BRITO DA COSTA, vulgo “Betinho”, RG nº.

49167539, CPF nº 690.462.717-49, nascido em 22/12/1961, filho de

Wilde Paulo da Costa e Cely Brito da Costa, com endereço na Rua Silva

Jardim nº 90, Ponta da Areia, Niterói – RJ.

2. ALEXANDRE SOARES SCHROEDER, vulgo “Alex” ou “Shrek”, RG

nº. 92013457, CPF nº 015.805.337-01, nascido em 31/08/1973, filho de

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Wilfrido Schroeder e Flavia Soares Schroeder, com endereço na Estrada

da Fazendinha, nº 190, Rua Um, Badu, Niterói – RJ.

3. CARLOS FREDERICO SILVEIRA MATTOS, vulgo “Carlão”, RG nº.

66724089, CPF nº 708.419.347-20, nascido em 24/05/1964, filho de

Antonio Silveira Mattos e Olga de Oliveira Mattos, com endereço à Rua

Coronel Tamarindo, nº 139, Gragoatá, Niterói – RJ.

4. ISRAEL FERREIRA PINEL, RG nº. 64932718, CPF nº 781.722.417-

04, nascido em 26/09/1963, filho de Sylvio Medeiros Pinel e Nadir Ferreira

Pinel, com endereços à Rua Manuel Duarte, nº 3258, bloco 10, apt 103,

Gradim, São Gonçalo – RJ e Rua Bernardo Fontenelle, nº 296, Rio do

Ouro, São Gonçalo, – RJ;

5. JULIO CEZAR PASSOS DA SILVA, vulgo “Julinho”, RG nº.

77751154, CPF nº 954.092.467-72, nascido em 19/07/1967, filho de

Elzino Pereira da Silva e Maria de Lourdes Passos da Silva, com endereços

na Rua Professor Vila Nova Machado, nº 110, Barreto, Niterói – RJ e Rua

Melo Leitão, nº 32, Porto Novo, São Gonçalo – RJ.

6. MARCOS ANDRÉ PINTO SCORZELLI, vulgo “Marcão”, Identidade

08599330-1- IFP-RJ, CPF nº 012.571.192-29, nascido em 22/01/1971,

filho de Hélio Fernandes Scorzelli e Maria Natália Pinto Scorzelli, com

endereço à Rua Coronel Moreira Cesar, nº 451, AP. 802, Icaraí, Niterói –

RJ;

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7. LOURIVAL ROSA DOS REIS, vulgo “Gordinho”, RG nº.

69488898, CPF nº 006.611.107-29, nascido em 14/10/1966, filho de

Durval dos Reis e Luzia Rosa dos Reis, com endereço constante à Avenida

Roberto Silveira, nº 128, apt 101, Icaraí, Niterói – RJ.

8. MOACYR RIBEIRO DE OLIVEIRA, RG nº. 812421469, CPF nº

281.974.707-82, nascido em 20/07/1951, filho de Sebastião Ribeiro de

Oliveira e Irene Teixeira de Oliveira, com endereços constantes à Rua Lara

Vilela, nº 191, apt 1101, Ingá, Niterói – RJ e Rua Engenheiro Geraldo

Velasco Cardoso, nº 143, Gragoatá, Niterói – RJ e Rua Cel. Tamarindo,

143, Gragoatá, Niterói - RJ;

9. PAULO ROBERTO COSTA TERRA, vulgo “Paulo Corolla”, RG nº.

247768922, CPF nº 110.809.867-31, nascido em 02/01/1987, filho de

Waldenyr Carneiro Terra e Zilja Costa Terra, com endereço à Travessa

Doutor João Leitão, nº 03, Sobrado, casa B, Charitas, Niterói – RJ;

10. SAMUEL BAIENSE BARBOSA, RG nº. 76820687, CPF nº

956.763.507-25, nascido em 15/09/1967, filho de Justino Antonio

Barbosa e Zely de Souza Baiense Barbosa, com endereço constante à Rua

Sá Barreto, nº 46, ap. 201, Fonseca, Niterói – RJ.

11. LEONARDO DA CRUZ ARCANJO, vulgo “Léo Arcanjo”, RG nº.

117097345, CPF nº 091.694.057-86, nascido em 15/07/1982, filho de

Jorge Singulani Arcanjo e Maria Auxiliadora da Cruz Arcanjo, com

endereço à Estrada Monan Grande, nº 31, casa 33, Badu, Niterói – RJ.

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12. DIEGO MEIRELES PASSOS, vulgo “Cigano”, RG nº. 256838863,

CPF nº 095.985.897-06, nascido em 06/02/1983, filho de Melquiades

Passos Filho e Gessi Salles Meireles Passos, com os seguintes endereços:

Travessa Rangel, nº 205, Sete Pontes, São Gonçalo – RJ; Rua Roque

Barreto, nº 190, Parque Anchieta – RJ.

13. DIOGO CHAVES CÓQUERO ANDRADE, RG nº. 218046662, CPF nº

119.983.617-64, nascido em 08/09/1987, filho de Carlos Damião Andrade

e Monica Chaves Coquero Andrade, com os seguintes endereços: Rua

Coronel Azevedo, nº 283, Neves, São Gonçalo – RJ e Rua Martins Torres,

nº 390, apt 101, Santa Rosa, Niterói – RJ.

14. ANTÔNIO NUNES MOREIRA, vulgo “Toninho”, RG nº. 27019983,

CPF nº 217.838.537-00, nascido em 03/04/1949, filho de Manuel Nunes

Moreira Filho e Julia de Oliveira Moreira, com endereço constante à Rua

Padre Augusto Lamego, nº 30, casa 1, Centro, Niterói – RJ.

15. LUCIO CORREA DE ARAÚJO, RG nº. 74936618, CPF nº

954.257.647-15, nascido em 01/05/1965, filho de Pedro Correa de Araújo

e Julieta Bento de Araújo, com endereço à Rua Barão do Amazonas, nº

71, Centro, Niterói – RJ.

16. ROBERTO DE OLIVEIRA JUNIOR, RG nº. 10411515-9, CPF nº

078.702.877-09, nascido em 29/09/1975, filho de Roberto de Oliveira e

Jandira Gonçalves de Oliveira, com endereço na Estrada Viçoso Jardim, nº

308, casa 03, Cubango, Niterói – RJ.

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17. MARCOS MARIANO DAS NEVES, RG nº. 4483975-1, CPF nº

517.297.927-15, nascido em 10/05/1959, filho de Levy Mariano das

Neves e Maria Hayde da Costa Neves, com endereço à Rua Cambuci, nº

36, Sapê, Pendotiba, Niterói – RJ.

18. VICTOR DA SILVA RIBEIRO, RG nº. 20838333-1, CPF nº

058.421.347-64, nascido em 29/07/1987, filho de Vanderlei Salles Ribeiro

e Marilene da Silva Ribeiro, com endereço à Rua Maria Alves da Fonseca,

nº 702, casa 04, Caramujo, Niterói – RJ.

19. ANDERSON LUIZ MENEZES DOS SANTOS, RG nº. 11116522-1,

CPF nº 072.869.987-73, nascido em 15/06/1977, filho de José Jorge dos

Santos e Maria Lucia Menezes dos Santos, com endereço à Travessa Rosa,

nº 51, casa, Largo da Batalha, Niterói – RJ.

20. ANTÔNIO CLEMENTE, RG nº. 12438575-8, CPF nº 300.725.817-

00, nascido em 25/02/1952, filho de Pedro Clemente e Maria Antonia dos

Santos, com endereço à Rua Nossa Senhora de Lourdes, nº 45-A,

Cubango, Niterói – RJ.

21. ANDERSON SILVA PINHEIRO, RG nº. 12460836-5, CPF nº

083.186.857-09, nascido em 13/09/1980, filho de Aurinho Alves Pinheiro

e Lea Marcia Silva Pinheiro, com endereço à Rua Doutor Rubens Falcão, nº

80, casa, Itaipu, Niterói – RJ.

22. DEIVISON DA SILVA BARBOSA, RG nº 22428766-4, CPF nº

137.461.827-60, nascido em 29/07/1989, filho de Samuel Baiense

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Barbosa e Denise da Silva, com endereço à Rua Sá Barreto, nº 46,

ap.201, Barreto,Niterói- RJ.

23. FERNANDO JOSE DA CRUZ, RG nº. 3887738-7, CPF nº

475.239.057-49, nascido em 30/06/1956, filho de Fausto Ferreira da Cruz

e Luiza Gonçalves da Cruz, com endereço à Rua Dona Maria Barbosa, nº

02, casa, Lindo Parque, São Gonçalo – RJ.

24. HÉLIO DIRCEU BITTENCOURT FIALHO, RG 18145193 IFP, CPF

nº 004201156-68, nascido em 06/04/1940, filho de Mário Fialho e Esther

Bittencourt Fialho, residente na Estrada Washington Luís, 520, casa 93,

Sapê, Pendotiba, Niterói –RJ.

pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

I – Considerações preliminares sobre a denominada Máfia dos

Táxis de Niterói.

A presente Denúncia é instruída, em sua maior parte,

com o Inquérito Policial nº 011/2015 da DRACO, instaurado para

investigar a organização criminosa que se instalou na Secretaria de

Transportes de Niterói, conhecida como Máfia dos Táxis. Também o

Inquérito nº 31/2010 da DRACO fornece detalhes de como surgiu a

associação criminosa. Por fim, por provas coletadas nos autos do inquérito

nº 1.778/2010 da 77ª DP que investiga a autoria indireta (mandantes) do

homicídio consumado contra ADHEMAR JOSÉ MELO REIS, Subsecretário

de Transportes de Niterói, cujas cópias encerram o 2º volume do IP

11/2015.

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Em apenso aos autos do inquérito 31/2010 da DRACO

estão, distribuídos em 03 (três) volumes de relatórios, as conversações

telefônicas interceptadas por ordem desse r. juízo, onde se demonstra que

a organização se vale de apoio político para se manter, inclusive

arrecadando dinheiro ilícito para as campanhas eleitorais de políticos em

Niterói.

Adhemar Reis foi assassinado em plena luz do dia 20 de

janeiro de 2010, na Rua Joaquim Távora, uma das ruas internas mais

movimentadas do Bairro de Icaraí. As investigações lograram êxito em

identificar o autor material do homicídio e o motivo, consistente

exatamente nas investigações e na repressão perpetrada pela vítima

contra a chamada Máfia do Táxi, em razão do cargo de Subsecretário de

Transportes, conforme decidido pelo Tribunal do Júri de Niterói.

Cotejando o apurado nos inquéritos da DRACO com o

inquérito da 77ª DP, constata-se que a organização criminosa iniciou suas

atividades antes do ano de 2010, quando Adhemar foi assassinado

justamente por empreender esforços no combate às irregularidades na

falsificação de autonomias de táxi. Com as investigações do homicídio, a

quadrilha hibernou por um período e voltou com muita força a partir do

ano de 2013, alterando o seu modo de agir para multiplicar os lucros da

organização.

A organização criminosa instalou-se no Setor de

Transporte Individual da Secretaria Municipal de Transporte, responsável

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pela fiscalização do serviço de táxi, fazendo do órgão público da Prefeitura

de Niterói verdadeiro escritório para a prática de crimes diversos.

Com efeito, até o assassinato de Adhemar, em janeiro

de 2010, o esquema criminoso utilizava permissões de táxis que estavam

suspensas, principalmente em razão do óbito do permissionário. A partir

de 2013, o esquema criminoso perdeu de vez qualquer resquício de pudor,

se assim podemos dizer, e passou a fazer duplicatas de autonomias de

táxis que estavam rodando pela cidade com seus permissionários ou com

motoristas auxiliares.

Os táxis de Niterói têm elementos identificadores

característicos, além da placa vermelha indicativa de categoria de aluguel,

cartão de identificação do taxista, bigorrilho, taxímetro e selo do IPEM,

ostentam a cor azul, com faixa branca nas laterais, com inscrição

numérica nas portas dianteiras.

Essa inscrição numérica é formada de duas partes. A

primeira é a repetição da alfanumérica da placa do veículo. A segunda, é a

inscrição do número da autonomia do táxi.

Há mais de 20 (vinte) anos não se deferem novas

permissões para táxis no Município. Há cerca de 1905 (mil, novecentas e

cinco) permissões para táxi, numeradas sequencialmente de 0001 a 1905,

sendo que as permissões suspensas, geralmente por óbito, quando

retomadas conservam o mesmo número. Assim, o número ostentado

na porta, na segunda parte, logo após a inscrição da alfanumérica

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da placa seguida de barra, tem que ser compreendido entre 0001 e

1905, incluindo os extremos. Qualquer número superior a 1905

identificaria, de imediato, a falsificação.

O trâmite regular para legalização de um veículo para

caracterizá-lo e autorizá-lo a funcionar como táxi consiste, logicamente

após a constatação de que o interessado é titular de autonomia concedida

pelo Município, na expedição pela Secretaria de Trânsito de dois ofícios

que são entregues ao titular da autonomia: um dirigido ao DETRAN para

possibilitar o cadastramento do veículo na categoria aluguel, na

modalidade táxi, e colocação de placas vermelhas; o segundo dirigido ao

IPEM para cadastramento no banco de dados do órgão do veículo como

táxi e inspeção e aferição do taxímetro, que recebe um lacre e aposição

de um selo de vistoria no para-brisa do veículo.

No entanto, como o IPEM tem o controle das

autonomias concedidas, a organização criminosa não expedia o ofício para

o órgão, mas sim promovia a instalação irregular do taxímetro,

falsificando também o lacre e o selo de aferição do taxímetro pelo IPEM.

Desta forma, uma maneira rápida de se constatar se um táxi é pirata ou

não é verificar o número da permissão gravado na porta e conferir com a

lista do IPEM: caso a permissão não esteja cadastrada no IPEM ou se

refira a outra placa, não havendo qualquer protocolo de alteração de placa

referente a autonomia, trata-se de táxi irregular.

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Então, somente era expedido o ofício ao DETRAN para a

modificação da categoria de veículo para aluguel, permitindo a colocação

de placas vermelhas.

A título de exemplo: consta à fl. 79, matéria publicada

na coluna do Jornalista Gilson Monteiro, Jornal O Globo, na qual narra que

uma advogada teve seu carro abalroado por um táxi Voyage, placa KRG-

1768, permissão 0049. Ao fotografar a numeração da porta, a

advogada foi atacada pelo taxista pirata que tentou arrancar-lhe o

equipamento. Não conseguindo, arrancou a chave do carro da vítima e

abandonou o local. Consultando a listagem do IPEM, à fl. 130, confirma-se

o teor da matéria jornalística, eis que a permissão 0049 se refere ao

veículo placa KRS 1584, ou seja, uma duplicata de uma autonomia

regular.

Pior, com a repercussão do caso em um veículo de

mídia com o alcance do Jornal O Globo e o fato de se tratar de uma

advogada, que compareceu a NITTRANS para reclamar da conduta do

pseudo taxista, o falso táxi Voyage deixou de usar na porta a permissão

0049. Passou a usar a permissão 1301, conforme se observa na

fotografia de fl. 38B, que inexiste na listagem do IPEM e é utilizada por,

pelo menos, quatro táxis piratas, eis que os veículos falsamente

caracterizados como táxis cujas placas são LQJ-2380, HBA-7983, KNV-

7323, além do já mencionado Voyage placa KRG-1768, ex vi nas

fotografias de fls. 37, 38, 38A e 38B, ostentam em sua porta o número de

permissão 1301.

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Como sobredito, no início, a organização criminosa

utilizava-se de autonomias suspensas, normalmente em razão da morte

do permissionário e aproveitavam essa numeração de autonomia para

utilizá-la em vários táxis piratas.

Em Niterói, a lei municipal prevê que com a morte do

detentor da autonomia, esta passa para a viúva. No entanto, os líderes da

organização criminosa alegavam falsos motivos para não transferir a

autonomia para a viúva, como, vg, o fato dela receber pensão

previdenciária, ter casa própria, entre outros. Assim, apoderavam-se

dessa autonomia e a revendiam para interessados, por cerca de R$

40.000,00 (quarenta mil reais).

O depoimento de fl. 388, prestado no inquérito que

apura os mandantes do assassinato de Adhemar, demonstra de forma

clara como até então agia a organização criminosa, encabeçada pelos

funcionários públicos Betinho e Alexander Schroeder. Ao saber da morte

do permissionário, negavam a transferência à viúva, falsificavam

documentos como se o permissionário tivesse, em vida, vendido a

permissão, pressionavam a família para fazer a mudança de categoria do

veículo do falecido para que fossem retiradas as placas vermelhas e estas

fossem substituídas por placas cinzas.

Igualmente, dando azo já no ano de 2010, à

instauração do IP nº 31, foi apresentada notícia crime por Mariano Delli

Santi. Em seu depoimento de fl. 3 tem-se de forma muito clara a maneira

como o esquema funcionou no início. O denunciado Roberto Carlos, de

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vulgo Betinho, compareceu na casa de Mariano, irmão de Aniello Deli

Santi, titular da autonomia nº 1647, que havia falecido em setembro de

2010, afirmando que Anielo, quando em vida, havia vendido a autonomia

ao denunciado Marcos André Pinto Scorzelli, apresentando a permissão de

transferência (formulário da prefeitura) com a assinatura falsificada do

finado.

Embora cada autonomia subtraída de quem de direito

rendesse bons lucros à quadrilha, o fato de depender da morte do

detentor da autonomia para auferir lucros, em muito limitava a sua

atuação. Então, a organização criminosa, no afã de multiplicar seus lucros,

passou, sem prejuízo do sistema de falsificação até então adotado, a

simplesmente a fazer duplicatas das permissões existentes, promovendo

um verdadeiro derrame de táxis piratas em Niterói, sendo estimado

atualmente em cerca de seiscentos veículos.

Como há identificação do veículo táxi com a numeração

das portas dianteiras contendo a placa, seguida de barra e o número da

permissão, que vai de 0001 a 1905, passou a ser comum o taxista

legalizado deparar-se com outro táxi ostentando o mesmo número de sua

permissão na porta, conforme comprovam as fotografias de fls. 34/44 e

80/87 do inquérito. Ao reclamar, sofrem atos intimidatórios.

Nessa forma de agir, os membros da organização

criminosa ou oferecem determinado valor em dinheiro para os titulares

das autonomias duplicadas não denunciarem ou, na maioria das vezes,

intimidam os permissionários para que não denunciem.

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Os membros da organização criminosa ou duplicam a

autonomia através de ofícios dirigidos ao DETRAN para emplacamento na

categoria aluguel em nome de parentes ou conhecidos, as alugando por,

em média, R$ 150,00 a diária (R$ 4.500,00) por mês ou “vendem” para

terceiros o ofício, o selo do IPEM falsificado, o cartão de motorista de táxi

expedido pela Prefeitura, o taxímetro, além de cobrarem cerca de R$

5.000,00 para entrarem no esquema, além de uma mensalidade de R$

650,00 paga à organização criminosa.

Utilizando um cálculo conservador, baseado na

existência de 500 táxis piratas em Niterói, somente com as diárias

percebidas com os alugueis desses veículos, a organização criminosa

arrecada R$ 2.250.000,00 por mês, ou R$ 27.000.000,00 por ano.

Matéria recente do Jornal O Fluminense, anexa à

denúncia, informa a existência de seiscentos táxis piratas em Niterói.

Como exemplo, as duas últimas matérias do citado jornal referentes a

táxi, onde um encontra-se abandonado em plena calçada e outro em que

um suposto taxista foi assassinado com vários tiros (táxis LLN 8620/0808

e LKQ 9766/0878) são piratas, como se observa na já referida listagem do

IPEM. Tal fato dá uma dimensão do tamanho do esquema criminoso,

sendo que é comum entre os taxistas a afirmação de que pretendem

chegar a mil táxis piratas na Cidade, ou seja, mais da metade da frota

circulante.

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II – DA IMPUTAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS DOS

DENUNCIADOS PELA PRÁTICA DO CRIME DO ART. 2º CAPUT C/C §

2º, § 3º E § 4º, INCISO II, DA LEI 12.850 DE 02 DE AGOSTO DE

2013 – ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ARMADA E COM

PARTICIPAÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO -.

Em data de início que não se pode precisar, mas

certo que em funcionamento até os dias atuais, em inequívoca

permanência delituosa, tendo como base de funcionamento as

dependências da Secretaria de Trânsito da Cidade de Niterói, os

denunciados Roberto Carlos Brito da Costa, vulgo “Betinho”;

Alexander Soares Schroeder, vulgo “Shrek”; Carlos Frederico

Silveira Mattos, vulgo “Carlão”; Moacyr Ribeiro de Oliveira; Lourival

Rosa dos Reis; Julio Cezar Passos da Silva, vulgo “Julinho”; Marcos

André Pinto Scorzelli, vulgo “Marcão”; Antonio Nunes Moreira,

vulgo “Toninho”; Lucio Correa de Araújo; Diogo Chaves Coquero

Andrade; Leonardo da Cruz Arcanjo, “Leo Arcanjo”; Diego Meireles

Passos, vulgo “Cigano”; Paulo Roberto Costa Terra, vulgo “Paulo

Corolla”; Israel Ferreira Pinel e Samuel Baiense Barbosa, agindo

de forma livre e consciente, em comunhão de ações e desígnios,

promovem, constituem e integram ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

conhecida como MÁFIA DOS TÁXIS PIRATAS DE NITERÓI,

associando-se, para tanto, de forma estruturalmente ordenada e

com divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta e

indiretamente, vantagem de natureza financeira, mediante a

prática de infrações penais tipificadas no artigo 317 caput e § 1º,

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artigo 311 caput e § 1º, artigo 180, artigo 296, inciso I e § 2º,

artigo 297 § 1º, todos do Código Penal.

Na atuação das atividades da organização

criminosa há o emprego de arma de fogo e há o concurso dos

funcionários públicos do Município de Niterói, os denunciados

Roberto Carlos Brito da Costa, vulgo “Betinho”, Alexander Soares

Schroeder, vulgo “Shrek” ou “Alex” e Leonardo da Cruz Arcanjo,

que exercem suas funções na Secretaria de Transporte de Niterói,

atuando na Divisão de Transporte Individual – Táxi -, sendo tal

condição essencial para a prática dos crimes pela organização.

II-1 – DA ESTRUTURA ORDENADADA E DA DIVISÃO DE TAREFAS

DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA.

Os Denunciados Roberto Carlos Brito da Costa,

vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo “Shrek” e

“Alex” são funcionários públicos do Município de Niterói e lideram

a organização criminosa.

No IP 31/2010, fica demonstrado, já no ano de 2009, a

liderança de ambos, aliada a do denunciado Moacyr, na transferência

fraudulenta de autonomias de táxi. Ambos tiveram pleno domínio da

tentativa de transferir a autonomia 1647 do falecido Anielo Deli Santi, em

conluio com um suposto comprador, Marcos André Pinto Scorzelli,

inclusive com a falsificação da assinatura do falecido em um documento

de transferência de autonomia, acostado às fls. 10 do IP 31/2010.

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Ambos exercem suas funções na Subsecretaria de

Transportes de Niterói, mais especificamente no Setor que deveria

fiscalizar a regularidade do transporte individual feito por táxis, chefiado

pelo denunciado Roberto Carlos.

Com efeito, aproveitando-se da qualidade de servidores

públicos, os denunciados Roberto e Alexander, instalaram no seio da

Secretaria de Transportes a Organização Criminosa que lideram.

Apropriam-se de autonomias suspensas de permissionários, geralmente

por óbito, que seriam de direito de seus sucessores, além de promoverem

a multiplicação de veículos falsamente caracterizados como táxis,

utilizando, para tanto, os números de permissões regularmente

concedidas.

Todos os integrantes da organização criminosa a eles

se reportam, tendo ambos o domínio finalístico dos fatos relacionados às

infrações penais cometidas pela organização criminosa.

Controlam todo o esquema criminoso, desde a

identificação das permissões a serem utilizadas nos veículos falsamente

caracterizados como táxis; o ofício dirigido ao DETRAN para inclusão dos

carros na categoria aluguel, possibilitando, assim, a colocação de placas

vermelhas; os serviços de pintura do veículo na cor azul com a inclusão

das faixas brancas nas laterais e inscrição da falsa identificação

alfanumérica nas portas dianteiras; a colocação irregular do taxímetro; a

expedição irregular de cartões de identificação de taxista pela Secretaria

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de Transportes e a falsificação do Lacre de Taxímetro e do Selo de Vistoria

do IPEM.

Além de praticarem atos por ação, também os praticam

por omissão, eis que são responsáveis pela fiscalização da regularidade

dos táxis que circulam na Cidade de Niterói, cabendo a eles o poder-dever

de polícia de impedir a circulação de táxis irregulares na Cidade. No

entanto, promovem a arrecadação mensal de R$ 650,00 (seiscentos e

cinquenta reais) de cada táxi pirata para circularem livremente pela

cidade, a salvo de qualquer fiscalização, sendo os que não pagam são

abordados ou diretamente por eles ou por subordinados seus na

organização e são ameaçados de apreensão do veículo.

Exemplos inequívocos de que a omissão no dever de

fiscalização é dolosa e constitui modus operandi da organização criminosa,

é o fato de que a DRACO, em pouco tempo, somente em um ponto de táxi

na Rua Mangaratiba, Bairro Santa Rosa, ter flagrado 8 (oito) táxis piratas.

Igualmente a Delegacia Fazendária flagrou outros 7 (sete) no Centro de

Niterói. Eloquente também é presenciar, principalmente no final da tarde e

à noite, em frente à Estação de Catamarãs de Charitas, as filas dupla e

tripla de táxis piratas que se formam e ficam gritando em busca de

passageiros, oprimindo claramente os taxistas regulares da Cooperativa

que trabalha no local.

Todas as testemunhas são unânimes em apontar

Roberto, vulgo Betinho, como líder da organização criminosa. Sempre as

pessoas se referem a ele.

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Está há vários governos na Chefia do Serviço de Táxi

de Niterói. O IC 31 traz indícios que tem sustentação política do Vereador

Gallo em Niterói. Também está demonstrado que parte do dinheiro que

arrecada com a organização criminosa é destinada a campanhas políticas.

Assim, consegue manter-se no cargo, o que é essencial para que possa

liderar a organização criminosa.

Analisado o apenso 4 do IP 31/2010, onde estão as

degravações de conversações telefônicas interceptadas, vê-se claramente

a predominância também exercida por Alexandre Schroeder na

organização criminosa.

À fl. 190 do apenso, consta conversa de Alexander com

outro membro da organização ora denunciado, Diogo. Este liga para

Alexander em razão de uma discussão entre taxista regular e taxista

pirata, com ameaça de denunciar os carros piratas. Alex liga para o

taxista e resolve a situação. Na mesma folha, é interceptada uma

conversação sobre RPA de Bolsa Família, onde há indícios de um esquema

de sobras de pagamentos de RPA de bolsa família, muito provavelmente

relacionado à verba de gestão do Governo Federal. Os indícios são de

briga pela fraude, pois eles dizem se passarem para o PT, eles irão “pegar

o esquema e desenrolar, colocar quem eles quiserem”.

Outras conversações, às fl. 191/193, demonstram

como Alexander era informado de tudo que se passava com os táxis e

determinava as ordens. Revela também o constante receio dos

integrantes do esquema em serem presos. Em uma operação de

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cumprimento de mandados de busca e de prisão que temiam serem

referentes a táxis piratas, alvos das buscas realizadas pela polícia ligavam

para Alex a fim de passarem informações e receberem orientações.

Alexander sai de casa com medo de haver mandado de prisão contra si e

manda recolher todos os “burrinhos” (táxis piratas) da rua. Ao término,

falam que é operação da DRACO relacionada à morte da Juíza (Patrícia

Acioli) e Alexander orienta a descaracterizar os carros.

Alexander Schoreder, ao final, avisa que os carros

apreendidos serão liberados porque a perícia não acusou adulteração. Aí

reside um detalhe importante e explica porque os carros tinham que ser

devolvidos. No ICCE a perícia examinava o CRLV, a placa, Chassi e motor,

como de hábito, e não apontava nenhuma adulteração. Por isso, o

esquema se retroalimentava com a devolução dos carros. Ocorre que a

falsificação não se dava nesses elementos, mas sim no uso de autonomias

que não pertenciam a esses carros. Justamente aí, o inquérito 11/2015

teve êxito, ao perceber que a adulteração era no sinal identificador

anotado nas portas do veículo, no taxímetro e lacre irregular, no cartão de

identificação de motorista, selo de vistoria da prefeitura e selo de aferição

do IPEM. A listagem do IPEM, que tem banco de dados que relaciona o

número da autonomia ao número da placa, permite a identificação

imediata de táxis piratas.

Às fls. 195/196, Alexander dá orientações referente a

emplacamentos e conversa sobre os denunciados Diego e Samuel estarem

rodando com os carros.

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À fl. 334, Alex confirma a uma pessoa não identificada

que já avisou à “rapaziada” (taxistas piratas) sobre blitz de táxis que a

Prefeitura estava participando.

Às fls. 358, Alexander conversa com um taxista sobre

uma blitz que ocorria no Ingá (nos autos ficou evidenciado que se tratava

de fiscalização do IPEM), dizendo que já tinha avisado sobre a fiscalização.

Nesta mesma fl., alguém pergunta se ele está com outro telefone

(nextel) e Alex responde que pode falar neste mesmo, pois estaria

tudo no grampo. Tal fato explica em algumas conversações

Alexander fazer um discurso ético, em defesa de sua honra.

A seguir, à fl. 359, Alexander, que também ocupou

cargo em comissão de Assessor do então Prefeito Jorge Roberto, conversa

sobre uma operação ENRABA GNOMO, provavelmente se referindo a

tentar prejudicar a candidatura a prefeito de Sérgio Zveiter. Na mesma

conversa (desconfiando do grampo), ambos fazem acusações a Ademar

(provavelmente Adhemar Reis) e, no final, Alexander fala que os taxistas

que rodam nos piratas são pagos para isso.

Na mesma folha, Alexander fala com Pagodinho,

funcionário da Prefeitura, Setor de Táxi, que fala sobre tirar habilitação,

ao que responde Alexander que o esquema que ele tinha para isso furou

porque passou no Fantástico, mas promete entregar a habilitação de

Pagodinho. Nela, Alexander orienta a pessoa a procurar o Denunciado

Lourival, que ele sabe como tirar habilitação fraudulenta.

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Além de participar como principal liderança ao lado de

Betinho, Alexander, como em, v.g., fl. 360, participa de várias fraudes em

licitações na prefeitura.

À fl. 433 do apenso 4 da medida cautelar de

interceptação telefônica, é interceptada uma ligação onde fica

demonstrada a liderança de Alexander na organização criminosa. Um

taxista fala com ele que está rodando com o táxi irregular, tendo Alex

respondido que “quanto a PREFEITURA, pode ficar tranquilo, que está com

ele e ninguém vai parar”.

À fl. 434, a interceptação da conversação realizada em

29/06/2012, período de início de campanha das últimas eleições

municipais, demonstra de forma cabal que a organização criminosa busca

apoio político para se manter nos cargos chaves no controle do sistema

viário. Alexander Schroeder discute política com um interlocutor. Nela, ele

é taxativo que é RODRIGO, demonstrando que tinha acesso direto a

Rodrigo Neves e que se comunicavam por rádio. O interlocutor fala que irá

à ALERJ para ver se Rodrigo Neves estava de licença e que usaria o IP da

sala dele para jogar na INTERNET um vídeo desfavorável ao concorrente

Sérgio Zveiter, ao que em outra interceptação se referiram à “Operação

Enraba Gnomo”, provavelmente uma referência à baixa estatura do

candidato.

De fato, no ano de 2013, com a vitória do candidato a

prefeito apoiado por Alexander Schroeder, houve um acréscimo

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vertiginoso no esquema criminosa, explodindo o número de táxis piratas

na Cidade.

À fl. 435, Alexander fala com um interlocutor que fez

um acerto com o Tenente da PM responsável pela área do terminal das

barcas para que ele pare de “sufocar” o ponto e que passaria a ter que dar

um dinheiro para ele. Na mesma folha, outra conversa sobre pagamento

de propinas a policiais militares.

Os Denunciados Carlos Frederico Silveira Mattos,

vulgo “Carlão”; Moacyr Ribeiro de Oliveira; Lourival Rosa dos Reis,

Julio Cezar Passos da Silva, vulgo “Julinho” e Marcos André Pinto

Scorzelli, vulgo “Marcão”, sempre se reportando aos líderes

Roberto e Alexander e atuando em conjunto com os demais

denunciados, integram a organização criminosa exercendo a

função de “despachantes” e aliciadores.

A eles cabe cooptar indivíduos interessados em

entrarem no esquema dos táxis piratas, intermediando o contato entre

esses elementos e os líderes da organização, o recolhimento do valor

médio de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para obterem a autonomia

clonada, a entrega dos documentos emitidos pela organização para

possibilitar a colocação de placas vermelhas nos veículos a serem

utilizados pelo esquema realizadas nos postos do DETRAN, quase sempre

no Posto de Neves/São Gonçalo, bem como a entrega aos taxistas do falso

cartão de identificação de motorista de táxi, cobrando também para tanto

o valor de R$ 500,00 (quinhentos reais).

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Ainda, eles mesmos, como prêmio por integrarem a

organização, possuem táxis piratas com os quais auferem renda ilícita, eis

que alugam os veículos por cerca de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

a diária.

Carlos Frederico e Moacyr são citados em praticamente

todas as fraudes retratadas no IP 31/2010 e continuam sendo citadas nas

apuradas no 11/2015. No apenso 4 referente às escutas telefônicas,

demonstrado está, à fl. 198, que ambos eram procurados no comércio

irregular de autonomias de táxis.

Às fls. 207/208, Moacyr é avisado de operação policial

para cumprir mandados de prisão, bem como de apreensão de táxis

piratas e passa orientações. Também revela outro esquema na prefeitura

que permite a interessados a compra de carros com desconto de IPI para

táxi na Nissan e Renault, sem a necessidade de colocação de placas

vermelhas.

Às fls. 355/357, registram conversações de Moacyr

sobre irregularidades no cartão de identificação de um taxista na

prefeitura, bem como conversa de Moacyr com Alexander Schroeder.

O Denunciado Lourival, que controla a Cooperativa que

tem ponto em frente à estação das barcas no Centro de Niterói,

seguramente onde se tem mais táxis piratas na Cidade, demonstra a sua

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intensa participação na venda de autonomias e de táxis, inclusive a sua

influência dentro da Secretaria de transporte de Niterói, Setor de Táxi.

Às fls. 199/202 e fl. 204 há conversações sobre várias

transações com autonomias que são feitas por Lourival, bem como

Lourival passa orientações a taxista pirata para recolher o carro em razão

de operação policial.

Os Denunciados Júlio Cezar e Marcos André são

referidos várias vezes como responsáveis por serviços de despachantes da

organização criminosa, atuando junto ao DETRAN, além de aliciarem

novos integrantes para o esquema criminosa e fazer o recolhimento da

propina mensal que os taxistas piratas pagam à organização criminosa,

repassando aos líderes da organização.

O denunciado Marcos André Scorzelli é amigo dos

líderes da organização. Por meio de Alexandre Schroeder passou a

integrar a organização no ano de 2009, permanecendo nela até os dias

atuais. Participou, juntamente com o outro líder da Associação, de vulgo

Betinho, da fraude na transferência da autonomia do falecido taxista

Aniello Delli Santi.

Em seu próprio depoimento, Marcos André Scorzelli

relata a amizade que tem com Alexander Schroeder. Chama atenção que

ele trabalhava no projeto Bolsa Família do Governo Federal em Niterói,

onde na conversação interceptada de Alexander, acima referida,

evidenciou-se fraude consistente na apropriação de pagamentos por meio

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de RPA que deveriam ser destinados aos prestadores de serviço do

programa.

Os denunciados Leonardo da Cruz Arcanjo, vulgo

“Leo Arcanjo”; Diogo Chaves Cóquero Andrade; Diego Meireles

Passos, vulgo “Cigano”; Paulo Roberto Costa Terra, vulgo “Paulo

Corolla”; Israel Ferreira Pinel e Samuel Baiense Barbosa, sempre

se reportando aos líderes Roberto e Alexander e atuando em

conjunto com os demais denunciados, integram a organização

criminosa exercendo na divisão de tarefas característica, as

funções de arrecadadores da propina mensal paga pelos taxistas

piratas, cujo valor gira em torno de R$ 650,00 (seiscentos e

cinquenta reais), além de entregarem a propina paga pela

organização criminosa a agentes públicos para que não reprimam

as atividades da organização e praticarem ameaças contra os

taxistas regulares que se insurjam contra a organização criminosa

que, de certo, lhes causa enorme prejuízo.

Ainda, eles mesmos, como prêmio por integrarem a

organização, possuem táxis piratas com os quais auferem renda ilícita, eis

que alugam os veículos por cerca de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

a diária.

O denunciado Leonardo Arcanjo é servidor público,

ocupando o cargo de Guarda Municipal de Niterói e é assessor direto dos

líderes da organização. No dia em que a DRACO apreendeu diversos táxis

piratas em Santa Rosa, foi identificado ao rondar o Posto de Polícia

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Técnica de Niterói para onde foram levados inicialmente os veículos e os

detidos na operação, no afã de colher informações sobre a operação

policial em proveito da organização criminosa.

O denunciado Israel Pinel é um dos membros da

organização mais citados na atividade criminosa, exercendo com maior

intensidade a arrecadação mensal da taxa de R$ 650,00 dos táxis piratas,

bem como também atuando no processo de venda das autonomias

falsificadas.

Israel teve conversações telefônicas interceptadas à fl.

203/204, havendo conversa, inclusive, que sugere o pagamento de

propina ao Delegado da 76ª DP para liberação de carro apreendido e

propina no DETRAN de Neves para aprovar a vistoria de um carro que não

passaria na vistoria no Posto de Magé. Também, várias pessoas

interessadas em dirigir táxis piratas procuravam Israel para fecharem

negócio.

À fl. 361, apenso 4, um taxista reclama com Israel

sobre um cobrador de Alexander, dizendo que “o cara” (emissário de

Alexander), cobra o pagamento que nem venceu ainda. Israel diz que ele

paga direitinho ao Alex.

Conforme consta à fl. 255 do inquérito, o denunciado

Diogo Chaves Cóquero Andrade ameaçou veladamente o taxista

Wallace João Marins Espíndola por telefone, dizendo para deixar de

comentar no grupo do aplicativo Whatsapp a respeito dos táxis piratas,

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fazendo menção ao assassinato de Adhemar Reis, já que o esquema era

muito grande e poderia com ele acontecer a mesma coisa. Ainda, nas

conversações telefônicas interceptadas, em ligação ao líder Alexander, fica

claro que a ele se reporta para resolver o conflito entre taxistas que

possam ocasionar problemas para a organização.

Os denunciados Paulo Roberto Costa Terra, vulgo

Paulo Corola e Diego Meireles Passos, vulgo “Cigano”, conforme

depoimento de fl. 90, ameaçaram o taxista Eduardo de Mattos Gomes,

após este comentar que a rua estava tranquila, sem táxis piratas, em

decorrência de uma blitz policial na Cidade e que por isso deveriam ser

mais frequentes. Paulo Corolla passou a intimidá-lo postando na rede

Whatsapp que ele era X-9 (fl. 92) e Cigano, através de mensagem de

áudio, em tom ameaçador, disse que sabia de seus dados pessoais e que

ele tinha “falado merda”.

Os Denunciados Lúcio Correa de Araújo e Antônio

Nunes Moreira, vulgo Toninho, sempre se reportando aos líderes

Roberto e Alexander e atuando em conjunto com os demais denunciados,

integram a organização criminosa exercendo a função de relojoeiros, ou

seja, são responsáveis pela instalação dos taxímetros nos táxis piratas e

pela irregular inserção dos lacres nos respectivos taxímetros, sabedores

das irregularidades, tanto é que cobram R$ 600,00 (seiscentos reais) para

a instalação, valor bem superior praticado pelo serviço, quando regular.

O processo de caracterização do táxi regular

compreende a expedição de ofício ao IPEM comunicando que determinado

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veículo se refere à determinada permissão, ocasião em que o órgão

alimenta o seu banco de dados, autoriza a instalação de taxímetro nos

locais previamente cadastrados, faz a aferição do equipamento e o lacra,

emitindo, ao final, o selo de vistoria que deve ser afixado no para-brisa do

veículo.

Como esse ofício não era expedido ao IPEM nos casos

de táxis piratas, a participação dos denunciados na organização era

fundamental para o seu funcionamento.

II-2 – DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA REFERENTES AO

EMPREGO DE ARMAS DE FOGO E CONCURSO DE FUNCIONÁRIOS

PÚBLICOS NA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA.

A organização criminosa, como forma de

intimidação contra todos que sejam considerados ameaças à sua

existência, utiliza arma de fogo, cometendo, inclusive, crimes

contra a vida.

Conforme documentação anexa a presente Denúncia,

extraída dos autos do processo penal nº 00004465-95.2010.8.19.0002,

que tramitou no Juízo de Direito da 3ª Vara Criminal de Niterói – Tribunal

do Júri -, em que o Ex Policial Militar Adair Correia da Silva Filho,

conhecido homicida de aluguel, foi condenado pelo assassinato mediante

disparos de arma de fogo do então Subsecretário de Transportes de

Niterói, foi reconhecida pelo conselho de sentença a qualificadora

referente à motivação delituosa para “assegurar a impunidade dos

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crimes de falsidade de documento público, estelionato, concussão

e corrupção ativa e passiva praticados pela chamada “máfia dos

táxis”, no âmbito da Secretaria Municipal de Transportes e que

eram apurados pela vítima”.

Também, no dia 02 de junho deste ano, um taxista

regular que, inconformado com a organização criminosa que tanto

prejuízo traz à população e aos taxistas regulares, sofreu séria ameaça da

organização criminosa, conforme se extrai do depoimento de fls. 156/157.

Relatou que estava parado no ponto de táxi no Centro

de Niterói quando uma Meriva Preta emparelhou com seu veículo, ao

mesmo tempo em que um outro ocupante saltou do referido carro e

entrou em seu táxi, pedindo para que fosse levado até Icaraí,

permanecendo a Meriva Preta com outro(s) ocupantes seguindo o táxi. O

homem, após dizer que sabia que o taxista estava “batendo de frente”

com o esquema, sacou uma pistola da cintura, e passou a proferir-lhe

as seguintes palavras: “Vou te dar um papo, se fez alguma denúncia,

retire. Você não tem ideia de quanto dinheiro tem envolvido nesse

esquema, porque se estourar alguma coisa, nós saberemos de onde partiu

– Nós não estamos de bobeira – Vou te dar uma prova, lembra ontem

quando você chegou em casa, você estava ouvindo rock alto, você

lembra? – Lembra de um Honda Civic parado na sua esquina? Pois é,

inclusive você cumprimentou os ocupantes – Vou te falar outra coisa,

ontem seu filho saiu de casa com uma senhora, quem é, sua mãe?

Só para você saber que sabemos onde você mora e conhecemos

sua rotina e de sua família, não esquece do que eu te falei”.

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Tal depoimento demonstra, de forma cabal, como a

organização criminosa, empregando arma de fogo, utiliza-se de severos

meios de intimidação, inclusive contra testemunhas.

A organização criminosa conta com a liderança de

funcionários públicos, valendo-se dessa condição para a prática de

infrações penais.

Com efeito, o Denunciado Roberto Carlos, de vulgo

“Betinho”, é chefe da fiscalização da Subsecretaria de Transportes de

Niterói, responsável justamente por fiscalizar a regularidade do serviço de

táxi no município, sendo detentor da matrícula nº 223434-2.

O Denunciado Alexander Soares Schroeder é detentor

da matrícula nº 235298-7 no município. Exerce suas atribuições ao lado

de Betinho na fiscalização dos táxis e com ele lidera a malta.

O denunciado Leonardo da Cruz Arcanjo é Guarda

Municipal de Niterói. Utiliza tal condição para ser um dos principais braços

operacionais da organização, arrecadando a propina mensal paga pelos

taxistas piratas para continuarem circulando sem serem importunados

pela fiscalização. Também, dada a sua condição funcional, é apontado

como responsável pelo pagamento de propina a policiais e a outros

servidores para que não seja reprimida a atuação da organização

criminosa. Por ser guarda municipal, assessora diretamente os líderes da

organização criminosa. No dia em que a DRACO fez a operação que

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resultou na apreensão de táxis piratas, rondava insistentemente o PRPTC-

NIT para onde foram levados os presos, procurando obter dos vigilantes

terceirizados do posto qual a Delegacia de Polícia responsável pela

operação e quem estava comandando os trabalhos, o que é um indício

veemente de que a organização corrompe autoridades com atuação no

município.

III- DA IMPUTAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS DOS

DENUNCIADOS PELA PRÁTICA DO CRIME DO ART. 317 § 1º C/C

ART. 327 §§ 1º e 2º E ART. 29 DO CÓDIGO PENAL.

Em data que não se pode precisar, mas certo que

a partir do ano de 2008 até os dias atuais, em inequívoca

continuidade delitiva, nas dependências da Subsecretaria de

Trânsito da Cidade de Niterói, localizadas na Praça Fonseca Ramos

- Centro - 6º /7º Andar, Niterói – RJ e na Rua Silva Jardim, Ponta

da Areia, Niterói – RJ, sem prejuízo de outros pontos de

arrecadação espalhados na Cidade de Niterói, os Denunciados

Roberto Carlos Brito da Costa, vulgo “Betinho”; Alexander Soares

Schroeder, vulgo “Shrek”; Carlos Frederico Silveira Mattos, vulgo

“Carlão”; Moacyr Ribeiro de Oliveira; Lourival Rosa dos Reis; Julio

Cezar Passos da Silva, vulgo “Julinho”; Marcos André Pinto

Scorzelli, vulgo “Marcão”; Diogo Chaves Coquero Andrade;

Leonardo da Cruz Arcanjo, “Leo Arcanjo”; Diego Meireles Passos,

vulgo “Cigano”; Paulo Roberto Costa Terra, vulgo “Paulo Corolla”;

Israel Ferreira Pinel e Samuel Baiense Barbosa, agindo de forma

livre e consciente, em perfeita comunhão de ações e desígnios,

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solicitaram e receberam para si e para outrem, de forma

continuada, por incontáveis ocasiões, direta ou indiretamente, em

razão da função pública que exercem os dois primeiros

denunciados na Subsecretaria de Transportes de Niterói,

relacionadas à fiscalização dos serviços de transporte individual

prestados por táxis, vantagem indevida consistente em pagamento

em dinheiro para permitir a caracterização de falsos táxis na

Cidade, bem como a livre circulação dos mesmos no município.

Em consequência do recebimento da vantagem

indevida ora imputada, os funcionários públicos municipais, ora

denunciados, Roberto Carlos Brito da Costa, vulgo “Betinho” e

Alexander Soares Schroeder, vulgo “Shrek”, deixaram de praticar

atos de ofício consistentes no dever de fiscalizar a regularidade

dos táxis que prestam serviço em Niterói, eis que a eles cabiam

autuar e apreender veículos que exploravam o serviço de forma

fraudulenta.

Os Denunciados Roberto Carlos Brito da Costa,

vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo “Alex”

ou“Shrek”, são ocupantes de cargos em comissão ou de função de

direção ou assessoramento na Administração Pública Direta do

Município de Niterói (art. 327 § 2º do CP).

Inicialmente, até o ano de 2013, os denunciados

recebiam vantagem indevida para que permitissem que particulares

utilizassem autonomias de táxis suspensas, geralmente em processo de

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inventário, para a caracterização de táxis piratas, mediante o pagamento

de quantias que variavam de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais) a R$

70.000,00 (setenta mil reais), garantindo ao corruptor também que

circulasse com o veículo irregular sem que fosse molestado pela

fiscalização, que a eles mesmos cabia.

A partir do ano de 2013, considerando a limitação de

atuação da organização criminosa que ficaria dependente de autonomias

que não estavam sendo utilizadas, o que não se dava em números

expressivos, passaram a simplesmente multiplicar veículos caracterizados

como táxis utilizando o número de autonomias já existentes,

independentemente de estarem suspensas ou em uso.

A partir de então, recebiam de pessoas interessadas em

obterem os conhecidos “táxis piratas”, o valor médio de R$ 5.000,00

(cinco mil reais) para ingresso no esquema criminoso, o que se estima ter

ocorrido em cerca de 600 (seiscentas) vezes, além do recebimento de, na

média, R$ 500,00 (quinhentos) reais pelo fornecimento do “kit pirata”,

consistente no cartão de identificação de motorista de táxi e selo de

vistoria, ambos expedidos pela prefeitura de Niterói e ideologicamente

falsos, além do selo de aferição do IPEM falsificado (geralmente, cópia

colorida).

Além do recebimento das vantagens detalhadas no

parágrafo anterior, os denunciados recebiam mensalmente dos taxistas

piratas, o valor em espécie em torno de R$ 650,00 (seiscentos e

cinquenta reais), arrecadado em duas parcelas quinzenais, sendo uma de

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R$ 500,00 (quinhentos reais) e outra de R$ 150,00 (cento e cinquenta

reais).

Como líderes do esquema criminoso, aos denunciados

Roberto Carlos Brito da Costa, vulgo “Betinho” e Alexander Soares

Schroeder, vulgo “Shrek”, eram entregues os valores indevidamente

recebidos, por meio de outros integrantes da organização criminosa, que

posteriormente faziam a divisão dos lucros.

Os Denunciados Carlos Frederico Silveira Mattos,

Moacyr Ribeiro de Oliveira, Lourival Rosa dos Reis; Marcos André

Pinto Scorzelli, vulgo “Marcão” e Júlio Cezar Passo da Silva,

concorreram, livre e conscientemente, em perfeita comunhão de

desígnios, concorreram de forma eficaz para a prática do crime de

corrupção passiva pelos denunciados e funcionários públicos

municipais Roberto Carlos e Alexander Schroeder, eis que,

sabedores da condição de funcionários públicos destes,

intermediavam os contatos entre os interessados em participarem

do esquema criminoso conhecido como máfia dos táxis e os

mencionados líderes da organização, recolhendo os R$ 5.000,00

(cinco mil reais) de cada autonomia clonada, bem como o valor de

R$ 500,00 (quinhentos reais) para a obtenção do mencionado “kit

pirata” de documentos (cartão de motorista, selo de vistoria da

Prefeitura e selo do IPEM) e lhes entregando o valor arrecadado,

sem prejuízo de eventualmente também fazerem o recolhimento

da propina paga mensalmente pelos taxistas piratas à organização

criminosa e o posterior repasse aos líderes.

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Os Denunciados Israel Pinel, Leonardo da Cruz

Arcanjo, Samuel Baiense, Diogo Chaves Coquero Andrade, Diego

Meireles Passos, vulgo “Cigano” e Paulo Roberto Costa Terra,

vulgo “Paulo Corolla”, concorreram, livre e conscientemente, em

perfeita comunhão de desígnios, de forma eficaz para a prática do

crime de corrupção passiva pelos denunciados e funcionários

públicos municipais Roberto Carlos e Alexander Schroeder, eis

que, sabedores da condição de funcionários públicos destes,

faziam a cobrança da mensalidade de R$ 650,00 (seiscentos e

cinquenta reais) recolhidas por eles dos taxistas piratas, fazendo a

entrega aos líderes da organização.

IV- DA IMPUTAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS DOS

DENUNCIADOS PELA PRÁTICA DO CRIME DO ART. 333,

PARÁGRAFO ÚNICO DO CÓDIGO PENAL.

Em dias que não se pode precisar, mas entre os

meses de maio e julho de 2015, em pontos variados na Cidade de

Niterói, o denunciado HÉLIO DIRCEU BITTENCOURT FIALHO,

agindo de forma livre e consciente, ofereceu, por duas vezes,

vantagem indevida consistente na entrega de R$ 650,00

(seiscentos e cinquenta reais) em espécie, por dois meses

consecutivos, ao funcionário público Alexander Schroeder, ora

denunciado, por pessoa interposta, o também denunciado Carlos

Frederico Silveira Mattos, vulgo “Carlão”, com o propósito de

determiná-lo a omitir-se na prática de ato de ofício, qual seja, o

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dever de impedir a circulação do veículo falsamente identificado

como táxi detentor da autonomia nº 1.738.

Em razão da aceitação da oferta da vantagem

indevida, o funcionário público omitiu-se na prática do ato de

ofício que lhe cabia, qual seja, o dever de impedir a circulação do

veículo falsamente identificado como táxi detentor da autonomia

nº 1.738.

Em dias que não se pode precisar, mas por

diversas vezes, em parcelas semanais, entre os meses de maio e

julho de 2015, em pontos variados na Cidade de Niterói, o

denunciado ROBERTO DE OLIVEIRA JÚNIOR, agindo de forma livre

e consciente, ofereceu, pelo menos por 08 (oito) vezes, vantagem

indevida consistente na entrega de R$ 840,00 (oitocentos e

quarenta reais) em espécie, semanalmente, pelos menos por dois

meses consecutivos, ao funcionário público LEONARDO DA CRUZ

ARCANJO, vulgo Léo Arcanjo, que por sua vez repassava parte da

vantagem indevida a ROBERTO CARLOS BRITTO DA COSTA, Chefe

de fiscalização do Serviço de Táxi no Município de Niterói, com o

propósito de determiná-lo a omitir-se na prática de ato de ofício,

qual seja, o dever de impedir a circulação do veículo falsamente

identificado como táxi detentor da autonomia nº 1.717.

Em razão da aceitação da oferta da vantagem

indevida, o funcionário público omitiu-se na prática do ato de

ofício que lhe cabia, qual seja, o dever de impedir a circulação do

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veículo falsamente identificado como táxi detentor da autonomia

nº 1.717.

Em dias que não se pode precisar, mas

certamente no ano de 2015, por volta do mês de abril, na Cidade

de Niterói, o denunciado MARCOS MARIANO DAS NEVES, agindo de

forma livre e consciente, ofereceu vantagem indevida consistente

na entrega de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em espécie, aos

funcionários públicos líderes da organização criminosa, Alexander

Soares Schroeder e Roberto Carlos Brito da Costa, ora

denunciados, por pessoa interposta, de qualificação ainda não

suficientemente individualizada, com o propósito de ser autorizado

a caracterizar o veículo Renault Logan, placa LPC-3150, como táxi

pirata, utilizando falsamente a autonomia de número 1193,

pertencente a Antônio Carlos Nascimento Ribeiro, fornecendo-lhe

taxímetro com selo de aferição e lacre falsificados.

Ainda, em dias que não se pode precisar, mas ao

menos durante os meses de abril de a julho de 2015, em pontos

variados na Cidade de Niterói, o denunciado MARCOS MARIANO

DAS NEVES, agindo de forma livre e consciente, ofereceu

vantagem indevida consistente na entrega de R$ 650,00

(seiscentos e cinquenta reais) em espécie, por pelos menos quatro

meses consecutivos, aos funcionários público Roberto Carlos Brito

da Costa e Alexander Soares Schroeder, líderes da organização

criminosa e ora denunciados, por pessoa interposta, ainda não

suficientemente qualificada, com o propósito de determiná-lo a

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omitir-se na prática de ato de ofício, qual seja, o dever de impedir

a circulação do veículo placa LPC-3150, falsamente identificado

como o táxi detentor da autonomia nº 1.193.

Em razão da aceitação da oferta da vantagem

indevida, o funcionário público omitiu-se na prática do ato de

ofício que lhe cabia, qual seja, o dever de impedir a circulação do

veículo falsamente identificado como o táxi detentor da autonomia

nº 1.193.

Em dias que não se pode precisar, mas

certamente no ano de 2015, por volta do mês de abril, em pontos

variados na Cidade de Niterói, o denunciado VICTOR DA SILVA

RIBEIRO, agindo de forma livre e consciente, ofereceu vantagem

indevida consistente na entrega de R$ 3.000,00 (três mil reais) em

espécie, ao funcionário público, líder da organização criminosa,

ROBERTO CARLOS BRITO DA COSTA, ora denunciado, com o

propósito de ser autorizado a caracterizar o veículo Fiat Siena,

placa LPG-6960, como táxi pirata, utilizando falsamente a

autonomia de número 1846, pertencente a Dalca da Fonseca

Gonçalves, fornecendo-lhe o ofício da NITTRANS dirigido ao

DETRAN para a substituição das placas cinzas para placas

vermelhas.

O Denunciado SAMUEL BAIENSE BARBOSA, integrante

da organização criminosa, foi quem fez a intermediação entre corruptor e

corrupto.

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Ainda, em dias que não se pode precisar, mas ao

menos durante os meses de abril de a julho de 2015, em pontos

variados na Cidade de Niterói, o denunciado VICTOR DA SILVA

RIBEIRO, agindo de forma livre e consciente, ofereceu vantagem

indevida consistente na entrega de R$ 750,00 (setecentos e

cinquenta reais) em espécie, por pelos menos quatro meses

consecutivos, ao funcionário público ROBERTO CARLOS BRITO DA

COSTA, líder da organização criminosa e ora denunciado, com o

propósito de determiná-lo a omitir-se na prática de ato de ofício,

qual seja, o dever de impedir a circulação do veículo placa LPG-

6960, falsamente identificado como o táxi detentor da autonomia

nº 1.846.

Em razão da aceitação da oferta da vantagem

indevida, o funcionário público omitiu-se na prática do ato de

ofício que lhe cabia, qual seja, o dever de impedir a circulação do

veículo falsamente identificado como o táxi detentor da autonomia

nº 1.846.

Em dias que não se pode precisar, em parcelas

semanais, ao menos entre os meses de julho de 2014 a julho de

2015, em pontos variados na Cidade de Niterói, o denunciado

ANTÔNIO CLEMENTE, agindo de forma livre e consciente, ofereceu,

por pelo menos 52 (cinqüenta e duas) vezes, semanalmente,

vantagem indevida consistente na entrega de R$ 700,00

(setecentos reais) em espécie, aos funcionários públicos ROBERTO

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CARLOS BRITTO DA COSTA e ALEXANDER SOARES SCHROEDER,

líderes da organização criminosa, pelo seu agente interposto e

também membro da organização criminosa, SAMUEL BAIENSE

BARBOSA, com o propósito de determiná-los a omitirem-se na

prática de ato de ofício, qual seja, o dever de impedir a circulação

do veículo falsamente identificado como táxi detentor da

autonomia nº 1.864.

Em razão da aceitação da oferta da vantagem

indevida, o funcionário público omitiu-se na prática do ato de

ofício que lhe cabia, qual seja, o dever de impedir a circulação do

veículo falsamente identificado como táxi detentor da autonomia

nº 1.864.

Em dias que não se pode precisar, mas

certamente no ano de 2015, por volta do mês de abril, na Cidade

de Niterói, o denunciado FERNANDO JOSÉ DA CRUZ, agindo de

forma livre e consciente, ofereceu vantagem indevida consistente

na entrega de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) em espécie,

aos funcionários públicos líderes da organização criminosa,

Alexander Soares Schroeder e Roberto Carlos Brito da Costa, ora

denunciados, através de pessoas interpostas, os Denunciados

Israel Ferreira Pinel e Júlio Cézar passos da Silva, com o propósito

de ser autorizado a caracterizar o veículo Renault Logan, placa

LQZ-9432, como táxi pirata, utilizando falsamente a autonomia de

número 0756, pertencente a ALEX SANDRO Gonçalves Aguiar,

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fornecendo-lhe o ofício da NITTRANS dirigido ao DETRAN para a

substituição das placas cinzas por placas vermelhas.

Ainda, Em dias que não se pode precisar, mas ao

menos durante os meses de abril a julho de 2015, em pontos

variados na Cidade de Niterói, o denunciado FERNANDO JOSÉ DA

CRUZ, agindo de forma livre e consciente, ofereceu vantagem

indevida consistente na entrega de R$ 650,00 (seiscentos e

cinquenta reais) em espécie, por pelos menos quatro meses

consecutivos, aos funcionários público Roberto Carlos Brito da

Costa e Alexander Soares Schroeder, líderes da organização

criminosa e ora denunciados, por pessoa interposta, o membro da

organização criminosa Israel Ferreira Pinel, com o propósito de

determiná-los a omitirem-se na prática de ato de ofício, qual seja,

o dever de impedir a circulação do veículo placa LQZ-9432,

falsamente identificado como o táxi detentor da autonomia nº

0756.

Em razão da aceitação da oferta da vantagem

indevida, o funcionário público omitiu-se na prática do ato de

ofício que lhe cabia, qual seja, o dever de impedir a circulação do

veículo falsamente identificado como o táxi detentor da autonomia

nº 0756.

Em dias que não se pode precisar, em parcelas

semanais, ao menos entre os meses de março a julho de 2015, em

pontos variados na Cidade de Niterói, o denunciado ANDERSON

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LUIZ MENEZES DOS SANTOS, agindo de forma livre e consciente,

ofereceu, por pelo menos 22 (vinte e duas) vezes, semanalmente,

vantagem indevida consistente na entrega de R$ 1.050,00 (mil e

cinqüenta reais) em espécie, aos funcionários públicos ROBERTO

CARLOS BRITTO DA COSTA e ALEXANDER SOARES SCHROEDER,

líderes da organização criminosa, pelo seu agente interposto e

também membro da organização criminosa, Carlos Frederico

Silveira Mattos, com o propósito de determiná-los a omitirem-se

na prática de ato de ofício, qual seja, o dever de impedir a

circulação do veículo falsamente identificado como táxi detentor

da autonomia nº 0199.

Em razão da aceitação da oferta da vantagem

indevida, o funcionário público omitiu-se na prática do ato de

ofício que lhe cabia, qual seja, o dever de impedir a circulação do

veículo falsamente identificado como táxi detentor da autonomia

nº 0199.

Ressalta-se que o denunciado Anderson Luiz Menezes

dos Santos já explorava ilegalmente o serviço de táxi utilizando outro

veículo, GM Corsa Classic, placa KTZ-6025, utilizando fraudulentamente a

autonomia número 1738, vendida ao também denunciado Hélio Dirceu

Bittencourt Fialho, que passou a explorar economicamente o mesmo táxi

pirata, como se observa à fl. 306.

Em dias que não se pode precisar, ao menos entre

os meses de janeiro a julho de 2015, em pontos variados na

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Cidade de Niterói, o denunciado ANDERSON SILVA PINHEIRO,

agindo de forma livre e consciente, ofereceu, por pelo menos 30

(trinta) vezes, semanalmente, vantagem indevida consistente na

entrega de R$ 840,00 (oitocentos e quarenta reais) em espécie,

aos funcionários públicos ROBERTO CARLOS BRITTO DA COSTA e

ALEXANDER SOARES SCHROEDER, líderes da organização

criminosa, por meio de pessoa interposta, Hélio Dirceu Bittencourt

Fialho, com o propósito de determiná-los a omitirem-se na prática

de ato de ofício, qual seja, o dever de impedir a circulação do

veículo falsamente identificado como táxi detentor da autonomia

nº 1.738.

Em razão da aceitação da oferta da vantagem

indevida, o funcionário público omitiu-se na prática do ato de

ofício que lhe cabia, qual seja, o dever de impedir a circulação do

veículo falsamente identificado como táxi detentor da autonomia

nº 1.738.

Em dia que não se pode precisar, mas certamente

no ano de 2013, por volta do mês de julho, na Cidade de Niterói, o

denunciado DEIVISON DA SILVA BARBOSA, agindo de forma livre

e consciente, ofereceu vantagem indevida consistente na entrega

de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) em espécie, ao

funcionário público, líder da organização criminosa, Alexander

Soares Schoereder, ora denunciado, com o propósito de ser

autorizado a caracterizar o veículo GM Vectra, placa LOZ-6640,

como táxi pirata, utilizando falsamente a autonomia de número

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0047, pertencente a pessoa diversa, fornecendo-lhe o ofício da

NITTRANS dirigido ao DETRAN para a substituição das placas

cinzas para placas vermelhas.

Ainda, em dias que não se pode precisar, mas ao

menos durante dois anos, entre julho de 2013 a julho de 2015, em

pontos variados na Cidade de Niterói, o denunciado DEIVISON DA

SILVA BARBOSA, agindo de forma livre e consciente, ofereceu

vantagem indevida consistente na entrega de R$ 550,00

(quinhentos e cinquenta reais) em espécie, por pelos 24 (vinte e

quatro) vezes, aos funcionários públicos Roberto Carlos Brito da

Costa e Alexander Soares Schoereder, líderes da organização

criminosa, com o propósito de determiná-los a omitirem-se na

prática de ato de ofício, qual seja, o dever de impedir a circulação

do veículo placa LOZ-6640, falsamente identificado como o táxi

detentor da autonomia nº 0047.

Em razão da aceitação da oferta da vantagem

indevida, os funcionários públicos omitiram-se na prática do ato

de ofício que lhe cabia, qual seja, o dever de impedir a circulação

do veículo falsamente identificado como o táxi detentor da

autonomia nº 0047.

V- DA IMPUTAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS DOS

DENUNCIADOS PELA PRÁTICA DO CRIME DO ART. 311 DO CÓDIGO

PENAL.

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Na Cidade de Niterói, a inscrição nas portas dianteiras

do número da placa, seguida de barra e número da autonomia, dentro das

faixas brancas laterais, constituem sinais identificadores específicos do

veículo caracterizado como táxi.

Como já mencionado, via de regra, os táxis piratas de

Niterói ostentam placas regulares, eis que a organização criminosa

fornece o ofício expedido pela Secretaria de Transportes autorizando a

troca da categoria do carro no DETRAN, o que permite a substituição das

placas cinza por placas vermelhas. Assim, por si só a análise da placa do

veículo não permite a diferenciação do táxi regular para o táxi pirata.

No entanto, a numeração ostentada nas portas dos

veículos também inclui o número da autonomia, que vai de 0001 a 1905.

Como todos os veículos são sujeitos à aferição anual dos taxímetros pelo

IPEM, a Secretaria de Transportes tem a obrigação de, além de expedir o

ofício para troca de placas no DETRAN, oficiar ao IPEM comunicando que

determinada autonomia se refere à determinada placa, sendo lógico que

cada número de autonomia só pode corresponder a um número de placa

em utilização como táxi.

Aparentemente, de forma dolosa ou culposa a ser

melhor analisada no desdobramento das investigações, o DETRAN não

tem qualquer controle efetivo dos emplacamentos e admite um membro

da quadrilha (O Denunciado Júlio Cezar) dentro de suas instalações.

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O IPEM, por sua vez, mantém controle das autonomias.

Assim, nos casos de táxis piratas, a organização, como utilizava números

de autonomias em desuso (várias com o mesmo número) ou,

simplesmente, multiplicavam fraudulentamente o número de placas

referentes às autonomias regulares, simplesmente deixavam de expedir o

ofício ao IPEM.

Desta forma, o banco de dados do IPEM contém o

número da autonomia (o órgão usa o termo “prefixo alvará” v. fl. 130) e a

placa a ele correspondente. Assim, v.g., como se vê à fl. 150, a

autonomia 001609 se refere ao táxi placa LLJ9838, que ostenta na porta

a numeração LLJ-9838/1609 (táxi legal, fotografado à fl. 35). No entanto,

o carro fotografado à fl. 36, ostenta o sinal identificador adulterado, eis

que exibe a numeração de porta KRS-1609, o que permite constatar

tratar-se de táxi pirata. À fl. 34, um segundo táxi pirata usa a mesma

autonomia 1609, eis que ostenta a numeração de porta KRD-5893/1609.

Assim, a adulteração do sinal identificador da

numeração inscrita nas duas portas dianteiras dos veículos é hábil a

garantir os propósitos da organização criminosa, que seria garantir que os

táxis piratas não fossem facilmente identificados nas ruas. Somente com a

listagem do IPEM é que se pode constatar a fraude. Além disso, os

veículos irregulares ostentam selos e cartão de motorista falsificados.

Desta forma, os Denunciados Roberto Carlos Brito

da Costa, vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo

“Alex” ou “Shrek”, agindo de forma livre e consciente, em perfeita

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comunhão de ações e desígnios entre si e com os demais

integrantes da organização criminosa, exercendo o controle

subjetivo e finalístico da organização criminosa e atuando no

exercício desse controle, na Cidade de Niterói, entre os anos de

2013 e 2015, fizeram adulterar sinal identificador de veículos

automotores, consistente na numeração de portas dianteiras para

caracterizá-los falsamente como táxis na Cidade de Niterói,

fazendo inserir numeração adulterada referente aos veículos Fiat

Palio Adventure, placa LPC-4405, que ostentava a identificação

adulterada na porta como se fosse o táxi de autonomia nº 1717,

quando na verdade esta se refere ao veículo placa KNX 7534;

Corsa Classic, placa KTZ-6025, com numeração de porta referente

à autonomia 1738, que se encontrava em situação de desuso;

veículo Vectra, placa LOZ-6640, com numeração de porta referente

à autonomia 0047, quando na verdade esta se refere ao veículo

placa LPF-6739; veículo Santana, placa LOO-5676, com numeração

de porta referente a autonomia 1864, quando na verdade esta se

refere ao veículo placa LQU-5660; veículo Fiat Siena, placa LPG-

6960, com numeração de porta referente a autonomia nº 1864,

quando na verdade esta se refere ao veículo placa KOX-6201;

veículo Renault Logan, placa LPC 3150, com numeração de porta

referente a autonomia nº 1193, quando na verdade esta se refere

ao veículo placa LMM-9201; veículo Renault Logan, placa LKZ

9432, com numeração de porta referente a autonomia nº 0756,

quando na verdade esta se refere ao veículo placa KOS-8077 e

veículo Fiat Siena, placa KNS 9220, com numeração de porta

referente a autonomia nº 0756, quando na verdade esta se refere

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ao veículo placa KOS 8077, conforme atesta o laudo pericial de

exame de veículos às fls. 262/270.

Os Denunciados Carlos Frederico Silveira Mattos,

vulgo “Carlão”; Moacyr Ribeiro de Oliveira; Lourival Rosa dos Reis;

Julio Cezar Passos da Silva, vulgo “Julinho”; Marcos André Pinto

Scorzelli, vulgo “Marcão”; Diogo Chaves Coquero Andrade;

Leonardo da Cruz Arcanjo, “Leo Arcanjo”; Diego Meireles Passos,

vulgo “Cigano”; Paulo Roberto Costa Terra, vulgo “Paulo Corolla”;

Israel Ferreira Pinel e Samuel Baiense Barbosa, em perfeita

comunhão de ações e adesão de desígnios entre si e com os

líderes da organização criminosa, concorreram de forma eficaz

para a prática do crime de adulteração de sinal identificador dos

veículos acima descritos para caracterizá-los falsamente como

táxis de Niterói, eis que funcionavam como agentes dos líderes da

organização criminosa, os Denunciados Roberto Carlos Brito da

Costa, vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo

“Shrek”, de quem recebiam os falsos números identificadores de

táxis a serem pintados nas portas dianteiras dos veículos,

providenciando, por vezes, eles mesmos tal pintura em oficina

determinada ou, por outras vezes, incumbindo aos interessados

em aderir ao esquema deles mesmos providenciá-la.

Os Denunciados Roberto Carlos Brito da Costa, vulgo

“Betinho”; Alexander Soares Schroeder, vulgo “Shrek”, líderes da

organização criminosa, valeram-se da condição de funcionários públicos

com funções de fiscalização da prestação de serviço de táxi na Cidade, o

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que lhes permitiam pleno acesso aos sistemas de controle da frota

circulante, para a prática das adulterações. Como eram eles que

determinavam diretamente ou por meio dos demais denunciados, que

funcionavam como aliciadores ou despachantes da organização, todos

sabedores da condição de funcionários públicos dos líderes, a numeração

da autonomia a ser adulterada e inscrita nas portas dos veículos utilizados

com táxis piratas.

VI- DA IMPUTAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS DOS

DENUNCIADOS PELA PRÁTICA DO CRIME DO ART. 296, INCISOS I

E II E ART. 297 DO CÓDIGO PENAL.

Para dar maior aparência de táxis regulares aos táxis

piratas, além da adulteração do número de porta e da colocação de placas

vermelhas, a organização criminosa providenciava a colocação de selos de

vistoria tanto do Instituto de Pesos e medidas – IPEM – e da Prefeitura de

Niterói, além, eventualmente, de cartão de identificação de motorista de

táxi expedido pela prefeitura. O falso lacre no taxímetro era inserido pelos

relojoeiros Antônio Nunes Moreira e Lúcio Correa de Araújo, completando,

assim, o chamado “kit pirata” para os táxis.

Embora não se possa atribuir o trabalho de falsificação

à pessoa determinada, com exceção da colocação do lacre aos citados

relojoeiros, não resta a menor dúvida que os líderes da organização

criminosa detinham o controle subjetivo do fato e atuavam no exercício

desse controle, a fim de fazer com que os táxis piratas que exploravam

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direta ou indiretamente, não fossem assim percebidos pelos usuários do

serviço.

VI-1 – DA FALSIFICAÇÃO DE SELOS DE VISTORIA EMITIDOS PELO

MUNICÍPIO DE NITERÓI

Assim sendo, os Denunciados Roberto Carlos Brito

da Costa, vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo

“Shrek”, agindo de forma livre e consciente, em perfeita comunhão

de ações e desígnios entre si e com os demais integrantes da

organização criminosa, com pleno domínio finalístico do fato, na

Cidade de Niterói, entre os anos de 2013 e 2015, fizeram falsificar

selos públicos de vistoria que objetivam certificar que o veículo foi

vistoriado, emitidos pelo Município de Niterói, como atesta o laudo

pericial de exame de veículos de fls. 262/270, consistentes nos

seguintes selos:

1- Selo de vistoria de veículo táxi, na cor amarela, com o número 1968 de

vistoria de 2014, afixado no parabrisa do táxi pirata LPC 4405/1717;

2- Selo de vistoria de veículo táxi, na cor amarela, com o número 1968 de

vistoria de 2014, afixado no parabrisa do táxi pirata KZT 6025/1738;

3- Selo de vistoria de veículo táxi, na cor amarela, com o número 1968 de

vistoria de 2014, afixado no parabrisa do táxi pirata LOZ 6640/0047;

4- Selo de vistoria de veículo táxi, na cor amarela, com o número 1968 de

vistoria de 2013, afixado no parabrisa do táxi pirata LOO 5676/1864;

5- Selo de vistoria de veículo táxi, na cor amarela, com o número 1968 de

vistoria de 2014, afixado no parabrisa do táxi pirata LPG-6960/1846;

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6- Selo de vistoria de veículo táxi, na cor amarela, com o número 1968 de

vistoria de 2014, afixado no parabrisa do táxi pirata LPC 3150/1193;

7- Selo de vistoria de veículo táxi, na cor amarela, com o número 1968 de

vistoria de 2014, afixado no parabrisa do táxi pirata LKZ 9432/0576;

8- Selo de vistoria de veículo táxi, na cor amarela, com o número 1968 de

vistoria de 2014, afixado no parabrisa do táxi pirata KNS 9220/0199.

Os Denunciados Roberto Carlos Brito da Costa,

vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo “Shrek”

prevaleceram-se dos cargos públicos que ocupam no Município de

Niterói para a prática dos crimes, condição da qual os partícipes

ora denunciados era sabedores.

Por sua vez, os Denunciados Carlos Frederico

Silveira Mattos, vulgo “Carlão”; Moacyr Ribeiro de Oliveira; Lourival

Rosa dos Reis; Júlio Cezar Passos da Silva, vulgo “Julinho”; Marcos

André Pinto Scorzelli, vulgo “Marcão”; Israel Ferreira Pinel e

Samuel Baiense Barbosa; Diogo Chaves Coquero Andrade;

Leonardo da Cruz Arcanjo, “Leo Arcanjo”; Diego Meireles Passos,

vulgo “Cigano”; Paulo Roberto Costa Terra, vulgo “Paulo Corolla”

em perfeita comunhão de ações e adesão de desígnios entre si e

com os líderes da organização criminosa, concorreram de forma

eficaz para a prática do crime de falsificação de selos de vistoria

da Prefeitura de Niterói, conforme acima imputado, eis que

funcionavam como agentes dos vulgos Betinho e Shreck, fazendo

tanto a intermediação entre os interessados em adquirir os selos

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falsificados e os líderes da organização, bem como a entrega

desses selos para aposição nos táxis piratas.

VI-2 – DA FALSIFICAÇÃO DOS SELOS DO IPEM-RJ

Da mesma forma, os Denunciados Roberto Carlos

Brito da Costa, vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo

“Shrek”, agindo de forma livre e consciente, em perfeita comunhão

de ações e desígnios entre si e com os demais integrantes da

organização criminosa, com pleno domínio finalístico do fato, na

Cidade de Niterói, entre os anos de 2013 e 2015, fizeram falsificar

selos do IPEM-RJ – Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Rio

de Janeiro - autarquia estadual, que objetivam certificar que o

veículo passou por vistoria da autarquia, como atesta o laudo

pericial de exame de veículos de fls. 262/270, consistentes nos

seguintes selos:

1 – Selo de Vistoria do IPEM, com a inscrição S-0001226, colado no

parabrisa do táxi pirata LPC 4405/1717;

2 - Selo de Vistoria do IPEM, com a inscrição S-0001286, colado no

parabrisa do táxi pirata KZT 6025/1738;

3 - Selo de Vistoria do IPEM, com a inscrição S-0001500, colado no

parabrisa do táxi pirata LOZ 6640/0047;

4 - Selo de Vistoria do IPEM, com a inscrição S-0001500, colado no

parabrisa do táxi pirata LOO 5676/1864;

5 - Selo de Vistoria do IPEM, com a inscrição S-0001588, colado no

parabrisa do táxi pirata LPC 3150/1193;

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6 - Selo de Vistoria do IPEM, com a inscrição S-0001904, colado no

parabrisa do táxi pirata LKZ 9432/0756;

7 - Selo de Vistoria do IPEM, com a inscrição S-0001036, colado no

parabrisa do táxi pirata KNS 9220/0199.

Os Denunciados Roberto Carlos Brito da Costa,

vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo “Shrek”

prevaleceram-se dos cargos públicos que ocupam no Município de

Niterói para a prática dos crimes.

Por sua vez, os Denunciados Carlos Frederico

Silveira Mattos, vulgo “Carlão”; Moacyr Ribeiro de Oliveira; Lourival

Rosa dos Reis; Júlio Cezar Passos da Silva, vulgo “Julinho”; Marcos

André Pinto Scorzelli, vulgo “Marcão”; Israel Ferreira Pinel; Samuel

Baiense Barbosa; Diogo Chaves Coquero Andrade; Leonardo da

Cruz Arcanjo, “Leo Arcanjo”; Diego Meireles Passos, vulgo

“Cigano”; Paulo Roberto Costa Terra, vulgo “Paulo Corolla” em

perfeita comunhão de ações e adesão de desígnios entre si e com

os líderes da organização criminosa, concorreram de forma eficaz

para a prática do crime de falsificação de selos do IPEM, conforme

acima imputado, eis que funcionavam como agentes dos vulgos

Betinho e Schereck, fazendo tanto a intermediação entre os

interessados em adquirir os selos falsificados e os líderes da

organização, bem como a entrega desses selos para aposição nos

táxis piratas.

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Já os Denunciados Antônio Nunes Moreira e Lúcio

Correa de Araújo, agindo em perfeita comunhão de ações e adesão

de desígnios entre si e com os líderes da organização criminosa,

concorreram de forma eficaz para a prática do crime de

falsificação dos selos de vistoria do IPEM-RJ – Instituto de Pesos e

Medidas do Estado do Rio de Janeiro - autarquia estadual, eis que

ao instalarem os taxímetros nos táxis piratas e regulá-los, função

que caberia ao IPEM, possibilitaram que seus comparsas na

organização criminosa afixassem o selo do IPEM que visa a

justamente certificar que o taxímetro foi aferido pela autarquia.

VI-3 – DA FALSIFICAÇÃO DO CARTÃO DE IDENTIFICAÇÃO DE

TAXISTA E DO CARTÃO DO IPEM-RJ

Os Denunciados Roberto Carlos Brito da Costa,

vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo “Shrek”,

agindo de forma livre e consciente, em perfeita comunhão de

ações e desígnios entre si e com os demais integrantes da

organização criminosa, com pleno domínio finalístico do fato, na

Cidade de Niterói, entre os anos de 2013 e 2015, fizeram falsificar

documentos públicos, como atesta o laudo pericial de exame de

veículos de fls. 262/270, consistentes em cartões de identificação

de taxista expedido pela Prefeitura de Niterói, bem como cartões

de cadastro no IPEM-RJ – Instituto de Pesos e Medidas do Estado

do Rio de Janeiro - autarquia estadual, que objetivam comprovar o

cadastro do taxista no Município e na autarquia, respectivamente,

consistentes nos seguintes documentos:

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1) Cartão de Cadastro no IPEM, com número do INMETRO 96442 e

número de série 10256312, utilizado no táxi pirata com identificação LPC

4405/1717;

2) Cartão de identificação da Prefeitura Municipal de Niterói, em nome

de Edvaldeni Queiroz de Araújo, sem dados de vistoria, utilizado no táxi

pirata com identificação LPC 4405/1717;

3) Cartão de Cadastro no IPEM, com número do INMETRO 10196175 e

número de série 9462, utilizado no táxi pirata com identificação LPG

6960/1846;

4) Cartão de identificação da Prefeitura Municipal de Niterói, em nome

de Mauro Sérgio Gama Carvalho, sem fotografia, utilizado no táxi pirata

com identificação KNS 9220/0199.

Os Denunciados Roberto Carlos Brito da Costa,

vulgo “Betinho” e Alexander Soares Schroeder, vulgo “Shrek”

prevaleceram-se dos cargos públicos que ocupam no Município de

Niterói para a prática dos crimes.

Por sua vez, os Denunciados Carlos Frederico

Silveira Mattos, vulgo “Carlão”; Moacyr Ribeiro de Oliveira;

Lourival Rosa dos Reis; Júlio Cezar Passos da Silva, vulgo

“Julinho”; Marcos André Pinto Scorzelli, vulgo “Marcão”; Israel

Ferreira Pinel; Samuel Baiense Barbosa; Diogo Chaves Coquero

Andrade; Leonardo da Cruz Arcanjo, vulgo “Leo Arcanjo”; Diego

Meireles Passos, vulgo “Cigano”; Paulo Roberto Costa Terra, vulgo

“Paulo Corolla” em perfeita comunhão de ações e adesão de

desígnios entre si e com os líderes da organização criminosa,

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concorreram de forma eficaz para a prática do crime de

falsificação de cartões de identificação de motorista de táxi

expedidos pela Prefeitura de Niterói e cartões de cadastro no

IPEM-RJ, conforme acima imputado, eis que funcionavam como

agentes dos vulgos Betinho e Shrek, fazendo tanto a

intermediação entre os interessados em adquirir os documentos

públicos falsificados e os líderes da organização, bem como a

entrega desses documentos para aposição nos táxis piratas.

VII – DA IMPUTAÇÃO DO CRIME TIPIFICADO NO ARTIGO 180 DO

CÓDIGO PENAL.

No dia 22 de julho de 2015, foi realizada operação pela

DRACO, requisitada pelo GAECO, visando à abordagem de táxis piratas a

fim de verificar a materialidade de crimes de falso e aprimoramento do

acervo probatório.

As abordagens foram feitas em um ponto na Rua

Mangaratiba, em Santa Rosa, alcançando apreender oito táxis piratas

somente nessa localidade. Como os motoristas desses táxis mantêm

comunicação constante através de grupo de Whatsapp, eles são

rapidamente avisados de operações policiais e imediatamente recolhem os

veículos, sendo infrutífera a continuidade da operação.

Os motoristas presos em flagrante já foram

denunciados pelos crimes de uso de documento falso e receptação, em

razão do que deixaram, obviamente, de serem agora denunciados em

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relação a esses crimes. No entanto, ficou evidenciada a prática do crime

de receptação por Hélio Dirceu Bittencourt Fialho, que não foi denunciado

com os demais por não ter sido preso em flagrante.

Assim sendo, o Denunciado Hélio Dirceu

Bittencourt Fialho, em data não precisa, mas por volta de janeiro

de 2015, na Cidade de Niterói, agindo de forma livre e consciente,

ADQUIRIU do também denunciado Anderson Luiz Menezes dos

Santos, em proveito próprio, coisa que sabia ser produto de crime,

qual seja, o veículo GM Corsa Classic, placa KTZ-6025, que

consiste em táxi pirata, com sinal de identificação nas portas

adulterado para passar-se pelo táxi oficial detentor da autonomia

nº 1738, selo do IPEM falsificado com a inscrição S-0001286,

taxímetro com lacre irregular e selo de vistoria da Prefeitura de

Niterói com o nº 1968 de vistoria referente ao ano de 2014

falsificados, conforme atesta o laudo pericial de exame em

veículos, às fls. 262/269 do IP 011/2015 da DRACO.

Por sua vez, o Denunciado Anderson Luiz Menezes

dos Santos, em data não precisa, mas por volta de janeiro de

2015, na Cidade de Niterói, agindo de forma livre e consciente,

VENDEU ao também denunciado Hélio Dirceu Bittencourt Fialho,

em proveito próprio, coisa que sabia ser produto de crime, qual

seja, o veículo GM Corsa Classic, placa KTZ-6025, que consiste em

táxi pirata, com sinal de identificação nas portas adulterado para

passar-se pelo táxi oficial detentor da autonomia nº 1738, selo do

IPEM falsificado com a inscrição S-0001286, taxímetro com lacre

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irregular e selo de vistoria da Prefeitura de Niterói com o nº 1968

de vistoria referente ao ano de 2014 falsificados, conforme atesta

o laudo pericial de exame em veículos, às fls. 262/269 do IP

011/2015 da DRACO.

VIII – DA ADEQUAÇÃO TÍPICA DAS CONDUTAS E DO PEDIDO

Assim agindo, na falta de qualquer causa de exclusão

de ilicitude ou de culpabilidade, os Denunciados estão incursos nos

seguintes tipos penais:

1 - Roberto Carlos Brito da Costa, vulgo “Betinho”, incurso nas penas

do art. 2º, parágrafos 2º, 3º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317

caput e § 1º na forma do art. 71, c/c § 2º do art. 327, todos do Código

Penal ; Art. 311 caput e § 1º do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso I e

§ 2º do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso II e § 2º, 7 vezes e art.

297 § 1º do Código penal, 4 vezes, tudo em concurso material, na forma

do art. 69 do CP.

2 - Alexandre Soares Schroeder, vulgo “Alex” ou “Shrek”, incurso

nas penas do art. 2º, parágrafos 2º, 3º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013;

art. 317 caput e § 1º na forma do art. 71, c/c § 2º do art. 327, todos do

Código Penal; Art. 311 caput e § 1º do Código Penal, 8 vezes; art. 296,

inciso I e § 2º do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso II e § 2º, 7 vezes

e art. 297 § 1º do Código Penal, 4 vezes, tudo em concurso material, na

forma do art. 69 do CP.

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3 - Carlos Frederico Silveira Mattos, vulgo “Carlão”, incurso nas penas

do art. 2º, parágrafos 2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317 caput

e § 1º na forma do art. 71 do Código Penal; Art. 311 caput do Código

Penal, 8 vezes; art. 296, inciso I do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso

II, 7 vezes e art. 297 do Código Penal, 4 vezes, tudo em concurso

material, na forma do art. 69 do CP.

4 - Israel Ferreira Pinel, incurso nas penas do art. 2º, parágrafos 2º e

4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317 caput e § 1º na forma do art. 71

do Código Penal; Art. 311 caput do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso

I do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso II, 7 vezes e art. 297 do Cód.

Penal, 4 vezes, tudo em concurso material, na forma do art. 69 do CP.

5 - Julio Cezar Passos da Silva, vulgo “Julinho”, incurso nas penas do

art. 2º, parágrafos 2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317 caput e

§ 1º na forma do art. 71 do Código Penal; Art. 311 caput do Código Penal,

8 vezes; art. 296, inciso I do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso II, 7

vezes e art. 297 do Código Penal, 4 vezes, tudo em concurso material, na

forma do art. 69 do CP.

6 - Lourival Rosa dos Reis, vulgo “Gordinho”, incurso nas penas do art.

2º, parágrafos 2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317 caput e § 1º

na forma do art. 71 do Código Penal; Art. 311 caput do Código Penal, 8

vezes; art. 296, inciso I do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso II, 7

vezes e art. 297 do Código Penal, 4 vezes, tudo em concurso material, na

forma do art. 69 do CP.

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7 - Moacyr Ribeiro de Oliveira, incurso nas penas do art. 2º, parágrafos

2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317 caput e § 1º na forma do

art. 71 do Código Penal; Art. 311 caput do Código Penal, 8 vezes; art.

296, inciso I do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso II, 7 vezes e art.

297 do Código Penal, 4 vezes, tudo na forma do art. 69 do CP.

8 - Paulo Roberto Costa Terra, vulgo “Paulo Corolla”, incurso nas

penas do art. 2º, parágrafos 2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art.

317 caput e § 1º na forma do art. 71 do Código Penal; Art. 311 caput do

Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso I Código Penal, 8 vezes; art. 296,

inciso II, 7 vezes e art. 297 do Código Penal, 4 vezes, tudo em concurso

material, na forma do art. 69 do CP.

9 - Samuel Baiense Barbosa, incurso nas penas do art. 2º, parágrafos 2º

e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317 caput e § 1º na forma do art.

71 do Cód. Penal; Art. 311 caput do Cód. Penal, 8 vezes; art. 296, inciso I

do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso II, 7 vezes e art. 297 do Cód.

Penal, 4 vezes, tudo em concurso material, na forma do art. 69 do CP.

10 - Leonardo da Cruz Arcanjo, vulgo “Léo Arcanjo”, incurso nas

penas do art. 2º, parágrafos 2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art.

317 caput e § 1º na forma do art. 71 do Código Penal; Art. 311 caput e §

1º do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso I e § 2º do Código Penal, 8

vezes; art. 296, inciso II e § 2º, 7 vezes e art. 297 § 1º do Código Penal,

4 vezes, tudo em concurso material, na forma do art. 69 do CP.

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11 - Marcos André Pinto Scorzelli, vulgo “Marcão”, incurso nas penas

do art. 2º, parágrafos 2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317 caput

e § 1º na forma do art. 71 do Código Penal; Art. 311 caput do Código

Penal, 8 vezes; art. 296, inciso I do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso

II, 7 vezes e art. 297 do Código Penal, 4 vezes, tudo em concurso

material, na forma do art. 69 do CP.

12 - Diego Meireles Passos, vulgo “Cigano”, incurso nas penas do art.

2º, parágrafos 2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317 caput e § 1º

na forma do art. 71 do Código Penal; Art. 311 caput do Código Penal, 8

vezes; art. 296, inciso I do Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso II, 7

vezes e art. 297 do Código Penal, 4 vezes, tudo em concurso material, na

forma do art. 69 do CP.

13 - Diogo Chaves Cóquero Andrade, incurso nas penas do art. 2º,

parágrafos 2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013; art. 317 caput e § 1º c/c

na forma do art. 71 do Código Penal; Art. 311 caput do Código Penal, 8

vezes; art. 296, inciso I Código Penal, 8 vezes; art. 296, inciso II, 7 vezes

e art. 297 do Código Penal, 4 vezes, tudo em concurso material, na forma

do art. 69 do CP.

14 – Antônio Nunes Moreira, vulgo “Toninho”, incurso nas penas do

art. 2º, parágrafos 2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013 e art. 296, inciso

II, 7 vezes do Código Penal.

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15 - Lucio Correa de Araújo, incurso nas penas do art. 2º, parágrafos

2º e 4º, inciso II da lei 12.850/2013 e art. 296, inciso II, 7 vezes, do

Código Penal.

16 - Roberto de Oliveira Junior, incurso nas penas do art. 333

parágrafo único, por 8 vezes, na forma do art. 71, todos do Código Penal.

17 - Marcos Mariano das Neves, incurso nas penas do art. 333

parágrafo único, por ao menos 5 vezes, na forma do art. 71, todos do

Código Penal.

18 - Victor da Silva Ribeiro, incurso nas penas do art. 333 parágrafo

único, por ao menos 5 vezes, na forma do art. 71, todos do Código Penal.

19 - Anderson Luiz Menezes dos Santos, incurso nas penas do art. 180

§ 1º c/c caput e art. 333 parágrafo único, por ao menos 22 vezes, na

forma do art. 71, todos do Código Penal.

20 - Antônio Clemente, incurso nas penas do art. 333 parágrafo único,

por ao menos 52 vezes, na forma do art. 71, todos do Código Penal.

21 - Anderson Silva Pinheiro, incurso nas penas do art. 333 parágrafo

único, por ao menos 30 vezes, na forma do art. 71, todos do Cód. Penal.

22 - Deivison da Silva Barbosa, incurso nas penas do art. 333

parágrafo único, por ao menos 25 vezes, na forma do art. 71, todos do

Código Penal.

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23 - Fernando Jose da Cruz, incurso nas penas do art. 333 parágrafo

único, por ao menos 5 vezes, na forma do art. 71, todos do Código Penal.

24 - Hélio Dirceu Bittencourt Fialho, incurso nas penas dos artigos 180

e 333 parágrafo único, por ao menos 2 vezes, na forma do art. 71, todos

do Código Penal.

IX – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer o Ministério Público as

citações dos denunciados para oferecerem resposta escrita às

imputações que lhes são feitas, no prazo de 10 (dez) dias,

recebendo-se a denúncia a seguir, com designação de AIJ, tudo

nos termos da Lei 11.343/06, e que sejam, ao final, os

denunciados condenados nos exatos termos desta imputação.

Requer, ainda, o Ministério Público, a

requisição/notificação das pessoas abaixo arroladas, para deporem sobre

os fatos referentes às imputações ora formuladas:

1 – Dr. Luis Augusto Braga –Mat. 860.956-2– Delegado de Polícia–

DRACO-IE;

2 – Jaime Cândido da Silva Júnior - Mat. 16053 – Delegado de Polícia

Federal – SSINTE;

3 – Jair Ferreira de Andrade – Mat. 288.664-2– Comissário de Polícia –

DRACO-IE;

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4 – Dr. José Carlos Brasil Júnior – Mat. 860.483-7 – Perito Polícia Civil –

DRPC Niterói;

5 – Luiz Frazão Júnior – Inspetor da PCERJ – Mat. 257.358-2 (fls.

138/139, 184/185 e 436/453 – IP 31);

6 - Carlos Sebastião Castello (fls. 14/15 – 338/340 – IP 11);

7 - Juan Henrique Martins Cabeiras (fls. 16/17 - IP 11);

8 - Bruno Carlos Lemos Castello (fls. 20/21 E 255 – IP 11);

9 - Fabrizzio Gonçalves Rocha Macedo Soares (IP – 11 fls. 88/89);

10 - Eduardo De Mattos Gomes (fls. 90/91 – IP 11);

11 - Arlindo Neves Dos Santos (fls. 12/13 – IP 11);

12 - Paulo Roberto Bastos Correa (fls. 10/11 – IP 11);

13 - Carlos Henrique Campos Daudt (fls. 99/100 – IP 11);

14 - Leandro Correa De Almeida (fls. 101/102 – IP 11);

15 - Bruno Sanches De Oliveira (fls. 126/127 – IP 11);

16 – Jayme Pinto da Rosa Filho (fls. 142/147 – IP 31);

17 – Mariano Delli Santi (fls. 13 e 116/117 – IP 31);

18 – Joel Soares Figueiredo Filho – 3º SGT PM – RGPM: 78.654 (Fls. 41 -

apenso 5 – IP 31)

19 – Sandro Rocha de Oliveira - CB PM – RGPM: 64.105;

Niterói, 09 de novembro de 2015.

SÉRGIO LUIS LOPES PEREIRA

PROMOTOR DE JUSTIÇA GAECO

DANIEL FARIA BRAZ

PROMOTOR DE JUSTIÇA GAECO

CLÁUCIO CARDOSO DA CONCEIÇÃO

PROMOTOR DE JUSTIÇA GAECO

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Ref.: IP 00031/2010 – DRACO (MPRJ 2010.01107529)

IP 00011/2015 - DRACO

Distribuição por dependência: M. Cautelar nº 0111985-17.2010.8.19.0002

COTA DENUNCIAL

M.M. Dr. Juiz,

1 - Denúncia oferecida em 64 (sessenta e quatro) laudas impressas somente

no anverso, rubricadas e assinadas.

2 - O oferecimento da denúncia não implica em arquivamento implícito, quer

objetivo, quer subjetivo. Vale frisar que os inquéritos que lastreiam a presente

denúncia não esgotam as investigações sobre a máfia dos táxis piratas em

Niterói. Um esquema tão amplo, rentável e ostensivo provavelmente envolva

outros agentes públicos e corrupção policial, como demonstram os indícios já

carreados. As medidas cautelares ora solicitadas poderão dar lastro à

continuidade da investigação quer no aspecto objetivo, quer no subjetivo.

3 - Nos autos são revelados indícios de outros crimes praticados pelos

denunciados, em especial os crimes contra a Administração Pública, inclusive

de competência da Justiça Federal, dado o teor das escutas telefônicas.

Requer, por conseguinte, que seja autorizado o compartilhamento de

provas colhidas nos inquérito policiais, incluindo as oriundas das

interceptações telefônicas autorizadas, para utilização em

procedimento investigatório autônomo objetivando apurar outros

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Procuradoria-Geral de Justiça

Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado

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delitos cometidos quer pela organização criminosa, quer pelos

denunciados isoladamente ou em concurso, bem como que seja

autorizada a remessa ao MPF do teor das interceptações telefônicas.

Ainda, requer que seja autorizado o compartilhamento de provas,

inclusive das obtidas na medida cautelar de interceptação telefônica,

para serem utilizados em Inquérito Civil instaurado com vistas a

apurar os atos de improbidade administrativa praticados pelos réus

agentes públicos e pelos que a eles se aliaram (art. 3º da lei

8.429/92).

4 - Em separado, pedido de prisão preventiva, de busca e apreensão e de

interceptação de conversações telefônicas.

5 - Requer o Parquet as seguintes diligências preliminares:

5.1- Requisição das Folhas de Antecedentes Penais, atualizadas e esclarecidas,

dos denunciados, nas Comarcas de Niterói, São Gonçalo e Rio de Janeiro.

5.2- Certidão de Antecedentes Criminais dos denunciados referentes às

Comarcas citadas, devidamente atualizadas e esclarecidas.

5.3- Seja determinada a expedição de ofício ao Departamento de Polícia

Federal, requisitando a certidão nacional de antecedentes criminais dos

denunciados;

5.4- Seja requisitado ao Município de Niterói as fichas e histórico funcional dos

denunciados Roberto Carlos Brito da Costa, Alexandre Soares Schroeder e

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Leonardo da Cruz Arcanjo, concedendo o prazo de 5 dias para entrega ao

juízo.

5.5- Seja requisitado ao Município de Niterói, intimando-se pessoalmente o Sr.

Secretário de Trânsito para tanto, Cel. Paulo Afonso, para que entregue em

juízo, em folhas impressas e em mídia digital, no prazo de 10 dias, todos os

procedimentos referentes à emplacamento de carros na categoria aluguel de

2010 até os dias atuais, incluindo todos os ofícios expedidos ao DETRAN para

troca de categoria (particular para aluguel), procedimentos administrativos

referentes a concessão, cassação, revogação e substituição e afins de

permissionário de autonomia de táxis. Da mesma forma, a relação atualizada

das autonomias de táxi, o veículo cadastrado em tal autonomia (modelo, ano e

placa), as placas que já foram cadastradas em cada autonomia no período

citado e a qualificação e endereço do titular da permissão, em folhas

impressas e em mídia digital;

5.6- Seja requisitado à Presidência do DETRAN/RJ para que remeta ao juízo,

também no prazo de 10 dias, todos os ofícios recebidos do Município de Niterói

e processos administrativos correlatos, em folhas impressas e em mídia digital,

com vistas à troca de categoria de veículos (particular para aluguel e vice-

versa), a partir do ano de 2010 até os dias atuais;

5.7- Seja requisitado ao IPEM-RJ que remeta, no prazo de 10 dias, cópias em

folhas impressas e em mídia digital de todos os ofícios recebidos da Prefeitura

de Niterói comunicando a troca de categoria de carros (particular para aluguel

e vice-versa) referentes a táxis da Cidade de Niterói; a relação dos taxímetros

aferidos e selos de aferição afixados, informando a que autonomia e placa se

referem, bem como a listagem atualizada, indexada tanto pelo número da

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autonomia (prefixo do alvará), quanto pelo número da placa do veículo, tudo

referente aos anos de 2010 a 2015.

5.8- Considerando o Poder Geral de Cautela do Juiz, com fulcro nos artigos

788 e 799 do CPC, bem como o interesse público de obter informações que

colaborem para a segurança geral e o correlato dever da Administração Pública

em prestá-las, requer que seja oficiado ao Município de Niterói que

proporcione, com link de acesso na página principal do site oficial da

prefeitura, informações ao público em geral consistente em uma tabela que

relacione o número da autonomia com a placa do veículo táxi autorizado a

usá-la. Assim, a população em geral poderá certificar se o táxi chamado é

oficial ou pirata, evitando que embarque em veículos de verdadeiros

criminosos. Ressalta-se que já houve caso de passageira ser estuprada em táxi

e outro ser roubado pelo motorista. Tal providência também contribuiria

substancialmente para que não houvesse mais veículos irregulares, pois ficaria

inviável a lucratividade do esquema.

Niterói, 09 de novembro de 2015.

SÉRGIO LUIS LOPES PEREIRA PROMOTOR DE JUSTIÇA

GAECO

DANIEL FARIA BRAZ PROMOTOR DE JUSTIÇA

GAECO

CLÁUCIO CARDOSO DA CONCEIÇÃO

PROMOTOR DE JUSTIÇA GAECO