Ôxe! - junho de 2014

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Eis que chegou a copa... Mas quem fez gol mesmo foram os artista e produtores culturais do estado de São Paulo que se articularam, lutaram, pressionaram e conseguiram mais recursos para o ProAC Editais (programa do estado de São Paulo que apoia diretamente os fazedores de cultura). Nesta edição você fica sabendo um pouquinho dessa luta. Além disso, confere também o bate-papo que tivemos com Giancarlo Pinceli (Gian da Hell Tattoo) que além de modificar o corpo da galera, também ajuda a cidade apoiando diversas iniciativas culturais. E tem mais: André Arruda fala sobre nossa culpa na copa da FIFA, pouca conversa no quotidiano de um suburbano de Olavo Passos, muita poesia na adolescência de Joyce Milena (que tá lançando livro), no coração extraterrestre do Messias Silva, no romantismo de Daniela Mendes e nas brocas que comem a razão da nação na homenagem de Osnir Gonçalves. E não acabou: pra fechar com chave de ouro, a decepção amorosa em tempos de WhatsApp de Danilo Góes, a futebolístic

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Page 1: Ôxe! - Junho de 2014

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a licençaGNU/GPL.

ANO VI − Numero 615.000 ExemplaresFrancisco Morato - São Paulo

Brasil

ComportamentoSociedadeCulturae ocupAÇÃO!

Junho / 201 4 Venda Proibida Distribuição Gratuita graças ao apoio do comércio local

No mês da Copa, classe artística e produtores de todo o estado de SãoPaulo se articulam e conseguem aumento de quase 50% para um dos

principais programas de incentivo do governo do estado. Veja como foiessa bonita luta que mostra que juntos podemos muito mais!!!

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Ôxe!: Pra quem não conhece, quem éGiancarlo Pinceli?Giancarlo: Eu sempre trabalhei, desde os onze anos de

idade, estudei, mas nunca fui fã de estudar, comecei a traba-lhar com essa idade vendendo sorvete, depois com dozeanos comecei a trabalhar numa eletrônica e fui estudar naFlorenço de Abreu. Trabalhei até uns dezesseis anos e de-pois conheci a galeria do rock, tatuagens, piercings, e aí en-trei nesse mundo da arte. Tem nove anos que eu tenho umestúdio de tatuagem e piercing no centro de Franco, o HellTattoo e tenho algumas atividades sociais na rua. Na reali-dade, acho que eu sempre fiz atividade social minha vidainteira, para ajudar quem precisa, mas de uns tempos pra cá,nós do estúdio, demos ênfase em atividades sociais, e é gra-tificante, pois faz parte da minha vida.

Ôxe!: Muitos conhecem aHell Tattoo, mas poucos sabemque você realiza várias outras atividades, além demanteressa empresa. Como surgiu o seu interesse em realizar ati-vidades culturais na região?Giancarlo: Acho que já faço atividades culturais há mui-

to tempo, tudo começou com o Franco do Rock, um dosprimeiros eventos de rock and roll que rolou em Franco. Eutinha uns 15 anos, a cidade não tinha um lugar pra gente es-cutar um som, então conheci um grupo de pessoas dacultura, não era uma associação, mas parecia, era uma as-sociação informal. Participava do Franco do Rock uma vezpor mês, num domingo, foi aí que iniciou esse meu desejoartístico, muitas pessoas iam no evento, que era gratuito,com entrada de um 1kg de alimento não-perecível. Achoque tudo começou aí. No meu estúdio, por exemplo, nóstentamos dar oportunidade para muitas pessoas, quemchega e fala que quer participar de alguma maneira, se sa-be desenhar ou fazer algo artístico, incentivamos.

Ôxe!: Nesse momento, que projetos você está realizando ecomo faz para desenvolvê-los e mantê-los. Tem algum tipode apoio privado ou público?Giancarlo: No momento, estou no projeto “Adote uma

praça”, da prefeitura, que visa melhorar esses espaços aban-donados, e a prefeitura não consegue dar conta de restaurartodas as praças, o projeto é destinado a empresas, que temmais recursos para cuidar da praça e não abandoná-las. Visobre o projeto, falei com o prefeito e adotei a praça daCruz do Raul, bairro onde sempre morei e tenho muito afe-to por ele, pois meu avô cuidou muito tempo da praça. Vi aíuma oportunidade de reformá-la, fiz o serviço de capinação,pintura, reforma, alvenaria, instalei um playground, que umaparte foi doação e a outra eu comprei. Os recursos vem to-dos da HellTattoo e sobre minha mão de obra, costumo di-zer que tenho soldados (risos), tenho muitos parceiros quecorrem comigo e consegui mobilizar alguns moradores dobairro, não tive apoio do comércio local, mas não é por faltade apoio que eu não vou realizar um projeto. Também estouorganizando a Campanha do Agasalho e parte do que forarrecadado, será usado nas ruas dos bairros de Franco daRocha.

Ôxe!: E na sua opinião qual a importância da questão cul-tural para a cidade?Giancarlo: É importante ter um teatro na cidade, Franco

da Rocha nunca teve um apoio da cultura, a questão dasverbas é algo nebuloso, o acesso à cultura aqui nas regiões éatravés de iniciativas independentes, o Ôxe!, o André Arru-da, grafiteiros e outros artistas que fazem arte e tem neces-sidade de movimentar a região, sem ganhar nada e muitasvezes até, tirando do bolso pra fazer um evento funcionar.

Ôxe! Pra você, o que é necessário pramudar a nossa região,principalmente ligado à área de arte e cultura?Giancarlo: A educação em primeiro lugar, dar acesso à

informação, conscientizar e instruir as pessoas, pois a edu-cação não é digna, o mundo acaba moldando os jovens, a

saúde também é ruim. Gasta-se milhões com o futebol, maso governo esquece dos menos favorecidos, se mudar a edu-cação e a saúde é automático termos mais cultura e sabercomo caminhar, onde chegar. A partir do momento que ospais começarem a ensinar os filhos a como agir, teremosum mundo melhor.

Ôxe!: Como surgiu o seu interesse em instalar internet livreno centro da cidade?Giancarlo: Criei a rede interna no meu estúdio e tam-

bém muita gente usando ali no centro, então vi uma opor-tunidade de troca, através desse projeto eu vou enriquecermeu banco de dados para a Hell Tattoo e vou fornecer in-ternet livre para os usuários. Estou terminando de homolo-gar o sistema inteiro pra não ter problemas, o programadorestá finalizando o sistema, minha ideia é ceder uma horapor dia pra cada pessoa navegar, quando estiverem esperan-do o trem, o ônibus, qualquer um pode identificar a redeatravés do celular, do tablet ou do notebook, os usuárioscairão numa página de cadastro, depois do preenchimento,cada pessoa tem 60 minutos para utilização livre, depoisdesse tempo, a conexão será derrubada para que uma novapessoa possa utilizar a internet.

Ôxe!: Você pretende realizar esse trabalho de restauraçãoem outras praças da cidade?Giancarlo: Por mim, reformaria todas as praças da cida-

de, mas não tenho poder aquisitivo pra isso, se minha em-presa tivesse mais giro de capital, um parceiro ou poderpúblico na mão, porque não é só reformar e fazer um play-ground, queria instalar uma academia ao ar livre em cadapraça, pensando na terceira idade, em atividades físicas paraa população, queria fazer slackline aqui também, que é co-mo se fosse uma corda bamba, amarra de um ponto a ou-tro, onde você se equilibra e trabalha muito o corpo.

Inclusive já conversei com parceiros para trazer esse projetopra cá, mas antes disso preciso de verba, por isso estou rea-lizando um projeto de cada vez.

Ôxe!: Antes de ser empresário e ser conhecido na cidade,você já tinha interesse em realizarmelhorias para a popu-lação?Giancarlo: Sempre acreditei em fazer o bem, sem olhar

a quem. Tem a ver com a educação que eu tive, através daminha mãe, da minha avó e do meu avô. Meu avô semprese doou muito para as pessoas, ajudar o próximo já veio defamília e acho que é isso que faz a diferença.

Ôxe!: E se alguém se interessar em colaborar? Com o que ecomo pode colaborar?Giancarlo: Primeiro, uma boa conversa, pra ver se os

projetos e as intenções são parecidas com as minhas, umaforma de nos conhecermos e discutir como podemos reali-zá-los juntos. .::

::. Diga, Ôxe! Giancarlo Pinceli - empresário e morador de Franco da Rocha

Nem todo mundo sabe, mas além de fazer tatuagens e modificações corporais na HellTattoo, o Gian (como é conhecido) também apoia e colaborapositivamente na transformação de nossa região. Esse mês fomos trocar uma ideia com ele e você conhece um pouco mais sobre o cara aí embaixo.

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Giancarlo Pinceliem um dos bancos da praça que ajudou a reformar: além de patrocinareventos e shows na região, também colabora na conservação e valorização da cidade.

A Praça da Cruz do Raul: o conhecido ponto de Franco da

Rocha foi revitalizado com a ajuda do Gian e seus parceiros

Os bancos da praça foram revitalizados e valorizados com aintervenção do Mosko, grafiteiros da cidade.

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2Junho / 2014

O inverno vem chegando devagarzinhoe deixando nossas noites bem mais frias.O Na Faixa! desse mês traz uma série deatividades que prometem aquecer esses di-as e noites frios de inverno. Vamos lá, pro-grame-se e aproveite!!!

::. Programação Espaço Eco'sSe você está a fim de encontrar pessoas

interessantes, bater um bom papo, ouvirmúsica de boa qualidade, saborear umbom caldo, beber pra relaxar um pouco ealém de tudo isso prestigiar os artistas lo-cais, o Espaço Eco's é o lugar que vocêprocura. Confira as atrações de junho esimbora lá:

Todas as quartas-feiras, a partir das20h – Banda do Rafa (entrada free)Todas as quintas-feiras, a partir das20h – Tequila (entrada free)Todas as sextas-feiras, a partir das 21h

– Vanessa Branco (R$ 3,00)Todos os domingos, a partir das 20h -

Inverso A3 (entrada free)Dia 21/06, sábado, a partir das 21h –

Esttaca Zero (R$ 3,00)Dia 28/06, sábado, a partir das 21h –

Contagem Zero (R$ 3,00)

E além das já tradicionais atrações mu-sicais do Espaço Ecos, agora, em horárioalternativo ao horário de funcionamentodo bar, o Espaço está abrigando o ProjetoEscape, coordenado pelo músico e profes-sor Jansen com aulas de guitarra, violão,baixo, cajon, bateria, canto, teclado, sax etrompete. Os preços, a partir de R$ 65,00,variam de acordo com a modalidade esco-lhida e também com a carga horária. Maisinformações pelo telefone 99722-4883

O Espaço Ecos fica na Rua João Men-des Júnior, 542, Centro, Francisco Morato.

::. Banda Vanguart em Franco daRocha

A Vanguart é uma banda de  indie rock,que nasceu em 2002, em Cuiabá, no MatoGrosso. A banda que já lançou três discosse apresentará no próximo dia 21 de ju-nho, às 20h, em Franco da Rocha, com

seu mais recente trabalho “MuitoMais Que o Amor”, um disco sensí-vel, que mostra toda a força doamor, que vai contra toda a lógica

do mundo. A apresentação será na

Praça Caieiras, que fica bem no centroda cidade, será GRATUITA e é uma rea-lização da Prefeitura de Franco da Ro-cha em parceria com a Secretaria deEstado da Cultura, através do ProgramaCircuito Cultural Paulista, que desde oano passado traz atividades artísticas gra-tuitas para a cidade de Franco da Rocha.

Mais informações: 4443-7050

::. 5º Tributo ao Raul Seixas emPerus

No dia 28 de junho de 1945, lá em Sal-vador, nascia um menino que anos maistarde, ficou conhecido em todo Brasil porsuas canções e por seu jeito irreverente delevar a vida. Se estivesse vivo, esse ano oinesquecível maluco beleza completaria 69anos a pra comemorar essa data a Comu-nidade Cultural Quilombaque em par-ceria com a OMUR e patrocínio doPrograma VAI realiza o 5º Tributo aoRaul Seixas. O evento acontecerá no pró-ximo dia 28 de junho, a partir das 15h,com ENTRADA FRANCA, na sede daQuilombaque – Travessa Cambaratiba, nº5, ao lado da estação Perus – linha 7 rubida CPTM. No palco os cantores CharlisAbraão, Roney Seixas, Luar Asavesso,entre outros, reviverão as canções do eter-no Raulzito. Vai ficar fora dessa? Colá lá!!!

Mais informações: facebook.com/qui-lombaque ou comunidadequilomba-que.blogspot.com

::. Encontro presencial do FórumPermanente de Cultura da Baciado Juquery

O Fórum Permanente de Cultura daBacia do Juquery, nascido na conferênciamunicipal de cultura de Francisco Moratoem agosto do ano passado, já vai pro seu10º mês de existência, resistência, e seconsolida como um fórum permanente,

primeira das finalidades a que se propôs.As reuniões presenciais tem acontecidomensalmente, e desde abril, o fórum passaa ser, na prática, itinerante, levando as dis-cussões sobre políticas públicas para a cul-tura, para cada uma das cidades que ocompõem. Depois de passar por FranciscoMorato e Caieiras, o fórum estará pela pri-meira vez na cidade originária de toda aregião, Mairiporã, no próximo dia 28 dejunho. O encontro acontecerá às 14h noCentro Educacional de Mairiporã - Sa-la de Formação - Avenida Tabelião Passa-rella, 850, no Centro da Cidade.

Mais informações: fpdecultura.word-press.com

::. Sarau ConPoeMaDia 12 de julho, a partir das 19h é dia

de mais um Sarau ConPoeMa. E a ediçãode julho acontecerá, mais uma vez, nanossa casa, o Espaço Girandolá, que ficana Av. São Paulo, 965, Vila Suíça, Fran-cisco Morato, SP. O Sarau ConPoeMa éuma realização da Associação CulturalConfraria Poética Marginal, é GRA-TUITO e é um espaço aberto para todosaqueles que desejam se expressar,trocar conhecimentos, ideias e afetos.Se você tem o que dizer, não fiquefora dessa, participe do nosso SarauConPoeMa! ! ! Mais informações:4488-8524 .::

ProgramasUbuntu 12.04 (ubuntu.com)LibreOffice 3.5.7.2 (pt-br.libreoffice.org)GIMP 2.6.12 (gimp.org)Scribus 1.4.1.svn (scribus.net)Inkscape 0.48.3.1 r9886 (inkscape.org)Mozilla Firefox 22.0 (br.mozdev.org)Audacious 3.4 (audacious-media-player.org)

::. O que a gente usou nessa edição

::. Colaboraram nesta edição:

André Arruda([email protected])Betto Souza(subjetividadeematividade.blogspot.com)

Daniela Mendes([email protected])Danilo Góes([email protected])George de Paula([email protected])Joyce Milena([email protected])Messias Silva([email protected])Osnir Gonçalves([email protected])

O informativo Ôxe! é uma iniciativada Ôxe! Produtora Comunitária quevisa propiciar à população de Francis-co Morato e região, um veículo de jor-nalismo cidadão e produção, difusão edivulgação de ideias e informações naárea cultural. Todas as informações,ilustrações e imagens são de responsa-bilidade de seus respectivos autores eobedecem a licença Creative Com-mons 3.0 Brasil Atribuição-UsoNão-Comercial-Compartilhamentopela mesma Licença (acesse o blogpara maiores detalhes), salvo indica-ções do(a) autor(a) em contrário. Paraver uma cópia desta licença, visitehttp://creativecommons.org/licen-ses/by-nc-sa/3.0/br/ ou envie umacarta para Creative Commons, 171Second Street, Suite 300, San Fran-cisco, California 94105, USA.

::. Na Faixa Por: Fabia Pierangeli

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O Sarau ConPoeMa é aberto para todos que desejam

se expressar, trocar conhecimentos, ideias eafetos.

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O cantor e compositorCharlis Abraão vai tocar no 5ºTributo ao Raul Seixas que acontece na Quilombaque.

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Neves

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A palavra cultura vem do verbo cultivar que se refere apreparar a terra para que produza, e por extensão significaaplicar-se ao desenvolvimento de algo. Cultura é tudo aqui-lo que diz respeito ao modo de viver de um povo, seus cos-tumes, sua língua, sua arte, sua crença, seu modo de serelacionar com o outro e por aí vai. Cultura diz respeito atudo aquilo que somos. Não é à toa que o direito a culturafigura entre os direitos fundamentais do ser humano. Sim,direito fundamental! Como o direito a educação e a saúde.Está lá, assegurado na Declaração Universal dos DireitosHumanos, assegurado na nossa Constituição Federal. E se éassim, porque será que em muitos lugares do mundo, a cul-tura não é valorizada, sendo inclusive tratada como pendu-ricalho, como artigo supérfluo e de luxo?

No Brasil, tem sido assim: cultura é a última das priori-dades, sempre. Mesmo tendo a ver com tudo o que fazemose somos. Mesmo sendo esse campo fértil e tão cheio depossibilidades. Mesmo sendo um direito fundamental e deresponsabilidade do Estado.

E é diante de tudo isso, que produtores culturais de todoo Brasil, ao longo da história, vem se mobilizando pra exi-gir do Estado Brasileiro que cumpra com seu dever, ex-presso no artigo 215 da Constituição Federal: “O Estadogarantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais eacesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivaráa valorização e a difusão das manifestações culturais.”

UMPOUCODEHISTÓRIAAs políticas públicas para a cultura são recentes em nosso

país e uma mudança realmente significativa só começa aser vislumbrada com o conceito empregado no programaCultura Viva, implantado em 2004 pelo Governo Federal.Este programa começa a estimular e a incentivar com re-cursos financeiros as manifestações culturais produzidaspela própria população, através de uma seleção feita pormeio de editais públicos, nos quais qualquer cidadão brasi-leiro pode se inscrever.

Nessa mesma perspectiva (um pouco depois, em 2006) ogoverno do Estado de São Paulo lança o ProAC editais, quetambém seleciona projetos do estado de São Paulo e passa aser um importante mecanismo de incentivo a produção cul-tural paulista; porém, ainda insufi-ciente. Os recursos destinados aesse programa, um dos poucos queatendem diretamente o produtorindependente, é pequeno e só dáconta de atender parte da produ-ção do Estado. Percebendo isso,produtores e artistas paulistas vol-tam a se organizar e mobilizar praexigir que o Estado invista maisem cultura e arte. Mais que isso:que invista diretamente em quemproduz cultura e arte.

Nesse sentido, muitos desses produtores se organizam emmovimentos e um desses movimentos paulistas é o Fórumdo Litoral, Interior e Grande São Paulo – Arte e PolíticasPúblicas, que desde 2007 se reúne para discutir políticaspúblicas para cultura e para as artes. Com ele reivindica-seque o governo do Estado de São Paulo volte seu olhar paraa rica produção cultural existente fora da capital.

E nesse clima de reivindicação de mais atenção do go-verno estadual, que no último dia 10 de junho, tambores,

violões, rimas e canções ecoaram, mais uma vez, pelos cor-redores da ALESP (Assembleia Legislativa do Estado deSão Paulo) que foi ocupada por centenas de artistas e pro-dutores culturais, vindos de diversas regiões do estado. Osmanifestantes (no meio do quais estávamos nós, da Associ-ação Cultural ConPoeMa) cantavam, dançavam e exigiamque o governo cumprisse com o compromisso de investirmais 10 milhões de reais no ProAC editais (Programa deAção Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura) assumi-do em dezembro de 2013, na primeira ocupação organizadapor esse mesmo grupo.

NOVAOCUPAÇÃO, VELHAS DEMANDASDurante o ano de 2013, a classe

artística de todo o estado se orga-nizou, se mobilizou e apresentouproposta de aumento para 100milhões de reais nos investimentosdo ProAC Editais em todas as au-diências públicas do orçamento. Talmobilização rendeu o compromis-so, por parte dos deputados esta-duais, de propor duas emendasorçamentárias no total de R$ 14milhões de reais para o ProACEditais em 2014, que foi apresen-tada e votada no final do ano passado. Dessa forma, o orça-mento do programa passaria de 30 milhões (em 2013) para44 milhões neste ano, um aumento de quase 50%.

Pois bem, promessa feita, emenda orçamentária aprovadae eis que no início de 2014 a classe artística é surpreendidacom o anuncio de que 10 dos 14 milhões prometidos nãoentraram na rubrica orçamentária do ProAC Editais de2014. A emenda foi proposta, porém o recurso foi destina-do de forma genérica à pasta da Secretaria de Cultura e aSecretaria acabou destinando esse recurso para outros pro-gramas que ela mantém. Novas discussões, novas canções,nova mobilização e novamente, assembleia tomada. Cercade 500 manifestantes se fizeram presentes na sessão ordi-nária da ALESP, que estava marcada pra começar as 16h30mas que foi adiada várias vezes com pedidos de recesso dosdeputados que pareciam estar dispostos a nos darem muitacanseira.

Por fim, quando a sessão come-çou o Presidente da comissão deEducação e Cultura da ALESP, quedesde o início das manifestaçõestem se mostrado favorável ao au-mento de recursos do ProAC edi-tais, se pronunciou e propôs umrecesso para que representantes domovimento ali presentes resolves-sem a situação da destinação dos 10milhões ao ProAC editais em con-versa junto aos deputados. Rapida-

mente um comissão foi formada e o resultado foi ocomprometimento da ALESP em redestinar 4 milhões aoProAC Editais, uma vez que na semana anterior, o próprioSecretário de Cultura já havia anunciado que implementaria6 milhões de reais no programa.

NOVES FORA...E o que isso significa? Que depois de quase 1 ano de

mobilização, depois de muita luta, os produtores culturaisindependentes de São Paulo conquistaram uma primeira vi-

tória: foram ouvidos e atendidos em suas reivindicações. Seainda não chegamos nos 100 milhões, que foi a primeirabandeira levantada, certamente, no último dia 10 de junhodemos um importante passo rumo a eles. Do ano passadopra esse ano, foram quase 50% de aumento de recursos praesse programa e o compromisso público dos deputados(inclusive do líder da base governista) em aumentar maisainda os recursos para 2015.

Mas o aspecto mais importante dessa vitória é outro e vaialém dos recursos. Conquistamos, através de nossa atuaçãoe pressão, um reivindicação justa que tentaram nos negar ecom isso conquistamos também a atenção para a arte e

cultura feita fora da capital, masprincipalmente o respeito do go-verno e deputados a estes produ-tores independentes. Mais que isso,mostramos que a sociedade civilorganizada e de forma democráti-ca pode modificar e interferir de-cisivamente na administração dosmunicípios, estado ou nação. Seainda não é o ideal, ao menos pu-demos confirmar que juntos emobilizados podemos mais!!! .::

PPoorr:: FFaabbiiaa PPiieerraannggeellii ee RRooggeerr NNeevveess

ÉÉ GGOOLL DDOOSS AARRTTIISSTTAASSDDEE SSÃÃOO PPAAUULLOO!!

Poesia, é o que nos motiva a refletir um pouco sobrenossos erros. Ela nos motiva favorecidamente ao amor,para uma personalidade mais reflexiva e crítica.

Sabemos que as gerações se alternam a cada segundo,e a cada instante, a poesia é gerada de um indivíduoneutro em decisão.

Jovens são eles! Eles que tanto que fizeram com quesua imagem seja lembrada em qualquer situação, critica-dos por uma razão inocente, mas precisamente colabo-rativa para uma sociedade mais inteligente, observadoraem construção.

Jovens são eles! Que sempre saíram às ruas para ma-nifestar pelo seus direitos,também pelo fato de estaremmistos dentro de um mundo preconceituoso e violento.

Jovens são eles! Que tomaram a frente do homemmaduro, pela sua inteligencia e pela sua resistência co-mum dentro de um ar tecnológico moderno.

A poesia se tornou instrumento de inspiração para to-dos, frases que marcam a nossa história não é à toa! ela defato é um instrumento de indignação, lembranças que fi-cam guardadas em nossa memória, são autores que sãodescobertos, são diferenças, mas são as diferenças que

tornam a nossa vida mais boa dedescobrir dons e apreciá-los, masa palavra que vem do jovem épreciso ouvir, é preciso acre-ditar, ele pode te surpreendermesmo que ele não tenhapreparo e não nos forne-ça um olhar de atenção.

São Jovens! a sal-vação do mundo..

Ao fundo, artistas e produtores independentes detodo o estado de São Paulo lotaram a galeria daAssembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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:Divulgação

Nossos Heróis: velha guarda do circo marcou presen-

ça na luta para conquistar recursos do ProAC Editais.

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Entre cantorias, batucadas e violões, artistas tomaramos corredores da Assembléia Legislativa do Estado.

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4Junho / 2014

Por: André Arruda

AA CCOOPPAA ÉÉ DDAA FFIIFFAA,,AA CCUULLPPAA ÉÉ NNOOSSSSAA

"Arte pra mim não éproduto de

mercado. Podemme chamarde

romântico. Arte pramim é missão,vocação e festa"

Ariano Suassuna

A sociedade é tecida em relações políticas econômicas e simbólicas. Na contemporaneidade, aindaobservando a sociedade como um tecido, além da inversão, de valores e/ou significados – aqui nem háo julgamento: se isso é bom ou ruim – houve também o surgimento de fissuras devido ao constanteesticar do tecido social, que resultou na perca desses valores e/ou significados, antes determinantes pa-ra o desenvolvimento das relações, o que afeta violentamente o hábito de todos participantes dessasociedade. No banco de trem, com aquele senhor, vinha ouvindo suas vantagens de ter vivido seusbons tempos.

– Óia moço, quando eu trabalhava, era muito divertido pegar o trem. A gente nem se incomodava deir de pé, nois ia conversano... Fazendo brincadeira, falando de futebol... Eu me lembro, como se fossehoje, quando o Franco Montoro ganho. Nóis foi fazendo festa de lá até aqui, achano que as coisas iammelhorá... Até que era divertido.

Seo Fulano, aposentado como vigia, como ele mesmo me disse. “Divertido” foi o adjetivo que omesmo atribuiu a aventura do trajeto em sua época. E ali naquele horário de pico, estava eu: abarrota-do entre os neo-candangos (meus conterrâneos), em prosa com o velho, derivada do atual adventotecnológico, ou mais precisamente, do seu reflexo negativo que é o déficit na comunicação direta entreas pessoas.

– Assunta só, moço: essa gente nem se conversa, Só fica qu’esses negócio nus’ovido. Mexenu no ce-lular. Daqui um tempo conversá vai sê coisa rara.

Como de fato, ele estava certo. Quanto a mim, que me considero um saudosista dum tempo quenunca vivi, fico cada dia mais descrente da Humanidade, aliás, para mim a realidade é muito simples;tudo dá no abismo. Dalí ele se despediu e agradeceu a conversa – mas eu só fiz foi lhe informar ashoras. Depois que saiu, peguei meu fone para ouvir meu samba triste. .::

OO qquuoott ii dd iiaannoo dduumm ssuubbuurrbbaannooDDrraammaa CCrrôônniiccoo

PPoorr:: OOllaavvoo PPaassssooss**

Sobre a raridade de conversar

* - Olavo Passos é um personagem do Drama Crônico, criado porGeorge de Paula

Abriram-se, enfim, as cortinas e começou o espetáculo!

Quando, naquele 30 de outubro de 2007, dia em que o presidente daFIFA ratificou o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de Futebol2014, qual foi sua primeira reação?

( ) Comemorou, por gostar de futebol;( ) Festejou, pois, o Brasil, por ser considerado por quase uma una-

nimidade o melhor do mundo nesta matéria, já merecia sediar nova-mente tal competição e poder apagar de uma vez por todas as trágicase tétricas memórias do “maracanaço” de 50;( ) Como um bom chato de plantão, simplesmente não curtiu a notícia;( ) Num primeiro momento, ficou feliz, mas, imediatamente se lem-

brou que vivemos no país da malfadada “Lei de Gerson”, e que estaseria uma maior oportunidade para que, por todo país, se utilizasse averba pública de forma ainda mais descabida daquela que, infelizmen-te, virou costume e, até mesmo, quase uma tradição nacional. O quefoi devidamente confirmado nestes tantos anos de preparação do paíspara receber esse megaevento;( ) Gostou. Pois entendia que a Copa nos deixaria um legado com

carácteres públicos e sociais e não este “ouro de tolo”, de que nos falaMércia Alves, em seu excelente texto “Copa do Mundo – De qual le-gado se está falando?” (ww.portalpopulardacopa.org.br);( ) Não concordou. Por entender que o Brasil tem muito maiores

prioridades em que investir, a exemplo da Saúde, Educação e Seguran-ça (não necessariamente nesta ordem, embora esta me satisfaça);( ) Adorou. Não por causa do futebol em si, mas sim por perceber

que com isto seu partido, ou aquele por quem você tem bastante sim-patia, seria beneficiado;( ) Alternativa anterior, porém, utilizando da regra três do futebol,

sai “partido político” e entra “empresa”;( ) Ficou alheio e indiferente a isso (o que, quase sempre, é a pior

das escolhas);( ) Nenhuma das alternativas.

Independente de qual ou quais alternativas você possa se identificar, averdade é que a Copa da Fifa no Brasil já começou. A despeito de todasas manifestações e grupos organizados contra sua realização, de toda(des)organização de nossos órgãos Federais, Estaduais e Municipais on-de os jogos devem acontecer e de todo esforço e êxito de nossas autori-dades e membros da comissão organizadora em manchar o brilho doPaís, ao mostrar mundo afora tamanha ingerência e incompetência emadministrar tensões.

A Copa começou e, mais uma vez, temos de engolir uma injustiça, comoo fato de que uma minoria vai se aproveitar dela e prosperar ainda mais,em detrimento da paixão e de um certo grau de ingenuidade da maioria.

A Copa começou e temos de aceitar que, absurdamente, de acordocom o que foi noticiado, a FIFA e seus patrocinadores oficiais foramisentados pelo governo brasileiro do pagamento de algo próximo a R$1,1 bilhão, no período de 2010 a 2014, apenas em impostos federais.

A Copa começou, ainda que quase nada daquilo que fora prometidocomo legado de sua realização (excetuando-se os estádios) tenha sidocumprido.

A Copa começou e nem mesmo o “pontapé no traseiro” de seus(i)responsáveis e (des)organizadores, ameaçado pelo senhor JérômeValcke, aconteceu.

A Copa começou. E já pouco importa o resultado dentro de campo.Que a partir de então, possamos encarar o futebol como ele deve servisto: apenas “a coisa mais importante, dentre as menos importantes”,no dizer de Arrigo Sacchi.

A Copa começou. Fica, portanto, a expectativa maior, para o placar aser criado pelo povo nas urnas, no próximo mês de outubro.

A Copa começou e fica a sensação de que, mais uma vez, o “Gigan-te” acordou tarde demais.

A Copa da FIFA começou, também por Culpa Nossa. .::

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Page 6: Ôxe! - Junho de 2014

Junho / 20145

CORAÇÃO E.T.

"Não é possívelestar dentro dacivilização efora da arte".

Rui Barbosa

Minha lma, como o Sol, é ardente. . .o astro-rei,

seu coração frio é oposto à Mercúrio;planeta quente,pode ser que errei. . .

Como Vênus,seu amor é mortífero. . .

sem atmosfera, não tênue,somente com a mãe Terra me identifico;

Meu sangue também é da cor de Marte,o planeta vermelho. . .

me alertaram para que a descartemas não segui o conselho. . .

Por Júpiter!. . .o desafio é faze-la perder todo gás. . .

de repente a sua frieza estupida,com meu calor, se desfaz. . .

Pretendia conquistá-la. . . ainda este ano. . .lhe daria um dos anéis de Saturno. . .

um de Urano. . .outro de Netuno. . .

A cobriria de carinhos sob o lençol,o seu corpo ardente de paixão. . .

da nuca aos tornozelos até raiar o Sol,a livraría de Hades,mas leváva-a à Plutão. . .

Para derreter o seu gelo,vem a mim a influência da Lua,

com boa fase e zêlo,temperar a sua índole crua;

Meu coração é ardente,capaz de ebolir um vulcão. . .deixar seu sangue fervente. . .

à correr nas suas veias e descongelar seu coração. . .

Por: Joyce Milena

Paqueras e Paqueras,sonhos entre si,adolescência é assim,o momento de sorrir.

Muitas vezes,pensei em ser adulto logo,por pensar em ter o modo,de um adulto independente.

Mas coube a mim,que é um momento adorável,aconselhável,aproveitar antes do fim.

Agradeci o tempo,mas ele sumiu no vento,e o trabalho necessitou.

eu vi que ser adulto,responsável pelos atos,eu perco meus contatos,pois eu tenho,que da casa cuidar.

eu vi que o tempo passa,e os problemas traça,

uma rota pra mim.

eu vi que o tempo passa,e meus cabelos brancos,

começam surgir.

desejando que tudo volte,querendo ser criança,para a adolescência

reconstruir.

na memória sempre passa,aquela época,

eu me arrependo do que fiz.

Cêtámaluco .::

Por: Messias Silva

Adolescência

Lá fora som de violãoAqui dentro uma multidãode utopias incorrigíveisem mim.Tudo bem, assim sempre foi e será. . .Mas agora é você:parte dessa quimera doce e purade uma primavera que viráSe quiser ! ainda. . .pra nósa sóssonharmos fantasias emocionadasE que o tempo junto a ti sejalongo como estrada a pésem intervalos, nem feridas abertas a cancelarquero tempo junto a ti. . .sem oscilar.

"Inserção"Por: Daniela Mendes

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6Junho / 2014

A noite inteira acordado. Já faz uns dias que suas noites estão mais longas. Ficou no celular,mensagem instantânea, as horas passam tão rápido, essa é a sua sensação. Nem percebeu que já eratarde da madrugada. Será que quando se está apaixonado tem o poder de modificar a percepção deduração do tempo?

Conheceu a pessoa pela qual está apaixonado por uma rede social, quando chegou a solicitaçãode amizade, aceitou, e a partir daí começaram a conversa pelo chat. Entrou em seu perfil, olhousuas fotos, “curtiu” quase todas. No primeiro momento estranhou o convite, pois a moça emquestão de estética estava muito além do que ele já havia se envolvido. Mas trocando mensagenspercebeu que gostavam das mesmas coisas. A cada link de música enviada trazia uma sensaçãodiferente, como se aquilo aproximasse eles e a impressão é que já tinha intimidade de longas datas.Ela revelou coisas pessoais e ele se sentiu a vontade para falar de suas intimidades.

Não demorou uma semana e já estava se sentindo apaixonado. Nas mensagens deles começaramaparecer os primeiros “eu te amo”. A distância impedia o encontro entre eles. Mas era umsentimento que crescia a cada dia. No curso, no churrasco de família, no trem, no hospital, nãotinha nenhum local que ele não estava trocando mensagens pelo celular. A noite as conversasesquentavam, as trocas de mensagens pegavam tons eróticos, ocorrendo até troca de fotos íntimas.

Se sentiu especial, alguém se importava com ele, alguém se importava como tinha sido seu dia,mesmo sempre sua resposta sendo seca, pois não tinha muito o que contar, seu dia era ummarasmo só. Ela que trouxe motivos alegres para aquela vida tediosa, sem graça e indiferente.

Estava apaixonado por alguém que nem se quer chegou a ouvir voz, as ideias do dia a dia oprendiam de tal maneira que não deixava possibilidade que outra pessoa entrasse em sua vida.Além disso, sua beleza e timidez evitava muito o relacionamento com as mulheres.

A cada dia que passava a necessidade de se encontrarem aumentava. O Dia “D” foi marcado, elaviajaria diversos quilômetros e ele teria que buscá-la na rodoviária. Seu melhor perfume, suamelhor roupa, seu melhor sorriso no rosto. Estava levando consigo um presente, mas ganhariatambém um presente: o fim de semana seria todo para os dois.

A ansiedade o corrói, cada minuto era uma eternidade, não para de olhar pro celular, amensagem não está indo. Permanece parado próximo ao desembarque, milhares de pessoaspassaram por ele, nenhuma era sua amada. Será que ela o viu e desistiu. Coração acelerou, pareceque viu ela de costas, a mesma tonalidade do cabelo, já tinha visto aquela blusa em alguma foto.

Felicidade toma conta dele. Como uma mudança repentina de tempo, um sol brilhantetransforma em um céu carregando de nuvens - não era ela. Horas e mais hora e nada, lá fora cai umtemporal. Ele encostado ao lado de um painel de anúncio de uma Perfumaria (O dia dosnamorados nunca foi tão gostoso), feição triste e celular jogado com toda força no chão. Rodoviáriafria comparável às redes sociais virtuais. .::

Por: Danilo Góes

(blemblemblemglomblem: Prelúdio ao som de. . . )Se a broca entendesse, dar-lhe-ia boa broncaMostrar-lhe-ia que sua boca, apesar de não ser arma brancaCome, devora e corta fundo, livros azuis e brancosColocar-lhe-ia no banco (de pedra) para lhe quebrar os dentes: quem

sabe não desistiria de fazer-me folha branca.

Se a broca fosse parente de sangueDas bactérias mal-tratadoras de livrosValer-me-ia dos valentes cupins (que pelo menos gostam da solidez da

madeira),Para que estes lecionassem de novo: “Eia Broca, cuidado! É disso que

as gentes se fazem!”

(Diriririróóóó. . . Intermezzo enquanto as brocas comem livros. . . )E preciso desses aios-cupins porque ouvi (sem querer) a Broca-Mór

bradar:“Avante brocas! Desfaçamos as gentes!Estabeleçamos o reinado dos anencéfalos!”

É o cúmulo da insensatez livrescaPrecisar dar bronca em brocas “encéfalas” da pólisPela impossibilidade de dar uma bronca em broncas brocas brancas!(Os livros choram: a música agora é o som de páginas amassadas:

scxidgfjdfhissss!)

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"Religião e arte

procedem da

mesma raiz e são

parentes próximos.

Economia e arte

não se conhecem".

Willa Cather

BROCAS E ANENCÉFALOSOuoperigo noReinadodosBroncos

Umquase soneto (Dedicado aSilvia Sapucaia)

Por: Osnir Gonçalves

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