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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA ORTODONTIA OSTEOTOMIA SEGMENTAR DE MAXILA CASO CLÍNICO OCTAVIO MARGONI NETO SÃO BERNARDO DO CAMPO 2012

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

ORTODONTIA

OSTEOTOMIA SEGMENTAR DE MAXILA

CASO CLÍNICO

OCTAVIO MARGONI NETO

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2012

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

ORTODONTIA

OSTEOTOMIA SEGMENTAR DE MAXILA

CASO CLÍNICO

OCTAVIO MARGONI NETO

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Metodista de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do Título de MESTRE pelo Programa de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA, Área de concentração em Ortodontia.

Orientador: Prof. Dr. André Luis Ribeiro de Miranda

SÃO BERNARDO DO CAMPO 2012

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FICHA CATALOGRÁFICA

M336o

Margoni Neto, Octavio

Osteotomia segmentar de maxila: caso clínico / Octavio

Margoni Neto. 2012.

43 f.

Dissertação (mestrado em Ortodontia) --Faculdade de Saúde

da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do

Campo, 2012.

Orientação: André Luis Ribeiro de Miranda

1. Osteotomia de Le Fort 2. Cirurgia ortognática 3.

Ortodontia I.Título.

D. Black

D72

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A dissertação de mestrado intitulada: “Osteotomia segmentar de maxila: caso clínico”,

elaborada por Octavio Margoni Neto, foi apresentada e aprovada em 26 de novembro de

2012, perante banca examinadora composta por Prof. Dr. André Luis Ribeiro de Miranda

(UMESP), Prof. Dr. João Roberto Gonçalves (UNESP/Araraquara) e Profa. Dra. Érika

Botelho Josgrilberg (UMESP).

__________________________________________

Profº. Dr. André Luis Ribeiro de Miranda

Orientador e Presidente da Banca Examinadora

__________________________________________

Profº. Dr. Rogério Gentil Bellot

Coordenador do Programa de Pós-Graduação

Programa: Pós-Graduação em Ortodontia

Área de Concentração: Ortodontia

Linha de Pesquisa: Cirurgia ortognática

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DEDICATÓRIA

À Deus por ter iluminado a minha vida e as minhas escolhas.

Dedico esta dissertação às pessoas que são responsáveis pela minha inspiração de vida, Paola Bechtold (minha esposa), Vitor Bechtold

Margoni e Guilherme Bechtold Margoni ( meus filhos ). Obrigado por serem a razão da minha vida. Agradeço pela amizade, convivência, compreensão, carinho, amor e pela possibilidade em construir essa

família maravilhosa!

Aos meus pais Octavio e Ana Emilia, que sempre acreditaram em mim e foram responsáveis por me ensinarem, principalmente, a

importância da construção e coerência de meus próprios valores.

Agradeço à minha irmã Patricia pela amizade, convivência, carinho e amor.

Ao meu sogro Antonio, à minha sogra Irene Rina, e ao meu cunhado Antonio Ricardo pela convivência,compreesão, amizade e

carinho constantes.

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Prof. Dr. André Luis Ribeiro de Miranda, agradeço pela paciência e pela continuação desse trabalho. Você foi responsável

por conduzir este trabalho com sabedoria, possibilitando a sua conclusão.

Ao Prof. Dr. João Roberto Gonçalves , primeiramente pelo

incentivo, amizade, carinho, dedicação, sabedoria e competência.

Ao Dr. Marcos Cesar Pitta, pela amizade, oportunidade de aprendizado, sabedoria e competência.

Ao Dr. Gustavo Motta e Dr. Aluisio Galiano, pela amizade e

oportunidade de crescimento em grupo durante toda a nossa formação.

Ao Dr. Larry M. Wolford, pela oportunidade em tornar o meu sonho

uma realidade. Agradeço pela paciência em ensinar, pelo conhecimentoadquirido e pela amizade.

A todos vocês, a minha admiração pelos excelentes profissionais que são!

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AGRADECIMENTO

Ao Prof. Dr. Marco Antonio Scanavini, que conduziu o curso com

sabedoria, sempre pensando no melhor para os alunos. Agradeço sua amizade.

Aos professores do programa de Pós-Graduação em Ortodontia –

UMESP, Prof. Dr. André Luis Ribeiro de Miranda, Profa. Dra. Claudia Toyama Hino, Profa. Dra. Carla P. H. A. R César, Profa. Dra.

Fernanda Angelieri, Prof. Dr. Fernando C. Torres, Prof. Dr. Luis Renato Paranhos, Profa. Dra. Renata Cristina Faria Ribeiro de

Castro, por dividir os seus conhecimentos e pelo incentivo para que este trabalho fosse realizado.

Aos colegas Daniela Gambarine Pereira, Eduardo Carpinski Corrêa, Fabíola Francio, Geraldo Marchiori, Marcos Felipe Nunes, Mariana Carvalho, Octávio Margoni Neto, Sabrina Rocha Ribeiro, Silvana

Allegrini Kairalla e Valéria Rezende Nicodemos, à todos um carinho especial pela amizade, companheirismo, convívio e dedicação

durante o curso.

Aos funcionários do curso de Pós-Graduação: Ana Regina Trindade Paschoalin, Edílson Donizete Gomes, Marilene Domingos da Silva e

Célia Maria dos Santos, obrigado pela atenção, colaboração, amizade e constante disposição para auxiliarem todos os meus

trabalhos.

Às funcionárias da biblioteca, em especial às bibliotecárias Valéria

Pompermayer Fazolim e Noeme Viana Timbó, obrigado pela atenção, colaboração, e constante disposição para auxiliarem na

obtenção dos artigos e formatação deste trabalho.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------10 2. REVISÃO DA LITERATURA---------------------------------------------13 3. PROPOSIÇÃO---------------------------------------------------------------22 4. MATERIAL E MÉTODO---------------------------------------------------24 4.1 – Descrição da amostra 4.2 – Critérios de inclusão 5. RESULTADOS--------------------------------------------------------------26 CASO CLÍNICO-----------------------------------------------------------------28 6. DISCUSSÃO-----------------------------------------------------------------34 7. CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------39 REFERÊNCIAS ----------------------------------------------------------------41 ANEXOS--------------------------------------------------------------------- 43

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RESUMO

A Osteotomia Segmentar de Maxila ou Osteotomia Le Fort I

Segmentada é um procedimento que tem se tornado, cada vez mais comum,

nas cirugias para as correções das deformidades dentofaciais, conhecidas

como Cirurgias Ortognáticas. Este procedimento é muito bem indicado para a

correção das discrepâncias maxilares, nos diferentes planos e num único

tempo cirúrgico, otimizando assim, o tempo de tratamento a que o paciente é

submetido. A estabilidade esquelética transversal e a oclusal dos pacientes,

que são submetidos a este tipo de osteotomia, tem sido objeto de estudo na

literatura , assim como também, os potenciais riscos e complicações inerentes

a este procedimento como, a desvitalização dentária, fístula oro-nasal, perda

dentária, necrose de algum segmento da maxila ou até mesmo, de toda a

maxila. O objetivo deste trabalho é apresentar o caso clínico de um paciente

submetido à osteotomia segmentar de maxila, e fazer uma revisão da literatura

abrangendo os últimos 10 anos, com artigos que abordam a estabilidade deste

tipo de procedimento, assim como também os potenciais riscos e

complicações aos pacientes submetidos a este procedimento. Utilizando

algumas palavras – chave na base de dados eletrônica PUBMED, 12 artigos

foram selecionados para este trabalho, no período de 2002 a 2012. A

Osteotomia Segmentar de Maxila é um procedimento estável e seguro, com

baixo índice de complicação, quando indicado corretamente e com os devidos

cuidados no pré, trans e pós operatórios.

Palavras-chave: osteotomia multisegmentar maxila, osteotomia le fort I,

cirurgia ortognática.

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ABSTRACT

Segmental osteotomy of Maxilla Osteotomy Le Fort I or Segmented is a

procedure that has become increasingly common for dentofacial deformities

surgeries, known as Orthognathic Surgery. This procedure is very well indicated

for the correction of discrepancies in the different plans and jaw in a single

surgical time, optimizing the time of the processing treatment for which the

patient is submitted. Transversal skeletal stability and the occlusal of patients,

who are subjected to this type of osteotomy, has been studied in the literature,

as well as, potential risks and complications associated with this procedure, the

dental tissues, oro-nasal fistula, tooth loss, necrosis of some segment of the jaw

or even across the jaw. The aim of this study is to present the clinical case of a

patient underwent to segmental maxillary osteotomy, and to do a review of

literature covering the past 10 years, with articles that discuss the stability of

this procedure, as well as the potential risks and complications . Using a few

key words in the electronic data base PUBMED, 12 articles were selected for

this work, during the period from 2002 to 2012. Segmental osteotomy of the

maxilla is a stable and safe procedure, with low complication rate, when given

correctly and with the proper care in pre, trans and post-operatory.

Keywords: multisegmental maxillary osteotomy, le fort I osteotomy,

orthognathic surgery.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Paciente P.R., foto com rosto em posição frontal e em repouso

labial, sorrindo e com rosto em posição lateral, antes da cirurgia.

FIGURA 2 - Paciente P.R., foto oclusão dentária do lado direito, antes da

cirurgia.

FIGURA 3 - Paciente P.R., foto oclusão dentária anterior, antes da cirurgia.

FIGURA 4 - Paciente P.R., oclusão dentária do lado esquerdo, antes da

cirurgia.

FIGURA 5 - Paciente P.R., telerradiografia de perfil, antes da cirurgia.

FIGURA 6 –Fixação interna rígida da osteotomia Le Fort I segmentada.

FIGURA 7 –Bloco de hidroxiapatita em posição, na região mediana do palato,

para preencher espaço ósseo criado pela osteotomia segmentar de maxila.

FIGURA 8 – Osteotomia segmentar de maxila realizada, realizada entre os

dentes 12 e 13 (osteotomia vertical), e paralateral no palato duro. (osteotomia

sagital).

FIGURA 9 - Paciente P.R., foto com rosto em posição frontal e em repouso

labial, sorrindo e com rosto em posição lateral, depois da cirurgia.

FIGURA 10 - Paciente P.R., foto oclusão dentária do lado direito, de[pois da

cirurgia.

FIGURA 11 - Paciente P.R., foto oclusão dentária anterior, depois da cirurgia.

FIRURA 12 - Paciente P.R., oclusão dentária do lado esquerdo, depois da

cirurgia.

FIGURA 13 - Paciente P.R., telerradiografia de perfil, depois da cirurgia.

FIGURA 14 - Paciente P.R., radiografia panorâmica, depois da cirurgia.

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1.INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

A Cirurgia Ortognática tem apresentado um constante desenvolvimento

técnico, durante os últimos 40 anos. Desde os anos 70, quando os

procedimentos cirúrgicos eram concentrados apenas na mandíbula, as

cirurgias de maxila têm se tornado muito comum.

Em 1985, Turvey sugeriu que uma Osteotomia Le Fort I Segmentada

poderia ser realizada para tratar cirurgicamente os casos de deficiência

transversal de maxila. Em sua vasta experiência, ele concluiu que nos casos

cirúrgicos a presença isolada de atresia maxilar era um achado raro. Dos 104

pacientes que necessitavam de expansão transversal de maxila entre 3 e 13

mm, todos foram tratados com Osteotomia Le Fort I Segmentada ( 62 em três

segmentos, 33 em dois segmentos, e 9 em 4 segmentos).

Atualmente, o reposicionamento da maxila para corrigir diversas

deformidades dentofaciais é um procedimento de rotina do cirurgião

bucomaxilofacial. Quando os pacientes apresentam mordida aberta anterior,

mordida cruzada, assimetria, ou deformidades dos maxilares mais complexas,

a Osteotomia Segmentar de Maxila corrige essas deformidades em múltiplos

planos num único tempo cirúrgico: expansão transversal da maxila e,

simultâneamente, o posicionamento sagital e vertical da relação maxilo-

mandibular Kahnberg e Hagberg, 2007. Proffit et al (1996) reportaram que

30% dos adultos que procuram por tratamento das deformidades dentofaciais

apresentam deficiência transversal de maxila.

A Ortodontia para o preparo dos pacientes que serão submetidos à

cirurgia de Osteotomia Segmentar de Maxila consiste do alinhamento,

nivelamento, e remoção das compensações dentárias sem tentar fechar a

mordida aberta ou corrigir os problemas tranversais. Durante o preparo, que

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normalmente leva de 1 ano a 2 anos dependendo das compensações

dentárias, deve-se maximizar a deformidade ao invés de incorporar algumas

mudanças ortodônticas instáveis, pois isto poderá comprometer a estabilidade

final do tratamento e, consequentemente, o sucesso do tratamento. É

fundamental que se promova uma divergência entre as raízes dos dentes

adjacentes à osteotomia segmentar, para que a mesma possa ser executada

com segurança pelo cirurgião.

Muitas complicações associadas à Osteotomia Segmentar de Maxila,

como desvitalização dentária, reabsorção óssea, fístula oro-nasal e necrose

asséptica, por exemplo, podem ser evitadas através de um cuidadoso plano de

tratamento pré cirúrgico e cuidados intra-operatórios.

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2.REVISÃO DE LITERATURA

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Kretschmer9 et al. (2011), com o objetivo de comparar a

estabilidade transversal esquelética e dentoalveolar, realizou um estudo

retrospectivo com 87 pacientes , dos quais 54 eram mulheres e 33 eram

homens , em que todos foram submetidos a Osteotomia Le Fort I em 3

segmentos, entre 2005 e 2009. Os pacientes foram divididos em 3 grupos de

acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a expansão da maxila; grupo A,

osteotomia palatina unilateral; grupo B, osteotomia palatina bilateral; grupo C,

osteotomia palatina unilateral com a utilização de uma placa reabsorvível para

a fixação da vault palatina. De acordo com a magnitude das expansões obtidas

após a cirurgia, estes grupos foram subdivididos nos seguintes grupos:

expansão negativa ( constrição), 0 a 2 mm, maior que 2 até 4mm e maior que

4mm. Somente no grupo A foi utilizado enxerto ósseo na região palatina em 9

pacientes. Radiografias cefalométricas póstero– anterior e modelos de estudo

para cada paciente foram obtidos em três tempos distintos: T1 antes da

cirurgia; T2, 3 a 5 dias após a cirurgia, e T3, 12 a 15 meses após a cirurgia

para que as mensurações esqueléticas e dentoalveolares fossem feitas,

respectivamente.

As mudanças tranversais que ocorreram na cirurgia (T2 – T1 ) e

as pós- -cirúrgicas ( T3 – T2 ), não mostraram diferenças significativas entre os

3 grupos, embora o grupo C tenha apresentado uma tendência a ocorrência de

uma recidiva maior nos casos em que ocorreram uma maior expansão. O

enxerto palatino nos pacientes do grupo A não apresentou um efeito

significativo nas mudanças transversais no pós-cirúrgico.

Ho3 et al.(2011), avaliaram o nível de complicações possíveis em

pacientes submetidos à osteotomia Le Fort I segmentada. Para isso realizaram

um estudo retrospectivo com 85 pacientes, dos quais 28 eram homens e 57

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eram mulheres, com a idade média de 23,3 anos, todos submetidos ao

tratamento entre 1995 e 2009.

Com relação às deformidades dentofaciais apresentadas pelos

pacientes, 30 apresentavam mordida aberta anterior, 24 apresentavam

deficiência transversal de maxila, 28 apresentavam mordida aberta anterior

com deficiência transversal de maxila e 3, excesso vertical anterior de maxila.

No que diz respeito à classificação de Angle para a relação oclusal dos

maxilares, 1 paciente era classe I, 52 (61%) eram classe II, e 32 (38%) eram

classe III. A Cirurgia ortognática bimaxilar, que envolve osteotomias de maxila

e mandíbula, foi realizada em 69 pacientes (81%), e em 16 pacientes foi

realizada apenas osteotomia de maxila (19%).

Com relação a quantidade de segmentos em que a maxila foi dividida

durante o procedimento cirúrgico, 70 maxilas foram divididas em 3 segmentos(

82%), 13 maxilas em 2 segmentos ( 15%) e 2 maxilas em 4 segmentos (2%).

O enxerto ósseo foi realizado em 21 pacientes (25%).

Do total, 23 pacientes (27%) apresentaram complicações cirúrgicas,

sendo que 18 deles (21%) desenvolveram complicações pós-operatórias

relacionadas à osteotomia segmentar de maxila.

Num outro estudo retrospectivo e, com o objetivo de investigar o efeito

da segmentação na estabilidade, nos diferentes movimentos cirúrgicos da

maxila, Kretschmer10 et al.(2010), avaliaram os dados cefalométricos obtidos

com 1 ano de pós cirúrgico, de 120 pacientes submetidos à cirurgia

ortognática bimaxilar, entre julho de 2004 a março de 2008, sendo 60

pacientes tiveram a maxila reposicionada num único segmento (grupo SP),

enquanto que os outros 60, tiveram a maxila segmentada em três segmentos (

grupo TP) com uma osteotomia vertical localizada entre o canino e o incisivo

lateral de cada lado da maxila. Todos os pacientes foram submetidos ao

tratamento ortodôntico pré e pós-cirurgia. A fixação da maxila foi feita

utilizando-se 4 placas de titâneo 2.0mm e parafusos monocorticais 2.0mm.

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As telerradiografias utilizadas para as análises cefalométricas foram

obtidas em três tempos distintos, com o paciente em oclusão cêntrica e a

cabeça em posição natural: antes da cirurgia (T1), 3 a 5 dias após a cirurgia

(T2), e 12 a 15 meses após a cirurgia (T3) . Nos traçados cefalométricos foram

definidos dois eixos de referência: o eixo X foi definido pela linha sela-naso

rotacionada 7 graus no sentido horário para se aproximar do plano horizontal

de Frankfurt, e perpendicular a esta linha, um eixo y desenhado através do

ponto cefalométrico Naso. As posicões horizontais e verticais do incisivo central

superior (U1), da cúspide mesio-bucal do primeiro molar superior (U6) e a

espinha nasal anterior (ANS) foram mensuradas em relação a estas linhas de

referência.

A análise cefalométrica incluiu ainda os ângulos: formados pela

intersecção da linha naso-sela com as seguintes linhas e/ou plano: linha naso-

ponto A (SNA) , linha naso-ponto B (SNB), linha nasal (plano) (NL/NSL), linha

mandibular (plano) (ML/NSL), longo eixo do incisivo central superior (U1-NSL).

Por fim , o ângulo formado pela intersecção do longo eixo do incisivo central

inferior com a linha do plano mandibular ( L1-ML).

Em ambos os grupos não houve correlação importante entre as

mudanças ocorridas em T2-T3 e T1-T2, em todas as direções. A percentagem

de recidiva clínica significante (≥ 2mm) foi maior no grupo TP que SP, para

movimentações verticais de 2mm ou mais, enquanto que nos avanços de 2mm

ou mais não foram observadas diferenças entre os dois grupos.

Marchetti12 et al.(2009) compararam a estabilidade a longo prazo da

expansão maxilar, obtida em pacientes adultos submetidos, ou à expansão

rápida de maxila assistida cirurgicamente(ERMAC), ou à osteotomia segmentar

de maxila. Eles realizaram uma análise retrospectiva dos modelos de estudo de

20 pacientes. Todos os pacientes foram diagnosticados, clinicamente e

radiograficamente, com deficiência transversal de maxila.

Os 10 pacientes que apresentavam uma distância intermolar superior

a 6mm foram submetidos à expansão rápida de maxila assistida cirurgicamente

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(ERMAC), e os outros 10 que apresentavam esta distância superior a 6mm,

foram submetidos à cirurgia ortognática bimaxilar, uma vez que atresia maxilar

estava associada a alterações esquléticas sagitais e verticais. Em ambos os

casos foram feitas medições intercaninos e intermolares, em T1, modelo obtido

para a realização da cirurgia de modelo, T2, modelo da maxila com a expansão

planejada para a cirurgia T3, modelo obtido 2 anos após a cirurgia.

Nos 10 casos submetidos à osteotomia Le Fort I em 2 segmentos, todos

passaram por um preparo ortodôntico pré-cirúrgico ,em seguida pela cirurgia

ortognática, com a osteotomia vertical segmentada sendo posicionada entre os

incisivos centrais superiores, para a correção da atresia maxilar. Esses

pacientes utilizaram, nas primeiras seis semanas de pós-operatório, um

dispositivo no palato que orientou a quatidade de expansão durante o ato

cirúrgico. Eles removiam este dispositivo apenas durantes as refeições, e após

estas seis semanas, o dispositivo foi substituído pelo uso de uma contenção

ortodôntica tipo Hawley, que foi utilizado por 12 meses, à noite, enquanto os

pacientes dormiam.

Os autores observaram que as diferenças T1 – T3 para ambos os

grupos foram significativas e que a recidiva, T2 – T3, nas distâncias intercanino

e intermolar foi menor no grupo de pacientes submetidos à Osteotomia Le Fort

I bisegmentada.

Kahnberg5 (2007) num estudo prospectivo de longo prazo avaliou 36

pacientes submetidos à cirurgia de osteotomia maxilar multisegmentada para

alargamento da mesma. Como parâmetro do alargamento obtido, mensurações

clínicas e de modelos de estudo foram feitas em todos os pacientes, com a

utilização de compassos, entre as cúspides dos dentes 13 e 23, e entre as

cúspides palatinas dos dentes 14 e 24, 15 e 25, 16 e 26, 17 e 27 , no período

pré-operatório e no pós-operatório, ao 2, 6 18 30 e 60 meses. Análise

radiográficas, com telerradiografias, também foram feitas neste período.

Apenas13 pacientes foram acompanhados até os 60 meses.

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Todos os pacientes utilizaram um dispositivo de acrílico, utilizado

durante a cirurgia para determinar a quantidade de expansão maxilar, por um

período de 06 meses após o procedimento cirúrgico, para auxiliar na

estabilidade da dimensão obtida com a expansão maxilar.

Pode ser observado que houve uma tendência à recidiva nas

medições realizadas entre os dentes pareados, pricipalmente entre 17 e 27

,onde a recidiva foi significante dos 6 meses aos 30 meses de pós-operatório.

Entretanto os resultados clínicos foram altamente satisfatórios.

Num outro estudo retrospectivo, Kahnberg, Vannas-Lofqvist, Zellin7

(2005) examinaram clinicamente e radiograficamente a incidência de injúrias

aos dentes e tecidos adjacentes à região de segmentação da maxila. Num total

de 82 pacientes que foram submetidos a alguma correção dento-esquelética

cirurgicamente, 36 se submeteram a cirurgia de maxila apenas, enquanto que

46 se submeteram à cirurgia ortognática bimaxilar, entre 1992 e 1998,

totalizando 158 osteotomias verticais e , consequentemente, 316 dentes

envolvidos adjacentes a estas osteotomias.

Todos pacientes foram acompanhados através de radiografias

panorâmicas, telerradiografia lateral no pré-operatório. No pós operatório

imediato, 3 a 4 dias após o procedimento, 58 pacientes foram acompanhados

através de radiografias panorâmicas, aos 2 meses, radiografias periapicais

foram feitas em 39 pacientes. Aos 6, 18 e 30 meses de pós-operatório, 66, 63 e

43 pacientes foram acompanhados através de radiograias periaicais.

Do total de 82 pacientes, 79 foram acompanhados adequadamente com

radiografias apropriadas, pelo menos em três vezes, sendo que duas no

príodo de pós-operatório, para a avaliação da região segmentada e dos dentes

e tecidos adjacentes a ela. Um total de 43 pacientes, 82 osteotomias e 164

dentes, representando 51,9% dos pacientes, não apresentaram nehuma injúria

segundo os métodos radiográficos utilizados para a avaliação. Os demais

apresentaram algum tipo de alteração, como alargamento de ligamento

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periodontal, reabsorção de raiz, que não foram oriundos da segmentação de

maxila, mas do tratamento ortodôntico.

Kramer8 et al.( 2004) publicaram um estudo prospectivo, realizado

entre 1983 e 2002, para avaliar a ocorrência de complicações no intra e pós-

operatório com 1000 pacientes, que foram submetidos que foram submetidos

ao procedimento de Osteotomia Le Fort I. Deste total, 650 pacientes eram

mulheres e 350 eram homens. As avaliações ocorreram em três tempos

distintos: imediatamente após o procedimento, através de uma entrevista com

o cirurgião que realizou a cirurgia, 10 dias após a cirurgia, quando da remoção

das suturas, os pacientes foram submetidos à avaliação clínica e radiográfica,

e 9 a 12 meses de pós-operatório, quando novas avaliações clínicas e

radiográficas foram feitas em 90% dos pacientes, antes da remoção dos

materiais de osteossíntese.

Do total dos 1000 pacientes, 115 apresentavam maiores irregularidades

anatômicas, como displasia craniofacial, malformações vasculares, palato

fendido, sendo que 29 complicações apareceram neste grupo, ou seja, 45,3%

de todas as complicações. Entre os outros 885 pacientes, que não

apresentavam irregularidades anatômicas maiores, ocorreram 35

complicações, ou seja, 54,7% de todas as complicações. O risco cumulativo de

complicações neste grupo em relação aos 1000 pacientes foi de 3,9%. O

interessante foi que das 35 complicações ocorridas neste grupo, 29( 82,9%)

estavam associadas a pacientes que se submeteram ou à osteotomia

segmentar de maxila, ou tiveram um avanço de maxila maior que 9mm.

Arpornmaeklong1 et al.(2003) realizaram um estudo retrospectivo, com

26 pacientes que haviam sido submetidos à cirurgia de avanço de maxila, para

comparar a estabilidade pós-operatória entre aqueles que tiveram a maxila

operada em um único segmento (11 pacientes) e os que tiveram a maxila

segmentada em três segmentos (15 pacientes ).

Este estudo consistiu da análise cefalométrica das radiografias dos

pacientes, em três tempos distintos: antes da cirurgia (T1), imediatamente após

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a cirurgia (T2), e pelo menos 1 ano após a cirurgia (T3). Todos os traçados

foram calibrados e cada radiografia foi traçada e digitalizada 2 vezes por um

mesmo pesquisador, em uma semana.

O tempo médio de avaliação pós-operatória foi de 25,7 meses e o

estudo constou de três grupos: grupo A 26 pacientes, grupo B 11 pacientes

submetidos à cirurgia de Osteotomia Le Fort I sem segmentação e, grupo C 15

pacientes submetidos à cirurgia de Osteotomia Le Fort I segementada em 3

segmentos. Os autores concluiram que o avanço de maxila em ambos os

grupos apresentou resultados muito estáveis no plano horizontal em ambos os

grupos, embora o grupo B tenha apresentado uma significante recidiva maior

que o grupo C no plano vertical, mas que foi compensada por pequenos

movimentos dentários durante a ortodontia pós-cirúrgica, sem comprometer o

caso.

Wolford, Riesche-Fischel, Mehra17 (2002) avaliaram retrospectivamente

311 pacientes, num acompanhamento de médio a longo prazo (3,4 anos), dos

quais 224 eram mulheres e 87 eram homens, com idade média de 28,5 anos,

a cicatrização da incisão feita na mucosa do palato, na região parasagital,

durante a cirurgia de Osteotomia segmentar de maxila. Todos os pacientes

foram avaliados pelo mesmo clínico em três tempos distintos: antes da cirurgia

(T1), após a cirurgia (T2), e o acompanhamento pós-operatório mais longo

(T3).

Todos os pacientes obtiveram uma expansão maxilar maior que 5mm na

cirurgia e, por isso, um enxerto de bloco de Hidroxiapatita (HA) foi posicionado

na região mediana do palato, onde se deu a formação do espaço ósseo devido

à expansão, e assim, aumentar a estabilidade deste procedimento.

As avaliações subjetivas e objetivas em todas as visitas pós operatórias

focaram na busca por sinais e sintomas específicos relacionados ao uso das

incisões parasagitais, tais como: 1 cicatrização anormal de tecido mole, 2

comunicações oronasais, 3 infecção, 4 exposição ou perda dos blocos de HA,

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5 perda de dente ou reabsoção óssea, 6 necessidade de procedimento

cirúrgico adicional.

Dos 311 pacientes, em 293 (94%) a incisão parasagital cicatrizou

perfeitamente e 18 pacientes apresentaram as seguintes complicações (6%): 9

pacientes (1,9%) tiveram problemas com os blocos de HA, 8 pacientes

desenvolverm comunicações oronasais e 1 paciente desenvolveu

hipersensibilidade ao fio de niquel que foi posicionado intra ósseo, durante a

cirurgia para aumentar a estabilidade dos segmentos, anterior ao bloco de HA.

Um total de 11 pacientes (3,5%) necessitaram de cirurgias secundárias

menores. Não foi observado comprometimento vascular de algum segmento

ósseo e nem perda de algum dente em nenhum paciente.

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3.PROPOSIÇÃO

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3.PROPOSIÇÃO

A proposta deste estudo é apresentar o caso clínico de um paciente

submetido à osteotomia segmentar de maxila, e fazer uma revisão da literatura

abrangendo os últimos 10 anos, com artigos que abordam a estabilidade deste

tipo de procedimento, assim como também os potenciais riscos e complicações

aos pacientes submetidos a este procedimento.

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4. MATERIAL E MÉTODO

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4. MATERIAL E MÉTODO

4.1) Descrição da amostra:

Utilizando a base eletrônica de dados PUBMED, uma pesquisa foi feita

através das seguintes palavras chaves: multisegmental Le Fort I osteotomy,

segmental maxillary osteotomy, anterior maxillary osteotomy. Nesta pesquisa

foram encontrados, inicialmente, 220 artigos, que foram criteriosamente

avaliados , segundo os critérios de inclusão.

4.2) Critérios de inclusão:

Neste trabalho foram incluídos artigos de estudos prospectivos e

retrospectivos,estudos com casuísticas de cirugia bimaxilar ou somente maxila,

artigos escritos em inglês, publicados entre 2002 e 2012 e em revistas

indexadas ao PUBMED.

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5.RESULTADOS

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5. RESULTADOS

Dez artigos foram selecionados, segundo os critérios estabelecidos

neste trabalho. Cinco artigos abordam as complicações decorrentes do

procedimento osteotomia segmentar de maxila3,7,8,10,17 (Vide Anexos - Tabela

1 ). Os outros cinco artigos abordam a estabilidade esquelética e

oclusal1,5,9,11,12 pós- operatória , deste procedimento (Vide Anexos - Tabela 2 ).

Com relação às complicações, 9 pacientes tiveram exposição do enxerto

de bloco de hidroxiapatita17, 13 tiveram comunicação oro nasal3,17, houve uma

perda dentária3, e um pequeno número de complicações em porcentagem

baixa, como desvitalização dentária, recessão gengival, reabsoção radicular,

reabsorção óssea, entre outras3,7,8. Não houve a necessidade de transfusão de

sangue para nenhum paciente submetido à Osteotomia segmentar de maxila10.

Com relação a estabilidade oclusal, observou-se que a região de

molares foi sempre a que sofreu maior expansão9,12 e a maior recidiva5,9,12

também.

Em relação a estabilidade esquelética transversal, esta também foi

considerável, mas se manteve mais estável9 . Já nos movimentos cirúrgicos

verticais e horizontais, para reposicionamento da maxila, observou-se que

quando comparada à maxila de um único segmento, a maxila multisegmentada

teve maior recidiva no movimento vertical e não houve diferença entre 1

segmento ou 3 segmentos para o movimento horizontal11.

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CASO CLÍNICO

Paciente P. R, 52 anos de idade, leucodermo, sexo masculino,

apresenta mordida aberta anterior, com mordida cruzada bilateral. Com o lábio

em repouso, o paciente não apresenta exposição dos dentes incisivos centrais

superiores.

O paciente foi, primeiramente, submetido ao preparo ortodôntico para

alinhamento e nivelamento do dentes, adequadamente em relação às bases

ósseas, e para as descompensações dentárias. Em seguida , ele foi submetido

à cirurgia de Osteotomia Segmentar de Maxila para se obtivesse o adequado

reposicionamento maxilar, com a expansão transversal da maxila, e com a

movimentação vertical e horizontal para o fechamento da mordida aberta,

obtenção da oclusão classe I dos dentes caninose exposição de 3 mm dos

dentes incisivos centaris superiores com o lábio em repouso.

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Figura 1

Figura 2 Figura 3 Figura 4

a 5 Figura 5

FIGURA 1 – Paciente P.R., foto com rosto em posição frontal e em repouso

labial, sorrindo e com rosto em posição lateral, antes da cirurgia.

FIGURA 2 - Paciente P.R., foto oclusão dentária do lado direito, antes da

cirurgia.

FIGURA 3 - Paciente P.R., foto oclusão dentária anterior, antes da cirurgia.

FIGURA 4 - Paciente P.R., oclusão dentária do lado esquerdo, antes da

cirurgia.

FIGURA 5 - Paciente P.R., telerradiografia de perfil, antes da cirurgia.

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Descrição do Procedimento

Inicialmente um fio de Kirshner é posicionado na glabela do paciente para

servir de referência externa para a exposição final dos incisivos centrais

superiores.

Com uma lâmina de bisturi número 15, uma incisão de espessura total é

feita na mucosa vestibular, da região de primeiro molar até a região de incisivo

central superior. Em seguida, com um elevador de periósteo, um retalho de

espessura total é elevado desde a região do pilar zigomático da maxila até a

abertura piriforme, neste ponto, a mucosa nasal é descolada cuidadosamente e

utilizando uma broca 701 e uma serra reiprocante, e sob constante irrigação de

soro fisiológico, uma osteotomia Le Fort I é realizada, há 5 mm acima dos

ápices dos dentes, desde a abertura piriforme até a região de túber da maxila.

Utilizando um cinzel curvo, a região de túber da maxila é separada das lâminas

do pterigoide. Em seguida, a mucosa entre o incisivo lateral e o canino é

elevada cuidadosamente para que a osteotomia vertical da osteotomia

segmentar da maxila seja feita com a ajuda uma broca 699, sob abundante

irrigação de soro fisiológico, e um cinzel fino, desde a região dento alveolar até

a união com a osteotomia Le Fort I. O mesmo procedimento é realizado na

região contralateral. Com um cinzel de septo nasal e martelo serara-se a

porção óssea da cartilaginosa do septo nasal.

Após a realização de todas as osteotomias, a maxila é deslocada para

baixo e mobilizada adequadamente. Com a utilização de uma lâmina 15, uma

incisão é feita na mucosa do palato, lateralmente à artéria palatina anterior,

desde o palato mole até a região distal do dente canino. Com um elevador de

periósteo, esta mucosa é dissecada até a região da linha média do palato, em

seguida, com a utilização de uma serra reciprocante, uma osteotomia

parasagital é realizada no assoalho da cavidade nasal, até a junção com as

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osteotomias verticais dentoalveolares, realizadas anteriormente. Dessa

maneira a osteotomia segmentar de maxila está completa e a maxila dividida

em três segmentos: o primeiro, desde o molar até o canino do mesmo lado

(direito), o segundo, desde o incisivo lateral até o incisivo lateral do outro lado,

e o terceiro, desde o canino até o molar desse mesmo lado ( esquerdo).

Neste ponto da cirurgia, a contenção palatina que foi pré-fabricada no

modelo da maxila segmentada na cirurgia de modelo, é posicionada no palato,

próxima à face palatina dos dentes, e amarrada com fio de aço de 0,30 mm de

espessura, ao redor do primeiro pré-molar e do primeiro molar, de ambos os

lados, para que se obtenha a expansão desejada da maxila. Em seguida, os

dentes são colocados na melhor oclusão possível, e com os caninos em classe

I, realiza-se o bloqueio maxilomandibular com fios de aço 0,30 mm de

espessura.

Por fim, com a oclusão estável, a maxila é fixada em sua nova posição com

a utilização de 4 mini-placas de 2,0 mm e parafusos de 2,0 mm de espessura e

5 mm de comprimento. Dessas placa, duas em forma de T são posicionadas

nos pilares caninos, e 2 em forma de L são posicionadas no pilar zigomático

da maxila.

Quando necessário, blocos de hidroxiapatita são posicionado para

preencher os espaços ósseos e aumentar a estabilidade do procedimento,

depois deste passo, o bloqueio maxilomandibular é removido e, após checar a

reprodutibilidade da oclusão desejada, o sítio cirúrgico é lavado com soro

fisiológico e a sutura pode, assim, ser realizada.

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Figura 6

Figura 7

Figura 8

FIGURA 6 –Fixação interna rígida da osteotomia Le Fort I segmentada.

FIGURA 7 –Bloco de hidroxiapatita em posição, na região mediana do palato,

para preencher espaço ósseo criado pela osteotomia segmentar de maxila.

FIGURA 8 – Osteotomia segmentar de maxila realizada, realizada entre os

dentes 12 e 13 (osteotomia vertical), e paralateral no palato duro. (osteotomia

sagital).

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Figura 9

Figura 10 Figura 11 Figura 12

Figura 13

FIGURA 9 - Paciente P.R., foto com rosto em posição frontal e em repouso

labial, sorrindo e com rosto em posição lateral, depois da cirurgia.

FIGURA 10 - Paciente P.R., foto oclusão dentária do lado direito, de[pois da

cirurgia.

FIGURA 11 - Paciente P.R., foto oclusão dentária anterior, depois da cirurgia.

FIRURA 12 - Paciente P.R., oclusão dentária do lado esquerdo, depois da

cirurgia.

FIGURA 13 - Paciente P.R., telerradiografia de perfil, depois da cirurgia.

FIGURA 14 - Paciente P.R., radiografia panorâmica, depois da cirurgia.

Figura 14

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6.DISCUSSÃO

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6. DISCUSSÃO

A osteotomia Le Fort I de maxila é um procedimento que tem se tornado

comum para solucionar deformidades dentofaciais tridimensionalmente(

Kretschmer11 et al. 2010 ).

A osteotomia segmentar de maxila é um procedimento que tem sido

utilizado para permitir a correção das discrepâcias de comprimento do arco

anterior , para aperfeiçoar a intercuspidação dentária, e promover a

estabilidade oclusal. A estabilidade pós-operatória é um dos maiores objetivos

da cirurgia ortognática, e a fixação interna rígida é reconhecida como um fator

essencial para promover a estabilidade após o reposicionamento anterior da

maxila. Entretanto, com relação ao reposicionamento na direção vertica, esta

estabilidade deve ser considerada apenas num curto espaço de tempo, pois a

adaptação neuro-muscular após a maturação da união óssea não mantém o

reposicionamento inferior estável por muito tempo em muitos casos. Vários

fatores como atividade parafuncional e forças mastigatórias podem

comprometer a estabilidade desses casos(Arpormaeklong1 et al. 2003).

A maxila é muito estável durante o primeiro ano pós cirúrgico, quando

ela é movimentada para cima e estabilizada com fixação interna rígida, e quase

não há chance de ocorrer alteração clínica significante. Em contrapartida, o

reposicionamento da maxila para baixo e a expansão da mesma, são

considerados procedimentos problemáticos e de maior instabilidade na

hierarquia dos movimentos esqueléticos, em cirurgia ortognática. No caso da

expansão maxilar promovida através da segmentação de maxila pode haver o

esticamento da mucosa do palato, e a elasticidade desta mucosa promove uma

força que diminui a expansão no período pós-cirúrgico ( Proffit, Turvey,

Phillips14, 2007).

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A segmentação da maxila em procedimentos de cirurgia ortognática

bimaxilares não é causa de instabilidade esquelética ou dentária, entretanto,

recidivas clínicas significantes ocorrem quando movimentos verticais de

grande magnitudes da maxila são realizados(Kretschmer11 et al. 2010).

Em muitas cirurgias ortognáticas, a opção por segmentar a maxila ocorre

justamente para que se obtenha uma maior intercuspidação dentária e,

consequentemente, este aperfeiçoamento da intercuspidação passa a ser

considerado um fator importante para a estabilidade pós-operatória do

procedimento, como foi observado por Arpornmaeklong1 et al. (2003)

.

Outro aspecto importante a ser considerado na estabilidade final do

tratamento dos pacientes submetidos à cirurgia ortognática com segmentação

da maxila, é identificar se houve diferença entre a estabilidade transversal

esquelética e dentária, uma vez que a ortodontia pré-cirúrgica pode promover

uma expansão dento alveolares em algumas regiões e que , certamente

recidivarão ao término do tratamento(Kretschmer9 et al. 2011).

Nos casos de cirurgia ortognática em que há a necessidade de uma

movimentação muito grande da maxila no sentido horizontal, para anterior,

devido ao overjet considerável que existe entre os dentes anteriores da maxila

e mandíbula, pode-se optar por fazer uma rotação anti-horária da mandíbula

para que esse overjet seja diminuído, e dessa forma, o avanço de maxila não

será muito grande, contribuindo para aumentar a estabilidade deste

movimento, além de não comprometer a estética final do tratamento( Kramer8

et al., 2004).

Um dos problemas mais importantes associados à osteotomia Le Fort I e

osteotomoia segmentar de maxila é a ocorrência de complicações isquêmicas,

que podem resultar em perda da vitlidade dentária, defeitos periodontais, perda

dentária, ou de segmentos, ou de toda a maxila, como consequência da

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vascularização insuficiente, após a realização de uma cirurgia ortognática de

maxila

Com relação as complicações dentárias em dentes adjacentes às

osteotomias verticais segmentares de maxila, Kahnberg, Vanna-Lofqvist,

Zellin7,(2005) observaram que em 158 osteotomias segmentares envolvendo

316 dentes não houve nenhuma perda dentária ou reabsorção de raíz.

Alterações no tecido ósseo, como reabsorção, e nos ligamentos periodontais

ao redor desses dentes foram notadas, entretanto, ambos foram associadas ao

tratamento ortodôntico pré e pós cirúrgico. A maior parte dessas mudanças

desapareceu ao término do tratamento ortodôntico final.

Outro cuidado importante, é que haja a separação adequada das raízes

dos dentes adjacentes à osteotomia segmentar, durante o preparo ortodôntico

para a cirurgia ortognática, de pelo menos 2 mm ao nível da junção cemento

esmalte, e 4 mm ao nível do terço apical das raízes, evitando assim, o

comprometimento vascular ou algum dano às raízes desses dentes(Ho3 et al.,

2011).

Quando se decide realizar uma segmentação de maxila, o cirurgião tem

que ter em mente a osteotomia do palato em forma de Y passa próximo da

linha média do palato duro, onde o osso é espesso e a mucosa é fina e muito

aderida ao osso, enquanto que a osteotomia em formato de U passa distante

da linha média do palato, numa região em que o osso é fino e a mucosa é

espessa. Além disso, ela permite que ocorra uma depressão do segmento

próximo ao centro do palato, promovendo desa forma, uma diminuição da

tensão na mucosa do palato(Ho3 et al., 2011).

Pacientes que apresentam uma deficiência transversal maxilar severa,

geralmente tem uma curva de Wilson aumentada. Para que se obtenha uma

oclusão adequada com os dentes da mandíbula, a curva de Wilson é

geralmente diminuída com a expansão maxilar. Isto resulta numa expansão

muito maior do palato que ao nível oclusal. Nestes casos é interessante

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aproveitar a região de maior espessura do palato para realizar a osteotomia, a

linha mediana do palato, para que um bloco de hidroxiapatita possa ser

utilizado e posicionado adequadamente, promovendo um bom contato entre a

superfície do osso e do bloco, e consequentemente, estabilizando melhor os

segmentos(Wolford, Rieche-Fischel, Mehra17, 2002).

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7.CONCLUSÃO

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7. CONCLUSÃO

A Osteotomia Segmentar de Maxila é um procedimento viável

para a correção da discrepância transversal da maxila e para o

reposicionamento maxilar em diferentes planos, na correção das

deformidades dentofaciais.

A Osteotomia Segmentar de Maxila é um procedimento estável

do ponto de vista esquelético e que pode ser realizada com

segurança, e sem complicações aos pacientes, desde que os

devidos cuidados sejam tomados durante o preparo ortodôntico,

o ato cirúrgico e, durante os primeiros 40 dias de pós-operatório

Com relação a estabilidade oclusal, este procedimento se

mostrou instável, entretanto, estudos precisam ser feitos no

sentido de avaliar e dimensionar as compensações dentárias,

em relação aos torques vestibulares ou palatinos, que ocorridas

durante o preparo ortodôntico.

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ANEXOS

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