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Os sistemas econômicos e o Direito
empresarial
Os sistemas econômicos e o Direito Empresarial
A ordem econômica no Brasil é disciplinada por um conjunto de princípios estabelecidos na
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 170, que preconiza que: A ordem econômica, fundada
na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I – soberania
nacional; II – propriedade privada; III – função social da propriedade; IV – livre concorrência; V –
defesa do consumidor; VI – defesa do meio ambiente; VII – redução das desigualdades regionais e
sociais; VIII – busca do pleno emprego; IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas, sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Sistemas Econômicos Um sistema econômico pode ser definido como a forma política, social e econômica pela qual está
organizada uma sociedade. São elementos básicos dos sistemas econômicos os fatores de produção,
o complexo de unidades de produção e as instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais.
Vejamos:
Os fatores de produção (capital, terra, recursos naturais e tecnologia)
Fatores de produção ou recursos de produção, compreendem os recursos utilizados no processo
produtivo. Da utilização, da disponibilidade, da qualificação, formas de mobilização e interação
resultam a condição de atendimento das necessidades humanas. São eles, classificados de forma
genérica, terra, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade.
Fator terra: representa os recursos naturais de uma forma geral. Constituem a base sobre a
qual se exercem as atividades dos demais recursos – solos, subsolo, águas, pluviosidade e
clima, flora e fauna, fatores extraplanetários (fontes de energia, movimentos, emissões de
ondas).
Fator trabalho: Refere-se ao potencial humano envolvido na produção. Mais
especificamente refere-se à parcela economicamente mobilizável da população.
Fator capital: compreende o conjunto das riquezas acumuladas pela sociedade e é com o
emprego delas que a população ativa se equipa para o exercício das atividades de produção.
A tecnologia: a função de produção representa a relação de transformação dos recursos de
produção em produto. Quanto mais eficientes forem as combinações entre os recursos, mais
eficiente (menos custo e mais produto) será o resultado do processo produtivo. O efeito da
tecnologia neste caso é aumentar a produtividade dos fatores de produção, ou seja,
promover mais produto por unidade de fator empregado.
O complexo de unidades de produção (empresas)
As sociedades empresárias são pessoas jurídicas de direito privado. As pessoas jurídicas, no Direito
brasileiro, em princípio, são classificadas de acordo com a norma que as rege. Os tipos de
constituição de sociedades empresariais são juridicamente estabelecidas pelo Código Civil, devendo
na sua composição atender a determinação legal. Alguns conceitos se fazem oportunos:
Empresário
Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Como exemplo deste tipo de empresa temos trabalhadores antes considerados autônomos como
representante comercial, mecânico de automóveis, encanador, pintor enfim qualquer profissional
prestador de serviços.
Sabendo que toda e qualquer pessoa pode exercer uma atividade empresarial através de sua pessoa
física (empresário singular) ou por uma constituição de uma pessoa jurídica (sociedade empresária).
Temos como características principais de um empresário individual:
Capacidade jurídica (aptidão do homem para ser sujeito de direitos e obrigações);
Inexistência de impedimento legal para o exercício da empresa;
Exercício profissional da empresa;
Regime jurídico peculiar regulador da insolvência mercantil;
Arquivamento da firma no registro público de empresas mercantis (oficialização de sua
condição mediante o registro na Junta Comercial);
Empresário, Sociedade Simples e Sociedade Empresária
De acordo com a lei vigente há diferenças entre constituir-se uma sociedade simples e uma
sociedade empresária, porém o empresário é participante de ambas. Já vimos que um empresário
individual pode exercer uma atividade empresarial a partir de sua pessoa física, e que no caso de
uma constituição de uma pessoa jurídica passa a ser uma sociedade empresária.
Porem uma sociedade empresária tem a necessidade de um objetivo de uma atividade própria de
um empresário, ou seja, que exerce atividade econômica organizada para a produção ou circulação
de bens ou serviços, além das sociedades acionárias.
Sociedade
Celebram contrato de sociedades as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens
ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Sendo assim uma sociedade caracteriza-se quando duas ou mais pessoas unem-se a fim de
organizarem uma empresa para dela desfrutar de seu exercício e assumir suas responsabilidades,
através de um contrato social.
A partir disto pode-se diferenciar empresário, sociedade empresária e sociedade simples facilmente,
sendo que:
Empresário: Constitui-se empresário individual toda e qualquer pessoa, antes considerada
autônoma, que pretende circular bens ou serviços através de uma pessoa física.
Sociedade Simples: É caracterizada pela formação de uma pessoa jurídica apenas para o esforço de
profissionais desempenharem melhor suas funções, temos como exemplo consultórios médicos,
dentários, escritórios de advocacia, entre outros.
Sociedade Empresária: Caracteriza-se pela união de empresários que ao contrário da sociedade
simples tem como objetivo exercer uma atividade econômica organizada, constituindo elemento de
empresa. Temos como exemplos de sociedade empresária as formas de como devem se constituir,
sociedades anônimas e sociedades limitadas, entre outras.
As sociedades limitadas
Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social.
A sociedade limitada é mais indicada a pequenos empresários pelo fato de que deixa a
responsabilidade dos sócios limitada ao valor do capital social e o patrimônio pessoal dos sócios não
é atingido caso a sociedade contraia dívidas que ultrapassem o valor constante do contrato social e
sua simplificada forma de sua constituição (ao contrário da estrutura complexa das sociedades por
ações) faz a sociedade limitada tornar-se a mais comum de todas as sociedades, antes conhecida
como sociedade por cotas de responsabilidade limitada, e a partir do novo código civil, apenas como
sociedade limitada, têm enorme aceitação no meio empresarial.
As sociedades limitadas possuem algumas características importantes, tais como:
A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem
solidariamente pela integralização do capital social;
A sociedade limitada rege-se pelo novo Código Civil e, nas omissões, pelas normas da
sociedade simples, ou pelas da sociedade anônima se assim o contrato social estabelecer;
O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada
sócio;
É vedada contribuição que consista em prestação de serviços;
Os sócios não poderão distribuir lucros ou realizar retiradas, se distribuído com prejuízos do
capital;
Pode o contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e respectivos
suplentes, sócios ou não; (Opcional/facultativo)
É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos 1/5 do capital social, o
direito de eleger um dos membros do conselho fiscal e o respectivo suplente;
Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos
os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade.
Quanto à administração das sociedades limitadas não ficam apenas a cargo dos sócios, pode ser
indicado um ou mais administradores que não participe da sociedade desde que seja estipulado no
contrato social ou em ato separado.
As sociedades anônimas
Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou
acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.
Sociedade anônima é a empresa que tem o capital dividido em ações formada pó no mínimo sete
sócios, e suas responsabilidades como sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das
ações subscritas ou adquiridas, sendo que estas dividem-se em dois tipos de capital, o capital aberto
em que o capital representado pelas ações é dividido entre muitos e indeterminados acionistas e
essas ações são negociadas nas bolsas de valores ou no mercado de balcão, e o capital fechado em
que o capital, representado pelas ações, é dividido entre poucos acionistas e essas ações não podem
ser negociadas.
Essas sociedades têm um modo de constituição próprio e seu funcionamento está condicionado a
normas estabelecidas na lei ou no estatuto, além disso, considerada sociedade institucional ou
normativa e não contratual, já que nenhum contrato liga os sócios entre si, as sociedades anônimas
em regra são reguladas por leis especiais.
As principais características das Sociedades Anônimas são:
É uma sociedade de capitais. Nelas o que importa é a aglutinação de capitais, e não a pessoa
dos acionistas, inexistindo o chamado “intuito personae” característico das sociedades de
pessoas;
Divisão do capital em partes iguais, em regra, de igual valor nominal – ações. É na ação que
se materializa a participação do acionista;
Responsabilidade do acionista limitada apenas ao preço das ações subscritas ou adquiridas.
Isso significa dizer que uma vez integralizada a ação o acionista não terá mais nenhuma
responsabilidade adicional, nem mesmo em caso de falência, quando somente será atingido
o patrimônio da companhia;
Livre cessibilidade das ações. As ações, em regra, podem ser livremente cedidas, o que gera
uma constante mutação no quadro de acionistas. Entretanto, poderá o Estatuto trazer
restrições à cessão, desde que não impeça jamais a negociação (art. 36 da Lei 6.404/76).
Desta forma, as ações são títulos circuláveis, tal como os títulos de crédito;
Possibilidade de subscrição do capital social mediante apelo ao público;
Uso exclusivo de denominação social ou nome de fantasia;
Finalmente, pode ser Companhia ABERTA ou FECHADA. Na Companhia ou Sociedade
ABERTA os valores mobiliários de sua emissão são admitidos à negociação no mercado de
valores mobiliários. Na FECHADA, não. Há necessidade de que a Sociedade registre a emissão
pública de ações no órgão competente – Comissão de Valores Mobiliários.
O contrato social
A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas
estipuladas pelas partes, mencionará:
I. nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a
firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II. denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III. capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie
de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV. a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V. as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI. as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;
VII. a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII. se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Portanto, contrato social é um ato formal e obrigatório para que uma sociedade empresária se
constitua, contendo diretrizes, direitos, deveres, responsabilidades, participação societária, entre
outras coisas, é uma das partes mais importantes de uma sociedade.
Além de estipular diretrizes é através do contrato social também que se identifica qual o tipo de
sociedade irá se formar, sabendo que este contrato deve ser redigido e proposto de tal forma que
corresponda as características pretendidas pelos sócios, tais como: capital, administração,
participação, burocracia, entre outras, levando em conta as normas legislativas.
Junta Comercial (Autarquias Estatais)
É o órgão responsável pela representação do registro público de empresas mercantis, que por sua
vez é o órgão público que habilita qualquer pessoa a conhecer tudo que diga respeito a determinado
empresário.
Estatutos Sociais
É um instrumento de contrato. Ele é importante porque reúne um conjunto de normas que servem
para estruturar administrativamente as entidades e disciplinar o seu funcionamento, assim como os
direitos e deveres dos participantes destas entidades e a subscrição de capital.
Ou seja, estatutos sociais são as leis de regência de entidades sem fins lucrativos , que contem
normas baseadas no novo código civil e correm risco de nulidade se não forem cumpridas de acordo.
Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I. a denominação, os fins e a sede da associação;
II. os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III. os direitos e deveres dos associados;
IV. as fontes de recursos para sua manutenção;
V. o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos;
VI. as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.”
Importante:
Quota
É o nome dado as partes divisíveis de um capital social, geralmente usada em
sociedades limitadas, têm de ser calculadas em moeda corrente do país, as quotas
representam a participação de cada um dos sócios, de acordo com sua definição
no contrato social. Quotas, portanto, são formas de quantificar a participação de
cada sócio em relação ao capital da empresa, assim correspondendo a
porcentagem de cada um nos resultados desfrutados desta sociedade.
Ação
Ação é um título mobiliário que corresponde ao direito de uma fração de uma
empresa, representando uma parte do capital social dela. Quem possui ações
detém uma parte da empresa, e por isso recebe parte proporcional dos lucros. As
ações podem ou não ser negociadas em Bolsas de Valores. Existem várias formas
de classificar as ações. É possível dividir as ações pelo tipo de direito que dão ao
investidor (ordinárias e preferenciais), pela liquidez do papel (primeira ou segunda
linha), pelo tipo de registro (nominal e ao portador) ou pelo tipo de mercado em
que são vendidas (lote padrão e mercado fracionário).
É mais comum ser utilizada na divisão do capital social de sociedades anônimas,
até mesmo pelo fato da sociedade em comandita por ações estar em desuso.
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