os pintores de letras: um olhar etnográfico sobre as inscrições

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Introdução Os registros das comunicações não verbais deixados pelo homem ao longo de sua trajetória neste nosso planeta sempre compreenderam objetivos diversos, como informar, orientar, alertar, vender, preservar e venerar. Durante milênios esses registros foram realizados sobre suportes de todo tipo, de maneira artesanal, expondo mensagens para receptores diversos, em diferentes tempos e épocas, confirmando uma prática antiga e bastante difundida. Mesmo sabendo que, durante tanto tempo, a forma visual da comunicação constituiu um corpo específico de dados que podiam ser utilizados para compor, ler e compreender mensagens em todos os níveis e gêneros, vale lembrar que a história das letras e de seu uso é ainda, em grande parte, invisível para aqueles que não tiveram a oportunidade de acesso a seus princípios e técnicas descritos em livros ou manuais caligráficos e tipográficos. Este estudo sobre os aspectos que unem criador e obra investiga uma prática sobre a qual não existem registros descritivos de suas formas ou mesmo um conjunto de convenções a ser seguido e, sim, caminhos em meio a uma paisagem urbana onde vozes carregadas de uma experiência ancestral ressoam, sem contudo mais ecoar, contrastando com as referências visuais atuais que as novas tecnologias nos legam. Signos criados de forma intuitiva compõem uma tipografia regional, vernacular, a partir de desenhos de letras que espontaneamente transcendem qualquer temporalidade e conferem uma vitalidade quase infantil ao visual de mensagens expostas em muros, placas e tapumes, em localidades onde as inscrições urbanas ainda não sucumbiram por completo diante das mais recentes inovações tecnológicas. A partir desse expressivo segmento pertencente ao patrimônio da cultura material de nosso povo, ao investigar o indivíduo e seu ofício, surgem três questões complexas e fundamentais imbricadas na análise do modo como são elaboradas essas comunicações “espontâneas”. Em uma primeira análise, observa-se a habilidade para o desenho e a representação das formas bidimensionais como fator determinante para a subsistência econômica desses indivíduos. Um segundo momento apontará a progressiva desqualificação profissional dos pintores de letras i diante das novas tecnologias computacionais e, como terceiro item observado, destaca-se o fato de que as comunicações alternativas urbanas se apresentam com um visual chamativo e franco, fundamentadas numa exclusiva ARTIGO • MARCUS DOHMANN 47 Os pintores de letras: um olhar etnográfico sobre as inscrições vernaculares urbanas 1 Marcus Dohmann A profissão de pintor de letras traz consigo algumas diretrizes particulares, principalmente quanto à formação. A tradição oral e o exercício da prática manual servem como principais veículos para a aplicação dos conhecimentos inerentes e indispensáveis ao ofício. Este texto relata passos de uma investigação etnográfica acerca de um trabalho popular realizado a partir de uma prática artesanal e intuitiva. Tipografia vernacular, etnografia, artesãos.

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Os registros das comunicações não verbaisdeixados pelo homem ao longo de suatrajetória neste nosso planeta semprecompreenderam objetivos diversos, comoinformar, orientar, alertar, vender, preservar evenerar. Durante milênios esses registrosforam realizados sobre suportes de todo tipo,de maneira artesanal, expondo mensagenspara receptores diversos, em diferentestempos e épocas, confirmando uma práticaantiga e bastante difundida. Mesmo sabendoque, durante tanto tempo, a forma visual dacomunicação constituiu um corpo específicode dados que podiam ser utilizados paracompor, ler e compreender mensagens emtodos os níveis e gêneros, vale lembrar que ahistória das letras e de seu uso é ainda, emgrande parte, invisível para aqueles que nãotiveram a oportunidade de acesso a seusprincípios e técnicas descritos em livros oumanuais caligráficos e tipográficos.

Este estudo sobre os aspectos que unemcriador e obra investiga uma prática sobre aqual não existem registros descritivos de suasformas ou mesmo um conjunto deconvenções a ser seguido e, sim, caminhosem meio a uma paisagem urbana onde vozescarregadas de uma experiência ancestralressoam, sem contudo mais ecoar,

contrastando com as referências visuais atuaisque as novas tecnologias nos legam. Signoscriados de forma intuitiva compõem umatipografia regional, vernacular, a partir dedesenhos de letras que espontaneamentetranscendem qualquer temporalidade econferem uma vitalidade quase infantil aovisual de mensagens expostas em muros,placas e tapumes, em localidades onde asinscrições urbanas ainda não sucumbirampor completo diante das mais recentesinovações tecnológicas.

A partir desse expressivo segmentopertencente ao patrimônio da cultura materialde nosso povo, ao investigar o indivíduo eseu ofício, surgem três questões complexas efundamentais imbricadas na análise do modocomo são elaboradas essas comunicações“espontâneas”. Em uma primeira análise,observa-se a habilidade para o desenho e arepresentação das formas bidimensionaiscomo fator determinante para a subsistênciaeconômica desses indivíduos. Um segundomomento apontará a progressivadesqualificação profissional dos pintores deletrasi diante das novas tecnologiascomputacionais e, como terceiro itemobservado, destaca-se o fato de que ascomunicações alternativas urbanas seapresentam com um visual chamativo efranco, fundamentadas numa exclusiva

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Os pintores de letras: um olhar etnográfico

sobre as inscrições vernaculares urbanas1

M a r c u s D o h m a n n

A profissão de pintor de letras traz consigo algumas diretrizes particulares,

principalmente quanto à formação. A tradição oral e o exercício da prática manual

servem como principais veículos para a aplicação dos conhecimentos inerentes e

indispensáveis ao ofício. Este texto relata passos de uma investigação etnográfica

acerca de um trabalho popular realizado a partir de uma prática artesanal e intuitiva.

Tipogra f ia ve rnacu lar, e tnogra f ia , a r tesãos .

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finalidade prática. Para tal, buscando overstehen2 a partir da compreensãointerpretativa das experiências com osindivíduos envolvidos nesse contexto, estetrabalho foi focado na localidade de Itaipava,escolhida como o espaço a ser recortadopara a pesquisa de campo.

IIttaaiippaavvaa ee sseeuuss ccoonntteexxttooss vviissuuaaiiss

Terceiro distrito do Município de Petrópolis,única Cidade Imperial das Américas, Itaipavaestá a aproximadamente 70km da metrópoledo Rio de Janeiro, tendo em sua localizaçãoum cenário de visões contrastantes em cujosfluxos comunicacionais mensagens visuaiselaboradas de forma alternativa travam umaverdadeira batalha visual com ascomunicações visuais da cultura oficial. Pode-se ver Itaipava, hoje, como resultado de umplanejamento que, cada vez mais, a aproximade uma perspectiva voltada para o consumo,apresentando uma revitalização amparada nastendências do temperado pós-modernismoescapista dos grandes centros. Como lugar damoda, a estância serrana tem sua ocupaçãoterritorial atualmente pautada nos interessesespeculativos, fazendo com que o rural e ourbano caminhem juntos a passos largos nadireção de um aprimoramento e incrementodos processos técnicos e tecnológicos emnome da globalização.

Na mão e contramão dos fluxos datecnologia visual, a Estrada União Indústria,principal via regional, torna-se o palco deuma disputa dos exemplos da comunicaçãovisual urbana oficial com as placas indicativasda comunicação popular, apontando desde ospréstimos de um variado serviço deconsertos a composições emblemáticaselaboradas pelo traço “espontâneo” de seusautores. Diante de tal diversidade, paramelhor compreensão foi imprescindível suadivisão em três trechos distintos. Noprimeiro, com início no monumentolocalizado no trevo da entrada do distrito,encontram-se, na maioria, as comunicaçõesda cultura oficial, sinalizando toda sorte deapelos consumistas por meio de seusbacklights e frontlights. No segundo trecho, apartir do Hortomercado de Itaipava, apresença das comunicações oficiais aindasegue de forma intensa, porém, já dandolugar a alguns significativos exemplos dacomunicação popular alternativa.

A delimitação do terceiro trecho foi oterminal rodoviário de Itaipava, a partir doqual se oferece uma drástica mudança nocenário urbano. Interessantes combinaçõesentre artefatos reciclados e informaçãopintada estão materializadas nas soluçõesdesenvolvidas pela intuição de indivíduos que

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estruturam suas mensagens de forma intuitivae artesanal. Neste último segmento daEstrada União Indústria, dentro do distrito deItaipava, as comunicações elaboradas com atipografia vernacular atestam sua maioriaabsoluta, apresentando clara descontinuidadeentre a cultura visual erudita e a popular.Linhas ascendentes, descendentes etransversais vão gerando a face visível de umautêntico “design popular” dessa tipografiavernacular construída a partir da restritabagagem cultural de indivíduos quedesconhecem os postulados das técnicasacadêmicas e escolarizadas. Conforme nosensina Lélia Coelho Frota, trata-se de umsenso estético baseado no saber popular,advindo das experiências visuais do cotidiano.

A observação da multiplicidadecomunicacional gerou, mediante diferentesmodos de apropriação, resultadosvisualmente híbridos das formas pintadas,identificando releituras dos modelosapropriados de uma comunicação oficialconsagrada, provando de modo veemente,segundo Canclini, as práticas de um inegávelprocesso de reconversão cultural. Acrescente sensação de perda de identidadenas comunicações da mídia oficial comoefeito de uma estética atual e globalizantenão é compartilhada pela linguagem datipografia vernacular, que, representada pelodesenho de seus sinceros traços e nopreenchimento de suas cores puras, ofereceo total desnudamento de qualquer tecnicismoconceitual. São sinais e signos que sedebruçam e entrelaçam sobre um mesmosentido não contemplativo, único, solidário e,sobretudo, utilitário, sem conflitos,entrelinhas ou segundas intenções, como noslembra Roland Barthes. É a força de uma artenão contemplativa que busca um utilitarismoexplícito na veiculação de suas mensagens.

Na realidade, esse tipo de comunicaçãovisual, em meio a seu caráter deinformalidade, projeta funções utilitáriasobjetivas e precisas: necessita chamar aatenção do transeunte; devendo, para isso,transmitir informações rápidas e claras acercada atividade do estabelecimento à qual estáligada, operando e refletindo sobre acategoria social do indivíduo que quer atingir.

Em circunstâncias diversas, seja peladisponibilidade de recursos ou necessidadede rápidas alterações, essas manifestaçõestêm seu repertório de soluções caracterizadopor um estreito vínculo, formado entre astendências artísticas alimentadas a partir deespecificidades regionais e as apropriações dacomunicação erudita que muitas vezes lhesempresta o sentido.

OO ppiinnttoorr ddee lleettrraass:: uummaa ccaatteeggoorriiaa oobbssccuurreecciiddaa

O estudo da tipografia vernacular traz consigoalgumas diretrizes particulares, principalmentequanto à formação de seus autores. Oensinamento do trabalho de pintura de letrasocorre, ainda na maioria dos casos, pelarelação mestre/aprendiz, na qual a tradiçãooral e o exercício da prática manual servemcomo principais veículos para a aplicação dosconhecimentos inerentes e indispensáveis aoofício. Em relação à técnica, veremos que oprincipal instrumento utilizado para odesenvolvimento dos painéis ainda é o pinceluntado de tinta, através do processo depintura manual, que à parte da presença dosmodernos meios computacionais, poucomodificou sua prática na confecção de placas,faixas ou murais, desde o século 19.

O não-reconhecimento da profissão depintor de letras faz com que seu aprendizado,difundido de forma igualmente não qualificadae extra-oficial, para a aplicação dosconhecimentos e da prática inerentes àprofissão, não ofereça distinção entre ostempos de outrora e os atuais. Caracteriza-seprincipalmente pela comunicação imediata,em que as proporções são adaptadas àscircunstâncias, muitas vezes balizadasunicamente pela intuição e pelo impulsocriativo de seus autores, confirmando umaatividade cujos parâmetros estéticos refletemnão só a representação pura de seus valores,como também suas limitações. O caráterartesanal desse ofício associa outro relevantee singular antecedente para se levar emconta: a liberdade do artista gráfico popularfrente às regras acadêmicas. O conhecimentointuitivo, muitas vezes estabelecido nasimples observação de modelos da culturaoficial, determina as bases da composiçãovisual a ser desenvolvida. A forma ímpar deexpressão dessa arte que enriquece e unifica

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a prática da gráfica popular “espontânea” temna diagramação de seus textos, no volume eproporção de seus tipos e formas, nalegibilidade, nos contrastes e nascomposições cromáticas, um clarodiferencial que lhe confere uma espécie de“marca registrada”.

A investigação entre continuidades edescontinuidades acerca do ofício dessesindivíduos ressalta a limitação cultural comoum dos fatores que obstaculizam o processode apropriação das novas tecnologias,acelerando sua desqualificação profissionalmediante um irremediável processo deexclusão digital que os distancia cada vez maisda atual cultura tecnicista. A observação dessefato vem reforçar a tese da desmontagem deum saber específico, baseado na produçãoartística do desenho de letras, pelasubstituição de sua base artesanal por meioda crescente produção visual gerada pelaexponenciação dos equipamentos digitais deúltima geração.

TTaalleennttoo ee iiddeennttiiddaaddee

Um estudo multicaso apresentado pelaentrevista com os pintores de letras maisfamosos da região traz um foco sobre os seusdesenhos intuídos, representado pelas letrasque informam, vendem e avisam em suascomposições contratadas. Esse tipo detrabalho nem sempre deixa transparecer adifícil tarefa que conjuga o cuidado, aexperiência e a habilidade na criação de suasformas. Em seus relatos, a destreza para odesenho e a representação de formasbidimensionais passam a figurar claramentecomo fatores determinantes frente aosdesafios do cotidiano, sobretudo para suasubsistência econômica. Apesar de toda atecnologia circundante, na concepção dessesindivíduos, o talento para o desenho mostra-se como um fator principal e insubstituívelque realça e valoriza o trabalho manual emrelação à impassividade e à artificialidade dosnovos meios multimidiáticos.

Numa época em que os debates sobre umautêntico design brasileiro se concentram nadefinição de sua origem e de seus limites, orabuscando estabelecer-se na concretude dealguns exemplos de nossa cultura material,ora estabelecendo conceitos advindos da

imaterialidade de nossas tradições herdadas,percebe-se que esse tensionamento pretendefixar seu início na determinação de um estiloque contemple soluções que reflitam a típicaemoção e descontração de nosso povo. Essasformas compõem o que pode ser definidocomo uma perfeita amostra de identidade noque se refere a esse tipo de representaçãocarregada de brasilidade por sua expressãopopular, vernacular.

OO ppooppuullaarr ccoommoo ffoonnttee ddee iinnssppiirraaççããoo

O rústico e o pitoresco, para algunsdesigners, passaram a ser palavras de ordemditadas em prol do resgate de uma culturavisual vernacular, explorando um conteúdoainda experimental e apresentando umaestética contestadora que valoriza elementosantes tidos como precários ou mesmosimplesmente prosaicos. É a cultura oficialrealimentando-se das raízes populares,reelaborando-as e, sobretudo, legitimando-as. Grupos de novos designers concentram-se cada vez mais no trabalho de

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desenvolvimento de novas fontes inspiradas novisual vernacular encontrado nos bairros maisdistantes, nas periferias dos grandes centros.

A tipografia vernacular urbana encerra nodesenho de seus caracteres todo o idealismode uma escrita artesanal que tem sidosimplesmente abafada e sufocada pelosdiversos códigos visuais dos ultra-recentesparadigmas tecnológicos, delineando umasilhueta que caracteriza o triste exemplo deuma engenhosidade popular entregue àprópria sorte por intermédio de seus últimostalentos. Com todo o seu regionalismo,apesar de figurar como um pequeno recortenesse vasto terreno da oposição entre acultura hegemônica e a cultura popular, essaescrita artesanal assume uma importânciamais significativa pelas mãos deste clássicopersonagem — o pintor de letras, que,mesmo tendo seu trabalho tão ameaçadopelas novas possibilidades técnicas etecnológicas, desenha contornos de um temamuito atual que, embora ainda poucodiscutido, vem enchendo os olhos de jovensdesigners em busca de novos horizontes parasuas criações.

Marcus Dohmann é doutor em Artes Visuais pelo PPGAV/EBA/UFRJ,chefe do Departamento de Comunicação Visual e Coordenador doLaboratório do Núcleo Gráfico do Departamento de ComunicaçãoVisual.

NNoottaass1 A denominação ‘pintor de letras’ é atribuída aos indivíduos

que fazem a pintura de letras e ícones em murais,painéis, placas, cartazetes e até carrocerias de caminhão,não importando o tipo de suporte a ser utilizado, paraseu sustento e de sua família. Embora não seja umaatividade recente, até hoje não é reconhecidaoficialmente como profissão regular, podendo serpraticada livremente por qualquer pessoa que se julgarhabilitada para tal, sem necessidade de registroprofissional. Ao longo da presente pesquisa, foramencontradas algumas referências que erradamentedenominavam esses indivíduos ‘letristas’ que, narealidade, caracteriza um profissional que trabalhava emagências de publicidade (o profissional que “abria letras”para a confecção de layouts) em épocas anteriores àsimpressões computadorizadas. Esse profissionalnormalmente tinha uma formação técnica mais elevada,ao contrário dos pintores de letras que vêm das camadasmenos favorecidas, com a sua sabedoria popular.

2 Termo alemão para designar “entender”. Esse termo vem aser um dos dois conceitos, pelos quais Diltheydiferenciou o método das ciências naturais do das sociais— erklären (explicar, que busca generalizações e adescoberta de regularidades) e verstehen (Goldenberg,1997: 19).

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