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Os médicos e a criação de um ambiente favorável para a saúde 25 e 26 de Janeiro de 2018 Centro de Convenções de Talatona, Luanda

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Page 1: Os médicos e a criação de um ambiente favorável … oficial...4 PRESIDENTE DO CONGRESSO Prof. Dr. Carlos Alberto Pinto de Sousa - Bastonário da Ordem dos Médicos de Angola COMISSÃO

Os médicos e a criação de um ambiente favorável para a saúde

25 e 26 de Janeiro de 2018 Centro de Convenções de Talatona, Luanda

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3 MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONGRESSO

4 COMISSÕES

6 PROGRAMA CIENTÍFICO | QUINTA-FEIRA, 25 JANEIRO 2018

9 PROGRAMA CIENTÍFICO | SEXTA-FEIRA, 26 JANEIRO 2018

14 CURSOS PRÉ-CONGRESSO

18 RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES LIVRES

27 RESUMO DOS POSTERS

Indice

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Excelências,

A Ordem dos Médicos de Angola realiza, em Luanda, a 25 e 26 de Janeiro de 2018, o XII Congresso Inter-nacional sob o lema “Os médicos e a criação de um ambiente favorável para a saúde”. Trata-se de uma iniciativa marcante para a actividade profissional dos médicos que se enquadra nas finalidades e nos princí-pios de actuação claramente referidos no seu Estatuto e que pretende ser um contributo digno às orientações emanadas do Executivo em matéria de saúde para o período 2017-2022.

O XII Congresso adoptou o lema referido na medida em que urge fortalecer a ideia de envolvimento e participação dos cidadãos e comunidades, de que a municipalização é um instrumento decisivo. Refira-se que é no quotidiano das prestações de saúde que faz sentido incentivar a participação dos cidadãos, de modo que em cada acto médico floresça a ideia de conscientizar, educar e alertar.

Face ao vasto leque de temas que o programa científico inclui, teremos a oportunidade de partilhar ideias, analisar proble-mas comuns e trocar experiências que, estou certo, promoverão um debate do qual surgirão novas ideias com reflexos na prática clínica.

Agradeço a presença das mais altas Individualidades governamentais, presentes ou fazendo-se representar, emprestando, assim, um concreto e institucional apoio e um significativo incentivo à realização do Congresso e, muito directamente, às grandes causas da saúde no nosso País.

Uma palavra de saudação e de agradecimento aos ilustres palestrantes que nos apresentarão os seus conhecimentos e experiências.

Agradeço a todos os patrocinadores e expositores pelo seu envolvimento no Congresso.

Finalmente, convido todos os médicos a participar activamente nos debates, contribuindo para a dignificação do Congresso e para o engrandecimento da nobre profissão que abraçamos.

Bem-vindos,

O Presidente do Congresso e Bastonário da Ordem dos Médicos de AngolaProf. Doutor Carlos Alberto Pinto de Sousa

Mensagem do Presidente do Congresso

“…é no quotidiano das prestações de saúdeque faz sentido incentivar a participação dos cidadãos,

de modo que em cada acto médico floresçaa ideia de conscientizar, educar e alertar”

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PRESIDENTE DO CONGRESSOProf. Dr. Carlos Alberto Pinto de Sousa - Bastonário da Ordem dos Médicos de Angola

COMISSÃO ORGANIZADORAProf. Dr. Carlos Alberto Pinto de Sousa (Coordenador)Dra. Mariana Paulo André Afonso Dra. Joseth Rita Fernandes de SousaDra. Maria Isabel António Massocolo das Neves (Porta-Voz)Dr. Francisco António José DomingosDr. Belmiro RosaDra. Rosa da Fonseca Bessa de CamposDr. Adelaide de CarvalhoDr. João BernardoDra. Fátima FerrazDr. Armando JorgeDr. Leonardo InocêncioDr. Fernando MiguelDra. Antónia de SousaDr. Carlos Zeca Dr. José Carlos Van-Dúnem Dr. Agostinho MatambaDr. Rodrigues LeonardoDra. Armanda Maria Ferreira da ConceiçãoDr. Rui Moreira de SáDr. Mário DiasDr. Tomás CassindaDr. Jacinto Guedes

COMISSÃO CIENTÍFICAProf. Dr. Miguel Santana Bettencourt Mateus (Coordenador)Dr. Adriano Martins de Oliveira (Coordenador adjunto)Dra. Inocência MoraisDr. Artur Gonçalves NetoDr. Kapela LusikivanaDra. Sandra Pereira Dra. Suzana do Céu da Silva Rodrigues CostaDr. Guilhermino JoaquimDra. Fausta de Sá Adriano dos SantosDra. Helga FreitasDra. Hustinova Faz-BemDra. Lídia CapitãoDra. Luísa Assis

Dra. Margarete ArraisDra. Maria Luísa PereiraDra. Neide da Silva ManuelDra. Verónica KiendoDra. Yara AlvarengaDr. Mateus Campos

COMISSÃO DE LOGÍSTICA E PROTOCOLODr. António Leite da Costa (Coordenador)Dra. Ermelinda Manuela dos Santos Soito Ferreira (Coordenadora Adjunta)Dr. Renato PalmaDr. Avelino Ganga MarinhaDr. Eliseu Paulo MiguelDra. Raiza Paula Lopes AzevedoDr. Adélio Joviano Veiga de Oliveira

COMISSÃO DE REDAÇÃO E SECRETARIADODra. Inês Maria Augusta Alves Primo Vitória Pereira (Coordenadora)Dra. Brígida Marisa de Almeida Ferreira dos Santos (Coordenadora Adjunta)Eng. Monteiro BilaSr. António Gomes Sra. Beatriz Paiva da Costa BentoSra. Luzia QuentalSra. Ana Paula BarbosaSra. Catarina Gonçalves Domingos de CastroSra. Juliana de Fátima ClementeSr. Victor Manuel BernardoSra. Domingas Hilária SebastiãoSr. Abel Manuel ChimengaSr. João António Sebastião Sr. Manuel Damião Francisco AdãoSr. Matos Muanza PedroSr. Domingos GangaSr. Sócrates Menezes Pascoal CostaSr. Josemar FredericoSr. René Ferdinando Lourenço

ALTO PATROCÍNIOGoverno da República de AngolaMinistério da Saúde

Comissoes

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ORGANIZAÇÃOOrdem dos Médicos de Angola

SECRETARIADORua Amílcar Cabral nº 151-153 - LuandaTelefones: (+244) 222 392 357; Fax: (+244) 222 394 055 / (+244) 935 433 263Email: [email protected] Site: www.ordemdosmedicosdeangola.comwww.medicahospitalarangola.com

DATASCongresso: 25 e 26 de Janeiro de 2018Cursos pré-congresso: 22 a 24 de Janeiro de 2018

LOCAL DO CONGRESSOCentro de Convenções de Talatona - Avenida Talatona, Luanda Sul, Angola

TEMPO DE EXPOSIÇÃO DAS COMUNICAÇÕES

1. MESA REDONDA / PAINELCada prelector da mesa redonda ou do painel tem um tempo de exposição de 20 minutos e 10 minutos para a discussão.

2. CONFERÊNCIASO tempo máximo de exposição é de 20 minutos, seguido de 10 minutos de discussão.

3. TEMAS LIVRESO tempo máximo de exposição é de 10 minutos, seguido de 5 minutos de discussão.

4. POSTERO poster deverá ter as dimensões máximas de 80 cm de largura por 120 cm de altura. E as dimensões míni-mas de 60 cm de largura por 100 cm de altura. O pos-ter que não cumprir com as normas indicadas não será exposto. Cada autor é responsável pela montagem (na abertura do Congresso), e recolha (no encerramento do Congresso) do poster no local previamente indicado para o efeito.

5. VÍDEOOs vídeos deverão ser apresentados em DVD. O tempo máximo de exposição é de 15 minutos seguido de 5 mi-nutos de discussão.

APRESENTAÇÃO DE COMUNICAÇÕESO equipamento disponível para a apresentação das co-municações em Powerpoint é o datashow.O autor é o responsável em levar a apresentação em pen drive ou CD ROM ao Secretariado do Congresso na vés-pera (se a apresentação for de manhã) ou de manhã (se a apresentação for durante a tarde). O uso de computador individual na sala da apresentação não é permitido.

FEIRAMédica-Hospitalar Angola - Feira Internacional de Equi-pamento Médico-hospitalar, Tecnologia, Medicamentos e Consumíveis.Durante o Congresso as empresas poderão apresentar os seus produtos e novidades na feira simultânea Médica- Hospitalar, de acordo com regulamento definido.

DESLOCAÇÕES Estão asseguradas as seguintes deslocações para os con-vidados:

1. Do aeroporto para os hotéis e destes para o aeroporto;2. Dos hotéis para o local de realização do Congresso e vice-versa.

URGÊNCIASEm caso de necessidade poderão ser contactados:

Hospital do Prenda - 222 352 007 / 222 352 610Clínica Multiperfil - 222 469 446 / 47 / 50Clínica Sagrada Esperança - 222 309 360 / 1Serviço Nacional de Emergência Médica - 116

Lema: Os médicos e a criação de um ambiente saudável para a saúde

XII Congresso Internacional dos Medicos em Angola

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07h30 Abertura do secretariado e entrega de documentação

AUDITÓRIO

09h00 Sessão solene de abertura

10h00 Conferência de abertura: PRÁTICAS DE GESTÃO EM SAÚDE EM ANGOLA: O QUE DEVE SER MELHORADO Moderador: Sílvia Paula Valentim Lutucuta, Ministra da Saúde de Angola Prelector: Israel Jacob Masuanganhe

10h30 Pausa / Visita à feira Médica-Hospitalar

11h00 Mesa redonda: O ESTADO DA ARTE MÉDICA - UMA AVALIAÇÃO ABRANGENTE Moderador: José Ribeiro de Castro Guimarães • O regime ambulatório - para onde caminhamos?: Maria Conceição Pitra • A utilização dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica e a sua utilização: Vasco Sabino da Silva • A situação actual da oferta em cirurgia e como se adivinha o futuro?: Gonçalo Júlio Neto • A situação actual da oferta em medicina e como se desenvolve face às exigências das situações emergentes: Marília Afonso • A educação médica e a investigação - uma visão integradora ao serviço da saúde: Mário Jorge Cartaxo Fresta

13h30 Pausa / Almoço

Programa Cientifico Quinta-Feira, 25 Janeiro 2018

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14h30 Painel: PENSAR O QUE É QUALIDADE AO CURTO E LONGO PRAZO NO NOSSO PAÍS - IDENTIFICAÇÃO DE CONSTRANGIMENTOS E ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES Moderador: José Manuel Vieira Dias da Cunha Prelectores: Nível Nacional: Isilda Neves Nível Provincial: Rosa Bessa Nível Local: Victória Cambuanda

16h00 Conferência: CIRURGIA CARDIOVASCULAR - ESTADO ACTUAL E CONTRIBUTOS PARA A SUA EVOLUÇÃO E MELHORIA Moderador: João Baptista Gaspar Bento Sardinha Prelector: Joaquim Gomes Armando Gonga

16h30 Painel: REFLEXÕES SOBRE O INTERNATO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS EM ANGOLA Moderador: Miguel Santana Bettencourt Mateus Prelectores: Visão do Hospital Américo Boavida: Fortunato Silva Visão do Hospital Militar Principal/Instituto Superior: Rosa Cunha Visão da Maternidade Lucrécia Paim: Florinda Silva Visão do Hospital Pediátrico David Bernardino: Francisco António José Domingos

SALA 1

11h00 Painel: DOENÇAS CRÓNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) E INTERVENÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA Moderador: Joseth Rita Sousa • As DCNT caracterizam-se por ter uma etiologia múltipla e de risco - abordagem geral: Manuel Vidigal • Estratégias de actuação - o foco na atenção básica à saúde: Ana Maria da Conceição Teixeira Leitão Pereira • O sistema de informações hospitalares no internamento e no ambulatório como factor de comportamento da ocorrência das DCNT no país: Eusébio Manuel

12h30 Conferência: HIPERTENSÃO ARTERIAL E RISCO CARDIOVASCULAR - PARTICULARIDADES TERAPÊUTICAS Moderador: Humberto Severim de Morais Prelector: Mário Fernandes

13h00 Conferência: CARDIOLOGIA DE INTERVENÇÃO - AVANÇOS RECENTES Moderador: Georgina de Fátima Vicente Dias Van-Dúnem Prelector: José Roberto Vilarinho dos Santos

13h30 Pausa / Almoço

14h30 Painel: A SAÚDE EM REDE Moderador: Carlos Vital Correa Lima • A municipalização estruturante da descentralização da saúde - desafios actuais: Helga Freitas • O direito da cidadania como um imperativo ético-constitucional - um professor de direito: Nilton do Amaral Capalo

15h30 Conferência: SAÚDE DA CRIANÇA - PANORAMA ACTUAL E FUTURO (O QUE DEVE SER MELHORADO) Moderador: Victória do Espirito Santo de Barros Rosário Prelector: Luís Bernardino

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16h00 Conferência: SAÚDE DA MULHER - PANORAMA ACTUAL E FUTURO (O QUE DEVE SER MELHORADO) Moderador: Ana Maria Francisca Vicente Dias Van-Dúnem Prelector: Isilda Neves

16h30 Painel: SAÚDE OCUPACIONAL Moderador: Rui Capo • CSST-MAPTSS: Isabel Cardoso • Experiência: Parceria público-privada: Paulo Vaz Guimarães • Boas práticas: Experiência da UNITEL: Telmo dos Santos

SALA 2

11h00 Painel: OS MÉDICOS JOVENS E AS SUAS EXPECTATIVAS Moderador: Renato Palma Prelectores: Eliseu Paulo Miguel | Filipa Morgado

12h00 Conferência: MOBILIDADE MÉDICA E DESAFIOS AOS JOVENS MÉDICOS DA CMLP Moderador: Inocência Morais Prelector: Francisco Pavão

12h30 Conferência: SERPENTES EM ANGOLA: UMA VISÃO TOXICOLÓGICA E CLINICA DOS ENVENENAMENTOS Moderador: Martinho Luemba Prelector: Paula Regina de Oliveira

13h00 Conferência: SAÚDE AMBIENTAL Moderador: Emanuel Catumbela Prelector: Engrácia Soito João

13h30 Pausa / Almoço

14h30 Conferência: O SANGUE - BOAS PRÁTICAS E TRANSFUSÃO PERSONALIZADA Moderador: Luzia Fernandes Prelector: José Luís Aparício Suárez

15h00 Conferência: CUIDADOS PALIATIVOS Moderador: Mariquinha Venâncio Prelector: Joseth Rita Sousa

15h30 Conferência: CIRURGIA PLÁSTICA EM ANGOLA Moderador: Leonardo Inocêncio Prelector: Dadi Bucusso Netemo

16h00 Conferência: MEDICINA FÍSICA E REABILITAÇÃO - PANORAMA ACTUAL E FUTURO: O QUE DEVE SER MELHORADO Moderador: Sandra Pereira Prelector: Cesaltina Major

Programa Cientifico Quinta-Feira, 25 Janeiro 2018

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16h30 TEMAS LIVRES Moderador: Guilhermino Joaquim • Medicina física na perspectiva holística: Manuela Escolástica • Protocolo de eletrodiagnóstico nas lesões dos nervos periféricos no serviço de Medicina Física e Reabilitação: Lester Delgado • Importância da Ginástica Laboral nos Profissionais da Área da Saúde: Assuilo Ortet

17h15 TEMAS LIVRES Moderador: Maria Isabel Massocolo Neves • Teste do ciclo pupilar: As suas variações no sujeito normal, na diabetes e na miopia: Reinaldo Rivero Reyes • Caracterização da hemorragia digestiva alta no H. Josina Machel durante o ano 2016: Claudineth Fragoso • Caracterização da utilização dos cuidados de saúde materna numa população da província do Bengo: José Francisco Pavão • Coreia de Sydenham e Coreia de Huntington. A mesma apresentação de doenças diferentes: João Caiano

AUDITÓRIO

08h30 Conferência: PATOLOGIA ONCOLÓGICA EM ANGOLA Moderador: Fernando Miguel Prelector: Carlos Mariano Manuel

09h00 Painel: GESTÃO DA SAÚDE Moderador: Valentim Altino de Chantal Matias Prelectores: • Perspectivas das comunidades sobre a saúde e a prestação de cuidados: Paulo Carvalho • Oferta - Implementação de serviços essenciais de saúde - perspectiva dos médicos: Maria Isabel António Massocolo das Neves • Gestão e qualidade dos serviços - uma simbiose necessária: Maria Lina Antunes • A formação de quadros em gestão - uma exigência permanente: Júlio Leite

11h00 Conferência: GESTÃO E REGULAÇÃO FARMACÊUTICA EM ANGOLA: O QUE DEVE SER MELHORADO Moderador: Santos Morais Nicolau Prelector: Boaventura Moura

11h30 Mesa redonda: A HUMANIZAÇÃO NA RELAÇÃO MÉDICO-DOENTE/UTENTE/CLIENTE: QUE LIMITES E QUE POSSIBILIDADES NUM CONTEXTO DE ROTINAS Moderador: Mariana Afonso • O desejo dos doentes / utentes / clientes em serem atendidos de forma cortês e tecnicamente eficaz: João Paulo Ganga • Os profissionais estão confrontados com apertos de natureza diversa: valores éticos e deontológicos e razões constringentes impostas pelo sistema: Antónia Francisco Matoso Constantino Pires

Sexta-Feira, 26 Janeiro 2018

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12h30 Mesa redonda: HUMANIZAÇÃO, QUALIDADE E SEGURANÇA - A PERSPECTIVA LEGAL Moderador: António Eugénio Zacarias • Os princípios norteadores da actividade dos profissionais de saúde, não apenas dos médicos: António Armando • Responsabilidade disciplinar, civil e criminal: Mafalda Francisco Matos

13h30 Pausa / Almoço

14h30 Simpósio SOCIFARMA: OS ANÁLOGOS DE INSULINA NO TRATAMENTO DA DIABETES Moderador: Boaventura Moura Prelector: Bruno Alexandre P. Santos Almeida

15h00 Mesa redonda: ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE - A MUNICIPALIZAÇÃO E A DIMINUIÇÃO DAS ASSIMETRIAS NA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE. INSERÇÃO NA REDE DE CUIDADOS Moderador: José Manuel Vieira Dias da Cunha • O conceito de proximidade como factor de humanização - o papel dos médicos na rede hospitalar: Arlete da Visitação Borges • A especificidade dos estabelecimentos hospitalares municipais: Carlos Zeca • Orientações de boas práticas: O papel da avaliação económica para a sustentabilidade do sistema de saúde: Valêncio Manoel • A definição das responsabilidades a nível nacional, provincial e municipal: Helga Reis Freitas

17h30 Sessão solene de encerramento do Congresso

SALA 1

08h30 Conferência: EMERGÊNCIA MÉDICAS EM ANGOLA: O QUE DEVE SER MELHORADO Moderador: Filomena Amaral Prelector: Ezequiel Custodio Hichica

09h00 Painel: LUTA CONTRA AS DOENÇAS ENDÉMICAS NO PAÍS Moderador: Filomeno Fortes • Malária: Fernanda Dias Monteiro • Tripanossomíase: Josenando Theophile • Tuberculose: Damião Dores Victoriano António • VIH/SIDA: Lúcia Furtado

11h00 Conferência: TRANSPLANTES RENAIS - PREPARAR O FUTURO PRÓXIMO: SUAS IMPLICAÇÕES Moderador: Suzana do Céu da Silva Rodrigues da Costa Prelector: Matadi Daniel

11h30 Painel: O ENSINO MÉDICO E SAÚDE Moderador: Albano Ferreira • O papel das faculdades de medicina no aprofundamento do sistema de saúde: Pedro Magalhães • Os curricula da formação médica - responsabilidade na construção do médico e sua ligação à comunidade: Ana Domingos António da Silva Gerardo

Programa Cientifico Sexta-Feira, 26 Janeiro 2018

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• Os estudantes de medicina no seu percurso de pré-graduação, pós-graduação e de formação contínua - uma visão abrangente: Guilherme Bugalho • A especialização - qual o limite no contexto nacional: Jorge Dupret

13h30 Pausa / Almoço

14h30 Painel: PREPARAÇÃO E RESPOSTAS AS EPIDEMIAS Moderador: Miguel dos Santos de Oliveira • Avaliação dos riscos: Rosa Moreira • Identificar os factores ambientais e investigação entomológica: Balbina Félix • O papel das Comissão multi-sectoriais: Raúl Feio

16h00 Conferência: MARCADORES CARDÍACOS (OMR) Moderador: Lopes Martins Prelector: João Mário Figueira

16h30 TEMAS LIVRES Moderador: Maria Wilson Futi • Avaliação nutricional de crianças de 0 a 59 meses atendidas no centro de Saúde São João Calábria: Nsimba Mvuandulo Janete • Estado Nutricional de Crianças Menores de 5 Anos de Idade Internadas no Hospital Municipal de Catete: Eurico Sambango Sauime

SALA 2

08h30 TEMAS LIVRES Moderador: Antónia Muangala • Avaliação do conhecimento e da percepção do risco decorrente da manipulação de citostáticos pelos profissionais de saúde do IPOLFG: Sheila de Cardoso • Controlo do HPV e cancro do colo do útero em Angola: Mateus Guilherme

09h00 Conferência: ORGANIZAÇÃO DO BANCO DE URGÊNCIA: O QUE DEVE SER MELHORADO Moderador: Alfredo Rodrigues de Sousa de Carvalho Prelector: Fernando Leonel Cerqueira Lima Dias Flora

10h00 Painel: OS SERVIÇOS COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA E SUA FUNÇÃO NAS UNIDADES DE SAÚDE - SUA IMPORTÂNCIA Moderador: Maria José Reis • Nos hospitais municipais: Fátima Ferraz • Nos hospitais provinciais: Carlos Zeca • Nos hospitais de nível central: Joana Afonso

11h30 Conferência: ENDOCRINOLOGIA - SITUAÇÃO ACTUAL E PERSPECTIVAS Moderador: Eunice Sebastião Prelector: Anselmo de Oliveira Castela

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Programa Cientifico Sexta-Feira, 26 Janeiro 2018

12h00 Conferência: SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA - PONTO DE VISTA MÉDICO Moderador: Ema Branca Fernandes Prelector: Rui Capo

12h30 Conferência: NEUROCIRURGIA - SITUAÇÃO ACTUAL E PERSPECTIVAS (O QUE DEVE SER MELHORADO) Moderador: Ernesto Neto Piedade Prelector: Inocente Maianda

13h00 Conferência: DESAFIOS DO CONTROLO DA TUBERCULOSE EM ANGOLA: A NARRATIVA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE Moderador: Ambrósio Dissadidi Prelector: Domingos Vita

13h30 Pausa / Almoço

14h30 Conferência: SAÚDE MENTAL - PANORAMA ACTUAL E FUTURO (O QUE DEVE SER MELHORADO) Moderador: Daniel Silves Ferreira Prelector: Rui Pires

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15h00 TEMAS LIVRES Moderador: José Carlos Van-Dúnem • Comportamento de resposta Imunológica em pacientes com VIH/SIDA tratados com ozonoterapia durante dois anos: Javier Cecílio Céspedes Suarez • Factores de risco associados a transmissão do HIV de mãe para filho em 4 Unidades de Saúde de Luanda, no período 2008-2011: Celestino Teixeira • Vigilância do VIH a partir das consultas pré-natais em Luanda/2017: Arieth Cruz

16h00 TEMAS LIVRES Moderador: Sandra Pereira • Erro Médico - A propósito de casos ocorridos: Arlete Isaac • Avaliação morfológica e imuno-histoquímica do efeito isolado e combinado da pentoxifilina e da hialuronidase em retalhos cutâneos randomizados em ratos: Nsingui António

16h30 TEMAS LIVRES Moderador: António Leite da Costa • Morbilidade e mortalidade por infecções odontogénicas no Serviço de Cirurgia Maxilofacial do Hospital Américo Boavida no período de Janeiro de 2015 a Junho de 2017: Daula Pimenta Dinis • Processos sépticos de origem dentária: um problema de saúde populacional a resolver: José Felipe Basulto Varela

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CURSOS PRÉ-CONGRESSO

22 DE JANEIRO | Manhã - das 08h30 às 12h30 LOCAL COORDENADOR

Electrocardiografia de repouso, holter e mapa EFTSL - Sala 1 Joseth Rita de Sousa

Noções básicas de otoscopia para clínicos EFTSL - Sala 2 Filipe Matuba

Metodologia de investigação EFTSL - Sala 3 Emanuel Catumbela

Urgência no doente com HIV EFTSL - Sala 4 Milton Veiga

Abordagem da criança com febre HPDB Francisco Domingos

Emergência hipertensiva - o que há de novo? EFTSL - Sala 5 Luís Mariano

A crise na “doença drepanocítica” EFTSL - Sala 6 Brígida Santos

O clínico e as emergências oncológicas EFTSL - Sala 7 Fernando Miguel

Organização e funcionamento de um laboratório EFTSL - Sala 8 Adelaide Matias

Vigilância e auditoria de mortes maternas EFTSL Auditório Isilda Neves

22 DE JANEIRO | Tarde - das 14h00 às 18h00 LOCAL COORDENADOR

Arritmologia básica EFTSL - Sala 1 Domingas Baião

Urgência em otorrinolaringologia EFTSL - Sala 2 Filipe Matuba

Interpretação de exames laboratoriais EFTSL - Sala 3 Maria José Pinto dos Reis

Feridas e cicatrizes EFTSL - Sala 4 Dadi Bucusso Netemo

Choque: diagnóstico e tratamento H. Josina Machel Luís Marques BorgesJosé Lopes Martins

VIH / SIDA: diagnóstico e tratamento HPDB Lúcia Furtado

Abordagem da criança com desidratação grave EFTSL - Sala 5 Margarida Correia

Diabetes mellitus: diagnóstico e tratamento EFTSL - Sala6 Anselmo Castela

Vigilância e auditoria de mortes maternas EFTSL - Sala 7 Isilda Neves

Colposcopia e rastreio do cancro do colo uterino EFTSL - Sala 8 Judite Ferreira

Malária: diagnóstico e tratamento EFTSL Auditório Fernanda Dias Monteiro

23 DE JANEIRO | Todo o dia - das 08h30 às 18h00 LOCAL COORDENADOR

Manuseio do doente em cuidados intensivos EFTSL - Sala 4 Maria Lina AntunesArtur Nascimento

Os médicos e a criação de um ambiente saudável para a saúde

XII Congresso Internacional dos Medicos em Angola

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23 DE JANEIRO | Manhã - das 08h30 às 12h30 LOCAL COORDENADOR

Urgências oftalmológicas EFTSL - Sala 1 Pedro AlbuquerqueIsabel Alexandre

Reanimação do recém nascido EFTSL - Sala 2 Ondina Cardoso

Crises epilépticas e estado de mal epilético EFTSL - Sala 3 Miguel Bettencourt

Edema na criança HPDB Edna Cunha

Princípios gerais sobre terapêutica em dermatologia EFTSL - Sala 5 Lídia Voumard

Urgências em urologia EFTSL - Sala6 António Balaba

Urgências obstétricas: abordagem e tratamento EFTSL - Sala 7 Ana Maria Van-Dúnem Fátima Ferraz

AVC: diagnóstico e tratamento EFTSL - Auditório Elisa Isabel Inglês Pinto

Abordagem do politraumatizado H. Josina Machel Leonardo Europeu Inocêncio

23 DE JANEIRO | Tarde - das 14h00 às 18h00 LOCAL COORDENADOR

Queimaduras: abordagem e tratamento EFTSL - Sala 3 Dadi Bucusso Netemo

Urgências cirúrgicas EFTSL - Sala 4 Gonçalo Júlio Neto

Crise psicótica aguda: abordagem e tratamento EFTSL - Sala 5 Fausta Conceição

Tuberculose e multidroga resistência HPDB Afonso Wete

Investigação de surtos EFTSL - Sala6 Rosa Moreira

Vigilância e auditoria de mortes maternas EFTSL - Sala 7 Isilda Neves

Imobilização dos membros EFTSL - Sala 8 Adriano Oliveira

Sindromes ictéricos: diagnóstico e tratamento EFTSL - Auditório Giza Carlos

24 DE JANEIRO | Manhã - das 08h30 às 12h30 LOCAL COORDENADOR

Imunização em angola EFTSL - Sala 1 Alda Morais

Vigilância epidemiológica e sistemas de informação em EFTSL - Sala 2 Eusébio Manuel

Biosegurança EFTSL - Sala 4 Moisés Francisco

Precauções na prescrição médica em pediatra EFTSL - Sala 5 Francisco Domingos

Gestão hospitalar EFTSL - Sala6 Sousa Diogo

Sistema municipal no nível local EFTSL - Sala 8 Helga Reis

EFTSL - Escola de Formação de Técnicos de Saúde de LuandaHPDB - Hospital Pediátrico David Bernardino

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Em simultâneo com o XII Congresso Internacional dos Médicos em Angola, a MÉDICA HOSPITALAR 2018 – 5º Salão Internacional do Equipamento Médico-Hospitalar, Tecnologia, Medicamentos e Consumíveis apresenta aos médicos de todas as especialidades, gestores hospitala-res, directores provinciais de saúde, administradores mu-nicipais, outros técnicos de saúde e demais autoridades públicas e decisores, toda a oferta do mercado do sector da saúde. A MÉDICA HOSPITALAR posiciona-se como a feira especializada de referência, ao congregar a procura e a oferta global do sector da saúde em Angola, num am-biente profissional.

SECTORES PRESENTES:• Equipamentos hospitalares• Tecnologia médica• Equipamentos para laboratórios• Ortopedia e fisioterapia• Medicamentos e farmácia hospitalar• Tecnologias de informação para a saúde• Hospitais, clínicas e centros de saúde• Consumíveis• Enfermaria e monitorização• Literatura médica especializada• Comunicação social

MOSTRA DAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS

A FEIRA MÉDICADE REFERÊNCIA EM ANGOLA

Feira Medica Hospitalar

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EXPOSITORES E PATROCINADORESSocifarma Expositor / Patrocinador MasterBanco Sol Patrocinador MasterBial Expositor / Patrocinador PlatinaMosel Expositor / Patrocinador PlatinaFidelidade Expositor / Patrocinador PlatinaShalina Expositor / Patrocinador OuroB. Atlântico / Millennium Patrocinador OuroBPC Patrocinador OuroLogipharma ExpositorCicci ExpositorAustralpharma ExpositorElnorpharma ExpositorHE Farmacêutica ExpositorBene ExpositorPrince Farma ExpositorRoche ExpositorBluepharma ExpositorMerck ExpositorMeditex ExpositorAcail Expositor

Lidel ExpositorOMR ExpositorBanco Económico ExpositorGMLAB ExpositorKi-Logística ExpositorHospitec Expositor

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CONTROLE DO HPV E CANCRO DO COLO DO ÚTERO EM ANGOLA Autor: Mateus Guilherme

Introdução: O cancro do colo uterino é uma neoplasia que pode ser precocemente detetável, aumentando assim as hipóte-ses de cura. Em Angola, o cancro do colo uterino é o número 1 do ranking da incidência e mortalidade por cancro na mulher. A taxa de incidência estimada do cancro do colo uterino em Angola é de 20/100.000 habitantes e a taxa de mortalidade de 21,4/100.000 habitantes. Objectivo: sintetizar e analisar a informação disponível sobre o estado de prevenção e controle do cancro do colo uterino em Angola. Resultados: Um estudo realizado em 2014 sobre o conhecimento de estudantes universitários na cidade de Luanda mos-trou que apenas 35% dos inquiridos ouviram falar de HPV. Destes, somente 22% tinham conhecimento sobre os fatores de risco do cancro do colo e dos meios de transmissão do HPV. A vacina contra o HPV foi introduzida em Angola em 2012, em Luanda, através de um programa piloto. O rastreio citológico e o VIA em Angola é oportunista e realizado em áreas urbanas, em unidades dedicadas à saúde da mulher, hospitais de nível terciário e em algumas unidades privadas de saúde. Não existe um programa nacional de triagem do cancro do colo uterino. O teste de ADN do HPV é realizado em unidades de saúde privadas localizadas na capital e não é acessível à população em geral. Em relação ao tratamento, apenas duas máquinas de radioterapia operam em Luanda, incluindo uma instituição privada. Conclusão: O cancro do colo uterino é um problema de saúde pública em Angola. Por este motivo, é urgentemente neces-sária uma discussão geral sobre o desenvolvimento e implementação de um programa nacional de prevenção e controle do câncer cervical. Além disso, a viabilidade das estratégias de tratamento e prevenção deve ser considerada como uma urgência nacional, tendo em conta as especificidades nacionais de forma a facilitar o acesso da população.

CARACTERIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DOS CUIDADOS DE SAÚDE MATERNA NUMA POPULAÇÃO DA PRO-VÍNCIA DO BENGO, ANGOLA Autores: José Francisco Pavão, Edite Rosário, Esperança Job, Miguel Brito, Diogo Costa

Introdução: A elevada mortalidade materna está associada à inadequação e baixa qualidade dos serviços de saúde mater-na, sendo a África subsariana a região com menos cobertura de cuidados maternos especializados. Material de Estudo: O estudo descreve características sociodemográficas, comportamentais e identifica factores associa-dos à adequação da utilização de cuidados de saúde materna numa amostra de mulheres grávidas e mães há menos de 6 meses no município do Dande, província do Bengo, Angola. Métodos: Foram incluídas 175 mulheres, residentes em cinco bairros abrangidos pelo Sistema de Vigilância Demográfica do Dande integrado nas atividades do Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA). Foram aplicados questionários para avaliação das características sociodemográficas, história obstétrica, utilização de cuidados de saúde e planeamento familiar. Aplicou-se o teste do qui-quadrado ou teste exacto de Fisher para identificar diferenças estatisticamente significativas na distribuição das características analisadas de acordo com a utilização adequada ou inadequada de cuidados e utilizou-se a regressão logística (univariada) para estimar a magnitude das associações. Resultados: Cerca de metade das mulheres avaliadas tinham idades compreendidas entre os 21-34 anos, residiam em meio urbano e não tinham actividade profissional. Em média, as grávidas foram a 2,5 consultas e as mães a 3,5 consultas durante a gravidez e mais de 65% tiveram a primeira consulta pré-natal durante o 2º semestre da gravidez. Nas mães há menos de 6 meses, cerca de 59,6% referiram a casa como o local de parto e as grávidas referiram este local em 43,2% dos casos, sendo que mais de 67% referia contar com a ajuda de um familiar durante o parto. Apenas 17% das mães refere ter ido a uma consulta no período pós-parto. As mulheres que reportaram a primeira consulta pré-natal no 2º e 3º trimestre da gravidez, e as mulheres com uma frequência menor a 4 consultas pré-natais, eram mais velhas e com uma condição socioeconómica considerada vulnerável. O planeamento da gravidez associou-se com uma maior frequência de consultas (Odds Ratio; Intervalo Confiança 95%: 0.24, 0,10-0.61), indicando uma menor probabilidade de ter 4 ou mais consultas para as mulheres que não planearam por comparação com as que o fizeram.

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Discussão: Os resultados permitem caracterizar os comportamentos das mulheres perante a gravidez e a utilização dos cuidados numa região e país onde existe pouca informação. Conclusões: O estudo sugere a necessidade do reforço de estratégias e intervenções para que as mulheres façam uma adequada utilização de cuidados de saúde materna.

ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS DE IDADE INTERNADAS NO HOSPITAL MUNI-CIPAL DE CATETEAutores: Eurico Sambango Sauime, César M. Freitas

A desnutrição é o desequilíbrio entre a exigência de nutrientes e o seu consumo, resultando em défices cumulativos de energia, proteína e micro nutrientes que podem afectar negativamente o crescimento e desenvolvimento. A avaliação nutricional é uma importante ferramenta para determinar a presença de factores, condições, ou diagnósticos que possam afectar o estado nutricional do indivíduo na perspectiva da sua correcção e, assim, melhorar o desfecho. No hospital de Ca-tete, muitas crianças são internadas por outras patologias sem, no entanto, se determinar o estado nutricional. O objectivo deste estudo foi determinar o estado nutricional de todas as crianças internadas no hospital municipal de Catete no período de 1 de Outubro a 31 de Dezembro de 2016. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal prospectivo cujo universo foram todas crianças internadas no hospital municipal de Catete no período de três meses, com uma amostra de 400 crianças. Determinou-se o estado nutricional relativamente aos índices P/A, A/I, P/I. Resultados: quanto ao estado nutricional, cerca de 62% tinham subnutrição aguda em relação ao índice peso/altura, 71,3% tinham subnutrição crónica em relação ao índice altura/idade e 56,3% tinham baixo peso para idade em relação ao índice peso/idade; houve correlação com significância estatística entre: a idade da criança e malnutrição aguda (Valor de p=0,029); a idade materna, agregado familiar e início da diversificação alimentar com a malnutrição crónica (valor de P=0,03; 0,048 e 0,05 respectivamente); e entre a renda familiar com a malnutrição aguda, crónica e o baixo peso para idade (p 0,029; 0,016; 0,029).

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 59 MESES ATENDIDAS NO CENTRO DE SAÚDE SÃO JOÃO CALÁBRIAAutores: Nsimba Mvuandulo Janete, César Freitas

A avaliação do estado nutricional é uma etapa essencial no monitoramento do estado de saúde de uma criança. Este trabalho avaliou o estado nutricional de 149 crianças de 0 a 59 meses atendidas no centro de saúde São João Calábria, no período de 1 a 28 de Fevereiro de 2017. Foi realizado um estudo transversal descritivo com componente analítico. Para avaliar o estado nutricional, foi colectado o peso e a altura. A classificação do estado nutricional foi realizado por meio das curvas P/A,P/I e A/I preconizadas pela OMS (2006). A frequência da desnutrição foi de 10,7% segundo o índice P/A. Cerca de 28,9% das crianças apresentaram baixo peso para idade e 35,6% tiveram baixa estatura para idade. A idade e a escola-ridade materna tiveram associação estatística significativa com baixo peso para altura com os valores de p 0,001 e 0,003 respectivamente. O aleitamento materno foi praticado por somente 27,9% das mães de forma exclusiva até aos 6 meses. A análise de concordância entre o julgamento dos pais e o estado nutricional dos respectivos filhos revelou importantes alterações com relação ao julgamento dos pais sobre o estado nutricional dos filhos (p=0,03).

COREIA DE SYDENHAM E COREIA DE HUNTINGTON. A MESMA APRESENTAÇÃO DE DOENÇAS DIFERENTESAutores: João Caiano, João Ricardo

Define-se coreia como uma doença do movimento caracterizada por breves contracções musculares, irregulares e involun-tárias. Pode ser classificada em primária (hereditária) ou secundária (adquirida). A coreia de Sydenham tem como etiologia

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a infecção pós estreptocócica. A coreia de Huntington é uma doença degenerativa, progressiva, autossómica dominante derivada de uma mutação genética. Os autores apresentam dois casos. O primeiro de uma criança de 13 anos, masculino, que apresentou movimentos estereotipados com contracção muscular no membro superior esquerdo. A investigação feita, revelou um título de anti-estreptolisina positivo (400) e ecocordiograma transtorácico com lesões compatíveis com cardite reumática. Foi medicado com haloperidol, ácido valproico, antibioterapia dirigida para a infecção estreptocócica e posterior-mente profilaxia secundária em ambulatório. O segundo, uma mulher de 51 anos, negra, sem antecedentes pessoais conheci-dos, com história familiar de doença que se manifesta por movimentos involuntários. Apresentou sintomatologia que evoluía há três anos, com movimentos involuntários dos membros superiores, cabeça e tronco, sem factores desencadeantes nem agravantes, sem alterações do estado de consciência. Fez-se revisão teórica sobre a coreia de Sydenham e de Huntingiton, sendo uma situação pouco comum e chamando atenção para a possibilidade de ser pensada na elaboração de diagnósticos.Palavras-chave: Coreia de Sydenham; Coreia de Huntingiton, Febre Reumática; infecção estreptocócica.

CARACTERIZAÇÃO DA HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA NO HOSPITAL JOSINA MACHEL DURANTE O ANO 2016Autores: Claudineth Fragoso, Sebastião Canisio, Maria Elena Trujillo

Introdução: A hemorragia digestiva alta (HDA) é considerada uma emergência médica e representa uma das condições clínicas mais prevalentes nos serviços de urgência hospitalar, com alta mortalidade, mesmo com o uso de novos medicamen-tos e o desenvolvimento de métodos endoscópicos diagnósticos e terapêuticos, sendo pois um problema de saúde. Objectivos: Determinar a frequência da hemorragia digestiva alta varicosa e não-varicosa, descrever variáveis como sexo, idade, história de doença hepática crónica, consumo de álcool, shistosomíase, ingestão de medicamentos ulcero-génicos (ASA / AINES), caracterizar os achados endoscópicos. Material e método: análise descritiva e retrospectiva de todos os processos clínicos e relatórios endoscópicos de pacientes internados no banco de urgência do Hospital Josina Machel, de Janeiro a Dezembro de 2016. Foram estudados 161 pacientes de ambos os sexos com idades variando de 14 a 80 anos que apresentaram um episódio de hemorragia digestiva alta. Os resultados foram apresentados em tabelas e gráficos, as frequências e medida sumária usada em percentagem. Resultados: A hemorragia não-varicosa foi observada em 123 pacientes (76,9%) e a não- varicosa em 38 (23,1%). A HDA predominou no sexo masculino (66,4%) e em pacientes menores de 50 anos (79,5%). O consumo de bebidas alcoólicas foi o antecedente mais frequente em 86 pacientes (53,4%). A hematemese e a melena foram observadas em (71%) dos pacientes com hemorragia varicosa em (66%) dos pacientes com hemorragia não-varicosa. A esplenomegalia foi diagnosticada em 26 pacientes (16,1%). Os valores detectados de hemoglobina na admissão foram entre 7 e 10 gramas por litro em 27 pacientes com hemorragia varicosa (71%) e 86 pacientes com hemorragia não varicosa (70%). Em 36 pacientes (94,7%) observaram-se varizes esofágicas grandes e apenas em 4 se detectaram hemorragia activa no momento da endoscopia. A úlcera gastro-duodenal foi observada em 68 pacientes (55,2%) e gastrite erosiva em 25 pacientes (20,3%). Apenas 19,2% dos pacientes com úlcera duodenal ou gástrica mostraram sinais de hemorragia activa, ou recente, no momento da endoscopia. Conclusões: A HDA não-varicosa foi mais frequente. A HDA prevaleceu no sexo masculino em menores de 50 anos. A hematémese, a melena, a esplenomegalia, assim como os hábitos etílicos, foram significativos. As varizes esofágicas grandes e a úlcera gastroduodenal lideraram os achados endoscópicos no nosso estudo.

PROTOCOLO DE ELECTRODIAGNÓSTICO NAS LESÕES DOS NERVOS PERIFÉRICOS NO SERVIÇO DE MEDICINA FÍSICA E REABILITAÇÃO DO HOSPITAL AMÉRICO BOAVIDAAutor: Lester Delgado

Um número elevado de pacientes vem às consultas médicas da fisioterapia por apresentar “transtornos motores e sensitivos dos membros superiores e inferiores pós-traumáticos”. As lesões traumáticas dos nervos periféricos presentes com uma perda das funções de controlo neural e manifesta-se com défice de força muscular, de sensibilidade e alterações na regu-lação autónoma das regiões desnervadas. Estas perdas podem ser compensadas pela reinervação dos tecidos denervados

Resumo das Comunicacoes Livres

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por dois mecanismos fundamentais: a regeneração dos axônios lesionados (regeneração Walleriana), ou a ramificação colateral de outros axônios não lesionados. A causa mais comum das lesões dos nervos periféricos é a traumática. Com o objetivo de fazer uma avaliação precisa e medível do tipo de lesão nervosa e poder comprovar posteriormente a efectividade do tratamento reabilitador nos doentes, desenhou-se um protocolo de electrodiagnóstico no serviço de medicina física e reabilitação do Hospital Américo Boavida, determinando a cronaxia do músculo, ou grupo de músculos afectados. Para o estudo, usou-se o aparelho de electroestimulação Physioson expert 307. Objectivo: Determinar o grau da lesão na consulta inicial; avaliar a efectividade do tratamento reabilitador na consulta de reavaliação. Material e métodos: Efectuou-se uma investigação prospectiva experimental. O universo conforma todos os pacientes com diagnóstico de lesão dos nervos periféricos que acudiram para receber tratamento reabilitador na consulta de fisiatria do Hospital Américo Boavida, determinando-se a cronaxia na consulta inicial, com a aplicação posterior do plano terapêutico de fisioterapia, com magnetoterapia, electroestimulação e cinesioterapia. Um mês depois realiza-se a determinação evolu-tiva da cronaxia, comparando-se os valores objectivos e definindo o prognóstico reabilitador.

MEDICINA FÍSICA NA PERSPECTIVA HOLÍSTICAAutor: Manuela Escolástica, médica fisiatra

De acordo com a OMS, a saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afec-ções e enfermidades”. A saúde passou, então, a ser mais um valor da comunidade, do que do indivíduo. Nesta perspectiva, compete à especialidade médica Medicina Física e Reabilitação (MFR) – definida como especialidade clínica independente, à excepção da Dinamarca e Malta, que, através de agentes físicos, previne, trata e reintegra os indivíduos para a actividade social, através dos órgãos regentes – determinar estratégias para o seu desenvolvimento. Assim sendo, e tendo em conta o aumento da sinistralidade e suas consequências, o aumento das patologias crónicas não transmissíveis e o aumento a espe-rança de vida, que deixa aos sobreviventes inúmeras sequelas, propusemo-nos a apresentar o tema, como forma de sensibi-lizarmos os médicos em fase de formação a conhecerem para poderem decidir pela especialidade, capacitando os das várias especialidades, permitindo desta forma melhor intervenção e enquadramento, melhor distribuição dos recursos humanos e materiais para o cabal desempenho da especialidade, nos vários níveis de intervenção no Sistema Nacional de Saúde.

FACTORES DE RISCO ASSOCIADOS À TRANSMISSÃO DO HIV DE MÃE PARA FILHO EM QUATRO UNIDADES DE SAÚDE DE LUANDA, NO PERÍODO 2008-2011Autor: Celestino Teixeira

Introdução: O PTV é uma estratégia prioritária implantada em Angola desde 2004, para interromper a transmissão do VIH da mãe para o filho; em 2013, apenas 52,3% das grávidas positivas e 47% das crianças positivas foram incluídas neste programa. O nosso objectivo foi o de identificar os factores de risco associados à transmissão do VIH da mãe para filho em mulheres atendidas em unidades de saúde de Luanda, entre 2008-2011. Metodologia: Foi realizado um estudo de caso-controlo, em quatro unidades de Luanda durante o período de gravidez e aleitamento materno. Os dados foram recolhidos através de um questionário estruturado em 216 crianças com dados completos nascidos de mães identificadas como HIV+ antes ou durante a gravidez. Testes para determinar a infecção pelo VIH foram feitos por PCR (reacção em cadeia da polimerase) e/ou outros testes de diagnóstico, entre as 6 semanas e 18 meses de idade. A regressão logística multivariada foi utilizada para identificar o efeito de potenciais factores de risco para a transmissão vertical. Resultados: Testes para determinar a infecção pelo VIH foram feitos para 216 crianças, das quais 45 foram positivas, [risco de transmissão, 20,9%, intervalo de confiança (CI) de 95%, 15,7-26,9]. Na análise multivariada; o parto domiciliar [OR, 9,7; IC 95%, 2,6-36,2], número de gravidez> 3 [OR, 18,6, IC 95%, 2,2-153,6], nenhuma consulta pré-natal de acompanhamento [OR, 5,6, IC 95%, 1,7-18,6], amamentação mista [OR, 21,6, IC 95%, 4,2-111,9], nenhum ARV durante a gravidez, quando HIV

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+ [OR, 6,9, IC 95%, 1,4-32,9] e início de ARV antes de 20 semanas [OR 0,1, CI 95%, 0,1-0,5] foram factores independentes e significativamente associados com a transmissão vertical do HIV. Conclusões: A descoberta suporta a gravidade da doença (HIV/SIDA) materna no risco de transmissão vertical e da importância do aleitamento materno exclusivo, o início imediato de ARV para mulheres grávidas seropositivas, promover o acompanhamento institucional das mulheres na consulta pré-natal, especialmente aquelas com experiência na realização de partos para redução da transmissão vertical em Angola.Palavras-chave: Factores de risco, transmissão vertical, aleitamento misto, parto domiciliar, parto institucional, experiência realizar parto, Angola.

ERRO MÉDICO – A PROPÓSITO DE CASOS OCORRIDOSAutor: Arlete Isaac

Erro médico é o mau resultado, ou resultado adverso, decorrente de acção ou da omissão do médico. O erro médico cons-titui um dos grandes problemas enfrentados pelo sector da saúde e também da sua judicialização. De maneira equivocada, tem-se designado erro médico a todas as intercorrências, falhas e complicações presentes e identificadas no campo da prestação de serviços médicos hospitalares imputados somente ao médico; logo, vale ressaltar que o erro médico estende-se a outras áreas como na administração de medicamentos por equipas de enfermagem, falha técnica num procedimento cirúrgico, até ao erro de diagnóstico. Alguns sem consequências percebidas e outros mais evidentes e claramente percebi-dos pelo doente e seus familiares. Outros ainda, mais graves que condicionam à morte.Como forma de alerta para a minimização deste fenómeno – que tem revelado na actualidade alguma estatística conside-rável – é apresentada esta revisão bibliográfica a propósito de alguns casos ocorridos, inclinando também a nossa atenção aos factores que concorrem para o mau resultado.

COMPORTAMENTO DE RESPOSTA IMUNOLÓGICA EM PACIENTES COM VIH/SIDA TRATADOS COM OZONO-TERAPIA DURANTE DOIS ANOSAutores: Javier Cecilio Céspedes Suarez, Yanisley Martin Serrano, Maria Rosa Carballosa Peña, Diana Rosa Dager Carballosa

O VIH continua sendo um dos maiores problemas para a saúde pública mundial. A região de África é a mais afectada, onde se registam quase dois terços de novas infecções. Existem vários medicamentos retrovirais e multiterapias com o objectivo de deter a replicação viral e manter a estabilidade imunológica que não logram garantir a qualidade de vida e potenciar a imu-nidade do paciente. O ozono tem propriedades biológicas entre as quais se destacam o efeito antimicrobiano e modulador so-bre a resposta imune que possibilita seu uso de forma complementar para o tratamento destes. Realizámos o presente estudo na qual se analisou o efeito da ozonoterapia administrada por via sistémica (via hemática). Foram estudados 32 pacientes nos quais aplicámos autohemoterapia maior com protocolo de 15 sessões e manutenção cada 15 dias a 50 mcg de concentração, doses iniciais de 4.000 mcg/ml até 12.000mcg/ml. Indicámos a carga viral e a contagem de CD4 e CD8 antes do fim da tera-pia. Os resultados mostraram uma diminuição significativa da carga viral até valores indetectáveis e um aumento dos CD4 e CD8 no mês em que foram concluídas as 15 sessões e mantendo os mesmos níveis durante os dois anos de tratamento, logrando-se desta forma uma activação permanente do sistema imune e melhorando a qualidade de vida destes pacientes.Palavras-chaves: Ozonoterapia, VIH-SIDA, Resposta Imunológica, Autohemoterapia Maior.

TESTE DO CICLO PUPILAR. AS SUAS VARIAÇÕES NO SUJEITO NORMAL, NA DIABETES E NA MIOPIAAutores: Reinaldo Rivero Reyes, Caridad Silva Peneda, Armando Martínez Rotella

Introdução: Ao iluminar a margem pupilar com a luz dum fino pincel luminoso na margem inferior pupilar, desencadeia-se uma série de oscilações periódicas e regulares da pupila, chamadas de “ciclo pupilar”. O nosso objectivo foi ganhar expe-riência no estudo dos reflexos pupilares, especificamente no teste do ciclo pupilar (TCP).

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Material de estudo: Estudo descritivo transversal. Mostra: 80 sujeitos saudáveis, com idades entre os 15 e os 75 anos, distribuídos em 5 grupos etários, 50% do sexo feminino e 50% do masculino. Cada grupo etário continha 8 mulheres e 8 homens. Todos os sujeitos apresentaram agudeza visual (AV) igual a 1,0 sem cristais (sc) e campo visual normal. Da mesma forma, 80 diabéticos com AV= 1,0 ou 0,8 com cristais (cc) e 80 míopes de mais de 3,0 dioptrias com AV= 1,0 cc. Foram rejeitadas quaisquer doenças oculares ou neurológicas que alterassem a função pupilar. Método: A todos foi-lhes provocado o TCP com faixa luminosa de uma lâmpada de fenda (LF) de 4-6 mm de longitude e 0,2-0,4 mm de largura, situada horizontal e co-axialmente ao nível da margem pupilar inferior. Depois, foi medido com cronómetro a duração de 10 ciclos pupilares, contados desde que a luz penetrava no olho para o desencadeamento da primeira contração até o relaxamento da 10ª. O doente deve manter a mirada num ponto fixo e não palpebral. Resultados: A faixa de variação no sujeito saudável foi 6,5 segundos (s) numa mulher de 16 anos e 11,2 s num homem de 73 anos. No grupo de diabéticos, a faixa variou entre um varão de 18 anos (7,8 s) e 16,9 s numa mulher de 74 anos. Nos míopes, a variação oscilou entre 7,1 s num varão de 16 com uma miopia de 3,50 d e mais um outro varão de 69 anos com TCP de 15,6 s (-6,25 d). Discussão: Além de conhecermos a variação do TCP no sujeito normal (Ẋ= 8,2 + 0,2), há um prolongamento significativo com a idade assim como nos diabéticos e nos míopes, facto assinalado na literatura clássica. Conclusão: Demonstra-se uma forma simples de avaliar diversas doenças (exemplo: disautonomia diabética) naqueles lugares onde não existe equipamento moderno para sua avaliação.

MEDICINA FÍSICA E REABILITAÇÃO. PANORAMA ACTUAL E FUTUROAutor: Cesaltina Major

Introdução: Angola viveu uma guerra de libertação e de consolidação pela independência nacional que provocou um eleva-do número de pessoas com deficiência. Foram desencadeadas acções para a sua assistência médica e produção dos meios de compensação necessários à sua integração sócio - laboral. Para a concretização desta tarefa, desenvolveu-se a área da medicina física e reabilitação (MFR) com quadros e instituições afins, com o objectivo de melhorar o acesso aos serviços, com inclusão e acessibilidade, garantir a formação dos quadros e as instituições de prestação de serviços de medicina física e de reabilitação integral. A MFR é uma especialidade médica que lida com a avaliação e tratamento de indivíduos cuja capacidade funcional esteja limitada, permanente ou temporariamente – seja por dor, ou quaisquer outras alterações advindas de afecções neurológicas, oncológicas, reumatológicas, metabolismo ósseo e ortopédicos, entre outras – sejam crianças, adultos ou idosos. A sua actuação é diagnosticar a incapacidade, definir o potencial de recuperação, prevenir com-plicações secundárias às incapacidades e reduzir as desvantagens. Concentramo-nos no indivíduo como um todo, tentando contribuir para eliminar, ou, pelo menos, limitar as barreiras, para que a pessoa com deficiência seja capaz de desempenhar tarefas, aproveitar oportunidades e, sobretudo, usufruir a vida em seu pleno potencial e independência. Panorama actual da medicina física e reabilitação. Público-alvo: 656.258 pessoas com deficiência de meios físicos. O país conta com 35 instituições públicas com alguma prestação de serviços de fisioterapia, na maioria realizando somente procedimentos mínimos de reabilitação. Apenas 1,17% das instituições do nível primário prestam serviços de reabilitação e a mesma carece de integralidade e qualidade. Não existem dados da acção dos serviços de Reabilitação Baseada na Comunidade (RBC). Existem três instituições de 3º nível, designadamente o CMFR da Samba, o Hospital Américo Boavida e o Centro Ortopédico de Viana, que contam com um serviço mais completo. Todos localizados na capital. Meios humanos: fisiatras - existem 10 nacionais inscritos na Ordem e 4 expatriados. Destes, dois ocupam cargos de direc-ção administrativa; fisioterapeutas - existem nas instituições públicas de 3º nível, e nos hospitais provinciais; ortoprotesistas - existem nos centros de reabilitação ortopédica e não há cursos para formação de ortoprotesistas no país; defectólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e assistentes sociais - não existem estes quadros efectivos nos serviços de reabilitação.

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VIGILÂNCIA DO VIH A PARTIR DAS CONSULTAS PRÉ-NATAIS EM LUANDA (2017)Autores: Arieth Cruz, Maria Marques, João Pires

Introdução: Todos os anos mais de meio milhão de recém-nascidos são infectados com o VIH na África subsaariana através da transmissão mãe-filho. A vigilância do VIH a partir das consultas pré- natais (CPN), permite a identificação de gestantes seropositivas e a prevenção da infecção VIH nos lactentes. Angola registou nos últimos anos a perda do seguimento das gestantes VIH positivas em 41%, e, com isso, a oportunidade de interromper a transmissão por esta via. Por isso, decidiu-se avaliar o referido sistema, a fim de se avaliar o seu funcionamento de acordo com o CDC. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal, em Fevereiro/2017, em 6 unidades sanitárias de Luanda. Os dados foram obtidos a partir de um questionário e da revisão de toda a informação disponível nos livros de registo do evento. O proces-samento dos dados foi feito no Epi-info 7 e respeitou-se os critérios éticos. Resultados: O evento necessita de confirmação laboratorial. Das 1593 gestantes recebidas pela primeira vez em CPN, cerca de 88,3% foram testadas e destas 35 seropositivas. Os livros não foram preenchidos por completo nas seis unidades. Observou-se concordância total da informação em uma unidade. Nenhuma notificação foi recepcionada pelo nível central até a data do estudo. Em 2015, implementou-se a ficha de notificação e, em 2016, os novos instrumentos integrados para recolha de dados. Discussão: À semelhança do que é referido no guia de avaliação de sistema de vigilância apresentado pelo CDC, o sistema VIH não é simples pelo facto de necessitar de uma componente laboratorial para confirmar o evento; do total de gestantes em CPN pela primeira vez, e submetidas a teste, foi possível constatar que o sistema apresenta dificuldades na vigilância, uma vez que não testa todas as gestantes. Além do défice no preenchimento completo das fontes de registo do evento, houve incongruência nos dados à excepção de uma das unidades. O sistema perdeu a capacidade de vigiar o evento em todas as gestantes observadas, mostrando sinais de deficiência no processo de testagem. Nenhuma notificação foi recep-cionada até à colheita de dados, tornando inoportuna a obtenção de informação pelos decisores. Novos modelos de recolha de dados foram inseridos no sistema, mas parecem não impedir o seu funcionamento. Conclusão: O sistema de vigilância é flexível e complexo; não é totalmente sensível, oportuno e não produz dados de qualidade.

DESAFIOS DO CONTROLO DA TUBERCULOSE EM ANGOLA: A NARRATIVA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDEAutores: Domingos Vita, Patrick Brady

Introdução: Em Angola, subsiste uma epidemia de tuberculose (TB) que vem piorando há mais de uma década, apesar das atividades implementadas na estratégia DOTS. O objetivo deste estudo foi interrogar diretamente os profissionais de saúde, envolvidos no controlo da TB, sobre o que eles consideram ser os impulsionadores da epidemia de tuberculose em Angola. Metodologia: Foi realizado um estudo qualitativo com vinte e quatro entrevistas aprofundadas com o pessoal da saúde que trabalha neste campo, nas províncias de Luanda e Benguela. Resultados: Os profissionais de saúde vêem o trabalhador emigrante pobre como sendo um problema particular para o controlo da tuberculose. Esses emigrantes são constituídos por “pessoas rurais”. Trata-se de um grupo estigmatizado e marginalizado que lidera o estigma associado à infecção por TB. Os profissionais de saúde entrevistados também vêem a interrupção do tratamento e a automedicação como uma explicação fundamental do desafio no controlo da tuberculose em Angola, a par da urbanização, ou falta de medicação. Discussão: Muito estigma associado à infecção por TB. Esse estigma altera o comportamento e a vontade de não comple-tar o tratamento. O estigma incentiva interrupções de tratamento e aumenta a tuberculose resistente aos medicamentos. Conclusões: A narrativa local contrasta com as explicações anteriores utilizadas em outras partes do mundo em desenvol-vimento. Para uma política efectiva deve-se reconhecer os problemas locais da força de trabalho dos emigrantes, a interrup-ção do tratamento e o estigma associado à tuberculose em Angola.Palavras-chave: África, Angola, emigrantes, pesquisa qualitativa e tuberculose.

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MORBILIDADE E MORTALIDADE POR INFECÇÕES ODONTOGÉNICAS NO SERVIÇO DE CIRURGIA MAXILOFA-CIAL DO HOSPITAL AMÉRICO BOAVIDA, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2015 A JUNHO DE 2017Autores: Daula Pimenta Dinis, José Felipe Basulto Varela

As infecções derivadas de cáries dentárias resultam em uma das urgências frequentes de atendimento nos Bancos de Urgências do Hospital Américo Boavida, de Luanda, tanto em doentes pediátricos, como em adultos. Neste trabalho, apresentam-se a base dos dados do registo estatístico, os índices de morbilidade e mortalidade no atendimento de doentes com infecções de origem dentária no Serviço de Cirurgia Maxilofacial, no período compreendido de Janeiro de 2015 a Junho de 2017. Concluiu-se que há um alto índice dos dois parâmetros avaliados, pelo que se recomenda um plano de orientação profissional nas áreas de saúde e nos meios de comunicação social, como medidas para prevenção destas complicações patológicas.

PROCESSOS SÉPTICOS DE ORIGEM DENTÁRIA: UM PROBLEMA DE SAÚDE POPULACIONAL A RESOLVERAutores: José Felipe Basulto Varela, Daula Pimenta Dinis

A cárie dentária e as parodontopatias são as afecções mais frequentes no ser humano, consequência de má higiene oral. Delas podem desenvolver-se processos sépticos que atingem, não só a cavidade oral, como também outras estruturas, órgãos e sistemas, por disseminação da infecção produzida por micro organismos predominantemente anaeróbios e de alta virulência. Esta realidade obriga a tecer considerações odontológicas, médicas e cirúrgicas a tempo, para evitar com-plicações fatais. Nesta apresentação abordam-se aspectos da fisiopatologia, complicações, princípios do tratamento e prevenção, dos processos sépticos de origem dentária.

IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL NOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDEAutores: Assuilo Ortet, Marcia Pinto, Sandra Diogo, Isabel Escrima, Mamene Rogerio

Introdução: O sedentarismo age como factor de risco para o surgimento de doenças. De uma forma crescente, as pessoas solicitam auxílio médico e de diversas terapias para amenizarem dores musculares e para o tratamento de patologias mais graves. A adoção de hábitos mais saudáveis traz consequências nas diversas dimensões da saúde e não apenas na saúde física. Investimentos em prevenção e promoção de saúde no ambiente de trabalho têm resultados directos na satisfação do colaborador e no seu bem-estar, além dos benefícios em relação à minimização de dores e prevenção de doenças ocu-pacionais. Objetivos: Mostrar a importância e os benefícios da ginástica Laboral nos profissionais da área da saúde, melhorar os aten-dimentos de médico vs paciente na unidade hospitalar; diminuir a incidência de absentismo por dores ostemioarticulares do profissional da saúde. Material e Métodos: Profissionais da saúde: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, estomatologistas, ma-queiros, catalogadores entre outros. Aplicação de dois questionários, estudo experimental. Ginástica laboral realizada duas vezes por semana duração de 15 a 20 minutos. Resultados: A ginástica laboral foi de extrema importância na melhoria da produtividade, relação interpessoal, diminuição das dores ocasionais musculares, melhoria do bem-estar físico, melhoria do atendimento ao utente, motivação para exercer a sua atividade. Discussão: De acordo com vários autores, a ginástica laboral é de extrema importância no aumento da produtividade e principalmente na prevenção de doenças ocupacionais, o que concorda com os achados do nosso estudo. Conclusão: Projetos como estes devem ser implementados em todas as unidades hospitalares de Angola para mostrar a importância do fisioterapeuta na prevenção de doenças ocupacionais nos profissionais da saúde, para contribuir na melho-ria do atendimento ao utente e, principalmente, evitar as doenças ocupacionais muito comuns para cada profissão exercida.

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AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA E IMUNO-HISTOQUÍMICA DO EFEITO ISOLADO E COMBINADO DA PENTOXI-FILINA E DA HIALURONIDASE EM RETALHOS CUTÂNEOS RANDOMIZADOS EM RATOSAutor: Nsingi António

Introdução: os retalhos cutâneos randomizados são utilizados com muita frequência em cirurgia plástica, sobretudo para a reconstrução de tecidos, mas a possibilidade de ocorrência de necrose tem desafiado o seu uso. Vários estudos têm sido realizados visando encontrar meios para diminuir a sua ocorrência. Para se avaliar o efeito isolado e combinado da pento-xifilina e da hialuronidase em retalhos cutâneos randomizados em ratos. Material: foram utilizados 50 ratos Wistar machos, distribuídos em cinco grupos de dez: Controle I (CTL- I); Controle II (CTL -II); Pentoxifilina (PTX; Hialuronidase (HLD); Pentoxifilina + Hialuronidase (PTX + HLD). Método: todas as substâncias foram administradas do 1.o ao 13.o dia do pós-operatório, a área de necrose foi medida nos dias 7 e 14 de pós-operatório, os animais foram mortos no 14.o dia e foram coletadas amostras para exame histológico e imuno-histoquímico. Resultados e discussão: a percentagem da área de necrose no 7.º dia nos grupos PTX (M = 33,16 %; DP=±7,75), HLD (M = 21,04 %; DP=±7,13) e PTX + HLD (M = 28,04 %;DP=±10,50) foi menor (P<0,0001) quando comparadas aos grupos CTL -I (M = 48,17 %; DP=±9,18) e CTL - II (M = 46,24 %; DP=±8,02); no 14.o dia, os grupos PTX (M = 41,91 %; DP=±6,15) , HDL (M = 43 %;DP=±4,711) e PTX + HLD (M = 40,56 %; DP=±8,67) também apresentaram menor área de necrose (P<0,001) quando comparados aos grupos CTL -I (M = 53,61 %;DP=±5,581) e CTL - II (M = 52,07 %; DP=±6,79). PTX e PTX - HLD apresentaram menor celularidade (P < 0,002) e VV de macrófagos (P < 0,003) e miofibroblastos (P <0,0001) em relação aos controles; PTX mostrou maior LV dos vasos sanguíneos em comparação com todos os outros grupos (p <0,0001). Conclusão: Neste modelo experimental, o uso isolado ou combinado de ambas as substâncias, aumentou a viabilidade dos retalhos, quando comparados aos controles. No 7º dia, o grupo PTX apresentou menor viabilidade que o HLD, enquanto que no 14o dia não houve diferença entre os grupos tratados. O uso isolado da PTX apresentou maior LV dos vasos sanguí-neos e menor celularidade na derme profunda que quando utilizada em combinação com a HLD. Por outro lado, a utilização combinada dessas drogas mostrou-se mais eficiente em reduzir a celularidade da derme superficial e a VV dos macrófagos que o uso isolado da HLD.

Resumo das Comunicacoes Livres

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ASSOCIAÇÃO NEUROPATIA ÓPTICA EPIDÉMICA- SISTEMA PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE (HLA)Autores: Reinaldo L. Rivero Reyes, Raysa Jofra Hernández, Roberto Alegre, Jesús Suárez, Ingrid Garcia

Introdução: O haplotipo HLA (Histocompatibility Lymphocyte Antigen/Antígeno Linfocitário de Histocompatibilidade) é constituído por uma série de genes fortemente enlaçados presentes no braço curto do cromossoma 6 que é locus principal da histocompatibilidade nos humanos. São polipéptidos ou glicoproteínas, na maioria das células nucleadas e plaquetas, normal-mente herdados em bloco os quais conformam o chamado complexo maior de histocompatibilidade humana (MHC). Os es-tudos realizados da sua associação com doenças representaram um importante avanço na imunologia clínica (por exemplo: diabetes, artrite reumatóide, esclerose múltipla…). Em oftalmologia, encontrou-se uma relação deste sistema com uveítes anterior aguda, penfigoide cicatricial ocular, queratocono de início na juventude, retinocoroidopatía de “Birdshot” e neuritis. Objectivos: 1 - Investigar se existia associação entre a neuropatia óptica epidémica (NOE) e o sistema principal de histo-compatibilidade (HLA); 2 - Determinar qual era a associação e o risco relativo (RR) ao padecimento da enfermidade pela população cubana; 3 - Aportar dados descritivos sobre a entidade e a determinação de um marcador genético (antigénico ou haplotípico) de susceptibilidade ao padecimento da epidemia; 4 - Sugerir alternativas de diagnóstico, prognóstico e terapêutica nos indivíduos afectados. Metodologia: trata-se de um estudo descritivo transversal. Estudou-se uma mostra de 50 pacientes com NOE não rela-cionados e, como controles, 50 indivíduos não relacionados, supostamente saudáveis. Nos pacientes de todos os grupos realizou-se a tipificação HLA Classe I e II, utilizando o teste de microlinfocitotoxicidade em dois passos modificado para dupla fluorescência. Resultados: Mostram-se em tabelas os alelos mais frequentes encontrados a relação existente entre a neuropatia óptica epi-démica cubana e o sistema de histocompatibilidade HLA. Igualmente, descobrimos quais os antígenos que constituem risco de contrair a doença e quais aqueles que são importantes para a protecção da população de acordo com seus mapas genéticos. Conclusões: Os locus de HLA associados à NOE com maior probabilidade diagnóstica foram o A23 e o DR2 assim como os haplotipos A23- B44 e A23- DR2. Por outro lado, concluímos que os antígenos A11, B14 y DR14 (6) apresentaram um risco relativo muito baixo de contrair a doença pelo que constituem “antígenos de protecção”. Este pode ser uma guia no diagnóstico da doença e das possibilidades evolutivas, de acordo com o tratamento e os marcadores genéticos encontrados.

Resumo dos Posters

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MENINGIOMAS INTRACRANIANOS. EXPERIÊNCIA EM 5 ANOS NO H. UNIVERSITÁRIO AMÉRICO BOAVIDAAutores: Eugenio Aguila Hurtado, Pedro Dominguez Jimenez, Onelia Llanos Loy, Armin de Jesus Lopez

Os meningiomas representam 20% dos tumores intracranianos, têm diferentes localizações dentro do SNC, são originá-rios das meninges e são muito vascularizados. Para uma melhor abordagem cirúrgica são necessários estudos contrasta-dos para ver a sua relação com vasos sanguíneos intracranianos. O nosso objectivo é expor a nossa experiência, assim como o seu manejo. Foram tratados um total de 31 pacientes, no período de 5 anos, dos quais 29 apresentaram meningiomas supratentoriais, dois pacientes infratentoriais. Realizou-se uma recessão total da lesão em 27 pacientes, e, em cinco, uma recessão parcial. Faleceram três pacientes. Podemos afirmar que, antes da cirurgia, é importante conhecer as diferentes relações do tumor com as estruturas do SNC para fazer uma correcta planificação da abordagem cirúrgica e evitar dano cerebral. Dos três óbitos, dois foram por hemorragia e um por edema cerebral refractário. Demonstrou-se que, em cinco anos, todos os doentes que realizaram SIMPSON I não apresentaram recidiva.

MANEJO E TRATAMENTO DOS DOENTES COM TRAUMA DORSO-LOMBAR NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO AMÉRICO BOAVIDA, EM LUANDAAutores: Eugenio Aguila Hurtado, Pedro Dominguez Jimenez, Onelia Llanos Loy, Armin de Jesus Lopez, Ogito Gourgel Alberto

Os traumas raquimedulares dorso-lombares constituem uma das lesões mas frequentes no nosso meio, com um elevado custo económico e social, que deixam em muitas ocasiões sequelas irreversíveis. O nosso objectivo é demonstrar o resulta-do do tratamento cirúrgico precoce no trauma raquimedular dorso-lombar para melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes. Para a realização do nosso trabalho tivemos uma casuística de três anos, durante os quais foram revistos os processos clínicos de 43 pacientes com trauma dorsolombar, desde o tratamento médico no banco de urgência até ao tratamento cirúrgico. Em todos os pacientes com ASIA a, b, e c instaurou-se tratamento com esteroides. Demonstrou-se que os segmentos mais afectados foram D12 - L1. A todos os doentes operados realizou-se laminectomia, fixação com placa e parafusos e técnica de fixação sublaminar. Tiveram seguimento e avaliação neurológica trimestral em consulta externa. O tratamento cirúrgico precoce da estabilização da fractura é de vital importância no prognóstico destes doentes. Daí a necessidade de procurar, no nosso meio, todos os recursos disponíveis para o seu tratamento.

DERMATITE VESICULOSA POR PAEDERUS IRRITANSAutores: Diambi Álvaro Dongala Dombaxe; António Martins, Manuel Lemos, João Pires

Introdução: O Paederus irritans, mais conhecido como ferro em brasa, é um insecto da ordem Coleóptera, família Staphyli-nidae. Dermatite por paederus irritans, pederose ou zoodermatose é uma irritação local semelhante a uma queimadura de 1º e 2º grau, causada por uma substância, a pederina, eliminada pelo insecto quando ameaçado. A sua frequência é sazonal após época chuvosa. Apesar de não ser letal, não deixa de ser um problema de saúde pública. Metodologia: Realizou-se um estudo observacional transversal e exploratório, na província de Luanda, no período de Abril a Junho de 2017. População em estudo: 90 indivíduos, em Luanda, que entraram em contacto ou foram picados pelo insecto e que apresen-taram prurido, vermelhidão, vesiculas e ardor, no período em estudo. Os dados foram recolhidos a partir de um inquérito, e analisados no software estatístico Epi Info versão 3.5.2. Resultados: Das 90 pessoas observadas, o sexo feminino predominou com 74,4% e a faixa etária que mais casos apresen-tou foi a dos 1530 anos com 44,4%; o prurido foi o sintoma mais frequente com 98,9% em relação à vermelhidão e outros sintomas; em relação à localização das lesões no corpo, a face teve maior predomínio com 48,8%. Conclusão: O sexo feminino teve maior predomínio de casos. Faixa etária que teve maior número de casos foi dos 15 aos 30 anos. O prurido foi o sintoma mais frequente, em relação à vermelhidão e outros. A face foi a área corporal mais atingida.

Resumo dos Posters

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TRATAMENTO CIRÚRGICO EM ANEURISMA DA ARTÉRIA CEREBRAL MEDIA DIREITA COM ENDOSCOPIA NO HOSPITAL AMÉRICO BOAVIDAAutores: Eugénio Águila Hurtado, Pedro Domingues Jimenez, Onelia Llanos Loy, Armin de Jesus Lopez

Resumo: Os aneurismas intracranianos são uma das causas mais frequentes das hemorragias subaracnoideas espontâ-neas. Constituem uma patologia de alta morbi-mortalidade no nosso meio. As complicações que associam aos aneurismas intracranianos são frequentes. O nosso objectivo é a implementação precoce do diagnóstico e tratamento do AVC hemor-rágico de causa aneurismática. Em Dezembro de 2016, foi avaliada uma doente de 34 anos, sexo feminino, com antecedente de hipertensão arterial, com cefaleia intensa, sonolência e defeito motor esquerdo. Realizou-se um TAC de crânio simples urgente. Observou-se uma hemorragia subaracnoidea e uma colecção subdural direita suspeita da ruptura aneurismática. Realizou-se um estudo vascular dos vasos intracranianos demonstrando-se imagem por adição a nível da artéria cerebral media direita do segmento M2. Foi levada ao bloco operatório onde se procedeu a uma craniectomia fronto-lateral e ao clampeamento do saco aneurismático, com apoio endoscópico cerebral, sem sequela neurológica e restabeleceu à socie-dade. Portanto, é importante o estudo vascular e diagnóstico precoce aos doentes com acidente vascular hemorrágico cerebral para uma conduta correcta.

MANEJO E TRATAMENTO DOS DOENTES COM TRAUMA RAQUIMEDULAR CERVICAL NO HOSPITAL UNIVER-SITÁRIO AMÉRICO BOAVIDA EM LUANDAAutores: Eugénio Aguila Hurtado, Pedro Domingues Jimenez, Onelia Llanos Loy, Armin de Jesus Lopez, Ogito Gourgel Alberto

O trauma raquimedular cervical constitui uma das doenças mais frequentes no nosso meio, com um elevado custo econó-mico e social, deixando em muitas ocasiões sequelas irreversíveis, até a morte. O nosso objectivo é demonstrar o resultado do tratamento cirúrgico precoce em trauma raquimedular cervical para melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes. Para a realização do nosso trabalho apresentamos casuística de 6 anos. Foram revistos os processos clínicos num total de 45 pacientes com trauma cervical, desde o tratamento médico no banco de urgência até ao tratamento cirúrgico. Nos pacientes com transtornos neurológicos instaurou-se um tratamento com esteroide e naqueles com instabilidade da coluna colocou-se tracção cervical. Em todos pacientes em estudo foi aplicada a escala de ASIA. Demonstrou-se que os segmentos mais afectados foram C4-C5 e C5-C6. A todos doentes operados realizou-se discectomia, fusão intersomática e fixação com placa e parafusos. Tiveram avaliação neurológica trimestral em consulta externa. O tratamento cirúrgico precoce com estabilização das fracturas é de vital importância no prognóstico. Daí a necessidade de buscar no nosso meio todos os recursos disponíveis para o tratamento destes doentes.

CIRURGIA ENDOSCÓPICA TRANSEPTOESFENOIDAL EM UMA DOENTE COM TUMOR DE HIPÓFISES NO HOS-PITAL AMÉRICO BOAVIDA, EM LUANDAAutores: Pedro Dominguez Jimenez, Eugenio Aguila Hurtado, Onelia Llanos Loy, Armin de Jesus Lopez

Os tumores da região hipofisária constituem cerca de 10 a 15% dos tumores do sistema nervoso central, causando uma série de sintomas que vão desde a cefaleia até os transtornos endócrinos, assim como os danos da via visual. O diagnóstico precoce, assim como a conduta médico-cirúrgica, são de grande importância, tal como o seguimento a estes pacientes. Trata-se de uma paciente de 24 anos de idade que foi internada no nosso serviço por dor de cabeça, associada a transtorno visual, convulsões. Realizaram-se vários estudos e demonstrou-se uma lesão a nível da sela turca com compressão do III ventrículo, assim como do quiasma óptico, demonstrada por RMN de crânio. Foi levada ao bloco operatório onde se realizou uma cirurgia endoscópica transeptoesfenoidal, com recessão parcial da lesão por apresentar crescimento supraquiasmá-tico e região temporal direita, de grande tamanho. Actualmente, esta abordagem cirúrgica constitui a via mas adequada para tratar estas lesões, por ser de mínimo acesso e baixa morbi-mortalidade.

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POLINEUROPATIA DESMIELINIZANTE INFLAMATÓRIA CRÓNICA – UMA DOENÇA POTENCIALMENTE TRA-TÁVEL (CASO CLÍNICO)Autores: João Caiano, Eduardo Tchilala, João Ricardo

A polineuropatia desmielinizante inflamatória crónica é uma doença de origem inflamatória, potencialmente tratável quan-do diagnosticada precoce e correctamente. Sua prevalência varia de 1 a 7,7 casos por 100.000 adultos. É potencialmente tratável, com uma boa resposta aos agentes imunossupressores. Os autores apresentam o caso de uma mulher de 49 anos, negra, sem antecedentes patológicos conhecidos. Quadro clínico que evolui há 6 meses, caracterizada por paraparésia ascendente, com atingimento dos membros superiores e a fala, descontrole do esfíncter vesical e diminuição da acuidade visual e auditiva. Ao exame físico vígil, consciente, discurso pouco fluente, com labilidade emocional, obedece a comandos e memória preservada, tónus muscular aumentado, tipo espástico em membros inferiores (Força grau I), mobiliza bem os membros superiores (Força grau III). Reflexos graus I em membros superiores e arreflexia nos membros inferiores. Sensi-bilidade preservada (mas sem consistência nas respostas). Pares cranianos preservados, excepto baixa acuidade auditiva e visual associada a estrabismo divergente. Realizou uma ressonância magnética do crânio com resultado normal. Eletroneu-romiografia com padrão compatível com polineuropatia desmielinizante inflamatória crónica, não activando os músculos dos membros inferiores e com intensa actividade desnervativa nos membros inferiores. Líquido céfalo raquidiano normal. Foi medicada com corticoterapia, por indisponibilidade de fármacos imunossupressores e houve uma melhoria parcial. Realizou-se uma revisão teórica e os autores enfatizam a dificuldade no diagnóstico desta patologia no nosso meio, por ca-rência de meios complementares e a dificuldade de fármacos específicos para tratamento, sendo uma situação que impede a melhoria deste doente e a sua reintegração na vida social.Palavras-chave: polineuropatia; líquido céfalo raquidiano; imunossupressor.

SÍNDROME DE CHARLIN. A PROPÓSITO DE TRÊS CASOSAutores: Reinaldo L. Rivero Reyes; Gustavo Ramón Aguilera Palacios, Gerardo G. Pardo Rodríguez, Luisa Mercader Portillo

Introdução: O síndrome de Charlin é de aparição muito rara. Por esta razão, no início, foi considerada como parte do sín-drome de Sluder até se encontrar a localização da lesão nos nervos etmoidais anteriores e posteriores, como consequência de inflamações dos seios peri nasais que irritam as ramas do V par craniano. A doença tem quatro características: 1. Rinite aguda de um lado com rinorreia excessiva; 2. Neuralgia óculo-orbitária, usualmente extrema; 3. Lacrimejo e inflamação do segmento anterior do olho com possível queratite e úlcera corneal; 4. Alívio rápido com a anestesia da região. O nosso objectivo é actualizar um tema pouco divulgado. Material de estudo: informe clínico descritivo. Mostra: os processos clínicos de três doentes. Método: foi realizado a todos um exame oftalmológico, perimetria, raios X de seios paranasais e ressonância magnética nuclear. Inter consulta com medicina geral e otorrinolaringologia (ORL). Resultados: Mostram-se em tabelas as similitudes do quadro clínico, incluídas a faixa etária, idade, sintomas e sinais, as antecedências e a resposta ao tratamento. As imagens também mostram similitude nas três. Discussão: Os resultados demostram que o síndrome de Charlin, também chamado neuralgia ou síndrome do nervo nasal, neuralgia naso-ciliar ou catarro óculo-nasal é uma neurite de origem rinógena de quadro clínico de aparição muito rara que, pelas características da dor, provoca falsa sensação no doente e até erros diagnósticos que provocam perda de tempo no diagnóstico e tratamento. Conclusão: Perante todo o doente que assista a qualquer consulta médica com uma dor ocular referida não deve esquecer-se a realização de um bom interrogatório, além do correcto exame físico, tanto pelo médico geral, como pelo oftalmologis-ta, especialidade a quem é dirigido, quase sempre, este tipo de doente.

Resumo dos Posters

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ANQUILOSE DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: COMPLEXIDADE DE UMA AFECÇÃO MAXILOFA-CIAL E POSSIBILIDADES PARA O TRATAMENTO.Autores: José Felipe Basulto Varela; Daula Pimenta Dinis

A anquilose da articulação temporo-mandibular é a fusão dos elementos estruturais da mesma com a base do crânio, como sequela de um traumatismo ou uma infecção, que provoca alterações esqueléticas no desenvolvimento da mandíbula e da face em geral, predisposição a sepses oral além da má função digestiva. Apresentam-se em um grupo de doentes atendidos, a complexidade do quadro clínico, formas de tratamento e resultados obtidos no curso de vários anos.

IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR EM DOENTES COM NEUROTOXOPLASMOSEAutores: Ernesto Ulica, João Caiano, NadiaVelez, Nelson Fuentes

As complicações neurológicas são comuns em doentes seropositivos para VIH. Neurotoxoplasmose é a infecção do sistema nervoso central SNC mais frequente em doentes portadores do vírus da imunodeficiência humana. A apresentação clínica da neurotoxosplamose não é específica e pode incluir, ou não, sinais e sintomas focais de disfunção do sistema nervoso central. Os autores apresentam um caso clínico de um homem de 37 anos de idade residente no Sumbe, sem antecedentes patológicos, que inicia alteração do comportamento e, após 48 horas, episódios autolimitados de convulsões tónico-clónico generalizadas. À data de admissão no serviço de urgência não apresentava alterações ao exame neurológico. A tomografia computarizada do crânio revelou duas lesões nodulares temporais esquerdas, extenso halo de edema com ligeiro desvio da linha média, sugestivas de neurotoxoplasmose. Elisa e Western Blott positivos para VIH; CD4 <50; IgG para toxoplasmose >1200 U/L. Ao 2º dia de internamento instalação de hemiparesia e afundamento do estado de consciência, altura em que se iniciou a terapêutica com trimetoprim + sulfametoxazol associada a medidas anti-edema. Melhoria transitória seguida de agravamento neurológico justificou realização de RM CE, admissão na UCI com suporte ventilatório e intervenção neurocirúrgica com intuito descompressivo. Após estabilização e reabilitação motora, o doente teve alta da enfermaria de medicina interna, autónomo, sob terapêutica iniciada associada a tratamento retroviral. Mantém fisioterapia e seguimento em consulta externa. Este caso clínico realça a importância da intervenção terapêutica precoce, baseada em elevada sus-peição clínica e a mais-valia que a avaliação conjunta acrescentou ao pronóstico desde doente.

ABORDAGEM TRANSCORTICAL-TRANSVENTRICULAR EM TUMORES VENTRICULARES NO HOSPITAL UNI-VERSITÁRIO AMÉRICO BOAVIDA, EM LUANDAAutores: Eugenio Aguila Hurtado; Pedro Domingues Jimenez, Onelia Llanos Loy, Armin de Jesus Lopez

Os tumores intraventriculares representam menos de 1% dos tumores do sistema nervoso central, sendo mais frequentes na infância. Na maioria dos doentes estas lesões começam com dor de cabeça, vómitos e papiledema ao exame físico. Associa-se a hidrocefalia obstrutiva em alguns doentes. São lesões de difícil acesso cirúrgico pela sua localização profunda e sua relação com estruturas vasculares e de um prognóstico muito reservado. Utilizámos a via transcortical anterior em dois doentes e a transcortical posterior em três doentes. O nosso objectivo é avaliar o tratamento cirúrgico neste tipo de lesão. Na nossa série de cinco doentes, dois de sexo feminino e três masculinos, entre os quais um adulto e quatro crianças, procedeu-se a um estudo de TAC do crânio, fez-se derivação ventricular em dois doentes com hidrocefalia. Também se fez a recepção total em três doentes e parcial em dois. Uma doente faleceu. O estudo histológico informado foi um ependimoma em quatro doentes e papiloma de plexo coroide em um doente. Podemos concluir que a abordagem utilizada diminuiu a morbi-mortalidade dos doentes com esta doença.

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