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OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO

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Page 1: Os efeitos da globalização

OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO

Page 2: Os efeitos da globalização

Resumo: Considerando ser extremamente importante o fenómeno da Globalização, pretende-se dar

aqui uma perspectiva breve desta problemática tão actual e tão complexa.

A Globalização, é normalmente associada a temas tão vastos como a política de comércio

internacional, troca de bens e serviços, mão-de-obra, corporações transnacionais, investimento

estrangeiro, entre outras, levando o comum cidadão a associar este fenómeno a questões

essencialmente económicas. Pretende-se demonstrar que apesar destes factores, existem outros de

ordem política e social que devem ser incluídos no estudo deste tema.

No final deste trabalho será ainda efectuada uma avaliação muito breve sobre os índices de

globalização de Portugal a nível económico, social e político.

Palavras Chave: Globalização, Social, Política, Económica, Estado, Portugal, Índice

5

Page 3: Os efeitos da globalização

Índice

1 Introdução.............................................................................................................................................................4

2 Globalização.........................................................................................................................................................4

3 Os efeitos do fenómeno....................................................................................................................................6

4 As influências......................................................................................................................................................7

5 Índice de Portugal pelo KOF...........................................................................................................................9

6 Conclusão............................................................................................................................................................11

APÊNDICE 1..............................................................................................................................................................16

GRÁFICO 1 - GLOBALIZAÇÃO PORTUGAL...................................................................................................17

GRÁFICO 2 - GLOBALIZAÇÃO ECONÓMICA................................................................................................17

GRÁFICO 3 - GLOBALIZAÇÃO SOCIAL.........................................................................................................17

GRÁFICO 4 - GLOBALIZAÇÃO POLITICA......................................................................................................18

6

Page 4: Os efeitos da globalização

1 Introdução

A Comissão Europeia (2003: 23) caracteriza o termo “Globalização” como sendo «(…)o

termo escolhido para designar a expansão a todo o mundo do movimento de bens, serviços, capitais,

tecnologias e pessoas, à medida que os países se abrem a um contacto mais amplo» Pretende-se

aqui transmitir ao leitor que o movimento da globalização acentua a diminuição da importância das

fronteiras físicas dos Estados, bem como a diminuição das distâncias geográficas promovendo, um

caminho no sentido de nos tornarmos parte de um todo global a que se dá actualmente o nome de

“Aldeia Global”.

Tratando-se de um fenómeno da nossa actualidade permanece, no entanto, bastante

enigmático o seu estudo, sendo alvo de muitas interpretações e polémicas, não se deixando,

segundo vários autores, confinar num conceito que lhe limite contornos. Apesar das muitas versões

quanto à abrangência dos dados a incluir no estudo deste tema, existem agência que conseguem

mensurá-lo, considerando essencialmente os factores de ordem económica, social e política,

achando assim um índice de globalização dos estados.

Neste trabalho será dada uma pequena panorâmica daquilo que se entende por globalização,

os seus possíveis efeitos no mundo de hoje e do futuro, sendo por fim feita uma análise aos

indicadores de globalização respeitantes a Portugal.

2 Globalização

Na história da evolução do homem, são-lhe conhecidas descobertas e inovações que lhe tem

permitido crescer enquanto ser social, constatando-se actualmente que devido a essas evoluções, as

relações entre os homens têm-se alterado, conduzindo-nos actualmente para uma constante mutação

dessas relações, onde o que é verdade neste momento, não o é no seguinte.

Veja-se o presidente do Egipto, que no final de um dia afirma não abandonar o Governo e no

dia seguinte, através do vice-presidente, sabe-se que abandonou o Governo.

Ainda da história, constata-se que durante o período moderno da humanidade as fronteiras dos

Estados - apesar das guerras entre Estados na busca de conquista de território - se encontravam bem

definidas fisicamente, onde os seus governantes eram donos e senhores.

4

Page 5: Os efeitos da globalização

Como refere Teixeira (2000: 11), actualmente verifica-se que tal noção de controlo interno

absoluto de um Estado por parte dos seus governantes, tal como era conhecido à sensivelmente 50,

60 anos se encontra agora bastante mais diluída. Importa saber como surgiu esta nova situação,

segundo Teixeira, tal é fruto de:

uma combinatória complexa entre a revolução científica-tecnológica, a modernização económica, a

massificação das sociedades, a mundialização da informação, a interdependência estrutural das relações

internacionais e da segurança mundial (…) o que traduzimos de forma por vezes sincrética e pouco

precisa por “globalização”

Globalização? Que fenómeno é este? Qual a sua importância nas relações entre Estados? Que

influência provoca? Estará a globalização a criar novas formas de desigualdade e hierarquia? Cria

assimetrias entre Estados ou pelo contrário torna-os mais próximos e homogéneos? Estará o

fenómeno a ajudar o mundo a caminhar no sentido certo ou será que pelo, contrário, está a acelerar

a sua mutilação? Para onde nos transporta a Globalização?

São muitas as perguntas e não tantas as respostas. Afinal de contas, é necessário tentar

perceber se a globalização deve ser considerada uma coisa “boa” ou “má”. Esta é mais uma dúvida

para a qual não existe, entre os peritos, uma resposta consensual, conforme refere Teixeira (2000:

13) onde para uns «(…) o interesse nacional continua a pautar-se pelos velhos modelos e continua

assim a defender a lógica de fortaleza (…)» para outros ultra-liberais «(…) o interesse nacional é

ultrapassado do ponto de vista científico e irrelevante do ponto de vista político».

Através do estudo desta matéria, é evidente que a discussão dos assuntos económicos deve ser

uma parte expressiva de qualquer explicação ampla de globalização, mas ainda assim esta não deve

ser considerada como factor único de medição do fenómeno da globalização. Em abono da verdade,

os poderes de mudança da globalização encerram em si de forma vincada essencialmente a

dimensão económica, social e política1. Até há pouco tempo atrás, o estudo destas três ciências era

feita de forma individual, no entanto e com o emergir do estudo da globalização, o estudo

tradicional destas matérias deixa de fazer sentido de forma isolada. Emerge assim a necessidade por

parte de quem estuda a globalização de se familiarizar com todos estes conceitos de ordem

económica, social e política para que se alcance a ligação e sintetização dos vários aspectos para

determinar o grau de globalização de um Estado2.

1 cf. http://globalization.kof.ethz.ch/ 2 cf. http://globalization.kof.ethz.ch/static/pdf/rankings_2010.pdf

5

Page 6: Os efeitos da globalização

3 Os efeitos do fenómeno

Conforme referido pela Professora Doutora Maria João Silveira numa das suas palestras ao

Curso Básico de Comando 1/2011, já na Grécia antiga, os filósofos se depararam - no que à

condição humana diz respeito - com a dúvida de «quem somos, donde viemos e para onde vamos»3.

Pode-se aqui fazer um paralelismo com o fenómeno da globalização, uma vez que não se consegue

definir com um grau de certeza absoluta o que é, onde e quando surgiu efectivamente e para onde

transporta o futuro da sociedade global, uma vez que a este movimento não lhe é conhecido um

ponto terminal. À semelhança de outros autores, também Aguiar (2000: 59) entende que a

globalização se encontra em constante mutação envolvendo a criação de novas redes e actividades

que conseguem vencer as tradicionais fronteiras políticas, económicas, culturais e geográficas e a

multiplicação daquelas que já existem, onde os:

factores que estão na origem do processo que diminui a importância das relações internas a cada Estado,

para colocar num plano de maior evidência as relações que envolvem vários grupos de Estados, à escala

de regiões continentais ou mesmo de todo o mundo. Neste sentido, trata-se de procurar identificar o

processo que conduz dos espaços aos fluxos, dos territórios às correntes, onde espaços e territórios são

elementos associados ao Estado nacional e fluxos e correntes são elementos associados à mobilidade e às

relações globalizadas

Muitas das pessoas que se dedicam ao estudo destas matérias, consideram a globalização

política um simples fenómeno secundário, impulsionado por forças de cariz essencialmente

económicas e tecnológicas, onde a política é quase desprovida do seu poder por um peso esmagador

e imparável tecno-económico, que ofuscará todos os esforços de um governo para reintroduzir

políticas e regulamentações restritivas.

Se é verdade que ninguém possui controlo efectivo no delinear das regras político-económicas

sobre a qual se rege a globalização, também é verdade que se trata de um movimento em que alguns

Estados conseguem exercer mais ou menos influência sobre o fenómeno para assim melhor

conseguirem dele tirar partido, mas sem que consigam parar ou inverter o seu rumo. Segundo

Aguiar (2000: 82) o fenómeno aparece como «(…) qualquer coisa em relação ao qual não tem

muito sentido opor resistência mas que, pelo simples facto de existir, altera as condições

estratégicas em que as sociedades e os seus sistemas políticos operam (…)». Entende ainda Aguiar

3 ap. Prof. Doutora Maria João Silveira em palestra ministrada a 25 de Janeiro de 2011 no Centro de Estudos Aeronáuticos da Academia da Força Aérea Portuguesa, em Sintra

6

Page 7: Os efeitos da globalização

(2000: 82) que para uma nação, faz toda a diferença entre acompanhar e adaptar-se de forma

adequada ao movimento ou tomar um caminho enviesado ou mesmo contrário relativamente ao

mesmo:

a globalização é um acelerador do crescimento e aparece como um factor favorável do progresso dessa

sociedade. Pelo contrário, para as sociedades e regiões (…) cujos dispositivos de regulação já não sejam

os mais adequados para as circunstâncias actuais, o processo de globalização funciona como um

revelador da sua crise e como um factor de aceleração de tendências inviáveis.

4 As influências

A comunidade Europeia, cuja origem remonta aos anos cinquenta, começou com um simples

e modesto plano do ministro dos Negócios Estrangeiros francês à altura, que criou uma instituição

supranacional denominada por Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). A CECA,

constituída por seis Estados membros, segundo a Europ Direct4 «(…) limitou-se, na sua primeira

fase, à criação do mercado comum do Carvão e do Aço (…) tendo como principal objectivo,

garantir a paz entre as nações (…) associando-os num sistema institucional único, regido pelos

princípios da igualdade e cooperação»5.

Também a nível global, os governos criaram inúmeras organizações internacionais, incluindo

as Nações Unidas, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Organização Mundial

do Comércio (OMC), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE),

entre outras. A associação a estas organizações, conforme refere Aguiar (2000: 62), destina-se

apenas a Estados e a autoridade de decisão concentra-se nos representantes dos governos nacionais,

mas é utilizado pelo KOF Index of Globalization (KOF) como um dos factores utilizado para medir

o índice de globalização social de um Estado.

Assiste-se a uma rede de centros de poder inter-relacionados que demonstra ser cada vez mais

difícil gerir redes interdependentes espalhadas desordenadamente, onde os Estados tomam posições

conforme os seus interesses pessoais e muitas vezes desviantes do interesse da civilização.

Hoje, os Estados Unidos da América (EUA), são de longe a força económica e militar mais

poderosa do mundo indiciando desta forma que a política interna e externa dos EUA possui um

4 A rede “EUROPE DIRECT” é constituída por 398 Centros de Informação cujo objectivo é levar a informação comunitária aos cidadãos e contribuir para a realização de acções que favoreçam o desenvolvimento da região5 cf. http://europedirect.oeste.draplvt.min-agricultura.pt/uniao_europeia/historia_ue.htm

7

Page 8: Os efeitos da globalização

enorme peso na condução deste processo de globalização a nível mundial, assim como a nível

europeu esse papel, também função do seu poder, é desempenhado essencialmente pela Alemanha a

quem se associa agora a França.

Actualmente, também a China, em virtude do extraordinário desenvolvimento económico que

tem vindo a demonstrar, tenta afirmar-se neste cenário mundial como uma grande potência

emergente.

Igualmente Murteira (2003: 117) defende que os destinos dos blocos regionais e do mundo

decorrem «(…) da generalização da ideia de que por força da globalização, a política deslocou-se

do seu quadro institucional próprio e explicito para uma zona em que os verdadeiros centros de

poder económico decidem os acontecimentos (…)».

Com a circulação facilitada pela internet e por outras novas tecnologias, permite-se que as

imagens e as ideias se vão transmitindo mais fácil e rapidamente de um lado para o outro alterando

a maneira como as pessoas e os Estados vivem o seu dia-a-dia.

Relativamente ás políticas sociais, já em 2003, Murteira (2003: 117) acreditava que a Europa

atravessava «(…) um período de descrença (…)», talvez porque o modelo social europeu, tal como

o conhecemos, ao nível de protecção social, apresenta indícios de se tornar cada vez mais

insustentável, apesar das novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento proporcionadas

pela globalização6. A UE luta no sentido de tentar assegurar um desenvolvimento social de forma

mais equitativa entre os Estados.

Este esforço é cada vez mais prejudicado pela crise financeira e económica que assola os

Estados membros, levando-os a reduzir muitas despesas do Estado onde se inclui os apoios sociais

aos seus concidadãos. Para contrariar esta tendência, já no presente ano, a Comissão Europeia

(2010: 5-6) dará especial atenção «(…) à eficiência e às infra-estruturas energéticas, que têm

benefícios imediatos em termos ambientais, económicos e de segurança energética, incluindo um

forte potencial de criação de empregos.»7 acreditando que a energia, os transportes e «(…) a

promoção de uma economia com emissões de carbono reduzidas podem contribuir hoje para

transformar a economia da UE até 2050».

Apesar de a crise económica ter surgido essencialmente fora das portas da UE, rapidamente se

instalou no seu seio, função da globalização e da interdependência global a que os países europeus

se encontram vinculados. Tendo em vista uma resposta a este problema, a UE em 2009 através do

Tratado de Lisboa, e num concertar de esforços, tenta:

6 cf. http://ec.europa.eu/news/employment/080411_1_pt.htm 7 cf. http://ec.europa.eu/atwork/programmes/docs/cwp2011_pt.pdf

8

Page 9: Os efeitos da globalização

assumir uma posição clara nas relações com os seus parceiros e tirar maior partido das suas vantagens

económicas, humanitárias, políticas e diplomáticas a fim de promover os interesses e valores europeus em

todo o mundo, no respeito pelos interesses individuais dos Estados-Membros em matéria de política

externa.8

5 Índice de Portugal pelo KOF

Até 1975, Portugal estava virado economicamente para o Atlântico e para as suas colónias.

Cerca de uma década depois, inicia um processo de transição democrática iniciando desde logo o

processo de adesão à Comunidade Europeia com quem passou a estabelecer a maioria das suas

actividades económicas.

Portugal, apesar das suas muitas empresas que se internacionalizaram, essencialmente para a

UE, começa agora a procurar explorar outros mercados até aqui pouco explorados, como são o caso

dos países pertencentes à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), os países do norte

de África, entre outros.

Segundo Barroso (2000: 137), Portugal cedo percebeu que não podia ser relegado «(…) para

uma periferia política, a que poderíamos estar condenados pela nossa situação relativamente

excêntrica do ponto de vista geográfico.», mostrando-se ao mundo como um dos países mais

globalizados a nível mundial, ocupando em 2007 a oitava posição9 de entre os 208 Estados

analisados pelo KOF. Se forem considerados apenas os 27 países da EU, verifica-se que Portugal

passa a ocupar a 6ª posição.

Este organismo suíço projecta o índice anualmente através da análise a 24 variáveis de

dimensão económica, social e política. Portugal a nível económico surge em 19º lugar no ranking de

globalização e em 11º para o índice político e social10.

Referindo as variáveis mais importantes do estudo do índice, podemos afirmar que a nível

económico este assenta no investimento estrangeiro, nas barreiras à importação, impostos sobre o

comércio internacional e nas restrições de fluxos de capitais. Para o estudo da globalização política

é tido em conta o número de embaixadas no país, o número de participação em organizações

internacionais, o número de participação em missões do Conselho de Segurança da ONU e no

número de tratados internacionais. Por fim, a nível social é tido em conta o número de turistas, a

8 cf. http://europa.eu/lisbon_treaty/glance/index_pt.htm 9 cf. http://globalization.kof.ethz.ch/static/pdf/rankings_2010.pdf10 ibid.

9

Page 10: Os efeitos da globalização

população estrangeira residente no Estado, o fluxo de informação a nível electrónico, visual e físico,

bem como, o número de restaurantes McDonald's e de superfícies Ikea.

Assim, o instituto suíço KOF11, define globalização como sendo «(…) the process of creating

networks of connections among actors at multi-continental distances, mediated through a variety of

flows including people, information and ideas, capital and goods».

Apesar do alto nível de globalização, o nosso país é considerado um dos menos preparados

para lidar com este movimento. Portugal é dos países que mais perde com os efeitos da

globalização. O nosso país necessita de implementar profundas reformas estruturais, na justiça, na

educação, na área laboral, na inovação, para tirar partido das oportunidades criadas pela economia

global. É necessário integrarmo-nos na globalização económica, social e política, de forma adequa,

sendo para tal necessário criar os mecanismos de adaptação correctos. É importante que Portugal se

alinhe de forma correcta com o movimento, considerando-se conveniente proceder a estudos

rigorosos e sérios e apostar em novas ideias. Só assim se consegue acompanhar o aumento de

competitividade causada pela globalização.

Em suma, força dos índices de globalização que Portugal apresenta, e como se pode constatar,

o nosso país possui grandes condições para obter mais-valias desta oportunidade que se lhe

apresenta através da Globalização. Como refere Vitorino (2000: 155), devemos ter sempre presente

o nosso lugar neste processo:

Quem quiser vencer o desafio da globalização (…) terá que ter em atenção não tanto as suas riquezas

naturais mas sobretudo esse bem mais precioso (…) que são as capacidades próprias dos cidadãos de

cada Estado que gera a mobilidade do trabalho qualificado, o que representa uma significativa vantagem

comparativa no contexto da competição global.

Temos que ter consciência de que os países que mais reformas fizeram nos últimos anos, são

os mesmos que agora mais beneficiam da globalização. A situação inversa também pode ocorrer, ou

seja, as populações do país que não se adaptar correctamente a este movimento, correm sérios riscos

de ser projectados para a cauda do pelotão. Todo o cidadão Português deve ter real noção que o

mundo não espera por este país “à beira mar plantado”. Todos têm que inovar, todos têm que dar o

seu contributo para acompanhar este movimento de globalização.

11 cf. http://globalization.kof.ethz.ch/static/pdf/method_2010.pdf

10

Page 11: Os efeitos da globalização

6 Conclusão

Tratando-se actualmente de forma banal o termo globalização, a verdade é que o cidadão

menos esclarecido associa este fenómeno a factores essencialmente ligados às actividades

económicas desligando-os das pessoas e das suas relações.

A globalização financeira coloca-nos várias questões sobre as possíveis formas de regular um

movimento, entregue a si próprio, potenciador de geração de riqueza e de poder mas também de

instabilidade, função das intenções que cada Estado possui, da forma como influência e articula as

sua políticas económicas perante os outros. Neste âmbito, veja-se o caso da interferência da

Alemanha e da França a nível europeu e dos EUA a nível mundial.

Surge assim de forma natural e persistente, por parte de muitos peritos na matéria, a velha

controvérsia sobre as virtudes e os defeitos da globalização. Para muitos este movimento representa

o declínio irreversível do poder dos Estados Nação enquanto entidade soberana.

Constata-se que na determinação do índice de globalização de um Estado, apesar da

preponderância do factor económico, há que considerar o estudo de outros, também eles de extrema

importância, como são os factores sociais e políticos.

Num mundo globalizado, não basta ser-se forte economicamente, há também necessidade de

garantir uma população informada e formada, de forma a acautelar a sua sustentabilidade e

crescimento. Podemos afirmar que um Estado para poder sobreviver nesta “Aldeia Global”,

necessita não só de encontrar formas de conseguir aumentar os seus argumentos económicos para

com os outros, bem como garantir a sua integração na sociedade através de tratados e de coligações,

garantindo um povo desenvolvido intelectualmente e capaz de responder à globalização

comunicacional. Não esquecer que vivemos num mundo onde tantas vezes se diz: “informação é

poder”.

Apesar da globalização ser um factor potenciador de crescimento económico de um Estado,

há que ter em conta que eleva também a competição entre Estados. Levando aqueles que se baseiam

em modelos políticos baseados na protecção social dos seus concidadãos a apresentar cada vez mais

indícios de insustentabilidade e de incapacidade de resposta nesta área.

Este movimento consegue hoje ser medido por parte de vários observatórios como é o caso do

KOF. Este instituto inclui na sua análise os factores económicos, políticos e sociais. Decorrente da

análise feita a 208 Estados, o KOF considera que Portugal em 2007 era um dos países altamente

globalizados a todos os níveis, força das suas políticas, ocupando a oitava posição do seu estudo.

11

Page 12: Os efeitos da globalização

Vivemos num mundo em constante mutação e em constante disputa pelo poder e pela

capacidade de influenciar os outros. Portugal, apesar da sua posição geográfica relativamente à

Europa e da sua reduzida dimensão, já demonstrou por várias vezes ao longo da sua história ser

capaz de fazer grandes feitos, esperando-se que em função os seus elevados índices de globalização,

consiga também desta vez acompanhar da melhor forma este comboio que transporta a globalização

e que pode representar uma grande oportunidade para o país.

12

Page 13: Os efeitos da globalização

GLOSSÁRIO

CECA Comunidade Europeia do Carvão e do Aço

CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

EUA Estados Unidos da América

FMI Fundo Monetário Internacional

KOF KOF Index of Globalization

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

OMC Organização Mundial do Comércio

ONU Organização das Nações Unidas

OTAN Nações Unidas, a Organização do Tratado do Atlântico Norte

UE União Europeia

13

Page 14: Os efeitos da globalização

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15

Page 16: Os efeitos da globalização

APÊNDICE 1

16

Page 17: Os efeitos da globalização

GRÁFICO 1 - GLOBALIZAÇÃO PORTUGAL

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10019

70

1973

1976

1979

1982

1985

1988

1991

1994

1997

2000

2003

2006

Globalização Económica

Globalização Social

Globalização Politica

GRÁFICO 2 - GLOBALIZAÇÃO ECONÓMICA

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1970

1973

1976

1979

1982

1985

1988

1991

1994

1997

2000

2003

2006

Globalização Económica Total

Fluxos de Capitais

Restricções Económicas

17

Page 18: Os efeitos da globalização

GRÁFICO 3 - GLOBALIZAÇÃO SOCIAL

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1970 1977 1984 1991 1998 2005

Contactos entre Pessoas

Fluxos de Informação

Proximidade Cultural

Globalização Social Total

GRÁFICO 4 - GLOBALIZAÇÃO POLITICA

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1970

1973

1976

1979

1982

1985

1988

1991

1994

1997

2000

2003

2006

Globalização Politica Total

18