os dois reis de danxome (04-27)

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    OJMU'tJ.J U~,

    TalvC2:0&grcgos c as remanos Ii conheciam a v:ariola. m2S C muito djfici!

    idcntifid..ls atnvCs dos s.euscscrilm. 0me:d.icogrego GaLano dtscrcvcu uma epide.miadcpeJ"

    em Atenu, quepartee ret sido de vu1ola.Filia, no scculo I de ness-ae r41 dcscrtvcu to variola nos

    scgwntet IUrnos:

    Urna nU\lcm de p6 que 'Ai""fcpentinuncntc iobrc as homcns c O! animai, proJuua

    sabre toch a cJttcnsaoda pde un\:!'crud c incurivd ulccu~:lo.a corpo ficaViporintciro tumcfato. coberlO de crupr;oo purulcntts que p2fcciam yc,kuLu proou2idu

    POturn fuga inccrno C KCrctO.as d~nt~ lOfriun de gr.:andndota em uJ Cludo delJ.1ccr.~io c influru.ljiu gcraJj C nio , oenam menos no cspinto de que no carpa, poi,

    Ulna uken s6as eabria d. ,abelia to pes. !::.stu CN~OCS,diucmin2ciu inicwmcnrc

    pelosmtmbtm c algumasoutf'llSpartes do corpo l.eab2VatnPOtsc junw um" com as

    outns POttodo 0 COtpOd~ p~uo.a atingida. (G~Otg~s.,1893,p. 13)

    EnUCtanlO p.ac~c~qu~ a primcira epid~mi.a indiscuuvel d~ vflfiol. ocorr~u na

    M~ca~m 56 8 s~gundo alguns. aUl0ces, em 558 segundo ouuos, 01.1mesmo em 572. Vitimou

    as ~tiopcs quc sitiavam a cidade dunnu a gueCfa de Ele(antina. 0f2.1ot. mencionado num

    manuscrito i1abe descobcno pelo Or. Reislte na Biblioteca de Lcyde: "No ana de 572, ana do

    n2scirnento dc Maomc:,viu-se pela prime.in vez a variola nas le"aS arabcs" (Oarmon, t986, p.

    22).

    Aproximadamente na mcsma c:poca 0 bispo Matius de Avenches escrevu (em

    570) que havia ocorrido um. epidemia de vatiola nll.Cilia e na l1ilia. A doen~a reapareceu em

    582, segundo Grtgolt'C:de Tours, m2tando dois fLlhosdo rei dos Francos, Chilperic. e 2 f2lnha

    de Bourgognc.. (Dumon, 1986, .p.22).

    No st.cwo Vll os Sart2Cenos (etl2m inuoduzido 2 vanola n.aEspanh:.t e no sul

    da Fran~. Come~ou 2 cspillla.r-st:no stculo VIII com a expansio do isl:l.mismo,c no sc:culoIX

    ji tllstia ptov2vdmcnle nos rcinos do Sudio Disseminou-se 2uavc:s das viagens dos arabcs

    que a levaum do Orienre Pr6ximo e da india paf2 a cosu. oriental da Africa, No K:CuJoXVI os

    cspanh6~ a levanm pat1.as Ancil.ha..sonde aruquilou a popubt;io local, e alt 0 Peru, contnbuindo

    para a dcsttui~io d1$ (or~as lndfg~nas.

    o uifico de CSCf2VOSIcvou a doen~. para a Brasil onde aparcceu em 15SO

    provocUldo 0 desaparccimcnco dc milha.resde indios. No st:culo XVIII u epidcmiu 10rnanm-

    s~cada vez malSfrcquentes e numerous. Uma vetdadciu pandcmia acngiu a Europ2, a Asia

    Menor, a Africa e.a Amenca.

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    o nome, variola, dcriva do 12t.JmPantl (erup~io n2.pele). Foi empregado fCassius P'clixno !liC:culoV,sendo amplamente accito p~t':lIdescrevct a epidem.i~qu~ oeorre;),

    EUroP2 em 570 (Bir2~n, 1984, p. 128). A v:lirfolai: chamad2 van em italtano, vlruclas (

    castdhmo, vuiolc em (rances. Pan. as inglesese smallpox, para os :l.lemies, pock~n. Yorub

    danxomeUlos, entteunto evitam pronunciat 0 seu nome e utilizam ~l1ft:mismos como II

    '1lUlllt 01.1 ItITlJftia.

    A variol2 devt:-sc a urn v!rus eom DNA helicoidal envolvido por wna dpsula

    fOtm.areungular d~ "proxillladunentt: 300 mictons, c1assificado na familia dos pox-virus

    qual pt:rtencem ramhbn 0 virus do alastrim e 0 da v.lClna (Lc Viguelloux, 1972, p. 12

    Exttemamcnte violento 0 virus d2 vatiol2 conSCtv.lsua vuulcncia pot uns seis mcscs quan.

    na cempt=ralurade 2 0" 2. 25, e em lugu st:co.

    A variol2 t. eXltt:mWleme contagiosa; pode St:ttun!i.mitida unlO POt conta

    dirCIOcomo indirew. Elat vt:lcuJada principalmenlc pelo ar, poCfadorde gOtaSde saliva,

    poeira infeecada pclas cscama~6es da pele, A pOClfa do ar em 10rno dos hospitais, n

    apanamentos, tahamalte con~osa pot tempo scca. AchuY2e a umidade ted'..1um a tesistenl

    do virus e 0 contigio. Ttnto c:que os inglt:ses, desdc 1886, isolavam os doences em hospit;

    flutuantes na TimiSll. Ao abrigo da IU2-c da umidade 0 vln:s pode sobteviver de dois a It

    .anos; roupas dc um decme gu.ardadas num bau, 01.1carras, par cxemplo, podem uansmlUI

    v2rfola. A IOft:c~10pade ser Iransmiuda, t2mbc:m, por moscas e insews ~m genl (Birabt

    1984,p. 127).

    No sc:culo XVtII 25 opini6cs cram dividldas qU2mo ao modo de uansmiss;

    da variola. Alguns prett:n

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    1 A variola

    A variola foi dada como errlldicilda em cumbro de 1977. 0 ultimo doeme J

    urn habitante de Merka, na Somalia. Este fato consuruiu urna vil6ria sem precedente;

    hum:uudade vu-se enfim livre da pior das doen~2S epidemicas (Organi:zaljao Mundial da Sao,

    t 988). Tal sucesso fOI result2do da campann:a de v:lcinal;30 iniciada em 1967 pela OMS, epo

    em que a variola ainda atingia anualmente de 10 a 15 milhbes de pessoas, ffi3.lando um d ~ z r L , { ~ ~ : ) ~ ~ > - _ , S\ , _ '~, ~,.~"--./~" ;~l~)/,.t.{~~~,~;,~.h .'.;,__~-c"", '", ~

    StnJItofGlm"faf--:t":",. _._.--. ...../ ran i s i .a '1~." . :, ,',) "M o rc io : : :o i , '~M.c1if.r~an.an Sea f ....:,.....~'"f _.--" .. \/ ....~ .....~,...-.~-l.,-'-..;f\,-il;'. .

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    o culco da variola confumaria a idCia segundo a qual 0fundamento da rdig1io

    co me.do. e que as homc.n.s uansformarn em divindadcs as fo~as que des nao podem conuolar?

    o fato da variola eer sido selc:cionada entle ouuas docnc;:as para scc wna anna da

    ~ dos deuses sc explicaria talvez por algwnas de SUIS Car.letwticas: a prcseo~ de simomas

    externos bem vis!veis, ,uas manircsta~Ocs espetaculares, as sofrimemos que cia provoca. as

    marcas indeLCveis que c:l.adc.ixa oaqucles que se curam, a imunidade que Um2primeira infee~ao

    confere pdo r('sto da vida 1sua vftimas?

    Estudare:mos aqul 0deus da variola dos danJ:ome:anos, Salr.paca, deus cruel c

    temido que maca, pcrsoni6.ca~ao de: wna doc:n~a horrcnda e:ao me:imo tempo, (nradoxalme:nce,

    deus populu vcncndo c amado, que che:gou ao Brasil na forma do Velho Omolu, orixa das

    bcxigu c medico dos pobres.

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    20SAJA

    A ongem da divindade da variola no Golfo do Benin constitui uma que:

    basame complexa. No que diz rcspeito mais precisamente a Sakpata. acrtdita-se que leria vi

    do pais yotilb:i. Sells adeptos sao ehamados ate hoje Anagonu, ista e : nago (yorub:i) e

    lingua ritual e um yorub:i areaieo. Segundo Verger (1981. p. 213), dizem em Savalou que Sak]

    Agbossou foi mudo, no tempo ciafunda~ao da cidad~ por uma caravana de K2dj~u (nagl

    Balhgry) vinda do none. Realmente sua origem yotilbi pareee bern estabclecida. Teria :

    inuoduzido peIo reiAgaj:ique reinou entre 1716 e 1740. Ap6s uma ternvel epidcmia de Vi.!

    que havu dizimado seu cxercito, Agaja resolveu enviar wna embaixada junto aos Yorub:

    Dassa, a um 100 Ion. de Abomey, os quais sabiam, segundo se dizia, como cultuar e prepi

    o deus da vadola (Le Htrisse, 1911, p. 128; Herskovits, 1967, v. II, P. 138).0 fato deve Sill

    se por volta de 1716 ou 1720, epoea na qual, segundo Alden &Miller (1987, p. 200). ~

    cpidemia de vadola fustigava a regiao de Ouidah.

    Soponna e S.kpau tern por altar um pequeno monte de tel1'2sobre 0qual e!

    inseridas, de cabc~a pan baixo, dullSou tres pane1asde barro chc:usde furinhos. Tais a1tatts

    freqiientememe eneontndos em encruzilhadas peno da c:ntralh du a.ldeias,e seus temp~os

    erigidos a ecru distincia dos n\ideos urbanos. Cosrumam ser eobenos de palha tran~ada ( E

    citado porVerger, 1957,p. 253).

    Na verdade, encontramos Sakpau e seus e quivalemes solidam~te esabclcc;

    em tada a area cultunl ap-yotilba. Entre as principais denomin2~6es dc:su auidade, cocomno

    A, Qr.

    Soponna (para os Yonibi) e S3kpata (00 Danxome), que nae passam de dois nOI

    diferemes da rnesma divindadc. Sao ehamados, respectivameme: Obaluiiye, e Ainol

    que significa respectivameme: Rn dOJdonoJ t1a lerra e Dono Ja /em:;

    Os tabus de Sakpata sio a anwope pinrado, a g:alinha de Angola, 0carnei,

    wn peixe chamado sosogudo (Verger,1957, p. 213). Esta divind.de recebe ofercndas de cabr

    feij:io e inhamc; tambem apreeJa 0vinho de palma.

    2 Omolu e Olu, que sao titulos de uma diviodade regional originana do Oeste (Veq

    1957, p. 246) associada it agoa. e que aeabou, em Ketu, por confundir'se com ~opon

    Obaluiiye, 0que nos leva a supor que tinh::unalgumas fun~&s em eomum . Possive1me

    esta antiga divindade era associada ao culto dos primeiros amc:pass.dos que ocupaUJ

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    0, dou,," do VaruOtM!y/

    AJ o,i.~",

    Num segundo momento investigaremos a questao de quando e como os

    danxomeanos entraram ern cantato com a variola.

    QU2ndo nos nos referimos ao POlIO danxof1ltano inclufmos pois sob esta

    denomina~io os povos que ja h2Vi.2msido incorporados ao reino do D2nxome no seculo

    XVIII.

    o antigo teino do Danxome corresponde a rcgiio sui da atual Republica Popul2r

    do Benin. siruada oa Costa dos Escravos ou Golfo do Benin. A regiio do Benin estcnde-se

    aproximadamente entre 0rio Volta a oeste, 0rio Nlgcr a leste, 0 Oceano Atlanuco ao suI, e 1 00

    de latitude ao norte.

    em examinar 0 roteiro das migl2~6es dos amepassados dos aluaJSh2bit2ntes 110Golfo do

    Bemn, assumo sobre 0qu21ja exis1em muitos estudos;1

    em .ll.na1Jsar2 locahu~:io dos principais locais de cuho dos deuses d2 variola na regi:io

    considenda;

    em comparar os dois esquemas elaborados, de modo a verificar se estes locais se situam oa

    rota dos amepassados. ou nao.

    2

    3

    A regiao do Benin const1tw uma grande are:acultunl onoe podem ser ooservadas

    marcantes semdhan~as ao nive1das instirni~6es sodais e polfticas, dos costumes, das praticas e

    cren~as religiosas. A unidaJe cultural desta regiio exphca-se pela hist6ria do seu povoamento,

    pelo seu passado de migrac;6es e de contatos. Mercier (1962, p. 18) ooserva gue as linguas dos

    diverses povos da regiaa do Benin penencem ao mesmo grupo, que os di'crsos remos inspiram-

    se de urn mesmo modelo, que SWlSdiviodades sio as mesrnas, que as dinastias reivindicam

    uma mesma origem. 0p20renLCscocoue estes povos parece evidente.

    o reino do Danxome naSceu mais precisamente 00planalto de Abomey noinicio do seculo XVII. Expandiu-se rapidamemc, absorvendo os reinos vizinhos em particular

    as de Allada, de Ouidah e de POrtONovo. Em meados do seculo XVIII 2brangia os lernt6riossituados entre 0rio Koufo a oes1e, as rios So e Zou a leste, a Atlantico no sui. No nortc,

    1erminava aproximadameme 02Sorigens do rio Koufo. No seculo XIX, quando caiu nas maos

    dos fnoceses, rinha crescido em dire~ao ao none ati: 0rio Niger.

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    Urna shie de duvidas e de perguntas vern entio inossa mente: em prlmeuo

    lug::u,trata-se de uma divindade, ou de vari2s, disuntas? Em segundo.lugar, nao estariamos

    mante de uma entidade arcaica, aut6ctone, anterior a ocupa~ao da regiao por seus 2tuais

    habitantes? Ou pelo conuirio, Sakpara teria sido trazido e impasto por des? Mas nao poderia

    tambem, ter s1do;nwnlado por cada urn dos pavos que vivem naqucla regiao, por ocasi:io das

    epidemias de variola que assolararn a Africa Ocidenull a partir do seculo XVII?

    Ao lade desra ampla difusio, 0culto do deu~ da variola apresema caraeteristicas

    que fazem pensar que se trata de urn clemento mal integrado ao sistema dos demais vodun e

    6ris:i: seus templas costurn2m flcar fora das aldc:ias,em lugares isolados; seus rnitos relatam

    conslantes brigas com 05 ouuos deuses. E considcriuto como um2 divindade mmto vtlha,

    representada sob os tn~Ol>de urn anciio, manco, fraco, doente, apoiado em rnuletas_Ati: hoje

    i: asslm que e rcpresentaoo nos terreiros de candomble do Brasil onde, aliis, a si:rle de dnticos

    entoados no inicio das fcst2s re1igiosils COIl1e~1l~12S c:a.nugasde Nani-Omolu-Osumare,

    homenagem devida aos deuses mais antigos.

    Coma existem rarissimas informac;oes sobre as antigas POPUhlC;6eSaut6ctones,

    adoumos urn procedimemo mediante a qual esperamos obter alguma Juz, pdo menos, quanto

    a possibilidade de Sakpata ter viodo de fora. 0metodo que adotamos, pois consisriu:

    terra. Omolu e urn orhi cujos tabus sao essencialmente a cohra e 0vinho de p21ma,0que

    o diferend2 de Sakpau-Soponna. Os animais s.acrificadosa Omolu. por ouuo bodo,devem

    sa unoladas sem-aauxl1!ode bcas de ferro (Verger,1957).Em Agowu, perto de Auk-pame,

    o povo dizque Molu ediferenu: de Sakpata parque nao hi, no seu templo,o monticula de

    terra cal'2cteristicadeste Ultimo (Verger, 1957,p. 248).

    3 Buruku e a nome de urna entidade enconuach sobretudo no Oeste, mas conhecida tambem

    em lIe-Ife eem Oyo, e ate ern territ6ria nupe, e cujas atribui~6es nia sio bern definidas.

    l\io Leste, e Uffiadivindade da variola

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    lJ r"t(:;~,piesc:n~ do homem nil reglio considclllda e atestada Illi no minima uns(;-~".'."~;"',:

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    O J du,J "11 d < ' Datuomr

    menoces. Os mitos fazem consta.ntes referencias a guecras e lut1s, como por exemplo O~

    aeaques dos 19b6 contra He-1ft:(Awolalu, 1979; Verger, 1981).

    OUU"a ooda migrat6ria que deve ter ocorrido aproXlmadamente na rnesma epaca

    que a invasao de Oduduwa, ou talvez J.Irnpouco antes, teria saido da regiio nupe e do Kwan,

    atravessado0 rio,e ocupado 0u:rrit6rio do futuro (dno de Oy6. L a fundaram uma eidade que

    de.;a chamar-se Oko. A popula~io oriunda desla mlgn~io coosriruiria 0grupo ancesU'al dos

    Aji.

    Mas urn grupo de Yoruba, saindo de He-Ife, veio instalar-se nas proximidades.

    Devido as constantes guerras que passaram a op6r os doi~ grupos, as Aja acabaram

    ab~dooando 0lugar. Oko caiu em poder dos Oy6, vindo a'ser a sua primeira capital. Mais

    t3rde0 rei Siog6 fundaria, num lugar pr6ximo, nova capital com 0nome de Oy6 (Aguessy,

    1984b, nota 2.).

    Os Aji empreenderam entaO a sua longa migra~io fUmoao oeste, chegando em

    KeN, oode pennaneceram por algumas genc;Oes e oode passaram a ser coohecidos como Fon.

    Mais tarde retomaram sua migrac;io, "fundaram" Sabc, e, par f1m atinginm Tado, no arual

    Togo, cooduzidos por Togbin A{\y1.'

    Tado j l i . era, na cpoca (secu1o Xl au XlI) uma cidade importante e urn ~(ande

    centro meta1u(gico. Seus rcis, os Azaou, teriam viodo par volta do aoo tOOO,e sefiam

    descendentes de Z a . irroio do fundadOI de Kum:i.si.' Com a chegada dos imigrantes Aja,

    parem, pcrderam a governo ch eidA.dee conservaram apenas funt;6es rdigiosas. Estabdeceu-se

    assim em Tado urn sistema politico bastante difuodido no Golfo do Benin e que foi chamado

    de "dualisu", sistema sebre a qual teremos a oponunidade de voltar m:lis adiante. Dizem que

    o primeiro rei aji de Tado era "irmio" do rei de 6y6 e que cultuava urn munado de

    IPassarama ser chamadosAji _00 ~nudo reslrito . os Yorilbtde Tadoe suas subS~lIcnleJmig.ra~oes

    , Pazzi,R., no eOlantO,pensa queOJ AJ'chegaramem TIdo por volta do ana 1000,a que nos abrigla teCUMaindamais che~ad2dosAunu. Por~misto pareceimprovhel: com ddlO l1e-I~e consideradacomoSClCOa cidademaisantis. da regi!o do Benine data dos~Ios IXau X. 0 81lIPO que saiude He.1ft pata desalojaras Ajl eSlabeJecidosem Oko. sO pode ler emilrado numa tPOCI posterior.e as Ajlnlo devemtet cbegadoI Tldo antesdo 56:uloXI au XII. (Puzi. 1984,p_12-9).Par outro Iaduas AJIde T.do ji cultu8.va mos bri,l: Orhil4 (Lissa).Ycm owo(Mawu),S Ani:O(Hevioso), a q ue pro..que 010

    podemler deludo Oil.oante, da mi~io de Od~duwl.

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    AJo"lr'u

    pedta, simbolo do deus )'Onib:i do trovio, que acabou malS tarde por se fundir com a flgura

    mitica do rei Sang6.\C

    Mas, apartir do secu10XII ou XIII come~araJO a sair de:Tado diversos grupos,

    o que acabou dw:ando a cidade exsangue e uecadentc.. Mondjannagni (1977, p. 87) e Cornevin

    (1981, p. 72) sup6em que estas migral;oes foram provocadas pela pressio demognif,ca au pdo

    esgotamemo do solo. Mas eXlsteoutra explicat;io possivcl: os Ai:i.taJvez teriam deludo Tado

    devidoa pres sao dos seus vizinhos Akan, ou par causa de cons tames incursoes de c.l;adores de

    escravos. Com efeito existe uma tradi~io que diz que Tado era oLjeto de rcpctidos ataques por

    parte de homens armados de fuzis (Akinjogbin, 1971, p.3(9).

    Na fase migrat6ria dos povos Aj:i:,no perioclo que vai do seculo Xll ao seculo

    XVI, a regUo do Benin devi2 eSlar ainda coberu. pela floresta e dificilmente penetrivel (Mercier,

    1962, p. 9). Grupos de caljadores percorriam ViStaSextensOes de floresu povoadas por pcquenas

    aldeias iostaladas em dareiras e geralmente hoslls. Estas minusculas comunidades, organizadas

    em linhagens, nao possuiam esuuturas politicas centralizadas e eram facilmeme assimilad:asou

    destruichs.

    A mais antiga das migr.t;~s que sairam de Tado, ocupou a planfcie situada entre

    o Koufo e 0Oueme: e a dolOHuisi que f1caramconhecidos umbc?m m:us tude comoMi. Esta

    populat;ao e ate hoje firmemente apegadaa terra, e pennanecc fechada, isolada, rcsistindo aos

    esfor~os de assimilat;io. Posteriormeme migrou ate a rcgiao de Ihvie onde nasceria 0 reino de

    Allada. I .a vivia urn antigo povo de "donos da terra" que cultuava 0vodun Aida, e os

    descendentes de urn irmio de Togbin Any; que ha\'ia abandonado 0grupe a caminho de Tada.

    o rdno de Davie-Seme pagava tributo aO y o .

    A segunda migral;io seria ados Houla que, conduzidos pelo principe Hounye

    sairam de barco pelo rio Mono dirigindo-se para 0 suI. Este grupo esrabelcceu.se no litoral

    fundando ern Agbanankin 0reino dos Popo, tarnbem vassalo de 6y6.

    Mencionaremos ainda duas rrugrat;6es. Uma delas, na \'erdade, nao saiu de Tado

    como as precedentes mas de Akron (ou Okoro) oa regiio do futuro POrto Novo; mas e~t:i.oa

    origem de uma populat;io, os Houeda, da qual ouviremos muito fal:.u.Trata-se de urn nudco

    10 Mondjannagni, 19'77.0 aulor ella (nOla2, p_ 2(6) IOformayllesrecolhidas por H LPrice Ward

    junto 10 historiador ofiei.l do AI41flnde Oy6 que conla que antigamcnlc as primeiros rCISde Oy6organizavamCXpedl~&:Sgucrrcir,ii\Spara tcms d:SI3nIC5C fuodavar.\PCGl1enl!.Scolt'mias.Uma delas seri;!Tado,que JAfoi umagrandecidadeonderemavaurnObi. Carta escrilaem i934 PO(Ward,e dirigida10

    Admimsuador C. Merlo.

    19

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    larde, porem, ta1ve~ grou;as ao Oluxiliu dos holandeses, e teo\ssumiu 0 podet. 0mais novo. [

    Aklin (arnbem ehamado Dogbagrigenu) (eve emao que fUg1rde Allada com seu cia e emigr'

    em dire~io ao planaho de Abomey, ao norte., onde ja viviam povos de: origem yoruba (Gede

    Id2ssa, Fon) que consutuiam uma especie de confedef2~io conhecida pelo nome de Daull

    Esta confedera~ao est2va cnvolvida no comercio da rede M2nde-Haussa. Segundo DesaI

    (1945, p. 26). Do Aklin era urn chefe vlolento e corrornpido, segujdo por urn bando de tebeld

    e 2ssaltantes de.earavanas que viviam de banditisrno. Impuseram sua presen~2 no planalto pc

    violcncia, exterminanuo os ('hefes vencidos e dcsuuindo os altares de seus deuse:s e:dos se

    antep2ssados.

    Urn itmao mais velho de Do Aklin, Te-AgM.nUn t2mbem cmigrou e dirigiu-

    pu2 Pono Novo onde dominou a popula~ao yomba que ja estava instal ada ao lugar, fundane

    a{urn novo teino. Estes acontecimentos devem ter ocorrido por volta de 1610 segundo Pal

    (1984,p. 15), 1688 '

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    o. d.olJ rrl, d.oDQfl&om,

    Nwna primeira fa!>e,a du migtal;OcS!endanu, um movimento de le!>tepan

    oene os reria Ievadu da regtio do Kwan ne Tado, esrendendo-se own periodo que vai, de

    modo mUHOaproximativo, do seculo VII ao secuJo XlI. Na segunda fase, a du mlgliill;Oes

    rusloncas, rcriam refluido do oeste pan 0leste, do seculo XIIl alC 0 XVII. Esre esquema,

    evidentemente simpliflca muito a realidarJe, poryue houve, proVilveimeme da anuguldade ,Itt

    o presente, numerosas mlgral;oes subsidiiriu em todu illSdlrCljOcs.AdmlUrernos que 05

    povos que ocuparam 0rerrirorio do antigo reino do Danxomc cram dc orlgcm yorubi, e que

    vinham da regiio nupe e das m;ugeos do Niger. Adlnluremos a.inda que ()grupo do qual se

    ongmuam as dinasua.s aja. unham ~rm necKiopor aJgum tempo na reglao de Oy6 (ou Oko).

    Observamos, em segundo lugu, que as prmapals causas das migra~Oesdos aja-

    roniba, emoora haja em ~guns casus rcfcrencia a guerras, parecem ser de natureza demob"..afica

    e polirica. Foram ger.lmente deslonmcnros de grupos lmponanres: familias extensas, eliis,as

    veles aldelas e etnias inreUasque sempre r.:onsegwramImpor-se aos prUllelr05hablranres gra~as

    ao seu numero. A expansio dos ?Ovos aja.yoniba pode lcr sldo urn aspccto do processo dc

    segmentaljio habitual as sociedades de Iinhagens. Quando a Iinhagem se torna grande demais,

    resolve dividir-sc; frequ.enrememc cnvia C:iljadorese)(pJorarcm a floresra para escolhcr urn siDo

    propicio ao novo estabdeeimento. No casu dos ehefes e das famUliiISreais inrervim alem do

    mais as disputas pcla sueessao. No seio da (jnhagem real,0irmao mais ve1hoe normalmente 0

    herdeuo legitimo; IOU frcquentemente os rnais novos nao se conformam em permanecer

    numa posi~io 5ubordinada e afasum ou matam 0 rei, ou errugr'lffi para fundar WTl novo teina.

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    teino dos Houla (Xwla), t:Imbem ehamado Popo, que devia estcnder.se anugamcOie d,

    Oueme ao Volta. N cpoca considerada, ocupa ...~ as lagunas do litoral. Suas pnncip:ti

    cidadcs eram HoueJagan (Grande Popo) e Houelavi (pequeno Popo);

    teino dos Houeda, (Xwda) fundado no mielo do scculo XVI por Haholo q'le IOsralou:

    capital na aJdeiade Sahe (Savi). As cidades mOIlSimporrantes do rC!IlOde Ouidah cram Ofr.(Oxwla) cujo nome foi mud ado no fim do seculo XVII para Jaqum Oeken), que o.

    france~s cbamavam de "Peme Ardres"; GJehouc (Glcxwe, Gregoue);14

    ao norte dos Houeda, no planaho, havla 0remo de Allada; n

    os Anag6 de OkolO (POrto Novo) ou Ajase, submeudos porT e Aghanlin que fundou ao novo remo de Hogbono por vo!ra de 1680;

    no planaho de Aoomey, estava naseendo 0futuro teino do Danxome, as custas do!

    antigos hahitantes: Gedevi (Igede); Dassa (Idassa); Fon (Efon); Fenu (1ft);

    ainda mcncionaremos os Ewe cujo exodo para Notse deve situar.se por volta de 1610.

    Mas no lugill e'coUUdo os imigrantes tern que se $-uhmeterAO chefe local, 0

    Unieoque pede ceder-lhes wna parccla do leuit6rio dos antepassados. 05UnJglantes lnstalam-

    se, prosperam, 0 grupo cre5ce, e logo PUSaIn a pedu majs terns, e majs ainda ao chefe local, ate

    que este Ultimo 5e negue ada-las, objcrando: "Da9ui a poueo voces vao querer eonstrWr sun

    casassobre mmha bamg~I", ou "Se continuarem auim, daqui a pouco voces vio querer lnst".&lar-

    se no mev.oariz[", Esta recusa i usada como preu:xto pdos esuangeiros pan massacrar os

    autOCtonese roubat.Jhes suas terns. 0reino do Danxome, como atestam nv.merosas uadil;oes,

    consutUJu,se a partir desre processo espoliaDvo (Comevm, t981, p. 93-5)

    Como resultado desres sucessivos movimenros mlgrat6rios, a regiio da Costa

    dos Escnvos comprccndia, por volta de t 680 urn conjunto de pequenos reinos aparentados,

    de origem aja:

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    Gen Os holandele5 tr.mcreveram FidJ; o~ ingle.cs Wh)'d.h~ os francesn: auld.h, 05 pon"gucsesAjuda. Pizzi (1984, p. 14). 05 Pia 510 os Houela nil pronun(;ia d05 Gen

    "AIl.dl, (Ardres, pvl 1)5

    r r . (;CSC$)dam.n-a.se IJlliglimeme Ail1l Tome piI!Sde Ana, deus da 'errl

    dos 'nllgu) h.bilanles AIU.

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    agou lIOeSludo d1 passive! origem do deus d1 vanol:.., putindo da

    obsef'Va~ao da 10caJ..iz:.l

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    OJ d"u ,tU do l>tvuDmI

    Savi::dium que Sakpatiit(SopOnna)veiode Dy6. Bulr.u.pOI ~uavel, t . dito let vindo do Oeste. EA.ii[e

    lambfm Diu Odo. divind2dedu 19uu, que ap,uen[a [Qdas:u.caraClerluicu de Omolu. Telia vindl.l

    de Aise ou de Aj:ioPopo. (Verger, 1951,p. 241)

    KeN: S6p6nna, OmoJu e Ob:ldui.iyfdo :I rl'IC"nadivinlbde. Segundo :tlguM,ela ...cil.lde Daua

    2'.oume,segundo OUIIOs.,~io de .hise ou de Aj.aPl.lpo(.aldeiassihlacbi .aoeste de K.e:u).(VelKel,

    1957, p. 246}

    Daua Zoum~: 50p6nni e 0mumo que S.altpatll.,e thu:m qur:r:levein de T.api(Nupe).Bultuveiode

    Alaltpame,a ~m (Verger,1951,p. 240)

    AlIada: 0 deus aa vadola dOl Houeda .eri Houet:i, ou Houe'lio, enlld:.lldeda iamlJiado pil:io

    Dang~, c associ.adaaos anlepaS!adoi. (Merlo& Vitllud, 1984,p 298)

    Abomcy: como Ii nbemos, S.akpal.aft.)iIluido pOl Agaji no sccuJoXVBL dizcm que de vcio de

    Dassa ZOLlmc.(Verger, 1957,p. 240)

    Uma anilise do quadro acima pt:rmilt:-nos cheg.u a algumas conclusoe::>qWlnto

    i ongcm do deus da variola no Golfo do Benin.

    1. Fa2endn abSlral;ao dos nomes das entidades, que podem facilmenle Ser alte:ndos com 0

    tempo, ou pa~undo de uma localidade: pan outra, e:fixando a nossa a[en~ao apt:nas no

    Significado mais profundo de:ssu divindade:s, obserV'amos que: parece:rn ser duas, bern

    distinus:

    a) 0 Reida terra, ou sela do tenit6no ancesual - S6p6nna, Obilui.iye, Sakpata, Ainon, Aida,

    lye etc., que e urna repre:semal;ao simoolica dos antepasu.dos fundadores du prime:llas

    comumdades, 0Rei da te:rrae muit:lls vczcs re:presem.aJo como urn cal;ador ou urn

    gueltellO~

    h) urna divindade suprema assoclada a . Tena-Mae, no se:nudo cosmog6nico: Onile, Ogere,

    Ana, ~ana, Buruku e).F . eh'Wlda Mae poll~ue acrednavOl-se 4ue os primeiros ser!:s

    hurnanos unham emergido das enuanbas da terla, como os cupms.!' F..stadivinrladee ,a.s

    .e2eS.como Ana ou Mih.vu,acompanhada de cobras. If

    I' Elislem na 'rca cl.lltu.~l lIj4-)'ONb'outtas conccx~) tU Llniemdo homcm mold.at::opor ObdliJ..li,01.l!~r.dodescido do C~U por um.alonga conellle ~ ferro, qu.ede\'e!TIset po5teI10r~s.

    ,II'minder, G. (I9~O, p. 60). As cobras talv~1represeDlariam.u pnme:im criatuns que elml&iramdoselo d.aterra~

    26

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    Parecem consnruir urn par de entidade:s compleme:n1are~,um SlStema:Sakpua/

    Nana Buruku; S6ponna/Onile; Ojuku/ An:ll;lya OkekaIIJe .., GeraJmente: 0 rei dOltena tern

    por arma a variola, ma~ nem semple; assim por t:xemplo r:ntle os Akoko sua arr.u, c a lepra.

    Essas divindilde51~m. enUe Outras p:.trticularidadcs ilde terem par altarc5, monticu.Jos de terra,

    tta~o que comparuJharn com Esti/Ele:gba

    2. Ol>~ervamos em segundo Jugar que: 0 culle) neste par de entidades est:i pre~ente em

    popula~6es qut: s\Jpomos serem descendentes das rnalS a:l.ugas migl:l~()eS do~ proto.

    yorub:i: os Igoo, as IgaJa, P()dcmos provavdmeme concluir que estamos dlame de

    c1ementt)s de urn sistema religioso pre-Oduduw::'. tItledl"ve leI sido tr:.l2idonum pasudo

    muito remolo pclas primeiras migra~6e~. ou sen~o. que:era ?,6prio de p0i'ula~oes maH,

    antiga5,j :i insuladas na regiao do Henin, e que tenam sldo assimiladas.

    3. Mas, alern de:const.t.:I.ra existenc;a dessa enlid:.ldeque enwnttamos d:fundidil sob'os malS

    dIversos nomes, ainna ob~ervamos que 0 tr'a,ado das migra~rXs das divindades conhecidas

    mai~e:specificamtnte como SOponna ou Sakpata. e Buruku. tta~ado que pOde ser esbo~ado

    a panir Ja.s infonna~Ocs rt:colh.id:l~em rnversas localidade::>onde sio cuJNadas, e reterentes

    a sua procedenCla, COincide, glOsseiramente, com 0 roreiro dos antepassados: de :-..l:.Jp

    para Oy6; de Dy6e de:Ifc, passando pur Ketu,Sil.be, DiI~saZoume, ate Tado c Arakpame

    no OC:Ste.Esta constatal;:lo sugere: que as mlgtal;Ot:s dos fUhos de Od~duwa t dos AJi

    trouxerarn 0 CullOdessa entidade.

    4. Se 0 deus da variola fosse:uma dlVindade de povos aut6ctone~ anteriores as migra~6e~dos

    proto-yoruba, te:rlamos que bus!.:arexplica~tcnciade urn sistema reIJgioso

    corourn a pequenos nucleos de povoamento di~persos, e isolados pela norest.a denSi.

    Parece mais provavd que tcnha sldo uazido pclos Yoruba e m. Api no decorre:r de suas

    ~ucesslVasmJgral;Oe:s.

    5. 0fato do culto do deus da variola ter sido tra:zido por malS de uma migral;ao e:xplicariaa

    superposl~ao de nomes como S6p6nna, Sakpata, Buruku. Entretilnto pcrma,nece nao

    resolvida a que:.st.aode sabt-rporque Buruku apare:ceora como 0 ca~ador que una varoola,

    ora como 0 deu~ supremo.

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