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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
AGRICULTURA FAMILIAR? EMPREENDIMENTOS AGROINDUSTRIAIS NOS CAMINHOS DE
TRABALHADORES E PEQUENOS PROPRIETARIOS EM ANAHY-PR
Autor: Eugenio Pistun1 Orientadora: Sheille Soares de Freitas2
Resumo Este artigo contempla as discussões e atividades de pesquisa realizadas durante a execução do projeto vinculado ao Programa de Desenvolvimento Educacional/SEED-PR, que contemplou as questões envolvendo a agricultura familiar e os empreendimentos agroindustriais em Anahy-PR nos últimos 30 anos. Para tanto, destaca desde a proposta inicial dessa pesquisa, sua implementação nas atividades escolares e os resultados obtidos nesse processo. Palavras-Chave: Agricultura Familiar, Agronegócio, Trabalhadores, Pequenos Proprietários, Anahy
INTRODUÇÃO No presente artigo discuto as alterações vivenciadas pelos trabalhadores e
pequenos proprietários da cidade de Anahy, com o objetivo de envolver os
educandos em situações reais vivenciadas no município para que possam entender
as alterações relacionadas com a agricultura familiar e os impactos que essas
mudanças trouxeram para o meio rural e para a cidade.
Com o intuito de estimular o senso crítico elaboramos um projeto e,
posteriormente, uma Unidade Didática a qual foi desenvolvida no Colégio José
Bonifácio, com alunos do segundo ano do ensino médio. Para isso foram realizadas
várias atividades com fontes como análise de textos jornalísticos, entrevistas,
índices estatísticos, pesquisa de campo e estudos de imagens e bibliografia
temática. O intuito foi problematizar a questão em foco e propor o trabalho com
fontes em sala de aula.
1 Pós-Graduado em Geografia Física e Meio Ambiente como também em Educação Especial. Graduação em
História e Geografia. Professor de História e Geografia do Colégio Estadual José Bonifácio, Anahy-PR. 2 Doutora em História. Professora Adjunto B do Colegiado do Curso de História/UNIOESTE, Campus de
Marechal Cândido Rondon.
ENFRENTAMENTOS SOBRE AS PROPOSIÇÕES DE "AGRICULTURA FAMILIAR"
O ensino da disciplina de História ainda é compreendido pelos docentes das
escolas, muitas vezes, pela linearidade, uma história pronta e acabada que não
admite outros personagens, ou as contradições de projetos vivenciados no tempo
presente. Com isso, considerando o professor como aquele que dita o que o
estudante deve "saber" sem debater os interesses e sujeitos envolvidos na
historicidade em estudo.
Listas de heróis ou vilões famosos, regimes políticos, datas e relações,
recortados do processo histórico compõem grande parte das discussões, sendo
assim busquei superar essa proposta de ensino procurando associar o eixo "História
do Paraná" com as mudanças nas políticas nacionais para o meio rural e o papel da
agricultura familiar na dinamização do Complexo Agroindustrial (CAI), recolocando
essa noção e como ela foi articulada a esses interesses nacionais e na dinâmica de
Anahy.
Essa reflexão se baseou em revisão bibliográfica, tendo como base as obras
dos autores: (WILLIAMS, 1990), (FENELON, 2008), (PORTELLI, 2010), bem como
associando as noções em questão com as fontes; entrevistas, matérias de jornal,
índices estatísticos (IBGE, IPARDES), reportagens de periódicos especializados nas
atividades rurais em Anahy (Revistas da EMATER, COPACOL, COAGRU). Além de
entrevista com moradores do campo (trabalhadores e pequenos proprietários).
A pesquisa realizada teve início em fevereiro de 2013, com consulta seletiva
e, posteriormente, a leitura das obras, para a construção do referencial teórico e
metodológico. No trabalho de pesquisa tive como estratégia de ação o uso de fontes
que ressaltaram a trajetória dos trabalhadores e pequenos proprietários de Anahy,
nos últimos 30 anos, ressaltando a relação entre a cidade e o campo, envolvendo
relações de trabalho e condições de vida desses sujeitos.
A implementação ocorreu no Colégio Estadual José Bonifácio – EFM , do
município de Anahy, envolvendo estudantes do 2º ano do Ensino Médio, noturno,
oportunizando aos mesmos a reflexão sobre questões da vida e do trabalho, no
campo e na cidade nas últimas décadas e assim compreender o lugar em que vivem
e compreender sua inserção histórica e não serem meros expectadores.
As atividades relacionadas a esses estudos foram realizadas no 1º semestre
do ano letivo de 2014 e envolveram 28 alunos, do 2º ano, turma B, período da noite,
do Colégio Estadual José Bonifácio do município de Anahy. Nessa implementação,
houveram vários momentos que pela exploração do tema permitiu várias ações
vinculadas à disciplina: discussão sobre o processo histórico da cidade,
problematização de interpretações sobre as atividades e mudanças históricas e
estudo de materiais em sala como fontes históricas (textos, pesquisa sobre a
diversidade de sujeitos envolvidos com a agricultura familiar, leitura e analise de
matérias de jornais, revistas e programas de rádio e de imagens e produção de
entrevista com moradores).
Os estudantes se mostraram interessados em relação ao tema que foi
discutido no decorrer da implementação, confirmando a citação das Diretrizes
Curriculares (PARANÁ, 2008) no que diz respeito à disciplina de História, que diz
que aprendizagem histórica se dá quando os professores e alunos investigam as
ideias históricas e que, configurando a capacidade dos jovens se orientarem na vida
e constituírem uma identidade. Percebeu-se um interesse maior por parte dos
envolvidos o que vai ao encontro das palavras de Khoury (2001) que diz que a
história é um processo construído pelos próprios homens, de maneira
compartilhada, complexa, ambígua e contraditória.
Pensando esse procedimento e visão de história, organizamos o trabalho em
quatro partes, primeiramente os alunos foram envolvidos em debates sobre a
historicidade de Anahy, mostrando a trajetória de sua emancipação até os dias
atuais, destacando, principalmente, a prática rural e a experiência de trabalhadores e
proprietários nesse processo, com a apresentação e discussão de fotos da cidade e
mapa, mostrando sua localização.
A apresentação do bloco I, foi denominada “Conhecendo a cidade de Anahy“,
onde puderam observar a localização da cidade, junto ao Mapa do Estado do
Paraná; discutir a narrativa do processo histórico que envolve o município, não em
forma de descrição dos fatos acontecidos na formação do município, mas de forma a
entender e discutir como se deu esta ocupação e os rumos que estão sendo
propostos agora, após sua inserção nos projetos agroindustriais.
O município conta com uma área de 100.845 km², sendo 98.000 km² de área
rural, o que, em parte, justifica o interesse dos empreendimentos do agronegócio e a
manutenção de uma extensiva área de produção rural. Inicialmente, a principal
atividade econômica foi vinculada à cafeicultura. Hoje, conforme índices da
EMATER (2003) predomina a atividade agropecuária, privilegiando a produção de
mandioca, soja, milho, trigo, feijão, bovinocultura de leite e de corte e avicultura de
corte.3
Ao discutirmos esses dados em sala em associação com os textos sobre as
vagas de trabalho em aberto no campo: “Falta mão-de-obra no campo e na
agroindústria paranaense”4, “Falta mão de obra na avicultura”5, os alunos passaram
a refletir sobre essa questão e em seguida produziram um texto movidos pelo
seguinte questionamento. Há falta de mão de obra no campo e na agroindústria?
Para a produção de texto foi repassado o seguinte enunciado motivador:
A partir dessas primeiras indicações e debate das fontes jornalísticas elaborem um texto de 15 a 20 linhas abordando elementos de sua trajetória e sobre o universo de trabalho e de condições de vida em Anahy e na região, no campo ou na cidade.6
Desta atividade, resultaram, alguns trabalhos, dos quais os trechos que
seguem são significativos da compreensão que tiveram desse debate:
No campo e na agroindústria vem se agravando cada vez mais pelo fato de que os moradores do campo esta se mudando para a cidade para ter uma vida melhor e a procura de emprego fixo (...) um exemplo é meu avô que tem 3,5 alqueires de café e para poder produzir e pela falta de mão de obra terá que arrancar o café (...) Na agroindústria exige muito esforço precisa carregar sacaria, lenha, etc por isso que muitos acham melhor ir para a cidade. (Gabriel. Produção de texto,18/03/2014, Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco I, Conhecendo a Cidade de Anahy). A falta de mão de obra esta deixando as pessoas preocupadas, por isso estão indo para a cidade em busca de emprego, porque no campo a mão de obra não está sendo valorizada. Ganham pouco para trabalhar muito. As pessoas estão deixando o trabalho do campo para trabalhar em indústrias instaladas na cidade. (Marcos. Produção de texto,18/03/2014, Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco I, Conhecendo a Cidade de Anahy). A falta de mão de obra é um problema que se agrava em vários segmentos da economia brasileira. E Anahy muitos adolescentes menores de idade pilotam colheitadeiras e tratores e trabalham em
3 Essa discussão foi realizada no Projeto de Implementação como Produção Didática Pedagógica,
para execução no primeiro semestre de 2014. 4 STAVISKI, Norberto. Falta de mão de obra no campo e na agroindústria paranaense. Gazeta
Mercantil, Curitiba, 15 jul. 2008. Caderno C, p. 10. Disponível em: <www.aviculturaindustrial.com.br>. Acesso em: 20 maio de 2013. 5 Agrolink apud <www.aviculturaindustrial.com.br/noticia/falta-mao-de-obra-na-
avicultura/2011041133036_l_611>. Acesso em: 20 maio de 2013. 6 PISTUN, Eugenio. Entre a agricultura familiar e os empreendimentos agroindustriais: trajetórias de
trabalhadores e pequenos proprietários em Anahy-PR. Produção Didática Pedagógica. 2014.
setores de mecânica e manutenção dos plantas industriais. Seus pais os preparam desde cedo para trabalhar em suas terras. (Joana. Produção de texto,18/03/2014, Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco I, Conhecendo a Cidade de Anahy). Há uma grande preocupação no trabalho no campo, a mão de obra não está sendo mais usada, com os tempos as máquinas vem substituindo os homens no campo. (Tereza. Produção de texto,18/03/2014, Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco I, Conhecendo a Cidade de Anahy).
Há falta de mão de obra no campo e na agricultura do município de Anahy. A maioria do povo anahiense trabalham aos maiores empresas da Paraná contando com a Copacol, Globoaves, Coopavel Mascarello. São umas da s empresas mais grandes do Paraná A viagem dura ais de uma hora o crescimento da cidade esta acelerado também a parte da agricultura o Anahy esta desenvolvendo mais o setor imobiliário de Anahy vem se desenvolvendo de modo acentuado e esta retirando os trabalhadores da agricultura e os levando para trabalhar nas grandes empresas chegam quase sempre bastante cansados e a produtividade não é boa, mas não temos alternativa diante desta escassez de mão de obra. (Lia. Produção de texto,18/03/2014, Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco I, Conhecendo a Cidade de Anahy). Falta de mão de obra no campo e na agroindústria e na avicultura muitas pessoas estão vindo pra cidade porque no campo as pessoas que em pouca terra não tão ganhando lucros como queria ai vendem suas terras e vem para a cidade com o crescimento muitas saem das empresas e vão trabalhar na construção civil. (Alberto. Produção de texto,18/03/2014, Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco I, Conhecendo a Cidade de Anahy). Está havendo uma falta de mão de obra no campo, pois as pessoas estão mais em busca do trabalho nas empresas Copacol, Globoaves, Mascarello. Muitas pessoas que tem a oportunidade de fazer faculdade e deixa passar esta em algumas dessas empresas.” (Silvana. Produção de texto,18/03/2014, Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco I, Conhecendo a Cidade de Anahy). O povo de hoje em dia quer trabalhar na busca de um bom salário e hoje em dia esta tudo mais fácil para com seguir um emprego bom e quanto mais velho a pessoa é no emprego mais ele ganha e o povo de agora quer trabalhar menos e ganhar mais. (Maristela. Produção de texto,18/03/2014, Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco I, Conhecendo a Cidade de Anahy).
Através da leitura dos textos dos alunos percebeu-se que eles vivenciam as
situações apresentadas ou a reconhecem na rotina da cidade, por isso muitos
utilizaram-se de exemplos do social e do seu cotidiano familiar para expor a sua
opinião, o que indica o quanto a discussão histórica está próxima de sua realidade e
que são sujeitos participantes destes momentos históricos, e, o mais importante, que
podem transformá-lo.
Na segunda parte apresentei noções e sentidos sobre a agricultura familiar, a
partir de diferentes interlocutores como, segmentos do Governo, instituições de
pesquisa e assistência técnica agropecuária, pequenos proprietários e trabalhadores
rurais, para que analisassem os vários tipos de prática e interesses vinculados a
esses sujeitos e instituições e, portanto, que a formulação dos projetos de agricultura
familiar dependia daqueles que estivessem envolvidos nessas propostas.
O bloco II, intitulado “Conhecendo a Agricultura Familiar”, trouxe textos do
projeto PRONAF, matéria de jornal, da Revista EMATER, e uma entrevista realizada
por mim com uma agricultora familiar. O interesse era apresentar vários sentidos
atribuídos à Agricultura Familiar, para indicarmos que não há apenas uma prática de
agricultura familiar tanto em Anahy quanto nacionalmente.
Os questionamentos apresentados, dentre eles o que sugeria apresentarem
uma reflexão sobre "que visão vocês possuem da agricultura familiar após esse
debate?"7 , gerou as seguintes considerações de cada participante.
A minha visão de agricultura familiar é que os membros da família ajudam uns aos outros para terem uma renda que é gerada a parir do seu trabalho. (Maristela. Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar) Que antigamente a agricultura era mais difícil agora é um pouco mais fácil a agricultura familiar hoje em dia eles plantam cuida e da até para vender algumas coisas que eles plantam como fruta etc. (Igor. Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar) A minha visão é que antes os agricultores e a agricultura era mais dificultosa as condições era mais fácil com a ajuda da Emater, os agricultores lucram mais e sempre vão ter mais mesmo sendo poucas terras. (Cícero. Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar) Grandes produtores em pequenas propriedades esses praticam a agricultura familiar porque eles diversificam a produção para venda direta. Os moradores das vilas rurais também participam da agricultura familiar pelo fato de vender sua pequena produção direta para seu consumidor. (Joaquim. Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar)
7 PISTUN, Eugenio. Entre a agricultura familiar e os empreendimentos agroindustriais: trajetórias de
trabalhadores e pequenos proprietários em Anahy-PR. Produção Didática Pedagógica. 2014.
O debate fala como as famílias produzem o seu próprio sustento eles faziam vassoura, pão, queijo, cuca, etc. as famílias tinham que fazer sua própria colheita., com esses meios eles tinham como se manter
e também dava para suprir as necessidades. Eles tinham que fazer com que esses alimentos e objetos dessem lucros, como exemplo vendessem o máximo que pudessem. (Osmar.
Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar) A agricultura familiar é aquela que são de pequenas negócios qua plantam para o sustento ela vende para escolas c e comércios. (Rafael. Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar) A agricultura familiar é aquela [que o] agricultor pequeno que produz para o próprio sustento da família. (Jaqueline. Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar)
Com as indicações dos alunos percebemos que produziram uma
interpretação que sugere a agricultura familiar como possibilidade para diferentes
sujeitos e em diferentes condições, apontando como o grande proprietário se insere,
como o pequeno e o trabalhador também se inclui nesses projetos desiguais de
agricultura familiar, inserindo aí o comércio dos produtos na cidade e também a
associação com os Programas do Governo Federal e Estadual.
Em relação ao tema "modernização", também o abordamos neste bloco,
discutindo a questão fundiária no Brasil, o processo de expropriação, o agrotóxico
utilizado em grande escala na plantação agrícola, impactos socioeconômicos e
ambientais, tentando problematizar essa noção e indicar como a capitalização do
campo trouxe, também, efeitos perversos, aumentou a exploração da força de
trabalho nas atividades agrícolas, piorou a qualidade de vida da população
trabalhadora do campo e o acesso à terra. Para tal, fizemos pesquisa na internet e
análise de posicionamentos sobre esse processo na segunda metade do séc. XX e
início do séc. XXI.
Na terceira parte, realizamos a leitura e análise de matérias de jornais e
revista, além de imagens que foram discutidas como fontes que destacavam o
processo de alinhamentos, parcerias e campo de atuação de determinadas frentes
do agronegócio, incluindo desde a economia doméstica, o grau de endividamento,
investimentos e lucros de certas famílias no campo, às mudanças e permanências
no modo de viver e trabalhar dependendo do lugar social que se ocupava. Os novos
desafios dos trabalhadores e proprietários também foram destaque dos debates,
assim como quais as expectativas para Anahy no campo e na cidade vislumbrada
pelos estudantes participantes do projeto.
No terceiro bloco “Conhecendo vínculos de certa Agricultura familiar com o
agronegócio”, foram apresentados diagramas do processo produtivo, matérias da
imprensa radiofônica e impressa, além de imagens. Os estudantes indicaram após
esse bloco que hoje a agricultura familiar e a vida no campo melhoraram
consideravelmente em relação a anos anteriores, mas ainda precisa ter mais apoio
para continuar oferecendo produtos de qualidade a seus consumidores. E em
relação ao lucro obtido na venda dos produtos muitas vezes não dão conta de suprir
as necessidades da família e são obrigados a buscar outras fontes de renda
trabalhando em outras propriedades ou se desfazendo da que possuem.
O município de Anahy conta com várias propriedades pequenas em que são
cultivadas diversos produtos e a criação de animais está aumentando como forma
de ampliar a renda no campo para aqueles que são proprietários ou dispõem de
terra.
Na quarta parte sistematizamos debates a partir da produção de História em
Quadrinhos, realização de entrevistas e produção textos (que mostrassem a
trajetória e memórias de trabalhadores e proprietários de Anahy).
No quarto e último bloco os alunos produziram charges, histórias em
quadrinho e foram expostas na escola para apreciação da comunidade escolar e
realizaram produção de texto procurando demonstrar a avaliação final que faziam do
projeto em sua integralidade.
O estudo em questão analisou como a agricultura familiar e os
empreendimentos agroindustriais fazem parte das relações de trabalhadores e
pequenos proprietários em Anahy, principalmente avaliando que essa prática
compõe contraditoriamente as ações do Agronegócio brasileiro. De acordo com
(EMATER, 2013) esse redirecionamento nas atividades no campo contribuiu
significativamente para o "nosso desenvolvimento", além de manter certo
contingente no campo, gerando empregos e sendo responsável por grande parte da
produção dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras, respondendo por
10% do Produto Interno Bruto do País (PIB). Contudo, cabe observar em que termos
(pressões, limites e contradições) se faz essa dinâmica no meio rural nas últimas
décadas, alterando a condição de trabalhadores e pequenos proprietários.
Atualmente existem muitas políticas públicas de apoio à produção rural,
dentre elas destaca-se o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (PRONAF), que tem por objetivo fortalecer as atividades desenvolvidas pelo
pequeno produtor, visando a sua integração no sistema do agronegócio, para que
tenha aumento na sua renda, valorização do produto, da propriedade e, em
contrapartida, sua integralização ao projeto que compõe o Complexo Agroindustrial
no país e tentativa de fixação do homem no campo (EMATER, 2013).
Quando do trabalho em sala de aula expondo sobre o PRONAF para os
alunos, ao discutirem as modalidades de crédito destinado ao fortalecimento dos
pequenos agricultores ocorreram debates para expor suas ideias e se mostraram
interessados pelos recursos documentais disponibilizados para a reflexão da
problemática.
Através das discussões puderam entender o papel que projetos vinculados à
Agricultura Familiar exercem na cidade e sua inserção por meio do PRONAF, assim
como o uso dos recursos pelas famílias de proprietários mais necessitadas fortalece
a capacidade de produção na agricultura familiar, bem como a avaliação dos
impactos sociais, econômicos e produtivos causados pelo referido programa. Uma
vez que concorre com a produção extensiva de produtos de exportação e de maior
rentabilidade como soja, trigo, milho.
Nas discussões realizadas chegamos a algumas conclusões a partir das
entrevistas realizadas pelos estudantes, dentre elas: que há várias famílias que já
foram beneficiadas pelo recurso no município, o qual é de fácil acesso e oferece
taxas com juros baixos e prazo para ser quitado, porém há outros agricultores (com
e sem terra) que não têm conhecimento dos projetos e ainda há aqueles que temem
fazer financiamentos em bancos, pois ficam com receio de perderem o que tem por
causa das dívidas.
A partir do início dessa última década a ação do Governo do Estado do
Paraná, que determina que seja adquirida 85% da merenda escolar através da
Agricultura familiar, há uma tentativa de contenção da saída de um grupo de
agricultores do campo, procurando garantir um mercado de comercialização de sua
produção, ao mesmo tempo sua integração (a partir da noção de diversidade
produtiva) nos projetos agroindustriais da região.
A tentativa com esse trabalho foi observar trabalhadores e proprietários,
enquanto agricultores envolvidos nesse processo de alterações nas relações de
trabalho e na produção no campo, como sujeito que atribuem sentidos para esses
projetos de agricultura familiar e de alternativas em Anahy. Uma cidade paranaense
em que esse processo é significativo, à medida que a expansão dos
empreendimentos agroindustriais (presença de Cooperativas e Indústrias de
transformação da produção rural) se faz presente no município e em cidades
limítrofes, pressionando a movimentação de trabalhadores e do que e como se
produz na área rural (IPARDES, 2013).
Há uma grande mobilização por parte da impressa radiofônica e impressa,
existente no município e fora dele, com chamadas para ingresso de trabalhadores
em cooperativas agroindustriais, por um lado desmobilizando trabalhadores para as
atividades rurais e, por outro, aproveitando da dispensa de vários trabalhadores do
campo, incorporando-o a essas novas atividades capitalistas de transformação da
produção rural8. Com essa ação, promovem relações de trabalho assalariadas a
baixo custo, não atingindo a demanda esperada, porque, geralmente, mesmo sendo
pessoas com baixa escolarização e com uma trajetória no trabalho na roça, ainda
assim, vários pequenos produtores continuam em suas terras, procurando
alternativas, como as vinculadas ao PRONAF para permanecerem, ou mesmo como
trabalhadores em outras propriedades.
Pois essa prática, analisada também em outras regiões, aponta essa
persistência de alguns agricultores. O estudo realizado por Paulino lhe indicou que
há grupos de “agricultores familiares que mesmo sofrendo dificuldades e tendo que
recorrer a outros trabalhos insistem em continuar exercendo suas atividades na
lavoura e na criação de animais” (PAULINO apud KHOURY, 2001, p. 87), pensando
essa questão em Anahy, observo que muitos desses pequenos proprietários
realizam as mesmas atividades que ela destacou. Portanto, é necessário explorar
essa dinâmica em sala de aula. A multiplicidade, as divergências que apresentam
avaliando como interferem nas decisões, apostas e recusas a esses projetos
agroindustriais, ou mesmo como há distinções quando falamos em proprietários
rurais, quando, às vezes, aceitamos indistintamente incluir certa diversidade de
produtores (grandes, médios e pequenos) como agricultores familiares .
8 Parte dessas discussões foram analisadas como fontes no projeto de implementação na escola,
utilizando matérias do ano de 2013 da Rádio Anahy, do Jornal Gazeta Mercantil de Curitiba e do site <www.avicultura industrial.com.br>.
Na implementação realizada no primeiro semestre de 2014, em relação ao
conceito de Agricultura Familiar, os formularam alguns apontamentos, dos quais
destaco a posição de João (pseudônimo)9:
produz o que tem capacidade para produzir e colher com o trabalho da própria família, produzem vassoura, queijo, cuca e bolacha e outros. (João. Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar); A agricultura familiar tem suas semelhanças e diferenças, o agricultor que trabalha com 1 alqueires de terra é o pequeno produtor. Grande. São aqueles que tem grandes terras e que arrendam suas terras. Que levam a soja para a cooperativa. Arrendatário aqueles que arrendam a terra para os [dos] pequenos produtores. Agregados os que vendem a soja para as pequenas cooperativas. (José. Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar); Pequenos agricultores que trabalham levando soja para os grandes agricultores na cooperativa, não ganham tanto dinheiro e muitos deixam de carregar soja para trabalhar em outros serviços. (Maria. Estudante do 2º Ano do Ensino Médio. Atividade Bloco II, Conhecendo a Agricultura Familiar)
Ao analisar como os estudantes se sentem diante destas situações, o
interesse foi que reconhecessem a relação entre presente, passado e futuro nesse
processo histórico e avaliassem prospecções que podem construir, que alternativas
visualizam para si e para outros jovens de Anahy e que possuem identificações
nessa realidade histórica, associando-a com outras regiões do país - que enfrentam
questões vinculadas à expansão do agronegócio e pressões sobre o papel da
agricultura e de certas relações de produção e trabalho no campo.
Diante disso, sugeri as seguintes indagações como ponto de partida para
nossos debates: quais as motivações e modos para se "integrar" ou desistir da
permanência no campo? Que relações de poder percebemos nesse processo de
mudança? Quais as pressões, limites e contradições que vemos nesses projetos?
Conforme sugerido por Vecchia (2012), a expansão da agricultura familiar
dentro desse projeto do agronegócio no município de Anahy se dá pela mudança
das condições socioeconômicas das famílias, contribuindo para a retomada da
fixação de pequenos proprietários no campo.
Percebe-se que devido aos incentivos financeiros, destinados às famílias
que produzem diversos produtos, seja no âmbito alimentar ou outros, há um grande
9 O uso de pseudônimos se deve à tentativa de não expor os estudantes, pois o que está em
discussão no trabalho é a interpretação e sentidos construídos por eles no debate em sala de aula.
aumento no número de pessoas que estão permanecendo em suas terras e algumas
até retornando, pois estão tendo uma melhor qualidade de vida e possibilidades de
trabalho.
Essa dinamização apresenta ressalvas para certos trabalhadores e
pequenos proprietários. Em entrevista com uma agricultora tivemos as seguintes
respostas:
Entrevista Jaciara (pseudônimo) 1 - Em que você já trabalhou? Sempre foi agricultor? Além do trabalho como era ir à escola? E nos finais de semanas havia lazer? Como era? R.: [trabalhei] Na agricultura e de doméstica. E fui na escola até a terceira série. Nos finais de semana era bom, sempre se divertíamos, brincávamos de bola e pega-pega. 2 - O trabalho rotineiro era bom? O ganho na agricultura era igual o de hoje? R.: O trabalho era de sábado a sábado , mas o ganho era menos do que hoje. 3 - Havia trabalhadores além dos familiares, quando e como era esse trabalho? R.: Não. O trabalho na roça era difícil quando era a época de colheita as mãos doíam de frio e sem contar que a comida era gelada 4 - Nas atividades agrícolas, como que decidiu fazer o que faz hoje? Os motivos que levaram a essa decisão. Como considera sua condição social atual? R.: Depois que casei compramos o que temos hoje, por isso decidimos fazer o que fazemos... hoje a minha condição é boa. [...] 6 - O que é agricultura familiar para você? R.: A agricultura familiar é boa porque assim nós damos valor ao nosso trabalho e por outro lado os nossos filhos não vã embora. 7 - Como acredita que é a vida dos agricultores (trabalhadores e proprietários) hoje? Existe diferença? R.:Hoje já em bastante tecnologia tem os programas de governo que ajuda.... cooperativas agrícolas até o sindicato com o objetivo de produzir alimentos melhores. 9 - E como é a vida dos trabalhadores da cidade de Anahy, assim como quais motivos você destaca para que muitos se vinculem às agroindústrias das cidades próximas a Anahy? R.: Mudou muito e para melhor com o apoio e incentivo do governo. Antigamente não tínhamos o que temos hoje. 10 - Como vê outros trabalhadores e/ou proprietários de nossa região? R.: Estão cada vez mais valorizados e por isso se preocupam em produzir produtos de qualidade. 11 - Se vive no campo, pensa em continuar? Caso tenha deixado o campo, quais foram os motivos para sair? Voltaria a viver no campo? Justifique. R.: Sim vivo no campo e pretendo continuar por muitos anos.
As palavras de Jaciara, agricultora que entrevistei em 2013 para compor as
discussões da implementação, apontam uma visão de quem apresenta mudanças
na sua trajetória de trabalhadora rural para proprietária. A entrevistada reforça que
houve alterações no modo de viver no campo e, no seu caso, para melhor. Mesmo
que ressalte as dificuldades, o trabalho pesado, ela acredita que hoje há um campo
de possibilidades maior para manter-se como pequena proprietária.
Para os trabalhadores então, esse processo se mostrou muito mais
excludente, principalmente para aqueles que viviam nas terras de seus patrões, ou
tinham produção em pequena parcela de terra. Grande parte desses sujeitos teve
que abandonar esse modo de viver porque o ônus dessa permanência no campo
devia ser contida diante do avanço do projeto agroindustrial - que necessitava
ocupar mais terras com a produção. A vinculação desse trabalhador, em grande
medida, devia limitar-se, quando ocorresse, à atividade profissional - empreitas,
diárias, contratos-, e não à moradia no campo.
O interesse ao tratar esses projetos, como disputas pelo que se produz e
como se vive no meio rural, abordou tais distinções no convívio com a agricultura
familiar e sua integração aos projetos agroindustriais. Além disso, propus
intercâmbios mais complexo e contraditórios sobre a presença do capital no campo
e na cidade, assim como a relação com os trabalhadores e pequenos proprietários
que não provinham de renda para competir no mercado agroindustrial.
Ao tratar essas questões o interesse foi que os estudantes compreendessem
mudanças e permanências, conflitos e interesses, ambiguidades vinculadas à
proposta genérica de "agricultura familiar" em que muitos estão inseridos,
articulando as discussões da disciplina com essa realidade, retomando a dinâmica
histórica, avaliando como parentes, vizinhos, conhecidos, agiram nesse processo e,
também, eles vão tomar decisões sobre suas vidas.
EXPERIÊNCIA COMO TUTOR NO GRUPO DE TRABALHO EM REDE - GTR
As novas tecnologias da educação representa um desafio aos educadores,
principalmente as que envolvem o uso da informática. Levando em consideração
estas constatações é que o PDE oferece cursos da área tecnológica, ente eles
destaca-se o Curso de Formação de Tutores EaD, que nos possibilita atuar como
tutores no Grupo de Trabalho em Rede – GTR, o qual consiste em um curso na
modalidade EaD com a intenção de apresentar e socializar o Projeto de Intervenção
a outros professores pertencentes a rede pública do estado do Paraná.
As atividades com o grupo ocorreram no primeiro semestre de 2014, com a
participação de 20 professores e certificação de 64 horas. O curso acontece no
portal dia a dia educação, no espaço moodle é dividido por módulos, e são utilizadas
a ferramentas: fórum, diário e tarefa. Durante o curso houve a interação entre
professores e tutoria, o projeto e a implementação na escola foram amplamente
discutido, e a troca de experiências entre os participantes contribuiu muito para a
melhoria da minha participação no PDE e em sala de aula, mesmo quando tínhamos
divergências sobre como tratar e conduzir algumas discussões, como foi o caso em
relação ao processo de expropriação e investimentos nas agroindústrias da região.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização da implementação através das atividades propostas na Unidade
Didática permitiu aos alunos do 2º ano do Ensino Médio o conhecimento de temas
relacionados ao campo e ao espaço urbano da cidade de Anahy. Percebeu-se que
os conteúdos trabalhados favoreceu o desenvolvimento do pensamento critico,
buscando a transformação da realidade em que vive por meio de ações voltadas a
romper com problemas sociais.
Em relação a Agricultura familiar e a trajetória dos trabalhadores do campo e
da cidade no município de Anahy fica a expectativa de mudanças para que a
inserção desses sujeitos seja mais efetiva e que a saída do município não se
coloque como o caminho para aqueles que não se incluírem nos empreendimentos
agroindustriais.
FONTES
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