os desafios da escola pÚblica paranaense na … · portugueses, principalmente pelo príncipe...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: História da higiene no Brasil até o século XIX
Autor Soilene Sabatovicz
Disciplina/Área História
Escola de Implementação do projeto e sua localização
Colégio Estadual João Cavalli da CostaRua Moisés Lupion, s/n. Centro
Município da escola Palmital
Núcleo Regional de Educação
Pitanga
Professor Orientador Marcelo de Souza Silva
Instituição de Ensino Superior
Unicentro
Relação Interdisciplinar --------------------------------------------------
Resumo Esta Produção Didático-pedagógica, organizada na forma de caderno temático, tem por objetivo instigar os alunos do 8º ano, a pesquisar e descobrir peculiaridades sobre a História do Brasil, bem como, informações que possam contribuir para seu aprendizado na disciplina. Para isso pretende-se trabalhar a higiene ao longo da História, principalmente no Brasil durante o século XIX, pois de acordo com as Diretrizes Curriculares de História, do Paraná, é imprescindível o trabalho com a História do Brasil, de modo a promover maior significado aos conceitos históricos nos alunos, instigando-os a problematizar as situações estudadas, desenvolvendo assim suas habilidades e competências para compreensão do passado e, consequentemente sua consciência cidadã.Os costumes higiênicos da Europa, tiveram avanços e retrocessos, principalmente no cuidado com a higiene, o que influenciou a população brasileira que tinha contato com os europeus ou com os seus descendentes. As questões de higiene e os bons modos, vem sendo do interesse humano desde a antiguidade. Na Europa, principalmente entre as pessoas da corte, os bons modos, maneiras estas diretamente ligadas a higiene, passaram a
representar um sinal de civilidade, contrário as maneiras rudes dos camponeses.No século XIX, quando a corte portuguesa aqui chegou, trouxe consigo costumes europeus que foram seguidos pelos habitantes desta terra. O Brasil tornou-se sede do governo português e apresentou a população seu príncipe, dom João e seus bizarros hábitos de higiene pessoal. Nesse período houve mudanças de atitudes com relação aos habitantes das cidades brasileiras e a higienização teve destaque entre os programas do governo.
Palavras-chave História do Brasil, higiene, civilidade,
Formato do Material Didático
Caderno Temático
Público Alvo Alunos do 8º ano
SOILENE SABATOVICZ
HISTORIA DA HIGIENE NO BRASIL ATÉ O SÉCULO XIX
Caderno Temático apresentado em conformidade com as orientações da Coordenação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/SEED, sob a orientação do professor da IES – UNICENTRO – Universidade do Centro-Oeste, Guarapuava – PR. Orientador: Professor Doutor Marcelo de Souza Silva.
PALMITAL/PR2013
APRESENTAÇÃO
Esta Produção Didático-pedagógica está organizada em forma de caderno
temático e faz um histórico da higiene e sua evolução ao longo da História, com
seus progressos e regressos até o início do século XIX, tendo como foco principal a
vinda da família real para o Brasil, a conturbada viagem da Corte, até a sua chegada
no Rio de Janeiro em 1808 e os hábitos de higiene trazidos da Europa pelos
portugueses, principalmente pelo príncipe regente dom João, os costumes da
população brasileira que foram alterados com a chegada da nobreza ao Brasil, são
questões que muitas vezes passam despercebidas quando se trabalha esse período
da história na disciplina.
Outra questão que será trabalhada através deste caderno é a História da
higiene do corpo, como por exemplo o hábito de tomar banho todos os dias, que
nem sempre existiu como acreditamos ser normal atualmente. Pode-se dizer que
lavar-se com água, sabonete e xampu é um costume muito moderno, pois ao
pesquisar sobre esse assunto, compreende-se que ao longo da história houve
alguns tabus com relação ao banho, como também os bons modos a mesa nem
sempre foram da forma como hoje são concebidos, ou a limpeza e organização do
lar, inclusive muitos hábitos considerados comuns a alguns séculos, hoje causariam
repugnância a qualquer pessoa.
O objetivo deste material é contribuir para o aprendizado dos alunos e
instigá-los a pesquisar e aprofundar seus conhecimentos sobre a história do Brasil
no século XIX, principalmente os hábitos de higiene desta época e sua evolução ao
longo da história, bem como, refletir sobre as consequências desses hábitos na
sociedade brasileira.
Este caderno temático foi elaborado visando conter atividades que levem os
alunos a instigar sua curiosidade sobre os hábitos de higiene em diferentes tempos
e lugares, principalmente no Brasil, bem como promover, a partir das leituras,
pesquisas, análises e interpretações, o entendimento de que a noção sobre a
importância da higiene passou por mudanças ao longo do tempo e do espaço.
Também tem por objetivo estimular o aluno a presentificar os costumes higiênicos do
passado e tornar-se um pesquisador da História, assim como contribuir para a
superação das dificuldades de aprendizagem na disciplina de História.
1. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Segundo as Diretrizes Curriculares de História, do Paraná: “Para os anos
finais do Ensino Fundamental propõe-se, que os conteúdos temáticos priorizem as
histórias locais e do Brasil, estabelecendo-se relações e comparações com a história
mundial” (PARANÁ, 2008, p. 68).
De acordo com a proposta das Diretrizes Curriculares de História, é
imprescindível que se trabalhe com temáticas sobre a história do Brasil de modo a
promover maior significado aos conceitos históricos nos alunos, instigando-os a
problematizar as situações estudadas, desenvolvendo assim, suas habilidades e
competências para compreensão do passado e, consequentemente, sua
consciência cidadã.
Os costumes higiênicos na Europa, tiveram avanços e retrocessos,
principalmente no cuidado com a higiene pessoal, o que influenciou a população
brasileira que tinha contato com os europeus ou com os seus descendentes.
Na Europa durante a Idade Média até o século XVIII, dava-se muito valor a
aparência e aos bons modos a mesa, principalmente na vida cortesã, o que era visto
como uma “polidez de fachada.” Segundo Norbert Elias: A humanidade tem
interesse por questões sobre bons modos desde a Idade Média, a antiguidade
greco-romana e até mesmo em épocas anteriores já havia tal preocupação. Tanto
que em seu livro, “Erasmo de Rotterdam trata sobre o comportamento humano em
sociedade e fala com uma linguagem clara e com muita seriedade sobre a educação
e os modos que as crianças deveriam ser educadas” (ELIAS, 1994, p. 69).
Entre os conselhos que Erasmo escreve em seu livro sobre como educar
crianças, ele fala de atitudes incivilizadas que os seres humanos deixaram de
praticar e de outras que são aceitas como naturais, dentre estes: “Não deve haver
meleca nas narinas, diz ele mais adiante. O camponês enxuga o nariz no boné ou
no casaco e o fabricante de salsichas no braço ou no cotovelo” (ELIAS, 1994, p. 69).
Na Europa, principalmente entre pessoas da corte, os bons modos,
maneiras estas diretamente ligadas a higiene, passaram a representar um sinal de
civilidade, contrario as maneiras rudes dos camponeses.
No século XIX quando a Corte Portuguesa aqui chegou, trouxe consigo
costumes europeus que foram seguidos pelos habitantes desta terra. O Brasil
tornando-se sede do governo português apresentou a população seu príncipe, D.
João e seus bizarros hábitos de higiene pessoal.
Mudanças de atitudes com relação aos habitantes das cidades no Brasil e
questões de higienização tiveram destaque entre os programas do governo que
estavam ligadas a saúde, principalmente da população urbana. O trabalho dos
médicos, objetivando o combate de doenças, especialmente ligadas a falta de
higiene teve início neste mesmo século. Segundo Jurandir Freire Costa:
A medicina que desde o início do século XIX lutava contra a tutela jurídico-administrativa herdada da Colônia deu um largo passo em direção à sua independência, aliando-se ao novo sistema contra a antiga ordem colonial. Este progresso fez-se através da higiene, que incorporou a cidade e a população do campo ao saber médico (COSTA, 2004, p. 28).
Os médicos tiveram que fazer um trabalho junto as famílias para combater a
falta de higiene, causadora de várias doenças e para ganharem a confiança das
famílias “O que a higiene precisava desenvolver, como de fato o fez, era a ideia de
que os pais erravam por ignorância. […] no fundo eles desejavam para os filhos
aquilo que a higiene previa como correto e bom” (COSTA, 2004, p. 70-71).
2. MATERIAL DIDÁTICO E ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
2.1. Apresentação do Caderno Temático na Escola
Professor:
Primeiramente será apresentado o Caderno Temático, esclarecendo os objetivos e a
problemática que levou à escolha do tema, bem como os fundamentos teóricos que
embasaram a elaboração do referido material pedagógico, para que equipe
pedagógica e direção possam ter conhecimento da relevância da Produção Didático-
pedagógica para a realidade da Escola Pública e para a turma onde será realizada a
aplicação das aulas.
Aula 1
Professor:
Apresentação da Produção Didático-pedagógica aos alunos do 8º ano, possibilitando
troca de ideias a respeito do tema a ser trabalhado e relacionando-os ao Caderno
em questão. Será apresentado a metodologia da avaliação. Para as apresentações
será usado o projetor multimídia. Também será aplicado um questionário individual,
que visa verificar o conhecimento e o gosto pela disciplina de História. Você poderá
usá-lo no final da implementação para averiguar se houve mudanças com relação a
visão dos alunos sobre a disciplina.
Questionário individual.
Sexo: ( ) feminino ( ) masculino
Idade: _______
1 - Você gosta de História? Por que?
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2 - O que mais você acha interessante nesta disciplina? Justifique.
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3 - O que você acha menos interessante? Justifique.
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4 - O que você estudou no ano passado em História e que mais lhe chamou a
atenção? Por quê? O que lembra sobre o assunto?
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5 - O que você teve que estudar e não gostou? Você aprendeu alguma coisa sobre o
assunto?
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6 – E sobre a História do Brasil, o que você estudou até agora e que consegue
lembrar?
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7 - O que poderia mudar nesta disciplina para que ela se tornasse mais interessante
de se estudar?
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8 – Como você gostaria de ser avaliado nesta disciplina?
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Aula 2
Professor:
Levando em consideração o objetivo de instigar no aluno o gosto pela
disciplina de História, melhorando seu aprendizado, nesta aula, antes de entrar no
tema sobre higiene, pode-se falar um pouco sobre as peculiaridades da história,
coisas do cotidiano, que não estão nos livros didáticos e que podem despertar maior
interesse do aluno pela disciplina. Nas questões propostas para esta aula, o aluno
vai expressar sua opinião pessoal a respeito do tema.
HIGIENE E SUAS CURIOSIDADES
Você sabia que...
A História de muitas coisas pelas quais a humanidade passou não são
estudadas nos livros de História? E que essas passagens podem tornar a história
mais interessante de se estudar?
Os fatos são muitos, porém podemos começar descobrindo um pouco mais
sobre a higiene.
Ao longo de sua história, ao contrário do que se pensa, os seres humanos
nem sempre foram somente evoluindo.
Lembrando do asseio pessoal, por exemplo, houve uma época em que as
pessoas regrediram em relação a higiene, pois acreditavam que tomar banho era
pecado e que o mesmo enfraquecia a saúde.
Tinha gente que tomava banho uma ou duas vezes por ano e tinha gente
que passava a vida toda sem se banhar.
As pessoas eram aconselhadas a não sair de casa por alguns dias após
tomar banho, para não contrair as doenças que elas acreditavam estarem no ar.
Com relação a estas ideias dos nossos antepassados, o que você acha?
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Hoje, depois de muito estudo e da evolução da medicina, podemos afirmar que sem
uma boa higiene, em todos os sentidos, não teremos uma boa qualidade de vida.
Você concorda com isso? Justifique.
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Antes de conhecer um pouco mais sobre as peculiaridades da história da
higiene ou da “sujeira” temos que saber do que estamos falando. Não é mesmo?
Então vamos deixar claro o que é higiene:
Higiene é uma palavra que veio da Grécia. Vem de hygeinos, que significa,
em grego, “o que é são,” “o que é sadio.” Antes, sua origem, era um adjetivo usado
para qualificar a saúde.
As pessoas deviam ter “saúde higiênica.” Depois, a palavra virou um
substantivo, um conjunto de hábitos que se deve ter para conseguir o bem-estar e a
saúde. (Profuncionário, caderno 12, pag.14).
Para refletir e escrever:
1 - Para você, higiene e saúde estão ligadas ou podem existir separadas uma da
outra?
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2 – Você acredita que poderia existir outra definição para a palavra higiene? Qual?
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Para refletir:
Para Henry J. Temple, nobre inglês que viveu entre os séculos XVIII e XIX:
“Sujeira é só matéria fora do lugar.”
Você concorda com essa ideia de Henry J. Temple? Por quê?
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AULA 3
Professor:
Nas aulas 3 e 4 serão relacionados a higiene e os bons modos com a civilidade,
buscando facilitar o entendimento do aluno sobre o assunto e tentando despertar
sua curiosidade. Também será necessário verificar antecipadamente as condições
dos computadores do laboratório de informática da escola, para o uso da internet e
se for necessário, agendar o horário para levar os alunos, indicando e auxiliando-os
na busca pelos sites de pesquisa se houver necessidade.
HIGIENE E CIVILIDADE
Em nossa aula anterior vimos o que é higiene. No entanto, em alguns
momentos da História a higiene foi praticada apenas de “fachada” principalmente
pela nobreza, pois sua aparência e seus modos os distinguiriam das pessoas
comuns.
Segundo o historiador Norbert Elias a preocupação com os bons modos e
com a aparência são do interesse humano desde a antiguidade, mas especialmente
na Idade Média até o século XIX os bons modos, principalmente na vida cortesã
eram vistos como uma “polidez de fachada”. Apresentar-se limpo e ter bons modos,
passaram a representar um sinal de civilidade.
Civilidade: Conjunto de formalidades que regem o procedimento dos
indivíduos dentro da sociedade. Cortesia; urbanidade; polidez. (Dicionário Luft)
Civilidade: Conjunto de formalidades observadas pelos cidadãos entre si, em
sinal de respeito mútuo e consideração. ( Dicionário Aurélio)
Atividade de Pesquisa:
Refletindo um pouco sobre o que Norbert Elias escreve, vamos pesquisar
sobre o que seriam esses bons modos e porque ele chama isso de polidez de
fachada.
Para a pesquisa serão organizados grupos de alunos e esta será feita no
laboratório de informática da escola, os alunos anotarão os pontos principais no
caderno.
Aula 4
Professor:
Após a realização da pesquisa pode-se incentivar que os grupos apresentem os
pontos que mais lhes chamaram a atenção em um debate sobre os bons modos e a
importância de sua prática atualmente.
Atividade:
Discutir o significado da palavra civilidade.
Atividade complementar:
Para ilustrar e analisar melhor sobre o assunto vamos assistir trechos do
filme: “Turma da Mônica – Boas Maneiras”, após faremos a análise destes trechos,
debatendo com os alunos sobre a importância de termos bons modos.
Professor:
É importante assistir ao filme antecipadamente, pois, o vídeo completo possui
aproximadamente 7 minutos, mas os trechos que serão apresentados são:
- Mônica brigando com os meninos na rua e batendo no Cebolinha.
- Cebolinha comendo com as mão e falando com a boca cheia e depois arrotando
alto.
- Na escola de boas maneiras, quando todos chegam e começam a brigar.
- Durante a aula de boas maneiras à mesa, brigam durante a refeição e jogam
comida uns nos outros.
O vídeo está disponível em:
http://youtu.be/YHS34tkXdR8 Acessado em 17/09/2013
Atividades:
Em seu caderno, produza um pequeno texto sobre o tema pesquisado e
debatido. Em seu texto você deve tentar responder as seguintes questões:
Você conhece alguém que não considere civilizado? Qual o motivo? Essa
pessoa é bem vista pelos que convivem com ela? O que você sente quando está
próximo desta pessoa? Por que? Se fosse em outra época, ou seja, a alguns
séculos atrás, ela seria considerada não civilizada? Se ela quisesse, poderia mudar
suas maneiras? Se essa pessoa passasse a se comportar de forma diferente, ou
seja, com bons modos, isso seria para você, apenas uma “polidez de fachada”? Por
quê?
AULA 5
Professor:
Nesta aula você pode usar o vídeo sugerido, porém, deve conhecê-lo antes, pois
não há necessidade de assisti-lo na íntegra, então você poderá selecionar as cenas
que lhe tragam as informações pertinentes.
HISTÓRIA DA HIGIENE PESSOAL
A higiene do corpo, como por exemplo o hábito de tomar banho todos os
dias, nem sempre existiu como acreditamos ser normal em nossos dias. Pode-se
dizer que lavar-se com água, sabonete e xampu é um costume muito moderno, pois
ao pesquisar sobre esse assunto, podemos compreender que ao longo da história
houveram alguns tabus com relação ao banho, como também os bons modos a
mesa nem sempre foram da forma como hoje são concebidos, inclusive muitos
hábitos considerados comuns a alguns séculos, hoje causariam repugnância a
qualquer pessoa.
Para que possamos entender a mentalidade das sociedades em diferentes
épocas, com relação a higiene e sua importância na saúde ou bem estar, podemos
começar analisando a sociedade romana.
Antes de iniciarmos o estudo vamos assistir ao trecho de um vídeo sobre os
banhos públicos que existiam em Roma, desde antes de Cristo e após assistir, o
professor poderá fazer uma análise do vídeo e orientar os alunos para que no
caderno, eles façam anotações que sejam importantes sobre o mesmo.
Professor:
O vídeo possui 20 minutos e fala sobre os balneários romanos, mais
especificamente sobre um encontrado na Inglaterra e que está bem preservado,
podendo usar as imagens para que os alunos tenham melhor ideia de como eram e
para que serviam, pois os romanos acreditavam que as águas tinham o poder de
curar doenças. O vídeo mostra que os espaços eram separados para homens e
mulheres se banharem e haviam salas específicas para os escravos aguardarem
seus senhores saírem do banho. Nesses espaços também haviam templos para
adoração e altares para sacrifícios aos deuses e deusas.
Vídeo disponível em: http://youtu.be/pGMkccA7u08. Acessado em 17/09/2013.
Desde antes de Cristo, os gregos e os Romanos, apreciavam um bom banho
aquecido, o que para eles representava mais do que a simples higienização do
corpo. Segundo Paul Veyne, para eles “o banho não era uma simples prática de
higiene, e sim um prazer complexo, como a praia é para nós.” Em todas as cidades
greco-romana existiam banhos públicos e estes eram construídos para servir de
lazer aos habitantes destas. O objetivo dos banhos não era o de higienizar sua
população. Os gregos, assim como os romanos adoravam os banhos aquecidos,
porém nem todos se entregavam a esse prazer. Os pensadores, por exemplo,
acreditavam que manter-se limpo era sinal de fraqueza e só tomavam banho uma ou
duas vezes por mês. A barba suja de um filósofo constituía prova de austeridade, da
qual sentia orgulho.
Os banhos públicos podiam ser desfrutados pelos pobres por um preço
muito baixo. Nesses banhos a regra geral era a separação por sexo, ou seja,
homens e mulheres não banhavam-se juntos nas piscinas. Mas, com o passar do
tempo e a propagação do cristianismo, os banhos públicos começaram a ser
abolidos devido a exposição do corpo, então o prazer de banhar-se passou a ser
visto como um pecado. Os banhos mantiveram-se por algum tempo, reservando-se
porém aos enfermos.
Vamos analisar algumas imagens dos banhos públicos greco-romanos:
Fonte 1
Disponível em:http://thearcheology.wordpress.com/2010/06/23/thermae-os-banhos-na-roma-antiga-parte-1/ Acessado em 29/09/2013.
Fonte 2
Disponível em:http://thearcheology.wordpress.com/2010/06/23/thermae-os-banhos-na-roma-antiga-parte-1/ Acessado em 29/09/2013
Após a análise das imagens (Fonte 1 e 2) pode-se iniciar um questionário sobre as
mesmas, de acordo com as interpretações dos alunos.
AULA 6
Professor:
Antes de apresentar o texto aos alunos, pode-se fazer uma síntese sobre a
sociedade medieval, pois neste momento os alunos irão estudar a higiene na Idade
Média e início da Idade Moderna. Após a leitura do texto proposto os alunos poderão
dirigir-se ao laboratório de informática, para a realização da atividade de pesquisa,
por isso, é preciso verificar a disponibilidade dos computadores, para depois formar
duplas ou grupos maiores.
E AS COISAS VÃO MUDANDO...
Como o ser humano está em constante “evolução”, as coisas foram
mudando. E como!!!
Já no início da Idade Média o hábito de tomar banho foi ficando mais raro,
pois os príncipes carolíngios trocavam de roupa e tomavam banho no sábado. Mas
assim como a higiene do corpo foi diminuindo, a saúde das pessoas também foi
ficando abalada. A ideia que se tinha é que trocar de roupa bastava (se estivesse
muito suja) pois acreditava-se que a roupa fazia a limpeza necessária ao corpo,
retirando dele as impurezas que houvessem. Porém, isso trouxe sérios problemas
de saúde para as pessoas da época, entre eles a peste negra, ou peste bubônica.
Os cuidados com a higiene do corpo, assim como dos alimentos e moradia, tiveram
que ser revistos e já no final da Idade Média, estavam passando a ter o hábito de
lavar as mãos antes e depois das refeições (quanta higiene hem!).
Podemos dizer que o banho para nós é um ritual, mas por volta dos séculos
XIV e XV o ritual que antecedia o banho era destinado a livrar-se dos indesejáveis
piolhos, pois nesta época eles já causavam repugnância e ainda poderiam se
proliferar rapidamente, e no caso dos homens, poderia infestar também a barba, e
ter que raspá-la, significava perder a sua dignidade. Quem realizava a catação era
uma pessoa próxima, geralmente de sua intimidade.
No final da Idade Média, o moralismo em torno do banho tende a
desaparecer, pois segundo o historiador, Philippe Braunstein, haviam
recomendações para que além da lavagem corporal, se trocasse regularmente a
roupa de baixo.
E passando para o século XVII, ainda não podemos ter orgulho do asseio
corporal de nossos antepassados europeus, pois segundo Georges Vigarello, este
foi o século mais sujo de nossa história (FLANDRIN, 1991). Como exemplo
podemos citar um trecho do diário de um médico chamado Héroard, este foi médico
de Luís XIII, famoso rei da França. Em seus registros sobre a infância do rei, ele
escreve: Um corpo, mas sobretudo a cabeça e o rosto, alterados pela má higiene
alimentar […] pela insuficiência, pelos inadequados cuidados de limpeza […] a sarna
que em janeiro afeta-lhe a cabeça inteira, a sarna que lhe cingia a cabeça como uma
coroa. (FOISIL, 1991)
No diário deste médico, sobre a vida de Luís XIII, ainda é destacado que no
primeiro ano de sua vida a palavra 'lavar' aparece só uma vez.
Mas a falta de hábitos higiênicos era normal na corte francesa, sendo
comum conviver com a sujeira. A historiadora Madeleine Foisil diz que “Uma
orgulhosa sujeira reinava na corte, assim como escreve Philippe Erlanger”.
Estas informações sobre a Idade Média e início da Idade Moderna nos dão
ideia de como era a higiene pessoal neste período, pois os tabus em torno do corpo
eram muito presentes na mentalidade das pessoas, pois interferia na higiene
pessoal e isso resultava em doenças, entre outros males.
Atividades de pesquisa:
Conforme orientação da professora, será realizado uma pesquisa no
laboratório de informática do colégio. Sua pesquisa será feita com o objetivo de
responder as questões a seguir:
1 - Quais as doenças causadas pela falta de higiene no período citado?
2 - Como essas doenças poderiam ser evitadas?
3 - Qual a interferência destas doenças tanto na parte social, quanto econômica?
4 - Os problemas atingiam igualmente a área urbana e rural ou haviam diferenças?
Justifique.
5 - Essas doenças que você pesquisou, ainda existem? Onde os casos ocorrem?
Como são as condições de vida, em geral, dessas pessoas que ainda hoje passam
por problemas parecidos com o do homem medieval? Como isso poderia melhorar?
AULA 7
Professor:
Nesta aula, você pode selecionar previamente alguns jornais e revistas que tragam
notícias atuais sobre o tema trabalhado (doenças causadas pela falta de higiene) e
levá-los para que os alunos possam presentificar a situação, isso ajudará na
apresentação e debate.
Após a pesquisa, os alunos farão uma apresentação, em sala, com a
interferência da professora, para as complementações, quando houver necessidade.
Após as apresentações será feito um debate, comparando esses problemas
medievais com os atuais, tentando observar algumas permanências com relação a
doenças ligadas a falta de higiene e tentar levantar possíveis ideias para a solução
destes.
AULA 8
Professor:
Nesta aula você auxiliará os alunos na seleção de informações que eles colocarão
nos cartazes, podendo sugerir algumas. Após o termino destes, os mesmos poderão
ser expostos.
Depois de concluída a etapa de pesquisa e debate, os alunos
confeccionarão cartazes, informando as doenças que atingiam o medievo, por falta
de higiene e que ainda permanecem atualmente, bem como as possíveis formas de
prevenção destas, através da mudança de hábitos.
Aula 9
Professor:
Pode-se falar, nesta aula, sobre a diferença entre estar limpo e aparentemente
limpo. Um exemplo que pode ser usado é que haviam pessoas que para estarem
apresentáveis, em vez de escovar os dentes, limpavam apenas os dentes da frente.
Também poderá levar imagens de pessoas, representando épocas diferentes da
História. Sempre tentando instigar a curiosidade dos alunos para o conhecimento de
modos de vida em tempos passados e fazendo ligações com o presente.
Nas aulas anteriores, aprendemos um pouco sobre a higiene pessoal na
Idade Média, agora vamos ver algumas peculiaridades sobre a higiene e os bons
modos à mesa, também neste período.
BONS MODOS A MESA
Havia nos séculos XVII e XVIII, uma preocupação com as boas maneiras a
mesa e isso incluía a limpeza apresentada, bem como algumas regras quanto a não
comer com as mãos e nem levar os alimentos diretamente das travessas a boca. O
uso de talheres individuais passa a fazer parte das boas maneiras a mesa.
Segundo Norbert Elias, 1994, “Na Idade Média eram raros os talheres,
sendo uma faca compartilhada por todos à mesa. O garfo surgiu no final da Idade
Média e não era comum o seu uso”.
Debate:
O que será que quer dizer a frase, limpeza apresentada.
Aula 10
Professor:
Para as aulas 10 e 11, sua orientação aos alunos será muito importante, pois eles
realizarão uma pesquisa e formarão grupos para apresentar o tema em outras
turmas da escola. Esses grupos de alunos, formados segundo sua orientação,
confeccionarão cartazes, com imagens e escrita sobre o tema pesquisado, para
facilitar suas falas ao apresentar o trabalho nas outras turmas da escola.
Atividades:
1 - Se na Idade Média os talheres eram raros e todos compartilhavam os mesmos
objetos à mesa, as pessoas corriam algum risco de prejudicar sua saúde por causa
disso? Quando foi que as pessoas começaram a usar talheres individuais? Todos
passaram a ter esse hábito ao mesmo tempo? O que representava, cada um possuir
seu garfo, sua colher e sua faca, assim como seu guardanapo ou o seu pão? Será
que isso trouxe alguma mudança na sociedade de final de Idade Média e início de
Idade Moderna, já que isso ainda era novidade?
Podemos responder essas questões, entre outras, fazendo uma pesquisa sobre o
tema. Que tal começarmos agora no laboratório de informática.
Aula 11
Após a pesquisa:
Com orientação da professora, os alunos formarão grupos para confecção
de cartazes, expondo as curiosidades sobre o tema pesquisado. Depois, farão
apresentação para os demais alunos, passando nas salas de aula do ensino
fundamental, explanando o trabalho em cada sala. Ao encerrarem as apresentações,
os cartazes ficarão expostos na sala de aula da turma ou no mural se a escola tiver.
Professor:
Devido ao tempo, os cartazes deverão ser concluídos em contra turno.
Se os alunos tiverem disponibilidade e facilidade de uso de computadores, poderão
preparar a apresentação e levar no pendrive para apresentar a outras turmas.
Aula 12
Professor:
A higiene do lar é o tema das próximas aulas, você poderá trazer imagens
referentes ao tema e fazer uso dos recursos multimídia que a escola dispõe para
mostrá-las aos alunos.
Já sabemos um pouco sobre a higiene pessoal e também sobre os modos à
mesa, mas e quanto a higiene do lar? Nossos antepassados tinham cuidados com a
limpeza de suas casas?
HIGIENE DO LAR
Você sabia que somente no século XIX, na França é que a água chegará
aos apartamentos e pisos superiores, até então era necessário levar água até lá e
livrar-se dela após usá-la, assim como era preciso também eliminar os excrementos,
porém estes eram considerados estercos e quando as “ latrinas higiênicas - por ação
da água – tinham aparecido no século XVIII” não tiveram boa aceitação, pois os
franceses consideravam desperdício de água e adubo humano, ideia que só foi
abandonada no final do século XIX, com o uso de fertilizantes químicos.
Já a limpeza e higiene das casas mais simples no século XIX, na França,
não eram muito diferentes do que foi durante e Idade Média, segundo uma tese de
medicina da época
No mesmo reduto preparavam-se os alimentos, guardam-se os resíduos que servem de ração aos animais e os pequenos utensílios agrícolas; em um canto encontra-se a pedra de lavar louça, em outro as carnes salgadas; ali se fermenta o leite e o pão; há até animais domésticos que, partilhando esta estrita morada, vem ter ali suas refeições e satisfazer suas necessidades físicas; é nesta viciosa habitação, onde a chaminé, de boca demasiadamente larga e curta deixa cair uma coluna de ar glacial, repelindo a fumaça, que vivem o agricultor e sua família. (PERROT, 199', p. 352)
Atividades:
Os alunos confeccionarão cartazes, utilizando recortes de revistas e livros
velhos, para tentar montar o cenário descrito neste relato.
Aula 13
Professor:
Nestas aulas, a turma montará um teatro e sua orientação contribuirá em todas as
etapas deste trabalho, tanto na parte prática, como na escrita e ensaio da peça, que
terá que ser feito em contra turno. A apresentação poderá ser feita conforme o
espaço disponível na escola.
Conforme orientação da professora, reúnam-se para preparar um teatro,
montando um cenário como descrito e comportando-se como personagens
históricos, com relação a higiene pessoal e bons modos à mesa. Para que o público
entenda melhor sugere-se que este tenha um narrador ou que antes da
apresentação, se faça uma síntese para o público.
Aula 14
O teatro será apresentado para os alunos de outras turmas do colégio.
Aula 15
Professor:
Nesta aula, você poderá trazer no pendrive, que poderá usar nos recursos
multimídia da escola, para mostrar aos alunos, algumas imagens e informações
sobre as invenções a respeito da higiene, como por exemplo, a escova de dentes, o
papel higiênico, o sabonete, etc. Existem diversos sites para pesquisa.
No final do século XIX haviam alguns projetos de habitação para os
trabalhadores e que garantissem boas condições de segurança e higiene. Com
relação aos cuidados com o corpo nesse período também houve progressos, porém
essa higienização não estava livre de algumas regras: “Normas extremamente
rígidas regulam a prática do banho conforme o sexo, a idade, o temperamento e a
profissão” (CORBIN, 1991, p. 442).
Por questões de saúde haviam recomendações para estar limpo, porém a
água ainda representava uma ameaça a fertilidade da mulher e essa ideia dificultava
a higienização feminina. Devemos saber ainda, que o progresso higiênico não
acontecia da forma que concebemos hoje em dia. “Lavam-se com frequência as
mãos; todos os dias o rosto e os dentes, ou pelo menos os dentes da frente; os pés,
uma ou duas vezes por mês; a cabeça, jamais” (CORBIN, 1991, p.444).
Também no final deste século aparece a ducha, porém ela é pouco
difundida, além disso, havia um “regulamento da Escola Normal de Sèvres,
elaborado em 1881, reservando as duchas a doentes acompanhadas por uma
enfermeira” (CORBIN, 1991, p. 444).
Nesta época entendia-se ou confundia-se higiene com aparência, pois
“andar sem manchas nas roupas, evitar modos grosseiros, pentear os cabelos e às
vezes lavar as mãos e mais tarde usar perfume, bastava para os padrões higiênicos
da época” (CORBIN, 1991, p.444).
Na verdade, a ducha e o banheiro passaram a fazer parte do cotidiano das
pessoas a partir da metade do século XX.
Atividades:
Como visto no texto, a partir da metade do século XX, o banheiro e a ducha
passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Será que essa informação está
certa? Ou será que hoje, em pleno século XXI, ainda existem pessoas que não tem
banheiro em casa? Vamos fazer uma pesquisa para descobrir a realidade sobre
isso. Como será em nível de Brasil, estado e município? E internacionalmente, ainda
tem gente sem banheiro? Em que isso pode interferir, local e nacionalmente? O que
poderia ser feito para mudar esta situação? No site do IBGE você encontrará
algumas informações.
Sugestão de site para pesquisa:
http://www.ibge.gov.br/home/
BRASIL
Aula 16
Professor:
Nesta aula você poderá previamente levantar dados sobre o conhecimento dos
alunos a respeito da questão indígena no Brasil. Também é importante, comentar
sobre as viagens de descobrimento e as questões relacionadas a higiene nas
mesmas, bem como, é fundamental falar um pouco sobre cultura. Nas questões
apresentadas, espera-se que o aluno seja capaz de relatar seu conhecimento sobre
a História do Brasil, sabendo um pouco da História do descobrimento, o encontro do
europeu com o índio, as viagens marítimas, etc.
HIGIENE INDÍGENA
Como você sabe bem, no início do século XVI, as pessoas que já habitavam
o Brasil, antes dos europeus, passaram a conviver com os homens “brancos e
civilizados.” Civilizados, porém de hábitos nada higiênicos, se comparados aos
costumes indígenas, pois enquanto na Europa se tomava banho poucas vezes ao
ano, os índios banhavam-se nos rios todos os dias, inclusive, devido ao clima
tropical, esse banho acontecia várias vezes ao dia, assim como devido ao clima, não
havia necessidade de se vestir e era natural que homens, mulheres e crianças
andassem nus e sem se envergonhar ou escandalizar-se com isso. Houve então,
desde o primeiro momento, um desencontro cultural, o que sabemos que permanece
ainda hoje, não somente devido ao asseio ou vestimentas, mas a muitos outros
fatores.
Atividades para refletir e responder com suas palavras:
1 - O que você já ouviu falar ou já estudou sobre os índios do Brasil?
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2 - Por qual motivo os portugueses os chamaram de índios?
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3 - Como você vê o fato de os indígenas andarem nus, sem envergonhar-se ou
escandalizar-se com isso?
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4 - Como poderia ser explicado o “desencontro cultural” entre índios e europeus?
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Aula 17
Professor:
Nesta aula, você poderá falar da importância para a historiografia brasileira, dos
relatos, ou cartas, dos viajantes que estiveram no Brasil neste período. Também
poderá levar para a sala as obras de Gilberto Freyre, Casa-grande e Senzala e
Sobrados e Mucambos e falar de sua importância para o Brasil e o estudo da
História, sabendo que essas obras devem ser analisadas de acordo com a época
em que foram escritas.
No século XVI, quando o conquistador português chegou ao Brasil, se
escandalizou com o hábito do banho diário praticado pelos indígenas, mas aos
poucos foi se acostumando com isso, tanto que com o passar do tempo passou a se
banhar diariamente também. Segundo um sociólogo, muito importante para a
historiografia brasileira, chamado Gilberto Freyre:
“Da cunhã é que nos veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal. A higiene do corpo. O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de pente e espelhinho no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, reflete a influência de tão remotas avós.” (FREYRE, 1998, p.94)
5 – Você também acredita, assim como escreve Gilberto Freyre, que foram os
indígenas que ensinaram os brancos a terem hábitos mais higiênicos? Justifique.
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Durante os primeiros séculos da colonização do Brasil, muitos viajantes
europeus estiveram neste país e documentaram em suas cartas ou diários, o que
presenciavam aqui. Segundo Gilberto Freyre, um desses viajantes do século XVI, foi
o francês Jean de Léry que em seus relatos que “ficou encantado com a higiene
infantil e doméstica dos indígenas, que mesmo sem fraldas de pano, eram cuidados
pela mãe e cresciam com muita limpeza e asseio.” Alguns séculos depois, já não se
podia dizer a mesma coisa da higiene das crianças descendentes de europeus, pois
de acordo com o relato de Luccock, viajante que esteve no Brasil no século XIX, ao
visitar uma escola para meninos, ficou impressionado com a falta de alegria destes e
relata “que os achou ainda por cima pouco asseados. Olhos remelentos e dentes
sujos.” (FREYRE, 1998, p. 412)
6 – Se assim como Gilberto Freyre enfatiza, outros viajantes da época também
apontam a higiene indígena como algo encantador, então, por qual motivo hoje em
dia, entre muitos indígenas, em questão de higiene, as coisas não são mais como
eram?
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Aula 18
Professor:
Nesta aula, você poderá instigar seus alunos a uma reflexão sobre a sociedade atual
e o que ela representa para o indígena, que perdeu sua identidade cultural e não
tem os meios necessários para uma sobrevivência digna.
Analisando a situação:
Na cidade de Palmital, assim como em outras de nossa região, muitos
indígenas aparecem de vez em quando e ficam acampados em lugares públicos
como rodoviária, igreja, pátio da matriz, etc. Estes indígenas, durante o tempo que
estão na cidade, saem pedir comida nas casas ou no comércio do município. Ao que
parece, eles não são tão limpos como eram no passado, segundo os relatos
existentes. Nem suas crianças parecem estar crescendo asseadas como era no
início da colonização do Brasil.
7 – O que levou o indígena a mudar tanto os seus hábitos de higiene? Será que a
natureza está preservada para que ele possa desfrutar dela como a alguns séculos
atrás? Será que os rios podem ser utilizados para seus banhos? Eles podem
acampar em áreas rurais, na beira de rios, pescar, caçar e coletar frutos da natureza
para a sobrevivência de suas famílias, ou será que estas terras, assim como as
margens dos rios tem seus donos? O que há de errado então com a higiene dos
índios? Será que tem gente privando eles da limpeza? Se você já passou por eles,
ou esteve nos lugares onde eles ficam acampados, então presenciou a situação e se
não pode ver de perto, certamente já ouviu comentários. Então converse com seus
familiares a respeito disso e com suas próprias reflexões, produza uma narrativa
sobre este tema.
Os moradores de rua, ou andarilhos, também não estão em melhor situação
que a dos indígenas, pois sua condição não oferece lugares apropriados para a
higiene pessoal ou alimentar.
Aula 19
Professor:
Nesta aula você poderá levar informações sobre o trabalho escravo no Brasil
colonial, mostrando imagens na TV pendrive, livros ou revistas e instigar o aluno a
pesquisar sobre os diversos tipos de trabalho que eles desenvolviam.
HABITAÇÕES E TRABALHO ESCRAVO:
Nos primeiros séculos da colonização brasileira, houve grande influência dos
costumes e hábitos dos africanos, que foram trazidos para o Brasil para serem
escravizados e que aqui sofreram duras penas, como trabalhos forçados e castigos
físicos, além da diferença cultural entre eles e os europeus aos quais tinham que
obedecer. Dos trabalhos sujos que tiveram que realizar, o mais destacado era o
trabalho dos “tigres,” assim conhecidos os africanos escravizados e que eram
incumbidos de levarem os dejetos das casas de seus senhores, até a praia, em
barris, que quando cheios, vazavam o seu líquido e escorriam na pele negra do
escravo, dando um tom esbranquiçado e por essa aparência, o negro que fazia este
tipo de serviço, ficou conhecido vulgarmente como tigre. Os negros escravizados,
realizavam o trabalho sujo, mas não por isso se pode dizer que eram sem higiene,
pois segundo a historiografia:
Barris que nas casas-grandes das cidades ficavam longos dias dentro de casa, debaixo da escada ou num outro recanto acumulando matéria. Quando o negro os levava é que não comportavam mais nada. Iam estourando de cheios. De cheios e de podres. As vezes largavam o fundo, emporcalhando-se então o carregador da cabeça aos pés. […] Entretanto, não foi com o negro que se introduziu no Brasil o piolho; nem a 'mão de coçar,' nem o percevejo de cama. E é de se presumir que o escravo africano principalmente o de origem maometana, muitas vezes experimentasse verdadeira repugnância pelos hábitos menos asseados dos senhores brancos. (FREYRE, 1998, p. 462)
Vamos visualizar o trabalho dos “tigres” através de imagens desse trabalho
sujo que os negros escravizados eram obrigados a realizar para os seus senhores:
Fonte 1 Fonte 2
Professor:Após a análise das imagens (fonte 1 e 2), pode pedir para que os alunos façam uma descrição das mesmas, descrevendo as cenas, personagens retratados, etc.
Fonte 1 disponível:http://imagemetempo.blogspot.com.br/2011/05/situacao-sanitaria-e-os-
tigres-do-rio.html Acessado em 29/09/2013Fonte 2 disponível: http://www.jangadabrasil.com.br/maio21/of21050b.htm Acessado em 29/09/2013
Atividades:
Agora que você sabe um pouco sobre o trabalho dos tigres, que tal realizar
uma pesquisa para saber um pouco mais sobre este assunto. Na internet, você
encontrará várias informações. Novos conhecimentos sempre são bem vindos, não
é mesmo? Então esta tarefa fica por sua conta.
Aula 20
Professor:
Nesta aula os alunos devem produzir uma história em quadrinhos, por isso, você
poderá levar para sala, vários livros, gibis, entre outros, com histórias em quadrinhos
para seus alunos apreciarem antes de iniciarem o trabalho desta aula.
Agora... mãos a obra:
Utilizando seu conhecimento e criatividade, em uma folha branca, você vai
criar uma história em quadrinhos, sobre o tema estudado. Pode imaginar cenas do
cotidiano e escrever os diálogos de forma bem humorada. O artista é você. Capriche
em sua obra!
Aula 21
Professor:
Nesta aula você poderá falar da importância da História oral e do valor que pode ter
uma conversa com as pessoas mais velhas, sendo elas, muitas vezes, testemunhas
vivas de acontecimentos recentes da nossa história.
E AS CASAS MAIS HUMILDES, COMO SERIAM?
As habitações dos ricos proprietários de escravos ou a casa-grande, como
denomina Gilberto Freyre, não era modelo de higiene, assim como seus moradores
também padeciam pela falta desta. Mas as casas mais simples também não
recebiam muitos elogios dos viajantes, que estiveram no Brasil no século XIX, pois
ao buscar abrigo, sempre atentos ao asseio e a higiene, eles apontam “a falta de
acomodações, o chão batido e a fumaça que enchia o único ambiente, em razão da
ausência de chaminés e das poucas janelas” (ALGRANTI, 1997, p. 100).
Com o passar do tempo as casas foram modificando e passando a ter duas
cozinhas, uma ficava do lado de fora, assim os alimentos mais demorados em seu
preparo eram ali cozidos, assim passou a ter menos sujeira e fumaça dentro de
casa, mas, as boas maneiras à mesa no Brasil, deixavam, ainda no século XIX,
muito a desejar, pois comia-se com as mãos. “Por essa época, visitando Salvador,
Lindley observou que era 'costume do país comer com as mãos, mesmo que os
convidados fossem finos'” (ALGRANTI,1997, p.122).
Porém alguns hábitos devem ser destacados, como o de lavar as mãos
antes das refeições e lavar os pés antes de dormir. Os banhos quentes eram
também recomendados para curar resfriados. “Desde o século XVIII haviam
recomendações que deveriam fazer parte da higiene cotidiana, como o de lavar as
mãos e o rosto com água fria pela manhã e de espreguiçar-se, além de pentear o
cabelo e limpar os dentes, isso serviria para fazer o corpo funcionar bem e para não
estragar os dentes e nem o hálito.” (PRIORE, 1997, p. 304)
Para ilustrar uma cena do cotidiano na hora das refeições, temos a imagem
seguinte. Vamos fazer a análise da mesma:
Fonte 1
http://commons.wikimedia.org/
Disponível em:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=13&evento=1 Acessado em 07/10/2013.Atividades:
Descreva a cena representada na imagem (fonte 1).
Descreva o que você vê e pode estar relacionados com o que já se estudou sobre
hábitos de higiene.
Descobrindo a História através da conversa:
1 - Será que alguns dos hábitos descritos no texto, ou construções como as citadas,
estão presentes ainda hoje? Converse com seus familiares e tente descobrir como
eram as construções no passado e como eram os hábitos de higiene a algumas
décadas atrás? Escreva sobre essa conversa e o que mais lhe chamou a atenção,
assim como o motivo disso.
Descobrindo a História através da pesquisa:
2 - Como seriam os modos à mesa, aqui no Brasil, já que era normal comer com as
mão? Temos que descobrir não é mesmo? Então vamos pesquisar para saber.
Depois anotamos no caderno para poder apresentar aos colegas.
Aula 22
Professor:
Nesta aula convém fazer uma análise da situação da Europa, levando em
consideração a Revolução Francesa e as consequências desta para Portugal e
Brasil. Você poderá fazer esse trabalho inicial com os recursos que possuir e da
forma que melhor preferir.
A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL
No século XIX, um acontecimento inusitado, trouxe profundas mudanças
para a população que vivia no Brasil: a chegada da Corte Portuguesa e da Família
Real no Rio de Janeiro em 1808. Ao desembarcar, as mulheres portuguesas já
traziam sinais dos hábitos nada higiênicos, que lhes causara sofrimento durante a
viagem nos navios que os transportaram de Portugal até sua colônia na América.
Seus cabelos foram raspados pela infestação de piolhos durante a viagem e por isso
foram obrigadas a desembarcar usando turbantes na cabeça.
Agora vamos pesquisar:
No século XIX a Corte Portuguesa e a Família Real vieram para o Brasil. Você sabe
explicar o motivo de terem deixado Portugal, assim como estarem abrindo mão do
luxo e do conforto que tinham lá? Será que eles gostavam muito do Brasil e queriam
viver aqui?
Faça uma pesquisa para descobrir o que levou a Corte a mudar para o Brasil. Qual
foi o principal motivo?
Aula 23
Professor:
Nesta aula serão apresentados três vídeos aos alunos e sua interferência nos
momentos de maior destaque é fundamental para melhor assimilação por parte dos
alunos, a respeito do tema estudado.
Para complementar sua pesquisa e o que foi visto no texto, vamos assistir a trechos
dos vídeos que foram baseados no livro Dom João Carioca e a corte no Brasil de
Lilia Moritz Schwarcz:
Vídeo 1 “Nos tempos de Bonaparte”
Duração de aproximadamente 5 minutos e ilustra as ordens de Napoleão Bonaparte
a D. João para que rompam as relações com a Inglaterra.
Disponíveis em:
http://www.youtube.com/watch?v=vMCGkrGB9E4&feature=share&list=PL401CB23CF025E581
Vídeo 2 “Ir ou não ir, eis a questão”
Duração de aproximadamente 5 minutos e ilustra a saída de Portugal e os navios
escoltados pela frota inglesa.
Disponíveis em:
http://www.youtube.com/watch?v=w-BLqvhYPGk&feature=share&list=PL401CB23CF025E581
Vídeo 3 “Homens ao mar”
Duração de aproximadamente 4 minutos e trata da viagem pelo mar e os problemas
que tiveram pela falta de higiene, como a infestação de piolhos. A chegada na Bahia
e depois ao Rio de Janeiro.
Disponíveis em:
http://www.youtube.com/watch?v=QvWSE-sF-w4&feature=share&list=PL401CB23CF025E581Todos os vídeos dessa aula foram acessados em 24/09/2013
Aula 24
Professor:
Nas aulas 24, 25 e 26, será apresentado para a turma, um dos personagens mais
interessante da História do Brasil e a sua tão polêmica esposa. Sugere-se comentar
sobre as características deste monarca e dos arranjos matrimoniais que eram
normais na época, além de falar de sua contribuição para a História do Brasil, não
esquecendo de comentar sobre a Biblioteca Nacional.
DOM JOÃO, O PRÍNCIPE NO BRASIL:
A figura que mais se destaca, entre todos os que vieram de Portugal,
certamente era a de Dom João, pois tinha costumes um tanto bizarros, por exemplo,
não tomava banho e também não gostava de trocar de roupa, usava-as até
apodrecerem no corpo, quando estas rasgavam, seus criados as costuravam
enquanto ele dormia, vestido nelas é claro. Banho, dizem que Dom João tomou dois,
durante a vida toda. Andava com as mãos gordurosas e mesmo assim as pessoas
faziam filas para as beijarem, numa cerimônia chamada de “beija mãos,” onde
aproveitavam para pedir e também bajular o príncipe.
[…] um príncipe com poderes de rei, príncipe aburguesado, porcalhão, os gestos moles, os dedos quase sempre melados de molho de galinha, mas trazendo consigo a coroa; trazendo a rainha, a corte, fidalgos para lhe beijarem a mão gordurosa mas prudente […] (FREYRE, 2004, p.105).
Como Gilberto Freyre diz, Dom João era um homem muito prudente, pois
mesmo com a fama de medroso, conseguiu enganar Napoleão Bonaparte e fugir de
Portugal em segurança. Foi ele também que transformou o Brasil em reino, não
sendo mais, apenas uma colônia de Portugal, assim como deixou uma herança
cultural muito grande, com a fundação da Biblioteca Nacional e trazendo milhares de
livros para cá. Foi também responsável por muitas outras coisas importantes para a
melhoria do Brasil na época.
Um artista francês, que esteve no Brasil, no século XIX, chamado Jean
Baptiste Debret, entre muitas obras, pintou o retrato de Dom João e de sua esposa
Carlota Joaquina. A imagem parece de um casal que vivia em harmonia. Na verdade
a história nos diz o contrário. Vamos ver e analisar a imagem:
Fonte: http://pt.wikipedia.org/ Disponível em:http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=972&evento=5 Acessado em 29/09/2013.
Texto complementar:
A higiene do rei
“O gosto pela higiene também não era muito forte no monarca. Não havia
memória, nem em Lisboa nem no Rio de Janeiro, de d. João ter tomado um banho
de corpo inteiro. No Brasil, apenas quando um carrapato mordeu sua perna,
infeccionando-a, aderiu aos banhos de mar, tidos como medicinais. Vestia-se com
desmazelo. Suas roupas, sempre gastas, com grandes nódoas de gordura, eram
usadas até caírem de podres. Os criados aproveitavam as suas longas sestas para
remendá-las sobre o próprio corpo do monarca. Era extremamente glutão, e a lenda
dos franguinhos que passou à história pitoresca foi registrada por vários viajantes.
Trazia-os sempre nos bolsos do casaco, comia-os com frequência mesmo entre as
refeições, e eram especialmente preparados para ele por um cozinheiro francês, já
sem os ossos, para facilitar-lhe o trabalho.” (LUSTOSA, 2006, p. 32-33)
Para saber um pouco mais sobre esse personagem da história do Brasil,
vamos assistir mais alguns trechos de vídeos sobre o tema. Estes também são
baseados no livro Dom João carioca e a Corte no Brasil de Lilia Moritz Schwarcz:
Vídeo 4 “Venha cá, meu rei”
Duração de aproximadamente 5 minutos e trata sobre a Família Real na Bahia e os
pedidos desse povo. A abertura dos portos e autorização de fabricas e escola de
medicina, etc.
Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=2N5wBvpgyXE&feature=share&list=PL401CB23CF025E581
Vídeo 5 “Olha a Corte aí, gente”
Duração de aproximadamente 5 minutos e conta sobre a Corte no Rio de Janeiro, o
problema de habitação para milhares de recém-chegados e a esperança do povo.
Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=VaHrSAFBf1U&feature=share&list=PL401CB23CF025E581
Vídeo 6 “Uma Corte brasileira com certeza”
Duração de aproximadamente 5 minutos e mostra a cerimônia do Beija mãos, os
pedidos ao rei e as reclamações por conta dos problemas de moradia e dificuldade
de adaptação dos portugueses ao calor do Rio de Janeiro.
Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=8RrCMbOZTsA&feature=share&list=PL401CB23CF025E581Todos os vídeos dessa aula foram acessados em 24/09/2013.
Aula 25
Atividade de pesquisa biográfica:
Que tal saber um pouco mais sobre a vida de Dom João VI, pesquisando na
internet, em livros ou revistas que falem sobre ele. A pesquisa pode ser realizada em
dupla, mas todos os alunos devem escrever em seu caderno o que foi pesquisado
sobre esse rei.
Aula 26
CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL
Dom João VI, assim como sua esposa, eram um casal muito polêmico entre
os historiadores, pois alguns dizem que o rei era medroso, preguiçoso, entre outros
adjetivos e outros ainda dizem que ele era muito astuto, pois foi o único rei que
enganou Napoleão Bonaparte.
Assim como seu marido, a princesa Carlota Joaquina, também é a causa de
grandes debates entre pesquisadores, pois para muitos ela era uma mulher
ambiciosa, feia, infiel e foi capaz de tramar contra seu marido, para outros ele foi
uma mulher muito conservadora.
No filme, Carlota Joaquina – princesa do Brasil, de Carla Camurati, tanto
Dom João, como Carlota Joaquina, são muito criticados. Vamos assistir alguns
trechos do filme, depois faremos uma análise destes, relacionando-os com a
historiografia.
Carlota Joaquina, Princesa do Brazil - Família real portuguesa
O filme retrata a vida de Carlota Joaquina, a infanta espanhola que conheceu o
príncipe de Portugal com apenas dez anos, decepcionando-se com o futuro marido.
Sempre mostrou disposição para seus amantes e pelo poder e se sentiu
tremendamente contrariada quando a corte portuguesa veio para o Brasil, tendo
uma grande sensação de alívio quando foi embora.
(Carlota Joaquina, Princesa do Brazil), Comédia, Brasil, 1995, 100 min., COR.
Direção: Carla Camurati.
Vídeo 1 – Neste trecho de aproximadamente 6 minutos, D. João é aconselhado pela
Inglaterra a transferir a corte portuguesa para a Colônia Brasil.
Disponível em:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17283# Acesso em 25/09/2013
Vídeo 2 - Neste trecho de aproximadamente 8 minutos, a diretora narra os eventos
relacionados à fuga da família real portuguesa para o Brasil e sua chegada em solo
brasileiro.
Disponível em:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17284 Acesso em 25/09/2013
AULA 27
Professor:
O vídeo 3 não está disponível no site do dia a dia, portanto, se você não possui o
filme Carlota Joaquina – Princesa do Brasil, tem que procurar baixá-lo ou alugar o
mesmo para usá-lo na aula.
Vídeo 3 – Seleção de cenas que aparecem D. João e a sua Corte em banquetes ou
momentos de reuniões, onde dom João está sempre com pedaços de frango nas
mãos e com as roupas sujas, assim como a cena em que um súdito costura as
roupas de D. João enquanto ele dorme e também quando ele pede para parar a
carruagem em que está, para obrar (fazer cocô) e após terminar, pede comida.
Estas cenas estão em vários momentos do filme: Aos 36-38m, 45-47m, 51-59m,
1h.02m-1h.4m e 1h.15m, aproximadamente.
Vídeo 4 – Nesse trecho, de aproximadamente 2 minutos, D. João VI conversa com
seu filho D. Pedro sobre a possibilidade de proclamar a Independência do Brasil.
Disponível em:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17285 Acesso em 25/09/2013
Trabalho sobre o filme:
As cenas assistidas, mostram de forma bem humorada, os hábitos de dom João e
da nobreza que o acompanhava. Tendo como base as cenas assistidas, faça uma
descrição, do que você percebeu e que é diferente do que imaginava, sobre o rei e
sobre as pessoas da nobreza, daquela época. O que mais lhe chamou a atenção?
Por quê? Anote em seu caderno. Após será feita apresentação e as considerações
da professora sobre essas cenas.
Aula 28
Professor:
Nas aulas 28, 29 e 30, será tratado sobre as mudanças ocorridas no Brasil com a
vinda da Corte e sobre o trabalho dos médicos que vieram para cá com o objetivo de
combater as epidemias, que na maioria das vezes existiam por falta de higiene.
Mostrar que os médicos não tiveram logo nos primeiros tempos, a confiança das
famílias, que preferiam confiar na medicina popular do que na ciência, fazendo
analogia com o que ocorre ainda hoje nesta área.
AS TRANSFORMAÇÕES NO BRASIL:
Após a chegada da Corte, o Brasil passou por transformações,
principalmente a cidade do Rio de Janeiro deveria ser modernizada, ela seria a sede
do governo português, mas os problemas sanitários eram graves e os médicos não
eram bem aceitos pela população em geral, que confiavam mais nos saberes
populares, das benzedeiras ou curandeiros e nas sangrias praticadas pelos
barbeiros.
Os médicos tiveram de fazer um trabalho junto as famílias para combater a
falta de higiene, causadora de várias doenças. E para ganharem a confiança das
famílias “O que a higiene precisava desenvolver, de fato o fez, era a ideia de que os
pais erravam por ignorância. (…) no fundo eles desejavam para os filhos aquilo que
a higiene previa como correto e bom”. (COSTA, 2004, P.70-71).
Atividades:
Em dupla, pesquise sobre as transformações, ocorridas no Brasil, principalmente no
Rio de Janeiro, com a vinda de Dom João para cá.
Discuta com seu colega de dupla sobre a importância dessas transformações para o
Brasil e a sua independência. Anote no caderno suas conclusões.
A respeito da medicina, como você vê o trabalho dos médicos? Você considera
importante a medicina preventiva? Justifique.
Trabalho em grupo:
Discuta com seus colegas de grupo sobre o tema estudado, analisando as seguintes
questões:
Hoje em dia, com todos os avanços na medicina, ainda existem benzedeiras,
curandeiros ou pessoas que de alguma forma fazem o trabalho que caberia a
profissionais da área da medicina. Por que as pessoas doentes procuram a cura
através de outros meios, que não a medicina tradicional e esperam serem curadas
com ervas ou orações ao invés de fazer um tratamento comprovado cientificamente?
Anotem suas conclusões no caderno e apresentem para a turma.
Aula 29
OS PROBLEMAS SANITÁRIOS
Os médicos higienistas, não tiveram o seu trabalho facilitado pela população,
no entanto não teriam de qualquer forma, pois a falta de rede de esgotos, que só
começaram a ser construídas depois de 1860 e isso fazia com que as cidades,
principalmente o Rio de Janeiro, que era a mais modernizada nesta época, tivesse
uma infestação muito grande de mosquitos, não somente isso, mas cupins, mofos,
insetos, calor, falta de higiene, tudo contribuía para a infestação de epidemias.
Segundo Gilberto Freyre, a disponibilidade dos “tigres” para dar fim aos dejetos
humanos, fez tardar a construção de rede de esgotos.
Além da falta de higiene, as famílias davam mais confiança a cura alcançada
por outras formas, como por exemplo, o culto a certos santos que tinham poder de
curar doenças específicas e também remédios feitos até mesmo de excrementos.
Pratica herdada da medicina popular europeia.
“Sergio Buarque de Holanda estudou outras práticas médicas populares,
recorrentes na Colônia e no Império. […] Na Regência ainda se fazia um unguento,
supostamente útil para prevenir a queda dos cabelos, com a gordura do corpo dos
escravos e outros indivíduos enforcados em sentença criminal.” (ALENCASTRO,
2007, p. 76)
Nos anos de 1830-2 ocorreu uma pandemia mundial de cólera, atingindo as
regiões tropicais, assim como Europa e regiões norte-americanas. Os problemas
sanitários eram muitos, a cólera poderia trazer muitos prejuízos aos senhores se
eles perdessem muitos escravos, uma solução seria calçá-los, mas se eles usassem
sapatos, como poderiam se diferenciar dos livres e libertos? A ideia era de que eles
os usassem somente enquanto durasse o surto de cólera.
Atividade de pesquisa:
Em grupo, conforme a orientação da professora, pesquise sobre as epidemias
causadas pelos problemas sanitários no Brasil logo após sua independência. O que
eram esses problemas sanitários e quais as classes sociais que essas doenças
atingiam. Anote em seu caderno.
Aula 30
Em grupo, conforme a orientação da professora, pesquise sobre as epidemias
causadas pelos problemas sanitários no Brasil atualmente e tente descobrir quais
classes sociais ela atinge.
Aula 31
Professor:
Nestas aulas finais o projeto será concluído por parte dos alunos e professor.
Atividade:
Apresentem para a turma suas conclusões sobre a importância da vinda da família
Real para o Brasil, sua modernização e a independência do mesmo.
Aula 32
Encerramento do projeto com uma exposição oral, fazendo um apanhado geral
sobre o tema estudado e levantando junto aos alunos, sua mudança de ponto de
vista com relação a História.
AVALIAÇÃO:
A avaliação será feita, com a participação dos alunos em todas as atividades
propostas para o desenvolvimento do trabalho. Será levado em consideração seu
trabalho individual, também sua participação nas atividades em dupla ou grupo, bem
como a participação nos debates e apresentações, enfim, o educando será avaliado
em todas as etapas e com todas as formas de participação.
Segundo as Diretrizes Curriculares de História, do Paraná:
A fim de que as decisões tomadas na avaliação diagnóstica sejam implementadas na continuidade do processo pedagógico, faz-se necessário o diálogo acerca de questões relativas aos critérios e à função da avaliação, seja de forma individual ou coletiva. Assim, o aprendizado e a avaliação poderão ser compreendidos como fenômeno compartilhado, contínuo, processual e diversificado, o que propicia uma análise crítica das práticas que podem ser retomadas e reorganizadas pelo professor e pelos alunos. (Paraná, 2008, p. 79)
Assim como propõe as Diretrizes Curriculares de História, do Paraná, é
necessário avaliar o aluno, segundo suas potencialidades e de diversas maneiras,
pois isso dará oportunidade para que o aluno mostre suas habilidades e ao
professor a oportunidade de retomar e reorganizar sua prática pedagógica, se
necessário.
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http://diaadiaeducacao.pr.gov.br
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