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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

Plataforma Moodle – e suas possibilidades no ensino aprendizagem

para formação continuada dos profissionais da educação.

José Maurício Teixeira1

Mário Cézar Lopes 2

RESUMO:

Este artigo tem por objetivo apresentar o resultado dos estudos, pesquisas e atividades práticasdesenvolvidas no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. O tema central é a formaçãocontinuada de professores e pedagogos utilizando a Plataforma Moodle. Tendo como referencialteórico, autores como: LIBÂNEO (2004), MORAN (1994), MOROSINE (2006), SAMPAIO e LEITE(1999), etc., desenvolveu-se um material didático, o qual foi trabalhado com os cursistas, contendosugestões de recursos tecnológicos, textos e metodologias apropriadas para a construção doconhecimento material este, utilizado com os participantes durante o curso via Plataforma Moodle. Otrabalho foi desenvolvido junto aos professores e pedagogos sendo que, as atividades realizadasforam acompanhadas por professores participantes do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), ProfessorOrientador e Equipe Pedagógica do estabelecimento de ensino de lotação. Como resultado principal,destacamos a percepção dos cursistas do curso oferecido sobre a importância da FormaçãoContinuada, não se limitando apenas aos oferecidos pela mantenedora.

PALAVRAS-CHAVE: Plataforma Moodle, EaD, Formação Continuada.

1 INTRODUÇÃO

As novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) oferecem uma

proposta interativa à educação, oferecendo uma aprendizagem pautada nas

diversidades individuais e na capacitação do aluno, trabalhando no desenvolvimento

de sua autonomia nos processos de construção de novos conhecimentos.

Este novo paradigma educacional propõe contextualizar e interagir a

realidade e o trabalho vivenciado nas escolas com os conteúdos e conceitos

construídos e explorados nos cursos de formação.

A formação continuada foi uma proposta do Ministério da Educação para

atualizar a prática educacional, visando atender os anseios dos profissionais frente

aos desafios educacionais contemporâneos e buscando a melhoria da qualidade do

ensino.

1 Professor PDE na área de Geografia. Especialista em Educação e Gestão Ambiental e Gestão e Organização Escolar.2 Professor do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Mestre em Educação.

Nesta perspectiva, Libâneo (2004, p. 227) descreve que:

O termo formação continuada vem acompanhado de outro, a formaçãoinicial. A formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos epráticos destinados à formação profissional completado por estágios. Aformação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando oaperfeiçoamento profissional e prático no próprio contexto de trabalho e odesenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercícioprofissional.

Como o processo ensino-aprendizagem está em constante construção e

reconstrução, torna-se necessário inovar constantemente as formas de transmissão

do conhecimento, através das diferentes ferramentas e recursos tecnológicos

disponíveis.

Para tanto, devemos entender que tecnologia é um meio, e os meios

significam que estão a serviço dos fins. São apoios, ferramentas que utilizamos para

que facilitem algum trabalho. De acordo com essa perspectiva, Ribeiro (2013, p.3)

afirma:

A tecnologia, enquanto domínio de uma técnica e o meio para umdeterminado fim ou uso, é o resultado de uma atividade essencialmentehumana. Nesse sentido, teve e tem uma evolução histórica, desde aprodução de instrumentos rústicos no paleolítico às sofisticadas máquinascom tecnologia computadorizada para uso na medicina de hoje, porexemplo. Quer dizer, toda tecnologia, todo avanço tecnológico tem porfinalidade a realização de desejos humanos. Do conforto, criando,aperfeiçoando instrumentos de uso diário. Voltados ao trabalho, à produçãoda existência em maior escala e menos tempo. Para a cura, com oaperfeiçoamento das técnicas médicas.

É importante a utilização de tais recursos e técnicas, porém é preciso

reconhecer que os professores devem participar de todo o processo de ensino

aprendizagem vinculados ao uso dos recursos com objetivos bem definidos para que

não fique somente a técnica pela técnica.

2. PLATAFORMA MOODLE

A atual e acelerada renovação dos meios tecnológicos nas mais diversas

áreas de influência, de modo considerável as mudanças que ocorrem na sociedade.

A abertura dessas novas tecnologias da informação e comunicação contribui para as

transformações sociais e desencadeia uma série de mudanças na construção do

conhecimento. A escola, bem como os outros lugares não pode ficar aquém dessas

transformações.

O que temos nos dias de hoje são alunos com maior acesso a tecnologia, e

espera-se que as escolas estejam preparadas para trabalhar nesta nova concepção

de escola onde se busca aulas mais interessantes e que motivem os alunos.

Na atual conjuntura educacional não se pode desvincular a utilização dos

recursos tecnológicos, da melhoria de qualidade no ensino. Esta inovação

tecnológica constante dispõe a seus usuários cada vez mais recursos, que podem ou

não ser utilizados adequadamente com fins pedagógicos. Desta forma o professor

tem um papel fundamental na seleção e ajuste de diferentes estratégias para a

utilização desses recursos, uma vez que o objetivo principal é a assimilação do

conteúdo por parte do aluno. Nesta perspectiva, Morosini (2006, p.73) afirma que:

A tecnologia no ensino, sem dúvida, está modificando a forma deentender a cognição e o papel tanto dos estudantes como dosdocentes. Trata-se, sobretudo, de redimensionar personagens(alunos e professores), redefinir objetivos e meios, rever toda umarelação clássica que o homem tem tido com a produção do saber.

Com o avanço das inovações tecnológicas, torna-se cada vez mais evidente

a utilização da internet nos meios educacionais, tornando necessária a adaptação às

novas formas de transmissão do conhecimento, desta forma, verifica-se que até

mesmo os Parâmetros Curriculares Nacionais, que ditam as Diretrizes para o ensino

de Geografia nos Ensinos Fundamental e Médio, apontam para a possibilidade de

utilização de diferentes ferramentas e recursos tecnológicos, para adquirir e construir

conhecimento, tanto por parte do aluno, como do professor.

Cada vez mais as TICs ganham espaço na escola, dispondo de diversos

recursos, com diferentes finalidades, colocando os educandos diante de novas

possibilidades de acesso a informação, contribuindo para o aprimoramento do

processo ensino-aprendizagem.

Além disso, as TICs ajudaram a popularizar o acesso à informação, que

circula, em volume sempre maior na Internet, a qual pode ser utilizada como fonte

pelos professores para o seu fazer didático-pedagógico, mesmo que esse processo

exija novas teorias e/ou metodologias de trabalho por parte de professores e alunos

para darem conta desses novos processos de apropriação cultural, social, econômica

e política. Esses, entre outros processos, contribuíram igualmente nos últimos anos

para a procura por cursos de formação inicial e continuada de professores oferecidos

na modalidade à distância, por instituições públicas e privadas.

Segundo Cunha, Versiani, (p.30) citado por Marques (2003, p.89) “O

ensino/aprendizagem não se dá por simples acúmulo de informações, nem

pela transmissão de noções já empacotadas e como se fosse a última palavra”.

Diversificar as estratégias de aprendizagem, lança aos professores

novos desafios, de irem em busca de como trabalhar pedagogicamente com

estas ferramentas no sentido de revitalizar a sua prática pedagógica visando

com seus alunos: descobrir, compreender, interagir com o mundo que nos

cerca.

Sampaio e Leite (1999, p. 63) diz:

A forma de a educação preparar as pessoas para o mundotecnológico é fazer do aluno um sujeito reflexivo, que domina atécnica, que tem cultura geral e visão crítica para utilizar atecnologia com “sabedoria”. Nos dias de hoje, para atuarpoliticamente no mundo, ou seja, participar das decisõescoletivas, avaliar acontecimentos e intervir na realidade paramodificá-la ou reafirmá-la, de acordo com os interesses damaioria, é cada vez mais necessário entender as novasconfigurações tecnológicas que dão forma ao mundo.

Formar o professor para trabalhar com as tecnologias existentes de

forma a complementar sua prática pedagógica utilizando vários recursos deve

ser uma preocupação constante da gestão escolar. Por si só o professor

deveria ir em busca desse aprimoramento, mas também por outro lado

verificamos que por lei é necessário o investimento na formação continuada

desses profissionais.

Do ponto de vista metodológico, o educador precisa aprender a

equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala de aula. Uma

das dimensões fundamentais do ato de educar é ajudar a encontrar uma lógica

dentre as várias informações que temos e organizá-las numa síntese coerente,

mesmo que momentânea, compreendê-las. Compreender é organizar,

sistematizar, comparar, avaliar, contextualizar. Uma segunda dimensão

pedagógica procura questionar essa compreensão, criar uma tensão para

superá-la, para modificá-la, para avançar para novas sínteses, outros

momentos e formas de compreensão.

A Educação à distância, a partir do Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro

de 1998, que regulamenta o Art. 80 da LDB nº 9394/96, vem ganhando cada

vez mais espaço dentro das matrizes curriculares nas instituições de ensino,

principalmente em nível superior, e, a proposta foi adequar essa tecnologia aos

objetivos da instituição foco da intervenção pedagógica.

Diante do crescimento da oferta do ensino a distância no país, fica

evidente a necessidade de estudo de seus principais conceitos. Moran (1994)

conceitua educação à distância como o processo de ensino-aprendizagem,

mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial

e/ou temporalmente.

O autor ressalta que, nesta modalidade de ensino, apesar de

professores e alunos não estarem fisicamente juntos, estão conectados e

interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a internet.

Para Moran (1994, p. 1-3)

Hoje temos a educação presencial, semipresencial (parte virtual ou àdistância (ou virtual)). A presencial é a dos cursos regulares, emqualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre numlocal físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. Asemipresencial acontece em parte na sala de aula e outra parte adistância, através de tecnologias. A educação a distância pode ter ounão momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente comprofessores e alunos separados fisicamente no espaço e/ou no tempo,mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação.

Com a possibilidade de utilização dos Ambientes Virtuais de

Aprendizagem, amplia-se o leque de possibilidades e flexibilidade de formatos

e recursos tecnológicos, possibilitando a criação de múltiplas situações de

aprendizagem, capazes de atender às características e preferências de cada

estudante e também de direcionar estudos específicos de acordo com a

necessidade existente, por exemplo, de preparar e dar subsídios teóricos de

estudos para o professor de geografia.

De acordo com Valente e Almeida (2007), a formação de professores

mediada por AVA representa uma dessas pedras angulares imprescindíveis

para desencadear esses processos de renovação da Educação, inclusive na

modalidade a distância, criando condições para que os alunos do século XXI

possam realizar aprendizagens significativas. Para isso faz-se necessário que

o formador se coloque dentro do processo, transformando-se em transgressor

de regras preestabelecidas sempre necessárias para vislumbrar assim novas

possibilidades educacionais e sendo cúmplice na construção de novos

processos de aprendizagem significativa na modalidade à distância.

Aliás, acredita-se que a formação continuada de professores na

modalidade a distância transforma e mobiliza uma série de saberes e

conhecimentos, em especial, ao se buscar novas estratégias, novos elementos

e novos processos educativos mediados pelas TICs. Valente e Almeida (2007,

p. 117) concordam com essa nova busca e construção de conhecimento por

parte dos professores que usam esses recursos tecnológicos em seu fazer

didático-pedagógico. De acordo com esses autores,

[...] o grande diferenciador em EAD é a presença do formador, é eleque motiva a argumentação, que problematiza de forma a fomentar aqualidade das interações. [...] Há saberes indispensáveis à práticados educadores, são aqueles que a própria prática educativademanda, [...] uma dessas demandas é a de que o formador seassuma como sujeito da produção do saber e se convença de queensinar não é transferir conhecimento, e sim criar possibilidades parasua produção e construção.

Uma das plataformas mais utilizadas na área da educação é a

plataforma Moodle que tem a seguinte definição:

O Moodle é um Open Source Course Management System (CMS),também conhecido como Learning Management System (LMS) ou umAmbiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Tornou-se muito popularentre os educadores de todo o mundo como uma ferramenta paracriar sites de web dinâmicos para seus alunos. Para funcionar, eleprecisa ser instalado em um servidor web em algum lugar em um deseus próprios computadores ou em uma empresa de hospedagem.(MOODLE.ORG, 2009 citado por Beluce, 2011).

A opção pela Plataforma Moodle se dá, pela grande quantidade e

diversidade de ferramentas disponíveis, que permitem uma maior conexão com

os professores, de forma mais eficaz, já que devido a essa diversidade é

privilegiada a forma colaborativa de construção do conhecimento e também a

criação de uma cultura de compartilhamento de informações, experiências e

significados, oportunizando ao professor/tutor várias alternativas para trabalhar

os objetivos e conteúdos, de modo a atender aos diversos estilos de

aprendizagem.

Segundo a Associação Portuguesa de Telemática Educativa (2010,

citado por Beluce, 2011) o “Moodle é software desenvolvido segundo princípios

da teoria construtivista para a gestão de aprendizagens, e/ou organização de

grupos de conhecimento à distância (e-learning) ou em regime misto isto é,

presencial e a distância (b-learning)”.

Segundo as DCEs (2008, p.53).

Entende-se que para a formação de um aluno consciente dasrelações socioespaciais de seu tempo, o ensino de Geografia deveassumir o quadro conceitual das abordagens críticas dessa disciplina,que propõem a análise dos conflitos e contradições sociais,econômicas, culturais e políticas, constitutivas de um determinadoespaço.

Se buscamos formar um aluno crítico na disciplina de geografia,

precisamos que o professor de geografia saiba como trabalhar na formação

desse aluno e busque sempre um aperfeiçoamento em sua prática pedagógica

ampliando as situações e condições de aprendizagem.

Os saberes necessários da prática pedagógica do professor foram

formadas a partir de sua história de vida escolar e sua formação acadêmica

inicial e a partir de sua atuação como professor são reelaboradas,

reformuladas, aperfeiçoadas no confronto das suas experiências do que

vivência diariamente em sala de aula e sua reflexão teórica sobre tudo isso.

Busca-se assim possibilitar ao professor por meio de uma formação continuada

em um ambiente virtual o Moodle essa reflexão de sua ação, direcionando a

uma prática pedagógica inovadora.

Diante dessa necessidade de formação continuada o ambiente Moodle

apresenta-se como mais eficaz, proporcionando ao professor aprender sobre

novas tecnologias. Segundo Sampaio e Leite (1999, p.45) “No novo contexto,

por exemplo, não cabe mais uma ação educativa repetitiva, monótona e

repressiva, nos moldes da pedagogia tradicional”.

Demo (1991, p.166) citado por Sampaio e Leite (1999, p.46) analisa

que “é necessário que o processo educacional, além de formar

ideologicamente visando à emancipação, seja também tecnologicamente

competente, com o objetivo de recuperar a centralidade da educação para o

desenvolvimento”.

Busca-se com este estudo identificar as estratégias de ensino que

trazem contribuições significativas à formação continuada dos professores no

ensino semipresencial realizado por meio da plataforma Moodle.

Compreender e ingressar o uso da tecnologia como recurso da prática

pedagógica é uma realidade que se torna possível através da formação

adequada do professor, não somente capacitando com informações sobre

esses recursos, mas desenvolver uma formação continuada que possibilita ao

professor aplicar o uso destas tecnologias na sala de aula.

Portanto, o educador tem que estar atento às características da

sociedade atual, para poder contribuir de forma significativa na formação de

cidadãos críticos e atuantes.

O Moodle é um exemplo de sistema que auxilia na formação de vários

profissionais de maneira continuada, facilitando a vida de quem ensina e

aprende a distância, já é usado em várias universidades, e que pode ser

adaptado às necessidades de cada instituição para a formação continuada dos

professores

3. FORMAÇÃO CONTINUADA

É impossível pensarmos em uma educação de qualidade, sem

falarmos na Formação Continuada dos professores que, mesmo que a passos

curtos, vem sendo considerada, junto com a formação inicial, uma questão

fundamental nas políticas públicas para a educação.

Tendo em vista as constantes transformações ocorridas no século XXI,

podemos afirmar que a busca pela atualização, por parte dos professores,

devem ser rotineiras, uma vez que os estudantes estão cada vez mais

informados.

Pode-se dizer que, a formação continuada é considerada como

necessária não somente para tentar minimizar as lacunas da formação inicial

Mas por ser a escola um espaço privilegiado entre formação e socialização

entre os professores, onde se atualizam e desenvolvem saberes e

conhecimentos docentes ou realizam trocas de experiências entre pares.

Conforme Silva & Araújo citam, movimentos para formação continuada

de professores no Brasil tiveram um grande destaque por volta da década de

80, porém, somente por volta de 1990, é que passou a ser considerada como

uma das estratégias fundamentais para o processo de construção de um novo

perfil profissional do professor (2005, p. 1).

O sistema educacional tem a formação continuada como meta

prioritária e esta importância está refletida na Lei nº 9.394/96. Neste trabalho

também tratamos sobre esta importância, procurando enfatizar a necessidade

da relação entre formação continuada e a formação inicial, bem como propor

uma alternativa de formação e EAD voltada para o planejamento do professor.

4. EaD

A Educação à distância (EaD) é uma modalidade de extrema

importância, uma vez que por meio dela, pessoas de todo o mundo estão

aprendendo, ensinando e compartilhando conhecimentos e uma sólida

formação profissional, além disso, vem crescendo em nível elevado, auxiliando

a expandir os limites do saber e da educação de qualidade em nosso país.

Segundo Moran, 1994 destaca:

Hoje temos a educação presencial, semipresencial (partepresencial/parte virtual ou à distância) e educação à distância (ouvirtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível,onde professores e alunos se encontram sempre num local físico,chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semipresencialacontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, atravésde tecnologias. A educação a distância pode ter ou não momentospresenciais, mas acontece fundamentalmente com professores ealunos separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, maspodendo estar juntos através de tecnologias de comunicação. (1994,p.1-3).

Dessa forma, a EaD, assume o papel de facilitadora para a formação

continuada do professor, uma vez que a mesma é realizada no exercício da

profissão.

Sendo assim, para Marques, 2003:

Na atuação profissional conjugam-se o a priori da experiência e o apriori da argumentação, a competência técnico-científica e acompetência comunicativa. É aí, também, que se colocam osimperativos indeclináveis da formação continuada, quer no sentido dedar resposta aos problemas emergentes num mundo emtransformação, quer no sentido da adequação e acompanhamentodos avanços tecnológicos e científicos e das conquistas sociais, querna dimensão da reconstrução permanente, por parte do coletivo daprofissão, dos instrumentos da elucidação pedagógica e daorganização e condução das próprias práticas. (MARQUES, MárioOsório – 2003. p. 203).

O professor João Mattar, especialista em EAD no vídeo “A educação à

distância e as tendências no segmento” afirma que:

A Educação a Distância tem permitido expandir a oferta da educaçãopara pessoas que antes não poderiam estudar presencialmente pordiversos motivos. Além disso, as novas tecnologias de EAD têm nosforçado a repensar nossas práticas na própria educação presencial,gerando uma onda de inovação pedagógica

Por fim, a preocupação em desenvolver formas de democratizar o

saber a toda a população deve passar também pela democratização do

processo de escolha: “entre presencial” ou a “distância”, ou até a forma híbrida,

semipresencial. Escolha que deve partir da análise das necessidades dos

sujeitos e das condições de aprendizagem.

5. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

O estudo foi desenvolvido no Colégio Estadual Dr. Epaminondas

Novaes Ribas - Ensino Fundamental e Médio, tendo como público alvo

professores e pedagogos não somente deste Estabelecimento de Ensino como

oferecido a demais interessados, visando à utilização dos recursos disponíveis

nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, mais especificamente a Plataforma

Moodle, como ferramenta de apoio para a Formação Continuada, na

modalidade à distância com certificação de carga horária de 40 horas.

A escolha do ambiente a ser utilizado e o modo de uso foi planejado,

de modo a atender as necessidades específicas do curso, propondo assim,

desenvolver com cada professor a cultura de pesquisar, aprender e ensinar via

Web, construindo novos conhecimentos e implementando sua prática

educativa.

Para dar início a pesquisa, foi elaborado um questionário com o

objetivo de obter um diagnóstico sobre os hábitos pré-existentes dos cursistas,

bem como o nível de acesso as tecnologias.

O termo diagnóstico é utilizado por diversos profissionais das mais

diversas áreas, para se referir ao conhecimento prévio necessário para uma

tomada de decisão. Para Ferreira (2004), diagnóstico refere-se a um conjunto

de dados em que se baseia uma determinação.

De modo geral diagnosticar é obter um conjunto de elementos que

orientam uma tomada de decisão.

A partir dos dados do diagnóstico, obtidos de 18 respondentes, os

quais devolveram os questionários, demonstrando a necessidade de trabalhar

com os alunos sobre as tecnologias, seu uso e como ter um melhor

aproveitamento das mesmas para os estudos, foi elaborado um projeto,

organizado em quatro módulos online.

O curso foi dividido em um momento presencial de 8 horas e quatro

módulos online de 8 horas, que ocorreu no período de dois meses com início

no mês de março do ano 2015.

Os conteúdos foram publicados de forma agradável, e de maneira

dinâmica e progressiva, para facilitar o processo de aprendizagem.

Porém vale ressaltar que se faz necessário, já desde o primeiro

momento do curso, que o cursista compreenda que a sua participação e a sua

colaboração em um Ambiente Virtual de Aprendizagem, exigem respeito aos

prazos de entrega de atividades, participação efetiva nas ferramentas

pedagógicas da plataforma educacional e interação assídua com o formador e

demais colegas do curso.

Cada módulo foi disponibilizado com: leituras, textos, vídeos auxiliando

na formação. Junto com esse material para estudo ao final de cada módulo foi

realizada uma avaliação do conteúdo trabalhado durante o desenvolvimento do

módulo.

Módulo I – Conhecendo o Moodle. Foram disponibilizadas atividades com

orientações para o acesso e conhecimento do professor acessar a ferramenta

Perfil e compartilhar dados pessoais e profissionais.

Neste módulo os cursistas foram avaliados através da participação do

Fórum relatando suas expectativas com relação ao curso e trocando as

experiências da sua prática pedagógica em sala de aula.

Módulo II –Conhecendo os recursos tecnológicos em versões livres para o

ensino de geografia.

O objetivo neste momento foi apresentar aos professores diferentes

possibilidades de sites e recursos gratuitos.

Segundo Oscar e Bastos (2011)

Contamos atualmente com inúmeros recursos tecnológicos, sendomuitos encontrados em versões livres como softwares para criaçãode animação quadro a quadro (ex. Muan), ótimos recursos gratuitospara o ensino de Geografia como o Street View do GOOGLE, onde sepode passear conhecendo os monumentos, a arquitetura e asprincipais obras de arte de várias cidades do mundo. No software livreHQ, pode-se produzir histórias em quadrinhos. O Smartdraw -outrosoftware livre faz mapas mentais, plantas de casa, fluxogramas. Aplataforma MOODLE que é um ambiente virtual de aprendizagem eque oferece diversas ferramentas próprias, também pode interagircom os recursos mencionados anteriormente.

Nesse módulo os cursistas tiveram que pesquisar, conhecer através da

leitura, de vídeos tutoriais, para analisarem quais os recursos que poderiam

utilizar na sua prática em sala de aula.

Segundo Machado (2005, p.1298) citado por Oscar e Bastos (2011, p.5).

A informática, como ferramenta de apoio ao processo ensinoaprendizagem, é um recurso que permite trabalhar com os conteúdosda geografia utilizando programas computacionais, que vão aoencontro da necessidade do educador.

Módulo III –Estudo das Diretrizes Curriculares do Ensino de Geografia.

Nesse módulo o professor através da análise das diretrizes

curriculares, elaborou um plano de aula utilizando recursos tecnológicos.

Depois descreveu através do Fórum a forma de elaboração e efetivação do

plano de aula com colegas cursistas, adaptando o plano a sua área de

conhecimento.

Módulo IV –Síntese e avaliação do trabalho.

Nesse módulo os professores cursistas relataram através de uma

síntese, as experiências que tiveram durante o curso. Recursos tecnológicos

que utilizaram, conheceram e o que auxiliou o curso em sua prática nesse

processo de formação.

Os professores e pedagogos (alunos da formação) tiveram dois meses

para realizar a formação, sendo que a cada duas semanas realizaram um

módulo e para que se pudesse trabalhar o tema foi fundamental, que os

professores tivessem o mínimo de fundamentação teórica, para tanto, foi

elaborado um material de apoio que foi disponibilizado na Plataforma

apresentando alguns conceitos e referências sobre o assunto.

6. RESULTADOS

Foi aplicado um questionário para os 18 cursistas participantes e

concluintes, com o objetivo de verificar qual era a formação dos participantes,

cursos que participaram, opinião sobre formação continuada, etc.

1. Sobre a formação:

R: 100% possuem formação superior, 66% possuem Pós graduação e

5.5% possuem Mestrado/ Doutorado.

77% lecionam no Ensino Fundamental – 2º segmento (6º ao 9º ano).

61% lecionam no Ensino Médio.

2. Sobre a disciplina que participantes lecionam:

R: Geografia:11%, Pedagogia: 33%, Arte: 11%, Matemática: 22%,

Letras Português/Espanhol: 5,5%, Educação Física: 5,5%, Sala de

recursos multifuncional: 5,5%, Física: 5,5%.

3. Sobre o tempo de atuação no magistério:

R: 0 a 5 anos: 5,5% , 6 anos a 10 anos: 33 %, 11 anos a 15 anos:

22%, 16 a 20 anos: 16%, 21 a 25 anos: 5,5%, 26 anos a 35 anos:

11%

4. Sobre a discussão sobre a formação continuada na graduação ou

magistério:

R: 44% disseram que discutiram durante a formação inicial 56%

disseram que quase não se falava.

* Pudemos analisar que o resultado desta questão está diretamente relacionada aotempo de formação dos cursistas, quanto mais “antiga” a sua graduação, menos se falava emformação continuada.

5. Sobre quantas atividades de formação continuada de professores

participaram nos últimos 3 anos exceto as ofertadas pela SEED.

R: 27% disseram não ter participado, 5,5% disseram participar

anualmente, 11% disseram ter participado de apenas uma atividade,

33% disseram ter participado de duas a quatro atividades, 22%

disseram ter participado de mais de quatro atividades.

6. Sobre a participação em outros cursos ou atividades de formação

continuada de professores em espaços de educação não formal

(centros de ciências e tecnologias, museus de ciências e tecnologia,

planetários ou jardins botânicos)?

R: 83% disseram já terem participado e 16% disseram que não

participaram.

7. Sobre qual (is) o (s) dia(s) da semana consideravam mais

adequados (s) para participar de um curso de formação de professores.

(você pode marcar mais de uma opção)

R: 38 % disseram ser na segunda, 27% na terça, 44% na quarta-feira,

11% na quinta, 44% na sexta, e 44% no sábado.

* Nesta questão os participantes poderiam optar por mais de um dia.

8. Sobre qual (is) o(s) horário(s) consideravam mais adequado (s) para

participar de um curso de formação continuada de professores.

R: 11% escolheram manhã/contra turno, 33% tarde/contra turno, 5,5%

manhã/horário de suas aulas, 27% tarde/ horário de suas aulas,

44% sábado pela manhã.

* Nesta questão os participantes poderiam optar por mais de uma opção.

9. Sobre os temas que gostariam que fossem abordados em cursos:

TemasTecnologias na educação

Meio ambiente

Indisciplina na escola

Metodologias diferenciadas

Conselho de Classe

Conteúdos obrigatórios para o Ensino Médio

Avaliação

Distúrbio de aprendizagem

Outros

10. Sobre as opiniões a respeito da realização de formação continuada

de professores utilizando a plataforma Moodle, as respostas foram:

“Acredito que é um meio de proporcionar o acesso dos professorescom mais facilidade e comodidade, permitindo que muitos possamparticipar, sem barreiras”.

“Um grande avanço e também uma necessidade, pois sabe-se dasdificuldades dos docentes relacionadas ao tempo, a questão doausentar-se da sala de aula para realização de cursos e etc. Atravésdesta plataforma é possível maior flexibilidade em relação ao tempo etambém mobilidade por ser um ambiente que permite acesso emqualquer local que tenha acesso à internet e em qualquer horário, oque vem a colaborar com o cotidiano agitado do professor, visto queesse ambiente virtual fornece diversas ferramentas como chat, fórum,questionários, avaliação de tarefas, recursos para publicação de textoe tantos outros oportunizando a interação síncrona e assíncrona entreos participantes dos curso. A troca de experiências e informaçõesocorre tão satisfatoriamente como em um curso presencial”.

“A plataforma contribui para professores possam ampliar seusconhecimentos com a vantagem da flexibilidade de horário deestudos”.

“Prefiro curso presencial”.

“Acho muito melhor que a forma presencial, facilita pelo fato de estarem casa, não depender de deixar filhos com outras pessoas, nãodepende de transporte e também pela facilidade de fazer o própriohorário”.

“A plataforma Moodle é um recurso muito bom e prático para arealização de cursos de formação para professores. Há vários recursosque podem ser utilizados como a inserção de arquivos particulares einteração com os demais cursistas através dos fóruns, que inclusiveajudam nos debates e ampliação do conhecimento sobre o temaproposto. Os cursos Ead permitem que o cursista organize seu tempode maneira adequada a sua rotina e possa aproveitar melhor o cursoque está fazendo”.

“Super importante, relevante e pertinente, visto as dificuldadesenfrentadas pelos professores em participar de cursos presenciaisdevido a sua carga horária”.

11. Sobre a importância atribuída para a Educação a Distância nosdias de hoje no que diz respeito à Formação Continuada, as respostasforam:

“A Educação a Distância exige muito mais dedicação eresponsabilidade, pois é necessário adequar o seu tempo edisponibilidade para realizar as atividades e leituras, exigindo muitomais de quem está em formação”.

“É uma forma de facilitar a participação nos cursos, pois muitaspessoas perdem oportunidades, pois não têm possibilidades departicipar devido aos dias e horário em que acontecem”.

“Nos dias de hoje, sabe-se da necessidade constante de atualizaçãona formação do professor, no entanto, a falta de tempo, a correria docotidiano, muitas vezes, não permite frequentar assiduamente umcurso presencial.

É nesse contexto que a Educação a Distância (EAD) vem contribuircom a formação continuada desses profissionais, pois através dela épossível ter flexibilidade e mobilidade no processo de aprendizagem,podendo interagir com os participantes aproveitando os pequenosintervalos de tempo para o estudo sem necessariamente comparecer aum local de atividades presenciais”.

“Através da Educação a Distância o professor tem a oportunidade deconhecer o trabalho de professores de diferentes regiões, suaspeculiaridades, adaptar os estudos ao seu tempo livre, variedade detemas abordados. A Educação a Distância contribui para que oprofessor melhore a qualidade do seu trabalho, amplie suas praticas”.

“ A educação a distância é muito importante, pois alia tecnologia a umensino que potencialmente é de qualidade com disponibilidade dehorários e locais mais flexíveis, o que permite maior acesso dosdocentes que procuram se adequar de forma a melhor atender aosseus desejos e expectativas. por ser um sistema aberto e flexível, aeducação a distância torna-se cada vez mais aliada para viabilizar aformação de professores. a educação a distância pode ser umaexcelente alternativa para a formação continuada de professores queatuam em todos os níveis de escolaridade”.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto intitulado Plataforma Moodle – e suas possibilidades no

ensino aprendizagem para formação continuada dos Profissionais da

Educação, inicialmente apenas para professores da disciplina de Geografia e

depois modificado e adaptado também para pedagogos, aplicado no Colégio

Estadual Dr. Epaminondas Novaes Ribas, Município de Ponta Grossa foi de

grande valia para todos os envolvidos devido à importância e pertinência do

tema.

Acreditamos que ao oferecer ferramentas para os profissionais da

educação já mencionados, bem como “mostrar caminhos” para que possam

organizar suas aulas de maneira mais atrativa e buscar por formações muitas

vezes gratuitas e disponíveis de maneira online, os professores poderão

desenvolver um trabalho de qualidade.

Uma fragilidade da escola principalmente devido ao enfoque dado

“tecnologias” foi, justamente a defasagem da manutenção de alguns

computadores, sendo assim, a maioria dos cursistas realizou as atividades em

casa e/ou em computadores próprios.

Quanto à receptividade do curso com relação aos professores e

gestores, verificou-se que todos estavam dispostos a aprender e a colaborar

com o curso, as contribuições foram bastante relevantes e pertinentes ao tema.

Como professor PDE destaco a importância da formação continuada

do professor, seja ela na EaD ou na modalidade presencial, estamos em

constante aprendizado e nossa profissão exige profissionais dispostos a

aprender sempre.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASTOS, Juliana Curzi; OSCAR, Sérgio Cândido de. O uso da PlataformaMOODLE no Apoio ao ensino presencial de Geografia na escola pública.Disponível em < http://www.ceped.ueg.br/anais/ivedipe/pdfs/geografia/co/139-280-1-SM.pdf > Acesso em 10 de agosto 2014.

BELUCE, Andrea Carvalho. Moodle e a formação continuada deprofessores: minimizando dificuldades e ampliando possibilidades.Disponível em <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/33188/BELUCE,%20ANDREA%20CARVALHO.pdf?sequence=1> Acesso em 16 agosto 2014.

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PEREIRA. R.A.S.; MELO.J.A.B. As geotecnologias e o processo de ensino-aprendizagem no âmbito da ações do PIBID/UEPB/SUBPROJETO DEGEOGRAFIA . Revista ENID/UEPB.

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