os desafios da escola pÚblica paranaense na … · linguagem verbal, não-verbal e mista. para...
TRANSCRIPT
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA –
TURMA 2013
Título: Ressignificação da linguagem verbal e não-verbal na Sala de Recursos Multifuncional - Tipo I
Autor: Maria Amelia Ingles
Disciplina/Área: (ingresso no PDE)
Língua Portuguesa (Aquisição da Linguagem – propostas metodológicas para a superação de dificuldades de aprendizagem da língua escrita, oralidade e leitura.)
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Col. Est. Antonio Xavier da Silveira – EFM e FD.
Município da escola: Irati
Núcleo Regional de Educação:
Irati
Professor Orientador: Miriam Adalgisa Bedim Godoy
Instituição de Ensino Superior:
Unicentro
Relação Interdisciplinar: (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Língua Portuguesa, Literatura, Arte e História
Resumo: (descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
O presente caderno pedagógico pretende possibilitar um trabalho diferenciado com as diferentes linguagens aos alunos da Sala de Recursos Multifuncional I, e com isso, a melhoria na aprendizagem. Nessa perspectiva, por meio de diversos tipos de linguagens verbais e não-verbais, proporcionará a esses alunos condições para constituírem-se como sujeitos da palavra e da ação, a partir da pluraridade das situações, bem como propor atividades lúdicas com a intenção de mobilizar os alunos a se tornarem sujeitos mais aptos a participar da sociedade, aceitando, incorporando ou negando os argumentos das diferentes linguagens e perceberem que elas estão carregadas de significados que precisam ser desvelados, interpretados, ressignificados e reelaborados, abrindo o leque de opções que a palavra linguagem nos remete.
O trabalho será pautado nas diferentes linguagens, baseando-se no reconhecimento pelos alunos das diversas linguagens de seu dia a dia, e recuperando os significados de linguagem verbal, não-verbal e mista. Para isso, utilizando as linguagens como: músicas, jornais, histórias em quadrinhos, e também, televisão, rádio e internet para reconstruir os significados, melhorar a escrita, oralidade e leitura. Dando oportunidade aos participantes a ação/ reflexão/ ação, tendo as variadas linguagens como elemento mediador da evolução nos processos de ensino aprendizagem e de inclusão, principalmente em relação à educação, e aos estereótipos da diversidade e seus preconceitos. Utilizando os diversos instrumentos pedagógicos citados pretende-se alcançar os objetivos propostos pelo presente projeto e contribuir no processo ensino aprendizagem, melhorando a qualidade do ensino em nossas escolas.
Palavras-chave: (3 a 5 palavras)
Linguagem verbal e não verbal; dificuldades de aprendizagem; ensino-aprendizagem.
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico
Público:
(indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)
Alunos da Sala de Recursos Multifuncional tipo I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO ─ SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO ─ SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS ─ DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL ─ PDE
MARIA AMELIA INGLES
RESSIGNIFICAÇÃO DA LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL NA SALA DE
RECURSOS MULTIFUNCIONAL - TIPO I
Produção Didática em forma de Caderno Pedagógico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional na área de Língua Portuguesa, sob a orientação da Profª. Ms Miriam Adalgisa Bedim Godoy, da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO.
IRATI – PARANÁ
2013/2014
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO....................................................................................................... 5
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 7
UNIDADE 1 – AS DIFERENTES FORMAS DE LINGUAGENS ............................... 13
UNIDADE 2- RESSIGNIFICAÇÃO DAS DIFERENTES LINGUAGENS................... 19
UNIDADE 3 – LINGUAGEM ORAL E ESCRITA, ASSOCIADAS AO LER,
OUVIR E FALAR ....................................................................................................... 23
UNIDADE 4 - PRODUÇÃO DE TEXTO EM DIVERSAS FORMAS: DESENHO,
A ESCRITA, A LEITURA E A ORALIDADE .............................................................. 27
UNIDADE 5 – TEATRO, DRAMATIZAÇÃO E PRODUÇÃO DE FANTOCHES ........ 31
UNIDADE 6 - JOGOS E BRINCADEIRAS ............................................................... 33
UNIDADE 7 - LINGUAGEM ORAL E ESCRITA ....................................................... 42
UNIDADE 8 - A RELAÇÃO INTRAPSICOLÓGICA DOS ESCOLARES DA SALA DE
RECURSOS UTILIZANDO AS DIVERSAS LINGUAGENS...................................... 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 47
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
5
APRESENTAÇÃO
O presente caderno pedagógico: Ressignificação da linguagem verbal e
não-verbal na Sala de Recursos Multifuncional - Tipo I, tem por finalidade auxiliar
os professores em seu dia a dia apresentando diversas atividades na área de Língua
Portuguesa, envolvendo as diversas linguagens na Sala de Recursos Multifuncional
Tipo I
Convém esclarecer que a Sala de Recursos Multifuncional I constitui-se num
serviço de apoio especializado que complementa o atendimento educacional
realizado em classe comum para os alunos, regularmente matriculados, que
frequentam o Ensino Fundamental – séries/anos finais e apresentam dificuldades
acentuadas de aprendizagem com atraso acadêmico significativo, decorrentes de
Deficiência Mental/Intelectual e/ou Transtornos Funcionais Específicos (PARANÁ,
2008a; PARANÁ, 2008b).
Portanto, trata-se de um trabalho diferenciado, dinâmico, com atividades que
motivem o aluno, desenvolvam suas capacidades e o façam superar suas limitações.
Em relação às dificuldades na área da Língua Portuguesa, vale lembrar que o
contexto social e escolar é entrelaçado pelas mais variadas formas de leituras e
linguagens. À luz da teoria sociointeracionista da linguagem, se propõe a análise de
como os alunos das Salas de Recursos Multifuncionais I - apropriam-se das
diferentes linguagens: não verbal (sonora/musical, cinestésica/gestos e
visual/imagens) e verbal (oral e escrita). Entende-se assim, que é por meio das
linguagens que as relações pedagógicas e as relações humanas se realizam.
Sendo assim, este Caderno Pedagógico propõe atividades com as linguagens
verbal, não-verbal e mista para possibilitar práticas pedagógicas diferenciadas, com
as quais quebrem-se os paradigmas de que os alunos com dificuldades de
aprendizagem não aprendem, ou ainda, não conseguem desenvolver suas
habilidades.
As atividades estarão divididas em unidades para facilitar o trabalho. A cada
unidade um tema, com os quais se relacionará as atividades propostas, lembrando
que estas atividades poderão ser adaptadas pelo professor para o seu público. Além
disso, apresentarei dicas e possibilidades alternativas para o desenvolvimento das
mesmas.
Nessa perspectiva, o presente Caderno Pedagógico, por meio de diversos
6
tipos de linguagens verbais e não-verbais, proporcionará a esses educandos
condições para constituírem-se como sujeitos da palavra e da ação, a partir da
pluraridade das situações, bem como propor atividades lúdicas com a intenção de
mobilizar os alunos a se tornarem cidadãos mais aptos a participar da sociedade,
aceitando, incorporando ou negando os argumentos das diferentes linguagens e
perceberem que elas estão carregadas de significados que precisam ser
desvelados, interpretados, ressignificados e reelaborados, abrindo o leque de
opções que a palavra linguagem nos remete.
O material será aplicado nos anos finais do Ensino Fundamental, com alunos
que frequentam a Sala de Recursos Multifuncional I (6º; 7º; 8º e 9º anos) nas
dependências do Colégio Estadual Antonio Xavier da Silveira. O trabalho será
pautado nas diferentes linguagens, baseando-se no reconhecimento pelos alunos
das diversas linguagens de seu dia a dia, e recuperando os significados de
linguagem verbal, não-verbal e mista. Para isso, utilizando as linguagens como:
músicas, jornais, histórias em quadrinhos, e também, televisão, rádio e internet para
reconstruir os significados, melhorar a leitura, oralidade, interpretação e escrita.
Vamos ao trabalho!
7
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os profissionais da educação se encontram diante de novas situações e
perspectivas, tal a complexidade que circunda a questão da Educação Inclusiva, não
apenas pela falta de preparo, como também pela insegurança no modo de se
reportar às crianças com dificuldades, sejam elas temporárias1 ou permanentes2.
Deste modo, os objetivos educacionais para as crianças com necessidades
permanentes ou temporárias, são os mesmos que os definidos para as outras
crianças: melhorar a cognição e a sua capacidade de resolução de problemas como
sujeitos de aprendizagem. Há inúmeras variáveis que constam nesse processo
como a continuidade da formação, a produção de material didático-pedagógico e de
apoio e a participação dos professores como autores, entre outras que podem
dificultar ou melhorar o processo ensino aprendizagem desses alunos. Acredita-se
que os primeiros passos desta caminhada, já estão sendo dados, e marcam um
novo tempo na história da educação, mas ainda se tem muitas barreiras para serem
ultrapassadas, como por exemplo, a participação da família no processo
educacional.
E como forma de compreensão e interpretação de mundo, a linguagem é
quesito que precisa ser trabalhado sempre nas classes comuns e nas
multifuncionais, pois é por meio dela que se desenvolvem outros tipos de leitura e a
percepção do mundo em que se insere, contribuindo assim no processo de inclusão.
A concepção da Teoria sociointeracionista da linguagem, as contribuições de Michail
Bakhtin (2003; 1997) e de outros autores que seguem a matriz teórica do
materialismo dialético, esclarecem a ideia de que a formação da consciência passa
pela linguagem sendo este um fenômeno essencialmente social. Sendo assim, é
necessário e urgente novas práticas pedagógicas que construam e (re)construam as
práticas de leitura que os alunos trazem das diversas linguagens a que estão
expostos, para que de fato esses alunos, tenham suporte para se posicionarem
criticamente frente a elas. Entende-se assim, que é por meio das linguagens que as
1 As necessidades educacionais temporárias são pequenas dificuldades que com intervenções
pedagógicas ou médicas conseguem ser ultrapassadas (exemplo: problemas ligeiros de leitura, escrita ou cálculo). 2 As necessidades educacionais permanentes acompanham a pessoa ao longo da vida, mas com
intensidades diferentes (problemas orgânicos, funcionais, défices socioculturais e econômicos graves).
8
relações pedagógicas e as relações humanas se realizam. E, portanto, todos os
professores independente das disciplinas lecionadas, como representam o
conhecimento técnico/científico, são também professores de linguagem.
Mas então, como as práticas pedagógicas diferenciadas podem contribuir
para a construção e (re) construção das práticas de leitura, visto que os alunos já
utilizam diversas linguagens e como possibilitar um trabalho pedagógico diferenciado
com as diversas linguagens, para que eles possam se posicionar criticamente frente
a situações cotidianas, superando as dificuldades de aprendizagem?
No intuito de auxiliar as crianças com necessidades educacionais especiais,
pode-se utilizar a sala de recursos que, segundo Mezzaroba e Nagao:
É um serviço especializado de natureza pedagógica que apoia e complementa o atendimento educacional realizado em classes comuns do ensino fundamental [...] a avaliação pedagógica de ingresso deverá ser realizada no contexto do ensino Regular, pelo professor de classe comum, professor especializado e equipe técnico-pedagógica da escola, e assessoramento de uma equipe multiprofissional externa, quando necessário (MEZZAROBA; NAGAO, 2008, p.4).
Conforme pontuam as autoras, a sala de recursos tem por finalidade oferecer
um ensino de melhor qualidade, levando sempre em consideração as limitações
biopsicossociais dos alunos que a frequentam, de modo que as superem
desenvolvendo suas capacidades considerando a temporalidade de cada escolar.
Inclusão requer oferecer condições específicas para que os alunos com
necessidades especiais possam desenvolver suas potencialidades, ainda que num
ritmo diferenciado dos demais alunos (MEZZAROBA; NAGAO, 2008)
Esse atendimento especializado é onde a criança terá o apoio
psicopedagógico direcionado às dificuldades que apresenta. Trata-se de um trabalho
diferenciado, dinâmico, com atividades que motivem o aluno, desenvolvam suas
capacidades e o façam superar suas limitações. Para que isso ocorra, o profissional
além da formação, precisa também estimular os alunos fazendo com que a criança
encontre prazer nas atividades desenvolvidas nesse espaço.
Na perspectiva bakhtiniana, a linguagem é a responsável pela interação e a
constituição dos sujeitos sociais. Assim, os sujeitos constituem-se pela apropriação
dos signos presentes nas interações, verbais e não-verbais, de que participam.
9
Frente a isso, dependendo dos signos utilizados, pode-se falar em três formas
de linguagem:
1) Linguagem verbal - Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é,
em última análise em relação à coletividade. “A palavra é uma espécie de ponte
lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na
outra se apoia sobre o meu interlocutor. A palavra é território comum do locutor e
do interlocutor” (BAKHTIN, 1997, p.113). O termo “verbal” tem origem no latim
“verbale”, proveniente de “verbu”, que quer dizer palavra (IBERAM, 2008).
Linguagem verbal é, portanto, aquela que tem por unidade a palavra (oral ou
escrita). Entre a linguagem oral e a escrita há diferenças, mas não uma oposição
rígida. Nessa perspectiva, comungamos com Manosso, quando afirma que:
Não existem motivos convincentes para justificar o desprezo a uma modalidade de expressão em favor da outra. Cada uma delas tem sua relevância cultural, social e histórica. Ambas desempenham funções importantes em sociedade e se articulam em um sistema integrado de trocas contínuas (MANOSSO, 2008, p. 1).
Assim, podemos tomar uma posição em favor da valorização das duas
modalidades da linguagem verbal – oral e escrita, no processo de interação entre os
sujeitos.
2) Linguagem não-verbal
A linguagem não-verbal utiliza qualquer código que não seja a palavra, como
a música, que tem o som por sinal, a dança, que tem o movimento, a mímica, que
tem o gesto, a pintura, a fotografia e a escultura, que têm a imagem por sinal, etc. O
fato é que vivemos num mundo que se revela por imagens que influenciam de forma
marcante a leitura que dele fazemos. Nestes termos, Souza (2008, p. 28), alerta
para que façamos uma leitura “por entre o emaranhado de informações, destecendo
as armadilhas colocadas no meio do caminho”.
3) Linguagem verbal + linguagem não-verbal = linguagem mista
No contexto atual percebemos que as interações sociais são marcadas pelo
entrelaçamento entre o desenho, a fotografia, a ilustração, a figura, os sons, o
10
movimento e os textos verbais. Assim, podemos dizer que essas linguagens são
mistas. Como ressalta Santaella:
Os parentescos, trocas, migrações e intercursos entre as linguagens não são menos densos e complexos do que os processos que regem a demografia humana. Enfim, o mundo das linguagens é tão movente e volátil quanto o mundo dos vivos (SANTAELLA apud REILY, 2006, p. 15).
Faz-se necessário reafirmar que a concepção de linguagem que perpassa
este trabalho é a bakhtiniana, ou seja, aquela que compreende a linguagem como
condição vital da ação humana, da subjetividade e das relações sociais, portanto
dialógica. Assim, a linguagem não pode ser reduzida apenas ao verbal – oral e
escrita, pois isso seria negar outras linguagens presentes no contexto social que
também são formadoras dos sujeitos interlocutores culturais. Dessa forma,
entendemos que é por intermédio das linguagens que as relações pedagógicas,
como todas as relações humanas, realizam-se. Como já mencionado, todos os
professores, independente das disciplinas que lecionam, como representantes do
conhecimento científico, são professores de linguagens.
Os professores, ao desencadear discussões e atividades significativas em
sala de aula, permitirão ao aluno desenvolver uma postura crítica em relação aos
conteúdos veiculados, mesmo diante daqueles marcados pela imposição /coação
como é o caso da TV e do rádio (BARBOSA, 2006).
A inserção de práticas pedagógicas nas Salas Multifuncionais I que construam
e (re)construam as percepções que os alunos trazem das diversas linguagens a que
estão expostos, apontem dados que não constam de sua bagagem cultural e
mostrem as contradições presentes nas percepções iniciais, servirão, então, de
ancoragem para um posicionamento mais efetivo dos alunos na sociedade, uma vez
que a escola é um espaço privilegiado de organização da compreensão da
realidade. E numa concepção sociointeracionista, as linguagens, fenômenos sociais
e históricos, são instrumentos de apropriação e ao mesmo tempo produtos da
cultura e não podem ser ignoradas pela escola. É preciso estabelecer um diálogo
com elas e sobre elas.
Só assim, as práticas pedagógicas diferenciadas poderão contribuir para a
11
construção e (re) construção das práticas de leitura, pois os alunos já utilizam
diversas linguagens, e possibilitando um trabalho pedagógico diferenciado com as
diversas linguagens, talvez eles possam se posicionar criticamente frente a
situações cotidianas, superando as dificuldades de aprendizagem, tornando-se
sujeitos de conhecimentos agindo com criticidade e autonomia.
Neste caso, a função do professor seria muito mais do que possibilitar
situações de desequilíbrio para o aprendiz, indagando e propondo desafios que
coloque em cheque suas hipóteses. Por isso da necessidade de planejar a ação,
antecipando a nova organização do pensamento para a linguagem ter o seu valor. A
Língua Portuguesa contribui para a expansão e para o desenvolvimento criativo,
desenvolvendo as potencialidades e abrindo possibilidades para um novo olhar
sobre as questões de ensino aprendizagem, daí a importância de se trabalhar as
diversas linguagens, com práticas pedagógicas, que propiciem melhores condições
para todos os envolvidos no desenvolvimento de suas habilidades cognitivas,
sociais, psicomotoras e afetivas nos diferentes contextos sociais. De acordo com
Costa & Gómez (1999),
[...] rever a escola é rever práticas, ideias, imagens, conceitos, é reconhecer quando as representações interferem em processos de mudança na direção de um novo rumo para a vida social, que clama por liberdade, justiça, solidariedade e amor (COSTA & GÓMEZ, 1999, p.175).
Criando e explorando novos ambientes de aprendizagem os quais auxiliam no
desenvolvimento do conhecimento, da criatividade, da sensibilidade, da
comunicação e interação dos alunos. Permitindo a formação e a ampliação da
capacidade de ler, para compreender as linguagens numa perspectiva estética e
histórica. Relacionando as linguagens com o desenvolvimento da aprendizagem
significativa e a inclusão no ambiente escolar, utilizando os diversos tipos de
linguagens, as tecnologias e atividades lúdicas que propiciarão aos alunos
condições para tornarem-se interlocutores, como cidadãos participativos.
Pois para Rojo
12
(...) compreender e produzir textos não se restringe ao trato do verbal (oral e escrito), mas a capacidade de colocar-se em relação às diversas modalidades de linguagem oral, escrita, imagem, imagem em movimento, gráficos, infográficos para elas tirar sentido (ROJO, 2004, p. 31).
Nesse contexto, serão proporcionados espaços de discussão coletiva
envolvendo o contexto de produção com o uso das diversas linguagens. As
atividades serão variadas e trabalhadas com a oralidade, pois é a forma mais
criativa e natural para mantermos a comunicação social e manter a interação entre
as pessoas e criar vínculos, expor ideias, transmitir informações e expressar
sentimentos; leitura que ajudará a despertar o prazer de ler e relacionar a leitura
com a sua vivência, tornando-a significativa e escrita que precisa ser interpretada
como um meio de comunicação, sendo assim, escrever é trabalhar a linguagem, é
rascunhar, reescrever e voltar a escrever, sem esquecer que a apropriação da
linguagem escrita não é um processo fácil. Vale ressaltar aqui, que o papel do
professor é muito importante nesse processo, é preciso que a aquisição da
linguagem escrita tenha origem nas relações sociais e no desenvolvimento do
ensino- aprendizagem.
A inserção das práticas educacionais deste Caderno Pedagógico, nas Salas
Multifuncionais I, pretende construir e (re)construir as percepções que os alunos
trazem das diversas linguagens a que estão expostos, apontar dados que não
constem de seu repertório cultural e mostrar as contradições presentes nas
percepções iniciais, e possivelmente servirá, então, de ancoragem para um
posicionamento mais efetivo dos alunos na sociedade, como sujeitos partícipes,
propiciando a estes alunos condições para se constituírem como portador da palavra
e da ação.
13
UNIDADE 1 – AS DIFERENTES FORMAS DE
LINGUAGEM
Nesta unidade apresento algumas atividades e alternativas pedagógicas para
percepção das diversas formas de linguagens que nos cercam.
Formas de linguagem
A cada dia que passa as crianças vão mais cedo à escola. As escolas por sua
vez, vangloriam-se do aceleramento de seus programas e da objetividade de seus
currículos.
Sabemos que a criatividade é, sem dúvida, o recurso mais precioso de que o
ser humano dispõe para lidar com problemas e desafios que acompanham o
momento atual. Estar preparado para solucionar problemas e solucioná-los de forma
criativa e inovadora é uma necessidade premente de nossa época das tecnologias.
Estudos realizados apontam para mudanças que se fazem necessárias no
contexto educacional. A escola não pode apenas transmitir conteúdos, não deve
restringir-se a metodologias que reforcem a exclusão. Precisa direcionar seu olhar
para o futuro, exercitando a imaginação e a fantasia de seus alunos na tentativa de
desenvolver o potencial. Na opinião de Vigolim( 1994):
A educação deve se voltar para a busca de um modo mais saudável de aprender, fortemente vinculada aos aspectos positivos do comportamento humano: ajustamento, felicidade, prazer, satisfação, alegria verdadeira. A educação deve estar atrelada, prioritariamente, ao crescimento pessoal dos indivíduos, voltado também para o relacionamento interpessoal e pessoal, desenvolvendo nos alunos as potencialidades necessárias para que eles se tornem adultos psicologicamente sadios, criativos, conscientes e integrados. É este desafio que nossas escolas devem urgentemente enfrentar. (p 66-67)
Vale reforçar que a linguagem é um sistema multissensorial que envolve as
áreas do desenvolvimento, a afetividade e a socialização, constituindo-se assim,
uma forma complexa de comportamento que requer a integridade de zonas ou áreas
cerebrais. A linguagem é adquirida por meio de experiências significativas e das
relações intrapessoais e interpessoais, sendo a expressão do pensamento da
14
palavra falada e escrita como um conjunto de regras e símbolos.
Para Luria (1987), “a linguagem é um sistema de códigos que possui sua
estrutura e sua lógica”. Ainda para o autor, esse sistema de códigos se constitui por:
Fonologia3, Léxico4, Morfologia5, Semântica6 e Sintaxe7. Sendo assim, a linguagem
pode ser classificada como: Linguagem Interior (podemos integrar os fatores da
linguagem não verbal, como experiências e aquisição da linguagem), Linguagem
Falada (o código linguístico integra e associa sons e significados), Linguagem
Escrita (leitura e escrita) e Linguagem Quantitativa (relação de quantidade e de
espaço).
No contexto histórico-social, a linguagem é a responsável pela interação e a
constituição do homem. A humanidade constitui-se pela apropriação dos signos
presentes nas interações verbais e não verbais de que estão inseridas. Sendo
assim, dependendo dos signos que se utilizam, podemos citar três formas de
linguagem presentes em nosso cotidiano: Linguagem verbal, linguagem não-verbal e
linguagem mista.
Linguagem verbal é aquela que tem por unidade a palavra (oral ou escrita),
sendo respeitadas as diferenças entre ambas, pois:
Não existem motivos convincentes para justificar o desprezo a uma modalidade de expressão em favor da outra. Cada uma delas tem sua relevância cultural, social e histórica. Ambas desempenham funções importantes em sociedade e se articulam em um sistema integrado de trocas contínuas. ( MANOSSO,2008)
Linguagem não-verbal é aquela que utiliza qualquer código que não seja a
palavra. O fato é que vivemos num mundo que fala através das imagens e assim,
fica o alerta para que a leitura seja feita “por entre o emaranhado de informações”
(SOUZA, 2008, p. 28).
Linguagem mista é aquela que são marcadas pelo entrelaçamento da
3 Sistema de operações acústicas e articulatórias, que constituem o fundamento da fala.
4 Sistema de designação de objetos, ações e relações ( o sentido das palavras).
5 Estrutura das palavras.
6 Sistema que integra o sentido das palavras com o significado, relacionando-os.
7 Sistema necessário para relacionar as palavras para a formulação do pensamento e da
comunicação.
15
linguagem verbal e a não-verbal, potencializando assim, suas formas de expressão
e leitura.
PROPOSTA DE ATIVIDADES PARA A PERCEPÇÃO DAS LINGUAGENS
1) Na charge abaixo, há a utilização da linguagem verbal (balão) e não verbal
(imagem), o que potencializa a mensagem incutida pelo autor.
Leia a charge de Cícero e responda as questões abaixo:
Fonte:http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=151&evento=3
Questões (podem ser respondidas oralmente ou escrita):
a) Qual a mensagem que o autor quer passar?
b) Quantos personagens há na charge?
c) Quem são eles? O que eles representam?
16
d) Qual linguagem predomina na charge?
e) Em sua opinião, as cores representam alguma mensagem?
f) A forma escrita no balão, o que representa?
g) Observe o verbo utilizado no texto escrito. Em que tempo verbal ele está, e o
que isso sugere?
h) Produza uma frase para a imagem.
2) Procure apresentar figuras para representar os sentimentos listados abaixo:
(Professor: Aproveitando a atividade anterior que se utiliza de uma charge,
pode-se trabalhar com as figuras e as emoções, através do desenho. Vale
lembrar que não é a beleza dos desenhos, mas a intenção de associar o
sentimento à sua representação).
a) Zangado:
b) Cansado
c) Com medo
d) Amigo
e) Amado
f) Forte
g) Doente
h) Machucado
i) Curioso
j) Envergonhado
k) Confuso
l) Feliz
m) Alegre
3) Observe a imagem e tente perceber o sentimento que ela expressa.
(Professor a imagem expressionista de Edward Munch, aparentemente o
contrário do impressionismo. Refere-se a corrente artística surgiu no início do
século XX com surpreendentes combinações de cores retratando
experiências pessoais e angustiantes dos artistas. Artistas: na escultura Ernst
Barlach e Kate Kollwitz e na pintura Edward Munch, Oskar Kokoshk, e
representa a Angústia. O auxílio nessa atividade é essencial, para que o aluno
se atente para as expressões das faces, e para que eles percebam que a
17
linguagem não verbal necessita de uma análise mais detalhada para se “ler”
com precisão.)
Fonte: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=814&evento=10
Questões:
a) Observe as faces da tela. Quantas aparecem com mais nitidez?
b) Por que você acha que o pintor fez isso?
c) Quais as cores utilizadas? Qual cor predomina?
d) Podemos perceber algum tipo de sentimento através da imagem?
e) Qual?
f) Explique por que chegou a essa conclusão.
18
Amplie mais:
Professor você pode encontrar mais sugestões de atividades sobre charges no link
abaixo:
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=713
19
UNIDADE 2 – RESSIGNIFICAÇÃO DAS
DIFERENTES LINGUAGENS
Nesta unidade apresento algumas atividades e alternativas pedagógicas para
a ressignificação das diferentes linguagens.
Partindo da ideia de Kuenzer ( 2002, p. 139) de que:
É de fundamental importância para a escola reconhecer que a relação entre o homem e o conhecimento se dá através da mediação da linguagem, em suas múltiplas formas de manifestação: a língua, a matemática, as artes, a informática, a linguagem do corpo.
Ressalta-se aqui a necessidade de se desenvolver capacidades de
compreensão que superem somente o entendimento do texto, e resultem na
possibilidade de construção de posicionamento social. Isso aponta o trabalho com
diferentes capacidades de leitura, tanto as mais próximas das escolares quanto as
relativas ao campo da interação social.
Assim, se faz necessário a inserção de práticas educativas e pedagógicas
que tragam uma bagagem reflexiva sobre o contexto social em que estamos
inseridos.
O jornal é um instrumento que pode auxiliar na percepção da intencionalidade
dos textos e da forma de linguagem utilizada, e para isso é necessário que o
professor aprofunde a análise da prática do jornal em sala de aula.
Proporcionar ao aluno as possibilidades de perceber os fatos que não foram
veiculados, entender os objetivos da omissão de certos fatos, ou ainda, estar atento
às transformações e abordar com criticidade, não só o jornal, mas os outros meios
de comunicação, também podem levar a caminhos de progresso na compreensão
da criticidade em sala de aula.
Outro, meio de comunicação que deve ser inserido em nossas práticas
pedagógicas é o cinema, pois faz uso das diversas linguagens: teatro, música,
dança e artes plásticas que se interligam compondo a linguagem cinematográfica.
Partindo da premissa que o cinema é uma forma de linguagem histórica e social,
20
também nos mostra as concepções de homem, grupo ou mundo. Reforço aqui a
importância do professor da Sala de Recursos Multifuncional I, assumir uma postura
crítica frente aos conteúdos e mensagens subliminares veiculados pelo cinema.
E para que nossos alunos assumam a postura crítica precisamos apresentar-
lhes a linguagem cinematográfica, e como nos diz Rodrigues (2003) que é
necessário:
exercitar o olhar com o mesmo cuidado com que o investigador no laboratório ou o observador do espaço manipulam os objetos sob observação: amplia-os com as lentes do microscópio ou aproxima-se com as do telescópio para capturar sinais inalcançáveis pelo olhar desarmado (p.32)
Vale lembrar que o encaminhamento metodológico do uso desses
instrumentos é uma questão de escolha e não podem estar desvinculados das
concepções político-pedagógicas de cada professor. Por isso, apresenta-se
sugestão do uso desses instrumentos (jornal e cinema), mas sugere-se que o
processo de escolha, os objetivos, a análise da linguagem, a preparação dos alunos
seja adaptado como exercício de potencializar a postura crítica e reflexiva dos
alunos da sala de Recursos Multifuncional I.
PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA A PERCEPÇÃO DAS LINGUAGENS NO USO
DO JORNAL E CINEMA
Jornal:
1) Propor aos alunos que localizem no jornal uma mesma noticia veiculada em
dois jornais diferentes.
2) Relatar o que perceberam: como estão escritas, a forma que o jornal se
posiciona, se estão relacionadas como manchete em ambos os jornais?
3) Discutir com os alunos se eles consideram as manchetes dos dois jornais
importantes, se fossem escolher os assuntos seriam os mesmos?
Justificativa.
4) Produzir com os alunos um roteiro para perceberem a necessidade de obter
21
as referências da notícia pesquisada.
(Professor deve se assegurar que os alunos conhecem o jornal e caso nunca
tenham observado deverá ajudá-los a analisar os aspectos gráficos e
estéticos do jornal. Se necessário, professor acesse o link
http://pt.wikipedia.org/wiki/Editorial para relembrar sobre o editorial, e depois
solicite aos alunos que leiam o editorial dos jornais distribuídos para a
atividade, para somente depois produzirem o roteiro).
Exemplo de roteiro para atividades com o jornal:
Nome do jornal:
Há um editorial?
Há índice?
Há imagens?
As imagens têm legendas?
Qual a manchete?
Qual notícia me chamou mais a atenção? Por quê?
5) Produção de texto (para essa atividade o professor pode pesquisar com os
alunos a página dos classificados como exemplo)
a) Pensar em um produto e fazer uma campanha publicitária para motivar as
pessoas a comprá-lo.
b) Propor ao aluno: que ele descobriu que tem habilidades fantásticas e
diferentes das outras pessoas e precisa criar um anúncio no jornal,
contando todos os detalhes para que as pessoas possam contratá-lo. Não
esquecer o endereço e o preço pelo serviço.
Cinema
1) Apresentar o vídeo, com a animação do poema de Mário Quintana "Velha
História", narrado por Marco Nanini. Pode-se explicar a Segunda geração do
Modernismo, e as características dos poemas do autor que incorporaram em
sua poesia o bom humor, o coloquialismo e a brevidade.
22
(http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=85
51)
2) Após assistir a animação, possibilitar a discussão sobre aspectos importantes
e gerais do vídeo. Sugestão:
a) Onde se passa a história?
b) Características do lugar.
c) Quem são os personagens?
d) O que contam os personagens?
e) Qual o modelo de sociedade representado?
f) Quais as mensagens não questionadas?
g) Quais os valores afirmados ou negados nesse vídeo?
h) O que lhe chamou a atenção visualmente?
i) O que você destacaria no texto?
j) Qual a sua interpretação para a história retratada?
Amplie mais:
Professor você poderá encontrar sugestões interessantes de aulas utilizando
o jornal como instrumento pedagógico nos links abaixo:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22977
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19312
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteud
o=718
O Portal Dia a Dia oferece suporte para o uso do cinema em sala de aula,
acesse o link abaixo e explore:
http://www.cinema.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=
1193
23
UNIDADE 3 – LINGUAGEM ORAL E ESCRITA,
ASSOCIADAS AO LER, OUVIR E FALAR
Segundo Mantoan (2003) a:
inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, mas todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral.
E para isso a comunicação é um importante processo, possibilitando o
ajustamento e a inter-relação dos indivíduos. A linguagem oral é um dos
instrumentos mais complexos, mas também útil que possibilitam alcançarmos a
comunicação, usar a linguagem oral fundamenta a escrita. Vale lembrar que para um
bom êxito na comunicação é necessário saber ouvir. O ouvir é importante para
aprender, adquirir conhecimentos e socializar. A leitura é a forma usada para a
comunicação e por consequência, veículo de socialização. É a leitura que vai
interferir na aprendizagem da escrita, elas são interdependentes e se desenvolvem
de modo contínuo e progressivo. A linguagem escrita é a capacidade de se
expressar por meio de palavras ou utilizando símbolos gráficos, sendo que necessita
de preparo para a organização das ideias e compreensão do assunto.
PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA A PERCEPÇÃO DAS LINGUAGENS ORAL E
ESCRITA ASSOCIADAS AO FALAR, OUVIR E ESCREVER
Atividade 1
O telefone faz parte de nosso dia a dia e faz uso da linguagem oral. Como sabemos,
essa atividade diária se constitui em uma ótima oportunidade para desenvolver
atitudes sociais em nossas crianças.
Propor a simulação de telefonemas entre os colegas, através de representação de
situações do cotidiano, como:
a) Recado para os pais
24
b) Convite para o aniversário de um amigo
c) Ligação para parabenizar a professora pelo aniversário
d) Agradecimento de um presente recebido.
Atividade 2
Aproveitando a situação real da atividade 1, pode ampliar a atividade com o
uso da linguagem escrita através do bilhete e carta, que são formas importantes da
escrita. O professor pode aproveitar as situações cotidianas, visto que os alunos
adoram passar bilhetes entre eles.
A) Propor aos alunos que escrevam bilhetes (para isso o professor deve
trabalhar a produção de bilhete, dando-lhes exemplo) das mais variadas
situações:
a) bilhete a um colega que faltou aula avisando que sobre uma avaliação;
b) aviso aos pais sobre uma excursão
c) combinando um encontro para praticar um esporte.
Amplie mais:
Pode-se sugerir a leitura do livro O Carteiro Chegou de Janet & Allan Ahlberg,
que desperta o interesse pela leitura, além de proporcionar aos alunos o contato
com várias cartas que estão anexas ao livro, possibilitando assim, despertar a
criatividade e interesse deles por essa importante forma de comunicação e
escrita: a carta.
B) Técnica do Ouvir e Falar:
Nessa atividade o professor, fará a contação de uma história e depois lançará
questões para serem respondidas oralmente pelos alunos.
Sugestão: O problema educacional (ou sacrifícios de mãe) de Millôr
Fernandes:
http://metaforas.com.br/o-problema-educacional
25
A pobre mãezinha levou o filhinho ao psicanalista porque ele era
incapaz de comer qualquer coisa. Ou coisa alguma. Só gostava de comer o
impossível. O médico examinou o crescimento mental do menino e
recomendou à mãe (dele) que não forçasse o menino a comer o que ele não
gostasse. Percebia-se nitidamente que era um jovenzinho de formação
extravagante a quem se deveria oferecer apenas pratos ímpares. Assim foi
que a mãezinha, muito da psicanalítica, chegou em casa e perguntou ao
filhinho o que é que ele gostaria de comer. O menino nem titubeou. Disse
logo: "Uma largatixa". Com grande repugnância e não menor dificuldade, a
mãe(zinha) conseguiu caçar uma lagartixa e deu-a ao menino. O menino
olhou a lagartixa com igual ânsia, um olho pra cá, outro pra lá, os dois olhos
parando lá em cima e exclamou: "Como é que a senhora pretende que eu
coma essa porcaria assim crua: não tem sequer manteiga dupla?" A mãe,
sempre mãe, e mais porque psicanaliticamente orientada, pegou a lagartixa,
pô-la na frigideira e fritou-a como o menino desejava. – Está bem agora? –
perguntou ao menino. – Não – respondeu a peste, parte ao meio. A mãezinha
tão (...), coitada!, fez o que o menino mandava. O menino olhou a mãezinha,
a mãezinha olhou o menino, o menino mexeu um olho, a mãe baixou a
cabeça meio centímetro, o menino mexeu o outro olho, a mãe voltou com a
cabeça à posição anterior e aí o menino impôs: – Eu só como a lagartixa se a
senhora comer metade. – Então come que depois eu como – disse a mãe. –
Não, você tem que comer primeiro – disse o menino. A mãezinha sentiu uma
golfada de nojo, mas, que ia fazer? Mãe é mãe e além do mais, ela tinha
tantas raízes iunguianas! Fechou os olhos e, para não sentir, com um gesto
rápido, jogou metade da lagartixa dentro da goela, engoliu. O menino olhou-a
firme, olhou a metade da lagartixa na frigideira e começou a chorar: – "Ah, ah,
ah!... A senhora comeu exatamente a metade que eu gosto. Essa daí eu não
como de jeito nenhum”. (FERNANDES, 1985, p. 109-111).
C) Questões8 sobre o texto ouvido:
a) O texto é uma narrativa da qual participam duas personagens. Quem são
elas?
8 FERREIRA, Mauro, Entre Palavras, São Paulo: FTD, 1999. Coleção Entre Palavras.
26
b) A mulher levou o menino ao médico.
Por que ela fez isso?
O que o médico recomendou à mulher?
c) Quando voltaram do médico, a mulher perguntou ao garoto o que ele
desejava comer. O que ele respondeu?
d) Depois que a mulher conseguiu caçar o animalzinho, o menino fez a ela
três exigências. Como ele queria que o bichinho fosse preparado?
e) O garoto, quando viu satisfeita a primeira exigência, fez a segunda. Qual
foi ela?
f) Ao referir-se à terceira exigência do menino, o narrador diz: “A mãezinha
sentiu uma golfada de nojo, mas que ia fazer?, mãe é mãe (...)”.
Por que a mulher ficou enojada?
O que o narrador quis dizer com “mãe é mãe”?
g) A reação do menino, depois que a mulher satisfez a terceira exigência,
causou surpresa a você? Por quê?
h) Você acha que a mulher agiu certo atendendo às vontades do menino?
Por quê?
i) Em relação ao menino, quantos anos você acha que ele tem e por que ele
estaria agindo assim?
D) Propor aos alunos a produção de um texto com um final diferente.
Amplie mais:
Professor, nessa atividade pode aproveitar para explorar a palavra
psicanalista, se os alunos conhecem, sabem o que ele faz, por se tratar da
sala de recursos multifuncional I, provavelmente faça parte do seu contexto, o
que ajudará a perceber a importância desse profissional nesse contexto. Há
possibilidades de explorar inclusive outras profissões como fonoaudiologia,
psicologia, psiquiatria, psicopedagogo.
27
UNIDADE 4 – PRODUÇÃO DE TEXTO EM
DIVERSAS FORMAS: DESENHO, A ESCRITA, A
LEITURA E A ORALIDADE
“Entre palavras e combinações de palavras circulamos, vivemos,
morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que
significado, que não sabemos ao certo?” (Carlos Drummond de
Andrade)
Aprimorar a competência dos nossos alunos na leitura, na fala e na escrita é o
objetivo maior do ensino da língua portuguesa. Mas deve-se levar em consideração
que a sala de recursos Multifuncional Tipo I é também um espaço privilegiado pra o
debate de outras questões relacionadas ao desenvolvimento intelectual, visando à
ampliação de sua visão de mundo, e o desenvolvimento das habilidades linguísticas
do aluno, e por outro lado, objetiva contribuir para a formação cultural, social e ética,
apurando o senso de responsabilidade pessoal e coletiva, indispensável para a
formação da consciência de cidadania.
Nessa unidade as atividades de produção de texto em diversas formas, as
quais unem o desenho, a escrita, a leitura e a oralidade pretende reforçar e contribuir
para um trabalho progressivo com a linguagem.
Assim seguem algumas sugestões de atividades.
PROPOSTA DE ATIVIDADE DE PRODUÇÃO DE TEXTO
Propor a leitura do Livro Conto ou não conto de Abel Sidney
(http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea000337.pdf)
(Professor antes da leitura fazer uma breve explanação sobre o contar, a fofoca
para despertar o interesse do aluno)
Conto ou não conto?
-- ... eu nem te conto!
-- Conta, vai, conta!
28
-- Está bem! Mas você promete não contar para mais ninguém?
-- Prometo. Juro que não conto! Se eu contar quero morrer sequinha na mesma
hora...
-- Não precisa exagerar! O que vou contar não é nada assim tão sério. Não precisa
jurar.
-- Está bem...
Depois de muitos anos, ainda me lembro em detalhes sobre o que eu e minha prima
conversamos. Éramos muito pequenas e eu passava as férias em sua casa. Nunca
brincamos tanto, quanto naqueles dias!
Lembro-me do segredo que ela prometeu me contar.
- Olha, eu vou contar, mas é segredo! Não conte para ninguém. Se você contar eu
vou ficar de mal.
- Eu não vou contar, já disse! O segredo não era nada sério, coisa mesmo de
criança naquela idade. E ela acabou contando...
- Minha mãe saiu para fazer compras e eu fiz um bolo. Eu quebrei dois ovos,
misturei com a farinha de trigo e o açúcar. Não deu nada certo. Com medo, eu
arrumei tudo, joguei o bolo fora e até hoje minha mãe não sabe de nada...
- Meu Deus, sua doida! Você teve coragem de fazer uma coisa dessas?!
- Tive. Se a minha mãe descobrir, eu não quero nem imaginar o que ela fará
comigo!! Posso ficar uma semana de castigo. Ou até mais...
A minha língua coçou. Um segredo daqueles não poderia ficar guardado. Na
primeira oportunidade em que eu fiquei sozinha, procurei minha tia, que estava
preparando o almoço.
- Tia, preciso contar uma coisa pra senhora.
- Pois conte, que estou ouvindo. Não posso te dar mais atenção, senão o almoço
não sai...
- É que eu tenho um segredo pra te contar e não sei se devo...
- O segredo é seu ou dos outros?
- Dos outros... Quer dizer, da prima!
- E por que você quer contar os segredos alheios?
- Bem, eu pensei que a senhora quisesse saber o que aconteceu...
- Ah, minha filha, deixa eu te fazer apenas uma pergunta: a dona do segredo te
autorizou a contá-lo?
- Na verdade, não!
29
- E por qual motivo você me contaria, então?
- É que... Bem, o que ela fez não é muito certo...
- E você vai dedurar a sua prima? Se for alguma coisa muito grave ela ficará de
castigo. E você não terá com quem brincar. Você já pensou nisso?
- Não...
- Pois pense. E depois volte aqui para conversarmos...
Eu não sabia onde enfiar a cara, de tanta vergonha. E para que ninguém
descobrisse os meus pensamentos, me escondi na casinha do fundo do quintal. Na
hora do almoço, saí de lá, pois a fome, nessas horas, é uma sensata conselheira. E
minha tia, com muito cuidado, voltou a tratar do assunto.
- Eu preciso contar uma coisa pra vocês... Minha avó, quando eu era pequena, me
ensinou uma coisa que nunca mais me esqueci. E hoje, ouvindo uma notícia no
rádio, lembrei-me dela. Ela dizia que nós temos uma boca e dois ouvidos; por isso,
nós temos que mais ouvir do que falar. E mais: nem tudo o que ouvimos, devemos
passar adiante, pois quem conta um conto, aumenta um ponto. E se o que se conta
é um segredo, pior ainda. Por isso, nessas horas em que a nossa língua coça,
o melhor é lembrar que boca fechada não entra mosquito...
E contou também histórias de outras gentes: mexeriqueiros, dedos-duros,
fofoqueiros, enfim, a turma do leva-e-traz... Naquela tarde, ainda preocupada que
lessem os meus pensamentos, fiquei murchinha, daqui para ali, inventando o que
fazer... Só no dia seguinte, quando minha prima decidiu contar para mim outro dos
seus segredos, foi que eu tomei coragem de me sentar ao seu lado, bem quietinha.
Disse ela:
- Sabe, o outro segredo é mais sério que o primeiro...
E fez suspense – disse, repentinamente que estava com sede e foi buscar água na
cozinha... Depois de retornar, bebeu a água bem devagarinho, até recomeçar:
- Olha, eu tenho um grande defeito. Às vezes eu me escondo na cozinha, para ouvir
a conversa de minha mãe com as outras pessoas. E por acaso eu estava ontem,
tranquilamente sentada no meu cantinho secreto, quando alguém chegou para
conversar com ela. Como esta pessoa é minha conhecida (e eu gosto muito dela),
não posso contar o que aconteceu por lá... É uma pena! Eu só posso dizer que essa
pessoa é uma língua de trapo, uma linguaruda...
Nunca rimos tanto! Eu, na verdade, não sabia se me sentia agradecida ou
envergonhada... E passado tantos anos, ainda hoje nós fazemos questão de
30
relembrar este episódio. Nossos filhos compreendem, então, porque somos tão
amigas e cúmplices. E olha que eles nem imaginam o que ocorreu anos
depois, quando éramos jovens e começamos a paquerar, sem saber, o mesmo
cara... Bem, mas isto é segredo e eu não posso contar!
1) Os alunos devem fazer a leitura silenciosa do texto acima.
2) Os alunos releem o texto em voz alta, recomenda-se que os demais fechem
seus livros e ouçam o colega.
3) O professor lança questões sobre o texto lido para perceber se os alunos
compreenderam e esclarece possíveis dúvidas.
4) Analisar com os alunos os recursos vocabulares do texto.
5) Propor que os alunos organizem questões sobre o texto, as quais serão
respondidas pelos colegas num debate.
6) Associar o texto com o cotidiano dos alunos, reforçando sobre a importância
da reflexão sobre o que e como falar ou contar, em qual local, em que
situação.
7) Produção de texto: Pode-se aproveitar o texto lido, ou ainda pode-se propor
outros temas partindo do contexto dos alunos.
Amplie mais:
Professor nessa atividade pode-se propor discussões, pesquisa e produção de
cartazes sobre temas importantes como Bullying, violência, respeito, segredo,
brigas, discussões, e outros sugeridos pelos próprios alunos).
31
UNIDADE 5 – TEATRO, DRAMATIZAÇÃO E
PRODUÇÃO DE FANTOCHES
Nesta unidade apresento atividades de teatro, dramatização e produção de
fantoches, unindo a arte à Língua Portuguesa para proporcionar aos alunos as
várias linguagens e ajudá-los a refletir sobre o uso da linguagem falada, escrita e
leitura, além do trabalho manual. A utilização de fantoches que são excelentes
estimuladores de imaginação e da linguagem, pois facilitam a concretização das
fantasias e expressões dos sentimentos, atraindo a atenção e encantando os alunos.
Essa atividade proporcionará o prazer de dar voz e vida a animais e bonecos,
e pode ser superada até a timidez que muitas vezes dificulta a comunicação e
interação. A feitura e montagem dos fantoches, faz com que o processo criativo
estimule o desenvolvimento da linguagem e do pensamento, fazendo com que os
alunos aprendam a se expressar e extravasar suas emoções.
Sendo assim, a proposta dessa unidade é confeccionar os fantoches com
materiais de sucata, para posterior produção de uma peça teatral com os fantoches
criados por eles.
PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DO
PENSAMENTO CRIATIVO
1) Confecção de fantoches com sucatas:
Material:
Garrafas pets limpas
Caixa de leite limpas e secas
Retalhos de tecidos
Cola quente
Botões coloridos
Lã de diversas cores
E demais materiais que os alunos dispuserem para acrescentar na confecção
dos fantoches (miçangas, tinta, papelão, EVA.).
32
2) Após a confecção dos fantoches, reunir os alunos para nominar os fantoches
e oralmente tentar organizar uma história para que todos os fantoches sejam
envolvidos, e ainda pensar em um cenário para a história acontecer o qual
será produzido por eles também.
3) Escrever a história.
4) Separar as falas para que todos participem da peça.
5) Ensaiar a peça, corrigindo possíveis equívocos.
6) Apresentar a peça para as outras turmas.
Amplie mais:
Professor nessa atividade pode-se sugerir a participação de outras disciplinas
e trabalhar temas de interesse coletivo da escola nos teatros.
33
UNIDADE 6 – JOGOS E BRINCADEIRAS
Nesta unidade serão utilizados jogos e brincadeiras, os quais tem o objetivo
de despertar a imaginação e criatividade, além de estimular a conceituação pelas
características dos objetos, orientação espacial, conceito de igual e diferente,
discriminação visual, atenção, observação, vocabulário, enfim, através do lúdico
motivar o crescimento do aluno como um ser autônomo e capaz de agir com
coerência nas mais diversas situações.
A educação é um processo global e contínuo, cada etapa de
desenvolvimento, cada momento de sua vida tem prioridades diferentes, as quais a
atuação pedagógica precisa contemplar. Seguindo esse raciocínio, podemos dizer
que os brinquedos pedagógicos são todos os objetos que atendam às necessidades
da criação no momento em que ela utiliza, pois também é tarefa da educação o
desenvolvimento emocional e social, a preservação da alegria e da saúde mental da
criança. Assim todo brinquedo, pode ser pedagógico dependendo das circunstâncias
e está diretamente ligado ao que se propõe e ao que desperta no educando.
Assim, o que se propõe nessa unidade poderá ser alterado conforme as
necessidades dos escolares e contexto que se apliquem. Cabe ao professor analisar
e adaptá-las a sua realidade.
PROPOSTA DE ATIVIDADE LÚDICA
1) O que é, o que é?
Materiais:
Figuras de revistas, cartolina ou papel, envelopes grandes e caixa de
papelão.
Confecção:
Recortar figuras de animais, de objetos, de alimento, etc.
Colá-las em pedaços de cartolina.
Colocar cada figura dentro de um envelope, no qual do lado de fora
devem estar escritas três qualidades que a figura tem e três que a
34
figura não tem.
Os próprios alunos montarão o jogo, escolhendo as imagens, criando
as características positivas e negativas para serem escritas no
envelope.
Como jogar:
Cada aluno escolhe um colega para adivinhar qual figura ele escolheu,
somente com as características escritas por ele no envelope.
O colega tem que adivinhar qual a figura somente pela enumeração dos
atributos negativos. Ex.: para a figura de um relógio: - não é de comer-, não é um
bicho-, - não serve para sentar-, -serve para não nos atrasarmos-, -nos ajuda a
orientarmos no tempo-,- tem ponteiros-. As respostas ou tentativas devem ser
respondidas, para que os outros alunos fiquem atentos, pois caso esse aluno não
acerte os outros poderão tentar até conseguirem chegar à resposta, caso não
cheguem ir mostrando bem devagar a figura possibilitando a resposta correta.
2) Jogo de Charadas: Descobrindo os verbos!
É um jogo dinâmico e divertido que estimula a memória e a concentração.
Através das pistas nas cartas, a criança localiza no tabuleiro as gravuras das
charadas.
É preciso ter reflexos rápidos e boa visão para encontrar as respostas das 90
charadas em um super tabuleiro ricamente ilustrado ( nesse caso as imagens
representam ações/ verbos).
Idade: a partir de 10 anos
Participantes: até 6 pessoas
Conteúdo:
01 tabuleiro com 90 ilustrações que indicam as ações contidas nas charadas escritas
nas cartas.
54 fichas em EVA – 06 cores diferentes com 09 fichas cada
90 cartas coloridas com charadas, sendo:
35 cartas com 05 pontos cada;
25 cartas com 10 pontos cada;
15 cartas com 15 pontos cada;
35
10 cartas com 20 pontos cada e
05 cartas com 50 pontos cada.
Preparação para o jogo:
Coloque o tabuleiro no centro da mesa. Cada participante escolhe uma das cores
das fichas em EVA para representa-lo na partida. Embaralhe as cartas e posicione-
as no local demarcado no tabuleiro, com os textos voltados para baixo.
Como jogar:
Para iniciar o jogo cada participante deve estar com uma fica colorida na mão.
Sugerimos que o mais jovem inicie o jogo retirando uma carta do monte e, sem ver a
charada, posicione a carta ao seu lado com o texto voltado para baixo. Então, o
participante da vez está autorizado a ler a charada em voz alta.
Todos devem prestar muita atenção, pois só há uma resposta para cada charada e
essa resposta está ilustrada no tabuleiro, através de gravuras.
Aquele que encontrar mais rápido a gravura correspondente à resposta da charada
no tabuleiro, deverá colocar a sua ficha em cima dessa gravura e ficar com a
respectiva carta para a contagem de pontos no final do jogo.
Havendo dúvidas para encontrar no tabuleiro a gravura correspondente, cada um
terá a liberdade de consultar o manual ( o professor no caso).
E assim o próximo participante deverá proceder da mesma forma, sortear uma carta
sem ler o conteúdo, esperar todos estarem com a ficha colorida na mão e então ler
em voz alta a charada.
Esse procedimento deverá acontecer até que um dos participantes coloque primeiro
as suas 09 fichas no tabuleiro. E ele ganhará 50 pontos extras e passará a sortear
e ler as demais charadas, dando sequencia ao jogo. O segundo a colocar suas
fichas ganhará 20 pontos extras, o terceiro ganhará 15 pontos, o quarto ganhará
10 pontos, o quinto ganhará 05 pontos e o sexto ( último participante) será
eliminado. Para evitar confusão na pontuação os jogadores devem anotar em uma
folha os resultados.
Vencedor:
Será vencedor aquele que somar mais pontos, se houver empate poderá fazer uma
partida relâmpago com cinco fichas cada um. Nesse caso o jogador que foi
eliminado fará os sorteios das cartas e lerá as charadas.
CHARADAS de 01 a 35 = 05 pontos cada
36
01 = Verbo que indica descanso, geralmente feito a noite. R: dormir.
02 = Verbo que indica andar em velocidade excessiva, ou seja andar com muita
velocidade. R: correr.
03 = Verbo que indica produzir som estridente com a voz. R: gritar
04 = Verbo que indica o movimento feito com os olhos repetidas vezes. R : piscar
05 = Verbo que indica ingerir líquido. R beber
06 = Verbo que indica a ação de chegar até o chão, inclinando o corpo. R: agachar
07 = Verbo que indica participar de uma partida de futebol. R jogar
08 = Verbo que indica a ação de emitir som através da boca, sem falar ou gritar. R .
assoviar
09 = Verbo que indica obter conhecimento para a prova da escola. R estudar
10 = Verbo que indica observar um programa de TV. R = assistir
11 = Verbo que indica observar com os olhos e entender o que está escrito. R ler
12 = Verbo que indica traçar letras no papel com lápis ou caneta. R escrever
13 = Verbo que indica a ação de passar agua e sabão nas mãos. R lavar
14 = Verbo que indica a ação de higienizar o corpo com agua é sabonete. R tomar
banho, ou banhar-se.
15 = Verbo que indica a ação de limpar os dentes com uma escova. R escovar
16 = Verbo que indica pilotar um carro. R dirigir
17 = Verbo que indica dirigir uma moto. R pilotar
18 = verbo que indica a ação de colocar as sementes na terra. R plantar
19 = Verbo que indica a ação de retirar das plantas o que se come. R. Colher
20 = Verbo que indica ação geralmente feita pelos pássaros. R voar
21 = verbo que indica a ação de conhecer lugares diferentes. R viajar
22 = Verbo que indica a ação de colorir os desenhos. R pintar
23 = Verbo que indica a ação de usar a máquina fotográfica para registrar os
momentos. R fotografar
24 = Verbo que indica a ação de usar as teclas do computador para produzir textos.
R digitar
25 = Verbo que indica a ação de alimentar-se. R comer
26 = Verbo que indica a ação de escutar musicas. R ouvir
27 = Verbo que indica a ação de usar brinquedos para se distrair. R brincar
28 = Verbo que indica a ação de sair da posição de sentado. R levantar-se
29 = Verbo que indica a ação colocar roupas. R vestir
37
30 = Verbo que indica a ação de tirar as roupas. R despir-se
31 = Verbo que indica entoar sons em vários ritmos. R cantar
32 = Verbo que indica diminuir o tamanho dos cabelos. R cortar
33 = Verbo que indica a ação de modelar os cabelos, geralmente é uma ação feita
logo cedo após acordar. R pentear
34 = Verbo que indica a ação de devoção, geralmente é feita de joelhos e com as
mãos arrumadas. R rezar
35 = Verbo que indica a ação de produzir sinais gráficos formando palavras, R
escrever.
CHARADAS de 36 a 45 = 20 pontos cada
36 = Verbos que indica a ação de refletir sobre o que se ira fazer ou já fez. R pensar
37 = Verbo que indica a ação de usar o telefone ou celular para falar. R telefonar
38 = Ação que indica a ação violenta. R brigar
39 = Verbo que indica a ação de contar mentiras ou inventar algo sobre alguém. R
fofocar/ caluniar
40 = Verbo que indica a ação biológica de esvaziar a bexiga. R urinar
41 = Ação de partir ao meio duas partes. R separar
42 = Ação que indica a tristeza, sendo com lágrimas. R chorar
43 = Verbo que indica a ação de exercer cidadania, é um direito, mas também é um
dever. R votar
44 = Ação de tirar a casca. R descascar
45 = Ação de retirar a guarda de algum objeto de seu dono sem permissão, com
uso de violência. R roubar.
CHARADAS 46 = 10 pontos
46 = Verbo que indica a ação de perder peso. R emagrecer
CHARADA 47 = 50 pontos
47 = ação que indica a ação de juntar os lábios com emoção. R beijar
CHARADAS de 48 a 59 = 10 pontos cada
48 = Ação comum no Hallowenn. R assustar
49 = Verbo que indica a ação que Pedro Alvares Cabral fez com o Brasil R
descobrir
50 = Verbo que indica a ação que D. Pedro fez no dia 15 de novembro de 1822. R
proclamar
51 = Verbo que indica a ação de prevenção contra o mosquito da dengue. R.
38
prevenir
52 = Verbo que indica o ato de tirar as amarras. R Desamarrar
53 = Verbo que indica o contrário de fechar as janelas. R abrir
54 = Ação feita pelos bombeiros no caso de incêndio. R . socorrer
55 = Verbo que indica o ato de cuidar da natureza . R conscientizar
56 = Verbo que indica a ação dos artistas quando estão no palco. R representar
57 = Verbo que indica a ação de um atleta na academia. R treinar/ malhar
58 = Ação que é própria do sapo, mas que os humanos podem fazer. R pular
58 = Ação que é própria do cachorro. R Latir
59 = Verbo que indica a ação de ir ao chão, geralmente quando perdem o equilíbrio.
R cair
CHARADA 60 = 50 pontos
60 = Verbo que indica a ação de sentir o odor de alimentos, flores, perfumes... R.
cheirar
CHARADA 61 = 10 pontos
61 – Verbo que indica ir à escola para aprender. R Estudar.
CHARADAS de 62 e 63 = 50 pontos
62 = Ação que é comum das cobras. R picar
63 = Verbo que indica andar em descompasso, talvez por ter machucado o pé. R
mancar
CHARADA 64 = 10 pontos
64 = Verbo que indica o contrário de chorar. R rir
CHARADA 65 = 50 pontos
65 = Ato comum nas redes sociais, que indica que muitas pessoas poderão
visualizar a mesma imagem ou texto. R compartilhar
CHARADA 66 a 75 = 10 pontos
66 = Ação de aconchegar-se numa cadeira. R sentar
67 = Ação que indica o desmatamento. R desmatar
68 = Verbo que indica fazer uso de maquiagem. R maquiar-se
69 = Verbo que indica a ação produzida pelos alunos quando o professor passa
matéria no quadro. R copiar
70 = Ação que indica fazer uso da Internet e pode indicar ação feita por um navio no
mar. R navegar
71 = Ato de buscar mais informações sobre um determinado assunto, pode ser em
39
livros, revistas ou internet. R pesquisar
72 = Verbo que indica a ação de jogar-se na água e deslocar-se nela. R nadar
73 = Verbo que indica ação quando se come uma manga. R chupar
74 = Ação biológica produzida quando há uma irritação nasal. R. espirrar
75 = Ação da natureza quando caem pingos d’água das nuvens. R chover
CHARADA 76 a 90 = 15 pontos cada
76 = Ação da natureza quando produz neve. R nevar
77 = Ação produzida quando a água atinge uma temperatura muito alta. R evaporar
78 = Verbo que indica a ação de um picolé quando fica exposto ao sol. R derreter
79 = Verbo que significa um sinônimo de bullying . R apelidar
80 = Ação de extrair o suco das frutas. R espremer
81 = Ação que indica a ação da pessoa que dorme , quando o despertador toca pela
manhã. R acordar
82 = Ação que indica a ação da mãe ao conduzir o carrinho do seu bebê. R
empurrar
83 = Ação que indica o fato das pessoas mudarem de lado na rua. R atravessar
84 = Verbo que indica a ação de seguir as leis. R respeitar
85 = Verbo que indica produzir barulho no carro. R buzinar
86 = Ação dos lutadores de vale tudo. R lutar
87 = Verbo que indica criar coisas novas e inusitadas, geralmente feita pelos
cientistas. R inventar
88 = Verbo que indica a ação de dar algo a alguém. R presentear.
89 = Ação de optar por esse ou aquele. R. escolher
90 = Verbo que indica o contrário de perder. R ganhar
Amplie mais:
Professor as charadas acima são sugestões, mas podem ser alteradas para
qualquer outro assunto da língua portuguesa. Use sua criatividade e adapte para sua
necessidade
40
3) Loto de figuras
Material:
Duas revistas em quadrinhos iguais.
Cartolina.
Tesoura.
Cola.
Caixa de papelão e régua.
Confecção:
Escolher quadradinhos com figuras que possam ser descritas facilmente.
Recortá-las das duas revistas iguais.
Preparar seis cartelas de aproximadamente 21x15 cm e 36 cartelinhas de 7x5
cm.
Colar as figurinhas, colocando uma na cartela e outra na cartelinha, formando
seis cartelas com seis figuras cada e 36 cartelinhas.
(Nessa atividade sugere-se que os alunos façam a montagem do jogo, pois a
linguagem visual o nível de complexidade é menor. O número total de cartela
e cartelinhas vai variar de quantos alunos há na sala).
Cada aluno fará a descrição da figura, primeiro oralmente, e depois em
cartelas feitas em cartolinas, por escrito.
Como jogar:
Distribuir as cartelas aos alunos.
Misturar as cartelinhas e sorteá-las, cada jogador irá descrever a figura para
que os colegas a localizem em suas cartelas.
Cada aluno pode sortear uma cartela e descrevê-la oralmente.
Após, pode passar para a descrição escrita das cenas para que depois os
colegas façam a leitura e percebam se foi descrita de forma que possa ser
identificada.
41
Amplie mais:
Professor, através dessas atividades serão desenvolvidas habilidades como
a atenção concentrada seletiva e visual, criatividade, além da organização
textual oral e escrita. Há possibilidades de diversos assuntos na área da
Língua Portuguesa a serem trabalhados como: narração, descrição, verbos,
ortografia, etc.
Vale lembrar que:
O jogo constitui-se numa ferramenta pedagógica importante. Mais ainda, o
jogo é um instrumento de alegria, pois:
Uma criança que joga antes de tudo o faz porque se diverte, mas dessa diversão emerge a aprendizagem e a maneira como o professor, após o jogo, trabalhar suas regras pode ensinar-lhe esquemas de relações interpessoais e de convívio éticos (ANTUNES, 2003, p.14).
Assim sendo, no contexto da sala de recursos multifuncional tipo I, constitui-
se numa situação privilegiada para a construção da escrita, além de facilitar a
socialização dos conhecimentos. E como qualquer conteúdo deve ser elaborado e
planejado de acordo com as dificuldades, servindo de suporte, tornando as
atividades significativas e motivadoras para desenvolver no aluno o gosto pela leitura
e produção escrita.
42
UNIDADE 7 – LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
Nesta unidade, busca-se o trabalho com a linguagem oral e escrita, pois a
linguagem é um sistema multissensorial que envolve as áreas do desenvolvimento a
afetividade e a socialização, constitui-se assim, uma forma complexa do
comportamento, adquirida através de experiências significativas e das relações
intrapessoais e interpessoais, é a expressão do pensamento da palavra falada e
escrita como um conjunto finito de regras e símbolos. Assim, a criança aprende o
que ouve, depois de ter apreciado o que vê, dependendo do que mexe e
experimenta ( LURIA, 1987).
PROPOSTA DE ATIVIDADE COM LEITURA, ESCRITA E IMAGINAÇÃO
1) Recontando uma história:
Propõe-se a leitura de uma história, que pode ser uma bem conhecida de
todos os alunos (pode ser várias histórias diferentes fotocopiadas)
Após essa leitura, os alunos terão que reescrever a história lida, mas o
professora irá aleatoriamente sortear alguns objetos do baú surpresa, e as palavras
referentes a esses objetos terão que ser introduzidas na história. E assim,
sucessivamente. O professor pode sortear vários objetos, dependendo do
andamento da produção dos alunos.
O baú surpresa pode conter objetos os mais variados: dentadura de vampiro,
chaveiro, bola, anel, escova de dente, meia velha e furada, um batom, um
óculos, etc.
2) Móveis falantes:
Nesta atividade a imaginação será o ponto alto. Imaginem o que falariam os
objetos? Imagine o que eles teriam a dizer para você e escreva ao lado das
perguntas as repostas que achar mais criativa:
43
a) Sua escova de dentes?
b) Sua escova de cabelos ou pente?
c) Seu lápis?
d) Seus sapatos?
e) Seus livros?
f) Seu relógio?
g) Seu brinquedo predileto?
h) Sua cama?
i) Seu boné?
j) Sua mochila de escola?
3) Auto- inventário:
Nesta atividade o professor deve lembrar que todos nós temos os pontos
fortes, ou seja coisas que fazemos muito bem e que fazem sentir orgulho de nós
mesmos. Pense sobre os seus pontos fortes e preencha o que se pede:
a) Minhas habilidades e talentos:
b) Minhas áreas de conhecimentos e experiências:
c) Meus traços de personalidade e qualidades positivas:
d) Minhas realizações mais importantes:
e) As pessoas mais importantes da minha vida:
f) Comentários:
4) Sentenças incompletas:
Complete as sentenças sobre você e seus sentimentos:
a) A coisa que eu mais gosto que as pessoas admirem em mim é:
b) Eu gostaria que meus amigos:
c) Eu gosto de mim por que:
d) Eu me sinto melhor quando as pessoas:
e) Eu gostaria que meus pais:
f) Eu gostaria de ser:
g) O mundo seria melhor se as pessoas:
44
h) A coisa que mais me preocupa atualmente é:
i) Eu realmente perco a calma quando:
j) Eu posso
k) Eu não posso
l) Eu tenho medo de
m) Eu me orgulho de mim quando:
n) Acho muito engraçado
Amplie mais:
Professor nessas atividades o aluno se utilizará da imaginação e criatividade,
associados à leitura e escrita. Pode ser adaptado para objetos que façam parte do
cotidiano do seu aluno.
45
UNIDADE 8 – A RELAÇÃO INTRAPSICOLÓGICA
DOS ESCOLARES DA SALA DE RECURSOS
UTILIZANDO AS DIVERSAS LINGUAGENS
Nesta unidade, a reflexão sobre as atividades desenvolvidas durante as
unidades anteriores, e a importância das diversas linguagens na sala de recursos
multifuncionais tipo I.
Ouvir e falar, ler e escrever, discutir, ver, refletir, sentir... Essas são algumas
habilidades importantes por meio das quais nos relacionamos com o mundo e
desenvolvemos nossos conhecimentos e sensibilidade. E é através das diversas
linguagens que interagimos.
Sabe-se que a criatividade é o recurso mais precioso de que o ser humano
dispõe para lidar com os desafios que acompanham a atualidade. Estar preparado
para solucionar problemas e solucioná-los de forma criativa e inovadora é
necessidade.
A percepção de quem somos, qual nosso papel, e principalmente a
importância da aprendizagem real, através da diferentes práticas pedagógicas, além
de desenvolver os conteúdos emocionais e afetivos para aprimorar o processo de
criar.
PROPOSTA DE ATIVIDADE9 PARA A PERCEPÇÃO DO PRÓPRIO EU
1) Trabalhando as minhas emoções e meus sentimentos:
a) O nosso nome é importante nossa vida e é parte de nossa identidade, por
isso devemos gostar do nosso nome.
Use o espaço na folha para escrever o seu nome da forma mais criativa e
original que você achar. Pode usar caneta, lápis de cor, giz de cera ou tinta.
b) Agora vamos desenhar o seu nome, dê ao seu nome uma forma de um
objeto, animal, flor, ou o que você decidir. Capriche e seja criativo.
c) Grande parte das pessoas tem uma história a contar sobre seu nome, por
9 Atividades adaptadas de VIRGOLIM, Angela M. Rodrigues. Toc, toc...plim, plim: Lidando com as
emoções, brincando com o pensamento através da criatividade/ Angela M. Rodrigues Virgolim, Denise de Souza Fleith, Monica Souza Neves-Pereira, Campinas, SP: Papirus, 1999.
46
exemplo, quem o escolheu? Por quê? Ele tem algum significado? Escreva.
d) Se por acaso não gostar de algo em seu nome, diga como gostaria de ser
chamado.
e) Os apelidos fazem parte de nossa história de vida. Mas devemos diferenciar
os apelidos carinhosos de nossa família ao Bulliyng. Como você era chamado
quando pequeno?
2) Carteira de identidade:
Faz de conta que uma nova lei foi aprovada e terá que responder as
perguntas para a confecção da nova identidade.
a) Eu me chamo
b) Mas gosto de ser chamado por
c) Eu me sinto feliz em
d) O que eu mais gosto em mim é
e) A palavra ______________ e o número _______ melhor representam a
pessoa que eu sou.
f) O que eu mais gosto de comer
g) Eu me sinto realmente bem quando vou a lugares como
h) Detesto quando alguém
i) Adoro quando alguém
j) Nas horas vagas eu gosto de
k) Eu sou como
3) Agora complete a sentença: EU SOU
a) Eu sou
b) Eu sou
c) Eu sou
d) Eu sou
e) Eu sou
4) Escreva um poema com seu nome e ilustre o que escreveu.
5) Com recortes de revista ilustre EU SOU ASSIM.
47
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
“Os professores podem guiá-los proporcionando-lhes os
materiais apropriados, mas o essencial é que, para que uma
criança entenda, deve construir ela mesma, deve reinventar.”
(Jean Piaget)
Ao propor este caderno pedagógico, pensei em colaborar com os educadores,
fornecendo-lhes subsídios para o uso das mais diversas linguagens e a interação
com os alunos. Procurei utilizar terminologias simples, em favorecimento de uma
comunicação direta e sintética, e selecionei recursos para a estimulação do
desenvolvimento dos nossos alunos. Nada muito diferente do que fazemos em
nosso cotidiano escolar, com a pretensão de abrir um leque de possibilidades que
estimulasse o uso e reconhecimento das diversas linguagens como interação social
e de aprendizagem. Ressalto aqui que a criatividade, irá criar a partir das
possibilidades apresentadas outras formas e adaptações necessárias para a
efetividade a que este caderno pedagógico se propõe. Não produzi fórmulas, mas o
importante é que os alunos busquem, fazendo suas próprias experiências,
investigando, experimentando e inventando, fazendo uso das linguagens com
consciência e criticidade.
Sabemos que as diversas linguagens (verbal, não-verbal e mista) fazem parte
da nossa vida e dessa forma entendo que se tornam vitais, no processo de
desenvolvimento da criança. Ajudá-la a tomar consciência de si mesma, do que ela
é, do pensa que posso se tornar, e da percepção que tem dos outros a respeito de si
mesma. Na sequência das unidades, além de se trabalhar as linguagens oral e
escrita, propõe-se uma auto reflexão do aluno, sendo que na última unidade o que
se busca é que o aluno tome consciência dos seus próprios processos internos e
abra sua mente para um desenvolvimento completo de sua criatividade.
A sala de recursos multifuncional tipo I, é um ambiente diferenciado e por
tratar das diferenças, precisa resgatar nos alunos a auto-estima e as capacidades
intelectuais para a compreensão crítica da realidade. Como bem pontua Virgolim
(1999, p. 25) :
48
Não nos admira que muitas crianças deixem de dar o melhor de si e literalmente desperdicem seu potencial por se recusarem a investir a maior parte de suas energias em um sistema que, para elas, se torna sem sentido, sem objetivo, desligado da realidade que conhecem.
Por isso, me preocupei em estar sempre relacionando as atividades com o dia
a dia dos alunos e sempre reconhecendo ao eu-aluno.
Torrance (1974) nos diz que a tarefa de ensinar o pensamento criativo
consiste em desenvolver nos alunos, entre outras coisas, as habilidades de
perceberem as lacunas, definirem problemas, coletarem e combinarem informações,
elaborando critérios para julgar soluções, testarem soluções e elaborarem planos
para a implementação das soluções escolhidas. E assim, compete, a nós,
professores, construir as pontes que interliguem os conteúdos curriculares e
métodos com as estratégias de ensino do pensamento criativo.
É a possibilidade de transformarmos a tarefa de educar em algo prazeroso,
capaz de modificar o mundo em que atuamos, que nos faz acreditar que por menor
que seja nossa contribuição já estamos no caminho certo.
49
REFERÊNCIAS
ANTUNES, C. O jogo e a educação infantil: falar e dizer, olhar e ver, escutar e ouvir. 4ª ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
BAKHTIN, M. (VOLOCHINOV, V.N). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1997.
__________. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BARBOSA, J. P. Outras mídias e linguagens na escola. In: Carvalho, M. A. F.; Mendonça, R. H. (Org). Práticas de leitura e escrita. 1 ed. Brasília: MEC/SEED, 2006, v., p. 174-180.
COSTA, E.H. & GÓMEZ, C. Superar a cultura da violência. Um desafio para a escola. In. TÊVES, N. e RANGE, M. Representação social e educacional. Campinas:Papirus,1999.
FERNANDES, Millôr. O problema educacional (ou sacrifícios de mãe) In: _____. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1985.
FERREIRA, Mauro, Entre Palavras, São Paulo: FTD, 1999. Coleção Entre Palavras.
IBERAM, Definir. Disponível em http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx. Acesso em 09/10/2013.
KUENZER, A. Z. Educação, linguagens e tecnologias: as mudanças no mundo do trabalho e as relações entre conhecimento e método. In: CANDAU, V.M. (
org.) Cultura, linguagem e subjetividade no ensinar e aprender. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
LIBÂNEO, J. C., Didática, São Paulo: Cortez. 1992.
LURIA, A. R. Pensamento e Linguagem: as últimas conferências de Luria. Porto
Alegre: Artes Médica, 1987.
MANOSSO, R. O escrito e o falado. Disponível em
http://www.radames.manosso.nom.br/gramatica/escritofalado.htm. Acesso em 13/10/2013.
50
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? 1ª ed. São
Paulo: Moderna, 2003.
MEZZAROBA, S.; NAGAO, R. M. da S.A. Sala de Recurso: Uma estratégia diferenciada para complementar o processo de aprendizagem. Revista Eletrônica de Educação. Ano I nº 2, jan./jul. 2008.
PARANÁ. Instrução nº 013/08 - SUED/SEED. Curitiba. 29/09/2008a
_______. Orientação nº 09/08 - PDE/SEED. Curitiba, 21/12/2008b.
REILY, L. Escola inclusiva: linguagem e mediação. Campinas, SP: Papirus, 2004.
RODRIGUES, N. Adeus, meninos: um discurso contra o aquecimento. In
TEIXEIRA, I.A.C. A escola vai ao cinema/ organizado por Inês Assunção de Castro Teixeira e José de Sousa Miguel Lopes. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
ROJO, R. H. R. Linguagens Códigos e suas tecnologias. In: MEC/SEB/Departamento de políticas do Ensino Médio, Orientações Curriculares do Ensino Médio. Brasília: 2004.
SOUZA, W. A leitura no contexto da pseudocultura contemporânea. Revista
Leitura: Teoria & Prática. São Paulo, ano 26, p. 25-29, n.50, jun. 2008.
TORRANCE, E. P. Rewarding creative behavior. Englewood Cliffs, Nova Jersey: Prentice-Hall.
_______, Pode-se ensinar criatividade? São Paulo: E.P.U, 1974.
VIRGOLIM, Angela M. Rodrigues. Toc, toc...plim, plim: Lidando com as emoções, brincando com o pensamento através da criatividade/ Angela M. Rodrigues Virgolim, Denise de Souza Fleith, Monica Souza Neves-Pereira, Campinas, SP: Papirus, 1999.
VIRGOLIM, A.M.R.. “Criatividade e saúde mental: Um desfio à escola”. In: ALENCAR, E.M.L. e VIRGOLIM, A.M.R. ( orgs.). Criatividade: Expressão e desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 1994.