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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica Professor PDE/ 2013

Título: O cotidiano como referência para a compreensão do território em aulas de geografia nos sextos anos do Ensino Fundamental (Colégio Ipê Roxo - Foz do Iguaçu)

Autor: Germano Luiz Kalinoski

Disciplina Geografia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Ipê Roxo, Comunidade Cidade Nova, Foz do Iguaçu/PR.

Município da escola: Foz do Iguaçu

Núcleo Regional de Educação: Foz do Iguaçu

Professor Orientador: Luiz Carlos Flávio

Instituição de Ensino Superior: Unioeste

Relação Interdisciplinar: História e Arte

Resumo:

Problematiza-se o conceito de território tendo o cotidiano como referência para uma melhor compreensão das práticas sociais por parte dos alunos do sexto ano do Ensino Fundamental. A análise dessa dinâmica entre território, cotidiano e práticas sociais em aulas de geografia acontecerá no Colégio Estadual Ipê Roxo, abordando a realidade de Foz do Iguaçu, especialmente dos bairros Cidade Nova I, onde está localizado o colégio, Cidade Nova II, Jardim Universitário , São Sebastião, Jardim Almada e Vila Solidaria. O estudo será direcionado mais para o Ensino Fundamental, onde o assunto território não é muito valorizado pelos professores, principalmente em turmas dos sextos anos.

Palavras-chave: Território. territorialidade. Cotidiano. Ensino de geografia. Comunidade.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público:

Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ -

UNIOESTE

O COTIDIANO COMO REFERÊNCIA PARA A COMPREENSÃO DO TERRITÓRIO EM

AULAS DE GEOGRAFIA NOS SEXTOS ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

(COLÉGIO IPÊ ROXO - FOZ DO IGUAÇU)

FOZ DO IGUAÇU

2013

GERMANO LUIZ ALINOSKI

O COTIDIANO COMO REFERÊNCIA PARA A COMPREENSÃO DO TERRITÓRIO EM

AULAS DE GEOGRAFIA NOS SEXTOS ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

(COLÉGIO IPÊ ROXO - FOZ DO IGUAÇU)

Produção didático pedagógica elaborada para atender ao

Programa de Desenvolvimento Educacional PDE da

Secretaria Estadual de Educação SEED.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Flávio

FOZ DO IGUAÇU

2013

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 5

2. MATERIAL DIDÁTICO .................................................................................................... 7

2.1. UNIDADE DIDÁTICA - Território, cotidiano, imagens e poesia.................................. 7

3. ATIVIDADE I ..................................................................................................................... 8

3.1. TERRITÓRIOS E IMAGENS ......................................................................................... 8

3.2. METODOLOGIA ............................................................................................................ 9

4. ATIVIDADE II ................................................................................................................... 11

4.1 TERRITÓRIO E POESIA ................................................................................................ 11

4.2 METODOLOGIA ............................................................................................................. 13

5. AVALIAÇÃO....................................................................................................................... 18

6. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 19

5

1. APRESENTAÇÃO

Na presente produção didático pedagógica busca-se através de uma unidade

didática apresentar atividades que contemplem o conceito de território como proposto no

projeto de pesquisa e que possam ser desenvolvidas com alunos do sexto ano do Ensino

Fundamental do período vespertino do Colégio Estadual Ipê Roxo, localizado no bairro

Cidade Nova em Foz do Iguaçu-PR.

A ideia que nos guia é permitir, através do estudo do conceito de território, que os

alunos possam entender com mais clareza quais são as condições existentes no meio em

que vivem, suas necessidades básicas (trabalho, alimentação, saúde, moradia, lazer,

educação), sua distribuição pelo espaço urbano de Foz do Iguaçu, de acordo com o que

fazem (trabalho), com o que eles/suas famílias ganham (renda), de acordo com o território

em que moram (bairro nobre, centro, favela) e condição social de modo geral por eles

experimentadas.

A temática proposta parte de uma observação das Diretrizes Curriculares

Estaduais de Geografia. Estas propõem que se trabalhe o conceito de território no sexto

ano do Ensino fundamental numa perspectiva crítica. Assim, optamos em fazer isso

relacionando o território com o cotidiano e com as práticas sociais em que os alunos estão

inseridos. Relação que parte do olhar dos alunos sobre os territórios existentes no espaço

em que vivem.

Observamos que nos livros didáticos do sexto ano o conceito de território quase

nem é desenvolvido. Já no sétimo ano os autores trabalham mais no sentido de território

brasileiro (ou seja, um conceito de território enquanto Nação), valorizando elementos

gerais como limites, fronteiras, divisões etc, de modo a contemplar o conceito em suas

manifestações ou escalas distantes da vida dos alunos.

Portanto propõem-se trabalhar o conceito de território no sexto ano tendo como

referência o cotidiano dos alunos. Pois a perspectiva sobre território consiste em

evidenciar as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos do espaço

geográfico - poder, e limites/fronteiras das relações humanas: solidariedade, barganha,

disputas, conflitos, trabalho, língua, hábitos, costumes, tradições, crenças etc. - na

construção e reconstrução dos campos, cidades etc. Em termos de educação, essa

perspectiva contribui para evidenciar a necessidade de uma abordagem sobre território

vinculada ao cidadão e à cidadania no que tange à convivência dos diferentes

(povos/grupos/etnias/classes sociais) no espaço da cidade fronteiriça.

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Nesse espaço urbano, as fronteiras - aqui entendidas mais no sentido de escala -

materiais, imaginárias, simbólicas, culturais e identitárias são instáveis e estão sempre em

movimento. Hora se alargam, hora se estreitam, aumentam e diminuem, sendo portanto,

resultado do processo dos enfrentamentos sociais motivados por questões ambientais,

estéticas, raciais, culturais, econômicas e políticas que acontecem no espaço, na

dimensão individual, coletiva, local e global e sempre de maneira relacional.

Logo, o envolvimento mais ativo dos alunos com a produção dos territórios

permitirá que os mesmos tomem posicionamentos frente às questões de valores, direitos

sociais, exclusões, bem como na participação para soluções de problemas

(socioespaciais, ambientais, culturais, etc.) da cidade/comunidade. Esse caminho

metodológico da geografia deve ser contextualizado no tempo e no espaço, valorizando o

coletivo, a diversidade, a alteridade, o outro.

Frente à realidade vivenciada pelos alunos, tais como: habitação precária, renda

familiar baixa, falta de estrutura familiar, pouco acesso à infraestrutura urbana, conflitos

culturais, torna-se necessário discutir a temática do estudo dos territórios e do

desenvolvimento social no Ensino Fundamental. Dessa maneira é importante desenvolver

práticas de ensino que motivem os alunos a participar das aulas de geografia de forma

mais crítica, reflexiva, instigando-os a que a partir deles mesmos, busquem construir um

conhecimento geográfico que lhes permita uma postura política ativa nos territórios por

eles vividos.

Assim, enfatizamos que o conhecimento da questão do território precisa ser

trazido para a realidade dos alunos, ou seja, precisa ser contextualizado. Portanto, nessa

produção didático-pedagógica a intenção do trabalho, das atividades propostas, é de

pensar o conceito de território a partir da leitura que os próprios alunos fazem do cotidiano

em que vivem.

E, essa leitura, pode acontecer através de diferentes tipos de imagens, tiradas do

próprio meio em que os alunos vivem e através de atividades com poesia. Recursos

didáticos pedagógicos que ajudam a estimular e despertar nos alunos maior interesse

para as questões territoriais e para a aprendizagem dos conteúdos da geografia de forma

mais ampla.

Tudo isso enriquece a aprendizagem dos alunos contribuindo para que os

mesmos possam decifrar com mais clareza as questões econômicas, políticas, culturais,

sociais, ambientais em que estão inseridos e as relações que os diferentes atores do

espaço (cidade ou mesmo campo) mantêm tanto com espaços próximos quanto com

outros espaços, lugares, regiões, territórios distantes.

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Analisando as práticas sociais ordinárias, o professor pode ajudar os alunos a

traçarem um paralelo entre os territórios apresentados e descritos nos livros didáticos de

geografia e principalmente aqueles pensados e apresentados pelos atores hegemônicos

que atuam na cidade e representam a lógica do capital com os lugares do cotidiano dos

alunos, evidenciando suas condições de existência, necessidades/motivos de

deslocamentos etc. Tais instrumentos podem permitir ir além do senso comum, fazer

comparações entre os diferentes territórios, identificar as semelhanças e diferenças

existentes entre eles, bem como suas articulações/intercâmbios. Desse modo, a

construção teórico-metodológica por nós proposta pode nos permitir problematizar as

questoes vividas pelas populações de Foz do Iguaçu, pertinentes tanto às divisões

internas à cidade, quanto às experiências sociogeográficas vividas no contexto de

fronteira.

Com base nas Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica, nos

textos de Milton Santos, Luiz Carlos Flávio e Helena Kolody, em observações pautadas

na realidade vivenciada pelos alunos do sexto ano do Ensino Fundamental do Colégio

Estadual Ipê Roxo, propõe-se trabalhar o conceito de território em aulas de geografia no

ensino fundamental a partir do cotidiano e das práticas sociais do homem comum

expressas em imagens e poesias.

2. MATERIAL DIDÁTICO

2.1 Unidade didática - Território, cotidiano, imagens e poesia

Para esta unidade didática optou-se em desenvolver atividades usando os

seguintes recursos pedagógicos: imagem e poesia. Recursos que ajudam na

compreensão do conceito de território nas aulas de geografia. As imagens e poesias

estão presentes na vida dos alunos, do cotidiano e das práticas sociais que caracterizam

a territorialidade, influenciando na formação da mesma, tornando-se indispensável o

uso/estudo desses temas para entender de que forma os mesmos ajudam no processo de

construção, desconstrução e reconstrução do território.

Busca-se também compreender através de atividades envolvendo imagens e

poesias como os alunos percebem o seu cotidiano e o cotidiano do outro. Dessa forma

pretende-se ajudar os alunos, com o auxilio desses recursos pedagógicos a

desenvolverem de forma mais concisa o entendimento de território urbano tendo como

cenário o cotidiano e as práticas sociais em processo de constituição, portanto, em

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movimento. Significa, na perspectiva geográfica, pensar o território a partir da sua

natureza social e histórica.

3. ATIVIDADE I

3.1 Território e imagens

São muitas e variadas as práticas sociais que acontecem no cotidiano dos alunos

do Colégio Ipê Roxo, no território em que vivem, como: as relacionadas ao trabalho, à

educação, à mídia, à família, ao lazer, esportes, músicas, danças, cultura, hábitos,

costumes, lutas sociais etc.

Portanto para este momento e como uma forma de exemplificar escolhemos

alguns recursos pedagógicos que podem nos ajudar a trabalhar os fazeres das práticas

sociais do cotidiano dos alunos: imagens e poesia. E para que o aluno aprimore a sua

consciência critica sobre o território é necessário comparar os objetos e ações produzidos

pelos atores hegemônicos (Furnas, Itaipu, rede hoteleira, governo, setor turístico,

comércio e indústria) com o que é realizado na prática diária.

Conforme a sociedade iguaçuense foi urbanizando o espaço em que vive ( ruas,

avenidas, praças, universidades, rede de água e esgoto, escolas, etc) foi desenvolvendo

meios de criar a sua própria existência. E essas relações sociais que as pessoas

desenvolvem no seu cotidiano precisam ser consideradas. É necessário trabalhar em sala

de aula os territórios que formam o espaço vivenciado pelos alunos, territórios que eles

de alguma maneira ajudam a construir e manter como protagonistas. E para um

entendimento mais abrangente do território como fenômeno humano, como uma invenção

social, o professor de geografia precisa fazer uso de imagens como recurso pedagógico.

Esses recursos metodológicos ajudarão os alunos a perceber melhor a dinâmica do

cotidiano em que vivem. Tratando do assunto imagens Flávio (2011, p. 68) observa que:

Para Eliade (2002), as imagens trabalham conceitos, assim afetam a psiqué individual e coletiva. Diríamos que as práticas sociais impregnam a territorialidade humana de formas e imagens cuja representação cartográfica do passado visa afetar pensamentos e formas de viver-fazer o mundo, momento em que influenciam as condições objetivas de reprodução das relações de produção da vida social (FLÁVIO, 2011, p.68).

Portanto as imagens que embelezam e/ou poluem um território são objetos que,

de forma combinada com outros objetos pelos grupos humanos que os criaram ou

herdaram, possuem um papel simbólico e funcional na dinâmica das práticas sociais

(SANTOS, 2012).

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Desse modo, acreditamos que problematizarmos a questão das imagens que

“povoam” os territórios pode ser ponto importante de nossa abordagem didática com os

alunos, já que elas nos ajudam a compreender as produções, conflitos, contradições

presentes nos territórios humanos.

3.2 Metodologia

Assim, como proposta de trabalho, sugere-se que a leitura do território possa

acontecer através de diferentes tipos de imagens, tiradas do próprio meio em que os

alunos vivem. Recurso didático pedagógico que ajuda a estimular e despertar no aluno

maior interesse para as questões territoriais e para a aprendizagem dos conteúdos da

geografia de forma mais ampla. E para que isso aconteça, são necessários alguns

procedimentos ou ações, como: apresentação em sala de aula de imagens da cidade de

Foz do Iguaçu e de outras cidades para os alunos poderem observar e comparar os

diferentes territórios. Assim como análise de fotos da comunidade Cidade Nova, do

entorno em que o Colégio Ipê Roxo está inserido e que possam ser tiradas e trazidas

pelos próprios alunos.

A proposta metodológica para esta atividade, portanto, é de trabalhar o conceito

de território e territorialidade nas aulas de geografia do sexto ano do Ensino Fundamental

através de imagens. E para que a reflexão e o entendimento desses conceitos aconteçam

de maneira mais consistente é necessário que as imagens estudadas a seu respeito

façam parte do cotidiano dos alunos e das práticas sociais que acontecem na cidade em

que moram e da qual fazem parte.

O território, no decorrer das aulas, precisa ser desenvolvido em sua relação

socioespacial destacando questões do cotidiano dos alunos, ajudando-os a refletir sobre a

realidade em que vivem, tais como: habitação, renda, estrutura familiar e infraestrutura

urbana. Para isso, propomos trabalhar com imagens (fotos) da cidade de Foz do Iguaçu e

do bairro em que a escola (Colégio Estadual Ipê Roxo) está localizada.

E é importante que os alunos do sexto ano entendam a territorialidade, o espaço

urbano a partir do seu cotidiano, da sua casa, da sua rua, da família, do outro mais

próximo, como vizinhos, amigos.

O professor pode começar trabalhando o tema com imagens (fotos etc) de

territórios que fazem parte da vida dos alunos, do bairro em que moram. Imagens que

possam contextualizar a realidade do cotidiano experienciado pelos alunos. Que permitam

ver o território como um processo dinâmico, resultado das relações entre as pessoas,

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grupos de pessoas, sociedades, relações que podem ser ao mesmo tempo objetivas e

subjetivas, materiais e imateriais.

Portanto o território comporta as relações de poder (envolve conflitos/disputas,

mas também solidariedades, tornando-se o espaço da ação política) e o sentimento de

pertencimento ao espaço (que envolve o eu/nós e o nós e os “outros”), cultivados pelos

grupos sociais; a partir dessas relações de poder/pertencimento, estabelecem-se limites

de ocupação/apropriação do espaço. Falando sobre a constituição dos territórios Silva

observa que:

Para a verificação da constituição dos territórios é necessário observar as práticas sociais, os códigos e a formação de redes. É preciso "identificar marcos, reconhecer divisas, anotar pontos de intersecção - a partir não apenas da presença ou ausência de equipamentos e estruturas físicas, mas desses elementos em relação com a prática cotidiana daqueles que de uma forma ou outra usam o espaço: os atores"(SILVA, 2013, pp. 29-30).

Exemplos de imagens que podem ajudar os alunos a refletirem sobre a territorialidade existe no seu cotidiano, na sua comunidade. Figura 1:Colégio Estadual Ipê Roxo Figura 2: B. Cidade Nova e Furnas ao fundo

Fonte: Registro do autor (abril de 2013) Fonte: Registro do autor (abril de 2013)

Figura 2: Campo de futebol - B. C. Nova I Figura 4: Avenida Andradina - C. Nova

Fonte: Registro do autor (abril de 2013) Fonte: Registro do autor (abril de 2013)

Depois de observar e analisar as fotos junto com os alunos do sexto ano, o

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professor pode problematizar o assunto, propor reflexões sobre os diferentes territórios

mostrados nas imagens e relacionar com outros territórios, lugares e paisagens que

fazem parte do cotidiano. Pensar no modo como o território pode estar presente nesses

lugares e paisagens. Motivando os alunos a refletirem sobre como as questões

econômicas, políticas, ambientais, culturais, sociais e religiosas estão presentes nos

territórios.

Além de propor reflexões sobre os diferentes territórios que fazem parte da

realidade dos alunos através de fotos é interessante também aprofundar a leitura sobre as

questões territoriais, solicitando aos alunos que escolham um território que faça parte do

seu cotidiano, da sua realidade, do bairro em que moram, da escola em que estudam e

tirem uma ou mais fotos desse território. Para reforçar a compreensão do assunto os

alunos podem construir um texto comentando o território que foi fotografado. Procurando

destacar no comentário os aspectos desse território, aspectos objetivos e subjetivos. E

para ampliar mais o horizonte de aprendizagem sobre o conceito de território a partir da

leitura de imagens os alunos podem construir cartazes com o material produzido e

apresentar aos colegas da turma.

Nesse sentido, a linguagem imagética relacionada ao cotidiano dos alunos

potencializa o entendimento do conceito de território proporcionando maior interesse junto

ao educando com relação aos temas geográficos.

4. ATIVIDADE II 4.1 Território e poesia

A leitura e análise de textos poéticos também é um caminho metodológico

interessante para que os alunos do sexto ano possam entender as questões pertinentes à

constituição dos territórios a partir das práticas sociais. Temos muitas poesias, como

"Falas da Cidade" de Luiz C. Flávio, citada neste trabalho, que trazem no texto elementos

do cotidiano, permitindo desta maneira fazer aproximações com a realidade territorial dos

alunos.

A poesia como recurso pedagógico permite tecer um diálogo mais profícuo sobre

as condições de existência dos alunos com relação ao cotidiano em que vivem. Portanto,

permite-lhes se aproximarem da sua realidade, a qual é carregada de significados dados

pelas práticas e sentidos sociais vividos e produzidos pelos atores sociais.

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Desse modo, a poesia precisa ser trabalhada em sala de aula como um caminho

que pode contribuir para o entendimento do conceito de território no contexto da realidade

dos alunos. A realidade se coloca necessariamente como mundo vivido de

...elementos pertinentes à amplitude do mundo habitado, bem como todas as atividades e ações humanas presentes na luta pela sobrevivência. Envolve também o pensamento que informa as ações, colocando-se como um instrumento de poder nas disputas engendradas pelos homens, para habitar este mundo (BERGER, LUCKMANN, 1974).

Portanto, estudar e compreender o território através da poesia em aulas de

geografia no Ensino Fundamental nos permite aprofundar o assunto e assim entender a

complexidade existente na constituição do território onde se vive e a relação deste

território com outros territórios, que sempre de alguma maneira estão relacionados com o

que acontece no cotidiano das pessoas.

Nossa proposta consiste em trabalhar o conceito de território em turmas do 6º

ano do Ensino Fundamental através da analise de poesias de autoria do professor Luiz

Carlos Flávio e da escritora Helena Kolody. Análise essa que nos permitirá fazer

indagações sobre a realidade desses alunos. Qual é a relação deles com o território em

que vivem? Quais são os territórios do seu cotidiano? E qual é a relação desses territórios

com outros territórios existentes no espaço urbano da cidade de Foz do Iguaçu, que é

uma cidade fronteiriça? O objetivo é permitir dessa forma entender com mais clareza

quais são as condições de trabalho existentes no meio em que vivem, suas necessidades

básicas (alimentação, saúde, moradia, lazer, educação), sua distribuição pelo espaço

urbano de Foz, de acordo com o que faz (trabalha), com o que ganha (renda), de acordo

com o território em que mora (bairro nobre, centro, favela) e condição social de modo

geral.

Partimos portanto do princípio de que a literatura, através do gênero poesia,

contribui muito para a compreensão da territorialidade construída pelos homens. Vargas

Llosa assevera que “nada ensina melhor que a literatura a ver, nas diferenças étnicas e

culturais, a riqueza do patrimônio humano e a valorizá-las como uma manifestação da sua

múltipla criatividade” (VARGAS LLOSA, 2005:380).

Esse conhecimento do território, com os quais todos nós, professores, alunos e

comunidade mantemos as mais variadas formas de interações no nosso cotidiano, se

manifesta direta e intensamente através da literatura. Para FLÁVIO (2009).

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Entre outros aspectos, a poesia é ferramenta que comporta linguagens que expressam o sentir, explicar, (re)interpretar o mundo. À medida em que se elabora a reflexão sobre as coisas, palavra e imagens são talhadas como instrumento que tem poder de (re)fazer o mundo, inaugurando outras percepções, desejos, sonhos os quais embalam novas produções, territórios, paisagens etc (FLÁVIO, 2009).

A poesia, assim como outros tipos de linguagens, não devem ser usadas

raramente e em determinados projetos desenvolvidos por um ou outro professor de

geografia. Devem estar inseridas no trabalho pedagógico dos professores como recurso

de uso comum, diário, pois muitos são os poemas que têm algo a contribuir com o

processo de ensino e aprendizagem. Coerência, persistência e responsabilidade devem

ser consideradas ao se usarem as diferentes linguagens no ensino da geografia. O

professor deve estar atento às necessidades dos alunos e àquilo que realmente é

importante no ensino de geografia e que venha a contribuir para o seu desenvolvimento

intelectual, social e humano.

Assim, através deste tema, busca-se estudar a dinâmica sócio-espacial que

formam a rede urbana de Foz do Iguaçu através de uma abordagem geográfica do

conceito de território feita na leitura de textos da escritora Helena Kolody e do professor

Luiz Carlos Flávio.

4.2 Metodologia

Um dos motivos que nos levaram a escolher poesias do professor Luiz Carlos

Flávio e Helena Kolody deve-se ao conteúdo presente nas mesmas. Poesias que falam

do cotidiano das pessoas, envolvendo suas relações sócio-espaciais, intercâmbios,

conflitos. O território está presentes em cada verso, em cada estrofe dos poemas.

Os livros didáticos, assim como outros tipos de gêneros, ou seja, tanto na forma

oral, escrita quanto visual, exploram de variadas maneiras o estudo do território. Para este

projeto, como desafio, podemos pensar o conceito de território a partir da literatura

poética. Os dois primeiros textos escolhidos são de Luiz Carlos Flávio.

Muros

Os muros são construídos:

seus pilares levantados,

reforçados, cimentados,

expandidos...

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Os muros são exigidos:

seus louvores aclamados,

estampados, escolados,

fomentados, espargidos...

Os muros são eximidos:

seus pecados perdoados,

desfeiados, liberados,

endossados, escondidos...

Os muros são abatidos:

suas brechas fissuradas,

alargadas, acossadas,

destroçadas, explodidas...

Uns muros são destruídos

e, outros, (re)construídos...

(Luiz Carlos Flávio, poema “Muros”: In: FLÁVIO (2008, p. 10)

Falas da cidade

As pedras da cidade falam,

os prédios da cidade falam.

As pontes e fontes, limites e desafios.

cada um tem suas mensagens,

no silêncio falam sim!

As bocas da cidade falam,

os becos da cidade falam.

As praças e preços, os morros e rios,

cada um tem suas mensagens,

no silêncio falam sim!

As frentes da cidade falam,

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as frestas da cidade falam,

as festas funerais, os muros e quintais,

cada um tem suas mensagens,

no silêncio falam sim!

Tem que ouvir a cidade,

ler suas falas escondidas nas paisagens,

pensamentos e sentidos da cidade.

(Luiz Carlos Flávio, poema “Falas da cidade”: In: FLÁVIO (2008, p.10)

Dessa forma, encontramos no eu-lirico do poema "Falas da Cidade" a

territorializacão, a desterritorialização e a reterritorialização. Pois, através do trabalho e de

suas técnicas a sociedade foi construindo os diferentes tipos de territórios que compõem

as paisagens urbanas. E é importante ajudar os alunos a refletir sobre essa construção

(no caso, a cidade) que é realizada de forma complexa e dialética nas práticas cotidianas

dos homens.

O terceiro texto poético intitulado “Praça Rui Barbosa” de Helena Kolody também

permite trabalhar o conceito de território, relacionando-o com o cotidiano, com as práticas

sociais vivenciadas pelos alunos.

Praça Rui Barbosa

Quando a conheci, chamava-se, ainda, Praça da República.

Era um grande retângulo de argila amarela

servia de pátio de exercícios para o 15º BC.

O quartel ocupava todo um quarteirão,

onde hoje estão, o estacionamento e o centro comercial.

De madrugada, o clarim acordava os soldados e a vizinhança.

Durante a manhã, os recrutas faziam exercícios na praça:

direita e esquerda volver, marchas e contramarchas.

Mudou-se o 15. O quartel foi desativado.

A praça começou a mudar. Ganhou árvores, ajardinamento,

calçadão de “petit-pavé”, repuxo iluminado, onde sonhavam garças.

Ficou linda!

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Com a instalação de terminais de ônibus

perdeu em beleza, ganhou em humanidade.

Desde a madrugada até o início de outra

os expressos despejam e recolhem milhares de pessoas.

Mal alvorece, formigas laboriosas descem dos coletivos,

apressam o passo, a caminho do trabalho.

As filas engrossam à tarde,

como rios em dia de enchente.

O cansaço anoitece nas solidões aglomeradas.

Um rumor de mar em ressaca

ressoa no tráfego intenso.

Depois de instalada a feira, a praça enlouqueceu:

vozes, gritos, risadas, piadas e insultos

se entrecruzam entre as barracas.

Sorriem em vermelho fatias de melancias.

Laranjas se aglutinam numa trombose amarela.

Competem os verdes.

Das barracas de roupas, acenam mangas

meias ensaiam passos de dança

quando bate o vento.

Imperam alto-falantes no centro da praça.

Políticos fazem comícios, crentes cantam.

Rezam o terço, os marianos.

Um nordestino apregoa a excelência de ervas medicinais.

Músicos fazem “shows”.

Ouvido de longe, tudo se confunde numa alucinação sonora.

De momento a momento, a fisionomia da praça muda.

Com o avançar das horas, diminui a maré do movimento.

Alta noite,

velam janelas

nos prédios ao redor.

Janelas acessas

Semáforos insones.

Dorme a praça o sono dos abandonados:

Estiram-se nos cantos escuros,

17

encolhem-se nos desvãos dos prédios.

Noite fria,

os menores se escondem nos caixotes de papelão

que o comércio deixa nas calçadas, rumo ao lixo.

Luz e sombra,

esplendor e miséria da cidade grande.

Na Praça Rui Barbosa,

a vida escreve uma página

da História Curitibana

Helena Kolody

Analisando a poesia o professor pode ajudar os alunos a traçar um paralelo entre

os territórios descritos de forma lírica pela poetiza com o cotidiano dos alunos. Pode ir

além, fazer comparações, identificar semelhanças e diferenças entre os territórios, buscar

indícios da época, das diferentes formas de produzir o espaço. Visto que o texto literário

apresenta fortes elementos culturais do passado, as formas e conteúdos pretéritas podem

ser comparadas com as do presente. Com isso, objetiva-se provocar os alunos à reflexão

sobre o quê (quais forças/poderes) concorreu para a transformação dos

espaços/territórios humanos: as questões políticas; os interesses/atividades econômicas;

as decisões/ações humanas (movimentos sociais, de juventude, p. ex.), os quais

participaram da apropriação dos territórios, transformando e resignificando a

espacialidade humana.

Analisando a importância do território na vida das pessoas Callai (2000) afirma

que “O espaço construído resulta da história das pessoas, dos grupos que nele vivem,

das formas como fazem/usufruem do lazer. Isto resgata a questão da identidade e a

dimensão de pertencimento. É fundamental, neste processo, que se busque reconhecer

os vínculos de apropriação e poder que ligam as pessoas aos territórios e tornam

significativo o seu estudo”. É isso que pretendemos, ao trabalhar o conceito de território

através do gênero poesia nas aulas de geografia. Nesta atividade consideramos que a

perspectiva sobre o conceito de território consiste em evidenciar as inter-relações e a

interdependência dos diversos elementos na constituição e manutenção do mesmo. E que

esses diferentes elementos podem ser analisados pela geografia através da poesia.

A realização desta atividade propõe assim contribuir para uma leitura sócio-

espacial da organização territorial do espaço urbano da cidade de Foz do Iguaçu, através

da análise de poesias. E objetiva, portanto, ajudar os alunos a refletir sobre como pensam

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e sentem os territórios dos quais participam, constroem e habitam cotidianamente.

Acreditamos que a poesia de Luiz C. Flávio e Helena Kolody possibilitam explorar

e evidenciar o conceito de território no processo de ensino-aprendizagem e, dessa

maneira, permitem engajar o aluno em diversas práticas sociais de leitura, segundo as

perspectivas da disciplina de geografia.

A cidade é uma paisagem humanizada constituída pelos mais diferentes tipos de

territórios como vimos no texto poético. Portanto poesia e território podem ser trabalhadas

em sala de aula atraves de vários caminhos metodológicos. Os alunos podem

desenvolver histórias em quadrinhos considerando os elementos territoriais existentes no

texto poético analisado e principalmente considerando o seu cotidiano, as poesias, letras

de músicas, que são produzidas no lugar em que vivem.

Para o segundo momento da atividade a intenção é fazer contato com pessoas

que escrevem poesia, letras de musicas ou livros (escritores locais) e solicitar que vão até

a escola para apresentar o seu trabalho e conversar com os alunos.

E para o terceiro momento a sugestão de atividade é que os alunos construam

uma poesia com ilustração sobre o assunto trabalhado (território, poesia e cotidiano) e

socializem com os demais colegas da escola.

5. Avaliação

Para a avaliação nos baseamos naquilo que determina a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional, que propõe uma avaliação diagnostica, processual,

formativa, onde todos os sujeitos e elementos (alunos, professores, equipe pedagógica,

direção, estrutura física da escola, comunidade, governo etc) envolvidos no processo

devem fazer parte da avaliação.

A avaliação da aprendizagem do aluno acontecerá no decorrer do

desenvolvimento das atividades, considerando o interesse do aluno, seu envolvimento e

esforço, respeito e colaboração com os colegas, o engajamento na elaboração e

produção das atividades, a qualidade dos materiais pesquisados e construídos como

fotos, poesias, cartazes, textos e apresentações em sala. Em tudo isso, levaremos em

consideração a dimensão individual e coletiva, bem como a maneira como cada aluno vai

se apropriando do conhecimento, vai avançando na construção da sua própria

aprendizagem sobre as questões relacionadas ao território, às práticas sociais que

acontecem no cotidiano da escola e da comunidade.

Será considerado também o desempenho do aluno, sua participação, seus

questionamentos, valorizando sempre a qualidade, a criatividade, a coerência e a

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interação com os colegas e com o professor.

6. BIBLIOGRAFIA

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