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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – CAMPUS IRATI UNICENTRO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ALDA INÊS MÓRES PRZYSIEZNY

CADERNO PEDAGÓGICO

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE RIO AZUL

IRATI / PARANÁ

2013

1. PROPOSTA DE MATERIAL DIDÁTICO:

1.1. IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

TEMA DE ESTUDO

História da Educação de Rio Azul

TÍTULO Recuperando a História da Educação do Município de Rio Azul

AUTOR (A) Alda Inês Mores Przysiezny

DISCIPLINA/ÁREA (INGRESSO NO

PDE)HISTÓRIA

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO DO

PROJETOEscola Estadual “Dr. Chafic Cury”-

Ensino Fundamental, Médio e

Normal.

MUNICÍPIO DA ESCOLA RIO AZUL

NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO IRATI

PROFESSOR ORIENTADOR Mario de Souza Martins

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR UNIVERSIDADE ESTADUAL DO

CENTRO-OESTE / UNICENTRO

RESUMO

Este projeto se justifica pela possibilidade de reflexão sobre o paradigma educacional do Município de Rio Azul, na tentativa de propor uma nova prática pedagógica crítica em História, devido as dificuldades encontradas no processo ensino-aprendizagem da disciplina de História. É a partir do envolvimento dos alunos na construção de uma História da Educação que pretendemos dar à história um novo significado. Será com a coleta de documentos, entrevistas com a população local e fotografias dessa comunidade que pretendemos promover um ensino que contemple as individualidades e abarque a construção do conhecimento por todos.

PALAVRAS - CHAVES História local; Educação; Rio Azul.

FORMATO DO MATERIAL

DIDÁTICO

PÚBLICO ALVO

CADERNO PEDAGÓGICO

1º Ano da Formação de docentes

do Colégio Estadual “Dr. Chafic

Cury”.- Ensino Fundamental,

Médio e Normal.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA

DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL – PDE

ALDA INÊS MÓRES PRZYSIEZNY

CADERNO PEDAGÓGICO

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE RIO AZUL

Material Didático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Governo do Estado do Paraná – SEED, turma 2013, na disciplina de História, sob orientação do Professor MARIO, da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO.

IRATI – PR2013

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: ALDA INÊS MÓRES PRZYSIEZNY

Área PDE : História

NRE: Irati

Professor orientador: Mario de Souza Martins

IES vinculada: Unicentro - Campus Irati

Escola de implementação: “Dr. Chafic Cury”-Ensino Fundamental, Médio e

Normal.

Público objeto da intervenção: Alunos da Formação de docentes do Colégio

Estadual “Dr. Chafic Cury”.- Ensino Fundamental, Médio e Normal.

Tema de Estudo do Professor PDE: História da Educação do Município de Rio

Azul.

Titulo: Recuperando a História da Educação do Município de Rio Azul

1. APRESENTAÇÃO

A partir do envolvimento dos alunos na construção de uma História da

Educação que pretendemos dar a história um novo significado. Será com a

coleta de documentos, entrevistas com a população local e fotografias junto a

população local que pretendemos promover um ensino que contemple as

individualidades e abarque a construção do conhecimento por todos.

Pressupõe-se que o ensino de história hoje se encontra num impasse com

relação a sua identidade pela falta de interesse do alunado, o ensino na

atualidade visa a formação do indivíduo para a cidadania, e de que um ensino

de História mais crítico e analítico da realidade pode contribuir para a mudança

do contexto educacional.

Partindo do princípio de que a dinâmica do ensino aprendizagem ocorre

quando os alunos motivados para o desenvolvimento da prática com a

participação efetiva, com construção coletiva de conhecimentos, recursos

diversos e a utilização de metodologias alternativas propiciando maior

envolvimento com o tema, constituindo assim um instrumento de trabalho que

superara os obstáculos das problemáticas existentes encontradas no decorrer

do desempenho profissional, colaborando para a aprendizagem do educando,

já que a História de cada indivíduo esta vinculada as suas experiências

individuais e coletivas, sendo reconstruída e redescoberta através de

pesquisas, embasadas em fontes orais, escritas e visuais, através das quais

poderão perceber o seu papel como sujeito histórico, possibilitando a

compreensão de elementos essenciais a sua vida como hábitos de seu

cotidiano, costumes, língua,danças,vestuários,alimentação, entre outros.

A concepção tradicional de documentos, a divisão de fontes históricas

conforme o valor dos documentos, feita desde a obra de Bernheim:

Haveria, assim a distinguir duas espécies de fontes: 1º os Vestígios, os traços deixados pelo homem, não com o fim expresso de fornecer aos vindouros quaisquer informes do passado, mas que ficaram esquecidos na marcha do tempo. A vida passou,

deixando memória dela: colunas, achas, dentes, ossos, desenhos, moedas. Trata-se de valiosos dados de informação, sobretudo para a fase que antecedeu o aparecimento da escrita. 2º os Testemunhos, fontes que encerram notícias do passado e que foram erguidas para que as gerações futuras pudessem estudar a presença do homem no palco da História (SERRÂO, 1968, p. 59).

Percebendo que o conhecimento histórico em nossa disciplina é aberto

aos recursos lúdicos e que os mesmos são instrumentos de motivação por

estarem presentes na sociedade em diferentes formas, nos programas de

televisão, nos jogos esportivos, como mercadorias nas lojas, faz-se necessário

a utilização de fontes orais e escritas, para o embasamento do trabalho nas

aulas de História, tratando de oferecer oportunidade de suprir o desinteresse

pelo estudo, evidenciado nas avaliações, principalmente nas turmas que

apresentam dificuldades na leitura, lendo devagar, decodificando silabas

lentamente sem compreender o sentido das palavras e frases, contribuindo

assim para a construção do conhecimento.

Ao trabalhar com diversos documentos e fontes, o professor deverá ficar

atento a riqueza da produção historiográfica ao estudar a história local, revendo

algumas práticas pedagógicas que a escola vem desenvolvendo, visando o

posicionamento interdisciplinar construtivista, diante da necessidade de

introduzir nos seus trabalhos novas linguagens permitindo que o alunato as

percebam.

Adequar o material didático às especificidades, ás necessidades do

aluno, é uma forma de valorizar as experiências que ele trás, de sua vida extra-

escolar, viabilizando uma metodologia que estimula sua criatividade e as fontes

históricas escritas e não escritas constituem-se objeto de estudo para ajudar a

incutir valores de cidadania, partindo do pressuposto de que só respeitamos

aquilo que conhecemos. Exige-se portanto uma série de estudos, pesquisas e

regras para o resgate da história local, para aproximá-la da história regional

para o processo ensino aprendizagem.

No resgate da História da Educação do município de Rio Azul, o

professor estará propondo para o alunado um projeto educacional como

processo de aprendizagem do qual o próprio aluno será participante na

construção do conhecimento e que deve ser um ato de transformação ao

envolver pesquisas, as quais poderá ser realizada através da história oral, nas

entrevistas com moradores e professores mais antigos da cidade.

Conforme Martins (2007), em uma conferencia sobre história oral,

discorre sobre a Nova História, ela declarou que “Clio² desceu do pedestal e

encontrou-se com um homem comum”. Demonstrou assim que a escola local

precisa ir de encontro ao homem comum para que possibilite ao aluno sentir-se

representante dessa história e parte integrante da sociedade.

A aprendizagem histórica configura a capacidade dos jovens se orientarem na vida e construírem uma identidade a partir da alteridade. A constituição desta identidade se dá na relação com os múltiplos sujeitos e suas respectivas visões de mundo e temporalidades em diversos contextos espaços temporais por meio das narrativas históricas. Entende-se que esta implica que o passado seja compreendido em relação ao processo de constituição das experiências sociais, culturais e políticas do outro, no domínio próprio do conhecimento histórico (DCE’ s 2008, p.57).

Constitui um grande desafio para o professor de história, despertar o

interesse por estudar história, pois para a maioria dos alunos estudar História é

“estudar o passado”, estudar aquilo que já foi superado. Para tanto, é de

extrema importância estudar a História Regional, para despertar no alunato o

gosto pelo estudo da História Geral, pois leva o alunato a sentir-se parte deste

contexto como define Martins (2009, p. 143), “ a história regional é a que vê o

lugar, a região e o território, como a natureza da sociedade e da História, e não

apenas como palco imóvel onde a vida acontece”.

A pesquisa em fontes históricas escritas, orais e iconográficas contribuirá

para o desenvolvimento do pensamento histórico e facilitará a compreensão do

processo de produção, levando o alunato a perceber que os vestígios históricos

do passado são encontrados também na memória das pessoas e em vários

lugares e devem ser reconhecidos como válidos resgatados e preservados.

UNIDADE I

CONHECIMENTO DA PESQUISA

Nos dias atuais, fala-se muito das dificuldades para se manter os alunos

nas escolas. Estas não apresentam um ambiente agradável, aulas monótonas,

falta estímulo na família; porém é preciso ter em mente que na escola ocorre

uma das únicas oportunidades para se adquirir o conhecimento científico

formal. Nas palavras de Leandro Karnal:

“Os países que não agirem a favor da História ficarão fadados a distanciar cada vez mais daqueles outros, ricos ou não, que colocam a educação e a cultura (incluindo a histórica) como prioridade real.” “É necessário, portanto, que o ensino de História seja valorizado e que os professores desta disciplina conscientizem-se de sua responsabilidade social perante os alunos, preocupando-se em ajudá-los a compreender e –esperamos - a melhorar o mundo em que vivem.” ( karnal, p.18 )

Essa premissa leva à conclusão de que o ensino de História

desempenha papel central na formação do indivíduo, porque possibilita a

construção de um conhecimento reflexivo e critico sobre o meio em que ele

vive, pois a História é o resultado das ações dos homens. E além do mais é a

partir da disciplina da história que o aluno pode se reconhecer na sociedade

em que vive. Sendo assim, somente uma postura dinâmica do professor, com

metodologias inovadoras, poderá iniciar um longo processo de elucidação dos

meandros sociais, políticos e principalmente ideológicos que se estabelecem e

assim fazer com que a clientela escolar de hoje possa reorganizar as

concepções de mundo e de sociedade com vistas a um mundo melhor e mais

justo. A história regional e local fornece oportunidades para despertar o gosto

pela aprendizagem de História, porque se trata de exercitar a produção do

saber, experimentando a idéia de que seu papel não é de apenas transmitir

conhecimento, mas de criar possibilidades para a produção e construção do

saber Michel de Certeau (1982, p. 81), no seu também já clássico A Escrita da

História, tratando do estabelecimento das fontes ou da redistribuição do

espaço, afirma:

Em história, tudo começa com o gesto de separar, de reunir, de transformar em “documentos” certos objetos distribuídos de outra maneira. Esta nova distribuição cultural é o primeiro trabalho. Na realidade, ela consiste em produzir tais documentos, pelo simples fato de recopiar, transcrever ou fotografar estes objetos mudando ao mesmo tempo o seu lugar e o seu estatuto. Este gesto consiste em “isolar” um corpo, como se faz em física, e em “desfigurar” as coisas para constituí-las como peças que preencham lacunas de um conjunto, proposto a priori. Ele forma a “coleção”. [...] Longe de aceitar os “dados”, ele os constitui. O material é criado por ações combinadas, que o recortam no universo do uso, que vão procurá-lo também fora das fronteiras do uso, e que o destinam a um reemprego coerente.

ATIVIDADE 01

- Apresentação do projeto.

Metodologia

- Apresentação do projeto para a turma, com a orientação do professor

orientador na IES, Mario de Sousa Martins, que fará uma explanação

destacando a importância da história da educação local com destaque para

as escolas do município e o desenvolvimento do projeto para a educação

nos dias atuais.

- Apresentação do projeto pela professora PDE relatando os seus objetivos

e a relevância para o ensino local.

Objetivo

- Conhecer o projeto “A História da Educação de Rio Azul”.

- Destacar a importância de resgatar a História local.

Tempo: 2 aulas

Recurso Didático: Retro projetor, quadro de giz, notebook, tela.

UNIDADE II

FONTES HISTÓRICAS

As discussões acerca dos problemas no ensino de História são

discutidas por diversos autores entre eles Leandro Karnal e Isabel Barca

enfatizando a tarefa de Ensinar História, juntamente com a teoria sócio-

construtivista do desenvolvimento da aprendizagem de Piaget que tem

destaque o papel da história local e regional, concentrada na História da

Educação de Rio Azul.

Para Piaget, o ser humano tem a capacidade de agir, construir e

organizar o seu próprio conhecimento elaborando cada vez mais a sua

inteligência. Sob esse enfoque, pode-se dizer que, do ponto de vista

construtivista o erro, muitas vezes visto no meio escolar como algo passível de

punição por representar a não efetivação da aprendizagem, é, um degrau que

possibilita o caminho correto para o acerto, ou seja, o desafio a ser superado,

contribuindo para uma compreensão múltipla da história, facilitando o estudo

da história local e regional, reconstruindo o passado, relendo vestígios e

reinterpretando como forma a base do conhecimento histórico.

Diante do exposto, essa proposta poderá permitir que o aluno seja ponto

de partida para a aprendizagem, percebendo-se como sujeitos históricos,

conscientes de sua participação ativa na sociedade, através da coleta de dados

para a construção da História da Educação de Rio Azul, já que a falta de

contato do conhecimento com a história local e regional parece ser uma

característica bem acentuada. As fontes históricas, depoimentos de pessoas,

através de entrevistas, as quais fazem parte de mais um tipo de fonte histórica,

as fontes orais, que serão utilizadas como ferramentas para motivar os alunos

na pesquisa histórica.

A proposta de trabalhar as Fontes Históricas escritas e não escritas, a

partir da pesquisa, produção de texto e coleta de matérias para exposição vai

além de uma modificação ou ensaio metodológico, trata-se de modificar a

relação entre sujeito e objeto da formação, porque o professor aprende com os

alunos a história que ficou fora da história e vai assumindo a idéia de que seu

papel não é de apenas transmitir conhecimento, mas de criar possibilidades

para a produção do conhecimento do saber, trata-se de modificar a relação

entre sujeito e o objeto da formação inferindo estratégias no seu processo de

conhecimento histórico.

Tal exercício tornará educandos e educadores

conscientes de suas capacidades, desenvolvendo

todas as suas potencialidades. Dessa forma, Barca,

cita que “vários autores reorientaram o debate

sobre a investigação histórica concretos.” A mesma

autora, depois de resultados obtidos em suas

pesquisas, ressalta: “É tendo em consideração

estas questões epistemológicas que a educação

histórica deverá implementar programas de ação

que promovam uma aprendizagem sustentada,

embora gradual, em e sobre a História, tal como é

entendida hoje.” (Barca, 2000, p. 20).

Considerar-se-á aqui educação em seu sentido também amplo, não

abrangendo apenas a instrução formalizada em instituições escolares, mas

toda a socialização do indivíduo no meio socioeconômico-político em que ele

vai viver e atuar, ou mesmo a sua preparação para as atividades de trabalho

que deverá desempenhar.

Se adotarmos o conceito mais amplo visto em Febvre, tudo pode servir

de fonte para a História da Educação, desde que o historiador saiba o que quer

pesquisar, estabeleça adequadamente o seu problema de estudo e exercite a

sua imaginação cogitando tudo ou todas as coisas que poderiam direta ou

indiretamente fornecer informações que o ajudem a esclarecer as dúvidas que

tem sobre o tema ou assunto que está investigando.

ATIVIDADE 01

Aprimoramento sobre os diversos tipos de fontes históricas (oral, escrita,

material).

Metodologia:

Leitura e estudo de textos diversos sobre fontes históricas documentais

escolares, produzidas e utilizadas na própria instituição escolar que são

importantes fontes primárias de pesquisa e podem ser procuradas: bibliotecas,

secretaria da escolas, secretaria municipal de educação, prefeitura, câmera

municipal, acervos particulares.

Objetivo:

Aprimorar o conhecimento prévio dos alunos.

Valorizar os locais de preservação das fontes históricas para a conservação

destes documentos relativos à educação.

Tempo

4 aulas

Recursos:

Livros, revistas, papel, foto, imagens, objetos, TV pendrive.

ATIVIDADE 02

Elaboração do questionário com auxílio da professora PDE e os alunos da

educação formal.

Metodologia:

Serão organizadas questões para serem aplicados, com a participação dos

alunos junto com familiares, para a coleta de dados e informações que

servirão para análise historiográfica. Os alunos serão organizados em

grupos de quatro elementos, após feita essa atividade, será solicitada aos

mesmos materiais como: documentos escritos, recortes de jornais, cópias

de documentos oficias do município, documentos não escritos como fotos e

objetos.

Objetivo:

- Formular questões sobre a História da Educação de Rio Azul.

- Pesquisar fontes históricas de Rio Azul.

Tempo: 3 aulas

Recurso Didático: folhas, caneta, notebook, Xerox.

ATIVIDADE 03

Aplicação de questionário com ex-professores e ex-alunos das escolas do

município, em sala de aula para sua efetiva realização.

Metodologia:

Aplicação das questões desenvolvidas do questionário pelos alunos em sala

de aula com a observação da professora PDE e auxílio dos alunos envolvidos

para verificar a eficácia das informações e a condição da aplicabilidade do

mesmo, e será feita uma entrevista com vários ex-professores e ex-alunos

convidados para essa finalidade, com o conhecimento prévio sobre a

entrevista.

Objetivo:

- Verificar a oralidade, convencimento e conhecimento dos alunos

entrevistadores sobre o questionário.

- Conhecer os meios para aplicação de questionário

- Investigar e levantar a população a ser pesquisada.

- Reconstruir a História da Educação de Rio Azul

Tempo

14 aulas para a entrevista com os convidados

Recursos:

Caixa de som, microfone, questionário impresso, caneta, água, gravador,

data-show,máquina fotográfica, quadro de giz.

UNIDADE III

Exposição dos trabalhos produzidos.

Desde os mais remotos tempos, os grupos humanos se questionam

e tentam explicar a sua origem, sua evolução e seu desenvolvimento cultural,

criando conjuntos de símbolos com os quais, representam o mundo, de acordo

com a sua cultura em qualquer tempo e local do processo histórico.

Antigas narrativas foram compartilhadas pelos grupos em um primeiro

momento, das mais variadas formas de se obter e fornecer informações sobre

diversos temas, através de rituais e linguagens específicas, que encontram-se

imortalizadas pelas pinturas rupestres, peças arqueológicas e outros suportes

materiais. Sendo assim, faz-se necessário observar a identificação das

especificidades do uso dos documentos como os iconográficos, os relatos

orais, testemunhos de história local, alem de documentos contemporâneos

entendendo a sua utilização dessas ilustrações em sala de aula para que

possa levar a uma análise crítica do processo de construção do conhecimento

histórico, permitindo transformar-se em uma fonte histórica.

Ao trabalhar com diversos documentos e fontes, o professor deverá ficar

atento a riqueza da produção historiográfica ao estudar a história local, revendo

algumas práticas pedagógicas que a escola vem desenvolvendo, visando o

posicionamento interdisciplinar construtivista, diante da necessidade de

introduzir nos seus trabalhos novas linguagens permitindo que o alunato as

percebam.

No resgate da História da Educação do município de Rio Azul, o

professor estará propondo para o alunato um projeto educacional como

processo de aprendizagem do qual o próprio aluno será participante na

construção do conhecimento e que deve ser um ato de transformação ao

envolver pesquisas, as quais poderá ser realizada através da história oral, nas

entrevistas com moradores e professores mais antigos da cidade.

Conforme Martins (2007), em uma conferencia sobre história oral,

discorre sobre a Nova História, ela declarou que “Clio² desceu do pedestal e

encontrou-se com um homem comum”. Demonstrou assim que a escola local

precisa ir de encontro ao homem comum para que possibilite ao aluno sentir-se

representante dessa história e parte integrante da sociedade.

A aprendizagem histórica configura a capacidade dos jovens se orientarem na vida e construírem uma identidade a partir da alteridade. A constituição desta identidade se dá na relação com os múltiplos sujeitos e suas respectivas visões de mundo e temporalidades em diversos contextos espaços temporais por meio das narrativas históricas. Entende-se que esta implica que o passado seja compreendido em relação ao processo de constituição das experiências sociais, culturais e políticas do outro, no domínio próprio do conhecimento histórico (DCE’ s 2008, p.57).

Constitui um grande desafio para o professor de história, despertar o

interesse por estudar história, pois para a maioria dos alunos estudar História é

“estudar o passado”, estudar aquilo que já foi superado. Para tanto, é de

extrema importância estudar a História Regional, para despertar no alunato o

gosto pelo estudo da História Geral, pois leva o alunato a sentir-se parte deste

contexto como define Martins (2009, p. 143), “ a história regional é a que vê o

lugar, a região e o território, como a natureza da sociedade e da História, e não

apenas como palco imóvel onde a vida acontece”.

A pesquisa em fontes históricas escritas, orais e iconográficas contribuirá

para o desenvolvimento do pensamento histórico e facilitará a compreensão do

processo de produção, levando o alunato a perceber que os vestígios históricos

do passado são encontrados também na memória das pessoas e em vários

lugares e devem ser reconhecidos como válidos resgatados e preservados.

Barca defende a necessidade de que os alunos não se limitem a ouvir a

narrativa do professor e a tomar notas mas que participem ativamente na

resolução de problemas em tarefas que poderão ser escritas, orais ou outras e

para isso acontecer depende exclusivamente de professores conscientes, de

sua função educacional e nas proposta de um ensino de maior qualidade para

promover ao alunato uma abordagem criativa na disciplina de História.

A promoção de uma educação histórica que responda as exigências do conhecimento atual e de uma sociedade de informação só poderá processar-se com professores conscientes de tais problemáticas. Como pensam a História e as finalidades da História os professores portugueses? Magalhães (2001) estudou as concepções de professores de História e sugere que estes preferem adaptar concepções vagas, generalistas e ambíguas, em detrimento de posturas mais operativas.

Referências claras que ajudem hoje o professor, de forma a rasgar novas perspectivas a este “aprendiz de feiticeiro”, são hoje requeridas (Alves, 2001). Precisamos preparar professores em quadro científico atualizados: 1. Será útil que os professores experienciem a pesquisa histórica e, com base nela, aprofundem o debate em torno de conceitos inerentes ao saber histórico. 2. O contacto com os resultados recentes da investigação sobre o

pensamento histórico de alunos e professores torna-se igualmente imprescindível. Estes resultados poderão fornecer elementos criteriosos a aplicar num ensino de História com qualidade (Barca, 2000, p. 20).

Ensinar história ocorre de forma significativa quando se insere a

investigação ao trabalho, o ensino de história não pode estar acorrentado à

transmissão dos registros históricos contidos nos livros didáticos, o processo

de construção se da pela prática da pesquisa, trabalhando diferentes tipos de

fontes históricas poderá trazer ao aluno um novo interesse sobre a pesquisa

histórica e sua aplicação, tendo como base as pesquisas realizadas pela

historiadora portuguesa Isabel Barca.

“Partindo de preocupações semelhantes como o Ensino de História, em Portugal emergiu uma linha de pesquisa sobre cognição histórica de crianças e adolescentes com o objetivo de trazer à luz alguns sentidos, estratégias cognitivas e modelos de construção conceptual. Esta pesquisa justifica-se na medida em que torna-se necessário que os professores conheçam as concepções dos seus alunos para que possam modificá-las.” (Barca,2004, p.387).

Outro ponto importante são os documentos usados para a pesquisa, os

quais vão contribuir para compreender o processo de produção e facilitar o

desenvolvimento do pensamento histórico além de que, deve ser ensinado aos

alunos procedimentos e atitudes que sejam pertinentes ao aprendizado em

sala de aula e na vida extraescolar. O aluno deve compreender que a disciplina

é uma porta para valorizar a diversidade cultural, refletir sobre temas históricos

e questões do presente vivido, percebendo que os vestígios do passado são

encontrados em vários lugares e fazem parte da memória das pessoas.

O grande desafio que se apresentar neste novo milênio é adequar nosso olhar ás exigências do mundo real sem sermos sugados pela onda neoliberal que parece estar empolgando

corações e mentes. È preciso, neste momento, mostrar que é possível desenvolver uma prática de Ensino de História adequada aos nossos tempos (e alunos): rica de conteúdo, socialmente responsável e sem ingenuidade e nostalgia (Karnal 2005, p.19).

No ensino, a falta de contato do conhecimento com a história local e

regional parece ser uma característica bem acentuada. Ensinar e aprender só

ocorre de forma significativa quando se insere a investigação ao trabalho. Os

professores , no esforço de levarem seus alunos a aprender, o fazem de

maneira a dar maior ênfase ao conteúdo em si e não a sua interligação com o

vivido. É o que dizem a maioria dos professores ao reconhecer a necessidade

de implementar no currículo História do Paraná e a cultura Afro-brasileira, as,

culturas indígenas e pode-se dizer também de todos os povos tradicionais

existentes no Estado, questionamentos surgem levando em conta a

intencionalidade da ação dos sujeitos no presente. Que fazer para que os

alunos aprendam a interpretar a História, construindo suas narrativas

históricas?

De acordo com a historiadora portuguesa Isabel barca (2000), a aprendizagem histórica se da quando os professores e alunos investigam as idéias históricas. Essas podem ser tanto idéias substantivas da História, tais como os conteúdos históricos ( Revolução Francesa, escravidão na América portuguesa, democracia etc.), como as categorias estruturais ligadas à epistemologia da História (temporalidade, explicação, evidência, inferência, empatia, significância, narrativas históricas etc.) A narrativa histórica é o princípio organizador dessas ideias. (DCE s 2008, p.57).

Adequar o material didático às especificidades, ás necessidades do

aluno, é uma forma de valorizar as experiências que ele trás, de sua vida extra-

escolar, viabilizando uma metodologia que estimula sua criatividade e as fontes

históricas escritas e não escritas constituem-se objeto de estudo para ajudar a

incutir valores de cidadania, partindo do pressuposto de que só respeitamos

aquilo que conhecemos. Exige-se portanto uma série de estudos, pesquisas e

regras para o resgate da história local, para aproximá-la da história regional

para o processo ensino aprendizagem.

ATIVIDADE 01:

Montagem da exposição dos trabalhos produzidos

Metodologia:

- Organização de espaços físicos e disposição dos materiais produzidos

como textos, fotos, cópias de documentos e recortes de jornais e vídeos, slides

Objetivos:

− Coletar material fotográfico sobre as escolas de Rio Azul.

− Refletir com os alunos a importância da construção e preservação das escolas em Rio Azul.

− Angariar material relativo às escolas de Rio Azul, por meio de divulgações na rádio local e também através da pesquisas dos alunos.

− Relacionar a história da educação do Município de Rio Azul com o contexto regional e estadual.

Tempo: 05 aulas

Recurso Didático: papel caneta, pasta, gravador, cavaletes, data show,

pendrive,

QUADRO DAS ATIVIDADES DO CADERNO PEDAGÓGICO

Unidade I Atividade 1 Número de aulas Público-alvoConhecimento da

pesquisa

Apresentação do

projeto

02 (duas aulas) Alunos da

formação de

docentes do

Colégio Est. “Dr

Chafic Cury” –

Ens. Fund., Médio

e Normal Unidade II Atividade 1 Número de aulas Público – alvoFontes Históricas

e História de Rio

Azul

Aprimoramento

dos diversos tipos

de fontes

históricas

04 (quatro aulas) Alunos da

formação de

docentes do

Colégio Est. “Dr

Chafic Cury” –

Ens. Fund., Médio

e Normal Unidade II Atividade 2 Número de aula Público - alvoFontes Históricas

e História de Rio

Azul

Elaboração de

questionário

03 ( três aulas) Alunos da

formação de

docentes do

Colégio Est. “Dr

Chafic Cury” –

Ens. Fund., Médio

e Normal Unidade II Atividade 3 Número de aula Público - alvoFontes históricas

e História de Rio

Azul

Aplicação de

questionário com

convidados en

loco e para os

impossibilitados

em suas

residências.

14 (quatorze

aulas) em loco e

04 ( cinco aulas)

fora do colégio

Alunos da

formação de

docentes do

Colégio Est. “Dr

Chafic Cury” –

Ens. Fund., Médio

e Normal Unidade III Atividade 1 Número de aulas Público - alvoExposição de

Trabalhos

Montagem da

exposição

05 (cinco aulas) Alunos da

formação de

docentes do

Colégio Est. “Dr

Chafic Cury” –

Ens. Fund., Médio

e Normal e a

comunidade

escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho de reconstrução da História da Educação do Município de Rio

Azul, se direcionará para a turma do primeiro ano da Formação de docentes

(magistério) durante o primeiro semestre, onde serão trabalhados conceitos e

diversos tipos de fontes históricas e exemplos como documentos, fotos e

relatos orais.

Num segundo momento será apresentado o projeto aos alunos e feito

um levantamento de conceitos e conhecimentos adquiridos pelos mesmos

sobre o tema proposto no projeto, com o intuito de despertar o interesse do

aluno em buscar fontes históricas e como utilizá-las em sua pesquisa e do

trabalho do historiador.

Os alunos serão orientados sobre as atividades que desenvolverão como:

entrevistas, questionários os quais serão elaborados e aplicados com a

participação dos alunos, pesquisas em documentos e coleta de fotos. Em

seqüência será organizado o questionário para realizar as entrevistas e

posteriormente divulgação e coleta de fotos e cópias de documentos (se tiver)

e para concluir o trabalho, será realizado exposição do material coletado, das

entrevistas, resultado das pesquisas.

Espero que este caderno pedagógico auxilie os demais professores a

levantar dados sobre os seus municípios e de suas escolas.

REFERÊNCIAS

BARCA, I. O pensamento histórico dos jovens: idéias dos adolescentes acerca da provisoriedade da explicação histórica. Braga: Universidade do Minho, 2000.

BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de História Fundamentos e Métodos. São Paulo: Cortez, 2009.

O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.

CUNHA, M. A. A. ET al. Um olhar sobre a escola.série de estudos,educação a distância: texto um olhar sobre a leitura e escrita. Brasília: MEC, 2000. 19 DANIELS, H. (org.) Vygotsky em foco: pressupostos e desdobramentos. São Paulo,1992.

GERALDI, J.W. (org.). O texto na sala de aula: leitura e produção. 2.ed. Cascavel,PR: Assoeste, 1985.

HOBSBAWM, E. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

PARANÁ. Secretaria de estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. História, 2008.

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