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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – CAMPUS IRATI UNICENTRO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
ALDA INÊS MÓRES PRZYSIEZNY
CADERNO PEDAGÓGICO
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE RIO AZUL
IRATI / PARANÁ
2013
1. PROPOSTA DE MATERIAL DIDÁTICO:
1.1. IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
TEMA DE ESTUDO
História da Educação de Rio Azul
TÍTULO Recuperando a História da Educação do Município de Rio Azul
AUTOR (A) Alda Inês Mores Przysiezny
DISCIPLINA/ÁREA (INGRESSO NO
PDE)HISTÓRIA
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO DO
PROJETOEscola Estadual “Dr. Chafic Cury”-
Ensino Fundamental, Médio e
Normal.
MUNICÍPIO DA ESCOLA RIO AZUL
NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO IRATI
PROFESSOR ORIENTADOR Mario de Souza Martins
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR UNIVERSIDADE ESTADUAL DO
CENTRO-OESTE / UNICENTRO
RESUMO
Este projeto se justifica pela possibilidade de reflexão sobre o paradigma educacional do Município de Rio Azul, na tentativa de propor uma nova prática pedagógica crítica em História, devido as dificuldades encontradas no processo ensino-aprendizagem da disciplina de História. É a partir do envolvimento dos alunos na construção de uma História da Educação que pretendemos dar à história um novo significado. Será com a coleta de documentos, entrevistas com a população local e fotografias dessa comunidade que pretendemos promover um ensino que contemple as individualidades e abarque a construção do conhecimento por todos.
PALAVRAS - CHAVES História local; Educação; Rio Azul.
FORMATO DO MATERIAL
DIDÁTICO
PÚBLICO ALVO
CADERNO PEDAGÓGICO
1º Ano da Formação de docentes
do Colégio Estadual “Dr. Chafic
Cury”.- Ensino Fundamental,
Médio e Normal.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA
DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL – PDE
ALDA INÊS MÓRES PRZYSIEZNY
CADERNO PEDAGÓGICO
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE RIO AZUL
Material Didático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Governo do Estado do Paraná – SEED, turma 2013, na disciplina de História, sob orientação do Professor MARIO, da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO.
IRATI – PR2013
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: ALDA INÊS MÓRES PRZYSIEZNY
Área PDE : História
NRE: Irati
Professor orientador: Mario de Souza Martins
IES vinculada: Unicentro - Campus Irati
Escola de implementação: “Dr. Chafic Cury”-Ensino Fundamental, Médio e
Normal.
Público objeto da intervenção: Alunos da Formação de docentes do Colégio
Estadual “Dr. Chafic Cury”.- Ensino Fundamental, Médio e Normal.
Tema de Estudo do Professor PDE: História da Educação do Município de Rio
Azul.
Titulo: Recuperando a História da Educação do Município de Rio Azul
1. APRESENTAÇÃO
A partir do envolvimento dos alunos na construção de uma História da
Educação que pretendemos dar a história um novo significado. Será com a
coleta de documentos, entrevistas com a população local e fotografias junto a
população local que pretendemos promover um ensino que contemple as
individualidades e abarque a construção do conhecimento por todos.
Pressupõe-se que o ensino de história hoje se encontra num impasse com
relação a sua identidade pela falta de interesse do alunado, o ensino na
atualidade visa a formação do indivíduo para a cidadania, e de que um ensino
de História mais crítico e analítico da realidade pode contribuir para a mudança
do contexto educacional.
Partindo do princípio de que a dinâmica do ensino aprendizagem ocorre
quando os alunos motivados para o desenvolvimento da prática com a
participação efetiva, com construção coletiva de conhecimentos, recursos
diversos e a utilização de metodologias alternativas propiciando maior
envolvimento com o tema, constituindo assim um instrumento de trabalho que
superara os obstáculos das problemáticas existentes encontradas no decorrer
do desempenho profissional, colaborando para a aprendizagem do educando,
já que a História de cada indivíduo esta vinculada as suas experiências
individuais e coletivas, sendo reconstruída e redescoberta através de
pesquisas, embasadas em fontes orais, escritas e visuais, através das quais
poderão perceber o seu papel como sujeito histórico, possibilitando a
compreensão de elementos essenciais a sua vida como hábitos de seu
cotidiano, costumes, língua,danças,vestuários,alimentação, entre outros.
A concepção tradicional de documentos, a divisão de fontes históricas
conforme o valor dos documentos, feita desde a obra de Bernheim:
Haveria, assim a distinguir duas espécies de fontes: 1º os Vestígios, os traços deixados pelo homem, não com o fim expresso de fornecer aos vindouros quaisquer informes do passado, mas que ficaram esquecidos na marcha do tempo. A vida passou,
deixando memória dela: colunas, achas, dentes, ossos, desenhos, moedas. Trata-se de valiosos dados de informação, sobretudo para a fase que antecedeu o aparecimento da escrita. 2º os Testemunhos, fontes que encerram notícias do passado e que foram erguidas para que as gerações futuras pudessem estudar a presença do homem no palco da História (SERRÂO, 1968, p. 59).
Percebendo que o conhecimento histórico em nossa disciplina é aberto
aos recursos lúdicos e que os mesmos são instrumentos de motivação por
estarem presentes na sociedade em diferentes formas, nos programas de
televisão, nos jogos esportivos, como mercadorias nas lojas, faz-se necessário
a utilização de fontes orais e escritas, para o embasamento do trabalho nas
aulas de História, tratando de oferecer oportunidade de suprir o desinteresse
pelo estudo, evidenciado nas avaliações, principalmente nas turmas que
apresentam dificuldades na leitura, lendo devagar, decodificando silabas
lentamente sem compreender o sentido das palavras e frases, contribuindo
assim para a construção do conhecimento.
Ao trabalhar com diversos documentos e fontes, o professor deverá ficar
atento a riqueza da produção historiográfica ao estudar a história local, revendo
algumas práticas pedagógicas que a escola vem desenvolvendo, visando o
posicionamento interdisciplinar construtivista, diante da necessidade de
introduzir nos seus trabalhos novas linguagens permitindo que o alunato as
percebam.
Adequar o material didático às especificidades, ás necessidades do
aluno, é uma forma de valorizar as experiências que ele trás, de sua vida extra-
escolar, viabilizando uma metodologia que estimula sua criatividade e as fontes
históricas escritas e não escritas constituem-se objeto de estudo para ajudar a
incutir valores de cidadania, partindo do pressuposto de que só respeitamos
aquilo que conhecemos. Exige-se portanto uma série de estudos, pesquisas e
regras para o resgate da história local, para aproximá-la da história regional
para o processo ensino aprendizagem.
No resgate da História da Educação do município de Rio Azul, o
professor estará propondo para o alunado um projeto educacional como
processo de aprendizagem do qual o próprio aluno será participante na
construção do conhecimento e que deve ser um ato de transformação ao
envolver pesquisas, as quais poderá ser realizada através da história oral, nas
entrevistas com moradores e professores mais antigos da cidade.
Conforme Martins (2007), em uma conferencia sobre história oral,
discorre sobre a Nova História, ela declarou que “Clio² desceu do pedestal e
encontrou-se com um homem comum”. Demonstrou assim que a escola local
precisa ir de encontro ao homem comum para que possibilite ao aluno sentir-se
representante dessa história e parte integrante da sociedade.
A aprendizagem histórica configura a capacidade dos jovens se orientarem na vida e construírem uma identidade a partir da alteridade. A constituição desta identidade se dá na relação com os múltiplos sujeitos e suas respectivas visões de mundo e temporalidades em diversos contextos espaços temporais por meio das narrativas históricas. Entende-se que esta implica que o passado seja compreendido em relação ao processo de constituição das experiências sociais, culturais e políticas do outro, no domínio próprio do conhecimento histórico (DCE’ s 2008, p.57).
Constitui um grande desafio para o professor de história, despertar o
interesse por estudar história, pois para a maioria dos alunos estudar História é
“estudar o passado”, estudar aquilo que já foi superado. Para tanto, é de
extrema importância estudar a História Regional, para despertar no alunato o
gosto pelo estudo da História Geral, pois leva o alunato a sentir-se parte deste
contexto como define Martins (2009, p. 143), “ a história regional é a que vê o
lugar, a região e o território, como a natureza da sociedade e da História, e não
apenas como palco imóvel onde a vida acontece”.
A pesquisa em fontes históricas escritas, orais e iconográficas contribuirá
para o desenvolvimento do pensamento histórico e facilitará a compreensão do
processo de produção, levando o alunato a perceber que os vestígios históricos
do passado são encontrados também na memória das pessoas e em vários
lugares e devem ser reconhecidos como válidos resgatados e preservados.
UNIDADE I
CONHECIMENTO DA PESQUISA
Nos dias atuais, fala-se muito das dificuldades para se manter os alunos
nas escolas. Estas não apresentam um ambiente agradável, aulas monótonas,
falta estímulo na família; porém é preciso ter em mente que na escola ocorre
uma das únicas oportunidades para se adquirir o conhecimento científico
formal. Nas palavras de Leandro Karnal:
“Os países que não agirem a favor da História ficarão fadados a distanciar cada vez mais daqueles outros, ricos ou não, que colocam a educação e a cultura (incluindo a histórica) como prioridade real.” “É necessário, portanto, que o ensino de História seja valorizado e que os professores desta disciplina conscientizem-se de sua responsabilidade social perante os alunos, preocupando-se em ajudá-los a compreender e –esperamos - a melhorar o mundo em que vivem.” ( karnal, p.18 )
Essa premissa leva à conclusão de que o ensino de História
desempenha papel central na formação do indivíduo, porque possibilita a
construção de um conhecimento reflexivo e critico sobre o meio em que ele
vive, pois a História é o resultado das ações dos homens. E além do mais é a
partir da disciplina da história que o aluno pode se reconhecer na sociedade
em que vive. Sendo assim, somente uma postura dinâmica do professor, com
metodologias inovadoras, poderá iniciar um longo processo de elucidação dos
meandros sociais, políticos e principalmente ideológicos que se estabelecem e
assim fazer com que a clientela escolar de hoje possa reorganizar as
concepções de mundo e de sociedade com vistas a um mundo melhor e mais
justo. A história regional e local fornece oportunidades para despertar o gosto
pela aprendizagem de História, porque se trata de exercitar a produção do
saber, experimentando a idéia de que seu papel não é de apenas transmitir
conhecimento, mas de criar possibilidades para a produção e construção do
saber Michel de Certeau (1982, p. 81), no seu também já clássico A Escrita da
História, tratando do estabelecimento das fontes ou da redistribuição do
espaço, afirma:
Em história, tudo começa com o gesto de separar, de reunir, de transformar em “documentos” certos objetos distribuídos de outra maneira. Esta nova distribuição cultural é o primeiro trabalho. Na realidade, ela consiste em produzir tais documentos, pelo simples fato de recopiar, transcrever ou fotografar estes objetos mudando ao mesmo tempo o seu lugar e o seu estatuto. Este gesto consiste em “isolar” um corpo, como se faz em física, e em “desfigurar” as coisas para constituí-las como peças que preencham lacunas de um conjunto, proposto a priori. Ele forma a “coleção”. [...] Longe de aceitar os “dados”, ele os constitui. O material é criado por ações combinadas, que o recortam no universo do uso, que vão procurá-lo também fora das fronteiras do uso, e que o destinam a um reemprego coerente.
ATIVIDADE 01
- Apresentação do projeto.
Metodologia
- Apresentação do projeto para a turma, com a orientação do professor
orientador na IES, Mario de Sousa Martins, que fará uma explanação
destacando a importância da história da educação local com destaque para
as escolas do município e o desenvolvimento do projeto para a educação
nos dias atuais.
- Apresentação do projeto pela professora PDE relatando os seus objetivos
e a relevância para o ensino local.
Objetivo
- Conhecer o projeto “A História da Educação de Rio Azul”.
- Destacar a importância de resgatar a História local.
Tempo: 2 aulas
Recurso Didático: Retro projetor, quadro de giz, notebook, tela.
UNIDADE II
FONTES HISTÓRICAS
As discussões acerca dos problemas no ensino de História são
discutidas por diversos autores entre eles Leandro Karnal e Isabel Barca
enfatizando a tarefa de Ensinar História, juntamente com a teoria sócio-
construtivista do desenvolvimento da aprendizagem de Piaget que tem
destaque o papel da história local e regional, concentrada na História da
Educação de Rio Azul.
Para Piaget, o ser humano tem a capacidade de agir, construir e
organizar o seu próprio conhecimento elaborando cada vez mais a sua
inteligência. Sob esse enfoque, pode-se dizer que, do ponto de vista
construtivista o erro, muitas vezes visto no meio escolar como algo passível de
punição por representar a não efetivação da aprendizagem, é, um degrau que
possibilita o caminho correto para o acerto, ou seja, o desafio a ser superado,
contribuindo para uma compreensão múltipla da história, facilitando o estudo
da história local e regional, reconstruindo o passado, relendo vestígios e
reinterpretando como forma a base do conhecimento histórico.
Diante do exposto, essa proposta poderá permitir que o aluno seja ponto
de partida para a aprendizagem, percebendo-se como sujeitos históricos,
conscientes de sua participação ativa na sociedade, através da coleta de dados
para a construção da História da Educação de Rio Azul, já que a falta de
contato do conhecimento com a história local e regional parece ser uma
característica bem acentuada. As fontes históricas, depoimentos de pessoas,
através de entrevistas, as quais fazem parte de mais um tipo de fonte histórica,
as fontes orais, que serão utilizadas como ferramentas para motivar os alunos
na pesquisa histórica.
A proposta de trabalhar as Fontes Históricas escritas e não escritas, a
partir da pesquisa, produção de texto e coleta de matérias para exposição vai
além de uma modificação ou ensaio metodológico, trata-se de modificar a
relação entre sujeito e objeto da formação, porque o professor aprende com os
alunos a história que ficou fora da história e vai assumindo a idéia de que seu
papel não é de apenas transmitir conhecimento, mas de criar possibilidades
para a produção do conhecimento do saber, trata-se de modificar a relação
entre sujeito e o objeto da formação inferindo estratégias no seu processo de
conhecimento histórico.
Tal exercício tornará educandos e educadores
conscientes de suas capacidades, desenvolvendo
todas as suas potencialidades. Dessa forma, Barca,
cita que “vários autores reorientaram o debate
sobre a investigação histórica concretos.” A mesma
autora, depois de resultados obtidos em suas
pesquisas, ressalta: “É tendo em consideração
estas questões epistemológicas que a educação
histórica deverá implementar programas de ação
que promovam uma aprendizagem sustentada,
embora gradual, em e sobre a História, tal como é
entendida hoje.” (Barca, 2000, p. 20).
Considerar-se-á aqui educação em seu sentido também amplo, não
abrangendo apenas a instrução formalizada em instituições escolares, mas
toda a socialização do indivíduo no meio socioeconômico-político em que ele
vai viver e atuar, ou mesmo a sua preparação para as atividades de trabalho
que deverá desempenhar.
Se adotarmos o conceito mais amplo visto em Febvre, tudo pode servir
de fonte para a História da Educação, desde que o historiador saiba o que quer
pesquisar, estabeleça adequadamente o seu problema de estudo e exercite a
sua imaginação cogitando tudo ou todas as coisas que poderiam direta ou
indiretamente fornecer informações que o ajudem a esclarecer as dúvidas que
tem sobre o tema ou assunto que está investigando.
ATIVIDADE 01
Aprimoramento sobre os diversos tipos de fontes históricas (oral, escrita,
material).
Metodologia:
Leitura e estudo de textos diversos sobre fontes históricas documentais
escolares, produzidas e utilizadas na própria instituição escolar que são
importantes fontes primárias de pesquisa e podem ser procuradas: bibliotecas,
secretaria da escolas, secretaria municipal de educação, prefeitura, câmera
municipal, acervos particulares.
Objetivo:
Aprimorar o conhecimento prévio dos alunos.
Valorizar os locais de preservação das fontes históricas para a conservação
destes documentos relativos à educação.
Tempo
4 aulas
Recursos:
Livros, revistas, papel, foto, imagens, objetos, TV pendrive.
ATIVIDADE 02
Elaboração do questionário com auxílio da professora PDE e os alunos da
educação formal.
Metodologia:
Serão organizadas questões para serem aplicados, com a participação dos
alunos junto com familiares, para a coleta de dados e informações que
servirão para análise historiográfica. Os alunos serão organizados em
grupos de quatro elementos, após feita essa atividade, será solicitada aos
mesmos materiais como: documentos escritos, recortes de jornais, cópias
de documentos oficias do município, documentos não escritos como fotos e
objetos.
Objetivo:
- Formular questões sobre a História da Educação de Rio Azul.
- Pesquisar fontes históricas de Rio Azul.
Tempo: 3 aulas
Recurso Didático: folhas, caneta, notebook, Xerox.
ATIVIDADE 03
Aplicação de questionário com ex-professores e ex-alunos das escolas do
município, em sala de aula para sua efetiva realização.
Metodologia:
Aplicação das questões desenvolvidas do questionário pelos alunos em sala
de aula com a observação da professora PDE e auxílio dos alunos envolvidos
para verificar a eficácia das informações e a condição da aplicabilidade do
mesmo, e será feita uma entrevista com vários ex-professores e ex-alunos
convidados para essa finalidade, com o conhecimento prévio sobre a
entrevista.
Objetivo:
- Verificar a oralidade, convencimento e conhecimento dos alunos
entrevistadores sobre o questionário.
- Conhecer os meios para aplicação de questionário
- Investigar e levantar a população a ser pesquisada.
- Reconstruir a História da Educação de Rio Azul
Tempo
14 aulas para a entrevista com os convidados
Recursos:
Caixa de som, microfone, questionário impresso, caneta, água, gravador,
data-show,máquina fotográfica, quadro de giz.
UNIDADE III
Exposição dos trabalhos produzidos.
Desde os mais remotos tempos, os grupos humanos se questionam
e tentam explicar a sua origem, sua evolução e seu desenvolvimento cultural,
criando conjuntos de símbolos com os quais, representam o mundo, de acordo
com a sua cultura em qualquer tempo e local do processo histórico.
Antigas narrativas foram compartilhadas pelos grupos em um primeiro
momento, das mais variadas formas de se obter e fornecer informações sobre
diversos temas, através de rituais e linguagens específicas, que encontram-se
imortalizadas pelas pinturas rupestres, peças arqueológicas e outros suportes
materiais. Sendo assim, faz-se necessário observar a identificação das
especificidades do uso dos documentos como os iconográficos, os relatos
orais, testemunhos de história local, alem de documentos contemporâneos
entendendo a sua utilização dessas ilustrações em sala de aula para que
possa levar a uma análise crítica do processo de construção do conhecimento
histórico, permitindo transformar-se em uma fonte histórica.
Ao trabalhar com diversos documentos e fontes, o professor deverá ficar
atento a riqueza da produção historiográfica ao estudar a história local, revendo
algumas práticas pedagógicas que a escola vem desenvolvendo, visando o
posicionamento interdisciplinar construtivista, diante da necessidade de
introduzir nos seus trabalhos novas linguagens permitindo que o alunato as
percebam.
No resgate da História da Educação do município de Rio Azul, o
professor estará propondo para o alunato um projeto educacional como
processo de aprendizagem do qual o próprio aluno será participante na
construção do conhecimento e que deve ser um ato de transformação ao
envolver pesquisas, as quais poderá ser realizada através da história oral, nas
entrevistas com moradores e professores mais antigos da cidade.
Conforme Martins (2007), em uma conferencia sobre história oral,
discorre sobre a Nova História, ela declarou que “Clio² desceu do pedestal e
encontrou-se com um homem comum”. Demonstrou assim que a escola local
precisa ir de encontro ao homem comum para que possibilite ao aluno sentir-se
representante dessa história e parte integrante da sociedade.
A aprendizagem histórica configura a capacidade dos jovens se orientarem na vida e construírem uma identidade a partir da alteridade. A constituição desta identidade se dá na relação com os múltiplos sujeitos e suas respectivas visões de mundo e temporalidades em diversos contextos espaços temporais por meio das narrativas históricas. Entende-se que esta implica que o passado seja compreendido em relação ao processo de constituição das experiências sociais, culturais e políticas do outro, no domínio próprio do conhecimento histórico (DCE’ s 2008, p.57).
Constitui um grande desafio para o professor de história, despertar o
interesse por estudar história, pois para a maioria dos alunos estudar História é
“estudar o passado”, estudar aquilo que já foi superado. Para tanto, é de
extrema importância estudar a História Regional, para despertar no alunato o
gosto pelo estudo da História Geral, pois leva o alunato a sentir-se parte deste
contexto como define Martins (2009, p. 143), “ a história regional é a que vê o
lugar, a região e o território, como a natureza da sociedade e da História, e não
apenas como palco imóvel onde a vida acontece”.
A pesquisa em fontes históricas escritas, orais e iconográficas contribuirá
para o desenvolvimento do pensamento histórico e facilitará a compreensão do
processo de produção, levando o alunato a perceber que os vestígios históricos
do passado são encontrados também na memória das pessoas e em vários
lugares e devem ser reconhecidos como válidos resgatados e preservados.
Barca defende a necessidade de que os alunos não se limitem a ouvir a
narrativa do professor e a tomar notas mas que participem ativamente na
resolução de problemas em tarefas que poderão ser escritas, orais ou outras e
para isso acontecer depende exclusivamente de professores conscientes, de
sua função educacional e nas proposta de um ensino de maior qualidade para
promover ao alunato uma abordagem criativa na disciplina de História.
A promoção de uma educação histórica que responda as exigências do conhecimento atual e de uma sociedade de informação só poderá processar-se com professores conscientes de tais problemáticas. Como pensam a História e as finalidades da História os professores portugueses? Magalhães (2001) estudou as concepções de professores de História e sugere que estes preferem adaptar concepções vagas, generalistas e ambíguas, em detrimento de posturas mais operativas.
Referências claras que ajudem hoje o professor, de forma a rasgar novas perspectivas a este “aprendiz de feiticeiro”, são hoje requeridas (Alves, 2001). Precisamos preparar professores em quadro científico atualizados: 1. Será útil que os professores experienciem a pesquisa histórica e, com base nela, aprofundem o debate em torno de conceitos inerentes ao saber histórico. 2. O contacto com os resultados recentes da investigação sobre o
pensamento histórico de alunos e professores torna-se igualmente imprescindível. Estes resultados poderão fornecer elementos criteriosos a aplicar num ensino de História com qualidade (Barca, 2000, p. 20).
Ensinar história ocorre de forma significativa quando se insere a
investigação ao trabalho, o ensino de história não pode estar acorrentado à
transmissão dos registros históricos contidos nos livros didáticos, o processo
de construção se da pela prática da pesquisa, trabalhando diferentes tipos de
fontes históricas poderá trazer ao aluno um novo interesse sobre a pesquisa
histórica e sua aplicação, tendo como base as pesquisas realizadas pela
historiadora portuguesa Isabel Barca.
“Partindo de preocupações semelhantes como o Ensino de História, em Portugal emergiu uma linha de pesquisa sobre cognição histórica de crianças e adolescentes com o objetivo de trazer à luz alguns sentidos, estratégias cognitivas e modelos de construção conceptual. Esta pesquisa justifica-se na medida em que torna-se necessário que os professores conheçam as concepções dos seus alunos para que possam modificá-las.” (Barca,2004, p.387).
Outro ponto importante são os documentos usados para a pesquisa, os
quais vão contribuir para compreender o processo de produção e facilitar o
desenvolvimento do pensamento histórico além de que, deve ser ensinado aos
alunos procedimentos e atitudes que sejam pertinentes ao aprendizado em
sala de aula e na vida extraescolar. O aluno deve compreender que a disciplina
é uma porta para valorizar a diversidade cultural, refletir sobre temas históricos
e questões do presente vivido, percebendo que os vestígios do passado são
encontrados em vários lugares e fazem parte da memória das pessoas.
O grande desafio que se apresentar neste novo milênio é adequar nosso olhar ás exigências do mundo real sem sermos sugados pela onda neoliberal que parece estar empolgando
corações e mentes. È preciso, neste momento, mostrar que é possível desenvolver uma prática de Ensino de História adequada aos nossos tempos (e alunos): rica de conteúdo, socialmente responsável e sem ingenuidade e nostalgia (Karnal 2005, p.19).
No ensino, a falta de contato do conhecimento com a história local e
regional parece ser uma característica bem acentuada. Ensinar e aprender só
ocorre de forma significativa quando se insere a investigação ao trabalho. Os
professores , no esforço de levarem seus alunos a aprender, o fazem de
maneira a dar maior ênfase ao conteúdo em si e não a sua interligação com o
vivido. É o que dizem a maioria dos professores ao reconhecer a necessidade
de implementar no currículo História do Paraná e a cultura Afro-brasileira, as,
culturas indígenas e pode-se dizer também de todos os povos tradicionais
existentes no Estado, questionamentos surgem levando em conta a
intencionalidade da ação dos sujeitos no presente. Que fazer para que os
alunos aprendam a interpretar a História, construindo suas narrativas
históricas?
De acordo com a historiadora portuguesa Isabel barca (2000), a aprendizagem histórica se da quando os professores e alunos investigam as idéias históricas. Essas podem ser tanto idéias substantivas da História, tais como os conteúdos históricos ( Revolução Francesa, escravidão na América portuguesa, democracia etc.), como as categorias estruturais ligadas à epistemologia da História (temporalidade, explicação, evidência, inferência, empatia, significância, narrativas históricas etc.) A narrativa histórica é o princípio organizador dessas ideias. (DCE s 2008, p.57).
Adequar o material didático às especificidades, ás necessidades do
aluno, é uma forma de valorizar as experiências que ele trás, de sua vida extra-
escolar, viabilizando uma metodologia que estimula sua criatividade e as fontes
históricas escritas e não escritas constituem-se objeto de estudo para ajudar a
incutir valores de cidadania, partindo do pressuposto de que só respeitamos
aquilo que conhecemos. Exige-se portanto uma série de estudos, pesquisas e
regras para o resgate da história local, para aproximá-la da história regional
para o processo ensino aprendizagem.
ATIVIDADE 01:
Montagem da exposição dos trabalhos produzidos
Metodologia:
- Organização de espaços físicos e disposição dos materiais produzidos
como textos, fotos, cópias de documentos e recortes de jornais e vídeos, slides
Objetivos:
− Coletar material fotográfico sobre as escolas de Rio Azul.
− Refletir com os alunos a importância da construção e preservação das escolas em Rio Azul.
− Angariar material relativo às escolas de Rio Azul, por meio de divulgações na rádio local e também através da pesquisas dos alunos.
− Relacionar a história da educação do Município de Rio Azul com o contexto regional e estadual.
Tempo: 05 aulas
Recurso Didático: papel caneta, pasta, gravador, cavaletes, data show,
pendrive,
QUADRO DAS ATIVIDADES DO CADERNO PEDAGÓGICO
Unidade I Atividade 1 Número de aulas Público-alvoConhecimento da
pesquisa
Apresentação do
projeto
02 (duas aulas) Alunos da
formação de
docentes do
Colégio Est. “Dr
Chafic Cury” –
Ens. Fund., Médio
e Normal Unidade II Atividade 1 Número de aulas Público – alvoFontes Históricas
e História de Rio
Azul
Aprimoramento
dos diversos tipos
de fontes
históricas
04 (quatro aulas) Alunos da
formação de
docentes do
Colégio Est. “Dr
Chafic Cury” –
Ens. Fund., Médio
e Normal Unidade II Atividade 2 Número de aula Público - alvoFontes Históricas
e História de Rio
Azul
Elaboração de
questionário
03 ( três aulas) Alunos da
formação de
docentes do
Colégio Est. “Dr
Chafic Cury” –
Ens. Fund., Médio
e Normal Unidade II Atividade 3 Número de aula Público - alvoFontes históricas
e História de Rio
Azul
Aplicação de
questionário com
convidados en
loco e para os
impossibilitados
em suas
residências.
14 (quatorze
aulas) em loco e
04 ( cinco aulas)
fora do colégio
Alunos da
formação de
docentes do
Colégio Est. “Dr
Chafic Cury” –
Ens. Fund., Médio
e Normal Unidade III Atividade 1 Número de aulas Público - alvoExposição de
Trabalhos
Montagem da
exposição
05 (cinco aulas) Alunos da
formação de
docentes do
Colégio Est. “Dr
Chafic Cury” –
Ens. Fund., Médio
e Normal e a
comunidade
escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho de reconstrução da História da Educação do Município de Rio
Azul, se direcionará para a turma do primeiro ano da Formação de docentes
(magistério) durante o primeiro semestre, onde serão trabalhados conceitos e
diversos tipos de fontes históricas e exemplos como documentos, fotos e
relatos orais.
Num segundo momento será apresentado o projeto aos alunos e feito
um levantamento de conceitos e conhecimentos adquiridos pelos mesmos
sobre o tema proposto no projeto, com o intuito de despertar o interesse do
aluno em buscar fontes históricas e como utilizá-las em sua pesquisa e do
trabalho do historiador.
Os alunos serão orientados sobre as atividades que desenvolverão como:
entrevistas, questionários os quais serão elaborados e aplicados com a
participação dos alunos, pesquisas em documentos e coleta de fotos. Em
seqüência será organizado o questionário para realizar as entrevistas e
posteriormente divulgação e coleta de fotos e cópias de documentos (se tiver)
e para concluir o trabalho, será realizado exposição do material coletado, das
entrevistas, resultado das pesquisas.
Espero que este caderno pedagógico auxilie os demais professores a
levantar dados sobre os seus municípios e de suas escolas.
REFERÊNCIAS
BARCA, I. O pensamento histórico dos jovens: idéias dos adolescentes acerca da provisoriedade da explicação histórica. Braga: Universidade do Minho, 2000.
BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de História Fundamentos e Métodos. São Paulo: Cortez, 2009.
O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.
CUNHA, M. A. A. ET al. Um olhar sobre a escola.série de estudos,educação a distância: texto um olhar sobre a leitura e escrita. Brasília: MEC, 2000. 19 DANIELS, H. (org.) Vygotsky em foco: pressupostos e desdobramentos. São Paulo,1992.
GERALDI, J.W. (org.). O texto na sala de aula: leitura e produção. 2.ed. Cascavel,PR: Assoeste, 1985.
HOBSBAWM, E. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
PARANÁ. Secretaria de estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. História, 2008.
RODRIGUES, N. Por uma nova escola: o transitório e o permanente na educação. São Paulo: Cortez,1992.
SCHMIDT, M. A.; BARCA, I.;MARTINS, E. de R. (orgs.) Jorn Rusen e o Ensino da História.Curitiba: UFPR, 2010.
CAINELLI,M. Ensinar história. São Paulo: Editora Scipione, 2006.
KARNAL, Leandro. História na sala de aula: conceitos práticas e propostas. São Paulo: 2005.
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