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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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JOGOS E ATIVIDADES LÚDICAS NO ENSINO DA ÁLGEBRA

SIRLEI MIGUEL¹

PAULO DOMINGOS CONEJO²

RESUMO: O artigo apresenta resultados da unidade didática, desenvolvida e aplicada

durante o Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE–2014/2015 a uma turma do 8° ano do Colégio Estadual Castro Alves no município de Enéas Marques Pr. O tema investigado refere-se aos jogos e as atividades lúdicas no ensino da álgebra. Os objetivos pretendidos foram os de ressaltar a importância da álgebra para o ensino/aprendizagem por meio de jogos e atividades lúdicas; oportunizar conhecimentos sobre o ensino/aprendizagem da álgebra utilizando-se de recursos centrados na dimensão lúdica; reconhecer a álgebra como integrante do nosso cotidiano; verificar o que as teorias discorrem sobre as dificuldades dos alunos em abstrair o conteúdo; levantar sugestões de atividades lúdicas que favoreçam o processo do ensino e da aprendizagem. A metodologia proposta é de um ensino voltado para a ludicidade, visando superar as dificuldades de aprendizagens dos conceitos matemáticos encontradas no ensino da álgebra nas séries finais do ensino fundamental. O professor ministrando suas práticas por meio dos jogos e das atividades lúdicas oportuniza aos alunos uma aprendizagem motivadora, instigante no qual os educandos aprendem os conteúdos matemáticos ao mesmo tempo em que se divertem socializando-se com os colegas.

PALAVRAS-CHAVES: Atividades lúdicas; metodologia; ensino; aprendizagem.

INTRODUÇÃO

O ensino-aprendizagem da álgebra nos anos finais do ensino

fundamental trabalhado de forma tradicional produz desmotivação, e os alunos

demonstram pouco interesse na sua aprendizagem. Desse modo, este artigo

abordou a problemática de que, aplicando o conteúdo da Álgebra de uma

maneira mais atraente por meio dos jogos e outras atividades lúdicas poderá

fazer com que o aluno do 8ª ano do Ensino Fundamental compreenda mais

facilmente seus conceitos, perceba e entenda a sua importância.1

1 Graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade do Oeste Paulista/SP (2001). Pós-

Graduação Lato Sensu “Especialização em Metodologia do Ensino de Matemática”. IBPEX, Instituto

Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão, (2002). Pós-Graduação Lato Sensu Presencial Educação

Especial, FAMPER – Faculdade de Ampére/PR (2012).

2 Graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (1994) e mestrado

em Matemática pela Universidade de Brasília (1997). Doutorado em Métodos Numéricos em Engenharia

pela UFPR – Otimização sem Derivadas. É Professor Adjunto da Universidade Estadual do Oeste do

Paraná.

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Diante disso, surge a necessidade de oportunizar a esses alunos um

trabalho com jogos e atividades lúdicas no ensino da álgebra. Essas atividades

são importantes no ensino-aprendizagem e se colocam como recurso

pedagógico de valor positivo no ensino da álgebra uma vez que os alunos

aprendem de maneira lúdica e prazerosa, manipulando material concreto.

Portanto, inserir em sala de aula, requer do educador que se tenha objetivos

claros, planejamento bem definido dos materiais antecipadamente

selecionados, dos espaços bem como dos tempos necessários para se realizar

a atividade.

Este trabalho traz como tema, jogos e atividades lúdicas no ensino da

álgebra. O objetivo geral foi o de ressaltar a importância da álgebra para

ensino/aprendizagem por meio de jogos e atividades lúdicas. Já os objetivos

específicos foram os de oportunizar conhecimentos sobre o

ensino/aprendizagem da álgebra utilizando-se de recursos centrados na

dimensão lúdica; reconhecer a álgebra como integrante do nosso cotidiano;

verificar o que as teorias discorrem sobre as dificuldades dos alunos em

abstrair o conteúdo; levantar sugestões de atividades lúdicas que favoreçam o

processo do ensino e da aprendizagem.

Expõe como justificativa para a realização da pesquisa, que por ser a

matemática na contemporaneidade, uma disciplina que apresenta muitas

preocupações quanto ao seu ensino e aprendizagem. Professores, pais, alunos

e a sociedade de maneira geral, preocupam-se com essa situação, pois o baixo

rendimento escolar demonstra que algo não está dando certo e necessita de

mudanças urgentes e efetivas. Constantemente nos deparamos com

professores apresentando formas tradicionais de ensinoque por motivos não

inteiramente conhecidos, implica numa das dificuldades do ensino.Apesar que

o modelo tradicional,muitas visa somente exercícios repetitivos, soltos e sem

sentido para os alunos.

Na atualidade, as informações se processam muito rapidamente e

chegam até aos nossos alunos oferecendo uma grande diversidade de

estímulos e fontes de aprendizagens, isso repercute nas aulas de matemática,

pois com todo o aparato tecnológico que existe motivando os alunos para

novas descobertas e a matemática sendo trabalhada de maneira tradicional

não oferece estímulos aos estudantes para as aprendizagens. Das práticas

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pedagógicas que precisam ser revistas quanto ao ensino na escola, está o

conteúdo algébrico.

A álgebra é um ramo da matemática que estuda de maneira formal,

equações, operações entre outros. Logo, seus conceitos envolvem uma

linguagem abrangente e seu conhecimento não se adquire por meio de

conteúdos apresentados sem estarem vinculados a outros conceitos. Ao iniciá-

lo, nos deparamos com uma abstração muito grande por parte dos alunos e o

aparente distanciamento desta do mundo cotidiano. Eles já chegam com um

preconceito em relação à aprendizagem e o uso da álgebra no conteúdo

propriamente dito e na sua utilização no dia-a-dia, pois, normalmente a

identificam apenas como um tipo de operação com letras.

Desse modo, as Diretrizes Curriculares de Educação Básica

Matemática, (2008, p. 51), consideram que “a álgebra é um campo do

conhecimento matemático que se formou, sob a contribuição de diversas

culturas. Pode-se mencionar a álgebra egípcia, babilônica, grega, chinesa,

hindu, arábica e da cultura europeia renascentista”. Cada uma evidenciou

elementos característicos que expressam o pensamento algébrico de cada

cultura.

Constitui-se como uma das causas das dificuldades de aprendizagem

dos conceitos algébricos, a memorização da simbologia nas aulas de

matemática. Isso porque os professores sentem-se impotentes e não

conseguem ministrar aulas com atividades que aguçam a vontade dos alunos a

aprender esse conceito. O uso de metodologias que usem jogos e brincadeiras

como práticas pedagógicas ainda incomoda alguns professores e estes não

conseguem realizar um trabalho inovador persistindo na metodologia

tradicional.

(...) os estudantes deveriam ser expostos a numerosas e variadas experiências inter-relacionadas que os encorajassem a valorizar a iniciativa em matemática, a desenvolver hábitos matemáticos da mente e a entender e apreciar o papel da Matemática nos afazeres humanos (ONUCHIC, 1999, p.210).

O ensino da álgebra é um conteúdo matemático importante, mas que

encontra resistência por parte dos alunos para a sua aprendizagem. Pensando

nessa resistência e dificuldade que se sentiu a necessidade de se ensinar a

álgebra através de jogos, e brincadeiras, fazendo com que o educando

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compreenda o jogo e faça uma ligação com o conteúdo estudado. É papel da

escola e dos professores fazer com que os alunos aprendam e saibam utilizar a

álgebra nos seus cotidianos reconhecendo seu valor e percebendo sua

importância

Deste modo, esse ramo da matemática representa um desafio tanto para

professores quanto para os alunos. Para os professores, de um lado, a álgebra

representa um instrumento presente em tudo que se vê e se usa no cotidiano,

já os alunos, identificam a álgebra como conteúdo da matemática

incompreensível e de infinita dificuldade sem possibilidade de se obter êxitos

quanto a sua aprendizagem.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) recomendam a utilização

de jogos no ensino fundamental e salientam que:

Os jogos podem contribuir para um trabalho de formação de atitudes - enfrentar desafios, lançar-se a busca de soluções, desenvolvimento da crítica, da intuição, da criação de estratégias e da possibilidade de alterá-las quando o resultado não é satisfatório - necessárias para a aprendizagem da matemática (PCN, 1998, p.47).

No universo infantil, é percebido que quando estão concentradas em

atividades que sejam do seu gosto e interesse, como as lúdicas, as crianças se

entregam de modo que tudo que está ao seu redor, faz parte da sua realidade.

Assim, para o educando pretende-se que através dos jogos e brincadeiras

consiga se concentrar no que está fazendo e desse modo entender o que se

propõe a ensinar.

Todo lúdico, todo material manipulável tem um poder a mais de

concentração do que uma atividade feita por pura cópia de um exemplo, e essa

cópia deixa o educando desmotivado no sentido de buscar algo a mais.

Trabalhando de maneira lúdicas com objetos no concreto o professor pode

criar outras estratégias para tornar mais compreensível o conteúdo álgebra e

finalmente oportunizar o ensino/aprendizagem.

Na tentativa de minimizar estes problemas, atrelado a oportunidade de

estudo no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), realizou-se a

unidade didática que consistiu em utilizar jogos e atividades lúdicas para o

ensino e aprendizagem da álgebra no 8º ano do Ensino Fundamental do

Colégio estadual Castro Alves – EFM de Enéas Marques Pr.

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Como abordagem metodológica buscou-se subsídios nos jogos e

atividades lúdicas no ensino da álgebra e se fundamentou na tendência em

Educação Matemática. Utilizando-se de metodologias envolventes por meio de

jogos e atividades lúdicas, o trabalho procura preencher a lacuna das

dificuldades e melhorar a prática pedagógica nas aulas de matemática,

podendo introduzir o ensino da álgebra de forma que propicie aos educandos

as aprendizagens de maneira prazerosa tornando os alunos capazes de

abstrair esses conceitos naturalmente.

A investigação a respeito do conhecimento já adquirido pelos alunos

sobre os conceitos básicos da álgebra deu inicio com a aplicação de um pré-

teste. Apresentou-se a história da matemática e da álgebra, situações

problemas e atividades que proporcionam a compreensão do conceito de

incógnita oportunizando assim um conhecimento histórico do conteúdo de

forma abrangente e eficaz.

Os materiais que foram usados para apresentar os conteúdos são

figuras geométricas que correspondem aos conceitos de área e retângulo com

exercícios de cálculo onde a álgebra esteja inserida.

A proposta que se descreveu através da unidade didática, visava não

apenas a apresentação do conteúdo por meio de atividades lúdicas, elas

permitiram que os educandos criassem hipóteses, aguçando-os a descobrir

caminhos e encontrar a solução de problemas, com motivação, dedicação e

concentração para desenvolver o raciocínio lógico e crescer intelectualmente.

A teoria norteou atividades selecionadas e estabelecidas que

oportunizem necessariamente: a abstração dos conceitos de incógnita;

identificar e escrever situações problemas matemáticos e algébricos;

reconhecer, entender e resolver equações algébricas; realizar operações

fazendo distinção nas atividades com monômios, binômios, trinômios e

polinômios; reconhecer e identificar valor numérico na escrita algébrica.

Também foram relevantes as contribuições dos cursistas participantes

do grupo de trabalho em rede (GTR). Por meio de aplicações práticas, e

refletindo sobre a resistência e dificuldades de aprendizagem que se percebeu

a necessidade de ensinar álgebra através de jogos, e atividades lúdicas

fazendo com que os educandos compreendam os jogos e façam ligação com o

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conteúdo estudado, mudando a rotina da classe despertando o interesse dos

envolvidos.

Quanto à avaliação, foi processual, formativa, diagnóstica e contínua.

Para finalizar foi aplicado um pós-teste, que determinou que houve crescimento

e que as dificuldades iniciais foram superadas.

DESENVOLVIMENTO

1.Revisão da Literatura:

1.1 A Origem da Álgebra

A história remete a registros de que a álgebra surgiu juntamente com a

escrita (acredita-se que o primeiro texto relacionado à álgebra tenha sido o

papiro de Rhind escrito por volta de 1650 a.C), sendo usadas como formas

simbólicas de representar acontecimentos e ideias. Nos anos de 325 a 409 dC,

o grego Diofante de Alexandria na Grécia, foi o percursor da ideia de se usar

símbolos como representação de ideias colocadas no papel, mas não

progrediu e por isso não foi adiante. Os motivos foram à queda do império

romano que prejudicaram o bom andamento de diversas áreas do

conhecimento, entre elas, a matemática. Apesar de todos os problemas que

envolveram o desenvolvimento da ideia da álgebra ser usada para empregar e

representar símbolos, Diofante de Alexandria é considerado um dos primeiros a

descobrir o uso da álgebra.

Foi considerado um pensamento audaz representar à escrita e os

cálculos matemáticos por símbolos. Iniciou-se a era das representações, onde

as palavras eram abreviadas.

Com a ascensão do Império Árabe no ano de 650, os estudos

matemáticos foram retomados. Nos anos de 786 a 809 sob o reinado do Califa

Harun al-Raschid os muçulmanos conquistaram vários territórios, fazendo

surgir grandes cidades, centros de comércio e de artesanato. Esses

acontecimentos foram bastante importantes para as atividades comerciais,

viagens marítimas que se deu através do deserto, isso desencadeou o

desenvolvimento dos conhecimentos matemáticos.

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Com a morte de Al-Raschi em 809, seu filho Al-Mamum assumiu o trono

e governou até 833. Foi em seu governo que Al-Mamum criou em Bagdá um

núcleo de ensino e contratou os mais importantes sábios muçulmanos da

época para trabalhar nesse centro. Entre os sábios contratados, encontrava-se

Mohamed Ibn Musa Al-Khowarizmi, um matemático que escreveu um livro

intitulado al-jabr, que significa restauração e refere-se a mudança de termos de

um lado para outro de uma equação. Possivelmente o termo Álgebra se

originou do título desse livro.

Apesar das tentativas, os matemáticos ainda não conseguiam

representar as equações totalmente em símbolos. Foi somente na época em

que a França e a Espanha guerreavam 700 anos depois, que começaram a

usar mensagens codificadas para que seus planos não fossem descobertos.

Contudo, os espanhóis não foram astuciosos o suficiente com esse tipo de

mensagem, pois toda vez que um mensageiro era capturado os franceses,

seus inimigos, descobriam seus planos militares. Os espanhóis diante disso,

acreditavam que os franceses tinham “pacto com o diabo”. Envolveram

inclusive o Papa, sendo chamado para solucionar a questão.

O diabo então era um advogado francês François Viète, que decifrava os

códigos secretos das mensagens espanholas. Era apaixonado por álgebra,

viveu de 1540 até 1603. É considerado o Pai da Álgebra por introduzir símbolos

na matemática.

Segundo MELO (2012, p. 02), “atualmente, a notação da álgebra se

deve a René Descartes que viveu de 1596 até 1650, que foi um grande físico-

matemático e filósofo francês, que adicionou na álgebra de Viète o símbolo

para a operação de multiplicação”. Criou a notação que usamos ainda hoje

para os expoentes de uma potenciação. Descartes é responsável pela

unificação na forma de se escrever matemática, acredita-se que com o seu

trabalho Descartes deu a matemática um status de Idioma universal, pois é

possível escrever matemática da mesma forma em qualquer lugar do mundo.

Possivelmente, este fato tenha contribuído muito para a matemática, pois com

isso vários estudiosos de diversos locais do mundo poderiam se comunicar

usando uma mesma simbologia ou porque não dizer a mesma língua. É

justamente quando representamos com símbolos as quantidades

desconhecidas que chegamos ao uso da álgebra.

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1.2 Jogos como ferramentas de ensino

A educação enfrenta desafios necessitando melhorar os mecanismos

propondo atividades que façam o aluno sentir-se bem, gostar da escola e

aprender os conteúdos. Nesse sentido, para Ribeiro (2009) a inserção dos

jogos no contexto escolar “aparece como uma possibilidade altamente

significativa no processo de ensino aprendizagem, por meio da qual, ao mesmo

tempo em que se aplica a ideia de aprender brincando, gerando interesse e

prazer”. Eles são entusiasmantes e segundo BATLLORI (2006, p. 16),

“Precisamente é esse entusiasmo que as crianças demonstram pelo jogo que

pode ser aproveitado para que adquiram novos conhecimentos, capacidades

ou atitudes, ou para consolidar os que já possuem”.

Destaca ainda Batllori (2006), para que as capacidades sejam

desenvolvidas, é pertinente que o professor apresente atividades lúdicas

variadas, pois, cada brinquedo, brincadeira ou jogo incide sobre capacidades

distintas, por isso ele sugere que os educadores apresentem a maior

diversidade possível de material para a criança brincar e jogar.

As crianças brincam com qualquer objeto, elas possuem uma

imaginação muito fértil e tudo que elas veem ou tocam logo se transforma em

um brinquedo assim, o professor de matemática ao propor uma atividade para

ensinar álgebra, segundo RIBEIRO (2009, p. 39) pode recorrer de “jogos que

priorizam a aprendizagem matemática pela via do jogo, ou seja, muito mais que

exercitar ou fixar determinadas ideias, são por meio dos jogos que se aprende

matemática”.

Sobre isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de matemática

salientam que não existe um determinado caminho propriamente dito para o

professor seguir ao ministrar aulas de qualquer disciplina, ele deve observar as

diversas oportunidades e possibilidades do educador realizar sua prática, bem

como os diferentes contextos desse trabalho a ser realizado. Desse modo,

pensando no aprendizado da álgebra, o jogo se torna elemento que dispõe de

um conteúdo riquíssimo oferecendo o conhecimento do problema e ao mesmo

tempo, propõe a solução e os caminhos a serem percorridos para se chegar ao

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resultado final. Portanto ele instiga o aluno a desenvolver estratégias para

solucionar o problema.

Jogar e brincar sempre foram atividades gostosas e isso deve ser

aproveitado como um instrumento pedagógico que possibilita aprender de

forma divertida principalmente a matemática. Através dessas atividades os

alunos passam a compreender as regras que os jogos determinam e perceber

onde elas podem ser usadas seja na escola ou em outro local. Contudo alguns

educadores ainda resistem a usar esse recurso devendo reavaliar a sua

concepção de educação.

A concepção de educação e de aprendizagem tem excedido à escolarização, as fontes de saber têm se multiplicado e se diversificado. Aceitar a impossibilidade de ensinar e aprender tudo, e de fazê-lo dentro dos limites e dos espaços de um sistema educativo formal, exige redimensionar o seu papel, redefinir o papel docente, enfatizar o aprender a aprender, a necessidade de uma educação permanente, flexível, versátil. O velho modelo de acumulação de conhecimentos precisa dar lugar a um ensino que assegure a aquisição de mecanismos e dos métodos que possibilitem a descoberta, a seleção e a utilização de novos conhecimentos (1) (97) (TORRES, 1994, p. 34).

São considerações que devem ser revistas não somente pelo professor,

mas por todo o contexto educacional, pois os métodos tradicionais já não

surtem mais os efeitos necessários para o desenvolvimento tanto do ensino

quanto da aprendizagem. Assim, existindo uma diversidade tão grande de

recursos, é importante que se faça uso deles para conquistar a aprendizagem

dos educandos e a ludicidade é um recurso apropriado, pois ele ensina sem

com que o aprendiz perceba que está aprendendo, tão prazeroso é a atividade

que se está realizando.

Sabe-se que as experiências positivas dão segurança e estímulo para o

desenvolvimento. Segundo KISHIMOTO (1999, p.96), “jogo nos propicia a

experiência do êxito, pois é significativo, possibilitando a autodescoberta, a

assimilação e a integração com o mundo por meio de relações e de vivências”.

Os PCN (1998, p. 46), ainda ressaltam que “os jogos constituem uma

forma interessante de propor problemas, pois permite que estes sejam

apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de

estratégia de resolução e busca de soluções”.

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Propor atividades lúdicas requer toda uma preparação inicial e isso exige

conhecimentos prévios, não basta preparar um jogo e aplicá-lo, o importante é

saber e conhecer os fundamentos essenciais da atividade lúdica para então

propor aos alunos em aulas de matemática visando o ensino da álgebra.

Para Moura (1994), citado por ALVES (2007, p.26), “o jogo tem a

finalidade de desenvolver habilidades de resolução de problemas,” onde o

educando tem a oportunidade de aprender os conteúdos matemáticos e ao

mesmo tempo construir instrumentos necessários à ação de aprender.

Não se trata de incluir na aula o mesmo jogo que a criança pratica em casa, na rua ou quando participa de acampamentos, mas sim de buscar jogos e atividades recreativas que sirvam para alcançar objetivos concretos de aprendizado, aquisição de novos conhecimentos, desenvolvimento de capacidades cognitivas e sociais, etc. (BATLLORI 2006, p. 14).

O professor pode incluir nesse ambiente de ensino/aprendizagem o

Laboratório de Ensino de matemática que nessa concepção, esse espaço

contribui para o professor desenvolver atividades que em sala de aula seriam

restritas sem os materiais desejados ao alcance de todos e os alunos não

desenvolveriam as aprendizagens suficientes e necessárias para atingir os

objetivos estipulados.

É uma sala de ambiente para estruturar, organizar, planejar e fazer acontecer o pensar matemático, é um espaço para facilitar, tanto ao aluno como ao professor, questionar, conjecturar, procurar, experimentar, analisar e concluir, enfim, aprender e principalmente aprender a aprender LORENZATO (2010, p. 7).

Para LORENZATO (2010, p. 7), alguns professores afirmam que todas

as salas de aulas e suas aulas podem ser consideradas como laboratórios e ali

as aprendizagens de matemática acontecem. Isso “é utopia”, portando deve-se

tomar cuidado uma vez que podem induzir professores a não tentarem

construir um ensino através dos jogos.

Não se trata, porém de realizar todas as aulas no Laboratório de Ensino

de Matemática, contudo, é importante que os professores considerem a

relevância deste para o processo de ensino. Tornar um ambiente adequado irá

refletir positivamente tanto no ensino quanto na aprendizagem, mas não é

somente o espaço físico que determina às aprendizagens, a postura do

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professor diante das dificuldades dos alunos, o uso de metodologias

diversificadas e sua habilidade como educador, podem determinar a qualidade

de ensino e a aprendizagem dos educandos.

1.3 Atividades lúdicas no ensino da álgebra

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de matemática (PCN) enfatizam

que diversos são os caminhos a serem seguidos para o professor ensinar os

conteúdos de qualquer disciplina, contudo fica evidente que, além disso,

existem também diferentes metodologias que podem ser aplicadas em sala de

aula. Recursos e metodologias diversificados existem para serem utilizados

pelos professores, as atividades lúdicas e os jogos aplicados nas aulas de

matemática oportunizam a apropriação de conhecimentos.

Se considerarmos em conjunto o sistema professores e alunos, encontraremos nos dias atuais uma forte tensão. Para os professores, de um lado, a álgebra representa a ferramenta matemática por excelência; poder-se-ia dizer que eles se formam numa matemática algebrizada. Os alunos, de outro lado, veem a álgebra como fonte de infinita incompreensão e de dificuldades operacionais insuperáveis (SESSA 2009, p.06).

As relações com o lúdico se fazem presente em diversas áreas do

conhecimento, na filosofia, Platão citado por Almeida apud Alves (2007, p.16),

diz que “o aprender brincando” era mais importante e deveria ser ressaltado no

lugar da violência e da repressão. Considerava ainda que todas as crianças

deveriam estudar a matemática de forma atrativa, sugerindo como alternativa a

forma de jogo.

O jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga, passa a viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro do seu espaço, envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real (ANTUNES 2003, p. 45).

O jogo é uma forma lúdica e como metodologia de ensino e

aprendizagem, serve para desenvolver no educando alguns aspectos motores,

cognitivos, afetivos e sociais, é um elemento que desperta o prazer na criança

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e, além disso, oportuniza a absorção de regras e limites fazendo com que a

criança compreenda melhor o mundo em que vive aprendendo de maneira

simples e sem restrições. Entretanto, é importante ressaltar que a contribuição

do jogo para o desenvolvimento das atividades pedagógicas vai depender da

concepção que o professor tenha de jogo, criança, aprendizagem e

desenvolvimento.

Assim, quando pensamos em álgebra, concebemos sua aprendizagem como um conjunto de práticas associado a um campo de problemas constituídos a partir de conceitos e de suas propriedades. Práticas que são inscritas – e escritas – em determinada linguagem simbólica, com leis específicas que regem a configuração de um conjunto de técnicas. Todos esses elementos complexos – problemas, objetos, propriedades, linguagem simbólica, leis de conversão das expressões, técnicas de resolução etc., entram na tessitura do trabalho algébrico (SESSA, 2009, p. 6-7).

Para KISHIMOTO (1999, p. 22), “se brinquedos são sempre suportes de

brincadeiras, sua utilização deveria criar momentos lúdicos de livre exploração

nas quais prevalece a incerteza do ato e não se buscam resultados”. Na

colocação do autor, o brinquedo sendo direcionado pelo professor deixa de

exercer a liberdade inicial, e sob o domínio do professor passa a ter fins

determinados deixando desse modo de ser uma atividade lúdica, tornando-se

material pedagógico.

Sustentamos que é por meio dessas práticas que o sentido da operação algébrica será compreendido e, à medida que for sendo captado, possibilitará a aquisição de ferramentas de controle indispensáveis para o desempenho autônomo dos estudantes. A inter-relação entre a atividade modeladora da álgebra e o aprendizado das técnicas, bem como seu uso, constitui um ponto chave no domínio da álgebra (SESSA 2009, p. 7).

Como a escola preocupa-se com o ensino/aprendizagem é relevante

que os brinquedos inseridos como atividades em sala de aula sejam

direcionados, tendo uma função intencional, caso contrário seriam livres e sem

a interferência do educador, podendo ser de escolha dos alunos, assim não

estariam sendo realizados para atingir objetivos.

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É interessante destacar que, como as crianças brincam quase sempre das mesmas coisas, é importante lhes oferecer coisas bem variadas, pois cada jogo ou atividade lúdica incide mais sobre umas capacidades que outras e convém que sejam desenvolvidas de uma forma harmônica: física, mental, social e psicológica (BATLLORI 2006, p. 16).

Os jogos e demais atividades lúdicas constituem-se como elementos

facilitadores das aprendizagens matemáticas e são fortes aliados também no

ensino e aprendizagem da álgebra uma vez que podem ser representadas por

elementos desafiadores a imaginação. Contudo, não basta inserir jogos e

atividades lúdicas nas aulas, é necessário que eles tenham o objetivo de

explorar as potencialidades dos educandos e sejam escolhidos para alcançar

os objetivos educacionais principalmente na apropriação do conteúdo

algébrico.

METODOLOGIA

O projeto de intervenção pedagógica foi construído e aplicado aos

alunos do 8º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Castro Alves, de

Enéas Marques, estado do Paraná.

Para a concretização dos trabalhos, primeiramente, elaborou-se a

unidade didática, apresentou-se aos professores na semana pedagógica, os

quais observaram a importância da sua realização. Aplicou-se um pré-teste

para se averiguar os conhecimentos dos alunos sobre álgebra; aplicação dos

jogos e das atividades lúdicas da unidade didática em sala de aula; pós-teste

para análise dos conhecimentos adquiridos pelos educandos, após a aplicação

das atividades por meio dos jogos e das atividades lúdicas.

A unidade didática desenvolvida teve como relevância, levar para a sala

de aula, atividades lúdicas relacionadas aos conteúdos da disciplina de

matemática com o intuito de facilitar a aprendizagem dos estudantes, tais

como, jogos, brincadeiras com figuras geométricas e álgebra, para assim os

alunos reconhecerem a álgebra como parte integrante do nosso cotidiano. Para

isso, fez-se um levantamento bibliográfico em livros, periódicos e materiais

disponíveis na internet sobre as atividades que poderiam ser utilizadas em sala

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de aula pelo professor. Utilizou-se das teorias e obras de Alves (2007). Antunes

(2003). Batllori(2006). Diretrizes Curriculares da Educação Básica Matemática

(2008). Kishimoto (1999). PCNs (1997-1999). Lorenzato (2010). Melo (2012).

Ribeiro (2009). Sessa (2009) e Torres (1994). As atividades escolhidas na

unidade didática foram analisadas e consideradas pelos professores

participantes dos grupos de trabalho de rede (GTR-2015).

A unidade didática foi desenvolvida no inicio do ano letivo de 2015, no

primeiro semestre perfazendo-se um total de 12 horas/aula, satisfazendo ao

planejamento semestral do 8º ano do Ensino Fundamental no Colégio Estadual

Castro Alves de Enéas Marques Pr.

A unidade didática determinada como primeira ação, realizou pré-teste,

para investigar sobre o conhecimento até então adquirido pelos alunos a

respeito do conceito da álgebra. Na sequência, por meio de referencial teórico

buscou conhecer a história da matemática e da álgebra. Apresentou situações

problemas e atividades que facilitam a compreensão do conceito de incógnita.

A segunda ação foi constituída de introdução da álgebra por meio de

cartões coloridos fazendo relação entre as figuras geométricas com o conceito

de área e perímetro utilizando-se dos valores algébricos e numéricos. O

material construído foi utilizado na construção de monômios, binômios,

trinômios e polinômios, relacionando a escrita algébrica com as figuras

geométricas e vice-versa.

A terceira ação realizou operações de adição e subtração com

monômios, binômios, trinômios e polinômios, fazendo-se o registro algébrico

sem o uso de material manipulável.

A quarta ação, era para multiplicar e dividir polinômios sem o uso de

material manipulável realizando o registro algébrico. A proposta incluiu o

trabalho das operações de expressões algébricas, sem o uso do material

manipulável, visando à transposição a assimilação e aquisição da matemática.

A quinta ação foi realizada para a compreensão e fixação das atividades

e conceito de incógnita, valor numérico de expressões e equações algébricas,

fazendo-se uso de jogos de tabuleiro, cartelas, baralhos e dominós.

Após o encerramento da unidade didática, aplicou-se pós-teste para

averiguação dos conhecimentos adquiridos pelos educandos eles interagiram

demonstrando interesse pelas atividades lúdicas apresentadas. Para

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expressar os resultados, compartilhou-se as análises no GTR-2015, permitindo

desse modo que os professores participantes discutissem e opinassem a

respeito.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Realizou-se a unidade didática composta por seis jogos: um dominó da

Álgebra sobre valor numérico, um tabuleiro algébrico sobre cálculo algébrico,

um jogo do alvo sobre monômios, para trabalhar monômios e polinômios usou-

se cartões de polinômios, um baralho da álgebra sobre expressões algébricas

e um jogo corrida algébrica sobre expressões algébricas e operações com

números inteiros. A elaboração das atividades lúdicas foi orientada pelos PCNs

(1998), que especifica que “o jogo é uma atividade educativa que lhe permite

colocar o aluno no centro do mesmo, em suas interações com os objetos

físicos e elementos culturais que favoreçam a apreensão de conceitos e

técnicas de fixação já aprendidas”.

Em situações de aprendizagem, o jogo e as atividades lúdicas,

representam para os alunos o verdadeiro sentido do “aprender brincando”, o

domínio que estas atividades desenvolvem nos alunos estabelece relação de

concentração, socialização e memorização.

Como sugestão dos GTRs tem-se que as aprendizagens através de

aplicações práticas no nosso cotidiano são de fato úteis para o aluno,

interessantes não porque ele precise ir bem na matéria, mas sim para que ele

goste e aprenda. Para o ensino do cálculo algébrico, o jogo contribui para o

desenvolvimento do pensamento racional e das atividades cotidianas, motiva

os alunos e estimula a concentração além de levá-los a busca de solução e o

enfrentamento de desafios criando estratégias para encontrar o resultado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ensinar por meio da ludicidade é considerar que o jogo, e a brincadeira

fazem parte da vida do ser humano e que, por isso, trazem referenciais da

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própria vida do sujeito. Não restam dúvidas que o encaminhamento

metodológico baseado no lúdico constitui-se como ótimo recurso pedagógico

para a construção de conceitos. Nas práticas pedagógicas diversas são as

atividades que podem ser inseridas para se efetivar as aprendizagens no

ensino de todos os conteúdos e disciplinas.

O objetivo geral da pesquisa foi ressaltar a importância da álgebra para

ensino/aprendizagem por meio de jogos e atividades lúdicas. O qual foi

ressaltado de maneira significativa resultando nas aquisições e abstração dos

conteúdos algébricos.

Os objetivos específicos eram: oportunizar conhecimentos sobre o

ensino/aprendizagem da álgebra utilizando-se de recursos centrados na

dimensão lúdica; reconhecer a álgebra como integrante do nosso cotidiano;

verificar o que as teorias discorrem sobre as dificuldades dos alunos em

abstrair o conteúdo; levantar sugestões de atividades lúdicas que favoreçam o

processo do ensino e da aprendizagem. Estes foram ministrados, absorvidos,

discutidos e alcançados pelo professor e público alvo da pesquisa.

No ensino da matemática para a aprendizagem da álgebra, os jogos e

as atividades lúdicas são essências e contribuem para que os educandos

abstraiam esse conceito além de tornar as aulas mais atraentes e significativas.

Analisando os resultados obtidos durante a aplicação e execução dos jogos em

sala de aula, constatou-se que os jogos motivaram os alunos que

demonstraram entusiasmo sobre os conteúdos. Podemos afirmar que os jogos

e as atividades lúdicas contribuíram para o desenvolvimento do ensino e da

aprendizagem, de parte da álgebra de forma eficaz e significativa,

desmitificando que o ensino da álgebra é um conteúdo difícil e que poucos

alunos conseguem aprender.Cnsiderando-se que na atualidade as

transformações ocorrem de forma rápida, às escolas, oensino e os professores

também devem transformar suasmetdologias de modo que elas sejam para os

alunos fonte de prazer para que estes percebam que as atividadeslúdicas e os

jogos são propostas de ensino da forma mais ampla e abrangente e que seus

resultados são positivos. Conclui-se, portanto, que as atividades lúdicas são

metodologias indispensáveis no ensino/aprendizagem da álgebra.

Esperamos que este trabalho possa motivar os professores a inovar sua

prática levando para as salas de aulas os jogos e as atividades lúdicas como

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recursos de ensino e de aprendizagem em outros segmentos da matemática,

oportunizando aos seus alunos a compreensão dos conteúdos de maneira

participativa, descontraída e prazerosa.

REFERÊNCIAS

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RIBEIRO. Flávia Dias. Jogos e Modelagem na Educação Matemática. São Paulo: Saraiva, 2009. SESSA. Carmen. Iniciação ao estudo didático da álgebra: origens e perspectivas/Carmen Sessa: tradução Damian Kraus. – São Paulo: Edições SM, 2009.

TORRES. Rosa Maria. Que (e como) é necessário aprender? Necessidades básicas de aprendizagem e conteúdos curriculares. Campinas, SP: Papirus, 1994.