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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014

Título: PROVA BRASIL: perspectivas para ações pedagógicas

Autor: MARIA ELISA FURLAN GUTIERREZ

Disciplina/Área: GESTÃO ESCOLAR

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Dr. Generoso Marques-Ensino Fundamental e Médio - Rua Otávio Ferreira Filho, 1137

Município da escola: Cambará

Núcleo Regional de Educação: Jacarezinho

Professor Orientador: Profa. Mestra Silvia Borba Zandoná Cadenassi

Instituição de Ensino Superior: UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus de Jacarezinho

Relação Interdisciplinar: Matemática

Resumo:

As avaliações externas são utilizadas, juntamente com informações do censo escolar (aprovação e reprovação), como fonte à respeito da aprendizagem dos alunos, nas disciplinas de Língua Portuguesa de Matemática. O objetivo principal desta Unidade Didática é a realização de estudos e pesquisa para levantar as dificuldades encontradas por professores e alunos, no que se refere à relação entre currículo e matrizes de referência da Prova Brasil. Para atingir este objetivo será realizado grupo de estudo com professores e equipe pedagógica para desenvolver estratégias de ação e também um material de apoio levando em consideração as matrizes de referência da Prova Brasil, bem como as competências exigidas nas avaliações externas, para, com isso, contribuir para melhoria da proficiência dos alunos na disciplina de Matemática.

Palavras-chave:) Prova Brasil. Avaliação. Ações. Pedagógicas.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público:

Professores de Matemática e alunos dos anos finais do Ensino Fundamental

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

UNIVERSIDADE ESTADUAL NORTE DO PARANÁ – UENP CAMPUS DE JACAREZINHO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

PROVA BRASIL: PERSPECTIVAS PARA AÇÕES PEDAGÓGICAS

MARIA ELISA FURLAN GUTIERREZ

JACAREZINHO – PARANÁ 2014

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

UNIVERSIDADE ESTADUAL NORTE DO PARANÁ – UENP

CAMPUS DE JACAREZINHO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

PROVA BRASIL: PERSPECTIVAS PARA AÇÕES PEDAGÓGICAS

MARIA ELISA FURLAN GUTIERREZ

Produção didático-pedagógica, aplicada por meio de Unidade Didática, implementada na disciplina de Gestão Escolar, ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – da Secretaria de Estado da Educação (SEED), turma 2014, sob orientação da Professora Mestra Silvia Borba Zandoná Cadenassi.

JACAREZINHO – PARANÁ 2014

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – UNIDADE DIDÁTICA 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professora PDE: Maria Elisa Furlan Gutierrez

Área: Gestão Escolar

NRE: Jacarezinho

Professor Orientador IES: Silvia Borba Zandoná Cadenassi

IES vinculada: Universidade Estadual do Norte Pioneiro– Campus de Jacarezinho –

UENP

Escola de Implantação: Colégio Estadual “Dr. Generoso Marques” – Ensino

Fundamental e Médio.

Público Objeto de Intervenção: Professores de Matemática e alunos dos anos finais do

Ensino Fundamental.

Município: Cambará

2 APRESENTAÇÃO Esta Produção Didático-Pedagógica se destaca como uma Unidade Didática,

direcionada para o estudo da relação entre o currículo e as matrizes de referência da

Prova Brasil no conteúdo de Matemática, tendo como público alvo professores de

Matemática do ensino fundamental e alunos dos anos finais do ensino fundamental do

Colégio Estadual “Dr. Generoso Marques”.

Abordaremos nesta Unidade Didática a matriz de referência para o 9º ano do

ensino fundamental, analisando os descritores apresentados por ela e verificando se

estão presentes nos livros didáticos que serão utilizados no ano de 2015. Observa-se que

no planejamento é dado ênfase às Diretrizes Curriculares, mas não se preocuparam com

os descritores que são utilizados na Prova Brasil. Esses descritores indicam habilidades

gerais que se esperam dos alunos. De modo geral, os conteúdos são trabalhos, mas se

não sabemos quais habilidades os alunos deveram ter em cada um deles como vamos

saber se atingimos nosso objetivo.

Esse trabalho é direcionado na tentativa de buscar uma solução eficiente para o

seguinte questionamento: Que metodologias podem ser utilizadas para promover a

integração teórico prática do conhecimento matemático e assim proporcionar aos alunos

um aprendizado eficiente. O educador precisa deixar de ser mero repetidor e passar a

questionar os conteúdos a serem trabalhados, a forma de apresentá-los aos alunos,

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refletir se da forma que está sendo feito, os alunos estão adquirindo as habilidades e

competências necessárias.

Esta Unidade Didática visa melhorar a qualidade da aprendizagem, propondo

ações pedagógicas para que os professores tenham ciência de que estão trabalhando de

uma forma que os alunos desenvolvam as competências e habilidades necessárias para

cada ano escolar.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Durante o período militar não houve avanços na educação, conforme Saviani,

1997, p. 1, afirma:

[...], embora mantendo o dispositivo constitucional relativo à competência da União para legislar sobre a matéria, durante o regime militar não se cogitou da elaboração de uma nova lei de diretrizes e bases da educação nacional. Preferiu-se, como ocorrera no Estado Novo alterar a organização do ensino através de leis específicas. Assim, permaneceram em vigor os primeiros títulos da LDB (Lei 4.024/61) relativos às diretrizes gerais...

Passado esse período, a educação passou por algumas modificações visando à

melhoria da aprendizagem. Em 5 de outubro de 1988, foi promulgada a nova Constituição

Federal que reconhecia a Educação como direito de todos.

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. (Cury, 2010, p 07).

Dois anos depois, foi criado o Programa de Alfabetização e Cidadania (Pnac) em

substituição ao Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), mas a iniciativa durou

apenas um ano. Em 1996, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB), que reforça aspectos importantes da constituição, como a

municipalização do Ensino fundamental, a formação do docente em nível superior e a

inclusão da educação infantil na Educação Básica. O 1º e 2º grau se tornou Ensino

Fundamental e Ensino Médio e estudantes com necessidades especiais deveriam ser

atendidos preferencialmente na rede regular.

Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

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pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extra-escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

Em 2000 o Brasil foi incluído no Programa Internacional de Avaliação de Alunos

(Pisa) e obteve a última colocação no ano de estreia. Na mesma época criou-se o Exame

Nacional de Ensino Médio (Enem), com resultado por escola e por aluno, com o objetivo

de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Em 2005 o

Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) foi reestruturado pela Portaria

Ministerial nº 931, de 21 de março de 2005, passando a ser composto por duas

avaliações: Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e Avaliação Nacional do

Rendimento Escolar (Anresc), conhecida como Prova Brasil. A Prova Brasil avalia todos

os estudantes da rede pública de ensino, de 6º e 9º ano do Ensino Fundamental, e do 3º

ano do Ensino Médio. Por essa razão a Secretaria de Educação propôs a aplicação de

simulados da Prova Brasil, para verificar se o índice de aprendizagem está no nível

esperado.

Esses baixos índices apresentados pelas escolas têm sido motivos de

preocupação tanto para os órgãos educacionais bem como para as mesmas, deixando os

educadores apreensivos e impotentes. Segundo OLIVEIRA E CASTRO (2001)

A evidência de que somos um País de analfabetos e iletrados com uma pequena elite escolarizada é contundente. Os dados do SAEB, colhidos a partir de cinco avaliações ao longo da década de 90, revelam que a situação não está melhorando, e há fortes indícios de que esteja piorando, como sugerido pela avaliação realizada em 1999. [...]. Esforços nessa direção, por louváveis que sejam [...] são relativamente caros, difíceis e de resultados muito modestos. (P. 131)

Oficialmente o IDEB surge com o Plano de Metas, Compromisso Todos pela

Educação, por meio do Decreto nº 6074, de 24 de abril de 2007 e foi visto como um dos

aspectos mais relevantes do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) por

Fernando Haddad (2008, p.11), então Ministro da Educação. Tal apreciação é corroborada

por Saviani (2007, p.1242-3), onde diz que, o que confere caráter diferenciado ao IDEB é

a tentativa de agir sobre o problema da qualidade do ensino ministrado nas escolas de

educação básica, buscando resolvê-lo. E isso veio ao encontro dos clamores da

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sociedade diante do fraco desempenho das escolas à luz dos indicadores nacionais e

internacionais do rendimento dos alunos. Esses clamores adquiriram maior visibilidade

com as manifestações daquela parcela social com mais presença na mídia, em virtude de

suas ligações com a área empresarial. Tal parcela só mais recentemente vem assumindo

a bandeira da educação, em contraste com os educadores que apresentam uma historia

de luta bem mais longa.

E por Luckesi (2005), que comenta sobre essas modalidades de avaliação do

sistema nacional de ensino têm a função de oferecer aos poderes constituídos um retrato

da realidade educacional no país, de tal forma que se possam tomar decisões eficientes

de corrigir o que está em desvio. A avaliação, por si, não traz nenhuma solução. O que ela

garante é um diagnóstico da realidade que subsidia as decisões e investimentos

administrativos. A avaliação está a serviço do gestor de uma atividade ou de um sistema

de atividades.

Segundo o Projeto Político Pedagógico do estabelecimento em estudo, Colégio

Estadual Dr. Generoso Marques – EFM, Cambará/Pr, propõe oferecer aos alunos

oportunidade para que esses possam integrar nossa sociedade como cidadãos, para

tanto o ensino ofertado não será apenas repasse de conteúdos, a prioridade é estimular o

raciocínio e a busca de soluções criativas para as situações-problema apresentadas,

dessa forma o professor será o orientador da aprendizagem construída pelo próprio aluno

(p 64). Também aparece a preocupação com os baixos índices atingidos pelos alunos, e

menciona algumas ações a serem seguidas nos anos de 2011/2012, como a adoção de

uma prática reflexiva no que se refere aos planejamentos e avaliação entre os diferentes

períodos (matutino, vespertino e noturno); Desafios para evoluir pedagogicamente e

conquistar a meta desejada no IDED (p 184). E determina também que neste ano, o foco

é a meta a ser atingida para elevar o índice do IDEB. Sendo assim, direção, equipe

pedagógica e professores estão desenvolvendo seus Planos de Trabalho Docente

pensando na melhoria da qualidade da educação, designando os conteúdos mais

pertinentes a fim de superar este desafio (p 188).

O objetivo deste trabalho é o ensino da Matemática, precisamos garantir que os

alunos construam seus conhecimentos de forma a desenvolver e utilizar de potencial

crítico e criativo. Mas não se pode esquecer que, é importante que o professor tenha

consciência de que o aprendizado da Matemática no ensino fundamental não pode ser

alcançado apenas com atividades lúdicas e agradáveis, mas acreditamos que permear

aulas usuais com aulas diferentes e motivadoras pode ser um diferencial no despertar dos

alunos para a beleza da Matemática e para a sua utilização prática, cada vez mais

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indispensável no nosso mundo atual. (DRUCK, 2004, p.8)

Para superar esse desafio, equipe pedagógica e professores devem conhecer as

matrizes de referência do Saeb da Prova Brasil. Elas não englobam todo o currículo

escolar. É feito um recorte com base no que é possível aferir por meio do tipo de

instrumento de medida utilizado nos testes. Quando conhecidas as matrizes curriculares

torna-se possível analisar os resultados dos testes e verificar as deficiências que atingem

a maioria dos alunos. Outro fator importante é conhecer as competências exigidas nas

avaliações externas. Conhecendo as matrizes curriculares e as competências o professor

tem um material excelente para propor ações pedagógicas que contribuam no processo

de superação das dificuldades encontradas.

A Prova Brasil é uma avaliação elaborada a partir de Matrizes de Referência. A

Matriz é um documento que orienta a elaboração das questões, dando transparência e

legitimidade ao processo avaliativo.

Os conteúdos associados às habilidades e competências desejáveis para cada

disciplina e série foram subdivididos em partes menores, cada uma especificando o que

os itens das provas devem medir, estas unidades são chamadas “descritores”. Estes

traduzem uma associação entre os conteúdos curriculares e as operações mentais

desenvolvidas pelos alunos.

Os descritores especificam o que cada habilidade implica e são utilizados como

base para a construção dos itens dos testes das diferentes disciplinas. Cada descritor dá

origem a diferentes itens e, a partir das respostas dadas, verifica-se o que os alunos

sabem e conseguem fazer com os conhecimentos adquiridos.

É de suma importância que todos que estão envolvidos na educação contribuam

para a realização dessa avaliação. Sobre isso Luckesi (2005) ressalta que:

[...] desejo dizer aos educadores em geral que colaborar para a realização da avaliação do sistema de ensino no país, através das diversas modalidades-fundamental, médio, superior —, é uma necessidade e um cuidado, para o sistema, mas também para cada um de nós que fazemos parte dele.

Para os alunos da 8ª série/9º ano, o movimento “Todos pela Educação”, definiu que

suas notas devam ser acima de 300 pontos, dentro de uma escala de 0 a 425 divididos

em doze níveis na disciplina de Matemática (CENPEC, 2007). A última nota de nossos

alunos nessa disciplina foi de 238,7, ainda muito longe do que é considerado apropriado

pelo movimento “Todos pela Educação”.

A matriz de referência que norteia os testes de Matemática do Saeb e da Prova

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Brasil está estruturada sobre o foco Resolução de Problemas. Esta opção traz a

convicção de que o conhecimento matemático ganha significado quando os alunos são

desafiados a resolver situações que necessitam de investigação e estratégias de

resolução. Ao sentir-se motivado o individuo tem vontade de fazer alguma coisa e se torna

capaz de manter o esforço necessário durante o tempo necessário para atingir o objetivo

proposto. Bock (1999, p. 121), também afirma que:

A preocupação do ensino tem sido a de criar condições tais, que o aluno “fique a fim” de aprender. Diante desse contexto percebe-se que a motivação deve ser considerada pelos professores de forma cuidadosa, procurando mobilizar as capacidades e potencialidades dos alunos a este nível.

O ensino da Resolução de Problemas é um desafio para o professor de

Matemática, é muito mais complexo do que apenas ensinar algoritmos, deve aguçar a

curiosidade, a reflexão e também o uso de conteúdos já conhecidos.

Segundo Kantowski,

Ensinar a resolver problemas é algo que difere de todos os outros aspectos da educação matemática. A maioria dos professores concordaria que planejar o ensino de maneira a ajudar os alunos a se tornarem mais aptos para a resolução de problemas difíceis e não rotineiros é a tarefa mais desafiadora enfrentada por eles nas aulas de matemática. (KANTOWSKI, 1997, p. 270).

É fundamental desenvolver nos alunos iniciativa, espírito explorador, criatividade e

independência através da Resolução de Problemas.

Dante diz:

Os alunos devem ser encorajados a fazer perguntas ao professor e entre eles mesmos, quando estão trabalhando em grupos. Assim, eles vão esclarecendo os pontos fundamentais e destacando as informações importantes do problema, ou seja, vão compreendendo melhor o que o problema pede e que dados e condições possuem para resolvê-lo. (DANTE, 1991, p. 31).

Dante (2007, p.46-47) enfatiza que ao trabalhar com a abordagem da resolução

de problemas é necessário que o problema apresente algumas características, tais como:

a) Ser desafiador: grande parte dos problemas propostos na escola são

padronizados, não motivam e nem aguçam a curiosidade dos alunos.

b) Ser real: problemas muito fora da realidade desmotivam os alunos. Por isso, os

elementos apresentados devem fazer parte do seu cotidiano.

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c) Ser interessante: um problema pode ser interessante para um adulto, mas não

para uma criança. As crianças preferem problemas que envolvem música, televisão,

jogos, esportes ou situações do dia a dia.

d) Não ser aplicação direta de uma ou mais operações aritméticas: um bom

problema deve gerar mais de um processo de pensamento, levantar várias hipóteses e

propiciar diversas estratégias de resolução.

e) Ter um grau adequado de dificuldade: se os problemas forem muito além do

nível de compreensão do aluno, podem levar ao desânimo ou à frustração, acarretando,

as vezes, atitudes negativas em todas as tarefas envolvendo a matemática.

De modo geral, percebe-se que a resolução de problemas, conforme Brasil (1998)

é uma situação em que o aluno precisa desenvolver algum tipo de estratégia para

resolvê-la.

Dante (2010) destaca que o maior desafio da educação atual é promover um

ensino que torne o ser humano preparado para a vida e para a diversidade que nela se

apresenta.Daí a necessidade de buscar a cada aula, a cada momento, a cada conteúdo

matemático um saber que contemple as necessidades e curiosidades de nossos alunos,

de forma que o conhecimento apresentado tenha significados e que instigue a

curiosidade.

Dante (2010) enfatiza a importância da metodologia a ser usada na abordagem da

Matemática, para que ela seja ensinada com coerência, ao expor que a metodologia de

ensino deve considerar os pensamentos e questionamentos dos alunos, expressos em

suas ideias. Para tanto, cabe ao professor explorar a oralidade em Matemática,

estimulando os alunos a expressarem suas estratégias diante de uma questão. Nesse

contexto, Dante (2010) aponta caminhos para que o ensino da Matemática possibilite ao

aluno uma formação que o torne capaz de analisar e tomar decisões frente às suas

dificuldades. Em suma, é necessário despertar o interesse do aluno, para que ele esteja

preparado para perceber a sua capacidade em raciocinar, investigar, refletir, em fim,

descobrir que ele é capaz de resolver problemas.

4 AÇÕES

Daremos início a nossa atividade na Semana Pedagógica que ocorrerá nos dias

02, 03 e 04 de fevereiro de 2015. Faremos uma explanação do nosso projeto para a

comunidade escolar. Será um momento de sensibilização, de resgate e de conquista.

Oliveira (2011, p.137), apoiando-se em Nevo (1998), destaca que as avaliações

externas parecem ter sido desenhadas muito mais para produzir informações para os

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gestores de redes educacionais “do que para ajudar os professores a analisarem os

resultados buscando rever seus métodos de ensino e práticas de avaliação”. De acordo

com a autora, “as comunicações de resultados das avaliações com foco na escola devem

promover uma articulação com o trabalho pedagógico escolar de maneira a aprimorá-lo”.

Para fortalecer essa articulação com o trabalho pedagógico faremos reuniões

semanais com os professores dos anos finais do ensino fundamental para conhecer,

estudar e esmiuçar as matrizes de referência para que possamos comparar com o

currículo utilizado pela escola e pelos professores em sala de aula.

1ª Reunião

Faremos um estudo aprofundado das avaliações externas dos nonos anos do

Colégio Estadual Dr. Generoso Marques, dos anos de 2011 e 2013. Será levantado as

questões em que os alunos tiveram maior dificuldade, verificando se as competências e

habilidades (descritores), presentes nestas questões, estão inseridas no currículo escolar.

2ª Reunião

Estudaremos os descritores do Tema: Espaço e forma. Analisaremos em quais

etapas (anos) eles estão inseridos e se estão contemplados no livro didático que será

utilizado em 2015.

D1: Identificar a localização e movimentação de objetos em mapas, croquis e outras

representações gráficas.

D2: Identificar propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais e

tridimensionais, relacionando-as com suas planificações.

D3: Identificar propriedades de triângulos pela comparação de medidas de lados e

ângulos.

D4: Identificar relação entre quadriláteros por meio de suas propriedades.

D5: Reconhecer a conservação ou modificação de medidas dos lados, do perímetro, da

área em ampliação e/ou redução de figuras poligonais usando malhas quadriculadas.

D6: Reconhecer ângulos como mudança de direção ou giros, identificando ângulos retos

e não retos.

D7: Reconhecer que as imagens de uma figura construída por uma transformação

homotética são semelhantes, identificando propriedades e/ou medidas que se modificam

ou não se alteram.

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D8: Resolver problema utilizando propriedades dos polígonos (soma de seus ângulos

internos, número de diagonais, cálculo da medida de cada ângulo interno nos polígonos

regulares.

D9: Interpretar informações apresentadas por meio de coordenadas cartesianas.

D10: Utilizar relações métricas do triângulo retângulo para resolver problemas

significativos

D11: Reconhecer círculo/circunferência, seus elementos e algumas de suas relações.

3ª Reunião

Estudaremos os descritores do Tema: Grandezas e Medidas. Analisaremos em

quais etapas (anos) eles estão inseridos e se estão contemplados no livro didático que

será utilizado em 2015.

D12: Resolver problema envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas.

D13: Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas.

D14: Resolver problema envolvendo noções de volume.

D15: Resolver problema utilizando relações entre diferentes unidades de medida.

4ª Reunião

Estudaremos os descritores do Tema: Números e Operações/Álgebra e Funções.

Analisaremos em quais etapas (anos) eles estão inseridos e se estão contemplados no

livro didático que será utilizado em 2015.

D16: Identificar a localização de números inteiros na reta numérica.

D17: Identificar a localização de números racionais na reta numérica.

D18: Efetuar cálculos com números inteiros envolvendo as operações (adição, subtração,

multiplicação, divisão e potenciação).

D19: Resolver problema com números naturais envolvendo diferentes significados das

operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação).

D20: Resolver problema com números inteiros envolvendo as operações (adição,

subtração, multiplicação, divisão e potenciação).

D21: Reconhecer as diferentes representações um número racional.

D22: Identificar fração como representação que pode estar associada a diferentes

significados.

D23: Identificar frações equivalentes.

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D24: Reconhecer as representações decimais dos números racionais como uma extensão

do sistema de numeração decimal, identificando a existência de “ordens”, como décimos,

centésimos e milésimos.

D25: Efetuar cálculos que envolvam operações com números racionais (adição,

subtração, multiplicação, divisão e potenciação).

D26: Resolver problema com números racionais que envolvam as operações (adição,

subtração, multiplicação, divisão e potenciação).

D27: Efetuar cálculos simples com valores aproximados de radicais.

D28: Resolver problema que envolva porcentagem.

D29: Resolver problema que envolva variações proporcionais, diretas ou inversas entre

grandezas.

D30: Calcular o valor numérico de uma expressão algébrica.

D31: Resolver problema que envolva equação de segundo grau.

D32: Identificar a expressão algébrica que expressa uma regularidade observada em

sequências de números ou figuras (padrões).

D33: Identificar uma equação ou uma inequação de primeiro grau que expressa um

problema.

D34: Identificar um sistema de equações do primeiro grau que expressa um problema.

D35: Identificar a relação entre as representações algébrica e geométrica de um sistema

de equações de primeiro grau.

5ª Reunião

Estudaremos os descritores do Tema: Tratamento da Informação. Analisaremos em

quais etapas (anos) eles estão inseridos e se estão contemplados no livro didático que

será utilizado em 2015.

D36: Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e/ou gráficos.

D37: Associar informações apresentadas em listas e/ou tabelas simples aos gráficos que

as representam e vice-versa.

6ª Reunião

Faremos um relatório dos dados encontrados nas reuniões anteriores. Iremos

elaborar questões que possam contribuir para aumentar a proficiência dos alunos do 6º

ano, levando em consideração os dados levantados em nossas reuniões.

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7ª Reunião

Questões serão elaboradas para que se possam contribuir para aumentar a

proficiência dos alunos do 7º ano, levando em consideração os dados levantados em

nossas reuniões.

8º Reunião

Questões serão elaboradas para que se possam contribuir para aumentar a

proficiência dos alunos do 8º ano, levando em consideração os dados levantados em

nossas reuniões.

9º Reunião

Questões serão elaboradas para que se possam contribuir para aumentar a

proficiência dos alunos do 9º ano, levando em consideração os dados levantados em

nossas reuniões.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta Unidade Didática foi desenvolvida com o intuito de proporcionar material de

apoio para as aulas de Matemática dos anos finais do ensino fundamental e também mais

uma alternativa para nos auxiliar em nosso dia a dia. Durante as reuniões será ouvida a

opinião de todos os professores envolvidos no projeto, suas experiências acumuladas

durante anos servirão de base para elaboração de novos problemas, que façam parte do

cotidiano de nossos alunos, que sejam intrigantes e que despertem sua curiosidade, para

que se empolguem e que aprendam com prazer.

Diversificar a maneira como se apresenta determinados conteúdos pode ser a

diferença para que os alunos desenvolvam as competências e habilidades necessárias

para a melhoria dos índices escolares e principalmente do processo ensino e

aprendizagem.

Para tanto a proposta desta atividade vai se basear na Resolução de Problemas,

que é o foco das avaliações externas (Prova Brasil), e poderá contribuir de forma

significativa na aprendizagem, pois o aluno passa de espectador a agente de seu

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conhecimento e aprende a buscar soluções também para seus problemas reais.

10. REFERÊNCIAS

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