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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

Título: Conto, Canto e Encanto – leitura e fruição na escola

Soilene Martins de Oliveira Knaut¹

Mestre Elisiani Vitória Tiepolo²

Resumo

Este artigo tem por finalidade levar à reflexão sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas e aplicadas em salas de aula, com relação à leitura literária e as dificuldades enfrentadas pelos professores de Língua Portuguesa para atrair, conquistar e formar o aluno leitor. O intuito foi trabalhar a leitura literária de maneira diferenciada, significativa e estimulante, através da leitura como fruição, utilizando-se dos diversos gêneros textuais, desvinculando a ideia de que leitura escolar é realizada para que haja uma devolutiva em forma de avaliação ou questionamentos. A fundamentação teórica que sustenta a ação pedagógica está baseada, principalmente, nos seguintes autores: Paulo Freire, Daniel Pennac, Jean Foucambert , Rildo Cosson , Angela Kleiman.

Palavras-chave: Leitura. Fruição. Formação do leitor.

_______________________

1 Professora da Rede Estadual de Ensino do Paraná, participante do PDE/2014-2015, graduada em

Letras Português/Inglês pela Universidade do Oeste Paulista, Pós-graduada em Interdisciplinaridade

na Escola- Faculdades Integradas Espirita.

2 Orientador do PDE/2014-2015, Professora da UFPR- Setor- Litoral.

Introdução

A temática “Conto, Canto e Encanto no Mundo da Literatura – leitura e

reflexão na escola”, desenvolvida durante o Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, teve como objetivo realizar uma intervenção pedagógica, a

partir da linha de pesquisa “ Ensino e Aprendizagem da Leitura”.

Durante o tempo de atuação como professora de Língua Portuguesa,

observei que o desinteresse dos alunos pela leitura escolar, especificamente a

literária, foi se acentuando ano após ano. Talvez, este desinteresse tenha se

acentuado devido ao avanço tecnológico e a facilidade inevitável da sociedade em

adquirir e fazer uso dos aparelhos tecnológicos, como aparelhos celulares,

notebooks, entre outros, mas isso certamente aliado à forma como as leituras são

abordadas e desenvolvidas nas salas de aula, sempre acompanhadas de atividades

avaliadoras pós-leitura, o que torna o ato de ler em uma obrigação.

De acordo com Elisiani Vitória Tiepolo:

O que parece não mudar ano após ano, é a certeza de que a escola consegue o oposto do que se propõe, ou seja: os alunos, na maioria das vezes, têm aversão à leitura... leem, quando muito, um ou outro livro dito obrigatório. (TIEPOLO, 2006, p. 2)

Esta obrigatoriedade faz com que o ato de ler se torne uma tarefa chata,

repulsiva e não uma atividade agradável e necessária para a formação de um sujeito

leitor, capaz de ter autonomia no que se refere à obtenção e construção de seus

conhecimentos. E este não gostar de ler acarreta no déficit de aprendizagem, em

todas as áreas do conhecimento. De acordo com pesquisas recentes, publicadas na

imprensa (Folha Política, 2014), 75% da população brasileira, entre os 15 e 64 anos,

são analfabetos funcionais.

Situação preocupante, pois sabemos que a leitura é elemento fundamental na

formação de um sujeito pensante, construtor do próprio conhecimento, cidadão

ativo, participativo e transformador do meio onde está inserido. Sabemos que a

tecnologia é útil, atraente, sedutora, é um meio muito utilizado para a busca de

conhecimentos, mas, como responsáveis que somos pela formação de nossos

alunos, não podemos deixar de oferecer, oportunizar e despertar neles o gosto pela

leitura, especificamente, a literária.

Isabel Solé, em entrevista à Revista Nova Escola (2012), diz que a leitura

exige motivação. Então, conduzir o aluno à leitura é algo que necessita ser

prazeroso, um ato envolvente. Só desta forma a escola e o professor conseguirão

atingir o objetivo de formar leitores. Mas, para isso, faz-se necessário que a leitura

deixe de ser um ato passivo, automático, repetitivo. E se concretize através de

atividades diversificadas e diferenciadas e com o propósito de incentivar o aluno “ao

ler pelo não” (Leminski). A leitura não deve simplesmente ser entendida como um

ato de decodificação de letras e sons. É preciso que o estudante seja um leitor

independente, que saiba escolher um livro, buscar informação, passando a distinguir

o que consiste em uma boa leitura, e assim, aprimorando o gosto de ler.

Afinal, segundo COSSON (2014, p. 40),

A leitura é o resultado de uma série de convenções que uma comunidade estabelece para a comunicação entre seus membros e fora dela. Aprender a ler é mais do adquirir uma habilidade, e ser leitor vai além de possuir um hábito ou atividade regular. Aprender a ler e ser leitor são práticas sociais que medeiam e transformam as relações humanas.

Portanto o papel da escola é desenvolver no aluno o gosto pela leitura e criar

entre ele e o livro um vínculo de afetividade. É necessário que o aluno veja o livro

como um amigo que vem trazer muitas novidades, que vem lhe apresentar um

mundo ainda desconhecido, mas muito mágico.

De acordo com Freire (1982, p. 11), “No tocante à construção de indivíduos

leitores, é indiscutível que os docentes anseiam por alunos críticos, participantes,

leitores da palavra e do mundo”.

Se almejamos esta mudança, a escola é este lugar: onde haja efetivamente o

aprendizado da leitura e por consequência, a formação do aluno leitor. O estímulo

como meio para aguçar a vontade de querer ler.

E este projeto visou a mudança desta realidade, o fato dos alunos, muitas

vezes, afirmarem não gostar de ler. A proposta foi estabelecer e oferecer

metodologias diferenciadas, que envolvessem os alunos ao ato da leitura, uma vez

que, para se formar um leitor, são necessárias condições favoráveis, pois conforme

Foucambert (1997), o processo de formar um leitor não é natural, automático, muito

menos simples, principalmente quando a disputa ocorre entre o livro (objeto

ultrapassado) e a tecnologia inovadora, atraente.

Para desconstruir a ideia negativa em relação à leitura literária, foi necessário

mostrar aos alunos o livro e a leitura escolar de uma maneira diferenciada,

prazerosa, modificando aquela visão antiga da leitura com o compromisso de uma

devolutiva questionadora, muitas vezes, avaliativa, através de atividades

diferenciadas, como filme, roda de leitura, sarau da poesia, piquenique literário.

Essas atividades permitem exercitar a leitura fruição, afinal, como afirma Daniel

Pennac, “O verbo ler não suporta imperativo” e há “ Uma só condição para se

reconciliar com leitura: não pedir nada em troca.” (PENNAC,1993, p. 13; 121)

Freire afirma que toda leitura deve vir carregada de significados de

experiência existencial, ou seja, toda leitura deve ser contextualizada, significativa.

Partindo deste pensamento, o autor escolhido para o desenvolvimento desse

projeto foi Paulo Leminski, por ser um autor curitibano, porque suas obras valorizam

a cultura local e pelas inúmeras obras disponíveis tanto para um público infantil

quanto adulto, o que facilita uma seleção para a aplicabilidade de uma sequência

didática. Outra razão é o fato de permitir aos alunos entrarem em contato com textos

do mesmo autor, criando um acervo que os permitem dizer com mais propriedade

que conhecem a obra desse autor. Leminski, ao longo de sua vida, defendeu a arte

pela arte, ou seja, neste caso, “o ler pelo não”. O desprendimento com que este

autor apresenta em seu jeito de ser, de pensar, de agir, de criar, inventar e

reinventar significados para o viver de forma simples e concisa, acredito que seja

motivação para que os alunos procurem buscar outras obras, outros autores, e,

consequentemente, realizarem muitas outras leituras.

Para Fanny Abramovich, o livro precisa ser um vício, pois Ler não pode ser

um hábito, tem que ser um vício... e ler pra as crianças ajuda a viciá-las. (Revista

Nova Escola, (2013 ). E ler com gosto é uma arte. E arte não exige sacrifícios. Arte

é criar, inventar, recriar e reinventar com prazer, aquilo que nos interessa, nos

chama a atenção.

Implementação do Projeto

O projeto pedagógico em questão foi aplicado aos alunos do 6º ano do ensino

fundamental, do período vespertino, no Colégio Estadual Professora Maria Lopes de

Paula, em 2015, no contraturno. As atividades propostas no projeto didático

envolvendo a leitura foram desenvolvidas em 13 etapas, num total de 32 horas de

aplicação. ,

A apresentação do projeto aos professores e funcionários da escola ocorreu

no início da semana pedagógica, em fevereiro de 2015. Naquele momento, foram

colocados os objetivos, os conteúdos a serem trabalhados, o encaminhamento

metodológico das aulas previstas nesta implementação. Os professores

demonstraram interesse e curiosidade em relação ao projeto. Na sequência, com o

início das aulas, houve a apresentação do projeto aos pais e alunos que

participariam dele, os quais se mostraram interessados, motivados e ansiosos para

o início das atividades apresentadas e previstas.

A partir desses primeiros momentos, as atividades planejadas foram

executadas da seguinte maneira:

1. Fichas para a sondagem dos hábitos de leitura do aluno e sua família. Nesta

etapa, foi constatado que menos de 10% dos alunos e familiares liam com

frequência e possuíam livros para leitura em casa, 40% liam esporadicamente,

quando eram solicitados a lerem, 40% não gostavam de ler, mas liam de vez em

quando e 10% não liam nunca; ou seja, 50% dos alunos viam a leitura como uma

atividade maçante e 90% não adquiriam livros.

2. Em seguida, vimos o filme Pagemaster: o Mestre da Fantasia, com o objetivo de

despertar nos alunos a curiosidade para frequentar a biblioteca e buscar livros para

realização de leituras em casa e na escola.

3. Visita à biblioteca escolar para conhecer o espaço e o seu funcionamento. Esse

momento foi importante porque a bibliotecária forneceu informações relevantes e

necessárias sobre a utilização deste espaço para estudos, realização de pesquisas,

empréstimos de livros, horário de atendimento ao público escolar e pessoas da

comunidade e controle dos empréstimos através da carteirinha que deve ser obtida

por todos os usuários e frequentadores da biblioteca. Junto destas informações,

enfatizou-se a importância deste espaço ser frequentado por todos, não só durante

a aplicabilidade do projeto.

4. Uso do laboratório de informática, onde foi pesquisada e realizada a leitura da

biografia de Paulo Leminski. Este momento foi importante para mostrar aos alunos

que a tecnologia pode e deve ser uma aliada para a realização de leituras diversas,

inclusive, uma fonte a mais para buscarmos informações que nos auxiliem e

acrescentem na aprendizagem. Os alunos perceberam que a tecnologia é mais uma

das opções que temos para nos informar e que podemos usá-la como material de

apoio para inúmeras leituras e não apenas para nos comunicar nas redes sociais.

5. Roda de leitura. Esta atividade é uma prática pedagógica que tem como objetivo a

leitura e o letramento. Se diferencia da leitura escolar comumente aplicada por

oferecer aos alunos um momento de leitura compartilhada de uma maneira

descontraída. Neste momento, o professor é o mediador, ou seja, ele é quem dá as

coordenadas do que será lido e como acontecerá essa leitura. Os participantes

podem se colocar em círculo, semicírculo ou deitados em tapetes ou colchonetes.

Um participante lê enquanto os outros ouvem. Pode-se fazer leitura dramatizada ou

usar outras estratégias de vivenciar o texto, sempre explorando a entonação, a

pontuação e as expressões faciais e corporais. Durante a leitura, poderá ou não,

haver comentários sobre as leituras realizadas. Esta forma de leitura é diferente da

leitura praticada nas aulas, aquela maçante, rotineira, em que o professor chama

aluno por aluno, geralmente seguindo uma ordem e que sempre tem como exigência

uma atividade pós-leitura, geralmente atividade avaliativa, ou aquela lista de livros

que o professor indica, denominada como os melhores da literatura com a exigência

de uma ficha ou relatório para ser avaliado posteriormente. A roda da leitura oferece

aos alunos um momento em que há a leitura e os comentários sobre o que se lê de

maneira descontraída, sem a preocupação de um retorno em forma de atividade ao

professor. É o momento que tem como único objetivo “o ler”, nada além disto. De

acordo com COSSON (2014 p.105),

O que importa manter é o objetivo de proporcionar ao aluno o conhecimento da literatura que só pode ser feito, antes de qualquer coisa, pela leitura do texto literário. Do mesmo modo, essa leitura não pode ser feita de maneira aleatória, mas sim dentro de um processo de aprendizagem que é dever da escola proporcionar. Ao professor cabe encontrar o delicado equilíbrio entre os interesses da fruição pessoal e as necessidades da escolarização do literário.

6. Sarau da poesia. O sarau da poesia é um momento cultural em que as pessoas

se encontram para se manifestar artisticamente e pode envolver músicas, danças,

leituras e declamações de poesias e poemas, teatro entre outras. Neste momento,

os alunos entram em contato com os textos poéticos, gêneros ligados à

sensibilidade, que se comunica não só pelas palavras, mas pela sonoridade,

estimulando a leitura como ação que desperta o imaginário e a criação, de forma

livre e prazerosa. Para esta atividade, selecionei alguns poemas de Paulo Leminski

condizentes com o público alvo: alunos do 6º ano e também a música “Xixi nas

estrelas”, do mesmo autor. Cada aluno escolheu, leu ou declamou aquele que mais

gostou ou se identificou.

7. Hora do conto. A Hora do conto é um momento que oportuniza aos alunos o

contato com histórias que podem ser contadas ou lidas. A contação ou a leitura das

histórias deve acontecer num ambiente diferente da sala de aula, como pátio ou

biblioteca escolar. Deve ser um momento de descontração. Se a opção deste

momento for através da leitura, esta poderá ser realizada por uma ou mais pessoas.

Este momento é importante, pois quando o aluno aprende a ouvir histórias lidas ou

contadas, sente-se atraído para a leitura. E a “Hora do conto” é uma metodologia

que deve ser praticada nas aulas para incentivar a leitura como fonte de prazer.

Para este momento utilizei o conto “Guerra dentro da gente”, de Paulo Leminski, um

conto infanto-juvenil, que relata as aventuras de um personagem desde sua infância

até sua velhice em busca de significados para as mais diversas situações impostas

pela vida.

8. Piquenique literário, tendo como suporte obras de Paulo Leminski. O piquenique

literário é um momento em que alunos e comunidade escolar se reúnem num

espaço aberto, de preferência em contato com a natureza como um parque ou

praça, onde um palco é montado para a realização de diversas apresentações como

leituras de textos, contação, dramatizações e encenações de histórias, declamações

de poesias/poemas/haicais e apresentações de músicas. Após as apresentações

acontece uma confraternização com coquetel em que cada participante colabora

trazendo alguma coisa.

Todas estas atividades estavam voltadas para a leitura fruição, que é o

desprendimento da leitura tradicional, aquela muito comum nas escolas, em que o

aluno lê para realizar alguma atividade, geralmente avaliativa. Esse tipo de leitura, a

leitura de fruição, é uma metodologia diferenciada, que visa levar o aluno ao

processo de ler através e para a ludicidade. Trata-se de uma maneira envolvente e

prazerosa de incentivar a leitura, seja a literária ou não, e conquistar e/ou formar um

aluno leitor através de um processo livre e natural, sem imposições. No ambiente

escolar são inúmeras as práticas de leitura que objetivam a formação de um aluno

leitor, porém, quando há imposição da leitura, quando se propõe atividades com

leitura para uma avaliação posterior, o aluno torna-se um mero reprodutor de ideias,

de palavras, não um verdadeiro leitor.

E, segundo TIEPOLO (2006), “A cada ação mecânica da escola em

direção à leitura, o aluno reage se afastando dela”. Portanto, a prática da leitura na

escola ou fora dela, deve ocorrer de forma espontânea, porém, o aluno precisa ter a

consciência de que a leitura é importante para sua formação intelectual ou pessoal.

Sendo assim, a leitura fruição é uma estratégia simples e interessante para se

conquistar e formar esse aluno leitor, visando despertar neste o gosto pela leitura

literária, desmistificando a ideia de que ler não é bom e conscientizá-lo do valor e

importância desta prática para sua vida, seja ler para aprender ou ler como forma de

entretenimento.

RESULTADOS

Para atingir um melhor resultado no processo de ensino e aprendizagem da

leitura, faz-se necessário, dentre outros pontos de vista, a adoção de novas práticas

pedagógicas em sala de aula. Sabemos que a leitura é um processo que leva ao

conhecimento e que a escola ainda é o espaço e, muitas vezes, o único espaço em

que o aluno tem o contato com a leitura. Se é assim, não podemos permitir que o

aluno veja ou classifique a leitura como um ato chato ou sem graça. Precisamos

desconstruir essa ideia e propiciar-lhes momentos prazerosos, significativos para

motivá-los a realização de leituras diversas.

Segundo CAGLIARI (2010, p.130-131), “A leitura é a extensão da escola na

vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser

conseguido através da leitura fora da escola. O objetivo da escrita (...) é a leitura”.

Sendo assim, as atividades propostas nesse projeto estavam voltadas para a leitura

de diversos gêneros textuais, enfocando a leitura fruição.

Essas atividades possibilitaram momentos que envolveram a leitura e a

descontração. Alguns alunos tiveram a iniciativa de realizar leituras orais

dramatizadas, como declamação de poesias e hai-cais, apresentação de músicas,

teatro sobre o conto Guerra Dentro da Gente, além da produção de textos poéticos e

narrativos que foram expostos em diferentes ambientes do colégio, oportunizando a

leitura a todos que não participaram deste projeto.

O projeto trouxe muitos benefícios para os alunos, pois a partir deste trabalho,

puderam constatar que a leitura pode sim ser agradável e, ao mesmo tempo, muito

útil e necessária para o desenvolvimento intelectual de cada um. Conforme

COSSON (2014,p. 20), “A literatura serve tanto para ensinar a ler e escrever quanto

para formar culturalmente o indivíduo”.

Este projeto, nas suas diversas etapas, estimulou o gosto pela leitura e

propiciou momentos prazerosos, pois,

Na escola, a leitura literária tem a função de nos ajudar a ler melhor, não apenas porque possibilita o hábito de leitura ou porque seja prazerosa, mas sim e sobre tudo, porque nos fornece, como nenhum outro tipo de leitura faz os instrumentos necessários para conhecer e articular com proficiência o mundo feito de linguagem”. (COSSON 2014-p.30)

O êxito nesse projeto foi tanto que a turma foi convidada a participar da

Feira do Conhecimento do colégio, para apresentar a toda comunidade “ O Momento

Literário”, com músicas e poemas de Leminski.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Desenvolvimento do projeto ocorreu, quase todo, conforme o planejado.

Houve a participação efetiva dos alunos em todas as atividades e a colaboração da

equipe pedagógica na disponibilização dos materiais e dos diversos ambientes do

colégio que foram usados: biblioteca, laboratório de informática, salas, pátio. Só o

fechamento do projeto, que seria o piquenique literário, na Pedreira Paulo Leminski,

não foi possível de se realizar, por não obtermos autorização da administradora

deste espaço cultural, para entrarmos com nossos alunos. Devido a este pequeno

problema, o piquenique literário aconteceu no pátio da escola, com apresentações

realizadas pelos alunos a toda comunidade escolar. Apresentaram a biografia de

Leminski, música, teatro e declamação de poesias e haicais.

Foi muito gratificante presenciar e observar a empolgação dos alunos durante a

realização das diversas atividades, especialmente o momento das apresentações e

os comentários que sucediam a cada atividade proposta.

Partindo destas considerações, acredito que este projeto pode ter sua

aplicabilidade continuada, trazendo benefícios para os alunos e também para a

comunidade, pois através de relatos dos alunos participantes, soubemos que muitos

familiares se interessaram e leram alguma coisa relacionada às obras de Leminski.

A partir do trabalho de pesquisa desenvolvido, gostaria de destacar a importância

da formação continuada e o aperfeiçoamento dos docentes e que este artigo possa

contribuir para o enriquecimento de atividades docentes.

REFERÊNCIAS

COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. São Paulo: Editora Contexto,

2014.

FOUCAMBERT, J. A Criança, o Professor e a Leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. 1982. Editora Cortez.

KLEIMAN, Angela B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola.

1995. Editora Mercado de Letras.

LEMINSKI, Paulo. Toda Poesia/ Paulo Leminski. 2013. Editora Companhia das Letras.

PENAC, Daniel. Como Um Romance. 1993. Editora Rocco.

TIEPOLO, V. Elisiani - A (de) formação de leitores na escola. Disponível em

>>http://revistas.unibrasil.com.br/cadernoseducacao/index.php/educacao/article/view/3<<

Acessado em 15/06/2014.

REVISTA ESCOLA. Para Isabel Solé, a leitura exige motivação, objetivos claros e estratégias. Disponível em, >>http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/isabel-sole-leitura-exige-motivacao-objetivos-claros-estrategias-525401.shtml<<

REVISTA ESCOLA. Para a autora Fanny Abramovich, o livro precisa ser um vício. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/livro-precisa-ser-vicio-

423573.shtml.Acessado em 15/06/2014.