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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

1

ESTADO DO PARANÁ

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

SEED - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

NÚCLEO REGIONAL DE PONTA GROSSA

UEPG - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

JOANA DIUCELI KWIATKOWSKI DISTÉFANO

COSTUMES E TRADIÇÕES: UM RESGATE HISTÓRICO DOS ANTEPASSADOS

DE ALUNOS DA ESCOLA DO CAMPO

PONTA GROSSA - PR

2013

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JOANA DIUCELI KWIATKOWSKI DISTÉFANO

COSTUMES E TRADIÇÕES: UM RESGATE HISTÓRICO DOS ANTEPASSADOS DE ALUNOS DA ESCOLA DO CAMPO

Produção Didático-pedagógica

apresentada ao Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE, na

área Língua Portuguesa, orientada pela

Professora Dra. Cloris Porto Torquato

PONTA GROSSA - PR

2013

3

Ficha De Identificação da Produção Didático-pedagógica

Turma 2013

Título: COSTUMES E TRADIÇÕES: UM RESGATE HISTÓRICO DOS ANTEPASSADOS DE

ALUNOS DA ESCOLA DO CAMPO

Autor: JOANA DIUCELI KWIATKOWSKI DISTEFANO

Disciplina/Área: LÍNGUA PORTUGUESA

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual do Campo Professor Argemiro Luiz de Lima - Ensino Fundamental e Médio

Município da escola: SÃO JOÃO DO TRIUNFO

Núcleo Regional de Educação: PONTA GROSSA

Professora Orientadora: PROFª DRª CLORIS PORTO TORQUATO

Instituição de Ensino Superior: UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa

Relação Interdisciplinar:

A produção didático-pedagógica tem relação interdisciplinar com as disciplinas de Artes, Ensino Religioso, Geografia e História.

Resumo:

Partindo do pressuposto de que "não há presente sem passado e nem futuro sem presente", o objetivo geral desta Unidade Temática é resgatar valores sociais, tradições e costumes entre alunos das Escolas do Campo e seus familiares. Pretende-se com este trabalho valorizar as comunidades desses alunos, de onde os fatos e as narrativas serão colhidas, inclusive estreitando e fortalecendo laços familiares. Com base em entrevistas e pesquisa bibliográfica e de campo, coleta de dados, debates e discussões, leitura, escrita e reescrita

de textos realizadas pelos alunos, objetiva-se promover uma oportunidade de reflexão para os alunos sobre sua própria história de vida e de seus antepassados, contribuindo para que haja um interesse maior pelas histórias sentidas e vividas por seus familiares, bem como suas tradições e costumes, visando a contribuição na

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formação de leitores críticos através dos gêneros literários.

Palavras-chave:

Valores sociais; costumes; tradições; Escola de Campo; familiares.

Formato do Material Didático: Unidade Temática

Público:

Alunos do 7º Ano A do Ensino Fundamental

5

“A linguagem é um instrumento de integração no mundo, de um modo igualitário e

justo.” (Paulo Freire)

" Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como

a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades.

Conhecendo o que tem sido a minha vida até hoje - tantas vezes e em tanto o contrário do que eu a

desejara -, que posso presumir da minha vida de amanhã senão que será o que não presumo, o que

não quero, o que me acontece de fora, até através da minha vontade? Nem tenho nada no meu

passado que relembre com o desejo inútil de o repetir. Nunca fui senão um vestígio e um simulacro

de mim. O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me

são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história

continua, mas não o texto.”

Fernando Pessoa, em Livro do Desassossego

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1. APRESENTAÇÃO

Esta unidade será implementada numa turma de 7º ano do Colégio

Estadual do Campo "Professor Argemiro Luiz de Lima", que se localiza na zona rural

do município de São João do Triunfo, a 17 km de distância do centro da cidade.

Esse município está localizado na região sudeste do Estado do Paraná, a 120 km

da sua capital, Curitiba.

O porquê deste projeto?

O município de São João do Triunfo está classificado a nível, de Núcleo

Regional de Educação - N.R.E., como o segundo na relação de baixo IDH, Índice de

Desenvolvimento Humano.

A população triunfense é composta basicamente por colonos que moram

na zona rural, e as pessoas que vivem no campo são, na maioria das vezes, de

origem humilde e, muitas vezes, são bastante carentes. Assim, aquele que deveria

ser valorizado pela sua condição de campesino, geralmente, é visto como “caipira”,

e, dentre os alunos do campo, é comum percebemos um sentimento de "vergonha"

com relação aos seus familiares.

Outro fator a ser considerado é que, territorialmente, nosso município é

bastante extenso, chegando em alguns casos a distar cerca de 50 a 60 Km de uma

comunidade a outra; isto faz com que, sendo uma população carente, ocasione a

falta de contato entre os diferentes grupos.

E, ainda, nossa clientela escolar é formada na sua totalidade por alunos

da zona rural. Assim sendo, nada mais natural que a educação construída com

esses educandos venha a atender às necessidades do público oriundo do

campesinato, opondo-se ao modelo de educação vigente, em que predomina uma

perspectiva urbana.

7

Partindo do pressuposto de que "não há presente sem passado e nem

futuro sem presente", o objetivo geral deste projeto é resgatar valores sociais,

tradições e costumes entre alunos das Escolas de Campo e seus familiares através

da disciplina de Língua Portuguesa.

“A vida não é a que a gente viveu e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.” ―

Gabriel García Marquez.

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2 DESENVOLVIMENTO

“Ninguém nasce sabendo ler: aprende-se ler a medida que se vive. Porque ler livros geralmente se aprende nos bancos da escola, enquanto outras leituras se aprendem por aí, na chamada escola da vida. (Lajolo, 1997, p. 70)

Com os alunos do 7º Ano A, do Colégio Estadual do Campo “Professor

Argemiro Luiz de Lima” – Ensino Fundamental e Médio, este projeto busca, por meio

de práticas de letramento, o resgate da memória viva da comunidade, como saber:

Quem são seus familiares? Quais memórias esses antepassados guardam sobre as

experiências vivenciadas? Como eram os espaços por onde transitaram? Que outras

histórias, das pessoas dessa localidade, valem a pena ser conhecidas? A partir

dessas questões, busca-se chegar o mais próximo possível do que foi a história de

seus familiares mais idosos, objetiva-se contribuir com o processo de reflexão das

memórias sentidas e vividas das pessoas das comunidades que fazem parte do

Colégio Argemiro Luiz de Lima.

Cada sociedade, através de sua história, constrói seus costumes, sua forma

de viver, ou seja, sua cultura, que dá identidade a uma sociedade local

consciente das semelhanças culturais existentes entre os seus membros.

Quando a sociedade perde esta consciência cultural, perde também sua

identidade cultural. (SILVA, 2003, p. 37).

9

Partindo dessa perspectiva, no ensino de Língua Portuguesa, este

projeto buscar estimular a vivência de uma metodologia de ensino de língua pautada

no trabalho com os gêneros discursivos: entrevista, pesquisa, mais especificamente,

no gênero “memórias literárias”. Desta forma, as atividades a serem desenvolvidas

propiciarão: 1. o desenvolvimento das habilidades de leitura, produção escrita e

reescrita de textos; 2. produção de textos no gênero “memórias literárias”,

evidenciando sentimentos e emoções e mobilizando comparação entre passado e

presente, verbos no passado, uso de pronomes, uso de letra maiúscula e minúscula,

pontuação, ampliação do vocabulário, pois, de acordo com Marcuschi,

O desejo de compreender o universo e seus fenômenos, preservar o

passado e manter as tradições da comunidade, via memórias dos mais

sábios e experientes, transmitidas oralmente de geração em geração,

sempre obcecou as sociedades humanas, desde seus primórdios. (2.012, p.

52).

10

Desvelar o histórico familiar é uma forma de estreitar os laços de

familiaridade, bem como de retomar os valores sociais, tradições e costumes entre

os educandos e seus antepassados, contribuindo no processo ensino-aprendizagem

da disciplina de Língua Portuguesa. Através da sua metodologia participativa,

envolvendo alunos e seus familiares,

Luta-se por uma educação voltada à realidade dos sujeitos do campo, a fim

de promover desenvolvimento sociocultural e econômico respeitando

diferenças históricas, uma educação que contribua para a permanência e a

reprodução dos homens do campo e a melhora de sua qualidade de vida.

Para isso não basta ter escolas no campo, é necessário construir escolas

do campo, escolas com um Projeto Político Pedagógico vinculado as

causas, aos desafios, aos sonhos, história e à cultura do povo trabalhador

do campo. (KOLLING, 1999, p. 25-37).

11

3 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

3.1 ATIVIDADES

Parte 1:

ATIVIDADE PREPARATÓRIA:

EXIBIÇÃO DO CD DO PROJETO TÚNEL DO TEMPO = A DANÇA DE SÃO

GONÇALO, A CERIMÔNIA DE CASAMENTO DA ÉPOCA E A FESTA DO

BOLO DE ARGOLA

1- Você Já conhecia, participou ou ouviu falar do Projeto “Túnel do Tempo”?

2- Se já conhece, o que ouviu falar sobre o assunto?

3- Onde você ouviu falar sobre o “Túnel”?

Tomando por base a exibição do CD do Projeto “Túnel do Tempo”

com a Dança de São Gonçalo e uma apresentação de teatro reproduzindo a

Festa do Bolo de Argola, que era a Cerimônia e Festa de Casamento da época

de pessoas que viviam na roça, discuta com seus colegas e com a professora

sobre as experiências que você tem a sobre o tema:

1- O vídeo representa duas festividades tradicionais da roça. Que

festividades são essas?

2- O que o vídeo mostra sobre a “Festa de São Gonçalo”?

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3- O que o vídeo mostra sobre a “Festa do Bolo de Argola”?

4- Você percebeu que a “Festa do Bolo de Argola” tem bastante humor? É

porque é uma representação humorística da festa. O que marca o humor?

O que faz a representação ser engraçada?

5- Como você imagina que era essa festa de verdade?

6- As personagens que estão realizando a peça de teatro são pessoas

pertencentes à nossa região. Você conhece alguma delas?

7- Você já tinha ouvido falar sobre a Festa de São Gonçalo?

8- A Festa ainda acontece em sua comunidade?

9- A festa de casamento que assistimos não é mais realizada desta forma.

Você já tinha ouvido falar de alguma cerimônia que tenha sido realizada

assim? Algum parente seu casou-se desta maneira? Comente:

10- O que você acha sobre a vida no campo?

11- Você acha importante que essas histórias sejam contadas às gerações

futuras? Por quê? Dê sua opinião a respeito:

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Parte 2:

ENTREVISTA

Agora que assistimos ao vídeo e discutimos sobre o assunto, já

temos noção do trabalho a ser realizado. Vamos conhecer as práticas

tradicionais do povo do campo. Para tanto, iremos, em conjunto, elaborar um

conjunto de perguntas que nos orientará na busca dessas práticas na nossa

comunidade.

Vamos entrevistar familiares e as pessoas mais idosas da nossa

comunidade. O que queremos saber dessas pessoas sobre essas práticas culturais

tradicionais? O que e como precisamos perguntar para saber disto?

Ao realizar o roteiro da entrevista com os alunos, espera-se que

surjam questões como estas:

1- Qual é seu nome?..........................................................................................

2- Qual a sua idade?.........................................................................................

3- Localidade onde mora?..................................................................................

4- O/a senhor/a é descendente de quê?............................................................

5- O/a senhor/a sempre viveu na roça?.............................................................

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6- Considera a vida no campo mais difícil que a vida na cidade? Por quê?

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7- Como era a vida no campo no seu tempo de menino/a? Era muito

diferente da vida de hoje em dia?

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8- Como era a convivência com sua família?

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9- Na sua época, como era a tratamento entre os pais e os filhos?

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10- Depois que chegavam da escola ou da roça, à tardinha, qual era a rotina

até a hora de dormir?

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11- Como eram as refeições em família?

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12- Na sua idade escolar, o/a senhor/a frequentava a escola?

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13- Se sim, como era o ensino naquela época?

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14- Se não, por que não estudava?

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15- Como eram as festas religiosas ou de família no seu tempo?

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16- Como aconteciam os nascimentos antigamente?

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17- Quando falecia alguém na sua comunidade. Como acontecia a

cerimônia?

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18- Como era guardado o “luto”?

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19- Existe diferença na maneira de se vestir de antigamente e de hoje em

dia? Se sim, como as pessoas da sua época se vestiam?

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20- Do que sente mais saudades do seu tempo?

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21- O/a Senhor/a tem lembrança de algum acontecimento especial que tenha

participado ou tem guardado em sua memória? Alguma coisa que lhe

deixa triste ou feliz e que deseje nos contar?

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Parte 3: RODA DE CONVERSA

Hora de compartilhar...

Às vezes a gente se aborrece ao ouvir as pessoas de idade falarem a

frase “No meu tempo....”. Mas esquecemos que os mais velhos são a memória

viva do povo.

Nestas entrevistas que vocês fizeram...

1- Acharam interessante as histórias de vida de seus antepassados? Por quê?

2- Aprenderam algum ensinamento com os relatos ouvidos?

3- Seus avós estudavam?

4- O acesso à Escola era fácil ou difícil?

5- Eles trabalhavam? Onde?

6- Tinham bastantes irmãos?

7- A família era composta por quantas pessoas?

8- O que considerou importante em tudo isto?

9- Algum fato te chamou a atenção?

10- Perceberam as diferenças daquela época e dos dias de hoje?

11- A vida naquela época é mais difícil ou mais fácil que na atualidade?

12- Tem alguma experiência interessante que queira contar para seus colegas?

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Parte 4:

SISTEMATIZAÇÃO DE DADOS:

PRODUZIR UM CARTAZ COM AS SEGUINTES INFORMAÇÕES:

1- Número de entrevistados.

2- Descendência dos entrevistados.

3- Localidade do entrevistados.

4- Idade das pessoas entrevistadas:

40 a 45 anos –

46 a 50 anos –

51 a 60 anos –

61 a 65 anos –

66 a 70 anos –

A partir de 71 anos –

5- Porcentagem dos entrevistados escolarizados e dos não-escolarizados.

6 – Festas religiosas da comunidade mencionadas;

7- Principais motivos de saudades dos tempos passados.

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Parte 5:

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS:

Para tentar entender e nos aproximar das situações vividas e

experimentadas pelos nossos familiares mais idosos, iremos fazer a leitura e

interpretar textos que tratam de assuntos sobre a vida no campo.

A mudança

A gente veio para a cidade e trouxe tudo o que tinha: latas de plantas,

umas cinco galinhas num baú, um banco, camas, guarda-roupa sem porta.

Pusemos tudo num caminhão. Um menino meu veio segurando o

cachorrinho. O papagaio também veio.

Tinham contado lá na roça que a cidade tem de tudo: trabalho, oficina,

hospital, escola, ônibus. Lá onde a gente vivia não dava mais para ficar. Era

só capinar, colher, trabalhar para os fazendeiros ganhando uma miséria.

Então resolvemos mudar.

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Aqui a vida não é fácil. Arranjei trabalho na fábrica e controlo as

máquinas. Faço todo dia a mesma coisa, o dia inteiro. Cansa mexer nas

máquinas sempre do mesmo jeito, e, se a gente se distrair, fica sem os

dedos.

Ganho pouco e tenho de morar onde o aluguel é barato. A casa é bem

simples e tem um pedaço de terra onde a gente plantou umas ervas de chá,

couve, cheiro-verde. O dinheiro não dá para comprar muita coisa; até os

meninos pequenos trabalham. Às vezes penso em voltar para a roça. Mas

aqui meus filhos podem estudar, tem um muito esforçado que trabalha no

supermercado e já está na oitava série. Na roça a vida é sossegada, tem

muita natureza, não tem perigo de assalto. Mas a vida só é boa para quem é

dono da terra. Lá a nossa vida não tem esperança nenhuma. Parece que

ninguém liga para o povo da roça.

Rosicler Martins Rodrigues. Cidades. Brasileiras. São Paulo. Ed. Moderna – 1992.

ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO:

1- De acordo com a leitura do texto onde as personagens moravam antes de

mudarem para a cidade?...............................................................................

2- Segundo o texto, por que essas pessoas deixaram o campo e foram para

a cidade?........................................................................................................

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3- Qual era o trabalho do personagem na roça e depois na cidade?

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4- Na opinião do autor do texto como é o trabalho nas fábricas?

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5- Como é a vida do personagem na cidade?

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6- Por que o personagem diz que não dá para voltar para o roça?

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7- Como o personagem descreve a vida na roça?

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8 – De acordo com o texto, complete o quadro abaixo:

VIVER NA ROÇA VIVER NA CIDADE

Aspectos

positivos

Aspectos

negativos

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9 – Que semelhanças e que diferenças você percebeu entre os pontos de

vista sobre a vida na roça e a vida na cidade da personagem do texto lido e

da pessoa que você entrevistou.

Da lamparina à energia elétrica

Tarine Silva Ribeiro

O sítio da vovó Valdenice fica em São João de Iracema, num lugar

muito bonito, e o melhor de tudo é que é pertinho da cidade. É para lá que eu

vou nos finais de semana. No sábado passado, eu resolvi ir ao sítio à noite.

Eu já tinha atravessado a porteira quando, de repente, a luz se apagou... mas

pernas pra que te quero! Ao perceber que eu tinha medo de escuro, vovó

caiu na risada e resolveu me contar sobre a sua infância, onde apenas uma

lamparina e a lua brilhante iluminavam a singela casa de pau a pique onde

morava com sua família. “O escuro não me amedrontava, só incomodava um

pouco na hora de ir para a privada que ficava afastada da casa: eu tinha

receio de cair no buraco.”

Eu nasci e fui criada na nossa pequena e sossegada São João de

Iracema, mais precisamente onde o Judas perdeu as botas, na calorenta

região noroeste do Estado de São Paulo. Antigamente, nossa cidade era

conhecida como “Os Poços”, devido aos boiadeiros que aqui passavam para

abastecerem-se de água e refrescarem-se do calor do sertão agreste.

23

Na vila, a criançada só cuidava de duas coisas: brincar e aprender.

Eu nunca mais consegui me esquecer do dia em que a ranzinza da

professora me colocou ajoelhada em cima dos grãos de milho e me deu dois

tapas na orelha. Que dureza era estudar naquela época!

Nas ruas de terra esburacadas eu me sentia livre e feliz. Divertia-

me jogando terra em quem passava, depois caía na gargalhada. Como

naqueles tempos todo mundo era amigo de todo mundo, as caras feias eram

raras. Quando eu sentia o cheiro bom da comida feita por mamães no fogão a

lenha, ia correndo para casa encher a barriga. Que delícia!

O tempo foi passando devagar, pois aqui até o vento sopra

lentamente... A vila foi virando cidade e as casas de pau a pique foram sendo

derrubadas e substituídas pelas de tijolos. Os moradores faziam mutirão para

ajudar. Em 1966, eu já estava com meus 12 anos, quando a cidade acordou

diferente: para meu espanto e de toda a população a energia elétrica havia

chegado! Foi um alvoroço, era o fim das lamparinas! Mais do que depressa o

meu pai Ezequiel fechou a barbearia e foi o primeiro morador da cidade a ir

até Fernandópolis comprar um liquidificador e uma televisão. A casa dos

meus pais tornou-se a novidade do momento e ficou movimentadíssima: toda

hora os vizinhos queriam usar o liquidificador para bater sucos e assistir à

televisão.

A danada da televisão era em branco e preto e só pegava um único

canal. Quando ela resolvia sair do ar o pessoal ficava vendo listras por um

tempão; nem colocar bombril na antena resolvia. Meu pai faleceu bem

velhinho e em homenagem ao morador antigo o nome Ezequiel Pinto Cabral

foi colocado na rua onde eu passei a minha infância, bem em frente à praça

da igreja matriz. “Encho-me de saudade toda vez que passo por essa rua.”

Após abrir o seu coração, vovó, emocionada, me disse: “É, minha

neta, apesar de ser do tempo da lamparina, eu jamais poderia esquecer as

recordações que ficaram na minha mente até hoje”.

Nós sorrimos e ficamos abraçadas por um longo tempo. Desde

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então, perdi o medo do escuro e percebi que apesar de a minha cidade ser

simples e pequena no tamanho, com seus um mil oitocentos e cinquenta

habitantes, ela é grande no meu coração e inesquecível na mente dos

moradores.

Tarine Silva Ribeiro. Texto produzido em 2004 quando era aluna da 4ª- série da E. E.

Professora Joanita B. B. Carvalho, São João de Iracema – SP. Baseado na

entrevista com Valdenice Cabral Minales Satin, 51 anos.

Interpretação do texto:

1- Quem são as personagens do texto?

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2- Em que lugar acontece essa história?

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3- Este é um texto de memórias pois é um depoimento sobre uma época da

vida de alguém. Quais são as características de um depoimento?

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4- Como era a casa onde a avó vivia na infância?

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5- Por que a cidade onde a avó vivia era conhecida como “Os Poços”?

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6- Qual eram as obrigações das crianças da vila?

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7- Como eram os castigos dados pela professora aos alunos naquela época?

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8- Que transformações a vila sofreu?

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9- Qual foi a grande novidade que surgiu na vila?

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10- Qual foi a homenagem feita ao avô de Valdenice?

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11- Apesar das dificuldades enfrentadas na época, qual é o sentimento da

avó?

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12 – Ao falar sobre o passado, que sentimento a narradora revive e partilha

com o leitor?

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13 – Nesse texto de memórias, a avó fala das mudanças vividas em sua co-

munidade. A pessoa que você entrevistou também fala de mudanças?

Se sim, quais foram elas?

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Parte 6:

PRODUÇÃO DE TEXTO

Agora que temos os dados das entrevistas em mãos e interpretamos

textos que falam das “memórias” de mais velhos, já nos preparamos para

escrever as histórias, as práticas culturais tradicionais de nossos familiares.

Escreva um texto em forma de memória utilizando os dados coletados:

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Parte 7:

Nosso próximo passo será trocar com nossos colegas os textos que

produzimos. Vamos revisar o texto dos colegas seguindo os critérios do

quadro abaixo. Depois de responder ao que se pede, mostre ao seu colega

onde precisa ser melhorado.

O que pretendemos com essa revisão é ajudar nossos colegas,

mostrando algumas mudanças para deixar o texto mais claro!

PRECISA MELHORAR SIM NÃO

1- O título é sugestivo? Através

dele você consegue saber o

assunto que é tratado no texto?

2- O texto apresenta e narra prá-

ticas culturais da comunidadee

relativas a festas, nascimentoss

e/ou mortes?

3- O autor do texto consegue

contar a história com começo,

meio e fim?

4-O texto caracteriza ade--

quadamente o narrador--

personagem, apresentando-o o

como idoso?

5- Partilha com o leitor as

sensações e os sentimentos

relativos às memórias narradas,

provocando no leitor sentimentos

semelhantes àqueles vivenciados

pelo narrador-personagem?

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6- Os verbos utilizados no texto

apresentam-se no tempo passa-

do?

7- Seu colega tem erros dea

ortografia (se tiver, marque-os).

8- O ponto final é utilizado para

terminar frases?

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Parte 5:

REESCRITA DAS ENTREVISTAS

Como finalização desta etapa do nosso trabalho, faremos a reescrita das

memórias produzidas anteriormente. Reescreva em seu texto respeitando os

critérios observados pelo seu colega na atividade anterior:

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Parte 6:

E, COMO FINALIZAÇÃO DO NOSSO PROJETO, FAREMOS A CONSTRUÇÃO

DE UM PAINEL ONDE SERÃO EXPOSTAS AS HISTÓRIAS DOS NOSSOS

ANTEPASSADOS PARA QUE OUTROS ALUNOS TAMBÉM PARTICIPEM DA

NOSSA EXPERIÊNCIA.

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4 METODOLOGIA

Para implementação deste Projeto, na organização do material didático e

início das atividades com os alunos, será usada como apoio pedagógico uma

fonte importantíssima de pesquisa, que é o Projeto "TÚNEL DO TEMPO",

desenvolvido no município entre os anos de 2.002 a 2.011, trabalho este de

grande relevância ao processo educativo, visto que nosso município, até então,

era muito carente de registros escritos de sua história. O objetivo do “Túnel” é

direcionar atividades pedagógicas, estabelecendo, assim, um trabalho conjunto

entre todos aqueles que participam do processo educativo do município. Neste

projeto, todas as escolas, tanto municipais quanto estaduais de São João do

Triunfo participavam do seu desenvolvimento e realização com uma forma criativa

de se trabalhar a transdisciplinaridade dentro de uma Instituição de Ensino,

envolvendo toda a população através da visitação aos trabalhos realizados.

Como atividade inicial e preparatória, será exibido o CD do Projeto

“Túnel do Tempo” com a Dança de São Gonçalo e uma apresentação de teatro

reproduzindo a Festa do Bolo de Argola, que era a Cerimônia e Festa de

Casamento da época. Após a exibição haverá uma discussão e troca de

experiências entre os alunos e a professora sobre o referido para maior

conhecimento e aprofundamento do assunto.

A seguir, será elaborado, em conjunto com a professora e os alunos,

um questionário com o qual serão feitas a pesquisa de campo e as entrevistas

com o objetivo de coletar dados da história sentida e vivida e das práticas

culturais tradicionais dos antepassados dos alunos, para a escrita e reescrita dos

textos do gênero memórias.

Com a entrevista finalizada e tendo a coleta de dados em mãos, é hora

de compartilhar as experiências, informações e situações conhecidas e

vivenciadas pelos alunos no decorrer desta fase do projeto, através da “roda de

conversas”.

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No próximo passo, será feita uma sistematização dos dados coletados

e será produzido um cartaz contendo as principais informações numéricas obtidas

nas entrevistas.

Dando seguimento ao desenvolvimento do projeto, faremos a leitura e

interpretação de textos do gênero memórias com temas relacionados à “roça”,

para tentar entender e nos aproximar das situações vividas e experimentadas

pelos nossos familiares mais idosos.

Com os dados das entrevistas em mãos e após interpretarmos textos do

gênero “memórias”, iremos escrever as histórias e as práticas culturais tradicionais

de nossos familiares num texto em forma de memórias literárias.

Na etapa seguinte, será realizada a troca dos textos produzidos entre os

colegas. Os textos serão revisados seguindo critérios pré-estabelecidos e que tem

como objetivo mostrar ao aluno suas dificuldades na produção de textos levando-o

à percepção daquilo que deve ser melhorado.

Em seguida, faremos a escrita e reescrita das memórias e dados

coletados pelos alunos, observando os critérios apontados pelos colegas.

E, como finalização do nosso projeto, faremos a construção de um

painel onde serão expostas as histórias dos nossos antepassados para que

outros alunos também participem da nossa experiência.

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