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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO: PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE/2013 Título: A formação de leitores assíduos, competentes e críticos pelo método recepcional Autora Maria Encarnacion Camacho dos Santos Disciplina/Área Língua Portuguesa Estabelecimento de Ensino Escola Estadual “Carlos de Campos” - Ensino Fundamental Município da escola Jandaia do Sul Núcleo Regional de Educação Apucarana – Paraná Professora Orientadora Drª Maria Carolina de Godoy Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina – UEL Relações Interdisciplinares Arte e Língua Inglesa Resumo A produção desta Unidade Didática proposta como Material

Didático-Pedagógico, que complementa o Projeto de Intervenção Pedagógica: “A formação de leitores assíduos, competentes e críticos pelo método recepcional”, elaborado no período inicial do PDE 2013 e apresenta algumas atividades didáticas de Língua Portuguesa, mencionadas no mesmo, a serem desenvolvidas no 9º ano, da Escola Estadual “Carlos de Campos” – EF, de Jandaia do Sul, no primeiro semestre de 2014, visa ao aprimoramento da leitura, compreensão e percepção das informações implícitas no texto. Assim, será trabalhado aqui, mais especificamente, o gênero textual conto, que é o cerne quanto à prática de linguagem, devido ao seu estilo de linguagem e à sua estrutura, pois trata-se de uma narrativa ficcional que apresenta algumas características que conduzem o aluno ao exercício prazeroso da leitura, como: brevidade; linguagem objetiva; episódios semelhantes aos que acontecem no seu cotidiano, o que o leva a reinterpretar a obra e colocar-se de coautor da mesma; entre outras. Para trabalhar com os textos, será utilizado o método recepcional que se pauta no conhecimento prévio do aluno para a ampliação de seu horizonte; se firma na participação ativa do leitor com o texto, pois este reflete sobre a temática em estudo, posicionando-se criticamente diante dela e desenvolve o gosto pela leitura, por sentir-se ativo perante o ato de ler.

Palavras-chave Leitura literária; formação de leitores; contos; método recepcional. Formato do Material Didático Unidade Didática Público Alvo Alunos do 9 º ano do Ensino Fundamental

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SUMÁRIO

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 1.1 PROFESSOR PDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.2 DISCIPLINA PDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.3 NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.4 PROFESSORA ORIENTADORA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.5 INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.6 ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.7 MUNICÍPIO DA ESCOLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.8 TURNO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.9 PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.10 CARGA HORÁRIA PARA A IMPLEMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.11 PERÍODO ESTIMADO PARA A IMPLEMENTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.12 TEMA DE ESTUDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

1.13 TÍTULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

2. APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04

3. ORIENTAÇÕES MEDODOLÓGICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

3.1 UNIDADE I: DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS . . . . . . . . 10

3.2 UNIDADE II: ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS . . . . . . . . . 12

3.3 UNIDADE III: RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS . . . . . . . . . . . . . . 16

3.4 UNIDADE IV: QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS . . . . 32

3.5 UNIDADE V: AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS . . . . . . . . . . . . 33

4. RECURSOS DIDÁTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 5. AVALIAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: UNIDADE DIDÁTICA 1. IDENTIFICAÇÃO: Professora PDE: Maria Encarnacion Camacho dos Santos

Disciplina PDE: Língua Portuguesa

NRE: Apucarana – Paraná

Professora Orientadora IES: Drª Maria Carolina de Godoy

IES vinculada: UEL

Estabelecimento de Ensino de implementação: Escola Estadual “Carlos de Campos”-

Ensino Fundamental

Município da escola: Jandaia do Sul

Turno: Matutino

Público objeto da intervenção: Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental

Carga horária para a implementação: 64 horas-aula

Período estimado para a implementação: Fevereiro a julho de 2014

Tema de estudo: A literatura associada à formação de leitores, com aporte teórico na estética

da recepção.

Título: A formação de leitores assíduos, competentes e críticos pelo método recepcional

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2. APRESENTAÇÃO: "A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade

recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade."

Afrânio Coutinho

A presente Unidade Didática aqui proposta como Produção Didático-Pedagógica que

complementa o Projeto de Intervenção Pedagógica: “A formação de leitores assíduos,

competentes e críticos pelo método recepcional”, elaborado no período inicial do Programa de

Desenvolvimento Educacional 2013, apresenta algumas atividades envolvendo,

principalmente, a leitura e interpretação textual, mencionadas no mesmo. Estas ações

didáticas planejadas serão trabalhadas no 9º ano, da Escola Estadual “Carlos de Campos” –

Ensino Fundamental, de Jandaia do Sul, Paraná, no primeiro semestre de 2014, pela

professora PDE, autora tanto do referido projeto quanto deste Material Didático-Pedagógico,

visando ao desenvolvimento do gosto pela leitura, da competência leitora e do senso crítico

dos nossos alunos, através mais especificamente, do gênero literário conto, que é o cerne

quanto à prática de linguagem, uma vez que serão vistos ainda, apenas mais alguns textos de

diferentes gêneros, pelo método recepcional, para transformá-los em cidadãos conscientes,

autônomos, capazes de interferir na sociedade na qual estejam inseridos.

Nas oficinas, portanto, além das atividades envolvendo a leitura e a interpretação dos

contos: “Feliz aniversário”, de Clarice Lispector; “Clínica de repouso”, de Dalton Trevisan e

“Luz sob a porta”, de Luiz Vilela, que abordam questões sociais, como: a falta de diálogo,

tolerância, respeito aos mais velhos, afetividade entre os familiares; a desagregação, o

esfacelamento da família, que estão presentes em nossa comunidade escolar e precisam ser

combatidas, pois elas afetam diretamente a nossa prática pedagógica diária, através da

manifestação da indisciplina, prática de bullying entre os alunos e deles para com os

professores, entre outras atitudes; serão desenvolvidas outras, também planejadas na

elaboração do projeto, abrangendo os mesmos temas explorados nos contos.

Assim, no intuito de tornar as aulas ainda mais atrativas aos alunos, serão exibidos o

filme dublado: Courageous (Corajosos), de Alex Kendrick, 2011, e o vídeo: Pai e filho –

Lição de vida: What is that? (O que é aquilo?), 2007, que serão analisados através de algumas

questões sobre as temáticas abordadas por eles, a serem discutidas, debatidas. Após esse

trabalho desenvolvido com o vídeo, para concluí-lo de uma maneira mais completa, os alunos,

Em grupo, com o acompanhamento da professora, produzirão algumas frases que serão

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expostas no mural da escola depois de serem reestruturadas, demonstrando suas

compreensões quanto ao seu conteúdo. Será apresentada ainda a música: “Cat’s in the cradle”

(Gato no berço), de Harry Chapin, 1974, que será trabalhada de forma interdisciplinar, pois a

tradução será interpretada, explorada nas aulas de Língua Portuguesa, por intermédio também,

de discussão, debate, iniciado a partir da resolução de algumas questões referentes ao

conteúdo da canção, e a letra original, nas de Língua Inglesa, pela professora desta respectiva

disciplina, tendo em vista tanto o enriquecimento de vocabulário quanto a leitura significativa,

crítica.

Ainda no desenvolvimento desta Produção Didático-Pedagógica, serão realizadas a

produção de contos, de narrativas tanto em prosa quanto em verso, com reestruturações

paralelas, simultâneas às produções; a exposição no mural da escola dos textos produzidos

pelos alunos; a dramatização de um dos contos produzidos pelos alunos, sob a orientação da

professora de Arte, por consistir também em uma ação didática interdisciplinar; a

apresentação de duas narrativas em verso produzidas pelos alunos, uma em forma de canção,

através da utilização de um playback ainda a ser escolhido com os alunos, e outra, por meio

de declamação e a produção de slides com a participação dos alunos, constando todas as

atividades desenvolvidas na implementação do projeto.

Além dos textos já mencionados a serem trabalhados com os alunos nesta Unidade

Didática, será visto também o poema: “Retrato”, de Cecília Meireles, por ser um gênero

literário que permite ao leitor viajar pelo imaginário; viver emoções; vivenciar diferentes

visões de mundo; brincar com a linguagem, as palavras pelo som, ritmo, pela estrutura, pelos

significados, o que desperta o seu gosto pela leitura, e refletir sobre as mudanças, as

transformações psicológicas e físicas pelas quais o ser humano passa ao longo da vida em

decorrência da idade.

Juntamente com o poema: “Retrato”, será trabalhado o gênero não-literário: a notícia

de jornal: “Idosa é assaltada e estuprada na zona leste de São Paulo”, da Folha de São Paulo,

de maio de 2003, para os alunos compreenderem melhor as linguagens utilizadas nesses

textos, suas estruturas. Esses dois textos serão estudados por meio de questões que serão

discutidas, através de um paralelo a ser estabelecido entre eles também quanto aos seus temas.

Para complementar este Material Didático-Pedagógico e ampliar ainda mais os

conhecimentos dos alunos relacionados aos temas em estudo, será realizada também, a leitura

significativa do Estatuto do Idoso, sancionado em 1º de outubro de 2003, pelo então

Presidente da República: Luís Inácio Lula da Silva, que define medidas de proteção às

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pessoas com idade igual ou superior aos 60 anos; acompanhada de algumas questões

reflexivas. As normas jurídicas que o compõe, regulamentam os direitos dos idosos,

determinam obrigações das entidades assistenciais e estabelecem penalidades para uma série

de situações de desrespeito aos idosos, e ao conhecê-las, exercemos a nossa cidadania que é

construída a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção social, com

relação, principalmente, aos idosos, pois na maioria dos casos, são seres indefesos, que tanto

contribuíram para a formação da sociedade em que vivemos.

As apresentações artísticas com os textos produzidos pelos alunos serão exibidas para

a comunidade local, como encerramento desta Intervenção Pedagógica, com o objetivo de

atingir mais especificamente, os pais ou responsáveis.

Através da exploração das temáticas abordadas durante o desenvolvimento de todas as

atividades didáticas ora citadas, os alunos, assim como, os pais ou responsáveis, poderão

refletir e conscientizar-se sobre as mesmas, podendo chegar até mesmo, a uma mudança de

comportamento, que consiste no caso dos alunos, no respeito para com os seus familiares,

amigos e professores; e no dos pais ou responsáveis, no amor, na atenção para com os seus

filhos, por intermédio da elevação da autoestima, do diálogo, acompanhamento escolar,

incentivo à leitura.

Como vimos no projeto, a leitura é primordial para viver com autonomia nas

sociedades letradas. A sua prática assídua, competente e crítica propicia a conquista da

cidadania, o acesso às informações que circulam das mais diversas formas no meio social, “a

aquisição de conhecimentos e de enriquecimento cultural, de ampliação das condições de

convívio social e de interação” (SOARES, 2000, p.19). É através dela que a literatura

realmente se concretiza.

O ensino de literatura, como observamos também, é de suma importância em nossa

prática pedagógica, pois o seu saber é essencial para a formação escolar, social e intelectual

dos nossos alunos. O texto literário transpõe a realidade para o mundo da imaginação, onde

tudo se torna possível; faz fluir a criatividade, o poder de criação. Através da sua exploração,

o aluno/leitor pode conhecer-se melhor, conhecer o outro, sem esquecer-se da sua própria

história; ele é levado a pensar, a refletir, a alargar a sua visão de mundo, tornando-se uma

pessoa melhor.

O texto literário permite mais que uma possibilidade de leitura, o que não significa que

qualquer dedução realizada esteja correta, mas que toda interpretação pode ser considerada

para ser analisada, discutida por todos os que o leem e o interpretam, e assim, se chegar

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realmente, ao que o texto em estudo quer dizer. Neste sentido, as DCEs (2008) ressaltam o

seguinte:

É importante ponderar a pluralidade de leituras que alguns textos permitem, o que é diferente de afirmar que qualquer leitura é aceitável. Deve-se considerar o contexto de produção sócio-histórico, a finalidade do texto, o interlocutor, o gênero. (DCEs, 2008, p.72).

Quanto à prática de linguagem, o gênero literário conto foi selecionado como o

preponderante para ser trabalhado nesta Unidade Didática por ser uma excelente porta de

entrada para o universo literário, devido ao seu estilo de linguagem e à sua estrutura, pois

trata-se de uma narrativa ficcional breve, que desenrola-se com poucas personagens, apenas

um drama ou conflito, espaço e tempo restritos, uma linguagem objetiva e pode ser lida de

uma só vez e discutida em sala de aula, com o acompanhamento do professor, o que atrai o

interesse do aluno pela sua leitura, uma vez que não exige grande esforço para ser

compreendida. Se o conto for breve, em uma dosagem equilibrada, o efeito de sua leitura

atingirá o leitor, provocando-lhe um estado de “excitação da alma”, como confirma Poe “é

imprescindível à leitura de uma só assentada, para se conseguir esta unidade de efeito” (POE,

apud GOTLIB, 2006, p. 32).

Segundo Gotlib e os autores utilizados por ela como referência, em seu livro: Teoria

do Conto (2006), que explica esse gênero literário, outra característica do conto é a de narrar

acontecimentos que interessam aos seres humanos, voltados à sua condição, sua realidade

concreta, pois de acordo com a autora, “o conto flagra momentos especiais da vida”

(GOTLIB, 2006, p.82).

Desta forma, como este gênero textual apresenta ao aluno episódios que se

assemelham ao seu cotidiano, ele é levado a reinterpretar a obra e colocar-se de coautor da

mesma, o que o conduz também, ao exercício prazeroso da leitura e ao desenvolvimento de

sua criticidade, pois ao interagir com o texto, o aluno reflete sobre a sua temática,

posicionado-se diante dela, mudando até mesmo, muitas vezes, as suas convicções.

Além do conto, será trabalhado aqui ainda o gênero literário poema, que também

desperta o gosto pela leitura. Ao ser criado, ele seduz o leitor, fazendo da leitura, um ato

prazeroso, pois as suas palavras são organizadas de um modo criativo, confabuladas pelo som,

ritmo, pela estrutura, pelos significados, e esta brincadeira, o envolve.

A poesia em verso, o poema em si, é um jogo de linguagem cheio de fantasias,

emoções, através do qual se pode falar do que quiser de uma maneira especial, o leitor pode

viajar pelo imaginário, fazer descobertas, desenvolver a sua criatividade, vivenciar diferentes

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visões de mundo, analisar estilos e linguagens e expressar seu mundo interior,

compartilhando-o com as outras pessoas. Neste contexto, segundo Reyzábal (1999, p.14), a

poesia é a arte suprema da linguagem, especialmente a poética; é a única ferramenta com a

qual se pode falar sobre tudo.

Apesar da importância do ensino de literatura, ainda há professores que em suas

práticas pedagógicas privilegiam a sucessão cronológica que determina autores e obras de

acordo com as tendências gerais, os gêneros, as obras individuais (historicismo) ou utilizam o

texto literário como pretexto para o ensino da gramática, deixando assim, de conduzir o aluno,

através de sua mediação, à percepção das informações implícitas no texto, o que impede o

desenvolvimento da sua competência leitora.

Sendo assim, na perspectiva de evitar que essas práticas pedagógicas sejam

privilegiadas em nossa escola, as atividades contidas nesta Unidade Didática, como foi

exposto aqui no primeiro parágrafo, serão desenvolvidas através do método recepcional,

elaborado pelas professoras: Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar, o qual é

sugerido pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa do Estado

do Paraná, como encaminhamento metodológico para o ensino de literatura e está alicerçado

na estética da recepção, formulada por Hans Robert Jauss (1921-1997) e seus colegas, entre

eles, o alemão Wolfgang Iser (1926 - 2007), da Escola de Constance, na Alemanha, no final

da década de 60, por propor estratégias de leitura que partem do conhecimento prévio do

aluno para ampliar os seus horizontes. Esse método se preocupa com o leitor, como este

recebe o texto literário e o interpreta, para que ele se torne um receptor crítico da mensagem e

sinta prazer no ato de ler, por perceber-se ativo perante essa prática.

Dentro deste contexto, conforme as DCEs (2006):

No Ensino Fundamental, torna-se relevante que as aulas de Literatura não sejam meramente a escolha de uma prática utilitária de leitura ou que o texto literário sirva de pretexto para outras questões de ensino, que não a Literatura como instituição autônoma, auto-referencial. (...) propõe-se que se pense o ensino de Literatura a partir dos pressupostos teóricos da Estética da Recepção. Esses buscam resgatar o leitor de sua “passividade” e do papel marginal que lhe era conferido no bojo dos estudos literários. (...) Ao valorizar a leitura e a fruição, sem perder de vista a dimensão histórica da obra, a Estética da Recepção questiona as concepções de caráter mais imanentes, ou seja, as que se pautam no plano formal, desconsiderando o viés contextual. (DCEs, 2006, págs 37/38).

Enfim, com a efetivação das atividades de leitura, interpretação textual, entre outras;

propostas no Projeto de Intervenção Pedagógica, e consequentemente, nesta Unidade

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Didática, pretendemos contribuir para o enriquecimento da nossa prática pedagógica em sala

de aula, ou seja, para a promoção da melhoria qualitativa do processo de ensino e

aprendizagem da nossa escola inicialmente referida nesta apresentação.

3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS:

“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.”

Paulo Freire

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa do Estado do

Paraná consideram a prática da leitura como um ato dialógico, interlocutivo, onde o

aluno/leitor passa a ter um papel ativo no processo de leitura, sendo o responsável por

reconstruir o sentido do texto (DCEs, 2008, p.71). É através do leitor, no ato da leitura, que se

constroem os significados que valorizarão a obra, nas diferentes épocas de sua fruição.

De acordo com o método recepcional que está alicerçado na estética da recepção, a ser

utilizado no desenvolvimento das atividades didáticas, propostas tanto no projeto produzido

no primeiro período do PDE 2013, citado no parágrafo inicial da apresentação, quanto nesta

Unidade Didática, a leitura é o resultado de uma interação entre o texto e o leitor, é o produto

de um diálogo entre a coerência interna do texto e a que o leitor lhe atribui por intermédio de

seus conhecimentos prévios sobre a temática, o estilo, a linguagem, entre outros elementos

que compõem o texto.

Através das relações de interação se constrói o conhecimento. Para a estética da

recepção, ao interagir com o texto, a atividade de leitura desafia a compreensão do leitor, por

fundar seus pressupostos no alargamento do seu horizonte de expectativa, ou seja, levar o

leitor a uma nova consciência crítica de seus códigos e expectativas habituais, que o torna

capaz de tomar decisões que resolvam de forma eficaz, as diversas situações que terá que

enfrentar ao longo de sua vida. Assim, nesse processo de interação com a obra lida, além de o

leitor tornar-se crítico, ele desenvolve o gosto pela leitura por sentir-se ativo perante o ato de

ler.

Segundo Bordini e Aguiar (1993, p.63), a obra literária pode ser compreendida como

uma tomada de consciência do mundo concreto que se caracteriza pelo sentido humano que o

autor atribui a esse mundo, que resulta da interação receptiva e criadora. Ao

desenvolver o processo da leitura, o leitor passa a viver o mundo criado como um mundo

possível, que surge a partir da sua imaginação. O prazer pelo ato de ler surge também,

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justamente em decorrência dos múltiplos sentidos fornecidos pelo texto literário.

Para que a aplicação deste método de ensino de literatura realmente tenha êxito, é

necessário que ao terminá-la, o aluno, segundo as autoras, seja capaz de realizar as seguintes

práticas:

[...] efetuar leituras compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos e à leitura de outrem; questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural; transformar os próprios horizontes de expectativas, bem como os do professor, da escola, da comunidade familiar e social. (BORDINI e AGUIAR, 1993, p.86).

O método recepcional, portanto, aqui adotado, é dividido em sua aplicação didática,

em cinco etapas, que são: determinação do horizonte de expectativas, atendimento do

horizonte de expectativas, ruptura do horizonte de expectativas, questionamento do horizonte

de expectativas e ampliação do horizonte de expectativas; cabendo ao professor determinar o

tempo de cada uma delas, conforme o seu plano de trabalho docente e sua turma. Porém, o

desenvolvimento de todas as etapas, ao todo, será distribuído em 64 horas-aula.

3.1. UNIDADE I: DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS:

“O homem nada pode aprender senão em virtude do que já sabe.” Aristóteles

Para Bordini e Aguiar, esta primeira etapa inicia-se antes mesmo do leitor ter contato

com o texto, pois este já possui um horizonte de expectativa que o caracteriza até o momento

em que vai adquirir um novo conhecimento, que consiste em sua história de vida, em sua

visão de mundo. O acionamento do conhecimento prévio propicia a compreensão do texto no

ato de sua leitura, em um processo interativo que se utiliza de diversos níveis de

conhecimento. Neste contexto, como também nos afirma Kleiman (2004):

A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. [...] Pode-se dizer com segurança que sem o engajamento do conhecimento prévio do leitor não haverá compreensão. (KLEIMAN, 2004, p.13).

A professora autora tanto do Projeto de Intervenção Pedagógica: “A formação de

leitores assíduos, competentes e críticos pelo método recepcional” quanto desta Unidade

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Didática, já ministrou aulas de Língua Portuguesa, em 2011 e 2012, para a turma em que vai

implementar o projeto, no primeiro semestre de 2014, que corresponderá ao 9º ano do Ensino

Fundamental.

Portanto, ao elaborar o projeto e este material didático-pedagógico, a professora já

conhecia os valores, preconceitos, estilos de vida trazidos pelos seus alunos, as suas crenças,

preferências em relação a trabalho, lazer e interesses próprios no que diz respeito à leitura, por

meio de várias atividades estratégicas que realizou.

Assim sendo, mesmo já tendo todo esse conhecimento sobre os seus alunos, a

professora irá, nesta primeira etapa do método recepcional a ser desenvolvida na

implementação do projeto, determinar o horizonte de expectativas dos seus alunos para

estabelecer o que trabalhar com eles em relação às leituras a serem realizadas, ou melhor,

ratificar o que pode ser trabalhado, através da proposição de algumas questões, da observação

de comportamentos em sala de aula, do diálogo, debate, conforme propõem as autoras

BORDINI e AGUIAR (1993, p.88). As conclusões obtidas nesta primeira etapa do método

serão o ponto de partida para as outras.

ATIVIDADE 1:

• Leia atentamente as questões abaixo e responda:

1. Muitas pessoas podem até não ler por um motivo ou outro, porém sabem da necessidade de ler. Assim sendo, ao ler, você prefere textos de fácil compreensão ou aqueles desafiadores em que há necessidade de mais esforço mental para entendê-los? Explique.

2. Diante de um texto mais longo ou difícil de entender, qual é a sua reação ou atitude? Insistir na leitura? Pular partes? Desistir? Por quê?

3. O que mais lhe chama a atenção em um texto? O assunto? O tamanho? A maneira como foi escrito? Faça um comentário.

4. Você considera que o ato de ler deve ser uma atividade voluntária e prazerosa? Apesar

das leituras realizadas de acordo com a preferência dos alunos, será que aquelas cobradas pelos professores podem afastar os alunos dos livros, por não serem as suas prediletas? Argumente.

5. O Brasil está envelhecendo. De acordo com o último Censo do IBGE, divulgado em

abril de 2011, a população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, chegou a 7,4% em 2010. Assim sendo, será que a nossa sociedade tem respeitado o idoso como deveria? Você considera esse tema importante para ser trabalhado em sala de aula? Comente suas respostas.

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6. Atualmente, vivemos em uma sociedade marcada por profundas transformações: a rapidez de informações e o avanço de novas tecnologias modificaram o modo de pensar e viver das pessoas. Diante desta realidade, que outros temas você sugeriria que fossem discutidos em sala de aula? Justifique.

7. Para você, o que é literatura? Faça um comentário.

8. Como você imagina ser o texto literário? E o não-literário? Comente.

9. O que é poesia para você? Explique.

10. Ao ouvir uma música você presta atenção na letra ou apenas no ritmo musical?

Comente.

11. A poesia pode ter ligação com a música? Como os poetas podem contribuir com os músicos?

12. Para você, o que é conto? Explique com suas palavras.

13. Como você imagina ser o texto em prosa? E o em verso? Comente.

3.2. UNIDADE II: ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS:

“A poesia é a música da alma, e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais.”

Voltaire

Uma vez detectadas as aspirações, as familiaridades dos alunos com relação às leituras

a serem realizadas na implementação desta Intervenção Pedagógica, nesta segunda etapa, o

professor efetuará o atendimento do horizonte de expectativas da turma, proporcionando o

contato com um dos gêneros literários que é do agrado dos alunos: o poema, através de

estratégias de ensino organizadas a partir de procedimentos conhecidos por eles (BORDINI e

AGUIAR, 1993, p.88). Ainda conforme as autoras, o professor deverá provocar a participação

dos alunos, por intermédio de perguntas pertinentes à leitura em estudo.

Assim, será proposto aos alunos a leitura e interpretação do poema: “Retrato”, de

Cecília Meireles, pois este gênero textual, como vimos, permite ao leitor viver emoções;

viajar pelo imaginário; fazer descobertas; desenvolver a criatividade; vivenciar diferentes

visões de mundo; analisar estilos, linguagens; brincar com a linguagem, as palavras pelo som,

ritmo, pela estrutura, pelos significados, o que desperta o seu gosto pela leitura. Juntamente

com este texto, será trabalhado um não-literário: uma notícia de jornal, para melhor

compreensão dos recursos compositivos textuais a serem estudados nesta etapa do método.

Para trabalhar com esses textos, a professora, inicialmente, proporá aos alunos as

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seguintes leituras: uma silenciosa para a fruição do poema e da notícia de jornal, e outra

expressiva, realizada na sequência pela educadora, que é a mediadora dessa prática de ensino,

acompanhada de um breve comentário, de uma rápida discussão provocada por ela sobre os

temas abordados. Essas estratégias iniciais de leitura serão desenvolvidas com os demais

textos que os alunos estudarão nesta Unidade Didática.

Além da interpretação, das temáticas; serão exploradas outras questões relacionadas

aos textos a serem trabalhados, como: a estrutura, linguagem, entre outras.

Como finalização desta fase, a professora promoverá um debate um pouco mais

abrangente, envolvendo os temas abordados nos dois textos, com o objetivo de ampliar a

visão de mundo dos nossos alunos, através da exposição de seus pontos de vista, da troca de

ideias.

TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO: As manifestações artísticas se expressam de diferentes formas: através da música,

pintura, dança, literatura... A música se manifesta pelos sons; a pintura, pelas cores; a dança,

pelos movimentos corporais e a literatura, pela palavra.

Todos esses meios de expressão são considerados arte, porque são recriações que o

artista, com sua experiência, transforma em uma outra realidade, a realidade artística. É o

caso da literatura. Poemas, contos, novelas, romances são obras literárias, formas especiais de

o artista expressar e recriar a vida através da palavra. Literatura é então, ficção, imaginação,

a criação do mundo ficcional.

Dessa forma, ao expressar e recriar a vida de forma especial por intermédio do texto

literário, o escritor procura emocionar o seu leitor, e para isso explora a linguagem

conotativa ou poética, que consiste no emprego de uma palavra em um sentido incomum,

figurado, circunstancial, dependendo do contexto em que está inserida, empregada. Os fatos,

neste tipo de texto, não fazem parte da realidade e são apresentados de forma subjetiva, de

acordo com o ponto de vista do autor. Exemplo de conotação: “Foi um rio que passou em

minha vida e meu coração se deixou levar.” (Paulinho da Viola).

Já, no não-literário, o autor não produz emoção ao leitor, ele o informa de maneira

direta e objetiva, a partir de uma linguagem denotativa, ou seja, por meio do emprego de

palavras no seu sentido próprio, real, literal, comum, preciso, conforme consta nos

dicionários. Os fatos aqui, fazem parte da realidade. Exemplo de denotação: Desejo ver a

imensidão do rio Paraná.

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A composição literária pode assumir duas formas: a prosa e o verso. Os textos em

prosa são aqueles construídos em linha reta, que utilizam as margens completas da folha e se

organizam em frases, períodos, orações, parágrafos; e os em verso, não utilizam as margens

completas, são visualmente percebidos, pois consistem em poemas, que são formados por

versos agrupados em estrofes. Cada linha do poema é um verso, e cada conjunto de verso,

forma uma estrofe.

Poesia é uma criação rítmica e melódica, de conteúdo emotivo e lírico (sentimental).

Portanto, pode existir poesia mesmo em um texto em prosa. Veja:

“Era por uma dessas noites vagarosas do inverno, em que o brilho do céu sem lua é vivo e

trêmulo; em que o gemer das selvas é profundo e longo; em que a soledade das praia é

absoluta . . . ”

(Alexandre Herculano)

No texto acima há poesia porque nele predomina a linguagem emotiva, conotativa,

com imagens, sugestões, metáforas, imitações sonoras, ritmo (sucessão alternada de sons), em

resumo, as palavras são empregadas em sentido poético. Assim, destacamos que, metáfora

consiste na transferência da significação própria de uma palavra para outra significação, em

virtude de uma comparação subentendida.

ATIVIDADE 2:

• Leia os textos abaixo e responda as questões propostas sobre os mesmos:

Texto 1:

Idosa é assaltada e estuprada na zona oeste de São Paulo

Uma mulher de 63 anos foi assaltada e estuprada em um terreno baldio, por volta das 21h deste sábado (11), na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O crime aconteceu na rua Robert Bosch. Policiais militares que passavam de carro pelo local suspeitaram quando viram um homem sair do terreno carregando pertences de mulher. Em seguida, foi encontrada a idosa. O homem foi preso em flagrante e levado ao 91º DP, onde o caso está registrado. Não há informação sobre antecedentes criminais do homem.

(Folha de São Paulo. Domingo, 12 de maio de 2013.)

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1. O texto: “Idosa é assaltada e estuprada na zona oeste de São Paulo” é literário ou não-literário? Por quê?

2. Esse texto está escrito em prosa ou em verso? Por quê?

3. A linguagem que predomina nesse tipo de texto é conotativa ou denotativa? Justifique sua resposta.

4. O texto em estudo trata de quê? Explique.

Texto 2:

CECÍLIA MEIRELES

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro. Publicou seu primeiro livro em 1919, "Espectros", de tendência parnasiana. A partir de 1922, passou a integrar a corrente espiritualista, ala católica do movimento modernista, e que teria na revista Festa (fundada em 1927) seu principal veículo de expressão. Alcança a maturidade como poeta em 1938 com a publicação de "Viagem", premiado pela Academia Brasileira de Letras.

Fonte: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=477&evento=9 Dia a Dia Educação – Acessado em 19/08/2013. Texto 3: O poema: “Retrato”, de Cecília Meireles, pode ser encontrado na seguinte obra literária: Obra poética. Biblioteca luso-brasileira: Série brasileira. Companhia J. Aguilar Editora, 1958, p. 10, Vol. 4.

1. O texto: “Retrato” é literário ou não-literário? Por quê? 2. A linguagem que predomina nesse tipo de texto é conotativa ou denotativa? Justifique

sua resposta.

3. O texto lido representa um poema, uma prosa ou poesia? Por quê?

4. Quantos versos há ao todo no texto, ou seja, de um modo geral?

5. Quantas estrofes há no texto?

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16 6. Quantos versos há em cada estrofe?

7. Reescreva o texto, passando-o para a prosa. Observe bem as suas ideias mais

importantes.

8. O eu-lírico (a voz que fala na poesia) descreve detalhadamente como ele é. Retire do texto as características a ele dirigidas.

9. Em qual pessoa do discurso o texto foi escrito? Justifique com um verso retirado do

texto.

10. Para você, o que o eu-lírico quis dizer quando menciona no texto: “Em que espelho ficou perdida a minha face?”

11. Portanto, qual a mudança o eu-lírico não percebeu? E o que fazer para que esta

mudança seja o mais natural possível, sem tantos conflitos e sofrimentos para as pessoas hoje em dia? Comente.

3.3. UNIDADE III: RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS:

“Pequenas histórias, grandes emoções! As histórias sempre fascinaram o ser humano. Nas palavras ditas ou escritas de um bom narrador, os episódios adquirem vida. Somos, então, transportados para um outro mundo real. Lá, muitas vezes, ao acompanharmos os personagens em suas aventuras e em seus dramas e compartilharmos suas alegrias e tristezas, temos a sensação que as pessoas e as situações por elas vividas, nos são familiares. Afinal, isto é literatura e literatura é vida!”

De conto em conto: antologia de contos/ilustrações Orlando. São Paulo: Ática, 2001. – (Coleção literatura em minha casa; v. 2).

Para desenvolver esta terceira etapa do método adotado, serão propostos textos e

atividades que apresentem maiores exigências, abalem as certezas e os costumes dos alunos,

para romper os seus horizontes de expectativas.

A professora continuará explorando os mesmos temas que são interligados dentro de

um mesmo contexto, de forma mais complexa e irá explorar diferentes aspectos referentes aos

textos a serem trabalhados, como: a estrutura, linguagem, o gênero, as estratégias didáticas.

Assim, através dessa ruptura, a educadora fará com que os educandos percebam que

estão vendo algo novo, adentrando em um campo desconhecido, sem deixá-los inseguros,

para que não acabem rejeitando a experiência com as atividades que estejam desenvolvendo

(BORDINI e AGUIAR, 1993, p.89).

Por intermédio então, desses encaminhamentos metodológicos, serão trabalhados

nesta fase com os alunos, os contos: “Feliz aniversário”, de Clarice Lispector, “Clínica de

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repouso”, de Dalton Trevisan e “Luz sob a porta”, de Luiz Vilela, por se tratarem de textos

que permitem uma exploração com um grau maior de complexidade em sua interpretação e

pertencerem a um gênero textual que vem de encontro às suas expectativas, pois estes

apresentam uma linguagem objetiva, episódios semelhantes aos que acontecem no seu

cotidiano, o que os levam a reinterpretar a obra e se colocarem de coautores da mesma; entre

outras características. As narrativas contidas nos contos misturam realidade e fantasia,

transportando os alunos para o mundo dos personagens, encontrando ali alguns de seus

problemas e desejos.

Como atividade suplementar, os alunos verão neste momento, uma narrativa em verso:

a letra da canção: “Cat’s in the cradle” (Gato no berço), de Harry Chapin, 1974, por meio do

seu áudio e da análise da letra, que possibilitará a revisão quanto à estrutura textual vista na

segunda etapa em confronto com a que será analisada nesta terceira e a complementação de

novas ideias, informações a serem agregadas aos temas em pauta, através da reflexão e do

debate; pois a música também seduz, atrai a atenção do educando, afinal ela interfere na sua

receptividade sensorial; desperta as suas emoções; aborda temas em consonância com a

melodia, com o ritmo, o que facilita a internalização da mensagem, caso esta seja bem

explorada pelo professor em sala de aula. De acordo com FARIA (2001, p. 4), “a música

passa uma mensagem e revela a forma de vida mais nobre, a qual, a humanidade almeja, ela

demonstra emoção, não ocorrendo apenas no inconsciente, mas toma conta das pessoas,

envolvendo-as, trazendo lucidez à consciência”.

Assim sendo, além de levarem os alunos à criticidade por meio da interação com os

textos lidos, da reflexão, discussão, do debate, as questões propostas a serem trabalhadas nas

interpretações dos contos e da letra de canção, com a mediação da professora, exigirão deles

uma percepção mais aguçada para a identificação das informações contidas nos textos, pois

elas estarão nas entrelinhas, implícitas nos mesmos, o que desenvolverá a sua competência

leitora. Ler, interpretar, neste sentido, é assumir uma postura ativa diante do que lê ou

interpreta, é tornar-se realmente um leitor competente, pronto para o exercício da cidadania,

da vida em si.

Em consonância com os textos acima mencionados, será feita também a leitura

significativa do Estatuto do Idoso, que define as medidas de proteção às pessoas com idade

igual ou superior aos 60 anos, regulamentando os seus direitos, determinando as obrigações

das entidades assistenciais e estabelecendo as penalidades para uma série de situações em que

são desrespeitados. Além da leitura deste código jurídico, os alunos responderão algumas

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questões reflexivas sobre o seu conteúdo, para que os seus conhecimentos sejam ampliados

ainda mais, pois se quisermos realmente viver em um país melhor, é de fundamental

importância ensinar aos alunos não apenas as disciplinas formais (língua portuguesa, história,

geografia ou matemática), mas também as normas jurídicas que regulamentam os direitos

humanos de um modo geral, os principais conceitos de cidadania e respeito, para que se

tornem adultos conscientes de seus direitos e deveres, entre eles, o respeito aos mais velhos.

Quase no término desta parte, os alunos estabelecerão, sob a orientação e o

acompanhamento da professora, um paralelo entre os contos e a letra de canção, resultando

em um debate bem mais amplo, tendo em vista os questionamentos, as reflexões, discussões

realizadas até aqui. A exposição de pontos de vista, a troca de ideias, além de ampliar a visão

de mundo dos nossos alunos, os faz crescer como pessoas, dotadas de opiniões próprias.

Como encerramento, com o acompanhamento da professora, cada aluno produzirá dois

textos narrativos, um em prosa e outro em verso, baseados nos temas discutidos até o

momento, através de reestruturações paralelas, simultâneas às produções, que serão expostos

no mural da escola, sendo que, alguns deles serão selecionados para serem utilizados nas

apresentações artísticas que serão apresentadas à comunidade local.

CONTO: Como vimos, portanto, o texto literário caracteriza-se pela sua função estética,

ficcional, subjetiva, conotativa, plurissignificativa, ou seja, pelo fato das palavras

apresentarem mais de um significado. Ele nos encanta, nos leva a vivenciar experiências sem

correr o risco da aventura real, nos proporciona a oportunidade de interpretar ou de ver de

outra forma fatos que aconteceram ou poderiam acontecer em nossa vida diária, pois através

da literatura, a realidade é transposta para o mundo da imaginação, onde tudo se torna

possível. Assim, diante de todo esse contexto ora analisado, iremos trabalhar nesta Unidade

Didática, mais especificamente, como já foi mencionado, com o gênero literário conto.

O termo conto que deriva do vocábulo latino computare, corresponde ao relato de uma

história, ou seja, a uma narração. Ele consiste, mais especificamente, em toda história de

ficção narrada de modo breve, que apresenta um único conflito e poucos personagens, sendo

um só o personagem principal, e é em torno deste, que giram todos os acontecimentos. O

espaço onde se desenvolve a história é restrito, limitado e tudo se passa em um curto intervalo

de tempo, ou seja, horas ou dias. Desse modo, por ser uma narrativa curta, dever ser clara,

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19 compacta e determinada. Quanto à sua origem, é difícil saber exatamente a data do seu surgimento, porém temos

o registro da Bíblia, que tem as suas primeiras histórias gravadas cerca de 2000 a.C., como é o

caso, por exemplo, do conflito de Abel e Caim, dentro desta estrutura textual.

Neste gênero literário, o contista condensa a matéria para apresentar os seus melhores

momentos, concentra efeitos para ocasionar um determinado impacto no leitor. Ao narrar, ele

faz escolhas de linguagem e estrutura os elementos da narrativa: personagem (Quem?), ação

(O que aconteceu? Como se desenrolam os fatos?), espaço (Onde), tempo (Quando); de

modo, portanto, a enredar o leitor na trama narrativa.

O enredo do conto deve apresentar em linhas gerais, as seguintes fases:

1. Situação inicial: situação de equilíbrio; 2. Conflito: os motivos que desencadearam a ação da história; 3. Clímax: momento de maior tensão na história; 4. Desfecho: final e resolução do conflito. Quando se escreve uma história, o autor pode utilizar-se da descrição para apresentar o

espaço onde se desenrolam os fatos da narrativa e fornecer ao leitor os traços físicos e

psicológicos das personagens. A descrição, portanto, consiste no relato de um objeto, pessoa,

cena ou situação estática, ou seja, não depende do tempo.

Ao lermos uma história, há alguém que nos conta os fatos ocorridos nela, chamado

narrador, e a forma com que este conta os fatos da história, denominamos de foco narrativo.

O narrador assume posições e papéis diferentes, os quais podem assim se classificar:

1. Narrador de primeira pessoa: participa dos fatos narrados, ou seja, é também um personagem da história. Por esse motivo, é conhecido ainda como narrador protagonista ou coadjuvante;

2. Narrador de terceira pessoa: não participa dos fatos, somente observa do lado de fora, para depois nos contar tudo. Desta forma, podemos dizer que ele se classifica em duas modalidades:

- Narrador onisciente: conhece toda a história, até mesmo o que pensam os personagens;

- Narrador observador: ao contrário do primeiro, não conhece toda a história, apenas se limita a narrar na medida em que os fatos acontecem.

O narrador pode introduzir outras vozes no texto para auxiliar a narrativa.

Para fazer a introdução dessas outras vozes no texto, a voz principal ou privilegiada, o

narrador usa o que chamamos de discurso, ou seja, a forma como as falas são inseridas na

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narrador usa o que chamamos de discurso, ou seja, a forma como as falas são inseridas na

narrativa. A fala, o diálogo é a base expressiva do conto. O diálogo predominante no conto é

o direto, pois permite uma comunicação imediata entre o leitor e a narrativa. O discurso,

então, pode ser classificado em: direto, indireto e indireto livre.

1. Discurso direto: o narrador apresenta a própria personagem falando diretamente, permitindo ao autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar. Exemplo: “Não gosto disso” – disse a menina em tom zangado.

2. Discurso indireto: o narrador conta aos leitores o que a personagem disse, mas em 3ª pessoa, ele se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem. Exemplo: A menina disse em tom zangado, que não gostava daquilo.

3. Discurso indireto livre: é uma combinação dos dois anteriores, a fusão entre

autor e personagem (primeira e terceira pessoa da narrativa); o narrador conta a história, mas as personagens têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Exemplo: A menina perambulava pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso! E parecia que ninguém a ouvia.

Após ter adquirido identidade própria, os contos, dificilmente, vem sendo fiéis a uma

classificação fixa, pois os autores têm liberdade de atribuir novas características a cada

produção. Além disso, não existem, dentro de qualquer classificação, contos puros. Eles

apresentam várias características, todavia com predominância a uma que lhe dá sua

identificação em determinada categoria, como, por exemplo, nas seguintes: conto fantástico,

cujo foco está no absurdo, irreal; de personagens, que faz a retratação de uma personagem;

cenário ou atmosfera, no qual o cenário e o ambiente predominam sobre o enredo e os

personagens; ação, que é centrado no enredo, na aventura; ideia, onde se veicula doutrinas

filosóficas, políticas, entre outras; efeitos emocionais, que visa simular uma sensação no leitor

de terror, pânico, surpresa.

O gênero literário conto normalmente aparece em prosa, mas algumas vezes, também

pode vir em narrativas breves em versos.

Na sequência, os contos a serem trabalhados têm como fio condutor a família.

Portanto, um dos objetivos que se pretende atingir através das atividades a serem aqui

desenvolvidas, é o de levar os alunos a refletirem sobre a importância da família, pois o que

eles são e em que se tornarão, vem em primeiro lugar da convivência familiar, e só depois,

das relações sociais.

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ATIVIDADE 3:

• Leia com atenção os textos que seguem:

Texto 1:

CLARICE LISPECTOR

Clarice Lispector, escritora pós-moderna, nasceu em Tchetchenillk, na Ucrânia, em 10 de dezembro de 1925. Começou a escrever contos logo que foi alfabetizada. Entre muitas leituras, ingressou no curso de direito, formou-se e começou a colaborar em jornais cariocas. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha. A moça de 19 anos assistiu à perplexidade nos leitores e na crítica e a repercussão de um estilo "muito diferente" para a época. Fonte: www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=534&evento=9 Dia a Dia Educação - Acessado em 28/08/2013.

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Texto 2:

FELIZ ANIVERSÁRIO

Clarice Lispector A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem

vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de

Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapeado disfarçando a

barriga sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas

mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados — e esta vinha com o seu

melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três

filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas

engomadas, e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata.

[...]

— Até o ano que vem! repetiu José a indireta feliz, acenando a mão com vigor

efusivo, os cabelos ralos e brancos esvoaçavam. Ele estava era gordo, pensaram, precisava

tomar cuidado com o coração. Até o ano que vem! gritou José eloqüente e grande, e sua

altura parecia desmoronável. Mas as pessoas já afastadas não sabiam se deviam rir alto para

ele ouvir ou se bastaria sorrir mesmo no escuro. Além de alguns pensarem que felizmente

havia mais do que uma brincadeira na indireta e que só no próximo ano seriam obrigados a

se encontrar diante do bolo aceso; enquanto que outros, já mais no escuro da rua, pensavam

se a velha resistiria mais um ano ao nervoso e à impaciência de Zilda, mas eles

sinceramente nada podiam fazer a respeito: "Pelo menos noventa anos", pensou melancólica

a nora de Ipanema. "Para completar uma data bonita", pensou sonhadora.

Enquanto isso, lá em cima, sobre escadas e contingências, estava a aniversariante sentada à

cabeceira da mesa, erecta, definitiva, maior do que ela mesma. Será que hoje não vai ter jantar,

meditava ela. A morte era o seu mistério.

(Leia o conto na íntegra no livro: "Laços de Família", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1998.)

(Fonte da imagem: https://plus.google.com/photos/107770552892988893756/albums/5719384130012681153

Dia a Dia Educação - Perfil de Multimeios SEED – Acessado em 03/09/2013.)

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23 • Para você entender melhor o conto: “Feliz aniversário”, de Clarice Lispector,

responda ao que se pede: 1- O conto trata de quê? Qual é a sua ideia central? 2- Quais são os personagens que participam da narrativa? Entre eles, quem é o

protagonista, ou seja, o personagem principal? 3- Qual é o foco narrativo da história: 1ª ou 3ª pessoa? Comprove sua resposta com um

trecho do texto.

4- Onde se passa a história?

5- Qual teria sido a duração da história?

6- O conto não determina exatamente a época em que a história acontece, mas podemos deduzi-la através de algumas expressões usadas no texto, referentes ao vocabulário, às vestimentas. Dessa forma, podemos deduzir que a história da narrativa se passa em que época? Comprove com termos retirados do texto.

7- O conto apresenta várias características, porém com predominância de uma que lhe dá

sua localização em determinada categoria. A qual categoria ele se enquadra? Por quê?

8- Para você, a linguagem do conto é simples ou dificultou a compreensão da história. Exemplifique.

9- Qual foi o tipo de discurso utilizado no fragmento narrativo abaixo? Por quê?

[...]

“ O silêncio se fez de súbito, cada um com o copo imobilizado na mão. - Vovozinha, não vai lhe fazer mal? - insinuou cautelosa a neta roliça e baixinha. - Que vovozinha que nada! – explodiu amarga a aniversariante. – Que o diabo vos carregue, corja de maricas, cornos e vagabundas! Me dá um copo de vinho, Dorothy! – ordenou.”

[...] (LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.)

10- Que relação pode ser estabelecida entre o título do conto e o comportamento das personagens?

11- Que outro título você daria ao conto? Por quê?

12- A problemática das mulheres de terceira idade faz-se presente em muitos dos contos

de Clarice Lispector. “Feliz aniversário” registra tal tema. Neste conto, sentada à cabeceira da mesa preparada para a comemoração de seu octagésimo-nono aniversário, como D. Anita via a presença de seus familiares em sua festa?

13- Identifique alguns elementos do texto que ajudam a compor o estado interior da

aniversariante. Explique como era esse estado.

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24 14- Explique o sentido da expressão “(...) para adiantar o expediente”, que se repete no

texto. O que essa expressão revela sobre a filha?

15- Em toda a narrativa, há conflitos que vão aparecendo com o desenrolar do enredo. Identifique neste conto, o principal conflito e faça um breve comentário.

16- Como vimos, o clímax é o momento de maior tensão em uma narrativa, onde o

conflito chega ao seu máximo. Neste conto, qual é o ponto culminante, ou seja, o clímax? Explique.

17- Ao contar a história, a autora utilizou a descrição para apresentar o espaço onde se

desenrolam os fatos da narrativa. Transcreva do texto expressões que caracterizam o ambiente da trama.

18- Na caracterização dos personagens, copie trechos do texto que ressaltam

ressentimentos, conflitos mal resolvidos nas relações familiares, julgamentos e reflexões do narrador.

ATIVIDADE 4:

• Leia também atentamente os outros dois textos que seguem: Texto 1: HARRY FOSTER CHAPIN

O músico e compositor de folk rock Harry Forster Chapin (1942 – 1981) infelizmente não viveu a tempo de ver uma de suas canções ficar conhecida mundialmente. Chapin foi também um dedicado humanitário que lutou para acabar com a fome do mundo. No ano de 1977 criou a Comissão Presidencial para a Fome do Mundo, em 1987 recebeu postumamente a Medalha de Ouro do Congresso para pelo seu trabalho humanitário, e em 1981, enquanto dirigia a caminho de um concerto gratuito, sofreu um grave acidente ao colidir-se com outro carro, vindo a falecer. Chapin gravou 12 álbuns durante sua carreira, além de 14 álbuns póstumos que serviram para demonstrar que seu legado continua vivo.

Texto extraído do site: http://monophono.com.br/2011/09/22/versoes-harry-chapin-x-ugly-kid-joe/ Acessado: 12/09/2013.

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25 Texto 2:

GATO NO BERÇO (Cat’s in the cradle)

Meu filho nasceu outro dia, veio ao mundo da maneira comum. Mas havia planos a realizar e contas a pagar. Ele aprendeu a andar enquanto eu estava fora. Ele estava falando antes que eu soubesse e enquanto crescia, ele dizia: "Vou ser igual a você, papai. Você sabe que vou ser igual a você."

[...] Aposentei-me há muito tempo, meu filho se mudou. Eu liguei para ele outro dia: "Eu gostaria de vê-lo, se você não se importar." Ele disse: "Eu adoraria, pai, se eu tivesse tempo. Veja, meu novo emprego é cansativo e as crianças estão gripadas. Mas é muito bom falar com você, pai. Foi muito bom falar com você." E quando eu desliguei o telefone, me ocorreu: Ele cresceu exatamente como eu. Meu filho é exatamente igual a mim.

(Harry e Sandy Chapin, álbum: Verities & Balderdash, 1974, Elektra Records, New York – ASCAP, Story Songs Ltd.)

Texto extraído do site: http://letras.mus.br/ugly-kid-joe/41248/traducao.html Acessado em: 23/09/2013.

• Agora, com relação à letra da canção: “Gato no berço” (Cat’s in the cradle), e

ainda, sobre o conto: “Feliz aniversário”, responda:

1. No início da narrativa, letra da canção, cada personagem desempenha o seu papel, que se inverte no final. Explique essa inversão. A que conclusão chegou o pai em sua velhice?

2. Entre e a letra de canção e o conto, qual texto está escrito em prosa? E em verso?

Explique suas respostas.

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26 3. Será que podemos dizer que os idosos que compõem as duas narrativas receberam o

mesmo tratamento de seus familiares na velhice? Explique.

4. A população idosa vem aumentando significativamente em nosso país. Porém, a nossa sociedade tem demonstrado certo desprezo por ela, uma vez que possuem necessidades especiais. Muitos preferem ignorá-la ou maltratá-la. Você concorda com essa realidade? Por quê?

ATIVIDADE 5: • Leia atentamente os dois contos abaixo: “Luz sob a porta”, de Luiz Vilela e

“Clínica de repouso”, de Dalton Trevisan, bem como as respectivas biografias de seus autores, e responda as questões propostas sobre os mesmos:

Texto 1: LUIZ VILELA

O escritor, durante a 4a. Semana Luiz Vilela, em Ituiutaba, MG, no dia 13 de maio de 2011. Foto do arquivo do GPLV. Grupo de Pesquisa Luiz Vilela

Luiz Vilela, um dos grandes contistas dos últimos tempos na literatura brasileira, nasceu em Ituiutaba, em Minas Gerais, em 31 de dezembro de 1942. Estreou na literatura aos 24 anos, com o livro Tremor de terra. Com ele, ganhou o Prêmio Nacional de Ficção, em Brasília. Venceu também o I e o II Concurso Nacional de Contos, no Paraná e, com O Fim de Tudo, ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de contos de 1973. Fonte: http://gpluizvilela.blogspot.com.br/p/noticias.html Acessado em 07/10/2013 e 20/10/2013. CONTATO EM 18/10/2013: Rauer Ribeiro Rodrigues –

Doutor em Estudos Literários pela UNESP – Professor de Literatura Brasileira na UFMS - COORDENADOR DO GRUPO DE PESQUISA LUIZ VILELA – GPLV.

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Texto 2: LUZ SOB A PORTA Luiz Vilela – E sabem o que o cara fez? Imaginem só: deu a maior cantada! Lá, gente, na porta da minha

casa! Não é ousadia demais?

– E você?

– Eu? Dei té-logo e bença pra ele, engraçadinho, quem que ele pensou que eu era?

– Que eu fosse.

– Quem tá de copo vazio aí?

– Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?

– Você começou a me falar aquela hora...

– Kafka? Estou lendo. O processo. Delirando. Kafka deixa a gente angustiada.

– Já passei minha fase de Kafka. Estou lendo agora é Sartre, O muro, já leu? Bárbaro.

– Gosto mais de A náusea.

– Vocês não vão dançar?

– Toninho, põe os Beatles.

– Escuta essa aqui, gente, escuta só essa aqui, é o máximo, conta, Guido, conta aí...

– Vocês não conhecem? A das duas bichas fazendo tricô?...

¬ Onze e vinte: já vou.

– Você está doido? Agora que a festa começou, agora que está ficando bom, aquelas duas ali

que chegaram, viu só que material?... Agora que a coisa está ficando boa, e você vai

embora? Pra que essa pressa?

– Já te falei, é aniversário da minha mãe, preciso ir lá.

[...]

– Está bem, Mamãe – disse, pondo a mão no braço dela – mas agora não chore mais, eu já

estou aqui.

– Eu não queria pensar isso... Eu sei que você nunca deixou de vir... Eu não queria pensar

isso... mas você estava demorando tanto...

– Está bem, não tem importância. Mas agora não chore mais.

(Leia o conto na íntegra no livro: "Tarde da noite", Editora Ática - São Paulo, 1998.)

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28 Texto 3: DALTON TREVISAN

Dalton Trevisan, contista paranaense de renome internacional, nasceu em Curitiba, no Paraná, em 14 de junho de 1925. Destaca-se pela linguagem sintética, pelos temas macabros, por cenas de forte realismo chegando, às vezes, ao surrealismo. Recebeu os Prêmios: Camões de 2012, pela importância no gênero do conto e do Ministério da Cultura de Literatura, pelo conjunto de sua obra. É considerado o maior contista brasileiro contemporâneo. A publicação do seu livro: "O Vampiro de Curitiba" (1965) lhe valeu o apelido, por causa de seu temperamento recluso. Com ouvidos bem abertos aos diálogos escutados em qualquer bar ou esquina de rua, explora como poucos a perversidade dos desejos humanos, fazendo seus leitores observarem o latente que pulsa nas frases mais cotidianas, por detrás das quais se expõem as vidas anônimas de qualquer cidade.

Veja mais algumas obras do autor: - Novelas Nada Exemplares (1959); - Cemitério de Elefantes (1964); - Mistérios de Curitiba (1968); - A Guerra Conjugal (1969); - Em Busca de Curitiba Perdida (1992); - A Faca no Coração (1975); - Abismos de Rosas (1976); - Crimes de Paixão (1978); - O Rei da Terra (1972). Fonte:http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=106 Dia a Dia Educação - Acessado em 11/09/2013.

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29 Texto 4: CLÍNICA DE REPOUSO Dalton Trevisan

Dona Candinha deparou na sala o moço no sofá de veludo e a filha servindo cálice de vinho doce com broinha de fubá mimoso.

– Mãezinha, este é o João. Mais que depressa o tipo de bigodinho foi beijar a mão da velha, que se esquivou à

gentileza. O mocinho sorvia o terceiro cálice, Maria chamou a mãe para a cozinha, pediu-lhe que o aceitasse por alguns dias.

– Como pensionista? Não, hóspede da família. Irmão de uma amiga de infância, sem conhecer ninguém de

Curitiba, não podia pagar pensão até conseguir emprego. Dias mais tarde a velha descobriu que, primeiro, o distinto já estava empregado

(colega de repartição da Maria) e, segundo, ainda que dez anos mais moço, era namorado da filha. A situação desmoralizava a velha e comprometia a menina. Dona Candinha discutiu com a filha e depois com o noivo, que achava a seu gosto a combinação.

– Sou moço simples, minha senhora. Uma coxinha de frango é o que me basta. Ovo frito na manteiga.

Dona Candinha os surpreendia aos beijos no sofá. A filha saía com o rapaz, voltavam depois da meia-noite. Às três da manhã a velha acordava com passos furtivos no corredor.

– Você põe esse moço na rua. Ou tomo uma providência. – A senhora não seja louca. Maria era maior, podia entrar a hora que bem quisesse, a velha estava caduca. Assim que a filha saiu, dona Candinha bateu na porta do hóspede, ainda em pijama

azul de seda com bolinha branca: – Moço, você ganha na vida. Tem como se manter. Trate de ir embora. – De volta das compras (delicadezas para o príncipe de bigodinho), a filha insultou

dona Candinha aos gritos de velha doida, maníaca, avarenta. – Não vai me dar um tostão para esse pilantra. Ai, minha filha, como eu me

arrependo do dia em que noivou.

[...]

– Vá se embora – respondeu docemente a velha. Desapareça de minha vista. Você mais o dente de ouro. – De dia o rádio ligado a todo volume. À noite, a gritaria furiosa das lunáticas. Sentadinha na cama, distrai-se a velha a espiar uma nesga de céu. Com paciência amansa uma mosca nas grades, que vem comer na sua mão arrepiada de cócegas. Há três dias, afeiçoada à velhinha, não foge a mosca por entre as grades da janela. (Leia o conto na íntegra no livro: "O Pássaro de Cinco Asas", Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro, 1974.)

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1. O título do conto de Dalton Trevisan: “Clínica de repouso” está de acordo com o seu enredo? Explique sua resposta.

2. O narrador do conto: “Clínica de repouso” deixa a história acontecer por meio de

diálogos que vão revelando o caráter da filha de dona Candinha. Portanto, ele pouco interfere na narrativa. Por que o autor utiliza essa técnica?

3. No conto em estudo de Dalton Trevisan, explique, exemplificando com trechos do

texto, a ideia de falta de sensibilidade, de miséria moral e desamparo presentes nesta narrativa.

4. A partir do contexto do conto, como você pode caracterizar a afeição entre Dona

Candinha e a mosca?

5. Você considera que o conto de Dalton Trevisan teve um final patético? Por quê? Justifique sua resposta.

6. Os dois contos mostram a desvalorização das matriarcas por seus filhos. Mas, será que

Nélson em “Luz sob a porta” e Maria em “Clínica de Repouso”, tratavam suas mães da mesma forma? Como cada um tratava sua mãe? Especifique.

7. Analise a figura das mães nos dois contos e descreva as semelhanças e diferenças

existentes entre elas.

8. No fragmento abaixo do conto: “Luz sob a porta”, de Luiz Vilela, o padrão de linguagem utilizado no texto, sugere que se trata de um falante ajustado a quais tipos de situações? Comente.

[...]

“- E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente, na porta da minha casa! Não é ousadia demais? - E você?

- Eu? Dei telogo e bença pra ele, engraçadinho, quem ele pensou que eu era? - Que eu fosse. - Quem ta de copo vazio aí? - Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?”

[...] (VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1988, p.62.) 9. Luiz Vilela é considerado mestre e o maior escritor brasileiro na arte de escrever diálogos,

como por exemplo, no romance: “Entre amigos”, de 1984, escrito somente com diálogos, sem a presença de narrador. Os diálogos realizados nos dois contos classificam-se em quais tipos de discurso: direto, indireto ou indireto livre? Retire de cada texto, um trecho que comprove suas respostas.

10. Leia atentamente os fragmentos abaixo, estabelecendo um paralelo entre eles, referente

aos seus conteúdos. Comente sobre a conclusão de sua reflexão.

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31 Fragmento 1:

[...]

“De tanto se agoniar dona Candinha caiu de cama. - A senhora não me ilude. Finge-se doente para me castigar. Com este calor debaixo da coberta. - Muito fraca. Eu suo na cabeça. O pé sempre frio. Deliciada quando a moça trazia chá com torrada. Terceiro dia, a filha inrompe no quarto, escancara a janela. Introduz o gordo perfumado: - O médico para a senhora. O doutor examinou-a e, para o esgotamento nervoso, receitou cura de repouso. - A senhora vai por bem – intimou a filha – ou então à força. Queria o convento das freiras e não o hospital, que lhe recordava o falecido, entrevado na cadeira de rodas. Umas colheradas de canja, cochilou gostosamente. Às duas da tarde, o aposento invadido pela filha, o noivo e um enfermeiro de avental sujo. - É já que vai para a clínica. - Eu vou se não for asilo de louco. Bem longe do doutor Alô. Um táxi esperava na porta, o noivo sentou-se ao lado do motorista, ela apertada entre a filha e o enfermeiro. Quando viu estava no Asilo Nossa Senhora da Luz, perdida com doida, epilética, alcoólatra.” [...]

(TREVISAN, J. Dalton. O Pássaro de Cinco Asas. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1974.) Fragmento 2:

“É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.”

(Artigo 3 º do Estatuto do Idoso - Lei 10741/03 - Lei no 10.741, de 1º de outubro de 2003.)

11. Apesar do que diz o Artigo 3º do Estatuto do Idoso, ainda há idosos que são

maltratados por suas famílias. O que pode acontecer a elas, caso essas situações sejam denunciadas aos órgãos competentes? Em quais órgãos competentes essas denúncias podem ser feitas?

12. Em “Clínica de repouso”, Maria não vacila em momento algum quando sente a

presença da mãe como um empecilho ao seu relacionamento com João. Caso sua mãe tivesse atrapalhando o seu relacionamento com a pessoa amada, você teria coragem de interná-la em um asilo, como fez a filha de Dona Candinha? Comente.

13. Com relação aos personagens idosos que compõem os enredos dos contos e da letra de

canção em estudo, qual deles “parece” ter apresentado um final um pouquinho mais confortante? Para você, o que os levou a serem tratados com indiferença por seus familiares? Em nossa sociedade, o que tem levado muitos dos nossos idosos a serem tratados com certo desprezo, sofrendo muitas vezes, maus-tratos e abandono? Para que isso não acontecesse com tanta frequência, o que você sugeriria que as famílias, a sociedade e os órgãos competentes fizessem?

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(Fonte da imagem: https://plus.google.com/photos/107770552892988893756/albums/5719384130012681153

Dia a Dia Educação - Perfil de Multimeios SEED – Acessado em 25/10/2013.)

14. Dona Candinha teve sua dignidade ferida, pois foi abandonada pela filha na velhice. Produza um texto narrativo, em prosa, na terceira pessoa, com discurso direto, em que o filho confesse seu arrependimento a própria mãe, por tê-la desamparado quando ela mais precisava.

15. Produza uma narrativa em verso, se opondo à realidade de Dona Candinha, ou seja,

relatando resumidamente a trajetória de um idoso que foi amparado por sua família, com amor e respeito.

3.4. UNIDADE IV: QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS:

“Nossa sociedade ainda não evoluiu o suficiente para alcançar a importância dos idosos e o compromisso social em propiciar a eles um envelhecimento digno, porque eles formaram a sociedade em que vivemos, estabeleceram padrões sociais, construíram o conhecimento que hoje adquirimos e mais, nós somos sua extensão genética, sua continuação, portanto, parte deles.”

Patrícia Santiago

Aqui, na penúltima etapa do método a ser utilizado, que consiste no questionamento

do horizonte de expectativas, conforme BORDINI e AGUIAR (1993, p.90), os alunos farão

uma análise crítica dos textos literários estudados, verificando quais deles, através dos seus

temas que são interligados dentro de um mesmo contexto e das suas construções, exigiram um

nível mais alto de reflexão e, diante da descoberta de seus possíveis sentidos, trouxeram um

grau maior de satisfação.

A turma, com o acompanhamento da professora, debaterá sobre o seu comportamento

perante os textos trabalhados, detectando: quais foram os desafios enfrentados; como

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superaram os obstáculos textuais; quais aspectos ainda oferecem dificuldades, as preferências

quanto às temáticas e outros aspectos literários; se houve transposição para a vida real de

situações narrativas ou líricas, que conhecimentos escolares ou vivências pessoais facilitaram

o entendimento dos textos.

Esse debate ocorrerá em forma de discussão participativa, com todos os alunos

posicionados em círculo, registrando as constatações em diário pessoal.

Como atividade suplementar desta fase, os alunos assistirão ao vídeo: Pai e filho –

Lição de vida: What is that? (O que é aquilo?), 2007, disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=bFG3AOU5CGk.

Após assistirem ao vídeo, a professora promoverá uma breve discussão com os alunos

sobre o que assistiram, instigando-os com algumas questões a serem respondidas. Em

seguida, a turma será dividida em pequenos grupos que produzirão frases, demonstrando suas

conclusões sobre o conteúdo visto no vídeo.

ATIVIDADE 6:

• Diante da cena assistida no vídeo: “Pai e filho – Lição de vida: What is that? (O que é aquilo?)”, responda as questões abaixo:

1. Inicialmente, na cena apresentada no vídeo, o filho teve paciência com o pai? Por quê?

2. No final da cena, como o filho reagiu? O que o levou a essa reação? Explique.

3. Como você avalia a reação do filho no final da cena? Por quê?

4. De acordo com o contexto da cena, como o filho foi criado por seu pai? Explique.

5. Diante da formação que recebeu de seu pai, a reação inicial que o filho demonstrou perante ele foi correta? Justifique.

6. Como é o seu relacionamento com os seus pais, avós ou a pessoa que é responsável por você? Comente.

7. Produza uma frase baseada na cena assistida no vídeo.

3.5. UNIDADE V: AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS:

“Respeitar o idoso é reverenciar a experiência de vida, o conhecimento, a

sabedoria acumulada de quem viveu e aprendeu, de quem sofreu, de quem tem um passado e uma história, de quem colaborou com a construção desse mundo e de quem deu a vida a quem hoje é jovem. É preservar a nossa memória, aceitar o futuro e reconhecer o passado.”

ROSELY SAYÃO: psicóloga e consultora em educação. (Folha de São Paulo. Quinta-feira, 27 de março de 2003.)

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34 Nesta última etapa do método aplicado nesta Unidade Didática, os alunos perceberão

que as atividades desenvolvidas com os textos literários não dizem respeito somente às tarefas

escolares, mas ao modo como veem o seu mundo. Afinal, através das obras literárias, eles

tomam contato com a vida, pois quando as leem, refletem sobre a sua existência, as suas

reações, os seus problemas, o que mexe com as suas convicções, alargando os seus

horizontes.

Os alunos tomarão consciência das alterações e aquisições, obtidas através da

experiência com a literatura, o que os levarão a buscar outras leituras. Assim, a professora os

estimulará ainda mais nesta busca, para que continuem ampliando os seus horizontes. Eles

compararão o seu horizonte inicial de expectativas com os interesses atuais, percebendo que

suas exigências tornaram-se maiores e sua capacidade de decifrar o que não é conhecido foi

aumentada (BORDINI e AGUIAR, 1993, p.90).

O final desta etapa é o início de uma nova aplicação do método recepcional, que

evolui em espiral, sempre permitindo aos alunos uma postura mais consciente com referência

à literatura e à vida.

Para ampliar ainda mais o horizonte de expectativas dos alunos, será exibido a eles o

filme dublado: Courageous (Corajosos), de Alex Kendrick, 2011, para que façam mais uma

reflexão, agora sobre o seu conteúdo, que servirá como um “arremate”, uma conclusão final,

envolvendo também, todas as outras temáticas abordadas até este momento que são ligadas

entre si, dentro de um mesmo contexto; pois este filme retrata de forma clara como deve ser a

conduta de um pai e a importância da família viver de acordo com os valores cristãos, o que

leva os filhos a crescerem respeitando os mais velhos, o próximo em si.

O processo lúdico de ensino por meio da exibição de um filme pode ser uma

experiência riquíssima, principalmente considerando as possibilidades de se estabelecer uma

relação entre o conteúdo do que está sendo assistido com a realidade, tornando a

aprendizagem mais dinâmica, crítica e participativa. O aluno, com certeza, assimilará bem as

informações, caso o professor seja criativo para aproveitar este recurso tecnológico para atrair

a sua atenção quanto ao que está sendo abordado, tornando-o assim, mais crítico e coerente.

Desse modo, após assistirem ao filme, a professora coordenará a reflexão acima

mencionada com os alunos, induzindo-os a essa ação pedagógica, através de algumas

questões a serem feitas a eles.

Diante das experiências com textos literários que os alunos tiveram até este momento

com a aplicação do método, como encerramento desta Intervenção Pedagógica, eles irão

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expressá-las nesta fase, através de algumas apresentações artísticas com os textos produzidos

por eles, que serão exibidas para a comunidade local, como: dramatização, declamação,

apresentação de uma música com a utilização de um playback. Serão expostos ainda à

comunidade, alguns slides produzidos com a participação dos alunos, constando todas as

atividades desenvolvidas na implementação do projeto.

As produções escritas dos alunos serão fixadas no mural da escola para exposição,

sendo que, as dez melhores serão publicadas no livro da SPJ - Sociedade do Poetas

Jandaienses.

ATIVIDADE 7:

• Diante do filme dublado assistido: Courageous (Corajosos), de Alex Kendrick, 2011, responda as questões abaixo:

1. No início da história, os competentes policiais que lutavam pela ordem da cidade de

Albany, na Georgia, nos Estados Unidos, não estavam exercendo o seu verdadeiro papel de pais com os seus filhos. Por quê?

2. Os que os levaram a mudar de comportamento diante de seus filhos, da família em si? Comente.

3. Para conseguirem mudar realmente de comportamento diante dos filhos, da família, o que eles resolveram fazer inicialmente? Como foi realizada essa ação disciplinar? Explique.

4. Diante das atitudes que tomaram para conviverem melhor com os seus filhos, seus familiares, no decorrer da história, todos os policiais realmente tornaram-se pessoas melhores? Justifique sua resposta. 5. Para melhorarem como pessoas, quais valores cristãos eles desejavam vivenciar em seu cotidiano? Relacione-os. 6. No final da história, todos os policiais tornaram-se mais humanos, sensíveis com os seus filhos ou familiares? Comente sua resposta.

7. Ao estabelecerem os valores cristãos que desejavam vivenciar em seu cotidiano, o que cada policial fez com relação aos seus filhos ou familiares? Relate.

8. Você considera importante o papel dos pais ou responsáveis na formação dos filhos? Faça um comentário.

9. Você acredita que os valores cristãos, como por exemplo: a solidariedade; o respeito com os mais velhos, o próximo em si, devam ser ensinados aos filhos desde à infância? Explique.

10. Quando você se casar e tiver filhos como pretende educá-los? Por quê?

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36 11. Dentre os valores cristãos que os policiais se propuseram a vivenciar, quais deles você julga que precisaria incluir em seu comportamento para conviver melhor com seus familiares, amigos e professores? Comente.

4. RECURSOS DIDÁTICOS:

• Computadores (Laboratório de Informática); • Internet; • Pen Drive; • Data show; • TV multimídia; • CD, DVD; • Rádio; • Câmera fotográfica; • Filmadora; • Materiais impressos; • Quadro, giz; • Cartazes.

5. AVALIAÇÃO:

“A avaliação é a mediação entre o ensino do professor e as aprendizagens do professor e as aprendizagens do aluno, é o fio da comunicação entre formas de ensinar e formas de aprender. É preciso considerar que os alunos aprendem diferentemente porque têm histórias de vida diferentes, são sujeitos históricos, e isso condiciona sua relação com o mundo e influencia sua forma de aprender. Avaliar, então é também buscar informações sobre o aluno (sua vida, sua comunidade, sua família, seus sonhos...) é conhecer o sujeito e seu jeito e aprender.”

Paulo Freire

A avaliação, de acordo com as DCEs (2008, p.31), deve se fazer presente, tanto como

meio de diagnóstico do processo de ensino e aprendizagem quanto como instrumento de

investigação da prática pedagógica.

Assim sendo, os alunos serão avaliados de forma contínua, durante o desenvolvimento

de todas as atividades, através da observação direta das respostas dadas por eles e suas

participações orais e escritas, como: nas exposições de idéias ou pontos de vista, discussões,

produções textuais, apresentações artísticas a serem exibidas à comunidade local, entre outras;

no sentido de perceber se estão promovendo o devido crescimento esperado com relação ao

seu aprendizado, respeitando assim, o ritmo de cada um.

Portanto, o processo avaliativo objetiva a formação e a inclusão para que haja a

ampliação dos horizontes de expectativas de todos os alunos.

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6) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura e formação do leitor: Alternativas metodológicas. 2ª ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. CAT’S IN THE CRADLE (VÍDEO): http://www.youtube.com/watch?v=zH46SmVv8SU - Acessado em 23/09/2013. CAT`S IN THE CRADLE – LETRA PORTUGUÊS/INGLÊS: http://letras.mus.br/ugly-kid-joe/41248/traducao.html - Acessado em: 23/09/2013. CONTO – ESTRUTURA DO CONTO http://www.asesbp.com.br/literatura/conto.htm - Acessado em 27/08/2013.

CONTOS NTD: FELIZ ANIVERSÁRIO, LUZ SOB A PORTA E CLÍNICA DE REPOUSO: http://contosntd2011.blogspot.com.br/2011/08/conto-feliz-aniversario.html http://contosntd2011.blogspot.com.br/2011/08/conto-luz-sob-porta.html http://contosntd2011.blogspot.com/.../autor-dalton-trevisan-dalton-trevisan.html Acessados em 16/09/2013. CORAJOSOS: http://sofilmegospel.blogspot.com.br/2012/01/corajosos.html. Acessado em 04/11/2013. COURAGEOUS (Filme/DVD: Corajosos), Direção: Alex Kendrick, 2011, Estados Unidos. 130 min. Produção: Stephen Kendrick. Roteiro: Alex Kendrick e Stephen Kendrick. Atores: Alex Kendrick, Bem Davies, Ken Bevel e Kevin Downes. Gênero: drama. ESTATUTO DO IDOSO - Lei 10741/03 - Lei no 10.741, de 1º de outubro de 2003 - www.jusbrasil.com/legislacao/1028080/estatuto-do-idoso-lei-10741-03 - Acessado em 09/10/2013.

ESTATUTO DO IDOSO - Presidência da República www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm - Acessado em 09/10/2013.

ESTRUTURA DO CONTO http://www.requiem.ultimarpg.net/t1578-estrutura-do-conto - Acessado em 27/08/2013. FARIA, Márcia Nunes. A música, fator importante na aprendizagem. Assis Chateaubriand – Pr, 2001. 40f. Monografia (Especialização em Psicopedagogia) – Centro Tecnológico-Educacional Superior do Oeste Paranense – CTESOP/CAEDRHS. FOCO NARRATIVO – CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE FOCOS NARRATIVOS http://www.portugues.com.br/literatura/foco-narrativo.html - Acessado em 28/08/2013. FOCO NARRATIVO – CARACTERÍSTICAS DO FOCO NARRATIVO – ESCOLA KIDS http://www.escolakids.com/foco-narrativo.htm - Acessado em 28/08/2013.

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FOLHA DE SÃO PAULO: “Idosa é assaltada e estuprada na zona oeste de São Paulo”

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