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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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BRINCANDO DE ATLETISMO NA ESCOLA: DO PEGA-PEGA SUPER- HERÓIS AO JOKENPO

Eduardo Mendez Alcantara1 Marcelo Silva da Silva2

RESUMO: O atletismo é ainda muito pouco trabalhado em aulas de Educação Física. Com o intuito de que cada vez mais professores venham a trabalhar com o atletismo no campo escolar, este trabalho desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), visou difundir jogos e brincadeiras que auxiliem o professor a inserir o atletismo em suas aulas. Buscando contribuir com a capacitação dos professores, foram realizados 4 cursos de 16 horas durante o primeiro semestre de 2014. Foi feita uma parceria com a professora PDE Marili Terezinha de Moura e o curso ministrado abordava o mini tênis, além do atletismo. O curso intitulado Mini tênis e atletismo escolar, que contemplou 8 horas de mini tênis e 8 horas de atletismo escolar, capacitou 107 professores de educação física do Governo do Estado do Paraná, professores de Educação Física de outras instituições e acadêmicos de Gestão Desportiva e do Lazer e de Educação Física. PALAVRAS-CHAVE: Atletismo. Atividades Lúdicas. Jogos e brincadeiras.

INTRODUÇÃO

Em 2010, incentivado pela equipe de professores de Educação Física

(EF) da Secretaria de Educação, elaborei um folhas sobre atletismo na escola.

O folhas é um material didático feito para o aluno das escolas. Ele é produzido

pelos próprios professores do Governo do Estado do Paraná. Uma

característica peculiar de um folhas é que ele tem que se relacionar com uma

outra disciplina da grade curricular. No caso do folhas sobre atletismo que

elaborei foi feita uma interação com a disciplina de matemática e foram

abordadas questões relativas ao princípio da contagem e análise combinatória.

Após essa experiência, pesquisando mais sobre o tema do Atletismo na

escola, percebi que existe uma ausência desse conteúdo nas aulas de EF.

Matthiensen (2007), pesquisadora do atletismo escolar, aponta que muitos

alunos do ensino fundamental e médio não estão tendo contato com o

atletismo na escola. Berwanger (2002), indica que o atletismo não fez parte das

aulas de Educação Física das turmas de ensino médio de alguns colégios

particulares de Porto alegre no ano de 2001. A autora afirma que foram

1 Professor de Educação Física do Governo do Estado do Paraná e da Prefeitura Municipal de

Curitiba. 2 Professor Dr. da Universidade Federal do Paraná, Setor Litoral.

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trabalhados os seguintes conteúdos: futsal, o basquete, o voleibol e o

handebol. Já Silva e Sedorko (2011), perceberam que alguns professores da

rede estadual de Ponta Grossa relatam que a falta de um espaço físico

adequado é uma dificuldade para se trabalhar o atletismo escolar.

Em 2013 ingressei no PDE. O PDE é um programa de capacitação de

professores do Governo do Estado do Paraná e dura 2 anos. No primeiro ano

do programa elaborei um projeto cujo objetivo era ministrar 4 cursos de

atletismo no ano de 2014. O curso de atletismo teve como objetivo principal

contribuir com a capacitação dos professores de EF para o desenvolvimento do

atletismo a partir de atividades lúdicas no contexto escolar. A capacitação foi

realizada através 4 cursos de extensão universitária nos meses de abril a junho

de 2014.

Pretendi durante a realização do curso de atletismo escolar alcançar os

seguintes objetivos:

- Construir jogos, brincadeiras e atividades que auxiliem o professor a

desenvolver o atletismo em suas aulas;

- Mostrar para os professores que materiais não oficiais (elástico, arcos,

medicine ball, entre outros) podem ser utilizados nas aulas de atletismo;

- Desenvolver oficinas de formação pedagógica sobre o atletismo

escolar.

Visando discutir e aprofundar a temática atletismo o presente artigo foi

estruturado da seguinte maneira:

No capítulo 1, intitulado Atletismo Escolar, faço uma reflexão sobre jogos

que não estão presentes nas provas oficiais mas podem estar dentro da escola

tais como os jogos de pega-pega.

No capítulo 2, intitulado Estrutura e Divulgação do Curso Mini Tênis e

Atletismo Escolar, mostro a estrutura do curso que foi ofertado para os

professores de EF e acadêmicos.

No capítulo 3, intitulado As atividades realizadas no Curso Mini Tênis e

Atletismo Escolar, descrevo as atividades que foram realizadas durantes os 4

cursos de extensão universitária.

No capítulo das considerações finais escrevo sobre a Escola Interativa.

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ATLETISMO ESCOLAR

Duas estudiosas da temática atletismo apresentaram um trabalho no

Congresso Latino Americano de Educação Física no ano de 2006 intitulado

Pesquisando dissertações de mestrado e teses de doutorado relacionados ao

atletismo: contribuições para a sua difusão no campo escolar. Neste artigo as

autoras descobriram que grande parte das pesquisas (dissertações de

mestrado e teses de doutorado) que tratavam da temática atletismo pertenciam

à área da Biodinâmica e existiam um número menor de pesquisas direcionadas

ao atletismo escolar.

Do total de 47 dissertações de mestrado consideradas como integrantes do universo do atletismo, 33 foram classificadas na área de Biodinâmica da Motricidade Humana, enquanto 14 foram classificadas na área da Pedagogia da Motricidade Humana voltadas, portanto, ao estudo do Atletismo relacionado à: Educação Física Escolar, à Especialização Precoce, à Produção e Significados, à Competições e à História da modalidade esportiva. Em outras palavras, diríamos que 29,79% das dissertações de mestrado relacionadas ao atletismo concentram-se na área de Pedagogia da Motricidade Humana, objeto desta pesquisa, enquanto 70,21% concentram-se na área de Biodinâmica da Motricidade Humana, objeto de aprofundamento em estudos futuros. No campo das teses de doutorado, forma identificadas 6 consideradas como integrantes do universo do Atletismo, sendo 5 delas classificadas na área da Biodinâmica da Motricidade Humana, enquanto apenas 1 foi classificada na área da Pedagogia da Motricidade Humana. (FAGANELLO; MATTHIESEN, 2007).

Então é importante destacar que pesquisas que tratam do atletismo

escolar como esse artigo do PDE são importantes tendo em vista que existem

poucas produções sobre essa temática.

Continuo essa parte do artigo com uma pergunta:

Mas, quem disse que o esporte para participar do conteúdo pedagógico de uma aula de Educação Física precisa necessariamente copiar de forma irrefletida e direta o modelo do esporte de competição ou de rendimento? Não seria possível desenvolver uma concepção de esporte para o ensino escolar onde o mesmo passa-se por um processo de transformação e assim poder atender ao compromisso de responsabilidade formativa que se deseja (kunz, 2004, p.124).

Para responder essa pergunta, acredito que dá para fazer uma analogia

com as corridas rasas de velocidade. Imagine um aluno que acompanhou as

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olimpíadas de Londres em 2012. No dia 8 de agosto, esse aluno assistiu uma

corrida e observou que o percurso era somente uma linha reta e que os atletas

largaram agachados. Já no dia 9 de agosto, esse mesmo aluno vai para sua

escola de ensino fundamental e participa de um jogo de pega-pega na aula de

EF. Em qual dessas situações está presente o atletismo? Nas duas! Na TV

temos o esporte de rendimento (esporte espetáculo). Já na escola temos o

atletismo escolar: um atletismo que foi transformado pedagogicamente e

ressignificado. Kunz (2004) salienta que uma corrida de velocidade pode ser

trabalhada de diversas formas na escola e não precisa ser sempre uma cópia

da corrida de 100 m do esporte de rendimento.

Kunz (2004, p.128) acredita que a ideia principal do esporte de

rendimento pode ser mantida. No caso da corrida de velocidade de 100 m, a

ideia central é correr numa grande velocidade uma pequena distância. Essa

manutenção da ideia principal é manter o significado central de um esporte.

Deve-se fazer um filtro nas modalidades esportivas e os significados centrais

podem ser mantidos. Exemplificando, a corrida raiada de 100 m pode se

transformar em um jogo de pega-pega na escola. Os jogos de pegador são

defendidos por Matthiesen:

Normalmente realizados em distâncias curtas, intercalados por intervalos que garantam a recuperação das crianças em qualquer idade, os jogos de pegador ou pega-pega correspondem a uma ótima opção para o desenvolvimento das corridas rasas de velocidade. O professor, entretanto, deverá estar atento para que haja uma alternância entre os pegadores, observando como todos acompanham o ritmo da atividade, e utilizando estratégias que evitem a exclusão (MATTHIESEN, 2005, p.25).

Em um jogo como pega-pega super-heróis, desaparecem as raias, a

corrida lado a lado e o percurso somente em linha reta. Surgem pegadores

livres, pegadores fixos, 4 piques, super-heróis e estes correm em várias

direções. Entretanto o significado central da corrida de velocidade (correr

rápido uma pequena distância) é mantido. O jogo dos super-heróis foi realizado

nos cursos.

Carreiro (2013, p. 117-118) também defende a utilização de jogos de

pega-pega no momento em que forem trabalhadas as corridas de velocidade.

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Na obra Para Ensinar Educação Física ele apresenta alguns jogos de pega-

pega:

- Diferentes pegadores: 4 pegadores tem objetivo de pegar a turma toda

e quem é pego deve sentar.

- Duro ou mole: pega-pega no qual os alunos que foram pegos podem

ser soltos.

- Corrente: quem é pego se torna um pegador e os pegadores se

movimentam de mãos dadas.

É interessante que Carreiro sempre recomenda que deve-se delimitar o

espaço do jogo. Concordo com o autor pois minha experiência no cotidiano

escolar mostra que em alguns jogos de pega-pega é necessário reduzir o

espaço pois senão fica muito difícil os pegadores alcançarem os fugitivos.

Kunz (2004, p. 129) acredita que as idéias centrais do atletismo de

rendimento que devem permanecer no atletismo escolar são as seguintes:

correr de forma veloz ou com resistência, lançar objetos, arremessar objetos e

saltar em altura, distância e em declive. Baseado nessas ideias centrais de

Kunz elaborei a seguinte tabela:

Provas oficiais do atletismo Atletismo escolar (ideia central)

Corridas de velocidade, corridas com

barreiras, Corridas com obstáculos, corridas

de revezamento, cross country, corridas nas

montanhas, corridas de resistência, marcha

atlética e corridas de rua

Correr de forma veloz ou com resistência

Lançamento do dardo, do disco e do martelo Lançar objetos

Arremesso de peso Arremessar objetos

Salto em altura, salto em distância, salto com

vara e salto triplo

Saltar em altura, em distância e em declive

(saltar para baixo)

Quadro 1 - PROVAS OFICIAIS DO ATLETISMO E ATLETISMO ESCOLAR FONTE - O Autor (2014)

Além das provas citadas no quadro acima, as provas combinadas

(decatlo e heptatlo) também fazer parte das provas oficiais do atletismo.

Concordo com Kunz (2004), quando ele fala da manutenção da idéia

central. Esse pensamento mostra, por exemplo, que podemos trabalhar o

ensino de lançamentos sem a utilização de implementos oficiais tais como o

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dardo e o martelo. No jogo Bolão, jogo que foi realizado nos cursos, o dardo e

o martelo são substituídos por bolas de borracha (número 8 e 10).Contudo, a

idéia central (lançar objetos) está presente. Essa reflexão é importante pois

alguns professores justificam que não trabalham o atletismo pois não possuem

material oficial e local apropriado. Essa reflexão também é feita por Matthiesen:

Mais do que isso, mas ainda pautados por uma visão muito técnica do ensino do atletismo, alguns se justificam: -“Eu não tenho colchões, então não tenho como ensinar o salto em altura!” -“Eu não tenho martelo, disco nem dardo; como vou ensinar os lançamentos na escola? ”Como registro de uma terceira justificativa para o não-ensino do atletismo no campo escolar, isto é, essa falta de material adequado, surge uma quarta justificativa explícita em informações do tipo: -“Veja só, a minha escola não tem pista de atletismo. Tenho apenas uma quadra pequena e um campinho de terra batida, na melhor das hipóteses!” Pergunto a você: é certo que o espaço físico e o material oficial são determinantes para o ensino do atletismo (MATTHIESEN, 2007, p.17).

ESTRUTURA E DIVULGAÇÃO DO CURSO MINI TÊNIS E ATLETISMO ESCOLAR

A intervenção pedagógica foi feita com 4 grupos de professores de EF

do Governo do Estado do Paraná e também de outras instituições públicas e

particulares. Além dos professores, também participaram acadêmicos de EF e

Gestão Desportiva e do Lazer. O professor orientador Marcelo Silva da Silva,

através da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do

Paraná, criou o curso de Extensão Universitária Mini Tênis e Atletismo escolar.

O curso com carga horária de 16 horas foi oferecido 4 vezes. O primeiro curso

foi realizado na Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba) e o último foi realizado

no Colégio Estadual Maria Lopes de Paula (Almirante Tamandaré).

O Curso foi realizado através da parceria com a professora Marili

Terezinha de Moura. A professora pesquisou sobre o mini tênis e seu trabalho

chama-se Vivenciando o Tênis de Campo em suas Múltiplas Possibilidades.

Eu e a professora Marili tínhamos o mesmo orientador e ele sugeriu que

ministrássemos o curso de forma conjunta. Aceitamos a idéia proposta pelo

orientador e o curso ficou com o seguinte formato: 8 horas de mini tênis (uma

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manhã e uma tarde) mais 8 horas de atletismo (uma manhã e uma tarde). O

curso teve a carga horária de 16 horas. Tanto eu como a professora Marili

ministramos 8 horas de curso. A professora Marili era responsável pelo

primeiro dia de curso e eu era responsável pelo segundo dia. Contudo, nós

dois estávamos presentes em todos dias de curso. Inclusive no curso realizado

em Matinhos (litoral do Paraná), cidade que fica a mais de 100 Km de Curitiba,

tanto eu como a professora Marili estávamos presentes nos dois dias de curso.

Local Cidade Data Mini Tênis

Data Atletismo

Professores e

Acadêmicos Participantes

Curso 1 Universidade Tuiuti do Paraná

Curitiba 3/3 Quarta-feira

8/3 Quarta-feira

38

Curso 2 Colégio Estadual Sertãozinho

Matinhos 5/4 Sábado

12/4 Sábado

21

Curso 3 Colégio Estadual Maria Lopes de Paula

Almirante Tamandaré

14/5 Quarta-feira

21/5 Quarta-feira

31

Curso 4 Colégio Estadual Maria Lopes de Paula

Almirante Tamandaré

11/6 Quarta-feira

14/6 Sábado

17

QUADRO 2 - DESCRIÇÃO DOS 4 CURSOS DE EXTENSÃO MINISTRADOS NO PRIMEIRO

SEMESTRE DE 2014

FONTE - O autor (2014)

Participaram do curso professores das seguintes instituições: Governo

do Estado do Paraná, Prefeitura Municipal de Curitiba, Instituto Federal do

Paraná, Prefeitura Municipal de Pontal do Paraná, Colégio Nossa Senhora do

Rosário, Prefeitura Municipal de Colombo, Prefeitura Municipal de Matinhos,

Prefeitura Municipal de Quitandinha e Colégio Marista Ecológica. Com relação

aos estudantes, acadêmicos de EF das seguintes instituições participaram do

curso: Universidade Tuiuti do Paraná, Faculdade Dom Bosco, Universidade

Estadual de Ponta Grossa, Universidade Federal do Paraná, UNOPAR e

UTFPR. Acadêmicos de Gestão Desportiva e do Lazer da UFPR Litoral

também participaram do curso 2.

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FIGURA 1 - CURSO DE MINI TÊNIS NO COLÉGIO ESTADUAL SERTÃOZINHO FONTE: O autor (2014)

FIGURA 2 - CURSO DE ATLETISMO NA UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FONTE: O autor (2014)

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A divulgação do curso foi realizada através de cartazes, folder, email e

facebook. Foram feitos cartazes para cada etapa, que foram afixados nos

murais de algumas escolas. Outros foram deixados nas mesas das salas dos

professores e também foi entregue para os professores de EF. O professor

orientador também ajudou na divulgação através da colocação de cartazes nas

salas da UFPR Litoral.

Foram feitos materiais para divulgação via email e também rede social

(Facebook). Enviamos também um email para a equipe de EF dos seguintes

núcleos: Área Metropolitana Norte, Área Metropolitana Sul, Curitiba e

Paranaguá. Os professores responsáveis pela disciplina de EF encaminharam

o email para os professores de seus respectivos núcleos.

Com relação ao facebook, além de divulgarmos o curso nas nossas

páginas pessoais, também divulgamos o curso em alguns grupos tais como:

Professores de Educação Física PMC SOS RIT; Professores de Educação

Física da Rede Paranaense de Ensino; Professores de Educação Física do

Paraná SEED-PR;GDL 2013; PDE 2013/0214 Educação Física.

No email que os professores receberam e no facebook, os professores

clicavam em um link e eram direcionados para um questionário do google docs.

O questionário que os professores preencherem para realizar a inscrição era

curto e tinha os seguintes campos: Nome completo, Cidade, Email e Telefone

celular.

Durante a divulgação do Curso 1 e 2, entregamos cartazes para os

Núcleos de Educação de Paranaguá e Curitiba. Os núcleos, encaminharam via

malote, os cartazes para diversas escolas de Curitiba e do litoral Paranaense.

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FIGURA 3 - CARTAZ UTILIZADO PARA DIVULGAR O TERCEIRO CURSO FONTE: O autor (2014)

ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O CURSO MINI TÊNIS E ATLETISMO ESCOLAR

Durante o curso realizamos diversos jogos com os participantes:

- Jogos para conhecer as provas oficiais (mango e bingo de nomes);

- Jogo para o aprendizado das corridas com barreiras e revezamento

(jogo da velha e Kinect);

- Jogos para o aprendizado das corridas de velocidade (pega-pega

super-heróis, base 4, jokenpo e miss ball);

- Jogos e exercícios para o aprendizado do arremesso e dos

lançamentos (arremesso de peso, lançamento da pelota, lançamento do

martelo, lançamento do dardo, lançamento de costas, golfe martelo, lance

boliche, bolão e miss ball);

- Exercícios para o aprendizado dos salto em altura.

- Exercícios para o aprenizado do salto em distância e do salto triplo

(amarelinha gigante).

Algumas atividades tais como o bolão e o base 4 estiveram presentes

nas quatro edições do curso. Já o kinect só esteve presente no curso 1.

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Curso 1 Curso 2 Curso 3 Curso 4

Raich x x x x

Base 4 x x x x

Jogo da velha x

Jokenpo x x x

Pega-pega super-heróis x x x x

Salto em altura x x x x

Amarelinha gigante x

Bolão x x x x

Miss ball x x x

Lance boliche x

Arremesso de peso x x x x

Mango x x x x

Bingo x x x

Kinect x

Golfe martelo x x

Lançamento do dardo x x

Lançamento do martelo x x

Lançamento da pelota x x x x

Lançamento de costas x x x x

QUADRO 3 : ATIVIDADES REALIZADAS DURANTES OS 4 CURSOS DE EXTENSÃO FONTE - O autor (2014)

Mango

Jogo adaptado, baseado no jogo Pimba (AWAD, 2006). O mango foi

disputado por duas grandes equipes. Nesta atividade os professores tentaram

adivinhar as palavras que eu tinha escolhido para cada categoria. Por exemplo,

a palavra que tinha que ser adivinhada para a categoria data comemorativa era

dia da consciência negra. Cada grupo podia dizer apenas uma palavra de cada

vez.

1 Data comemorativa Dia da consciência negra

2 Corrida de resistência Maratona

3 Animal Girafa

4 Prova oficial do atletismo Lançamento do dardo

5 Desenho animado Pica pau

6 Instrumento musical Flauta

7 Filme Sherek

8 Corrida disputada fora da pista de atletismo Cross country

9 Jogo de atletismo feito na escola Base 4

10 Brincadeira Amarelinha

11 Comida Pizza

12 Prova combinada do atletismo Decatlo

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QUADRO 4 : MANGO FONTE - O autor (2014)

Bingo

Jogo adaptado, baseado no jogo Bingo de nomes (AWAD, 2006). Eu

forneci tabelas (4x4) para os professores e também uma folha com diversas

palavras ligadas ao atletismo. Cada professor escolheu 16 palavras para

preencher sua tabela. Eu coloquei cada palavra em um papel dobrado para

fazer os sorteios. As rodadas do bingo envolveram cartela cheia, coluna e

linha.

Jogo da Velha

Em uma parte da quadra foram colocados 9 arcos como se fosse um

tabuleiro de jogo da velha. O objetivo de cada grupo de professores era

preencher uma linha ou uma coluna ou uma diagonal. Ao invés de utilizar

círculo e o X como no jogo da velha tradicional, um grupo utilizou bolas de

borracha amarelas e outro grupo utilizou bolas de borracha azuis. Antes de

preencherem os arcos com as bolas, o professor precisava saltar uma barreira

feita com elástico.

Pega-pega super heróis

Jogo adaptado, baseado no jogo Elementos da natureza (AWAD, 2006).

Assim como outros jogos de pega pega, esta atividade tinha pegadores e

fugitivos. Nesse jogo cada professor se transformou em um super herói.

Existiam lindinhas, docinhos, homens aranha e wolverines. Os super heróis

precisavam entrar dentro de um dos quatro piques para não serem pegos pelos

pegadores.

Base 4

Jogo adaptado, baseado no jogo Beisebol (BREGOLATO, 2005). Foram

formadas equipes com 7 professores. Uma equipe chutava uma bola de

13 Esporte Curling

14 Roupa Calcinha

15 Carro Brasília

16 Time de futebol Coritiba

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borracha e tinha que percorrer as 4 bases (arcos) que estavam espalhadas

pela quadra. A outra equipe, que estava espalhada pela quadra, buscava a

bola e a colocava dentro de qualquer base (arco) para fazer com que a equipe

que chutou a bola parasse de correr. Os professores da equipe chutadora

precisavam ultrapassar as 4 bases e 2 cones para marcar um ponto (base

1base 2 base 3 base 4 cones).

Jokenpo

Jogo adaptado, baseado no jogo Trilha do “já-quem-pô” (AWAD, 2006).

Neste jogo de corrida de velocidade, os professores vivenciaram uma atividade

que mesclava um jogo tradicional (jokenpo) com um jogo de corrida. Foram

utilizados os seguintes elementos pelos professores: pedra, papel e tesoura.

Bolão

Jogo adaptado, baseado no jogo Guerra das Bolas (CARNEIRO, 2003) e

no jogo Hand-alvo (AWAD, 2006). Foram formadas equipes de 7 professores.

Cada equipe se posicionou atrás de uma das linhas laterais da quadra de

voleibol (uma equipe ficou posicionada de um lado da quadra de voleibol e a

outra equipe ficou posicionada do outro lado). Bem no meio da quadra foi

colocado um bolão gigante de plástico. Os professores tinham que acertar e

movimentar o bolão através de lançamentos efetuados com bolas de borracha.

Lance boliche

Jogo adaptado, baseado no jogo Boliche (CARNEIRO, 2003). Jogo

parecido com o bolão. No entanto o alvo móvel (bolão) foi substituído por pinos

(alvos fixos). Através de lançamentos, os professores tinham que derrubar

todos os pinos de boliche com bolinhas de tênis. Eu marcava o tempo que cada

equipe leva para derrubar todos os cones.

Salto em altura

Utilizei um elástico largo para substituir o sarrafo. O elástico foi amarrado

nos postes de voleibol. Dois colchões de casal antigos e um colchão inflável

foram utilizados no setor de queda. Os professores realizaram o salto tesoura e

o rolo ventral.

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Amarelinha gigante

Jogo adaptado, baseado no jogo amarelinha simples (MATTHEIENSEN,

2005). Nesta atividade os professores percorreram a pista de amarelinha

gigante. A pista tinha diferentes arranjos com arcos. Os arranjos contemplaram

saltos alternados com ambas as pernas, saltos com a mesma perna e queda

com ambas as pernas.

Miss ball

Jogo adaptado, baseado no jogo Miss Ball (CARNEIRO, 2003). Esse

jogo envolveu corridas de velocidade e lançamentos. Um grupo de professores

lançava uma bola de medicine ball de 1 kg, trocava de lugar e corria enquanto

outro grupo lançava bolas de tênis e tentava acertar o alvo que era um arco.

Arremesso de peso, lançamento de costas, lançamento da pelota, lançamento do dardo e lançamento do martelo Jogos adaptados, baseado no jogo das faixas (MATTHEIENSEN, 2005).

Nesses jogos foram utilizados os seguintes implementos: medicine ball (1 Kg),

pelota (800 g, 600 g e 400 g), dardo de 400 g e martelo (1 Kg e 500 g). Os

professores tinham que lançar ou arremessar o mais longe possível. Na quadra

foram demarcados espaços com cordas para verificar a pontuação que o

professor conseguiu.

Kinect

O jogo de vídeo game Kinect foi utilizado apenas no curso 1. Os

professores formaram duplas e jogaram um jogo que simulava uma corrida

com barreiras.

Golfe martelo

Jogo adaptado, baseado no jogo Bolão de Gude (MATTHEIENSEN,

2005). Jogo feito com os martelos de 500g e 1 Kg. Na frente de cada grupo de

professores foram colocados 4 arcos no chão. O professor lançava o martelo

de frente sem realizar giros. Quando o professor acertava o primeiro arco, ele

ganhava o direito de lançar o martelo para o segundo arco e assim

sucessivamente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implementação foi bastante trabalhosa pois não éramos responsáveis

somente por ministrar o curso. Além da docência tínhamos que cuidar de toda

organização, preparação e divulgação, como já relatamos.

O trabalho desenvolvido no PDE 2013/2014 foi finalizado com um chat

(Escola Interativa) que foi realizado no dia 30 de outubro de 2014. Durante 54

minutos eu e a professora Marili falamos sobre os 4 cursos realizados no

primeiro semestre. O chat foi promovido pelo Departamento de Formação dos

Profissionais de Educação da Secretaria da Educação.

A Escola interativa é uma ação que tem por princípio a transmissão de conferências ao vivo para grandes públicos, por meio da integração de vídeo e chat, proporcionando um espaço para a formação continuada dos profissionais da educação. Durante a cada palestra o público poderá enviar dúvidas e comentários através de um chat moderado, disponível na mesma página (PARANÁ, 2014).

Para realizarmos todas essas ações diversas pessoas contribuíram para

que os 4 cursos fossem realizados. Agradeço a todos que ajudaram na

construção dos cursos e aos participantes.

Espero ter contribuído para a difusão do atletismo escolar através dos 4

cursos que ministrei juntamente com a professora Marili. Espero que os

professores levem para suas escolas alguns dos jogos e materiais que foram

mostrados nos cursos, contribuindo para a melhoria da educação física escolar.

REFERÊNCIAS

AWAD, H. Brinque, Jogue, Cante e Encante com a Recreação. 2. ed. Jundiaí. Fontoura: 2006. BERWANGER, C. E. A relação entre esporte e educação na perspectiva dos alunos do ensino médio das escolas particulares. 119 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) – Escola de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2002. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1712/000355765.pdf?sequence=1>. Acesso em 29/4/2013.

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